Upload
bruno-ferreira-barros
View
262
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Bomba Atômica de Hiroshima - O Que Não Contaram a Você
Citation preview
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 1 de 11
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram para você (ATENÇÃO – FORTE CONTEÚDO GRÁFICO)
Por José Roitberg - 7 ago 2015
Foto: Soldado japonês em uma de suas tarefas rotineiras, matar crianças chinesas com a baioneta
A propaganda da União Soviética tem dois enormes
sucessos em reescrever a história do mundo ocidental.
O segundo é a transformação de Israel em um estado
nazista, inimigo de todos, principalmente dos palestinos,
uns 20 anos depois da União Soviética ter sido uma das
mais importantes apoiadoras da Partilha da Palestina.
Dizem os historiadores de esquerda que a URSS jamais
apoiou Israel e o voto pela Partilha era apenas para
complicar a vida da Inglaterra.
O primeiro grande sucesso criado no auge da Guerra Fria foi o de transformar os Estados Unidos,
o grande inimigo capitalista dos soviéticos, no carrasco cruel dos japoneses. Através de seus
aliados oficiais e dos integrantes de partidos comunistas na mídia ocidental, a história da guerra
do Pacífico foi reescrita, para deixar uma marca indelével, principalmente nos alunos das escolas
ocidentais de que toda a população de Hiroshima e Nagazaki, pobres e pacíficos civis japoneses,
foram fulminados e queimados por duas terríveis bombas atômicas lançadas pelos Estados
Unidos. A propaganda transformou os carrascos japoneses, gente que tinha profundo desprezo
pela sua própria vida e consideração zero com a vida do inimigo, em santos homens abatidos
pelo capitalismo. E a cada ano, no dia 6 de agosto vemos a mesma lenga-lenga de revisionismo
histórico soviético ser repetida a um ponto que já se tornou a verdade incontestável.
Mas esta não é a verdade dos fatos.
É um erro imaginar que a entrada do Japão na Segunda Guerra Mundial se dá com o ataque a
Pearl Harbour, no Havaí em 7 de dezembro de 1941. O Japão era um país governado por um
imperador com status de Deus, ao qual todos os cidadãos juravam fidelidade e colocavam suas
vidas à disposição. O desprezo pela vida em nome do imperador e da honra japonesa era
incutido nas pessoas desde a mais tenra idade, tanto nas escolas, quanto nos lares. Sendo
liderados por Deus, os japoneses cresciam com a certeza de serem a raça superior no planeta e
que todas as outras raças eram consideradas de segunda classe ou mesmo com animais não-
humanos. Pode-se dizer que o regime japonês era uma mistura de teocracia com culto à
personalidade e fascismo militar.
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 2 de 11
A Segunda Guerra Mundial no Pacífico se inicia antes da Europa, em 7 de julho de 1937 quando a
China é invadida por tropas japonesas. A maioria dos historiadores dissocia (sabe-se lá porque) a
Guerra Sino Japonesa do bojo da Segunda Guerra Mundial. Ela durou até o dia 9 de setembro de
1945, portanto foi encerrada longos 20 dias após a rendição japonesa. Antes disso, desde 1931,
o Japão já ocupava a Manchuria. No final do ano de 1937 as tropas japonesas venceram suas
duas mais importantes batalhas e ocuparam Xangai e a capital chinesa, Nanking. As forças
japonesas envolvidas nestes 8 anos de guerra chegaram aos 4.100.000 homens, somando-se a
eles cerca de 900.000 chineses colaboradores.
Foto: Mulheres chinesas estupradas e mortas
empilhadas junto com seus pequenos filhos
mortos pelos soldados japoneses numa
escadaria em Chunking
Ao ocupar Nanking, as tropas japonesas
lançaram um programa para executar
soldados chineses em roupas civis. O
número de estupros de mulheres foi
imenso, tudo foi saqueado, e as execuções
sumárias chegaram a 200.000 pessoas em
seis semanas desta operação.
