11
Materiais e instrumentos necessários • toalha plástica para bancada • lápis bem apontado • pinça clínica • sonda exploradora n a 5 • espelho clínico plano • escova para limpeza de brocas • perfurador de dique de borracha (de Ainsworth) •arco de Young • lençol de borracha • pinça porta-grampo (de Palmer) •grampos para pré-molares (n iS 206 a 209) •fio dental • creme de barbear •godiva de baixa fusão • brocas carbide rP* 556 e 56 • cone invertido n ü 331/2 • esféricas lisas n^ 1/4,1/2 e l • tipo roda rPll 1/2 • enxada dupla monoangulada n Q1 8e9 (10-4-14e 10-4-8) • formadores de ângulo m l 8 e l 9 (9-80-4-8) • recortadores de margem gengival n 25 28 e 29 (10-95-7-14 e 10-80-7-14) • pontas âiamantadas em forma de chama n a 3118 ou esférica n a 1014 (K.G. Sorensen, MKS ou similar) TÉCNICA DE PREPARO A causa principal e mais comum que condiciona o preparo de uma cavidade de Classe V é a descalcificação do esmalte que, por suas características, favorece a ^talação do processo carioso. Para o treinamento das técnicas de preparo e restauração de Classe V com resina composta em laboratório, é preciso trabalhar com dentes naturais humanos, uma vez que determinados passos operacionais (confecção de bisel, condicionamento ácido, etc.) são mais bem vivenciados pelo aluno. Para tanto, será feita a simulação de uma lesão cariosa situada supragengivalmente, no terço cervical da face vestibular do incisivo central superior, atingindo esmalte e dentina (Fig. 25.1 A). O preparo de cavidade de Classe V para materiais estéticos deve ser realizado sob isolamento absoluto, com dique de borracha. Para tanto, isolam-se todos os dentes anteriores e os dois primeiros pré-molares superiores. Antes do isolamento, porém, deve- se executar o polimento da superfície dentária com taça de borracha e uma pasta de pedra- pomes fina e água, procedendo-se, a seguir, à seleção de cor da resina composta que será utilizada na restauração da cavidade ( Fig. 25.1 B). Forma de contorno A forma de contorno é conservadora nestes casos, pois os materiais restauradores estéticos não têm propriedades que justifiquem a remoção de "estrutura dentária sadia". Cavidade de Classe V para Resina Composta, em Incisivo Central Superior Direito

CAVIDADE CLASSE V.docx

Embed Size (px)

Citation preview

• toalha plástica para bancada • lápis bem apontado • pinça clínica • sonda exploradora na 5 • espelho clínico plano • escova para limpeza de brocas • perfurador de dique de borracha (de Ainsworth) •arco de Young • lençol de borracha • pinça porta-grampo (de Palmer) •grampos para pré-molares (niS 206 a 209) •fio dental • creme de barbear •godiva de baixa fusão • brocas carbide rP* 556 e 56 • cone invertido nü331/2 • esféricas lisas n^ 1/4,1/2 e l • tipo roda rPll 1/2 • enxada dupla monoangulada nQ18e9 (10-4-14e 10-4-8) • formadores de ângulo m l 8 e l 9 (9-80-4-8) • recortadores de margem gengival n25 28 e 29 (10-95-7-14 e 10-80-7-14)

• pontas âiamantadas em forma de chama na3118 ou esférica na 1014 (K.G. Sorensen, MKS ou similar)

TÉCNICA DE PREPARO

A causa principal e mais comum que condiciona o preparo de uma cavidade de Classe V é a descalcificação do esmalte que, por suas características, favorece a ^talação do processo carioso.

Para o treinamento das técnicas de preparo e restauração de Classe V com resina composta em laboratório, é preciso trabalhar com dentes naturais humanos, uma vez que determinados passos operacionais (confecção de bisel, condicionamento ácido, etc.) são mais bem vivenciados pelo aluno. Para tanto, será feita a simulação de uma lesão cariosa situada supragengivalmente, no terço cervical da face vestibular do incisivo central superior, atingindo esmalte e dentina (Fig. 25.1 A).

