10
Arqueologia na Feira Central de Campina Grande-PB ESTÁ PRESTES A SE INICIAR o processo de requalificação da tradicional Feira Central de Campina Grande, obra em quatro etapas que pretende transformar toda a sua área, cujo projeto foi intensivamente discutido entre os técnicos da Secretaria de Planejamento (SEPLAN) da cidade, os feirantes e as lideranças comunitárias. A obra é uma reivindicação antiga da cidade e segundo o conselheiro do orçamento participativo: “Há pelo menos seis anos nós lutávamos no orçamento participativo pela reforma na feira central”, informou. Casino Eldorado com escoras, lugar sediará um memorial - SPA

Boletim 104 nov 2014

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Está no ar o Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - SPA (Eletrônico) Nº104- ANO IX - Novembro de 2014. Confiram nesta edição: -- Arqueologia na Feira Central de Campina Grande-PB; -- II Encontro Nordestino de Espeleologia; -- Última chamada de artigos para Revista Tarairiú; -- Eleições da SPA; -- Prof. Juvandi Santos vai entregar Comissão de Seleção de trabalhos em Congresso Brasileiro de Espeleologia; -- Primeiros passos para a criação de um Instituto Histórico em Esperança-PB; -- Artigo: 'A História de Cubati fora da sala de aula: espaços educativos' por Silvano Fidelis; -- A fundação do povoamento do Boqueirão do Carnoió; -- Vandalismo na Pedra de Xangô; -- Mapa de atuação da SPA em Novembro de 2014; -- Expediente. Acesse o Boletim 104, editado em pdf, através do link: http://mhn.uepb.edu.br/Boletins/Boletim_104_NOV_2014.pdf Visitem nosso Blog: http://www.arqueologiadaparaiba.blogspot.com/

Citation preview

Page 1: Boletim 104 nov 2014

Arqueologia na Feira Central de Campina Grande-PB

ESTÁ PRESTES A SE INICIAR o processo de requalificação da tradicional Feira Central de Campina Grande, obra em quatro etapas que pretende transformar toda a sua área, cujo projeto foi intensivamente discutido entre os técnicos da Secretaria de Planejamento (SEPLAN) da cidade, os feirantes e as lideranças comunitárias.

A obra é uma reivindicação antiga da cidade e segundo o conselheiro do orçamento participativo: “Há pelo menos seis anos nós lutávamos no orçamento participativo pela reforma na feira central”, informou.

CCaassiinnoo EEllddoorraaddoo ccoomm eessccoorraass,, lluuggaarr sseeddiiaarráá uumm mmeemmoorriiaall -- SSPPAA

Page 2: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

2

De início, após a assinatura do contrato da obra ocorrido no último dia 13 de novembro pelo Prefeito Romero Rodrigues, será desenvolvido um interessante projeto intitulado ‘Diagnóstico e Salvamento Arqueológico, Educação Patrimonial e Resgate da Cultura Material na Área Afetada Direta e Indiretamente pelo Processo de Revitalização da Feira Central de Campina Grande’ que consiste no intenso estudo histórico de toda a área da feira, que possui ocupação desde o início do século XX.

Para o coordenador da atividade, o arqueólogo e confrade da SPA Prof. Juvandi de Souza Santos: “temos a noção de que esta área é muito importante para a cidade e pretendemos com esse estudo além de compreender como foi a ocupação do lugar, fazer um resgate histórico de prédios importantíssimos como o Pau do Meio e o Casino Eldorado, respeitando a legislação vigente que prevê o estudo arqueológico em obras desse nível”.

A confecção do projeto de pesquisa arqueológica durou cerca de 9 meses e culminou com a publicação no Diário Oficial da União do último dia 24 de novembro, autorizando as atividades arqueológicas (Processo n.º 01408.014558/ 2014-66) que possuem o apoio institucional do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia – LABAP da UEPB em convênio existente entre a UEPB e a PMCG.

O LABAP possui experiência de pesquisa em todo o Estado da Paraíba, participando e promovendo escavações arqueológicas e fomentando coleções para museus. Para esta atividade, o Laboratório contará com a colaboração de alunos da UEPB e de técnicos de outras instituições, como a Sociedade Paraibana de Arqueologia.

