18
1 BAHÁ’Í BRASIL Página 8 Plano de Cinco Anos Nº 36 - Novembro/2013 Em Brasília e Canoas, jovens tiveram oportunidade de discutir temas importantes para a transformação da sociedade Bahá’í Brasil Assessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’í do Brasil Jornalista Responsável: Adriana Rosa (reg. 7955/DF) | Diagramação: Rafael Castro Bittencourt | Revisão: Mary Aune Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal 7035 | CEP 71635-971 – Brasília-DF | Site: www.bahai.org.br | Contato: [email protected] Impressão: Kaco Gráfica e Editora | Tiragem: 2.500 exemplares Expediente Conferências de Juventude no Brasil reúnem mais de 1000 participantes Manifestações sociais Página 7 Página 10 Aprofundamento Uma reflexão sobre a força e o vigor da juventude. Huqúqu’lláh Página 17 Fé Bahá’í na Internet Como realizar postagens e outras interações virtuais que reflitam os princípios em que você acredita. Página 15 “Firmeza e constância derivam do pagamento do Direito de Deus.” Página 16 Um balanço das atividades centrais ao longo dos últimos dois anos e meio. Assembleia Nacional oferece perspectivas sobre protestos populares.

Bahá'í brasil 36

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal da Comunidade Bahá'í Brasileira

Citation preview

Page 1: Bahá'í brasil 36

1

BAHÁ’Í BRASIL

Página 8

Plano de Cinco Anos

1Nº 36 - Novembro/2013

Em Brasília e Canoas, jovens tiveram oportunidade de discutir temas importantes para a transformação da sociedade

Bahá’í BrasilAssessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’í do BrasilJornalista Responsável: Adriana Rosa (reg. 7955/DF) | Diagramação: Rafael Castro Bittencourt | Revisão: Mary Aune Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal 7035 | CEP 71635-971 – Brasília-DF | Site: www.bahai.org.br | Contato: [email protected] Impressão: Kaco Grá� ca e Editora | Tiragem: 2.500 exemplaresEx

pedi

ente

Conferências de Juventude no Brasil reúnem mais de 1000 participantes

Manifestações sociais

Página 7

Página 10

AprofundamentoUma re� exão sobre a força e o vigor da juventude.

Huqúqu’lláh

Página 17

Fé Bahá’í na InternetComo realizar postagens e outras interações virtuais que re� itam os princípios em que você acredita.

Página 15

“Firmeza e constância derivam do pagamento do Direito de Deus.”

Página 16

Um balanço das atividades centrais ao longo dos últimos dois anos e meio.

Assembleia Nacional oferece perspectivas sobre protestos populares.

Page 2: Bahá'í brasil 36

2

Nº 36 - Novembro/2013

Há 50 anos, primeira formação da Casa Universal foi eleita em Haifa

Em 2013 celebraram-se os 50 anos desde a primeira eleição da Casa Universal de Justiça. A data da eleição coincidiu com a conclusão da Cruzada de Dez Anos, instituída por Shoghi

Effendi - guardião da Fé Bahá’í - e com a celebração do centenário da declaração pública de Bahá’u’lláh no jardim do Ridván, em Abril de 1863. Bahá’u’lláh ordenou o estabelecimento do Órgão Máximo da administração da Fé Bahá’í no Livro Sacratíssimo, Kitáb-i-Aqdas. Referências às suas responsabilidades também foram feitas em Epístolas de Bahá’u’lláh.

Abdu’l-Bahá definiu o método para eleger seus membros, e Shoghi Effendi preparou a eleição da Casa Universal de Justiça. Em 1951, nomeou os membros para o Conselho Internacional Bahá’í, uma Casa de Justiça embrionária. Dez anos mais tarde, o Conselho foi substituído por um corpo eleito pelo voto dos membros de todas as Assembléias Espirituais Nacionais existentes à época. Finalmente em abril de 1963, seis anos após o falecimento de Shoghi Effendi, a primeira Casa Universal de Justiça foi eleita por 56 Assembléias Espirituais Nacionais.

Casa Universal de Justiça

Entre os dias 29 de abril e 2 de maio deste ano aconteceu a 11ª Convenção Internacional, realizada durante o Ridván de 2013, em Haifa, Israel. No período que antecedeu a Convenção, entre 25 e 28 de abril, membros das Assembleias Espirituais Nacionais (AENs) presentes tiveram a oportunidade de realizar consultas informais entre si.

Os nove membros da Casa Universal de Justiça eleitos são: Paul Lample, Firaydoun Javaheri, Payman Mohajer, Gustavo Correa, Shahriar Razavi, Stephen Birkland, Stephen Hall, Chuungu Malitonga, e Ayman Rouhani. Ao todo mais de 1.500 cédulas foram recebidas de todas as partes do mundo.

A Casa de Justiça é responsável pela aplicação dos ensinamentos bahá’ís às exigências de uma sociedade em constante evolução e pela legislação acerca de assuntos que não tenham sido explicitamente tratados nos textos sagrados da Fé. Já em maio, a Casa comunicou a nomeação dos membros do Centro Internacional de Ensino que servirão pelos próximos cinco anos, contados a partir de 23 de maio de 2013. São eles: Uransaikhan Baatar, Ramchand Coonjul, Antonella Demonte, Andrej Donoval, Praveen Mallik, Alison Milston, Juan Mora, Rachel Ndegwa e Mehranguiz Farid Tehrani.

Convenção Internacional

Membros da primeira Casa Universal de Justiça, eleitos em 1963.

Page 3: Bahá'í brasil 36

3

BAHÁ’Í BRASIL

Aos Bahá’ís do Mundo

Amigos ternamente amados,

“O Livro de Deus está aberto de par em par e Sua Palavra convoca a Ele o gênero humano.” É nestes termos jubilosos que a Pena Suprema descreve o advento do dia da união e integração. Bahá’u’lláh

continua: “Inclinai vossos ouvidos, ó amigos de Deus, à voz d’Aquele a Quem o mundo injuriou, e segurai-vos a qualquer coisa que enalteça Sua Causa”. Ele, ademais, exorta Seus seguidores: “Com a maior amizade e em espírito perfeitamente fraternal, aconselhai-vos juntos e dedicai os preciosos dias de vossas vidas ao melhoramento do mundo e à promoção da Causa d’Aquele que é o Senhor Antigo e Soberano de todos.”

Amados colaboradores: Este emocionante pronunciamento vem espontaneamente à mente quando vemos seus consagrados esforços no mundo todo em resposta ao chamado de Bahá’u’lláh. A esplêndida resposta aos Seus chamados pode ser testemunhada em toda parte. Aos que fazem uma pausa para re� etir sobre o desdobramento do Plano Divino, torna-se impossível ignorar como o poder que a Palavra de Deus possui, tem ascendência nos corações de homens e mulheres, crianças e jovens, em país após país, em agrupamento após agrupamento.

Uma comunidade de abrangência mundial está aprimorando sua habilidade em ler a sua realidade imediata, analisar suas possibilidades e aplicar de forma criteriosa os métodos e instrumentos do Plano de Cinco Anos. Conforme previsto, a experiência está se acumulando mais rapidamente nos agrupamentos em que as fronteiras da aprendizagem estão sendo conscientemente ampliadas. Em tais lugares, os meios de habilitar um número cada vez maior de indivíduos a � m de fortalecerem sua capacidade para o serviço estão bem compreendidos. Um instituto de capacitação vibrante funciona como o principal esteio dos esforços da comunidade para levar avante o Plano e, tão cedo quanto possível, as destrezas e habilidades desenvolvidas com a participação em cursos do instituto são alocadas no campo. Alguns, através de suas interações sociais diárias, encontram almas abertas à exploração de assuntos espirituais numa

variedade de situações; outros respondem à receptividade num povoado ou vizinhança, talvez por terem se transferido para a região. Um número crescente de indivíduos se levanta para ombrear responsabilidades, incrementando as � leiras daqueles que servem como tutores, monitores e professores de crianças; que administram e coordenam; ou que de outras formas colaboram para apoiar o trabalho. O comprometimento dos amigos com a aprendizagem se expressa pela constância em seus próprios esforços e uma disposição para acompanhar outros nos seus esforços. Ademais, eles são capazes de ter sempre presentes duas perspectivas complementares quanto ao padrão de ação que se desenvolve nos agrupamentos: um deles, os ciclos trimestrais de atividades – a pulsação rítmica do programa de crescimento – e o outro, os diferentes estágios de um processo de educação para crianças, pré-jovens, jovens e adultos. Enquanto entendem claramente a relação que conecta esses três estágios, os amigos estão cientes de que cada um tem sua própria dinâmica, seus próprios requisitos e seus próprios méritos inerentes. Acima de tudo, estão conscientes da intervenção de poderosas forças espirituais cuja ação pode ser discernida tanto nos dados quantitativos que re� etem o progresso da comunidade como no conjunto de

relatos que descrevem suas realizações. O que é especialmente promissor é que muitos desses atributos distintivos e destacados que caracterizam os agrupamentos mais avançados são também evidentes em comunidades que se encontram em estágios muito mais preliminares do seu desenvolvimento de crescimento.

À medida que a experiência dos amigos se aprofundou, elevou-se sua capacidade de promover um padrão de vida rico e complexo dentro do

agrupamento, envolvendo centenas ou até mesmo milhares de pessoas. Quão satisfeitos estamos em ver as muitas percepções que os crentes estão obtendo de seus empreendimentos. Percebem, por exemplo, que o desenvolvimento gradual do Plano no âmbito de agrupamento é um processo dinâmico, necessariamente complexo, e que não tem tendência à simpli� cação. Observam como o Plano avança à medida que eles aumentam sua habilidade tanto para levantar recursos humanos como para bem coordenar e organizar as ações daqueles que se levantam. Os amigos percebem que à medida que

essas capacidades se intensi� cam, torna-se possível integrar uma variedade mais ampla de iniciativas. Do mesmo modo, reconhecem que quando uma nova característica é introduzida, requer uma atenção especial por algum tempo, mas que de modo algum diminui a importância de outros aspectos de seu empenho

na construção de comunidades. Pois entendem que para que a aprendizagem seja seu modo de funcionar, devem estar alertas para o potencial oferecido por qualquer instrumento do Plano que se mostre especialmente adequado para um momento especí� co e, quando necessário, investir maior energia em seu desenvolvimento; no entanto, não se segue que todas as pessoas devam estar ocupadas com o mesmo aspecto do Plano. Os amigos aprenderam também que não é necessário que o foco principal da fase de expansão de todo ciclo de um programa de crescimento seja direcionado para o mesmo � m. As condições podem exigir que num determinado ciclo, por exemplo, a atenção seja fundamentalmente dirigida para convidar almas a abraçar a Fé através de esforços intensivos de ensino individual ou coletivo; num outro ciclo, o foco pode ser a multiplicação de uma atividade central especí� ca.

Além disso, os amigos estão cientes de que o trabalho da Causa prossegue a diferentes velocidades em lugares diferentes e por uma boa razão – a� nal, é um fenômeno orgânico – e toda ocorrência de progresso que percebem lhes dá alegria e encorajamento. De fato, eles reconhecem o benefício proveniente da contribuição de cada indivíduo para o progresso do todo, e assim o serviço prestado por cada um, aproveitando as possibilidades criadas pelas circunstância de uma pessoa, é saudado por todos. Reuniões de re� exão são vistas cada vez mais como ocasiões em que os esforços da comunidade, em sua totalidade, são o assunto de deliberações sérias e edi� cantes. Os participantes se informam de tudo aquilo que foi realizado, entendem seus próprios esforços dentro deste contexto e aprimoram seu conhecimento sobre o processo de crescimento, absorvendo os conselhos das instituições e valendo-se das experiências dos seus companheiros de fé. Tal experiência é também compartilhada em numerosos outros espaços que estão emergindo para consulta entre os amigos intensamente engajados em esforços especí� cos, seja seguindo uma linha comum de ação, ou servindo em alguma parte especí� ca do agrupamento. Todas essas percepções são colocadas num reconhecimento mais amplo de que o progresso é mais

facilmente alcançado num ambiente imbuído de amor – um ambiente em que as falhas são desconsideradas com tolerância, obstáculos são superados com paciência, e abordagens testadas são abraçadas com entusiasmo. E é assim que através da sábia orientação das instituições e agências da Fé, funcionando em todos os níveis, os esforços dos amigos, por mais modestos que sejam individualmente, unem-se num esforço

Mensagem para o Ridván de 2013

“Com a maior amizade e em espírito perfeitamente fraternal, aconselhai-vos juntos e dedicai os preciosos dias de vossas vidas ao melhoramento do mundo e à

promoção da Causa d’Aquele que é o Senhor Antigo e Soberano de todos.”

“À medida que a experiência dos amigos se aprofundou, elevou-se sua capacidade de promover um padrão de vida rico e complexo dentro do agrupamento, envolvendo centenas ou até mesmo milhares de pessoas.

Quão satisfeitos estamos em ver as muitas percepções que os crentes estão obtendo de seus empreendimentos.”

“O comprometimento dos amigos com a aprendizagem se expressa pela constância em seus

próprios esforços.”

“Os amigos estão cientes de que o trabalho da Causa prossegue a diferentes velocidades em lugares diferentes e por uma boa razão – a� nal, é um fenômeno orgânico – e

toda ocorrência de progresso que percebem lhes dá alegria e encorajamento. De fato, eles reconhecem o benefício proveniente da contribuição de cada indivíduo para o

progresso do todo.”

Page 4: Bahá'í brasil 36

4

Nº 36 - Novembro/2013

coletivo para garantir que a receptividade ao chamado da Abençoada Beleza seja rapidamente identi� cada e efetivamente estimulada. Um agrupamento nessas condições é claramente aquele onde as relações entre o indivíduo, as instituições e a comunidade – os três protagonistas do Plano – estão evoluindo de forma sadia.

