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CódigoTítulo AprovadoReprovado 0201 A Angústia existencial em Sartre: um problema onto!enomenológico " 0202 A compreens#o de Sartre do !en$meno son%o " 020& Considera'(es sobre a aproxima'#o da !enomenologia !ilosó!ica ) possibilidade de uma *sicologia +aseinsanalítica " 020, -ma an.lise do espa'o po/tico a partir da !enomenologia de aston ac%elard " 020 3 ego transcendental na teoria da intencionalidade de 4usserl e de ur5itsc% " 0206 7ier8egaard em ins5anger " 0209 A initude e o sentido da exist;ncia na Contemporaneidade " 020< enomenologia atravesdeuma Stimmung =elancólica : uma leitura de >dit% Stein e ?alter en@amin " 020 Bntencionalidade de !antasia nas Bnvestiga'(es ógicas de 4usserl " 0210 As condi'(es de possibilidade para o advento de uma psicologia !enomenológica de +ilt%eD a 4usserl " 0211 3 Eue devesere o Eue Euera psicologia !enomenológicaF -m retorno ) reivindica'#o %usserliana " 0212 4istória da *sicologia enomenológicoexistencial no >stado do =aran%#o e suas contribui'(es para a *sicologiaG " 021& As viv;ncias a!etivas na !enomenologia de >dmund 4usserl Repetido Hexcluir esseI 021, Sobre a constitui'#o da psicologia !enomenológica de >dmund 4usserl no rasil " 021 3 existir em um mundo onde muito est. por !aJer: alguns tensionamentos de Klvaro Lieira *into endere'ados a Sartre e a 4eidegger " 0216 3 cuidado na !enomenologia: os camin%os tril%ados por 4eidegger e adamer " 0219 Mo'#ode experi;ncia na *sicologia 4umanista >xistencial de Rollo =aD " 021< Sobre o !en$meno linguístico em =erleau*ontD: estualidade e percep'#o incipiente " 021 A /tica da autenticidade em C%arles TaDlor: rela'(es com =erleau*ontD " 0220 3 resgate do conceito da *sicologia enomenológica em >dmund 4usserl: A *sicologia " Sess#o Tem.tica 2 Fenomenolo ia Teoria e História

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CdigoTtuloAprovadoReprovado

Sesso Temtica2) Fenomenologia, Teoria e Histria 0201A Angstia existencial em Sartre: um problema onto-fenomenolgicoX

0202A compreenso de Sartre do fenmeno sonhoX

0203Consideraes sobre a aproximao da fenomenologia filosfica possibilidade de uma Psicologia DaseinsanalticaX

0204Uma anlise do espao potico a partir da fenomenologia de Gaston BachelardX

0205O ego transcendental na teoria da intencionalidade de Husserl e de GurwitschX

0206Kierkegaard em BinswangerX

0207A Finitude e o sentido da existncia na ContemporaneidadeX

0208Fenomenologia atraves deuma Stimmung Melanclica : uma leitura de Edith Stein e Walter BenjaminX

0209Intencionalidade de fantasia nas Investigaes Lgicas de HusserlX

0210As condies de possibilidade para o advento de uma psicologia fenomenolgica - de Dilthey a HusserlX

0211O que deve ser e o que quer a psicologia fenomenolgica? Um retorno reivindicao husserlianaX

0212Histria da Psicologia Fenomenolgico-existencial no Estado do Maranho e suas contribuies para a Psicologia.X

0213As vivncias afetivas na fenomenologia de Edmund HusserlRepetido(excluir esse)

0214Sobre a constituio da psicologia fenomenolgica de Edmund Husserl no BrasilX

0215O existir em um mundo onde muito est por fazer: alguns tensionamentos de lvaro Vieira Pinto endereados a Sartre e a HeideggerX

0216O cuidado na fenomenologia: os caminhos trilhados por Heidegger e GadamerX

0217Noo de experincia na Psicologia Humanista Existencial de Rollo MayX

0218Sobre o fenmeno lingustico em Merleau-Ponty: Gestualidade e percepo incipienteX

0219A tica da autenticidade em Charles Taylor: relaes com Merleau-PontyX

0220O resgate do conceito da Psicologia Fenomenolgica em Edmund Husserl: A Psicologia Fenomenolgica TranscendentalX

0221A fenomenologia de Husserl lida como dentro de uma perspectiva mais mundana do que a de Merleau-Ponty.

0222Entre o humano e o natural: o tema da diferena antropolgica na obra "A Estrutura do Comportamento", de Merleau-Ponty.X

0223Concepes de norma, sade e doena: contribuies de Kurt GoldsteinX

0224A constituio da psicologia fenomenolgica da dor de F. J. J. BuytendijkRepetido (excluir esse)

0225Uma possvel psicologia da personalidade na fenomenologia de Edith Stein Contribuies para uma psicologia fenomenolgicaX

0226A Psicologia Fenomenolgica da Dor: investigaes psicolgicas a partir de uma antropologia filosfica de F. J. J. BuytendijkX

0227A morte de Deus e a fenomenologia: A imbricao do pensamento nietzschiano estruturao da ontologia fundamentaX

0228Como pensar a constituio nas meditaes cartesianas?X

0229Intersubjetividade nas meditaes cartesianasX

0230As vivncias afetivas na fenomenologia de Edmund HusserlX

0231Experincia e subjetividade: reflexes a partir da crtica hermenutico-filosfica cincia modernaX

0232Questes de sentido na compreenso da angstia existencialX

0233Ensaios de um entrelao histrico entre Husserl e Moreno.X

0201A Angstia existencial em Sartre: um problema onto-fenomenolgico

E a angstia sou eu, diz Sartre em uma passagem de sua obra O Ser e o Nada, querendo com isso significar a inseparabilidade entre a realidade humana e essa Angstia que ela experimenta. Para o pensador francs a Angstia se d como caracterstica fundamental do homem, caracterstica essa que est estritamente ligada com outro trao ontolgico humano, a liberdade. Contudo, para que se possa entender como se d essa relao entre homem, liberdade e Angstia preciso anteriormente entender como cada um desses conceitos se colocam dentro do pensamento sartreano. Para que se possa entender a fundo essa relao necessrio empreender uma anlise ontofenomenolgica da realidade humana, ou seja, deve-se empreender uma anlise fenomenolgica com o intuito de radicaliz-la ontologicamente. Assim, se faz necessrio compreender, em primeiro lugar, como o homem, ou a conscincia, se relaciona com o mundo dos fenmenos, ou Ser Em-si. Ou seja, preciso definir tanto o homem quanto o mundo em sua estrutura mais fundamental e investigar que ligao eles mantm entre si. Ver-se- a partir disso que por certas condutas humanas que tal relao pode existir j que o Ser Em-si indiferente a qualquer coisa fora de si e que uma dessas condutas acaba por desvelar o Nada. Esse Nada, inserido no mundo pelo homem, acaba por afetar a prpria realidade humana: eis o princpio da liberdade. A liberdade justamente esse Nada que se d no mago do homem e que acaba separando-o de seu passado, ou seja, acaba impedindo que para ele haja a possibilidade de uma determinao causal. justamente pela captao dessa liberdade intransponvel que o homem se apreender como uma intransponvel Angstia. A Angstia no , para Sartre, uma doena, ou algo passvel de cura, mas um sinal a ser captado, isto , o sinal fundamental da existncia. A partir disso, alm de abordar todo esse caminho, a questo que se coloca neste trabalho a seguinte: se h realmente tal inseparabilidade entre homem e Angstia, qual seria o motivo de que a Angstia seja vista socialmente como algo excepcional, ou at mesmo patolgico?Palavras-Chave: Conscincia, Nada, Liberdade, Angstia

0202A compreenso de Sartre do fenmeno sonhoSartre, filsofo francs, em seus primeiros estudos, voltou seu pensamento para aspectos relacionados psicologia, apresentando ao mundo desta cincia, um novo olhar sobre os fenmenos psi. neste contexto que Sartre lana severas crticas a Freud, sobretudo no que diz respeito ao aspecto inconsciente da conscincia. Leitor crtico de Husserl, ele se apropria do conceito de intencionalidade e o amplia, elucidando a conscincia em dois mbitos: o irreflexivo e o reflexivo, cada um com suas caractersticas peculiares. Desta forma, com a presena de dois graus em uma nica conscincia, Sartre pretende desenvolver uma psicologia fenomenolgica, trazendo para o debate questes sobre a imaginao, a alucinao e os sonhos. Com o objetivo de compreender o olhar de Sartre sobre o fenmeno do sonho, desenvolveu-se este trabalho. Primeiramente, busca-se contextualizar o momento histrico em que o filsofo surge, com suas principais ideias, expondo um breve histrico de sua vida. Expe-se, em um segundo momento, uma breve conceituao dos mbitos da conscincia, explicitando e diferenciando os dois graus estabelecidos pelo filsofo. E, por fim, debrua-se sobre o entendimento do fenmeno sonho sob o olhar sartriano. Sonhar, segundo ele, um ato de imaginao, que se expressa atravs de uma histria interessante, vivida como uma fico que fascina o seu criador. A conscincia, no momento onrico, est enlaada a esta fico, sendo impossvel sair dela. Todos os seus esforos voltam-se a produzir o imaginrio e ela se determina a transformar em imaginrio, tudo quanto apreende. O sonho , assim, uma odisseia de uma conscincia voltada para si, constituindo um mundo irreal. uma experincia privilegiada que pode nos ajudar a conceber o que seria uma conscincia que perdeu o seu estar-no-mundo e que encontra-se privada da categoria do real. Para poder explanar sobre o assunto buscou-se na mais variada bibliografia possvel, o entendimento de Sartre sobre este fenmeno, como artigos, livros, dissertaes e produes online, que sero descritos neste levantamento bibliogrfico.Plavras-Chave: Imaginrio, Sartre, Sonho, Psicologia

0203Consideraes sobre a aproximao da fenomenologia filosfica possibilidade de uma Psicologia Daseinsanaltica

