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6 a SÉRIE 7 o ANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Caderno do Aluno Volume 1 LÍNGUA PORTUGUESA Linguagens

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  • 6a SRIE 7oANOENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAISCaderno do AlunoVolume 1

    LNGUAPORTUGUESALinguagens

  • MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO ALUNO

    LNGUA PORTUGUESAENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

    6a SRIE/7o ANOVOLUME 1

    Nova edio

    2014-2017

    GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    SECRETARIA DA EDUCAO

    So Paulo

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

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    Educacional

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    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

  • Caro(a) aluno(a),

    O Caderno do Aluno de Lngua Portuguesa volume 1 traz algumas experincias de aprendiza-gem especialmente elaboradas para que voc tenha oportunidade de familiarizar-se com o emprego adequado da Lngua Portuguesa, para utiliz-la com competncia nas diferentes situaes de comu-nicao e nas relaes com outras pessoas, ao falar, ler ou escrever.

    Neste volume, com a orientao do professor, voc poder enriquecer seus conhecimentos de leitura e de escrita, principalmente ao estudar o relato autobiogrfico, relato oral e notcia e as semelhanas e diferenas entre narrar e relatar. Alm disso, ser de grande valia o estudo de frase e orao, dos modos e vozes verbais, empregos da denotao e conotao, discursos direto, indireto e estudo dos pronomes.

    Acompanhe as explicaes do professor, troque ideias, faa perguntas e anotaes. No guarde dvidas; ajude e pea ajuda aos colegas e ao professor. Organize-se para fazer as tarefas e manter-se sempre em dia com os estudos.

    Vamos juntos aprender mais e mais a cada dia!

    Bom estudo!

    Equipe Curricular de Lngua Portuguesarea de Linguagens

    Coordenadoria de Gesto da Educao Bsica CGEBSecretaria da Educao do Estado de So Paulo

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 1 ESTUDO DOS TRAOS CARACTERSTICOS DO AGRUPAMENTO TIPOLGICO RELATAR (1)

    Leitura e anlise de texto

    1. Leia o texto a seguir.Flor do cerrado: Braslia

    Para l e para c[1] Criana no gosta de mudar de casa. Assim, com o meu corao apertado recebi a not-

    cia de que amos para Braslia. Eu nunca tinha ouvido falar nessa cidade, Braslia, jamais tinha escutado esse nome, e fiquei sabendo que a cidade ainda nem existia.

    [2] Mas se a cidade no existe, como que vamos nos mudar para l?[3] Braslia ainda no existia, mas ia ser construda, e ia ser construda por meu pai. Achei

    papai um heri, construir uma cidade de verdade no devia ser nada fcil. Eu imaginava que ele ia construir Braslia sozinho. Mas ele disse que estava indo muita gente para o centro do Brasil, onde ia ser construda a nova capital.

    [4] Eu tinha quatro anos, era uma menina de olhos grandes e duas tranas, que usava vestidos de renda. Muito tmida, calada, eu gostava de olhar livros, ouvir histrias, e desenhar. E sonhava.

    Saudades do Cear[5] De noite fiquei inquieta, virei na cama para um lado e para o outro, demorei a dormir, e

    sonhei com Braslia. Braslia era um deserto cheio de lobos uivando e uma lua vermelha no cu. Mas o sonho no me deu medo, era at bonito. Acordei de madrugada e fui olhar pela janela o mar de Fortaleza, as estrelas, os coqueiros na praia.

    [6] No dia seguinte fiquei horas com a minha irm fazendo uma cidade toda de papel re-cortado, em cima de uma cartolina: as ruas, os prdios e casas, a igreja, at os carros, as rvores e as pessoas andando.

    [7] Minha irm me disse que, de noite, Nossa Senhora veio ao seu quarto, entrou pela janela e ficou parada, em p, olhando para ela, e contou que Nossa Senhora era fria e nevoenta. Minha irm tambm estava com medo de ir embora.

    [8] Ia ser difcil deixar a nossa casa em Fortaleza, todos os nossos amigos, primos, tios, tudo ia ficar para trs. Nossa casa era um bangal, tinha sala disso, sala daquilo, varandas, e no quintal eu podia correr em linha reta at perder o flego. A casa tinha andar de baixo e de cima, escada, quartos e mais quartos, e um quarto todo meu, com duas janelas. Tinha rvores no quintal, o jardim da frente era rodeado por uma cerca viva de benjamim, e o cho, coberto de grama.

    [9] Mame cuidava da casa, ficava o tempo inteiro perto de ns. Papai s chegava noite, passava o dia trabalhando, ele construa estradas de ferro, com trilhos para os trens.

    [10] Tnhamos bab, cozinheira, arrumadeira e moas que minha me criava desde peque-nas. As vizinhas e as amigas de mame vinham conversar, tomar um caf com tapioca, ou ouvir minha irm chorar quando mame botava na vitrola a msica Clair de lune, e a Chiquitinha gritava: Traz um leno para enxugar as lgrimas. Todo mundo ria.

    [11] Era uma casa tambm sempre cheia de crianas, meus primos gostavam de vir, diziam que s na casa de mame tinham liberdade. Rolavam lgrimas na nossa casa, mas muito mais alegrias. As costureiras vinham cortar e costurar nossos vestidos, as rendeiras vinham vender suas

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    rendas, os nossos vestidos eram de renda feita mo. As bordadeiras vinham bordar os vestidos de mame, sentavam em roda e estendiam a saia sobre os joelhos, como uma brincadeira de roda, subiam e desciam as mos pregando as contas, formando flores ou arabescos de brilho. Cantavam, riam, falavam da vida alheia. Uma casa feminina, muitas janelas, luz nas cortinas.

    [12] Mame gostava de ir aos bailes. Saa de unhas pintadas, colar de ouro e brincos, ou prolas, ou brilhantes, de cabelos em cachos ela se envolvia num xale de seda e saa com papai, deixando um perfume na sala. A casa ento ficava vazia, escura, e eu sentia medo de que mame e papai nunca mais voltassem. Minha bab, Odete, me consolava com histrias, beijos, at eu adormecer. Eu precisava dormir cedo para ir de manh escola.

    [13] O Instituto Christus era a minha escola, onde eu estava aprendendo a ler e a escrever as primeiras letras, a desenhar e a colorir, a cantar e a tocar instrumentos. Eu adorava a aula de msica, saltava sobre rodinhas coloridas, cada uma de uma cor, que representavam as notas musicais. Cantava o b--b, decorava os nmeros, danava quadrilha na festa de So Joo e fazia ginstica com bambols ou lenos.

    [14] Nos fins de semana amos ao clube Ideal, onde nos divertamos na piscina, no escor-rega, ou comamos no restaurante. No clube, faziam as nossas festas de aniversrio. A casa, as pessoas, a escola, o clube, tudo isso ia ficar para trs.

    [15] Ia ficar para trs o quintal da casa do vov e da vov, os ps de pinha, os galhos onde eu trepava e colhia ciriguelas. As ciriguelas eram as frutas mais gostosas do mundo, porque eram as frutas da minha infncia. Tudo perdido... As redes de dormir das minhas tias, onde eu costumava me balanar, e que tinham um cheiro gostoso de perfume e cabelo... A minha madrinha, que me enchia de presentes pulseira de pedrinhas azuis, corrente com medalha de Nossa Senhora, talism da sorte...

    [16] Ser que nunca mais eu ia ver a vov? Vov Joaninha era cega, e por isso eu podia ficar olhando para ela muito tempo. Eu olhava a vov cortando o cigarro pela metade e acendendo, como se enxergasse, ela fazia tudo como se enxergasse, e parece que sabia que eu estava ali perto dela, calada, olhando. Eu ia perder a vov para sempre?

    [17] E as comidas do Cear? A rapadura, a tapioca branca e fina, o feijo-de-corda, os cajus que deixavam um travo na boca. Ser que em Braslia tinha cajueiro? Eu gostava tanto de pr as castanhas de caju para estourar dentro de uma lata numa pequena fogueira e minha bab cantava:

    Cajueiro pequeninoCarregadinho de flor sombra das tuas folhasVenho cantar meu amor.

    Cajueiro pequeninoCarregadinho de floresTambm sou pequenininhaCarregadinha de amores

    [18] E aquele vento sempre soprando...[19] Os jangadeiros que enfrentavam o alto-mar cheio de barracudas, pavoroso...[20] E o meu umbigo seco, que minha bab jogara no telhado depois que eu nasci...[21] E a lua... Ser que nas outras cidades tinha a mesma lua? [...]

    MIRANDA, Ana. Flor do cerrado: Braslia. So Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. p. 9-15.

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    2. Individualmente, elabore um quadro recuperando do texto lido informaes gerais: ttulo, nome do autor, gnero, local em que o texto foi publicado.

    3. Faa uma anlise do texto, respondendo s seguintes questes no caderno:

    a) Que acontecimento vivido na infncia da autora mudou radicalmente sua vida e a entristeceu?

    b) Por que ela achou que seu pai era um heri?

    c) Aps a leitura do Pargrafo 8, indique dois motivos que faziam que a narradora no quises-se deixar sua casa em Fortaleza.

    d) No 10o pargrafo, o que sugere o choro da irm?

    e) Com base na leitura dos Pargrafos 11 e 12, podemos afirmar que a me da narradora era vaidosa? Explique.

    f ) possvel afirmar que a narradora gostava de sua escola? Explique.

    g) A partir da leitura dos Pargrafos 16 e 17, indique um motivo que causa temor na narra-dora, quando pensa que mudar de casa e cidade.

    h) O que voc achou da autora? Quais suas impresses sobre ela?

    i) Esse relato, alm de servir como registro de impresses da autora sobre alguns fatos, pode servir como registro de acontecimentos, de lugares e de costumes de Fortaleza naquela poca? Explique.

    j) O relato autobiogrfico da autora tem uma funo histrica. Qual ela? Responda no ca-derno.

    k) Indique algum costume presente no relato da narradora que voc no v nos dias atuais, pelo menos no com frequncia.

    Oralidade

    Dando continuidade ao estudo do texto Flor do cerrado: Braslia, rena-se com seus colegas para organizar uma roda de conversa.

    1. Comparem as respostas que deram s questes das Atividades 2 e 3, apresentando-as oralmente. Nesse momento, importante observar se todos anotaram o mesmo tipo de informao ou se houve respostas muito diferentes. As respostas so coerentes com as informaes encontradas no relato de Ana Miranda?

    2. Relatem suas impresses pessoais sobre a autora e sobre a leitura do texto.

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    3. Esclaream eventuais dvidas que tenham ocorrido no momento em que, individualmente, responderam s questes.

    4. Reflitam sobre a importncia da roda de conversa para um entendimento mais amplo do texto lido. Em sua opinio, trocar impresses e informaes de leitura ajuda (ou no) a construir uma maior compreenso do texto?