Nesse panorama de � orescente atividade, há uma possibilidade que merece menção especial. Na mensagem que lhes foi dirigida há três anos, expressamos a esperança de que, em agrupamentos com programa intensivo de crescimento em funcionamento, os amigos se esforçariam em aprender mais acerca do modo de construir comunidades, desenvolvendo centros de intensa atividade em vizinhanças e povoados. Nossas esperanças foram superadas, pois mesmo em agrupamentos em que o programa de crescimento ainda não alcançou intensidade, os esforços de alguns em iniciar atividades centrais entre os residentes de pequenas áreas, muitas vezes têm demonstrado sua e� cácia. Em essência, essa abordagem é centrada na resposta aos ensinamentos de Bahá’u’lláh por parte de populações prontas para a transformação espiritual promovida pela Sua Revelação. Por meio da participação no processo educacional promovido pelo instituto de capacitação, eles são motivados a rejeitar o torpor e a indiferença inculcados pelas forças da sociedade e, ao invés disso, seguem padrões de ação que se mostram transformadores da vida. Nos lugares em que essa abordagem avançou por alguns anos em alguma vizinhança ou povoado e os amigos mantiveram seu foco, gradual;

porém, incontestavelmente se evidenciam resultados extraordinários. Jovens são empoderados a assumir responsabilidade pelo desenvolvimento dos mais jovens que eles próprios que estão a sua volta. As gerações mais velhas acolhem bem a contribuição dos jovens em discussões objetivas sobre os assuntos de toda a comunidade. Tanto para os jovens como para os adultos, a disciplina cultivada por meio do processo educacional da comunidade desenvolve a capacidade para a consulta, e surgem novos espaços para conversas signi� cativas. No entanto, a mudança não se limita aos bahá’ís e aos envolvidos nas atividades centrais demandadas pelo Plano, dos quais seria lógico esperar que com o passar do tempo adotem novos modos de pensar. O próprio espírito do lugar é afetado. Uma atitude devocional toma forma em meio a uma ampla parte da população. Expressões de igualdade entre homens e mulheres se tornam mais pronunciadas. A educação das crianças, tanto meninos como meninas, exige maior atenção. O caráter das relações intrafamiliares – moldadas por pressupostos centenários – muda perceptivelmente. Torna-se predominante um senso de dever em relação à própria comunidade e ao meio ambiente físico. Mesmo o � agelo do preconceito, que lança sua sombra maligna sobre toda sociedade, começa a ceder ante a irresistível força da unidade. Em suma, o trabalho de construção de comunidades no qual os amigos estão engajados in� uencia aspectos da cultura.

Enquanto a expansão e a consolidação progrediram � rmemente no ano passado, outras importantes áreas de atividade também avançaram, muitas vezes de forma paralela. Como um exemplo notável, os avanços testemunhados na dimensão de cultura em alguns povoados e vizinhanças são devidos em grande parte àquilo que está sendo aprendido do envolvimento bahá’í na ação social. Recentemente, nosso Escritório de Desenvolvimento Social e Econômico preparou um documento que extrai os aspectos essenciais de trinta anos de experiência acumulada nesse campo desde que o Escritório foi estabelecido no Centro Mundial Bahá’í. Há entre as suas observações a de que os esforços para se engajar em ação social recebem ímpeto vital do instituto de capacitação. Isso não acontece simplesmente por meio do levantamento de

recursos humanos que ele promove. As percepções, qualidades e habilidades espirituais que são cultivadas pelo processo do instituto têm- se mostrado tão cruciais para a participação na ação social quanto para o processo de crescimento. Ademais, explica como as diferentes esferas do empenho da comunidade bahá’í são governadas por um marco conceitual comum e que

se desenvolve, composto de elementos que se reforçam mutuamente, ainda que assumam variadas expressões em diferentes domínios de ação. O documento a que nos referimos foi recentemente compartilhado com Assembleias Espirituais Nacionais, e as convidamos a considerar, em consulta com os Conselheiros, como

os conceitos que ele explora podem ajudar a aprimorar os esforços existentes

em ação social sob seus auspícios e aumentar a consciência dessa importante dimensão do empenho bahá’í. Isso não deve ser interpretado como um chamado geral para ampla atividade nessa área – a emergência da ação social acontece naturalmente, à medida que uma comunidade em crescimento reúne força – mas é conveniente que os amigos re� itam mais profundamente sobre as implicações de seus esforços para a transformação da sociedade. O aumento marcante da aprendizagem que está ocorrendo neste campo exige cada vez mais do Escritório de Desenvolvimento Social e Econômico e estão sendo tomadas medidas para assegurar que seu funcionamento evolua proporcionalmente.

Uma característica especialmente notável dos últimos doze meses foi a frequência com que a comunidade bahá’í está sendo identi� cada, numa ampla variedade de contextos, com esforços em prol da melhora da sociedade em colaboração com pessoas que compartilham de seus pensamentos. Desde a arena internacional até as bases da vida nos povoados, líderes de pensamento em todos os tipos de ambientes expressaram sua consciência de que os bahá’ís, não somente têm amor ao bem-estar da humanidade, mas possuem uma concepção convincente daquilo que precisa ser realizado e os efetivos meios para a realização de suas aspirações. Essas expressões de reconhecimento e apoio são provenientes inclusive de lugares anteriormente inimagináveis. Por exemplo, mesmo no Berço da Fé, apesar dos imensos obstáculos colocados pelo opressor em seu caminho, os bahá’ís são cada vez mais reconhecidos pelas profundas implicações de sua mensagem para o estado de sua nação, e são respeitados por sua inabalável determinação em contribuir para o progresso de sua pátria.

O sofrimento suportado pelos � éis no Irã, especialmente nas décadas desde que começou a mais recente onda de perseguição, estimulou seus irmãos

e irmãs de outros países a se levantar em sua defesa. Entre os inestimáveis legados que, em consequência de tal resignação a comunidade mundial bahá’í adquiriu, mencionamos um: uma impressionante rede de agências especializadas em nível nacional que têm demonstrado a capacidade de sistematicamente desenvolver

relações com governos e organizações da sociedade civil. Paralelamente a isso, o processo dos sucessivos Planos tem re� nado a capacidade da comunidade em participar de discursos prevalecentes em quaisquer espaços que ocorram – desde conversas pessoais até fóruns internacionais. Nas bases da sociedade, o envolvimento nesse tipo de empenho constrói-se naturalmente através da mesma abordagem orgânica que caracteriza o � rme aumento no engajamento dos amigos em ação social, e não há necessidade alguma de uma ação especial em estimulá-lo. Em nível nacional, entretanto, está se tornando cada vez mais o foco da atenção dessas mesmas dedicadas agências, já em funcionamento em dezenas de comunidades nacionais, e segue seu curso de acordo com o padrão familiar e fecundo de ação, re� exão, consulta e estudo. Para aprimorar tais esforços, facilitar a aprendizagem nesse campo, e assegurar que as medidas tomadas sejam coerentes com outros esforços da comunidade bahá’í, recentemente estabelecemos no Centro Mundial Bahá’í o Escritório de Discurso Público.

“Tanto para os jovens como para os adultos, a disciplina cultivada por meio do processo educacional da comunidade

desenvolve a capacidade para a consulta, e surgem novos espaços para conversas signi� cativas.”

“Uma característica especialmente notável dos últimos doze meses foi a frequência com que a comunidade

bahá’í está sendo identi� cada, numa ampla variedade de contextos, com esforços em prol da melhora da sociedade em colaboração com pessoas que compartilham de seus

pensamentos.”

“O sofrimento suportado pelos � éis no Irã, especialmente nas décadas desde que começou a mais

recente onda de perseguição, estimulou seus irmãos e irmãs de outros países a se levantar em sua defesa.”

“Em Santiago, Chile, onde está sendo erigido o Templo-Mãe da América do Sul, o trabalho de construção continua de

forma acelerada.

Page 5: Bahá'í brasil 36

5

BAHÁ’Í BRASIL

Instaremos que ele apoie as Assembleias Espirituais Nacionais nesse campo, gradativamente promovendo e coordenando atividades e sistematizando experiências.

Um progresso encorajador está ocorrendo em outras áreas também. Em Santiago, Chile, onde está sendo erigido o Templo-Mãe da América do Sul, o trabalho de construção continua de forma acelerada. A concretagem dos alicerces, do subsolo e do túnel de serviço está completo, como também as colunas que irão sustentar a superestrutura. Cresce a expectativa relacionada

a esse projeto, e um sentimento de interesse similar está se agitando em sete países onde Mashriqu’l-Adhkárs nacionais ou locais deverão ser erguidos. Em cada um, os preparativos começaram, e as contribuições dos crentes para o Fundo dos Templos já começaram a ser usadas; no entanto, considerações práticas como localização, projeto, e recursos representam apenas um dos aspectos do trabalho que está sendo realizado pelos amigos. Fundamentalmente, seu esforço é de natureza espiritual, uma tarefa na qual participa toda a comunidade. O Mestre se refere ao Mashriqu’l-Adhkár como “o ímã das con� rmações divinas”, “o poderoso alicerce do Senhor” e “o � rme pilar da Fé Divina”. Onde quer que seja estabelecido, naturalmente será um elemento integrante do processo de construção de comunidades que o cerca. Nos locais em que deverá surgir uma Casa de Adoração, a consciência dessa realidade já está se intensi� cando entre todos os crentes, sem distinção, os quais reconhecem que sua vida coletiva deve cada vez mais re� etir aquela união de adoração e serviço que o Mashriqu’l-Adhkár incorpora.

Em cada frente, vemos então a comunidade bahá’í avançando � rmemente, aumentando em entendimento, ansiosa por adquirir percepções das suas

experiências, pronta para assumir novas incumbências sempre que os recursos o permitirem, ágil em sua resposta a novos imperativos, consciente da necessidade de garantir coerência entre as diversas áreas de atividade em que está engajada, inteiramente dedicada à realização de sua missão. Seu entusiasmo e devoção estão visíveis no tremendo fervor gerado pelo anúncio, há dois meses, da convocação das 95 conferências da juventude no mundo todo. Estamos satisfeitos não somente com a reação da própria juventude, mas também pelas expressões de apoio externadas por seus companheiros de crença que reconhecem como os seguidores mais jovens de Bahá’u’lláh agem como um estímulo vital para todo o corpo da Causa.

Estamos repletos de esperança pelas sucessivas evidências que testemunhamos da difusão da mensagem de Bahá’u’lláh, o alcance de sua in� uência, e a crescente consciência dos ideais que entesoura. Neste período de aniversários, lembramos daquele “Dia da felicidade suprema”, a cento e cinquenta anos deste Ridván, quando a Beleza de Abhá pela primeira vez proclamou Sua Missão aos Seus companheiros no Jardim de Najíbíyyih. Daquele santi� cado lugar, a Palavra de Deus foi espalhada a todas cidades e todas as terras, convocando a humanidade a um encontro com seu Senhor. E do séquito inicial dos amantes inebriados por Deus, uma comunidade plural em propósitos desenvolveu-se, � ores multicores no jardim cultivado por Ele. Com o passar de cada dia, números cada vez maiores de novas almas despertadas volvem-se em súplica em direção ao Seu Santuário, o lugar em que nós curvamos nossas cabeças em prece no Sagrado Limiar, em honra daquele abençoado Dia e em gratidão a toda bênção conferida à comunidade do Nome Supremo.

[assina: A Casa Universal de Justiça]

“O sofrimento suportado pelos � éis no Irã, especialmente nas décadas desde que começou a mais recente onda de

perseguição, estimulou seus irmãos e irmãs de outros países a se levantar em sua defesa.”

“Estamos satisfeitos não somente com a reação da própria juventude, mas também pelas expressões de apoio

externadas por seus companheiros de crença que reconhecem como os seguidores mais jovens de Bahá’u’lláh agem como um

estímulo vital para todo o corpo da Causa.”

Notícias Nacionais

Assembleia Nacional é eleita durante 53ª Convenção Nacional

A 53ª edição anual da Convenção Nacional dos Bahá’ís do Brasil aconteceu entre os dias 24 e 26 de maio, no Centro Educacional Soltaniéh, em Mogi Mirim (SP). Nas eleições bahá’ís, cada delegado vota de acordo com a sua consciência, e busca inspiração divina para selecionar os membros

mais aptos a contribuir para nos processos administrativos de toda a comunidade bahá’í nacional pelo período de um ano. O sistema bahá’í de administração é fundamentado na consulta, em que o interesse coletivo prevalesce sobre os interesses individuais.

Segundo o Guardião da Fé Bahá’í, Shoghi E� endi, a Convenção Nacional é um ambiente único, pois permite “uma consulta completa, franca e desimpedida” entre a Assembleia Nacional – autoridade bahá’í suprema do país, responsável pela administração dos assuntos da Fé Bahá’í em âmbito nacional – e os delegados, � eis depositários da con� ança da população do agrupamento que representam para tratar de assuntos complexos abordados naquela importante ocasião. Os principais quesitos levados em consideração são: a diversidade, o equilíbrio, a experiência em assuntos comunitários e a maturidade espiritual dos indivíduos. Todos os bahá’ís maiores de 21 anos com plenos direitos administrativos que residam no país são elegíveis.

Durante a Convenção, aconteceram orações, meditações e consultas sobre temas importantes para a sociedade brasileira e o desenvolvimento da Fé Bahá’í no país. Além disso, realizou-se também a eleição dos nove membros da Assembléia Espiritual Nacional para o ano administrativo 170 da Era Bahá’í.

A primeira reunião plenária desta Assembleia aconteceu entre os dias 7 e 9 de junho de 2013, quando as funções especí� cas a serem exercidas pelos o� ciais foram de� nidas. Foram designados como Coordenadora a Sra. Heather May McLane Marques; Vice-Coordenadora a Sra. Catherine May Monajjem; Secretário Nacional o Sr. Carlos Alberto Silva; Tesoureiro Nacional o Sr. Foad Shaikhzadeh. A função de Secretário Nacional de Ações com a Sociedade e o Governo - SASG continuou a cargo do Sr. Iradj Roberto Eghrari. Devido às demandas do desenvolvimento do Plano de Cinco Anos, a Assembleia Nacional decidiu criar ainda a Secretaria de Acompanhamento do Plano, sendo designada a Sra. Fariba Shaikhzadeh Vahdat para acompanhar seus trabalhos.

