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1 a SÉRIE ENSINO MÉDIO Caderno do Aluno Volume 1 LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA Linguagens

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  • 1a SRIE ENSINO MDIOCaderno do AlunoVolume 1

    LNGUAPORTUGUESAE LITERATURALinguagens

  • MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO ALUNO

    LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

    ENSINO MDIO 1a SRIEVOLUME 1

    Nova edio

    2014-2017

    GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    SECRETARIA DA EDUCAO

    So Paulo

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-Governador

    Guilherme Af Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretrio-Adjunto

    Joo Cardoso Palma Filho

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto da Educao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares

    Ana Leonor Sala Alonso

    Coordenadora de Oramento e Finanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

  • Caro(a) aluno(a),

    O Caderno do Aluno de Lngua Portuguesa e Literatura volume 1 traz algumas expe-rincias de aprendizagem especialmente elaboradas. Esperamos que voc tenha a oportunidade de familiarizar-se com o emprego adequado da lngua portuguesa, para utiliz-la com competncia nas diferentes situaes de comunicao e nas relaes com outras pessoas, ao falar, ler ou escrever.

    Pretendemos que voc compreenda a importncia dos estudos da lngua portuguesa em relao aos aspectos lingusticos, aos gneros textuais, tipologia textual e literatura, uma vez que fornecem instrumentos imprescindveis no estabelecimento de relaes, na associao de ideias e na compreenso do mundo em que vivemos. Os estudos literrios levam, ainda, a um dilogo com o passado, permitem uma reflexo sobre o presente e transportam o leitor para universos imaginrios que proporcionam o conhecimento de novas experincias, sentimentos, sensaes, que, certamente, sero de muita valia para o seu crescimento intelectual e pessoal.

    Neste volume voc estudar detalhadamente como interpretar textos expositivos e infor-mativos, respeitando as caractersticas prprias dos gneros organizados nessas tipologias. Tambm aprender a valorizar a identidade histrico-social possibilitada pelo estudo da lngua portuguesa. Refletir sobre o estabelecimento de relaes no uso da norma-padro, adequadas s diferentes esfe-ras de atividade social e reconhecer caractersticas bsicas dos textos literrios.

    Desejamos assim que, ao trmino do semestre, voc tenha feito progressos e continue mo-tivado a, cada vez mais, preparar-se para enfrentar os desafios que se apresentarem tanto na vida pessoal quanto profissional.

    Bons estudos!

    Equipe Curricular de Lngua Portuguesarea de Linguagens

    Coordenadoria de Gesto da Educao Bsica CGEB

    Secretaria da Educao do Estado de So Paulo

  • Discusso oral

    1. Discuta em classe com seu professor e seus colegas:

    ttt

    Qual a importncia das palavras em sua vida?

    Como nos comunicamos? Apenas por palavras?

    Que perigos e que benefcios as palavras trazem no dia a dia das pessoas?

    2. Depois da discusso, responda em seu caderno:

    t Qual a importncia da palavra na comunicao humana?

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 1 COMUNICAO: PALAVRAS NO MURAL

    Para comeo de conversa

    A procura pelas palavras

    Esta Situao de Aprendizagem prope uma busca pelas palavras, para, assim, compreender-mos melhor o nosso sistema de comunicao verbal.

    1. Leia o poema Assim como, de Alberto Caeiro.

    Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,

    Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade,

    Mas, como a realidade pensada no a dita mas a pensada.

    Assim a mesma dita realidade existe, no o ser pensada.

    Assim tudo o que existe, simplesmente existe.

    O resto uma espcie de sono que temos, infncia da doena.

    Uma velhice que nos acompanha desde a infncia da doena.

    CAEIRO, Alberto. Poemas inconjuntos. Disponvel em: .

    Acesso em: 18 set. 2013

    Assim como

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Leitura e anlise de texto

    Primeiro, leia o poema silenciosamente. Depois, o professor ir propor a leitura oral.

    A palavra mgica

    Certa palavra dorme na sombra de um livro raro. Como desencant-la? a senha da vida a senha do mundo. Vou procur-la.

    Vou procur-la a vida inteira no mundo todo. Se tarda o encontro, se no a encontro, no desanimo, procuro sempre.

    Procuro sempre, e minha procuraficar sendominha palavra.

    ANDRADE, Carlos Drummond de. A palavra mgica. In: _____. Discurso de primavera. So Paulo: Companhia das Letras (com futuro lanamento). Carlos Drummond de Andrade Graa Drummond. .

    Discusso oral

    t A palavra mgica? O que sugere o ttulo

    t Quando uma palavra mgica?

    PARA SABER MAIS

    Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG), em 31 de outubro de 1902 e morreu em 1987. Importante poeta modernista, sua poesia, de tom melanclico e ctico, fala de tempo e ironiza os costumes e a sociedade.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • LIO DE CASA

    APRENDENDO A APRENDER

    No dia a dia usamos muitas palavras para expressar sentimentos e emoes. Ser que existem palavras para comunicar tudo o que sentimos e pensamos?

    Observe que o poeta deseja encontrar uma palavra que ele no conhece, mas est em um livro raro. O livro e a palavra, ambos, so extraordinrios e pouco comuns. Ele sabe que essa busca pode ser interminvel.

    Discusso oral

    t Discuta com os colegas: quais as semelhanas e diferenas encontradas entre os poemas de Drummond e Caeiro?

    1. Observe o primeiro verso do poema:

    t raro. Certa palavra dorme na sombra de um livro

    Qual a importncia do adjetivo raro para a interpretao do poema?

    2. Identifique outro verso do poema que reforce o sentido do adjetivo raro no primeiro verso.

    1. Adapte o poema de Drummond em uma imagem, em papel A4, que pode ser construda com lpis, tintas ou recortes. Lembre-se de que o professor escolher alguns trabalhos para expor no mural da classe.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • t criatividade;

    t distribuio da figura na folha de papel;

    t fidelidade ao poema;

    t organizao e limpeza na elaborao do trabalho.

    2. Relacione as palavras com as definies correspondentes:

    a) interao.

    b) linguagem.

    c) mensagem.

    d) textualidade.

    e) signo.

    ( ) sequncia de signos organizados de acordo com um cdigo e veiculados de um emissor para um receptor, por um canal que serve de suporte fsico transmisso (Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa (edio eletrnica). Rio de Janeiro: Objetiva, 2009).

    ( ) conjunto das aes e relaes entre os membros de um grupo ou entre grupos de uma comunidade (Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa (edio eletrnica). Rio de Janeiro: Objetiva, 2009).

    ( ) faz de um texto mais do que um monte de frases soltas, ou seja, um todo com significado para o leitor.

    ( ) sistema de signos convencionais que pretende representar a realidade e que usado na comunicao humana (JAPIASS, H.; MARCONDES, D. Dicionrio bsico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006).

    ( ) qualquer objeto, forma ou fenmeno que representa algo diferente de si mesmo e que usado no lugar deste numa srie de situaes (a balana em lugar de justia; a sustica, de nazismo etc.) (Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa (edio eletrnica). Rio de Janeiro: Objetiva, 2009).

    Atividade em grupo

    Faam cartazes, em papel A4, das definies do exerccio anterior. O professor selecionar al-guns para afix-los no mural da classe.

    Os critrios utilizados para a escolha sero:

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Discusso oral

    Discuta as questes a seguir. Durante a discusso, anote no caderno as principais ideias que surgirem. Faa isso em forma de tpicos.

    t

    t

    t

    t

    Para que servem os murais na escola?

    Onde ficam os murais direcionados aos alunos?

    E aqueles direcionados aos professores e aos funcionrios da escola?

    O mural possibilita uma interao entre a escola e a comunidade, mas ela de fato

    tocorre? Que problemas dificultam a efetiva interao entre escola e comunidade possibilitada pelo mural?

    APRENDENDO A APRENDER

    Quando seu professor pedir a voc que escreva em tpicos, isso significa que voc deve se concentrar apenas no ponto essencial, naquilo que fundamental para compreen-der o assunto. Trata-se, portanto, de selecionar as questes principais do tema ou do dis-curso desenvolvido.

    No intervalo, Lia diz a Ana Lusa: Menina, preciso te dar uma notcia. Ana Lusa mostra-se bem interessada: Ah, ? O qu? Me conta tudo!. Lia senta ao lado de Ana Lusa e diz: Pois , sbado vai ter uma festinha de aniversrio na casa da Paula e ela vai con-vidar o Edelson. Ana Lusa fica atnita: Puxa! Eu no sabia nada da festinha! Ai, e ainda mais com o Edelson l... Eu preciso arrumar um jeito de ser convidada!.

    A notcia informativa circula por a afora...

    1. Em sua opinio, qual o significado do termo notcia na conversa informal entre Lia e Ana Lusa?

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  • R

    oy B

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    rell/

    Cor

    bis/

    Latin

    stock

    Lia e Ana Lusa conversam animadamente.

    CET recomenda que motorista evite a avenida Paulista hoje

    A CET (Companhia de Engenharia de Trfego) recomenda que motoristas evitem par-te da avenida Paulista a partir de hoje, primeiro dia til aps a ampliao da interdio da via. A interdio cobre a faixa da direita nos dois sentidos da praa Oswaldo Cruz at a Bri-gadeiro Lus Antnio. No sentido Consolao, o desvio deve ser pelas ruas Treze de Maio, Cincinato Braga, So Carlos do Pinhal e Antnio Carlos. No sentido Vila Mariana-centro, a opo seguir pela rua Vergueiro e desviar para a av. Liberdade.

    Folha de S.Paulo, do Agora. Caderno Cotidiano, 22 out. 2007.

    2. De acordo com sua resposta questo anterior, o texto a seguir uma notcia? Por qu?

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  • LIO DE CASA

    t

    Discusso oral

    Qual a ideia principal da notcia?

    t Em que circunstncias algum desejaria ler esse texto?

    3. Identifique, com um X, entre as caractersticas a seguir, aquelas que so encontradas na notcia informativa CET recomenda que motorista evite a avenida Paulista hoje:

    ( ) A presena de um ttulo no texto.

    ( ) A opinio pessoal de quem escreveu o texto.

    ( ) A objetividade e clareza das informaes.

    ( ) O uso da norma-padro da lngua portuguesa.

    ( ) Predominncia dos verbos no Pretrito do Indicativo.

    A linguagem do mural

    Alm das notcias informativas, h outros textos que circulam no mural escolar. Como devem ser esses textos?

    ( ) Claros e objetivos.

    ( ) Longos e bem detalhados.

    ( ) Divertidos e engraados.

    ( ) Precisam respeitar a norma-padro da lngua portuguesa.

    ( ) Precisam transmitir uma imagem apropriada da escola.

