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Boletim N.º 71 Novembro 2009 Finis Portugalliæ: Olhar o Passado, Conhecer o Presente Recuperação radio-geométrica e catalogação digital de coberturas aéreas antigas da zona de Lisboa Recuperação da cobertura aérea nacional RAF47 Fotografia Aérea Levantamento de dados de aeródromos, heliportos e rádio ajudas nacionais Cartas Aeronáuticas ICAO dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira Ampliações Regionais do GPS Utilização de um Sistema de Informação Geográfica na Completagem EasyNews, um projecto! SIGEX – Uma nova plataforma para o futuro A importância dos pequenos observatórios astronómicos na produção científica: O caso concreto do Observatório do IGeoE Neste número: do

Boletim-Instituto geográfico d exército

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Boletim

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•Finis Portugalliæ: Olhar o Passado, Conhecer o Presente

•Recuperação radio-geométrica e catalogação digital de coberturas aéreas antigas da zona de Lisboa

•Recuperação da cobertura aérea nacional RAF47

•Fotografia Aérea

•Levantamento de dados de aeródromos, heliportos e rádio ajudas nacionais

•Cartas Aeronáuticas ICAO dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira

•Ampliações Regionais do GPS

•Utilização de um Sistema de Informação Geográfica na Completagem

•EasyNews, um projecto!

•SIGEX – Uma nova plataforma para o futuro

•A importância dos pequenos observatórios astronómicos na produção científica:O caso concreto do Observatório do IGeoE

Neste número:

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ISSN 0872 – 7600

Av. Dr. Alfredo Bensaúde - 1849-014 LISBOATel: 21 850 53 00 / Fax: 21 853 21 19E-mail: [email protected] / Web: www.igeoe.pt

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ISSN0872 - 7600

Propriedade

Instituto Geográfico do ExércitoAv. Dr. Alfredo Bensaúde, 1849-014 LISBOA

Tel. – 21 850 53 00 | Fax – 21 853 21 19E-mail – [email protected] | Web – www.igeoe.pt

DirectorJosé Manuel dos Ramos RossaCoronel de Artilharia, Eng.º Informático

ArticulistasRui Dias Major Art

Rui Teodoro Major Art

Telmo José Reis Paulino Cascalheira Major Art, Eng.º Geógrafo

António Sousa FrancoCapitão de Artilharia

Francisco Vitor Gomes SalvadorCapitão de Artilharia

Nuno Miguel Cirne Serrano MiraCapitão Art, Eng Geógrafo

André Filipe Bernardo SerronhaAlferes RC, Eng Geógrafo

Rita Salgado Mendes FerreiraAlferes RC, Eng Geógrafo

Jorge MaurícioAlferes RC, Geógrafo

Gonçalo MaiaAlferes RC

Dinis FonsecaAspirante RC, Eng.º Geógrafo

José RibeiroMSc in Astronomy

Prof.ª Dr.ª Paula RedweikProfessora Auxiliar do Departamento

de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia

Dora Roque Aluna Estagiária do Mestrado em Engenharia Geográfica

António Manuel Guerreiro Marques Aluno Estagiário do Mestrado em Engenharia Geográfica

Coordenação das notíciasÁlvaro Estrela Soares

Coronel de Artilharia

Grafismo e PaginaçãoPaulo Caeiro

Good Dog Design

Fotolito, Montagem e ImpressãoSecurity Print

Tiragem1 000 Exemplares

Editorial

Finis Portugalliæ:Olhar o Passado,Conhecer o Presente

Recuperaçãoradio-geométrica e catalogação digital de coberturas aéreas antigas da zona de Lisboa

Recuperação da cobertura aérea nacional RAF47

Fotografia Aérea

Levantamento de dados de aeródromos, heliportos e rádio ajudas nacionais

Cartas Aeronáuticas ICAO dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira

AmpliaçõesRegionais do GPS

Utilização de um Sistema de InformaçãoGeográfica na Completagem

EasyNews, um projecto!

SIGEX – Uma nova plataforma para o futuro

A importância dos pequenos observatórios astronómicos na produção científica: o caso concreto do Observatório do IGeoE

Notícias do IGeoE

Produção cartográfica

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>> Editorial

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D urante o final dos anos 80 e ao longo dos anos 90 do século passado, a novidade da informação geográfica di-gital de base vectorial provocou uma procura crescente desse formato de dados, por parte de grande parte dosorganismos que lidam com este tipo de dados no desenvolvimento de sistemas informação geográfica. Nestes

últimos anos assistiu-se a uma paragem brusca na procura de informação geográfica em formato vectorial, não porqueela não seja necessária, mas porque os vários utilizadores parecem estar com alguma dificuldade em determinar quala forma e o formato dos dados mais apropriados para os seus sistemas de informação geográfica.

No entanto, a actividade do Instituto não se deteve com esta indecisão por parte de alguns utilizadores de referên-cia. O desenvolvimento da infraestrutura geoespacial como repositório de todo o espólio cartográfico e com a transformaçãoda informação geográfica para o formato mais disseminado ao nível dos países da NATO, bem como a associação deinformação alfanumérica à informação vectorial no formato GeoPDF tem sido o caminho seguido pelo Instituto.

Durante este ano foi mobilizado um oficial para o Cargo de Ofical Geográfico da EUFOR em Sarajavo. A Unidadede Apoio Geográfico a ser levantada à custa do Quadro Orgânico do IGeoE, passou a ter a designação de Unidade deApoio Geoespacial e devido à sua permanente participação anual em vários exercícios nacionais e internacionais contaagora com um efectivo permanente de 10 militares e um Quadro Orgânico de Material mais adequado à sua missão.

Manteve-se uma actividade intensa no desenvolvimento de metodologia e de capacidades para apoio de operaçõesmilitares. Durante este ano participou em cinco exercícios, em território nacional: APOLO, LUSÍADA e ORION, emterritório Moçambicano o FELINO, na Bélgica o ARRCADE GLOBE 09, com vários elementos e equipamento que pos-sibilitaram uma distribuição de informação geográfica actualizada e adaptada aos pedidos efectuados. De destacar o ARR-CADE GLOBE 09 por ser um exercício com Unidade de Apoio Geoespacial de vários países, permitiu a troca de experiênciassobre a forma de análise e a manipulação de dados georeferenciados para apoio a operações militares.

A continuação da divulgação da cartografia é uma actividade essencial, para um organismo com vastas tradições. Du-rante o ano a exposição “Portugal em vésperas das invasões francesas – Conhecimento geográfico e configurações”, per-correu as cidades de Lisboa, Gaia, Caldas da Rainha, Almeida, Elvas, Coimbra, Felgueiras, Bombarral, Abrantes, Faro eOlhão. Outra exposição “Portugalliæ Civitates”, novamente resultante da colaboração entre o IGeoE o Centro de Estu-dos Geográficos da Universidade de Lisboa está a divulgar o conhecimento geográfico da evolução de algumas cidadese vilas de Portugal, tais como Abrantes, Reguengos de Monsaraz. A exposição Portugalliæ Descriptio, esteve presente emElvas. Estas iniciativas visam a divulgação da cartografia como a melhor forma de preservar no tempo as representaçõesgeográficas dos locais.

O desenvolvimento de conhecimento na área de produção de vídeos, foi aplicado na animação da descrição de al-gumas batalhas das invasões francesas e deve ser aplicado na área de formação como forma de melhorar a comunica-ção interna da Unidade.

O projecto SERVIR continua a ser um projecto fundamental para o Instituto, para o Exército e para o país, patenteno número crescente de utilizadores. Para além do facto de ter rentabilizado os recursos tecnológicos e humanos, esteprojecto também permite divulgar a actividade desenvolvida pelo Instituto nesta área, identificando-o como um orga-nismo de excelência. Este ano, como corolário, o SERVIR, que trouxe uma melhoria substancial na aquisição de dados,viu também a sua qualidade ser distinguida com o prémio das Boas Práticas do Sector Público na categoria de Melho-ria de Processos – Administração Central, Indirecta e Instituições de Utilidade Pública.

A gestão da mudança tem sido realizada gradualmente, sem turbulência como é exemplo a gestão de correspodêcniainterna, com a instalação e rentabilização proveitosa das novas tecnologias. A modificação dos processos de produçãode forma a ficarem mais simples e possibilitarem a sua difusão através da rede de conhecimento interna da organiza-ção, tem possibilitado manter os níveis de produção sem que a característica final do produto seja notoriamente alte-rado, tendo como pedra basilar a qualidade da informação produzida independentemente do formato ou suporte emque é disponibilizada. Assim, com a manutenção e renovação sistemática das certificações no âmbito dos sistemas deQualidade, Ambiente e Segurança e Saúde no Trabalho e o reconhecimento público de que a actividade diária doIGeoE deve servir de exemplo para a função pública em geral, permite ter a garantia de que com a inovação e o de-senvolvimento que se realiza, os caminhos do futuro continuam a ser sulcados.

O Director

Editorial

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H á muito que a Drª Maria Helena Dias,em parceria com o IGeoE, tem vindo apublicar interessantes estudos relativos

à importância e evolução da cartografia antiga.O último trabalho, no qual o IGeoE desempenhatambém papel fundamental, tem por título “FinisPortugaliæ – Nos Confins de Portugal”. Nele estãoapresentadas antigas representações, tanto daspraças de guerra da nossa raia, que foram palcode algumas das mais importantes batalhas trava-das em Portugal, como de marcações dessa fron-teira dos Séc. XVIII e XIX.

A novidade deste estudo e aspecto algo inéditoentre nós assenta no uso das novas tecnologias,sobretudo na aplicação de softwares de Sistemasde Informação Geográfica, tornando possível geo-referenciar a cartografia antiga, com pa rando-acom a cartografia militar actual ou fotografia aérea,sendo ainda possível associar-lhe o modelo digitalterreno, criando assim representações em 3D. Pormeio desta sobreposição comparativa entre as ve-lhas e modernas demarcações, torna-se evidenteo crescimento das novas malhas urbanas que, aocontrário de antigamente, muitas vezes, ficavam cir-cunscritas aos perímetros amuralhados. Além da cu-riosidade gráfica, este estudo fornece-nos dados im-portantes, permitindo o conhecimento das alte-

rações que determinado local sofreu, tal comoo impacto da construção de

barragens, que

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Finis Portugalliæ:Olhar o Passado,

Conhecer o Presente

Finis Portugalliæ:Olhar o Passado,

Conhecer o Presente>Dinis Fonseca

Aspirante RC, Eng.º Geó[email protected]

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trans forma morfologicamente o terreno e radical-mente a paisagem.

Historicamente, há que compreender a rele-vância destas representações cartográficas. Numaaltura em que não existia fotografia, apenas des-crições escritas a par destas representações, estesdocumentos forneciam informações de vital im-portância para a defesa do território nacional epara as manobras dos exércitos, contendo aindaindicações anexas em legendas, tais como os lu-gares de provisões, pontos de água potável, lo-cais de boa ou má travessia de uma linha de águaou de relevo acidentado.

Saliente-se ainda que o manuseamento, guar-da e existência dos trabalhos cartográficos eram àépoca material reservado só a entidades que aele estavam autorizadas, pois sabia-se que se caís-sem em poder de mãos inimigas poderia estarcomprometido o desfecho de uma campanha mi-litar. Aliás, na nossa história cartográfica existem al-guns exemplos de como isso foi funesto para Por-tugal. Desenhadores e engenheiros estrangeiros,contratados para elaborar cartas, vieram poste-riormente a fornecer cópias às tropas inimigas,numa missão de camuflada ou declarada espio-nagem. Verificou-se essa situação nas Guerrascom Espanha nos finais do Séc. XVIII e durante operíodo das Invasões Francesas, nos princípios doSéc. XIX, vindo a aparecer nas mãos dos invaso-res não só exímias cartas topográficas como tam-bém das praças de guerra. Eram as cartas itinerá-rias actualizadas, dos materiais mais procurados peloinimigo, mesmo durante uma capitulação, entreo espólio das forças derrotadas.

Para além de restritas, as cartas eram ainda ma-teriais muito caros, pois fazê-las pressupunha um la-borioso e dispendioso trabalho de campo, instru-mentos e conhecimentos adequados, a que sógente endinheirada, além do monarca, tinha aces-so. As informações que uma carta fornecia em ter-mos de posições, desenvolvimento de terrenos,distâncias e acidentes eram de capital importân-cia, valendo-se desse conhecimento, quem as pos-suía fora do âmbito militar, para melhor se impor,quer social quer economicamente.

Não obstante o ri -gor que muitos dostrabalhos antigos re-presentam, principal-mente em lugaresmais remotos e de di-fícil acesso, há-os tam -bém deficientes porimperícia ou falta derecursos técnicos, eoutros em que a fan-tasia do seu autor, ino-cente ou intencional-mente, é um fac to…talvez para enganarou despistar o inimigo se lhes viesse tais documen-tos cair nas mãos, ou mesmo com re presentaçãofloreada de pormenores sem grande importância,em detrimento do essencial e de interesse objectivo.

Quanto à actualidade, como acima salientado,a comparação dos trabalhos antigos, decalcando--os nos levantamentos modernos, a constatação daexistência de antigas estruturas de arquitecturamilitar abaluartada, ou o seu desaparecimento,fornecem-nos uma série de pormenores históricosessenciais, inclusive para conhecer alterações ter-ritoriais, como o caso da delimitação fronteiriça atéaos princípios do Séc.XIX do território de Oli-vença, entretanto ocupado por Espanha. É esseconhecimento da cartografia antiga, relevadopelas novas possibilidades de visualização, que o“Finis Portugaliæ” nos permite, com detalhes quenos fascinam e surpreendem.

Referências bibliográficas

MORAIS, Coronel Alberto Faria de - O Cerco de Almeida 1762,separata do Boletim do Arquivo Histórico Militar, 1950.

RUMSEY, David; WILLIAMS, Meredith – Historical maps in GIS. InKNOWLES, Anne Kelly - Past time, past place: GIS for History. Redlands,California: ESRI Press, 2002, p. 1-18. ISBN: 1-58948-032.

VICENTE, António Pedro – A Região do Riba Côa na Visão do Fran-cês August du Fay. In Colecção Bicentenário da Guerra Peninsular. Al-meida: Câmara Municipal de Almeida 2006. ISBN 972-97982-9-X.

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>António Manuel Guerreiro Marques Aluno estagiário do Mestrado em Engenharia Geográfica

antonio.m.g. [email protected]

>Prof.ª Dr.ª Paula Redweik Professora Auxiliar do Departamento

de Engenharia Geográfica, Geofísica e [email protected]

Introdução

O s levantamentos aerofotográficos comobjectivo cartográfico terão tido inícioem Portugal nos anos 30. Desde essa al-

tura que existem extensas colecções de fotografiasaéreas em diversos suportes e que constituem os maisantigos testemunhos visuais do país. Essa informa-ção variada é extremamente importante para estudosde evolução temporal de fenómenos (geomorfologia,hidrologia, ocupação do solo, etc.).

Este trabalho integra-se no projecto de recu-peração do espólio aerofotográfico antigo exis-tente em Portugal, neste caso o disponível no Ins-tituto Geográfico do Exército, de modo a ser ace-dido e explorado pela comunidade científica.

Como o espólio de fotografias aéreas verticaisexistente no arquivo do Instituto Geográfico doExército é muito extenso, no caso concreto do vooregistado como “SPLAL” datado de 1937-1952, éde cerca de 40 000 fotografias 18cm x 18cm, oprimeiro passo deste projecto consistiu em imple-mentar e testar uma série de metodologias numbloco de dimensão reduzida para, numa fase pos-terior, o processo ser aplicado a todas as restantesfotografias. Simultaneamente, efectuou-se algumainvestigação visando obter informações adicionaispara identificação da câmara aérea utilizada, dadosacerca dos voos efectuados, etc.

Origem das fotografias

A empresa SPLAL – Sociedade Portuguesa de Le-vantamentos Aéreos, Limitada, foi criada em1930 e teve como sócio fundador e director téc-nico o General Norton de Matos, personalidadenotável da primeira metade do século XX, direc-tor dos Serviços de Geodesia e Agrimensura daÍndia de 1890 a 1900. A empresa possuía aviaçãoprópria para fotografia aérea, câmaras próprias etoda a aparelhagem para restituição e elabora-ção de cartas por métodos fotogramétricos. Du-rante o final da década de 30 e ao longo dequase toda a década de 40, foi juntamente com

Recuperaçãoradio-geométrica ecatalogação digital

de coberturasaéreas antigas da

zona de Lisboa

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de coberturasaéreas antigas da

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a E.N.E.T. – Empresa Nacional de Estudos Técni-cos, o principal adjudicatário de trabalhos de na-tureza fotogramétrica para os Serviços Cartográficosdo Exército e o Instituto Geográfico Cadastral.

A partir de 1949 verifica-se uma redução acen-tuada da produção levada a cabo pela SPLAL,tendo a empresa entrado em liquidação, e porfim, cessado actividades em 1951. Equipamen-tos como câmaras aéreas e algum pessoal transi-taram para novas empresas que surgiram nestaaltura, como por exemplo, a Artop – Aero–Topo-gráfica, Lda. Os Serviços Cartográficos do Exérci-to viriam anos mais tarde a ocupar as antigas ins-talações da SPLAL na Rua da Escola Politécnica.

O objecto deste trabalho é uma das colecçõesde fotografias aéreas registadas como tendo sidoobtidas pela SPLAL e que existem nos arquivosdo Instituto Geográfico do Exército (algumas emplacas de vidro, suporte preferido pela empresa pelo

menos até 1941). O processo inicial de investigação para desco-

brir dados sobre a câmara aérea permitiu con-cluir que pelas características das fotografias, no-meadamente o formato 18cm x 18cm e as suasmarcas fiduciais em “trevo”, objectiva de distân-cia focal 204,40mm e data dos voos efectuados (iní-cio da década de 40), a câmara mais passível deter sido utilizada para obter estas fotografias é umaZeiss® RMK S 1818.

Esta conclusão veio mais tarde a ser confirma-da com a descoberta na Biblioteca do Instituto

Geográfico do Exército do manual original dessacâmara, juntamente com os manuais de outrosaparelhos fotogramétricos que os Serviços Carto-gráficos do Exército possuíam nesta altura, comoo Multiplex e o Wild A5. O facto de o manual seencontrar na Biblioteca indicia que a câmara per-tenceria aos Serviços Cartográficos do Exército.Além disso, no relatório de actividades dos Servi-ços Cartográficos do Exército de 1939 é mencio-nada a aquisição de uma câmara aérea “RMK21”. No ano seguinte estes serviços já se congra-tulam por terem, pela primeira vez, utilizado a

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Figura 1 –O avião Messerschmitt “Pato Marreco” utilizado pela SPLALem voos aerofotogramétricos

Figura 2 – Oficina de estereorestituição da SPLAL

Figura 3 – A câmara aérea Zeiss® RMK S 1818

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referida câmara e fotografado 479km². No anode 1941 o total de área levantada aumenta e, em1942, de toda a área fotografada durante esseano (5090,5km²), um quinto foi efectuada pelosServiços Cartográficos do Exército, com a sua câ-mara aérea RMK com uma objectiva de 210mme utilizando um avião e equipa de pilotos daAeronáutica Militar (a Força Aérea Portuguesaapenas seria criada como ramo independente dasForças Armadas em 1952).

Por outro lado, no relatório de 1947 da própriaSPLAL em que vêm descritos todos os trabalhosefectuados pela empresa até essa altura, em partealguma é mencionado que tenham voado e fo-tografado as folhas 1:25 000 que fazem partedeste bloco de trabalho. Mais ainda, no relatóriode actividades de 1942 dos Serviços Cartográfi-cos do Exército, por exemplo, é mencionado queforam voadas as folhas 429 e 430 com uma áreatotal de 15 800ha, o que confirma a informaçãodescrita nos envelopes dos negativos.

Como tal, a conclusão final é a de que efecti-

vamente esta colecção de fotografias aéreas foiobtida pelos Serviços Cartográficos do Exércitocom a sua câmara aérea Zeiss® RMK S 1818, enão pela empresa SPLAL.

Organização, enquadramento e digitalização das fotografias

A primeira operação a ser efectuada foi o le-vantamento e organização dos envelopes con-tendo os negativos das fotografias aéreas que cons-tituem o objecto deste trabalho. O bloco inicialde estudo dizia respeito a apenas quatro folhas1:25 000 da zona de Lisboa mas devido ao factode para uma delas (“416 – Amadora”) não existi-rem fotografias aéreas com as mesmas caracterís-ticas que as restantes (obtidas com a mesma câ-mara), este teve que ser alterado para uma confi-guração em “U” com 6 folhas da mesma zona.Foram então manipulados e organizados por fiada,ano de voo e carta, os cerca de 1 000 envelopes

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Figura 4 – Enquadramento geral com todas as cartas e fiadas

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registados como “SPLAL” e com a indicação depertencerem às cartas que constituem o bloco.

Numa segunda fase, foram seleccionadas ascoberturas de voo mais antigas de cada carta(desde 1942 até 1944) e criados manualmenteem ArcGis®, com recurso a medições sobre al-gumas impressões em papel das fotografias, osrespectivos enquadramentos sobre as primeirasedições das cartas 1:25 000. Deste modo torna-se mais fácil a identificação de pormenores, emcada carta e ao longo de todo o bloco.

De seguida, o processo de digitalização das fo-tografias iniciou-se utilizando o scanner de alta de-finição PhotoScan TD da Zeiss®/Intergraph®. Osnegativos foram digitalizados para positivo comuma resolução de 21 microns e para formato“TIFF”. Cada imagem ocupou cerca de 142 Mby-tes de espaço em disco devido ao facto de ter sidomantida a área de digitalização para películas demaiores dimensões. Utilizou-se esta configuraçãopara facilitar a colocação dos negativos sob o vidrodo scanner, pois estes são relativamente peque-nos e têm tendência a enrolar. Mais tarde, o excessode tamanho que aparecia nas imagens como mar-gens largas a preto foi eliminado ficando cada ima-gem com cerca de 72 Mbytes.

Recuperação radiométrica das imagens edeterminação automática das Orientações Internas

Foi necessário desenvolver uma aplicação em Ma-tlab® que permitisse, numa primeira fase, me-lhorar o contraste das imagens (quase todas seencontravam demasiado escuras), e posterior-mente, detectar de forma automática as marcas fi-duciais de cada foto e calcular os seus parâme-tros de orientação interna. A este programa foiatribuído o nome S.I.T.I.O. – “S.c.e.’s Image Treat-ment and Internal Orientations”.

Para efectuar a optimização do contraste dasfotografias aplicou-se a técnica CLAHE (Contrast Li-mited Adaptive Histogram Enhancement) atravésda função “adaphisteq” do Matlab®. Este métodoactua sobre os valores de cinzento da imagem

efectuando a equalização do seu histograma, gra-dualmente em pequenas zonas e não sobre todaa imagem de uma só vez. Para cada grupo defotos com características homogéneas de con-traste foi possível aplicar uma configuração espe-cífica do método, fazendo variar parâmetros de en-trada como o número de zonas em que a ima-gem é dividida (NumTiles), a intensidade datransformação (ClipLimit) e a distribuição estatís-tica do histograma pretendido (Distribution).

Este processo automático permitiu a rápida op-timização de todas as imagens utilizadas neste tra-balho (356), sendo o tempo médio necessáriopara corrigir cada uma de cerca de 39 segundos.

Para detectar automaticamente as quatro mar-cas fiduciais existentes em cada fotografia e calcularos respectivos parâmetros de orientação interna,foi implementada dentro do mesmo programaem Matlab®, uma opção que, de forma automá-tica, abre as imagens, recorta as zonas onde cadamarca se poderá se encontrar, efectua a sua bi-narização e uma série de processos de filtragem atéisolar o objecto gráfico que é reconhecido comosendo a marca.

Se não estiver correcta a sua localização ou nãofor detectado nenhum objecto, é possível corri- >

Figura 5 – Exemplo de configuração para optimizar imagens

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Figura 8 – Exemplo de detecção de marcas fiduciais

Figura 6 – Exemplo de imagem sem optimização Figura 7 – Exemplo de imagem optimizada

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gir/inserir manualmente a posição de cada marcafiducial e só depois validar toda a operação. A par-tir das coordenadas pixel dos pontos encontradose validados, são calculados os respectivos parâ-metros de orientação interna para cada imagem.São estes dados que por fim são exportados paraum ficheiro que poderá ser lido no software deaerotriangulação automática ISAT® - “ImageSta-tion Automatic Triangulation” da Intergraph®, evi-tando assim a operação demorada que seria medirmanualmente nesta aplicação as marcas fiduciaisde todas as fotografias (esta solução informáticadetecta e lê marcas fiduciais automaticamente masapenas em fotografias actuais).

Pontos fotogramétricos

Para efectuar a aerotriangulação automática é ne-cessário utilizar pontos fotogramétricos (PF’s) quesejam visíveis nas fotografias. Numa primeira faseforam obtidos de cadernetas de campanhas decampo antigas, os dados referentes a VérticesGeodésicos e Pontos Fotogramétricos que se lo-calizam nas folhas 1:25 000 que constituem obloco. As coordenadas destes pontos referem-seao sistema Datum Lisboa Hayford-Gauss Militar,que foi o utilizado no resto do trabalho.

Foi criado em ArcGis® um projecto “MXD”para onde foram importados esses dados e a par-tir da sua localização georeferenciada, foram se-leccionados cerca de 300 pontos fotogramétricos

para ser confirmada a sua visualização nas fotos. Desses, apenas 213 foram efectivamente reco-

nhecidos nas fotografias e documentados num fi-cheiro Microsoft Excel® para auxiliar a sua locali-zação durante o processo de medição de pontosde controlo, sendo que 105 deles eram vértices geo-désicos.

Triangulação automática

A triangulação automática das fotografias foi efec-tuada utilizando o software ISAT® da Intergraph®.Do grupo total de 356 fotografias foram triangula-das 343 (ainda que destas tenham sido rejeitadasduas durante o processo), não tendo sido incluí-das 12 fotos da fiada Costeira da folha “429 – Cas-cais”, devido à sua configuração e mau estado dasimagens, e uma fotografia da folha “417 – Loures”por não existir nessa fiada as duas fotos anteriorese as duas posteriores. O bloco total inicial conti-nha 38 fiadas numa configuração pouco conven-cional em U.

Foram importados ficheiros com as orientaçõesinternas calculadas anteriormente com o progra-ma S.I.T.I.O., com os parâmetros iniciais provisó-rios de orientação externa das fotos e com osdados dos pontos fotogramétricos.

Foram medidos 148 pontos de controlo aolongo de todo o bloco que abrangia as seis folhas1:25 000, desde a “401A – Magoito” a Noroesteaté à “417 – Loures” a Nordeste.

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Figura 9 – Exemplo de PF reconhecido nas fotos e documentado >

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Existiram dificuldades ao longo do processo.Não existe certificado de calibração da câmaraaérea e as orientações internas utilizadas são apro-ximadas. A determinada altura, verificou-se queentre as duas primeiras fiadas da folha “431 – Lis-boa” não tinham sido detectados pontos de liga-ção. Tal acontecia pelo facto de existir uma des-continuidade temporal entre as fiadas, pois foramvoadas em alturas diferentes ainda que no mesmoano (1944). Isto era visível pela vegetação e restanterealidade física presente nas fotografias. Foi ne-cessário então medir manualmente cerca de 30pontos de ligação nessa zona.

A lacuna existente na folha “417 – Loures” pro-vocada pela falta de cinco fotos e o número re-duzido de pontos de controlo disponíveis nessazona provocavam maus resultados da triangulaçãodesta área, pelo que se verificou ser necessáriopartir o bloco inicial em dois mais pequenos.

Desta forma, os resultados obtidos no primeirobloco foram bastante razoáveis, sendo que no se-gundo bloco, mais problemático, os resultadosforam piores, ainda que aceitáveis (ligeiramenteacima da tolerância definida inicialmente de 1mpara os resíduos máximos em X e Y).

Em ambos os blocos resultaram valores de

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Figura 10 – Footprints de todo o bloco e distribuição de pontos de controlo

Figura 12 – Resultados da AT do segundo Bloco

Figura 11 – Resultados da AT do primeiro Bloco

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sigma (σ) superiores à tolerância de 21 micronsdefinida inicialmente no projecto, no entanto,sendo imagens com mais de 60 anos e face áscircunstâncias de configuração do bloco e nú-mero de PF’s disponíveis, e até eventualmente àprecisão com que as coordenadas destes foramobtidas (não existe informação disponível), conclui-se que de uma forma global os valores finais do ajus-tamento são bastante razoáveis.

A posterior verificação de “check points” não sólidos dentro do próprio ISAT® mas também atra-vés da aplicação ISSD® – ImageStation Stereo Dis-play da Intergraph®, indicaram desvios mais acen-tuados nas zonas periféricas dos blocos, em particularnos cantos do bloco maior (por exemplo, na carta“429 – Cascais” que tem muitos poucos PF’s) e nobloco da carta “417 – Loures” de uma forma ge-neralizada (com poucos PF’s e com uma lacuna decinco fotografias perto do centro do bloco).

Catalogação da informação

Com o objectivo de catalogar de forma práticaas fotografias aéreas utilizadas neste trabalho e arespectiva informação associada (folha 1:25000correspondente, fiada, número, ano de voo, câ-mara aérea, parâmetros de orientação externaobtidos durante a Aerotriangulação, etc.), foi im-plementado um Sistema de Informação Geográ-fica (SIG) utilizando o software ArcGis®.