A Crise da Razo, ocorrida na Europa no incio do sculo XX e o surgimento das Cincias Humanas foram eventos que suscitaram o questionamento da pertinncia da aplicao dos modelos cientficos baseados nas Cincias Naturais s reas de sade e humanas. Somando-se a isto o descontentamento de alguns psiquiatras com as possibilidades que se apresentavam para a sua atuao na poca, especialmente no que se refere ao tratamento das psicopatologias, surgiu o cenrio propcio para que ocorresse a aproximao da fenomenologia de Husserl e a anlise da existncia empreendida por Heidegger s prticas clnicas da Psiquiatria, atravs da contribuio de psiquiatras como Karl Jaspers, Eugne Minkowski, Ludwig Binswanger, Medard Boss, entre outros. Com a colaborao entre Heidegger e Boss nos encontros promovidos para mdicos e alunos na casa do psiquiatra, que posteriormente viriam a ser compilados na obra designada Seminrios de Zollikon, a ontologia heideggeriana passou a ter aplicao nas prticas clnicas, no somente na psiquiatria e na psicopatologia, como tambm no surgimento do que viria a ser considerada como a possibilidade de uma Psicologia Daseinsanaltica, enfatizando a existncia em seus aspectos fundamentais. Assim, desenvolveu-se a Daseinsanalyse, que foi trazida para o Brasil pelo psiquiatra Solon Spanoudis atravs de seu contato com Boss, e que iria originar, juntamente com outros psicoterapeutas, a Associao Brasileira de Anlise e Terapia Existencial Daseinsanalyse, que posteriormente tornou-se a Associao Brasileira de Daseinsanalyse (ABD). Esta retomada histrica contribui para a sustentao e fundamentao de uma proposta de atuao clnica que no parta de teorias ou pressupostos. Desta forma, as consideraes de Heidegger a respeito do homem, o qual ele prope enquanto Dasein ou ser-a, promovem uma tica que dissolve a separao entre homem e mundo, assim como a ideia de exterioridade e interioridade. Esta prtica clnica que se viabiliza permite uma ateno mais cuidadosa aos aspectos fundamentais do existir do homem, propondo um mtodo que considera os fenmenos que se revelam no existir de cada pessoa, prezando por sua singularidade ao passo em que se constroi a relao teraputica.Palavras-Chave: Psicopatologia fenomenolgica, Seminrios de Zollikon, Daseinsanalyse

0204Uma anlise do espao potico a partir da fenomenologia de Gaston Bachelard

A extensa bibliografia do filsofo francs Gaston Bachelard, comumente dividida em dois perodos, denominados pelo pensador de perodo diurno e noturno. O primeiro refere-se a todas as obras de cunho epistemolgico que perpassam a sua carreira de filsofo das cincias. O segundo perodo caracterizado por toda a literatura voltada criao artstica, mais especificamente no que corresponde s relaes entre filosofia, poesia, psicanlise, psicologia e fenomenologia. A obra de 1957, intitulada A potica do espao tem como objetivo, analisar a verdadeira essncia das imagens poticas. Dessa forma, Bachelard apropria-se do mtodo fenomenolgico procurando apontar para aquilo que seria o ser puro das imagens criadas pela nossa imaginao. O pensador afirma que as imagens poticas nunca foram consideradas como possuidoras de uma realidade autntica. A psicologia e a psicanlise consideram as imagens poticas como frutos geralmente de causalidades, oriundas do passado de um sujeito. Essas cincias esto mais interessadas em desvendar de maneira objetiva o significado oculto por trs das imagens, e desse modo, sempre procuram nas imagens, aquilo que as teria causado. O filsofo critica a psicologia e a psicanlise, por no poderem compreender que a imagem possui um ser prprio, sendo que o pensador defende que a imagem to real quanto os fatos objetivos apresentados pela cincia. O ser prprio da imagem, s poderia ser analisado pela fenomenologia, que procuraria desinteressadamente o ser ou a essncia da imagem. A fenomenologia nasceu justamente como crtica s cincias tradicionais, pois estas procuravam explicar os fenmenos do mundo, mas atravs de suas teorias, acabavam afastando-se cada vez mais da verdadeira essncia dos fenmenos. Da mesma forma, a psicologia e a psicanlise procuravam tratar a imagem como se fosse algo possvel de ser explicado objetivamente, e desse modo, estariam cada vez mais longe de compreender o verdadeiro significado das imagens. Bachelard procura ento, realizar uma fenomenologia da imagem, pautando-se nas imagens poticas, mais especificamente, nas imagens relacionadas ao espao de vivncia do ser humano.Palavras-Chave: Fenomenologia, Psicologia, Psicanlise, Imagem, Espao.

0205O ego transcendental na teoria da intencionalidade de Husserl e de Gurwitsch

Nosso objetivo expor a crtica de Gurwitsch noo de intencionalidade de Husserl, tendo por foco o eixo especfico da noo de ego transcendental. Desse modo, nossa anlise privilegia o aspecto notico, ou subjetivo, do ato intencional, e deixa de lado o seu aspecto noemtico, objetivo. Comeamos, assim, pela apresentao da noo de ego puro na fenomenologia de Husserl. Damos especial nfase s formulaes contidas nas Investigaes Lgicas (primeira e segunda edio), em Ideias I e nas Meditaes Cartesianas. E delas destacamos os seguintes temas principais: (a) a relao da descrio fenomenolgica com o ego puro; (b) o papel estrutural do ego com relao ao fluxo de vividos; (c) o seu papel funcional, notico em sentido forte, sobretudo com relao ateno e s mudanas atencionais; e, por fim, (d) o seu estatuto fenomenolgico, especialmente no interior do quadro de uma teoria da constituio. Em seguida, passamos para a crtica que Gurwitsch fornece com respeito a cada um destes pontos. Mais especificamente, analisamos os seguintes argumentos do autor: (a) a reflexo fenomenolgica no est necessariamente conectada com um ego; (b) a unidade da conscincia no depende de um ego; (c) igualmente, a unidade do objeto no depende de um ego; e (d) o ego uma transcendncia e, como tal, constitudo da mesma forma que todos os objetos transcendentes. Em conjunto com este aspecto negativo da crtica de Gurwitsch, buscamos esboar o quadro geral de sua teoria da intencionalidade. O autor a nomeia como teoria do campo da conscincia. Analisamos, mais especificamente, o aspecto notico desta sua teoria. Esta teoria se baseia extensivamente em uma interpretao fenomenolgica dos resultados cognitivos da Psicologia da Gestalt e, tambm, no desenvolvimento da teoria de James sobre as franjas da conscincia. Ao fim de nossa exposio, discutimos o significado do conhecimento psicolgico para o avano das teses de Gurwitsch e a sua pertinncia em face dos desenvolvimentos da fenomenologia gentica de Husserl; e, paralelamente, debatemos o significado que tal problema fenomenolgico possui para a pesquisa emprica em psicologia.Palavras-Chave: Intencionalidade, Conscincia, Psicologia da Gestalt.

0206Kierkegaard em Binswanger

Tenho me interessado por reconstituir a presena de Kierkegaard em autores da Psiquiatria e da Psicologia de tradio Existencial. Para este espao pretendo, partindo de uma pesquisa bibliogrfica secundria, tomar as referncias presena de Kierkegaard nos trabalhos de Ludwig Binswanger sem, no entanto, me aprofundar num estudo crtico do contedo destas referncias. As influncias mais diretamente reconhecidas na tradio do pensamento do psiquiatra suo so, sem dvida, Husserl e Heidegger. No entanto, Kierkegaard faz-se notar por toda parte em sua obra. O primeiro estudioso da psicologia de Kierkegaard a apontar para isto foi Kresten Nordentoft, que em 1972 escreveu um livro sobre a psicologia de Kierkegaard . Nordentoft aponta, num subcaptulo sob o ttulo de Loucura, que Binswanger usa de forma livre a noo kierkegaardiana do desespero que quer ou no quer ser si mesmo, sem se importar com o projeto do prprio filsofo. Mas, sem se comprometer em defender se possvel ou no tomar os escritos de Kierkegaard deste modo, Nordentoft concorda que h, nas obras estticas do dinamarqus, descries considerveis sobre modos de viver que podem ser esclarecedoras para a compreenso de vrias formas de loucura citando, por exemplo, as descries presentes no texto da angstia e em um pequeno texto intitulado Uma possibilidade. Encontrei, recentemente, uma pesquisa detalhada acerca da presena de Kierkegaard nos trabalhos de Binswanger, feita por uma pesquisadora da histria da tradio do pensamento Existencial em Psicologia. Estou traduzindo este texto, que dever ser publicado em breve num livro do IFEN que versar sobre Psicopatologia. Neste texto a autora assinala que Kierkegaard est presente em todo o percurso do pensamento do psiquiatra suo, em seu esforo de constituio de uma antropologia psicopatolgica. Ela cita, como exemplo, a afirmao de Binswanger no Caso Ellen West, de acordo com a qual a esquizofrenia seria a doena da mente que Kierkegaard, com afiado insight de um gnio, descreveu e iluminou a partir de todos aspectos possveis sob o nome de doena mortal, e que nenhum documento poderia avanar mais a interpretao analtico-existencial da esquizofrenia do que este. Comment by Parecerista: Recomendo tirar essa parte, pois no tem relevncia para o contedo.Palavras-Chave: Sren Kierkegaard, Ludwig Binswanger, Psicopatologia

0207A Finitude e o sentido da existncia na Contemporaneidade

O presente trabalho pretende, por meio de uma reviso de literatura, fazer uma anlise preliminar do conceito de finitude na obra de Martin Heidegger, tendo como referncia os diferentes modos de apropriao dessa experincia na contemporaneidade. Consideramos que, apesar da finitude ser constitutiva da existncia humana, intriga o homem desde os tempos antigos, provavelmente desde o incio da humanidade em sua concepo. Diversos ritos e linguagens religiosas, empreitadas filosficas, performances artsticas e empreendimentos cientficos, at hoje, interessam-se em compreender e, at mesmo, superar a morte. Com base no pensamento de Martin Heidegger e de sua ontologia fundamental, evidencia-se o privilgio do homem em relao aos outros entes do mundo, em sua dimenso humana que se encontra lanada no mundo de possibilidades, deparando-se com sua condio de finitude e de ser-para-morte. Tal condio no se mostra como um destino niilista e sem sentido, mas, exatamente pelo contrrio, como uma situao eminentemente humana que possibilita o desvelar de sentidos mais prprios na vida. Trata-se de observar que a finitude do ser humano no consiste, segundo Heidegger, em uma abstrao, mas em sua condio estrutural. No entanto, desde a modernidade, com o apogeu do crescimento tcnico-cientfico, o homem alimenta sua crena em tornar a natureza e, sobretudo, o prprio homem objeto de interveno, manipulao e explicao para si, empregando formas resolutas e cada vez mais sofisticadas de evitao da finitude. Assistimos, acentuadamente, um processo recorrente de encobrimento dessa condio de finitude. Na contemporaneidade, tal encobrimento, implica, por vezes, numa negao dessa condio festejando com euforia cada novo avano da medicina ou da indstria farmacolgica. Faz-se necessrio, portanto, problematizar a finitude no como experincia negativa que precisa ser evitada, mas sim, como condio inerente da existncia que possibilita processos de tematizao e singularizao do nosso projeto existencial.Palavras-Chave: Finitude, Existncia, Contemporaneidade