    1. Incio faltou ltima aula de Lngua Portuguesa e perdeu as explicaes dadas pelo professor. Escreva um pequeno texto (um e-mail ou bilhete), explicando-lhe esses contedos.

    2. Traga para a prxima aula textos que exemplifiquem cada uma das linguagens: verbal, no ver-bal e mista.

    3. Consulte o livro didtico adotado e procure os contedos estudados at o momento: linguagem (verbal, no verbal e mista), signo, mensagem, comunicao, textualidade e texto informativo (notcia). Resolva os exerccios indicados pelo professor.

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  • Discusso oral

    Utilize os textos que trouxe e discuta com seu professor e colegas.

    Em que lugares, momentos e veculos de comunicao encontramos predominante-mente:

    ttt

    Textos verbais? Textos no verbais? Textos mistos?

    Expondo conhecimentos ao mundo

    A seguir, vamos examinar um texto expositivo intitulado Era uma vez... Sabia que ler contos de fadas estimula a imaginao e ainda pode nos afastar da violncia?

    t

    Discusso oral

    O que sugere o ttulo do texto? t Pensando no ttulo do texto, que assuntos voc acredita que sero desenvolvidos?

    Por qu?

    Leitura e anlise de texto

    1. Observe a imagem e faa a leitura silenciosa do texto a seguir.

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  • Era uma vez... Sabia que ler contos de fadas estimula a imaginao e ainda pode nos afastar da violncia?

    Bela Adormecida, Branca de Neve, A Bela e a Fera... Esses e outros contos de fadas so nossos velhos conhecidos. Mas voc sabia que ler histrias como essas, alm de fazer a gente sonhar, pode nos afastar da violncia? Pois . Uma pesquisa divulgada recentemente sugere que quem costuma ler contos infantis d menos ateno aos jogos eletrnicos alguns muito violentos , solta a imaginao com mais facilidade e, como ouve e l mais histrias, tem res-postas na ponta lngua sobre vrios assuntos.

    O estudo foi feito pelo psiclogo Carlos Brito, da Universidade Catlica de Pernam-buco, em parceria com suas alunas Karlise Maranho Lucena e Bruna Roberta Pires Meira. Juntos, eles analisaram a importncia da fantasia, presente nos contos de fadas, na vida de crianas como voc. Para isso, fizeram uma verdadeira maratona: percorreram lan houses casas de jogos eletrnicos e diversas escolas particulares de Pernambuco, que usam formas diferentes de ensinar.

    O trio entrevistou 80 meninos e meninas de oito a nove anos, sendo que metade era de colgios que educam de maneira tradicional, onde a criana no tem que dar opinies e os livros infantis esto sempre ligados s provas. A outra metade entrevistada foram alunos de escolas que optam pela educao construtivista, em que a criana encorajada a construir seu prprio saber, a desenvolver sua imaginao e a aprender por meio de experincias que vive no dia a dia, como ouvir histrias infantis.

    Com as entrevistas, Carlos e suas alunas concluram que as histrias infantis, princi-palmente no caso das crianas das escolas construtivistas, estimulam a imaginao, a fantasia e ajudam a lidar melhor com a agressividade. Alm disso, as crianas que gostam de contos infantis se ligam menos nos jogos eletrnicos e at criticam os games que tm muita violncia. J as matriculadas em escolas tradicionais preferem os videogames em especial, aqueles que tm luta , no se interessam muito pelos contos de fadas e at dizem que os livros como esses so feitos para crianas pequenas.

    Na conversa com os estudantes, os pesquisadores ainda perceberam que os que gostam de contos de fadas se expressam com mais facilidade em relao aos que no tm muito interesse por essas histrias. O contato com os livros de literatura infantil, especialmente de contos de fadas, permite s crianas falar, ler e se expressar de maneira harmoniosa, alm disso, ela capaz de analisar e desenvolver certos assuntos com mais facilidade, diz Carlos Brito.

    Depois dessa pesquisa, quem gosta de um bom conto de fadas vai, com certeza, querer ler muito mais. J os que dizem que no gostam podem se animar e abrir um bom livro. Afinal, quem no gosta de viajar de graa em tapetes mgicos, carruagens ou at num bom cavalo alazo? Tudo isso permitido se voc soltar a imaginao e experimentar a magia dos contos de fadas.

    ABREU, Cathia. In: Cincia hoje das crianas, 26 set. 2005. Disponvel em: . Acesso em: 28 maio 2013.

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  • LIO DE CASA

    VOC APRENDEU?

    2. Responda no caderno:

    t VBTVBMFJUVSBRVFQBMBWSBTEPUFYUPEJDVMUBSBNBDPNQSFFOTP Enquanto realizo t Que vantagens o texto associa leitura de contos de fadas? t O texto apresenta uma srie de informaes que no surgiram por acaso. Qual o motivo

    apresentado para que o leitor confie nesses fatos?

    t Qual a relao da expresso Era uma vez, que aparece no ttulo, com os contos de fadas?

    Observe a frase a seguir, extrada do texto que examinamos:

    Depois dessa pesquisa, quem gosta de um bom conto de fadas vai, com certeza, querer ler muito mais .

    Identifique a alternativa que contm a mesma ideia da frase, conforme o sentido dela no texto e o uso da norma-padro:

    I. Aps a realizao da pesquisa, aqueles que gostam de um bom conto de fadas vo, certa-mente, desejar ler muito mais.

    II. Aps a realizao da pesquisa, os que gosta de um bom conto de fadas vai, certamente, de-sejarem ler muito mais.

    III. Aps a realizao da pesquisa, aqueles que gosta de um bom conto de fadas vo, certamente, desejarem lerem muito mais.

    IV. Aps a realizao da pesquisa, os que gostam de um bom conto de fadas vai, certamente, desejar lerem muito mais.

    Explique os motivos de sua escolha. Por que considerou que as outras opes estavam erradas?

    1. Em duplas, elaborem, no caderno, um texto no qual exponham o que aprenderam sobre a fun-o social do mural escolar (texto expositivo).

    Nessa exposio, vocs devem fazer uso dos conceitos estudados em sala de aula at agora. Para isso, faam as consultas que julgarem convenientes.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • t ttulo que se relacione de modo apropriado com o assunto do texto; deem um

    t claros ao escrever; sejam

    definam um objetivo e um tema especficos para o texto que possam, depois, ser com-preendidos pelo leitor;

    t norma-padro da lngua portuguesa. usem a

    2. Aps a escrita do texto, troquem-no com outra dupla e anotem, a lpis, no texto de seus co-legas, sugestes para melhorar a escrita. Quando o texto de vocs lhes for devolvido, vejam as opinies de seus colegas. Vocs no so obrigados a segui-las, mas verifiquem se, de fato, elas deixariam o texto mais bem redigido. Finalmente, aps as mudanas que considerarem oportu-nas, entreguem-no ao professor.

    t

    t organizem os pargrafos de acordo com a ordem tradicional nesse tipo de texto: introdu-o, desenvolvimento e concluso;

    APRENDENDO A APRENDER

    Na escola, voc entra em contato com inmeros textos expositivos, ou seja, textos que tm por objetivo aprofundar informaes para o leitor, transmitir conhecimentos. O texto informativo tambm visa a transmitir informaes. Qual a diferena entre os dois?

    O texto informativo sempre mais sucinto e superficial que o texto expositivo.

    So caractersticas do texto expositivo:

    t a presena de um tema especfico, claramente identificado e delimitado;

    uma estrutura, ou seja, uma forma prpria de organizar a informao;

    um objetivo estabelecido previamente pelo enunciador, que ser depois inter-pretado pelo leitor;

    a presena de um ttulo no texto;

    objetividade e clareza nas informaes;

    o uso da norma-padro da lngua portuguesa.

    3. Depois que o professor o corrigir, o texto ser devolvido a vocs. Reescrevam-no seguindo as orientaes dadas e devolvam-no para a correo final.

    tt

    t

    tt

    Construam o texto seguindo estas recomendaes:

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • PARA SABER MAIS

    t0QPEFSEBQBMBWSBCFNWJTWFMOP filme A casa do lago (The lake house) (direo de Alejandro Agresti, 2006, 99 min., livre). Nele encontramos a histria de amor entre Kate e Alex, que se conhecem apenas por correspondncia.

    tVisite a biblioteca ou sala de leitura de sua escola e veja, em primeira mo, como a palavra tem motivado muitas pessoas a escrever os mais variados livros. Entre eles, voc facilmente encontrar algum de Carlos Drummond de Andrade, autor cuja obra mui-to popular no Brasil.

    tA internet faz uso constante da palavra. O site apresenta uma variedade de textos literrios e biografias de seus autores. (Acesso em: 29 maio 2013).

    t"MFJUVSBEFjornais, como Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo, uma boa maneira de manter-se informado dos principais acontecimentos a seu redor, por meio de diversos textos, muitos deles informativos e expositivos.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • PORTUGAL

    BRASIL ANGOLA

    CABOVERDE

    GUIN--BISSAU

    MOAMBIQUE

    SO TOME PRNCIPE

    Macau

    TIMOR LESTE

    Lngua Portuguesa

    Lngua ocial e administrativa

    Lngua materna5

    2000 km

    Aores

    Madeira

    PORTUGAL

    Discusso oral

    Observando o mapa da lusofonia, comente com seu professor e seus colegas:

    t Qual a importncia da lngua portuguesa no Brasil e no mundo?

    t Em sua opinio, o que falar a lngua portuguesa adequadamente?

    BECHARA, Evanildo. Moderna gramtica portuguesa. 14. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004, [em 2010, a Guin Equatorial passou a ter a lngua portuguesa como um de seus idiomas oficiais e administrativos (nota do editor)].

    P

    orta

    l de

    Map

    as

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 2 LUSOFONIA SIM, NS FALAMOS PORTUGUS!

    Esta Situao de Aprendizagem nos dar a oportunidade de verificar como a lngua portuguesa aproxima povos de culturas e costumes variados.

    Para comeo de conversa

    A lngua portuguesa no mundo

    A lngua portuguesa como realidade social identifica e aproxima povos e culturas variadas, tanto dentro do Brasil como fora dele. Ela a sua lngua, bem como a de outros povos espalhados pelo mundo.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • APRENDENDO A APRENDER

    Chamamos de lusofonia o conjunto de identidades culturais e lingusticas existentes em pases falantes de portugus: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal, So Tom e Prncipe, Timor Leste e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo, como Macau na China. Alguns afirmam que a Galiza, territrio que pertence Espanha e onde se localiza a famosa cidade de Santiago de Compostela, tambm faz parte da lusofonia.

    Notcias de jornal em Moambique

    Aumento tranquilo de preos dos chapas em Maputo mas menos veculos e mais polcia

    Fonte: LUSA Agncia de Notcias de Portugal S/A. Publicado em 15 nov. 2012. Disponvel em: . Acesso em: 15 nov. 2012.