Após recente solicitação de afastamento de Neissan Monadjem devido à sua iminente mudança para outro país, os 76 delegados à 53ª Convenção Nacional foram convocados para uma eleição extraordinária de substituição. Em 31 de outubro, após apuração dos votos, com 70 cédulas válidas recebidas, o Corpo de Escrutinadores anunciou a eleição de Feizi Masrour Milani, da comunidade de Salvador (BA). Feizi passa a integrar a Assembleia Nacional até o � nal do ano administrativo bahá’í, em abril de 2014 (Ridván do ano 171 E.B.).

Em mensagem direcionada à comunidade nacional, a Assembleia agradeceu pelos anos de serviço dedicados por Neissan a esta Instituição, “contribuindo para o seu desenvolvimento, sempre com incansável dedicação, elevada devoção, � rmeza, zelo, amor e sacrifício.”

Da esquerda para a direita: Gabriel Marques; Fariba Vahdat; Neissan Monadjen; Liese von Czekus; Catherine Monajjem; Iradj Eghrari; Heather Marques; Carlos Silva; e Foad Shaikhzadeh.

Page 6: Bahá'í brasil 36

6

Nº 36 - Novembro/2013

À amada Casa Universal de Justiça,

Com um profundo amor e reverência a Bahá’u’lláh, a 53ª Convenção Nacional dos Bahá’ís do Brasil foi realizada durante o período de 24 a 26 de maio de 2013, no Centro Educacional Bahá’í Soltanieh, na cidade de Mogi Mirim, São Paulo. O evento foi agraciado pela presença da Conselheira Continental, Sra. Ingrid Conter, de 8 membros da Assembleia Espiritual Nacional, 11 membros do Corpo Auxiliar, 61 de 76 delegados eleitos, incluindo outros amigos da comunidade brasileira, totalizando 97 participantes.

Os delegados foram recepcionados com uma sessão de treinamento que foi marcada pela leitura e consulta da mensagem da Casa Universal de Justiça de 16 de maio de 2013. A riqueza do conteúdo deste documento direcionado ao corpo de delegados nesta ocasião encheu de júbilo e gratidão os corações dos amigos presentes. As consultas sobre os aspectos distintivos do diálogo no mundo bahá’í contribuíram para ampliar as percepções sobre a postura a ser adotada no processo consultivo, gerando um espírito de humildade, amor e união que permearam as interações entre os amigos. Este espírito foi percebido nas contribuições para as consultas da convenção, as quais transcenderam uma tendência histórica de um enfoque excessivo na geração de moções. Em vez disso, a Convenção se transformou em um espaço para trocas de experiências onde a visão dos delegados era ampliada em relação ao processo do Plano em nosso país.

As guias contidas na mensagem do Ridván 170 e no documento preparado pelo Centro Internacional de Ensino, “Percepções das Fronteiras da Aprendizagem”, foram coloridas pelos exemplos vivos apresentados no inspirador vídeo “Fronteiras da Aprendizagem”, que teve destaque especial na programação. Tais relatos fortaleceram a esperança e o entusiasmo dos amigos à medida que as experiências demonstraram que o progresso é mais facilmente alcançado num ambiente imbuído de serviço, perseverança e foco nas Guias do Centro Mundial. O espírito de regozijo que se estabeleceu entre os amigos ao visualizar as conquistas já alcançadas pelos diversos agrupamentos ao redor do globo revigorou as esperanças da comunidade nacional brasileira a avançar ainda mais na direção das fronteiras da aprendizagem. De fato, os relatos acerca da evolução do Plano nas áreas indígenas no País serviram como uma fonte de alegria e júbilo aos amigos presentes, demonstrando a capacidade inerente do povo brasileiro em contribuir para o progresso de sua comunidade.

Em uma atmosfera de sublime espiritualidade foi realizada a eleição dos membros da Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil para o ano 170 E.B. com 100% dos votos enviados e nenhuma cédula anulada. Foram eleitos os seguintes membros: Sr. Foad Shaikhzadeh, Sr. Carlos Alberto Silva, Sr. Antonio Gabriel Marques, Sr. Iradj Roberto Eghrari, Sra. Fariba Shaikhzadeh Vahdat, Sra. Heather Marques, Sra. Catherine Monajjem, Sr. Neissan Monadjem e Sra. Liese Von Czékus.

A divulgação dos nomes em si foi precedida por depoimentos comoventes dos amigos que participaram da 11ª Convenção Internacional, transportando todos os presentes àquele abençoado momento dedicado à eleição da amada Casa Universal de Justiça.

Rogamos as orações do Corpo Supremo para que a Abençoada Beleza cubra de bênçãos a Instituição Nacional e a comunidade brasileira, de modo que possamos realizar nosso verdadeiro potencial.

Com amor,Corpo de Delegados da 53ª Convenção Nacional dos Bahá’ís do Brasil

Notícias Nacionais

Resposta da Casa Universal de Justiça aos Delegados

17 de junho de 2013

À Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil

Ficamos muito felizes em receber a mensagem dos delegados reunidos em sua Convenção Nacional, e que refletiu a atmos-fera espiritual de auspiciosa reunião. O seu país é abençoado com diversas oportunidades para o crescimento da comunida-de do Máximo Nome e por intensificar a capacidade de suas re-ceptivas populações em aplicar os Ensinamentos de Bahá’u’llah na vida da sociedade. Que as percepções alcançadas por meio das deliberações centradas dos delegados sejam propagadas por todo o Brasil, dando um maior impulso ao progresso de um número crescente de agrupamentos ao longo do continuum de desenvolvimento. Para tal, ofereceremos nossas súplicas nos Santuários Sagrados.

[Assina: A Casa Universal de Justiça]

Carta dos Delegados da Convenção Nacional à Casa Universal de Justiça

Page 7: Bahá'í brasil 36

7

BAHÁ’Í BRASIL

Re� etindo sobre as mudanças

Em meados deste ano, o Brasil foi tomado por uma série de manifestações que se espalharam pelo país, trazendo para a pauta diversas demandas popula-res. Diante disto, a Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil emitiu, em 19 de junho, uma mensagem que traz uma importante re� exão acerca do papel dos bahá’ís na transformação da sociedade.

Um ponto de vista bahá’í sobre as manifestações sociais em nosso país

A jovem democracia brasileira vem testemunhando, ao longo das sema-nas recentes, uma série de manifestações públicas, realizadas tanto nas capitais como no interior do país. Nelas, grandes números de cidadãos

e cidadãs têm tomado as ruas para demonstrar sua indignação diante das dis-paridades e injustiças que cercam suas vidas. A luta por direitos e por qualida-de de vida tem atraído indivíduos e grupos de diferentes origens e convicções, unidos em torno de um objetivo comum: promover mudanças para a melhora da sociedade.

Contudo, os pontos de partida de cada uma dessas pessoas diferem. Pessoas com opiniões muitas vezes con� itantes encontram-se nas ruas, empunhan-do bandeiras e bradando palavras de ordem que vão desde o desejo puro e simples de sentir-se parte de um processo que reverbera nacional e interna-cionalmente até a defesa de agendas partidárias. De um real engajamento, passando pela ingenuidade e podendo chegar à manipulação, a linha tênue que separa os diferentes per� s de manifestantes, por vezes, sobrepõe-se às suas reais crenças e intenções.

Vivemos um período histórico em que testemunhamos a desintegração de tudo aquilo que não atende mais às aspirações de uma sociedade em nítida transformação. Vivemos a falência de instituições há muito estabelecidas, a impotência de lideranças políticas diante das fraturas que se apresentam na estrutura da sociedade, o desmantelamento de determinados padrões sociais, entre outros elementos que apresentam efeitos deveras devastadores sobre todo o tecido social e político.

Essas forças desintegradoras tendem a remover, como a� rma Shoghi E� endi, as barreiras que bloqueiam o progresso da humanidade, abrindo espaço para um outro processo que ocorre simultaneamente, tanto em nosso país como em todos os outros cantos do mundo: a integração de forças que reorganiza-rão completamente todas as questões humanas, inaugurando uma era de paz universal. O esforço central de cada bahá’í, seja individual ou coletivo, deve se alinhar às ações que caracterizam esse segundo processo.

Não obstante, ao se dirigir aos bahá’ís do Irã em 23 de junho de 2009, quando a sociedade iraniana efervescia em protestos por liberdades democráticas, a Casa Universal de Justiça, Corpo Supremo da comunidade bahá’í no mundo, a� rmava: “vocês não podem permanecer alheios e insensíveis ao sofrimento de seu povo”. Ao mesmo tempo, porém, aquilo que vemos como um aspecto de nosso envolvimento na vida da sociedade e de nossa contribuição por mu-danças não pode contradizer nossos pontos de vista e atuação em outras are-nas. Não é possível, por exemplo, estabelecer padrões de pensamento e ação que deem expressão ao princípio da unicidade dentro de uma comunidade e, em outro contexto, engajar-se em atividades que, independentemente de sua dimensão, reforcem um conjunto completamente diferente de pressupostos sobre a vida social. Neste cenário, não há lugar para que nós bahá’ís nos envol-vamos em ações de cunho partidário ou que se caracterizam primordialmente por críticas diretas a governantes ou partidos políticos.

É neste sentido que cada indivíduo bahá’í é convidado a ponderar a sua parti-cipação ou não nas manifestações que vem sendo realizadas em nosso país. O aumento da consciência coletiva e o desejo de promover mudanças por meio da participação nas manifestações populares devem ser vistos como apenas parte de uma caminhada que levará décadas – senão séculos – para atingir seus objetivos. É a ação consistente e baseada em princípios incorruptíveis que nos proporciona a capacidade de analisar cada situação e adotar o rumo mais adequado.

O senso de propósito que nos une na Comunidade Bahá’í é o de que os movi-mentos de transformação que darão lugar a uma nova civilização dependem de nossa con� ança e dedicação ao estabelecimento da unidade, a qual certa-mente será alcançada mais rapidamente por meio de atitudes de construção de uma nova sociedade, de uma nova juventude – uma juventude, conforme a� rma a Casa Universal de Justiça, “...cuja consciência das falhas da sociedade os impele para o trabalho em prol de sua transformação, não para seu distan-ciamento dela; jovens que, a qualquer custo, recusar-se-ão a cometer iniquida-de em suas muitas manifestações e, em vez disso, trabalharão para que ‘a luz da justiça possa irradiar-se sobre o mundo todo’”.

Page 8: Bahá'í brasil 36

8

Nº 36 - Novembro/2013

Avanços da Comunidade Bahá’í brasileira rumo ao ponto mediano do Plano de Cinco Anos

Dois anos e meio após a inauguração do Plano de Cinco Anos no Brasil, alguns dos aspectos no avanço do Plano que mais se destacam são o crescimento e a consolidação de estruturas nos diferentes níveis –

local, regional e nacional - e a conscientização por parte de todos que estão à frente das atividades em relação aos requisitos essenciais para um cresci-mento sustentável da Causa. Muitos têm sido os ambientes utilizados para amplo estudo das mensagens da Casa Universal de Justiça e de documentos lançados pelo Centro Mundial, seguido de re� exão, consulta, planejamento e execução de ações em todas as regiões do país, visando ampliar e fortalecer as bases da Causa.

É evidente que, em todo o mundo bahá’í, ocorre o fortalecimento de uma nova cultura “na qual a aprendizagem é o modo de funcionamento”. O Brasil tem avançado na sistematização de tal “cultura de aprendizagem”, esforçando--se cada vez mais para estabelecer um “esquema completo de coordenação” por parte de todos aqueles que estão na vanguarda do crescimento.

Para que este esquema possa ser fortalecido, reuniões institucionais vem sen-do realizadas em diferentes níveis em cada área de Conselho Regional Bahá’í. A cada seis meses acontece uma reunião institucional abrangente, da qual parti-cipam um dos Conselheiros residentes no país, representantes da Assembleia Espiritual Nacional, membros do Conselho Bahá’í, seus secretários - executi-vos e adjuntos – membros da Coordenação Regional de Instituto ¹, os membros do Corpo Auxiliar que atuam na região e coordenadores regionais de instituto. Neste fó-rum é analisada a situação da Fé na região, como está o acompanhamento do progresso de cada agrupamento, dentre outros detalhes sobre o avanço do Plano. Tudo isso em meio a releitura constante das guias recebidas acerca de cada assunto. O resultado prático destas reu-niões tem sido um rápido aumento da compreensão sobre os diferentes processos em andamento, a estrei-ta colaboração entre as instituições e agências, o sen-so de trabalho coletivo, maior entusiasmo e alegria no servir. Emerge em nossa comunidade uma leitura mais apurada da realidade dos agrupamentos e da realida-de regional, maior prática da consulta e re� exão sobre ações planejadas e executadas, gerando a aprendiza-gem necessária para se avançar mais rapidamente em outros agrupamentos, com a transferência e aplicação do aprendizado acumulado.

Alguns novos elementos têm surgido ao longo do corrente Plano de Cinco Anos. Dentre eles está o esquema regional de coordenação, ou equipes regio-nais, cada qual composta por um membro do Corpo Auxiliar, da coordenação regional executiva do Instituto e da secretaria executiva ou adjunta do Con-selho Regional. Cada equipe regional tem procurado se encontrar com fre-quência, consultando para traçar ações objetivas num determinado período. Também têm ocorrido encontros das equipes regionais de cada região, num esforço de fortalecer o esquema completo de coordenação. Estas equipes não são um novo elemento na administração da Fé: funcionam no sentido de me-lhorar a execução das ações de cada integrante, sem fragmentação. À medida que as ações avançam nesta direção, novos desa� os têm surgido, como a es-truturação de um esquema de coordenação no nível do agrupamento, am-pliando assim a complexidade do esquema de coordenação como um todo.