Como não haverá deslocamento dos feirantes, o desenvolvimento do mega-projeto deverá durar entre quatro e cinco anos, uma importante ação desenvolvida pelos engenheiros, arquitetos e arqueólogo da Secretaria de Planejamento - SEPLAN sob a batuta do Secretário Prof. Márcio Caniello, que agradece ao Prefeito a confiança na execução de uma tarefa tão difícil e tão complexa.

A área que será prospectada e escavada dará subsídios para o entendimento do processo histórico da feira de Campina Grande e o que for encontrado será exibido em exposição em um memorial da Feira de Campina Grande, um museu que será uma ferramenta didática e turística para o entendimento da importância dessa feira para a cidade e região.

LLAABBAAPP//UUEEPPBB

Page 3: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

3

II Encontro Nordestino de Espeleologia

OS ENCONTROS de espeleologia, como os já tradicionais Encontro Mineiro de Espeleologia (EME) e Encontro Paulista de Espeleologia (EPELEO), são eventos regionais, realizados pela Sociedade Brasileira de

Espeleologia e organizados em cada edição por grupos de espeleologia ou outras instituições de pesquisa com o objetivo de fomentar a espeleologia local. A região nordeste realizou apenas um destes eventos em 1998, o 1º Encontro de Espeleologia do Nordeste, organizado pelo Instituto Cearense de Ciência Naturais (ICCN) na cidade de Ubajara CE.

Em virtude do longo tempo transcorrido desde o último encontro e com o objetivo de fomentar a espeleologia regional, incentivando a troca de informações e até a realização de mais edições do evento em outras localidades nordestinas, a Universidade Federal do Sergipe, propõe a organização do 2º Encontro Nordestino de Espeleologia (2º ENE) de 12 a 14 de Janeiro de 2015, em São Cristóvão SE, sob a coordenação da associada da SBE, Christiane Ramos Donato (SBE 1714) e de Mário André Trindade Dantas, Heleno dos Santos Macedo, Alizete dos Santos, Ivo Matias Campos e Eline Alves de Souza Barreto.

PUBLICO ALVO

Espeleólogos autônomos, grupos de espeleologia e alunos de cursos de graduação e pós-graduação (Geografia, Geologia, Biologia, Ecologia, Turismo, Engenharias Florestal e Ambiental, Direito, cursos de licenciatura, entre outros).

LOCAL DO ENCONTRO

O 2º Encontro Nordestino de Espeleologia ocorrerá no município de São Cristóvão, na Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos - Av. Marechal Rondon, s/n, Jardim Rosa Elze l. As atividades ocorrerão no prédio da Didática VI, o qual possui auditório e salas climatizadas.

Mais informações: http://2ene-se.blogspot.com.br/#sthash.A1HAWZUt.dpuf

Última chamada de artigos para Revista Tarairiú

A REVISTA ELETRÔNICA TARAIRIÚ (issn 2179-8168) é uma publicação do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB (LABAP/UEPB), com sede em Campina Grande-PB, atuando na divulgação de pesquisas nos seguintes campos científicos: 1. História do povEleiçoamento pré-histórico e histórico da América Latina; 2. Arqueologia; 3. Paleontologia. 4. Espeleologia. De periodicidade semestral, a Revista Tarairiú recebe contribuições em fluxo contínuo, de acordo com as Normas para Submissão. Para o próximo número, o prazo para envio é 10 DE JANEIRO.

FFuurrnnaass ddoo AAmmaarraaggii IIII -- SSPPAA

Page 4: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

4

Eleições da SPA

NO DIA 20 DE NOVEMBRO se deu início ao processo eleitoral da SPA para a inscrição de chapas para concorrer à sucessão a presidência da SPA para o biênio 2015-2016. Esta fase do pleito se estendeu até a meia noite do dia 24 de novembro e foram inscritas duas chapas, uma de situação encabeçada pelo consócio Erik Brito, tendo como candidato à vice o confrade Carlos Alberto Azevedo, e uma segunda chapa representando a oposição, tendo a consócia Mali Pereira Trevas candidata à presidência juntamente com o Padre João Jorge Rietveld, como candidato a vice-presidente.

