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Cipreste 1.00 € II série nº 4 Mensal 15 de Setenbro de 2009 Director: Rui Miranda Fundado em 1997 “Há um divórcio total entre os eleitos e os eleitores.” Vieira de Carvalho | opinião pág.13 1997 CERCIMAC vai ter um Lar A Cercimac viu aprovada uma candidatura para a con- strução de um lar. Actualmente a CERCI de Macedo acompanha 20 jovens, mas ficará com capacidade para acolher 54: 30 no CAO (Centro de Actividades Ocupacionais) e 24 em internato, no lar residencial. Na região foram aprovadas mais duas candidaturas identicas | Pág. 16 Dia 11 de Outubro um destes homens vai ser o novo Presidente da Câmara

Cipreste 4, Set 2009

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Jornal Cipreste, nº4, 15 Setembro de 2009

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Cipreste1.00 €II série nº 4 Mensal15 de Setenbro de 2009Director: Rui MirandaFundado em 1997

“Há um divórcio total entre os eleitos e os eleitores.”

Vieira de Carvalho | opinião pág.13

1997

2009

CERCIMAC vai ter um LarA Cercimac viu aprovada uma

candidatura para a con-strução de um lar. Actualmente a CERCI de Macedo acompanha 20 jovens, mas ficará com capacidade para acolher 54: 30 no CAO (Centro

de Actividades Ocupacionais) e 24 em internato, no lar residencial.

Na região foram aprovadas mais duas candidaturas identicas

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Dia 11 de Outubro um destes homens vai ser o novo Presidente da Câmara

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Beraldino Pinto - PSDCipreste - O candidato à Junta

de Freguesia de Macedo de Ca-valeiros é o António José Espí-rito Santo. Isto é a paga por lhe terem deixado construir uma casa num sítio onde que era proibido?

Beraldino Pinto – É importante corrigir isso. Se esta é uma entre-vista de candidatura, a pergun-ta não faria sentido neste caso, mas posso responder-lhe a isso. Não é verdade que tenha havido qualquer razão para um hipotéti-co acordo, compensação, contri-buto, ou o que lhe quiséssemos chamar. O António Espírito Santo, cidadão de Macedo, com uma entrega grande em vários aspec-tos passados da comunidade, foi escolhido pela Comissão Política Concelhia do PSD como candida-to, depois de se terem pondera-do variadíssimos candidatos. Se houvesse alguma ligação entre a construção que está a fazer na sua terra, a empreender em Ma-cedo de Cavaleiros, e a questão política, não íamos ser nós a não vetar o nome. Há aqui uma falácia total. É um empresário de Mace-do, que decide fazer um inves-timento, com uma componente residencial, que meteu um pro-jecto à Câmara, que os serviços técnicos apreciaram e que tem o parecer das entidades nacionais e que é um projecto que ainda não está fechado.

Então significa que está tudo bem, está tudo legal?

Não é essa questão. Primeiro não há relação nenhuma entre as duas situações, nem poderia ha-ver. Repare, o facto de me estar a colocar a questão é a prova de que não poderia haver. Ele é um cidadão que está a investir em Macedo.

Mas que tem uma licença de construção de um projecto que não tem nada de habitação, mas sim espaços para guardar animais, forragens…

Mas esse processo está com a tramitação administrativa na Câ-mara. O departamento de obras e urbanismo está a acompanhá-lo. A Câmara está a cumprir com as suas obrigações. Trazer isto para a política é injustificável. Na qualidade de responsável de tudo o que se passa na autarquia eu estou a responder, mas não tem nada a ver com esta discussão. Este foi um problema que só se colocou quando se soube que o sr. António José Espírito Santo ia ser candidato à Junta de Fregue-sia. É um problema que é análo-go a mais situações que existem no concelho.

Mas considera que o proces-so é claro?

O processo é claro. Os jornalis-tas não tiveram acesso ao pro-cesso? Então é porque é claro, caso contrário não teriam.

Mas a construção não corres-ponde em nada ao projecto que foi licenciado…

Esta questão era do domínio público há anos e ganhou agora relevância política. O facto de ha-ver edifícios públicos, habitações comerciais ou agrícolas, que têm alterações ou sofrem aditamentos é normal em urbanismo. Do que eu conheço deste caso é que é um projecto de Agroturismo, que tem os pareceres da área, a nível nacional e tem uma componente edificada, em que o uso não coin-cide com o licenciamento, mas isso é uma coisa que não é inédi-ta. Não é o primeiro, nem mesmo o décimo em Macedo a fazê-lo. O que está aqui em causa é uma questão técnica do urbanismo.

Entretanto essa pessoa não paga IMI ao contrário dos ou-tros macedenses…

Isso é uma questão das Finan-ças. Mas, já experimentaram se há outras pessoas iguais, na mes-ma situação, mas de outras áreas políticas. Agora e no passado. O que eu acho estranho é o lança-mento deste caso agora. Se fos-

se uma coisa escondida não fazia sentido nenhum ele ter sido con-vidado politicamente. Ele não foi convidado por estar a investir na área do turismo e por estar a fazer uma casa nova. Ele foi convidado pela pessoa que é: um empresá-rio de Macedo com provas dadas, e ainda com provas dadas que deu na vida civil, tanto no despor-to, como na associação.

Ele está a dar uma utilização diferente do que para aquilo que requereu. Antes destas situações tentou uma licença que lhe foi negada, mas ele conseguiu dar-lhe a volta. O candidato à Junta por Macedo é capaz disto…

É capaz de lutar por aquilo que quer. Ele não contorna a legalida-de. Imaginemos um empresário que quer apostar na área indus-trial, que tem processo morosos, entretanto vai fazendo o pavilhão e pede a construção do mesmo, e não do licenciamento de uma indústria. Nós sabemos que ele pretende instalar uma indústria. Trata do licenciamento e instala-se. Alguma situação anómala? Há aqui uma similitude muito grande para quem quiser enten-der. O empresário fez o caminho que a lei permite fazer, não violou a lei, contornou a lei.

O Cipreste conhece casos de pessoas que quiseram edificar na aldeia e que por ficar, as ve-

zes uma pequena parte, fora do perímetro urbano a autarquia não permitiu a construção… por exemplo, o lar de Carrapa-tas teve de ser alterado porque a projecção inicial ficava dentro do perímetro de rega…

Não vejo a relação. Vamos falar a sério. Não há tratamentos dife-rentes para situações iguais. Por exemplo, a do lar de Carrapatas não é a mesma situação e essa andamos nós a ajudar a resolvê-la. A do Tozé Espírito Santo tem todos os pareceres para a cons-trução, a diferença está no uso. A construção podia fazer-se e ne-nhum dos seus exemplos são si-milares ou parecidos. Cumprindo a legislação pode fazer-se muita coisa.

Então se não há problema em construir numa zona de rega-dio porque é que não se alte-ram estas mesmas zonas?

Mas está pedido! Como esta-mos de perímetros de regra, de reservas agrícolas, de PDM? Essa é uma das razões porque alguns desses casos já permiti-ram a construção e não são incó-modos.

Qualquer pessoa que quei-ra construir uma casa de habitação e que entregue um projecto de um edifício de apoio à agricultura e que tenha os devidos pareceres

Esse processo [a

vivenda que de An-

tónio Espírito Santo

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e urbanismo está a

acompanhá-lo. A Câ-

mara está a cumprir

com as suas obriga-

ções. Trazer isto para

a política é injustifi-

cável.

Cumprindo a legis-

lação pode fazer-se

muita coisa.

Isso é uma questão

das Finanças [sobre

o facto de António

Espírito Santo não

Pagar IMI pela viven-

da que construiu]

Da nossa obrigação era disponibilizar um heliporto, já está, disponibilizar um novo centro de saúde para fazer as obras no velho, já está, só falhámos um dia.

Da parte do governo, o falhanço foi total.

Há sempre um pouco de macedense que se sobrepõe a qualquer política.

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têm um tratamento igual?

Obviamente. Eu coloco-lhe a pergunta ao contrário. Estes ter-renos têm a edificabilidade que tinham antes. Quantas famílias já foram impedidas de utilizar cons-truções existentes licenciadas ou de alterar o seu uso?

Alguma foi desalojada ou impe-dida de utilizar o espaço? Não. Esta é notícia porque se trata da pessoa que é. É isso que lhe es-tou a tentar explicar.

Quanto ao PDM, está em revi-são há imenso tempo e só não está resolvido por questões bu-rocráticas, porque os “Simplex” complicaram isto tudo. O Plano demora 10 anos a rever, o que é uma vergonha.

O PSD volta a escolher o seu nome para avançar com uma candidatura à Câmara Munici-pal, a terceira. Fez promessas em 2005 que ficaram por cum-prir. Não teme que a população o possa penalizar nas próximas autárquicas?

Os momentos eleitorais são sempre momentos de balanço, entre o que foi feito e o que não foi feito e as razões que estive-ram na base do que não foi feito e também daquilo que foi feito. Não são muitos os objectivos que não foram alcançados. Há algumas obras que não arrancaram a tem-po durante o mandato, conforme prevíamos, e todos as conhece-mos porque são emblemáticas: a central de camionagem que está agora em concurso; os parques de estacionamento da cidade, porque passámos a dar priorida-de aos parques descobertos, em vez de avançarmos com a cons-trução do parque coberto, na Ave-nida Nuno Álvares Pereira. Estão a ser concretizados os parques de estacionamento da zona ver-de, no Parque da Cidade, mais de 300 mil euros de obra e os do pólo escolar, com perto de 500 mil euros de obra. O coberto ficou por concretizar.

A central de camionagem atra-sou, mas estão hoje os problemas ultrapassados e estão já as candi-daturas resolvidas e os concursos a arrancar agora.

Em termos das grandes ques-tões que movem o executivo, como criar dinâmicas geradoras de riqueza, para que o investi-mento privado tenha sucesso, criar bem-estar imediato, penso que o fizemos e com muita visi-bilidade, resolvendo problemas a nível primário para as pessoas. Ainda era preciso investir nas fre-guesias.

Depois há a questão do Turismo, que tem anexado a si o ambiente, e todas as questões das despolui-ções, reciclagens, e estes espa-ços foram uma prioridade ganha, reconhecido externamente com o galardão do Eco XXI, tendo a me-lhor pontuação da região.

Adoptámos uma política fiscal atractiva para o investimento e apoio directo aos empresários. Criámos um sistema de criação de dinâmicas sociais e empresa-riais. Neste âmbito apareceu a Cooperativa da Castanha, mas a ideia é que haja mais iniciativas colectivas também privadas.

Na área social, conseguimos a cobertura do município através de instituições, de redes, de la-res, etc. Na área da deficiência,

partimos de uma situação de au-sência de inventário, para chegar a uma situação onde hoje temos um projecto modelo quase em termos nacionais.

Na área da cultura, sem comen-tários, porque não há concelhos que em tão pouco tempo tivesse criado uma dinâmica tão grande ao nível das colectividades, com pessoas a trabalhar e envolvidas. Viu-se naquele jardim, com o en-contro que fizemos em Agosto. A dinâmica do Centro Cultural.

E, depois tivemos o maior ci-clo de investimentos na cidade, o maior desde há 20 anos, da década de 80: Centro Escolar, Complexo Desportivo, Quartel de Bombeiros, Centro Cultural, o Centro de Sáude. Em equipa-mentos que dão condições a uma cidade para ter pessoas nós de-mos cartas.

Mas e os outros que não fo-ram feitos, o que faltou? O di-nheiro? Por excesso de endivi-damento da autarquia?

Falhou o calendário, estão ago-ra em concurso. Atrasou. Gostava que já estivessem. Não tem nada a ver. Esse problema poderia colocar-se no futuro e não nesta fase. Mas, não há falta de dinhei-ro para concretizar.

Quando há um projecto que está aprovado, tem o parecer da Direcção Geral dos Transportes Terrestres e que temos a candida-tura, surge uma mudança: a alte-ração das regras das centrais de camionagem, ao nível das distân-cias dos eixos, etc, que atrasou um pouco o processo. E, depois houve da parte da Administração Central um empurrar da fonte de financiamento. A Central de Camionagem que nasceu para ser financiada pelo Orçamento do Estado, o Governo decidiu empurrar as candidaturas para o QREN que devia estar agora no auge e está ainda a ganhar ba-lanço. Neste caso, e ainda no da nova biblioteca, que também era para ser financiada pela Adminis-tração Central, pelo Governo, e que eles também tiraram água do capote e mandaram para fundos comunitários, e as candidaturas foram agora. É falta de dinheiro, mas não da componente muni-cipal. Isso nós asseguramos. Eu adorava já a ter a funcionar, até porque andamos a investir dinhei-ro em terrenos, em projectos, que queríamos a dar frutos.

O Centro Escolar, por exemplo, o nosso foi dos primeiros a ser aprovado, porque as candidatu-ras foram as primeiras a abrir em termos de QREN. Sempre que podemos ir a fundos comunitários e avançar, temos ido a concurso e temos ganho tudo.

Há muitos anos que Macedo de Cavaleiros não tem uma zona urbana nova. Ao contrário do que se passa em Mirande-la e Bragança, que tem zonas urbanas novas e com dinamis-mo. Isso quer dizer que Mace-do está estagnado?

Nem uma coisa nem outra. As suas perguntas deixam-me con-fundido pelas suas relações não relacionáveis. Podemos falar de Bragança e de Mirandela, do percurso que tiveram ao nível da construção. Os problemas que as duas cidades têm neste cam-

po são gravíssimos, provocados pela conjuntura. Havia toda uma zona em expansão, em Bragança e Mirandela tem zonas recentes, mas paradas. Macedo tem toda a zona atrás dos Merouços, que é uma urbanização; a zona desde a estação ao Centro Escolar tem o licenciamento de um loteamento, uma zona de urbanização nova, onde a câmara vai fazer a ligação da rotunda do Intermarché até cá acima. Está licenciado, é um investimento privado, com apoio do município. Se hoje olhar para o mapa da cidade e o comparar com anos anteriores, nota-se a diferença. Aquela zona toda da Quinta do Casal está toda edifica-da. Estivemos sempre com um rit-mo de construção que, atendendo à diminuição que houve, a nossa diminuição é inferior à média.

Agora, se me disser que a Câ-mara devia promover urbaniza-ções, aí falamos de divergências políticas eventualmente, porque se temos investidores privados, com vários loteamentos, o de Vale Prados, a zona da Estação à Lamela, Da Quinta do Casal, dos Merouços, o daqui da zona Ver-de, estamos a falar de centenas de alojamentos licenciados em termos de alojamentos, faria sen-tido a Câmara investir um cêntimo que fosse para promover concor-rência de empreendimentos que estão à espera de serem concre-tizados.

Mas há muito poucas obras em curso…

Sim há poucas, mas felizmente não há muitas paradas. Se for a muitos sítios vai ver que há imen-sas obras paradas a meio. Ma-cedo está a sofrer menos que a média, na quebra da construção e na demografia. Macedo tem li-cenciados umas largas centenas de lotes para habitações, vão de-vagarinho, vão aparecendo, mas não faz sentido gastar dinhei-ro municipal em novas frentes quando temos estas centenas de construções livres para o merca-do. Não é uma estratégia munici-pal. O município só pode intervir onde o mercado não responda. Por exmeplo: Parque de Cam-pismo. Há recorrentemente em-presários que mostram interesse

em construí-lo. Mas, já são anos. Não se concretiza. O mercado não responde, então a Câmara deverá ter de fazê-lo.

Isso foi uma promessa sua de há 8 anos.

E tinha a convicção de que es-taria feito. A profunda convicção. Dentro de 4 anos vamos ter cons-truídas duas unidades hoteleiras boas, tenho essa convicção. Uma no Azibo e outra na cidade. No Azibo temos projectos sólidos de investimento, e não é por fal-ta de apoio da autarquia que não se concretizam. Este ano, por exemplo, tivemos de intervir com aquelas tendinhas no centro da cidade com produtos locais, por-que os visitantes se queixavam que vinham a Macedo e não ti-nham onde comprar artesanato e produtos locais. A Câmara reagiu e fez. Mas no mercado imobiliário não faz sentido a câmara substi-tuí-lo porque ele não tem dificul-dade em responder.

É sempre difícil não falar na zona industrial, não acha que foi pouco o que a Câmara fez?

Não. Posso achar que queria mais resultados. O trabalho que fizemos foi muito grande e cen-trado na procura de investidores, alguns proactivamente, tendo conseguido trazer alguns, sendo que cada investidor que vem é sempre acompanhado. Dispo-nibilizamos os terrenos e ainda fizemos mais. Tivemos de com-prar terrenos para disponibilizar aos empresários e tivemos de fazer muitos acordos de retoma de terrenos que tinham sido ven-didos pela Câmara, em mandatos anteriores, e que não foram con-cretizados.

Neste momento, desde a Feira de São Pedro até agora, come-çaram mais três a construir. As empresas que estão em constru-ção neste momento representam mais de cem postos de trabalho. Agora, infra-estruturação desen-freada de terreno rústico para fi-car rústico, isso não.

Não acha que a ZI é pouco apelativa, por exemplo a nível de arruamentos, não acha que

Em termos das gran-

des questões que

movem o executivo,

como criar dinâmicas

geradoras de riqueza,

para que o investi-

mento privado tenha

sucesso, criar bem-

estar imediato, penso

que o fizemos e com

muita visibilidade.

Eu não sou de teatra-

das

Sempre que podemos

ir a fundos comunitá-

rios e avançar, temos

ido a concurso e

temos ganho tudo.

Em equipamentos

que dão condições a

uma cidade para ter

pessoas nós demos

cartas.

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a imagem não é a melhor para o empresário que ali chega?

Isso não é a perspectiva de um empresário. Ele tem que ver mais longe. Um empresário tem outros olhos. Aquele que vem concretizar o investimento é diferente daque-le que vem ver terrenos e nunca tivemos essa reacção. O grande salto em termos de urbanização da ZI vai dar-se com a concretiza-ção da nova rede de estradas. O trânsito do IP4 vai passar a fazer-se por dentro da ZI para a cons-trução da Auto-Estrada.

Podíamos ter feito os passeios, mas depois na instalação dos lotes seria tudo destruído para construir os pavilhões e isso se-ria deitar dinheiro fora. Ainda que o empreiteiro repusesse, estava sempre aquilo esburacado. Colo-car só à frente dos que já estão, depois a pessoa que circula não anda a saltar sempre da estrada para o passeio. A opção foi colo-car as condições para as empre-sas laborarem e está a funcionar. Mas, todos os empresários sa-bem que dentro de muito pouco tempo vão ter todo o seu investi-mento muito valorizado.

São duas fases distintas desta ZI. Temos espaços municipais para concessionar posteriormen-te. Estamos a falar, a dois anos, que estejam instaladas perto de 40 empresas, tudo depende tam-bém da economia, e aí já teremos um bom número para entrar na componente crítica da interven-ção do espaço.

A gestão privada não poderá ser uma solução?

Essas questões são recorren-tes, até já ouvi dizer que esteve para ser feita. Uma ZI pode ser montada enquanto um condomí-nio, onde cada um é proprietário dos seus lotes, há uma zona fe-chada onde ninguém anda sem ser condómino, onde não há di-reito de terceiros e há regras. Há situações, como a nossa, onde a autarquia começou a vender lotes e realizou a respectiva receita, mas o investimento não apare-ceu, mesmo com os investidores ficando donos dos lotes, podendo vende-los de acordo com o regu-lamento. Questões que não são pacíficas depois para reaver os terrenos, com reembolso, sem re-embolso. Temos um conjunto de proprietários privados, que têm lotes ao longo de vias públicas, com electricidade, água, acessos, etc. E montar aqui um modelo de gestão privada… não é nada que possa ser imposto. Já foi pensado e analisado. E há o nascer torto porque já não nasceu com essa filosofia. Não é possível vedar a ZI, porque ela tem saídas públi-cas, por exemplo para Latães.

Estamos a trabalhar com uma rede de cidades, um projecto para a gestão conjunta destes espaços industriais, mas onde será traba-lhado, por exemplo, a captação de investimento para os diversos espaços. Envolve cidades como Bragança, Chaves e Mirandela.

O que é que os macedenses podem esperar dos próximos 4 anos caso vença?

Muita dedicação, muito trabalho e muita defesa pelos direitos de Macedo. Se me perguntassem o que marcou mais este mandato,

se calhar também foi isso, foi a luta pelos interesses de Macedo, aquilo que não é obra, mas que se calhar é o mais marcante. Só tem um lado bom, que foi o unir todos os macedenses em torno de um projecto que foi a manuten-ção da urgência. Mas, isto podem tê-lo sempre como certo: a defe-sa dos interesses macedenses, acima de quaisquer outros, políti-cos, governamentais, partidários. Mas, ao nível das concretizações das obras podem ter a certeza da Central de Camionagem, que já está em curso, dos parques de estacionamento, a urbanização do complexo desportivo, a Bela Vista que já está concessionada, a ligação ao Azibo pela via panorâ-mica que já está concessionada, uma obra no valor de 2 milhões e meio de euros de investimento, que já tem contratualização com o QREN. As requalificações das aldeias: Pinhovelo, Vale Prados e Castelãos, que já têm candidatu-ras. Da minha parte já estão. Os financiamentos estão assegura-dos e os projectos estão feitos, agora é com os técnicos.