Da meta global de levar 5.000 agrupamentos a avançar “em qualquer nível de intensidade”, a comunidade bahá’í brasileira se comprometeu em garantir que mais de uma centena de agrupamentos estejam em algum nível de intensi-dade participando de um programa de crescimento², em adição aos 51 que já haviam lançado o Programa Intensivo de Crescimento – PIC no Plano anterior. Os seis Conselhos Bahá’ís já de� niram e consolidaram suas metas. Um desta-que é que, do total de agrupamentos sendo trabalhados no Brasil, três estão em áreas indígenas, sendo eles o Kiriri, no interior da Bahia; o Kariri-Xocó, no interior do estado de Alagoas, e o Mundurucu, no Amazonas. Atividades sis-temáticas estão sendo realizadas nestas áreas para que esses agrupamentos alcancem um programa de crescimento.

Uma estratégia de� nida para a expansão da Fé no país tem sido focar no for-talecimento do programa de pré-jovens, identi� cado como um catalisador do crescimento que impacta o progresso de outras atividades centrais, como as aulas bahá’ís para crianças e os círculos de estudo. A receptividade da popu-lação pré-jovem tem sido evidente. Vinte e três agrupamentos estão sendo capacitados para receberem um forte ímpeto de crescimento, a partir desse programa. Espera-se que este conjunto de agrupamentos alcance novas fron-teiras de aprendizagem e consiga ultrapassar a marca de mais de 100 ativida-des centrais acontecendo, contemplando entre mil e dois mil participantes. A meta é de envolver entre trezentos e mil pré-jovens no programa. Para al-cançar essa meta será necessário levantar e capacitar recursos humanos que possam servir como animadores dos grupos de pré-jovens, um desa� o que está diante dos Institutos. Destes 23 agrupamentos, 11 estão sendo acompa-nhados, capacitados e orientados pelo Centro de Aprendizagem do Programa que funciona no Agrupamento Portal da Glória.

Os aprendizados gerados durante os últimos dois anos auxiliaram a comunidade a melhor compreender a dinâmica do trabalho com vizinhanças. Mais de 30 agru-pamentos identi� caram as vizinhanças nas quais serão intensi� cadas as atividades, muitas das quais contam com uma equipe que inclui um integrante do Comitê de Ensino de Área, a coor-denação de programas do Instituto e um membro do Corpo Auxiliar. Alguns inte-grantes atuam em tempo integral, como por exemplo,

Plano de Cinco Anos

Grupo de pré-jovens em Canoas - RS participa de atividade de lazer saudável.

Em Maceió - AL, crianças participam de aula de educação espiritual.

1 - As Coordenações Regionais do Instituto são responsáveis pelas atividades de capacitação continuada baseadas na sequência de livros e metodologias do Instituto Ruhi de Capacitação. Saiba mais em ruhi.org.

2 - O programa de crescimento consiste no fortalecimento das atividades realizadas em mua região, com o aumento da qualidade e do número de pessoas envolvidas nas atividades comuni-tárias e de ação social.

Page 9: Bahá'í brasil 36

9

BAHÁ’Í BRASIL

nos agrupamentos Falcão Real (DF), Portal da Glória (RS) Cidade da Bahia (BA), Luz Verde (AM), Iranduba (AM), dentre outros.

O processo de Instituto, considerado o motor do crescimento, vem ganhando ímpeto no país, sendo fortalecido no âmbito regional e de agrupamento. O número de coordenadores regionais executivos e de agrupamento tem aumentado para responder ao acompanha-mento das crescentes atividades. Em alguns agrupamentos, têm sido necessário designar coordenadores para cada um dos programas do Instituto – aulas para crianças, grupos de pré-jovens e círculo de estudo, este último focado no envolvimento de um número cada vez maior de indivíduos no estudo de toda a sequência dos materiais, desde o livro 1 até o 8. Seminários de Instituto acontecem em diferentes regiões do país, voltados, principalmente, para desenvolver as habilidades necessárias para encontrar e estimular jovens em bairros, escolas e outras instituições sociais que desejem trabalhar com pré-jovens. Com isto, o nú-mero de animadores de grupos de pré-jovens aumentou, resultando em mais de mil pes-soas que concluíram o Livro 5 no país até o momento. Cerca de 300 grupos de pré-jovens atendem aproximadamente três mil participantes em todo o Brasil, dos quais mais de dois mil são simpatizantes da Fé. Com a realização das duas conferências de juventude em ter-ritório brasileiro no mês de julho desse ano, uma legião de jovens sentiu-se atraída a se en-volver com o programa de pré-jovens. Com relação às demais atividades centrais, em maio de 2013 havia 146 aulas bahá’ís para crianças, com 1145 participantes; 285 reuniões devo-

cionais envolvendo 1720 participantes; e 250 cír-culos de estudo com 678 participantes. Ao longo do corrente Plano, cerca de 200 indivíduos se de-claram bahá’ís em decor-rência natural de seu en-volvimento em atividades bahá’ís.

Para alcançar a meta do progresso de mais de uma centena de agrupamen-tos incipientes onde não há qualquer atividade ou

onde exista um núcleo de pessoas conduzindo as atividades centrais, um desa� o é levantar um grande número de pioneiros de frente interna para se estabelecerem nesses agrupamentos para ajudar a co-munidade local a se capacitar para promover o seu próprio desenvolvimento. Para isto, no corrente Plano, as Instituições estão empenhadas em estabelecer uma cultura de pionei-rismo no país que inclui um programa para jovens em ano de serviço. Cerca de 50 amigos já responderam ao chamado e se levantaram para ocupar postos de pioneirismo, tanto de frente interna como internacional. Cidades como João Pessoa (PB), Fortaleza (CE), Petrolina (PE), Campina Grande (PB), Barra do Garças (MT), Campo Grande (MS), Presidente Figueire-do (AM) e Rio de Janeiro (R)J, dentre outras, receberam pioneiros. No campo do pioneirismo internacional a Comunidade Bahá’í Brasileira tem dado um grande apoio à nossa comuni-dade irmã do Chile, enviando vários pioneiros de curta e longa duração.

Esforços têm sido feitos no sentido de aperfeiçoar a capacidade administrativa das Institui-ções, desde o nível local ao nacional, com foco em desenvolver capacidades e equipá-las para poderem melhor desempenhar suas funções e dar agilidade ao � uxo de informação, de guias e de fundos. Ênfase tem sido dada às áreas de secretariado e tesouraria, buscando aumen-tar gradativamente a e� ciência e responder às crescentes demandas naturais do desenvolvi-mento da Causa. No âmbito dos Conselhos Regionais, a demanda crescente do trabalho de ensino e consolidação exigiu a nomeação de secretários adjuntos que, ao lado dos secretários executivos, atuam em tempo integral ou parcial, além de contarem com os serviço de um assistente administrativo/� nanceiro. Tais arranjos têm garantido visitas mais frequentes aos agrupamentos de modo a acompanhar o desenvolvimento dos Comitês de Ensino de Área, o fortalecimento das Assembleias Locais e o desenvolvimento das atividades. No nível nacio-nal, a Assembleia Nacional criou a Secretaria de Acompanhamento do Plano, que trabalha em estreita relação com os Conselhos Regionais e o Departamento de Estatística, que deverá aperfeiçoar o sistema de coleta e análise de dados e garantir uma atualização mais frequente do programa de relatórios estatísticos (SRP - População e SRP - Instituto).

Os Conselhos Bahá’ís têm dado crescente atenção ao fortalecimento das 85 Assembleias Espirituais Locais atualmente existentes. Para isso tem realizado visitas e seminários para capacitá-las no desempenho de suas sagradas funções. No centro de tal atenção tem esta-do o trabalho de auxiliar as Assembleias Locais a fomentarem uma vida comunitária bahá’í vibrante e a alcançarem um maior entendimento de seu papel com relação ao Plano de Cinco Anos.

Mensagem da AEN por ocasião do Naw-Rúz 170

21 de março de 2013

AosParticipantes da Celebração do Ano Novo Bahá’í

Amigos ternamente amados,

Com os corações plenos de extasiante alegria e amor, felicitamos a todos pela passagem do Ano Novo Bahá’í. Da mesma forma que na natureza tudo passa por mudanças e renovações cíclicas, a entrada em um novo ano representa, conforme disse ‘Abdu’l-Bahá “uma renovação espiritual e motivo de alegria e felicidade”. Esta renovação foi reforçada pelo abençoado período do jejum bahá’í que antecede a este Dia Sagrado. É nossa mais fervorosa esperança que todos estejam se sentindo revigorados, felizes e com energia para adentrar um novo ano para grandes realizações e conquistas.

A Casa Universal de Justiça, numa mensagem de Naw-Rúz, transmitiu o seguinte aos bahá’ís no Irã: “Assim como o advento da primavera confere nova vida e frescor ao mundo da natureza, nesta nova era do espírito os raios da luz divina também resplandecem sobre os corações imaculados e as brisas celestiais sopram sobre o jardim da realidade íntima das almas iluminadas, despertando e iluminando as pessoas de discernimento e boa vontade. Agora que vocês receberam uma porção abundante das graças espirituais dos dias do Jejum e mais do que nunca se inebriaram com o vinho do amor de Deus, nossa esperança é que nestes abençoados dias ... vocês estarão aptos a adquirir ânimo da mensagem de júbilo e dos doces sabores de esperança trazidos pelo Naw-Rúz e deles obter força renovada.”

Nesta ocasião especial, a Assembleia Espiritual Nacional aproveita para expressar sua profunda gratidão pelos esforços que todos os amigos estão fazendo para o progresso da Causa de Deus em todas as regiões do país, ao se dedicarem, conforme disse a Casa de Justiça, “no atual padrão de atividade que se desdobra no mundo todo, propagado por jovens e idosos, por veteranos e recém-declarados, trabalhando lado a lado”, dando apoio ao processo de construção de comunidades e das estruturas da Ordem Administrativa Bahá’í, cientes que estão inseridos numa missão de natureza divina e contribuindo “para o avanço da civilização”. Quando olhamos para todos aqueles que estão se dedicando como atores deste elevado propósito, recordamos as inspiradoras palavras de Bahá’u’lláh indicando que são: “... as estrelas do céu da compreensão, a brisa que sopra ao romper do dia, as águas que � uem suavemente, das quais há de depender a própria vida de todos os homens, as letras inscritas em Seu sagrado pergaminho.” Nossos corações devem se sentir repletos de júbilo por tão gloriosa posição.

Desejamos a todos, um Ano Novo repleto de felicidade e que mediante as con� rmações e bênçãos divinas, seja marcado pelo esplendor da luz da unidade, pelos laços de amizade iniciados e fortalecidos, que as esperanças sejam renovadas e que todos sejam protegidos por Aquele que é o Todo Poderoso. [Assina: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil]

Pré-jovens auxiliam turma de educação espiritual para crianças em Bauru - SP

Page 10: Bahá'í brasil 36

10

Nº 36 - Novembro/2013

No início deste ano a Casa Universal de Justiça, órgão máximo da Fé Bahá’í, convidou comunidades de todo o mundo a organizarem 114 Conferências de Juventude destinadas a jovens de 15 a 30 anos, a se-

rem realizadas entre os meses de julho e outubro de 2013. O principal objetivo é promover o entendimento sobre a contribuição dos jovens para a constru-ção de uma nova realidade social.

No Brasil aconteceram duas Conferências: a de Brasília (DF) reuniu mais de 7 00 jovens entre os dias 19 e 21 de julho; a de Canoas (RS) contou com mais de 300 participantes entre 26 e 28 de julho. Nesse período, os jovens puderam re� etir sobre diversas temáticas, entre elas, as forças que contribuem ou limitam seu desenvolvimento espiritual e social, a realidade que os cerca, como podem interagir com o mundo, além da responsabilidade no direcionamento dos pré--jovens (10 a 14 anos), que os têm como exemplo.

Entre as várias re� exões resultantes das conferências, os jovens concluiram que o serviço à humanidade não é uma ação isolada, mas sim uma postura de vida que deve estar presente na vida em família, no trabalho, nos estudos e na vida social dos jovens. O apoio mútuo e o fortalecimento das verdadeiras ami-zades também devem permear todas essas dimensões para que exista uma coerência entre convicções e ações. Assim, os jovens desta geração poderão levar adiante a grandiosa tarefa que lhes é conferida: desencadear um grande processo de transformação social que começa dentro da própria comunidade e se multiplica pelo mundo.

“Eu con� o nos jovens”, diz Mateus, 26, de Blumenau (SC). “A gente tem um amadurecimento até mais precoce do que outras gerações para assumir as responsabilidades para transformar a sociedade. Um tempo atrás, por mais que os jovens começassem a trabalhar e assumissem responsabilidades fami-liares mais cedo, o ato de pensar na sociedade talvez surgisse mais tarde na vida. Hoje, nós jovens já pensamos nesses dois aspectos de forma conjunta. As demandas da juventude de hoje e os desa� os que ela está enfrentando são diferentes dos das gerações passadas. Nossa geração tem a maturidade para solucionar os problemas de hoje”.

Quando as dimensões espiritual e material estão conectadas, o jovem é ca-paz de direcionar os esforços de seu trabalho em ações que também ajudam a melhorar as condições de vida dos outros, como percebeu a jovem Anísa, 26, de Brasília. “Precisamos enxergar a vida como um todo. Quando comecei a estudar psicologia percebi o quanto o estudo me quali� cou para o serviço e o quanto minha experiência prática me ajudava a entender os conceitos que eu aprendia”, a� rma.

Outro aprendizado importante foi o de que para tornar um agrupamento uma comunidade vibrante, todos os protagonistas do processo de transformação da sociedade precisam trabalhar juntos pelo desenvolvimento material e es-piritual daquele lugar. Quando os indivíduos, a comunidade e as instituições que servem a um agrupamento concentram seus esforços na promoção do bem-estar coletivo, inicia-se um processo de transformação social. As confe-rências auxiliaram os jovens a descobrir ferramentas poderosas para dar ím-peto a essas mudanças, tais como o serviço coletivo, a fé na ajuda divina e o aprendizado conjunto sobre os potenciais e as necessidades de suas comuni-dades. Agregadas às amizades, essas ferramentas os ajudam a se tornarem os verdadeiros protagonistas da transformação social.