Para tal, foi desenvolvido um programa em Ma-tlab® com o nome IMAN – “Image MANipulator”,que cria automaticamente uma miniatura paracada imagem e o respectivo ficheiro “TFW” (Arc-gis® World File referente a uma imagem “TIFF” ecom informação que permite a sua georeferen-ciação) com o mesmo nome.

Como cada fotografia aérea digitalizada tem emmédia 72Mbytes, seria impraticável, perante odesenvolvimento informático actual, a importa-ção como raster de todo o conjunto das 343 ima-gens trianguladas. Assim, optou-se por reduziroito vezes cada imagem, tornando os ficheirosmanipuláveis com apenas 1.14Mbytes cada.

A partir de um ficheiro de entrada com todos osparâmetros de orientação externa obtidos daaerotriangulação efectuada, foram determinadosos seis elementos de cada ficheiro “TFW”: os doistermos de rotação, os dois termos que indicam adimensão do pixel sobre o terreno nas direcções

>>Recuperação radio-geométrica e catalogação digital de coberturas aéreas antigas da zona de Lisboa

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Figura 13 – Programa que cria as imagens miniatura “TIFF” e respectivos ficheiros “TFW”

Figura 14 – Exemplo de ficheiro de entrada com parâmetros de OE

Figura 15 – Exemplo de TFW >

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X e Y, e por fim, os dois termos referentes ás coor-denadas terreno do canto superior esquerdo danova imagem miniatura.

Mais tarde foi acrescentada ao programa aopção de efectuar o mesmo processo para imagensem formato “JPEG”, criando miniaturas e fichei-ros de georeferenciação “JGW”.

Numa segunda fase, foram importados para umprojecto em ArcMap® as imagens miniatura“TIFF” obtidas, criando automaticamente o mo-saico global com todas as fotos. Estes rasters foramentão agrupados por fiada, carta, e por fim, numsó grupo denominado “FOTOS”, permitindo gerirde forma prática o seu “display”.

Simultaneamente foi criado em Microsoft Excel®

um ficheiro contendo toda a informação disponívelreferente ás fotografias, gravado com a extensão“DBF” (ficheiro do tipo base de dados dBASE) e im-portado para dentro do projecto em ArcMap® co -mo uma feature class de pontos chamada “Dados”.

De forma a conseguir gerir de maneira eficien-te as consultas à informação disponibilizada e o efei-to dessas pesquisas sobre o mosaico de fotos, de-cidiu-se criar uma feature class de polígonos cha-mada “Catálogo”, sobre esses rasters. Através dajunção das tabelas de atributos do “Catálogo”com a dos “Dados” foi possível reunir toda a in-formação numa tabela única. Deste modo, ao serefectuada uma pesquisa sobre o mosaico defotos, será essa tabela de atributos que será in-quirida, não afectando a visualização nem pro-vocando um novo carregamento das imagens.

Para complementar a informação já disponível,foram criadas miniaturas “JPEG” de todas as imagense associado um hyperlink a cada uma, permitindodesta forma abrir uma pré-visualização de cadafoto que faça parte dos resultados duma pesquisa.

A informação disponibilizada desta forma é pas-sível de ser pesquisada através de um clique sobreo ponto pretendido ou descrevendo um rectân-

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 16– SIG final com o mosaico de fotos e respectiva informação associada

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gulo em torno da área desejada (com o cursor emmodo “Identify”), ou utilizando a ferramenta deselecção por atributos do ArcMap®, caso se pre-tenda por exemplo, os dados de todas as fotogra-fias referentes a uma determinada folha 1:25000.

Conclusões

No âmbito deste trabalho foi possível reunir umconjunto de informações extremamente interes-santes, não só sobre a empresa SPLAL como tam-bém sobre o próprio Instituto Geográfico do Exér-cito. Exemplo disso é a existência da câmaraaérea adquirida pelos Serviços Cartográficos doExército (desconhecida até hoje), da sua extensautilização e de como a colecção de fotografiasaéreas registada como SPLAL e que foi objectodeste estudo, foi efectivamente obtida pelos Ser-viços e não por essa empresa particular.

Ao longo de todo este trabalho foi desenvolvidauma série de aplicações, o programa para melho-rar o contraste das imagens e detectar marcas fi-duciais, como a aplicação que cria miniaturas e fi-cheiros “TFW”, que se revelaram bastante úteis eque de uma forma bastante prática, optimizaram aexecução de processos que de outra forma seriamimpraticáveis, como a geração do mosaico de fotosem ArcMap®, ou demasiado morosos, como a me-dição de todas as marcas fiduciais das fotografias.

É também possível concluir pelos resultados ob-tidos da triangulação automática realizada queestas fotografias possuem uma boa qualidade ra-diométrica e geométrica, considerando que se tratade negativos com mais de 60 anos, e um potencialconsiderável, seja para restituição ou para a pro-dução de ortofotos ou modelos digitais de elevação,ou ainda outros estudos de natureza variada.

Referências bibliográficas

Aero Clube de Portugal, 1941. Revista do Ar Ano4 Número 41, Lisboa

Associação Portuguesa de Fotogrametria, 1942.Boletim da Associação Portuguesa de Foto-grametria Vol.I Fascículo n.º 3, Lisboa

Espanha, Servicio Geográfico del Ejército – Es-cuela de Geodesia Y Topografia, 1953. Cursode interpretacion fotográfica, Madrid

Matos J., 2007. Engenharia Geográfica nos Sécu-los XIX e XX http://websig.civil.ist.utl.pt/jma-tos/Modules/StandardToolkit/Documents/View-Document.aspx?Mid=745&ItemId=61 (ace-dido pela última vez em 15 de Setembro de2009)

Minnesota Department of Natural Resources MISBureau - GIS Section, 2001. Managing andCreating Spatial Data http://thoreau.dnr.state.mn.us/mis/gis/tools/arcview/Training/Web-Help/Courses/CandMSpData/Section3/Page3-7.html (acedido pela última vez em 11 de Se-tembro de 2009)

Portugal. Estado-Maior do Exército, 1939. Activi-dade desenvolvida pelos Serviços Cartográficosdo Exército, Lisboa: Edições do Estado-Maiordo Exército

Portugal. Estado-Maior do Exército, 1940. Activi-dade desenvolvida pelos Serviços Cartográficosdo Exército, Lisboa: Edições do Estado-Maiordo Exército

Portugal. Estado-Maior do Exército, 1941. Activi-dade desenvolvida pelos Serviços Cartográficosdo Exército, Lisboa: Edições do Estado-Maiordo Exército

Portugal. Estado-Maior do Exército, 1942. Activi-dade desenvolvida pelos Serviços Cartográficosdo Exército, Lisboa: Edições do Estado-Maiordo Exército

Redweik P. 2007, Fotogrametria Aérea. Texto nãopublicado. Faculdade de Ciências da Uni-versidade de Lisboa, Lisboa

Redweik P., Roque D., Marques A., Matildes R. eMarques F., 2009. Recovering Portugal AerialImages Repository. International Archives ofPhotogrammetry and Remote Sensing Vol.XXXVIII-1-4-7/W5 ISSN 1682-1777

SPLAL, 1947. Sociedade Portuguesa de Levanta-mentos Aéreos, Lda, Lisboa

>>Recuperação radio-geométrica e catalogação digital de coberturas aéreas antigas da zona de Lisboa

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>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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>Dora Roque Aluna Estagiária do Mestrado em Engenharia Geográfica

[email protected]

>Prof.ª Dr.ª Paula Redweik Professora Auxiliar do Departamento

de Engenharia Geográfica, Geofísica e [email protected]

Introdução

O voo RAF47 foi obtido pela BritishRoyal Air Force em 1947, quandoesta empreendeu vários levanta-

mentos aerofotográficos na Península Ibérica. Noano seguinte, as fotografias referentes a Portugalforam oferecidas aos Serviços Cartográficos doExército. Após a doação do voo, foram várias asorganizações civis que o utilizaram, nomeada-mente, o Ministério da Economia, a CompanhiaNacional de Electricidade, várias câmaras muni-cipais e o Estado-Maior Naval, para desempe-nhar diversas tarefas [Alves, 1950a; Alves, 1950b].Cerca de 60 anos depois da sua aquisição, oRAF47 continua a ter grande importância. As fo-tografias obtidas neste voo continuam a ser utili-zadas para diversos fins e nas mais variadas áreas(geologia, geografia, história e arqueologia, entreoutras) [Redweik et al, 2009]. O objectivo do tra-balho desenvolvido foi, através da utilização de umapequena amostra de fotografias desta coberturaaérea, testar uma metodologia que permitisse re-cuperar as características radiométricas e geo-métricas das imagens correspondentes à totali-dade do país.

O Voo RAF

O conjunto de fotografias RAF47 foi obtidoentre Maio e Agosto de 1947 [Redweik et al,2009] e cobria a totalidade do país. As imagens ori-ginais estão guardadas em rolos de filme fotográ-fico contido em recipientes metálicos e são man-tidos numa câmara fria a uma temperatura cons-tante de 13°C e com uma humidade relativa deaproximadamente 23%. No arquivo, existe umenquadramento desenhado em papel vegetalsobre a carta 1: 250 000, o qual foi utilizado paraa selecção das imagens que correspondem àzona de teste (Fig. 1). A referida região de testeconsiste numa área aproximadamente quadra-da, com 40 km de lado, situada na zona de Lis-boa, a qual foi coberta por 13 fiadas horizontais,

Recuperação dacobertura aérea

nacional RAF47

Recuperação dacobertura aérea

nacional RAF47

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>> Recuperação da cobertura aérea nacional RAF47

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correspondendo a um total de 171 fotos.No caderno onde se encontra o enquadra-

mento, existe a indicação de que a escala das fo-tografias é 1:30 000 e que estas apresentam umformato de 23 cm × 23 cm. Apesar de não exis-tir certificado de calibração, nem qualquer outrainformação relativa à câmara, de acordo comRedweik et al (2009), a câmara utilizada foi umaK-17 com uma objectiva 6” Metrogon (Fig. 2). A

mesma fonte indica, ainda, que aconstante da câmara apresentavao valor de 152,4 mm.

Todas as informações encon-tradas relativas às lentes Metro-gon indicam que estas não eramindicadas para a obtenção de fo-tografias destinadas à construçãode cartas. As suas distorções tan-genciais elevadas tornavam-nasimpróprias para esta finalidade[American Society of Photogram-metry, 1952] e as distorções ra-diais apresentavam um valor de0,110 mm, o qual é, aproxima-damente, 10 vezes superior àmaioria das distorções radiais deoutras lentes destinadas à foto-grametria [American Society ofPhotogrammetry, 1980].

Recuperação Radiométrica

Apesar de o número de fotografias utilizadas noteste ser pequeno relativamente ao total da co-bertura (cerca de 12 000), o conjunto de imagensusado apresenta muitos dos aspectos que carac-terizam este voo no que diz respeito à qualidadedas imagens.

A situação radiométrica das imagens do vooRAF é muito heterogénea. Em algumas imagens sãovisíveis faixas verticais mais claras que o resto daimagem, enquanto noutras, a zona central émuito mais clara que os cantos (Fig. 3 esquerda).

Com o objectivo de minimizar a luminosida-de heterogénea destas imagens foi desenvolvi-do um programa em Matlab®, que permitiu tra-tar as imagens de forma automática, sem ser ne-cessária a intervenção do operador. A base desteprograma foi a realização de uma abertura mor-fológica. Esta operação permitiu “apagar” ospormenores representados na imagem, deixan-do apenas presente o fundo (Fig. 4). Esta ima-gem temporária contém os efeitos de luminosi-

Figura 1 – Enquadramento das fotografias que abrangem a área de estudo (IGeoE)

>

Figura 2 – A câmara aérea Fairchild K-17 com uma objectiva 6”Metrogon [Evidence in Camera, 1945]

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dade e foi subtraída à imagem original. Destaforma, foi possível obter uma fotografia aéreacom todos os detalhes representados e com umaluminosidade uniforme (Fig. 3 direita e 4 direi-ta). Como cada imagem, em formato digital,ocupava cerca de 115 Mb, foi necessário assu-mir um compromisso entre desempenho, utili-zação de memória e tem po de processamento.Estas restrições conduziram à necessidade de di-vidir cada imagem em imagens mais pequenas,nas quais a abertura foi aplicada de forma inde-

pendente. Após a junção das imagens auxiliaresforam observadas descontinuidades nas frontei-ras destas, as quais foram suavizadas através dautilização de um filtro média. A imagem resultantedeste processo foi subtraída à imagem original,mantendo inalterada a geometria dos objectos re-presentados. Imagens consecutivas pertencen-tes à mesma fiada passaram a ser mais seme-lhantes radiometricamente, o que, em princí-pio, aumentaria a probabilidade de sucesso datriangulação automática.

>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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Figura 3 – Fotografia RAF com problemas radiométricos, antes (esquerda) e depois (direita) do processamento (IGeoE).

Figura 4 – Superfície da luminosidade do fundo da fotografia antes (esquerda) e depois (direita) do processamento

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Recuperação Geométrica

Orientação InternaApesar de a câmara utilizada na obtenção das

fotografias ser conhecida, não existe certificadode calibração desta. Por esta razão, parâmetroscomo as coordenadas foto calibradas das marcasfiduciais e do ponto principal e, ainda, informaçãorelativa às distorções das lentes, não são conhecidospara o voo RAF.

Os softwares que trabalham com imagens as-sociam a estas um sistema de coordenadas pixel.Contudo, os programas de aerotriangulação ne-cessitam que os pontos medidos nas fotografiassejam referentes ao sistema de coordenadas foto.Desta forma, é necessário determinar os parâ-metros de transformação afim, os quais permi-tem realizar a conversão das coordenadas entre osdois sistemas.

Para o cálculo dos referidos parâmetros, é fun-damental que, para cada fotografia, sejam regis-tadas as coordenadas pixel das quatro marcas fi-duciais. As marcas fiduciais do RAF consistem emquatro meias-setas (Fig. 5), de dimensões dife-rentes, situadas a meio das margens. O par de di-mensões maiores indica o sentido de voo. Ooutro par é mais pequeno propositadamente,para ocupar a menor área possível [American So-ciety of Photogrammetry, 1944].

Outro dos obstáculos relacionados com a orien-tação interna das imagens, encontrado duranteeste trabalho, foi o desconhecimento sobre aforma como as marcas fiduciais deviam ser medidas.

Para que o sistema de coordenadas foto seja de-finido de forma correcta, as marcas fiduciais têmde ser registadas numa ordem pré-definida, aqual, normalmente, é indicada no certificado decalibração da câmara. A inexistência deste docu-mento levou a que tivessem sido feitas diversasexperiências, com as diferentes combinações pos-síveis entre o ângulo a atribuir à orientação da câ-mara, a posição da primeira marca a medir e osentido de medição. Utilizando como referênciaos resultados da triangulação automática realiza-da para cada um dos testes, foi possível concluirque a forma correcta de orientar internamente asfotografias do voo RAF é atribuir à orientação dacâmara o valor 0° para fiadas de Oeste para Estee 180° para fiadas de sentido contrário, começaras medições das marcas fiduciais pela marca quese encontra na margem oposta ao número e rea-lizar as medições no sentido dos ponteiros do re-lógio (Fig.6). Na figura, a imagem do lado es-querdo corresponde a uma imagem do sentidoOeste – Este e a da direita corresponde ao senti-do Este – Oeste.

A fim de evitar a medição manual de 684 mar-cas fiduciais, foi construído, em Matlab®, um al-goritmo de detecção automática das partes rectasdas marcas fiduciais. Este recorre a técnicas deprocessamento digital de imagem aplicadas emexcertos das fotografias efectuados nas zonas dasmarcas. Depois de as imagens estarem binariza-das, as operações morfológicas erosão e dilata-ção permitiram a reconstrução das marcas fiduciais

>> Recuperação da cobertura aérea nacional RAF47

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>

Figura 5 – Marca fiducial do RAF (IGeoE)

Figura 6 – Esquema da numeração das marcas fiduciais

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e a remoção de quase todos os objectos exterio-res a estas. Para seleccionar um ponto perten-cente à parte recta da marca fiducial, foram de-tectados vários pontos com número digital igual a1 (e que apresentassem um pixel vizinho comvalor zero), os quais foram organizados em gruposde três, sendo escolhido um ponto pertencente aoconjunto mais próximo da colinearidade.

Esta rotina foi introduzida no programa ORI-RAF47, o qual permite determinar os seis parâ-metros de transformação afim entre os sistemasde coordenadas pixel e foto de uma forma direc-ta, sem ser necessário conhecer as coordenadas fotocalibradas das marcas fiduciais.

Orientação ExternaA orientação externa das fotografias foi obtida atra-

vés de uma aerotriangulação, realizada com oprograma Image Station Automatic Triangulation(ISAT) da Intergraph.

A aquisição de pontos homólogos foi feita atra-vés de uma triangulação automática. A precisão dascoordenadas foto resultante desta triangulação foide 528 µm. Este mau resultado é facilmente com-preensível, uma vez que as elevadas distorçõescausadas pelas lentes usadas na aquisição dasfotos e a indefinição da forma dos objectos re-presentados dificultam a acção dos operadoresautomáticos de detecção de pontos.

As alterações verificadas nos últimos 60 anosao nível da ocupação do solo do nosso país tor-naram inviável a obtenção de coordenadas depontos fotogramétricos (PFs) no terreno. A aqui-sição de coordenadas terreno dos pontos foto-gramétricos foi efectuada através de cadernos an-tigos, contemporâneos das fotografias, encontra-dos nos arquivos do IGeoE, os quais contêmcroquis de pontos observados e as respectivascoordenadas. A fim de adensar o conjunto depontos disponíveis, foram utilizados, também,vértices geodésicos e vértices auxiliares de sinali-zação permanente (VASP).

A medição das coordenadas foto dos PFs foium processo complicado, uma vez que as jámencionadas distorções e a indefinição dos objectos

representados impossibilitaram a medição destesvalores com a precisão desejada (Fig. 7).

Dos 75 pontos medidos manualmente no ISAT,61 foram utilizados como pontos fotogramétricose os restantes 14 como pontos de verificação.

Depois da realização da triangulação aérea, naqual foram estimados os parâmetros de calibra-ção da câmara, a precisão das coordenadas fotoobtida foi de 241,9 µm. Apesar de este resulta-do ser insatisfatório, o bloco ficou relativamente bemajustado aos PFs, tendo sido obtidos os erros mé-dios quadráticos apresentados na Tabela 1.

Os resultados mostram que apesar de os mo-delos estereoscópicos estarem bem ajustados aosPFs, estes divergem um pouco nos pontos de ve-rificação. Uma explicação para este facto é a ins-tabilidade geométrica do bloco causada pelospontos homólogos de qualidade insuficiente. Estarazão é, também, a causa da elevada incertezadas coordenadas foto.

Foi construída uma base de dados geográfica,onde todas as imagens tratadas se encontram re-presentadas pelos seus centros. A tabela de atribu-tos referente a estes objectos disponibiliza diversa in-formação, como os parâmetros de transformaçãoafim, os parâmetros de orientação externa e, ainda,informação recolhida referente à câmara utilizada.

>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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Figura 7 – Vértice geodésico Guia (IGeoE)

X (m) Y (m) Z (m)Pontos Fotogramétricos 0,614 0,698 1,051Pontos de Verificação 5,832 4,641 11,402

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Conclusões

A recuperação radiométrica foi efectuada comsucesso, apesar de todos os problemas encontra-dos durante a construção do programa, como porexemplo a utilização de memória e o elevadotempo de processamento de cada imagem. Con-tudo, foi possível obter um programa que, paraalém de uniformizar a luminosidade de cada ima-gem, aproxima radiometricamente todas as ima-gens do bloco. A maior vantagem do programadesenvolvido é permitir a execução de um trata-mento diferente para cada imagem, tendo emconta as características radiométricas desta, sem sernecessária a intervenção do operador.

Quanto à recuperação da geometria das foto-grafias, estas podem ser utilizadas para adquirirprodutos fotogramétricos com escala inferior a1:35 000. A qualidade radiométrica das imagens,nomeadamente a indefinição dos objectos re-presentados, impediu a realização de uma trian-gulação automática adequada e a medição dascoordenadas foto dos PFs com a precisão reque-rida. Este problema foi acentuado pelo facto de nãoser conhecida informação relativa às distorçõesdas lentes usadas durante o voo e pelas diferen-tes incertezas das coordenadas terreno dos PFs(por terem sido adquiridos em datas diferentes).No entanto, nem todas as tarefas realizadas noâmbito deste trabalho foram infrutíferas. Foi pos-sível determinar a forma correcta de medição dasmarcas fiduciais, aquando da realização da orien-tação interna, e os parâmetros de orientação ex-terna obtidos, mesmo apresentando alguma ine-xactidão, poderão ser utilizados como aproxima-ções iniciais em trabalhos futuros.

Referências

Alves, M. P. F. (1950a). Relatório dos Serviços Car-tográficos do Exército – 1949. Texto não pu-blicado, Instituto Geográfico do Exército, Lis-boa.

Alves, M. P. F. (1950b). Relatório dos Serviços Car-tográficos do Exército – 1950. Texto não publi-cado, Instituto Geográfico do Exército, Lisboa.

American Society of Photogrammetry (1944).“Manual of Photogrammetry”, PreliminaryEdition, American Society of Photogrammetry,New York, United States of America.

American Society of Photogrammetry (1952).“Manual of Photogrammetry”, 2nd Edition,American Society of Photogrammetry, Was-hington, D. C., United States of America.

American Society of Photogrammetry (1980).“Manual of Photogrammetry”, 4th Edition,American Society of Photogrammetry, FallsChurch, United States of America.

Evidence in Camera (1945). Special Edition onPhotographic Reconnaissance and Photo-graphic Intelligence 1939 – 1944, March1945, Air Ministry A.C.A.S. Great Britain.

Redweik, P., D. Roque, A. Marques, R. Matildes,F. Marques (2009). Recovering Portugal AerialImages Repository. International Archives ofPhotogrammetry and Remote Sensing, Vol.XXXVIII – 1 – 4 – 7 / W5. ISSN 1682-1777.

>> Recuperação da cobertura aérea nacional RAF47

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O Instituto Geográfico do Exército temcomo missão prover com informaçãogeográfica e apoio geográfico para

além das Forças Armadas, a comunidade civil, as-segurando a execução de actividades relaciona-das com a ciência geográfica, a técnica cartográ-fica e a promoção e desenvolvimento de acçõesde investigação científica e tecnológica, no do-mínio do apoio geográfico e da geomática. Paratal, o IGeoE procura sempre ser o mais bem su-cedido nos seus objectivos, entre os quais existeum espaço para o contacto directo com a popu-lação onde se inclui a venda ao público dos pro-dutos da sua chancela. Um dos mais variadosprodutos está relacionado precisamente com aFotografia Aérea. O Instituto Geográfico do Exér-cito possui um leque vastíssimo de voos que co-brem ora o território nacional por completo, oraparcelas. As técnicas usadas foram sempre devanguarda, e na Fotografia Aérea não é excep-ção. O IGeoE trabalha desde a primeira metadedo século XX com fotografia aérea. Para o cidadãocomum, militar ou civil, entidades ou particulares,é possível aceder a diversas fotografias disponí-veis em diferentes anos e regiões dos voos. Naera analógica, o cliente que desejasse uma foto-grafia, escolheria a área desejada e transmitiriaao Instituto mediante determinadas características(n.º da carta militar, nome da localidade, e ca-racterísticas do terreno, entre outras). Feito isto, aSecção de Fotografia Cartográfica mobilizava-seatravés dos enquadramentos em papel para en-

Fotografia AéreaFotografia Aérea>Jorge Maurício

Alferes RC, Geó[email protected]

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>>Fotografia Aérea

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contrar a fotografia correspondente à área dese-jada pelo cliente e posteriormente na própria fo-tografia iniciava, por vezes, verdadeiras odisseiasno sentido de a encontrar. Processo esse que se re-velava em muitos dos casos moroso e atrasava asnotas de encomenda pelo acumular natural depedidos. Foi precisamente essa morosidade quese pretendeu inverter. Servindo-se e bem dasnovas tecnologias, a Secção procurou rentabili-zar e dinamizar toda esta cadeia de processos.Objectivo: servir o cliente de forma mais célere enuma segunda fase, na hora. Para tal, várias eta-pas foram e terão de ser conquistadas. Numa pri-meira fase, socorremo-nos do mapa de Portugalem formato raster, o mosaico de todas as cartas mi-litares 1:25 000 devidamente georeferenciadascom as coordenadas militares (Datum de Lisboa).A este se agregou um cartograma vectorial cor-respondente às quadrículas das cartas militarespara uma mais fácil identificação. Num processoparalelo, procedeu-se à georeferenciação das fo-tografias aéreas dos voos mais requisitados, desde1995 (voos parciais com Fotografias a Cores),assim como o voo USAF de 1958 (cobertura na-cional do território a Preto e Branco) através da cria-ção dos ficheiros de coordenadas tfw para cadauma das milhares de fotografias existentes. Nestafase, foi tomado em consideração vários factores,tais como a dimensão do pixel de cada fotografiae a orientação da mesma consoante as fiadas dovoo. As coordenadas são respeitantes ao CantoSuperior Esquerdo de cada fotografia aérea. Oscálculos tiveram a sua origem no centro de pro-jecção de cada uma, assim como no caderno deencargos dos voos exigido pelo Instituto Geográ-fico do Exército (distância estipulada entre fiadase, dentro destas, entre fotografias).

O ficheiro das coordenadas dos centros de pro-jecção de cada voo gerou um ficheiro em for-mato shape em ambiente ESRI (Arc Gis) sob aforma de pontos. Através deste foi possível criar deuma forma automática um ficheiro igualmenteem formato shape, desta feita, sob a forma de po-lígonos mediante medidas criadas para represen-tar no mapa a área real sobre a qual incide a fo-

tografia. Devido à sobreposição das fotografiaspara estereoscopia, exigida pelo Instituto no cadernode encargos dos voos, fora reduzida a área re-presentativa no terreno dos polígonos, para evitarum efeito visual esteticamente pouco apelativonos enquadramentos, pelo que as fotografias re-presentam, na realidade uma área superior à evi-denciada nos mesmos. Estes enquadramentos en-contram-se disponíveis no sítio do IGeoE na Internet(www.igeoe.pt).

O passo seguinte prende-se com a disponibi-lização das fotografias digitalizadas num servi-dor. Em ambiente ESRI (Arc Gis) é criada umahiperligação para cada fotografia o que vem fa-cilitar a sua visualização de uma forma mais rá-pida. As fotografias no servidor irão associar-seao ficheiro de coordenadas tfw sob o mesmonome e, georeferenciadas, ficarão prontas a adi-cionar ao mosaico das cartas militares. Assim, épossível sob a forma de um pequeno númerode cliques, chegar, em tempo substancialmen-te mais reduzido, à fotografia aérea pretendidapelo cliente, confrontando-a com a carta militare, por conseguinte, a área visada para posteriortratamento e impressão em papel fotográficocom a qualidade e marca IGeoE.

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Introdução

N o âmbito do projecto para elaboraçãodo Manual VFR (Visual Flight Rules), res-ponsabilidade do Instituto Nacional de

Aviação Civil (INAC), o Instituto Geográfico doExército (IGeoE), através da sua Secção de Topo-grafia e Geodesia, foi encarregue de efectuar aaquisição de dados topográficos de instalaçõesaero-portuárias, aérodromos, heliportos e rádio-

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>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

>Rui Dias Major Art

[email protected]

>Rui Teodoro Major Art

[email protected]

>Gonçalo Maia Alferes RC

[email protected]

Levantamento dedados de

aeródromos,heliportos e rádio

ajudas nacionais

Levantamento dedados de

aeródromos,heliportos e rádio

ajudas nacionais

Figura 1 – Aeródromoa / heliportos a levantar

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ajudas e respectivos obstáculos circundantes emtodo o território nacional.

Este trabalho foi desenvolvido ao longo de vá-rias fases tendo os trabalhos de campo decorridodurante o primeiro semestre de 2009, tendo sidolevantados dados de 26 aeródromos, 36 helipor-tos e três rádio-ajudas nacionais.

A primeira fase do trabalho envolvia o planea-mento em gabinete do trabalho a executar. A se-gunda fase envolvia a execução do trabalho decampo e a terceira fase os trabalhos finais nova-mente em gabinete.

Especificações técnicas

Durante a fase de trabalhos de campo foramcoordenados vários pontos notáveis nos aeró-dromos e heliportos, designadamente o Ponto deReferências (ARP) de Aeródromo/Heliporto, oCentro da Pista e do Heliporto (TLOF), as Soleirasda Pista, caso existissem, e o início e fim da pista.Foram também coordenados vários pontos deforma que se pudessem determinar algumas ca-racterísticas físicas das pista nomeadamente ocomprimento e a largura destas, a distância dasoleira deslocada e os rumos verdadeiros das pis-tas. Foram também coordenados todos os obstá-culos no perímetro do aeródromo e heliporto quepudessem afectar as operações de aterragem edescolagem das aeronaves. Todos os pontosforam coordenados no Datum WGS84.

No heliportos foram consideradas duas zonaspara definição de obstáculos. A zona 1 com umraio de 25m e uma inclinação de 2% a contar daTLOF e a Zona 2 com um raio de 325m e uma in-clinação de 3,33% a contar do limite da zona 1.

Nos aeródromos foram considerados os obstá-culos nas proximidades das áreas de movimentoe nos canais de aproximação às pistas. Relativa-mente à área de movimento a zona de obstácu-los é definida por 90m a partir do eixo da pista e50m a partir do limite de plataformas de cami-nhos de circulação de aeronaves. A definição docanal de aproximação depende da classificação e

do comprimento da pista:– Para pistas Código 1 VFR, com comprimento

inferior a 800m o canal de aproximação temuma extensão de 1600m e uma inclinação de5%;

– Para pistas Código 2 VFR, com comprimentoentre 800m e 1200m, o canal de aproximaçãotem um comprimento de 2500m e uma in-clinação de 4%;

– Para pistas Código 3 VFR e comprimentoentre 1200m e 1800m o canal de aproxima-ção tem uma extensão de 3000m e uma in-clinação de 3,3%.