    Elabore perguntas para as respostas a seguir:

    1.

    Resposta: aproximadamente 250 milhes de pessoas ao redor do mundo.

    2.

    Resposta: so os pases da lusofonia.

    3.

    Resposta: a expanso do imprio portugus por razes econmicas e polticas.

    4.

    Resposta: variedades geogrficas ou diatpicas.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Aumento tranquilo de preos dos chapas em Maputo mas menos veculos e mais polcia

    Maputo, 15 nov (Lusa) - Os utentes dos transportes pblicos de Maputo comearam hoje a pagar os novos preos, num clima de normalidade mas com os acessos capital moambicana fortemente vigiados pela polcia e menor nmeros de chapas em circulao.

    Os aumentos, os primeiros desde 2004, e que afetam igualmente a cidade satlite da Matola, causaram receios de repetio de grandes manifestaes populares, em 2008, que se saldaram em vrios mortos e na suspenso do agravamento de preos.

    Mas, hoje, s 06:00 (04:00 em Lisboa), Maputo vivia um clima de tranquilidade, apenas destoado pelo menor circulao de chapas - as carrinhas de transporte informal - e pela presena de equipas policiais, armadas e com capacetes, nos principais pontos de acesso capital moambicana.

    Em resultado da reduo do nmero de veculos, havia mais gente do que habitualmente nas paragens de bairros perifricos, como Benfica e Jardim, e grandes grupos de pessoas caminhavam a p.

    t O que uma notcia de jornal?

    Pensando no ttulo do texto Aumento tranquilo de preos dos chapas em Maputo mas menos veculos e mais polcia, que assunto voc acredita que ser tratado? Por qu?

    t

    1. Leremos, a seguir, a notcia de um jornal de Moambique (verifique, no mapa anterior, a loca-lizao desse pas). Antes de ler, responda:

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Em Marracuene, a 30 quilmetros da capital, no eram muitos os chapas em circu-lao, disse Lusa um popular, falando por telefone, que, no entanto, referiu no haver sinais de perturbao.

    Os donos dos chapas tiraram-nos das ruas por estarem com medo de manifestaes mas no se passa nada, disse aquela fonte.

    Um reprter da estao pblica Rdio Moambique descreveu igualmente como tranquilo o ambiente em Magoanine, nos arredores da capital.

    Com os novos preos, registou-se uma subida de cinco meticais (0,13 cntimos de euro) para sete meticais (0,18 cntimos de euro) o preo de viagem nos autocarros do Estado e de 7,5 (0,21 cntimos de euro) para nove meticais (0,24 cntimos de euro) no transporte pblico dos operadores privados.

    Fonte: LUSA Agncia de Notcias de Portugal S/A. Publicado em 15 nov. 2012. Disponvel em:. Acesso em: 15 nov. 2012.

    2. Enquanto realizou sua leitura, que palavras do texto dificultaram a compreenso?

    3. Observe o ttulo da notcia de jornal que examinamos anteriormente e outras que o professor tenha apresentado e escolha as trs alternativas que identificam as caractersticas que devem estar presentes em um ttulo de notcia de jornal.

    ( ) Presena de verbos, de preferncia na voz ativa.

    ( ) Presena de muitos adjetivos.

    ( ) Verbos no Futuro do Indicativo.

    ( ) Uso de palavras consideradas difceis pelo leitor.

    ( ) Uso do Presente, a no ser que se refira a fatos distantes no Passado ou no Futuro.

    ( ) Presena de uma ideia-chave que sintetize a notcia.

    Use seu livro didtico para recapitular os conhecimentos gramaticais pressupostos neste exerccio.

    4. No caderno, em duplas ou trios, adaptem a notcia moambicana para o portugus do Brasil.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • VOC APRENDEU?

    t

    Discusso oral

    Quais so as principais diferenas entre a lngua portuguesa de Moambique e a lngua portuguesa do Brasil?

    As muitas maneiras de falar portugus

    1. No Brasil, encontramos diversas variedades na expresso da lngua portuguesa. Muitas delas so regionais, como o caipira, o nordestino, o gacho, o carioca. Algumas pessoas consideram que certas variedades so superiores a outras. Isso apropriado? O que voc pensa sobre o assunto?

    2. Encontre, em seu livro didtico, um texto que faa uso de uma variedade regional brasileira.

    3. Complete os espaos com os termos adequados ao sentido do texto, escolhendo entre as pala-vras do quadro a seguir:

    jornal opinies pessoais sintetiza explica repetem identifique desconsidere misturam compreenso resumo objetivo notcia informativa poema

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

    21

  • LIO DE CASA

    2. Pesquise na biblioteca, na internet ou no livro didtico um poema de um autor portugus.

    3. Elabore um pequeno texto expositivo, no caderno, explicando quem esse autor (biografia), sobre o que trata o poema e qual o valor desse texto para um leitor brasileiro (mnimo de trs pargrafos).

    O professor corrigir seu texto de acordo com os seguintes critrios: ttt

    t

    uso da norma-padro da lngua portuguesa;

    presena de um tema especfico;

    uso da estrutura prpria do texto expositivo;

    presena de um ttulo no texto.

    1. De acordo com as orientaes de seu professor, elabore o resumo de um filme ou de um cap-tulo de telenovela.

    Siga este roteiro:

    t defina o objetivo do seu texto;

    durante o programa identifique as ideias-chave: so tanto aquelas que se repetem no correr da apresentao, sendo rememoradas pelas personagens, como as fundamentais para com-preender o enredo;

    t

    t finalmente, escreva o texto.

    O um gnero textual que o contedo de outro texto (visual

    ou verbal), sem, contudo, manifestar . O primeiro passo ter um

    em mente. Em outras palavras, a resposta para as perguntas Para que estou fazendo isso?

    e Quem ler meu texto?. A resposta a essas perguntas deve estar presente j quando co-

    meamos a examinar o que resumiremos. Durante esse exame, as ideias-chave

    (aquelas que se e sem as quais se compromete a do que se l).

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • VOC APRENDEU?

    PARA SABER MAIS

    Considere tudo o que voc estudou nesta disciplina at este momento, reflita e responda no caderno quais contedos:

    O que acontece quando um jovem brasileiro aceita levar um objeto contrabandeado para Portugal? Esse o ponto de partida do filme Terra estrangeira (direo de Walter Salles e Daniela Thomas, 1995, 100 min., livre). Depois de chegar a Portugal, Paco ainda se envolve em mais confuses.

    A variante diatpica caipira apresentada com muito bom humor na irreverente his-tria do filme A marvada carne (direo de Andr Klotzel, 1985, 100 min.). As aventuras de Carula para conseguir casar-se so to engraadas como as de Quim, seu futuro marido, para conseguir comer um bom churrasco.

    Em 1998, o portugus Jos Saramago ganhou o Prmio Nobel de Literatura, um dos mais importantes prmios que um escritor pode receber. O moambicano Mia Couto tambm um autor respeitado em todo o mundo. Procure na internet, bem como na sala de leitura ou na biblioteca de sua escola, livros desses importantes escritores que represen-tam variedades da lngua portuguesa diferentes da brasileira.

    a) Foram agradveis de estudar? Por qu? b) Foram pouco interessantes? Por qu? c) Voc compreendeu to bem que poderia explic-los a um colega? d) Voc gostaria que fossem explicados de novo porque no conseguiu entend-los bem?

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • tttt

    Discusso oral

    Quais as caractersticas de uma letra de msica? Por que as pessoas ouvem msica? Qual a importncia da televiso em sua famlia? E em sua vida pessoal? Em sua opinio, televiso emburrece?

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 3 VOC EST NA MDIA?

    Depois de ter visto como a lngua portuguesa interage com outras culturas, voc ir relacionar a lngua materna com nosso cotidiano social pela mdia.

    Para comeo de conversa

    A televiso emburrece?

    Mdia: S. f. 1 todo suporte de difuso da informao que constitui um meio interme-dirio de expresso capaz de transmitir mensagens; o conjunto dos meios de comunicao social de massas [Abrangem esses meios o rdio, o cinema, a televiso, a imprensa, os sat-lites de comunicaes, os meios eletrnicos e telemticos de comunicao etc.].

    Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa (edio eletrnica). Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

    1. Acompanhe a msica selecionada pelo seu professor. Anote a letra no caderno.

    2. Veja o que um dicionrio explica sobre o termo mdia:

    a) Que relao existe entre mdia e televiso?

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • LIO DE CASA

    b) Observe: A televiso est me deixando muito burro.

    O dicionrio nos informa que um dos sinnimos de burro obtuso. Que diferena de sentido faria para a frase se, em vez do adjetivo burro, o autor tivesse usado obtuso?

    1. Faa uma pequena entrevista em casa com seus pais, irmos ou com algum vizinho. Procure iden-tificar o que pensam sobre a importncia da televiso na vida deles. Voc pode usar algumas das perguntas discutidas em classe na atividade da seo Discusso oral, por exemplo:

    t Qual a importncia da televiso em sua vida pessoal?

    t Quais so seus programas preferidos?

    t Em sua opinio, televiso emburrece?

    2. Com base nessas respostas, escreva um pequeno texto sobre a influncia da televiso na vida das pessoas.

    Leitura e anlise de texto

    Mdia e comunicao de massa

    A palavra mdia vem do latim media. Nessa antiga lngua que deu origem ao portu-gus, media o plural de medium, que significa meio. Ou seja, mdia o mesmo que meios. Meio aquilo que utilizamos para chegar a algum lugar. Como um nibus ou um carro que nos leva aonde desejamos ir. Mas a palavra mdia reservada no para o transporte, e sim para a comunicao humana.

    Mdia o conjunto de tecnologias especficas usadas por uma instituio, como uma emissora de televiso, por exemplo, para proporcionar comunicao humana. impor-tante notar tambm que a mdia faz uso da tecnologia. Em outras palavras, isso significa que, para haver mdia, necessrio que exista um intermedirio tecnolgico, o qual per-mite que a comunicao se realize. Quando a comunicao se faz por meio de um inter-medirio tecnolgico, dizemos, ento, que se trata de comunicao midiatizada.

    Claro, no incio da humanidade a comunicao no era midiatizada, isso porque no havia a tecnologia da comunicao. Hoje, no entanto, o que no faltam so instrumentos

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • APRENDENDO A APRENDER

    Todos os dias entramos em contato com diversos textos. muito importante identificar as ideias-chave daquilo que lemos. Essas ideias aparecem repetidas no texto por meio de palavras--chave.

    1. No texto Mdia e comunicao de massa, quais so as palavras-chave?

    para nos facilitar a comunicao, ou seja, para funcionarem como meios de comunicao ou, se preferir, mdia: telefones, televiso, cinema, fotografia, jornal, rdio etc.