“Estamos reunidos em um só propósito”, a� rma Luane, 21, vinda da capital amapaense, Macapá (Agrupamento Açaí). “Fizemos amizades verdadeiras que vão � car para sempre. Com essa Conferência a gente achou força para seguir em frente”. A amiga Kamily, 27, também de Macapá, falou da emoção de parti-cipar desse momento tão importante. “Eu senti uma energia superior aqui. Sei que vou me lembrar desses dias para sempre. Por isso eu pretendo estar mais próxima aos jovens e ajudá-los a desenvolver suas capacidades”.

“Precisamos promover o amor e a justiça para transformar a sociedade”, acre-dita Felipe, 26, de Canoas (RS). “Quando você enxerga o mundo todo sem dis-tinção de países ou pessoas, você percebe que somos todos iguais e as várias culturas são um elemento de diversidade para o desenvolvimento” Outra for-ma de contribuição que o jovem pode oferecer para fortalecer o processo de integração é aprender a identi� car suas habilidades para entender como aju-dar a sociedade, principalmente para escolher uma pro� ssão. “Na dúvida faça algo que poderá ser aproveitado pela humanidade e lembre que a sua postura dentro do trabalho também pode in� uenciar todo o ambiente”, conclui.

Brasil realiza Conferências de Juventude

Canoas: Jovens do Rio Grande do Sul em momento de entusiasmo.

diferentes dos das gerações passadas. Nossa geração tem a maturidade para

Brasília: Dinâmica com jovens do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul demonstra a importância do apoio mútuo para superar obstáculos.

Canoas: Jovens de Santa Catarina re� etem sobre as forças construtivas e destrutivas presentes na sociedade.

Brasília: Apresentação do grupo indígena das etnias Kariri Xocó, Kiriri e Mundurucu, vindos dos estado da Bahia, Alagoas e Amazonas.

Os jovens como verdadeiros protagonisas da transformção social

Page 11: Bahá'í brasil 36

11

BAHÁ’Í BRASIL

Amigos ternamente amados,

Quando a excelsa � gura do Báb, com apenas vinte e cinco anos de idade, levantou-Se para dar Sua mensagem revolucionária ao mundo, muitos

dos que aceitaram e divulgaram Seus ensinamentos eram jovens, até mesmo mais jovens que o próprio Báb. O heroísmo de todos, imortalizado em toda a sua fasci-nante intensidade em Os Rompedores da Alvorada, ilu-minará os anais da história humana durante séculos por vir. Assim começa um padrão no qual toda geração de jovens que obteve inspiração do mesmo impulso divino para criar um novo mundo aproveitou a oportunidade de contribuir para o estágio mais avançado do processo de desenvolvimento que haverá de transformar a vida do gênero humano. Este é um padrão que não sofreu inter-rupção desde o tempo do Báb até o presente momento.

O empenho e o sacrifício de toda uma vida dos seus an-tepassados espirituais muito � zeram para estabelecer a Fé em diversas terras e para apressar o aparecimento de uma comunidade global que tem propósito. Embora as tarefas que se estendem perante vocês não sejam as mesmas deles, as responsabilidades com as quais vocês estão incumbidos não são menos vitais. Depois de mui-tas décadas, os trabalhos de abrangência mundial desta vasta comunidade em alcançar um entendimento mais adequado da Revelação de Bahá’u’lláh e aplicar os prin-cípios que ela entesoura culminaram na emergência de um potente arcabouço estrutural para ação, aprimorado pela experiência. Vocês são afortunados por estarem familiarizados com seus métodos e abordagens, agora tão bem estabelecidos. Com perseverança em sua im-plementação, muitos de vocês já devem ter visto por si próprios os sinais do poder da edi� cação social dos en-sinamentos divinos. Na conferência da qual participam, vocês são convidados a considerar a contribuição que pode ser feita por todo jovem que deseja responder ao chamado de Bahá’u’lláh e ajudar a liberar esse poder. Para apoiá-los, foram identi� cados vários temas para vo-cês explorarem, começando com um olhar sobre o atual período de suas vidas.

Dezenas de milhares de pessoas, que têm muito em co-mum, irão se reunir no mundo todo em numerosas con-ferências de juventude com o mesmo objetivo. Embora suas realidades sejam moldadas por uma ampla diversi-dade de circunstâncias, o desejo de criar uma mudança construtiva e uma capacidade de serviço signi� cativo – ambas características do seu período de vida – não se li-mita a qualquer raça ou nacionalidade, nem depende de meios materiais. Esse brilhante período da juventude do qual vocês participam é vivenciado por todos – mas ele é curto e é a� igido por numerosas forças sociais. Quão im-portante é, então, esforçar-se por estar entre aqueles que, nas palavras de ‘Abdu’l-Bahá, “colheram o fruto da vida”.

Com isso em mente, estamos encantados em saber que tantos de vocês já estão empenhados no serviço ao con-duzir atividades de construção de comunidades, bem como organizando, coordenando ou administrando os esforços de outros; em todos esses empreendimentos, vocês estão aceitando um crescente nível de responsa-bilidade sobre seus ombros. Não é de surpreender que o seu grupo etário esteja ganhando a maior experiên-

cia em ajudar os pré-jovens e também as crianças em seu desenvolvimento espiritual e moral, fomentando neles a capacidade para serviço coletivo e verdadeira amizade. A� nal, cientes do mundo que essas almas jo-vens precisarão trilhar, com suas armadilhas e também suas oportunidades, vocês prontamente perceberão a importância do fortalecimento e preparação espiritu-al. Conscientes como vocês são de que Bahá’u’lláh veio para transformar tanto a vida interior como as condições externas da humanidade, vocês estão ajudando aqueles mais jovens que vocês próprios a re� nar seu caráter e se preparar para assumir a responsabilidade pelo bem--estar de suas comunidades. Conforme eles adentram na adolescência, vocês estão lhes ajudando a aumentar seu poder de expressão, bem como possibilitando que ne-les se desenvolvam as raízes de uma forte sensibilidade moral. Ao fazer isso, seu próprio senso de propósito está se tornando mais claramente de� nido, enquanto vocês dão atenção à injunção de Bahá’u’lláh: “Sejam atos, e não palavras, vosso adorno”.

Seguir o caminho do serviço, qualquer que seja a forma de atividade, requer fé e tenacidade. Em relação a isso, o benefício de trilhar o caminho em companhia de outros é imenso. Companheirismo amoroso, encorajamento mútuo e disposição para aprender juntos são proprieda-des naturais de todo grupo de jovens que se esforça sin-ceramente para o mesmo � m e deve também caracteri-zar aqueles relacionamentos essenciais que aglutinam os componentes da sociedade. Por esse motivo, esperamos que os laços que vocês desenvolverem através da asso-ciação com outros participantes da conferência sejam duradouros. De fato, muito depois do término das reu-niões, muitos desses laços de amizade e de vocação em comum ajudarão a lhes dar � rmeza.

As possibilidades apresentadas pela ação coletiva são especialmente evidentes no trabalho da construção de comunidades, um processo que está ganhando impulso em muitos agrupamentos, vizinhanças e povoados no mundo todo, os quais se tornaram centros de intensa atividade. Os jovens frequentemente se encontram na vanguarda do trabalho nesses ambientes – não somente jovens bahá’ís, mas aqueles de pensamento em comum que podem perceber os efeitos positivos daquilo que os bahá’ís iniciaram e captar a visão subjacente de unidade e transformação espiritual. Em tais lugares, o imperativo de compartilhar a Revelação de Bahá’u’lláh com corações

receptivos e explorar as implicações de Sua mensagem para o mundo de hoje é profundamente sentido. Quan-do uma grande parte da sociedade convida à passivida-de e apatia, ou pior, encoraja comportamentos prejudi-ciais ao próprio indivíduo e aos outros, é oferecido um evidente contraste por aqueles que estão aumentando a capacidade da população em cultivar e manter um pa-drão de vida comunitária espiritualmente enriquecedor.

No entanto, embora muitos admirem o dinamismo e o idealismo da juventude, a verdadeira importância desses esforços é menos aparente ao mundo em geral. Porém, vocês estão cientes de seu papel num poderoso proces-so transformador que, no devido tempo, resultará numa civilização global que re� etirá a unicidade do gênero humano. Vocês bem sabem que os hábitos mentais e espirituais que estão cultivando em si próprios e nos ou-tros permanecerão e in� uenciarão decisões importantes relacionadas a casamento, família, estudo, trabalho e até mesmo onde morar. A consciência deste contexto amplo ajuda a romper as lentes que distorcem a visão onde as provações, di� culdades, reveses e desentendimentos do dia a dia podem parecer insuperáveis. E nos esforços comuns ao crescimento espiritual de cada indivíduo, a vontade requerida para progredir é mais facilmente con-vocada quando as energias de cada um são canalizadas em prol de um objetivo mais elevado – ainda mais quan-do se pertence a uma comunidade unida nesse objetivo.

Todos esses pensamentos são aberturas para uma con-versação inclusiva e em constante expansão que se estenderá pelas conferências e muito além delas, en-quanto vocês engajam muitos outros indivíduos em importantes discussões que elevam o coração e desper-tam a mente para todas as possibilidades. Basear-se nas suas experiências coletivas enriquecerá ainda mais suas deliberações. Nesse período auspicioso, nossos corações estarão com vocês e, ao término de cada conferência, observaremos ansiosamente aquilo que se seguirá. Para cada reunião, estaremos suplicando ao Todo-Poderoso que conceda aos seus participantes uma medida de Sua in� nita graça e, conforme o sabem, o auxílio divino é pro-metido a todos aqueles que se levantam para servir ao gênero humano em resposta ao chamado galvanizante de Bahá’u’lláh.

[assina: A Casa Universal de Justiça]

Con� ra abaixo a carta da Casa Universal de Justiça aos participantes das 114 Conferências de Juventude por todo o mundo

1º de julho de 2013

Page 12: Bahá'í brasil 36

12

Nº 36 - Novembro/2013

Compromisso com o desenvolvimento dos pré-jovens

Durante as consultas que aconteceram nas Conferências de Juventude, os participantes concluíram que a melhor forma de contribuir com a forma-ção do caráter das novas gerações é a dedicação ao Programa de Empode-

ramento de Pré-jovens. “Quando você olha os livros do Instituto Ruhí de Capacita-ção, você percebe que não está salvando os pré-jovens, mas sim os empoderando”, destacou Guilherme, 28, de Bauru, SP, que está em processo de capacitação para atuar como animador de um Grupo de Pré-Jovens.

O Instituto é um processo sistemático que prepara a juventude para atuar de for-ma positiva para o desenvolvimento moral, intelectual e espiritual dos pré-jovens, ajudando-os a se identi� carem como atores importantes na construção de uma nova sociedade. Bruna Inuma iniciou essa formação aos 14 anos e hoje, aos 18, é coordenara de Pré-Jovens da Comunidade de Iranduba, Amazonas. A região con-ta atualmente com 12 grupos que atendem a 115 adolescentes entre 11 e 15 anos, com o apoio dedicado de 15 animadores.

“O que me motivou foi o desejo de servir a minha comunidade, de colaborar para uma transformação individual e social”, relata Bruna. “Outra coisa foi acreditar no grande potencial que os pré-jovens têm para serem multiplicadores desse tão gran-dioso serviço. Participei do programa de Aula Bahá’í para Crianças¹, estudei durante três anos no Programa de Pré-Jovens e com 14 anos comecei a estudar a sequência de livros do Instituto Ruhi. Em um ano terminei a sequência e iniciei o meu primeiro Grupo de Pré-Jovens com 10 participantes. A partir daí, não parei mais de ser anima-dora. Cada vez me apaixonava mais com as realizações e resultados de transforma-ção que os pré-jovens tinham por meio do programa”, emociona-se .

As adolescentes Marta Gonçalves e Tainá Araújo, ambas de 12 anos e residentes de Iranduba (AM), também compartilham desta visão. “O que aprendi participando desse grupo é de grande importância para mim. Ser humilde, fazer amizades, fazer

atos de serviços, respeitar a todos, ser uma boa pessoa, mostrar para todos carinho e respeito. Isso é Grupo de Pré-jovens”, a� rma Marta. “Quando eu não participava do grupo de pré-jovens, eu não ajudava minha mãe em casa, batia o pé, � cava com raiva à toa. Depois que comecei a participar do grupo desenvolvi várias quali-dades. Aprendi a ajudar, compartilhar, demostrar carinho… Foi muito importante para mim ter entrado no grupo”, conclui Tainá.

Essa história é compartilhada pelos membros do agrupamento Portal da Glória, que compreende as comunidades de Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia, no Rio Grande do Sul, onde atualmente existem 40 Grupos de Pré-Jovens. Ao todo, 720 pré-jovens e 18 monitores fazem parte do programa naquela região. Lucas Conter, de 21 anos, completou até o quinto curso do Instituto Ruhi e acompanhou animadores mais experientes antes de assumir o� cialmente a função. “Atuo como animador desde 2009 e agora sirvo também como coordenador do Programa de Pré-Jovens. Posso dizer que essa é uma experiência maravilhosa de aprendizagem mútua. É uma fase da vida em que muitas mudanças estão ocorrendo, em que perguntas começam a ser feitas, e de um incrível potencial. Com o programa, os pré-jovens têm um espaço onde podem tanto se expressar, como por em prática seus pensamentos para a melhora da sociedade”, conta Lucas.

Após concluir o Programa de Empoderamento Espiritual de Pré-Jovens, Amanda Schirmer decidiu atuar como animadora. “O grupo de pré-jovens era um espaço onde eu e meus amigos tínhamos liberdade para expressar aquilo que sentíamos e pensávamos”, relata Amanda. “Nosso pensamento estava constantemente di-recionado a todas as vitórias e di� culdades que cercam o cotidiano. Ali sempre fomos encorajados a buscar melhores formas de lidar com tais situações, não pen-sando apenas em nós, mas também em todos os que estão a nossa volta. A cada lição, eu sentia que de alguma forma minha compreensão havia se ampliado, pois todos sempre tínhamos algo para compartilhar e enriquecer o estudo”.