São considerados obstáculos todos os edifícios,torres, antenas, postes de iluminação e de apoioa linhas de alta tensão e de uma forma geral todoo objecto que possa interferir com as operaçõesdas aeronaves. Nos heliportos o terreno tambémfoi considerado obstáculo até uma distância de25m da TLOF.

Planeamento

A percepção do operador no local sobre a rea-lidade topográfica circundante é sempre limita-da uma vez que todos os obstáculos da primeiralinha se apresentam como barreiras visuais im-pedindo-o de ter uma perspectiva geral, quer emdistância quer na forma do terreno, levando-o a

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>>Levantamento de dados de aeródromos, heliportos e rádio ajudas nacionais

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Figura 2 – Canais de aproximação

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consumir mais tempo na execução e a eventual-mente descurar outros obstáculos existentes, re-flectindo-se à posteriori na qualidade do traba-lho efectuado.

Uma perspectiva vertical (aérea) do local, defácil aquisição, é uma importante ajuda paraquem realiza o trabalho de campo, dando indi-cações quanto à zona a levantar, obstáculos exis-tentes, e qual o limite da zona de obstáculos.

Tendo em conta a especificidade deste traba-lho, surgiu a necessidade de visualização da rea-lidade topográfica da periferia imediata aos heli-portos e aeródromos em trabalho, com precisão,de modo a planear em gabinete todo o trabalho.Para tal, foram criados modelos tridimensionaisdestas áreas, com base em cartografia produzidapelo IGeoE, que serviram de base de planea-mento e que antecederam o deslocamento parase executar o levantamento.

A execução dos modelos tridimensionais do ter-reno foi feita do seguinte modo:

A informação vectorial do IGeoE, em ambien-te CAD tridimensional, que cobre a totalidade doterritório nacional contém, entre outros, os se-guintes temas: – Altimetria;– Rede Viária e Ferroviária;– Linhas de Alta Tensão;– Construções em geral;– Traçado dos próprios aeródromos bem como

a localização dos heliportos.

Esta informação, que prima pelo padrão dequalidade de rigor e exactidão certificados pelasautoridades competentes, serviu de base à execuçãodestes modelos.

Foram também desenhados para o efeito,tanto o cone tridimensional para os heliportoscomo as rampas de aterragem/descolagem de-finidas no caderno de encargos do INAC comoáreas que possam afectar as operações de ater-ragem/descolagem de aeronaves, que indica-riam, por intersecção com os obstáculos res-pectivos, o conjunto dos objectos cujas coor-denadas seria necessário adquirir.

No respectivo software CAD (MicroStation)foram identificados os locais e seleccionada umaárea de interesse, centrada quer no centro do he-liporto quer no prolongamento das pistas de ater-ragem dos aeródromos e que continha a infor-mação com interesse para o trabalho.

Posteriormente, os cones e as rampas foram co-locados sobre os próprios objectos, heliportos(centro – TLOF) e aeródromos (extremos das pis-tas), respectivamente, de modo a colocar o vérti-ce destes objectos coincidente com a cota da in-formação vectorial existente, nos respectivos pon-tos de intersecção.

Este informação, em formato *.dgn, categorizadapor diferentes níveis espessuras e cores foi depoisimportada para um ambiente SIG (Sistema de In-formação Geográfica), no software ArcGis, e tra-tada a partir daí.

De um modo comum, tanto para os heliportoscomo para os aeródromos, a informação base eraretirada de modo a produzir um modelo tridi-mensional do terreno e, a sobre esta integrartodos os outros aspectos topográficos a ter emconta. Para tal, eram seleccionados, por atribu-tos, com uma pequena query em SQL (Structu-red Query Language) aos Layers existentes, demodo a exportar para shapefile, separadamente,a informação pretendida. Ou seja, para a execu-ção do modelo digital do terreno, foram exportadasas curvas de nível e pontos cotados, informaçãoaltimétrica existente e, posteriormente, geradauma TIN (Triangulated Irregular Network) que ma-terializava, sobre esta informação vertical geore-ferenciada, o terreno existente. De modo seme-lhante, os cones e as rampas foram sujeitos aomesmo tratamento para se gerarem as superfíciesrespectivas.

Seguidamente, todos os outros níveis que inte-ressavam, foram exportados na forma de polí-gonos (edificado) bem como poli-linhas (Linhasde alta tensão, rede viária, etc. ) de modo a com-pletarem a informação.

Uma vez criadas estas shapefiles tudo era im-portado para ArcScene e sofria novo tratamento.Eram sujeitas a mudanças de cor e forma, de

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modo a facilitar a visualização e dado volumesobre o edificado de modo a ter percepção dadimensão do mesmo. Uma vez que em ambien-te ArcScene é possível ter a perspectiva tridimen-sional de qualquer ângulo, torna-se fácil observaras intersecções reais dos obstáculos com os conese rampas virtuais inseridos no desenho.

Aquando a existência de ortofotos, usadascomo base na cadeia de produção cartográficado IGeoE, respectivamente georeferenciadas, foitambém possível modelar estas à TIN (superfície)criada, de modo a obter o terreno o mais fiel pos-sível à realidade.

No entanto e porque a realidade topográficaestá em constante mudança e que por esse mo-tivo poderá já não se encontrar exactamentecoincidente com o modelo construído, é res-ponsabilidade do operador, no local, e através deuma comparação recorrendo ao modelo, verificaras mudanças existentes e detalhar todo o trabalho.

Execução trabalho de campo

A forma de executar o trabalho dependia dascondições que eram encontradas no terreno e dotipo de instalação sendo que esta última condi-ção era a que mais pesava. Assim, se o trabalho selocalizava num heliporto eram primeiros adquiri-dos os dados que podiam ser adquiridos com re-curso ao equipamento GNSS com correcções aserem recebidas do Sistema de Estações de Re-ferência Virtuais do IGeoE (SERVIR), a própria pla-taforma e área circundante. De seguida a SmartS-tation era estacionada na TLOF e, depois de de-vidamente estacionada e orientada, eramadquiridos os pontos com interesse recorrendo aum giro do horizonte (este normalmente era bas-tante reduzido dado o elevado números de obs-táculos existentes como edifícios, antenas, postese outros semelhantes). Aliás, este tipo de infra-es-truturas foi sem dúvida a mais difícil de trabalhar

>>Levantamento de dados de aeródromos, heliportos e rádio ajudas nacionais

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Figura 3 – Modelação 3D de heliporto

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devido à respectiva localização, a maioria dentrode aglomerados urbanos, com pouca visibilida-de e muitos constrangimentos à utilização da tec-nologia GNSS e da própria topografia clássica pro-vocada pelas curtas linhas de mirada, dificulda-des em montar os aparelhos e circular com aviatura. Uma vez terminado o giro era necessá-rio estacionar e orientar a estação de forma apoder continuar com o trabalho, até que fossemcoordenados todos os pontos necessários à exe-cução do trabalho.

Se o trabalho se localizava num aeródromo ini-cialmente eram adquiridos os dados da pista, aolongo de toda a extensão desta, e posteriormen-te dos obstáculos existentes.

Quer num caso quer noutro foi desenvolvidauma pequena folha de cálculo que calculava qualo ângulo zenital que delimitava a superfície deli-mitadora de obstáculos de forma a que se pu-desse introduzir este valor na estação total como objectivo de confirmar a análise efectuada emgabinete e confirmar quais os obstáculos existen-tes. Para o caso dos obstáculos no enfiamento das

pistas mas afastados destas era necessário recor-rer ao planeamento efectuado em gabinete e ve-rificar no local quais seriam necessário adquirir.Simultaneamente para todos os obstáculos eranecessário obter uma fotografia uma vez que faziaparte do caderno de encargos.

Ainda antes de regressar ao IGeoE era efectua-da uma importação expedita dos dados para am-biente Microstation (MS) de forma a poder ava-liar se todos os dados haviam sido adquiridos cor-rectamente e garantir que não seria necessáriovoltar ao campo.

Processamento dos dados

Uma vez terminado o trabalho de campo as ta-refas continuavam mas desta vez em gabinete.

Os dados eram importados do controlador decampo para o software Leica GeoOffice. Nesteeram efectuadas as primeiras verificações de coe-rência da informação nomeadamente ao níveldas orientações da SmartStation e das respectivasalturas bem como a do prisma reflector. Uma vezterminadas estas verificações os dados eram ex-portados para um ficheiro do tipo *.csv, em tudosemelhante a uma folha de cálculo do MicrosoftExcel, e a partir daqui para o MicroStation emcoordenadas WGS militares. Neste ambienteeram definidos os obstáculos área e linha e eli-minados os duplicados, enquanto no ficheiroExcel os pontos duplicados eram eliminados e eraassociada a respectiva fotografia a cada obstácu-lo. Terminada esta tarefa os dados eram exporta-dos para uma base de dados Access.

O processamento terminava com a conversãodo ficheiro dgn de trabalho, com recurso aoMGE, para as unidades pretendidas pelo INAC,graus decimais e graus sexagesimais.

Trabalhos finais

Como resultado final do trabalho de cada aeró-dromo/heliporto/rádio ajuda foi entregue um re-

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Figura 4 – SmartStation estacionada na TLOF

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latório com indicação do detalhe dos levanta-mentos e metodologias adoptadas, fotografias doslevantamentos efectuados, dois ficheiros vecto-riais (dgn) com toda a informação, com coorde-nadas geográficas WGS84 sexagésimais e outrocom coordenadas geográficas WGS84 decimaise também uma base de dados Microsoft Accesscom a identificação e localização de todos ospontos e localizações estabelecidas em coorde-nadas geográficas WGS84 sexagésimais.

Conclusão

A execução deste trabalho permitiu ao IGeoE e

à Secção de Topografia adquirir know-how nestaárea, sistematizar procedimentos de estaciona-mento e orientação da SmartStation, conhecer ca-pacidades e limitações do equipamento utilizadoe também a exploração das potencialidades da in-formação a 3D da Secção de Fotogrametria desteInstituto. Foram também melhorados processos naSecção de Topografia e Geo desia passando a serobservados para todos os trabalhos apenas Vérti-ces Geodésicos de 1ª e 2ª Ordem, onde são co-nhecidas as altitudes elipsoidais (observadas peloIGP), garantindo deste modo a verificação da pre-cisão dos aparelhos para cada trabalho e ter duasfontes independentes para determinação da on-dulação do geóide na região de trabalho.

>>Levantamento de dados de aeródromos, heliportos e rádio ajudas nacionais

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Figura 5 – Fluxograma do processamento dos dados

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Introdução

A s cartas aeronáuticas dos arquipélagosdos Açores e da Madeira surgem na se-quência de compromissos internacionais

assumidos por Portugal no âmbito da ICAO (In-ternational Civil Aviation Organization) e da realnecessidade de utilizadores do espaço aéreo,que não tinham até ao momento uma carto-grafia actua lizada e com estas especificidades..

O IGeoE (Instituto Geográfico do Exército) emparceria com o INAC (Instituto Nacional de Avia-ção Civil) produziu estas duas cartas, sendo oINAC o órgão responsável pela sua publicação.

Tratam-se de duas séries cartográficas decor-rentes das responsabilidades internacionais dePortugal, no âmbito da ICAO, conforme estáprevisto no Art.º 28º da Convenção da AviaçãoCivil Internacional, sendo asseguradas peloINAC. Estas séries são essencialmente para arealização de planos de voo, sendo comum-mente utilizadas tanto pela aviação civil, bemcomo pela a aviação militar.

A primeira destas séries, a Carta AeronáuticaICAO de Portugal à escala 1/1 000 000 do Ar-quipélago dos Açores, é constituída por umaúnica folha correspondendo às folhas N.º 2350 e N.º 2351 do enquadramento da ICAO. A segun-da série, a Carta Aeronáutica ICAO de Portugal àescala 1/500000 do Arquipélago da Madeira, éconstituída por uma única folha corresponden-do às folhas N.º 2418 e N.º 2419 do enquadra-mento da ICAO.

Na produção destas séries cartográficas, teve oIGeoE em linha de conta as especificações do pro-duto respectivo e as normas da ICAO, que regula-mentam na sua amplitude os mais diversos assun-tos representados neste tipo de carta, houve aindaa preocupação de atender aos utilizadores portu-gueses deste tipo de informação. Assim, para a pro-dução desta série contou o IGeoE com a participaçãodo INAC, NAV Portugal, FAP, entre outras entida-des que, como utilizadores interessados se envol-veram no levantamento das necessidades de in-formação a representar, sendo nalguns casos an-

>Telmo José Reis Paulino Cascalheira Major Art, Eng.º Geógrafo

[email protected]

Cartas AeronáuticasICAO dos

Arquipélagos dosAçores e da Madeira

Cartas AeronáuticasICAO dos

Arquipélagos dosAçores e da Madeira

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tagónicas. Houve então necessidade de encontrarum compromisso que a todos pudesse satisfazer.

A designação de cada Carta

A designação da carta Aeronáutica dos Açores é: Carta Aeronáutica OACI 1/1 000 000 – Arquipé-lago dos Açores, abrangendo as folhas 2350 e2351 do enquadramento definido.

O nome da Carta Aeronáutica da Madeira, àsemelhança da dos Açores, assume a designação:Carta Aeronáutica OACI 1/500 000 – Madeira,abrangendo as folhas 2418 e 2419 do enqua-dramento definido.

O Sistema de Coordenadas

AçoresSistema de Projecção: Cónica Conforme de Lam-bert;

Paralelos Normais: 37°00’ e 39°00’Meridiano Central: 27°

Datum Horizontal: WGS84;Datum Vertical:

Grupo Oriental: Marca de Nivelamento Vilado Porto – Santa Maria;

Grupo Central: Marégrafo do Porto da Horta– Pico, Faial e S.Jorge;Escala de marés do cais dabarra da Vila de Santa Cruz –Graciosa;Marégrafo do Cais da Figuei-rinha – Terceira.

Grupo Ocidental: Marégrafo de Santa Cruz dasFlores.

MadeiraSistema de Projecção: Cónica Conforme deLambertParalelos Normais; 32°30’ e 33°30’Meridiano Central: 17°Datum Horizontal: WGS84;Datum Vertical: Marégrafo do Porto do Funchal

A altimetria

A informação altimétrica representada nestacartas inclui curvas de nível com uma equidis-tância de 656 pés (200 metros), pontos de cota(com os valores em metros e em pés) e hipsome-tria, para uma mais rápida avaliação da altimetriae do relevo. Os pontos de cota apenas surgemnos extractos à escala 1/500 000 (Fig. 1 – Repre-sentação de Ponto de cota), não sendo represen-tados na janela principal.

Legenda

Para uma melhor interpretação da carta esta con-templa uma legenda, em Português e a respectivatradução para Inglês, facilitando desta forma a lei-tura da carta por utilizadores internacionais, cons-tituída por duas componentes, uma para a janelaprincipal (Fig.2 – Legenda da janela principal) euma para cada uma das janelas de pormenor (Fig.3 – Legenda da janela de pormenor).

Informação aeronáutica

Aquisição:O nível de informação aeronáutica por ter em

consideração as altitudes dos objectos nele re-presentados e ser de primordial importância paraa segurança de voo, houve que atender às entidades

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Figura 1 – Representação de Ponto de Cota

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nacionais com autoridade para gerir o espaçoaéreo em Portugal. Para a aquisição dos dadosdeste nível de informação foi necessário recorrera publicações especificas e oficiais desta área no-meadamente AIP CIVIL e AIP MILITAR donde sãoretirados, a existir, os seguintes temas:– Obstáculos;– Aeródromos;– Ajudas rádio.– Espaço aéreo controlado.– FIR.– Corredores aéreos.– Pontos de Report.

A actualização entre edições é feita por: NO-TAM’s (Notice to Airmen) da responsabilidade doINAC (Instituto Nacional da Aviação Civil). OINAC forneceu os dados relativos aos obstáculosatravés da NAV Portugal.

AeródromosOs aeródromos são representados com a pista

na orientação correcta, adoptando o símbolo pa-drão, atendendo ao tipo de que se trate, isto é, mi-litar ou civil (Fig. 4 – Aeroporto).

Quanto aos heliportos, os mesmos tambémserão representados adoptando o símbolo ade-

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Figura 2 – Legenda da janela principal

Figura 3 – Legenda da janela de pormenor

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quado, conforme se trate de uma instalação civilou militar (Fig. 5 – Heliporto em Hospital).

Ajudas à navegaçãoAs ajudas rádio que apoiam a navegação aérea

e representadas nesta Carta são:– VOR [ VHF Omnidirectional Range];– TACAN [Tactical Air Navigation Aid]; – DME [Distance Measuring Equipment]; – VORTAC [mistura de VOR com TACAN];– NDB [Non-Directional beacon].

Estas ajudas à navegação dão em cada instantea distância e/ou informação azimutal, conforme oscasos, podendo ainda combinar-se entre si.

Espaço aéreo

Áreas ( Perigosas, Restritas, Proibidas)Todo o espaço aéreo que possa existir um pe-

rigo potencial para as operações de aeronaves etodas as áreas sobre as quais poderá, por diversosmotivos, ser restrito temporária ou permanente-mente o voo de aeronaves, são identificadas pelosseus limites e por um envelope que contem aidentificação da área bem como o seu limite in-ferior/superior, estas áreas são classificadas pelaICAO (Organização de Aviação Civil Internacional)da seguinte forma:

– Áreas PerigosasÉ classificada área perigosa todo o espaço aéreo

em que em determinadas ocasiões, existem acti-vidades perigosas para o voo de aeronaves. A cria-ção da área perigosa tem como finalidade alertartodos os utilizadores do espaço aéreo da neces-sidade de avaliarem eventuais perigos colocandoem causa a segurança das aeronaves. Por con-venção este tipo de área é indicado pela letra “D“.

Em nenhuma das duas cartas existem áreasdeste tipo.

– Áreas RestritasÉ classificada área restrita todo o espaço aéreo

sobre áreas no solo ou águas territoriais de umEstado, em que é restrito o voo de aeronaves comdeterminadas condições. Sendo assim não é ab-solutamente proibido o voo nestas áreas, po-dendo ser efectuado desde que sejam cumpridasdeterminadas especificações. Por convenção estetipo de área é indicado pela letra “R.

Apenas o Arquipélago da Madeira tem umaárea destas (Fig. 6 – Área Restrita).

– Áreas ProibidasÉ classificada área proibida todo o espaço aéreo

sobre áreas no solo ou águas territoriais de umEstado, em que é proibido o voo de aeronaves.Quando esta designação é utilizada significa queo voo de aeronaves sobre esta área não é permi-tido em nenhuma circunstância. Por convenção este

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Figura 4 – Aeroporto

Figura 5 – Heliporto em hospital

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tipo de área é indicado pela letra “P“.Em nenhuma das duas cartas existem áreas

deste tipo.

Espaço Aéreo ControladoEstão representadas as seguintes áreas:

Áreas de Controlo Terminal de Santa Maria, Lis-boa, Casablanca e Canarias (TMA’s).Zonas de Controlo da Madeira, Porto Santo,Ponta Delgada e Santa Maria (CTR’s). (Fig. 7– CTR)Área de Controlo Militar (CTA)

Obstáculos à navegação aéreaQualquer estrutura (instalação) cultural com

uma altura igual ou superior a 200 pés acima doterreno envolvente são consideradas perigosas ànavegação aérea, devendo como tal ser repre-sentadas bem como etiquetadas, indicando a suanatureza (Antena, Chaminé, etc.)

Na representação dos obstáculos é colocadojunto ao símbolo as seguintes anotações:

– Linha superior: cota no topo do obstáculo emmetros ficando dentro de parêntesis a alturaem Pés.

– Linha inferior: altura do obstáculo acima do ter-reno em metros ficando dentro de parêntesisa altura em Pés (Fig. 8).

>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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Figura 6 – Área restrita

Figura 8 – Obstáculo

Figura 9 – Conjunto de obstáculosFigura 7 – CTR

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Quando existem vários símbolos de obstáculodemasiado próximos para uma representação àescala, estes são substituídos por um único símbolorepresentando Grupo de obstáculos. Sendo co-locado junto a este, a cota e a altura do obstácu-lo mais elevado em metros e dentro de parênte-sis em pés (Fig. 9).

MEF’s (Maximum Elevation Figure)

As MEF’s representam o valor da cota mais eleva-da (em centenas de pés) em cada quadrilátero, de-finido por 30 minutos em latitude/longitude. Paracalcular o seu valor há a considerar: acota do Aeródromo/Aeroporto, as cotasdo terreno, a cota no topo dos obstáculosà navegação aérea e ainda um factor desegurança. De referir que nestas duas sé-ries, apenas figuram nas janelas à escala1/500000 nos Açores e em toda a cartada Madeira.

Linhas Isogónicas

Entende-se por Linhas isogónicas as li-nhas de igual declinação magnética.

As linhas isogónicas estão represen-tadas nestas séries, com intervalos de30 minutos. Para o cálculo e traçadodas linhas isogónicas para o ano de2009 recorreu-se ao Modelo Magnéti-co Mundial WMM2005.

Linhas de alta tensão

As linhas de alta tensão por repre-sentarem reais obstáculos à navega-ção aé rea de baixa altitude e seremde extrema importância para a segu-rança de voo, são representadas nes-tas séries as linhas de 60 KV e superior,tendo sido obtidas das respectivas sé-

ries 1/25 000, série M889 para os Açores e sérieP821 para a Madeira.

Imagem Hipsométrica

A Hipsometria é utilizada para nos dar uma rá-pida percepção do relevo, permitindo assim darênfase a algumas formas do terreno. As imagensforam obtidas a partir do modelo digital do ter-reno das respectivas áreas. A Hipsometria foi ge-rada com base numa escala de cores (escala hip-sométrica), de acordo com as normas da ICAO,adoptando-se a escala de cores que podemos ve-

rificar na Fig. 10 – Escala Hipsométrica.

Flight Information Region (FIR)

A FIR é o termo utilizado para descre-ver o espaço aéreo com determinadasdimensões, onde os serviços de infor-mações de voo são garantidos, bemcomo um serviço de alerta é fornecido.É, actualmente, a maior divisão do es-paço aéreo. Qualquer parte do espaçoaéreo pertencerá a uma FIR. Esta divi-são do espaço aéreo é feita pela ICAO,tendo o acordo dos países envolvidos.

O serviço de informação e alerta for-necido no interior da FIR, garante o for-necimento de informação pertinentepara a garantia dos voos de forma efi-ciente e segura, bem como o alerta dasautoridades em caso de emergência.

O arquipélago da Madeira encontra-se no interior da FIR de Lisboa, excep-tuando as Ilhas Selvagens que se en-contram dentro da FIR das Canárias.

O arquipélago dos Açores encontra-se dentro da FIR de Santa Maria.

Rotas

São os chamados corredores aéreos

>>Cartas Aeronáuticas ICAO dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira

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Figura 10 – Escalahipsométrica >

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que servem para ligar as diversas áreas de con-trolo, assumindo a forma de corredor, tendo li-mites laterais e verticais, dentro dos quais todo otráfego é dirigido em condições de segurança.Estes poderão ser de um único sentido ou poder-se-á realizar nos dois sentidos (Fig. 11 – Rotas).

Pontos de Reporte

Os pontos de reporte podem ser de dois tipos,a saber, obrigatórios (Fig. 12 – Ponto de ReporteObrigatório) ou a pedido (Fig. 13 – Ponto de Re-porte a pedido). São pontos criados dentro da es-trutura de Espaço Aéreo de um País, em que asaeronaves são obrigados ou não a reportar a suapassagem ao Controlo de Tráfego Aéreo, confor-me sejam obrigatórios ou a pedido. Estes pontospodem servir para estabelecimento de entradadentro de uma FIR ou de uma TMA, ou até comoajuda na descrição de um qualquer procedi-

mento de descolagem, de aterragem, de esperaentre outros.

Controlo da qualidade

O controlo da qualidade deste produto foi feitoem duas fases, uma especificamente aeronáuti-ca, efectuado pelas instituições envolvidas, de-signadamente INAC, NAV Portugal e Força AéreaPortuguesa, utilizadores deste produto e autori-dades nesta matéria específica, outra interna, noIGeoE, e de âmbito mais geral abrangendo todosos temas representados.

>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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Figura 11 – Rotas

Figura 12 – Ponto de reporte obrigatório

Figura 13 – Ponto de reporte a pedido

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Conclusão

A utilização de informação georreferenciadanas sociedades modernas é uma imperiosa ne-cessidade que assume um maior ênfase nosnossos dias.

Os mecanismos de aquisição de informação sãocada vez mais sofisticados, mais rigorosos e comuma maior capacidade de recolha e armaze-namento de dados, que associados a uma rá-pida mudança, os torna difíceis de gerir e ma-nusear.

A informação aeronáutica não foge a estaregra, com a agravante de determinadas enti-dades não terem uma existência física, caso doespaço aéreo controlado, estando facilitada asua possível alteração, tornando incomportávela actualização cartográfica atempada.

Para tornar possível o uso de dados aeronáu-ticos georreferenciados por um mais vasto lequede utilizadores, o IGeoE veio colmatar umvazio existente na cartografia de responsabili-dade de Portugal no seio das organizações in-

ternacionais, designadamente a ICAO, com aelaboração destas duas séries que nunca tinhamsido publicadas.

Acresce ainda a vantagem das potencialida-des permitidas pelos Sistemas de InformaçãoGeográfica para exploração da informaçãoaeronáutica, sendo por este meio possível gerirtoda a informação aeronáutica, mantendo-apermanentemente actualizada e realizar a im-pressão de mapas a partir destes sistemas entreoutras possibilidades.

Bibliografia

“Aeronautic Chart Manual” Second Edition 1987,ICAO

“AIP - Aeronautical Information Publication”, NAVPortugal

“1501 Air – Uma carta aeronáutica“ J. Lopes,IGeoE

“Performance-based navigation” Third Edition2008, ICAO

>>Cartas Aeronáuticas ICAO dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira

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>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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1. Introdução

D ois dos grandes problemas do Homemsempre foram o Posicionamento e oTem po. A resposta à pergunta: “Onde

estou na Terra?”, nem sempre foi trivial. Desde aantiguidade que a resposta a esta questão passoupor olhar para o espaço exterior à Terra. Com odesenvolvimento de muitas tecnologias e com aconquista do espaço, encontrou-se uma ajudapara se poder responder a essa questão e destemodo resolver o que se tornou um dos proble-mas fundamentais da Geodesia – o Posiciona-mento. Associado ao problema do posiciona-mento está o problema do Tempo.

No final de 1973 iniciou-se o desenvolvimen-to do sistema global de navegação por satélite(GNSS) – o NAVSTAR GPS (Global Positioning Sys-tem). Em 1979 este sistema entrou na segundafa se de desenvolvimento e em 1985, na terceirafase foi melhorado. No entanto e em virtude deser um sistema com fim essencialmente militartinha uma reduzida precisão para aplicações civis.E a sua utilização está sempre dependente da dis-ponibilidade ditada pelo Department of Defensedos Estados Unidos. [Mendes, 1994]

De modo a garantir posicionamento com pre-cisão, em tempo real e de forma independente dosistema GPS vários países estão a desenvolver osseus próprios sistemas globais de navegação porsatélite (GNSS). Neste artigo vão ser apresentadosos desenvolvimentos da China – o Beidou 2 ouCompass, da Índia – o IRNSS ou GAGAN e doJapão – o QZSS. Serão ainda referidos de modosuperficial outras ampliações regionais do GPS,nomeadamente EGNOS, STARFIRE, WAAS, LAAS,MSAS, GAGAN, e BEIDOU I entre outros.

A metodologia de apresentação dos sistemas con-siste em explicar como estão concebidos, o núme-ro de satélites previstos e respectivas órbitas, fre-quências de operação, data de inicio da operação,entre outras informações consideradas relevantes.

A principal fonte de pesquisa foi a internet,tendo por referência os sites das respectivas agên-cias espaciais.

AmpliaçõesRegionais do GPS

AmpliaçõesRegionais do GPS

>Nuno Miguel Cirne Serrano MiraCapitão Art, Eng Geógrafo

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2. O Quasi-Zenith Satellite System – QZSS

O QZSS é uma constelação de três satélitesidênticos, distribuídos de tal modo que haja sem-pre pelo menos um satélite posicionado perto dozénite do Japão. Permitindo aos utilizadores re-ceber os sinais de comunicação e de posiciona-mento directamente do sistema QZSS oriundosde uma direcção quase zenital, e assim sem aobstruções ou interferências quer em zonas ur-banas (devido a edifícios muito altos) ou monta-nhas. Para além de melhorar a qualidades dos si-nais de comunicações espera-se que melhore sig-nificativamente a qualidade do posicionamentoobtido com o GPS. O QZSS é um programa con-junto do Estado Japonês e de privados, que visa me-lhorar a navegação satélite dos meios GNSS, en-quadra-se assim nos meios RNSS (Regional Navi-gation Satellite System).