O preparo de cavidade de Classe V para materiais estéticos deve ser realizado sob isolamento absoluto, com dique de borracha. Para tanto, isolam-

se todos os dentes anteriores e os dois primeiros pré-molares superiores. Antes do isolamento, porém, deve-se executar o polimento da superfície dentária com taça de borracha e uma pasta de pedra-pomes fina e água, procedendo-se, a seguir, à seleção de cor da resina composta que será utilizada na restauração da cavidade ( Fig. 25.1 B).

Forma de contornoA forma de contorno é conservadora

nestes casos, pois os materiais restauradores estéticos não têm propriedades que justifiquem a remoção de "estrutura dentária sadia".

A delimitação da forma de contorno é feita com lápis, de maneira que as futuras paredes incisai e gengival acompanhem a curvatura da "gengiva marginal" e as futuras paredes mesial e distai sejam paralelas às respectivas faces. A delimitação da parede gengival deverá ser efetuada aproximadamente 1,5 mm da gengiva

MATERIAIS E INSTRUMENTOS

Cavidade de Classe V para Resina Composta,

em Incisivo Central Superior Direito

2 Dentística - Procedimentos Pré-Clínicos

marginal livre, para possibilitar a posterior confecção do bisel gengival.

A penetração inicial de aproximadamente 1,5 mm (1/3 do comprimento da ponta ativa da broca) é feita na região central com broca carbide ne 556, colocada em ângulo de 45° com a superfície vestibular do dente no sentido distai. Em dentes naturais, essa profundidade deve corresponder a pelo menos 0,5 mm além da junção amelodentinária (Fig. 25.1 C, D).

A medida que a broca se aproxima das paredes proximais, sua angulação é modificada até atingir a perpendicularidade com a superfície externa do dente. Em outras palavras, a extremidade plana da ponta ativa da broca fica paralela à parede axial que está sendo esboçada. O contorno cavitário é completado movimentando a broca nessa posição, seguindo a delimitação anteriormente traçada para as paredes circundantes (Fig. 25.2 A, B).

A parede axial é formada durante os mesmos movimentos, tomando-se cuidado para que fique convexa e acompanhe a curvatura da face vestibular do dente ( Fig. 25.6 A, B).

Forma de resistência

A forma de resistência não é muito crítica para essa cavidade, pois a área gengival do dente não está diretamente exposta aos esforços mastigatórios. Entretanto, a forma de resistência deve ser levada em consideração na margem do preparo, a fim de que as paredes circundantes formem ângulo reto com a superfície externa do dente, evitando esmalte sem suporte dentinário.

Dessa forma, para que as paredes circundantes fiquem perpendiculares à superfície externa do dente, deverão ser ligeiramente expulsivas a partir da parede axial ( Fig. 25.6 A, B).

Forma de conveniência

A confecção da parede axial convexa em todos os sentidos também é considerada uma forma de conveniência biológica do dente, evitando a remoção de "dentina sadia" do centro da parede axial, que protege o "órgão pulpar" (Fig. 25.6 A, B).

Forma de retenção

As retenções adicionais podem ser determinadas com brocas cone-invertido n° 331/2, tipo roda na 111/2 e esféricas 1/4 ou 1/2, ou com uma broca esférica na 1 com a ponta ativa modificada nos ângulos diedros gengivo e inciso-axiais, às custas das paredes gengival e incisai. Quando da utilização de uma base protetora, as retenções adicionais devem ser realizadas, de preferência após a colocação do material de proteção. Essas áreas retentivas devem estender-se ao longo do comprimento total dos ângulos gengivo e inciso-axiais ( Fig. 25.5 A, B).

Acabamento da cavidade

O acabamento inicial é feito com broca cilíndrica lisa ns 56 em ângulo reto com a parede axial, realizando movimentos mésio-distal e gengivo-incisal,

25 Cavidade de Classe V P/Resina Composta

Figura 25.1 A-D

alisando as paredes circundantes e a de fundo, e definindo os ângulos diedros na junção das paredes circundantes com a axial (Fig. 25.3 A), complementado com enxada monoangulada (Fig. 25.3 B).