A Guerra Sino Japonesa é responsável por
um número gigantesco de mortes. Os
japoneses perderam 480.000 soldados e
outros 1.900.000 foram feridos. Já do lado
chinês, 1.440.000 soldados foram mortos
e outros 1.800.000 foram feridos, entre as
tropas chinesas nacionalistas e 250.000
soldados chineses comunistas morreram,
enquanto outros 290.467 foram feridos. O
Japão não perdeu nenhum civil nesta
guerra, enquanto matou 22 milhões de
civis chineses. Por favor, leia novamente:
vinte e dois milhões de civis chineses
mortos pelas tropas japonesas!
Foto: Dia normal para os chineses moradores de
Nanking (Pequim) sob ocupação japonesa
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 3 de 11
Foto: Sorridente oficial japonês em meio às vítimas que
acabou de matar. Na mão direita, sua espada. Na esquerda
a cabeça de uma das vítimas.
Acostumado aos Seis Milhões de Judeus mortos no
Holocausto, o leitor deve estar impressionado com
este número e precisa se perguntar: por que nunca
falam disto? Por que na China não se relembra isto?
A explicação é simples. O comandante em chefe chinês era o nacionalista Chiang Kai-shek, que
ao término da Segunda Guerra Mundial, começou a ser combatido pelo comandante chinês
comunista, Mao Zedong. Quando Mao venceu e estabeleceu o comunismo na China e Chiang
fugiu para (a hoje) Taiwan, o novo regime, em sua reforma cultural e expurgos considerou estas
22 milhões de pessoas mortas como um efeito desejável atribuindo a todas elas a pecha de
serem nacionalistas, portanto anti-revolucionárias.
Foto: Oficial japonês corta a cabeça de um civil
chinês enquanto outro aguarda para ser morto.
Grande multidão de chineses acompanha a
selvageria
Outro ponto importante para se deixar o campo de batalha sino-japonês fora dos livros é o fato de que os Nacionalistas Chineses eram apoiados pela Alemanha Nazista e as fotos de suas tropas são especificamente inconvenientes, por mostrar uma resistência contra o Japão utilizando armas e uniformes alemães. Na foto em Nanjing temos uma grande massa popular e de soldados chineses nacionalistas, assistindo a execução de um oficial japonês invasor de alta patente. O chinês com uniforme e capacete nazista, disparando uma pistola Mauser alemã, observado à esquerda por dois oficiais que parecem mais saídos de Berlim que Pequim é complicada e incomoda a qualquer um.
Foto: Imagem incômoda de soldado nacionalista chinês
matando com um disparo de pistola Mauser um oficial
japonês. O uso de equipamento alemão pelos nacionalistas
chineses faz com que não se publique sobre este teatro de
guerra.
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 4 de 11
CONQUISTAS E ATROCIDADES CONTRA SUB-HUMANOS Aos poucos os japoneses começaram a atacar todos os países asiáticos. Coreia, Indochina
Francesa (Vietnã), Birmânia, Filipinas, Nova Guiné, Singapura e um grande número de ilhas. A
cada conquista, novas atrocidades. Vamos enumerar apenas algumas e veja você mesmo se algo
se parece com o ISIS, que também luta em nome de Deus.
Foto: Treinamento comum de
soldados japoneses em países
asiáticos ocupados. Ao invés de um
saco com capim, um prisioneiro civil.
Fevereiro de 1942, no aeroporto
da ilha de Ambon, 300
prisioneiros de guerra
australianos e holandeses,
escolhidos aleatoriamente no
campo de prisioneiros próximo
foram decapitados. 90 soldados
e oficiais japoneses foram
julgados por este massacre
depois da guerra. Apenas quatro
foram condenados a morte.
Foto: Prisioneiro norte-americano prestes a ser decapitado.
Note os sorrisos de outros soldados japoneses ao fundo.