O propósito de posicionamento de alta precisão(High Accuracy Positioning Experiment System)consiste num conjunto de instrumentos a bordodo satélite que são capazes de gerar e transmi-tir sinais de posicionamento e num conjunto deestações terrestres de seguimento que são res-ponsáveis por estimar o tempo e a posição or-

bital do satélite. O sistema propõe-se a melho-rar a disponibilidade do sinal GPS para utiliza-dores de grande relevância. O QZSS está equi-pado com instrumentos capazes de gerar etransmitir sinais compatíveis com os sinais deGPS modernizados. O QZSS está desenhadopara transmitir não só os sinais de posiciona-mento mas também os sinais das correcções einformações sobre a disponibilidade do GPS demodo a melhorar a precisão e disponibilidadedos sinais de posicionamento. [JAXA, 2007]

O sistema é composto por três segmentos o seg-mento espacial, o segmento terrestre e os recep-tores do sinal – segmento do utilizador.

O segmento espacial consiste numa constela-ção em três satélites com orbitas elípticas, incli-nadas 45° com um período geo-síncrono e em trêsplanos orbitais distintos de modo a percorreremsempre a mesma rota por cima da Terra (Fig. 1).As orbitas elípticas têm um semi-eixo maior de42 164 km, uma excentricidade que varia de 0.6a 0.9, uma inclinação de 45° e os planos formamum ângulo de 120°. [Terada, 2008]

O que permite que pelo menos um satélite es-teja sempre perto do zénite do Japão. Em termosde posicionamento o sistema tem de ser usado

em simultâneo com oGPS o que permite a ob-tenção de uma posiçãomuito mais precisa.

Os satélites são domodelo QZS-1 (Fig. 2),com uma massa deaproximadamente 1800kg, uma envergadura de25.3 m e um tempo devida previsto de 10 anos(Fig. 3). São constituídospor dois conjuntos depainéis de energia solar,por uma fonte de arre-fecimento, um reflectorlaser e quatro antenas,uma para cada uma dasfrequências (L1-SAIF,

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Figura 1 – Trajectória Terrestre do QZSS (Terada, 2008)>

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banda L, banda C e TWSTFT). O equipamentode navegação a bordo inclui um relógio atómicode rubídio (RAFS – Rubidium Atomic FrequencyStandart), um subsistema de transmissão do sinalda banda L (LTS – L-band Transmission Subsys-tem), subsistema de transferência de tempo (TTS– Time Transfer Subsystem) e um reflector laser(LRA – Laser Reflector Array). Este equipamento denavegação tem funções de retransmitir a men-sagem de navegação vinda das QGT (QZS1 Trac-

king and Control Stations), criação e transmissãoda mensagem de navegação, criação e transmis-são dos sinais de comparação do tempo para asestações terrestres e reflectir do sinal laser paramedições laser.

O sistema terrestre é constituído por uma esta-ção principal de controlo (MCS – Master ControlStation) um conjunto de estações de monitoriza-ção (MS – Monitoring Stations) e um conjunto deestações de seguimento e controlo (QGT – QZS-1 Ground Tracking and Control Stations). A MCS temcomo principal missão determinar e prever as or-bitas precisas dos satélites QZS-1 e gerar a men-sagem de navegação. Este processo é baseado nainformação das medições laser obtidas de algu-mas das MS. As MS vão estar localizadas no Japãoe em alguns países vizinhos, localizados perto darota terrestre dos satélites, estando previstas (qua-tro no Japão e mais cinco fora do Japão). Combase nesta informação a mensagem de navega-ção é gerada na MCS, e difundida pelos satélitesQZS-1, de modo a ser interoperável com a men-

>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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Figura 2 – Satélite QZSS (Terada, 2008)

Figura 3 – Equipamento a bordo Satélite QZSS (Terada, 2008)

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sagem do GPS. A MCS é constituída por oito sub-sistemas que controlam os satélites, analisam a in-formação de navegação, estimam o tempo ecriam a mensagem de navegação. Adicional-mente ainda publicam esta informação. As MSrecebem o sinal dos satélites QZS-1 e GPS, po -dem obter dados meteorológicos e ambientais,que são transmitidos à MCS através de uma redeprópria de comunicações. As QGT vão ser duas es-tações que garantem a infra-estrutura para o po-sicionamento de alta precisão e manutenção dossatélites. A existência de duas destas estaçõesdeve-se à disponibilidade do sistema, a mensa-gem de navegação tem de estar sempre disponí-vel 24h. As estações QGT estão desenhadas paraserem totalmente automáticas, sendo que uma

fica localizada em Okinawa na JAXA e ou outra noCentro Espacial de Tsukuba, com esta redundân-cia de meios é possível a operação contínua,mesmo em caso de tempestade ou tufão (Fig. 4)

A estação QGT é constituída por cinco subsis-temas: QZS Spacecraft Management Control Sys-tem (QZS SMACS), Flight Dynamics System (QZSFDS), Network Control System (QZS NCS), Ope-ration Planning System (QZS OPS) e Tracking andControl Stations (QZS GT). Estes subsistemas estãonuma sala de controlo excepto a QZS GT.[Tera-da et al, 2008]

As especificações previstas para o satélite QZS-1 prevêem que este tenha a capacidade de trans-mitir em seis bandas: L1-C/A, L1C, L1-SAIF (nafrequência dos 1575.42 MHz), L2C (na frequên-

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Figura 4 – Esquema de funcionamento do QZSS (Terada, 2008)

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cia 1227.6 MHz), L5 (na frequência 1176.45MHz) e LEX (na frequência 1278.75 MHz). Sendoque as bandas L1-C/A, L1C, L2C e L5 são sinais quepermitem interoperabilidade com os sinais GPSexistentes e previstos para o futuro, a banda L1-SAIF é compatível com o GPS-SBAS e comWDGPS, enquanto o sinal LEX tem o carácter ex-perimental e visa permitir uma elevada taxa detransmissão de dados (2Kbps) e é compatível como sinal E6 do Galileo. [Terada et all,2008]

3. O IRNSS – Indian Regional Navigational Satellite System

O IRNSS é um sistema de navegação por saté-lite autónomo que está a ser desenvolvido pelaOrganização de Desenvolvimento Espacial In-diana (tradução de Indian Space Research Orga-nization) que está sob o controlo do Governo In-diano. A necessidade do desenvolvimento de umsistema de navegação por satélite regional pro-vém do facto de que o acesso ao GPS não estágarantido em caso de conflito. Assim o GovernoIndiano aprovou o projecto que deveria estar em

funcionamento pleno até 2012. [WIKIPEDIA,2009] No entanto o IRNSS não é totalmente au-tónomo, mas sim uma ampliação regional quevisa melhorar a precisão do GPS, a sua disponi-bilidade e melhoria de serviços para a aviaçãocivil. [Gowrisankar et al, 2008] O sistema deve-rá garantir 20 metros de precisão em termos de po-sicionamento absoluto na Índia e numa área decerca de 2000 km à volta desta, e 10 metros deprecisão na Índia e países adjacentes. [Bhaskara-narayana, 2008]

O IRNSS será constituído por três componentes: aconstelação de satélites ou segmento espacial, os sis-temas de Terra e os receptores dos utilizadores.

O segmento espacial (Fig. 5), foi planeado paraser constituído por uma constelação de sete saté -lites, sendo que três são geoestacionários com ór-bitas de 34°, 83° e 132° de Longitude Este e osrestantes quatro terão uma orbita geo-síncronainclinada 29° relativamente ao plano equatorial,de modo a garantir que todos os sete satélites têmlinha de vista rádio para as estações de controloindianas e nas Longitudes de 55°E e 111°E. Cadasatélite pesará cerca de 1330 kg e terão a mesmaconfiguração. A emissão vai ser distribuída pelabanda L (1164 – 1215 MHz [Gowrisankar et al,2008]) e pela banda S (2483.5 – 2500 MHz ,sendo que o serviço de posicionamento padrão éenviado em sinal BPSK1 e o serviço de posicio-namento de precisão em sinal BOC2. [Gowrisan-kar et al, 2008][Dasgupta, 2008]

O serviço de posicionamento padrão vai ser ga-rantido na banda L5 nos 1176.45 MHz e na bandaS nos 2492.8 MHz, nestas frequências tambémvão ser transmitidas informações restritas para uti-lizadores especiais. [Gowrisankar et al, 2008]

O segmento terrestre vai ter como objectivoslevar a cabo a manutenção dos satélites e das es-tações, determinação das órbitas de precisão detodos os satélites do IRNSS, gerar, manter e di-fundir o tempo IRNSS através da utilização de umconjunto de relógios de grande estabilidade, es-timar o enviusamento dos relógios a bordo dossatélites, calcular o atraso ionosférico, gerar os pa-râmetros das efemérides que irão ser difundidas

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 5 – Distribuição e trajectórias dos Satélites do IRNSS (Pal, 2008)

1 – BPSK – Binary Phase Shift Keying.2 – BOC – Binary Offset Carrier

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pelos satélites e fazer o uplink para cada satélite.Para conseguir cumprir estas missões o segmentoterrestre vai ser constituído por instalações de con-trolo dos satélites – IRNSS Satellite Control Facili-ty (IRSCF) sendo nove do tipo IRNSS TTC and Lan-dUplink Stations (IRTTC) e duas do tipo IRNSS Sa-tellite Control Centre (IRSCC); instalações deme dição e monitorização de integridade – IRNSSRange and Integrity Monitoring Stations (IRIMS)num total de 17 estações; instalações de contro-lo da navegação – IRNSS Navigation Control Faci-lity (IRNCF) sendo duas IRNSS Navigation Centre(IRNC), duas IRNSS Network Time (IRNWT), qua-tro IRNSS CDMA3 Ranging Stations (IRCDR) e umade IRNSS Laser Ranging Service (ILRS); e duas ins-talações de comunicações de dados de rede –IRNSS Data Comunication Network (IRDCN)

(Fig. 6 – Arquitectura do IRNSS). [Dasgupta, 2008]Está ainda previsto que o segmento do utiliza-

dor possa ser de frequência simples ou dupla,sendo que os primeiros recebem as correcçõesde ionosfera dos dados enviados na mensagemde navegação enviada do segmento terrestre eatravés de extrapolação feita no receptor combase em modelos, sendo por isso menos precisa.Se for de frequência dupla determina a correc-ção da ionosfera através da medição do atrasodas duas frequências. [Dasgupta, 2008]

4. O Compass ou Beidou II

O Compass é um projecto GNSS totalmente au-tónomo (tal como o GPS, o GLONASS e o GALI-

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Figura 6 – Arquitectura do IRNSS (Dasgupta, 2008)

1 – Code Division Multiple Access – Acesso Múltiplo por Divisão de Código>

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LEO) em desenvolvimento pela China, que serácapaz de fornecer de forma contínua e em tem -po-real tempo, posições e velocidades. [sinode-fence, 2009] Está previsto que este sistema, quan-do totalmente operacional até 2015, tenha umaconstelação de 35 satélites sendo cinco numa ór-bita geoestacionária (GEO) e 30 satélites em órbitamédia (MEO – Medium Earth Orbit) de modo a per-mitir a cobertura total do planeta. As mensagensde navegação vão ser transmitidas com base noprincípio do CDMA e terão uma estrutura complexatal como o terá o GALILEO e o terá a versão mo-dernizada do GPS. [wikipedia, 2009]

Vai ser constituído por três segmentos: o espa-cial com 35 satélites, o segmento de terra que vaiincluir uma Master Control Station e estações deupload e estações de controlo, o segmento doutilizador que consiste em terminais interoperáveis.(Fig. 7) [Cao et al, 2009]

Também estão previstos dois serviços cada umcom níveis de precisão de posicionamento: o ser-viço global pode ser aberto ou restrito (militar) eo serviço regional com o wide area differential ser-vice que garante uma precisão posicional de ummetro e o serviço de mensagem curta. No posi-cionamento aberto prevêem garantir uma preci-são de 10 metros nas coordenadas, de 0.2 m/sna velocidade e de 20 nanosegundos em termos

de tempo. O outro é um serviço disponível sópara receptores autorizados e garante uma altonível de disponibilidade mesmo em situaçõescomplexas. [Cao et al, 2009]

Serão utilizadas quatro bandas: E1, E2, E5B eE6 que terá sobreposição com o GALILEO .[sino-defence, 2009]

Neste momento o Compass já tem dois satéli-tes experimentais em órbita, um foi lançado a 14de Abril de 2007 e outro em 15 de Abril de 2009.[www.sinodefence.com, 2009] O primeiro foi oCompass-M1, um satélite experimental, com a fi-nalidade de testar e validar as frequências e temuma órbita quase-circular com uma inclinaçãode 55.5° e a uma altitude de 21 150 km e tem adesignação de MEO – Middle Earth Orbiting. Emcada frequência são enviados dois sub-sinais coe-rentes em quadratura de fase, desfasados de 90°.[wikipedia, 2009] O segundo satélite lançado é oCompass G2, que tem uma órbita geoestacionáriaa uma altitude de 22 300 milhas (≈40 150 km).[www.nasaspaceflight.com, 2009]

Cao et al anunciaram que vão estar disponíveis6 frequências B1, B1-2, B2, B3, B1-BOC, L5 comos sinais B1(QPSK), B1-MBOC(6,1,1/11), B1-2(QPSK),B2(QPSK), B2-BOC(10,5), B3(QPSK),B3BOC(15,2.5), L5 (QPSK). Esta notação é equi-valente às bandas já referidas.

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 7 – Esquema da constelação e desenho dos Satélites Beidou da constelação Compass (CSNS, 2008)

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5. Outras ampliações regionais

a. BEIDOU O Beidou Navigation System é um projecto chi-

nês que antecedeu o Compass já descrito e é umaampliação regional do GPS. Beidou é o nome quena China é dado à constelação da Ursa Maior quepermite encontrar a estrela Polar e assim o Norte.[wikipedia, 2009] É constituído por uma constela-ção de dois satélites em órbita geossíncrona e temum terceiro satélite de backup. [Pal,2008] Comoos satélites estão em orbita geoestacionária a co-bertura está limitada à zona entre as Latitudes de 5°Ne 55°N e Longitudes de 70°E e 140°E. [wikipedia,2009] Tem ainda um segmento terrestre com umaestação de controlo, estações de rastreio espalha-das pela China, e o segmento do utilizador quepermite a comunicações entre receptores e entreos receptores e as estações de controlo. [Pal,2008]

O sistema está totalmente operacional desde2004 e serve como ponto de partida para o Com-pass. Este sistema disponibiliza um serviço per-manente de posicionamento com uma precisãode cerca de 12 metros. [Tsai et al, 2008]

b. EGNOS European Geostationary Navigation Overlay Ser-

vice é o primeiro SBAS em desenvolvimento pelaESA (European Space Agency), a Comissão Euro-peia, a Eurocontrol e a Organização Europeiapara a Segurança e Navegação Aérea e tem comoobjectivo complementar os serviços disponibili-zados pelos outros sistemas GNSS (GPS, GLONASSe GALILEO) através de uma melhoria a confiançae precisão do posicionamento de 20 para 2 m.O EGNOS permite a aproximação automática deaeronaves de modo idêntico ao sistema conven-cional de aterragem, sem a necessidade da ins-talação de infra-estruturas nas pistas dos aero-portos. Está operacional desde 2005 e entrou emfuncionamento oficial em 1 de Outubro de 2009em regime de serviço aberto.

O sistema é composto por três segmentos: osegmento espacial que tem três satélites (AOR-Ena Longitude 15.5°W, Artemis na Latitude 21.5°E

e o F5 na Latitude 35°E); o segmento terrestre(Fig. 8) constituído por 34 (prevê-se 41 em 2009)RIMS (Ranging and Integrity Monitoring Stations)que têm três grupos (A/B/C), receptores GPS, re-lógios atómicos e um núcleo computacional, osegmento de terra tem ainda uma CPF (CentralProcessing Facility) com cinco unidades (redun-dantes) de processamento que permitem cálculoe verificação m tempo real, uma CCF (CentralControl Facility) funcionam como os “braços” doEGNOS, equipam cada Centro de Controlo deMissão e quatro estações NLES (Navigation LandEarth Stations) que transferem as mensagens paraos satélites. [ESA, 2009]

c. GAGAN GPS Aided GeoAugmented Navigation em sâns-

crito GAGAN significa céu e é a ampliação regionalindiana, planeada e implementada ao longo de2008. Tem um funcionamento semelhante aoWAAS e EGNOS. Consiste num SBAS – Satellite-Based Augmentation System. [www.india-defence.com, 2009] O GAGAN foi desenvolvido com oobjectivo de garantir serviços de navegação por sa-télite e controlo do tráfego aéreo. O sistema é cons-tituído por três segmentos: o espacial com dois sa-

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Figura 8 – Rede de estações do EGNOS (ESA, 2009)

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>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 10 – Esquema de funcionamento do CDGPS e rede de estações terrestres (Heroux, 2006)

Figura 9 – Cobertura do GAGAN (Dasgupta,2008)

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télites geoestacionários (Fig. 9), o terrestre é compostopor oito INRES (INdian REference Stations), umINMCC (INdian Master Control Center), um INLUS(INdian Land Uplink Station) e a re de de comuni-cações entre estas estações, e o segmento do utili-zador é constituído pelos receptores capazes dereceber os sinais GPS e GAGAN. [Jain, 2008]

Em termos de resultados obtidos obteve-se umaexactidão de 7.6 m com um nível de confiança de95% dentro da área coberta e verificou-se que otempo de alarme não excedeu os 6.2 segundos.[Pal, 2008]

d. GPS-C ou CDGPS GPS-C é a abreviatura usada para GPS-Correc-

tion, que funciona como uma fonte de dados dotipo GPS diferencial e é mantido pela Canadian Ac-tive Control System, que tem cobertura em todoo território canadiano. Que quando usado com umreceptor apropriado permite melhorar a precisãoem tempo real de 1 a 2 m para 15 cm. Os dadossão colhidos a partir de 14 estações terrestres per-manentes, espalhadas pelo Canada, são reenca-minhados para a estação central – NRC1 – emOtava onde são processados juntamente com aspredições das órbitas GPS da IGU (InternationalGeodesy Union) (Fig. 10). [Heroux et al, 2006]Estas correcções são depois difundidas pelo MSATcomo CDGPS (Canada-Wide DGPS Correction).O CSGPS necessita um receptor próprio só para osinal MSAT, que recebe a mensagem de correc-ções no formato RTCM (Radio Technical Comis-sion for Maritime Services) e que daí são exportapara o receptor GPS. [wikipedia, 2009]

e. LAAS Local Area Augmentation System é um sistema

baseado no conceito de GPS diferencial, com cor-recções em tempo real, que funciona sob todas ascondições meteorológicas. Foi desenhado para aju-dar na aproximação de aeronaves a aeroportos (Fig.11). Assim um conjunto de receptores localizadosem torno do aeroporto envia os seus dados parauma estação central localizada no aeroporto. Estesdados são processados e é calculada uma correc-

ção que é transmitida por VHF. Um receptor naaeronave utiliza esta informação para corrigir a in-formação recebida dos satélites GPS. O LAAS foidesenhado para ser usado somente com aeronavese num raio de 20 a 30 milhas (≈30 a 55 km). Aprecisão garantida pelo LAAS é de 16 m em plani-metria e de 4 na vertical, no entanto os sistemasautomáticos de aterragem indicam que a precisãoé melhor que um metro. [DoD,2001]

f. MSAS Multi-functional Satellite Augmentation Sys-

tem é um sistema de navegação por satélite ja-ponês que pode funcionar como GPS diferenciale foi desenhado para complementar o GPS noque concerne à disponibilidade e precisão. (Fig.12) É um serviço semelhante ao WAAS e aoEGNOS, mas que está disponível para recepto-res individuais. Com a utilização do MSAS aprecisão posicional passa dos 20 m para apro-ximadamente 1.5 a 2 m. [wikipedia, 2009]

g. STARFIRE É um sistema de GPS diferencial de aplicação em

áreas grandes desenvolvida pela NavCom e pelosgrupos de Agricultura de Precisão da John Deere.O sistema difunde correcções adicionais às infor-mações difundidas pelos satélites. Permite medi-

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Figura 11 – Arquitetura do sistema LAAS (wikipedia, 2009)

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ções rápidas com precisão de um metro e preci-são melhor que 4.5 cm para períodos de obser-vação superiores a 24h. Tem um funcionamentosemelhante ao WAAS. [wikipedia,2009]

Actualmente o STARFIRE é a primeira ampliaçãoglobal do GPS que permite ter uma precisão deci-métrica em termos globais, independentementedas fronteiras entre países. É uma solução que sepode obter por subscrição, após o que se podeobter em tempo real uma precisão melhor que 10cm. O sinal é corrigido globalmente e está virtual-mente disponível em qualquer parte da Terra entre

as Latitudes 76°N e 76°S. Para isso o STARFIRE uti-liza mais de 60 estações de referência em todo omundo e que calculam as órbitas e as correcçõesde relógio. O processamento é feito em dois cen-tros de cálculo totalmente redundantes com múl-tiplas capacidades de comunicações de modo agarantir a disponibilidade contínua dos serviços.Estas correcções são difundidas por três satélitesgeoestacionários, que permitem navegação emtempo real sem necessidade de estações terrestrespara cobertura local. A metodologia baseia-se no cál-culo de cada um dos erros dos sinais GPS. Assim asórbitas e os erros de relógio são calculados combase numa rede global de estações de rastreio combase em receptores de dupla frequência, estas cor-recções são transmitidas via Inmarsat directamen-te para o STARFIRE, resultando num operação glo-bal com o mínimo de latência. Cada receptor dedupla frequência calcula o atraso ionosférico paracada satélite, o atraso do zénite troposférico é cal-culado com base num modelo de posição e tempocom auxilio das observáveis de satélite redundan-tes. (Fig. 13) [www.navcomtech.com, 2009]

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 12 – Esquema de funcionamento do MSAS (wikipedia, 2009)

Figura 13 – Rede de Estações e cobertura do STARFIRE (www.navcomtech.com)

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h. WAAS WAAS – Wide Area Augmentation System é um

sistema de ajuda à navegação aérea desenvolvidopela Federal Aviation Administration para ampliaro GPS, como o objectivo de melhorar a precisão,integridade e disponibilidade do GPS. O WAASfoi criado para que as aeronaves baseassem todasas fases do voo no GPS, incluindo aproximaçõesde precisão a qualquer aeroporto dentro da áreade cobertura. (Figuras 14 e 15) [FAA, 2007]

O WAAS é constituído, para além do segmen-to do utilizador que são essencialmente aerona-ves, pelo segmento terrestre que se constitui em24 Wide Area Reference Station, duas Wide AreaMAster Stations, e duas Navigation Land UplinkStations e um segmento espacial com dois satéli-tes geoestacionários. [Pal, 2008]

O funcionamento do sistema é baseado numconjunto de estações terrestres na América doNorte e Havai que medem pequenas variações

nos sinais de satélite, estas medições são envia-das das estações de referência, para as estações prin-cipais que processam estas correcções e enviam-nas para os satélites geoestacionários do WAAScom uma periodicidade de cinco segundos. Estascorrecções são difundidas pelos satélites do WAASe os receptores GPS capazes de receber estas cor-recções calculam a posição com uma precisãomelhorada. No que foi definido como objectivospara o sistema, este garante uma precisão melhorque 7.6 m em 95 % do tempo, mas tem-se veri-ficado precisões planimétricas de um metro dealtimétricas de 1.5 m. No que concerne à inte-gridade o sistema está preparado para detectarerros internos e avisar os utilizadores em 6.2 se-gundos. A disponibilidade verificada na área de ser-viço tem sido 99.999%. [FAA, 2007]

À semelhança do GPS o WAAS é composto portrês segmentos: o terrestre que é composto por38 (em Outubro de 2007) estações de referên-

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Figura 14 – Esquema de funcionamento e estações do sistema WASS (wikipedia, 2009)>

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cia (WRS) e três estações principais (Wide-areaMaster Stations- WMS); o segmento espacial queé composto por vários satélites de comunicaçõesque difundem as correcções (actualmente sãodois o Galaxy 15 e o Anik F1R); o segmento doutilizador que consiste num receptor GPS e WAASem que do GPS recebe informações para calcu-lar as posições e do WAAS recebe as correcçõesa essas posições. [wikipedia, 2009]

6. Conclusões

O sistema NAVSTAR GPS e o GLONASS (aindade que forma mais limitada) vieram trazer umasolução aproximada para os problemas do posi-cionamento e do tempo. Mas no meio desta so-lução muitos outros problemas se levantaram re-lacionados com a disponibilidade, integridade ea precisão. Assim houve vários países e organiza-ções que para minimizarem estes problemas pro-jectaram e implementaram, ou estão em fase deimplementação as suas próprias soluções GNSSou ampliações regionais. Estas soluções permitemuma melhoria no serviço de posicionamento emtermos de integridade, disponibilidade e preci-

são. Vários países, nomeadamente a China e aÍndia, justificaram a implementação do seu pró-prio sistema como uma necessidade da inde-pendência de um sistema implementado poroutro país.

No entanto é inquestionável que estas amplia-ções permitem um aumento da precisão, umamaior disponibilidade em termos de acessibilida-de ao sinal e integridade em termos da consis-tência das mensagens que chegam ao receptor.

Este aumento de precisão, disponibilidade per-mite um aumento da aplicabilidade do GPS,assim como traz benefícios reais à sociedade, aorganizações e instituições que optimizaram osseus serviços graças à melhoria dos serviços dis-ponibilizados.

7. Referências

Bellido, J., L. Salamanca y X. Russinés (1979)“Transferência del Aprovechamiento Urbanístico.”Comunicação presentada no Seminário sobre Di-reito Urbanístico,Bilbao, 11-14 Novembro1978. Instituto de Estudios de AdministraciónLocal, Madrid, pp. 29-51.

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 15 – Satélites que garantem a cobertura do WAAS (wikipedia, 2009)

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Bhaskaranarayana, A. (2008) “Indian IRNSS andGAGAN”, Apresentação no encontro COS-PAR em Montreal, em 15 de Julho de 2008,apresentação disponível na internet emhttp://www.oosa.unvienna.org/pdf/icg/2008/ex-pert/2-3.pdf em 19 de Abril de 2009.

Cao, C., Jing G., Lou, M. (2008), “Compass Sa-tellite Navigation System Development”, apre-sentação realizada na Stanford University em 5e 6 de Novembro de 2008, no Simpósio “PNTChallenges and Opportunities”, disponível nainternet em www.scribd.com, em 14 de Maiode 2009.

China Satellite Navigation Center (CSNS) (2008),“COMPASS/Beidou Navigation Satellite SystemDevelopment”, apresentação realizada no IN-TERNATIONAL Committee on GNSS em Pasa-dena USA, de 8 a 12 de Dezembro de 2008,disponível na internet em http://www.oosa.un-vienna.org/pdf/icg/2008/icg3/06.pdf, em 24 deMaio de 2009

Dasgupta, A. (2008) “Indian Regional NavigationalSatellite System”, apresentação de 18 de No-vembro de 2008, disponível na internet emhttp://www.sidereus-project.org/4_gis.pdf em19 de Abril de 2009.

Department of Defense (DoD) e Department ofTransportation (DoT), (2001), “2001 Federal Ra-dionavigation Plan”

Gowrisankar, D., Kibe, S. V. (2008) “India’s Satelli-te Navigation Programe” Apresentação na APR-SAF – 15: Space for Sustainable Developmentem Hanoi, Vietname em 10 de Dezembro de2008, disponível na internet em http://www.aprsaf.org/data/aprsaf15_data/csawg/CSAWG_6b.pdf em 19 de Abril de 2009.

Hereoux, P., Macleod, K., (2006), “GPS-C Distri-bution usimg NTRIP”, apresentação feita noNTRIP Symposium and workshop, em 6 e 7 deFevereiro de 2006, disponível na internet emhttp://igs.bkg.bund.de/root_ftp/NTRIP/docu-mentation/12_Macleod.pdf em 24 de Maio de2009.

Jain, P. K. (2008) “Indian Satellite Navigation Pro-gramme: na update”, apresentação realizada

na 45ª sessão do sub-comité S&T da UN-CO-PUOS em Viena a 11 e 12 de Fevereiro de2008, disponível na internet em www.oosa.unvienna.org/pdf/icg/providersforum/02/pres04.pdfem 21 de Maio de 2009.

Mendes, V. B. (1994) “Sistema de Posicionamen-to Global”, Texto não publicado.

Mendes V. B:, Silva, M. A., (1996), “Normas deReferenciação Bibliográfica para o Curso de En-genharia Gográfica”, texto não publicado.

Pal, S., (2008), “Global Navigation Satellite Sys-tem” apresentação realizada no seminárioGNSS: System of Systems em Houston e dis-ponível em www.scribd.com em 15 de Maiode 2009.

Terada, Koji (2008) “Current Status of the Japo-nese Quasi-Zenith Satellite System”, apresenta-ção da JAXA em 12 de Novembro de 2008, dis-ponível na internet em www.stadtentwicklung.berlin.de/internationales_eu/geoinforma-tion/download/gnss/1_4_Terada.pdf, em 16 deAbril de 2009.

Tsai M., Huang, Y., Chiang, K. e Yang, M. (2008),“The Constellatio Design of Taiwan´s RegionalNavigation Satellite System”, artigo disponívelna internet em www2.nspo.org.tw/ASC2008/4th Asian Space Conference 2008/oral/S11-03.pdf em 22 de Maio de 2009.