Há outra que eu gostava, mas que não posso dar a mesma ga-rantia porque o modelo financeiro é diferente, que é toda a interven-ção do Parque Municipal de Expo-sições e do Pavilhão Multiusos.

Passados quatro anos, as obras não são visíveis…

Importantes são sempre as que não estão por fazer. Mas, agora dizer-me que não é importante o centro de saúde, que não é im-portante o centro escolar ou o es-tádio municipal, cinco polidespor-tivos nas freguesias. Os últimos quatro anos tiveram o maior ciclo de investimento em Macedo dos últimos 20. Agora, temos aqui um pecado, que é o da expectativa, porque nós somos ambiciosos e queremos muita coisa e disse-mos desde o princípio que íamos e queríamos chegar mais além.

Há oito anos ninguém falava em património, em turismo, ninguém falava no que hoje consideramos vital e essencial, mas isto é traba-lho desta câmara, deste grupo, deste executivo. E, hoje, é essa a nossa fasquia. Fico contente quando ouço num debate na rá-dio o deputado socialista elencar como as suas propostas aquilo que nós estávamos a fazer. Fico satisfeito, é evidente.

A partir do momento em que temos as candidaturas aprova-das em termos de QREN, como temos já a ligação a Vale Prados e depois ao Azibo, como temos as requalificações urbanas, es-tão garantidas. Quero concretizar o campo de golfe, a unidade da CERCI, a unidade do Piaget, que é importantíssima, que pretende cuidados continuados e paliativos de média e longa duração, que além de ser geradora de empre-go é uma necessidade grande da região. Orgulhamo-nos de ter apoiado a concretização.

Numa intervenção de Acá-cio Espírito Santo na Assem-bleia Municipal extraordinária sobre a urgência, ele interpe-lou-o enquanto presidente de Câmara, dizendo que teve uma boa oportunidade para mostrar o seu lobbie por Ma-cedo. Isso significa que nes-sa fase não conseguiu fazer

um lobbie por Macedo?

Antes pelo contrário. Nesta his-tória das urgências, Macedo foi a única localidade que viu o serviço passar a estar incluído na Rede Nacional de Urgências. Não per-cebo que interpretação está a dar ao caso. Eu trabalho e quan-do digo que estou a fazer tudo é porque estou a fazer, agora o que não vou é dizer o quê. Ago-ra, essa do lobbie, era o mesmo lobbie para fazer o tal hospital no Azibo, etc. Eu trabalho direitinho, falo com as pessoas, com minis-tros, com directores de hospital, com ex-directores.

Nessa altura estava a dar uma resposta a um deputado munici-pal, que pretendia um lobbie, que pretendia fazer disto uma teatra-da, mas eu não sou de teatradas. O caminho a percorrer não era este.

Mas um lobbie é uma forma de fazer pressão.

Sim, mas quem está nos meus lobbies sou eu que sei. Leia o que ele diz. Ele diz “mostrar”, é aí que está a pa-lavra. As pessoas estavam a querer mostrar-se. Por acaso até houve um deputado que até nos acusou do inverso. Eu fiz lobbie com quem consegui envolver, com quem aderiu a este movimento, agora há pes-soas que, se calhar, não se en-quadravam neste grupo.

Passa pela cabeça de alguém que um presidente de Câmara, nem que fosse fraco, não fazia coisas? Não demos provas de ter levado a água ao moinho. Toda a gente sabe que em termos regio-nais houve uma oposição enor-me em que conseguíssemos o que conseguimos. Ainda hoje a urgência está sob a administra-ção do Centro de Saúde, porque lhes está atravessado o facto de termos feito o acordo com o mi-nistro da Saúde. Há testemunhas de que disseram “vão pagar caro, porque falaram com o ministro nas nossas costas”. Quando saiu em Diário da República a decisão, pensámos em tratar de instalar a urgência no hospital, e depois os tais lobbies mantiveram aqui-lo como está. E está a urgência afecta ao Centro de Saúde, que paga renda ao Hospital, como se o Estado fosse uma guerra de capelinhas, como se o patrão não fosse o mesmo. Podíamos ter feito show-off e o povo ficava contente transitoriamente, mas o novo objectivo é que o povo fique contente com o resultado final, e nós conseguimos isso.

E conseguimos também coisas a que não foi dado cumprimento. A unidade de convalescença con-tinua por abrir, passado um tempo enorme. A equipa de socorro, que devia ter um helicóptero e que de-via ter uma ambulância continua por instalar. O acordo não fala só em helicóptero, porque quando este não estiver operacional, a equipa anda de ambulância. E, da nossa obrigação era disponibilizar um heliporto, já está, disponibilizar um novo centro de saúde para fa-zer as obras no velho, já está, só falhámos um dia. Da parte do go-verno, o falhanço foi total.

Eu tenho a minha maneira de trabalhar, e o que sei é que aque-les que muito se manifestaram ficaram sem urgências, ficaram

sem maternidades e nós também ficámos sem serviços, mas para os quais não conseguimos acor-do.

Há forças para que haja mais empenhamento para quando o governo pensar em voltar a encerrar a urgência, depois de concluída a auto-estrada?

Já pensei nisso. A nossa dispo-nibilidade é sempre para Macedo. Vamos lutar com a mesma garra. Podemos não ganhar, porque não ganhamos todas, mas va-mos lutar com garra. Há imen-sas situações que nem sequer a população de Macedo chega a saber que lutámos por elas. Por exemplo, perdemos a instalação dos serviços da CCDRN, mas lu-támos por eles. Vamos tentando.

Evidente que já pensei nessa questão, como já pensei no he-licóptero e já questionei a tutela sobre essa situação.

Houve unidade política em Macedo de Cavaleiros neste processo do Hospital?

Não. Foram caminhos dife-rentes, com alguns pontos de contacto. Tenho a certeza que qualquer macedense queria lutar pela sua urgência, mas havia divergências quanto à reorganização, nomeadamen-te na forma como a unidade de AVC estava a ser imple-mentada, a saída da cirurgia, a traumatologia, aqui tínhamos uma divergência total. Sempre invocámos um hospital de Ma-cedo com melhores condições, com melhor centralidade e a não perder valências, mas sim a ganhá-las. O próprio ministro quando veio inaugurar o Centro de Saúde disse que o Hospital tinha essas condições. Houve e há divergências. Ainda agora o PS dizia que a saúde em Ma-cedo está muito melhor, coisa que eu não concordo. Quanto à urgência de Macedo seria grave que houvesse gente a trabalhar para que ela não fi-casse. Há sempre um pouco de macedense que se sobre-põe a qualquer política.

A empresa Santana & Com-panhia pagou um serviço que foi contratualizado pela autarquia, concretamente uma animação no Festival de Musica Tradicional, em 2005. O quê que leva uma empresa de construção a pagar con-tas da autarquia?

O projecto do centro Escolar foi uma oferta de uma empresa, não foi pago pelo município.

É uma forma da empresa par-ticipar na vida da sociedade.

Mas é uma empresa com interesses no município. É comum?

- É e devia ser mais. Se a empresa está a tra-

balhar cá, ganha dinheiro no concelho, é natural que queira intervir na vida do concelho. É até um gesto de civilidade.

Qual é o orçamento da sua campanha?

- Não sei não sou eu que trato dessas coisas. n

Rui MirandaMiguel Midões

Macedo está a sofrer

menos que a média,

na quebra da cons-

trução e na demo-

grafia. Macedo tem

licenciados umas lar-

gas centenas de lotes

para habitações

Dentro de 4 anos va-

mos ter construídas

duas unidades ho-

teleiras boas, tenho

essa convicção. Uma

no Azibo e outra na

cidade.

isto podem tê-lo

sempre como certo: a

defesa dos interesses

macedenses, acima

de quaisquer outros,

políticos, governa-

mentais, partidários

Há testemunhas de

que disseram “vão

pagar caro, porque

falaram com o mi-

nistro nas nossas

costas”. [Sobre o caso

das urgências do

hospital]

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PS PSD - CDS CDU BE

Assembleia Municipal

Benjamin RodriguesArmando MendesMaria dos SantosManuel António CarvalhoFernando GomesCelina Sá MartinsAcácio do Espírito SantoPedro MascarenhasIsabel Maria da CostaManuel Luís Vaz

Adão SilvaAntónio RuanoMaria EscudeiroAntónio AfonsoJosé MadalenaMaria RosaAntónio Lemos de MendonçaPaulo DiasMaria GonçalvesManuel Queijo

Maria Idália FerreiraAdalberto FernandesJosé GarciaBernardo JoséCarlos MartinsMaria MartinhoAntónio ValadarRui Dias da CostaMadalena TeixeiraJoaquim Teixeira

Rogério Esteves MartinsRafael dos SantosPatrícia GeraldesAlberto MonteiroNuno de OliveiraAndreia DiasAntónio TroviscoAndré PintoCláudia MoraisRui Manuel Trovisco

Câmara Municipal

Rui VazGilberto GalhardoMaria BaptistaManuel CarvalhoJoão Correia

Beraldino PintoManuel Duarte MorenoSílvia GarciaCarlos BarrosoManuel Cardoso

Carlos CunhaFernando GonçalvesMaria PereiraMarcolino CostaAntónio Valadar

FreguesiasAla Manuel António Santos Luís Colmieira RodriguesAmendoeira Humberto TroviscoArcas Artur ParreiraBagueixe Jorge Humberto Fernandes João Morgado MouraBornes António RomãoCarrapatas Arménio CanalhoCastelãos Carlos JustoChacim António Manuel Gabriel José GénioCortiços António Maria Rocha Manuel Vieira José Manuel MendesCorujas Dinis Rodrigues Eduardo PereiraEdroso José Manuel VeigasEspadanedo Óscar Morais Daniel Parente ReisFerreira António Luís Gomes Manuel André MoraisGrijó Bernardino Cordeiro Simão FerreirinhaLagoa José António CordeiroLamalonga Camilo Morais João Marques SáLamas João Luís Morais Manuel Augusto Vilarinho PintoLombo Francisco Manuel Rosa Armindo CepedaMacedo Cavaleiros* Joaquim Seabra António José Espírito Santo Adalberto FernandesMorais Mário TelesMurçós Jaime Manuel Fernandes João Manuel FernandesOlmos António Augusto Paulos Maria José FreitasPeredo António dos Santos Almendra José Libório Ramalho Maria de Fátima CordeiroPodence Manuel RodriguesSalselas Luís Filipe Escaleira Marco Amélio Ferreira Joaquim GonçalvesSezulfe Gualter MesquitaTalhas Benjamin Rodrigues João Batista ChoupinaTalhinhas Jorge Pires Asseiro José Augusto FernandesVale Benfeito Carlos Alberto Sousa António BotelhoV. da Porca António João TroviscoV. de Prados Idílio João Alves Rui Manuel SantosVilar do Monte Maria Margarida Pessegueiro Moisés CaseiroVilarinho de Agrochão Manuel António Sá Nico Armindo Pintado VazVinhas Maria Guiomar Sarmento

Autarquicas 2009 - Macedo

* Candidatura Independente “os seis viver macedo” - José Francisco Pedro

O Bloco de Esquerda vai participar no su-

frágio do dia 11 de Outubro em Macedo de Cavaleiros.

A equipa é liderada por Rogério Esteves Martins con-corre à Assembleia Municipal do concelho. O partido tem também uma candidatura à

junta de freguesia de Salselas.A publicação das listas do

partido estive envolta em al-guma polémica. No processo de recolha de assinaturas, liderado por Rogério Esteves Martins, este não terá dito aos assinantes que o seu nome iria aparecer incluído nas lis-

tas publicadas pelo tribunal. Segundo o próprio houve fal-ta de comunicação e de in-formação da sua parte, o que levou a que algumas pessoas pedissem a revogação do seu nome nas listas. Cenário que se cumpriu mas que não im-pediu o partido de apresentar

uma lista reestruturada à As-sembleia Municipal.

Rogério Esteves Mar-tins de referiu nunca ter havido má fé em todo o processo,afirmou que a pre-sença do partido em Ma-cedo vem afirmar o espa-ço de esquerda alternativa

que não existe em Macedo. Consciente de que não é uma candidatura para ter o poder, afirma que o objecti-vo é estar atento, chamara atenção dos problemas e fazer com que o poder fun-cione. n

Rui Miranda

BE candidata-se à Assembleia e a SalselasApresentação de listas com polémica

José Francisco Pedro lidera uma candidatura independente à Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros. Segundo o candidato, “as candidaturas, nomeadamente às eleições autárquicas, não podem, nem devem esgotar-se nos partidos. Quando os cidadãos não se revêem nos programas e muito menos nos candidatos dos partidos, surgem as candidaturas independentes. Foi o que acon-teceu.” Entre algumas propostas pretende: Atendimento permanente ao cidadão macedense; Continuar a melhorar os serviços administrativos; Melhorar o apoio às associações da freguesia.É acompanhado entre outros por: António Rui Silva; Maria de Fátima Pires dos Santos Rodrigues; Rosa Balsemão Meireles Silva;

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6 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

Rui Vaz - PSCipreste - Se ganhar as pró-

ximas eleições vai retirar à Feira de São Pedro o apoio que ela agora tem?

Rui Vaz - Obviamente que não. Acho é que a feira tem de ser revista, o seu modelo tem de ser objecto de uma análise profunda, tem de se ver o que é que se pode mudar e apostar do modelo actual e aquilo que pode ser alterado, tendo em conta que a Feira de São Pedro é o maior evento do concelho e que necessita de ser tratado como tal. Mas, há uma respon-sabilidade muito grande que é o equilíbrio financeiro. A Feira de São Pedro é um investimento para o concelho e para os em-presários do concelho.

Mas tem condenado o aval financeiro do município?

No modelo corrente sim…

Mas suponhamos que o PS ganha as eleições autárqui-cas, a direcção da ACIMC mantém-se, há uma nova fei-ra com o mesmo modelo, o apoio mantém-se?

As eleições são em Outubro. Em função do resultado das mesmas, há tempo mais do que suficiente para que a próxima Feira de São Pedro seja vista de uma forma diferente. Para quem está à frente da Feira está perfeitamente a tempo de apre-sentar um plano e orçamento para 2010 e em relação ao cer-tame, está-se a tempo para que a próxima edição tenha altera-ções. Sempre na perspectiva de melhor o evento e nunca de o prejudicar. Aliás, quem este-ve 14 anos na Associação Co-mercial, acompanhou 14 feiras e esteve à frente dos destinos da mesma durante 7, só posso estar do lado de quem apoia a Feira de São Pedro. Agora, te-nho sido um crítico em relação aos resultados financeiros que a mesma apresenta, porque de-notam alguma falta de cuidado no que diz respeito à gestão de dinheiros públicos.

A Câmara Municipal deve ser a primeira parceira da Feira de São Pedro e a primeira a envol-ver-se em termos financeiros, só que as coisas devem ser fei-tas com cabeça, tronco e mem-bros. Não se pode fazer a Feira de qualquer forma e, no final, seja qual for o saldo negativo, a câmara suporta.

Com toda a frontalidade, a

Câmara Municipal e a ACIMC devem-se sentar à mesa e pon-derar este modelo. Devem dar-lhe o melhor encaminhamento possível para que a Feira con-tinue a ser a grande montra do concelho, dinamizadora da acti-vidade do mesmo, mas sempre numa perspectiva de equilíbrio, porque estamos com uma dívi-da acumulada de 400 mil eu-ros.

Este ano tivemos uma entrada simbólica de 1 euro, mas man-tivemos um nível de cartaz de 150 mil euros. Se baixamos de um lado, temos de baixar do outro.

Mas também Macedo teve uma enchente de gente como nunca foi visto…

Não concordo, nem é verda-de. As pessoas não podem ter a memória curta e esquecerem-se das grandes enchentes da Feira de São Pedro. Eu ainda me lembro, em que as pesso-as não tinham corredores para circular e foram várias vezes, mas era normal que assim fos-se, pois os grandes espectácu-los que aconteciam no norte do país eram aqui feitos e precisa-mente na Feira de São Pedro e era onde vinham as figuras de cartaz. Hoje, estas figuras de cartaz estão em qualquer lado. Naquele tempo não. Fomos os primeiros a apresentar todos os grupos que estavam na moda: as enchentes dos Rio Grande, da Amália Rodrigues, ou por exemplo os Delfins. Tivemos anos em que tivemos grandes receios de problemas porque tínhamos os recintos cheios e com pessoas da parte de fora a quererem entrar. Houve mesmo um ano em que tivemos de abrir os portões.

Agora, têm-se enchente por-que o preço é a 1 euro. Antiga-mente pagava-se e enchia.

A Feira está mal. Pode ser o reflexo do comércio mace-dense?

Isso reflecte o que é a conjun-tura não só local, como nacio-nal e internacional. Este ano é crítico para as empresas, que fazem mais contas, têm con-tenção e acabaram por não ir a eventos que tinham por hábito ir. Hoje, ou se corta no pessoal, ou se corta naquelas despesas que podemos abdicar numa fase de transição. Para além destes pormenores que é pre-ciso alinhavar, há questões de

ordem económica que influen-ciam. Em anos de crescimento económico, a feira será melhor do que em anos de recessão. Grandes empresas de referên-cia este ano não estiveram pre-sentes.

Mas, há pormenores na Fei-ra de São Pedro que deixaram de ser acautelados, ao nível da divulgação, da imagem e da or-ganização, e tudo isto conta. A razão de ser da Feira de São Pedro é o expositor e não o visi-tante. Sem expositores não há feira. Quanto melhor qualidade a Feira tiver, mais gente vai ter. Quando baixamos os preços devemos começar por eles, para que possam vir. Mas nós estamos a baixar ao visitante.

A Câmara vai intervir mais neste processo, sendo mais activa?

A Câmara não vai intervir mais, vai intervir o quanto baste e é necessário, tendo em con-ta que a entidade que organiza a feira é a ACIMC. A autarquia envolve-se porque tem um pro-tocolo, mas mais do que isso não.

O facto de ter atritos com o actual presidente da ACIMC não pode colocar em causa

essa colaboração?

De forma alguma. Há ques-tões que não se misturam: as pessoais com as profissionais. Quando chegar à Câmara, o representante da ACIMC será tratado como qualquer repre-sentante de outra instituição. Sou um indivíduo crítico dentro da associação comercial, fora da mesma nunca ninguém me ouviu dizer mal acerca do pre-sidente da instituição. Antes pelo contrário, é um investidor, um empreendedor da terra e como ele há poucos. Isso não me canso de o dizer e respei-to, mas dentro da associação sou um crítico. Quando saí da ACIMC deixei obra feita e con-tas acertadas, e disse naquela hora que estaria sempre atento àquilo que se passa e sempre que há assembleias eu vou lá, porque é lá que se critica a ac-ção da direcção e não no café.

Agora não sou inimigo, nem tenho ódio, respeito do senhor António Cunha como empre-endedor. Como homem, nunca tive com ele intimidades. Mas, é hoje com o António Cunha e será amanhã com quem vier.

Como é que o PS pensa que vai conseguir votos nas fre-guesias onde não apresentou

A Câmara Municipal

deve ser a primeira

parceira da Feira de

São Pedro e a pri-

meira a envolver-se

em termos financei-

ros, só que as coisas

devem ser feitas com

“cabeça, tronco e

membros”.

O que leva a actual

câmara à situação

em que está é preci-

samente a falta de

planificação.

Acham que este executivo não gostaria muito de ter a varian-te à cidade feita, que não gostaria muito de ter o Parque da cidade, que não gostaria muito de ter a Central de Camiona-gem, e a Biblioteca? Gostaria. Só que gastou mal o dinheiro.

Tenho noção que os próximos dois anos na autarquia vão ser muito difíceis, e que é pre-

ciso arrumar a casa em termos financeiros.

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lista?

Já foi tornado público que, mais do que uma razão, levou a que o PS não apresentasse lis-ta em algumas freguesias. Pri-meiro porque há falta de gente, as nossas freguesias já não têm pessoas suficientes para se elaborarem listas, porque depois envolvem-se questões como as de ordem familiar, com pessoas que estão numa lista e não se querem envolver nou-tra. Há depois razões que se prendem com a qualidade que nós exigíamos para o PS poder disputar as eleições nessas fre-guesias. Não me canso de dizer que temos 21 listas de grande qualidade, qualquer uma delas para disputar eleições. Nesta filosofia, se tivéssemos conse-guido nas outras 13 elementos com as mesmas características, tínhamos avançado.