    Tambm, quando falamos em mdia, duas caractersticas se destacam: primeiro, a uni-direcionalidade, ou seja, a mdia , normalmente, o caminho para uma voz falar com um outro, mas no d a oportunidade de resposta. o caso da televiso, do rdio e do jornal. Usando esses meios de comunicao, fcil uma pessoa falar com voc, mas responder-lhe j muito mais difcil. Depois, a produo centralizada e os contedos, padronizados.

    Isso quer dizer que os programas de televiso, rdio e os artigos de jornal no esto falan-do com voc, especificamente, mas com pessoas como voc. O risco disso reduzir o recep-tor da comunicao da mdia a uma massa em que se perdem as caractersticas individuais e os seres humanos passam a ser vistos apenas como coletivos: os adolescentes, as mulheres, os homossexuais, os idosos etc.

    Assim, hoje, quando se fala em mdia, normalmente nos referimos ao conjunto formado pelas emissoras de rdio, televiso; editoras de revistas e jornais, produtoras de cinema e quaisquer outras instituies que fazem uso de tecnologias como meio de comunicar-se com as massas.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • VOC APRENDEU?

    LIO DE CASA

    2. Assinale V ou F conforme considerar Verdadeiras ou Falsas as afirmaes a seguir que tomam como base o texto Mdia e comunicao de massa. ( ) Mdia significa meio e faz referncia aos instrumentos tecnolgicos que usamos como

    meio para nos comunicarmos. ( ) A mdia procura ser seletiva no seu uso, buscando atingir antes qualidade do que quanti-

    dade. ( ) Comunicao midiatizada utiliza um intermedirio tecnolgico. ( ) A mdia , muitas vezes, unidirecional, no permitindo a resposta do interlocutor. ( ) Televiso, jornal e telefone so exemplos de comunicao unidirecional.

    ( ) A maioria dos textos produzidos pela mdia tem seus contedos padronizados e cen-tralizados, dirigindo-se no a uma pessoa especfica, mas a um modelo de pblico.

    3. Considerando que no texto Mdia e comunicao de massa as palavras-chave so mdia, comuni-cao e tecnologia, elabore uma frase que traduza a ideia central do texto.

    4. Utilize a frase produzida para completar o esquema a seguir:

    TECNOLOGIA

    1. O professor ir solicitar que voc destaque as palavras-chave de um texto que ele apresentar para a turma.

    2. Utilize as palavras destacadas para produzir, no caderno, uma sntese do texto apresentado pelo professor.

    Recapitulao gramatical: sujeito e concordncia

    1. Sublinhe o sujeito das frases a seguir:

    a) Um grupo de alunos fez o trabalho.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • b) Os maiores responsveis somos ns.

    c) O professor e os alunos visitaram o museu.

    d) Daqui a pouco, aparecero, no horizonte, o sol e os barquinhos.

    e) Um ou outro fazia a lio de casa.

    f ) Cada folha, cada livro e cada prova virou p.

    2. Escreva o verbo no Pretrito Perfeito do Indicativo, concordando com o sujeito:

    a) Uma quantidade de moedas no cho. (cair)

    b) A maioria dos alunos para a prova. (estudar)

    c) Pedro e suas filhas ao circo. (ir)

    d) Ainda no o diretor e a professora de Artes. (chegar)

    e) no s Paulo, como tambm sua esposa. (votar)

    Seo Projeto

    Monte a sua empresa de fotojornalismo

    Fase I

    Seguindo as orientaes de seu professor, renam-se em grupos. Cada grupo ser uma pequena empresa de fotojornalismo.

    A primeira encomenda dessa empresa uma coleo de at trs fotografias com o ttulo O sabor da lngua portuguesa.

    Antes de sarem fotografando por a, no entanto, apresentem, em folha parte, um projeto do que pretendem fazer. Para isso, sigam este roteiro:

    I. Objetivo: Qual a contribuio que o trabalho de vocs vai dar ao tema? Ou seja, o que vocs querem atingir com o trabalho fotogrfico?

    II. Justificativa: Por que o trabalho de vocs importante para a defesa do tema proposto? III. Metodologia: Como vocs vo obter as fotos? Quem vai fazer o qu no exerccio? Alm disso, as fotografias devem vir acompanhadas de legendas.

    A legenda um pequeno texto escrito que explica e amplia a compreenso da foto. Ela deve ajudar o leitor a tirar pleno proveito da foto, no apenas repetindo o que se v, mas chamando a ateno para detalhes importantes. aconselhvel que ela siga um padro. Para esse trabalho, sugerimos:

    t Nome dos fotgrafos (alunos). Ttulo da fotografia. Local onde foi tirada. Breve comentrio.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • VOC APRENDEU?

    Considere tudo o que voc estudou nesta Situao de Aprendizagem, reflita e responda no ca-derno:

    1. Que contedos voc considera mais importantes para sua educao? Por qu? 2. Em que contedos sente confiana e quais conseguiria explicar a um colega sem fazer consultas? 3. Que contedos sente necessidade de voltar a estudar?

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Discusso oral

    ttt

    Por que esses ttulos de notcia se parecem tanto com o portugus? O que voc sabe sobre o latim? O que voc sabe sobre a antiga Roma?

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 4 A HISTRIA DA LNGUA PORTUGUESA

    Nesta Situao de Aprendizagem, voc ter a oportunidade de conhecer um pouco da histria da nossa lngua materna e constatar que ela patrimnio cultural da comunidade lusfona.

    Para comeo de conversa

    Os muitos modos de falar latim

    A seguir, temos alguns ttulos de notcias jornalsticas em diversos idiomas neolatinos. Tente traduzi-los:

    a) II Xornada de Cinema Galego: Viaxeiros de novas paisaxes.

    b) El Alcalde de A Corua pide prohibir vender alcohol a partir de las 22 horas.

    c) La scuola ha in mano il futuro di una comunit.

    d) Lcole prend la main le future dune communaut.

    Leitura e anlise de texto

    1. Leia o texto a seguir: O homem o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experincia adquirida

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • LIO DE CASA

    pelas numerosas geraes que o antecederam. A manipulao adequada e criativa desse patrimnio cultural permite as inovaes e as invenes. Estas no so, pois, o produto da ao isolada de um gnio, mas o resultado do esforo de toda uma comunidade.

    LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropolgico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

    Ana Lusa diz: Naum tendi nada da aula de hj de ptg. Esse lance de meio social de que foi socializado... M confuso!

    Pedro diz: Nada, Ana! Eh simples! Primeiro que no meio social que o texto dizia. Ali se falava que o homem se torna um ser social a partir do em que ele se encontra.

    Ana Lusa diz: Tah! E dae? Pedro diz: Isso significa que sozinho ningum gnio.

    Ana Lusa diz: Como assim?

    que recebeu de seus antepassados. Se ela usa sabiamente tais co- nhecimentos, essa prospera.

    2. D um ttulo ao texto. Justifique sua resposta.

    A partir das informaes do texto lido, complete o seguinte dilogo pela internet entre Ana Lusa e Pedro:

    Pedro diz: Tudo depende de como uma determinada comunidade trata do

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  • t

    Discusso oral

    Que dificuldades voc costuma sentir quando l um texto expositivo escolar, como o livro didtico, por exemplo?

    t O que voc j sabe, mesmo antes de ler o texto, sobre a origem da lngua portuguesa?

    Ana Lusa diz: E o que isso tem a ver com aula de portugus? Pedro diz:

    Ana Lusa diz: Legaw, Pedro. Brigado. Agora fiko bem + claro.

    Leitura e anlise de texto

    1. Faa a leitura silenciosa do texto.

    A origem da lngua portuguesa

    Os romanos desembarcam na Pennsula Ibrica em 218 a.C. Aos poucos eles promovem a colonizao de todo aquele imenso espao. Impem sua cultura e sua lngua, o latim.

    A lngua portuguesa origina-se do latim falado por pessoas simples que deixavam Roma para ir morar na nova provncia romana da Lusitnia. E tambm, claro, dos antigos

    A origem da lngua portuguesa

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    NPs

    moradores, que, no sendo romanos, no falavam latim, mas achavam vantajoso aprender essa lngua visando a um futuro mais prspero. Mais tarde, a parte norte da provncia da

    A partir de 218 a.C. at o sculo XI, a lngua falada em toda a Penn-sula Ibrica o romance ou roman-o, palavras que vm de Roma. O ro-mano uma lngua intermediria entre o latim falado pelo povo e as lnguas neolatinas atuais.

    Entre 409 e 711, povos de origem germnica dominam a Pennsula Ibrica. Em 711, ocorre a invaso rabe da Pennsula Ibri-ca. A lngua rabe torna-se o idio-ma oficial das regies conquistadas, mas grande parte da populao continua a falar o romance.

    Mapa baseado em TEYSSIER, Paul. Histria da lngua portuguesa. Trad. Celso Cunha. So Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 4.

    Aos poucos ocorre a retomada dos territrios ocupados. Surgem reinos que dividem entre si o territrio peninsular. Entre eles, Portugal, onde se falava o galego-portugus, que d origem ao nosso portugus. Com a Reconquista, as populaes do Norte (que falavam galego-portugus) ocupam tambm o Sul, dando assim origem ao territrio portugus. Puxa! Quantas reviravoltas! Mas no para a!

    Os sculos XV e XVI assistem expanso martima portuguesa. Com a construo do imprio portugus de ultramar, a lngua portuguesa faz-se presente em vrios lugares da sia, frica e Amrica, sofrendo influncias locais. assim que o portugus chega ao Brasil. Aqui ele interagir com os povos indgenas, mas tambm com os escravos vindos da frica e, mais tarde, com os muitos imigrantes que aqui chegaram, como italianos, espanhis, rabes e at, vejam s, mais portugueses.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    2. Agora que leu o texto, confirmou suas hipteses de leitura ou no? Explique sua resposta.

    3. Complete o quadro esquemtico a seguir com as informaes do texto expositivo que acabou de ler.

    Lusitnia, a Gallaecia, junta-se pro-vncia Tarraconensis. Veja o mapa ao lado.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • LIO DE CASA

    O qu?

    Invaso rabe.

    Reconquista do territrio ocupado.

    Expanso ultramartima portuguesa.

    Chegada dos portugueses ao territrio brasileiro.

    Quando?

    218 a.C.

    Entre 218 a.C. e o sculo XI.

    711 d.C.

    A partir do sculo XI.

    Onde?

    t

    t

    Discusso oral

    Quais as caractersticas de um poema?

    O que sabe a respeito da expanso martima portuguesa?

    Elabore, no caderno, um pequeno resumo do texto expositivo A origem da lngua portuguesa.

    O mar: salgado ou portugus?