Em 14 de fevereiro de 1942 um dia antes das tropas
britânicas se renderem em Singapura, o hospital militar
foi alcançado pelos soldados japoneses. Os 200 soldados
ingleses feridos que estavam no hospital, foram levados
ao pátio e mortos com baionetas. Cinco se esconderam
num esgoto e sobreviveram para contar. Quando soube
do incidente, o comandante japonês, o General
Yamashita, prendeu e executou seus homens que
participaram do massacre.
As tropas japonesas equivalentes à SS eram os
Kempeitai. Entre fevereiro e março 1942, foram os
autores da Operação Sook Ching (Purificar Através da
Limpeza Étnica) em Singapura. Percorram aldeias no
interior do país, assassinando 100.000 civis.
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 5 de 11
Foto: Atividade corriqueira dos Kempeitai, a SS
japonesa. Percorrer as vilas do interior assassinando
civis com crueldade.
Na ilha de Palau em 14 de dezembro de 1944,
a guarnição japonesa imaginou que os
americanos haviam desembarcado na ilha (o
que não ocorreu) e mandaram seus 150
prisioneiros americanos entrarem em
trincheiras. Em seguida jogaram gasolina sobre
eles e os queimaram. Os que tentaram fugir
das chamas foram mortos à baioneta, a tiros
ou a porretadas. Cerca de 10 soldados
americanos, ainda assim conseguiram fugir, se
jogar no mar e nadar até outra ilha.
Em 18 de março de 1943, um destróier
japonês foi enviado para transportar um
grupo de 60 missionários alemães e chineses
aliados de Kairuru para Rabaul. No meio da
viagem o comando da marinha ordenou por
rádio que todos fossem executados
acusando-os de espionagem. O capitão do
navio de guerra, levou os prisioneiros, um a
um para a parte de trás do navio, onde foram
executados com um tiro na cabeça e lançados
ao mar. Duas crianças que estavam com o
grupo foram jogadas vivas ao mar. A
execução durou mais de 3 horas.
Foto: Gloriosos, orgulhosos e limpinhos Kempeitai,
o equivalente nipônico da SS nazista
Em 18 de março de 1944, um navio de guerra japonês afundou o navio mercante inglês Behar no
Oceano Índico. 108 tripulantes e passageiros sobreviveram. A noite, o capitão japonês dividiu o
grupo. Colocou 36 deles, incluindo o capitão inglês e seus oficias em outro barco e os libertou. Os
outros 72, praticamente todos civis, foram considerados ‘prisioneiros inúteis’, decapitados e
tiveram seus corpos jogados ao mar. Posteriormente o capitão japonês foi enforcado por crimes
de guerra.
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 6 de 11
Foto: Em um acampamento militar japonês na
China, coveiros vestindo roupas com suásticas
orientais não nazistas, conduzem carroça com
corpos de mulheres chinesas estupradas por
soldados e depois mortas.
Em 26 de março de 1944 um submarino
japonês afundou um navio mercante
holandês na região de Sri Lanka. 103
tripulantes sobreviveram e foram
massacrados com espadas e marretas. Os que não tinham morrido foram deixados sobre o casco
do submarino que mergulhou com a intenção de afoga-los. Ainda assim, cinco sobreviveram.
Foto: Civis numa vala sendo mortos à baioneta por soldados
japoneses enquanto outros soldados se reúnem para não
perder a diversão.
Entre fevereiro e março de 1945, quando os
americanos retornavam às Filipinas e chegaram a
capital Manila, o general Yamashita ordenou a retirada
das tropas, mas dois almirantes no comando local
recusaram as ordens e mandaram as tropas resistirem
até a morte. Os americanos apenas lançaram alguns
ataques de artilharia contra posições japonesas,
inicialmente e as tropas de ocupação começaram a pilhar, estuprar e matar os civis filipinos,
decapitando-os, matando-os com baionetas, metralhando grupos inteiros e ateando fogo em
prédios cheios de gente. No final da batalha, todos os japoneses estavam mortos e com eles
100.000 civis filipinos. Manila foi a segunda cidade mais destruída na guerra, perdendo apenas
para Varsóvia.
Foto: Treinamento de tiro ao alvo de soldados
japoneses. Ao invés de papel, prisioneiros siks em
Singapura.