O acabamento das margens de esmalte e o avivamento dos ângulos diedros do segundo grupo são realizados com formado-res de ângulos ou recortadores de margem gengival (Fig. 25.3 C). Todavia, para as resinas compostas não se realiza tal tipo de acabamento, porque o mesmo fica por conta do bisel marginal que será executado com ponta diamantada com extremidade em forma de chama ou esférica. Esse bisel deverá ser executado em todo o ângulo cavo-superficial, em ângulo de aproxima-damente 45° e largura aproximada de 0,5 mm ( Fig. 25.4 A, B). O preparo com essa terminação proporciona área de superfície de esmalte adequada para

contato do agente de união e melhor combinação de cor do material restaurador com a estrutura dental, resultando quase sempre em melhor aparência da restauração.

CARACTERÍSTICAS DA CAVIDADE

1. Parede axial convexa em todos os sentidos.

2. Paredes circundantes ligeiramente expulsivas.

3. Ângulos diedros do primeiro grupo ar-redondados.

4. Ângulos diedros do segundo grupo defi-nidos.

5. Ângulo cavo-superficial nítido e biselado.6. Retenções adicionais nas paredes

incisai e gengival.

Figura 25.2 A-B

Seleção de cor da resina composta.Simulação de lesão cariosa no terço gengival do incisivo central.

...com profundidade de 1/3 do comprimento da ponta ativa da broca ou de acordo com a lesão cariosa.

Penetração inicial com broca carbide nQ 556...

3

4 Dentística - Procedimentos Pré-Clínicos

Determinação da parede mesial ... ...e distai com a mesma broca.

Figura 25.3 A-C

com recortador de margem gengival.

25 Cavidade de Classe V P/Resina Composta

Figura 25.4 A-B

Biselamento do ângulo cavo-superficial com ponta diamantada esférica n" 1014 e/ou...

...ponta diamantada em forma de chama na 3118.

Figura 25.5 A-B

Sulcos retentivos no diedro gengivo-axial... ...e áxio-incisal determinados com broca esférica 1/4 ou 1/2.

Figura 25.6 A-B

5

6 Dentística - Procedimentos Pré-Clínicos

Corte esquemático mostrando as paredes axial, mesial e distal.Corte esquemático mostrando as inclinações das paredes axial, gengival e incisai.

7 Dentística - Procedimentos Pré-Clínicos

Instrumentos de corte rotatório

Figura 25.7 A-C

Aspecto final do preparo cavitário.

manual utilizados no preparo.

" f f

I 11ÏL 1

ik ;: i

\\ 1

\\ 1 O

•■mil;:;-. \:M li;.: .. & -

26

Técnica de Restauraçãode Cavidade de Classe V

com Resina Composta> toalha plástica para bancada • pinça clínica • sonda exploradora • espelho clínico plano • lençol de borracha • arco de Young • perfurador de borracha (de Ainsworth) • pinça porta grampo (de Palmer) • grampos para pré-molares (nm 206 a 209) • jogo de espátulas plásticas para inserção, da Jon ou similar • espátula metálica folheada a ouro ou plasma de titânio • tira-matriz de poliéster • godiva de baixa fusão • discos de lixa de granulação fina e ultrafina • broca carbide para acabamento de 30 ou 40 lâminas na9714 (Beavers) • pontas diamantadas de granulação fina para acabamento de resina composta

• borrachas abrasivas para acabamento de resina composta • matrizes pré-fabricadaspara Classe V(T.D.V.) • cápsula plástica de agulha descartável • kit de resina composta com sistema adesivo

TÉCNICA DE RESTAURAÇÃO

Para restauração de cavidades típicas de Classe V com terminação periférica em esmalte, a inserção do material restaurador varia em função do tipo de resina a ser em-pregado (foto ou quimicamente ativada).

A aplicação de materiais protetores, o condicionamento ácido do esmalte e o emprego do sistema adesivo devem seguir as mesmas orientações sugeridas para restauração de cavidades de Classe II para resina composta.

Inserção de resina composta ativada quimicamente

Nas cavidades de Classe V a serem restauradas com resina composta ativada quimicamente, pode-se confeccionar uma matriz para favorecer a compressão do material e o contorno da restauração.