    1. Leia o poema a seguir, do escritor portugus Fernando Pessoa (1888-1935), sobre a expanso martima portuguesa. Antes, porm, discuta com seu professor e colegas:

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Leitura e anlise de texto

    Mar portugus

    mar salgado, quanto do teu sal So lgrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mes choraram, Quantos filhos em vo rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, mar!

    Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma no pequena. Quem quer passar alm do Bojador Tem que passar alm da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele que espelhou o cu.

    Fernando Pessoa

    PESSOA, Fernando. Mensagem. Disponvel em: . Acesso em: 28 maio 2013.

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    PARA SABER MAIS

    Fernando Antnio Nogueira Pessoa nasceu em 1888 em Lisboa, Portugal, e faleceu em 1935. Enigmtico e mstico, um dos poetas mais representativos da lngua portuguesa.

    2. Com a orientao do professor, faa a leitura oral do poema.

    3. Relacione o poema com o texto expositivo: A que acontecimento histrico se refere o texto potico?

    4. Observe:

    t salgado, quanto do teu sal mar

    t mar, quanto do teu sal

    Como o adjetivo salgado participa na construo de sentido do texto?

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • A Histria de um povo parece ser o produto de um desenrolar racional de aconteci-mentos, cheio de explicaes racionais. Fernando Pessoa nos diz que a Histria fruto do acaso ou de uma vontade misteriosa, divina e acima da compreenso humana.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

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    Discusso oral

    Tudo vale a pena se a alma no pequena? O que uma alma pequena? Quando uma alma grande pode se tornar pequena?

    APRENDENDO A APRENDER

    Lembre-se de algumas caractersticas da discusso em sala de aula:

    I. Refora a ideia do sal que aproxima lgrima e mar.

    II. Sugere que o sal do mar vem das lgrimas das pessoas que ficaram em Portugal.

    III. Inferioriza o valor heroico do mar.

    Esto corretas:

    a) apenas I e II.

    b) apenas II e III.

    c) apenas I e III.

    d) todas.

    5. Leia o comentrio a seguir e responda no caderno.

    a) Voc concorda com esse comentrio? Por qu? b) Observe: Quem quer passar alm do Bojador/Tem que passar alm da dor.

    A que dores se refere o poema?

    c) A que se refere a pergunta Valeu a pena? no poema? d) O que representa o mar no poema Mar portugus?

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • PESQUISA INDIVIDUAL

    t falar um por vez! No possvel todos se expressarem ao mesmo tempo: um espera o

    t

    outro concluir para poder falar;

    no apropriado que apenas um fale o tempo todo;

    t importante que se tome o turno da palavra. A forma mais comum de fazer isso na escola levantando a mo para pedir a vez.

    1. Pesquise na sala de leitura ou na biblioteca de sua escola, bem como na internet, quem foi Fernando Pessoa. Leve essas informaes para a sala de aula.

    2. Com a orientao do professor, elabore um texto coletivo sobre a vida desse grande escritor portugus.

    3. Procure, no livro didtico, outros poemas de Fernando Pessoa.

    Leitura e anlise de texto

    Pense no significado do mar no poema a seguir, do poeta mineiro Alphonsus de Guima-raens (1870-1921).

    Ismlia

    Quando Ismlia enlouqueceu, Ps-se na torre a sonhar... Viu uma lua no cu, Viu outra lua no mar.

    No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao cu, Queria descer ao mar...

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • LIO DE CASA

    As asas que Deus lhe deu

    E como um anjo pendeu

    E, no desvario seu, Na torre ps-se a cantar... Estava perto do cu, Estava longe do mar...

    As asas para voar... Queria a lua do cu, Queria a lua do mar...

    Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao cu, Seu corpo desceu ao mar...

    GUIMARAENS, Alphonsus de. Ismlia. In: MORICONI, talo (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do sculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 45.

    PARA SABER MAIS

    Alphonsus de Guimaraens nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em 1870. Sua poesia apresenta principalmente temas como amor e morte.

    Guimaraens Pessoa libertao dor prmio lua portugueses bondade

    1. Complete os espaos com os termos adequados ao sentido do texto, escolhendo entre as pala-vras do quadro a seguir (uma vai sobrar):

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Comparando o sentido do mar entre Mar portugus e Ismlia, notamos que, nos dois poemas, o mar ao mesmo tempo e . Mas, enquanto no poema de a dor que o mar provoca para que os tomem posse dele faz que ele mesmo se torne o grande , uma herana, em , o mar apenas um lugar onde est algo maior: a .

    VOC APRENDEU?

    2. Observe:

    Quando Ismlia enlouqueceu, Quando Ismlia ficou louca.

    Enloqueceu e ficou louca aparentemente significam a mesma coisa. Mas, no poema, faria diferen-a usar uma forma ou outra? Explique.

    3. Adapte o poema Mar portugus, de Fernando Pessoa, em uma imagem, em papel A4. Os critrios utilizados para a avaliao permanecem os mesmos:

    t criatividade;

    t distribuio da figura na folha de papel;

    t fidelidade ao poema;

    t organizao e limpeza na elaborao do trabalho.

    Imagine que Ana Lusa tem de escrever um e-mail para sua amiga Rebeca, que esteve doente e perdeu toda a matria desta Situao de Aprendizagem.

    Depois de escrev-lo, troque a mensagem escrita com outros colegas; o professor solicitar que anotem, a lpis, sugestes para melhorar o texto. Considere com ateno as opinies de seus colegas. Voc no obrigado a segui-las, mas verifique se, de fato, elas deixariam o texto melhor. Finalmente, aps as mudanas que julgar oportunas, entregue o texto ao professor. Se seu professor preferir, vocs podem fazer esta atividade em duplas ou trios.

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  • Discusso oral

    O que voc pensa das palavras a seguir, do educador brasileiro Paulo Freire?

    Como presena consciente no mundo, no posso escapar responsabilidade tica no meu mover-me no mundo.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa. So Paulo: Paz e Terra, 1996. .

    Leitura e anlise de texto

    1. Leia o poema a seguir.

    Contemplo o lago mudo

    Contemplo o lago mudo

    Que uma brisa estremece.

    No sei se penso em tudo

    Ou se tudo me esquece.

    Para comeo de conversa Somos uma presena consciente no mundo

    1. Desenhe o contorno de um ser humano no caderno. Dentro desse contorno escreva uma palavra que traduza melhor quem voc.

    A seguir, vamos ler um poema de Fernando Pessoa, de quem j lemos Mar portugus, sobre contemplao.

    2. Antes da leitura, converse com seu colega:

    t Estar sozinho sempre ruim?

    t O que contemplar?

    t importante parar de vez em quando para pensar em quem somos? Por qu?

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 5 A PALAVRA ME FAZ EU...

    Chegou o momento de voc verificar as diferenas entre poesia e prosa, assim como o valor que as palavras tm nesses textos. Isso o que prope esta Situao de Aprendizagem.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • LIO DE CASA

    O lago nada me diz,

    No sinto a brisa mex-lo

    No sei se sou feliz

    Nem se desejo s-lo.

    Trmulos vincos risonhos

    Na gua adormecida.

    Por que fiz eu dos sonhos

    A minha nica vida?

    PESSOA, Fernando. Cancioneiro. Disponvel em: . Acesso em: 28 maio 2013.

    2. O que voc compreendeu do poema?

    3. Compare o trabalho feito na Atividade 1 (desenho da figura humana com palavra escrita no seu interior) com o poema que leu, Contemplo o lago mudo: H semelhanas? Quais?

    Responda no caderno:

    1. O que um verso?

    2. Quantos versos tem o poema Contemplo o lago mudo?

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • VOC APRENDEU?

    APRENDENDO A APRENDER

    Lembre-se: os adjetivos caracterizam os seres e do expressividade ao texto.

    Discusso oral

    Que diferena faria para todo o poema se, em vez de mudo, o eu lrico tivesse escolhi-do outro adjetivo?

    3. Quantas estrofes tem esse mesmo poema?

    4. Identifique o adjetivo na 1a estrofe.

    5. Identifique os substantivos na 1a estrofe.

    Contemplando a gramtica para compreender o poema

    1. Releia o poema Contemplo o lago mudo. Observe o primeiro verso. Por que podemos dizer que ele ambguo?

    2. Identifique outro verso em que o poeta usou do mesmo recurso expressivo:

    a) o lago nada me diz.

    b) no sei se penso em tudo.

    c) no sei se sou feliz.

    d) trmulos vincos risonhos.

    e) por que fiz eu dos sonhos.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Por exemplo:

    3. Pense agora no verso Na gua adormecida.

    a) Comente oralmente as diferenas ao mudar de adjetivo:

    t suja; na gua

    t na gua cristalina;

    t agitada. na gua

    b) E se, em vez do adjetivo, trocssemos o substantivo? Se o eu lrico dissesse:

    t mar mudo; contemplo o

    t infinito mudo;contemplo o

    t acidente mudo. contemplo o

    c) E se trocssemos o verbo?

    t OPMBHPNVEPnado

    t OPMBHPNVEPbanho-me

    t PMBHPNVEPbebo

    t PMBHPNVEPolho

    Durante a discusso, anote, no caderno, as principais ideias que surgirem. Faa isso em forma de tpicos.

    4. A afirmao a seguir verdadeira ou falsa? Por qu? Justifique sua resposta recorrendo ao poema Contemplo o lago mudo.

    Muitas vezes, o leitor encontra em uma palavra do poema uma pluralidade de sentidos que valoriza o plano artstico do texto. Os sentidos plurais das palavras no poema se complementam e enriquecem as diferentes leituras realizadas.

    t DPOUFNQMPPMBHPagitado;

    t DPOUFNQMPPMBHPcalmo;

    t DPOUFNQMPPMBHPestranho.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • LIO DE CASA

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    t

    Discusso oral

    Voc gostaria de ser poeta?

    O que necessrio para escrever um poema?

    Prazeres

    O primeiro olhar da janela de manh

    O velho livro de novo encontrado

    Rostos animados

    Neve, o mudar das estaes

    5. Trocando o substantivo, temos de trocar todo o texto...

    a) O rato roeu a roupa do rei de Roma.

    O gato

    b) Mais vale um pssaro na mo do que dois voando.

    Mais vale um cachorro

    c) gua mole em pedra dura, tanto bate at que fura.

    Ouro

    Voc quer ser poeta?

    1. Bertolt Brecht (1898-1956), o escritor que produziu o poema a seguir, apresenta uma lista de coisas que o deixam feliz. Pela enumerao de acontecimentos, objetos, pessoas, sensaes, sen-timentos, atividades, o poeta diz o que felicidade. Reflita enquanto faz a leitura.