    PESQUISA EM GRUPO

    1. Faam uma pesquisa na internet sobre biografias, selecionando dois exemplos.

    Ateno: para a atividade ser mais dinmica e interessante, vocs podem combinar quais autores sero selecionados pelos grupos, a fim de que no haja repetio de nomes e re latos.

    2. Organizem um quadro com as principais caractersticas desse gnero. Vejam o mo-delo:

    Nome das biografias selecionadas

    Informaes gerais sobre cada um dos

    textos lidos

    Caractersticas comuns entre as biografias

    selecionadas

    1.

    2.

    3. Faam uma apresentao oral sobre as biografias lidas e o quadro que organizaram.

    4. Em seguida, com o auxlio do professor, montem um novo quadro sintetizando todas as informaes que vocs encontraram sobre o gnero textual biografia.

    5. Os gneros relato autobiogrfico e biografia fazem parte de uma mesma tipologia de textos: relatar. Comparando os dois, quais so as caractersticas desse tipo de texto?

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    Produo escrita

    1. A seguir, h trs propostas para a produo de textos escritos. Com a orientao do professor, dividam-se em grupos e sor teiem essas propostas, anotando na coluna 2 o nome dos integrantes de seu grupo.

    Coluna 1 Coluna 2

    Proposta para produo de texto escrito Grupo responsvel pela proposta e nome dos integrantes

    1. Assistam a um programa na televiso (telejornal, novela, filme, programa de debate etc.) e escrevam um relato a um amigo contando o que viram.

    O filme Narradores de Jav conta a histria da pequena cidade de Jav, que ser sub-mersa pelas guas de uma represa. Seus moradores no sero indenizados e no foram sequer notificados porque no possuem registros nem documentos das terras. Inconfor-mados, descobrem que o local poderia ser preservado se tivesse um patrimnio histrico de valor comprovado em documento cientfico. Decidem, ento, escrever a histria da cidade mas poucos sabem ler e s um morador, o carteiro, sabe escrever.

    Ficha tcnica

    Filme: Narradores de Jav.

    Direo: Eliane Caff.

    Roteiro: Eliane Caff e Lus Alberto de Abreu.

    Intrpretes: Jos Dumont, Gero Camilo, Rui Resende, Luci Pereira, Matheus Nachtergaele, Nelson Dantas, Nelson Xavier.

    Pas: Brasil.

    Ano de lanamento: 2003.

    Durao: 100 min.

    Para saber mais sobre a histria e as personagens, comparando os relatos de experincia no filme com os relatos estudados nesta Situao de Aprendizagem, vocs podem combi-nar com o professor uma sesso de cinema na escola, com dia e horrio predeterminados.

    PARA SABER MAIS

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    Coluna 1 Coluna 2

    Proposta para produo de texto escrito Grupo responsvel pela proposta e nome dos integrantes

    2. Escrevam um relato de experincia vivida sobre sua primeira infncia: onde e com quem moravam; que influncias recebiam de sua famlia (pais, avs, tios); que acontecimentos daquela poca consideram mais importantes em sua histria.

    3. Escrevam uma pequena biografia de algum de sua famlia.

    2. Discutam a proposta observando o que devem fazer para garantir que a tarefa de escrita seja cumprida integralmente.

    3. Individualmente, cada integrante do grupo deve escrever seu prprio texto e entreg-lo ao pro-fessor.

    4. O professor far anotaes nesses textos, solicitando alteraes, complementaes, correes. Ainda individualmente, leiam essas anotaes e tentem reformular os trechos indicados pelo professor.

    5. Novamente em grupo, troquem seus textos entre vocs. Observem se seus colegas conseguiram modificar os trechos indicados pelo professor.

    6. Discutam no grupo o que acharam dos textos lidos. Oralmente, se for o caso, faam novas su-gestes de reformulao.

    7. Passem seu texto a limpo.

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    8. Organizem um mural para uma exposio dos textos produzidos por vocs, agrupando-os de acordo com as propostas iniciais. Combinem com o professor um momento da aula para apre-ciarem os relatos e biografias produzidos.

    Estudo da lngua

    1. Volte ao texto Flor do cerrado: Braslia. Circule todos os verbos dos Pargrafos 4 e 5.

    2. Anote-os no quadro, classificando-os de acordo com o exemplo.

    Pargrafo Verbos encontrados Tempo verbal/modo ou formas nominais

    4o tinha Pretrito Imperfeito/Indicativo

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    Pargrafo Verbos encontrados Tempo verbal/modo ou formas nominais

    3. Responda no caderno:

    a) Por que a maioria dos verbos encontrados no texto Flor do cerrado: Braslia foi conjugada no tempo passado?

    b) Qual a relao entre o tempo passado e os relatos autobiogrficos?

    4. Em grupos, retomem agora os textos que escreveram nas atividades anteriores, observando os verbos utilizados. A maioria deles tambm est conjugada no tempo passado? Formulem uma explicao para esse fato, relacionando-o ao tipo de texto estudado.

    5. Seu professor far a seleo de algumas atividades do livro didtico sobre verbos no tempo pas-sado. Desenvolva-as individualmente.

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    Anote aqui as indicaes dos exerccios para no esquecer

    Pginas:

    Exerccios:

    6. Leia as sentenas a seguir. Depois, responda no caderno: Qual a finalidade das palavras e das expresses destacadas?

    a) Antigamente, as coisas eram diferentes. Havia mais rvores nas ruas, poucos carros. As pessoas costumavam dar bom-dia a todos que encontrassem.

    b) O cinema, ontem, estava lotado.

    c) Amanh, a prova ser sobre espaos geogrficos.

    d) Em Manaus, faz 30 graus no inverno.

    e) Na minha casa, todo mundo gosta de assistir a filmes de ao.

    7. Em grupos, faam uma lista de palavras e expresses que tm a mesma finalidade das destacadas na Atividade 6. Utilizem o quadro a seguir como modelo e anotem exemplos retirados dos re-latos que produziram.

    Palavras e expresses que marcam tempo Palavras e expresses que indicam lugar

    Antigamente

    Ontem

    Amanh

    Em Manaus

    Na minha casa

    LIO DE CASA

    1. Procure, no livro didtico, informaes sobre marcadores de tempo e de lugar, tambm chama-dos de advrbios e locues adverbiais. Anote as definies no caderno.

    2. Leia as informaes apresentadas pelo livro e, em seguida, compare-as com a lista e as respostas formuladas nas atividades da seo Estudo da lngua.

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 2 ESTUDO DOS TRAOS CARACTERSTICOS DO AGRUPAMENTO TIPOLGICO RELATAR (2)

    1. As letras de msica que vamos estudar a seguir, embora escritas em versos, apresentam semelhanas com as narrativas e os relatos por contarem histrias. Vocs devem, de acordo com a orientao do professor, ouvi-las e analis-las. Para isso, necessrio que copiem no caderno as letras de msica que estiverem faltando, indicadas a seguir:

    t letra de msica 1: Eduardo e Mnica. Composio: Renato Russo;

    t letra de msica 2: Com que roupa?. Composio: Noel Rosa.

    Leitura e anlise de texto

    2. Em uma roda de conversa, falem sobre suas primeiras impresses, recuperando algumas infor-maes contidas em cada uma das letras:

    a) Do que tratam essas letras?

    b) Quem so as personagens envolvidas nas histrias?

    c) O que acontece com elas?

    d) Vocs j conheciam essas msicas? Como?

    3. Na opinio de vocs, essas letras de msica relatam fatos acontecidos com pessoas reais ou tm um carter ficcional (ou seja, narram histrias inventadas por seus compositores)? Por que vocs acham isso?

    4. Em grupo, elaborem uma ficha organizativa com as informaes obtidas na leitura e na escuta das letras de msica. Utilizem o modelo a seguir:

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    Informaes Letra de msica 1 Letra de msica 2

    Informaes gerais sobre as canes: ttulo, compositor, intrprete

    Tema (sobre o que as letras tratam)

    Elementos da narrativa que podem ser encontrados nessas letras

    5. Em seguida, ainda em grupo, vocs devem transformar uma das duas letras de msica em uma narrativa em prosa. Para tanto, ser preciso organizar uma sequncia de aes para as persona-gens (respeitando o esquema: situao inicial conflito desenvolvimento clmax desfe-cho); ser necessrio, ainda, optar por um narrador em primeira ou terceira pessoa.

    6. O professor orientar a leitura e anlise de algumas produes.

    7. Em que as letras de msica e as narrativas que vocs escreveram so semelhantes?

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    8. Em que essas letras de msica e as narrativas que vocs escreveram so diferentes?

    Oralidade

    1. A proposta agora realizar um estudo das marcas de oralidade nos versos de cada uma das duas letras de msica analisadas na seo Leitura e anlise de texto, observando quando os compositores reproduzem intencionalmente palavras e expresses tpicas da linguagem oral. Essa intencionalidade ocorre por vrias razes. Em grupo, respondam: Que razes so essas?

    2. Releiam as letras, assinalando as interjeies que vocs tambm costumam utilizar (ou obser-vam outras pessoas utilizando) quando conversam informalmente. Depois, reflitam:

    t O que vocs querem dizer quando usam essas interjeies?

    t Qual a funo delas no contexto de fala?

    t Se elas no fossem utilizadas, haveria prejuzo para o entendimento da conversa?

    t Essas interjeies poderiam ser utilizadas em outros contextos de produo textual (oral ou escrita)? Quais?

    t Vocs escreveriam uma notcia de jornal ou uma carta de leitor usando esses mesmos recur-sos lingusticos? Por qu?

    3. Organizem no caderno uma lista com expresses que, quando utilizadas em um texto escrito, tm como objetivo reproduzir a informalidade da linguagem oral.

    PESQUISA INDIVIDUAL

    1. Faa uma pesquisa em seu livro didtico para saber mais sobre as interjeies.

    2. Copie em seu caderno a definio encontrada no livro.

    3. D exemplos de interjeies que ajudam a exprimir, no texto escrito, emoes, sensa-es, estados de esprito.

    4. Seu professor selecionar duas atividades de sistematizao do contedo interjeies propostas pelo livro didtico. Desenvolva-as.

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    LIO DE CASA

    1. O professor selecionar alguns exerccios sobre pontuao propostos pelo livro didtico a fim de que voc se familiarize com as regras.

    2. Volte ao relato que escreveu e observe os sinais de pontuao utilizados.

    a) Voc seguiu as regras estudadas nessa sequncia de atividades?

    b) Que outros sinais voc tambm usou para compor seu texto?

    Produo escrita

    1. Individualmente, escreva no caderno um pequeno relato de experincia vivida em sua roti-na diria: a que horas acorda, aonde costuma ir, o que costuma fazer, a que horas almoa, em que horrio vai dor mir etc.

    2. Troque seu relato com o de um colega e leia o dele.

    3. Registre suas impresses de leitura: Voc gostou do que leu? Achou (ou no) algo de especial? Esperava alguma coisa a mais? Identificou-se (ou no) com a rotina do colega? Etc.