Como ato de serviço à comunidade, Grupo de Pré-Jovens pinta bancos da Escola Germano Witrock em Canoas (RS)

1- O programa bahá’i de educação espiritual para crianças atende meninas e meninos de 5 a 10 anos de idade em todo o Brasil.

Page 13: Bahá'í brasil 36

13

BAHÁ’Í BRASIL

A Campanha Cinco Anos - Basta! foi promovida pela Comunidade Internacional Bahá’í, entre 5 e 15 de maio, e seu objetivo foi marcar o aniversário de cinco anos desde a prisão das sete lideranças bahá’ís e pedir sua libertação imediata e de

todos os demais prisioneiros de consciência no Irã. Além do Rio de Janeiro, diversas cidades pelo mundo se uniram aos protestos, como Washington, nos Estados Unidos; Haia, na Holanda; Paris, na França; Londres, no Reino Unido; e Toronto, no Canadá.

O Brasil abriu a campanha no domingo 5 de maio. As areias de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro receberam um banner de 10 X 15 metros com uma imagem criada pelo artista plástico Siron Franco. A obra de arte representa um pássaro e lembra a detenção das sete lideranças bahá’ís, além de centenas de outros prisioneiros de cons-ciência existentes no Irã. Aproximadamente 30 membros da Comunidade Bahá’í do Brasil distribuíram folhetos e conversaram com a população chamando a atenção da comunidade internacional para o tema.

A programação começou às 10h da manhã e contou com a presença da Anistia In-ternacional, representada por seu assessor de política externa e direitos humanos, Dr. Maurício Santoro; da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro, representada por Cláudio José Miranda; da Sociedade Brasileira de Médicos pela Paz, representada por Farhad Shayani; além do babalaô Ivanir dos Santos, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas.

“Anistia Internacional surgiu para defender presos de consciência”, lembrou Maurício. “O caso das lideranças bahá’ís não é uma exceção. Há pelo menos mais 170 bahá’ís presos, além da perseguição a outras minorias. A história dos Direitos Humanos é inse-parável da liberdade religiosa”, enfatizou.

O bahá’í iraniano Ramim Shams contou ao público presente que teve que deixar seu país natal devido às perseguições que sofreu. “Desde 1979 os bahá’ís são perseguidos. Minha casa foi invadida. Meus amigos foram perseguidos. Então, com 17 anos não pude entrar na faculdade por ser bahá’í. Tive que deixar meu país para buscar oportu-

nidades. Por favor se expressem, porque isso pode ajudar as pessoas que são persegui-das no Irã”, pediu emocionado.

Siron Franco não pôde comparecer à manifestação, mas, por telefone, ressaltou a representatividade da imagem. “A situação dos bahá’ís no Irã é muito preocupante. Acredito que os seres humanos devem ser livres como pássaros e esse é o objetivo da minha obra: defender a liberdade desses indivíduos”.

Segundo Mary Aune, representante da Comunidade Bahá’í do Brasil, é preciso aumen-tar o clamor internacional. “Presos de consciência são aqueles perseguidos apenas por acreditar em algo. No caso dos bahá’ís do Irã, por professar uma fé que não é a do Esta-do Iraniano. E é a pressão internacional que pode promover a mudança desse quadro”, a� rmou.

Internacional

Banner de Siron Franco pede liberdade aos prisioneiros bahá’ís no Irã.

Comunidade Bahá’í do Brasil participa da Campanha Cinco Anos – Basta!

Lucas Rodrigo Dos Santos Silva é estudante de Artes Cênicas da Uni-versidade de Brasília (UnB) e tem 19 anos. Nascido no Piauí, passou toda a infância com a família em Timon (MA). De origem evangélica, abraçou a Fé Bahá’í há seis anos, após ter contato com as atividades de transformação social promovi-das em sua vizinhança.

Aos 18 anos, após terminar o en-sino médio, decidiu servir como pioneiro, levando os ensinamen-tos que marcaram sua vida para as cidades de Caldas Novas (GO) e, posteriormente, São Sebastião, nos arredores de Brasília (DF), onde vive atualmente. “É preciso cons-cientizar os brasileiros dos motivos que levaram ao encarceramento das lideranças bahá’ís no Irã”, ressal-ta o jovem estudante.

Aos 23 anos, Nader Shaikhzadeh Vahdat vem de uma família bahá’í e é formando em Administração de Empresas pela Fundação Ar-mando Álvares Penteado de São Paulo. Após voltar de um ano de serviço voluntário nos Lugares Sagrados Bahá’ís na Terra Santa, conheceu mais profundamente o que se passava no Irã. Em 2011 sen-tiu a necessidade de externar suas impressões por meio da poesia.

Nader acredita que é preciso cons-cientizar a sociedade sobre a si-tuação dos bahá’ís no Irã. “Resolvi expressar minhas ansiedades e pensamentos para que outras pes-soas também parem para pensar e re� etir sobre a importância de bus-car soluções, mesmo que indiretas, para a eliminação do preconceito religioso”, a� rma.

Há corações ali

Há corpos sujos no meiosustentando uma mente limpa e regozijante

vertendo em lágrimas as lembrançasHá olhos molhados

que lhes afetam a cada instanteHá sentimentos

por que há corações,e ninguém consegue ouvi-los chorar?

Talvez por que a canção que entoa em seuscorações

seja mais alta que qualquer choro. Há sonhos frustrados

Há sorrisos caladosHá uma voz silenciada

que dentro desses corações tranca� adosHá alegrias violadas e mortas

Há um desejo de liberdadeE há pessoas que esqueceram

onde se pensou que pulsassemNa realidade pulsam almas

tinta vermelha e água

Heróis da Verdade

Brilham os olhos quando eles entram em açãoO sentimento de irmandade � rma em nosso

coraçãoGrita o sentimento de liberdade

Tudo porque o mundo quer esconder a Verdade

Energia e esperança é algo que se espantaO mundo vibra e se encantaCondições de defesa não há

No momento, somente Deus o faráBatalhar por moral e princípiosFocando no direito e na justiça

Que a humanidade deixou de ladoQue tem sido tão falados

Importância alguma é mostrada pelo governoAprisionar e tirar pertences materiais não fará

Deles pessoas piores e � car longe do LugarApenas aumentara a força que a humanidade

Supremodeclara

Unidade na Diversidade é o lemaEliminação de preconceitos é o temaAmar e prosperar é o que queremos

São os bahá’ís do Irã por quem iremosAbra os olhos e venha

Fazer parte desta campanhaDe dignidade e veracidade

aqueles que amam a humanidade

Jovens brasileiros dedicam sua arte aos bahá’ís no IrãAlém da obra de Siron Franco, a Campanha contou também com a exposição de dois poemas escritos por bahá’ís

Page 14: Bahá'í brasil 36

14

Nº 36 - Novembro/2013

Casa de Bahá’u’lláh em Bagdá é destruída

Aos bahá’ís do mundo

Amigos ternamente amados,

Há um século e meio, Bahá’u’lláh partiu de Sua Casa em Bagdá rumo ao jardim de Najíbíyyih, onde Ele pela primeira vez revelaria abertamente Sua missão profética. Ele deixou para trás um edifício de sacralidade

incomparável que O abrigou durante sete anos. Esta residência santi� cada, à qual a Abençoada Beleza nunca mais retornaria, foi por Ele intitulada “A Casa Excelsa”; juntamente com a Casa do Báb em Shiraz, designada como lugar de peregrinação bahá’í; e referida pela Pena Suprema nessas palavras inspirado-ras: Testi� co que és a cena de Sua transcendente glória, Sua santíssima mora-da. De ti emanou o Alento do Todo-Glorioso, um Alento que foi emitido sobre todas as coisas criadas, enchendo de júbilo os peitos dos devotos que habitam nas mansões do Paraíso.

No entanto, em Seu próprio tempo de vida, a Casa de Bagdá foi submetida a maus tratos e a propriedade do edifício foi temporariamente usurpada de Seus seguidores. Bahá’u’lláh predisse, em termos pungentes, a degradação adicional que sobreviria à Sua Casa.

“Não é esta a primeira humilhação in� igida à Minha Casa. Em dias passados, a mão do opressor amontoou sobre ela indignidades. Verdadeiramente, será tão rebaixada nos dias vindouros que fará lágrimas manarem de todos os olhos discernentes. Nós assim te revelamos coisas ocultas além do véu, inescrutáveis a todos, salvo a Deus, o Onipotente, o Todo-Louvado.”

Durante os últimos cento e cinquenta anos, eventos con� rmaram aquilo a que Bahá’u’lláh havia aludido. A Casa de Bagdá foi adquirida para Seu uso cerca de vinte e cinco anos após sua construção, o que se cogita ter ocorrido em 1830. No início dos anos 1900, ela caiu em ruína total. Quando as condições foram propícias, ‘Abdu’l-Bahá providenciou sua completa reconstrução desde suas fundações. Quando a obra estava perto de ser completada, intensi� caram-se os esforços dos opositores da Fé de se apossar do prédio, culminando em uma alegação completamente falsa de direito à propriedade, injustamente endos-sada pelo judiciário. Novamente, a Casa Excelsa foi tomada dos bahá’ís.

Com o passar dos anos, os crentes, sob a direção de Shoghi E� endi, � zeram sucessivas tentativas de reassumir o controle da propriedade. O caso foi � nal-mente assumido pela Liga das Nações, que condenou plenamente a injustiça impingida à comunidade bahá’í; mas nem isso resultou em qualquer repara-ção. No entanto, o con� sco da Casa Abençoada e a reação dos amigos levaram a outro acontecimento signi� cativo, conforme o relato de Shoghi E� endi em A Presença de Deus.

“Basta dizer que — a despeito desses intermináveis atrasos, protestos e subter-fúgios e, apesar do fato de não haverem as autoridades envolvidas executado, evidentemente, as recomendações feitas pelo Conselho da Liga, bem como pela Comissão Permanente de Mandatos — a publicidade obtida para a Fé por meio desse memorável litígio, e a defesa de sua causa — a causa da verdade e da justiça — pelo mais alto tribunal do mundo, foram tais que maravilharam seus amigos e consternaram os inimigos.”

Agora não é ocasião para explorar os detalhes desse “memorável litígio”, no en-tanto, uma extensa descrição foi feita pelo Guardião em seu inigualável relato do primeiro século bahá’í. Apenas acrescentamos que desde aquele tempo, a Casa Excelsa não se encontra em posse dos bahá’ís, tendo, ao invés disso, se tornado uma dotação religiosa xiita.

Devido à situação altamente delicada no Iraque na última tumultuada déca-da, não foi possível aos amigos reivindicarem essa propriedade sagrada. No entanto, as instituições da Fé naquele país e indivíduos bahá’ís permanece-ram vigilantes quanto a quaisquer acontecimentos relacionados à segurança da Casa Excelsa e tomaram todas as medidas que lhes era possível para sua proteção e preservação. Os próprios iraquianos, embora em geral não estives-sem cientes do signi� cado especial com o qual a propriedade foi investida por Bahá’u’lláh, não estavam inconscientes de seu valor histórico e arquitetônico.

Há apenas um ano, o Departamento de Antiguidades publicou no diário o� cial do governo um decreto que visava proteger o prédio contra toda ação que pudesse dani� cá-lo, um decreto investido com a força da lei. De fato, no início dos anos 1980, as autoridades haviam reconhecido a Casa como um re� nado exemplo de arquitetura de período no Iraque, ainda em boas condições, e a haviam designado como patrimônio histórico.

Assim, foi com total espanto e a� ição desoladora que em 26 de junho os bahá’ís de Bagdá descobriram que a “excelsa habitação” de Bahá’u’lláh havia sido praticamente arrasada para dar lugar à construção de uma mesquita. Agora foi con� rmado que o trabalho foi feito sem permissão legal. Soube-se que a destruição da propriedade havia sido planejada há algum tempo, mas a maior parte da ação foi feita em apenas três dias e noites, de 24 a 26 de ju-nho, com o uso de máquinas pesadas. Entendemos que o Departamento de Antiguidades, que anteriormente esteve se preparando para reformar a pro-priedade, já está tomando medidas para determinar precisamente o que levou à demolição, tentar impedir qualquer construção no mesmo local e punir os responsáveis.

No mundo tornaram-se costumeiros golpes de tal severidade impingidos a locais sagrados para provocar uma reação agressiva. Os bahá’ís do Iraque, orientados pela mão da Beleza de Abhá, naturalmente continuarão a ser a in-corporação da bondade e paciência, esperançosos de um � nal justo. Eles não têm nenhuma ilusão em relação à magnitude da perda que, em nome da co-munidade mundial bahá’í e além dela, estão sendo obrigados a suportar. Mas sua avidez por prestar serviço à sua sociedade não será diminuída por esta ca-lamidade, nem estarão menos conscientes da urgente necessidade para que toda a humanidade se familiarize com os ensinamentos de Bahá’u’lláh. Pelo contrário. Para perceber qual o verdadeiro signi� cado da Casa Excelsa – na verdade, para entender melhor o transcendente signi� cado de peregrinação àquele edifício sagrado – só é preciso observar a reação dos seguidores de Bahá’u’lláh em todo o mundo à sua destruição: magnanimidade, serenidade, con� ança em Deus. Seu foco primário é abrir os corações às implicações da mensagem da Abençoada Beleza; os acontecimentos de Bagdá só servirão para aumentar o senso de urgência com o qual este trabalho é feito. Neste mo-mento, quando a série de conferências da juventude que agora se inicia está por impulsionar o estágio atual do desenvolvimento do Plano Divino, suplica-mos ao Todo-Poderoso que graciosamente conceda aos amigos, em todos os lugares, determinação resoluta.