Outros sites da internet também consultados:en.wikipedia.org, até 27 de Maio de 2009pt.wikipedia.org, até 27 de Maio de 2009www.google.pt, até 27 de Maio de 2009www.sinodefense.com, em 18 de Abril de 2009www.nasaspaceflight.com, em 19 de Maio de2009www.scribd.com, até 27 de Maio de 2009www.faa.gov, até 27 de Maio de 2009www.gpsinformation.org, até 27 de Maio de2009www.india-defence.com, até 27 de Maio de2009www.esa.int, até 27 de Maio de 2009http://cdgps.com, até 27 de Maio de 2009www.navcomtech.com, até 27 de Maio de 2009

>> Ampliações Regionais do GPS

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>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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O Projecto

A cadeia de Produção Cartográfica doIGeoE assenta actualmente em softwa-re CAD (Computer Assisted Design) o

qual é complementado através de diversas apli-cações com Bases de Dados que contêm infor-mação relevante para a carta 1:25 000 produzi-da pelo Instituto. O Objectivo do projecto aqui des-crito foi a transformação da parte dessa estrutura,relativa à Completagem para a utilização de umSistema de Informação Geográfica (SIG), maisprecisamente o software ArcGIS, de forma a queo vector e a correspondente informação alfanu-mérica sejam tratados como um só elemento.

Cadeia de produção cartográfica no Departamento de Aquisição de Dados (DAD)

Para se entender a estrutura do projecto é im-portante fazer um pequeno resumo de todo oprocesso de produção de uma carta dentro doDAD. Muito resumidamente, a Fig. 1 ilustra ospassos da referida cadeia.

Estrutura da FD utilizada

O primeiro passo a ser dado na execução desteprojecto foi a definição da estrutura de uma Basede Dados Geográfica (GBD) que pudesse contertoda a informação referente a uma folha da carta1:25000. Como esta tarefa se adivinhava de extremacomplexidade, alem de estar fora do âmbito dotrabalho foi improvisada uma estrutura que, longede ser a ideal, possibilitasse a conversão e o ma-nuseamento da informação existente, o que foifeito aproveitando o modelo que actualmente éutilizado pelo IGeoE que é baseado no catálogode elementos da respectiva carta. Cada um dos296 elementos passa a constituir uma Feature Class(FC), a qual por sua vez está armazenada dentrode um Feature Dataset (FD) consoante o seu tipo(altimetria, edifícios, rede viária, etc). Foram no en-tanto efectuados alguns ajustamentos, pois alguns

Utilização de umSistema deInformação

Geográfica naCompletagem

Utilização de umSistema deInformação

Geográfica naCompletagem

>António Sousa FrancoCapitão Art

[email protected]

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>> Utilização de um Sistema de Informação Geográfica na Completagem

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dos elementos an -teriormente exis-tentes deixam defazer sentido emformato GBD jáque passam a seratributos de outrasFC (por exemploo elemento do ca-tálogo “numera-ção de estrada”passa ser informa-ção co ntida na FCEstrada).

Conversão

Como toda a aquisição de elementos vectoriaisé feita pela Secção de Fotogrametria em ambienteCAD, é preciso efectuar a sua conversão de formaautomatizada, para o formato GDB. Para tal, foi uti-

lizada a aplicação Model Builder disponibilizadapelo ArcGIS, a qual consiste na utilização de diversasferramentas em cadeia, as quais são construídas emanobradas de forma bastante simples atravésde uma apresentação gráfica. Aplicando umasérie de ferramentas com objectivos diferentes adiversos inputs, gráficos e alfanuméricos, será pos-sível efectuar a conversão ou a associação de umadada quantidade de informação para uma GDBpassando estes a constituir um único elemento.

Foram assim criados vários modelos diferentesidentificados consoante o seu objectivo, que aoserem processados conforme diversas normas es-tabelecidas, resultam na transformação da infor-mação referente a uma folha da carta 1:25 000numa Base de Dados Geográfica reconhecidapelo ArcGIS e que pode facilmente ser converti-da em qualquer outro formato. Esse processa-mento necessitará de ser feito apenas uma vezem todo o processo de Completagem visto que apartir daí o operador passa a trabalhar com umficheiro único que conterá toda a informação

Figura 2 – Estrutura de Feature Datasetutilizados na GDB

Figura 1 – Estrutura da Cadeia de produção do DAD do IGeoE

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>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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existente que lhe for necessária (incluindo ima-gens), o que simplifica bastante o seu trabalho.

Com o decorrer do projecto foram sendo le-vantadas tanto necessidades como problemas,aos quais se respondia com a construção ummodelo diferente ou apenas com a introduçãoou alteração de uma ferramenta específica.

Começou-se com a construção da estrutura daGDB anteriormente definida, tendo aqui o cui-dado de a preparar para uma futura utilizaçãopelo operador de Completagem utilizando umaaplicação que o ArcGIS chama de “Dominio”,que serve para preparar a implementação do Ca-dastro Militar, facultando ao utilizador listas pen-dentes ou predefinindo alguns dos seus campos,de forma a minimizar o tempo e a possibilidadede erro na altura do seu preenchimento.

Passou-se depois à conversão de todos os ele-mentos gráficos do formato DGN para essa Basede Dados, o que devido à elevada quantidade declasses de objectos diferentes se mostrou uma ta-

refa demorada, utilizando para dife-renciar cada um dos elementos uma se-lecção baseada nos atributos cor e nívelou nome da célula originários do for-mato DGN, disponibilizados pelo catá-logo de elementos da respectiva cartainserindo-o depois na respectiva FC.

Num futuro próximo, quando aRestituição Fotogramétrica passar a ser

efectuada directamente para uma GDB a con-versão deixa de ser efectuada, passando a sernecessário apenas a associação da informação al-fanumérica contida nas diversas Bases de Dadosexistentes a cada um dos elementos restituídos.

Toponímia

Além da transformação da informação vecto-rial, um dos pontos estudados durante o projec-to foi a importação da Toponímia.

A aquisição desta informação é feita a partir deuma Base de Dados, que contém a informaçãoda classe de toponímia, as coordenadas do cantoinferior esquerdo do texto, a folha a que perten-ce e o próprio topónimo. Esta informação é trans-formada em registos de uma FC tipo Ponto con-soante a sua classe. Como cada um desses pon-tos tem associado um atributo tipo texto com o

Figura 3 – Exemplo de sequência de ferramentas utilizando a aplicação Model Builder

Figura 4 – Exemplo de conversão de Toponímia de uma Base de Dados para rótulos no ArcMap

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>> Utilização de um Sistema de Informação Geográfica na Completagem

respectivo topónimo, para apresentação noLayout podem ser utilizados rótulos aos quaispode ser associada uma biblioteca de textos quedefina qual o estilo e tamanho de cada um.

Existe também a possibilidade de transformarcada rótulo em anotação, o que possibilita quecada nome seja manuseado de forma indepen-dente, gerindo assim conflitos gerados pela exis-tência de vários rótulos que não sejam resolvidosautomaticamente pelo software.

Cadastro Militar

O Cadastro Militar, é uma informação alfanu-mérica que se pretende adicionar á GDB exis-tente, relacionando assim uma série de atributosespecíficos a determinados elementos de inte-resse militar. Relativamente a esses elementos, ti-veram de ser adaptadas cada uma das tabelas deatributos das suas FC, pois na conversão da in-formação, as suas estruturas são importadas doDGN, não tendo estas nenhum dos campos queinteressam registar como cadastro, tendo estes deser acrescentados. Estas FC e respectivos camposforam definidos com base no Cadastro Militar jáexistente e nos modelos de campo utilizados ac-tualmente para o seu registo.

Completagem

Com toda a informação referente a uma carta1:25000 incluída numa única FD, resta tirar do soft-ware ArcMap o máximo partido possível para

todas as operações de edição que possam serexecutadas durante a Completagem. Para isso,foram estudadas durante a fase final do projectoas operações mais frequentemente efectuadaspelas equipas de topografia e testadas com algu-mas variantes. Utilizando muitas das suas ferra-mentas, conseguiram-se executar as mais diver-sas operações de edição de forma bastante práti-ca, chegando á conclusão de que o softwarefa cilitará bastante o trabalho de campo tanto deedição vectorial como o preenchimento do ca-dastro militar, incluindo imagens.

Vantagens da utilização de um SIG nas operações deCompletagem da carta 1:25000 do IGeoE

As maiores vantagens encontradas na utilizaçãode um software SIG foram:

• Cada elemento representado geograficamen-te passa a ter uma identidade própria, tendoassociados directamente, na Base de Dadosem que se localiza, atributos alfanuméricos ouimagens conforme a sua estrutura;

• A maioria da informação que compõe acarta, assim como o respectivo Cadastro Mi-litar, passa a estar englobado na mesma Basede Dados, constituindo este factor uma sim-plificação da informação existente;

• Possibilidade de conversão rápida em qual-quer outro formato (Shapefile, mdb, Excel,etc.) ou mesmo formatação da sua estruturade dados podendo ser apresentado na suatabela de atributos apenas o estritamente ne-

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>

Figura 5 – Domínios utilizados num campo de uma FC

Figura 6 – Exemplo de edição vectorial e trabalhos de campo

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cessário, ou então adicionar informação deoutras fontes aos registos já existentes;

• Edição de dados vectoriais e alfanuméricosbastante simples;

• Possibilidade de escolha e manipulação deinformação por atributos ou por posiciona-mento;

• Fácil cruzamento de informação em diversosformatos (tabelas em Excel, imagens TIFF, etc.)

Propostas de alteração

Estas propostas de alteração têm por base todoo projecto, tendo sido definidas ao longo da suaexecução.

As alterações propostas são as seguintes:• Definição de uma estrutura de GBD que seja

simples e implementável, tarefa esta que setorna essencial para a utilização de um SIGem qualquer fase da cadeia de produção;

• Alteração do catálogo de elementos com di-minuição significativa do número de FC utili-

zando para esse efeito “Subtipos”;• Execução de alterações na estrutura da Ca-

deia de Produção, nomeadamente a valida-ção da informação, pela Secção de Topogra-fia, logo após a sua recepção (após entregapela Secção de Fotogrametria), seguida daconversão da informação (passagem de DGNpara GBD), e só depois seria executada aCompletagem.

• Introdução de uma verificação final da infor-mação por uma entidade externa ao DAD (Sec-ção de controlo e Qualidade por exemplo),como forma de controlo do seu produto final;

• Estudo sobre a possibilidade de Utilização deum dispositivo PAD com a extensão ArcPad;

• Utilização do sistema de coordenadasWGS84 em toda a cadeia de produção, oque evita a transformação de coordenadas ameio do processo de produção, podendoeste ser efectuado no final;

• Formação em áreas específicas do software, es-pecialmente na área da edição, para futurosoperadores de completagem.

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Figura 7 – Proposta de estrutura da Cadeia de Produção da Carta 1:25000 do IGeoE série M888

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Introdução

O presente artigo foi elaborado com ointuito de dar a conhecer o trabalhodesenvolvido no âmbito da Unidade

Curricular de Projecto Integrador no 3º ano, 2º se-mestre, do Curso de Licenciatura em Engenha-ria Informática, da Faculdade de Ciências e Tec-nologia da Universidade Nova de Lisboa, pelosalunos: Francisco Vítor Gomes Salvador (Capitãode Artilharia), Henrique Manuel Mota Azevedo (Ca-pitão de Artilharia), Bruno Preto (aluno do 3º anoda Licenciatura em Engenharia Informática, daFaculdade de Ciências e Tecnologia da Universi-dade Nova de Lisboa).

Este projecto, teve como propósito possibilitaruma experiência ao nível empresarial, num am-biente fechado e completamente “seguro”(a uni-versidade). Nesse contexto, as fases quer de pla-neamento, quer de implementação do projectoseguiram (tanto quanto possível) os trâmites deuma aplicação comercial desenvolvida por umaqualquer empresa do ramo.

Inicialmente recebemos um “Caderno de En-cargos”, onde constavam os requisitos a imple-mentar na aplicação. Estes estavam escalonadospor ordem de prioridade de implementação:“must to have”, “should to have” e “nice to have”;os primeiros eram obrigatórios os restantes ficariamà nossa responsabilidade, na certeza de que haviauma relação directa entre o número de requisitosimplementados e a nota final!

Foi-nos imposto um “Calendário” – de cum-primento obrigatório! – do qual sobressaíram asseguintes datas:

• 14 de Março – Entrega da nossa “Proposta” emresposta ao “Caderno de Encargos”;

• 21 de Março – Apresentação da “Arquitec-tura da Aplicação”;

• 25 de Abril – Apresentação da “Primeira Ver-são” ao cliente;

• 13 de Junho – Entrega da “Versão Final” aoCliente;

• 31 de Junho – Entrega do “Relatório” e res-pectivo “Manual da Aplicação”

EasyNews, um projecto!

EasyNews, um projecto!

>Francisco Vitor Gomes SalvadorCapitão Art

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• 02 de Julho – Apresentação de um “Posterde Divulgação” da aplicação num workshop;

• 15 a 17 de Julho – Apresentação e defesa doProjecto perante o corpo docente responsá-vel pelo projecto.

Paralelamente a este calendário, tínhamos deelaborar semanalmente um relatório com tudo oquem tínhamos feito durante esse período, e oque nos proponhamos fazer na semana seguin-te. No final do semestre realizamos um exame decarácter individual.

Aplicação EasyNews

A solução desenvolvida segue um modelo ba-seado num servidor aplicacional Web. Assen-tando a aplicação num servidor aplicacionalJAVA (JBOSS e Framework JSF - Java ServerFaces). Por sua vez, a aplicação Web, interagecom um sistema de informação suportado nu -ma tecnologia de Sistema de Gestão de Basede Dados – MySQL da Oracle.

A aplicação, tem como finalidade fornecer ao uti-lizador um conjunto de ferramentas: “Agregadorde Notícias”, “Microblog”, “Correio Electrónico”e o Quiosque; que permitam gerir e apresentarinformação proveniente de várias fontes numa sóplataforma de forma fácil, rápida e integrada.

Sendo um sistema Web, os utilizadores acedemao sistema recorrendo a interfaces de interacçãode navegação suportados em browsers conven-cionais ou aplicações “stand-alone” suportadasno protocolo http.

Esta aplicação tem como utilizador final a co-munidade de utentes de um Campus Universitário,servindo como exemplo o Campus da FCT/UNL.

RSS

Para uma melhor compreensão do contextoonde se insere a aplicação desenvolvida, é pre-ciso ter em atenção que no passado, um dosmaiores problemas existentes na humanidade era

porventura a falta de informação, consequência dosdeficientes e escassos meios de comunicação.Hoje em dia, poder-se-á dizer que talvez um dosgrandes problemas que se começam a fazer sen-tir é precisamente o contrário, o excesso de in-formação. E é na tentativa de diminuir esse pro-blema, que surgiu na sociedade da informaçãoum formato de comunicação mais ou menosstandard, o RSS.

1. O que significa!Uma das muitas definições que se podem atri-buir à abreviatura RSS, é por exemplo, a dapágina da Wikipédia, que diz:"RSS é um subconjunto de "dialetos" XML queservem para agregar conteúdo ou "Web syn-dication", podendo ser acessado medianteprogramas ou sites agregadores. É usado prin-cipalmente em sites de notícias e blogs."; con-tudo este formato tem evoluído ao longo docurto período de vida, quer no próprio for-mato quer na sua denominação, mas man-tendo-se sempre fiel à sua abreviatura de RSS.A abreviatura do RSS correspondente à versão2.0 é usada para se referir "Really Simple Syn-dication".

2. Como funciona?A tecnologia do RSS permite aos utilizadoresda internet subscrever sites que fornecem"feeds" RSS (fontes de produção de informaçãonesse formato). Estes são tipicamente sites quemudam ou actualizam o seu conteúdo regu-larmente. Para isso, são utilizados Feeds RSSque recebem estas actualizações, desta forma,o utilizador fica informado das alterações queocorrem nos diferentes sites sem ter de os visitar.Os feeds RSS oferecem, portanto, conteúdos deinformação existente na internet ou resumos deconteúdo juntamente com os links para as ver-sões completas deste conteúdo. No arquivoRSS são incluídas diversas informações como tí-tulo, link (para a página onde foi colocada in-formação nova), descrição da alteração, data,autor, etc, de todas as últimas actualizações

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>> EasyNews, um projecto!

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do site ao qual ele está agregado. Esta infor-mação é enviada como um arquivo XML (Ex-tensible Markup Language) designado por "RSSfeed" ou canal RSS.Assim sendo, é tirando partido desta recentetecnologia de partilha de informação na in-ternet, que a plataforma desenvolvida permi-te integrar, gerir e disponibilizar informaçãoproveniente de várias fontes de uma formaútil aos utilizadores do sistema.

Funcionalidades da plataforma

A plataforma desenvolvida, "EasyNews”, ofereceum enorme número de funcionalidades que, quede forma resumida e sintetizada se descrevem:

1. Microblog, funcionalidade permite ao utili-zador, receber e enviar informação de carác-ter pessoal, através de frases curtas com o má-ximo de 140 caracteres, com capacidade paramicro média, para outros contactos existen-tes no sistema, não necessitando estes de estaron-line obrigatoriamente. É portanto, ummeio muito prático de partilhar informaçõesentre uma rede de amigos. Muito populariza-do pela famosa aplicação existente na inter-net “twitter”.

2. Correio Electrónico, possibilitam ao utilizadoro envio de uma mensagem interna para um oumais contactos definidos pelo próprio utiliza-dor. Esta funcionalidade permite simular um sis-tema de correio electrónico interno ao sistema,o qual está imune à maior parte dos ataquesque o correio electrónico é alvo, nos dias dehoje, garantindo assim maior segurança à co-municação entre os utilizadores do sistema.

3. Quiosque, é normalmente apresentado sobrea forma de um (ou vários) ecrã(s) gigante co-locado(s) junto a locais específicos (normal-mente na entrada de edifícios), com funçãoapresentar informação importante relativa a

uma dada localização(para cada localização édefinido um quiosque diferente) bem comoinformação de carácter público relativa a cadaum dos utilizadores detectados por Bluetooth.Isto é, através de uma prévia análise e selec-ção de informação o sistema passa em cadaquiosque, informação com especial interessee relevância para os utentes desse local, bemcomo, recorrendo à detecção pelo sub-siste-ma Bluetooth (integrado no quiosque) dos uti-lizadores registados (através do sistema Blue-tooth do telemóvel), o sistema passa em si-multâneo informação de carácter públicoreferente a esses utentes.

4. Agregador de Notícias, esta funcionalidadeé de todas a mais importante, pois é nela queestá o "core" da aplicação, visto que, ela per-mite efectuar a produção, gestão e distribuiçãode informação de forma automática e siste-mática pelos diferentes utilizadores, de ma-neira que a cada notícia chegue em tempo atodos os interessados, sem que estes percamtempo à procura da mesma.

1. A visualização de RSSFeeds, consistenuma sub funcionalidade que permite aoutilizador visualizar de forma centralizada,um conjunto de informação, provenientede diversas fontes de RSS (internas e ex-ternas ao sistema), no formato RSS 2.0, or-ganizadas em categorias. Podendo a re-cepção da informação ser de carácter ob-rigatório (quando o utilizador se regista, osistema automaticamente adiciona RSS -Feeds ao seu perfil – no caso em particulardo Campus Universitário, os RSSFeeds dasdisciplinas a que o aluno está inscrito) ou de-finidas pelo utilizador.

2. Edição de RSSFeeds, permite aos utiliza-dores com perfil de editor: criar ou editarRSSfeeds existentes no sistema (alterar oucriar uma nova mensagem com informa-ção importante de última hora a ser publi-

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cado no sistema, para um grupo especifi-co de utilizadores, quiosques, etc), asso-ciar uma ou várias localizações a umafonte RSS (por forma a identificar os locaisonde tem interesse ser visualizada a infor-mação proveniente dessa fonte), atribuirfontes RSS a quiosques (atribuir fontes deproveniência de mensagens em formatoRSS a serem visualizada no ecrã gigante) ea adicionar novas fontes RSS ao sistemapara ficarem disponíveis para os utilizado-res as subscreverem no seu perfil.

5. Subscrição de fontes RSS, permite ao utiliza-dor subscrever fontes RSS recomendadas poroutros ou existentes no sistema, e efectuarsubscrições de fontes RSS exteriores ao sistema(intranet, internet, etc).

6. Administração, oferece ao utilizador com aper missão de administrador, um conjuntode operações de configuração e gestão quesão necessárias para um bom funcionamen-to do sistema.

7. Personalização, fornece um serviço quegere os aspectos de personalização dos uti-lizadores, permitindo ao utilizador optimi-zar a interface do sistema às suas necessida-des e gostos pessoais.

Arquitectura da Aplicação

No desenvolvimento do "EasyNews" foi utiliza-da uma arquitectura multi-camada, a qual se en-contra dividida em três camadas: Apresentação,Lógica e Dados.

A utilização desta arquitectura apresenta diver-sas vantagens, das quais se salientam: o aumentoda escalabilidade; a facilidade de administração egestão das alterações efectuadas; e a modulari-dade, visto que cada camada é responsável por umdeterminado conjunto de funcionalidades, ondese utilizam as operações disponibilizadas pelascamadas inferiores.

A Figura 1 ilustra a arquitectura utilizada, bemcomo a forma de comunicação entre as suas ca-madas.

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Figura 1 – Camadas do sistema

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>> EasyNews, um projecto!

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1. Camada de apresentação A camada de apresentação contém as páginas

Web bem como a programação dos seus com-ponentes, qualquer operação é delegada à ca-mada lógica. Além de conter as páginas Web,também as publica, utilizando o servidor JBOSS,sendo assim a camada de ligação do sistema comos utilizadores.

2. Camada de aplicação ou lógica A camada de aplicação ou lógica contém todas

as funcionalidades do sistema, sendo responsá-vel pelo processamento dos pedidos, bem comopela publicação de uma API (Application Pro-gramming Interface), através de REST (Represen-tational State Transfer), que permite o acesso adados do sistema por uma outra aplicação exter-na ao mesmo.

Os componentes desta camada são acedidosatravés de RMI (Remote Method Invocation), exis-tindo um componente central que gere todos osoutros, ou seja, instancia-os no primeiro pedido,e nos restantes verifica se está operacional. Sem-pre que algum desses componentes falhe, o com-ponente principal volta a instanciá-lo.

Esta fornece um conjunto de componentes para acamada de apresentação, sendo estes independen-tes entre si. Esta divisão deve-se ao facto de cadafuncionalidade do sistema utilizar apenas alguns des-tes componentes, dando-se assim uma distribuiçãoda carga por todos os componentes. Esses conjuntosde componentes estão ilustrados na Figura 2.

3. Camada de dados A camada de dados é composta por: uma base

de dados em MYSQL; pelos ficheiros de dadosrelativos ao CLIP (Aplicação interna à FCT/UNLque disponibiliza ficheiros com informação ne-cessária para a Aplicação EasyNews), que simu-lam um acesso ao mesmo, sendo estes carregadosmanualmente para a base de dados e por fichei-ros de configurações para a camada lógica, que sãocarregados para estruturas de dados, sempre queo sistema é iniciado.

Componentes

O sistema foi desenhado para ter uma estruturafísica semelhante à descrita na Figura 3, que é com-posta por um servidor de base de dados, um con-junto de servidores EasyNews e um servidor Web.

1. O servidor Web pertencendo à primeira ca-mada - “Apresentação”, é responsável pela pu-blicação das páginas Web. Este é apenas com-posto pelo layout Web e pela programaçãodos componentes utilizados. Para executar asfuncionalidades do sistema o mesmo invocaremotamente os métodos dos servidores Ea-syNews que contêm a parte lógica do sistema,tal como foi referido anteriormente.

2. Os servidores EasyNews representam a ca-mada lógica, contendo toda a programaçãodo sistema. Estes servidores são stateless, o quepermite a uma dada sessão no servidor Webestar a efectuar pedidos a vários servidores Ea-syNews distintos.

Figura 2 – Componentes disponibilizados pela parte lógica

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3. O servidor de base de dados pertence à ter-ceira camada – “Dados”, contendo todos osdados necessários à utilização do sistema,sendo apenas acedido concorrentementepelos servidores EasyNews

Potencialidades da Aplicação

Como já foi referido a Aplicação "EasyNews" foidesenvolvida tendo em vista os utentes de umCampus universitário (alunos, professores e fun-cionários) com as suas especificidades. Mas, dadoao carácter universal das ferramentas que inte-gra: Microblog, Correio Electronico, Agregador de

RSS, Quiosque; esta aplicação, com as devidasadaptações, pode ser utilizada em diversos am-bientes empresariais. Claro que as alterações arealizar, dependem das características do novomeio, terão de ser muito bem pensadas para quea eficiência e o bom funcionamento da aplica-ção não seja posto em causa.

Se, no sentido lato, as ferramentas disponibili-zadas pela plataforma EasyNews, podemos facil-mente descobrir a sua aplicação prática no dia adia de uma qualquer organização, como porexemplo:

1. O Microblog, esta ferramenta pode ser po-tenciada como uma excelente forma de co-

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 3 – Esquema de rede

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>> EasyNews, um projecto!

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municação entre grupos de elementos, querpara comunicação horizontal quer para co-municação vertical, sem necessidade de se en-contrarem fisicamente próximos. Através daqual todos os elementos podem ser actuali-zados acerca do que se passa com os outroselementos (nomeadamente o estado do tra-balho que estão a desenvolver, aconteci-mentos imprevistos, alertas para situaçõesprevistas, etc), e o chefe do grupo tem nasua mão, uma ferramenta óptima para efec-tuar a coordenação da sua equipa, de formanatural sem necessidade de interromper otrabalho dos mesmos.

2. O Correio Electrónico, pode eventualmentesubstituir grande percentagem de mensagensde correio electrónico interno (entre elemen-tos do sistema), disponibilizado pelos servido-res de correio electrónico da internet, dadoque estas mensagens ao serem internas ao sis-tema as torna muito mais seguras e consisten-tes, que as mensagens de e-mail que são en-viadas pela na internet.

3. O Agregador de Notícias, é de facto um agre-gador de RSS, como tal pode funcionar sim-plesmente como um agregador normal. Oucomo um importante sistema de concentra-ção e difusão de informação, o qual pode serusado para: fazer chegar informação de formaperiódica, podendo essa informação ser pro-veniente do exterior (internet) ou produzida

por fontes internas (como por exemplo, pro-venientes de sites da própria organização);efectuar a publicação de avisos importantes;fazer a apresentação regular dos resultadosobtidos ou do estado da produção; etc.

4. O Quiosque, sendo na prática uma forma deapresentar de informação relacionada, semnecessidade de interacção, de forma activa,dos utilizadores. Constitui-se como um exce-lente veículo de informação quer para fazerpublicidade ao local onde se encontra (porexemplo à entrada da organização, ou numasala de espera, etc), quer para servir como pai-nel informativo alertando os diferentes ele-mentos da organização de algo que seja im-portante fazer (por exemplo, chamar à atençãopara uma reunião importante com o director,chamar à atenção para a alteração de um ho-rário, etc) aquando estes se aproximam domesmo, e são detectados por Bluetooth.

Claro está, que estas são apenas algumas daspossíveis aplicações práticas (reais) destas ferra-mentas a um meio diferente para o qual foramconcebidas, seria portanto imprescindível proce-der a um levantamento minucioso das necessi-dades, para depois através de uma análise cui-dada se poder apurar quais a alterações necessá-rias a efectuar à aplicação para que esta se possaadaptar, corresponder e satisfazer todos os re-quisitos da organização, sem prejudicar o bomfuncionamento da aplicação.

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>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Componente 2D

O SIGEX é um Sistema de InformaçãoGeográfica (SIG) na Web que permi-te a exploração de informação geo-

gráfica (alguma da qual classificada) com interes-se militar, disponível exclusivamente na Intranetdo Exército. Para além da informação geográficado território nacional, esta aplicação disponibili-za também informação de todo o globo terrestrecujo objectivo é proporcionar apoio às Forças Ar-

SIGEX – Uma novaplataforma para

o futuro

SIGEX – Uma novaplataforma para

o futuro

Figura 1 – Infra-estrutura Geoespacial do Exército – componenteSIGEX

>André Filipe Bernardo SerronhaAlferes RC, Eng Geógrafo

[email protected]

>Rita Salgado Mendes FerreiraAlferes RC, Eng Geógrafa

[email protected]

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>>SIGEX – Uma nova plataforma para o futuro

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madas, em particular às Forças Nacionais Desta-cadas (FND).

Numa primeira versão o SIGEX foi desenvolvi-do utilizando tecnologia ASP e objectos progra-máveis Geomedia WEBMAP, mas para integrareste sistema na Infra-estrutura Geoespacial doExército (Fig. 1) e, desta forma, melhorar a aplicaçãoWeb, quer em termos de desempenho quer emfuncionalidades disponibilizadas aos seus utiliza-dores, procedeu-se agora à sua migração para aplataforma ArcGIS Server 9.3.1, utilizando tecno-logia ASP.NET e ArcObjects.

Esta componente pode ser acedida a partir dapágina principal da Intranet do Exército, e permi-te a qualquer utilizador que tenha ligação à rede dedados do Exército o acesso aos conteúdos e servi-ços aí disponibilizados, possibilitando assim o apoiogeoespacial online e em tempo real.

Toda a informação geográfica em formato vec-torial (VMAP1, escala 1:250 000), formato raster

(imagens de satélite, cartografia de grande e pe-quena escala) e formato matricial (DTED2) foianalisada, preparada e integrada numa base dedados espacial empresarial em SQL Server / ArcS-DE. Com toda a informação geográfica agora as-sente em tecnologia ESRI foi elaborado um mapacontendo esta panóplia de dados no qual foi ne-cessário definir intervalos de escala de visualizaçãoadequados, bem como produzir simbologia (vec-torial e raster) para uma boa performance em am-biente Web. Para analisar e optimizar a disponi-bilização dos temas do mapa em ArcGIS Servercom vista a torná-lo mais simples e funcional, exe-cutou-se um script desenvolvido em ArcGIS En-gine (Fig. 2) que reporta em XML as performan-ces de tempos de disponibilização (em segundos)

Figura 2 – Aplicação MxdPerfStat, desenvolvida em ArcGIS Engine

>

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do mapa, para cada intervalo de escala e áreageográfica pretendida.