    4. Depois, coletivamente, discutam sobre o relato escrito:

    a) Qual a finalidade desse texto?

    b) Vocs o consideram importante?

    c) Em que circunstncias vocs o usariam e por qu?

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    C

    onex

    o E

    dito

    rial

    C

    onex

    o E

    dito

    rial

    1. Em grupo, faam a leitura das imagens a seguir.

    Leitura e anlise de texto

    C

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    o E

    dito

    rial

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    2. Responda no caderno:

    a) O que as pessoas esto fazendo em cada uma das imagens?

    b) O que as expresses facial e corporal dessas pessoas, em cada uma das imagens, indicam?

    c) Aquela que est ouvindo o orador apresenta que tipo de reao?

    d) Pelas reaes, possvel inferir o que o ouvinte est achando da explanao do orador?

    e) Na sua opinio, apenas com as informaes obtidas na leitura das imagens, possvel relatar o que, de fato, essas pessoas esto fazendo, dizendo, sentindo etc.? Por qu? O que seria necessrio saber para relatar o que est sendo dito pelas personagens dessas imagens?

    C

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    o E

    dito

    rial

    C

    onex

    o E

    dito

    rial

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    3. Em grupo, escrevam no caderno um pequeno relato de experincia que a personagem de ca-misa azul pode estar vivendo ao ouvir seu colega. Nesse relato, preciso esclarecer por que o ouvinte tem determinada expresso diante do que o orador diz.

    4. Vocs se identificaram com alguma das pessoas das imagens, ou seja, tambm ficaram felizes, tristes ou entediados diante da leitura do relato da rotina de seu colega? Digam qual dessas sensaes vocs sentiram e expliquem, no caderno, por que vocs acham que a leitura do relato a provocou.

    Produo escrita

    1. Retomem os relatos que fizeram na seo anterior de Produo escrita, da pgina 17, refle-tindo sobre a situao de comunicao para a qual eles foram elaborados: alunos escrevem para os colegas e para o professor ouvirem a respeito da rotina do dia a dia, sem acrescentar nada de diferente. Relembrem a situao e, depois, respondam no caderno: provvel que o relato da rotina de um estudante, sem nenhum acontecimento especial, desperte interesse e curiosidade nos ouvintes? Por qu?

    2. Escolha uma das situaes de comunicao a seguir e escreva em seu caderno um novo relato que atenda s exigncias dessa situao.

    Sugestes de situaes de comunicao:

    t sua escola est realizando um censo para saber qual a rotina dos estudantes aps o perodo (ou antes dele) em que esto na escola, a fim de reunir dados estatsticos sobre a quantidade de adolescentes que trabalham alm de estudar;

    t seu professor quer solicitar algumas tarefas para serem realizadas fora do horrio escolar e precisa saber a disponibilidade de tempo que os alunos tm para isso;

    t um professor tem como objetivo fazer uma comparao entre a vida de seus alunos e a de crianas e adolescentes que vivem nas ruas e no frequentam uma escola, a fim de discutir com os estudantes, principalmente, as diferentes realidades que envolvem os jovens brasileiros.

    Considere:

    a) Quais informaes voc deve dar?

    b) Quais informaes podem ser descartadas por no terem importncia para a situao escolhida?

    c) Qual a funo social, isto , para que servir seu relato de acordo com as exign-cias da situao que voc escolheu?

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 3 ESTUDO DE ALGUMAS DIFERENAS ENTRE A LINGUAGEM ORAL E A LINGUAGEM ESCRITA

    Para realizar as atividades de leitura e interpretao textual, vocs tero de desenvolver, ao mesmo tempo, as sees Pesquisa em grupo e Lio de casa.

    Leitura e anlise de texto

    1a Etapa

    1. Preparem, com o apoio do professor, uma lista de contos que gostariam de ler. Uma possibilidade de organizar essa lista escolh-los em uma visita sala de leitura ou biblioteca da escola; outra maneira de conhecer contos busc-los na internet; outra, ainda, traz-los de casa. Depois de encontrar al-guns ttulos de contos que consideram interessantes, anotem seus dados no quadro a seguir.

    Ttulo do conto Nome do autor

    2. Escolham um dos contos listados. Caso tenham dificuldade para escolher, faam um sorteio. Guardem a lista para outra atividade de leitura.

    3. Agora, cada um dever ler o conto individualmente.

    4. Combinem entre vocs um momento de silncio para que o professor faa a leitura em voz alta de uma parte do conto escolhido.

    5. Quando o professor terminar a leitura, em uma roda, comentem suas impresses:

    a) Gostaram (ou no) do trecho lido do conto? Por qu?

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    b) Ficaram curiosos ou com vontade de ler a continuao do conto? Por qu?

    c) Quiseram saber mais sobre o autor do texto (sua vida, os livros que j escreveu, onde mora, se ainda vive etc.)? Por qu?

    d) Relacionaram esse conto a alguma histria real que conhecem? Contem essa histria a seus colegas.

    PESQUISA EM GRUPO

    1. O professor discutir mais alguns contos do quadro elaborado na 1a Etapa da seo Leitura e anlise de texto por grupos de trabalho.

    2. No laboratrio de informtica (caso exista um em sua escola e esteja disponvel) ou em qualquer outro lugar a que tenham acesso, vocs devem fazer uma pesquisa na internet a fim de saber sobre os contos e autores pelos quais seu grupo ficou responsvel.

    Durante essa pesquisa, vocs podem acrescentar novos contos que gostariam de ler para sua classe, em outra aula. Vocs tambm podem selecionar contos dos livros que encontrarem na biblioteca da escola, em casa, com amigos etc.

    3. Faam a leitura dos contos escolhidos e, em nova roda de leitura, comentem suas im-presses.

    LIO DE CASA

    1. Aps a pesquisa em grupo, selecione um dos contos e faa uma leitura individual em voz alta.

    Escolha a entonao que melhor combina com o tipo de histria que selecionou. Por exemplo: se voc optou por um conto de mistrio e suspense, preciso pensar em como ler as partes que causam sensao de medo ou angstia no leitor/ouvinte. Nesse caso, sua leitura deve reforar essa sensao.

    2. Prepare duas questes sobre o conto (pode ser a respeito das personagens, do lugar onde a hist-ria acontece, do tema etc.). Formule as respostas para essas questes de acordo com o entendi-mento que teve do texto e anote-as no caderno.

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    2a Etapa

    1. Renam-se em duplas. Cada um de vocs ler em voz alta para o colega um trecho do conto escolhido na seo Lio de casa.

    2. Apresente a seu colega as duas questes preparadas por voc, durante a lio de casa, sobre o conto que escolheu para ler.

    3. Individualmente, responda s questes que seu colega elaborou e aguarde que ele responda s elaboradas por voc.

    4. Troquem novamente as questes e observem se as respostas dadas so semelhantes s sugestes de respostas que cada um anotou anteriormente.

    5. Discutam sobre essas respostas, justificando por que julgam que as questes formuladas so pertinentes ao exerccio de anlise textual:

    a) Elas ajudam a compreender melhor o conto?

    b) Possibilitam ampliar a discusso sobre a histria?

    c) Estimulam a curiosidade do ouvinte?

    6. Entreguem ao professor essas questes (suas e de seu colega) com as respectivas respostas (as esperadas por voc e as dadas por seu colega).

    Oralidade

    1. Leia a sequncia de textos a seguir.

    Texto 1: Como voc se interessou pelo circo?

    Na verdade eu sempre meio... que... fiquei meio fascinada com circo... uma vez quando eu era criana eu assisti... ... principalmente o trapzio foi uma coisa que me chamou muita ateno... eu achei muito bonito... na verdade eu nunca... cheguei a imaginar... como que algum poderia fazer circo, eu no imaginava quando era pequena nem sabia que tinha uma escola... de circo... a ... sempre que eu tive meio que uma curiosidade e uma vontade... de fazer parte disso... e... at que que um dia quando eu estava mais velha... eu tinha... uns quatorze... anos eu vi na... um espetculo de um circo na televiso que o Cirque du Soleil... e... e voltou tudo muito mais forte porque um espetculo muito bonito e eu queria fazer parte de tudo aquilo e a como eu sabia onde tinha uma escola resolvi ir atrs desse sonho... e poder fazer parte disso.

    Adaptado de: NBREGA, Maria Jos. Os tons e mil tons do portugus do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Lngua portuguesa, lngua estrangeira, educao artstica e educao fsica:

    livro do estudante: Ensino Fundamental. Braslia: MEC/Inep, 2002. p. 147.

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    Texto 2: Como voc se interessou pelo circo?

    Na verdade eu sempre meio... que... fiquei meio fascinada com circo... uma vez quando eu era criana eu assisti... ... principalmente o trapzio foi uma coisa que me chamou muita ateno... eu achei muito bonito... na verdade eu nunca... cheguei a imaginar... como que algum poderia fazer circo, eu no imaginava quando era pequena nem sabia que tinha uma escola... de circo... a ... sempre que eu tive meio que uma uma curiosidade e uma vonta-de... de fazer parte disso... e... at que que um dia quando eu estava mais velha... eu tinha... uns quatorze... anos eu vi na... um espetculo de um circo na televiso que o Cirque du Soleil... e... e voltou tudo muito mais forte porque um espetculo muito bonito e eu queria fazer parte de tudo aquilo e a como eu sabia onde tinha uma escola resolvi ir atrs desse sonho... e poder fazer parte disso.

    Adaptado de: NBREGA, Maria Jos. Os tons e mil tons do portugus do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Lngua portuguesa, lngua estrangeira, educao artstica e educao fsica:

    livro do estudante: Ensino Fundamental. Braslia: MEC/Inep, 2002. p. 147.

    Texto 4: Como voc se interessou pelo circo?

    Eu sempre fui muito fascinada pelo circo. Uma vez, quando era criana, assisti a um espetculo e, principalmente, o trapzio me chamou muito a ateno. Nessa poca, nunca

    Texto 3: Como voc se interessou pelo circo?

    Eu sempre... fiquei fui meio muito fascinada com pelo circo... uma vez quando era criana assisti a um espetculo e... principalmente o trapzio foi uma coisa que me chamou muita muito a ateno... nessa poca nunca... cheguei a imaginar... como que algum po-deria aprendia a fazer circo eu no imaginava quando era pequena nem sabia que tinha uma escola... sempre tive mas tinha uma curiosidade e uma vontade... de fazer parte disso parte daquele mundo... e... at que um dia quando estava mais velha... tinha... com uns quator-ze... anos vi... um espetculo muito bonito de o Cirque du Soleil um circo na televiso que ... e o desejo de fazer parte de tudo aquilo voltou tudo muito mais forte porque um es-petculo e eu queria e como eu sabia onde tinha uma escola resolvi ir atrs desse sonho... e poder fazer parte disso.

    Adaptado de: NBREGA, Maria Jos. Os tons e mil tons do portugus do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Lngua portuguesa, lngua estrangeira, educao artstica e educao fsica:

    livro do estudante: Ensino Fundamental. Braslia: MEC/Inep, 2002. p. 147.

