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Cinema Silencioso de Vanguarda “O cinema é verdade. Uma história é uma mentira”

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Cinema Silencioso de Vanguarda“O cinema é verdade. Uma

história é uma mentira”

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As vanguardas do início do século

• Oposição a tradições “imitativas”.• Nova acepção de “realismo”

(realidade do subjetivo ou reformulação da objetividade)

• Propõe atividade artística como criação de um objeto autônomo e dotado de leis próprias de organização.

• Estranheza propositalmente buscada.

• Presença ostensiva do objeto como não-natural e trabalhado.

• Não permite acesso imediato às suas convenções e critérios construtores.

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Impressionismo Francês• Após o declínio da Pathé, cinema francês

procura se reinventar.• Cinema psicológico, intimista, afeito à

distorção formal, porém kitsch.• Delluc, Dulac, L’Herbier, Gance.• Constrói-se uma tradição de megalomania

e exuberância cinematográfica: “Eldorado”, “A Roda”, “Napoleão”.

• Forte na tradição literária de grandes personagens, o cinema francês, perdido, entrega-se à grandiloquencia formal e vazia (?)

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Abel Gance

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Louis Delluc

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Dadaísmo• A estrutura racional não tem

o poder de penetrar nos filmes.

• Pulverização dos valores da sociedade ocidental; banir analogias evidentes.

• Ao contrário do surrealismo, centrava-se numa abordagem da superfície visível das coisas. Despir a máquina e os objetos dos seus mistérios.

• Entreatos (René Clair): “desfile alegre e despreocupado”.

• Léger: “celebrar o advento do objeto”.

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Surrealismo (I)• Contra as forças da guerra, da insatisfação

pessoal, do militarismo.• Aproximação, no espaço do poético, de coisas

distantes e muitas vezes contraditórias.• Culto à liberdade acima de qualquer norma.• Imagem como detentora do poder de

desautorizar e desierarquizar signos autoritários (solipsistas; paranóicos; psicóticos).

• Condenação desordenada do dinheiro e do trabalho, da religião e da razão, do ocidente e da civilização.

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Surrealismo (II)• Mergulho profundo na dimensão

insconciente da imagem.• Escrita automática.• Acesso a uma realidade superior pela

desfamiliarização do cotidiano.• Fascínio pela recombinação exótica de

elementos distantes.• Atmosfera onírica.• Busca pelo recalque, pelo obscuro.• Jean Epstein: reivindicação pela legitimidade

de uma visão mágica do mundo.

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Germaine Dulac

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Sigmund Freud e o mal-estar da civilização

• Único impulso vital: atingir a felicidade e estado de prazer constante (realidade inatingível). Não se poder libertar todos os instintos, não se lutar contra o princípio de realidade, não se pode inventar uma nova realidade.

• Progresso técnico e aumento da longevidade não influem no contingente de felicidade individual.

• O desenvolvimento da civilização impõe restrições à liberdade. O impulso à liberdade é dirigido contra formas e exigências da civilização.

• O amor ganha ambiguidade para que possa satisfazer o instinto e as restrições da civilização.

• Hostilidade primária: “ame a teu próximo como este te ama”. Sociedade se vê em permanente ameaça de desintegração; as paixões instintivas são mais fortes que os interesses razoáveis.

• Civilização impõe sacrifício enormes à sexualidade e à agressividade.• Sonho: manifesta um desejo secreto, geralmente envolvido em contradições,

e realiza um trabalho incansável de coordenação entre estes desejos, de maneira a fazer um “acordo” escondido que resolva as inúmeras partes do inconsciente que demandam realização por parte da consciência.

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Sinfonias Cinematográficas

• Cidade como personagem.

• Capturar, pelo retalho, pela colagem, um todo de outra forma inapreensível da cidade.

• Exaltar a intensa movimentação e o progresso da civilização expressos no corpo da cidade.

• “Berlim”, “Um Homem com uma Câmera”, filmes de NY, “São Paulo”.

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Robert Flaherty

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Tendência à abstração• Luta contra o discurso.• Presença bruta de cada

elemento. Supremacia do “ver” e do “revelar”.

• Nova experiência do mundo visível.

• Poder de purificação do olhar, orquestração do organismo natural.

• Objeto se torna o centro do “discurso”.

• Richter, Ruttmann, Dulac, Steiner, Eggeling.

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Walter Ruttman

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Cinema de vanguarda americano

• Tardio: prolifera-se principalmente a partir dos anos 30, com experiências mudas e sonoras.

• Escola de Nova York: de Orson Welles a Edwin Denby, Aaron Copland, Marc Blitzstein, Rudy Burckhardt.

• Influência européia, cinema amador: Ralph Steiner, Joseph Cornell.

• O poético, o etnográfico e o experimental: Robert Flaherty e Henwar Rodakiewicz.

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Ralph Steiner

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Rudy Burckhardt