Com o mapa mxd construído em ArcGIS Des-ktop procedeu-se à sua publicação através deuma aplicação Web com ArcGis Server para dis-seminação da informação geográfica, com fun-cionalidades avançadas de consulta, análise e pro-cessamento.

Esta aplicação foi o resultado de alguns testesefectuados em que se comparou a performancede uma aplicação Web que utilizasse um mapacom cache, com outra aplicação Web que dis-ponibilizasse os dados sem cache. Para o efeitopretendido utilizou-se a ferramenta Fiddler (umaextensão do Internet Explorer), Fig. 3, que repor-tou tempos de tráfego HTTP das aplicações, bem

como outros dados relevantes. Existem desvantagens em disponibilizar mapas

com cache, tais como, a necessidade de espaçoem disco (reservado às imagens) e uma manu-tenção da aplicação mais exigente, já que é pre-ciso recorrer a novo processamento da cache, ouparte desta, sempre que os dados são modificados.No entanto, considerando os resultados obtidos,optou-se por disponibilizar mapas com cacheporque existe a grande vantagem de se obteremtempos de resposta bastante melhores do quesem cache, uma vez que o servidor apenas tem demostrar ao utilizador os dados em memória, emvez de aceder ao servidor de dados. A cache uti-liza imagens do tipo PNG32 (acessível a todos osbrowsers), com transparência e uma largura/altu-

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Figura 3 – Extensão do Internet Explorer - Fiddler

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>>SIGEX – Uma nova plataforma para o futuro

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ra do mosaico padrão de 256pixeis (Fig. 4), para desta formase conseguir juntar os serviçosde imagem do Microsoft VirtualEarth (aérea, estradas, híbrida),resultantes da parceria entre aESRI e a Microsoft, que vierampotenciar o conteúdo deste SIG(Fig. 5).

Para aceder a este serviço on-line, a nossa cache teve que serconstruída, obrigatoriamente,com os intervalos de escala uti-lizados pela Microsoft / ESRI.

Foram ainda desenvolvidasvárias ferramentas para que osutilizadores militares conseguis-sem facilmente explorar a in-formação geográfica pretendi-da. Destas ferramentas desta-cam-se as pesquisas por país eatributos (Fig. 6), análises deproximidade utilizando pontos,linhas ou polígonos (Fig. 7), in-serção de gráficos (com a opçãodo utilizador adicionar imagens,ícones e outros elementos, re-motamente), texto e figurasgeométricas para auxiliar asoperações militares (Fig. 8), bemcomo obter coordenadas depontos, medir distâncias e áreas(Fig. 9).

Finalmente, pode-se criar pá-ginas para impressão, com aopção de inserir os resultadosdas pesquisas efectuadas (geo-gráficas e alfanuméricas).

Componente 3D

Com a finalidade dos utiliza-dores visualizarem e analisaremo terreno a três dimensões (3D)Figura 5 – Serviços online do Virtual Earth

Figura 4 – Imagem da cache disponibilizada ao utilizador

>

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recorreu-se ao software ArcGIS Explorer e sobreesta plataforma desenvolveu-se outro tipo de fer-ramentas. Com estas, o utilizador passa a ter apossibilidade de obter linhas de vista (Fig. 10) eperfis do terreno (Fig. 11) entre dois pontos, iden-tificar zonas de visibilidade a partir de um deter-minado ponto (Fig. 12) e ainda, fazer pesquisaspor atributos (Fig. 13) e análises espaciais (Fig. 14).

Concluindo, pode-se dizer que com estas apli-cações, os nossos militares, principalmente aquelesque se encontram inseridos nas nossas FND,podem facilmente, através da rede da intranet, ace-der em tempo real à informação geográfica actua-lizada, da Infra-Estrutura Geoespacial do Exército,no teatro de operações em que se encontram in-seridos, e recorrerendo a estas ferramentas dispo-nibilizadas via Web podem tirar mais e melhoresconclusões no planeamento das suas missões.

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 6 – Pesquisas por país e atributos

Figura 7 – Análise de proximidade

Figura 8 – Inserção de gráficos, texto e figuras geométricas

Figura 9 – Medição de áreas

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>>SIGEX – Uma nova plataforma para o futuro

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Figura 10 – Linha de vista entre 2 pontos

Figura 11 – Perfil do terreno entre 2 pontos

Figura 14 – Análises espaciais

Figura 12 – Zonas de visibilidade

Figura 13 – Pesquisa por atributos

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>José RibeiroMSc in Astronomy 1

[email protected]

Introdução

N uma era em que se investe todo o orça-mento disponível nos grandes telescó-pios do Chile e do Havai, bem como nas

missões espaciais, qual será a utilidade dos pe-quenos observatórios na produção científica?

Quem pode operar estes pequenos observató-rios?

Os astrónomos amadores e profissionaispodem colaborar? O que é o fenómeno Proam?

Qual o actual enquadramento do Observatóriodo IGeoE nesta temática?

Este artigo pretende dar a resposta a estas ques-tões (Fig.1).

A Utilidade dos Pequenos Observatórios

Grande parte do avanço científico na astrofísi-ca deve-se sobretudo às observações efectuadaspelos satélites e pelos grandes observatórios. Noentanto, estes são limitados em número, pelo quehá uma limitação à sua utilização. Por outro lado,existem imensos observatórios pequenos, diga-mos com telescópios até 0,5m de diâmetro, cujos

A importância dos pequenosobservatóriosastronómicos na produção

científica:

A importância dos pequenosobservatóriosastronómicos na produção

científica:o caso concreto do Observatório

do IGeoE

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>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

Figura 1 – Observatório do IGeoE fotografado de noite. Notar apoluição luminosa sobre Lisboa.

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utilizadores podem gerir o tempo de utilizaçãosem restrições, para além das meteorológicas.

O desenvolvimento tecnológico permite hojeo acesso a equipamento sofisticado a muito baixopreço. No caso da astronomia, isso é evidente.Temos hoje instrumentação ao alcance do astró-nomo amador que faria corar de inveja qualquerproeminente astrofísico de meados do século pas-sado. As montagens, o dispositivo que suporta otelescópio, são hoje controladas por computador,permitindo em segundos apontar o telescópio aoastro com uma precisão da ordem do minuto dearco. O aparecimento das câmaras CCD (Char-ge-Coupled Device) veio permitir de uma forma sim-ples o acesso dos pequenos telescópios a objec-tos astronómicos muito ténues. A vulgarização detecnologias que ainda há pouco eram exclusivasdos grandes telescópios, veio acrescentar grandemais-valia ao desempenho dos pequenos obser-vatórios. É o caso das ópticas adaptativas, quecompensam os efeitos nefastos da turbulência at-mosférica. Instrumentos científicos, como o es-pectroscópio, foram também desenvolvidos parao uso em pequenos telescópios. As técnicas com-putacionais e os algoritmos desenvolvidos pelosutilizadores dos grandes observatórios têm vindoaos poucos a ser divulgados e aplicados por todos.É o caso das “broadening functions” e da “cross-correlation function” usadas para aumentar dras-ticamente o poder de resolução de um espec-troscópio na medição da velocidade radial (velo-cidade medida na linha de visão) de um astro.

As principais técnicas usadas na captura de dadosem astrofísica são a astrometria, a fotometria e aespectroscopia. A astrometria consiste na compa-ração de imagens do mesmo campo obtidas emtempos diferentes, detectando-se nesse campo osmovimentos dos astros. Actualmente a principalaplicação desta técnica reside na detecção e reco-nhecimento de asteróides, de cometas e de ob-jectos próximos da Terra (NEOs) (Fig.2).

A fotometria consiste na medição do brilho dosastros através de filtros coloridos. No caso das es-trelas, a fotometria permite-nos determinar a tem-peratura destas, por comparação do seu brilho

nos vários filtros (índices de cor). Uma das apli-cações mais em voga actualmente que recorre àfotometria, é a detecção de planetas extrasolarespelo método do trânsito. Quando um planeta vo-lumoso passa em frente da estrela que orbita, vaitapá-la parcialmente, diminuindo o seu brilho.Essa variação de brilho é hoje facilmente detectadapor pequenos telescópios (Fig.3). A espectrosco-pia é talvez a disciplina mais completa usada naastrofísica. Consiste na separação da luz nos seuselementos constitutivos. O arco-iris é um exem-plo de um espectro de baixa resolução da luzsolar. A análise espectroscópica revela muita in-formação acerca do objecto em estudo (Fig.4):

Tipo espectral, classe de luminosidade, metali-cidade e estado de evolução das estrelas.

Comportamento de estrelas variáveis e de bi-nárias espectroscópicas.

Movimentos dos astros por efeito de Doppler.Tomografia, uma técnica também usada em

medicina, que permite visualizar sistemas de es-trelas que nenhum telescópio consegue resolver.

Composição química de atmosferas planetáriase de nebulosas.

Estudos solares, nomeadamente da cromosferae da magnetosfera.

Geologia planetária, com recurso à colorime-tria.

Todas as técnicas acima descritas estão ao al-cance dos pequenos observatórios. No entanto, há

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>> A importância dos pequenos observatórios astronómicos na produção científica: o caso concreto do Observatório do IGeoE

Figura 2 – O asteróide Portugal em 2004. As estrelas estão imóveis, o asteróide muda a posição.

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que determinar com precisão as limitações físi-cas dos equipamentos. Para um dado ter valida-de científica não basta fazer a medição, há que es-tabelecer a precisão dessa medição. A principal li-mitação dos pequenos observatórios prende-sehoje com o brilho máximo (magnitude limite) quepodem medir. No caso da espectroscopia essa li-mitação é ainda mais marcante, uma vez que sedispersa a luz do astro.

Por tudo isto, um pequeno observatório mo-derno está apto a adquirir dados com validadecientífica, embora com as limitações inerentes àsua dimensão.

Quem usa os pequenos observatórios para finscientíficos? O fenómeno Proam

A maioria dos pequenos observatórios é pro-priedade de privados ou de associações. Umagrande percentagem destes observatórios nãose dedica à captura de dados científicos. Unssão mais usados nos aspectos lúdicos da astro-nomia, como a simples observação visual ou aastrofotografia. Outros dedicam-se à divulgaçãoda astronomia como ciência. No entanto, emalguns países onde a ciência já se encontra en-raizada na cultura, há associações que gerem

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 3 – O exoplaneta passa em frente da sua estrela. O gráfico mostra a diminuição do brilho durante a passagem do planeta.

Figura 4 – Imagem, espectro, representação gráfica do espectro e identificação de alguns elementos do cometa 17P Holmes aquando da sua históricapassagem em 2007.

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pequenos observatórios com fins essencial-mente científicos. É o caso de França, com oexemplo da associação T60 que gere o obser-vatório no Pic du Midi(2), ou a associação As-troqueyras que gere o T62 no Pic du Chateau Re-nard nos Alpes (3, 4). Mesmo alguns observa-tórios importantes como o Observatório de AltaProvença já cedem terreno para a implantaçãode pequenas cúpulas geridas por associações.

A quantidade de cientistas que trabalham eminvestigação na astrofísica tem vindo a aumen-tar ao longo dos últimos anos. O número de fer-ramentas ao seu dispor, diga-se instrumentos deobservação, não acompanha a procura. Daí serfrequente o pedido de dados por parte dos in-vestigadores, aos observadores de pequenos ob-servatórios. Um dos casos mais mediáticos, sãoos pedidos à Associação Americana dos Obser-vadores de Estrelas Variáveis (AAVSO) (5) para quese meça o brilho de determinadas estrelas afimde se saber se se pode apontar o telescópio es-pacial Hubble sem danificar as suas sensíveiscâmaras.

Assistimos neste momento ao despontar do fe-nómeno Proam, o profissional-amador (6). OProam é alguém que desempenha tarefas comqualidade profissional, nos seus tempos livres. Sehá matérias onde o fenómeno Proam não é pos-sível, como a medicina, outras há onde o contri-buto é bastante positivo. O caso mais emblemá-tico será o desporto, por exemplo no golfe. Emáreas científicas, o fenómeno Proam tem-se re-velado útil, por exemplo na arqueologia, e defi-nitivamente na astronomia. O contributo dosProam nesta área já dá os seus frutos. O Centro Na-cional de Investigação Científica francês (CNRS) temapostado forte na formação de Proams para co-laborações em alguns dos seus projectos. Existedesde 2003 uma “Escola de Astrofísica do CNRS”.Esta escola que se realiza trienalmente, tem comotítulo “Ferramentas de Astrofísica Para uma Coo-peração Profissionais/ Amadores” (7). Em 2003lançaram-se as fundações para a construção deum espectroscópio acessível à bolsa de umProam, capaz de dar resultados de qualidade

científica. Em 2006, a Escola dedicou-se à pre-paração dos utilizadores desse espectroscópio,com vista ao apoio destes nalgumas missões dosatélite francês CoRoT. Os resultados foram bas-tante positivos, e as publicações científicas queintegram Proams como co-autores é o espelhodisso. Mas não é só em França que as colabora-ções entre profissionais e amadores tem sido pro-dutiva. Uma campanha internacional que envol-veu pessoas de Alemanha, Inglaterra, Portugal,Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá e EUA, co-briu um fenómeno que só acontece de 7,9 em7,9 anos, o periastro do sistema WR140, em Ja-neiro de 2009. Esta campanha, cujos preparativoscomeçaram em meados de 2007, terá o workshopconclusivo em meados de 2010 (8).

A operação dos pequenos observatórios comfins científicos, estará certamente a cargo dosProams. Com o sangramento de verbas para osgrandes observatórios do Sul, provavelmente tam-bém os observatórios emblemáticos do hemisfé-rio Norte passarão no futuro para associações mis-tas de cientistas e Proams. O tempo dirá.

O caso concreto do observatório do IGeoE

O observatório do IGeoE está implantado nazona oriental de Lisboa, no topo do edifício doinstituto. Próximo, a Noroeste, encontra-se oAeroporto Internacional de Lisboa.

O telescópio é um Celestron C14 – f/11, um te-lescópio Schmidt-Cassegrain com 35,6cm de diâ-metro e 391,2cm de focal. A montagem que osuporta é uma montagem equatorial alemã As-trophysics 1200 (Fig.5). O telescópio é apontadopor intermédio de um computador que corre umprograma de planetário, como por exemplo o“The Sky6” da Software Bisque.

O facto de este observatório se encontrar emLisboa, faria crer que seria impraticável a obten-ção de dados com validade científica. Na reali-dade, a poluição luminosa da cidade, interferefortemente na qualidade das imagens obtidas. Nocaso da Fig.6 vê-se bem o efeito da interferência

>> A importância dos pequenos observatórios astronómicos na produção científica: o caso concreto do Observatório do IGeoE

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da iluminação de vapor de Mercúrio num es-pectro da WR140 obtido no observatório doIGeoE em Janeiro de 2009. O objecto encontra-va-se a Oeste, e já algo baixo. Felizmente pro-cessos matemáticos de remoção dos efeitos ditosdo céu, permitiram que este espectro fosse recu-perado.

Praticamente toda a zona de Nordeste a No-roeste que apanha o grosso da cidade e o aero-porto, não pode ser usada. No entanto, a zonaEste até Sudoeste é bastante aceitável uma vezque o rio cria uma zona mais escura. A ilumina-ção da cidade é essencialmente feita por lâmpa-das de vapor de Mercúrio ou de Sódio de alta

pressão. O espectro destas lâmpadas não é con-tínuo, isto é, as lâmpadas não irradiam todos oscomprimentos de onda (cores) (Fig.7). Assimsendo, escolhendo objectos situados na zona Este– Sudoeste e trabalhando em comprimentos deonda fora da zona de radiação da iluminação pú-blica, consegue obter-se bons resultados.

A actividade científica deste observatório temsido efectuada em duas frentes. Uma, na detec-ção de planetas extrasolares pelo método do trân-sito, e na detecção de estrelas variáveis, pelo as-trónomo Proam João Gregório (9), com recurso à fo-tometria diferencial. A outra tem sido levada a cabopelo autor do artigo, e prende-se com a espec-troscopia. No que respeita à espectroscopia, o ob-servatório tem regularmente fornecido a base dedados das estrelas Be (BeSS) gerida pelo Observa-tório de Paris (10). Em 2007 foi estudada a estrelaHD181231, uma estrela Be alvo do satélite CoRoT.Dois dos espectros dessa estrela foram obtidos noobservatório do IGeoE. Desse estudo, resultou um

>>Boletim do IGeoE N.º 71 Novembro 2009

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Figura 5 – O telescópio e respectiva montagem do IGeoE. Notar a abertura da cúpulaem 2º plano.

Figura 7 – Espectro das principais lâmpadas de iluminação pública.Como se pode ver, há zonas dos espectros em que há ausência deemissão de luz.

Figura 6 – Poluição luminosa sobre o espectro da WR140. A linha vertical é devida à iluminação da cidade, por lâmpadas de vapor de Mercúrio.

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documento científico que aguarda publicação narevista de referência Astronomy&Astrophysics (11),provavelmente na edição especial CoRoT. Em Fevereiro de 2009, a pedido de cientistas da Aca-demia de Ciências da República Checa, foi neste observatório seguida a estrela Pleione, um sistemabinário com estrela Be situado nas Plêiades. A fina -lidade era a de estabelecer com precisão a excen-tricidade da órbita deste sistema. Os resultados ob-tidos serão alvo de uma publicação científica, estandoneste momento o documento na fase de rascu-nho. Também desde 2007 que o sistema binário upsSgr tem vindo regularmente a ser seguido, numacolaboração com a República Checa. Alguns es-pectros desta estrela foram obtidos no observatóriodo instituto. (Fig.8)

Conclusão

No momento em que se prepara a construção domaior telescópio terrestre, o ELT com 42m de diâ-metro, os pequenos observatórios com telescópiosinferiores a 0,5m de diâmetro ainda são necessá-rios na obtenção de dados. Numa ciência essen-cialmente dependente da observação, que baseiaos valores medidos na comparação com padrões e

modelos, toda ainformação resul-tante de medi-ções efectuadasem todos os ob-servatórios astro-nómicos é deuma importânciarelevante. Muitosfenómenos astro-físicos ainda nãoesclarecidos estãoao alcance destespequenos obser-vatórios. Há todoum trabalho porfazer no que res-peita à mediçãoexacta do brilho

de muitas estrelas.Uma nova perspectiva se abre com o fenó-

meno Proam, no que respeita à ocupação dos pe-quenos (e futuramente médios) observatórios. Oobservatório do IGeoE, com a produção científi-ca que já tem no currículo, está neste momentoa acompanhar o pelotão da frente daquilo que éuma nova filosofia de pensar ciência.

Referências

(1) http://astronomy.swin.edu.au/sao/alumni/wherearethey.xml

(2) http://astrosurf.com/t60/(3) http://www.astroqueyras.com/(4) http://astrosurf.com/joseribeiro/pratatouille.htm(5) http://www.aavso.org/(6) http://www.demos.co.uk/files/proamrevolution

final.pdf?1240939425(7) http://astrosurf.com/aude/rochelle2006/rochelle

2006.html(8) http://astrosurf.com/joseribeiro/pwr140.htm(9) http://www.atalaia.org/gregorio/index.php(10) http://basebe.obspm.fr/basebe/(11) http://www.aanda.org/

>> A importância dos pequenos observatórios astronómicos na produção científica: o caso concreto do Observatório do IGeoE

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Figura 8 – Espectrograma do sistema binário ups Sgr que tem um período de 137,9343 dias. À direita, o gráfico de doisdos espectros capturados no IGeoE, e respectiva correspondência no espectrograma.

Créditos das imagens: Fig.2 e Fig.4, Alberto Fernando, Filipe Alves, José Ribeiro. Todas as outras, José Ribeiro

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No dia 18 de Novembro, Sua Excelência o Ge-neral Chefe do Estado-Maior do Exército, Ge-neral Pinto Ramalho, honrou o Instituto Geo-gráfico do Exército com a sua visita, onde tam-bém estiveram presentes o Exmo. GeneralQMG e Comandante da Logística, Tenente-Ge-neral Formeiro Monteiro, bem como o Exmo.Chefe de Gabinete do General CEME, o Major-General Xavier Matias.As Altas Entidades reuniram-se no Salão deHonra do Instituto para a tradicional ceri-mónia de apresentação de cumprimentos deuma representação de Oficiais, Sargentos,Praças e Funcionários Civis. O Director doIGeoE, Cor Artª José Rossa proferiu umabreve alocução de boas vindas e de reconhe-cimento pela presença do Comandante doExército nas instalações do Instituto. SEXAo General CEME também proferiu elogiosaspalavras sobre o Instituto.A visita de trabalho continuou no Auditório doInstituto, com umaapre sentação do Di-rector dando a co-nhecer o desenvolvi-mento e a evoluçãoda car tografia mili-tar portuguesa, bemcomo a actual rea li -dade técnico-cientí-fica do IGeoE e dasua cadeia de pro-dução, salientandoo importante con-tributo que pres taà Cartografia Na-cional e ao País.Seguiu-se uma visi-ta às instalações doInstituto, nomeada-mente ao Centro deProdução Cartográ-fica, localizado no

edifício principal, dando especial ênfase aosprojectos em curso relacionados com inves-tigação e desenvolvimento. A visita de traba-lho terminou com a assinatura e abertura donovo Livro de Honra do Instituto, no qualficou patente o apreço e elogio do GeneralCEME pela forma como decorreu esta visita.

SEXA o GEN CEME visita o IGeoE

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Visitas e eventos

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Notícias do IGeoE

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Celebrou-se no dia 28 de Novembro de 2008 o76º aniversário do IGeoE. Neste dia festivo pre-tende-se privilegiar a confraternização entretodos aqueles que, com grande devoção, dedi-caram parte significativa da sua vida activa àciência cartográfica e realizar, simultaneamen-te, a apresentação da nossa realidade técnico-científica, às entidades militares e civis pre-sentes, bem como evidenciar o contributo queprestamos à Cartografia Nacional e ao País.A cerimónia foi presidida por Sua Excelência oGeneral Quartel-Mestre General e Comandan-te da Logística do Exército, Tenente-General

Joaquim Formeiro Monteiro, estando presentesoutras altas entidades militares representativasda hierarquia do Exército, Comandantes, Di-rectores ou Chefes de Unidades, Estabeleci-mentos e Órgãos contíguos ou com afinidadesno campo técnico-científico, bem como entidadescivis representativas do espectro cartográficonacional, representantes de instituições comquem o IGeoE estabeleceu protocolos e que, porrazões institucionais ou outras, têm contactosmais assíduos de cooperação com este Institu-to. Para comemorar esta importante efeméridecom a dignidade que merece, também estiveram

presente os anteriores Chefes/Directores e co-laboradores do Serviço Cartográfico do Exérci-to / Instituto Geográfico do Exército, como formade deferência e respeito pelo contributo poreles prestado, sob as mais variadas formas, àCartografia e ao Exército.Dando continuidade a uma longa tradição queestá fortemente arreigada no espírito militarportuguês, o IGeoE desenvolveu um conjuntode actividades inseridas no contexto das come-morações, designadamente o hastear da Ban-deira Nacional, a recepção das Altas Entidadesconvidadas, a alocução alusiva à cerimónia pelo

Director do Instituto, uma palestra proferidapor um oficial do IGeoE, subordinada ao tema téc-nico “A evolução da metodologia do trabalho decampo” e a imposição de condecorações a mili-tares do Instituto. O evento prosseguiu com a visita às instala-ções, durante a qual foi inaugurada a exposi-ção “Portugalliæ Civitates – Perspectivas Car-tográficas Militares”. Encerrada a visita àsinstalações, todos os presentes foram convi-dados a participar no aperitivo e almoço deconfraternização, que decorreu no salão mul-tiusos do Instituto, no 7.º piso.

76º Aniversário do IGeoE

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A exposição Portugalliæ Civitates foi inaugu-rada em 28 de Novembro, durante a cerimóniada celebração do 76º aniversário do InstitutoGeográfico do Exército, ficando patente ao

público nas instalações do Museu da Carto-grafia Militar.Nesta exposição estão reunidas várias imagensde cidades ou vilas portuguesas, do Continenteàs Ilhas, todas elas núcleos de povoamento muitoantigos, que decisões superiores determinaramem certo momento deverem ser fortificados, ou por-que fossem realmente importantes para a defesado espaço nacional ou para se protegerem assuas gentes e as actividades económicas.É em torno destas plantas oitocentistas, ou àsvezes setecentistas, que tudo gravita no Por-

tugalliæ Civitates. Nelas se espelham as ima-gens fotográficas actuais, rectificadas, e nelasse enquadram em mais amplo espaço as car-tas topográficas militares, em dois momentosdistintos da sua evolução.

Inauguração da exposição “Portugalliæ Civitates”

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A convite da AFCEA Portugal (Armed Forces

Communications and Electronics Association), oIGeoE participou em 11 de Dezembro, na expo-sição Exportar Melhor 2008, promovida pela

AIP (Associação Industrial Por-tuguesa) e realizada no Centrode Congressos de Lisboa. Nestaexposição o IGeoE teve oportu-nidade de mostrar as funciona-lidades de visualização, explo-ração e análise de informaçãogeoespacial que são disponibi-lizados através dos serviços Web. Os Serviços Web são uma tecno-logia utilizada na integração dediferentes sistemas, permitindoque aplicações e sistemas de-senvolvidos em diferentes pla-taformas e ambientes possaminteragir. Através desta tecnolo-gia, os utilizadores têm acessoonline à informação geográficaproduzida pelo IGeoE (seja estainformação de acesso gratuito,

seja informação objecto de licenciamento viacontratual), de forma mais simples, cómoda, se-gura, compatível com outros sistemas.

Exposição “Exportar Melhor – 08”

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Notícias do IGeoE

A iniciativa doIGeoE “Aces-so à Informa-ção Geo grá -fica atravésde ServiçosWeb”, foi se-leccionada pa -ra destaquena Homepage

da RCC – Re -de Comum deConhecimen-to, durante asemana de 29de Dezembro2008 a 4 de Ja-neiro de 2009.Esta iniciativainsere-se nocontexto da

implementação da Infra-estrutura Geoespa-cial do Exército, assente numa Base deDados Geográfica em formato digital, quevisa apoiar os utilizadores, nas diversas si-tuações em que se encontrem (online com li-gação à Internet/Intranet ou offline), com a in-formação e os serviços de carácter geoespacialde que necessitam.

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Destaque na Homepage da RedeComum de Conhecimento

Realizou-se no dia17 de Dezembro, avisita ao IGeoE deum grupo de 28alunos do 3º cicloda Escola BásicaPiscinas, da zonados Olivais Sul, in-serida no âmbito da disciplina de Geografia.Esta visita decorreu a título excepcional,sendo por isso orientada mais para a área mu-seológica e passagem de filmes que retratam aactividade cartográfica desde o período da dé-cada de 1940 até à actualidade. No museu osalunos também tiveram oportunidade de visi-tar a exposição “Portugalliæ Civitates – Pers-pectivas Cartográficas Militares”.

Visita de alunos de uma EscolaBásica dos Olivais Sul

No cumprimento de uma tradição instituída nasociedade portuguesa o IGeoE realizou, no dia19 de Dezembro, uma festa de Natal na qual par-ticiparam os filhos dos colaboradores do Insti-tuto com idades inferiores a quinze anos, demodo a proporcionar-lhes um dia especial numambiente festivo, próprio da Quadra Natalícia.Este evento teve início no exterior do Institutocom uma visita ao Oceanário, até às 11H00. Coma chegada das crianças ao IGeoE, foram distri-buídas algumas guloseimas; por volta das 11h30,realizou-se na sala do antigo refeitório, uma ses-são de bingo, cujos vencedores tiveram direitoa um prémio. Posteriormente, as crianças foramencaminhadas para a sala multiusos onde foiservido um almoço volante, proporcionandotambém um agradável convívio entre famílias.O almoço convívio terminou com o Pai Natal adistribuir prendas a todas as crianças que par-ticiparam nesta festa. As festividades continua-ram, fora das instalações do Instituto, com umespectáculo de circo na zona do Parque Expo,em Lisboa.

Festa de Natal 2008

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O IGeoE promoveu, no dia 15 de Janeiro de2009, mais um jantar convívio que contou

com a presença dos antigoscolaboradores que permane-ceram mais de dois anos noInstituto e que saíram du-rante o ano de 2008, comoforma de homenageá-los.Este ano, o jantar voltou arealizar-se nas instalaçõesdo Instituto, tendo participa-do aproximadamente 100pessoas, entre colaboradorese demais convidados. O jan-tar tomou o seu curso normale finda a refeição, o Directordo Instituto procedeu à en-trega de lembranças aos ex-colaboradores, como teste-

munho do apreço pelo contributo que de -ram ao Instituto.

A exposição cartográfica do IGeoE “Por-tugal em Vésperas das Invasões France-sas: Conhecimento Geográfico e Confi-gurações”, ficou patente ao público nasinstalações do Centro Cultural de Cha-ves, de 20 de Janeiro até 28 de Feverei-ro, para comemorar a data do bicente-nário das Segundas Invasões Francesasem Portugal.Com reproduções de cerca de cinquen-ta documentos, esta exposição apresen-ta três núcleos principais, entre os quaisimagens gerais do território. Para alémdas habituais imagens desta exposição,foi elaborado um conjunto de vinte do-cumentos, especialmente dedicado aChaves, seleccionados dos arquivos daDIE, onde podem ser visionadas inúmeras re-presentações pormenorizadas da cidade deChaves, plantas de edifícios, enquadramen-

tos regionais e fotografia aérea. Numa viagempela beleza artística e rigor científico de algunsmapas, pode conhecer-se a forma como se re-presentava Portugal no início do século XIX.