0208Fenomenologia atraves de uma Stimmung Melanclica: uma leitura de Edith Stein e Walter BenjaminComment by Parecerista: Itlico

O Trabalho busca pensar como as reflexes e escritos da filosofa e fenomenloga Edith Stein assim como o critico literrio Walter Benjamin foram fortemente influenciados no interior de um regime epistemolgico o qual podemos denominar como uma Stimmung melanclica, isto , refletem os traumas presentes no decorrer do sculo XX, tais como as grandes guerras, as ideologias fascistas e uma crise das filosofias do progresso, no entanto no se tornam bem pessimistas, na medida mesmo em que se dedicam tematizao e possvel reconfigurao de seu horizonte histrico. Este momento possibilitou, segundo Hans Ulrich Gumbrecht, uma nova maneira de experimentar e se relacionar com o seu tempo, denominada como observador de segunda ordem, o homem viu a si mesmo como o referencial necessrio da produo do saber, sendo todo e qualquer pensamento e ao uma consequncia desta experincia, o sentimento de que o sujeito estranho ao mundo que o cerca, sendo necessrio ao homem observar o mundo e ao mesmo tempo se perceber como agente neste mesmo mundo. Ao se confrontar com a crise presente durante o prprio tempo estes intelectuais se perceberam enquanto agentes histricos (observadores de segunda ordem), tanto Edith Stein como Walter Benjamin apresentam um compromisso tico ao buscarem responder s inquietaes provocadas pelas novas conjunturas do presente, em um primeiro momento buscando evidenciar a mudana na percepo de um tempo descrevendo-o enquanto negativo e acelerado (Sattelzei) marcado por uma reduo da relao como afirma koselleck reduo do espao de experincia do passado (tradio), que no conseguiria responder de maneira maximamente eficaz ao presente, gerando assim o clima histrico denominado de Stimmung da melancolia , explicando melhor, diante de conjunturas maximamente inditas esses filsofos buscaram ser afetados por seu presente, e atravs deste sentir a sua poca, a realidade do mundo que o deles, buscaram em seus escritos intensificar e o clima histrico que podemos denominar de melanclico .Comment by Parecerista: ItlicoPalavras-Chave: Intelectual, Edith Stein e Walter Benjamin.

0209Intencionalidade de fantasia nas Investigaes Lgicas de Husserl

O tema desse trabalho analisar como o conceito de fantasia na fenomenologia de Husserl se desenvolve a partir do conceito de intencionalidade. Para explicar a importncia da fantasia na obra de Husserl buscou-se analisar a obra Investigaes Lgicas de 1900, para mostrar como o conceito de fantasia sofre uma alterao importante que revoluciona o modo de pensar a fantasia na histria da filosofia. O problema explicar a importncia do conceito de fantasia na construo da fenomenologia seja atravs do mtodo, seja atravs da temporalidade da conscincia. As Investigaes Lgicas em especial, assumem um papel importante ao tema, pois representa a primeira obra que define a intencionalidade da conscincia e suas vivncias. O problema de fundo dessa divergncia est circunscrito na diferena entre real e irreal, conceitos responsveis por trazerem alguns problemas de interpretao na fenomenologia husserliana. Um problema que est presente uma duplicao do tema da imaginao, por via de dois conceitos: a conscincia de imagem (Bildbewusstsein) e a fantasia (Phantasie). Aparece nas Investigaes Lgicas outro conceito interessante para se pensar os atos de conscincia, trata-se da intuio. Este conceito se coaduna ao conjunto do projeto fenomenolgico ao pensar os atos de conscincia como intuies puras e significantes.com o mundo. As hipteses do trabalho so: 1) a fantasia tem uma importncia maior do que a tradio de comentadores da obra husserliana admite; 2) Nas Investigaes Lgicas a fantasia j tem um valor mais elevado comparada com a intencionalidade de percepo; 3) A fantasia j pensada como intencionalidade privilegiada em relao ao mtodo fenomenolgico. T Os objetivos desse trabalho so mostrar a relevncia da fantasia na obra Investigaes Lgicas de Edmund Husserl. Mostrar com fantasia se desenvolve nesta obra, quais conceitos e definies presentes na mesma, e como ela se faz importante para pensar o tema central da obra que a teoria da significao. A metodologia utiliza foi anlise bibliogrfica das obras de Husserl, em especial s Investigaes Lgicas.Palavras-Chave: intencionalidade, fantasia, Husserl

0210As condies de possibilidade para o advento de uma psicologia fenomenolgica - de Dilthey a Husserl

Husserl assinala que a Psicologia faz parte das mais antigas estratgias humanas de se investigar o conhecimento com pretenso de verdade, tais como a lgica, a tica, a metafsica. Tanto as cincias da natureza quanto as psicolgicas caminharam em paralelo na tentativa de se constiturem enquanto conhecimento de rigor sobre fundamento racional. Toda uma trajetria de reformulao metodolgica dos caminhos de investigao e pesquisa da psicologia foi iniciada, de modo a garantir-lhe o mesmo formato exitoso, a se constituindo uma cincia explicativa exata repousada sobre leis elementares. Grande parte da impossibilidade de superao das dificuldades enfrentadas ao florescimento da psicologia como cincia foi devida camuflagem de limites nutridos at nossos dias. Impossibilitada de resistir aos encantos naturalistas e necessidade de imitao de seu modelo, a psicologia demorou a perceber que a perfeita adequao ao mtodo encontrado na frmula assumida pela cincia da natureza no lhe era absolutamente aplicvel. Constituiu-se, com relativo xito, uma psicologia experimental, psico-fsica, fisiolgica e conseguiu uma reputao internacional. Iniciaram, entretanto, as crticas voltadas sobretudo ao argumento de que essa psicologia se mantinha cega essncia especfica da vida psquica. O primeiro ataque psicologia naturalista mais consistente de fato foi aquele produzido por Dilthey, denunciando-a como no competente para uma fundao exata das cincias do esprito. Em qual medida sua pretenso de ser a cincia terica fundamental em vista da explicao da espiritualidade concreta era justificada? Faltava uma psicologia descritiva e analtica, em contraposio direta ao experimentalismo reinante. Como poderiam os fenmenos da alma se submeterem a um mtodo comprovadamente adequado aos fenmenos fsicos, como se as questes da psique estivessem sujeitos a um encadeamento causal? Enquanto que para a cincia da natureza esse mtodo tem sentido e necessidade, para a psicloga e as cincias do esprito cujos fenmenos investigados se do no mbito espiritual, em que nossa referncia se volta necessariamente para um vivido, no encontra ela aqui um objeto passvel de submisso a sua metodologia. Numa frmula concisa, a explicao das cincias da natureza se ope compreenso das cincias do esprito. Tomado por essa falta e equvocos epistemolgico, Husserl reivindica a necessidade de uma psicologia fenomenolgica.Palavras-Chave: Psicologia, Fenomenologia, metodologia

0211O que deve ser e o que quer a psicologia fenomenolgica? Um retorno reivindicao husserliana

Edmund Husserl reivindica a necessidade de uma psicologia constituda sob o rigor de seu mtodo de intuio de essncias, explicitando o que deve ser e o que quer ser essa ento nova cincia. Sintetiza em algumas palavras-chaves o que seria fundamental para a constituio desse novo saber, com metodologia adequada, fazendo frente, assim, ao equvoco perpetrado pelas cincias do esprito em assumir para si uma metodologia cientfica voltada para a categorizao de entes fsicos, objetivamente explicitados em seu aparecer ftico como coisas em si, presentes na perspectiva explicativa. Essa crtica j havia sido elaborada por Dilthey que alm de proferir e denunciar o descontentamento relativamente ao mtodo de pesquisa empregado na produo de conhecimentos na esfera espiritual, passou a reivindicar a construo de cincias, e sobretudo de uma psicologia cientfica de carter no mais explicativo, tal como aquela defendida entre os experimentalistas, mas compreensivo. O apriorismo veicula o objetivo primordial dessa nova psicologia que seriam as generalidades e necessidades de essncia. O carter eidtico se assoma, pelo fato de que somente aps a intuio das essncias que a psicologia fenomenolgica se voltaria na direo de explicaes nticas da vida psquica, com um olhar primordialmente voltado para uma explicao que ultrapassasse a mera aparncia da presena, em sua dimenso de sentidos e significados. A intuio possibilita partir da viso interna e da anlise do que intudo, a seguir elevada a necessidades gerais de modo que se transmutassem as asseres a asseres de essncia. A intencionalidade se insere como a caracterstica essencial mais geral do ser e da vida psquica. A tarefa descrever as multiplicidades de conscincia cujas essncias so da ordem de um devir-consciente ou de um poder-devir-consciente no conhecimento de objetividades de cada categoria. A atitude transcendental garante o carter de pesquisa filosfica fundamental. Embora cada um de ns seja um homem natural que no filsofo, uma fundao radical e sistemtica da filosofia exige a priori que elevamos a pesquisa em causa subjetiva e historicamente do ponto de vista natural ao ponto de vista filosfico. Assim, uma psicologia fenomenolgica deve conter o carter de: Aprioridade, eidtica, intuio ou descrio pura, intencionalidade, atitude transcendental.Palavras-Chave: Psicologia, Fenomenologia, Edmund Husserl

0212Histria da Psicologia Fenomenolgico-existencial no Estado do Maranho e suas contribuies para a Psicologia.