    O jornal

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • O co

    A dialtica

    Tomar ducha, nadar

    Velha msica

    Sapatos cmodos

    Compreender

    Msica nova

    Escrever, plantar

    Viajar, cantar

    Ser amvel.

    BRECHT, B. Poemas e canes. Coimbra: Livraria Almedina, 1975.

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    Discusso oral

    Em sua opinio, para que serve a aula de Lngua Portuguesa na escola?

    O que falar bem o portugus?

    Leitura e anlise de texto

    1. Leia silenciosamente o texto expositivo a seguir, que explica por que estudar gramtica.

    Chamamos de norma-padro aquela considerada pela sociedade como a que deve ser utilizada para transmitir informaes importantes. Assim, um livro de Biologia ou uma

    2. Sinta-se um poeta. Entre na personagem e escreva um poema. Em seu texto deve haver pelo menos quatro verbos, trs substantivos e dois adjetivos. Identifique-os claramente. Voc tem toda a liberdade para escrever o que quiser, mas deve levar em conta o efeito que suas escolhas vo causar nos leitores.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

    45

  • prova de Geografia no deveriam vir escritos com textos como: A gente vai punhendo as coisa no tubo di ensaiu e fica zoianu pra v nu que qui d.

    A norma-padro, como a nossa experincia cotidiana sabe, no a nica existente. A lngua portuguesa rica em variedades, como diferentes plantas de uma mesma espcie. Todas as variedades do portugus so apropriadas para a comunicao e interao dos seres humanos. A questo que nem todas as variedades tm o mesmo prestgio e aceitao na sociedade.

    Se por um lado bom que haja uma norma-padro que nos permita desenvolver uma cultura brasileira na mdia, por outro, podem surgir preconceitos e dificuldades para aqueles que no dominam essa mesma norma. Isso ocorre porque muitos consideram as variedades de portugus diferentes das que esto acostumados como erradas e engraadas. Alm disso, dominar a norma-padro essencial em certos crculos sociais, especialmente o ligado ao mundo do trabalho, para obter um bom emprego e relacionar-se com as pessoas.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    a) Identifique as palavras-chave do texto.

    b) Elabore uma frase que transmita a ideia-chave do texto e que faa uso das palavras-chave encontradas.

    2. Em duplas ou trios, escrevam um pequeno texto de trs pargrafos para expor as principais difi-culdades com a norma-padro que vocs enfrentam na comunidade onde vivem. O texto deve seguir a seguinte estrutura:

    1o pargrafo: breve exposio do que a norma-padro;

    2o pargrafo: anlise das principais dificuldades com a norma-padro que vocs enfrentam na comunidade onde vivem;

    3o pargrafo: sugesto de interveno solidria na realidade com o objetivo de resolver a questo: A norma-padro e a comunidade onde vivo: um problema ou uma soluo?.

    As sugestes dadas devem respeitar os valores humanos e considerar a diversidade socio-cultural.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • PARA SABER MAIS

    t A coleo de livros Para gostar de ler, da editora tica, um convite a que nos desen-volvamos como leitores. O volume dedicado poesia traz textos dos poetas brasileiros Vinicius de Moraes, Ceclia Meireles, Mrio Quintana e Henriqueta Lisboa.

    t O filme Desmundo (direo de Alain Fresnot, 2003, 100 min., 14 anos) apresenta--nos o Brasil de 1570. Entre as diversas pessoas vindas de Portugal, h Oribela, jovem sensvel e religiosa. Contra sua vontade, ela entregue em casamento a Fran-cisco de Albuquerque e segue com o marido serto adentro, rumo ao engenho de acar. A variedade de portugus usada em todo o filme a da poca, o que constitui um saboroso desafio para o espectador.

    Considere tudo o que voc estudou nesta Situao de Aprendizagem e responda s questes a seguir no caderno:

    1. Que contedos gostou de estudar? Por qu?

    2. Que contedos no despertaram seu interesse?

    3. Se voc fosse o professor, o que teria feito para que esses contedos menos interessantes se tor-nassem mais agradveis de estudar?

    4. Que contedos voc precisa voltar a estudar, porque no os compreendeu ainda de modo sufi- ciente?

    VOC APRENDEU?

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Discusso oral

    t Voc gosta de ler histrias?

    t De que tipo de histrias voc mais gosta? Por qu?

    t O que o ttulo A confisso da leoa lhe sugere?

    t O que voc espera do texto que ler?

    PARA SABER MAIS

    Antnio Emlio Leite Couto um escritor moambicano. Nasceu em 1955 e o nico escritor africano membro da Academia Brasileira de Letras.

    Leitura e anlise de texto

    A confisso da leoa

    Todas as manhs a gazela acorda sabendo que tem que correr mais veloz que o leo ou ser morta. Todas as manhs o leo acorda sabendo que deve correr mais rpido que a gazela ou morrer de fome. No importa se s um leo ou uma gazela: quando o Sol desponta o melhor comeares a correr.

    COUTO, Mia. Provrbio africano. In: A confisso da leoa. So Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 79.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 6 QUEM SOUBER QUE CONTE OUTRA!

    Nesta Situao de Aprendizagem voc ir se aproximar das estruturas narrativas do conto, espe- cialmente da usada pelo escritor brasileiro Machado de Assis.

    Para comeo de conversa

    Contando um conto

    Leia a seguir um conto do escritor moambicano Mia Couto, chamado A confisso da leoa. Antes de ler, responda:

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • 1. O que contm um texto narrativo? Indique as alternativas corretas:

    a) ( ) um narrador, ou seja, algum que conta a histria, que nos apresenta seu enredo.

    b) ( ) as personagens, que so responsveis pela ao da trama dentro da histria.

    c) ( ) comentrios impessoais a respeito do espao e do tempo do enredo.

    Ao ezercutar-mos qualquer atividade, se de fato quizermos obiter bons resultado deve-mos conciderar que nada to urjente que no poa ser pranejado. Improvisa faiz com que nossas aes depende da sorte e no de nossa copetncia.

    d) ( ) espao e tempo. Em que lugar, ou cenrio, e quando acontece a ao das personagens.

    e) ( ) um ponto de vista, ou seja, o enredo determina uma argumentao para convencer o leitor a gostar da histria.

    2. O texto A confisso da leoa uma narrativa? Por qu?

    Recapitulao gramatical

    A seguir voc ler um texto expositivo escrito por Juka:

    Ajude-o a ter uma boa nota. Reescreva o texto, no caderno, corrigindo os desvios da norma--padro.

    Lendo um conto

    A seguir, vamos ler um conto de Machado de Assis, dividido em partes. O conto um tipo especfico de narrativa.

    LIO DE CASA

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Discusso oral

    t esponsais sugere a voc? O que a palavra

    t O que voc espera do enredo de um conto com esse ttulo?

    1. Vamos fazer uma pequena pausa para que voc responda s seguintes questes no caderno.

    a) O narrador se dirige a que tipo de leitor?

    b) O conto ser lido apenas por esse tipo de leitor a que o narrador se dirige? Por qu?

    c) Voc, com certeza, j viu muitas pessoas de cabea branca. O que lhe vem mente quando

    pensa em uma cabea branca, expresso que aparece no texto?

    Depois dessa reflexo, podemos voltar ao conto...

    Chama-se Romo Pires; ter sessenta anos, no menos, nasceu no Valongo, ou por esses lados. bom msico e bom homem; todos os msicos gostam dele. Mestre Romo o nome familiar; e dizer familiar e pblico era a mesma coisa em tal matria e naquele tempo. Quem rege a missa mestre Romo equivalia a esta outra forma de anncio, anos depois: Entra em cena o ator Joo Caetano; ou ento: O ator Martinho cantar uma de suas melhores rias. Era o tempero certo, o chamariz delicado e popular. Mestre Romo rege a festa! Quem no conhecia mestre Romo, com o seu ar circunspecto, olhos no cho, riso triste, e passo demorado? Tudo isso desaparecia frente da orquestra; ento

    Leitura e anlise de texto

    Cantiga de esponsais

    Imagine a leitora que est em 1813, na igreja do Carmo, ouvindo uma daquelas boas festas antigas, que eram todo o recreio pblico e toda a arte musical. Sabem o que uma missa cantada; podem imaginar o que seria uma missa cantada daqueles anos remotos. No lhe chamo a ateno para os padres e os sacristes, nem para o sermo, nem para os olhos das moas cariocas, que j eram bonitos nesse tempo, nem para as mantilhas das senhoras graves, os cales, as cabeleiras, as sanefas, as luzes, os incensos, nada. No falo sequer da orquestra, que excelente; limito-me a mostrar-lhes uma cabea branca, a cabe-a desse velho que rege a orquestra, com alma e devoo.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Ah! se mestre Romo pudesse seria um grande compositor. Parece que h duas sortes de vocao, as que tm lngua e as que a no tm. As primeiras realizam-se; as ltimas re-presentam uma luta constante e estril entre o impulso interior e a ausncia de um modo de comunicao com os homens. Romo era destas. Tinha a vocao ntima da msica; trazia dentro de si muitas peras e missas, um mundo de harmonias novas e originais, que no alcanava exprimir e pr no papel. Esta era a causa nica da tristeza de mestre Romo.

    2. Vamos parar novamente para mais uma pequena reflexo. Repare que Machado, ao descrever a casa de mestre Romo, opta pelo uso de frases negativas. Ao fazer assim, podemos afirmar que se refora:

    a) a dificuldade de expresso de Machado de Assis.

    b) a sensao de ausncia presente na casa sombria e nua.

    c) a falta de vocabulrio do narrador.

    d) a iluso de fartura com que vive o mestre Romo.

    e) o culto pobreza que alimenta a f do mestre Romo.

    Voltemos a mais um trecho do texto:

    a vida derramava-se por todo o corpo e todos os gestos do mestre; o olhar acendia-se, o riso iluminava-se: era outro. No que a missa fosse dele; esta, por exemplo, que ele rege agora no Carmo de Jos Maurcio; mas ele rege-a com o mesmo amor que empregaria, se a missa fosse sua.

    Acabou a festa; como se acabasse um claro intenso, e deixasse o rosto apenas alu-miado da luz ordinria. Ei-lo que desce do coro, apoiado na bengala; vai sacristia beijar a mo aos padres e aceita um lugar mesa do jantar. Tudo isso indiferente e calado. Jan-tou, saiu, caminhou para a rua da Me dos Homens, onde reside, com um preto velho, pai Jos, que a sua verdadeira me, e que neste momento conversa com uma vizinha.

    Mestre Romo l vem, pai Jos, disse a vizinha.

    Eh! eh! adeus, sinh, at logo.