Inauguração da exposição itinerante das Invasões Francesas na cidade de Chaves

Jantar de despedida dos colaboradores que saíram em 2008

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Realizou-se no dia 22 de Janeiro, uma visitade trabalho nas instalações do IGeoE, solici-tada pelo Instituto de Ciências Tropicais,onde estiveram presentes os responsáveis doInstituto Nacional do Mar e Fronteiras da Re-pública de Moçambique cuja delegação eradirigida pelo Sr. Director José Elias Mucom-bo, para tratar assuntos relacionados com adelimitação da fronteira terrestre de Mo-çambique.A visita foi precedida por uma reunião onde foiequacionado a possível colaboração através dacedência de cartografia de Moçambique quepermita apoiar a sua delimitação territorial.

Durante a visita que se seguiu, procedeu-se àsinopse do IGeoE para que os visitantes reti-vessem os aspectos mais relevantes deste órgãoprodutor de informação geográfica, assim comoda experiência que este Instituto tem na manu-tenção dos marcos de Fronteira com Espanha.

Visita de uma delegação da República de Moçambique

No dia 23de Janeiroo IGeoE co -laborou no“Dia Abertoda Geogra-fia”, eventoorganizadopelo Depar-tamento deGeografia e

pelo Centro de Estudos Geográficos da Univer-sidade de Lisboa.Esta iniciativa acolheu a visita de cerca de

1000 estudantes do ensino básico e secundá-rio (do 9.º ao 12.º ano) que passaram pela Fa-culdade de Letras e que participaram nas várias actividades propostas. Cerca de 550alunos estiveram presentes na Mapoteca, di -vididos em diversos grupos e acompanhadospelos respectivos docentes, onde durantemeia hora viram a apresentação da exposi-ção Portugalliæ Civitates: perspectivas carto-gráficas militares. Houve espaço ainda parauma parte prática, com medições em mapas,observação de imagens em 3D, bem como uti-lização do MapAdventure, software de nave-gação produzido pelo IGeoE.

Dia Aberto da Geografia

Notícias do IGeoE

No dia 26 de Janeiro o IGeoE acolheu a inicia-tiva do Gabinete do Governador Civil de Santa-rém em efectuar uma apresentação sobre a uti-lização da informação geográfica do Instituto,disponibilizada através dos nossos webservices,na implementação de um SIG para apoio daprotecção civil do Governo Civil de Santarém.O Dr. Catalão, na qualidade de chefe deste Ga-binete, teve a gentileza de evidenciar o contributoe a mais valia que a informação geográfica do

IGeoE deu no desenvolvimento e implementaçãodeste projecto de SIG, solicitando a continua-ção do apoio e possíveis contributos para me-lhorar a sua aplicação.

Apresentação do SIG de apoio à Protecção Civil do Governo Civil de Santarém

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O Comandante das Forças Terrestres da Re-pública Democrática e Popular da Argélia(CFT DZA), Major-General Ahcène TAFER,visitou o IGeoE no dia 19 de Fevereiro, sendoa delegação argelina constituída por maistrês oficiais superiores (2 Cor e 1 TCor).O Exmo. TGen QMG também esteve presentedurante a visita, a qual decorreu no períododa tarde. Para além da habitual apresenta-ção de cumprimentos no gabinete do Direc-tor, seguiu-se um briefing apresentado emlíngua francesa no Auditório e posterior vi-sita às instalações do Instituto, durante aqual os chefes dos Centros procederam a bre-ves explicações relativas ao tipo de activida-de desenvolvida nas suas áreas funcionais,com destaque especial para a cadeia de pro-dução de informação geográfica do Instituto,salientando-se também o importante contri-

buto que o IGeoE presta à Cartografia Na-cional e ao País.A visita terminou no Salão Nobre do Institu-to com a assinatura do Livro de Honra porparte da alta entidade argelina, seguida datroca de ofertas institucionais e entrega dealgumas lembranças.

Visita do Comandante das Forças Terrestres da República Democrática e Popular da Argélia

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O Instituto recebeu, em 5 de Março, a visitado Grupo de Adidos Militares Acreditados emPortugal, a qual constituiu a primeira activi-dade deste tipo a ser concretizada de acordocom o planeamento para o corrente ano.

A visita realizou-se durante a parteda manhã, tendo participado 11 Ofi-ciais Adidos de nove países, osquais foram acompanhados porsete Oficiais do EMGFA/EMA/EME/EMFA. Após os habituais cumpri-mentos de boas vindas, o Directordo Instituto efectuou uma apresen-tação no Auditório dan do a conhe-cer o desenvolvimento e a evoluçãoda cartografia militar portuguesa,bem como a actual realidade técni-co-científica da sua cadeia de pro-dução, salientando o importantecontributo que presta à Cartografia

Nacional e ao País.Seguiu-se uma visita às instalações do Instituto,na qual foi tirada uma fotografia do grupojunto ao Monumento ao Cartógrafo, culmi-nando com um almoço de confraternização.

Visita do Grupo de Adidos Militares Acreditados em Portugal

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Notícias do IGeoE

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O IGeoE participou no seminário “Os Sistemasde Informação Geográfica no Apoio à Acçãodas Forças Armadas Portuguesas”, promovidopela ESRI Portugal, que decorreu em 10 deMarço nas instalações do Instituto de EstudosSuperiores Militares (IESM), na qual foi pro-ferida uma apresentação pelo TCor INF Eng.ºInformático Francisco Martins relativa à Infra-estrutura de dados Espaciais que é disponibi-lizada para as Forças Armadas através da In-tranet do Exército e também para a comuni-dade civil através do site do IGeoE.Os principais objectivos deste seminárioforam, por um lado, a divulgação de alguns dosmais avançados projectos no âmbito dos Siste-mas de Informação Geográfica em desenvolvi-mento em Portugal, e por outro sublinhar a in-dispensabilidade de uma cada vez maior, maisintensa, franca contínua colaboração e parti-lha de informação entre todos.

Apresentação da Infra-estruturaGeoespacial de dados do Exército

O IGeoE realizou, no período de 02 a 06 deMarço, mais um curso de PCMap que integra oPlano de Formação Anual do Exército para2009. Este curso contou com a participação de10 Oficiais e Sargentos do Exército e dois Ofi-ciais da Guarda Nacional Republicana.O PCMap é uma aplicação que se encontra emutilização desde há alguns anos no ExércitoPortuguês, Força Aérea, Fuzileiros e GNR. AsForças Nacionais Destacadas têm utilizadoeste programa no planeamento e estudo do ter-reno nos vários teatros de operações em quetêm estado empenhadas, nomeadamente, Ira-que, Kosovo, Bósnia e Afeganistão, tendo comovantagem o facto de disporem da cartografia eda modulação do terreno destas regiões, faci-litando as referidas tarefas.Com o PCMap, os utilizadores podem visualizare editar informação geográfica digital num sim-ples PC, relacionando essa informação com sim-bologia e outros gráficos.

1º Curso de PCMap

O IGeoE participou no período de 11 a 12 deMarço, no 7.º Encontro de Utilizadores da ESRI,organizado pela ESRI Portugal.Este evento promove o encontro da comuni-dade geocartográfica de utilizadores deste soft-

ware, onde estão representados os principaisprodutores de informação geográfica a par dosutilizadores desta informação. O IGeoE estevepresente neste evento com uma exposição fixanum stand, sendo ainda efectuada uma apre-

sentação do projecto de I&D CartGen, subor-dinada aotema da Ge-neralizaçãoCartográfi-ca recor-rendo a téc-nicas deInteligên ciaArtificial.

Participação no 7.º Encontro de Utilizadores da ESRI

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O IGeoE participou mais uma vez, enquadradoatravés do Ministério da Defesa Nacional, dostrês ramos das Forças Armadas e da Cruz Ver-melha Portuguesa, na exposição SEGUREX

2009, que decorreu noperíodo de 18 a 21 deMarço, nas instala-ções da FIL do Par-que Expo.Este evento teve co -mo objectivo eviden-ciar o papel das For-ças Armadas no âm-bito da SegurançaNacional, designada-mente no apoio àspopulações, nas ac-ções relacionadascom a protecção doambiente e na inter-venção de incêndiosflorestais. O público-alvo destinou-se, pa -ra além das entida-

des oficiais do sector, a todas as empresas que,no mercado ibérico, trabalham os conceitos deSecurity e de Safety.

SEGUREX 2009

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Realizou-se durante a tarde de 18 de Marçomais um simulacro com o objectivo de testaros procedimentos internos para detectar,alertar e reagir a uma ameaça/risco fictíciade incêndio e posteriormente efectuar a eva-

cuação de todos os colaboradores e visitantesexistentes no edifício principal e no Depósi-to Central de Cartas do Instituto para umlocal de reunião seguro.O conceito deste simulacro consistiu em ac-cionar o Plano de Emergência Interno (PEI),através de alarme de incêndio durante o pe-ríodo de actividade normal de funciona-mento, simulando um foco de incêndio comorigem na Sala de Servidores (5.º piso), ava-liar a situação de emergência por parte do Di-rector de Emergência e do Oficial de Segu-rança, verificar a eficácia da acção do Sar-gento de Permanência perante a ocorrência,dar a ordem e o alarme de evacuação e eva-cuar o edifício principal e o DCC para olocal de reunião.

Simulacro de ocorrência de incêndio nas instalações do IGeoE

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Notícias do IGeoE

No âmbito das activi-dades da DelegaçãoTécnica da ComissãoInternacional de Limi-tes (MNE), decorreuno período de 23 a 26de Março, no Centro

Geográfico del Ejército

(CEGET), em Madrid,a reunião de avaliaçãodos trabalhos de 2008e a preparação dacampanha de 2009 demanutenção da fron-teira Luso-Espanhola.A delegação portugue-sa fez-se representarpelo Director do IGeoEe mais dois Oficiais.Dos assuntos aborda-dos na reunião desta-cam-se o planeamento e a coordenação dacampanha de manutenção dos marcos da fron-teira para o presente ano, prevendo-se que amesma se inicie no mês de Maio. Foi igual-mente acordado a partilha de uma base dedados comum utilizando o Google Earth paravisualização do posicionamento dos marcos de

fronteira, assim como o intercâmbio de missõestécnicas entre o IGeoE e o CEGET. A delega-ção portuguesa efectuou uma visita às insta-lações do Centro e teve a oportunidade de co-nhecer com mais detalhe o trabalho e as me-todologias relacionadas com a produçãocar tográfica do CEGET.

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Reunião das Delegações Técnicas do IGeoE e CEGET

No dia 27 de Março, o IGeoE foi convidado aparticipar nas I Jornadas sobre as InvasõesFrancesas e a Península Ibérica, organizadaspela Câmara Municipal da Lousã, com o tema“A Europa e o dealbar do século XIX”.O Instituto montou na Biblioteca Municipalda Lousã a exposição “Portugal em Vésperasdas Invasões Francesas: Conhecimento Geo-gráfico e Configurações”, a qual em conjuntocom as vastas comunicações apresentadas,enriqueceu mais uma importante actividadecomemorativa do bicentenário das InvasõesFrancesas.

I Jornadas sobre as Invasões Francesas e a Península Ibérica

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O IGeoE foi convidado a efectuar uma apre-sentação subordinada ao tema “A Cartogra-fia Militar em Portugal no 3.º Quartel do Sé-culo XX”, no dia 1 de Abril, no auditório daOrdem dos Engenheiros, no âmbito da “IVConferência sobre Economia, Tecnologia eLogística de Defesa”. O conteúdo da apre-sentação evidenciou que o Instituto tem con-seguido transformar a sua cadeia de produ-ção, em períodos vitais do 3.º Quartel do Séc.XX, de forma a obter a informação geográfi-ca mais rápida e mais rigorosa. O IGeoE tem dedicado o essencial da sua ac-tividade à Carta Militar na escala 1:25 000,que é a carta de maior escala que representaa totalidade do Território Nacional, sendopor isso a carta base do País. Tem exigido umenorme esforço para manter actualizadas assuas 640 folhas iniciais (hoje 633, por rea-grupamento das áreas marginais). Esta co-bertura foi estendida, depois do Continente,aos Açores (36 fls., 1958-1983, 1.ª ed.; 2001-2003, 2.ª ed.), à Madeira (16 fls., 1967-1976, 1.ªed.; 2002-2003, 2.ª ed.) e, em seguida, a CaboVerde (64 fls., editadas a partir de 1972 e con-cluída alguns anos depois da independênciadesta antiga colónia portuguesa). Entretanto,a adesão de Portugal à NATO levou também àedição de uma carta à escala 1:50 000 do país,derivada da anterior e iniciada a partir de1964 (175 fls., com mais de uma edição). Poroutro lado, às antigas cartas itinerárias dePortugal (1.ª ed. da série à escala 1:250 000com 29 fls.) sucedeu-se uma outra à mesmaescala com 8 folhas, que se começara a pre-parar nos anos 40 (hoje com várias edições,a última das quais em 2008), produzindo-sedepois ainda outras versões (séries NATO),para utilização militar.São ainda realizados, na década de sessentae princípios dos anos setenta, vários tipos detrabalhos de levantamento cartográfico, deentre os quais os fotomapas dos antigos ter-ritórios portugueses de África têm particular

relevo. Em 1967, é editado o Reportório To-ponímico de Portugal, documento de enormevalor, que contém 165 710 topónimos, compi-lados das edições publicadas até 1965 peloServiço Cartográfico do Exército da Carta Mi-litar de Portugal na escala 1:25 000.

Apresentação na Ordem dos Engenheiros

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Notícias do IGeoE

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O Instituto acolheu em 16 de Abril, uma visitade quatro elementos das forças de segurança daRepública de Angola, no âmbito da formação emGestão Ambiental, que a GNR está a ministrarao nível da cooperação com os PALOP.Esta visita ficou a cargo do Gabinete de Qua-lidade e Ambiente, tendo como principal ob-jectivo dar a conhecer o sistema de gestão am-biental que o IGeoE implementou desde 2000,relacionando aspectos ambientais com as váriasactividades desenvolvidas no Instituto. Paraalém da visita à cadeia de produção do Instituto,também foram visitados os vários locais de re-colha de resíduos e foi evidenciado a metodo-logia utilizada para monitorizar os consumosdiários de água e electricidade, bem como agestão dos vários re síduos produzidos.

Visita de elementos das Forças deSegurança da República de Angola

Na sequência da recente visita ao IGeoE dos alu-nos da licenciatura e mestrado em Arqueologia,ministrados na Faculdade de Letras de Lisboa,e dado o interesse demonstrado pela docente doDepartamento de História do Centro de Arqueo-logia desta Faculdade em divulgar por outras tur-mas de alunos que frequentam as licenciatu-ras/mestrados, ficou acordado a realização deuma palestra sobre o tema “A cartografia Militar

e o GNSS no apoio à Arqueologia”.Neste contexto, no dia 27 de Abril, o Major RuiTeodoro deslocou-se a esta Faculdade paraefectuar a apresentação do referido tema eposterior sessão de esclarecimentos. No finaldesta palestra, os seus participantes conside-raram-na excelente e muito profícua, devido àclareza da sua exposição bem como à docu-mentação nela inserida.

Palestra na Faculdade de Letras de Lisboa

Um grupo de 35 jovens com idades com-preendidas entre os 12 e os 18 anos de idade,pertencentes ao Agrupamento de Escuteirosn.º 1139 da Golegã, visitou as instalações doInstituto no dia 7 de Abril.A finalidade desta visita foi dar a conhecer aosjovens escuteiros a metodologia utilizada naelaboração da carta topográfica militar, esca-la 1:25 000, pelo facto desta constituir um dosdocumentos mais utilizados pelos escuteirosno estudo, elaboração e realização das suasactividades.

Visita do Corpo de Escuteiros da Golegã

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Uma equipa de três militares do IGeoE par-ticipou, no período de 4 a 7 de Maio, na 2.ªfase do Campeonato Militar de Tiro Desportivodo Comando da Logística, tendo obtido um 3.ºlugar individual na prova de tiro com pistolaWalther, bem como um 4.º lugar individual naprova de espingarda automática G-3.Estes dois militares foram seleccionados pararepresentar a equipa de atiradores do Co-mando da Logística na 3.ª fase do Campeona-to Militar de Tiro Desportivo, agora ao nível doExército.

Participação na 2ª fase do Campeonato Militar de Tiro Desportivo

O Regimento de Sapadores de Bombeiros(RSB) realizou no dia 7 de Maio, nas suas ins-talações, mais uma acção de formação sobreutilização de meios de 1.ª intervenção nocombate a incêndios, na qual estiveram pre-sentes 10 colaboradores do Instituto.Esta acção de formação enquadra-se no inter-

câmbio de coopera-ção existente entreo IGeoE e o RSB,com o objectivo depreparar alguns co-laboradores do Ins-tituto para garantiruma adequada res-posta perante situa-ções de emergên-cia, nomeadamen-te, um eventualfoco de incêndio nointerior das nossasinstalações. O Pla -no de EmergênciaInterno (PEI) prevêa existência deequi pas de colabo-radores que ac-tuem ao nível da in-tervenção e apoio

técnico, prestação de primeiros socorros emeios de 1.ª intervenção. Os colaboradores queconstituem estas equipas devem ser nomeadosanualmente, tendo em consideração as funçõesque desenvolvem no IGeoE, bem como as ca-racterísticas dos seus locais de trabalho e es-pecificidade de equipamentos que utilizam.

Utilização de meios de primeira intervenção no combate a incêndios

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Notícias do IGeoE

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O IGeoE participou no passado dia 7 de Maio,nas II Jornadas de Memória Militar, que de-correu no Palácio da Independência, em Lis-

boa, sobre o tema “Os Militares, a Ciência e asArtes”.Estas jornadas foram uma iniciativa conjun-ta, entre a Academia Internacional da Cultu-ra Portuguesa, a Academia Militar, a ComissãoPortuguesa de História Militar, o Departa-mento de História da Medicina da Faculda-de de Ciências Médicas da Universidade No -va de Lisboa, o Instituto de Estudos Superio-res Militares, o Arquivo Histórico da ForçaAérea e a Escola Naval da Marinha. O IGeoEfoi convidado para participar no 2.º painel daconferência - Hidrografia/ Cartografia, comuma apresentação subordinada ao tema “Aevolução da Cartografia Militar Portuguesano Séc. XX”.

Participação nas II Jornadas de Memória Militar

O IGeoE participou na VI Conferência Na -cional de Cartografia e Geodesia, que se rea-lizou no Centro Cultural de Congressos dasCal das da Rainha, nos dias 7 e 8 de Maio.

Esta conferência abordoutemas no âmbito da informa-ção georreferenciada e te-máticas científicas das quaisse destacam as áreas da Geo-desia, Cartografia, Sistemasde Informação Geográfica,Detecção Remota e Hidro-grafia. O IGeoE contribuiupara esta conferência comtrês comunicações, designa-damente, “Controlo de Qua-lidade Posicional da Carto-grafia Militar do IGeoE emETRS89”, “Modelação deuma BDG para a Série M888,1:25 000 do IGeoE”, “Genera-lização Cartográfica recor-rendo a Técnicas de Inteli-gência Artificial”, bem como

na montagem do seu stand expositor, ondeevidenciou à comunidade científica e profis-sional os mais recentes desenvolvimentosque tem efectuado no âmbito da geomática.

VI Conferência Nacional de Cartografia e Geodesia

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O IGeoE recebeu no dia 12 de Maio a visitado Exmo. Sr. Embaixador Santa Clara Gomesacompanhado pela Dra. Manuela da CâmaraFalcão, no âmbito dos trabalhos de manuten-ção dos marcos de fronteira.Durante a reunião de trabalho, o IGeoE apre-

sentou o novo Sistema de Informação Geo-gráfica (SIG) da Fronteira, o qual permite edi-ção on-line das actualizações entretanto efec-tuadas. Ficou também acordado a disponibi-lização do acesso a este SIG, via Web, aoMi nistério dos Negócios Estrangeiros.

Visita dos representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros naComissão Internacional de Limites

O IGeoE, integrado na Comissão Coordenadora doExército para a Comemoração dos 200 Anos daGuerra Peninsular, esteve presente na cerimó-nia oficial de abertura das comemorações na Ci-dade do Porto que teve lugar no Quartel de Santo

Ovídeo em 11 de Maio. No âmbito destas comemorações, o IGeoE foi res-ponsável pela produção de três DVD’s relativos aosseguintes temas: “Batalhas da Roliça e do Vi-meiro”, “Fortes das Linhas de Torres Vedras” e “Segundas Invasões Francesas”. Esta cerimóniamilitar contou com as presenças de SEXA o Ge-neral CEME e do Comando Superior do Exérci-to, bem como destacadas entidades da comuni-dade civil, tendo tido continuidade no dia 12 deMaio com descerramento de monumento come-morativo por parte de SEXA o Ministro da Defe-sa. O Instituto também montou a sua exposição iti-nerante “Portugal em vésperas das InvasõesFrancesas – Conhecimento geográfico e configu-rações”, a qual ficou patente num espaço co-mercial da cidade do Porto, durante o períodode 9 a 16 de Maio.

Cerimónias militares comemorativas da vitória das Forças Anglo-Lusas na cidade do Porto

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O Sistema Integrado de Gestão de Qualidade,Ambiente e Segurança e Saúde no Trabalho(SIQAS) do Instituto Geográfico do Exércitofoi sujeito, nos dias 13 e 14 de Maio, a maisuma auditoria externa efectuada pela APCER(entidade certificadora), tendo em vista a re-novação/transição de Qualidade e de 2º acom-panhamento para Ambiente e 1º acompanha-mento de Segurança e Saúde no Trabalho. De salientar o testemunho da Equipa Audi-tora (EA), que constatou que o IGeoE possui ascompetências necessárias para garantir o de-senvolvimento dos sistemas de gestão, osquais se encontram devidamente documen-tados e implementados, dando resposta glo-balmente adequada aos requisitos das nor-mas de referência, embora apresente algu-mas áreas de melhoria. A EA realça norelatório final da sua auditoria quais os pon-tes fortes do Instituto no desenvolvimento do

SIQAS, designadamente:• Empenho e motivação do representante da

gestão no envolvimento dos seus colabora-dores para estes temas;

• Envolvimento dos responsáveis pelos pro-cessos e acompanhamento dos mesmos;

• Reutilização interna de papel provenientede produto obsoleto;

• Sistema informático (intranet) do controlo do-cumental do SIQAS.

O resultado obtido pelo SIQAS e transmitidopela EA foi que este cumpre os requisitos apli-cáveis, com excepção das não conformidades(NC) detectadas no decorrer da auditoria (1 NCna área da Qualidade e 4 NC na área do Am-biente e Segurança e Saúde no Trabalho).Mais uma vez a Direcção do Instituto agrade-ce a colaboração e salienta o empenho detodos os colaboradores que muito contribuírampara os resultados obtidos.

Auditoria externa de Renovação/Transição e Acompanhamento do SIQAS

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O IGeoE participou pela segunda vez conse-cutiva ao Prémio das Boas Práticas no sector pú-blico, iniciativa promovida pela Deloitte emparceria com o Diário Económico, o qual visadivulgar iniciativas de ESFORÇO, MUDANÇAe RECONHECIMENTO no Sector Público quesirvam de exemplo para os diversos organis-mos e cujas ideias possam ser reaproveitadas. O Instituto apresentou a sua candidatura rela-tiva ao projecto “SERVIR – Sistemas de Estaçõesde Referência GNSS virtuais”, que consistenuma plataforma electrónica assente na redede comunicações das Forças Armadas, com an-tenas em Unidades Militares e centro de cál-culo no IGeoE, fornecendo correcções dife-renciais em rede a receptores GPS, permitindoque estes obtenham em tempo real coordena-das com precisão até 10cm.Dos 116 projectos apresentados a concurso,após uma criteriosa avaliação onde é aferidoo grande potencial de desenvolvimento e deimpacte para a sociedade, foram selecciona-dos e nomeados 42 projectos candidatos aoPrémio, em sete categorias distintas. O pro-jecto do IGeoE foi distinguido e nomeadopara duas categorias, designadamente, Pré-

mio Melhoriade Processose Prémio Ser-viço Público.A importân-cia destas dis-tinções é o re-conhecimentopúblico do es-forço indivi-dual e colecti-vo, bem comoestar entre osmelhores pro-jectos.No dia 21 deMaio, reali-

zou-se no Sheraton Lisboa Hotel & Spa, emLisboa, a cerimónia da Gala onde foramanunciados e entregues os Prémios aos ven-cedores nas diversas categorias, que consti-tuiu o culminar desta 7.ª Edição do Prémiodas Boas Práticas no sector público. Para acerimónia foram convidados os representan-tes dos projectos candidatos, os membros dojúri e figuras ilustres do panorama nacional.

O Instituto foi representado pelo seu Directorestando também presente o oficial responsá-vel da candidatura.O Instituto Geográfico do Exército foi galar-doado pelo júri com mais uma importante emeritória distinção, ao obter o Prémio Me-lhoria de Processos e correspondente troféu. Para obter mais informações sobre este assunto,podem consultar o site www.boaspraticas.com.

IGeoE galardoado com o Prémio Melhoria de Processos na 7ª Edição do Prémio BOAS PRÁTICAS no sector público

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Notícias do IGeoE

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Para comemorar a data do bicentenário das Se-gundas Invasões Francesas em Portugal, en-contra-se patente ao público nas instalações da

Biblioteca Municipal Dr. Miguel Mota, em Fel-gueiras, de 16 de Maio a 3 de Junho, a exposi-ção cartográfica do IGeoE “Portugal em Vés-peras das Invasões Francesas: ConhecimentoGeográfico e Configurações”.Esta exposição apresenta três núcleos prin-cipais, com reproduções de cerca de cin-quenta documentos, entre os quais imagensgerais do território. Numa viagem pela bele-za artística e rigor científico de alguns ma -pas, pode conhecer-se a forma como se re-presentava Portugal no início do século XIX.No dia 2 de Junho um Oficial deste Instituto,correspondendo a um pedido da Câmara, des-locou-se a Felgueiras para efectuar uma visi-ta guiada à exposição a cerca de 70 alunos deescolas do 2.º e 3.º ciclo do município.

Exposição cartográfica do IGeoE “Portugal em Vésperas das Invasões Francesas: Conhecimento Geográfico e Configurações”

Uma delegação constituída por um Major etrês Sargentos-Ajudantes do IGeoE, efectua-ram uma visita técnica ao Centro Geográficodo Exército Espanhol (CEGET), em Madrid,no período de 25 a 28 de Maio.As delegações técnicasdas instituições geográ-ficas militares de Portu-gal e de Espanha, desig-nadamente o IGeoE e oCEGET, estabelecemanualmente visitas, reu-niões de trabalho e ac-ções de formação sobreas novas metodologias autilizar na produçãocartográfica. Esta visitapermitiu o aprofunda-mento da cooperaçãotécnico-científica noâmbito das actividadescartográficas, a permu-

ta de experiências, o intercâmbio de produtoscartográficos e, ainda, o estreitamento das re-lações entre militares de países vizinhos eamigos que integram as organizações inter-nacionais.

Visita técnica ao Centro Geográfico do Exército Espanhol (CEGET)

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Dois militares da Unidade de Apoio Geográfico(UnApGeo) do IGeoE deslocaram-se a Moçam-bique, no período de 25 a 31 de Maio, para rea-lizarem levantamentos topográficos sumários nolocal onde irá realizar-se o exercício FELINO09, mais concretamente na região da Beira.Este exercício assentar num cenário que tevepor base a área geográfica da província de So-fala cuja capital é a Beira. O IGeoE detém algu-ma cartografia desta área, datada 1957. A outrafonte de informação foi obtida através da NATO.Estas duas fontes de informação, não coincidempelo que foi necessário a deslocação ao terrenopara obtenção de pontos de controlo que permi-tam o processamento dos dados, a fim de seobter um mapa coerente da área do exercício.Foram ainda levantados alguns pontos notáveiscomo por exemplo, obras de arte, escolas, hos-pitais ou centros de saúde, instalações militares,antenas de telecomunicações e edifícios públicos.

Apoio geográfico emMoçambique

O IGeoE ministrou, no período de 26 a 28 deMaio, um curso de PCMap extra Plano de For-mação Anual do Exército. Este curso contou coma participação de três elementos da Polícia deSegurança Pública, da Esquadra dos Olivais.PCMAP é uma aplicação que se encontra emutilização desde há alguns anos no ExércitoPortuguês, Força Aérea, Fuzileiros e GNR.Também as Forças Nacionais Destacadas têmutilizado esta aplicação no planeamento e es-tudo do terreno nos vários teatros de operaçõesem que têm estado empenhadas, nomeada-mente, Iraque, Kosovo, Bósnia e Afeganistão,tendo como vantagem o facto de disporem dacartografia e da modulação do terreno des-tas regiões, facilitando as referidas tarefas.Com o PCMAP, os utilizadores podem visua-lizar e editar informação geográfica digitalnum simples PC, relacionando essa informa-ção com simbologia e outros gráficos (situa-ção militar ou outra).

Formação em PCMap aelementos da Polícia deSegurança Pública

O IGeoE acolheu no dia 29 de Maio uma au-ditoria interna ao SIQAS, realizada por for-mandos de um curso de auditores ministradopela Associação Portuguesa para a Qualida-de (APQ), no âmbito do Sistema Integrado deGestão: Qualidade, Ambiente, Segurança eResponsabilidade Social.