Esta comunicao faz parte do plano de trabalho vinculado ao projeto de iniciao cientfica PIBIC 2014-2015: Dos atores aos atos, dos atos aos atores: mapeamento e construo da histria do movimento Fenomenolgico-existencial no Estado do Maranho. Destaca-se a crtica epistemolgica e o apego da Psicologia e outras reas do conhecimento nfase naturalista e ao mtodo cientfico experimental para estudar o homem. Discutem-se aspectos gerais da Histria da Fenomenologia desde a expatriao de cultores do movimento pelo avano do nazismo na Alemanha e na Europa. Ressalta-se a influncia em vrios pensadores que deram continuidade, crtica ou ampliaram o legado husserliano, somando-se s filosofias da existncia. No Brasil, o conhecimento da obra de Husserl data-se da dcada de 30, no entanto, a difuso mais ampla se d aps a 2 Guerra Mundial. Destaca-se que no foram encontrados registros do movimento no Estado do Maranho e, isso por si s, justifica a existncia deste trabalho, levando em considerao proporcionar as instituies de ensino superior e toda a comunidade acadmica o contato com a produo de pesquisas na rea da Fenomenologia e Filosofia da existncia. Para tecer a historiografia da Fenomenologia no Maranho foram usadas a atitude e o mtodo fenomenolgico e pesquisa em meio virtual, bibliogrfico e documental. A investigao mobilizou-se em conhecer os atores que compem e estruturam o movimento fenomenolgico no Estado do Maranho e seus antecedentes. Os resultados iniciais so os seguintes: evidencia-se a realizao de evento na Universidade Federal do Maranho desde 2011 que se tornou referncia para o movimento no Estado e com reconhecimento nacional. Antes disso localizaram-se aes isoladas, pela ministrao de disciplinas, artigos e apresentaes de trabalhos, que datam de 1995 at o presente, compondo o corte temporal da pesquisa. Foram localizados os trabalhos de profissionais de outras reas, a saber: Filosofia, Geografia, Letras e Educao Fsica.Palavras-Chave: Psicologia, Histria, Fenomenologia, Maranho

0213As vivncias afetivas na fenomenologia de Edmund Husserl

Considerando possveis contribuies para o estudo dos processos psicolgicos, em especial a afetividade, este trabalho tem por objetivo apresentar as anlises realizadas pelo filsofo Edmund Husserl (1859-1938) ao longo de sua obra fenomenolgica, a fim de expor os diferentes momentos em que este autor tematizou e problematizou a questo das vivncias afetivas. Enquanto fundador e idealizador da fenomenologia, Husserl props um rigoroso retorno elucidativo conscincia enquanto tal, efetivado via explicitao de suas estruturas fundantes constituintes. Quanto ao percurso metodolgico adotado, este estudo circunscreve-se na categoria de investigao terica e segue tcnicas sistemticas formalizadas da pesquisa bibliogrfica. Apresentam-se os principais aspectos e problemas correspondentes colocados em algumas obras de Husserl em que a anlise das vivncias afetivas se fez presente. Entre as principais distines e caracterizaes encontradas, destacam-se as vivncias de sentimento (Gefhle), tal como abordadas em sua obra Investigaes Lgicas (1900-1901); e os estados de nimo (Stimmung), por meio da tematizao realizada por alguns autores comentadores e intrpretes da obra husserliana, tais como Schutz (2006) e Depraz (2012); e os que atualmente consideram os escritos inditos correspondentes aos Manuscritos M (1900-1914), relativos ao projeto Estudos Sobre a Estrutura da Conscincia, tais como: Lee (1998), Ramrez (2008, 2012, 2013) e Zirin (2009). Na composio de suas anlises fenomenolgicas sobre os sentimentos, Husserl apresenta a problematizao do carter essencial da intencionalidade nessas vivncias, desenvolvendo com isso a delimitao entre atos de sentimento e sentimentos sensveis, explicitando sua concepo acerca da fundamentao dessas vivncias e seu entrelaamento caracterstico. Em relao aos estados de nimo, destaca-se o seu modo intencional especfico bem como sua funo iluminadora do mundo entorno e de abrir horizontes. So apresentadas proximidades e distanciamentos entre os diferentes momentos de anlise descritos. Por fim, pode-se afirmar que a contribuio da fenomenologia das vivncias afetivas para o campo de estudo dos processos psicolgicos est em sua multiplicidade de descries rigorosas dessas vivncias e na explicitao de sua inexorvel capacidade de influenciar o contato que temos com nosso mundo vivido em um nvel fundamental.Palavras-Chave: afetividade, psicologia fenomenolgica, sentimentos, estados de nimo, intencionalidade

0214Sobre a constituio da psicologia fenomenolgica de Edmund Husserl no Brasil

A proposta deste trabalho consiste em explicitar a constituio da psicologia fenomenolgica de Edmund Husserl (1859-1938) no Brasil, entendendo que desde a dcada de 40 do sculo passado comeou no pas estudos e propostas de uma psicologia fenomenolgica brasileira. Esse estudo se baseou fundamentalmente nas contribuies apresentadas pelo professor e psiclogo Tommy Akira Goto (2007; 2015) na obra Introduo Psicologia Fenomenolgica: a nova psicologia de Edmund Husserl, em que o autor resgata as bases da psicologia fenomenolgica elaborada por Husserl, motivado pela diversidade de psicologias denominadas fenomenolgicas e existenciais desenvolvidas no mbito brasileiro. Para o autor, pode-se dizer que a psicologia fenomenolgica de Husserl, em linhas gerais, consiste em uma nova psicologia que visa fornecer um fundamento metodolgico seguro mtodo fenomenolgico-eidtico que possibilita a constituio de uma psicologia cientfica autenticamente rigorosa. Ainda, para Husserl, conforme destaca Goto (2007; 2015), a psicologia fenomenolgica uma via de acesso subjetividade emprica, propiciando assim bases seguras para a fundamentao da psicologia cientfica. No entanto, como argumenta Goto (2007; 2015) a psicologia dita fenomenolgica empreendida no Brasil tem muitas vezes ignorado as bases metodolgicas da fenomenologia, se identificando muito mais com a viso de mundo que a filosofia fenomenolgica produziu. Segundo o autor desse entendimento que se constituram a maior parte das abordagens conhecidas como humanistas ou existencial-fenomenolgica. Isso significa que tais psicologias, ao invs de se estruturarem a partir de uma base metodolgica da fenomenologia, se estruturaram, como destaca Edith Stein (1891 - 1942), a partir de uma significao formal de concepo de mundo. Assim, constatou-se que houve na psicologia brasileira de orientao fenomenolgica uma falta de esclarecimento a respeito do que seja a psicologia fenomenolgica de Husserl. Por fim, como props Goto, preciso resgatar o estudo da fenomenologia filosfica e considerar sua relao com a psicologia atual para que se possa compreender definitivamente o que Husserl denominou por psicologia fenomenolgica, para a construo de uma autntica psicologia que fornea as bases adequadas para a cincia psicolgica.Palavras-Chave: psicologia fenomenolgica; psicologia brasileira; psicologia fenomenolgico-existencial.

0215O existir em um mundo onde muito est por fazer: alguns tensionamentos de lvaro Vieira Pinto endereados a Sartre e a Heidegger

possvel discorrer sobre abordagens da fenomenologia e do existencialismo no Brasil. Entretanto, seria possvel falar de uma fenomenologia e de um existencialismo brasileiro, ou ainda, a partir e para o Brasil? Neste texto articulamos tais correntes com o trabalho de lvaro Vieira Pinto, pensador brasileiro que influenciou algumas das categorias exploradas por Paulo Freire, mas que, por diversas razes, deixou de ser reconhecido no contexto nacional. De nosso ponto de vista, Vieira Pinto oferece uma leitura original das filosofias da existncias e a fenomenologia, remodelando conceitos de Heidegger, Sartre, Husserl, Karl Jaspers e Ortega y Gasset. Em uma leitura histrica e materialista-dialtica, Vieira Pinto aproxima sua crtica da existncia questo do trabalho, preocupando-se em elaborar uma filosofia que auxiliasse o desenvolvimento das naes subdesenvolvidas, e, sobretudo, de quem trabalha. A categoria 'trabalho' conceituado em um vis fenomenolgico-existencial, pois propicia uma compreenso dialtica da produo da existncia de cada sujeito, imerso em coletividade, tenazmente conectado ao desenvolvimento de sua realidade/cultura material. Para elencar alguns dos conceitos debatidos por Vieira Pinto, temos suas leituras das noes heideggerianas de amanualidade e de ser-no-mundo, assim como das ideias sartrianas de projeto e de liberdade. Vieira Pinto tece crticas ao existencialismo, por entender que este serve s naes desenvolvidas que lhes so de origem, como as europeias, mas no para que aqueles e aquelas que esto no mundo subdesenvolvido mudem suas realidades. As naes subdesenvolvidas, antes de se preocupar com a construo de suas existncias, esto a se preocupar com suas prprias subsistncias. Apesar do existencialismo europeu jogar luz ao carter situado da ao humana, suas preposies so apresentadas como universais. Nas naes pobres, os sujeitos (incluindo os filsofos) devem partir de suas condies materiais para elaborar suas conscincias e seus prprios projetos de nao. Assim, para construrem suas existncias, precisam, alm da ideia de se reconhecerem como seres-no-mundo, quererem estar-no-mundo, ou seja, querer enfrentar e superar as contradies das realidades em que esto, para ento, elaborarem seus seres nestas realidades. Ao invs de estarem diante de um "nada", os povos do terceiro mundo encontram-se diante "do Tudo quanto est por fazer no mundo que e o seu", incluindo a suas prprias filosofias.Palavras-Chave: lvaro Vieira Pinto, fenomenologia, existencialismo, materialismo-dialtico, Filosofia

0216O cuidado na fenomenologia: os caminhos trilhados por Heidegger e Gadamer

O presente trabalho surgiu a partir do mestrado das autoras. Nesse sentido, buscamos discutir o modo do cuidado a partir da filosofia de Martin Heidegger e de Hans-Georg Gadamer, traando as divergncias e aproximaes entre os dois autores. Com isso, trazemos que somos todos seres de cuidado, j que o ser emerge a partir do cuidado e ficar sob seus cuidados enquanto viver, caminhar junto com ele nas experincias da vida, na sua dinmica relao com o outro e com o mundo, ou, ser-no-mundo-com-o-outro. De maneira geral, cuidado remete a vnculo, ao e sentimento, e, na rea da sade, remete prtica de humanizao, que busca romper com ciso entre tcnica e afetividade, trazendo a preocupao com o outro, sendo, portanto, uma atitude do ser no seu viver e na rede de tramas relacionais que se d sua existncia. Para Heidegger, todas as relaes do ser so permeadas pelo cuidado, sejam elas com entes, outros seres e com o mundo. E, em sua existncia, marcada pela sua essncia ontolgica da liberdade, logo, o devir e a incompletude do ser, o ser (Dasein) alterna entre o desvelamento e a abertura, se fecha e se revela, caindo na autenticidade e inautenticidade da trama de seu existir. O que leva a esse movimento a angstia, que revela ao ser a possibilidade de singularizar-se e poder-ser; mas esteja ele em um modo autntico ou inautntico, suas relaes sempre sero mediadas pelo cuidado, so relaes de cuidado. Gadamer nos traz que vivemos uma relao dialtica com todos ao nosso redor, que, a partir do encontro, leva a uma fuso de horizontes e, assim, o cuidado est relacionado a um estado de equilbrio que influenciado por todas as experincias do ser e tudo aquilo que est ao seu redor. Assim, na relao compartilhada que se d o cuidado e a busca ao equilbrio, que permite, tambm, a fuso de horizontes e a compreenso do ser. Sendo assim, ambos os autores trilham um caminho que nos aponta para o fato da relao do ser com os outros, consigo e com o mundo ao seu redor ser algo primordial para a emergncia do cuidado, demonstrando, dessa forma, que cuidado est ligado existncia e seu desenrolar, sendo isto, partilhado com os outros e nessa construo que o ele (cuidado) emerge.Palavras-Chave: Cuidado, Heidegger, Gadamer.