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    2. Em uma roda de conversa, reflitam sobre as questes a seguir, formulando respostas de acordo com o entendimento que tiveram da sequncia de textos:

    a) Na opinio de vocs, qual a semelhana entre os quatro textos?

    b) Em que eles diferem?

    c) Vocs consideram que se trata de um mesmo texto, vrias vezes reformulado, ou so textos diferentes, produzidos por pessoas diferentes?

    d) Qual o tema tratado nos quatro textos?

    3. Comparem o Texto 1 com o Texto 4. Respondam:

    a) Qual deles apresenta expresses tpicas da linguagem oral?

    b) Qual pertence linguagem escrita?

    c) Por que vocs acham isso?

    4. Por que os Textos 2 e 3 apresentam destaque em algumas palavras? Por que o Texto 3 apresenta novas palavras (marcadas na cor azul)? Qual a finalidade dessas palavras?

    5. Discutam as transformaes sofridas pelo texto original e sua importncia na transposio da linguagem oral para a linguagem escrita.

    Produo escrita

    1. Em grupo, vocs devem gravar relatos de algumas pessoas sobre fatos vivenciados por elas. Essa gravao deve ser, evidentemente, autorizada pelas pessoas. Vocs podem escolher algum fami-liar, colegas de outras classes ou professores.

    Vejam estas orientaes:

    t vocs devem ter um entendimento comum sobre o assunto do relato: um acontecimento de infncia, um momento de muita alegria, o nascimento de um filho etc.;

    cheguei a imaginar como algum aprendia a fazer circo, nem sabia que tinha escola, mas tinha uma curiosidade e uma vontade de fazer parte daquele mundo.

    At que um dia, quando estava com uns quatorze anos, vi um espetculo muito bonito do Cirque du Soleil na televiso e o desejo de fazer parte de tudo aquilo voltou muito mais forte. Como eu sabia onde tinha uma escola, resolvi ir atrs desse sonho.

    Adaptado de: NBREGA, Maria Jos. Os tons e mil tons do portugus do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Lngua portuguesa, lngua estrangeira, educao artstica e educao fsica:

    livro do estudante: Ensino Fundamental. Braslia: MEC/Inep, 2002. p. 147.

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    t importante que vocs gravem, no mximo, dois minutos do relato, a fim de facilitar o trabalho de transcrio e, posteriormente, de transposio da linguagem oral para a escrita.

    2. Vocs devem transcrever os relatos gravados exatamente como foram falados, seguindo como modelo a sequncia de textos analisada na seo Oralidade. Essas transcries devem ser lidas pelos grupos, que discutiro quais aspectos do texto original devem ser eliminados inicialmente.

    3. A partir de ento, vocs precisam transformar as transcries dos relatos em textos escritos, uti-lizando os recursos tpicos dessa linguagem, como a pontuao, a paragrafao e os elementos coesivos.

    Leiam as seguintes orientaes:

    t cortem as passagens repetitivas ou palavras e expresses que funcionam bem na hora de falar, mas, em geral, so desnecessrias na escrita;

    t acrescentem informaes que no tenham sido faladas, por serem facilmente subentendi-das, mas que precisam aparecer na escrita;

    t substituam termos muito vagos por palavras ou expresses mais especficas;

    t invertam expresses ou partes do texto para deixar as ideias apresentadas mais claras para quem l;

    t por fim, dividam o texto em pargrafos e frases, empregando a pontuao adequada e as letras maisculas de modo correto.

    4. Aps a transposio para a escrita, vocs devem ler para toda a classe o resultado do trabalho rea-lizado, fazendo comparaes com o texto transcrito e discutindo as marcas da escrita que foram utilizadas na transposio.

    5. Entreguem esse texto ao professor para que ele possa auxili-los na reviso. Ele far anotaes e su-gestes do que vocs podem fazer para melhorar o texto transposto.

    6. Faam as mudanas apontadas pelo professor. Todos os integrantes do grupo devem ter uma cpia de cada etapa dessa atividade a fim de consult-la posteriormente como termmetro avaliativo, para verificar o que sabiam e como escreviam antes e depois de cada etapa.

    Estudo da lngua

    1. O professor apresentar classe um texto narrativo. Voc deve, individualmente:

    a) Fazer a leitura do texto narrativo apresentado por ele.

    b) Identificar as personagens: Quem e quantas so? Quais so as falas de cada uma delas?

    c) Identificar o narrador: Ele tambm personagem ou no? Como voc identifica isso?

    d) Responder em seu caderno: O que falta a esse texto? Isso prejudica o entendimento da histria? Por qu?

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    2. Reescreva o texto no caderno, separando as falas do narrador e das personagens por meio do uso de sinais de pontuao.

    3. Em dupla, comparem o modo como vocs pontuaram o dilogo entre as personagens:

    a) Usaram o mesmo tipo de pontuao ou pontuaram de forma bem diferente?

    b) A maneira como pontuaram cada texto criou possibilidades diferentes de entendimento? Quais?

    4. Seu professor apresentar o texto original coletivamente, a fim de que vocs possam refletir so-bre a funo da pontuao nas marcas de dilogo e no sentido que se quer atribuir ao texto.

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    Texto 2

    Me,

    Espero que tudo esteja bem a em casa. Aqui, as coisas esto indo assim, assim... Ainda no tive resposta daquele emprego, mas vou levando. Ontem, tomei um baita susto: a vida tremeu dentro de mim. srio, tremeu mesmo. Eu j estava na cama (voc sabe que gosto de dormir cedo, n?), mas ainda no tinha conseguido encontrar Morfeu. Da, tudo pare-ceu tremer minha volta. Achei at que estava com labirintite! Como a noite estava negra como os cabelos de Iracema (lembra-se da nossa querida ndia?), no compreendi bem o acontecido: seria um certo devaneio meu ou algo, de fato, estava acontecendo no mundo? Sei l, me... Naquela hora, eu fiquei com tanto medo que nem pensei em levantar do meu beliche.

    Leitura e anlise de texto

    Texto 1

    Na noite de ontem, por volta das 22 horas, um tremor de terra atingiu diversas regies de So Paulo. De acordo com o Observatrio de Sismologia da Universidade de So Paulo, o epicentro ocorreu no mar, a uma distncia de aproximadamente 215 quilmetros da costa do Estado de So Paulo.

    O Centro de Gerenciamento de Emergncias (CGE) informou que muitos moradores da cidade ligaram para relatar o abalo e registrar a preocupao com novos tremores, mais fortes e perigosos. No entanto, o Centro no registrou nenhum caso de pessoa ferida ou morta. Segundo o professor Joo Teixeira, no h riscos de novos tremores nos prximos dias. Uma moradora do bairro do Ipiranga contou que estava chegando em casa na hora em que a terra comeou a tremer: Os quadros do saguo do meu prdio ficaram todos tortos e eu tive a impresso de estar andando sobre o cho de um barco. A moradora es-pera no passar novamente por essa sensao.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    Leitura e anlise de texto

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 4 ESTUDO DA ESTRUTURA DO JORNAL

    1. Leia os textos a seguir.

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    2. A quais gneros eles pertencem? Marque a resposta correta:

    a) o primeiro uma notcia, porque um texto que no necessariamente precisa ser assinado por um autor, foi escrito por algum que observou o acontecimento de longe e tem a fun-o de informar o pblico em geral; o segundo uma carta, que foi escrita por algum que viveu o acontecimento, identifica-se como filha e tem a funo de informar a me para que ela no se preocupe.

    b) o primeiro um relato de experincia vivida, porque foi escrito por algum que participou do acontecimento para informar os leitores de um jornal dos detalhes do tremor de terra; o segundo tambm um relato de experincia vivida, porque est sendo lido na escola, para todos os alunos que tambm sentiram o tremor de terra em suas casas.

    3. Organize uma lista de caractersticas que comprovem a resposta que voc deu no Item 2. Anote essa lista no quadro a seguir.

    Hoje, quando resolvi me aventurar para fora das minhas paredes protetoras, descobri que o tremor tinha sido real mesmo: um abalo ssmico, era o que dizia no jornal. Isso me fez respirar mais tranquila: no fora um devaneio, no. E no que aqui, na selva de pedra, a gente tem terra que balana?

    Beijo, me... Estou com muita saudade, mas s posso ir para casa no prximo feriado.

    Sua filha Matilda.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    Gnero/caractersticas Texto 1 Texto 2

    Gnero

    Caractersticas

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    4. Identifique o tema principal dos dois textos, observando como o acontecimento retratado em cada um deles.

    5. Em sua opinio, seria adequado usar as mesmas expresses escritas no Texto 2 para retratar o acontecimento no Texto 1? Por qu?

    6. A funo social de cada um dos gneros textuais que voc leu diferente: um deles, por ser uma notcia, informa um grande pblico de leitores de jornal sobre um acontecimento; o outro, por ser carta, relata um acontecimento vivido por algum. Ser que o fato de serem autores e pblicos diferentes modifica o modo como feita a descrio do acontecimento? Explique como possvel verificar essa diferena.

    7. Retomem o primeiro pargrafo do Texto 1 e observem as informaes contidas nele. Que infor-maes so essas? Qual a importncia dessas informaes para a composio desse texto?

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    1. Faam uma leitura coletiva do texto a seguir:

    Agncias de notcia: empresas que cobrem fatos e distribuem informaes jornalsti-cas para todos os veculos de comunicao (jornal, revista, rdio, TV, internet). Existem as agncias locais, nacionais e internacionais. Selecionam as notcias que devem ser transmi-tidas.

    Caderno: cada uma das partes separadas de um jornal. Contm assuntos correlatos, distribudos em sees e colunas fixas e matrias ligadas a seu tema geral (por ex.: caderno de esporte, de turismo, de dinheiro, de poltica, de economia, de classificados, etc.).

    Chamada: texto, completado por ttulos, fotos e legendas, grficos, mapas, etc., que resume a notcia. Geralmente colocada na primeira pgina para atrair o leitor. Abaixo dela, direita, h indicaes do caderno ou pgina em que a notcia integral se encontra. tambm pode se constituir apenas de um ttulo ou uma foto com legenda.

    Coluna: seo assinada de um jornal ou revista. colocada sempre em uma mesma pgina e possui ttulo fixo.

    Lide ou lead: abertura do texto jornalstico, indicando dados sobre o fato noticiado (quem, o qu, quando, onde, como e por qu). tambm serve como resumo do fato, orientando a leitura dos pargrafos seguintes, que devem ser um desdobramento das in-formaes contidas no lide.

    Manchete: ttulo principal de uma notcia, em letras garrafais, na primeira pgina do jornal ou da revista.

    Notcia: relato de uma srie de fatos a partir de um fato mais importante. Sua estru-tura lgica e tem critrio de importncia ideolgico: depende do mercado consumidor, da cultura, do momento histrico de um pas, etc.