Auditoria da APQ

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Notícias do IGeoE

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O IGeoE participou nas Comemorações do Diade Portugal, de Camões e das ComunidadesPortuguesas, que este ano decorreu na cidadede Santarém, no período de 6 a 11 de Junho.O Instituto esteve presente no evento atravésda Exposição de Capacidades e Meios doExército Português, montando para o efeitono jardim da Republica da cidade de Santa-rém, um stand com cerca de 20 m2 de área,integrado nas Actividades Complementaresdas Forças Armadas.

Participação do IGeoE nas comemorações do Dia do Exército

Uma delegação do Instituto constituída pordois militares que desempenham funções naSecção de Fotogrametria, deslocou-se à Tunísiano período de 8 a 13 de Junho, no âmbito das re-lações bilaterais promovidas pelo Ministérioda Defesa Nacional com os países do Magrebe.A actividade desenvolvida abrangeu a forma-ção e assistência técnica no domínio da foto-grametria digital, focalizada nos principaisprocessos da actual cadeia de produção carto-gráfica, onde a aquisição de dados tridimen-sionais através de processos fotogramétricosassume especial importância.

Relações Bilaterais Portugal/Tunísia no âmbito da fotogrametria digital

Decorreram nos dias 3 e 4 de Junho, as IIIJornadas de Engenharia Topográfica no Ins-tituto Politécnico da Guarda, englobadas nascomemorações do XV aniversário de exis-tência do referido curso.Estas jornadas contaram com a presença decerca 120 participantes, destacando-se Uni-versidades, Câmaras Municipais e Empre-sas ligadas ao sector. Durante estes doisdias foram apresentados comunicações na-cionais e internacionais, umas de carácter

científico outras comdemonstrações práti-cas, permitindo atroca de conhecimen-tos e de experiências,tendo o IGeoE contri-buído com duas comu-nicações, designada-mente, “Projec to darede SERVIR” e o“Projecto CARTGEN”.

IGeoE nas III Jornadas de Eng.ª Topográfica do Instituo Politécnico da Guarda

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A Unidade de Apoio Geográfico (UnApGeo) doIGeoE, participou no exercício APOLO 09 quedecorreu nos passados dias 21 a 27 Junho, noCampo de Tiro de Alcochete, tendo como base deapoio a Base Aérea n.º 6 no Montijo.Durante este exercício a UnApGeo garantiu onecessário fornecimento de informação e o res-pectivo apoio geográfico adequado. Foi dispo-nibilizado, às forças empenhadas, cartografiaNATO actualizada nas escalas 1:50000, 1:250000e 1:500 000, bem como as mais recentes ortofo-toimagens da Área de Operações, nas mais va-riadas escalas. Foram, para além disso, também

elaborados mapas mais detalhados (à escala1:3000 e 1:5000) para apoio específico às tropasparaquedistas e de operações especiais.No total o exercício envolveu cerca de 1300 mi-litares de todas as subunidades da BrigRR bemcomo elementos das Forças de Apoio Geral doExército da qual a UnApGeo faz parte. O con-tributo desta foi efectuado com a presença detrês oficiais e todo o material informático ne-cessário para efectuar o referido apoio.A finalidade deste exercício foi a de exercitaro planeamento e condução de operações mili-tares, desenvolvendo e aperfeiçoando os pro-cedimentos e a doutrina de emprego das subu-nidades da Brigada de Reacção Rápida e si-multaneamente proporcionar as condiçõesnecessárias à avaliação da prontidão para ocombate das unidades que integram as Forçasde Reacção Rápida da NATO (NRF).

Participação da Unidade de Apoio Geográfico no Exercício APOLO 09

rações. Neste exercício estiveram presen-tes equipas de apoio geográfico da Alema-nha, Dinamarca, França, Republica Checae Hungria, as quais foram enquadradas pelo14.º Geographic Squadron Inglês, que atra-vés da sua experiencia em operações, querno Iraque quer no Afeganistão, apoiou aexecução de um conjunto de tarefas rela-cionadas com o apoio geográfico, nomeada-mente, a normalização de procedimentos eprodutos em ambiente multinacional.

O IGeoE, através da sua Unidade de ApoioGeográfica (UnApGeo), enviou uma equipa deapoio geográfico, composta por dois elemen-tos, para participar pela primeira vez noexercício ARRCADE Globe, que decorreu noperíodo de 14 a 26 de Junho, na Bélgica.Este exercício internacional, patrocinadopelo Alaied Rapid Reaccion Corp (ARRC),pertencente à NATO sendo também afilia-da da Brigada de Reacção Rápida (BrigRR),tem como objectivo a prática, em ambientemultinacional, do apoio geográfico às ope-

Exercício ARRCADE Globe 2009

O IGeoE na qualidade de membro da Comis-são Internacional de Limites entre Portugal eEspanha, no âmbito da sua comissão técnica,participou nos dias 15 e 16 Junho, na reuniãoda Sessão Plenária que decorreu em Madrid.

Reunião Plenária da ComissãoInternacional de Limites

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Notícias do IGeoE

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O IGeoE participou na NATO Geospatial Confe-

rence 2009 (NGC), no período de 22 a 26 de Ju -nho, que se realizou no Quartel General daNATO, em Bruxelas e onde estiveram presenteso Director, dois Oficiais superiores do Instituto,um Oficial do EMGFA e outro do Instituto Hi-drográfico, para além de representantes de maisde 30 Nações, de 15 organizações da estruturada NATO e algumas da União Europeia, totali-zando cerca de 140 pessoas.Durante esta conferência internacional com du-ração de cinco dias úteis, não decorre apenas aNGC, mas também a NATO Imagery Conference

(NIC) e a NATO and Parternership for Peace Geos-

patial Conference (NPfPGC). Estas conferênciastêm por objectivo a definição e a procura da con-cordância, por parte das Nações, com as Politi-cas Geoespaciais da NATO, as suas Directivas e ou-tros assuntos com elas relacionados. É também

um fórum de discussão e actualização de con-ceitos e formas de trabalho, para que se consigaum incremento da interoperabilidade e da com-preensão mútua entre os vários intervenientes.Parte destas conferências é reservada para serfeito o ponto de situação, por parte dos várioscomandos das operações em curso (nomeada-mente European Union Force Operation ALT-

HEA - EUFOR, Kosovo Force – KFOR, Interna-

tional Security Assistance Force in Afghanistan -

ISAF e a Operação Active Endeavour) bem comodo estado de prontidão das várias NATO Res-

ponse Force (NRF).Durante a tarde de 24 de Junho, foi efectuadauma visita ao campo militar de Pevie, onde estevea decorrer o exercício ARRCADE GLOBE 09, oqual visa o treino operacional da companhia deapoio geoespacial (…) ao ARRC-Allied Rapid

Reaction Corp. A participação do Instituto nestaconferência permite manter e actualizar umgrande numero de contactos bilaterais que sãode grande utilidade em caso de necessidade deinformação geográfica ou de apoio por parte deoutras nações, comandos ou instituições NATO,bem como são a garantia de um elevado nívelde actualização relativamente às doutrinas, aosconceitos, às operações e aos desenvolvimentostecnológicos ao nível geoespacial na NATO.

Participação na conferência “NATO Geospatial Conference 2009”

O Instituto foi convidado pela organização quepromove encontros internacionais de utiliza-dores ESRI, para participar num encontrosobre Sistemas de Informação Geográfica eTecnologias de Informação, que se realizou nosdias 23 e 24 de Junho, na cidade de Luanda,capital da República de Angola, efectuando aíuma apresentação no âmbito da Infra-estrutu-ra Geoespacial do Exército, que visa a dispo-nibilização da informação geoespacial via Web-

service às Forças Armadas.Dado o manifesto interesse nacional em colo-

car as Tecnologias de Informação, Gestão e Qua-lidade ao serviço e no reforço da competitivi-dade e flexibilidade das organizações dos paísesde expressão portuguesa, como é o caso da Re-pública de Angola, este encontro internacionalde utilizadores ESRI constituiu uma oportuni-dade para o IGeoE e o Exército divulgar a sua ca-pacidade tecnológica, através da aplicação daInfra-estrutura Geospacial de dados, peranteimportantes entidades da República de Ango-la, designadamente, as suas Forças Armadas, oInstituto Nacional de Estatística, entre outras.

Missão à República de Angola

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A Direcção deHistória e Cul-tura Militar atri-buiu pela pri-

meira vez ao Instituto, ummodelo de bandeira de ar-vorar, de acordo com o Re-gulamento de Heráldica doExército, sendo represen-tada por uma rosa dos ven-tos de ouro, realçada devermelho, num fundo emcor azul.Em termos heráldicos, arosa-dos-ventos simboliza otrabalho dos topógrafos aoserviço do conhecimentocientífico do território na-

cional em todos os seus quadrantes, enquan-to que o fundo azul representa o espaço –sempre influente em trabalhos topográficos– e significa zelo e lealdade.

Bandeira de arvorar do IGeoE

O Instituto participou, no dia 28 de Junho, nascomemorações do Dia do Comando da Logís-

tica, levada a efeito no jardim Delfim Gui-marães, na cidade da Amadora, com a mon-tagem de uma exposição com alguns painéiscontendo informação sobre as principais ac-tividades e projectos desenvolvidos.Esta exposição pretendeu divulgar a capaci-dade e actividades das UUEEOO na depen-dência hierárquica do Comando da Logística,bem como ser uma mostra dos meios utilizadosno cumprimento das missões de apoio logístico.O evento foi presidido pelo Exmo. GeneralQuartel-Mestre-Genertal, Tenente-General Joa-quim Formeiro Monteiro e contou com a pre-sença do Sr. Presidente da Câmara Municipalda Amadora, Dr. Joaquim Raposo.

Exposição das capacidades do Comando da Logística

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Notícias do IGeoE

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O guião do IGeoE participou pela primeiravez na cerimónia do Dia do Comando da Lo-gística (CmdLog) e da Unidade de ApoioAmadora Sintra (AMAS), que decorreu nodia 1 de Julho, nas instalações do AMAS naAmadora.O dispositivo em parada integrou forças pro-venientes das várias UUEEOO do CmdLog,bem como os seus respectivos guiões, quedesfilaram enquadrados num Pelotão. Apóso desfile das forças realizou-se uma de-monstração de capacidades logísticas.

Cerimónia do Dia do Comando da Logística

Os militares do IGeoE, de acordo com o esta-belecido superiormente, efectuaram o Tirode Manutenção Anual, na Carreira de Tiro daCarregueira, nos dias 7, 9 e 14 de Julho, aolongo de 6 sessões de tiro.Em cada sessão participaram cerca de 24militares, os quais realizaram tiro com es-pingarda automática G3 e munição 7,62 mm,com os alvos a 100 metros de distância. OsOficiais e Sargentos do Instituto tambémrealizaram tiro de pistola Walther 9 mm,com os alvos a 15 m.

Tiro de Manutenção Anual

O IGeoE montou no pavilhão do JardimDelfim Guimarães, na Amadora, a ex-posição “Portugalliæ Civitates”, queficou patente ao público durante o pe-ríodo de 1 a 5 de Julho.Esta exposição, que integrou o conjun-to de actividades desenvolvidas no âm-bito das comemorações do Dia do Co-mando da Logística, foi inaugurada porSEXA o GEN CEME.

Exposição “Portugalliæ Civitates” no Dia do Comando da Logística

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Foi inaugurada ao público na Casa da Cultu-ra da Câmara Municipal da Trofa, no passadodia 24 de Julho, a exposição “Portugal emVésperas das Invasões Francesas – Conheci-mento Geográfico e Configurações”. Esta ex-posição que permanecerá neste local até ao dia09 de Agosto, foi realizada e organizada peloIGeoE, em colaboração com o Centro de Es-tudos Geográficos da Universidade de Lisboae com a Direcção de Infra-Estruturas do

Exército, contando com a coordenação cien-tífica da Sr.ª Prof.ª Dr.ª Maria Helena Dias.A exposição é constituída por 49 cartas rea-lizadas tanto por autores Portugueses comoestrangeiros ao serviço de Portugal ou cominteresses no nosso país, constituindo teste-munhos da evolução do conhecimento daCartografia, numa época conturbada da nossahistória, onde é notório o rigor e o aspecto ar-tístico na sua execução.

Exposição na Trofa

A Exposição “Portugalliæ Civitates, PerspectivasCartográficas Militares”, do Instituto Geográ-fico do Exército, foi inaugurada em Almeida,no dia 30 de Agosto, nas Portas Interiores deSanto António, ficando aí patente ao públicodurante a primeira quinzena de Setembro.A inauguração da exposição contou com apresença do Director do IGeoE, Coronel JoséRossa, na qual o Aspirante Maurício efectuouuma breve apresentação/descrição da mostracartográfica dos vários expositores.

Exposição “Portugalliæ Civitates, Perspectivas Cartográficas Militares”

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Notícias do IGeoE

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O Instituto Geográfico do Exército participou,uma vez mais, em colaboração com o NúcleoInteractivo de Astronomia (NUCLIO), num con-

junto de activida-des inseridas noprojecto CiênciaViva no Verão.Este projecto, dedimensão nacio-nal, de um modosimples e apelati-

vo, convida o cidadão comum a um contactopróximo com os mais variados ramos das ciên-cias e tecnologia.Deste modo, nas noites de 4 e 11 de Setembro,aproximadamente 40 pessoas, entre civis e mi-litares, assistiram a duas palestras, no auditó-rio do Instituto, sobre a temática da AstronomiaModerna e a importância da viagem de Darwin,seguidas de observações astronómicas através dotelescópio do observatório do IGeoE, instaladono topo do seu edifício principal.

Ciência Viva no Verão 2009

O exercício "FELINO 2009" decorreu no períodode 24 a 29 de Agosto, na Escola de Sargentos Ge-neral Alberto Chipande, no Distrito de Boane,Província do Maputo, em Moçambique.Os exercícios da série "FELINO" realizam-se comuma periodicidade anual, desde o ano de 2000,em regime rotativo nos países da CPLP, com o ob-jectivo de treinar as Forças Armadas dos respec-tivos países, no âmbito do planeamento, condu-ta, comando e controlo de operações de umaforça em tarefa conjunta e combinada, para o de-senvolvimento de uma operação de apoio à paz ede ajuda humanitária, dando uma resposta efi-caz a uma situação específica de crise.Os 66 elementos participantes dos Exércitos deMoçambique, Portugal, Angola, Brasil, São Tomée Príncipe, Cabo Verde e Timor-Leste, utilizaramas facilidades de um centro de controlo monta-

do por militaresPortugueses, quepermitiu ao Esta-do-Maior e ao Co-mando da Opera-ção o acesso a fa-cilidades idênticasàs disponibiliza-das no exercício que decorreu o ano passado emSão Tomé e Príncipe, designadamente, ao nível docentro de mensagens militares, intranet militare Internet.O instituto Geográfico do Exército participou, emduas fases distintas, o reconhecimento e a exe-cução do exercício, tendo elaborado o cenário fic-tício com base no território de Moçambique eapoiando posteriormente, em tempo real, o de-senrolar das operações.

Apoio geoespacial no Exercício "FELINO 2009", em Moçambique

Terminou no dia 10 de Setembro mais umcurso de Cartografia Digital, ministrado noIGeoE com uma duração de 90 dias úteis,tendo o mesmo iniciado a 06 de Maio, após tersido precedido pelo Curso de Informação Car-tográfica com uma duração de 15 dias úteis.Frequentaram este curso dois formandos milita-res, com o objectivo de ficarem qualificados paradesempenharem funções na cadeia de produção

de informação geo-gráfica do Instituto.Esta metodologia éaplicada a todos osnovos colaborado-res militares colo-cados no IGeoE, deforma a torná-los mais aptos e proficientes nasactividades técnicas que irão realizar.

Curso de Cartografia Digital

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O IGeoE recebeu no dia 15 de Setembro a vi-sita de um grupo de 21 cadetes da AcademiaMilitar (Exército e GNR), que frequentam ocurso de Gestão Ambiental, promovido pela

Faculdade de Ciências e Tecnologias da Uni-versidade Nova de Lisboa (FCT-UNL), aoabrigo de um protocolo de colaboração esta-belecido entre as duas instituições.Acompanhou esta visita o Prof. Dr. TomásRamos, na qualidade de docente e coordena-dor do curso. O principal objectivo da visita foidar a conhecer o Sistema de Gestão Ambien-tal que foi implementado e certificado noIGeoE desde o ano de 2000, relacionando as-pectos ambientais com as várias actividadesdesenvolvidas no Instituto. Foi também refe-rido que a informação geográfica produzidapelo Instituto bem como as suas aplicaçõesque estão disponíveis e acessíveis através dowebsite do IGeoE, constituem óptimas ferra-mentas para análise e estudo de impactesambientais.

Visita do Curso de Gestão Ambiental da Academia Militar

A nova equipa da Academia Militar respon-sável pelo CINAMIL, nomeadamente, a do-cente Dr.ª Anabela Bravo e o TCor ART Mar-

quês de Sousa, visitaram o IGeoE no dia 15de Setembro para aprofundar o conhecimen-to sobre a actividade desenvolvida no Insti-tuto, bem como percepcionar as suas capaci-dades na concepção e implementação de pro-jectos no âmbito da investigação científica edas novas tecnologias aplicadas na produçãode informação geoespacial.O Director Coronel José Rossa acompanhoua visita às instalações do Instituto durante aqual foi dado a conhecer a evolução verifica-da nos últimos anos, no âmbito dos projectosdesenvolvidos e ainda em desenvolvimento,que foram enquadrados e apoiados pelo CI-NAMIL, designadamente, o TRESIM (Siste-ma de Simulação de Reconhecimento Ter-restre), o SIGAF (Sistema de Informação Geo-gráfica para Apoio da Fronteira), bem comoactualmente o CARTGEN (GeneralizaçãoCartográfica).

Visita do Centro de Investigação da Academia Militar (CINAMIL)

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Notícias do IGeoE

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Após a conclusão das obras de pavimentaçãoe protecção lateral do campo polivalente doIGeoE, levadas a efeito durante os meses deAgosto e Setembro de 2009, este recinto des-portivo foi inaugurado simbolicamente, em 2 de Outubro, com a realização de um jogo defutebol de salão que opôs uma equipa do

Centro de Produção Cartográfica contra umaequipa mista formada pelos restantes Cen-tros e Repartição.O Instituto tem desenvolvido uma contínua ac-tividade de manutenção e melhoria das suasinstalações, onde se inclui as que estão afec-tas à prática desportiva. Este ano, devido àspéssimas condições em que se encontrava opiso do campo polivalente, as quais já não per-mitiam a boa prática desportiva e causavamsérias preocupações ao nível da segurança dosseus utilizadores, decidiu-se então proceder àreparação e renovação do seu pavimento, bemcomo das protecções laterais.Após obra feita, é justo referir que o Institutopossui actualmente um recinto renovado e fun-cional que reúne excelentes condições para aprática desportiva dos seus colaboradores.

Inauguração do campo polivalente

Realizou-se no dia 30 de Setembro, no Auditóriodo IGeoE, a entrega de diplomas aos colabora-dores do Instituto que frequentaram, durante oano lectivo de 2008/2009, o Curso das Novas Opor-tunidades (CNO), ministrado CENFIC (Centro deFormação Profissional da Indústria da Constru-

ção Civil e Obras Públicas do Sul).O Processo RVCC (Reconhecimento Validação eCertificação de Competências) permite reconhe-cer, validar e certificar as competências adquiri-das pelos adultos ao longo da vida, com vista àobtenção de uma certificação escolar de nível bá-sico (4.º, 6.º ou 9.º ano de escolaridade), ou denível secundário (12º ano de escolaridade).Durante o corrente ano frequentaram o pro-cesso de RVCC ao nível de certificação do 12.ºano de escolaridade, ministrado pelo CEN-FIC no período de Novembro 2008 a Maio2009, sete Sargentos, três Praças e um Fun-cionária Civil.Na cerimónia de entrega dos diplomas oIGeoE contou com a presença de três ele-mentos do CENFIC, nomeadamente, a Dra.Fátima Raimundo – Directora dos RecursosHumanos, a Dra. Eduarda Viana – Coordena-dora do CNO, e a Dra. Rute Rodrigues Grilo –Profissional do RVC.

Entrega de diplomas obtidos através do Processo RVCC

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A Guarda Nacional Republicana (GNR) orga-nizou em 13 de Outubro, nas instalações da sua

Escola Prática, um Seminário sobre “Sistemasde Informação Geográfica: contributos parauma gestão económica e eficaz dos recursos nocumprimento da missão da Guarda”.O IGeoE colaborou neste evento com a apre-sentação de uma palestra proferida peloTCor Luís Nunes sob o tema “Infra-estrutu-ras de dados para SIG”, a qual tinha comoobjectivo sensibilizar os participantes, emespecial os elementos da GNR, para as van-tagens da utilização da infra-estrutura dedados produzidos no IGeoE no âmbito dosSIG como ferramenta de apoio às actividadesda Guarda.

IGeoE participa no Seminário da Escola Prática da GNR

>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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O IGeoE participou no exercício ORION09,que decorreu no período de 6 a 16 de Outu-bro, em duas situações distintas, designada-mente, no teste aos Planos de Segurança dasU/E/O do Comando da Logística, bem como nosuporte e coordenação do apoio geográfico emeteorológico, através da sua Unidade deApoio Geoespacial.Este apoio consistiu, em concreto, na res-posta ás solicitações do Estado-Maior daForça, nomeadamente, na georeferenciaçãodo impacto das condições meteorológicas

nas operações, ortocartografia anotada egeoreferenciação dos diversos incidentesocorridos para apoio à decisão. Neste exer-cício foram empenhados dois oficiais e umsargento, tendo um dos oficiais permaneci-do no Instituto, funcionando como apoio re-cuado e os restantes elementos mantiveram-se a tempo inteiro no Centro de Operações doExército, em Oeiras.Quanto à participação do IGeoE nas activi-dades que testaram os seus Planos de Segu-rança, nos dias 12 e 13 de Outubro, foi possí-vel verificar na prática que os procedimen-tos internos para assegurar a defesa próximae imediata das instalações do Instituto, estãoadequados e são credíveis. Um dos inciden-tes injectados pelo Comando Operacionalpretendeu accionar a cedência da Força deProtecção de Segurança para apoio ao dis-positivo de defesa do IGeoE que já se encon-trava implementado com recurso aos seusefectivos militares. Outro incidente que foicolocado ao IGeoE implicou o accionamentodo Plano de Emergência Interno (PEI) devi-do à detecção de um foco de incêndio simuladono parque auto do Instituto.

Exercício ORION 2009

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Notícias do IGeoE

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No âmbito das Comemorações do Bi centenário dasInvasões Francesas e integrado na Conferência In-ternacional “A Guerra Peninsular: olhares cru-zados”, que decorreu em Oeiras no dia 17 de Ou-tubro, foi solicitado a participação do IGeoEneste evento atra-vés da exibição daexposição itine-rante “Portugalem Vésperas dasInvasões France-sas: conhecimentogeográfico e confi-

gurações”, que ficou patente ao público no espa-ço do Forte de São Julião da Barra até ao dia 25de Outubro.O Instituto foi convidado para o dia da inaugu-ração da Conferência Internacional, que tambémcontou no 1º painel do evento com uma comuni-cação de 10 minutos referente à mostra carto-gráfica, proferida por um Oficial do IGeoE.Aos participantes que acorreram a esta iniciati-va, a Câmara Municipal de Oeiras distribuiuDVD’s contendo um filme digital sobre as Batalhasda Guerra Peninsular, que foram produzidos peloInstituto para efeitos comemorativos.

Exposição das Invasões Francesas no Forte São Julião da Barra

Como vem sendo habitual, o IGeoE participounas várias actividades comemorativas do Dia doExército, que este ano decorreram com maior in-cidência na cidade de Braga, no período de 21 a25 de Outubro, tendo paro o efeito preparado umstand promocional das suas capacidades e po-tencialidades técnico-científicas, designada-mente, a dis-ponibilizaçãoda informa-ção que pro-duz e quetem ao dis-por da popu-lação em ge -ral, através

do seu sítio na internet e os serviços associados(Marcos de fronteira, IGeoE-SIG, informação doIGeoE no GoogleEarth), bem como os webservices

e a rede SERVIR. Do vasto programa de actividades promovidaspelo Exército Português na cidade de Braga, oIGeoE participou na exposição de Materiais/Equipamentos e Pólos de Excelência, na Aveni-da Central, no período de 21 a 25 de Outubro,bem como na exposição de Pintura, na Bibliote-ca Lúcio Craveiro da Silva, alusiva ao tema “OExército e as Artes”, entre 19 e 25 de Outubro.Apesar de não haver uma contabilização do nú-mero de visitantes e apesar das condições at-mosféricas verificadas, a população de Bragaaderiu massivamente a este evento.

Participação nas cerimónias comemorativas do Dia do Exército

O IGeoE participou no programa de actividadesdas Comemorações do Dia do Exército Portu-guês, que tiveram lugar este ano no período de19 a 23 de Outubro, de modo a que o evento sejaencarado como um acontecimento importanteno âmbito da promoção das capacidades e po-tencialidades do Exército, reforçando a interac-ção com a sociedade civil e em particular com osseus jovens.

O Instituto na qualidade de órgão do Exércitoprodutor de informação geográfica nacional, par-ticipou na Semana de “Portas Abertas”, disponi-bilizando o acesso às suas instalações, no perío-do acima indicado e durante o horário de activi-dade normal, para visitar o espaço museológicoe a Cartoteca, estando assegurada a presença decolaboradores do IGeoE para se constituíremcomo guias e apresentadores dos locais de visita.

Semana das Portas Abertas no âmbito do Dia do Exército

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>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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Outras visitas

A informação geográfica produzida pelo IGeoE écada vez mais imprescindível a todos quantos ne-cessitam de dados georeferenciados actualizados,consistentes e fiáveis, no apoio a projectos nasáreas do Planeamento, Gestão e Ordenamento doTerritório, da Investigação e do Ensino, ou ainda emactividades recreativas ou de lazer.O Instituto como consequência da reputação al-

cançada ao longo dos anos em que se assumecomo uma referência de excelência ao nível daprodução de informação geográfica nacional einternacional, é inúmeras vezes solicitado paraacolher visitas e campos de estágio de alunosuniversitários.A evidenciar esta situação referem-se algumasvisitas efectuadas ao Instituto:

Data Entidade/Instituição N.º Participantes

03 Dezembro

2008

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Mestrado em Fotogrametria11

10 Dezembro

2008

Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra

Curso de Engenharia Geográfica8

21 Janeiro

2009

Universidade Lusófona

Curso de Educação Tecnológica em SIG18

27 Março

2009

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Licenciatura e mestrado em Arqueologia, do Departamento de História20

01 Abril

2009

Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria

Curso de Especialização Tecnológica de Topografia e Cadastro21

18 e 21 Maio

2009

Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa

Alunos que frequentam a cadeira de cartografia49

02 Junho

2009

Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Águeda

Curso de Tecnologias de Informação31

03 Junho

2009

Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna

Cadeira semestral de Topografia do 2º ano do curso superior de Ciências

Policiais e Segurança Interna

43

19 Junho

2009

Escola Superior Agrária de Ponte de Lima,

do Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Mestrado em Agricultura Biológica

44

4 e 11

Novembro

2009

Escola de Sargentos do Exército

38.º Curso de formação de Sargentos 147

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Produção Cartográfica

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Produção Cartográfica

Carta Militarde PortugalSérie M8881:25 000Continente

Novas edições 2007/2010

LEGENDA

2007 (40 folhas)

2008 (45 folhas)

2009 (36 folhas)

2010 (36 folhas)

Novas Edições01/01/09 a 31/12/09

374 TORRES VEDRAS375 OLHALVO (ALEnquER)376 ALEnquER388 ERICEIRA (MAfRA)389 SOBRAL DE MOnTE AGRAÇO390 VILA fRAnCA DE XIRA401-A MAGOITO (SInTRA)402 MAfRA403 PÓVOA DE SAnTA IRIA (VILA fRAnCA DE XIRA)404 ALVERCA DO RIBATEJO (VILA fRAnCA DE XIRA)417 LOuRES418 PAnCAS (BEnAVEnTE)430 OEIRAS431 LISBOA432 MOnTIJO441-B COSTA DA CAPARICA (ALMADA)442 BARREIRO443 MOITA453 fERnÃO fERRO (SEIXAL)454 SETÚBAL464 SESIMBRA465 OuTÃO (SETÚBAL)495 GRÂnDOLA505 SAnTO AnDRÉ (SAnTIAGO DO CACÉM)506 SÃO fRAnCISCO DA SERRA (SAnTIAGO DO CACÉM)515-A SInES516 SAnTIAGO DO CACÉM526 PROVEnÇA (SInES)535 PORTO COVO (SInES)536 CERCAL DO ALEnTEJO (SAnTIAGO DO CACÉM)544 VILA nOVA DE MILfOnTES (ODEMIRA)545 SÃO LuIS (ODEMIRA)552 ALMOGRAVE-ALMOGRAVE (ODEMIRA)553 ODEMIRA560 SÃO TEOTÓnIO (ODEMIRA)561 ODEMIRA (SuL)

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>>Boletim do IGeoE N.º 72 Novembro 2010

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Novas Edições01/01/09 a 31/12/09

33 - 2 POMBInHA33 - 3 CAMPO MAIOR36 - 2 REDOnDO37 - 3 JuROMEnHA37 - 4 ELVAS40 - 1 REGuEnGOS DE MOnSARAz40 - 2 PORTEL40 - 3 VIAnA DO ALEnTEJO41 - 3 MOuRÃO41 - 4 MOnSARAz

Carta Militarde PortugalSérie M7831:50 000Continente

Novas edições 2007/2010

LEGENDA

2007 (16 folhas)

2008 (20 folhas)

2009 (10 folhas)

2010 (11 folhas)

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