0217Noo de experincia na Psicologia Humanista Existencial de Rollo May

A psicologia humanista surgiu na dcada de 1950, firmando-se nos anos de 1960-1970, como uma reao s ideias psicolgicas comportamentais e psicanalticas pr-existentes, trazendo a proposta de inovar em sua contribuio clnica e a pesquisa. A psicologia humanista tem como objeto de estudo a experincia consciente, mas apesar do consenso a respeito desse objeto, suas diferentes abordagens no compartilham uma mesma definio a seu respeito. Objetivando a elucidao dos significados humanista do que experincia, o presente trabalho investiga a perspectiva do expoente humanista Rollo May. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliogrfica sobre as principais obras de May, no que diz respeito compreenso e definio do conceito de experincia, a saber, Psicologia existencial, O homem procura de si mesmo e A psicologia e o dilema humano. Destarte, a noo de experincia apresenta-se para May diretamente ligada ao termo existencial, que significa a nfase posta na realidade da experincia imediata no momento presente. A origem da existncia tem, portanto, dois aspectos: o que a fonte da experincia e o que experimentado por si mesmo. Portanto, a fonte original e integral de todas as maneiras de ser no mundo o corpo, sendo ele considerado a origem da experincia de mundo. Desta forma, a atitude que adotamos em relao ao corpo evidencia a maneira como vivenciamos a experincia, como fonte de razo e conhecimento. Com relao ao contexto da psicoterapia, May argumenta que a nossa prpria experincia serve de instrumento para estudar outra experincia, ou seja, enxergarmos o outro atravs do nosso olhar, da nossa prpria experincia. Essa atitude interfere em nossas interpretaes e posicionamentos clnicos. May considera, ainda, o inconsciente enquanto provedor de grande significado para a experincia humana. Segundo ele, a melhor maneira de compreender a prpria identidade examinar a experincia pessoal, pois o self a funo organizadora no ntimo do indivduo, por meio da qual um ser humano pode relacionar-se com outro, e vivenciar diversas experincias. Conclumos que esses aportes caracterizam a psicoterapia existencial de May, que considera a experincia em seu escopo. Tal definio lhe singulariza ante outras abordagens humanistas que versam a experincia conforme outras definies.Palavras-Chave: Psicologia Humanista, Experincia, Rollo May.

0218Sobre o fenmeno lingustico em Merleau-Ponty: Gestualidade e percepo incipiente

Como parte de um projeto mais amplo de investigao da temtica da linguagem no pensamento de Maurice Merleau-Ponty, o presente trabalho volta-se ao conceito de gestualidade com o intuito de compreender de que forma os aspectos naturais e culturais se articulam no processo de aquisio da linguagem, que corresponde ao ingresso do indivduo no mundo intersubjetivo da cultura. Na Fenomenologia da Percepo, o sentido gestual da fala recebe destaque na conceptualizao do corpo prprio, cumprindo descrio do fenmeno da fala revelar, neste momento da obra do autor, o carter eminentemente expressivo da experincia humana. Situar a fala no mbito do gesto permite romper com uma concepo intelectualista da linguagem: ao descrever o gesto lingustico no como traduo de um pensamento, mas como efetiva produo ou realizao de um sentido, o autor reconhece a fala como instncia originria da significao. Compreender a expressividade humana exige, desta forma, a descrio de um nvel gestual especfico, uma categoria de comportamentos que tem por caracterstica exceder o imediato em direo a uma virtualidade, a um campo de sentidos que no corresponde a um coletivo de juzos, mas antes a um horizonte intersubjetivo de aes e relaes. Neste sentido, a reflexo do autor acerca da preponderncia dos significados humanos na percepo incipiente em A Estrutura do Comportamento, bem como as discusses a respeito da aquisio da linguagem e da psicossociologia da criana apresentadas nos cursos ministrados pelo autor na Sorbonne vm complementar nossa reflexo. A percepo incipiente toma como centro no um mundo natural, pretensamente disposto como aglomerado complexo de signos sensveis dotados de qualidades discretas e neutras em relao ao sujeito perceptivo, mas antes um mundo humano investido de sentidos que em algum nvel lhe identificam enquanto tal. Seja no corpo de outrem, enquanto meio de expresso de atitudes e intenes identificveis na medida em que o sujeito as esboa em seu prprio corpo, seja nos objetos de uso humano, cujo valor institudo polariza a intencionalidade do corpo prprio em um nvel que antecede o da reflexo, a percepo incipiente aponta para uma relao com o mundo que possui sobretudo um carter pragmtico. Parte da tarefa de uma fenomenologia da linguagem descrever o aspecto gestual do fenmeno lingustico, e compreend-lo a partir deste nvel pr-reflexivo da experincia.Palavras-Chave: Linguagem, Merleau-Ponty, Subjetivao, Gestualidade

0219A tica da autenticidade em Charles Taylor: relaes com Merleau-Ponty

No presente trabalho retomamos a problemtica apresentada por Charles Taylor em A tica da Autenticidade, a fim de embasar uma breve discusso a respeito do conceito de autenticidade a partir da obra de Maurice Merleau-Ponty. Taylor tematiza trs mal-estares presentes na sociedade contempornea: o individualismo, o primado da razo instrumental e a alienao do indivduo em relao esfera poltica. Perpassando-os, o autor identifica um ideal de autenticidade centrado na autossuficincia, autorrealizao e livre escolha. O movimento autntico identificado ao mbito interno, expresso individual cuja origem deve ser localizada no mbito da existncia particular independente e autnoma. As afiliaes sociais, bem como os modelos e valores externos surgem como fatores secundrios, instrumentais e por muitas vezes limitadores da ao e da criatividade individual. Desta configurao advm um paradoxo. Cabe a cada pessoa escolher seu modo de vida de forma independente, exercer a capacidade prpria de criao e originalidade, ao invs de busc-las em normas sociais. O que leva a uma trivializao destes mesmos processos de construo da identidade, face ao recuo da dimenso poltica e moral esfera individual, ou ao encolhimento das relaes da dimenso do si mesmo com o outro e o mundo. A filosofia de Merleau-Ponty possibilita compreender melhor o que est em jogo aqui. A vida cultural, sob um enfoque individual ou coletivo, se d sempre a partir de um fundo sensvel comum. Vivenciar a autenticidade e a alteridade no so momentos dialeticamente opostos da experincia humana, mas perspectivas intercambiveis de mundo. No imperativa a alternativa entre interno e externo pois o sujeito, enquanto abertura ao mundo, nunca se recolhe numa plena identidade consigo. A expresso de si s adquire sentido num horizonte de significaes, por ser experincia de um sentido sensvel compartilhado. A expresso autntica de si no apenas no se dilui frente a alteridade, mas sim garante com ela seu sentido de forma dialgica. A crtica de Taylor confluente com esta concepo na medida em que reconhece os aspectos positivos da noo de autenticidade, aos quais no se deve passar ao largo numa tentativa de superar a ideologia individualista. Com ambos autores, trata-se de restituir ao indivduo uma dimenso comum de imbricamento entre o fora e o dentro, pensar a autenticidade como movimento particular sem recair nos vcios de uma ideologia narcsica.Palavras-Chave: Autenticidade, Subjetivao, Cultura

0220O resgate do conceito da Psicologia Fenomenolgica em Edmund Husserl: A Psicologia Fenomenolgica Transcendental

A Psicologia Fenomenolgica tem atrado muitos pesquisadores das reas de cincias humanas, e, especificamente, da psicologia. Diante das inmeras interpretaes e aplicaes possveis deste constructo, e de uma aparente confuso conceitual, faz-se necessrio uma melhor compreenso das razes histricas e filosficas do iderio fenomenolgico, proposto por Edmund Husserl, ao qual atribudo a primeira formulao de uma Psicologia Fenomenolgica. Os mltiplos entendimentos a respeito do que seria a Psicologia Fenomenolgica, evidencia um necessrio e importante retorno s origens da prpria fenomenologia, para que possa ser melhor elucidado o contexto e a objetivo que Husserl confere Psicologia Fenomenolgica. Este trabalho, que parte da pesquisa de mestrado que o autor est cursando, visa revisar dentro das principais obras do autor, o conceito de psicologia fenomenolgica, buscando ali uma compreenso mais prxima do pensamento husserliano. Dentre as principais obras, destacamos o volume IX da Husserliana, que trata especificamente da Psicologia Fenomenolgica. Esta obra, especificamente, pouco estudada e quase nunca aparece como referencia nos principais textos relativos ao tema. Nossos primeiros resultados tm apontado para o quase total desconhecimento desta obra por parte dos pesquisadores da rea. De sorte que, a Psicologia Fenomenolgica, tal qual foi formulada por Husserl, estaria mais prxima de uma resoluo da questo da cientificidade em Psicologia, portanto ligada ao aspecto mais epistemolgico, do que a prpria aplicao experimental, ou mesmo clnica. O mtodo de investigao fenomenolgica, a reduo fenomenolgica transcendental, segundo Husserl, dever auxiliar a psicologia a abandonar um pretenso modelo de cincia, o modelo das cincias naturais, para se tornar, ela mesma, o modelo de cincia essencial, que revela os prprios aspectos transcendentais da conscincia e da experincia humana. Tal campo de investigao, segundo Husserl, ser desenvolvido pela Psicologia Fenomenolgica, e ser, dentro do seu iderio, de suma importncia para, ao mesmo tempo, revelar a crise das cincias, e promover a superao de um modelo epistemolgico, que no corresponde essncia da experincia humana. Esperamos ao final desta pesquisa, conseguir promover um maior esclarecimento a respeito do conceito de psicologia fenomenolgica, e auxiliar a desfazer alguns mal-entendidos que tem ocorrido a respeito deste novo ramo da psicologia.Palavras-Chave: Psicologia Fenomenolgica; Psicologia Fenomenolgica Transcendental, Edmund Husserl, Crise da Cientificidade em Psicologia; Epistemologia

0221A fenomenologia de Husserl lida como dentro de uma perspectiva mais mundana do que a de Merleau-Ponty.Comment by Parecerista: Poderia melhorar o ttulo.