Desse modo, no dia 25 de novembro se deu prosseguimento ao processo eleitoral, se estendendo até às cinco da tarde do dia 30 do mês para que os candidatos fizessem sua campanha e os sócios pudessem votar.

Já na noite do dia 30 o resultado foi divulgado, vencendo a chapa de situação com 78,94% dos votos válidos, contra os 21,06% da chapa opositora.

Portanto, para o próximo biênio, o professor Erik Brito e o antropólogo Carlos Alberto Azevedo comporão respectivamente a presidência e vice-presidência da entidade.

Esta foi a primeira eleição da SPA em que houve disputa de chapas, já que nas vezes anteriores os pleitos ocorreram com chapa única. Agradecemos imensamente a disponibilidade e participação de todos no pleito.

Prof. Juvandi Santos vai integrar Comissão de Seleção de Trabalhos em

Congresso Brasileiro de Espeleologia

UM PROFESSOR do Departamento de História da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) vai representar a Instituição como um dos avaliadores dos trabalhos inscritos, durante o 33º Congresso Brasileiro de Espeleologia – Estudo e Manejo de Cavernas

Page 5: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

5

(CBE), que acontecerá de 15 a 19 de julho de 2015, no Centro Paula Souza – André Lopes, no Vale do Ribeira, em São Paulo.

O arqueólogo e professor Juvandi de Souza Santos foi convidado pelo Coordenador da Comissão de Seleção de Trabalhos do 33º CBE, doutor Rubens Hardt, para integrar a referida Comissão, auxiliando na avaliação dos trabalhos submetidos ao congresso.

O evento é realizado pela Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) e, de acordo com os organizadores, deverá reunir mais de 300 participantes para apresentação das recentes pesquisas sobre cavernas e ambientes cársticos (tipo de relevo geológico caracterizado pela corrosão de rochas e pelo consequente surgimento de cavernas, vales secos, cones cársticos, rios subterrâneos, entre outros).

“Esta foi uma ‘baita notícia’, pois como temos o único grupo de Espeleologia da Paraíba, ligado a UEPB através de um projeto de extensão o qual coordeno, isto demonstra que a Universidade Estadual navega hoje por mares e ciências nunca dantes navegados”, comemorou o professor Juvandi.

Atualmente, o professor coordena o Museu de História Natural (MHN), o Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (LABAP) e o Grupo Paraíba de Espeleologia (GPE), todos da UEPB e é sócio fundador da Sociedade Paraibana de Arqueologia (SPA).

Fonte: UEPB Adaptado

Primeiros passos para a

criação de um Instituto Histórico em Esperança-

PB

A CIDADE DE Esperança, no brejo paraibano, deverá ganhar em breve sua Casa de Memória. No dia 07 de novembro último houve uma reunião de intelectuais na Biblioteca e Centro Cultural Dr. Silvino Olavo para tratar a da

criação do Instituto Histórico e Geográfico de Esperança, Casa de “Irineu Jóffily”.

A reunião foi liderada pelo bacharel em Direito Rau Ferreira, tendo como participantes Evaldo Brasil, Ismael Felipe, Emerson Alves, Carlos Almeida e Arthur Richarisson. Numa próxima reunião os fundadores decidirão sobre as cadeiras a serem criadas e cuidarão de redigir uma carta aos poderes constituídos no sentido de angariar a colaboração da sociedade.

IImmaaggeennss ddaa RReeuunniiããoo –– RRaauu FFeerrrreeiirraa

IImmaaggeennss ddaa RReeuunniiããoo –– RRaauu FFeerrrreeiirraa

Page 6: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

6

ARTIGO ____________________________________________________________________

A História de Cubati fora da sala de aula: espaços educativos

Silvano Fidelis de Lira Historiador/Coordenador de Ensino Fundamental, Secretaria Municipal de Educação de Cubati-PB.

“O passeio foi ótimo, eu me diverti bastante, fomos de ônibus, eu, mamãe e meus colegas. Vimos

a primeira escola de nosso município e as antigas pedras na qual os índios se comunicavam, nós vimos também a fazenda em que Manoel de Barros e outras pessoas que fazem parte da história de Cubati moravam”.