    Olho: tem a mesma funo de um subttulo. um pequeno texto ou ttulo que ante-cede um ttulo maior ou um grande texto.

    Rubrica: ttulo dado a uma matria. Pode ser o nome de um assunto pontual ou de determinada seo ou coluna.

    Seo: espao no jornal onde so reunidos assuntos especficos. uma subdiviso dos cadernos do jornal.

    Adaptado de: FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal na sala de aula. So Paulo: Contexto, 10. ed. 1a reimpresso, fevereiro de 2008. p. 157-160. .

    Leitura e anlise de texto

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    2. Respondam no caderno:

    a) Qual a funo desse texto?

    b) A que contexto ele reporta o leitor?

    c) Vocs reconhecem alguma das informaes contidas nesse texto?

    d) O que aprenderam com a leitura desse texto?

    3. Em grupo, analisem a primeira pgina de um jornal, reconhecendo suas partes e seus compo-nentes, como o nome do jornal (ttulo), a data de edio, o preo, as manchetes, os pequenos textos de esclarecimentos das manchetes, as sees etc. Em seguida, examinem as demais partes do jornal.

    4. Em quais partes do jornal se encontram os tpicos apresentados no texto do Item 1?

    5. Coletivamente, comparem os jornais manuseados pelos grupos, verificando se todos apresen-tam a mesma estrutura. Para facilitar a tarefa e registr-la, vocs podem organizar uma ficha com as informaes da atividade anterior.

    6. Selecionem uma das sees ou partes do jornal e faam a leitura de dois textos dessa seo.

    7. Discutam o que acharam da parte selecionada e dos textos lidos. Justifiquem por que algumas sees no lhes chamaram a ateno.

    8. Coletivamente, avaliem:

    a) Vocs manusearam com facilidade os cadernos dos jornais?

    b) Encontraram facilidade na leitura dos textos?

    c) Reconheceram em algum deles o gnero notcia?

    d) E o gnero relato de experincia vivida?

    Produo escrita

    1. Observe o esquema a seguir:

    t Quem? Pesquisadores italianos.

    t O qu? Clonar animais.

    t Quando? Abril de 2002.

    t Onde? Na Itlia e em outras partes do mundo.

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    t Como? A partir de clulas de bichos adultos.

    t Por qu? Por motivos financeiros: ajudar a pecuria. Por motivos cientficos: recuperar espcies em extino.

    Atividade adaptada de: NERY, Alfredina; NBREGA, Maria Jos. Gneros de textos: temas, formas, recursos e suportes. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Lngua portuguesa, lngua estrangeira, educao artstica e educao fsica: livro do estudante:

    Ensino Fundamental. Braslia: MEC/Inep, 2002.

    2. Individualmente, com base nas informaes do quadro anterior, escreva uma notcia de jornal que discorra sobre o tema Clonagem de animais.

    Siga estas instrues para a composio desse texto:

    t as informaes do quadro devem compor o texto. Voc deve atentar para a estrutura do gnero notcia, dividindo as informaes por pargrafo. Por exemplo: no primeiro par-grafo ou lide, anuncie a notcia, com dados sobre o fato noticiado (quem, o qu, quando, onde, como e por qu), sem explic-los ou dar detalhes sobre essas informaes. Deixe para fazer isso nos pargrafos seguintes. No se esquea de dar um ttulo ao texto que chame a ateno dos leitores;

    t em dupla ou grupo, comparem as notcias escritas por vocs, observando se todos utiliza-ram as informaes contidas no quadro anterior. Observem tambm as novas informaes que foram agregadas ao texto;

    t faam a reviso de seus textos, dando nfase aos seguintes aspectos da lngua: uso de dis-curso direto e indireto, pontuao (vrgula, ponto-final, aspas, dois-pontos), ortografia. Fiquem atentos tambm estrutura do gnero: Todos escreveram o lide? As informaes do lide foram ampliadas nos pargrafos seguintes?;

    t refaam o texto a partir da reviso sugerida por sua dupla ou seu grupo;

    t guarde seu texto em uma pasta a fim de consult-lo em outro momento.

    1. Para saber mais sobre clonagem animal, realize uma pesquisa na internet (ou, caso te-nha acesso, em materiais impressos que costumam tratar desse assunto, como jornais e revistas), buscando notcias publicadas recentemente sobre isso. Selecione duas ou trs notcias e leia seu contedo, atentando para dois aspectos do texto:

    t as informaes que ele apresenta sobre o tema;

    t a estrutura do gnero textual notcia.

    2. Agora, retome a notcia que voc escreveu e modifique o que achar necessrio.

    PESQUISA INDIVIDUAL

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    Estudo da lngua

    Em dupla, retomem os textos lidos na seo Leitura e anlise de texto desta Situao de Aprendizagem.

    1. Circulem todos os advrbios e locues adverbiais presentes neles.

    2. Reflitam sobre o uso dessas palavras:

    t No geral, como elas ajudam na organizao dos textos?

    t Elas contribuem para que o leitor compreenda o que est lendo?

    t De que modo esses marcadores so utilizados em gneros jornalsticos como a notcia?

    3. Observem agora algumas notcias selecionadas por seu professor. Identifiquem nelas os marca-dores de tempo e lugar presentes nesse gnero textual.

    4. Depois, coletivamente, discutam sobre a importncia desses marcadores para o entendimento dos textos lidos, auxiliando na organizao coerente dos fatos relatados nas notcias.

    VOC APRENDEU?

    Responda em seu caderno s questes sobre os Textos 1 e 2, analisados na seo Leitura e anlise de texto:

    1. Com que finalidade esses textos foram escritos?

    2. Quais as caractersticas do Texto 1 para que ele possa ser considerado informativo?

    3. O Texto 1 pode ser considerado uma notcia? Por qu?

    4. Por que o Texto 2 no pode ser considerado uma notcia?

    5. Embora o mesmo tema esteja presente nos dois textos, por que o segundo no o mais adequa-do para informar o leitor de um jornal sobre o fato ocorrido?

    6. O que h de diferente entre a linguagem do Texto 1 e a do Texto 2? Como os autores falam sobre o fato? Em qual dos textos o acontecimento fica mais claro para o leitor?

    LIO DE CASA

    1. No livro didtico, procure informaes sobre linguagem denotativa e linguagem conotativa (ou denotao e conotao). Anote as definies encontradas.

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    2. Faa no caderno os exerccios de sistematizao selecionados pelo professor.

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    Texto 1

    Estria de Joo-Joana

    Meu leitor, o sucedidoem Lajes do Caldeiro caso de muito ensino,merecedor de ateno. Por isso que me apresentofazendo esta relao.

    Vivia em dito arraialdo pas das Alagoasum rapaz chamado Joocuja fora era das boaspra sujigar burro bravo,tigres, onas e leoas.

    [...]

    De pequeno ficou rfo,criado por seus dois manos.Foi logo para o trabalhocom muitos outros fulanose seu muque, sem mentira, era o de trs otomanos.

    Na enxada, quem que venciaaquele tico de gente.No buteco, se ele entravapra bochechar aguardente,o saudavam com respeito:Deus lhe salve, meu parente.

    Joo moo no enjeitavaparada com sertanejo.Podiam brincar com elesem carregar no gracejo.Dizia que homem covardeno cabra, percevejo.

    Um dia de calor dessesque tacam fogo no agreste,Joo suava que suavasem despir a sua veste.Companheiro, essa camisano coisa que moleste?

    lhe perguntou um amigoque estava de peito nu.E Joo se calado estavanem deu pio de nambu.Ningum nunca viu seu pelo,nem por trs do murundu.

    Joo era muito avexadona hora de tomar banho.Punha tranca no barracofugindo a qualquer estranho.Em Lajes nenhum varotinha recato tamanho.

    Joo nas ltimas semanasentrou a sofrer de inchao.Mesmo assim arranca tocosem se carpir de cansao.Um dia, no aguenta mais,exclama: O que que eu fao?

    Leitura e anlise de texto

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 5 ESTUDO DA NOTCIA NO JORNAL

    1. Leia o texto atentamente e responda s questes.

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    Os manos vendo naquilocoisa meidesimportante,logo receitam de araquemeizinha sem variantepara qualquer macacoa:Carece tomar purgante.

    Joo entrou no purgativolouco de dor e de medo,se entorcendo e contorcendona solido do arvoredopois ele em sua afliol se escondera bem cedo.

    O gemido que exalavado peito de Joo sozinhoalertou os seus dois manosque foram ver de mansinhocomo que aquele bravose tornara to fraquinho.

    No cho da terra, essa terraque a todos ns vai comer,chorava uma criancinhaacabada de nascer,e Joo, de peito desnudo, acarinhava este ser.

    Aquela cena imprevistacausou a maior surpresa.O que tanto se ocultarase mostrava sem defesa.Joo deixara de ser Joopor fora da natureza. A mulher surgia neleao mesmo tempo que o filho,tal qual se brotassem juntoa espiga com o p de milho,ou como bala que estourasem se puxar o gatilho.

    Se os manos levaram susto,at eu, que apenas conto.E o povo todo, assuntandoa estria ponto por ponto,ficou em breve inteiradodo que a vai sem desconto.

    Nem menino nem meninaera Joo quando nasceu.A me, sem saber ao certo,o nome de Joo lhe deu,dizendo: Vai vestir calae no saia que nem eu.

    proporo que cresciafeito animal na campina,em Joo foi-se acentuandoa condio feminina,mas ele jamais quis sertratado feito menina.

    Pois nesse triste povoadoe cem lguas ao redor,ser homem no vantagemmas ser mulher pior.Quem v claro j conclui:de dois males o menor.

    [...]

    Joo vira Joana: acontecemdessas coisas sem preceito.No seu colo est Joozinhomamando leite de peito.Pelo menos esse aquide ser homem tem direito.

    [...]

    ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Versiprosa. So Paulo: Companhia das Letras (com futuro lanamento). Carlos Drummond de Andrade Graa Drum-

    mond .

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    2. O texto lido pode ser considerado:

    a) uma notcia de jornal.

    b) um relato autobiogrfico.

    c) uma crnica esportiva ou social.

    d) um poema para ser cantado.

    3. Se esse texto fosse uma notcia de jornal, no poderiam faltar informaes sobre:

    a) o fato ocorrido, o nome dos envolvidos no fato, o lugar do ocorrido, o tempo em que ocorreu.

    b) imaginao e intriga.

    c) linguagem potica e preocupao com a expresso.

    d) dados sobre o processo de escrita dos autores da notcia.

    4. O ttulo do texto:

    a) atrapalha o entendimento e a leitura do texto.

    b) desnecessrio e, portanto, no deveria compor o texto.

    c) d pistas ao leitor do que ele ir encontrar durante a leitura do texto.

    d) indica que o texto tratar de problemas domsticos entre Joo e Joana.