Podíamos ter avançado com candidatos que já o foram há quatro anos, mas achámos que não valia a pena estar a expor essas mesmas pessoas. Tendo em conta que o povo conhece as pessoas, quando chegamos a uma freguesia e dizemos esta é a nossa equipa, é porque é a melhor equipa. Se o povo não reconhecer qualidade na equi-pa, e nós acharmos que aquela é uma lista perdedora, sem ca-pacidade de enfrentar o nosso rival, então perdemos o argu-mento não só para a Junta de Freguesia, como também para a Câmara Municipal.

Não acha que a população vai pensar: não têm lista nes-ta terra, então não vamos vo-tar neles?

Não concordo por uma razão muito simples. Luís Vaz há oito anos perdeu a Câmara ganhan-do 25 Juntas de Freguesia. Isto quer dizer que as pessoas se-param as eleições. Nessas fre-guesias, tal como nas outras, a mensagem que quero passar é que estamos aqui para gerir a Câmara de Macedo de outra forma. Acho que vamos con-seguir fazê-lo porque nessas mesmas freguesias estão Jun-tas fortes e que têm feito tra-balho e temos de dar o mérito ao adversário quando o tem, e eu não tenho qualquer proble-ma nisso. Naquelas em que o mérito existe, mesmo sendo do PSD, eu quero-lhes dizer que eu vou ser câmara e vou estar com essas Juntas, vou estar com essas gentes.

A população de uma fregue-sia não tem culpa das questões partidárias. Garanto-lhes que não vamos fazer divisões, nem distinção de freguesias. Temos um bolo para distribuir e isso é feito previamente, através de planificação. O que leva a ac-tual câmara à situação em que está é precisamente a falta de planificação.

Luís Vaz é um ícone do PS de Macedo. Não é estranho que apareça apenas em 10º lugar para a Assembleia Mu-nicipal?

Essa questão levou-nos a uma grande gargalhada dentro do partido. Foi o próprio que trouxe a questão. O Luís Vaz foi candidato à AM, mas transmi-tiu-me que não ia ser candidato mais uma vez e que fazia uma exigência, que o lugar dele era o nº10. Ele disse que seria o 10 do PS em Macedo de Cavalei-ros. Até lhes digo mais. Com esta história da paridade, quan-do fizemos a lista ele surgia em 8º e eu pensei, bem mais coi-sa menos coisa. E quando viu exigiu que ficasse em décimo. Esta é a pura realidade. Foi fei-ta uma grande especulação à volta disso.

Como surge o nº2, Gilberto Galhardo?

O Gilberto Galhardo reúne as condições que eu impus quando aceitei este desafio. Tinha que ter na minha equipa, e de pre-ferência como braço direito, na segunda posição, uma pessoa da Economia, tendo em conta a situação financeira grave da autarquia, com dividas de mais de 20 milhões de euros, preciso de apoio nesta área.

Esta pessoa é um quadro superior do concelho, que vai regressar. Uma atitude a que nos propomos: fazer regressar a nossa juventude e os nossos quadros que foram procurar tra-balho fora. Também aqui esta-mos a participar nisso. Ele é de Talhas, mas vive em Coimbra. Não o conhecia bem, mas ten-tei colher informações e acho que estão reunidas todas as condições.

Por não o conhecer bem, não teme que possa ser um tiro no escuro?

Não. Há qualidades que deve-mos exigir às pessoas quando formamos uma equipa, como por exemplo a lealdade. Conhe-ço bem a família. Quando digo que não conheço muito bem o Gilberto Galhardo é porque nunca fui colega dele de esco-la, nem de ensino superior, por isso é natural que possa dizer

que não o conheça bem e que conheça melhor a enfermeira Adelaide, a terceira da lista. Mas, em relação ao segundo, encontrei a pessoa certa para o lugar certo. É da área de Eco-nomia, que tem a humildade necessária para trabalhar em equipa, não coloca em causa a honestidade e a fidelidade.

Mas não havia em Macedo e no partido quem reunisse es-sas condições?

Não temos em Macedo, ao dobrar da esquina, economis-tas, na área do partido socialis-ta, ou não. É uma aposta forte. Acho que formei a equipa certa, tendo em conta as vertentes importantes da autarquia. Para mim vou chamara a componen-te da área do urbanismo, porque sempre estive atento no muni-cípio e gosto do assunto. Até porque, no passado, critiquei algumas atrocidades urbanísti-cas, e é uma marca que gosta-va de deixar. Não sou da área, nem Eng. Civil, nem arquitecto, mas não estou comprometido com assessores, por isso quero ter comigo os indivíduos certos. Quero que o Gilberto fique com a parte dos projectos e candida-turas, para além da parte finan-ceira e há-de ser assessorado com alguém com qualificações adequadas. Não quero ninguém a assessorá-lo que seja forma-do em Análises Clínicas.

Em terceiro lugar surge a en-fermeira Adelaide. Quando olho no universo das mulheres ma-cedenses, em que há imensas mulheres empreendedoras, a enfermeira Adelaide é de uma dinâmica; aquilo a que costu-mo chamar de “vulcão”. É uma pessoa exemplar para a área da acção social, cultura, turis-mo e desporto. Um pelouro que funcionou muito bem no tempo do Luís Vaz e que esta Câmara deu boa continuidade. A área social nesta autarquia é o único sector que funciona. Deu e dá ainda hoje o mote nestas áreas e temos de ser justos em dizê-lo e eu não tenho qualquer pro-blema em fazê-lo.

Agora, a enfermeira Adelaide, nesta componente, vai respon-der ao mais alto nível, e como não está comprometida com ninguém também será devida-mente assessorada.

No quarto lugar surge uma pessoa que já deu provas de empenhamento e me tem acom-panhado nestas lides. Quando vejo empenhamento, acabo por escolher. O mesmo aconteceu com o mandatário político: Luís Baptista. O Manuel Carvalho, desde Março de 2008, até hoje, têm-me apoiado muito. Sendo um Eng. Florestal, atribuo-lhe o pelouro do Ambiente, da salu-bridade, dos jardins e também a componente de ligação às fre-guesias. Também tem estado li-gado à caça e às associativas da mesma.

É a equipa certa, porque cada sector tem uma pessoa afecta da sua área de formação.

A sua câmara terá quatro vereadores?

Gostava que a minha câmara tivesse cinco vereadores, isso quereria dizer que tinha ganho por 5-2, mas contento-me e es-tou seguro que ganho a câmara por 4-3. Não tenho a veleidade de pensar que a poderia ganhar a câmara com cinco.

Mas ganhando a Câmara com cinco, manteria activo o quinto pelouro?

Sim. Todos os pelouros devem ser aproveitados. Ganhando um 5º vereador, provavelmente manteria esta situação do vere-ador a meio tempo, porque isso permite que o pelouro que está destinado à enfermeira Adelai-de poderia ser desdobrado e soltar-lhe a componente do tu-rismo, que é necessário apoiar. No fundo, a situação actual, com a qual concordo.

Com que é que os maceden-ses podem contar depois da sua vitória?

Com várias coisas. Desde logo, uma nova atitude, uma

Temos de trazer o Azibo para Macedo.

Farei a ligação a Santa Combinha, por Vale Prados. (…) Assim, temos toda a gente que se dirige ao Azibo a passar directamente por Ma-cedo de Cavaleiros. Eliminava-se o acesso a Santa Combinha pelo IP4. Todo o aflu-xo do Norte e do Sul teria de passar por

Macedo de Cavaleiros

Temos 21 listas de

grande qualidade,

qualquer uma delas

para disputar elei-

ções.

Formei a equipa cer-

ta, tendo em conta as

vertentes importan-

tes da autarquia, é a

equipa certa, porque

cada sector tem uma

pessoa afecta da sua

área de formação.

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nova postura, uma nova forma de estar, porque estes últimos oito anos para Macedo têm sido sombrios. Ou seja, a imagem de Macedo de Cavaleiros não tem passado para o exterior. Não tem havido uma voz activa. Aparte da Barragem do Azibo, não temos sabido vender a nos-sa marca, o nosso produto.

Já se aproveitou da melhor forma a divulgação da nossa terra, do nosso concelho, há 10 anos atrás. Macedo passou por um período de expansão, que deu mote em várias áreas na região transmontana: cultura e urbanismo, onde só Mirande-la tinha alguma coisa e Mace-do deu cartas mesmo antes de Bragança.

O primeiro passo para uma zona industrial de grande di-mensão, supramunicipal, foi dado em Macedo de Cavalei-ros, devidamente localizada. E tudo isto que foi feito não foi aproveitado. Uma mudança de atitude nas diversas áreas do município é isso que queremos. Neste momento somos um con-celho esquecido.

Existe alguma coisa em concreto que seja “Cavalo de Batalha”?

Existe. Há três áreas a que iremos dar especial destaque: zona industrial e desenvolvi-mento económico, turismo e agricultura. São estas o futuro da solução da questão de Ma-cedo. Estas têm de ser de gran-de batalha.

Se neste anos tivéssemos preenchido toda a área da nos-sa ZI estaríamos a falar de 300 a 400 postos de trabalho.

Foi o nó que falhou?

Quanto a mim não. O nó ape-nas tem servido de desculpa para a inacção em relação à ZI. Foram precisos seis anos e meio para se dar uma liga-ção condigna à zona industrial, com a pavimentação desde o Pontão de Lamas até à zona industrial. Todos aqueles em-presários que devolveram os lotes, alegando que não ti-nham ligações condignas, ti-nham razão. Uma coisa é uma ligação com nó ao IP4 e outra uma estrada nacional com cur-vas, temos de referir isso. Mas, também as condições que as pessoas tinham na própria na-cional 15 não eram condignas, eram bem diferentes das de hoje.

Hoje o nó que vai ser feito terá características de auto-estrada, mas não serve desculpa para não termos uma zona industrial com o mínimo de condições. Na 1ª fase não se acabou a pavi-mentação, não se arranjaram os passeios, não se deu conti-nuidade ao que estava.

Enquanto presidente da ACI-MC tive duas reuniões com a AEP (Porto), no sentido de se constituir um condomínio indus-trial para a nossa ZI. Para mim, passa por aí a gestão daque-le espaço. Porque a autarquia não tem vocação para aquilo, tem de abrir mão da gestão. Há oito anos atrás já eu chamei

quem tem o know how da ges-tão dos condomínios industriais e juntámo-nos as três entidades à mesa.

Alguma vez, como vereador da oposição, sugeriu isso à autarquia?

Mais do que uma vez. A ZI foi motivo de várias observações e críticas. Aliás, julgo que apa-receu em notícia, várias vezes, por coisas que eu fui dizendo, desde que ainda estava na ACI-MC e depois como vereador da oposição.

Como vê o Azibo daqui a 4 anos?

Um Azibo diferente. Mas antes temos que dizer com justiça que aquilo que foi feito no Azibo, na altura do Luís Vaz, e agora com a actual executivo, foi bem fei-to. Mas, é preciso fazer muito mais.

É preciso um parque de campismo?

É preciso um parque de cam-pismo! Aliás, em relação ao Azibo há uma questão funda-mental falar-se. Temos de tra-zer o Azibo para Macedo. Esta é a dura realidade. Temos que ligar o Azibo por Vale Prados. Há uma situação viável, que nem terá sido acautelada com a construção da A4. Pode pare-cer uma utopia, mas não é. Eu fazia a ligação a Santa Combi-nha, por Vale Prados, porque à população da aldeia tanto lhe faz para virem à sede de con-celho que o façam pelo IP4 e depois Pontão de Lamas, como de forma directa. A minha ideia seria entrar na Praia da Ribeira, evitando o Plano de Protecção e ir a Vale Prados.

Assim, temos toda a gente que se dirige ao Azibo a pas-sar directamente por Macedo de Cavaleiros. Eliminava-se o acesso a Santa Combinha pelo IP4. Todo o afluxo do Norte e do Sul teria de passar por Mace-do de Cavaleiros, com a saída para o Azibo no nó da zona in-dustrial. Isto ia potenciar o que vemos em Mirandela, o negócio de fim-de-semana, o desenvol-vimento de uma nova activida-de que temos latente, mas que não está explorada.

Acha isso exequível para o orçamento da autarquia?

Acho exequível, mas uma coisa é o que temos de ideias e outras é daquilo que é possí-vel fazer. Tenho noção que os próximos dois anos na autar-quia vão ser muito difíceis, e que é preciso arrumar a casa em termos financeiros. Acham que este executivo não gos-taria muito de ter a variante à cidade feita, que não gostaria muito de ter o Parque da cida-de, que não gostaria muito de ter a Central de Camionagem, e a Biblioteca? Gostaria. Só que gastou mal o dinheiro. Tem que se planificar. Temos de saber o que temos disponível para gas-tar nas aldeias e quais os crité-

rios para gastar na cidade. As aldeias têm lá gente e por isso é preciso dar-lhes condições, mas a cidade é o primeiro salto que a população rural dá, porque mantém uma ligação à localida-de. Só não tendo aqui é que dá o salto maior. Mas, temos que dar condições à cidade, para que o salto seja dado para aqui e não para mais longe.

Estas obras não são feitas devido ao endividamento da Câmara, que não tem dinheiro para pagar a sua componente financeira destes projectos.

Gostava de ao fim de 8 anos de Câmara apresentar estes projectos concluídos, mas sei que a situação financeira, pelo menos num primeiro mandato, não me permite fazer muito. E que ninguém tenha dúvidas que, se este executivo voltar a ganhar a Câmara, teremos quatro anos de mais do mesmo. Já deram provas que não arre-piam caminho nesta matéria e temos um presidente que daqui a quatro anos não se pode vol-tar a candidatar e, por isso não precisa de prestar contas ao eleitorado. De 2001 até hoje, a autarquia triplicou a dívida.

Tinha uma empresa em Ma-cedo, que cessou a activida-de e os postos de trabalho foram extintos. Se aconteceu isso à sua empresa, como é que os macedenses vão ter confiança em si como gestor do municipio?

Da minha vida privada, não preciso de prestar contas a nin-guém. O Rui Vaz na sua vida pessoal pode ser mau gestor e isso não importa a ninguém, mas naquilo que eu sou gestor e que envolve a coisa pública, aí eu sou bom gestor. Será que o Rui Vaz foi mau gestor na ACIMC, quando terminou uma obra, equipou-a, montou-lhe um cinema, um jornal, uma clínica e entregou-a com contas salda-das, sem uma única dívida, foi mau gestor?

Quando cheguei ao Nerba herdei um passivo de meio mi-lhão de euros, uma casa com 16 pessoas a trabalhar, uma casa que passava grandes constrangimentos. Passados quatro anos e meio da minha chegada é uma casa reestru-turada, pacificada, devolveu a sua dignidade. Então o Rui Vaz é mau gestor? O passivo neste momento é de 300 mil euros e, para além de se abater ao pas-sivo, fizeram-se muitas outras coisas, as quais não fiz grande questão de as publicitar, porque para gerir o Nerba queria paz e sossego e assim tenho conse-guido. As pessoas têm os ven-cimentos em dia e hoje batem-nos à porta porque nos querem fornecer.

Eu gosto que me façam como me fizeram na ACIMC: uma auditoria às contas, porque aí eu digo: posso ir descansado. E, quando sair do Nerba quero que me façam uma auditoria às contas e na Câmara, quando sair, quero que me façam uma auditoria às contas. Porque na minha vida privada… fechei

muitas vezes as portas da mi-nha loja para tratar da ACIMC e do Nerba, porque o compro-misso era de responsabilidade e honrava-me.

Sou um humilde comerciante, mas corre-me na veia a minha terra.

Em Outubro de 2007, sobre

a realização de uma Feira de Stocks perto do Natal, disse que era contra essa feira por-que ia contra os interesses do comércio local. Poucos dias depois, o Nerba anuncia uma idêntica para a 1ª semana de Dezembro. Tem uma opinião diferente para Macedo e para Bragança?

Há muita coisa aí que não é verdade. Nunca me insurgi em Macedo de Cavaleiros contra uma Feira de Stocks organiza-da pela ACIMC. A questão foi que Macedo lançou duas ao mesmo tempo: uma organiza-da pela associação comercial e outra pela Câmara Municipal. O princípio destas feiras é aco-lher os empresários da cidade e do distrito, porque o objectivo é ajudar as empresas a escoar os seus excedentes. O Nerba tem uma feira de stocks dentro do seu espaço, o Nerba não or-ganiza, sede as instalações que são pagas e eu tenho que gerir o orçamento do Núcleo. Quan-do há uma entidade que vai a Bragança organizar algo do gé-nero, somos os únicos que te-mos um espaço para isso.

Todos os empresários do dis-trito têm preferência e condi-ções especiais.

Aqui em Macedo insurgi-me contra o facto de a Câmara se estar a envolver numa matéria que não lhe dizia respeito, não acautelando o interesse dos co-merciantes de Macedo.

Porque é que como vere-ador do PS nunca chamou à atenção da autarquia pela construção da vivenda de Tozé Espirito Santo? Por ser seu amigo?

Não. Ao meu amigo eu disse muitas vezes que era um erro aquilo que ele ia fazer. Soube de todos os passos que ele deu ainda no tempo da Câmara do Luís Vaz. Quando tive conheci-mento que ia avançar mesmo com o projecto voltei a avisá-lo. Não o fiz por ser um amigo, simplesmente não me queria ver envolvido nesse processo. Este é um processo grave, com uma dimensão forte.

Em relação a este facto e en-quanto presidente de Câmara serei um escrupuloso cumpri-dor da lei. É claro que quando chegar à Câmara herdo um pro-cesso, vou querer saber como está esse processo, qual o seu encaminhamento e vou querer cumprir a lei. O cidadão, pro-prietário daquele espaço, é um cidadão como qualquer outro e por isso vou ver a coisa pela legalidade, não a posso ver de outra maneira. n

Rui MirandaMiguel Midões

Há três áreas a que iremos dar especial destaque: zona in-dustrial e desenvol-vimento económico, turismo e agricultu-ra. São estas o futuro da solução da ques-tão de Macedo.

É preciso um parque de campismo!

Naquelas Juntas de

Freguesia em que o

mérito existe, mes-

mo sendo do PSD, eu

quero-lhes dizer que

eu vou ser câmara e

vou estar com essas

Juntas, vou estar com

essas gentes. A popu-

lação de uma fregue-

sia não tem culpa das

questões partidárias.

Garanto-lhes que não

vamos fazer divisões,

nem distinção de

freguesias.

Há questões que não

se misturam: as pes-

soais com as profis-

sionais.

O nó apenas tem ser-

vido de desculpa para

a inacção em relação

à ZI

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Carlos Cunha - CDU

Cipreste - Acha que tem hipótese de ser presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros?

Carlos Cunha - Tenho as mesmas hipóteses que outro candidato para estas elei-ções, o que decide é o voto do povo.

Mas tendo em conta o re-sultado anterior, seria ne-cessário um aumento muito grande para isso ser possí-vel.

Eu candidato-me pela CDU porque me identifico com a política de este partido. É a força dos trabalhadores, dos pobres que vivem da força do trabalho à qual eu perten-ço. Sabemos que não é fácil. Mas também não será difícil, sabemos que esta câmara há 8 anos não contava ganhar e ganhou.

O concelho de Macedo é um concelho conservador, de direita, talvez por isso é que estamos a pagar por esta si-tuação…

Se eventualmente for elei-to, o que acha que muda-ria?

Passaria pelo desenvolvi-mento de várias vertentes: In-dústria, Agricultura, Comércio e Turismo. Quanto à indústria temos a zona industrial, cujos novos acessos já deviam es-tar feitos há muito tempo, que foram prometidos há quatros

anos pelo actual presidente para este mandato, e de ma-neira geral, faltam incentivos para atrair empresários.

Mas nesse aspecto, a au-tarquia diz que foi feito al-gum trabalho.

Que empresários se conse-guem instalar ali ao ver aque-las condições? Os arruamen-tos não estão terminados, a iluminação não está a 100%, segurança simplesmente não existe. Devia haver um gabi-nete de apoio para incentivar o empresário a se instalar lá, que deveria funcionar com a associação comercial.

Porque é a indústria que faz falta para criar riqueza. Ao criar postos de trabalho as pessoas podem ganhar o seu dinheiro cá e gastá-lo cá.

Em seguida a agricultura, porque é uma área que tem sido desfazada neste conce-lho, cuja, cerca de 55% da população se dedica. O que é que tem feito esta autarquia, ou outras, pela agricultura? Eu não vi nada... Antes de mais, deveria existir um gabi-nete de apoio ao agricultor.

Então acha que as medi-das adoptadas por uma au-tarquia podem mudar o ce-nário da agricultura?

Eu acho que sim!

Mas a agricultura está mui-to dependente de condicio-nantes externas, tanto da

política comunitária como das opções de Lisboa.