COM ESSAS PALAVRAS a pequena Fernanda, aluna do 3º ano de uma das escolas do campo do município de Cubati descreveu a aula de campo realizada no dia 14 de agosto de 2014. A atividade partiu da iniciativa das professoras Lúcia Guedes, Eunice Medeiros e Vitória Maciel, que durante algum tempo trabalharam com a história do município, como culminância da atividade proporam a visita e uma aula de campo num lugar denominado popularmente por “Itacoatiaras de Cubati”, localizado na sitio Cumati, distante uns 6 quilômetros da parte urbana.

Em parceria com a Secretaria de Educação, várias escolas estão tendo a oportunidade de levar seus alunos para este espaço e ali realizarem uma atividade que, embora seja essencialmente ligada à História Local, tem um caráter interdisciplinar, um espaço aberto em meio a seca caatinga do Nordeste se torna uma grande sala de aula, onde é possível criar um diálogo com a História, a Geografia, as Artes, a Educação Ambiental e Educação Patrimonial. Mas como é possível criar essa convergência de saberes? Um primeiro ponto a ser destacado é que, como procuramos trabalhar em parceria com as escolas, essas atividades não são isoladas, fazem parte de uma proposta de educação que leva em conta os saberes escolares e não escolares, que procura articular o conhecimento que o sujeito traz para a escola com aqueles que são trabalhados pelos professores, assim, a visita ao sítio arqueológico não é apenas um evento, mas é uma etapa de todo um projeto.

Historicamente, o sítio Cumati tem uma importância fundamental para Cubati. É lá onde encontramos as únicas evidências da pré-história e dos primeiros habitantes da região, o lugar tem uma “loca de pedra” que fica, exatamente, dentro do Rio Seridó, em que é possível ver um considerável número de inscrições, símbolos que encantam e alimentam a imaginação das crianças que ali visitam. Os desenhos encontrados na pedra a especificidade de serem uma técnica de inscrição rupestre que não utiliza pigmentação natural, é um desenho feito a partir do atrito de pedras, localizam-se nas proximidades dos mananciais de água, é possível, claro que no local possam haver outras, mas devido ao volume de terra trazido pelas enchentes do Rio grande parte dele já se encontra coberto por terra, esse tipo de inscrição tem recebido o nome de Itacoatiaras, embora estudos

AAuullaa ddee ccaammppoo nnoo SSííttiioo CCuummaattii –– SSiillvvaannoo FFiiddeelliiss

Page 7: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

7

recentes venham questionando a validade e o uso do conceito (BRITO; OLIVEIRA, 2014).

Infelizmente o local ainda não foi estudando como se deve, o conhecimento que se tem desse lugar se limita a algumas observações superficiais sobre os desenhos, os primeiros habitantes da região. Seria importante uma análise histórica, realizada por órgãos da área de Arqueologia para reconhecimento do local, pois facilitaria o trabalho de professores da região, além disso proporcionaria uma maior divulgação do local e suas potencialidades, turísticas e mesmo pedagógicas. Só a partir do início de 2013, as escolas da rede municipal estão sendo incentivadas a visitar e a fazerem atividade no local, para isso contam com apoio da Secretaria de Educação, no sentido de conseguir transporte adequado.

As aulas de campo, como chamamos, que realizamos versam sobre temas diversos. Em um espaço que desperta múltiplos sentidos, múltiplas sensações é possível falar de História, dos modos e dos costumes dos primeiros habitantes da região, suas práticas de culto e de comunicação. O que significam desenhos? Segundo um dos alunos, aquilo são simplesmente “o jeito deles falarem com os outros”. Mas também falamos de arte, de expressões de comunicação que trazem beleza, encantamento, curiosidade, despertam a curiosidade de quem contempla aqueles desenhos, que muito dizem e pouco falam. Mas, se educar é dialogar com o mundo em que vivemos, é possível também trabalhar a intolerância, o extermínio indígena no Brasil pós-colonização.