Este trabalho objetiva examinar o conceito de mundano presente nas fenomenologias de Husserl e de Merleau-Ponty. Parte-se da proposio de alguns comentadores de que a fenomenologia deste mais mundana por no desarticular conscincia de mundo, ao passo que sugerem tal ciso na daquele. Contudo, neste trabalho a perspectiva de Husserl considerada como mais mundana, pela presuno de que buscar compreender a essncia das coisas por meio da conscincia, ao intenciona-las, uma condio mundana/humana. Merleau-Ponty alude a no necessidade de afastamento entre sujeito e meio para tocar-se este. Para ele, homem mundo e mundo homem. Ainda, postula que o ser humano est inserido no mundo de tal forma que difcil promover-se uma separao completa, h uma linha tnue entre onde comea e termina sujeito e meio. Porm, na perspectiva aqui admitida, isso o real, mas no o mundano/humano. O homem no se sente mundo. Ele acredita que olha de fora a vida e os acontecimentos, pensando sobre eles. Essa linha tnue a subjetividade. O ser humano no pondera que seus julgamentos a respeito da realidade tm relao com seus a priori, sentindo que so sempre ideias prprias e atuais. E quando o faz, torna-se necessrio, para apreender o real, ter a atitude de colocar entre parnteses seus conceitos histrica e culturalmente forjados para respeitar a essncia prpria do mundo exterior. A questo no precisar ou no do referido afastamento para se compreender o entorno, e sim que isso no parece exatamente uma escolha: assim que para o homem. Nesse sentido que supe-se que Husserl enuncia que o homem intenciona e tem conscincia de de mundo, de si. Portanto, sugere-se que o homem no mundo em sua concepo e percepo subjetivas, ele explora o mundo. Concebe-se a intencionalidade da conscincia como prpria do humano no mundo. Merleau-Ponty, ademais, atesta que no h homem interior. Todavia, para Husserl, h uma unio entre interior e exterior somente na conscincia, quando um se doa ao outro. Quando o homem avista um objeto, reflete sobre ele, de imediato lhe advm conceitos, ele no sente que ele o objeto e o objeto ele, um a extenso do outro, ainda que no fundo, para Husserl, ambos se confundam e componham uma s realidade na conscincia. Destarte, objetivou-se, por meio de um estudo terico, defender a fenomenologia de Husserl como mais mundana do que a de Merleau-Ponty quanto relao conscincia-mundo, hiptese esta que parece vivel.Palavras-Chave: Fenomenologia; Husserl; Merleau-Ponty; Subjetividade; Mundano

0222Entre o humano e o natural: o tema da diferena antropolgica na obra "A Estrutura do Comportamento", de Merleau-Ponty

Neste trabalho, nos propomos a analisar e discutir a interpretao dada por Merleau-Ponty temtica da diferena entre os comportamentos animais e humanos. Este recorte embasa-se especificamente em sua primeira obra, A Estrutura do Comportamento, na qual o filsofo aborda o problema da experincia perceptiva aliando-se a uma perspectiva estruturalista. Tal problematizao formula-se mediante a questo das relaes entre conscincia e natureza, cujo dualismo fora intensificado pelo realismo psicofisiolgico ao admitir uma noo estritamente causal de comportamento. O conceito de estrutura abala o substancialismo presente nas abordagens causais, porquanto estabelece que a percepo, e logo o comportamento, j expressam, para o organismo que age, relaes dotadas de sentido. Deste modo, o animal desprende-se da mxima cartesiana, que o concebia como um ser mecnico, cujo automatismo seria a nica fonte de relao com o mundo. Merleau-Ponty sinaliza que, ao longo da escala zoolgica, os comportamentos apresentam graus de integrao diversos, seja do ponto de vista da superao instintiva, ou da perspectiva de um alargamento das relaes espao-temporais. A definio da subjetividade animal a partir da originalidade de suas formas de ser no mundo, que subscrevem interaes mais complexas do que as definidas pela teoria do estmulo-resposta (Pavlov), torna possvel a Merleau-Ponty repensar o humano segundo uma perspectiva arqueolgica, pela qual se pode interrogar a especificidade do fenmeno humano sem renegar o fundo vital de seu passado animal. Neste sentido, o pressuposto de que o comportamento animal apresenta uma intencionalidade prtica, ligada a questes funcionais de relao com o meio, leva Merleau-Ponty a reformular a conscincia humana como enraizamento pr-reflexivo. A conscincia naturada simboliza o retorno a um campo de sentidos prvio objetivao da intencionalidade pelas vias da razo. Esta compreenso do horizonte vital que permeia a conscincia figura como a possibilidade de apontar para aquilo que singular do humano. Para Merleau-Ponty, a percepo humana instala-se desde o princpio em mundo cultural, cujo sentido do percebido aberto por uma temporalidade que se estende em relao aos perceptos animais. A partir destas reflexes, viabiliza-se a descrio de uma vida propriamente humana, que rompe com sua animalidade, e inaugura uma nova estrutura de comportamento.Palavras-Chave: Merleau-Ponty, percepo, animal, diferena antropolgica, comportamento

0223Concepes de norma, sade e doena: contribuies de Kurt Goldstein

Este trabalho tem o objetivo de apresentar uma discusso acerca dos conceitos de norma, sade e doena na perspectiva de Kurt Goldstein, autor cujas ideias influenciaram o pensamento de personalidades, a exemplo de Maurice Merleau-Ponty e Georges Canguilhem, contriburam para o desenvolvimento da Fenomenologia e foram um dos fundamentos das abordagens psicolgicas denominadas Gestalt-terapia e Abordagem Centrada na Pessoa. Ser realizada uma anlise da obra The Organism (1934/1963), que, conforme Goldstein anuncia j no prefcio, consiste principalmente na descrio detalhada do mtodo organsmico proposto por ele para pesquisas biolgicas como um meio que possibilita a compreenso do comportamento de seres vivos normais e patolgicos. Alm disso, nessa obra, o autor realiza reflexes tericas sobre o funcionamento do organismo, o qual ele compreende enquanto uma unidade em relao com o meio em que vive. Segundo ele, em oposio s concepes de norma como um ideal ou como um desvio da mdia, uma de suas intenes chegar a um conceito de norma que seja capaz de compreender fatos concretos e esteja vinculado compreenso do indivduo como uma totalidade. Ele inicia essa discusso a partir dos conceitos de sade e doena, sendo que desconsidera a ideia de que doena algo que recai sobre o paciente, pois para ele o adoecimento se trata de uma mudana no organismo. Dessa forma, seu interesse est mais voltado para o problema de estar doente e menos para o da doena. Ele afirma que o estar doente experienciado pelo paciente e pelo mdico ao se apresentar como uma mudana qualitativa na atitude do indivduo com relao ao ambiente, uma perturbao no curso dos processos da vida, que resulta em tipos de reao que so catastrficas. Portanto, um desvio da norma se torna uma doena apenas quando carrega consigo deficincia, choque e perigo para o organismo como um todo. Essa ameaa no significa apenas risco de morte, mas colocar em perigo a atualizao das potencialidades de performance que so essenciais ao organismo. J a sade definida pela manifestao da vida de um indivduo em que organismo e meio esto ajustados. Uma vez que a determinao da doena pode ser realizada apenas quando o ajustamento do organismo com o ambiente no ocorre de forma ordenada, ela se d por meio de uma norma do indivduo. Logo, a doena s pode ser determinada por meio de uma norma individual, para a qual o indivduo a medida de sua normalidade.Palavras-Chave: Kurt Goldstein, Normalidade, Doena, Sade.

0224A constituio da psicologia fenomenolgica da dor de F. J. J. Buytendijk

O presente estudo tem como objetivo discorrer sobre a psicologia fenomenolgica da dor, elaborada e desenvolvida por Frederick J. J. Buytendijk (1887-1974) em sua obra A Dor (ber den Schmerz), publicada no ano de 1948. Buytendijk foi um conceituado bilogo holands, mdico de formao acadmica, que no restringiu suas pesquisas s cincias naturais convencionais, mas procurou ir alm, encaminhando-as, por exemplo, para a rea da Psicologia e Antropologia Filosfica. Desde o incio de seus estudos, manteve interesse pela psicologia animal, porm reconhecendo nessa um limite naturalista. Dessa crtica, Buytendijk buscou outra metodologia que ampliasse seu horizonte em suas pesquisas, deparando-se assim com a Fenomenologia de Edmund Husserl (1859-1938). A partir desse momento, Buytendijk comeou a rejeitar a cincia emprico-experimental na Psicologia como nico mtodo vlido nas pesquisas que tinham como objetivo o conhecimento da existncia humana e, passou a conceber a Fenomenologia como um mtodo mais eficaz e coerente, ou o nico possvel para a compreenso da vida psquica. A partir da nova psicologia de Husserl, a Psicologia Fenomenolgica, que Buytendijk comps seus trabalhos, dentre os quais se encontra a analise da dor, obra essa que problematiza esta questo no mbito da sensao, do sentimento, ou sentimento sensorial. Para o autor, a essncia e o sentido da dor s podem ser investigados a fundo a partir e na vida humana, fundamentada por uma considerao ontolgica da existncia dos homens, ou seja, por uma antropologia filosfica, porque somente dessa maneira possvel penetrar na ndole essencial e na significao do fenmeno.Palavras-Chave: Fenomenologia da Dor; Antropologia Filosfica; Psicologia Cognitiva.