O problema é que hoje em dia a agricultura não tem pla-neamento, ainda é o que se fazia há 50 ou 60 anos, a agri-cultura tradicional. Isto acon-tece porque não há um apoio ao agricultor para ele se de-senvolver. Houve um apoio para aquela cooperativa da castanha, comercialização e produção da castanha, mas e quanto ao apoio ao casta-nheiro? Fez-se algum estudo sobre os castanheiros que es-tão a secar?

Continuando sobre a agri-cultura, qual é a sua riqueza fundamental? É a água. A barragem de Macedo, foi fei-ta para regadio e consumo do concelho. Fizeram um re-gadio para a zona poente de Salselas até ao Romeu... mas o resto? Existe em termos de consumo, mas em termos de agricultura, zero. Basta ver por exemplo algumas aldeias como Peredo, Chacim, Mo-rais, com bons terrenos para regadio, e há agricultura em termos de animais, tanto bo-vinos como caprinos.

Então acha que nos terre-nos onde há regadio a agri-cultura está melhor que nos terrenos aonde não há?

Está, as pessoas estão mais ricas, podem regar tudo o que quiserem!

Então nos Cortiços são

mais ricos que em Lagoa em termos agrícolas?

Nesses termos são. Aliás, basta falar com os agricul-tores daquelas aldeias para saber como estão este ano a atravessar a seca, muito mal. Mas mesmo agora o regadio não tem estado muito desen-volvido, porque existe uma comissão para regantes que praticamente nunca funcio-nou.

Se as aldeias tiverem água de regadio a agricultura ficará muito mais rica.

Por exemplo, não interessa a Câmara andar pelas aldeias a melhorar as ruas se depois não oferecem mais nada para as pessoas se fixarem lá, e essas pessoas dedicam-se à agricultura.

Se eu for presidente, a pri-meira coisa que faço é criar um gabinete de apoio ao agri-cultor.

Faz-se uma festa com 1000 tractores, mas os agriculto-res saem daqui com o quê? Com o sorteio de uma ou duas alfaias, com o almoço? E ao logo do ano o quê que se faz?

Tinha falado também no Turismo e no Comércio.

Como é que funciona o Co-mércio? Com muita gente. Tanto na Indústria como na Agricultura, porque se a In-dústria oferecer postos de trabalho, movimento no co-mércio. Havendo dinheiro e pessoas, oferta para comér-cio nós temos. O agricultor se tiver dinheiro, se vender os seus produtos, também o gas-ta, e faz movimentar o comér-cio, o que enriquece a cidade. Se não há poder de compra, as lojas têm de fechar portas porque não vendem os seus produtos.

Então a solução passa por atrair mais gente, através da Indústria.

Da Indústria e da Agricultura. Por exemplo, os jovens já não vêem nada que os cative, por-que não têm apoios. Se hou-vesse mais apoios, porque é que os jovens não haveriam de ficar nas aldeias?

Pegando no exemplo dos Cortiços, que tem regadio sensivelmente há 10 anos, tem mais jovens a trabalhar na agricultura hoje, ou há 10 anos atrás?

Jovens provavelmente não,

O concelho de Ma-

cedo é um concelho

conservador, de direi-

ta, talvez por isso é

que estamos a pagar

por esta situação…

Não interessa a

Câmara andar pelas

aldeias a melhorar

as ruas se depois não

oferecem mais nada

para as pessoas se

fixarem lá, e essas

pessoas dedicam-se à

agricultura.

Se eu for presidente,

a primeira coisa que

faço é criar um gabi-

nete de apoio ao agri-

cultor

Tem de existir um planeamento na constru-

ção e era preciso que a Câmara obrigasse a

seguir certas regras

Aqui os autarcas andam cada um para seu lado.

Em vez de fazerem um programa para desenvol-

verem a região de Trás-os-Montes

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10 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

mas as pessoas que se de-dicavam à agricultura mative-ram-se.

Então e quanto ao Turismo?

Em relação ao Turismo, e como mencionei antes, a barragem não foi feita a pen-sar no Turismo, embora seja aproveitada para tal. Fala-se agora de um acesso directo de Macedo à barragem, mas temos de pensar no impacto ambiental. Se for feito até à primeira praia, teria de atra-vessar uma zona protegida, ou seja, não é possível. Fa-lou-se também que seria feita outra praia... e essa seria só para as pessoas de Macedo ou para que passam por lá? Que benefícios tira Macedo de um novo acesso para a barragem? Em que medida isso se reflecte no comércio? Muito pouco...

Parque de campismo por exemplo. Já está projectado há 4 anos, inclusivé licencia-do e escolhido o local... mas agora a prioridade passou a ser o campo de golf, quando antes era o contrário. Haven-do um parque de campismo, quantas pessoas traria a Ma-cedo? Não seria mais benéfi-co que um campo de golf? E a nível de hotelaria para apoiar essa medida?

Já falámos da Agricultura, do Turismo, do Comércio, da Indústria, mas como vê o Urbanismo em Macedo?

Na minha opinião, andou sempre pela vontade da es-peculação imobiliária. Mace-do perdeu bastante a identi-dade das casas que sempre caracterizaram esta terra, de-vido à construção desmedida de edifícios de apartamentos com vários andares.

E acha que a orientação da Câmara é influenciada por interesses imobiliários?

Isso não sei, mas falo em especulação imobiliária, por-que por exemplo, quando foi feito cá o Piaget, começou-se logo a construir para vender e alugar apartamentos... esses apartamentos estão agora va-zios porque as pessoas foram embora. E porque não outro tipo de construção que não aqueles prédios?

Então, mas como alojavam essas pessoas nessa altura?

Talvez com outro tipo de construção também fosse possível, e não estes prédios tão altos. Dou o exemplo de Valpaços, que tem tudo bem planeado, com avenidas onde está tudo uniforme, e nesse aspecto, está mais evoluído que Macedo. Tem de existir um planeamento na constru-ção e era preciso que a Câ-mara obrigasse a seguir cer-tas regras.

Há também uma coisa que queria realçar, as pessoas têm ido embora... quantas empresas, quantos serviços públicos foram embora de Macedo? E a Autarquia o que fez para que eles ficassem?

Eu não sei... A Lactogal foi embora, EDP, que entretanto foi privatizada, serviços flo-restais... A Câmara deveria ter um papel importante nes-se aspecto. Eu não sei ao certo o que aconteceu, mas se eles se mudam de sítio, é porque provavelmente lhes oferecem melhores condições do que aqui, e isso não é ga-rantir postos de trabalho.

Um dos grandes problemas que origina isso, é que, não há regionalização.

Defende então a regionali-zação?

Sim, defendo. A região aqui deveria ser a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, que já estava previsto aqui há uns anos, e nem seria preciso referendo, não percebo que medo têm dessa decisão. E os que há anos votaram con-tra, defendem-na agora por-quê?

Na minha opinião, se hou-vesse regionalização, os fun-dos comunitários teriam de ficar por cá, porque esses apoios comunitários servem para ajudar as regiões mais desfavorecidas a desenvol-verem-se. Se houvesse mais desenvolvimento, as pessoas ficariam por cá, e os serviços também. Agora, não havendo pessoas, fecham-se os ser-viços, e sem esses, também não há pessoas, e entramos numa contradição. Por outro lado, aqui os autarcas andam cada um para seu lado. Em vez de fazerem um programa para desenvolverem a região de Trás-os-Montes, e vou falar mais propriamente do distrito de Bragança, independete-mente dos partidos, exigindo verbas para isso, mas não, cada um prefere fazer à sua maneira.

E acha que em termos de saúde, a criação do centro hospitalar do nordeste be-neficiou Macedo?

Eu acho que não, porque se perderam muitos serviços que tinhamos cá. Tanto as pesso-as de aqui de Macedo como de outras zonas, ficaram pre-judicadas com isso... qual é o Hospital do distrito que tem melhores condições, mais modernas, que o hospital de Macedo? Não há.

E não acha que acontece-ria o mesmo com uma re-gionalização o mesmo que aconteceu com este centro hospitalar? Ou seja, que tudo fosse absorvido por Bragança ou Vila Real?

Nós temos este hospital mo-derno onde poderiam estar concentrados vários serviços.

Sim, podia e deveria, mas nós temos aqui as coisas e estão abandonadas. Não acha então que com a re-gionalização, deixariamos de estar dependentes de Lisboa para passar a ficar dependentes de Bragança e de outros interesses regio-nais?

Eu acho que não. Por exem-plo, aquilo que tivesse Ma-cedo, não tinha Bragança e vice-versa, ou em Mirandela. Seria necessário dividir as es-pecialidades. Exames de en-doscopia, que eram realiza-dos em Bragança, passaram para Chaves, quem quiser fazer um exame destes, tem de se deslocar até Chaves. Depois vem cá a Ministra da Saúde dizer que não se per-deram serviços...

Vou dar-lhe um exemplo, houve propostas que foram apresentadas para inclusão

no PIDDAC 2009 (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Admi-nistração Central) na Assem-bleia de República pelo de-putado do PCP do distrito de Braga, a construção do aces-so à zona industrial, a cons-trução do IP2 1ª fase Vale Bem Feito/Sabor, traçado da nacional 102 Vale Bem Feito/Pocinho que está uma ver-gonha, nacional 102 que liga Carrapatas ao Vimieiro, mas muitas mais... e os deputados do PS e PSD que represen-tam o concelho, votaram con-tra. Então se eles querem de-senvolver o concelho, porque votaram contra?

Acha que é por causa do deputado ser do PCP?

Eu acho que tudo o que são propostas para desenvolver o concelho, são propostas para aproveitar.

Quero também falar no an-tigo cemitério que agora está meio abandonado, porque nós temos uma ideia sobre isso. Quem é que fez a vila de Macedo? Foi gente que fa-leceu e foi sepultada lá, que tem história e um passado.

Então o que acha que de-veria ser feito naquele lo-cal?

Um jardim com qualquer coi-sa alusiva às pessoas que ali estiveram sepultadas, ou um monumento, mas nada do género de um parque de es-tacionamento. Até agora nem sabemos o que a Câmara vai fazer, mas pelos vistos, já existe um contrato para fazer ali um parque de estaciona-mento. Temos de ter respeito pelo passado. n

Rui Miranda

devia-se fazer [no

cemitério antigo]

um jardim com qual-

quer coisa alusiva às

pessoas que ali es-

tiveram sepultadas,

ou um monumento,

Temos de ter respei-

to pelo passado

Faz-se uma festa com

1000 tractores, mas

os agricultores saem

daqui com o quê?

Com o sorteio de

uma ou duas alfaias,

com o almoço? E ao

logo do ano o quê

que se faz?

O urbanismo andou

sempre pela vontade

da especulação imo-

biliária

Os jovens já não

vêem nada que os ca-

tive, porque não têm

apoios. Se houvesse

mais apoios, porque

é que os jovens não

haveriam de ficar nas

aldeias?

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| Cipreste |15 de Setembro 2009 | 11

BELuís Vale Liliana Fernandes Marco Paulo Mendonça

CDS-PPNuno Pinto de Sousa António Ruano Maria da Piedade Menéres José Augusto Lima

CDUMaria Manuela Cunha Nuno Augusto Barreira Maria Inês Machado Araújo Manuel João AraújoMaria Eugénia Madureira GouveiaPedro Miguel Félix Fonseca

MEPSandra Maria Ferreira Pires Correia Miguel Henrique Bandeira Vieira Martins dos Santos Ana Carla Teixeira Mesquita Cunha Marco Paulo Maltez Caciones Fernando Ildefonso de Morais Carvalho

MMSSérgio Alípio Domingues Deusdado Fernanda Monteiro Vicente Manuel Joaquim Sabença Feliciano Luís Joaquim Martins JúniorSandra Isabel Teixeira Ribeiro Barbosa

PCTP/MRPPAlfredo Manuel Dinis Da Costa Gonçalves Ivone Manso Oliveira Nogueira Maria Do Céu Fernandes De Freitas Torres Jacinto Fernando Alves MartinsIsabel Maria Fernandes Freitas TorresIsaura Da Graça Pires Pereira

PNRCarlos Marques

PSJosé Carlos Correia Mota de Andrade Manuel Luís Gomes Vaz Ana Margarida C. Duque Dias Carlos do Nascimento FerreiraMaria da Luz Martins Almeida António Augusto Guerra Nunes dos Reis

PSDJosé Ferreira Gomes Adão Silva Maria Helena Gonçalves Nuno ReisPedro SantosIsabel Lopes

Legislativas 2009Legislativas 2009 - Dist. Bragança

O ministro do Ensino Superior, Pedro Lynce, concedeu uma autorização especial à filha do ministro dos Negócios Estrangeiros, Martins da Cruz, para permitir a sua entrada no curso de Me-dicina da Faculdade de Ciências da Universidade Nova.

Primeiro-Ministro - José Manuel Durão Bar-roso - PSD

O ex-ministro do Turismo do Governo liderado por Santana Lopes, Telmo Correia, assinou 300 despachos na madrugada do dia de tomada de posse do Executivo de José Sócrates. Um des-ses documentos era o que ditou a não reversão para o Estado do edifício do Casino de Lisboa.

Telmo Correia CDS – Primeiro Ministro San-tana Lopes PSD

Paulo Portas mandou copiar mais de 60 mil papéis do Ministério da Defesa, antes de sair do Governo. A empresa de digitalização refere que alguns documentos tinham escrita a palavra ‘con-fidencial’. O Ministério Público sabe, mas não in-vestigou

Paulo Portas CDS – Primeiro Ministro - San-tana Lopes PSD

A Polícia Judiciária enviou ao Ministério Público uma proposta de acusação de corrupção e outras práticas ilícitas ocorridas na antiga administração dos CTT, liderada por Carlos Horta e Costa. Em causa estão os crimes de administração danosa, tráfico de influência, fraude fiscal, branqueamen-to de capitais e falsificação de documentos. En-tre as diversas situações encontra-se a venda de dois imóveis, pertença dos CTT, em Lisboa e em Coimbra. Este último foi vendido por 15 milhões de euros, um valor várias vezes superior ao que valia. Nesse mesmo dia, o edifício acabou por ser revendido por 20 milhões de euros.

Ferreira do Amaral –PSD, foi ministro das Obras Públicas e durante o seu mandato, entre-gou todas as pontes a jusante de Vila Franca de

Xira à Lusoponte. Agora é presidente da Luso-ponte, empresa com a qual se tem que renego-ciar o contrato da nova ponte sobre o Tejo.

A Advogada Vera Sampaio, filha do Ex-Pre-sidente Jorge Sampaio-PS, foi contratada como assessora pelo membro do Governo, o Ministro da Presidência Manuel Pedro Cunha da Silva Pe-reira. É de salientar que não foi o seu Curriculum Vitae que lhe permitiu a contratação, pois tinha terminado de completar o curso, com uma média simples de 10.

O ministério da Educação contratou duas vezes o mesmo advogado para fazer o mesmo trabalho. No primeiro contrato, o advogado João Pedroso, PS, comprometia-se a fazer um levan-tamento das leis sobre a Educação e ainda a ela-borar um Manual de direito da Educação. O prazo do contrato terminaria até Maio de 2006, mas tal não aconteceu, contudo o advogado recebeu a renumeração. Ainda assim, o ministério da Edu-cação fez novo contrato com João Pedroso, com os mesmos objectivos que o primeiro, só que a renumeração passa de 1500 euros mensais para 20 mil euros mensais.

O Conselho de Administração do Banco de Portugal, composto por seis membros, que au-ferem sálarios anuais de 1,596 milhões de euros anuais

A este valor médio de 266.000,00 euros por ano, acresce: cartão de crédito para despesas de representação, telemóveis, viagens, carro topo de gama com motorista e segurança privada a tempo integral, etc, etc, …………

Como exemplo:Vitor Constâncio- PS Rendimentos em 2006 : 282.191,00 euros

O Estado Português gasta 300 milhões de eu-ros por ano, em estudos e pareceres tecnicos a “ entidades privadas “ (escritórios de advogados ).

Esclatecimentos

Fonte: Correio da Manhã; TSF; Lusa; Expresso; RCP; www.realidadeoculta.com

E podiam ser muitos, muitos mais… Depois disto ainda há uma solução: votar em Branco!

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| Cipreste |15 de Setembro 2009 | 13Ideias & Debate

“Taquetinho ou lebas nu fucinho”*

Todos os democratas portugueses, sendo naturalmente demo-

cratas, amam o seu país Por-tugal e, como disse António Quadros, já sentem saudades do seu futuro. Porque sabem que o futuro de Portugal é o tempo de o seu povo se cumprir na sua alma grandiosa, no seu espírito universal de dádiva, na sua luz de farol de paz e harmo-nia para a humanidade. Todo o futuro se começou a construir ontem e hoje, pois todo o fruto se colhe muito tempo depois do lançamento das sementes à terra. D. Dinis mandou plantar o pinhal de Leiria para que D. João I e os seus filhos pudes-sem construir as caravelas que

o Infante D. Henrique lançou pelo mar desconhecido na sua grande empresa dos descobri-mentos. D. Dinis criou assim uma empresa que foi a géne-se da construção de uma em-presa maior criada pelo Infante D. Henrique, centenas de anos depois, e que lançou Portugal e os portugueses na realização do maior feito histórico à escala planetária: abriu a Portugal e ao mundo todos os caminhos do planeta Terra; fundou a primeira globalização; tornou conhecido o que era desconhecido; irma-nou todos os povos da Terra.

Fica visível que D. Dinis ti-nha saudades do futuro de Por-tugal. E que tinha a noção cla-ra, até clarividente na sua razão

maior, do tempo histórico. Que sabia que o futuro, o amanhã de Portugal, ele o tinha que co-meçar a construir hoje, no seu tempo. E tinha orçamento para isso? A coroa era rica? Podia ao mesmo tempo distribuir pão e ouro aos pobres? Sim, podia. E o fez. E assim cumpriu Portugal no seu tempo. Porque a coroa portuguesa era muito rica em inteligência, em coragem, em determinação construtora.

A empresa de D. Dinis foi o ouro com que o Infante D. Hen-rique construiu a sua grande empresa ao serviço de Portugal e de todos os portugueses. Não houve nenhuma família portu-guesa que ficasse de fora da grande obra dos descobrimen-

tos; pois todas tinham um filho seu como marinheiro nas cara-velas. E os velhos do Restelo todos atemorizando Portugal e os portugueses anunciando desgraças atrás de desgraças; anunciando a ruína de Portu-gal se o Infante persistisse em seguir em frente com a sua empresa marítima construtora do futuro de Portugal. Para os velhos do Restelo o Infante D. Henrique «não tinha razão»; «estava desligado do país real»; «estava a levar o país à ruína»...

Como todos sabemos, da inteligência, coragem, destemor e persistência do Infante veio Portugal a colher uma imensi-dão de riqueza. l

Há um divórcio total entre os eleitos e os eleitores. Estes após

os actos eleitorais nunca mais querem saber se as promessas anunciadas são ou não cumpri-das e nem procuram saber por-que foram olvidadas.

Não são pedidas responsa-bilidades e talvez por isso seja fácil aos políticos fazerem pro-messas sabendo, de ante mão, que não são concretizadas e ninguém pergunta porquê.

No caso dos deputados, são deputados da Nação, não repre-sentam os círculos por onde fo-ram eleitos. Verifica-se ao longo da legislatura que são concor-dantes com a política do Gover-

no ou com a política partidária mesmo que essa seja contrária aos interesses da região pela qual foram eleitos. São inúme-ros os casos que diariamente se constatam na comunicação social, tanto ao nível local como nacional. Para não irmos mais longe basta verificar-se o que se passou, ao nível local, e num passado recente. Quando do problema da Saúde, mais con-cretamente com o hospital de Macedo, basta ver as posições das diversas forças políticas.

Os deputados do P.S. re-presentantes do Distrito e um deles oriundo de Macedo fize-ram como Pilatos. Os do P.S.D. pouca força fizeram. Um só quis

foi ser eleito deputado e apesar de ser do distrito pouco se inte-ressou pela região. Ao contrário deste “divorcio”, tem sido feitas, na Assembleia da República , algumas petições e perguntas feitas pelos deputados do P.C.P. relacionadas com a Região, apesar de o Partido Comunista Português não ter , infelizmente, nenhum deputado eleito pelo Nordeste. Ao nível da Assem-bleia Municipal os representan-tes do C.D.S. pouco ou nada se manifestaram. Foi preciso o representante da C.D.U. na As-sembleia Municipal, “encostar “ as outras forças políticas, e propor uma manifestação reivin-dicativa para que alguma coisa

acontecesse. Talvez tenha sido pouco mas a manifestação no dia 25 de Abril de 2006 marcou a vontade popular e provou quem está com o Povo ou quem se serve dele. Mas, na sua “ san-ta ignorância “, o Povo continua com a sua mente infestada de “ fantasmas “ e nas próximas eleições legislativas vai voltar a cometer os mesmos erros, e admirar-se, meses mais tarde, que nada mudou.

Começo a convencer me que a maioria dos meus patrí-cios são masoquistas. Perante isto não há nada a fazer.