    5. Faa a leitura do segundo texto e responda pergunta a seguir.

    Texto 2

    Publicado em 1967, na primeira edio do livro Versiprosa, de Carlos Drummond de Andrade, Joo-Joana foi, no ano de 1985, musicado e gravado por Srgio Ricardo (voz e ar-ranjo), Radams Gnattali (orquestrao) e Alexandre Gnattali (regncia). Em 2000, j remi-xada, a gravao foi relanada em CD intitulado Estria de Joo-Joana.

    Que informaes o Texto 2 traz que ajudam o leitor a ler e compreender o contexto e a funo social do Texto 1?

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    Oralidade

    Dando continuidade anlise dos textos apresentados na seo Leitura e anlise de texto, em uma roda de conversa, respondam.

    1. Qual o tema tratado no texto?

    2. Quem so as personagens envolvidas nessa histria?

    3. Vocs se surpreenderam com o desfecho da histria? Por qu?

    4. O que vocs compreenderam dela? E o que tiveram dificuldade para entender?

    5. O texto apresenta traos de narratividade: Que traos so esses?

    6. A que gnero esse texto pertence? Discuta com seus colegas.

    Leitura e anlise de texto

    1. O professor apresentar classe, nesta nova sequncia de leitura, dois textos. Voc deve:

    a) fazer uma leitura silenciosa desses textos, observando seu tema;

    b) coletivamente, em voz alta, fazer novas leituras desses textos para experimentar outros modos de ler. Considerem, para isso, as seguintes questes:

    t O que sabem sobre os gneros ao qual pertence cada um dos textos apresentados pelo professor?

    t Como acham que deve ser a leitura em voz alta de cada um desses textos?

    t Quais so as entonaes necessrias para frisar as informaes do Texto 1?

    t No caso do Texto 2, o que preciso saber para fazer uma boa leitura em voz alta, aproveitando e valorizando os recursos estilsticos utilizados pelo autor?

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    Informaes Texto 1 Texto 2

    Nome do texto

    Nome do autor

    Referncia de publicao

    Funo comunicativa e social

    Tema

    Linguagem

    Gnero textual

    Atividade em grupo

    1. Faam a leitura das notcias apresentadas pelo professor ou selecionadas por vocs, em jornais encontrados na biblioteca da escola ou trazidos de casa. Mas ateno: cada grupo deve trabalhar com uma coletnea de notcias diferentes.

    2. Observem as caractersticas comuns a todas as notcias lidas, anotando-as em um quadro orga-nizativo semelhante ao indicado a seguir:

    2. Na sequncia, dividam-se em dois grandes grupos e selecionem um dos textos lidos anteriormente a fim de fazer uma anlise mais detalhada de sua estrutura e temtica. Depois, organizem fichas idnticas, com as seguintes informaes:

    Ateno: importante que os dois grupos tenham fichas idnticas porque, ao socia-lizarem suas respostas, vocs tero espao para acrescentar as informaes dadas pelos colegas sobre o outro texto.

    3. Apresentem classe a ficha preenchida por vocs. Depois, com a ajuda do professor, refli-tam: Quais marcas, indcios ou pistas encontrados nos textos permitem ao leitor construir uma compreenso sobre os temas e os gneros a que pertencem os Textos 1 e 2?

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    Ttulo da notcia

    Tema

    Acontecimentos/fatos

    Com quem aconteceu?

    Quando aconteceu?

    Onde aconteceu?

    Por que aconteceu?

    Como aconteceu?

    3. Apresentem o quadro classe, comparando o estudo feito pelos grupos. As caractersticas en-contradas so semelhantes? So diferentes? Vocs consideram que esse estudo facilita o reconhe-cimento do gnero notcia de jornal, bem como a compreenso de sua funo comunicativa (informar o leitor sobre um acontecimento)?

    Produo escrita

    Esta sequncia ser dividida em vrias partes. Siga as orientaes, observando a necessidade de retomar algumas atividades e textos j estudados nas sequncias anteriores.

    Parte 1

    1. O professor apresentar algumas fichas com informaes isoladas de notcias de jornal (ttulo, fato ocorrido, com quem, quando, onde, como, por qu). Coletivamente, faam a leitura dessas fichas.

    2. Individualmente ou em duplas, selecionem uma das fichas lidas e escrevam um lide (pargrafo inicial da notcia).

    3. Troquem seu(s) texto(s) com um colega ou outra dupla para que possam l-lo(s) e avali-lo(s).

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    Para essa avaliao, considerem:

    t possvel reconhecer no pargrafo escrito por seus colegas o incio de uma notcia de jornal?

    t O pargrafo que voc (ou sua dupla) escreveu parecido com o de seus colegas?

    t O acontecimento foi priorizado, sendo apresentado de maneira clara e objetiva?

    4. Faam anotaes a lpis no texto dos colegas, acrescentando sugestes ou solues para os even-tuais problemas encontrados.

    5. Devolvam o texto a seus autores, que faro a leitura das anotaes e dos comentrios, reformu-lando-o se necessrio.

    VOC APRENDEU?

    6. Organizem um mural de notcias a fim de expor a produo dos lides realizada nessa atividade.

    Coletivamente, sob orientao do professor, faam uma roda para falar sobre o que pensaram ao escrever o pargrafo:

    t O que vocs acharam dessa escrita?

    t Como se sentiram diante da tarefa de comentar o texto dos colegas e diante dos coment-rios escritos por eles sobre o seu texto?

    t Vocs concordaram com as sugestes dadas?

    t Vocs tinham conscincia dos problemas de seu texto apontados por seus colegas?

    t Trocar os textos com os colegas a fim de que os avaliem uma prtica eficiente para ajudar a escrever melhor?

    Parte 2

    Em dupla, transformem o cordel escrito por Carlos Drummond de Andrade e musicado por Srgio Ricardo, apresentado na seo Leitura e anlise de texto, em uma narrativa em prosa. Para essa produo escrita, levem em considerao os seguintes aspectos encontrados no texto original:

    t personagem;

    t enredo;

    t espao;

    t tempo;

    t foco narrativo.

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    Parte 3

    Ainda em dupla, escrevam uma notcia de jornal apresentando o fato principal ocorrido com Joo-Joana. Nesse novo texto, preciso considerar a estrutura do gnero notcia, restringindo as informaes aos dados essenciais da histria.

    Utilizem como referncia as notcias lidas at aqui e a produo textual que fizeram na Situao de Aprendizagem 4.

    Parte 4

    Depois de cumprir todas as etapas da Produo escrita (planejamento, primeira verso, re-viso, reformulao do texto), faam uma roda de apreciao dos textos. Comentem: Como se sentiram ao escrever esses textos? Quais dificuldades enfrentaram? Do que mais gostaram? Do que no gostaram?

    Estudo da lngua

    1. Leia o texto a seguir:

    a) Quantas frases esse texto apresenta?

    b) Essas frases tm a mesma estrutura? O que as diferencia?

    2. Retomem a atividade de escrita na seo Produo escrita, da Situao de Aprendizagem 4, e observem se os ttulos elaborados por vocs so compostos por frases nominais ou verbais. Or-ganizem esses ttulos no quadro a seguir.

    Bom dia! Bom dia! O que voc est fazendo por aqui to cedo? Ah, ca da cama... Mas por qu? Porque o dia est lindo! A vida bela! Eu sou feliz! Nossa! Dia lindo mesmo! Nem tinha percebido...

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

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    Ttulo composto por frase nominal Ttulo composto por frase verbal

    3. Voltem ao estudo dos jornais e das notcias, selecionem alguns ttulos, comparando-os com os ttulos do quadro:

    a) Quantos ttulos apresentam verbos e quantos so frases nominais?

    b) Com base no estudo das frases, realizado nesta seo Estudo da lngua, como vocs ava-liam agora a forma como os ttulos so criados?

    c) Qual a finalidade dos ttulos para a compreenso da notcia ou para o interesse por ela?

    d) As frases verbais e nominais causam os mesmos efeitos de sentido ao anunciar uma notcia? Por qu?

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    PESQUISA EM GRUPO

    1. Busquem no livro didtico ou em uma gramtica normativa indicada pelo professor explicaes sobre tipos de frase (verbais e nominais), oraes e perodos.

    2. Observem os exemplos apresentados no livro e conversem sobre o que acharam deles: So esclarecedores? Ajudam a compreender o conceito?

    3. Anotem, no quadro a seguir, as definies encontradas.

    Frases nominais

    Frases verbais

    Oraes

    Perodo

    4. O professor selecionar, no livro didtico, alguns exerccios de sistematizao. Vocs podem desenvolv-los em grupo.

    5. Retomem algumas das notcias estudadas at aqui (ou procurem outras notcias) e selecionem no-vos ttulos compostos apenas por oraes. Selecionem tambm alguns lides, circulando os verbos.

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    6. Anotem esses verbos no quadro a seguir e indiquem o tempo em que foram conjugados.

    Verbos Tempo verbal

    LIO DE CASA

    1. Leia os itens a seguir, assinalando apenas aqueles que dizem respeito ao gnero textual notcia:

    ( ) a notcia destaca-se no modo como as informaes so passadas para o leitor.

    ( ) o texto pode ser considerado uma notcia quando o autor modifica o valor do aconteci-mento real, fazendo um novo uso das palavras.

    ( ) a notcia tem uma linguagem padronizada e racional. Assim, qualquer jornal no Brasil e no mundo apresentar notcias com formato e tipo de linguagem semelhantes.

    ( ) ao escrever uma notcia, o jornalista transforma o fato concreto, trgico, em pequenas pas-sagens poticas a partir das quais o leitor pode visualizar imagens dessas cenas.

    ( ) a notcia prioriza a apresentao do fato atual, ou seja, preciso dizer o que est acontecen-do, noticiar o fato imediato, indito; por isso, a linguagem jornalstica rpida, gil, clara e simples para atingir o maior nmero de pessoas que, facilmente, assimilaro a notcia.

    ( ) h um ttulo que anuncia o fato a ser informado. Ele serve para chamar a ateno do leitor.

    ( ) as notcias no podem se resumir a informaes sobre os acontecimentos porque podem perder o modo como seu autor vai encadeando os diferentes elementos apresentados.

    ( ) a funo do texto informar objetivamente o leitor sobre um acontecimento; o plano de expresso no tem nenhuma relevncia, pois sua finalidade apenas veicular contedos.

    ( ) j no primeiro pargrafo, ou lide, o leitor reconhece as informaes importantes sobre o fato principal: o qu, quem, quando, onde, como e por qu.

    ( ) os pargrafos e as frases so curtos, claros e objetivos, no deixando dvida sobre o fato ocor-rido.

    ( ) h o uso de palavras com significado exato, isto , utiliza-se linguagem denotativa.

    2. Justifique em seu caderno por que os itens no assinalados no podem ser considerados como caractersticas do gnero notcia. Eles esto mais adequados a que outros gneros ou tipologias?