0225Uma possvel psicologia da personalidade na fenomenologia de Edith Stein Contribuies para uma psicologia fenomenolgica

O pensamento antropolgico-filosfico da fenomenloga Edith Stein (1891-1942) desenvolve-se em textos de complexidade, profundidade, porm com harmonia. A conjugao inseparvel entre as suas experincias pessoais e sociais e as suas contribuies filosficas, faz de seu pensamento elemento de suma importncia para diversos campos do saber, em especial Psicologia. Em meio diversidade das anlises antropolgico-pedaggicas e filosficas possvel perceber quanto Stein se apropriou com maestria da Fenomenologia de seu mestre e amigo filsofo Edmund Husserl (1859-1938), compreendendo o mtodo fenomenolgico e seus elementos fundamentais. Pode-se afirmar que a Fenomenologia enquanto mtodo utilizada nas investigaes de Edith Stein, priorizando a descrio do fenmeno em detrimento conceituao, no intuito de evidenciar pontos ou perspectivas possveis da pesquisa, e no encerr-los. Para Ales Bello (2014) o mtodo fenomenolgico, em sua reduo e reflexo, possibilitou a Stein liberar o olhar para a anlise do vivido do humano, que no pode ser definido a partir de teorias, mas apenas s a partir da descrio das vivncias. A partir das investigaes de Edith Stein sobre o ser humano, desenvolve-se assim uma pesquisa em Iniciao Cientfica acerca da constituio do ser humano, com o objetivo de investigar o fenmeno da personalidade humana, explicitando, ainda, as contribuies da fenomenologia aos estudos da Psicologia Fenomenolgica. As principais obras de anlise so: o texto Causalidade Psquica, parte da obra Psicologia e Cincias do Esprito. Contribuies para uma fundamentao filosfica (1922/2002) e A Estrutura da Pessoa Humana (1932/2002). Para essa investigao ser utilizada a pesquisa bibliogrfica, adotada enquanto procedimento metodolgico, auxiliando em uma busca ordenada das ideias e na devida vigilncia epistemolgica. A pesquisa ocorre a partir de leituras programadas, fichamentos e discusses reflexivas dos textos de Stein, alm da identificao de suas principais ideias acerca da personalidade e carter, em um caminho que ainda percorrido para a elaborao final dos itens em investigao. Sabendo que o interesse no est sobre o fato, mas sobre a essncia captada pelo sentido , a busca pelas coisas mesmas se dar no caminho da pesquisa bibliogrfica, buscando a explicitao dos fenmenos descritos por Stein e visados nos objetivos propostos.Palavras-Chave: Psicologia Fenomenolgica, Carter, pesquisa fenomenolgica

0226A Psicologia Fenomenolgica da Dor: investigaes psicolgicas a partir de uma antropologia filosfica de F. J. J. Buytendijk

O presente estudo tem como objetivo discorrer sobre a psicologia fenomenolgica da dor, elaborada e desenvolvida por Frederick J. J. Buytendijk (1887-1974) em sua obra A Dor (ber den Schmerz), obra que foi publicada no ano de 1948. Buytendijk foi um conceituado bilogo holands, mdico de formao acadmica, mas que no restringiu suas pesquisas s cincias naturais convencionais, ao contrrio, procurou ir alm, encaminhando-as, por exemplo, para a rea da Psicologia, Fenomenologia e Antropologia Filosfica. Desde o incio de seus estudos e pesquisas, manteve interesse pela Psicologia animal, porm reconhecendo nessa um limite naturalista dessa cincia. Dessa crtica, Buytendijk buscou outra metodologia que ampliasse seu horizonte em suas pesquisas, deparando-se assim com a Fenomenologia Transcendental de Edmund Husserl (1859-1938). A partir desse momento, pode-se dizer que Buytendijk comeou a rejeitar a cincia emprico-experimental na psicologia como nico mtodo vlido nas pesquisas que tinham como objetivo o conhecimento da existncia humana e, passou a conceber a Fenomenologia como um mtodo mais eficaz e coerente, ou o nico possvel para a compreenso da vida psquica. Ainda, Buytendijk motivado pela nova psicologia de Husserl, ou seja, a Psicologia Fenomenolgica comps seus novos trabalhos, j de carter fenomenolgico. Dentre as anlises psicolgico-fenomenolgicas se encontra a analise da dor, obra essa que problematizou esta questo no mbito da sensao, do sentimento, ou sentimento sensorial. A dor, segundo Buytendijk (1958/1948), est no centro de uma investigao do carter essencial das impresses sensoriais e dos sentimentos. Assim, torna-se necessrio compreender o sentimento da dor, j que a sensao se desenvolve em uma esfera neutra da conscincia. O sentimento tem uma relao direta com a atitude pessoal e o que impulsiona a decises involuntrias, por isso todas as tentativas de definir psicologicamente a dor devem estar em estreita conexo com a teoria da vida sentimental e no s nas sensaes. Nesse sentido, para o autor, a essncia e o sentido da dor s podem ser investigados a fundo a partir e na vida humana, fundamentada por uma considerao da existncia dos homens, ou seja, por uma antropologia filosfica, porque somente dessa maneira possvel penetrar na ndole essencial e na significao do fenmeno.Palavras-Chave: Fenomenologia da Dor; Antropologia Filosfica; Psicologia Cognitiva.

0227A morte de Deus e a fenomenologia: A imbricao do pensamento nietzschiano estruturao da ontologia fundamenta

O tempo que o nosso, como j havia antevisto o filosofo existencialista alemo, Friedrich Nietzsche, um tempo marcado pelo acontecimento histrico da crise das bases metafsicas. Isto que dizer que o modo de produo do conhecimento extirpado do seu nexo estrutural mais amplo e considerado para alm de sua rede complexa na qual ele est desde o incio imerso. Para designar esse tempo foi que a expresso Morte de Deus instituiu sua significatividade. Deus, na compreenso nietzschiana, representa todo o universo supersensvel que serve de fundamento ltimo dos matizes sensveis e corruptveis do mundo na medida em que o conjunto dos fenmenos transitrios do real adquire sentido quando referidos a ele. Deus quem garante sentido e ordem transitoriedade do mundo. Entrementes, com a morte de Deus, o universo suprassensvel desfragmentou seu alicerce, desmoronando o solo que sustentava seus achados. Desta feita, neste horizonte aberto pelo pensador, toda tentativa de abarcar o homem metafisicamente se torna insuficiente, uma vez que a radicalidade do pensamento no projeta sua fora pela insuficincia de se pesar os vrios modos de lidar com o real, e consequentemente, com os vrios modos do ente humano habitar o mundo. Neste vis, a fenomenologia uma sada a tal imposio histrica. Neste trabalho, apresentaremos a fenomenologia proposta por Martin Heidegger como rota de alternncia as formas hegemnicas de pensar a Psicologia, uma vez que a filosofia heideggeriana nos lana a tarefa de recolocar a questo do existir em um campo semntico outro que no aquele da metafsica. Por esta via de acesso, apresentaremos na ontologia fundamental formulada por Heidegger o homem, no compreendido pelas instncias metafsicas que subjulgam previamente seu ser, mas de modo contrrio, apresentaremos o modo mais arcaico-originrio de visualizao do ser do homem que o ser-a. O ser-a se perfaz quando alijamos o modo natural de pensar libertando as estruturas prvias da interpretao, deslocando o modo ingnuo como lidamos com as coisas e indo ao campo procedente de constituio de sentido. Para a visualizao da operacionalizao do nosso problema em questes, apresentaremos a constituio existencial do ser do homem a partir do gesto fenomenolgico da volta as coisas mesmas, como elemento de escape a imposio aberta pelo horizonte nietzscheano.Palavras-Chave: Nietzsche; Heidegger; Fenomenologia-Hermeneutica.

0228Como pensar a constituio nas meditaes cartesianas?

O estudo compara duas possveis compreenses sobre a constituio do real nas Meditaes Cartesianas de Husserl. Para o filsofo alemo, nessa obra, a fenomenologia demonstra que a comunidade monadolgica formada pelas diversas conscincias constituem o mundo. Entretanto, uma vertente dos crticos de Husserl interpreta que fenomenologia e ontologia esto separadas e tem funes diferentes: a fenomenologia deve estudar o mundo transcendental, enquanto que a ontologia deve dedicar-se, ao lado das cincias dogmticas, ao estudo das coisas como so. Por outro lado, grande parte dos intrpretes de Husserl, ao contrrio, relacionam ontologia e fenomenologia, defendendo que a fenomenologia uma forma de ontologia universal que trata do ser das coisas como aquilo que aparece e constitudo pela conscincia. Propomos como questo refletir, portanto, como pensar a constituio nas Meditaes Cartesianas. Devemos entend-la como a constituio de um mundo transcendente construdo pela conscincia e distinto do mundo natural estudado pela ontologia e cincias ou, de outro modo, definir que a comunidade monadolgica constitui o mundo uno e nico no qual vivemos? A corrente interpretativa que defende a ontologia e as cincias como voltadas para os objetos puros e simples e a fenomenologia como descritiva de um mundo transcendente possui como consequncia a dificuldade de utilizar-se da mesma para pensar a realidade; a fenomenologia voltar-se-ia para investigaes de um universo transcendental, tornando-se intil para o estudo da realidade concreta. Negando essa interpretao, defendemos, subsidiados pelas Meditaes Cartesianas, a posio crtica que define a fenomenologia como uma ontologia universal que estuda o ser do real constitudo pela comunidade monadolgica. Dessa forma, nos mantemos dentro do projeto matricial husserliano de instituir a filosofia como fundamento do conhecimento desenvolvido pela cincia e demonstramos que o idealismo transcendental husserliano possui como objetivo descrever fenomenologicamente a realidade concreta na qual vivemos.Palavras-Chave: Husserl, Constituio, Idealismo