Como alguém disse: “ Cada País tem a televisão que mere-ce “. l

Vieira de Carvalhon

Kokyn

Não vou falar em intolerância, nem tampouco apelidá-

la por tal substantivo. Não vou recair no lugar-comum da liberdade, constantemente re-clamada (parece nem conquis-tada) desde há trinta e cinco anos. Não vou sequer insultar e/ou nomear figuras, respon-sáveis pelo atraso e bloqueio, e, oponentes do progresso. Nem vou também falar desse chavão que é o choque gera-cional, também ele semente e adubo da evolução. Vou só

e apenas dizer que, sem cair, ninguém pode levantar-se e sem provar doce ou amargo, ninguém lhes pode conhecer o sabor. Impedir alguém de pro-var e conhecer algo novo, pelo receio de perder o seu reinado despótico, é atentar contra a liberdade e proibir a mesma a quem a detém por direito. É tão-somente agir em atitudes de intolerância e fascismo, quando se procura derrotar o outro, impedindo-o sequer de ser. Mas como já disse, não vou falar disso. l

Eleitos e Eleitores

Amar Portugal. Construir Portugal com futuro.

Última Fronteira

n António Duarte Bento

D. Dinis tinha saudades

do futuro de Portugal. E

que tinha a noção clara,

até clarividente na sua

razão maior, do tempo

histórico. Que sabia

que o futuro, o amanhã

de Portugal, ele o tinha

que começar a construir

hoje, no seu tempo.

Começo a convencer

me que a maioria dos

meus patrícios são ma-

soquistas. Perante isto

não há nada a fazer.

sem cair, ninguém

pode levantar-se e

sem provar doce ou

amargo, ninguém

lhes pode conhecer o

sabor.

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14 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

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| Cipreste |15 de Setembro 2009 | 15

Mundo

O Sahara Ocidental é um dos dez territórios mais minados do mundo. O conflito entre Marrocos e

a Frente Polisário deixou este território fortemente contaminado com milhares de minas antipessoais terrestres e res-tos de outros engenhos explosivos.

A maioria destes engenhos foi semeada por Marrocos, aquando da construção de um muro defensivo de 2500 quilómetros - actualmente co-nhecido como a Berma - que divide o Sahara Ocidental em duas partes. No lado oeste, que inclui a parte cos-teira e os campos de exploração de fosfato, fica o território dominado por Marrocos. No leste, ficam o Sahara profundo, controlado pela Frente Po-lisário, onde vivem os refugiados e os guerrilheiros. Esta fortificação de areia foi ao longo dos últimos 20 anos re-forçada por minas terrestres, criando uma barreira que constitui hoje em dia o maior campo de minas existente em todo o mundo.

As Nações Unidas registaram nes-te território 35 tipos de minas antipes-soal e 21 tipos de minas antitanque, todas elas produzidas em doze países diferentes, entre eles a Itália, Espa-nha, Rússia e Israel. De acordo com os dados obtidos, as minas existentes na região oscilam entre os 200 mil e os 10 milhões, sendo a maioria feitas de ferro ou de plástico, o que dificulta em muito a sua detecção.

Ahmed Mohamed Sidi Aly, res-ponsável pelo trabalho da Landmine Action, a única organização não-go-vernamental (ONG) especializada em minas terrestres no Sahara Ocidental, afirma que o cenário de localização e limpeza destes engenhos é uma tarefa lenta e extremamente difícil, devido à extensa área e aos poucos recursos que têm disponíveis.

A organização, que iniciou o tra-balho nos territórios sobre o controlo

da Frente Polisário à cerca de 5 anos atrás, conta apenas com 10 elementos especializados no processo de desmi-nagem. Um número totalmente insig-nificante, pelo facto da área afectada corresponder a cerca de 120 mil qui-lómetros quadrados, com 20 campos de minas. “Durante um dia de trabalho conseguimos garantir a monitorização de cerca de 50 metros quadrados”, ex-plica Sidi Aly. “Como vê é um processo muito lento, especialmente quando te-mos unicamente duas equipas de cin-co elementos cada no terreno”, acres-centa.

O processo para além de lento é arriscado, e em muito dificultado pelo facto das autoridades marroquinas re-cusarem em divulgar o mapa com a localização exacta dos engenhos ex-plosivos. O facto de a grande maioria das vítimas de rebentamentos de mi-nas serem os refugiados e os nóma-das Saharaui, faz com que a Frente Polisário colabore abertamente com a Landmine Action, e revele o local exacto onde as minas foram plantadas pelos guerrilheiros durante o conflito armado. No entanto o número de en-genhos usados pelos guerrilheiros é totalmente insignificante quando com-parado com os plantados pelas tropas marroquinas.

“É sem dúvida positivo ter o apoio da Frente Polisario”, afirma o coorde-nador de operações no terreno, Karl Greenwood, acrescentando que “eles (a Frente Polisário) tem sempre de-monstrado vontade em ajudar-nos a localizar as minas, mas a participação vai muito mais longe”. “É de lamentar que Marrocos nada faça para nos aju-dar. Aliás, muito pelo contrário, Mar-rocos mantém um secretismo sobre a localização das minas, e no entanto são eles os responsáveis por mais de 95% dos engenhos existentes em todo o território do Sahara Ocidental”, ex-plica. l

Sahara: o deserto de minas terrestres

LegendaEm CimaUma equipa de desminagem da Organização Não-governamental Landmine Action, na província de Tifariti, no território liberado do Sahara Ocidental.

Em Baixo, da esquerda para a direitaUm veterano da guerrilha da Frente Polisário e vítima de uma mina antipessoal junto ao campo de refugiados de Rabouni. Ao fundo, a sua mulher, numa cadeira de rodas, também ela vitima do mesmo acidente.

Um sinal de alerta para o perigo de explosão de minas antipessoais, província de Tifarit.

Uma maquete da constituição do muro de 2500 quilómetros, construído por Mar-rocos, que divide o território do Sahara Ocidental de norte a Sul, em exposição no museu da guerra perto do campo de refugiados de Rabouni. Um corredor com cerca de 7 milhões de minas antipessoais foi plantado pelas forças militares marroquinas como forma de protecção do muro.

Texto e fotografia de Paulo Nunes dos Santos

Milhões de minasHá cerca de 10 milhões de minas enterradas no deserto, numa área de milhares de quilómetros quadrados, cujo principal alvo, agora, são populações civis nómadas. As equipas de desminagem conseguem “limpar” 50 m2 por dia.

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16 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

Macedo

O novo lar residen-cial da CERCIMAC (Cooperativa de

Educação e Reabilitação dos Cidadãos Inadaptados de Ma-cedo de Cavaleiros) e o CAO (Centro de Actividades Ocu-pacionais) vai ficar localizado junto ao novo pólo escolar num terreno cedido pela Câ-mara Municipal de Macedo. Actualmente a CERCI de Ma-cedo acompanha 20 jovens, mas ficará com capacidade para acolher 54: 30 no CAO e 24 em internato, no lar resi-dencial.

A nível da região foram 3 as estruturas que viram ser aprovadas as suas candida-turas ao POPH (Programa

Operacional do Potencial Hu-mano), estando a CERCI de Macedo incluída neste bolo. Luís Garcia, presidente da instituição, não escondia a alegria, aquando do conheci-mento da notícia, mostrando que esta era a “concretização de um sonho”. Três anos de-pois de terem sido iniciadas funções enquanto cooperati-va, este é mais um objectivo concretizado. Apesar de aca-rinhadas, as actuais instala-ções têm algumas lacunas, tais como o facto dos utentes “terem de se deslocar pela rua para o refeitório”.

Como esta foi uma das melhores notícias que a CER-CIMAC poderia ter recebido,

Luísa Garcia promete novi-dades para o novo espaço. A dirigente pretende que a instituição esteja sempre em crescimento e, por isso “o fac-to de ter novas instalações implica ter novas coisas”. Vão surgir mais oficinas, e prova-velmente mais uma empresa de inserção social, a juntar à já existente CERCIVerde, que desenvolve trabalhos de jardi-nagem.

Agora, os próximos passos a seguir são: concluir a segun-da fase do projecto, que ainda deve ser aprovado e realizar a abertura do concurso público. Uma vez entregue ao emprei-teiro, este terá um ano e meio para entregar a chave.

Manuela Cunha, da CDU, elogia trabalho

realizado na CERCIMAC

A deputada do Partido Ecologista “Os Verdes”, can-didata pela CDU pelo círculo de Bragança, esteve reunida com a direcção da CERCI de Macedo e ficou surpreendida pelo trabalho desenvolvido por uma equipa, que apelidou de “jovem, dinâmica e voltada para a comunidade”. Manuela Cunha constatou ainda haver uma “grande força e vivacida-de, para actuar em prol dos outros, com um projecto com pernas para andar e sólido”. A líder comunista considera que

a área da deficiência é uma lacuna a colmatar no distrito de Bragança, à semelhança do resto do país e teve tempo para demonstrar que, apesar de ser uma pessoa “pela in-clusão de pessoas deficientes na comunidade escolar”, não concordava com este método forçado que o governo está “ a tentar implementar”.

Manuela Cunha diz que “há casos e casos e há ca-sos muito difíceis de integrar. Por exemplo, há jovens que até muito tarde usam fraldas. Há deficiências de diversos graus”. E é para exemplos des-tes que existem Cerci como as de Macedo de Cavaleiros. n

Miguel Midões

Jovens vão poder ficar em regime de internato

CERCIMAC vai ter Lar

Maquete obra trará emprego e serviço social

A bandeira verde vai ser hasteadas nos jardins-de-infância de Bagueixe, Caste-lãos, Morais, Travanca, Vale da Porca, n.º 1 e n.º 2 de Macedo de Cavaleiros, na Escola Básica 1 n.º 1 de Macedo de Cavaleiros, na Escola Básica 1 de Morais e na Escola EB 2,3/S de Macedo de Cavaleiros. Um numero de eco escolas que tem vindo a crescer e faz de Macedo o concelho mais “Eco” do distrito.

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| Cipreste |15 de Setembro 2009 | 17Notícias

Tudo indicava que seria uma ma-nhã normal de 18 de Agosto, na propriedade de José Rodri-

gues, em Peredo, Macedo de Cavaleiros. Por volta das sete da manhã, como já é hábito, o macedense saiu em direcção à Feira de Mogadouro, onde vende habitu-almente. Mal sabia que nas suas costas, dois indivíduos planeavam um assalto à sua propriedade, que acabaria no espan-camento da sua mulher.

Com 64 anos, andava na horta, quan-do foi surpreendida por dois indivíduos, que “atacaram-na por trás e nunca a dei-xaram olhar para eles”, refere José com tristeza no rosto. Os indivíduos que, de-pois de espancarem a sexagenária, rou-baram cerca de 3500 euros, entre o di-nheiro que estava guardado, o valor que a vítima tinha consigo na carteira e ainda os brincos em ouro que lhe foram arran-cados à força, já deviam ter o esquema preparado há muito, segundo o marido. “Estes gajos já me andavam a rodear por ali há muito tempo”, afirma José, acres-centando que já há cerca “de três meses alguém o tinha tentado assaltar, mas sem grande sucesso. “Aqui há uns tempos até fui à guarda, porque me roubaram a pas-ta dos documentos. Deixei o carro numa zona de castanheiros e fui para baixo, quando vim para cima já me tinham rou-bado a pasta dos documentos”. Mais não roubaram porque também não havia, e a dita pasta com os documentos nunca chegou a aparecer. Contudo, as pegadas no caminho e as marcas dos pneus de um carro deixadas a um quilómetro da propriedade coincidem, na opinião de José Rodrigues, com as mesmas deixa-das neste recente assalto. “Deixaram o carro no cruzamento da Camba, perto da barragem e andaram quase 1km para fa-zer o assalto. Dei conta das sapatilhas para lá e para cá e vi onde viraram o car-ro e arrancaram. Ontem foi a mesma coi-sa e deixaram o carro no mesmo lugar.”, razões que o levem a pensar tratar-se dos mesmos criminosos.

Vítima deu entrada na urgência de Macedo

Devidos aos maus tratos e depois de ter contactado a filha, a quem primeira-mente pediu socorro, a mulher foi assisti-da no SUB (Serviço de Urgência Básica) do Hospital de Macedo de Cavaleiros. Bastante magoada física e psicologica-mente, uma vez que lhe “deram um en-saio no caminho quando ela bateu com a cabeça, ficando logo com um hematoma e com sangue”. Brutalidade à qual, já em casa, se seguiram mais: “arrancaram-lhe os brincos e pisaram-na, torceram-lhe o pescoço, deitaram-na no quarto de bru-ços e puseram-lhe os pés em cima”.

Maldades que ficarão para sempre na cabeça da vítima, que no dia seguinte já não quis dormir no seu quarto, o local das agressões, e mal dormiu devido às dores que lhe causaram os ferimentos. “Não sossegava com dores. Tem o pes-coço negro, os olhos negros. Está toda moída. Veio à urgência por volta das oito horas”, narra o marido.

No local, a recolher provas, esteve a GNR de Morais e de Bragança, apoiados pelo Núcleo de Investigação Criminal de Bragança. n

Miguel Midões

Em Peredo. Assaltantes serão reincidentes

Mulher assaltada e espancada violentamente

António Cordeiro reformou-se da Guarda-fiscal há nove anos e desde então

que se dedica à pastorícia. É mais um que luta todos os dias para que este ofício, que muitos até já ape-lidam de “arte” pela sua, cada vez maior, raridade. É de Mogadouro, mas juntou-se no Santo Ambrósio, em Macedo de Cavaleiros, a mais uma dúzia de colegas que, através da rádio local, marcaram ponto de encontro neste santuário para con-fraternizar e mostrar que afinal “os pastores ainda estão vivos”. Con-sidera que levantar-se da cama às cinco da manhã e levar as cerca de 70 ovelhas que tem a pastar é pura “diversão”. Assiduamente que o faz há nove anos, mas já antes, pelo menos uma vez por semana, que passeava o seu rebanho e des-contraía do seu dia-a-dia de Guarda Fiscal.

Depois da reforma, pensou que a única ocupação possível na sua aldeia seria “passar o dia inteiro no café, ao balcão e a beber”. Sendo a pastorícia uma segunda opção, foi

a sua grande preferência. Conhece bem todos os montes do distrito de Bragança e chega a fazer quilóme-tros com as suas “meninas”, faça chuva ou faça sol. O horário de trabalho molda-se à época do ano. Bem mais curto no Inverno, com o recolher por volta das seis da tarde e bem mais comprido no verão, com os dias a terminar bem perto das dez da noite. Uma profissão saudável, que até já o fez “deixar de fumar”.

“Levantar-me às cinco e meia, seis, todos os dias, não tanto no In-verno, comemos alguma coisa e va-mos à vida!”, atalha.

As cabeças já chegaram às 130, mas hoje não são mais que sete de-zenas, governadas por duas “belas cadelinhas”.

Era necessário realizar um con-vívio entre todos e muitos compare-ceram ao chamamento. “Nós somos muitos aqui no Nordeste”. António Carneiro não concorda que os pas-tores sejam uma profissão em vias de extinção, “o que não são é bem remunerados”. O pastor queixa-se da pouca saída que tem a criação

e dos baixos preços da carne. “Se houvesse saída era uma mina”.

Também há nove anos pastor é Manuel, de Alfândega da Fé, mas actualmente a trabalhar em Travan-ca (Macedo de Cavaleiros). “Temos de nos sujeitar a isto”, sublinha. Le-vanta-se às quatro e meia e fica até às nove da noite com as ovelhas no monte. “Mas, a cria já não dá nada, antigamente era melhor, eu tinha umas poucas e tive que as vender”. Afirma que a pastorícia, neste mo-mento, só dá despesas.

Filho de pai pastor, hoje com um filho pequeno, o Daniel, garante que é difícil passar a arte. “Ele não quer, morrendo estes antigos perde-se tudo”, diz com tristeza. Ao longo do dia, o rádio é a única companhia. “Para uma pessoa não se aborre-cer”.

Um convívio de pastores, no pas-sado fim-de-semana, no Santo Am-brósio, em Vale da Porca, entre aque-les para quem uma profissão ainda conta mais que uma carteira rechea-da de euros ao final do mês. n

Miguel Midões

Ainda há pastores no Nordeste Transmontano

Encontro organizado pela Rádio Onda Livre

Orgulho há quem não troque a pastoricia por qualquer outra profissão

Conhecido como “Toninho pastor”, veio de Roios, em Vila Flor, para o convívio no Santo Ambrósio. Uma profissão que lhe ocupa grande parte das horas do seu dia, um ritual que cumpre há 24 anos. Mais um que começa o dia, muitas vezes ainda sem ter cantado o galo, bem cedo, para ordenhar as ovelhas. Nunca vai para o mesmo local dois dias seguidos. “Depois de um dia a tratar da comidinha delas”, regressa a casa e volta a ordenhar. Agora sim, tem tempo para si. Sai até ao café para ver os amigos e colocar a conversa em dia, porque por lá por muito que converse, apenas ele se ouve a si próprio. As diferenças são imensas, “a vida da pastorícia antigamente era muito melhor”. Hoje, considera que são colocados muitos entraves. “Noutros tempos ainda colhíamos o leite e fazíamos uns queijitos para vendermos na feira, mas agora não podemos fazer nada disso, porque se nos denunciam estamos tramados”. Há 16 anos que tanto a carne como o leite está ao mesmo preço, o que complica muito a profissão. Hoje tem 108 ovelhas e para além delas, só mesmo também o rádio é a sua companhia. O filho de 18 anos também não quer nada da pastorícia. “Os velhos estão-se a acabar e os novos não querem esta vida, porque eles querem é emprego, não querem trabalho”, garante. Razão pela qual, diz, já não se vêem tantos rebanhos pelo monte. Mas, no seio deste conjunto de factores que dificultam a profissão, estão também as queixas ao Estado, “não nos apoiam”. Há uma “enorme falta de apoio”. Toninho Pastor diz que pode ficar sem uma refeição, mas nunca os seus animais. “Pode chegar a hora de sair com elas, se eu não tiver comido fico sem comer”, sublinha. Mesmo em dia de convívio, “quando chegar a horinha eu vou botá-las a comer”.

“Adoro a vida dedicada à pastorícia”

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18 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

Armando Queijo, mace-dense que dirigiu, des-de o inicio, o instituto

Piaget de Macedo de Cavalei-ros, a que actualmente ainda se encontra ligado através do pólo de Mirandela, foi distinguido, no passado dia 29 de Agosto, na ci-dade de Lima, capital do Perú, pelo “Conselho Ibero Americano em Honra à Qualidade e Exce-lência Educativa” e pela “Ho-norable Academia Mundial de Educação”. O título, honorífico, é concedido a uma personali-dade que tenha contribuído com os preceitos de uma instituição de ensino, não pertencente a seu quadro funcional.

No texto inscrito no diploma que levou o”Conselho IberoA-mericano em Honra à Qualida-de e Excelência Educativa” e a “Honorable Academia Mundial da Educação” a atribuir o título de “Doctor Honoris Causa” a Ar-mando Martinho Cordeiro Quei-jo, lê-se:

“Em reconhecimento à sua destacada liderança, integridade e gestão exem-plar, ao serviço da Educação

na América Latina”.

Armando Queijo que desen-volve a sua actividade no Cam-

pus Universitário de Mirandela do Instituto Piaget, teve a sua deslocação ao Perú patrocinada pela autarquia de Mirandela. No

discurso proferido aquando da laureação, designado por “Ora-ção de Sapiência”,”considerou-a uma das mais belas cidades jar-

dins de Portugal e com grandes potencialidades no campo agro-alimentar e turístico, com desta-que para alguns dos seus mais famosos produtos: o azeite e a alheira.”

O “Conselho IberoAmeri-cano em Honra à Qualidade e Excelência Educativa” e a “Ho-norable Academia Mundial da Educação”, Organismos Inter-nacionais não governamentais, reconhecidos, entre outras en-tidades, pela ONU, UNESCO e Governos dos Países Latino Americanos, englobam todos os Países da América Central, Ca-raíbas, América do Sul, Portugal e Espanha (tendo os Estados Unidos como País observador) e têm como missão fundamental contribuir para o desenvolvimen-to das Nações que agregam: In-vestigar, Promover e Incentivar o intercâmbio entre os diferentes sistemas educativos, Reconhe-cer e Distinguir Personalidades e Entidades que são relevantes na área Educativa de cada País, com vista a atingir uma Educa-ção de Excelência. n

Rui Miranda

Apartir da esquerda: Armando Queijo Ministro da Justiça do Peru, Cardeal do Peru e Bispo de Lima, Membro de Direcção da Academia Mundial de Educação

Armando Queijo homenageado no Peru

Doctor Honoris Causa

Agora já só em Outubro é que virá o helicóptero para Macedo de Cava-

leiros, que estava prometido pelo Ministério da Saúde para o início do ano de 2008. A ministra da pas-ta da Saúde, Ana Jorge, garantiu há tempos que iria fazer todos os esforços para que o meio estives-se operacional em Julho, mas o prazo passou mais uma vez. Ago-ra, aquando da inauguração da urgência do Hospital de Bragança (do CHNE), o secretário de Esta-do, Manuel Pizarro, afiançou que espera ainda que “em Setembro seja apresentado o relatório do concurso e que depois se inicie a adjudicação”. O membro do Go-verno garantiu que são “proces-sos burocráticos intransponíveis”

que estão a atrasar a vinda do helicóptero. “Há leis e a necessi-dade de ser rigoroso que atrasam os processos”.