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 6 RECAPITULANDO OS CONTEDOS ESTUDADOS AT AQUI

    1. Os relatos das rotinas e da vida cotidiana parecem sem imaginao ou criatividade porque sua funo no contar uma histria, mas simplesmente deixar registrada uma situao vivida por uma pessoa real, em um tempo real, documentando suas aes. Os relatos no esto a servio da criao ficcional e, portanto, no se subor-dinam quilo que se espera das histrias: imaginao, inveno, intriga (elementos essenciais quando se conta uma histria oral ou escrita).

    2. As narrativas literrias ficcionais no contam fatos reais, como acontece nos relatos. Elas so inventadas, so escritas com o uso da imaginao. As narrativas tm enredo e personagens que vo fazendo suas aes e resolvendo desafios at chegar ao final da histria.

    Leitura e anlise de texto

    1. Para responder s questes a seguir, retome os relatos lidos e escritos na Situao de Aprendi-zagem 1:

    a) Em sua opinio, a quais gneros a primeira afirmao se refere?

    b) E a segunda afirmao, a que gneros ela se refere? D exemplos.

    2. Sob orientao do professor, vocs devem escolher um novo gnero textual do grupo dos rela-tos, ou seja, textos que contam fatos reais (por exemplo, crnicas sociais e esportivas).

    PESQUISA INDIVIDUAL

    Faa uma busca na internet, na biblioteca da escola, no livro didtico ou em algum livro que voc tenha em casa, pesquisando sobre o novo gnero textual escolhido pela clas-se para compor a roda de leitura.

    Leia alguns dos textos encontrados e selecione um que gostaria de ler para a classe.

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    3. Comentem os temas tratados nos vrios textos lidos por vocs. Que tipo de assunto costuma aparecer nesse gnero textual escolhido pelo grupo? No se esqueam de informar a seus colegas alguns dados tcnicos, tais como: nome do autor e do texto, onde foi publicado, em que ano, em que livro, jornal, revista ou site.

    LIO DE CASA

    Em uma conversa informal com uma pessoa mais velha (da famlia, vizinho ou amigo), registre em seu caderno algum fato importante que tenha acontecido na vida dessa pessoa quando ainda era criana.

    Em seguida, anote os dados relacionados a esse acontecimento em um quadro como o que apre-sentamos a seguir, separando cada elemento.

    Aconteceu o qu?

    Com quem?

    Quando?

    Onde?

    Como?

    Por qu?

    Oralidade

    Retomando a atividade realizada na seo Lio de casa, em grupo, comparem suas anotaes com as dos colegas, verificando se todos os relatos possuem algumas partes semelhantes.

    Produo de texto

    O professor apresentar a vocs algumas notcias de jornal, sem ttulo.

    Sigam estas instrues e desenvolvam as atividades propostas:

    t Individualmente, para cada notcia, crie um ttulo que chame a ateno para sua ideia principal.

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    t Em grupo, troquem os ttulos entre si para comparar o que fizeram: Quais contemplam ade-quadamente o fato noticiado, causando um efeito de sentido para o leitor?

    t Votem nos ttulos que vocs acham mais apropriados para representar as notcias lidas.

    t Apresentem esses ttulos a toda a classe, justificando oralmente o critrio de escolha uti lizado.

    Estudo da lngua

    1. Nos ttulos das notcias de jornais, quais os tempos verbais mais comuns?

    2. Por que vocs acham que esses tempos, em geral, so escolhidos pelos autores dessas notcias?

    3. Os principais tempos verbais utilizados nos ttulos das notcias de jornal so os mesmos que os dos relatos estudados na Situao de Aprendizagem 1? E os verbos utilizados no corpo das notcias?

    4. Como o estudo dos tempos verbais os ajuda (ou no) a compreender melhor os ttulos e lides das notcias de jornal?

    5. Seu professor indicar um texto que apresenta dez palavras que costumam causar muitas dvi-das na hora de serem escritas.

    Sua tarefa ser:

    t Em grupo, encontrem essas palavras. Vocs no devem usar o dicionrio nesta primeira etapa.

    t Apresentem classe esse conjunto de palavras, explicando por que vocs acham que elas no foram grafadas corretamente.

    t Em seguida, vocs devem recorrer gramtica ou ao livro didtico para pesquisar sobre as regras de ortografia: Quando se usa j ou g? H uma regra para o uso do s ou ss?

    t Seu professor selecionar alguns exerccios de sistematizao do livro. Resolva-os individual-mente.

    6. Na sequncia, em grupo, retomem os relatos escritos na seo Produo de texto a fim de conferir se ainda h algum problema com a ortografia nos textos. Cada grupo ter de observar o texto de todos os integrantes e sugerir as correes ortogrficas necessrias.

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 7 RELATOS DE EXPERINCIA VIVIDA E SITUAES COMUNICATIVAS

    1. Relembrando o que j aprendeu sobre o gnero relato de experincia vivida, leia, individual-mente, a coletnea de textos a seguir.

    !?

    Leitura e anlise de texto

    Texto 1

    Sr. Ariosto

    Nasci na avenida Paulista, em 1900, numa travessa chamada Antnio Carlos, dia 20 de setembro. Meus pais vieram para c como imigrantes, deixaram sua famlia na Europa. Da hospedaria de imigrantes eles j eram tratados para uma fazenda no estado de So Paulo e para l meu pai foi.

    Naquela poca no tinha maquinaria, meu pai trabalhava na enxada. Meu pai era de Mdena, minha me era de Capri e ficaram muito tempo na roa. Depois a famlia veio morar nessa travessa da avenida Paulista; agora est tudo mudado, j no entendo nada dessas ruas.

    Meu pai era mestre de caligrafia, pintava quadros a aquarela e fazia retratos a bico- -de-pena, que uma arte difcil. Ele gostava muito de ler, por isso escolheu esses nomes para ns: Amleto, Telsforo, Ariosto... penso que ele tirou da literatura. Aqui no asilo no tem ningum com esse nome de Ariosto, sou o nico. Pode dizer que sou o Ariosto de Orlando furioso.

    A avenida Paulista era bonita, calamento de paraleleppedos, palacetes. As outras ruas eram semicaladas, cobertas de rvores, de mata. De noite, os lampioneiros vinham acender os lampies e de madrugada voltavam para apagar. Minha rua tinha poucas casas, uma aqui, outra a quinhentos metros. Naquela poca faziam casas bem grandes, p-direito alto, a nossa tinha quintal com p de laranja, mixirica, ameixa e abacate. Minha me gostava muito de flores e plantava rosas, margaridas, violetas. Todo dia de manh cedo ia regar as flores com seu regadorzinho. E eu ia atrs dela.

    A mame levantava cedinho e acendia o fogo a lenha, depois vinha acordar a gente: Vamos meus filhos, vamos tomar caf!. Mame era muito boazinha. Ela servia tigelas grandes, punha o po, jogava o leite e o caf e fazia uma papinha.

    Mame cozinhava macarro, bife milanesa, parmegiana, risoto. Antigamente no tinha nada artificial. Hoje, os japoneses quando plantam j pem uma poro de adubo para dar logo, porque muita gente e a comida no d. Agora, a barriga fica vazia.

    Naquela poca existia muito turco, muito mascate, eles carregavam cestas e iam batendo matracas e oferecendo sua mercadoria: Moa, tenho muita coisa para voc,

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    Texto 2

    Como a internet entrou na vida de uma educadora

    Um presente de Dia das Mes inesquecvel

    Em 1996, meu presente de Dia das Mes foi um fax-modem para meu bom e velho computador.

    At ento, s conhecia internet de ouvir falar. Mas tinha muita curiosidade. Ento, meus filhos, 17, 20 e 22 anos na poca, tiveram a grande ideia: vamos conectar a mame!

    A instalao do modem foi um parto. A conexo, um evento. As primeiras incurses, uma aventura.

    Passados os primeiros momentos de inocente deslumbramento, o olhar pedaggico entrou em ao e uma pergunta comeou a me atormentar: como incorporar essa novidade minha prtica j sedimentada numa experincia de 25 anos?

    A questo se transformou num desafio: passar de uma usuria comum e primria do computador a uma profissional de ensino que fizesse uso educativo da internet, de uma

    tudo baratinho!. Passava a carrocinha do italiano com queijo e ele gritava: O formaggio! Olha o formaggio! o barateiro, o barateiro!.

    Armazm de secos e molhados a gente encontrava, mas era muito distante. Dois quilos de caf ou dois quilos de acar custavam quinhentos ris. O portugus vendia verdura em casa, um mao de couve custava um tosto.

    A minha lembrana mais antiga, quando eu tinha cinco anos, o padeiro com um saco nas costas. Todo dia me pegava no colo e me ensinava os nmeros: Esse o 1, o 2... e esse aqui, redondinho?.

    Esse eu no sei!.Este aqui o 3. Se voc vai contar at dez, ento eu te dou um po bem gostoso.Naquela poca no existiam brinquedos. Penso que eles comearam a surgir s depois

    de 1910, 1911, mas vinham de fora. Eu fazia carrinhos com rodas de carretel de linha e ns brincvamos o dia todo, livremente, nunca me machuquei porque a rua no tinha carros.

    Gostava do pica-pau: era um pauzinho com ponta dos dois lados. A gente apostava: Quero ver se voc bate o pica-pau; at onde ele vai?. A gente batia com outro pauzinho e o pica-pau dava volta e pulava longe. Ou ento com diabol, conhece? Ele tem um vozinho no meio com carretel. A gente pe o diabol no carretel e ele fica danando na linha e quando a gente joga assim ele vai l... e volta. [...]

    BOSI, Ecla. Memria e sociedade. Lembranas de velhos. So Paulo: Companhia das Letras. p. 154-155.

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    maneira positiva e crtica. Para isso, era necessria uma viso bem fundamentada dos pro-cedimentos pedaggicos que favorecessem a assimilao e multiplicao dos efeitos e das aes de um recurso como a internet no processo ensino-aprendizagem. Essa viso eu no tinha e nem sabia bem como e onde busc-la.

    Nessa poca, 96, 97, assisti a acalorados debates sobre o uso da internet na educa-o. As opinies divergiam em vrios aspectos. Porm, uma ideia predominava: inter-net uma ferramenta. S isso. Ou tudo isso, como argumentavam seus mais ardorosos defensores.

    Percebi, ento, que para ns, educadores, surgia uma nova ferramenta de ensino com caractersticas que precisavam ser conhecidas, analisadas e exploradas com propriedade e exaustivamente. Essa foi minha tarefa durante esses dois anos.

    Como a escola em que trabalhava uma escola pblica municipal da regio do ABC paulista j contava com dois laboratrios de informtica, com 40 computadores ligados internet, a possibilidade de us-los para desenvolver aulas de Lngua Portuguesa ficou muito mais vivel.

    Assim, em 98, com a ajuda de colegas, coloquei no ar um site pessoal com contedo prprio para trabalhar com meus alunos do Ensino Mdio. Porm, apenas uma boa in-fraestrutura fsica no suficiente para garantir, de imediato, a aceitao e o sucesso de projetos que tenham novas tecnologias como suporte. Antigas e consistentes convices ficam fragilizadas, hierarquias h muito internalizadas so subvertidas, a rotina tradicional da unidade escolar consideravelmente alterada, novos e complexos padres se impem com fora e velocidade assustadoras.