Se você chegou até aqui, é provável que esteja
mudando sua perspectiva sobre as pobres vítimas
japonesas do satan americano. Mas tem mais. Na
Birmânia principalmente, mas também em outros
países da região asiática as tropas japonesas
treinavam tiro ao alvo contra prisioneiros civis
amarrados em tocos de madeira e documentavam isso. As fotos estão aqui na matéria. Mas
apenas isto não bastava à raça superior nipônica. Treinamentos com baionetas também eram
realizados contra civis das áreas ocupadas e uma das fotos OFICIAIS mais perversas da guerra é
a que abre esta matéria, com um bebê filipino atravessado na baioneta de um soldado japonês.
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 7 de 11
EXPERIÊNCIAS MÉDICAS
Da mesma forma que os nazistas fizeram experimentos médicos bárbaros e terríveis contra
judeus em campos de concentração o Japão estava interessado em desenvolver armas biológicas
e criou a Unidade 731 na China. Suas tarefas básicas era infectar prisioneiros chineses com as
mais diversas doenças para estudar sua transição, velocidade de propagação e efeitos, a
também o que o corpo humano suportava de altas e baixas temperaturas. Fazia parte do estudo
a dissecação das vítimas que era feita não em cadáveres mais nas vítimas vivas. Cólera, febre
tifoide, disenteria e antrax foram lançadas como testes sobre cidades chinesas e as epidemias
duraram até 1948. Mais de 200.000 pessoas foram mortas.
ANTES DA BOMBA
Em abril de 1944 inicia-se o ataque às Ilhas Japonesas com a invasão de Iwo Jima. Esta batalha,
demonstraria em definitivo o conceito japonês não só de lutar até a morte, mas de lançar-se a
morte sem objetivo militar para morrer e não ser capturado, além do simples suicídio ritual de
soldados que não entraram em combate e não foram mortos pelo inimigo.
Em 38 dias de batalha por uma pequena ilha de cinzas vulcânicas, praticamente plana com uma
montanha em uma de suas extremidades, os americanos desembarcaram 70.000 soldados dos
quais 26.638 foram baixas, incluindo 7 mil mortos (10%) da força de ataque. Por seu lado, a
defesa contava com 21.000 soldados japoneses, dos quais apenas 1%, 216 homens, foram
capturados. 3.000 ficaram escondidos em cavernas e bunkers e foram aparecendo ao longo do
tempo muito depois da batalha terminar e todos os outros morreram. A relação entre ataque e
defesa foi de 3,3 soldados atacando para cada defensor.
Depois disso foi a vez da Ilha de Okinawa, a maior ilha mais ao sul do Japão, com terreno
diversificado, florestas, montanhas população local etc. Apesar desta batalha ser mais
importante para entender a lógica que levou ao emprego das armas nucleares, Ivo Jima é que é
retratada pelo cinema.
Se os americanos acharam que os 38 dias de Ivo foram muito, Okinawa levou 82 dias,
terminando no meio de junho de 1944 menos de dois meses antes da Bomba. Os americanos,
desta vez lançaram 250.000 soldados contra ilha, dos quais 5% morreram (12.520) e outros
82.000 ficaram feridos).
A defesa japonesa foi também um teste para o Império em como defender as ilhas principais, o
passo lógico seguinte na guerra. Havia 77.000 soldados regulares na ilha e 40.000 civis foram
alistados e armados para a defesa. 24 mil deles compuseram uma milícia chamada Boeitai,
15.000 trabalhadores lutaram sem uniformes, 1.500 alunos de escolas, menores de idade,
compuseram uma unidade de combates chamadas de “Ferro e Sangue”. Sete ataques com
aviões kamikaze foram lançados contra as tropas de invasão envolvendo 1.500 aeronaves. Sem
contar com estes pilotos mortos, os homens em armas no solo chegaram a 117.000, dos quais
somente 6% (7.000) foram capturados. Os outros 110.000 foram mortos ou se mataram em
ataques sem efeito militar ou em rituais de suicídio. Adicionalmente, 150.000 civis morreram.