Manuel Pizarro quer que o júri tenha “tranquilidade” para comple-tar o trabalho, mas espera que o façam “o mais rápido possível”. O secretário de Estado não deixou a garantia de qualquer data para que se instale o meio aéreo de socorro em Macedo de Cavaleiros, mas adiantou que pode assegurar que “se mantém o compromisso de o fazer o mais rápido possível”.

Recorde-se que anexado ao helicóptero estava ainda a imple-mentação de uma ambulância SIV, com a respectiva equipa, que já está a funcionar, mas sediada no Hospital de Mirandela.

O helicóptero surgiu no pro-tocolo assinado entre o Ministério da Saúde (ainda com Correia de Campos à frente do pelouro) e a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, aquando da reor-ganização da Rede Nacional de Urgências, que levou ao encer-ramento dos SAP (Serviços de Atendimento Permanente) duran-te a noite, estando neste momen-to apenas um médico à chamada no período nocturno. Um serviço que está ameaçado de encerrar quando estiverem concluídas as principais vias rodoviárias para a região, auto-estrada, IC5 e IP2, muito embora os líderes socialis-tas da região acreditar que tal não virá a acontecer. n

Miguel Midões

Helicóptero tarda em chegarPrometido há ano e meio

Macedo de Cavaleiros vai ficar um concelho mais intercultural e os

imigrantes que chegam a estas terras transmontanas vão poder ser melhor acolhidos. Em 2008 foi o Ano Internacional do Diálogo In-tercultural e a Câmara Municipal, através do CLAI (Centro Local de Apoio aos Imigrantes), apre-sentou duas candidaturas ao Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), que viu agora aprovadas.

Umas das candidaturas/pro-jectos, denominado [email protected], visa uma melhor in-

tegração das várias comunida-des de imigrantes no concelho macedense, de forma a “reduzir as dificuldades que lhes são colo-cadas quando se deslocam para uma terra desconhecida”. Sílvia Garcia, vereadora da Educação e Cultura da autarquia de Macedo, adianta que o segundo projecto é de âmbito regional, uma vez que pretende realizar um estudo de diagnóstico e caracterização desta mesma população imigran-te. “Vamos tentar ficar com uma ideia da população imigrante no distrito de Bragança”. Um objec-tivo que apenas será conseguido

se também houver colaboração das demais câmara municipais da região.

Este é mais um passo de Ma-cedo para o melhor acolhimento dos imigrantes, expandindo o trabalho até aqui realizado pelo CLAI, abrangendo áreas como a educação e o mercado de tra-balho.

Os dois projectos poderiam começar a ter desenvolvimento desde já, mas são precisos téc-nicos ligados à área, o que adia o início dos trabalhos para meados de Outubro.n

M.M.

Macedo mais intercultural

O verão rigoroso tor-nou-se, mais uma vez, prejudicial às al-

deias da parte noroeste do con-celho de Macedo de Cavaleiros. Lamalonga e Fornos de Ledra viram a água a escassear nas torneias, e mesmo a pouca que corria chegou a ser abastecida por autotanques dos bombeiros. Mas, este ano, a mesma situa-ção chegou a aldeias bem per-to da cidade de Macedo, como Azibeiro, Vale Benfeito e Espa-danedo.

A situação foi justificada por Carlos Barroso. O vereador das Obras Públicas salientou que o aumento da população, nesta al-tura do ano, especialmente com a vinda dos emigrantes, favorece o aumento do consumo de água, o que leva à sua escassez. “Os consumos aumentam porque a população das aldeias duplica com e, em situações pontuais, é necessário o abastecimento de água”. A juntar a este argumen-to há ainda a considerar que o Inverno foi bastante seco, o que levou a que algumas localida-des do concelho, que ainda são abastecidas por captações lo-cais, começassem a ter proble-mas com o abastecimento.

O problema, segundo o vereador, foi resolvido com o abastecimento através de autotanques dos bombeiros. Carlos Barroso adianta, no en-tanto, que “não existe uma pe-riodização” na falta de água, e

que os casos são pontuais.

Aldeias de Macedo com apoio de bombeiros de

Mirandela

Apesar de resolvido o proble-ma com autotanques dos bom-beiros, a questão gerou alguma polémica numa das sessões do executivo camarário. Rui Vaz, vereador socialista da oposição, perguntou qual a razão de se-rem os bombeiros de Mirandela a prestar este apoio à população macedense. “Estranho se torna constatarmos que para ultrapas-sar o problema seja necessário recorrer a cisternas, mas que te-nham que ser os bombeiros de Mirandela a fazê-lo, a abastecer as nossas populações.”, afirma. O vereador foi ainda mais longe e referiu que, no seu ponto de vista, houve falta de coordena-ção e entendimento entre a au-tarquia e os Voluntários de Ma-cedo, aumentando também os custos de todo este processo.

Beraldino Pinto, o presidente da Câmara Municipal de Mace-do de Cavaleiros desvalorizou a situação, referindo que se trata da normal cooperação entre cor-porações vizinhas. O autarca fri-sou ainda que, no dado momen-to, os Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros não tinham qualquer cisterna dispo-nível para realizar este trabalho de abastecimento.n

Miguel Midões

Torneiras secasmais uma vez

Lamalonga e Fornos de Ledra

Projecto objectivos distrais

Notícias

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EconomiaConsultório de Fundos Comunitários

Sou gerente de uma pequena fábrica situada no distrito de Bragança, que emprega 20 trabalhadores. Neste momento, a empresa debate-se com graves dificuldades financeiras, origi-nadas pela falta de encomendas, dificuldade nas cobranças e escasso apoio bancário.

Se não formos apoiados, seremos obrigados a encerrar após as férias.

Como poderemos resolver o problema?

RESPOSTAPrecisamente para tentar minorar os problemas criados às

empresas pela bancos e seguradoras, por sua vez altamente afectados pela crise financeira internacional, o Governo, a banca e as autoridades de gestão do QREN, têm lançado linhas de cré-dito bonificadas (em que a taxa de juro é suportada pelos fundos QREN), sendo a última denominada PME INVESTE IV/QREN e que poderá resolver alguns dos problemas que menciona.

De seguida, iremos descrever a Linha de Crédito PME INVES-TE IV/QREN – Linha Específica Micro e Pequenas Empresas, que se pode aplicar ao vosso caso:

1. Montante global: até 200 milhões de euros.2. Empresas beneficiárias: micro e pequenas empresas com

volume de negócios inferior a 10 milhões de euros, que desen-volvam actividade enquadrada na lista de CAE`s elegíveis e que: a) tenham uma situação líquida positiva no último exercício e re-sultados líquidos positivos em dois dos últimos quatro exercícios e b) assumam o compromisso de manter o volume de emprego observado à data da contratação do empréstimo durante a vi-gência do contrato de financiamento.

3. Outras condições: a) sem incidentes não justificados na banca; b) situação regularizada junto da Segurança Social e Administração Fiscal; c) sem dívidas perante o IAPMEI, a PME Investimentos, o Finova e as SGM; d) não se encontrar em situa-ção de dificuldade, caracterizada nos seguintes termos: possuir capitais próprios inferiores a metade do capital social e ter per-dido mais de ¼ do capital social nos últimos 12 meses (aplicá-vel para empresas que tenham iniciado actividade há mais de 3 anos); reunir as condições para ser objecto de um processo de falência ou de insolvência.

4. Operações elegíveis: financiamento destinado ao reforço dos capitais permanentes, a ser aplicado em investimento em activos fixos ou fundo de maneio.

5. Operações não elegíveis: a) aquisição de activos financei-ros, terrenos, imóveis ou viaturas e bens em estado de uso; b) reestruturação financeira e/ou consolidação de crédito vivo; c) operações destinadas a substituir de forma directa ou indirecta financiamentos anteriormente acordados com o banco; d) ope-rações financeiras que se destinem a actividades relacionadas com a exportação para países terceiros e estados-membros, nomeadamente a criação e funcionamento de redes de distri-buição.

6. Montante de financiamento: até 25.000€ no caso de mi-cro-empresas e até 50.000€ no caso de pequenas empresas.

7. Prazo de financiamento: até 3 anos, com um período de carência até 12 meses.

8. Taxa de juro a cargo da empresa: euribor a 3 meses + 0,25%.

9. Garantias: garantia mútua até 75% do capital em dívida em cada momento.

Praticamente toda a banca aderiu à PME INVESTE IV/QREN, pelo que deve contactar rapidamente o seu banco.

Linha de crédito PME investe IV/QREN - micro e pequenas empresas

O que leva uma empre-sa a iniciar uma de-terminada activida-

de? Um desejo intenso de uma pessoa? A reunião de dois, três ou quatro amigos idealistas, em-preendedores ou não, decididos a colocar ideias e criatividade em prática e assim resolvem iniciar a caminhada pelo “mundo empre-sarial”.

Nos sonhos, no plano de negócios, os novos empresá-rios acreditam não só na recu-peração do capital investido em dois a três anos, ou menos, mas igualmente em “ganhar algum di-nheiro”, e vislumbram um pano-rama optimista para os próximos 10 ou 15 anos, algo como tornar-se uma empresa regional, nacio-nal ou até vender “para fora” ou, então, a chegada de algum in-vestidor nacional ou estrangeiro alinhado com os objectivos que deram vida àquela organização.

Na prática, a realidade é outra. É claro que o esforço, a tenacidade e, principalmente, a paixão marcam o início de toda a organização ganhadora. Entre-tanto, o tempo de vida dela será determinado por factores como visão, missão, valores e, de for-ma pragmática, a sua gestão. Se estes quatro elementos estive-rem (e se mantiverem) alinhados ao longo do tempo com a ideia central, esta organização estará apta a fazer parte do reduzido e cada vez menor rol das “empre-sas centenárias.”

Os últimos sobressaltos do mercado, caracterizados como crise, mostraram o verdadeiro papel da gestão empresarial para a sobrevivência das empre-sas. E quando falo em “gestão”, quero dizer a combinação prática do binómio TI – Tecnologias de Informação e Pessoas. A orga-nização só é sustentável a par-tir do momento em que conse-gue conciliar estes dois termos. Agora, já estou a sentir os mais apressados e incautos inquie-tos e ávidos a perguntar “mas o foco no cliente não é a razão de tudo?” Também sou partidário desta tese! Porém, se a gerência for ineficiente, a orientação para o cliente fica completamente à deriva.

Metodologias mais ou menos conhecidas como o BSC (Balan-ced Scorecard), BPM (Modela-gem de Processos de Negócios, na tradução da sigla, para portu-guês), Lean (sistema precursor do Toyotismo) e Seis Sigma são

fundamentais para que as em-presas possam conduzir pesso-as e tecnologias de uma forma harmónica, com produtos e servi-ços orientados inteiramente para o cliente, afinal é ele (o cliente) quem decide se a empresa deve ou não continuar a existir (em Portugal, nem sempre).

Porém, as metodologias não são mais que as ferramentas cer-tas para a manutenção da empre-sa, em termos operacionais, mas

para indicar o caminho/rumo, para poder continuar a sair-se bem no futuro, o empresário ou executivo torna-se essencial que reúna as características de líder e de gestor ao mesmo tempo. Afinal, à excepção de motivos porventura não éticos, as organi-zações tendem a caminhar para um estado terminal quando os seus dirigentes se afastam cada vez mais da figura e do compor-tamento do líder/gestor.

As ambições do empresário podem ser sempre legítimas e, em princípio, são-no: uma em-

presa sustentável e lucrativa é, sem dúvida uma riqueza para o país e uma fonte de bem-estar para muitas famílias. Simples-mente, a sua unidade habitual-mente é fraca, e tantas vezes a vemos quebrar-se, inclusive nas empresas mais promissoras. O ideal seria que os empregados sentissem que a primeira e maior ambição dos chefes eram eles mesmos e os seus lares. Quan-do os subordinados se revêem no patrão, sentindo-se realmente representados por ele, este não precisa de especiais qualidades de chefia, porque a sua auto-ridade é natural e indiscutível: a autoridade de quem os serve lealmente. Não se trata de pa-ternalismo, nem de uma simples união de interesses diversos, mas do mesmo interesse, co-mum a uns e outros, e assumido por todos.

Segundo a literatura especia-lizada, uma das características mais marcantes dos executivos/gerentes das “empresas mori-bundas” é a soberba. Em geral, a gerência destas empresas demonstra um sentimento de al-tivez originado pelo sucesso de outrora e isso acaba por corroer os ambientes interno e externo. Os executivos com pouca ou falsa modéstia ignoram os pre-ceitos da boa gestão e buscam o crescimento de forma por vezes míope e indisciplinada, ignoran-do os riscos decorrentes do des-vio da linha central e orientadora e, quando os primeiros indicado-res negativos começam a surgir, existe a tentação de colocar a culpa no mercado, na concorrên-cia, na crise e até no azar.

Muitas empresas, nesta fase ainda acreditam que com uma fusão estratégica ou a contrata-ção de novos gestores poderá inverter a queda. Evidentemente, e se ainda houver alguma folga financeira, essas acções podem ter algum efeito. Mas, na maio-ria das vezes, é tarde demais. Quando o distanciamento entre liderança e gestão é muito gran-de, pouco pode ser feito no curto prazo. Não é possível uma em-presa ter sucesso sem que haja uma disciplina no cumprimento das regras do negócio, inclusi-ve num fluxo de caixa sólido, e, por que não dizer, muita alegria de trabalhar nessa empresa. Es-sas duas vertentes são as molas propulsoras para garantir a sus-tentabilidade e a vivência das organizações. l

o tempo de vida

dela [Empresa] será

determinado por

factores como vi-

são, missão, valores

e, de forma pragmá-

tica, a sua gestão.

Se estes quatro ele-

mentos estiverem

(e se mantiverem)

alinhados ao longo

do tempo com a

ideia central, esta

organização estará

apta a fazer parte do

reduzido e cada vez

menor rol das “em-

presas centenárias “.

Aqui jaz, uma boa empresa

Opinião

n Choupina Pires

Feira das cebolas

Dia 10 cumpriu-se, mais uma vez, a Feira das Cebolas de Chacim. O ano veio fraco de água e parco de cebolas. Mesmo assim, transaccionaram-se cerca de 20 toneladas. Os preços que mais se ouviram foram 2.50 € e 3.00 € por cabo. A grande maioria estava vendida a meio da manhã.ar

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20 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

Cultura

Vários grupos na-cionais e interna-cionais, bem como

do concelho de Macedo de Cavaleiros desfilaram pelas ruas de Macedo, no primeiro fim-de-semana de Setembro, em mais um Festival Interna-cional de Música Tradicional. Nesta décima edição parti-ciparam grupos conhecidos deste tipo de musicalidade e no palco da Praça das Ei-ras, que encheu os dois dias, em pleno centro de Macedo, passaram nomes como: Gru-po da Casa do Povo de Ma-cedo, Edu Miranda Trio, Da-zkarieh, Cantarolar, Magali Trio e Zambaruja.

Esta décima edição foi especial, segundo Sílvia Garcia, vereadora da educa-ção e cultura, não só porque

foi a número dez, mas tam-bém porque a qualidade do evento subiu, bem como dos próprios grupos do concelho que nela participaram.

Na animação de rua esti-veram grupos como: Banda de Latos de Bagueixe, Care-tos de Podence, Bombos de Ala, Fanfarra de Vale da Por-ca, Rancho Folclórico local, Grupo Mira Bornes e ainda o grupo Toca a Bombar, de Ar-cas, bem como os Pauliteiros de Salselas, destaque para os peruanos “Sikuris Katari” que o Cipreste foi conhecer.

Explique-me, quem são os “Sikuris Katari”?

Somos um grupo de peru-anos, emigrantes em Madrid, Espanha e somos verdadei-

ros filhos de um Perú de An-dinos, de gente que vive a três, quatro mil metros do ní-vel do mar, com uma cultura que não está morta mundial-mente. Acima de tudo, de-pois de várias participações nossas no mundo ocidental e também na América do Nor-te, principalmente nos Esta-dos Unidos e ainda graças aos meios de comunicação, a nossa cultura permanece. Tratamos de difundir e de reivindicar a nossa cultura com estas participações.

Quantos são vocês?Somos cerca de 30 artis-

tas, entre músicos, que fa-zemos “Sikuris”, um género musical próprio da nossa re-gião no Perú, da zona sul dos Andes e ainda também com

influências da Bolívia, e dan-çarinos. Mas, somos muitos mais em Madrid, associados em diferentes grupos.

Os fatos representam alguma coisa?

Sim, as cores do traje, representam a identidade de uma Pátria que é o Perú: o vermelho e o branco. O Ver-melho do sangue derramado pela necessidade de constru-ção de uma Pátria e o branco da necessidade da paz. E é o mimetismo com a natureza porque estas são também as cores da plumagem de uma ave característica do arqui-pélago, que é a pariguana. Esta é uma forma de ver o mundo andino e de a trazer até à Europa. n

Miguel Midões

Animação, cor e alegria em dois dias de festival

Festival Internacional de Música Tradicional

Esta é uma forma de

ver o mundo andino

e de a trazer até à

Europa

Mundo Peruanos mostraram o seu folclore aos macedenses

Centro CulturalDia 19, reabre a actividade cultural no Centro Cultural com a inauguração da exposição colectiva de escultura de Eva Alves, Inês Marcelo Curto e Mariana Gillot, três jovens artis-tas plásticas, seguida da peça de teatro “Rapariga(s)!”, com os actores Ana Brandão, André Nunes, Jéssica Athayde, Marta Melro e Núria Madruga

Page 20: Cipreste 4, Set 2009

| Cipreste |15 de Setembro 2009 | 21Cultura

No dia 22 de Agosto, a Praça das Eiras ouviu cantar a histó-

ria do concelho de Macedo de Cavaleiros, nos hinos das suas 38 freguesias. Às 16 que já ha-viam apresentado as suas can-ções no ano passado, junta-ram-se agora as restantes 22. Esta é a segunda fase de um projecto que teve início há sete anos, e que pretende preservar o património imaterial do con-celho de Macedo, “uma heran-ça cultural, que deve ser trans-mitida às gerações vindouras”, este é pelo menos o objectivo de Sílvia Garcia, vereadora do pelouro responsável pela iniciativa. “Consideramos que os hinos acabam por contar um pouco das tradições e cos-tumes das aldeias são peças importantíssimas no nosso pa-trimónio cultural e isso é uma forma de as preservarmos”, acrescenta.

Para acompanhar o espec-táculo de apresentação, todas as 22 músicas estão reunidas

num CD, uma vez que as ou-tras 16 também já estavam, acompanhados por uma revis-ta onde tem a letra dos 38 hi-nos e um pouco da história de cada freguesia, bem como a referência às pessoas que lhe deram voz.

Segundo a vereadora, em alguns casos, foi como cons-truir uma autêntica “manta de

retalhos”, porque ou já não se sabia a letra por completo, ou faltava quem ainda com vida se lembrasse da cantilena. “Em muitos casos, o hino tinha-se perdido completamente”, o que levou a um trabalho de campo redobrado, elaborado com a ajuda do fadista macedense Carlos Baptista. n

M.M

“Reguila”, assim se chama o novo espaço da AJAM

(Associação dos Jovens Artis-tas Macedenses), destinados aos mais novos macedenses amantes do teatro e da anima-ção. A inauguração contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto, e ainda com Sílvia Garcia, ve-readora da Cultura e António Pinto, director do Centro Cultu-ral de Macedo de Cavaleiros, o principal palco da cidade, bem conhecido pelos elementos da AJAM, que quase sempre estreiam lá os seus trabalhos. Contudo, agora o cenário po-derá ser diferente, a AJAM tem um espaço mais intimista e isso poderá levar a uma pequena mudança no cariz dos espectá-culos.

Depois de saltarem por vá-rios locais emprestados, como

o salão da Junta de Freguesia, ou até uma sala do Instituto Piaget, os artistas macedenses reúnem-se agora num espaço próprio, junto ao Estádio Muni-cipal de Macedo.

O espaço chama-se “Re-guila” pela quantidade de ele-mentos jovens, que garantem o futuro da associação. “São eles o garante da associação, porque entram muito novos e depois contamos que gostem e que ao longo dos anos estejam connosco”, sublinha Casimiro Vilarinho, presidente do Grupo.