A confecção da matriz anatômica de godiva/tira de poliéster poderá ser feita antes ou após o término do preparo cavitário. Para tanto, a área a ser preparada ou restaurada é preenchida com material fácil de ser esculpido e removido, como por

MATERIALS E INSTRUMENTOS

exemplo a guta-percha. Isola-se a superfície do dente em questão, bem como os contíguos, com lubri-ficante à base de vaselina; recorta-se um pedaço da tira de poliéster de tamanho suficiente para cobrir com ligeiro excesso a "restauração" de guta-percha, a qual é adaptada à face vestibular do dente. Uma pequena porção de godiva de baixa fusão é plastificada na chama de uma lâmpada a álcool e com-primida sobre o local diretamente ou com auxílio de "moldeira" obtida a partir da cápsula plástica de agulha descartável seccionada longitudinalmente. Com jatos de ar frio sobre a godiva, acelera-se seu endurecimento. Após a remoção, a matriz é cuidadosamente inspecionada para verificar se copiou todos os pormenores da superfície e se ficou sem dobras ou rugas. A guta-percha é removida da cavidade, enquanto os dentes e o dique de borracha são limpos com algodão seco. A seguir a cavidade deverá receber os procedimentos prévios: proteção pulpar, condicionamento ácido do esmalte/sistema adesivo e inserção do material propriamente dito (Fig. 26.1 A-E). Existem matrizes pré-fabricadas para as restaurações de Classe V, tanto de poliéster como metálicas.

Antes da a inserção da resina composta ativada quimicamente, deve-se misturar partes iguais de uma quantidade suficiente de resina base e catalisadora. A maioria dos fabricantes fornece instruções necessárias para manipulação dos produtos. Essas instruções devem ser rigorosamente seguidas, pois os limites de tempo para os procedimentos de mistura e inserção são absolutamente críticos e individuais.

Após a manipulação da resina, uma pequena quantidade é levada à cavidade com auxílio de uma espátula de plástico e comprimida

contra as retenções. Mais uma ou duas porções podem ser adiciona-das para preencher totalmente a cavidade. Comprime-se então a resina composta contra as paredes e o bisel da cavidade, o máximo possível, com auxílio da matriz previamente confeccionada, não permitindo que esta se movimente, pois poderia comprometer o contorno anatômico do dente; quando a matriz possuir reforce de godiva, a manutenção é feita corr pressão digital e o tempo de manutenção das matrizes deverá ser de três a cinco minutos.

Inserção de resina composta ativada fisicamente

Quando o material restaurador for de polimerização por meio físico, aí matrizes de godiva/poliéster e metálica não devem ser usadas porque impedem a penetração da luz que desenca-deia a polimerização desse material Nesse caso, pode-se lançar mão de matrizes pré-fabricadas de acetato de celulose (TDV) ou da "técnica incremental sem matriz", que consiste na aplicação de camadas de resina que são condensadas no interior da cavidade com auxílio de espátulas de plásticc ou metálicas, e polimerizadas tambérr por etapas, para facilitar a adaptação e diminuir o efeito da contração de polimerização do material.

A última porção deve ser feita procurando acompanhar a convexidade da face vestibular do dente, evitando excessos grosseiros além do ângulo cavo-su-perficial (Fig. 26.2 C).

Acabamento e polimento da restauração

A remoção de possíveis excessos grosseiros de material restaurador é realizada apóí sua polimerização, com pontas diamantadas de granulação fina ou brocas carbide de 30 ou 40 lâminas para acabamento.

O acabamento e o polimento final deverão ser realizados, de preferência, uma semana depois, utilizando os instrumento? citados e discos de abrasividade decrescente Sof-lex ou similar, além de

borracha? abrasivas e abrasivos em pasta. O ideal é conseguir, com a matriz, contorno e superfície lisa, que não exijam acabamento e po-limento posteriores (Fig. 23.3 A-C).

Figura 26.1 A-F

Preparo cavitário pronto para ser restaurado. Aplicação do ácido em gel nas paredes de es-

malte.

Polimerização do sistema adesivo.Aplicação do sistema de união.

Figura 26.2 A-C

Figura 26.3 A-C

Início do acabamento com brocas multilaminadas ou pontas diamantadas de granulação fina...