    Como professora de Lngua Portuguesa, coordenadora de rea e, posteriormente, co-ordenadora de projetos, pude, durante esses anos, dividir com meus colegas das diversas reas, muitas dvidas e poucas certezas, crenas e descrenas, grandes frustraes e peque-nas alegrias, receios, inseguranas, anseios, desejos, revoltas e resignaes quanto pos-sibilidade/necessidade/urgncia/inexorabilidade de mudanas e inovaes nas formas de desenvolver nossa atividade docente, principalmente no que diz respeito incorporao de novas tecnologias a um processo j to complexo por natureza.

    Aps passar por diferentes etapas de diferentes aprendizados e adquirir mais habili-dades para mexer com computador, consegui reunir condies mnimas para associar os recursos que a mquina oferece aos objetivos de uma atividade docente que os novos tempos impem. Isso no significa muito, nem o final da tarefa, pois, com a velocidade do avano tecnolgico e a mudana da sociedade, essas condies tm que ser revistas quase que a cada dia. A mudana de paradigma complexa e envolve questes de toda ordem: tecnolgica, trabalhista, ideolgica, cultural, psicolgica, entre outras nada menos difceis. Mas inevitvel, uma vez que A mais nova das linguagens, a informtica, faz parte do cotidiano e do mundo do trabalho. Vive-se o mundo da parablica, dos sistemas digitais,

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    2. Elabore um quadro organizativo, recuperando dos textos lidos informaes gerais como ttulo, nome do autor, veculo em que foi publicado, tema e gnero.

    dos satlites, da telecomunicao. Conviver com todas as possibilidades que a tecnologia oferece mais que uma necessidade, um direito social.

    BERTOCCHI, Sonia. Um presente de Dia das Mes inesquecvel. In: GONSALES, Priscila (Org.). Ensinar com Internet, como enfrentar esse desafio. So Paulo: Cenpec, 2006, v. 2. (Coleo EducaRede Internet na Escola).

    Textos Ttulo Autor Veculo em que foi publicado Tema Gnero

    Texto 1

    Texto 2

    APRENDENDO A APRENDER

    A situao de comunicao do gnero relato de experincia supe a existncia de um autor que se apresenta como sujeito da experincia relatada, a qual mobiliza sentimentos revelados em seu modo de cont-la; de um ouvinte ou leitor interessado nessa experincia e de um espao em que ela possa ser tornada pblica.

    3. Agora, responda:

    a) Quais so as semelhanas entre os dois textos?

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    b) possvel dizer que os acontecimentos relatados nos dois textos foram experincias vividas por seus autores? Por qu?

    c) Copie dos textos trechos que comprovem a resposta da questo anterior.

    d) Voc j produziu (oralmente ou por escrito) textos semelhantes aos apresentados?

    e) Em caso afirmativo, em que contexto seu texto foi produzido?

    4. O professor dividir a classe em grupos. Cada grupo receber um texto para anlise. Vocs devem preparar uma nova ficha organizativa (em cartolina ou papel kraft) sobre o texto lido, fazendo um levantamento das caractersticas e informaes apresentadas por ele. Utilizem as questes a seguir como modelo para anlise:

    t Quem fala ou escreve o relato?

    t Qual a finalidade dessa escrita ou fala?

    t Em que veculo o relato foi publicado?

    t Qual o tema tratado no relato?

    t Como vocs reconhecem que o texto um relato de experincia?

    t Que marcas de tempo remetem o leitor s experincias relatadas?

    t A que pblico-alvo esse relato se destina?

  • Lngua Portuguesa 6a srie/7o ano Volume 1

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    t Que marcas contribuem para que o leitor reconhea esse pblico-alvo esperado?

    t Quais foram as impresses do grupo sobre o relato lido?

    Oralidade

    1. Em grupo, preparem uma apresentao oral da ficha de leitura que organizaram e da anlise que fizeram do relato. Depois, em uma roda de discusso, analisem os textos lidos e estabeleam comparaes entre os dados expostos por todos os grupos, observando as caractersticas seme-lhantes e diferentes encontradas durante a discusso. Reflitam:

    t Todos os relatos tm a mesma estrutura? Que diferenas vocs identificaram?

    t O que vocs sabem sobre o tema abordado pelos autores de cada um dos relatos? O que j leram ou ouviram sobre isso em outros contextos?

    t O que precisariam saber para compreender melhor as informaes contidas nos relatos de experincia?

    t Essas informaes trazidas para a discusso ampliam seu conhecimento?

    t A roda de discusso ajuda a entender melhor os textos lidos? Por qu?

    2. Para finalizar o trabalho de anlise textual, ainda em grupo, elaborem um exerccio de interpre-tao com quatro perguntas e respostas sobre a composio dos textos que leram. Utilizem as questes do Exerccio 4 como modelo.

    PESQUISA EM GRUPO

    Em grupo, faam uma pesquisa na internet sobre alguns dos assuntos tratados nos textos da seo Leitura e anlise de texto. Para tanto, observem atentamente as orientaes a seguir.

    1. A classe deve ser dividida em dois grupos, que podero ser divididos em subgrupos, a critrio do professor.

    2. Cada grupo ficar responsvel por um dos textos analisados na sequncia anterior. Rea-lizem um sorteio dos textos entre os grupos.

    Grupo 1: pesquisa sobre as pessoas que contam suas histrias. Nessa pesquisa, vocs devem selecionar trechos, fotos ou outras informaes sobre elas que possam ser apre-sentadas a toda a classe.

    Grupo 2: pesquisa sobre como a internet pode ajudar as pessoas a ampliar seus co-nhe cimentos. Selecionem pelo menos dois exemplos semelhantes aos relatados pela educadora Sonia Bertocchi.

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    3. Cada grupo deve organizar, em cartolina ou papel kraft, as informaes pesquisadas a fim de apresent-las classe. No se esqueam de deixar espao para falar de suas im-presses de pesquisa e de leitura. Considerem as seguintes questes:

    t Vocs encontraram na internet exemplos dos assuntos propostos? Se encontraram, citem pelo menos um desses exemplos.

    t Geralmente, a pesquisa na internet apresenta dificuldades. Como resolveram o problema?

    t A pesquisa feita ajudou a entender melhor o assunto? Como?

    t Nesta atividade, de que etapa vocs mais gostaram? Do que no gostaram?

    4. Mostrem os cartazes aos colegas e relatem, oralmente, como se desenvolveu seu proces-so de pesquisa.

    Produo escrita

    Esta atividade ser realizada em duas etapas. Observe as orientaes a seguir, verificando em que momentos voc trabalhar em grupo ou individualmente.

    1a Etapa

    Em grupo, preparem uma sequncia de passos que considerem importantes para a produo escrita de um relato de experincia vivida. Levem em conta os seguintes tpicos:

    a) escolha de um tema que tenha sido marcante em sua vida (essa escolha individual e, portanto, diferente para cada integrante do grupo);

    b) pblico-alvo e veculo pelo qual os relatos circularo. Por exemplo: vocs podem ter como leitores os colegas de sala, colegas de outras classes, professores etc. No caso da publicao dos textos, eles podem ser postados em um mural, no ptio da escola, no jornal da escola, em um blog etc.;

    c) organizao geral da escrita do relato:

    t uma introduo que situe o leitor e que contenha os elementos bsicos do relato: o que, quando e onde ocorreu a experincia a ser relatada, outras pessoas envolvidas etc.;

    t desenvolvimento da situao, com os elementos relevantes que se destacam no acontecimen-to e, por alguma razo, contribuem para modificar a rotina do autor do relato;

    t concluso, momento em que o autor do relato explica ao leitor quais transformaes ocor-reram em sua vida a partir da experincia relatada. Vocs podem tambm acrescentar as sensaes e emoes vividas com essa experincia.

    d) elementos utilizados para marcar a autoria do texto (pronomes pessoais, demonstrativos, pos-sessivos);

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    e) elementos que indicam para o leitor que a experincia relatada ocorreu no passado (pr ximo ou distante);

    f ) um ttulo que chame a ateno do leitor para sua experincia e no explicite o que acontecer. O objetivo causar curiosidade.

    2a Etapa

    1. Individualmente, escreva seu relato de experincia vivida, considerando o planejamento reali-zado na etapa anterior.

    2. Troque seu texto com o de um colega do grupo a fim de que ele possa l-lo, identificando eventuais problemas (por exemplo: falta de elementos bsicos do relato; falta de pontuao; uso inadequado de vocabulrio ou pronomes pessoais e demonstrativos; ausncia de adjetivos que imprimam emo-o experincia vivida etc.).

    3. Leia as observaes feitas por seu colega e reformule seu texto, considerando apenas os ajustes que julgar relevantes.

    4. Entregue seu relato ao professor para que ele possa fazer uma ltima reviso antes de o texto alcanar seu destino final: a publicao no veculo escolhido por vocs durante o planejamento.

    Estudo da lngua

    1. Em grupos, retomem os textos lidos na primeira sequncia de atividades, enfatizando exemplos que tratam do uso dos pronomes pessoais e possessivos para marcar a presena de um autor envolvido com o acontecimento a ser relatado. Observem exemplos de alguns dos pronomes pessoais e possessivos que os autores usam para estabelecer um dilogo com o leitor:

    [...] algumas pessoas dizem que ele tirou de mim;

    Eu ainda estou surpreendido;

    Pude dividir com meus colegas;

    Essa foi minha tarefa.

    2. Anotem, em um quadro organizativo, outros exemplos com esses pronomes, apresentando-os para a classe.

    Depois, reflitam:

    t Como esses pronomes contribuem para evidenciar ao leitor do relato de experincias o envolvimento do autor com o fato relatado?

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    t possvel encontrar, em um mesmo relato, o uso da primeira pessoa do singular e do plu-ral? Por que isso acontece?

    3. Em dupla, aps a organizao do primeiro quadro e da reflexo coletiva, vocs devem ampli-lo, explicando a quem os pronomes encontrados se referem. Se houver mesclas entre primeira pes-soa do singular e do plural, identifiquem de quem so as falas presentes no texto.

    4. O quadro ampliado deve ser apresentado classe, propiciando uma discusso coletiva sobre os dados encontrados.

    LIO DE CASA

    Para sistematizar o estudo dos pronomes, o professor selecionar algumas atividades do livro didtico.

    Para realiz-las, siga as orientaes:

    1. Faa a leitura do conceito de pronome e tipos de pronome.

    2. Estude as explicaes apresentadas para os pronomes pessoais e possessivos, comparando-as com a anlise feita na seo Estudo da lngua.

    3. Essas explicaes se assemelham quelas que as duplas elaboraram, confirmando o conhecimen-to e o entendimento que voc construiu sobre os pronomes estudados?

    4. Faa os exerccios propostos pelo professor. A correo dessas atividades deve ser feita coleti-vamente, para que