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 8 de 11
Okinawa é definidor para compreender as bombas atômicas. Os americanos lançaram 2,3
soldados no ataque para cada soldado na defesa. Porcentagem praticamente 50% menor que na
batalha anterior.
Os japoneses tinham 3 milhões de soldados para defender suas ilhas principais, mais o esquema
de milícias de adultos e adolescentes, mais mulheres treinadas para atacar os invasores
satânicos com lanças de bambu. Mantida a proporção de Okinawa, o que é uma estimativa baixa,
haveria mais de 5 milhões de soldados e civis armados à espera das tropas norte-americanas.
Para garantir a força de 2,3 para um, os americanos deveriam obrigatoriamente desembarcar
11,5 milhões de soldados no Japão, força que não existia, que se existisse não poderia ser nem
transportada nem abastecida. Portanto, pela experiência de Okinawa, mesmo com a certeza
confortável de vencer um inimigo que preferia desperdiçar suas tropas a obter ganhos reais, um
ataque em tal escala era simplesmente impossível.
Ainda assim as baixas ao nível de Okinawa previstas para 37% atingiriam o número assustador
de 4.255.000 americanos, dos quais, 1.100.000 seriam mortos. Totalmente inviabilizador. Pelo
lado japonês as baixas esperadas seriam de 4.700.000 soldados mortos outros 7.000.000 de
civis mortos.
Estes números não são exatos, mas simplesmente uma extrapolação estratégica em relação a
última batalha com uma perspectiva OTIMISTA. Numa abordagem pessimista os números seriam
consideravelmente maiores. Conta semelhante foi realizada tanto pelo comando americano
quando pelo japonês, que sentiu-se MUITO CONFORTÁVEL com a perspectiva, que demonstrava
claramente que os americanos não teriam nem homens nem equipamentos para conquistar o
Japão e que este impacto de 12 milhões de vítimas japonesas nunca se realizaria, mas se fosse
necessário poderia ser absorvido e ainda estava muito longe dos mais de 22 milhões de civis
chineses que os nipônicos mataram.
A SUBMISSÃO PELO ATAQUE AÉREO
Tanto alemães quanto aliados tinham como estratégia de guerra a destruição das principais
cidades uns dos outros imaginando que isso iria gerar um desejo nas populações civis de depor
suas lideranças e terminar a guerra, rendendo-se ao inimigo. Era o pensamento vigente naquela
época. Os alemães jamais construíram bombardeios capazes de realizar tal missão e apelaram
para mísseis. Primeiro com as bombas voadores V1, depois com as V2. Já os britânicos e
americanos desenvolveram vários modelos capazes de arrasar cidades. Esta estratégia jamais
deu certo pois o atacado sempre usa o ataque contra si, como arma de propaganda para
demonstrar a barbárie e o desprezo pela vida por parte do inimigo, e a população atingida fica
apenas com mais vontade de resistir e levar seu país à vitória.
Com o Japão não foi diferente. A captura de Ivo Jima, permitiu que os americanos enviassem
caças para escoltar seus bombardeiros contra o Japão. Cidade após cidade foi bombardeada com
milhares de toneladas de bombas. Os americanos utilizavam napalm e incendiárias de fósforo
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 9 de 11
branco nestes ataques. As construções japonesas baseadas em madeira e papel eram um alvo
perfeito para isso.