Bahá’u’lláh previu que a Casa Excelsa seria submetida a terríveis indignidades, mas Ele a� rmou também que, não importa que adversidades acontecessem, a Causa estava divinamente protegida. Que todo crente se encoraje. Numa in-vocação comovente àque-la Casa, a Beleza Antiga a� rmou: “Deus te adornou, no mundo da criação, com a joia de Sua lembrança. Tal ornamento não pode-rá jamais ser profanado por homem algum”. Ele fez também a promessa de que a despeito de tudo que viesse a acontecer à Abençoada Casa, a futura glória daquele lugar santi-� cado estava assegurada: “Na plenitude do tempo, pelo poder da verdade, o Senhor haverá de exaltá-la aos olhos de todos os ho-mens. Fará que se torne o Estandarte de Seu Reino, o Santuário em redor do qual circulará a assembleia dos � éis.”

[assina: A Casa Universal de Justiça]

Histórico da propriedade é apresentado pela Casa Universal de Justiça

Page 15: Bahá'í brasil 36

15

BAHÁ’Í BRASIL

O crime aconteceu no sábado, 24 de agosto. Ataollah Rezvani era um conhecido

bahá’í i e foi encontrado morto com um tiro na parte de trás da cabeça em seu veículo, perto da estação ferroviária nos arredores da cidade de Bandar Abbas, onde residia com a mulher e dois � lhos, a aproximadamente 1.200 quilômetros da capital do Irã, Teerã. Rezvani vinha sendo pressionado por agentes do Ministério da Inteligência do país para deixar a cidade e recentemente começara a receber ameaças telefônicas anônimas.

“Não há dúvidas de que o assassinato do Sr. Ataollah Rezvani foi motivado por preconceito religioso”, disse Bani Dugal, a principal representante da Comunidade Internacional Bahá’í junto às Nações Unidas. “Portanto, é essencial que os mais altos níveis de governo realizem investigações, sem demora, com base nos compromissos internacionais do Irã”, a� rmou. Desde 2005, pelo menos nove bahá’ís foram assassinados e outros 52 sofreram ataques físicos, tanto por agentes governamentais quanto por pessoas à paisana - e todos permanecem impunes.

No Brasil, o Congresso Nacional está chocado com a violência enfrentada pelos bahá’ís no Irã. Em 28 de agosto, o Deputado Federal Walter Feldman (SP) fez um pronunciamento pedindo a libertação dos presos de consciência do Irã e condenando o assassinato do Sr. Rezvani (veja box ao lado).

Assassinos de bahá’í iraniano devem ser levados à justiça, diz a Comunidade Internacional Bahá’í

Ataollah Rezvani

Pronunciamento do Sr. Walter Feldman, Deputado FederalSenhor Presidente, Sras. e Srs. Deputados,

O mundo passa por um momento turbulento em que a disputa pelo poder sobrepõe o amor ao próximo.

Guerras anunciadas ou não declaradas, ataques terroristas ou assassinatos por encomenda. Vivemos ou estamos apenas passando pela vida? Precisamos cultivar o sentimento e a prática da cultura da paz. Falo isso, devido aos últimos acontecimentos no Irã. Não podemos compactuar com os ataques por motivo de intolerância religiosa.

Desta vez, a vítima foi o Sr. Ataollah Rezvani – membro da comunidade bahá’í iraniana, que foi morto no último sábado (24) na cidade portuária de Bandar Abbas – região sul do Irã. Rezvani havia sofrido ameaças por elementos fanáticos entre as autoridades da cidade.

A Comunidade Bahá’í no Brasil - é composta por cerca de 65 mil indivíduos e trabalha para promover a unidade entre os povos, oportunidades para todas as pessoas e o desenvolvimento moral, espiritual e social das comunidades em que estamos inseridos. Ou seja, busca a IGUALDADE.

No Irã, há ainda 7 líderes do Bahá’i que estão presos há mais de cinco anos e o temor é que todos possam morrer.

Em maio, o relator especial sobre a situação dos direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, em um comu-nicado à imprensa pediu à comunidade internacional, incluindo líderes de fé mundiais, que se juntassem ao apelo. Ele disse: “O governo iraniano deve demonstrar seu compromisso com a liberdade de religião, através da liberação incondicional e imediata desses presos de consciência”.

Temos que despertar a liberdade em toda a plenitude da palavra. Como judeu, quero registrar que não podemos aceitar as perseguições por intolerância religiosa no Irã e em qualquer lugar do mundo.

HARMONIA, RESPEITO e LIBERDADE para todos. Só assim, a humanidade conseguirá VIVER em PAZ.

Muito obrigado

Fé Bahá’í na Internet

Coordenação de Internet registra crescimento no número de conteúdos bahá’ís em lingua portuguesa

A presença bahá’í na Internet tem ganhado valiosas contribuições de indivíduos e comu-nidades em todo o mundo. No Brasil, o movimento de criação de conteúdos que trazem ensinamentos e notícias sobre atividades bahá’ís tem gerado um grau de visibilidade iné-

dito, com histórias de sucesso que se espalham por todo o país.

Blogs, redes de comunicação social, apresentações multimídia, grupos de discussão e outras ferramentas da Internet oferecem maneiras criativas de compartilhar a compreensão individual acerca dos ensinamentos de Bahá’u’lláh e relacioná-los às questões centrais do bem-estar indivi-dual e social. O grande desa� o, porém, está em encontrar formas de expressão que demonstrem coerência entre as crenças espirituais dos indivíduos que se relacionam nesses espaços e as suas práticas exercitadas via Internet.

A Coordenação Bahá’í na Internet no Brasil (CBIB) é o órgão da Assembleia Espiritual Nacional responsável pela orientação de indivíduos e comunidades que desejam promover conteúdos bahá’ís de qualidade na Internet no Brasil. Para tanto, baseia-se em guias recebidas diretamente do Centro Mundial Bahá’í e da Agência Bahá’í de Internet (BIA).

Segundo a CBIB, vem sendo registrado um aumento signi� cativo no número de iniciativas de inspiração bahá’í nos espaços virtuais. Em sua base de dados estão registradas 19 páginas e blogs criados por indivíduos bahá’ís em várias partes do país para abordar temas diversos - desde religião comparada até meio ambiente e sustentabilidade. Além disso, pelo menos seis agrupamentos também utilizam ferramentas de blogagem para relatar e divulgar suas atividades locais.

Algumas das iniciativas mais frequentes estão localizadas nas redes sociais, em especial no Facebook. De um total de aproximadamente 20 per� s, páginas e grupos criados ao longo dos últimos três anos, 12 datam de 2013 - demonstrando um interesse cada vez maior em ocupar esse espaço.

Postagens na Internet devem re� etir os mesmos princípios praticados no dia-a-dia

Page 16: Bahá'í brasil 36

16

Nº 36 - Novembro/2013

Con� ra aqui algumas orientações para interações na Internet:

Huqúqu’lláh

Esses números se referem exclusivamente às iniciativas que foram relatadas à Assembleia Espiritual Nacional. A maioria dessas iniciativas já estão linkadas na página http://sasg.bahai.org.br - que é o veículo o� cial de comunicação da Comunidade Bahá’í do Brasil. Ainda existem outros sobre os quais não há informações dispo-níveis, e o processo de criação de conteúdos é contínuo - assim como o aprendizado de como melhor aproveitar as oportunidades de interação.

Como na vida comunitária, o objetivo central das redes sociais é o desenvolvimen-to de comunidades - seja em torno de temas de interesse comum ou de pessoas com as quais temos a� nidade. As mesmas orientações que recebemos das insti-tuições para o fortalecimento da vida comunitária -- visitas frequentes, disposição para fazer novos amigos, acompanhamento e apoio mútuo -- podem ser adapta-das para este microcosmo.

Devemos acolher de bom grado um exame franco e construtivo dos en-sinamentos de nossa Fé nos ambientes da Internet, mas é importante evitar o envolvimento em formas de intercâmbio ou apresentação de na-tureza separatista ou contenciosa. Ao mesmo tempo, é importante não hesitar em responder, em espírito de cortesia e imparcialidade, às graves distorções que possam surgir.

A abordagem de assuntos polêmicos pode gerar reações fortes por parte de nos-sos leitores. Da mesma forma como em outros aspectos da vida cotidiana, a me-lhor estratégia segue sendo a consulta com outros indivíduos (ou mesmo com as instituições, caso necessário) antes de postar sobre temas complexos.

Nossa atuação no mundo virtual deve ser coerente com nossas crenças e atitudes no mundo real. Uma postura de cortesia aliada a postagens que promovam a amizade e o respeito e valorização da diversidade são essen-ciais para lidar com as interações realizadas online.

As imagens de pessoas envolvidas nas atividades locais são uma parte essencial de qualquer página, pois por meio delas é possível transmitir sensações de per-tencimento, de acolhimento, de humanidade -- tão necessárias para que a expe-riência dos usuários seja positiva e que se sintam atraídos à mensagem que que-remos transmitir.

O uso de imagens das Figuras Centrais da Fé Bahá’í deve ser realizado com reverência e parcimônia. A edição 35 do jornal Bahá’í Brasil trouxe um ar-tigo completo sobre este tema, que pode ser utilizado como referência.

Tudo o que é postado na Internet (incluindo e-mails particulares, comentários e postagens em blogs, páginas ou redes sociais, etc) � ca registrado em algum ser-vidor ao redor do mundo e poderá, em algum momento, ser resgatado por indi-víduos, organizações civis ou governamentais. Moderação e coerência são essen-ciais em todas as nossas interações.

O Centro Mundial Bahá’í e as instituições tem a prerrogativa de criar pá-ginas, portais e per� s o� ciais da Fé Bahá’í. Recomenda-se que os indiví-duos utilizem abordagens que possam ser descritas como de “inspiração bahá’í” -- algo que deve � car claro para os leitores a � m de evitar deduções de o� cialidade.

Para páginas e outras ferramentas que abordem aspectos comunitários, sugere--se manter uma perspectiva local, oferecendo links com a página o� cial daquele agrupamento, comunidade local ou nacional para que os internautas possam ter acesso direto às informações o� ciais.

A administração de um per� l/ página o� cial de um agrupamento ou comunidade bahá’í local deve ser con� ada a um grupo de pessoas que possam manter as informações e notícias atualizadas, garantindo que o interesse de seu público alvo seja mantido. É essencial que este grupo seja formado de indivíduos conscientes da responsabilidade que esta ex-posição representa, uma vez que se trata de uma ferramenta institucional.

Em uma de Suas Epístolas, o amado Mestre ‘Abdu’l-Bahá equipara o pagamento do Huqúqu’lláh a um teste apli-cado pelo Todo-Misericordioso a Seus servos e servas:

“Ó meus amigos celestiais! É certo e evidente que o In-comparável é sempre louvado por Sua riqueza absolu-ta, distinguido por Sua misericórdia que a tudo abarca, caracterizado por Sua graça eterna e conhecido por Suas dádivas ao mundo da existência. Apesar disso, de acordo com Sua sabedoria inescrutável e a � m de fazer um teste incomparável que permite distinguir o amigo do estranho, Ele prescreveu o Huqúq para Seus servos, tornando-o obrigatório...”

Uma possível interpretação desta passagem permite considerar o estranho como sendo aquele que ignora, que esquece, ou que encontra desculpas para evitar a observância desta sagrada obrigação. Por outro lado, o amigo faz o máximo esforço para obedecer, para agra-dar, e agir de acordo com as determinações do Amigo Incomparável.

A Epístola prossegue abordando as bênçãos celestiais destinadas aos que observam esta injunção divina:

“Aqueles que têm observado esta importante determi-nação têm recebido bênçãos celestiais e, em ambos os

mundos, suas faces têm brilhado radiantemente, e suas narinas são perfumadas pelos doces aromas da terna misericórdia de Deus. Um dos sinais da Sua rematada sabedoria é que o pagamento do Huqúq capacitará os doadores a se tornarem � rmes e constantes, e exercerá grande in� uência sobre seus corações e almas”. Na obra As Palavras Ocultas, a Abençoada Beleza, Bahá’u’lláh, também faz referência aos termos estranho e amigo:

“Ó Meu Amigo só na Palavra!Pondera tu um pouco. Já ouviste dizer que amigo e ini-migo devessem morar em um só coração? Expulsa pois o estranho para que o Amigo possa entrar em Seu lar.”¹

Alguém pode perguntar: “Mas se Deus conhece a nossa verdadeira natureza, aquilo que no nosso íntimo carre-gamos, sendo Onisciente, qual a necessidade de que venha a testar Seus servos?”. Uma possível resposta a essa pergunta seria que tais provas que nos são desti-nadas durante esta nossa jornada terrena são, antes de tudo, uma oportunidade que nos é dada para mensu-rarmos o grau de nosso amor pelo Criador, e um meio para reforçarmos a nossa fé de modo que possa vir a se tornar uma fé cada dia mais forte, sincera e verdadeira. O caminho do desenvolvimento interior é o caminho

do amor, da compaixão, da paciência. A cada novo dia temos a oportunidade de renovar e fortalecer a medida do nosso amor por meio da observância das leis divinas.

Ademais, o mais admirável é que a colocação em prá-tica da abençoada Lei do Huqúqu’lláh depende tão somente da vontade e resolução individual de cada bahá’í. É um ato íntimo e profundamente espiritual en-tre cada indivíduo e seu Criador. Ninguém pode exigir de outrem o pagamento do valor devido. Ninguém irá averiguar se a contabilidade realizada –as despesas e receitas utilizadas a � m de se determinar o valor devido do Direito de Deus– foi efetuada de modo apropriado. Ninguém irá visitar a casa de um bahá’í para exigir a re-alização deste pagamento. Isto porque o pagamento do Direito de Deus é um gesto de amor e íntima co-munhão espiritual entre cada criatura e o seu Criador, entre aquele que verdadeiramente busca e o Objeto Supremo de toda busca. É, portanto, um “teste incom-parável” que toma lugar no coração de cada dedicado bahá’í, consciente de seus deveres espirituais, e do seu papel na construção do tão sonhado estabelecimento do Reino de Deus na terra.