O novo espaço foi cedido pela Câmara Municipal de Ma-cedo de Cavaleiros, mas con-tou ainda com o apoio do IPJ (Instituto Português da Juventu-de), e consiste num novo palco, adaptado a todos os tipos de trabalhos artísticos, e um espa-ço amplo que poderá servir de atelier, ao qual foi ainda acres-centado um espaço de regi, que

permite fazer jogos de luz e de som.

No espaço amplo cedido pela Câmara Municipal de Ma-cedo, nas antigas instalações do Clube Atlético, surgiu um palco, um atelier de trabalho e uma régie, e ainda uma nova cara, bem mais colorida.

A partir de agora a AJAM quer criar um dia destinado a uma criança em especial, que acontecerá mediante sorteio. Depois disso é essa criança que decidirá que espectáculo realizar, e que pessoas quer ter presentes como público.

Para o dia da inauguração oficial das instalações, que a AJAM já ocupa há mais de um ano, foram convidados pais e amigos dos elementos do grupo, tendo os mais novos preparado um espectáculo de abertura, baseado em luzes e sombras. n

Miguel Midões

AJAM com nova sedeReguila

Hinos do concelho compilados em CD

Mais 22 músicas

Iniciada com o encerra-mento da mostra de cine-ma documental promo-

vida pela associação Potrica, o Prado de Cavaleiros viu as noites animadas em mais duas ocasiões, que contaram com o envolvimento da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros.

“Muito Riso, Muito Siso” foi um espectáculo da autoria de Luís Fernandes, que interpretou textos humorísticos de autores como: Mia Couto, António Lobo Antunes e ainda …da Internet, comprovando a capacidade de muitos textos lusófonos em di-zer grandes coisas, nem sem-pre com as palavras mais sé-

rias e formais. O ultimo espectáculo foi

uma sessão de fados que con-tou coma voz de Sara Vidal, vo-calista dos Luar na Lubre, uma banda de folk galego actual, acompanhada à viola por Ma-nuel e na guitarra Bernardino e com duas Ana Rita e D. Teresa, todos estes macedenses. n

Animação no Prado de Cavaleiros

Noites do Prado

Vale Prados já tem hino gravado

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22 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

Estamos metidos numa crise económica que a indústria musical

atravessa há já mais tempo. A utilização em massa da Internet como meio de partilha de fichei-ros, e também de gostos porque não dizê-lo, veio abrandar a pon-tos quase de estagnação a pro-gressiva escalada multimilionária da indústria do entretenimento musical. Já não é de hoje mas tarda em arranjar soluções; um consenso geral para novas for-mas de expansão ao público, a reorganizar-se, a reduzir a tabela de preçário; preferindo manter um estado de guerrilha perante os mais famosos alojamentos online de conteúdos musicais para partilha do que resolver de-finitivamente o problema.

Se por um lado e ao contrário do que se poderia esperar tendo em conta a crise geral, os pre-ços de bilhetes para concertos não baixaram, como que numa “vendetta” pela quebra de ven-das os cachets, por outro exis-te espaço para uma suspeição fundamentada: na ausência de sucesso comercial de bandas de menor aceitação à primeira audição, mas em que os seus patrões e alguma crítica depo-sitem esperanças, haverá uma redução substancial de valores que as tornem alvos apetecíveis para integrarem as listas de festi-vais? Isso explicaria com certeza

alguns dos nomes enfaixados na listagem dos mesmos. Se a sus-peição aqui levantada não expli-ca completamente a chamada de certas bandas aos festivais, esta-mos perante um enorme buraco negro na caracterização de cada festival em que são sugadas aleatoriamente várias bandas antigas e recentes dos diversos quadrantes musicais sem que haja uma política concreta de captação das mesmas. Esta falta de caracterização faz com que os festivais de verão se recorram de outros trunfos que não só a música para atrair lá as pessoas e esperar que um ou dois nomes bons chamem a multidão que uma vez lá estando come e cala aquilo que se lhe puser no prato.

“Oeiras Alive” dedica um dia ao “peso”, outro ao “dollar”, outro ao “dinar”, dedicando pelo meio e nos três dias um palco secundá-rio ao “euro”, este de qualidade e interesse consideráveis, mas de horários de visita condicionados e sem bilhete de entrada próprio.

O “Super Rock” foi um super flop como não há memória, pois na edição nortenha gastou-se todo o dinheiro para trazer uma banda que acabou por não vir, tendo como segunda banda uma que já deu mais concer-tos em Portugal que a saudo-sa Amália, inclusive gratuitos, e que está longe de encher o palco de um estádio, e em Lis-

boa colocou a estreia de uma boa banda comercial ao lado de duas neo divas do pop rock comerciais que decorrida tanta exposição mediática sobre si devem ter vindo em pacote leve 2 pague 1 do supermercado mais próximo.

O Paredes de Coura, estra-nhamente perdeu o patrocinador principal, um handicap crucial para os fundos de maneio de contratações, conseguindo ape-sar de tudo um cartaz razoável, no entanto mais fraco que em edições anteriores.

O Sudoeste resolveu ajudar ao enriquecimento de uma ban-da norte-americana que se reu-niu precisamente para encaixar uns “trocos” de tal maneira que ficaram com um dos cartazes de recurso mais inventivamente ab-surdos que há memória, chaman-do ao palco principal bandas sul americanas, portuguesas e es-panholas, para gáudio da pouco exigente geração morangos com açúcar, tendo ainda protagoniza-do o episódio da recusa de um músico de continuar o concerto depois de se aperceber ao fim de uma música que as condições para o concretizar eram nulas: “isto é uma pouca-vergonha” nas palavras do próprio.

Não é só a heterogeneidade dúbia de qualidade com que os cartazes dos festivais portugue-ses têm sido feitos, mas também

a execução dos mesmos no sen-tido de organização, planificação e condições gerais para público e as próprias bandas. Estamos a falar de festivais que acontecem, o mais recente há pelo menos doze anos, e parece que se de-saprende ano após ano e se pre-tende concretizar em cima do jo-elho os fetiches organizacionais de quem se acha no direito de experimentar formatos de produ-ção. É triste ser-se um fã de mú-

sica e nestes eventos ser onde mais se sente como um peixe na água, sentir-se uma cobaia de laboratório confrontado com os acontecimentos no local.

Urge uma especialização nos festivais em favor da qua-lidade. Há mercado para haver festivais de música étnica, elec-trónica, heavy metal, alternativa, folk, erudita, jazz, etc, como já se comprovou pelo sucesso e cres-cimento de alguns festivais es-pecializados em Portugal. A fatia de dinheiro que somos obriga-dos a gastar para ir a tais even-tos não pode ser levada com ânimo leve e eu já não caio no engodo de ir por causa de uma ou duas bandas que me interes-sam. Ou será que os padrões altos decorrentes de um pas-sado intenso de boas edições festivaleiras foram rapidamente esquecidos? O público-alvo ao ser demasiado globalista au-menta no aspecto concorrencial a rudeza e emaranhado das ac-tuações, numa escala desfavo-rável a bandas e público. Até na disposição temporal o público é prejudicado, no espaço de um mês temos todas as edições dos principais festivais de verão decorridas sendo que a estação do verão tem pelo menos dois meses. À que haver seriedade e maior preparação para as edi-ções futuras, afinal não perde-mos a esperança. l

Linha Aérea do Pódio

“Enfarda vais” de Verão

Após oito a dez horas de sono, período recomenda-do para crianças em idade escolar e adolescentes, é fundamental fornecer ao organismo os nutrientes e energia necessários para as mais diversas activida-des. Essencial em todas as faixas etárias, convém ter em atenção que nos mais novos e naque-les que agora (re)iniciam as aulas a privação desta refeição reflecte-se sobre-maneira no sucesso escolar, uma vez que diminui a concentração e atenção, podendo ain-da provocar atrasos cogni-tivos e desinteresse.

Dá incontestavelmente saúde e faz crescer, mas não menos importante, o pequeno-almoço é imprescindí-vel para um bom rendimento escolar e desempenho nas actividades físicas.

Pequeno-almoço, a regra sem excepção

abc

n João Paulo Silva

Cultura

Urge uma especializa-

ção nos festivais em

favor da qualidade.

Há mercado para

haver festivais de

música étnica, elec-

trónica, heavy metal,

alternativa, folk, eru-

dita, jazz, etc, como

já se comprovou pelo

sucesso e crescimento

de alguns festivais

especializados em

Portugal.

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| Cipreste |15 de Setembro 2009 | 23

O Atlético de Macedo venceu o derby do concelho que marcou

o início deste campeonato. O equilíbrio que se prognosticava não passou de uma falhada pre-visão. Os locais evidenciaram-se em grande plano e “eliminaram” um Morais demasiado verde. A dupla Eduardo-Branco demons-trou-se endiabrada e Nuno Meia, um reforço de luxo.

O Macedo foi para intervalo a vencer por 2-0, e no reatamento “arrumou” a questão com um golo madrugador. Na fase inicial do jogo a equipa do Morais mostra-va-se muito expectante, a defen-der atrás do seu meio campo, ca-bendo a despesas do jogo ao seu adversário. Ao minuto 6 a primeira contrariedade para a equipa da casa, com Toninho lesionado a sair. O Morais, que se vinha pre-ocupando mais em acertar nas marcações aos seus adversários, apenas através de livre directo (13’), fez o primeiro remate.

Depois, Nuno Meia apareceu no jogo e revelou-se o elemento mais desiquilibrador. O 9 mace-dense apareceu na direita a cruzar e, na marca de grande penalidade Eduardo rematou ao poste. Na jo-gada imediatamente seguinte, Tó Mané (19’) inaugurou o marcador. Na esquerda, Branco cruzou e o avançado, apenas com Gamito pela frente, não desperdiçou.

O golo por momentos desper-tou os forasteiros. A perder, viram-se obrigados a ter mais a bola, acabando por a melhor situação surgir de uma desconcentração dos centrais do Macedo. A troca-rem a bola à saída da sua área, permitem a Reis que a “roube”, este entra na área e, antes de po-der rematar, é Didácio quem vem

compensar o erro. O jogo entra numa fase em que as equipas abrem mais, e é o Macedo quem tem nova oportunidade de chegar ao golo (24’), através de Eduardo. Valeu na altura Gamito.

Aos 36’, Branco brinca na área contrária com Inácio pela frente, encosta um pouco mais atrás, onde aparece Nuno Meia que remata ao poste, a bola so-brou para Tó Mané que voltou a

introduzir na baliza contrária, mas a bandeirola já estava levantada. Adivinhava-se o golo, (41’), boa jogada no lado esquerdo do ata-que do Macedo, com Nuno Meia bem a abrir para Tó Mané, este cruzou para a pequena área, onde Eduardo, aproveitando o adorme-cimento dos defesas, à segunda tentativa, conseguiu o golo.

No reatamento, ainda o pú-blico retomava seus lugares, já o Macedo aumentava a vantagem (47’). A bola chegou à entrada da área do Morais, Rui, tenta prote-ger a bola até à chegada de Ga-mito, Eduardo não desistiu, rouba a bola, com um pequeno toque encosta em Branco que vem de trás e à vontade só teve que en-costar.

A dupla Eduardo-Branco vol-tou a mostrar-se. Aos 61’, um cru-zamento da direita para Eduardo,

que á entrada da área amorteceu de “peitaça”, e Branco, de pronto, rematou forte sem hipótese de defesa. Foi o golo mais bonito do fim de tarde, e a partir deste, a partida “acabou”.

Reacções

Rui Vilarinho (treinador Ma-cedo): “Começamos o jogo logo com uma contrariedade, com a lesão do Toninho, um jogador fundamental na nossa estratégia. Não houve facilidades, houve felicidade da nossa parte (…). As oportunidades de golo que tivemos, à excepção de uma ou duas, em que a bola foi ao pos-te, fizemos golo e sentenciamos o jogo. Fomos mais felizes e es-peramos continuar assim. Temos muito que trabalhar ainda, ainda há muitas limitações no plantel, há muita coisa a corrigir, portan-to vamos continuar a trabalhar e pensar que queremos vencer os jogos que disputamos.”

Fernandinho (treinador Mo-rais): “É importante não esquecer este jogo, olhar para o conjunto de erros que foram demasiados. A nossa equipa acusou, e de que maneira, o primeiro jogo do cam-peonato, acabou por cometer er-ros que não se devem cometer e, se há jogos em que se perde por 1 ou por 2, hoje perdemos por 4 e, com um bocadinho de jeito, tal-vez até estivéssemos à beira de perder por mais. Talvez se tenha notado uma diferença para com o adversário, que já vem de trás neste sistema e com mecanis-mos criados, acabando por hoje ser superior em partes decisivas do jogo.” n

Nélio Pimentel

1ª Jornada 6/09/2009

Marinhas 0-0 ValencianoMirandela 3-0 Limianos

Macedo 4-0 Morais FCAmares 3-2 Bragança

Maria da Fonte 1-0 Santa Maria FCMontalegre 2-1 Fão

ClassificaçãoPos. Equipa P

1 Macedo 32 Mirandela 33 Amares 34 Montalegre 35 Maria da Fonte 36 Marinhas 17 Valenciano 18 Bragança 09 Fão 010 Santa Maria FC 011 Limianos 012 Morais FC 0

2ª Jornada 20/09/2009Valenciano - Montalegre

Limianos - MarinhasMorais FC - MirandelaBragança - Macedo

Santa Maria FC - AmaresFão - Maria da Fonte

Estádio Municipal de Macedo de CavaleirosÁrbitro:Fernando Lhano auxiliado por Carlos Sá Carneiro e Rui Dias (Bragança)

Macedo: 1.Hugo, 2.Bernardino, 3.Didácio, 4.Corunha, 5.Eurico, 6.Tó Mané (15.Jaló, 66’), 7.Branco, 8.Luís Carlos (16.Areias, 82’), 9.Nuno Meia, 10.Toninho (13.Hugo Ribeiro, 6’) e 11.EduardoTreinador: Rui VilarinhoAmarelos: 5.Eurico (49’), 8.Luís Carlos (72’), 13.Hugo Ribeiro (80’)

Morais: 1.Gamito, 3.Inácio, 4.Ismael, 7.Karaté, 8.Filipe II, 10.Reis, 16.Renato (11.Paci, int.), 18.Pires, 21.Gené (14.Filipe I, 67’), 24.Arrábidas (13.Stigas, 54’) e 25.RuiTreinador: FernandinhoAmarelos: 7.Karaté (29’)

3ª Divisão sériE A - 1ª JornADA

Derby aqui, Gamito melhor que Eduardo

1º Jornada - Tabela Classificativa

José Pedrosa e Hugo Gaspar são campeões nacionais de Voleibol de Praia. A consagração surgiu na praia do Molhe no Porto. Já na semana antes, a dupla de voleibolistas deu grande réplica em Macedo de Cavaleiros na praia do Azi-bo. Foram os vencedores do Grand Slam de Macedo e assumiram-se como os grandes candidatos ao triunfo final.Em femininos o título pertenceu a Rosa Costa e Ana Freches. Juliana Antunes e Francisca Esteves haviam ganho todas as provas anteriores, inclusivie em Macedo, mas no Porto deixaram-se surpreender pelas suas adversárias.A prova de Macedo voltou a receber grandes elogios e deverá ver o futuro assegurado.

DesportoIII divisão nacional de futebol

Atlético de Macedo superior ao Morais

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24 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | Desporto

São 16 os jogadores que compõem o plantel do Macedense para a nova época. A equipa vem traba-

lhando há já duas semanas, preparando o campeonato da 3ª Divisão que aí vem. O ini-cio está agendado para 10 de Outubro, mas na semana anterior, haverá o compromisso da Taça de Portugal. Ambas as competições não têm ainda o sorteio agendado.

A equipa é composta por jogadores com uma média de idades bastante baixa dado que “decidimos fazer uma clara aposta nos jovens formados no clube, colocando-o nos seniores”, diz-nos o técnico Rui Costa. Paulo Santos, Paxa, Leonardo, Nélson Pica, Play, Patrick, Lino, Ricardinho e Diogo renovaram contracto. A estes juntam-se Nisga, que, por motivos pessoais, se encontrava sem clube, Camané (Araucária) e Estrela, ainda júnior, que estava em Andora. Todos estes fizeram camadas jovens no Macedense. Capulho, júnior de 1º ano, é também opção para os seniores. Cláudio, do Futsal Mirandela, Pi-poca e Ruben, ambos ex. Carrazeda, são

contratações confirmadas. Segundo o trei-nador, “era este o plantel que queria-mos. Só falamos com estes jogadores. Estes atletas dão-nos garantias a longo prazo”, garante. O objectivo da equipa “é claramente a ma-nutenção. Queremos praticar um bom futsal, divertirmo-nos a cada jogo e, quem sabe, sermos uma agradável surpresa.”

O técnico será coadjuvado por Nataly Rodrigues, professora de Educação Física, recentemente colocada em Macedo, e na época passada orientou o Tabuaço no Dis-trital de Viseu.

Rui Costa adianta-nos que o Maceden-se contará para a próxima época com um orçamento global de 50.000 Euros. “Todos

os nossos jogadores são amadores, ne-nhum depende do futsal para viver, é um complemento. Não comparticiparemos em despesas com eles, receberão prémios por presença em treinos e jogos, assim como em caso de vitórias”, garante. Relativamente à taxa de utilização do Pavilhão Municipal, “estamos expectantes em ficar isentos no pagamento dos treinos de seniores mascu-linos e femininos”.

Esta temporada, o Macedense continu-ará a organizar o Torneio de Freguesias e apresenta as novidades da I Maratona de Futsal de S. Pedro e o I Torneio de Futebol de Rua do Azibo. n

Nélio Pimentel

O jogo que opôs o Macedo ao Morais a abrir o campeonato, apesar da proximidade entre os

clubes, foi apenas a quinta vez que as duas equipas se encontraram em jogos oficiais. Em todos eles, a vitória sorriu à equipa da sede de concelho.

Por serem equipas do mesmo conce-lho e, ainda para mais contando para a 3ª Divisão, este jogo suscitou muito interesse pelos seguidores do futebol distrital. A ban-cada do Estádio Municipal de Macedo de Cavaleiros encontrou-se muito bem com-posta, com mais de 500 espectadores a assistirem aos 90 minutos de jogo. O clima pacífico vivido entre adeptos é de salutar.

Sadio foi também o fair-play com as equipas se enfrentaram, afinal, quase to-dos os envolvidos são conhecidos neste desporto tão fértil em criar amizades. A ligação entre Atlético de Macedo e Morais FC, apesar de adversários – e não inimigos como alguns tolos quererão acreditar – são alguns os jogadores que já vestiram as ca-misolas de uma e outra equipa, contribuin-do em muito para o ambiente saudável que se viveu antes, durante e após o jogo.

Antigos colegas no Atlético, Rui Vilari-nho e Fernandinho, agora técnicos de Ma-cedo e Morais, respectivamente, mantêm uma relação de amizade de há já muitos anos. Relativamente a jogadores, do lado do Atlético de Macedo encontra-mos Hugo Ribeiro, Tó Mané e Nuno Maravilha, recen-temente confirmado como reforço e que, apesar de não ter feito parte dos eleitos para este jogo, também já vestiu a camisola do Morais. Nuno Maravilha, saído do Mace-

do, ajudou o Morais na conquista do primei-ro título de campeão distrital em 06/07. No ano seguinte, saiu por questões pessoais ao fim de 4 jornadas e manteve-se ausente da competição até esta época. Hugo Ribei-ro chegou ao Morais em 07/08 já o campe-onato se encontrava a decorrer, cedido pelo Macedo até final de época. Nesse mesmo ano, Tó Mané chegou à equipa do sul do concelho, onde se manteve até ao final da última temporada. Este ano transferiu-se para Macedo, onde, curiosamente já havia jogado na época 03/04. Na primeira opor-tunidade, não deixou de marcar à antiga equipa.