Tóquio, a capital japonesa e onde vivia o Imperador Deus, foi bombardeada de 17 de novembro
de 1944 ao dia da rendição japonesa, 15 de agosto de 1945. O total estimado de mortos nesta
campanha foi de 200.000 e não há dados disponíveis sobre o total de feridos. Um milhão de
pessoas perderam suas casas. Na noite do dia 9 para 10 de março de 1945, 334 aviões de
bombardeio B-29 dos quais apenas 279 conseguiram atacar a cidade, lançaram 1.655 toneladas
de bombas, incluindo ‘cluster bombs’ de 230 kg que liberavam 38 bombas menores incendiárias
de napalm. Foram mortas 100.000 pessoas neste único ataque, considerado o mais devastador
da história. Outras 125.000 ficaram feridas. Neste momento Tóquio possuía cerca de 6 milhões
de habitantes, portanto as baixas foram de 3,7%. Mesmo com a capital devastada e alguns
militares de alta patente questionando a falta de necessidade destas mortes indicando a
rendição, o grupo militar e político que pretendia a luta a até a morte e contava com aquelas
projeções da ‘invasão impossível’ que você leu acima prevaleceu.
Kyoto, por ser uma cidade histórica, foi poupada. Posteriormente incluída como quarta cidade
para o ataque nuclear, foi descartada também.
O ATAQUE NUCLEAR
Igualmente, os americanos tinham a certeza de que não poderiam invadir as ilhas. O que se
vende para as pessoas como ‘desculpa’ para o ataque nuclear, é uma simplificação do conceito
de que “lançaram a bomba para salvar vidas americanas”. Neste estudo, onde apresentamos
uma complicação deste conceito, você já entendeu que as coisas eram diferentes do que as
pessoas imaginam que são.
O programa nuclear norte-americano levado da teoria à prática por vários cientistas judeus,
baseados na ‘física degenerada’ de outro judeu, Albert Einstein, cujos estudos e trabalhos foram
queimados na Alemanha Nazista (ainda bem), visava atacar a Alemanha e não o Japão. Mas a
guerra na Europa acabou antes da primeira bomba estar operacional e ser testada.
Quando o presidente Truman recebeu a informação, ainda durante a Conferência de Potsdam na
Europa de que a bomba de teste, chamada Trinity (Trindade), foi muito mais bem sucedida que
qualquer um pudesse imaginar, ele ordenou a entrega de um ultimato ao Japão exigindo a
rendição. Tal documento foi considerado pelos japoneses como uma atitude arrogante do
‘inimigo impossível’ e a guerra continuou. Truman mandou atacar.
No início de agosto de 1945 havia apenas duas cidades classificadas como médias e grandes no
Japão que ainda não tinham sido destruídas por bombardeios convencionais: Hiroshima e
Nagazaki. A imagem que é passada quando se fala apenas sobre Hiroshima é que teria sido uma
escolha aleatória para levar o fogo do inferno aos civis japoneses. Mas só havia duas escolhas. A
terceira cidade, definida com alvo era Kokura a de menor população entre as três, com 150.000
habitantes onde havia 2.800 prisioneiros de guerra americanos, ingleses e holandeses. 1.500
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 10 de 11
deles chegaram de navio na manhã do dia 9 de agosto, portanto o comando americano nem
sabia disto. Kokura possuía um dos arsenais onde eram fabricados os fuzis e baionetas no
exército. A praticamente impossível se definir que qualquer cidade pequena, média ou grande
japonesa deixava de possuir algum alvo militar legítimo.
Ao contrário da propaganda soviética pós-guerra introjetada no inconsciente coletivo do mundo
até hoje, Hiroshima não era uma cidade civil. No Japão ela era conhecida como Cidade Exército.
É exatamente ao contrário do que a propaganda afirma. Hiroshima era a base do Segundo
Exército Geral e do Exército Regional de Chugoku. O quartel general dos fuzileiros navais
japoneses também se localizava lá. No momento do ataque nuclear em 6 de agosto de 1945
havia cerca de 350.000 habitantes e militares na cidade. 80.000 foram mortos imediatamente e
até o final de 1945 outros 166.000 morreram em decorrência de ferimentos e radiação. Ainda
assim, 104.000 sobreviveram, 29% da população. 77% dos prédios e casas da cidade foram
destruídos. A cidade era praticamente plana.
Foto: O prédio da escola sobreviveu em
Hiroshima e foi preservado como memorial.