    Pai Jos deu um salto, entrou em casa, e esperou o senhor, que da a pouco entrava com o mesmo ar do costume. A casa no era rica naturalmente; nem alegre. No tinha o menor vestgio de mulher, velha ou moa, nem passarinhos que cantassem, nem flores, nem cores vivas ou jocundas. Casa sombria e nua. O mais alegre era um cravo, onde o mestre Romo tocava algumas vezes, estudando. Sobre uma cadeira, ao p, alguns papis de msica; nenhuma dele...

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • 3. Agora responda a mais estas questes:

    a) Na poca em que se passa a narrativa, ainda existia escravido no Brasil. Prove isso com uma passagem do texto.

    Naturalmente o vulgo no atinava com ela; uns diziam isto, outros aquilo: doena, falta de dinheiro, algum desgosto antigo; mas a verdade esta: a causa da melancolia de mestre Romo era no poder compor, no possuir o meio de traduzir o que sentia. No que no rabiscasse muito papel e no interrogasse o cravo, durante horas; mas tudo lhe saa informe, sem ideia nem harmonia. Nos ltimos tempos tinha at vergonha da vizinhana, e no tentava mais nada.

    E, entretanto, se pudesse, acabaria ao menos uma certa pea, um canto esponsalcio, comeado trs dias depois de casado, em 1779. A mulher, que tinha ento vinte e um anos, e morreu com vinte e trs, no era muito bonita, nem pouco, mas extremamente simptica, e amava-o tanto como ele a ela. Trs dias depois de casado, mestre Romo sen-tiu em si alguma coisa parecida com inspirao. Ideou ento o canto esponsalcio, e quis comp-lo; mas a inspirao no pde sair. Como um pssaro que acaba de ser preso, e forceja por transpor as paredes da gaiola, abaixo, acima, impaciente, aterrado, assim batia a inspirao do nosso msico, encerrada nele sem poder sair, sem achar uma porta, nada. Algumas notas chegaram a ligar-se; ele escreveu-as; obra de uma folha de papel, no mais. Teimou no dia seguinte, dez dias depois, vinte vezes durante o tempo de casado. Quando a mulher morreu, ele releu essas primeiras notas conjugais, e ficou ainda mais triste, por no ter podido fixar no papel a sensao de felicidade extinta.

    Pai Jos, disse ele ao entrar, sinto-me hoje adoentado.

    Sinh comeu alguma coisa que fez mal...

    No; j de manh no estava bom. Vai botica...

    O boticrio mandou alguma coisa, que ele tomou noite; no dia seguinte mestre Romo no se sentia melhor. preciso dizer que ele padecia do corao: molstia grave e crnica. Pai Jos ficou aterrado, quando viu que o incmodo no cedera ao remdio, nem ao repouso, e quis chamar o mdico.

    Para qu? disse o mestre. Isto passa.

    O dia no acabou pior; e a noite suportou-a ele bem, no assim o preto, que mal pde dormir duas horas. A vizinhana, apenas soube do incmodo, no quis outro motivo de palestra; os que entretinham relaes com o mestre foram visit-lo. E diziam-lhe que no era nada, que eram macacoas do tempo; um acrescentava graciosamente que era manha, para fugir aos capotes que o boticrio lhe dava no gamo, outro que eram amores. Mestre Romo sorria, mas consigo mesmo dizia que era o final.

    Est acabado, pensava ele.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • b) O que voc acha que vai acontecer a seguir no conto?

    4. Vamos parar mais uma vez nossa leitura. Responda oralmente:

    a) Por que mestre Romo queria tanto acabar sua msica, mesmo de qualquer jeito?

    b) O que voc acha que acontecer a seguir no conto?

    Um dia de manh, cinco depois da festa, o mdico achou-o realmente mal; e foi isso o que ele lhe viu na fisionomia por trs das palavras enganadoras: Isto no nada; preciso no pensar em msicas...

    Em msicas! justamente esta palavra do mdico deu ao mestre um pensamento. Logo que ficou s, com o escravo, abriu a gaveta onde guardava desde 1779 o canto esponsalcio comeado. Releu essas notas arrancadas a custo e no concludas. E ento teve uma ideia sin-gular: rematar a obra agora, fosse como fosse; qualquer coisa servia, uma vez que deixasse um pouco de alma na terra.

    Quem sabe? Em 1880, talvez se toque isto, e se conte que um mestre Romo...

    O princpio do canto rematava em um certo l; este l, que lhe caa bem no lugar, era a nota derradeiramente escrita. Mestre Romo ordenou que lhe levassem o cravo para a sala do fundo, que dava para o quintal: era-lhe preciso ar. Pela janela viu na janela dos fundos de outra casa dois casadinhos de oito dias, debruados, com os braos por cima dos ombros, e duas mos presas. Mestre Romo sorriu com tristeza.

    Aqueles chegam, disse ele, eu saio. Comporei ao menos este canto que eles podero tocar...

    Sentou-se ao cravo; reproduziu as notas e chegou ao l...

    L, l, l...

    Nada, no passava adiante. E contudo, ele sabia msica como gente.

    L, d... l, mi... l, si, d, r... r... r...

    Impossvel! nenhuma inspirao. No exigia uma pea profundamente original, mas en-fim alguma coisa, que no fosse de outro e se ligasse ao pensamento comeado. Voltava ao princpio, repetia as notas, buscava reaver um retalho da sensao extinta, lembrava-se da mulher, dos primeiros tempos. Para completar a iluso, deitava os olhos pela janela para o lado dos casadinhos. Estes continuavam ali, com as mos presas e os braos passados nos ombros um do outro; a diferena que se miravam agora, em vez de olhar para baixo. Mestre Romo, ofegante da molstia e de impacincia, tornava ao cravo; mas a vista do casal no lhe suprira a inspirao, e as notas seguintes no soavam.

    L... l... l...

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • 5. Transcreva no caderno trechos do conto que comprovem as afirmativas a seguir:

    a) O narrador pode projetar uma imagem do leitor dentro da narrativa e conversar com esse leitor.

    b) O conto Cantiga de esponsais narrado em terceira pessoa. O narrador conhece todos os pensamentos do mestre Romo e os apresenta ao leitor.

    6. Escreva uma opinio a respeito do final. Para ajud-lo na reflexo, discuta com seus colegas, em

    A cantiga de mestre Romo

    Responda s questes a seguir no caderno.

    1. Como o espao em que vive mestre Romo? Descreva-o.

    2. Como o temperamento de mestre Romo? Descreva-o.

    3. Relacione o temperamento de mestre Romo quando no est regendo missa com o espao em que vive. O que h em comum entre os dois?

    4. Pense agora em voc: h alguma relao entre o espao em que vive e sua personalidade?

    5. Com seus colegas, reflita e responda oralmente s seguintes questes sobre Cantiga de esponsais:

    a) Em que ano ocorre a narrativa? Se os acontecimentos so uma inveno de um mundo possvel, imaginado pelo narrador, por que se ps a data no texto?

    b) Qual a durao do tempo cronolgico dos acontecimentos desde a missa cantada at a morte de mestre Romo?

    c) Na parte final do conto, mestre Romo est muito aflito. Ele tenta compor a cantiga, mas a inspirao no vem. Nesse momento, o narrador se demora, contando com detalhes tudo o

    VOC APRENDEU?

    Desesperado, deixou o cravo, pegou do papel escrito e rasgou-o. Nesse momento, a moa embebida no olhar do marido, comeou a cantarolar toa, inconscientemente, uma coisa nunca antes cantada nem sabida, na qual coisa um certo l trazia aps si uma linda frase musical, justamente a que mestre Romo procurara durante anos sem achar nunca. O mestre ouviu-a com tristeza, abanou a cabea, e noite expirou.

    ASSIS, Machado de. Cantiga de esponsais. Fonte: ASSIS, Machado de. Volume de contos. Rio de Janeiro: Garnier, 1884. Disponvel em: . Acesso em: 29 maio 2013.

    classe, de que forma o mundo visto no conto.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • PARA SABER MAIS

    LIO DE CASA

    A partir dos conhecimentos adquiridos nesta Situao de Aprendizagem, escreva um conto tradicional. Para isso, siga estes critrios para auxili-lo na elaborao do trabalho:

    t valorizao do tempo e do espao na narrativa;

    t presena de um narrador, em primeira ou terceira pessoa;

    t uso da norma-padro da lngua portuguesa;

    t organizao e limpeza na apresentao do trabalho.

    Depois que o professor corrigir o conto tradicional escrito, o texto ser devolvido a voc. Reescreva-o seguindo as orientaes dadas e devolva-o ao professor para a correo final.

    VOC APRENDEU?

    Escreva, no caderno, um e-mail para seu professor. Nele voc identificar os contedos vistos neste volume, os que voc entendeu bem e aqueles que dever estudar de novo para compreend-los melhor. Explique tambm o que pretende fazer em seus estudos futuros para conseguir melhores resultados.

    que est acontecendo. O ritmo lento, como a sensao de angstia de mestre Romo. Ao assim fazer, o narrador est valorizando o tempo cronolgico ou o psicolgico? Por qu?

    t Leia Os cem melhores contos brasileiros do sculo, organizado por talo Moriconi (ed. Objetiva), livro que voc pode encontrar na biblioteca ou sala de leitura de sua escola.

    t Contos de Nova Iorque (1989, 124 min., 14 anos) uma trilogia de filmes dirigi-da por Woody Allen (dipo arrasado), Martin Scorsese (Lies de vida) e Francis Ford Coppola (A vida sem Zoe). Cada um dos filmes mostra personagens que vivem em uma metrpole, com seus problemas e alegrias.

    Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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  • Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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    As reprodues artsticas a seguir tomam como tema Cristo carregando a cruz, conforme interpretado por trs grandes mestres da arte: o holands Jan Sanders van Hemessen (1500-1566); o grego Domenikos Theotokopoulos, conhecido como El Greco (1541-1614); e o brasileiro Antnio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho (1730/38?-1814).

    Seu objetivo ao observ-las investigar relaes de semelhanas e diferenas entre elas. Inicialmente, discuta com seus colegas:

    t &NRVBMEFMBTBDSV[QBSFDFTFSNBJTEJGDJMEFTFSDBSSFHBEB

    t 2VBMBSFMBPFOUSFPSFUSBUPEP$SJTUPFPPCTFSWBEPSEBPCSB

    t &NRVBJTEFMBTPDFOSJPQBSUFJNQPSUBOUFEBPCSB

    Depois, avance sua investigao, tendo por base estas questes:

    t 0RVFBPCSBNFEJ[TPCSFPUFNBBCPSEBEP 2VBMEFMBTNFJNQSFTTJPOBNBJT

    t %FRVFNPEPBTFYQSFTTFTEF$SJTUPSFWFMBNTFOUJNFOUPTDPNPdor, confiana em Deus, desejo de dialogar com a humanidade, dignidade etc.?