O Direito de Deus - Um teste incomparável

1 - As Palavras Ocultas, Parte II – Do Persa, nº 262

Page 17: Bahá'í brasil 36

17

BAHÁ’Í BRASIL

8 de setembro de 2013

Queridos amigos,

Dirigimo-nos à querida comunidade bahá’í brasi-leira num momento de grandes alegrias e bênçãos impulsionadas pelas Conferências de Juventude re-cém realizadas em Brasília e Canoas e que seguem através de outros países do mundo. O perceptível crescimento faz emergir novas demandas em vá-rias áreas da Causa, sendo uma delas o necessário aumento dos fundos – o sangue vital da Causa - e da concomitante educação dos amigos para o há-bito da regularidade na contribuição e sacrifício no montante a ser contribuído deve estar sempre na consciência de cada um de nós.

Nesse momento, trazemos à atenção de cada membro da comunidade do Máximo Nome em nosso país um dos desa� os enfrentados pela As-sembleia Nacional: como administrar o aumento de atividades que requerem fundos crescentes, quando o nível das contribuições dos amigos – únicos que tem o privilégio de ombrear esta aben-çoada Causa –tem permanecido no mesmo pata-mar há alguns anos? A cada mês o Fundo Nacional recebe cerca de R$ 95.000,00 em contribuições,

mas precisa apoiar cerca de R$ 165.000,00 de res-ponsabilidades já compromissadas e inadiáveis. Considerando-se a ajuda mensal recebida do Cen-tro Mundial, ainda permanece um dé� cit de cerca de dez mil reais a cada mês gregoriano, que tem sido coberto com a venda de patrimônio.

Quando pensamos que não tem havido um cres-cimento nominal das contribuições ao Fundo Na-cional e a seus braços regionais, mesmo com uma in� ação acumulada de cerca de 25% nos últimos quatro anos, torna-se evidente a necessidade de que cada amigo bahá’í re� ita sobre seu papel como membro ativo de uma comunidade à qual foi dada o privilégio único de construir uma nova ordem mundial capaz de banir o � agelo da miséria e de-gradação humanas.

A Assembleia Nacional sente que é chegada a hora de novamente encorajar os amigos a demonstra-rem, cada um na sua medida pessoal, a sua ime-diata prontidão no atendimento das necessidades da Causa no Brasil. Que recordemos as palavras do amado Guardião Shoghi E� endi:

“... nossas contribuições à Fé são o modo mais se-guro de remover de uma vez e para sempre a so-

brecarga de fome e miséria da humanidade, pois é somente por intermédio do Sistema de Bahá’u’lláh - de origem divina - que o mundo pode se manter sobre seus pés e eliminar necessidade, medo, fome, guerra, etc. Não-bahá’ís não podem contribuir para a nossa obra ou fazê-la por nós; assim, realmente, nossa primeira obrigação é apoiar nosso próprio trabalho de ensino, pois isto levará ao restabeleci-mento das nações.”

“Agora é o tempo” – é o chamado de ‘Abdu’l-Bahá para os amigos – “de vos tornardes semelhantes a cálices de graças, transbordantes, e, assim como os ventos revivi� cadores que sopram do Paraíso de Abhá, deveis espargir a fragrância de almíscar por toda essa terra. Libertai-vos da vida deste mundo e, a cada etapa, almejai a inexistência; pois quan-do regressa ao sol o raio é obliterado, e quando a gota chega ao mar, desaparece, e aquele que ama verdadeiramente rende a alma quando encontra o Bem-Amado.”

Recebam nossas carinhosas saudações.

[Assina: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil]

“Aumento das Atividades exigem crescentes contribuições aos fundos”Fundos Bahá’ís

Fundo Internacional (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 10248-2)Fundo Continental (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 1220-3)Fundo Templo do Chile (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 9229-0)Fundo Dotações (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 16709-6)Fundo Novos Templos (B. Itaú: Agência: 0198 – c/c 04214-5)

Fundo NacionalBanco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8

A força e o vigor da juventude a favor da transformação da sociedadeEm sua música “Tocando em Frente”, Almir Sater afirma que “cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz”. O desenvolvimento desta capacidade, da potencialidade da felicidade, depende do quanto buscamos atingir o duplo propósito moral de nossas vidas, buscando não apenas nosso desenvolvimento material e espiritual quanto o da inteira humanidade. É no serviço ao próximo que esse processo ganha expressão e força, que crescemos como pessoas e aprendemos a viver em sociedade.

No momento em que os jovens começam a se deparar com as exigências da fase adulta, estão preocupados em ingressar na universidade e procurar o primeiro emprego, suas potencialidades são testadas e precisam consolidar a decisão tomada no início de sua juventude - fazer a diferença e trilhar um caminho de serviço à humanidade.

O programa bahá’í de empoderamento de pré-jovens apresenta-se, então, como uma grande oportunidade, um campo em que jovens dedicam-se a servir às gerações mais novas em um ambiente de perfeita simbiose, no qual amigos se apoiam e crescem jun-tos. Nesse espaço, composto pela realização de consultas sérias, diversões saudáveis e atos de serviço, estabelece-se um campo fértil para o desenvolvimento espiritual e inte-lectual, tanto dos jovens animadores quanto de cada pré-jovem participante. Aqui, cada um e cada uma conseguem se perceber como protagonistas da mudança social.

Servindo neste campo, cada animador encontra um programa cujas características dis-tintivas de sua geração são aproveitadas e fomentadas, tanto em si, quanto naqueles que ainda se encontram nos anos imediatamente anteriores à idade da maturidade. No texto abaixo, ‘Abdu’l-Bahá descreve essas características e oferece uma visão do jovem que transcende absolutamente qualquer expectativa que a sociedade possa oferecer, consolidando-se como um farol de luz para essa geração:

Ó Amados de ‘Abdu’l-Bahá! A vida do homem tem sua primavera e é dotada de gló-ria maravilhosa. O período da juventude é caracterizado por força e vigor. E se destaca como a época preferida da vida humana. Assim, deveis vos esforçar dia e noite para que, dotados de força celestial, inspirados por motivos brilhantes e ajudados por seu poder celestial e graça divina e confirmação, possais vos tornar os ornamentos do mundo da humanidade e destacados entre aqueles que estão iniciados na verdadeira aprendi-zagem e no amor de Deus. Deveis vos distinguir entre os homens por sua santidade e desprendimento, elevado propósito, magnanimidade, determinação, nobreza de men-te, tenacidade, suas qualidades espirituais e pela elevação de seus propósitos; que vos torneis os meios de exaltação e glória para a Causa de Deus e os lugares de alvorecer de Suas bênçãos celestiais; que possais vos conduzir em conformidade com os conselhos e exortações da Abençoada Beleza – que minha vida seja oferecida por Seus amados – e por refletir qualidades e atributos bahá’ís, possais vos distinguir dos demais. ‘Abdu’l--Bahá ansiosamente almeja que cada um de vós possa vir a ser como um destemido leão movendo-se pelos pastos da perfeição humana e uma brisa almiscarada soprando nos prados da virtude.

Para saber mais sobre o programa de empoderamento de pré-jovens e sobre as demais atividades promovidas pelos bahá’ís em sua região, escreva para [email protected] ou entre em contato com as instituições locais.

Aprofundamento

Assembleia Nacional ressalta a necessidade de um esforço individual de cada membro da comunidade para aumentar recursos � nanceiros para realizar e manter atividades bahá’ís no país.

O Bahá’í Brasil tem a alegria de lançar sua mais nova editoria: Aprofundamento. A cada edição, publicaremos um texto inspirador que terá por objetivo auxiliar a comunidade nacional a refletir e aumentar sua compreensão sobre um determinado tema. Se você tem sugestões de assuntos sobre os quais gostaria de aprofundar seu entendimento, escreve para: [email protected] . Suas contribuições serão muito bem-vindas!

Page 18: Bahá'í brasil 36

18

Nº 36 - Novembro/2013

Lançado durante a Conferência Regional de Unidade do Sudeste, o livro Fortalezas de Luz - Vislumbres nas vidas das Mãos da Causa de Deus retrata cada uma das 50 pessoas que ti-veram a responsabilidade de proteger e propa-gar a Fé Bahá’í em seus primórdios, incluindo relatos pessoais. Este breve ensaio proporciona um mergulho nas vidas deste pequeno grupo de indivíduos: as primeiras Mãos da Causa de Deus foram designadas por Bahá’u’lláh.

Em Mullá Husayn - Discípulo na Alvorada, o leitor poderá conhecer a história de um jovem estudante de teologia que havia acabado de chegar a Shiráz e foi convidado para as orações do � nal do dia. O estudante era Mullá Husayn; seu An� trião: o Báb. O autor coletou informa-ções de várias fontes - publicadas e não publi-cadas - para contar a história de Husayn desde a infância e educação escolar, seu estudo dos ensinamentos de Shaykh Ahmad e Sayyid Ka-zim, sua conversão à Causa do Báb, seus notá-veis esforços ao ensinar a causa, até os levantes de Mazandarán, quando participou da batalha no Tabarsi e foi martirizado. Esta é a primeira publicação dessa história em língua ocidental.

Onde Brilha a Luz - A Fé Bahá’í na América La-tina conta a história de três latino-americanos seguidores da Fé Bahá’í que decidiram parti-cipar da construção do último Templo Conti-nental Bahá’í, em Santiago no Chile, conhecido como Templo-Mãe da América do Sul. Como o título indica, a luz da espiritualidade brilha no coração daqueles que estão conectados a Deus. Essa luz emana de qualquer atividade executada por pessoas que buscam o bem co-mum.

Em O Príncipe da Paz, o autor apresenta Bahá’u’lláh, o Fundador da Fé Bahá’í e seu paralelo com Cristo, por meio de uma exten-siva análise da Bíblia. Trata-se de um estudo aprimorado de Seus volumosos Escritos, cada um descrito como um tratado sobre o melhoramento moral e material do mundo e seus povos, nos quais constantemente cha-mam a atenção ao poder curador de Seus Conselhos e apresentan Sua Mensagem de esperança e encorajamento repleta de boas--novas.

O livro Orações Bahá’ís - Edição Luxo é uma seleção de 294 orações reveladas por Bahá’u’lláh, o Báb e ‘Abdu’l-Bahá, distribu-ídas em 384 páginas. A edição luxo possui acabamento em capa dura e foi impressa com letras maiores para facilitar a leitura. Esta reedição contém 3 novas orações e foi revisada conforme o novo acordo ortográ� -co da língua portuguesa.

Jovens e adultos em cidades e vilas de todo o mundo estão participando de um processo de construção de comunidades, inspirados nos conceitos dos Ensinamen-tos Bahá’ís. O documentário Fronteiras da Aprendizagem, preparado para a 11ª Convenção Internacional Bahá’í, capta as percepções e experiências de crianças, pré--jovens, jovens e adultos - na Colômbia, República Democrática do Congo, Canadá e Índia - cujos esforços para construir comu-nidades vibrantes estão na vanguarda da transformação social.

Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do BrasilCaixa Postal 7035 – CEP 71635-971 – Brasília-DF

IMPRESSOEditora Bahá’í

Conheça os lançamentos da Editora Bahá’í

Fundada em 1957, a Editora Bahá’í do Brasil tem como principal objetivo tornar as Escrituras Sagradas da Fé Bahá’í acessíveis ao público de língua portuguesa. Entre os anos 2000 e 2012 foram mais de 270 títulos publicados, número que não para de crescer.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone: (19) 3806 9220.

Onde Brilha a Luz - A Fé Bahá’í na América La-tinaseguidores da Fé Bahá’í que decidiram parti-cipar da construção do último Templo Conti-nental Bahá’í, em Santiago no Chile, conhecido como Templo-Mãe da América do Sul. Como o título indica, a luz da espiritualidade brilha no coração daqueles que estão conectados a Deus. Essa luz emana de qualquer atividade executada por pessoas que buscam o bem co-mum.

O livro uma seleção de 294 orações reveladas por Bahá’u’lláh, o Báb e ‘Abdu’l-Bahá, distribu-ídas em 384 páginas. A edição luxo possui acabamento em capa dura e foi impressa com letras maiores para facilitar a leitura. Esta reedição contém 3 novas orações e foi revisada conforme o novo acordo ortográ� -co da língua portuguesa.

Em leitor poderá conhecer a história de um jovem estudante de teologia que havia acabado de chegar a Shiráz e foi convidado para as orações do � nal do dia. O estudante era Mullá Husayn; seu An� trião: o Báb. O autor coletou informa-ções de várias fontes - publicadas e não publi-cadas - para contar a história de Husayn desde a infância e educação escolar, seu estudo dos ensinamentos de Shaykh Ahmad e Sayyid Ka-zim, sua conversão à Causa do Báb, seus notá-veis esforços ao ensinar a causa, até os levantes de Mazandarán, quando participou da batalha no Tabarsi e foi martirizado. Esta é a primeira publicação dessa história em língua ocidental.

Em Bahá’u’lláh, o Fundador da Fé Bahá’í e seu paralelo com Cristo, por meio de uma exten-siva análise da Bíblia. Trata-se de um estudo aprimorado de Seus volumosos Escritos, cada um descrito como um tratado sobre o melhoramento moral e material do mundo e seus povos, nos quais constantemente cha-mam a atenção ao poder curador de Seus Conselhos e apresentan Sua Mensagem de esperança e encorajamento repleta de boas--novas.

Lançado durante a Conferência Regional de Unidade do Sudeste, o livro - Vislumbres nas vidas das Mãos da Causa de Deusveram a responsabilidade de proteger e propa-gar a Fé Bahá’í em seus primórdios, incluindo relatos pessoais. Este breve ensaio proporciona um mergulho nas vidas deste pequeno grupo de indivíduos: as primeiras Mãos da Causa de Deus foram designadas por Bahá’u’lláh.

Jovens e adultos em cidades e vilas de todo o mundo estão participando de um processo de construção de comunidades, inspirados nos conceitos dos Ensinamen-tos Bahá’ís. O documentário da AprendizagemConvenção Internacional Bahá’í, capta as percepções e experiências de crianças, pré--jovens, jovens e adultos - na Colômbia, República Democrática do Congo, Canadá e Índia - cujos esforços para construir comu-nidades vibrantes estão na vanguarda da transformação social.