Retomando a fala da aluna,

AAuullaa ddee ccaammppoo nnoo SSííttiioo CCuummaattii –– SSiillvvaannoo FFiiddeelliiss

DDeesseennhhoo ddeesseennvvoollvviiddoo eemm aattiivviiddaaddee ppoosstteerriioorr ppoorr uummaa aalluunnaa ddoo 33ºº

aannoo ddoo eennssiinnoo ffuunnddaammeennttaall –– SSiillvvaannoo FFiiddeelliiss

Page 8: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

8

percebe-se que a História não está apenas no livro didático, se aprende História olhando o mundo ao nosso redor, observando a cidade, suas transformações e permanências. Passar pela primeira escola, pela fazenda onde vivia o escravizado Manoel de Barros, tido como o fundador de Cubati, desperta mais que um sentimento de pertencimento, desperta para a construção da identidade. O conhecimento está assim, livre. E dessa maneira deve permanecer. Atividades como essa nos ensinam que a educação é algo que transcende a escola, e que escapa pelas fendas do cotidiano.

É de desejo da Secretaria de Educação e da Prefeitura Municipal de Cubati que a Sociedade Paraibana de Arqueologia conheça as Itacoatiaras, que a façam conhecida e que divulguem as suas potencialidades educativas. Por fim, agradeço ao empenho dos educadores e educadoras que constantemente me convidam para realizar tal atividade, parabenize-os pelo esforço e pela ação.

Referência: BRITO, Vanderley de; OLIVEIRA; Thomas Bruno de. Itacoatiara: um neologismo ambíguo e controverso que não se adéqua a terminologia arqueológica. Revista Tarairú. Campina Grande, Ano V – Vol.1 – Nº. 8; Agosto de 2014.

A fundação do povoamento do Boqueirão do Carnoió

NA NOITE DE 22 de novembro, nosso consócio Vanderley de Brito palestrou na 5a Feira Literária de Boqueirão - FLIBO. O tema da palestra foi a fundação do povoamento do boqueirão de Carnoió. O evento, organizado pela articulista cultural Mirtes Waleska Sulpino, ocorreu na Praça da ABES e atraiu um bom público.

Durante a palestra foram apresentados estudos sobre a fundação do arraial de Boqueirão, em 1663, a criação de uma missão de catequese indígena capuchinha no local, em 1670, e desenvolvimento do povoado até se tornar vila e culminou com a construção do Açude Epitácio Pessoa, que transformou radicalmente a localidade.

Vandalismo na Pedra de Xangô

SAGRADA PARA OS POVOS de religiões de matriz africana, a Pedra de Xangô recebe oferendas de fiéis há séculos. Localizada em Cajazeiras, no Estado da Bahia, esta pedra antes estava em meio à mata e serviu de esconderijo e passagem para negros escravizados que fugiam de seus capatazes, dando origem a quilombos na região, como o Quilombo Urubu, em Cajazeiras. Mas a partir de 2005, com a abertura de uma estrada, a Pedra ficou em evidência e sujeita à depredação. Infelizmente, no dia 12 de novembro último, a Pedra do Xangô foi alvo de vândalos e intolerantes que jogaram duzentos quilos de sal no local e picharam a rocha com frases relacionadas a cultos das igrejas neo-pentecostais.

PPeeddrraa ddee XXaannggôô aappóóss oo vvaannddaalliissmmoo –– gg11

Page 9: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

9

Esse tipo de postura é um desrespeito às tradições e é fundamental que os poderes

governamentais assegurem o direito de se professar a fé livremente. A Pedra é considerada a coroa do orixá Xangô e cotidianamente recebe oferendas e saudações de candomblecistas e esperamos que este local, tão importante, para a história do Brasil, seja reconhecido como um patrimônio, para que não sofra, de forma leviana e intolerante, mais danos.

– Mapa de atuação da SPA em Novembro de 2014 –

PPeeddrraa ddoo XXaannggôô aappóóss vvaannddaalliissmmoo–– GG11 AAnntteess ddoo vvaannddaalliissmmoo -- BBlloogg CCaajjaazzeeiirraass tteemm hhiissttóórriiaa

Page 10: Boletim 104 nov 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 104 - issn 2176-1574

No

vem

bro

de

2014

10