    Leitura e anlise de texto

    !? SITUAO DE APRENDIZAGEM 7

    EXPOSIO DE FOTOJORNALISMO O SABOR DA LNGUA PORTUGUESA

    Para comeo de conversa

    A imagem fala!

    Voc desenvolveu o projeto jornalstico O sabor da lngua portuguesa, que tinha como meta produzir fotos e legendas para serem expostas agora.

    Lembramos que o objetivo fotografar um espao que possibilite um olhar crtico, que no aceite as injustias sociais, especialmente aquelas que desvalorizam a riqueza plural da nossa lngua! Criatividade no pode faltar!

    Nesta Situao de Aprendizagem, comearemos os preparativos para a exposio de fotojor-nalismo.

  • Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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    Jan Sanders van Hemessen. Cristo carregando a cruz (1553). Museu Cristo, Esztergom, Hungria.

    Detalhe da imagem ao lado.

    El Greco. Cristo carregando a cruz (1590-1595). Museu do Prado, Madri, Espanha.

    Aleijadinho. Cristo carregando a cruz (1796-1799). San-turio de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas (MG).

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    Salim

  • Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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    A vs correndo vou, braos sagrados,Nessa cruz sacrossanta descobertos;Que para receber-me estais abertos,E por no castigar-me estais cravados.

    A vs, divinos olhos, eclipsados,De tanto sangue e lgrimas cobertos,Pois para perdoar-me estais despertosE por no condenar-me estais fechados.

    A vs, pregados ps, por no deixar-me,A vs, sangue vertido, para ungir-me,A vs, cabea baixa, por chamar-me.

    A vs, lado patente, quero unir-me,A vs, cravos preciosos, quero atar-me,Para ficar unido, atado e firme.

    MATOS, Gregrio de. Buscando a Cristo. In: ______. Gregrio de Matos: poesia lrica e satrica. 3. ed. So Paulo: Ncleo, 1996.

    Conhea melhor o autor da obra: Gregrio de Matos e Guerra nasceu em Salvador, em data incerta (muitos acreditam 1636), vindo a falecer em 1696. De famlia de posses, foi advogado e poeta. Alm da poesia satrica, que o tornou conhecido como o Boca do In-ferno, pois no poupava ningum, escreveu belos poemas religiosos. considerado o maior poeta barroco do Brasil.

    APRENDENDO A APRENDER

    1. Identifique e escreva, em seu caderno, a que obras se aplicam os seguintes comentrios:

    I. O rosto demonstra dignidade e f. A cruz parece no pesar: ela mais acariciada pelas mos do que carregada. A face iluminada, com o olhar voltado para o alto, parece estar em orao, falando com Deus. O cenrio reduz-se a um fundo de cor escura, como se Jesus, nessa hora, no pertencesse ao nosso mundo, tudo sendo envolto em uma dimenso de mistrio divino e insensatez humana.

    II. Os detalhes do uma forte impresso de movimento. A obra capta um momento, como um flash breve da existncia de Cristo, que aparece cansado e sofrido; afinal, ele carrega em si todo o sofrimento humano. Seu olhar preocupado parece atravessar-nos o pblico , perdendo-se em algum ponto do espao para alm de ns.

    III. O Cristo sereno e cansado olha para aquele que v a cena quase conversando com ele. Ao redor, o cenrio deixa claro o contraste entre a superioridade do gesto divino e a insensatez humana: a multido se comprime no espao fsico. Os rostos lembram caricaturas grotescas, reforando o contraste com a face idealizada do Cristo.

    LIO DE CASA

    1. Que diferenas e semelhanas voc encontra entre as reprodues artsticas analisadas e o poema a seguir?

  • Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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    1. Observe agora a foto a seguir.

    Ao analis-la, reflita: o que o garoto da foto est fazendo? Que lugar ele ocupa no ce-nrio? Que relao h entre o espao e a personagem? Que relaes h entre as reprodues artsticas anteriormente examinadas e esta foto? O que esta fotografia comunica a voc?

    2. Responda no caderno:

    a) Embora no se trate de um tema do discurso religioso, a foto de Carol Quintanilha nos faz pensar nas reprodues que examinamos com o tema Cristo carregando a cruz. Que semelhanas e diferenas voc encontra entre esses trabalhos?

    b) Ao aproximar o discurso do trabalho do discurso religioso, que efeitos de sentido foram obtidos pela obra de Carol Quintanilha?

    Leitura e anlise de texto

    Colheita de sisal.

    C

    arol

    Qui

    ntan

    ilha

    2. As obras de arte que consideramos, inclusive o poema, apresentam traos do momento histri-co-artstico chamado Barroco. Identifique as caractersticas comuns a essas obras:

    a) preferncia pelos contrastes, como, por exemplo, claro/escuro, digno/grotesco, esprito/ma-tria etc.

    b) gosto por cenas e situaes que expressem calma e tranquilidade.

    c) predomnio do emocional sobre o racional.

    d) composio dinmica e tensa, mesmo ao procurar a calma.

    e) valorizao da natureza e de temas relacionados ao campo.

  • Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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    Flashes da histria

    Exposio de fotojornalismo Dilogos EUA-Brasil: Um olhar fotogrfico sobre 50 anos de histria, em cartaz na Galeria Olido, relembra fatos e personalidades marcantes dos dois pases.

    O que o jogador brasileiro Pel e o americano Michael Jordan teriam em comum? Por terem sido considerados, por muitos especialistas, os melhores atletas de todos os tempos em suas modalidades, tiveram suas imagens frequentemente estampadas nos principais jornais de todo o mundo. Por essa razo, foram escolhidos para compor a exposio Di-logos EUA-Brasil: Um olhar fotogrfico sobre 50 Anos de histria.

    Em cartaz na Galeria Olido a partir do dia 10, a mostra, patrocinada pelo Programa Fullbright, faz um paralelo entre a produo brasileira e norte-americana de fotojornalismo das ltimas dcadas. Os trabalhos selecionados ocupam as pginas de publicaes como O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, The New York Times e The Washington Post. Muitos deles integram tambm os acervos da Agncia de Fotojornalismo Magnum, Arqui-vo Nacional americano e The Associated Press.

    Com 120 imagens coloridas e em preto e branco, de autoria de fotgrafos renomados como Jorge Arajo, Victor Jorgensen, Matt Zimmerman e Justin Newman, sero relem-brados momentos e personalidades dos dois pases. Segundo Joo Kulcsr, curador da mostra, nos ltimos anos, vrios fatos vividos em conjunto, ou separadamente, reforam a proximidade entre o Brasil e os Estados Unidos.

    Para facilitar a compreenso, os trabalhos sero agrupados em seis temas: Herana comum; Poltica; Emoo, fora e paixo; Cidadania; Cultura; e Meio ambiente. Por meio deles, o pblico poder, por exemplo, comparar registros das heranas europeias, africanas e indgenas; momentos de conquista dos cidados, como os Movimentos das Diretas J, no Brasil, e dos Direitos Civis, nos Estados Unidos; os presidentes depostos Nixon e Collor; flagrantes de artistas e esportistas, como Frank Sinatra, Chico Buarque e Ayrton Senna; a preocupa o comum com a preservao da natureza.

    Leitura e anlise de texto

    Noticiando a exposio!

    A seguir, vamos analisar uma notcia intitulada Flashes da histria. Trata-se de um texto publi-cado no Guia da Secretaria Municipal de Cultura, o qual divulga algumas das principais atividades culturais da cidade.

    1. O que o ttulo Flashes da histria sugere a voc? Que expectativas de leitura se formam em sua mente?

    2. Leia, agora, o texto:

  • Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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    Galeria Olido 1o pavimento. Centro. Dia 10/11, 15h (abertura). De 11/11 a 30/12. 3a a sb., das 12h s 21h30. Dom., das 12h s 19h30. Grtis.

    Em cartaz Guia da Secretaria Municipal de Cultura. So Paulo. Prefeitura da Cidade de So Paulo Secretaria da Cultura, n. 7, p. 54-55, nov. 2007.

    O lide tem por objetivo introduzir o leitor na reportagem e despertar seu interesse pelo texto j nas linhas iniciais. [...]

    Por ser uma sntese da notcia e da reportagem, no existe, no entanto, um modelo para a redao do texto do lide. No pode ele ser realizado de maneira automtica, com escrita burocrtica.

    Folha de S.Paulo. Manual da redao. So Paulo: Publifolha, 2001.

    APRENDENDO A APRENDER

    LIO DE CASA

    3. Responda no caderno:

    a) Que relaes se estabelecem entre o primeiro pargrafo (tambm chamado de lide) e o ttulo do texto?

    b) Qual o exemplo apresentado no primeiro pargrafo?

    c) Qual o objetivo de apresentar esse exemplo?

    d) O terceiro pargrafo responde a perguntas bsicas sobre o acontecimento:

    t Qual a proposta do acontecimento?

    t Onde ocorre?

    t Quando ocorre?

    e) Qual a finalidade do terceiro e do quarto pargrafos dentro do texto?

    Compare:

    (1) vrios fatos vividos [...] reforam a proximidade entre o Brasil e os Estados Unidos com

    (2) vrios fatos vividos [...] reforaram a proximidade entre o Brasil e os Estados Unidos.

  • Lngua Portuguesa e Literatura 1a srie Volume 1

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    Discusso oral

    1. Tomando como base o artigo Flashes da histria, procurem definir o que uma exposio de fotojornalismo. Lembrem-se das regras que devem orientar uma discusso em grupo.

    Durante a discusso, no deixem de responder s seguintes questes:

    I. Segundo o texto, o que aproxima os diferentes trabalhos expostos?

    II. Como planejar uma exposio de fotojornalismo?

    III. Qual a importncia do local onde ocorrer a exposio? Deve ser planejado?

    2. Baseada na discusso feita, a classe vai elaborar um texto coletivo. Certifique-se de co-pi-lo no caderno.

    Projeto da exposio

    Vamos organizar um projeto da exposio. Segundo a orientao do professor, a classe ser dividi-da em grupos, que respondero ao seguinte questionrio:

    1. Objetivo: Que benefcios a exposio trar para o espectador? Ou seja, o que vocs querem atingir com a exposio?

    2. Justificativa: Por que algum deveria aprofundar o tema proposto (O sabor da lngua portuguesa)?

    3. Metodologia: Como vocs vo expor as fotos? Quem vai fazer o que nessa exposio? Haver par-tes orais ou somente escritas?

    No final, as diferentes respostas sero socializadas, servindo de base para a construo de um texto nico, coletivo, que ser a pauta da classe para a organizao da exposio.

    Toda exposio fotojornalstica uma apresentao organizada a partir de um assunto, a que o pblico tem acesso por meio de explicaes orais ou escritas.

    Lembramos que a legenda um pequeno texto escrito que explica e amplia a compreen-s