0229Intersubjetividade nas meditaes cartesianas

Na obra Meditaes Cartesianas Husserl define a epoch como instrumento capaz de modificar o visar de maneira a nos permitir enxergar o campo originrio de constituio do mundo. Tal procedimento nos faz abstrair dos conhecimentos cientficos, teorias filosficas e doxa do senso-comum para nos colocar diante do campo transcendental da conscincia. Entretanto, no estaramos com isso enclausurados em nossa prpria subjetividade? A reduo no excluiria tambm a evidncia da existncia de Outrem? Como posso pensar Outrem enquanto sujeito, se minha conscincia sempre conscincia de um objeto? Para responder a essas perguntas, analisaremos a V Meditao Cartesiana, intitulada Desvendamento da Esfera de Ser Transcendental como Intersubjetividade Monadolgica, texto em que Husserl explica como encontro Outrem. O filsofo alemo no demonstra uma prova que supere o solipsismo, mas evidencia o modo como Outrem aparece para mim, ou seja, descreve a experincia que vivenciamos da existncia do Outro. Husserl explica que me apreendo como organismo animado, composto de corpo e subjetividade, capaz de doar sentido ao mundo. Outrem aparece diante de mim da mesma forma, como leibkrper que reconheo por emparelhamento e me permite reconhecer a existncia da sua subjetividade por analogia ao meu prprio ser. Parece que Husserl levado a tentar demonstrar a existncia de Outrem a partir do corpo, entretanto, a ordem utilizada para explicao terica deve ser invertida para ser compreendida em sua concretude. De incio, Outrem se apresenta como subjetividade que constitui o real no qual percebo-me enquanto Leibkrper, apenas posteriormente ns abstramos corpo de conscincia criando um problema contra o qual nos debatemos. Para Husserl, a constituio do real realizada pela comunidade monadolgica de maneira que a existncia do mundo depende da existncia de Outrem que o constituiu, dessa forma, a percepo de meu prprio ego mondico no mundo explicita e evidencia a existncia de Outrem que constituiu o real. Assim, a pergunta como encontro Outrem enquanto subjetividade? uma abstrao sem sentido, pois o Outro, na verdade, j est dado na prpria percepo do mundo.Palavras-Chave: Husserl, Intersubjetividade, Outro, Solipsismo

0230As vivncias afetivas na fenomenologia de Edmund Husserl

Considerando possveis contribuies para o estudo dos processos psicolgicos, em especial a afetividade, este trabalho tem por objetivo apresentar as anlises realizadas pelo filsofo Edmund Husserl (1859-1938) ao longo de sua obra fenomenolgica, a fim de expor os diferentes momentos em que este autor tematizou e problematizou a questo das vivncias afetivas. Enquanto fundador e idealizador da fenomenologia, Husserl props um rigoroso retorno elucidativo conscincia enquanto tal, efetivado via explicitao de suas estruturas fundantes constituintes. Quanto ao percurso metodolgico adotado, este estudo circunscreve-se na categoria de investigao terica e segue tcnicas sistemticas formalizadas da pesquisa bibliogrfica. Apresentam-se os principais aspectos e problemas correspondentes colocados em algumas obras de Husserl em que a anlise das vivncias afetivas se fez presente. Entre as principais distines e caracterizaes encontradas, destacam-se as vivncias de sentimento (Gefhle), tal como abordadas em sua obra Investigaes Lgicas; e os estados de nimo (Stimmung), por meio da tematizao realizada por alguns autores comentadores e intrpretes da obra husserliana, que atualmente consideram os escritos inditos correspondentes aos Manuscritos M, relativos ao projeto Estudos Sobre a Estrutura da Conscincia. Na composio de suas anlises fenomenolgicas sobre os sentimentos, Husserl apresenta a problematizao do carter essencial da intencionalidade nessas vivncias, desenvolvendo com isso a delimitao entre atos de sentimento e sentimentos sensveis, explicitando sua concepo acerca da fundamentao dessas vivncias e seu entrelaamento caracterstico. Em relao aos estados de nimo, destaca-se o seu modo intencional especfico bem como sua funo iluminadora do mundo entorno e de abrir horizontes. So apresentadas proximidades e distanciamentos entre os diferentes momentos de anlise descritos. Por fim, pode-se afirmar que a contribuio da fenomenologia das vivncias afetivas para o campo de estudo dos processos psicolgicos est em sua multiplicidade de descries rigorosas dessas vivncias e na explicitao de sua inexorvel capacidade de influenciar o contato que temos com nosso mundo vivido em um nvel fundamental.Palavras-Chave: afetividade, psicologia fenomenolgica, sentimentos, estados de nimo, intencionalidade

0231Experincia e subjetividade: reflexes a partir da crtica hermenutico-filosfica cincia moderna

A comunicao tem como temtica central a problematizao hermenutico-filosfica da cincia moderna e da compreenso de subjetividade que lhe correlata, desenvolvida por Hans Georg Gadamer em sua obra Verdade e mtodo. O objetivo proposto apresentar a crtica gadameriana dirigida noo de subjetividade moderna tendo em vista a concepo de experincia hermenutica e a ressignificao ontolgica da noo de sujeito. Se, do ponto de vista da metodologia cientfica, a busca de um conhecimento verdadeiro pressupe uma compreenso de subjetividade que regula, controla e planifica, sendo orientada pelo rigor e competncias de suas faculdades de conhecimento, a hermenutica ontolgica gadameriana, sob a forte influncia da fenomenologia de Heidegger, articula uma crtica a essa noo de sujeito tendo em vista o seu horizonte hermenutico. No se trata de desconsiderar as contribuies das cincias, mas de repens-la luz de uma ponderao hermenutica que reveja a relao entre a verdade e o mtodo e ressignifique a compreenso de sujeito. Afinal, a verdade no uma questo de mtodo, destaca o hermeneuta. As questes que orientam nossa investigao so: Em que consiste uma hermenutica filosfica do sujeito em seu propsito de compreenso da realidade? O que justificaria a desconsiderao dos preconceitos, sedimentados historicamente, como condio para os seres humanos compreenderem verdadeiramente as experincias que integram o mundo da vida? Discute-se a noo de experincia hermenutica considerando seu carter de finitude, a primazia de seus efeitos histricos (Wirkungsgeschite ), e sua determinao no mdium da linguagem (Sprach). A experincia humana sobressai como pr-conceptual, na medida em que no pode ignorar os conceitos prvios (Vorurteil) construdos ao longo da formao humana e na dinmica das experincias adquiridas. O critrio de sua abertura constitui-se como fundamento hermenutico por excelncia na medida em que constitui o horizonte que torna o ser humano verdadeiramente experiente no circuito de suas projees existenciais. Nessa perspectiva, pensar o ser humano enquanto subjetividade circunscrita em parmetros metodolgicos e fixos, compromete a reflexo sobre o conjunto das experincias vivenciadas pelo Dasein histrico no contexto de um mundo da vida que humano por que dialgico e intercultural.Palavras-Chave: Hermenutica, Gadamer, Sujeito, preconceitos, experincia

0232Questes de sentido na compreenso da angstia existencialComment by Parecerista: Completar o ttulo em Viktor Frankl.

Sob o ponto de vista existencialista, entende-se a angstia no somente como sofrimento, mas tambm como liberdade e responsabilidade do sujeito para atribuir sentido s suas prprias vivncias. Viktor Frankl, psicoterapeuta existencial e criador da Logoterapia, relatou, na obra Em Busca de Sentido, publicada em 1946, inmeras situaes desafiadoras e catastrficas, nas quais esteve em contato nos campos de concentrao de Auschwitz. Vivenciando tais experincias, pde compreender a importncia do sentido na vida de um sujeito, pois foi atravs do sentido que Frankl despertou a vontade de viver e abriu-se novas possibilidades de existir, mesmo diante de uma situao extrema, compreendida por Karl Jaspers, como situao-limite. O sofrimento, para Frankl, est estritamente vinculado subjetividade do indivduo, s escolhas que ele realiza, e ao modo como ele lida com as mais variadas circunstncias. Tal ideia, Frankl exemplifica ao dizer que grande parte dos reclusos de Auschwitz apenas esperava morrer, e no mais via possibilidades ou esperanas em viver. Por outro lado, Frankl, diante da situao-limite, buscou desenvolver-se espiritualmente, explorando das artes, da escrita, e aproveitando o que de bom ele poderia fazer. Ele mostrou que por meio do sentido, o sujeito se torna capaz de superar e ressignificar situaes de sofrimento e angstia, buscando assim, uma vida mais plena, na qual ele se sinta mais realizado consigo mesmo. No presente trabalho, foi elaborada uma reviso de literatura acerca da compreenso da angstia existencial, a partir dos conceitos sartreanos de liberdade e responsabilidade, e do conceito jasperiano de situao-limite. Tambm foi desenvolvida uma leitura aprofundada a respeito de Viktor Frankl, buscando compreender a ideia de sentido e o modo como ele se faz presente na vida do sujeito. O objetivo foi entender de que maneiras a busca por um sentido para viver contribui no processo de ressignificao do vazio presente na angstia existencial, considerando que a busca por novos sentidos, influencia o desenvolvimento das potencialidades, da liberdade e da autonomia do sujeito. Nesse aspecto, Frankl foi ao encontro com o existencialismo, pois mostrou que a angstia no traz apenas sofrimento, mas tambm, proporciona ao sujeito maior contato consigo mesmo, dando-lhe mais liberdade, autonomia e responsabilidade, diante da vida que leva.Palavras-Chave: Angstia, Liberdade, Sentido

0233Ensaios de um entrelao histrico entre Husserl e Moreno.

O presente trabalho o primeiro captulo de uma monografia de concluso de curso de psicodrama teraputico nvel 1 e visa engendrar articulaes e reflexes provindas de uma reviso histrica e terica feita sobre J. L. Moreno, o criador do Psicodrama e Edmund Husserl da Fenomenologia. Este estudo tem como objetivo identificar pontos de entrelao e similaridades de suas influncias contextuais e histricas na criao de alguns ou at muitos de seus conceitos. Sero apresentados um levantamento histrico anterior ao incio da vida de cada autor e que visa abranger movimentos importantes ocorridos na Europa de meados do sculo XVIII at meados do sculo XIX e posterior paralelo do desenvolvimento de ambos os autores, levando em conta em especfico os movimentos polticos, religiosos, artsticos e cientficos vigentes ao longo de suas vidas. Ademais, sero apontadas figuras centrais de influncia que convergem em ambos os autores, como Hegel e Brentano, estes que sofreram as influncias de seus contextos e por sua vez a exerceram a sua. Tem-se como hiptese que os ocorridos na Europa nos sculos XVIII e XIX se mostram presentes na criao de conceitos como a Epoch fenomenolgica e o Encontro moreniano, permitindo ao autor um aprofundamento de mais conceitos em captulos subsequentes, embasando-se na questo histrica para encontrar paralelos e possibilidades de uma conversa terica aplicada prtica psicoteraputica em consultrio.Palavras-Chave: Husserl, Moreno, conceitos, histria, Europa.