Ronaldo Gomlevsky que esteve lá em 2010
Após este ataque novo ultimato para
rendição foi enviado ao Japão, mas suas
lideranças políticas e militares consideraram
o ataque apenas como um novo formato
com perdas aceitáveis, se bem que ainda
não contabilizadas e entendidas
corretamente.
Naquele momento nem quem atacou nem quem foi alvo tinha qualquer ideia dos efeitos da
radiação que afetaria os sobreviventes e mataria o dobro de pessoas em relação as que
morreram pela explosão. Dentro da previsão da “invasão impossível”, o alto comando nipônico
decidiu ignorar os americanos e manter a guerra.
Foto: Aspecto de Nagazaki após o ataque
nuclear
Truman ordena então a utilização da
segunda bomba atômica. No dia 8 de
agosto a União Soviética declara guerra
ao Japão. O alvo seria Kokura, mas estava
encoberto e as ordens obrigavam pontaria
visual e não por radar.
Bomba Atômica de Hiroshima – o que não contaram par a você
https://www.menorahnet.com.br/bomba-atomica-de-hiroshima-o-que-nao-contaram-para-voce/
Folha: 11 de 11
Os Bs-29 do segundo ataque se dirigiram então para o alvo restante, Nagasaki, distante 100 km.
Militarmente era uma cidade muito mais importante. Nagazaki possuía importantes estaleiros, a
siderúrgica e fábricas de explosivos, armas e aviões de combate da Mitsubishi. Em 9 de agosto,
dia do ataque nuclear havia 263.000 pessoas na cidade: 240.000 japoneses civis, 9.000
soldados, 10.000 residentes coreanos, 2.500 prisioneiros escravos coreanos, 600 chineses
prisioneiros escravos e 400 prisioneiros de guerra aliados. O total de mortos atribuídos a
explosão, ferimentos e radiação até o final do ano é de 80.000, ou seja 33%. A cidade não era
plana, possuindo colinas e elevações.
Um terceiro ultimato foi enviado por Truman para Tóquio. E o alto comando japonês se dividiu.
Os civis queriam a rendição e os militares queriam a luta até a morte de todas. Não houve
consenso e o primeiro ministro japonês decidiu ser ousado e foi levar a questão pela primeira vez
ao Imperador Deus Hiroito. Sabendo possuir a palavra final sobre todas as questões no Japão, e
ainda com milhões de soldados ativos e não derrotados no continente, o Imperador decidiu dar
um basta na carnificina e ordenou a rendição, não imediatamente, pois Tóquio continuava sendo
bombardeada diariamente desde o dia 10 de agosto e havia um temor de que a próxima bomba
atômica atingisse a já depauperada capital. Não sabiam os japoneses que sua capital não foi
atacada desta forma por que não existiam outras bombas atômicas. As três construídas já
haviam explodido.
No dia 15 o Japão se rendeu, com uma condição perversa, a de que o Imperador não fosse preso
e julgado pelos crimes de guerra que suas tropas cometeram. Quem pregava um império de mil
anos na Europa matou-se com um tiro na cabeça e quem pregava no Japão, ao seu povo o
suicídio em seu nome não se matou, não foi julgado e foi mantido no poder, sucedido por seus
descendentes até hoje.
Uma consideração final. Da mesma forma que Stalin firmou um pacto
de não agressão com Hitler, aliando inicialmente comunistas e
nazistas, que chegaram a ocupar a Polônia simultaneamente, pacto
este só desfeito quando a Alemanha decidiu invadir a União Soviética,
os comunistas também possuíam um pacto de não-agressão com os
fascistas-teocráticos japoneses, rompido apenas no dia 5 de agosto de
1945.
A foto mais terrível da Segunda Guerra Mundial. Com um golpe de espada um
oficial japonês corta o pescoço de uma jovem mãe chinesa nua e
ensanguentada após cortar a cabeça do bebê dela inutilmente protegido em
seus braços.
José Roitberg
http://jipemania.com/coke
Jornalista, professor sobre o Holocausto formado no Yad Vashem e pesquisador sobre a história dos
judeus e do Rio de Janeiro.