No Morais são 7 os jogadores que já vestiram a camisola do Macedo. Silva, que lesionado não foi opção para o jogo, foi campeão distrital no Macedo em 05/06. Reis, formado no clube, foi durante algumas épocas sénior no Macedo, já Karaté, esteve apenas um ano (06/07) na equipa da sede de concelho. Bruno e Fanã, que não saíram neste jogo do banco, são também eles pro-dutos da formação Macedense. O guarda-redes fez alguns anos de 3ª Divisão antes e depois de ali ser campeão da AF Bragança em 00/01.Chegou a temporada passada a Morais. Já Fanã, a cumprir a 4ª época em Morais, saiu do Macedo depois do título dis-trital em 05/06. Este ano chegaram a Mo-rais Pires e Paulo Arrábidas, dois jogadores com muitos anos de casa em Macedo e muito acarinhados pelos adeptos. Disso exemplo é a ovação de que foi alvo Arrá-bidas quando substituído aos 54’ de jogo. Já com 33 anos, Arrábidas averbou diver-sos títulos, entre campeonatos distritais e

Taças, assim como foram muitos os anos em que defendeu as cores do Macedo na 3ª Divisão, onde foi lançado por Baltemar Brito aos 17 anos na longínqua época de 93/94, registando pelo meio passagens por Mirandela, Rebordelo e Mogadouro. Pires, hoje com 29 anos, estreou-se no Macedo também aos 17 anos, na época de 96/97. Pelo meio ainda alinhou no Bragança e Rio Ave, já antes, como sénior, esteve em Lamas – onde, por curiosidade, foi lança-do por Carlos Neto, director desportivo do Atlético de Macedo até à última época - e Mirandela. n

Nélio Pimentel

Mundo da Bola

Haitianos em fuga

Dois haitianos “puseram-se a cor-rer” que nunca mais ninguém os viu. Aconteceu aqui bem perto, em Miran-dela. Os dois jogadores de 19 anos, Mechak e Guensly, defesa central e médio ofensivo, foram emprestados pelo Grupo Desportivo de Chaves ao Mirandela. Ali chegados, rapidamente se puseram em fuga e encontram-se agora em parte incerta.

Os responsáveis dos dois clubes e até o próprio empresário, foram apa-nhados de surpresa. Segundo alguma imprensa, os dois jogadores poderão estar agora nos Estados Unidos, ilu-didos por alguns empresários. No en-tanto, já é um dado adquirido, que os jogadores não poderão jogar em clube algum, dado que as suas inscrições já tinham dado entrada na Federação Portuguesa de Futebol. n

Marijuana “prende” árbitro

O árbitro peru-ano Georges Bu-ckley foi preso no Chile, acusado do consumo de Ma-rijuana. Georges Buckley ia arbitrar um jogo entre os chilenos Unión Es-pañola e os colombianos do La Equi-dad, referente à Taça Sul America, a segunda maior competição internacio-nal de clubes da América do Sul. Ao aterrar no aeroporto de Santiago do Chile, foi imediatamente detido pela polícia.

Na base da actuação da polícia está um caso que remonta a 1997, ain-da não arquivado pela justiça chilena. Georges Buckley viveu no Chile como estudante de Engenharia Comercial, altura em que remontam os casos. Foi substituído no jogo por um seu compa-triota e já chegou ao seu país, depois de ouvido pela justiça chilena.

Dados os erros que os nossos árbi-tros cometem nos jogos, dos quais só nos poderemos rir, no Mundo da Bola sabemos que a breve prazo a justi-ça portuguesa abrirá um processo de averiguação. A designação até já está escolhida: “Cannabis dourada” n

ViolênciaO Mundo da Bola não gostamos de

violência, pelo contrário, repudiamo-la. Assim, consideramos que certos actos não deverão cair no esquecimento do público. Deveremos lembrarmo-nos deles e esperar que coisas destas não voltem a acontecer. Este último mês teve muitos casos que deve entristecer quem gosta de desporto. Para além dos confrontos entre adeptos num jogo do West ham em Inglaterra, regis-tamos actos entre colegas da mesma profissão. Na Bélgica, na Bolívia e nos Estados Unidos. Não pensávamos que isto era possível entre colegas… Alei-ja só de ver, acreditem. Deixamos os links:

h t t p : / / w w w . y o u t u b e . c o m /watch?v=zAs1Toslto8

h t t p : / / w w w . y o u t u b e . c o m /watch?v=cffrVbeScU8

h t t p : / / w w w . y o u t u b e . c o m /watch?v=oSSH6VwwQXI n

Plantel

Guarda-redesPaulo SantosPaxaLuís Sá - NisgaJogadores CampoLeonardoPlayPatrickLinoRicardinhoDiogoNélson PicaCamané (Araucária)Pipoca (Carrazeda)Ruben (Carrazeda)Cláudio (Júnior – Mirandela)Estrela (Júnior – Andorra)Capulho (Juvenil)

Campeonato

Início a 10 de Outubro.Sorteio ainda não agenda-

do.

GD MaCeDenseequipa TécnicaRui Costa (Treinador) Nataly Rodrigues (Adjun-

ta)

equipa MédicaAlípio Marcos (Enfermei-

ro)Rui Linhares (Enfermeiro)

Rui Costa

Amizade Rui Vilarinho e Fernandinho

5-2 é o resultado do primeiro amigável realizado pelo Macedense. Decorreu no último dia 11, frente à Seita do Pé Descalço, um grupo de amigos de Macedo.

Este jogo teve um carácter de solidariedade, já que a receita de bilheteira e bar, revertiam a favor da família de Catarina Teixeira, uma menina de 10 anos a quem foi diagnosticado um tumor na perna. Desde de Maio último que recebe tratamentos frequentes no IPO no Porto. As receitas de todos os jogos de pré-temporada reverterão a seu favor.

Histórias do DerbyO outro lado

Macedense ao trabalhoGDM solidário

Page 24: Cipreste 4, Set 2009

| Cipreste |15 de Setembro 2009 | 25Desporto

ConCurso de PesCa das Vindimas

A 7 último, decorreu na Bar-ragem do Pocinho o Concurso de Pesca das Vindimas, orga-nizado pelo Clube de Caça e Pesca de Macedo (CCPMC) com a colaboração do INATEL. Estiveram presentes 58 concor-rentes de várias localidades do norte do país, e o nº de partici-pantes só não foi maior porque nesse mesmo dia abriu a época de caça. Mesmo assim, a orga-nização mostrou-se satisfeita com os concorrentes presentes.

Com 3,300 kg, Zé Oliveira

do (CCPMC) saiu vencedor em termos individuais e, por equi-pas, a Trovisport, também de Macedo, foi a vencedora. O me-lhor sócio do Inatel foi A. Coelho dos Feroviários de Campanhã. O jovem Henrique de Mirandela foi o melhor na sua classe.

De salientar o excelente nú-mero de espectadores e o mui-to peixe que saiu das águas do Rio Douro. Achigãs, Barbos e Percas foram as espécies que mais morderam o anzol.

Pedro Rego, Delegado da Fundação Inatel, não deixou de marcar presença no even-to organizado por um dos clu-

bes mais activos da região.

Talhas Com noVo PresidenTe

O Talhas tem nova direc-ção. Eleita com maioria, com 30 votos a favor e 13 contra, a nova direcção cumprirá um mandato de 2 anos. Paulo Pi-res, Presidente, será o novo rosto do clube.

O clube continuará a alinhar no Campeonato Distrital da AF Bragança, para o qual já vai tra-balhando. Para já conta com 14 jogadores no plantel, devendo no total ser constituído por 19

jogadores. A equipa já realizou um jogo de preparação em Murça, da AF Vila Real, onde perdeu por 4-2. Ao longo da época será realizado um treino semanal, repartido entre Mace-do e Talhas. Para Paulo Pires, “o objectivo é fazer um campeo-nato bom, procurando estar nos lugares cimeiros.”

Entre os projectos, a direc-ção irá continuar a posta no atletismo e, espera lançar até Outubro uma página de Internet “para os nossos sócios emigran-tes, que são muitos, estarem mais perto do clube.” É também esperada uma remodelação “de

fundo” no bar do clube e “me-lhorias nos balneários, darmos-lhes uma cara lavada.”

Órgãos sociais:Assembleia Geral: Presidente

- Paulo Valente; Vice-Presiden-te - Manuel Rodrigues; Secretá-rio - João Martins.

Conselho Fiscal: Presidente - Gilberto Galhardo; Secretário - Carlos Afosnso; Relator - Fran-cisco Coelho.

Direcção: Presidente - Paulo Pires; Vice-Presidente - António Lopes; Secretário - Vítor Serapi-cos; 2º Secretário - Narciso Pi-res; 1º Vogal - Hélder Canedo; 2º Vogal – Francisco Padrão. n

Clube aTléTiCo maCedoequipa TécnicaRui Vilarinho (Treinador) Quintino Angélico (Adjunto)Miro Valadar (Adjunto)Beto (guarda-redes)

equipa médicaMário Mesquita (Médico)Jorge Pinto (Fisioterapeuta)Alípio Marcos (Enfermeiro)Rui Linhares (Enfermeiro)Norberto Carvalho (Enfermeiro)

Plantel

Guarda-redesHugo (Rebordosa)Tiago (Chaves)Diogo (Juvenil)defesasCorunhaBernardinoDidácioEuricoEduardoAreias (Júnior)Edra (Júnior)médiosLuís GanchoHugo RibeiroIbson (Lixa)Toninho (Arouca)Luís Carlos (Vila Real)Nuno Meia (Vila Real)Nuno Maravilha (Sem clube)Rafael (Juvenil)Zé Rafael (Juvenil)avançadosJaló (Madalena)BranquinhoBertinho (Joane)Tó Mané (Morais)

Campeonato

Jorn/Data Adversario Campo Result

1ª 06/09/09 Morais C 4-02ª 20/09/09 Bragança F3ª 27/09/09 Santa Maria C4ª 11/10/09 Fão F5ª 25/10/09 Maria Fonte C6ª 01/11/09 Amares F7ª 08/11/09 Montalegre F8ª 15/11/09 Mirandela C9ª 06/12/09 Marinhas F10ª 13/12/09 Valenciano C11ª 20/12/09 Limianos F12ª 03/01/10 Morais F13ª 10/01/10 Bragança C14ª 17/01/10 Santa Maria F15ª 24/01/10 Fão C16ª 31/01/10 Maria Fonte F17ª 07/02/10 Amares C18ª 14/02/10 Montalegre C19ª 21/02/10 Mirandela F20ª 28/02/10 Marinhas C21ª 07/03/10 Valenciano F22ª 14/03/10 Limianos C

Classificação

Rui Vilarinho

4 0

GolosMarcados

GolosSofridos

O Macedo caiu em Bar-celos frente ao Gil Vicente e não conse-

guiu alcançar a III eliminatória da Taça de Portugal. Frente a este clube de 2ª Liga, o Atlético deu boa réplica e, não fosse uma de-satenção defensiva que ditou o primeiro golo, a equipa poderia ter obtido um resultado positivo.

A primeira parte não teve grande história pelo que o nulo ao intervalo fosse justo. A segun-da metade já foi muito diferente, um futebol rápido, as equipas fo-ram dispondo de oportunidades. Aos 56’, um mau atraso de Co-runha para o seu guarda-redes, resulta no golo de Rui Pedro, numa altura em que até eram os transmontanos que controlavam o jogo. O Atlético ainda dispôs de duas oportunidades, mas acabariam por ser os minhotos a marcar e fixar o resultado já perto do fim. Apesar da derrota, em declarações à Rádio Onda Livre, Rui Vilarinho mostrou-se satisfeito com a prestação dos seus jogadores: “Só podia estar mais satisfeito se tivéssemos ganho. O resultado talvez até seja exagerado para as oportuni-dades que o Gil Vicente teve. O resultado acabou por penalizar a nossa equipa quando conse-

guimos controlar o jogo, embora não o dominássemos até porque não nos competia a nós dominar a partida. Sofremos o primeiro golo numa infelicidade da nossa defesa. O segundo foi a terminar o jogo onde a equipa manifestou um cansaço físico enorme pelo desgaste do jogo. Mas mesmo apesar da derrota gostei da pres-tação da minha equipa. Não vou dizer que a vitória do Gil Vicente não foi justa porque foi”.

Plantel reforçado

Luisinho é o último reforço do Atlético para esta época. À procura de um ponta de lança

desde o inicio dos trabalhos, Rui Vilarinho elegeu este guineense para a frente de ataque da sua equipa. O jogador de 28 anos teve como ponto alto da carrei-ra uma passagem pela segunda liga, no Covilhã, e no ano pas-sado alinhou no Vizela. Ao que tudo indica, o plantel fica encer-rado.

Entretanto, e na semana anterior ao inicio do campeona-to, o Atlético já confirmara duas contratações. Jaló, de 28 anos, é reforço para o lado direito do ataque. Com formação no FC Porto, passou os últimos anos nos Açores, representando tem-porada anterior o Madalena.

Jaló estreou-se frente ao Morais, mas um pequeno toque sofrido, impossibilitou que fosse opção para o jogo com o Gil Vicente.

O outro reforço, já é mais conhecido dos adeptos mace-

denses. Nuno Maravilha, extre-mo, que durante muitos anos alinhou no Macedo, volta agora a fazer parte do plantel de Rui Vilarinho.n

Nélio Pimentel

Estádio Cidade de BarcelosÁrbitro: Rui Costa (Porto)

Gil Vicente: Hugo Marques, Paulo Arantes, Sandro, Kiko, João Cardoso, Bruno Madeira, Rodrigo Galo, Alexandre Camargo (Alhandra, 84’), João Martins, Rui Pedro (Duarte, 90’) e Alexandre Matão (Hugo Vieira, 71’)Treinador: Rui QuintaGolos: Rui Pedro (56’) e Sandro (88’)

macedo: Hugo Magalhães, Bernardino, Didácio, Corunha, Euri-co, Gancho, Tó Mané (Hugo Ribeiro, 64’), Luís Carlos (Wivisson, 80’), Nuno Meia (Edra, 92’), Branco e EduardoTreiandor: Rui Vilarinho

Taça de PorTuGal – 2ª eliminaTÓria

Breves

Jaló aqui felicitado por Branco, é o recente reforço

Taça de Portugal – 2ª eliminatória

Atlético cai de cabeça…

Page 25: Cipreste 4, Set 2009

26 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | Desporto

Na primeira vez que o Morais chegou à 2ª Eliminatória da Taça

de Portugal, saiu sem prestígio depois de implacavelmente der-rotado pelo Sporting de Covilhã. Foi a segunda goleada sofrida pela equipa no espaço de uma semana, no mesmo estádio, com os mesmos erros defensivos.

A qualidade superior da equi-pa beirã, do segundo escalão na-cional, nunca esteve em causa, mas os erros infantis da equipa de Fernandinho não deixam de ser condenáveis. Em determina-das fases do jogo, a equipa tanto está bem, a criar oportunidades de golo, como depressa comete erros comprometedores na sua defensiva que sentenciam o jogo.

Assim foi como o Macedo, assim foi com o Covilhã. Naquela zona do terreno, nem Gamito, o guar-dião, nem os dois centrais, Rui e Ismael, se ouvem em campo, ne-nhum fala a acertar as posições dos companheiros e, assim, os disparates são sucessivos.

O Morais entrou da mesma forma que frente ao Macedo, expectante, a entregar as des-pesas de jogo ao adversário e a defender atrás do meio campo. Mas a muralha desmoronou-se bem mais cedo que o previsto. Num passe para as costas da defesa, Béré foge rápido e à en-trada da área aproveita a saída em falso de Gamito, para fazer o tento inaugural. O Morais esbo-çou atitude, demonstrou vontade

em chegar ao empate, e Reis, por 3 vezes, teve nos pés e na cabeça a igualdade. Como quem não marca, sofre, o Covilhã, em dois minutos chega ao 0-3, com Beré em destaque ao fazer o hat-trick.

No segundo tempo o Covilhã geriu o jogo a seu belo prazer, fez descansar os jogadores mais importantes e, mesmo assim, ainda consegue mais 2 golos… para não variar, em mais dois er-ros lá atrás. Um deles foi através da marcação de um penalty, co-metido pelo lentíssimo Rui.

Parece-me ficar a certeza que o técnico terá que apostar noutras soluções para tentar inverter os sucessivos erros lá atrás, quer nos centrais, como

no lado esquerdo de Inácio, que não se tem imposto. O lado di-reito já ocupado por Karaté e Stigas, parece estar remediado. Gamito, apesar do erro inicial, ainda tem margem de manobra

para se manter na equipa. No meio terreno, Arrábidas é o que mais se tem esforçado, mas pa-rece desacompanhado a acertar nas coberturas. n

Nélio Pimentel

Denilson é o mais recen-te reforço do Morais. O Brasileiro, chegou à

equipa na semana seguinte ao der-by com o Macedo e o seu processo de inscrição deverá estar resolvido a tempo do confronto com o Miran-dela do próximo Domingo. Denilson é um ponta de lança móvel, apa-rentemente com as características exigidas pelo técnico. O jogador foi júnior no Vizela e, na época passa-da alinhou num clube do segundo escalão austríaco. O também bra-sileiro Alex continua a ver a estreia adiada, devido a um atraso relativo ao certificado internacional.

Nas cogitações dos responsá-veis do Morais continua a estar a contratação de um guarda-redes, visto ser intenção do treinador, con-tar com 3 homens para a baliza. A vinda de um guarda-redes, deverá ser a última contratação do clube.

Novela Manu

O defeso do Morais fica marca-do pela “novela Manu”. O guardião de 20 anos, formado no Sport Clu-

be Mirandela, entrou nos planos da equipa Macedense, que depois de chegar a acordo com o jogador, o decidiu inscrever na Federação Portuguesa de Futebol na última semana da pré-época. O pior es-taria para vir, quando é conhecido que Manu já se encontrava inscrito pelo Sport Clube.

O presidente do Mirandela, Vergílio Gomes, apressou-se a vir a público mostrar indignação com o sucedido. Em declarações à Rádio Onda Livre, revelou-se “estupefac-

to, não estava a contar com isto. Sei que apareceu uma tentativa de inscrição do Morais, não sei o que se passou. Já ouvi várias versões, uma de que foi o Manú que se ofe-receu, outra de que o foram buscar. Eu soube pelo presidente da As-sociação de Futebol de Bragança que havia uma inscrição para o atleta pelo Morais”, disse. Segundo o próprio Vergílio Gomes, o jogador quis abandonar o Mirandela por-que “alguém lhe andou a dizer que ia jogar, que ia ser titular. Quando o

miúdo me disse que ia deixar de jo-gar futebol para se dedicar aos es-tudos eu disse-lhe que já me con-taram essa história várias vezes. O que me disse o pai dele é que quer que o filho jogue, que seja titular. Eu não posso garantir a titularidade a jogar nenhum”. O Presidente dos alvi negros acrescentou que, após este episódio, o seu clube não iria facultar a carta de desvinculação para que o guarda-redes alinhasse no Morais.

Da parte da direcção do clu-be, o presidente Rodrigo Cepeda, diz que “o Morais é um clube mui-to humilde e não quer entrar em guerras com ninguém” e conta ao Cipreste a história da “novela Manu”: “Soubemos por alguém de Mirandela que o Manu tinha saído do clube e, como nós sabíamos o seu valor e estávamos interes-sados em mais um guarda-redes, decidimos chamá-lo para vir treinar com a equipa. Assim acontece e a primeira coisa que eu lhe pergunto é se ele saiu a bem do Mirandela. Responde-me que sim, que teria sido por causa dos estudos e que não haveria problema algum.” Fei-to o primeiro contacto, o Morais decide fazer a inscrição e, “no mo-mento em que fazemos a inscrição dele, a Associação de Futebol diz-nos que o Manu já estava inscrito por um outro clube, o Mirandela.”

Posto isto, é feito um contacto por Jorge Nogueira, presidente da As-sociação de Futebol de Bragança, a Vergílio Gomes e “qual não é o meus espanto quando o presiden-te do Mirandela diz que não dá a carta de desvinculação do jogador. Depois de conseguir o número dele, contacto-o explicando o que tinha ocorrido – portanto, quando o presidente do Mirandela veio para a rádio dizer que ninguém do Morais o contactou, é mentira. Ele simplesmente me diz que não dá a desvinculação.” Rodrigo Ce-peda afirma que “imediatamente” informou o jogador da decisão de Vergílio Gomes, esperando que ele resolvesse a situação. “No treino seguinte, o Manu informa-nos que tudo estava já resolvido, assim vol-to a ligar ao presidente do Mirande-la e, de novo, nos diz que não dava a carta a ninguém. A partir desse momento, o Manu deixou de fazer parte dos nossos planos”, revela o líder do Morais.

Contactado pelo Cipreste, Manu recusou-se a fazer qualquer comentário sobre este episódio. Apenas nos revelou que irá de-fender as cores do Rebordelo no próximo campeonato distrital. “Já está tudo acertado para na próxi-ma época eu jogar no Rebordelo”, adiantou-nos Manu. n

Nélio Pimentel

Plantel

Guarda-redesBrunoGamito (Vila Real)DefesasRudi (Chaves)Ismael (Bragança)StigasFanãInácioKaraté (Bragança)P. Arrábidas (Macedo)Rui (Vizela) MédiosFilipeRenatoSilvaFeijaGene (Mãe D’Água)Passi (Mucifalense)Filipe II (Vizela)Lixa (Bragança)Alex (1ª inscrição)AvançadosDenilson (1ª inscrição)ReisPires (Macedo)

Campeonato

Jorn/Data Adversario Campo Result

1ª 06/09/09 Macedo F 0-42ª 20/09/09 Mirandela C3ª 27/09/09 Marinhas F4ª 11/10/09 Valenciano C5ª 25/10/09 Limianos F6ª 01/11/09 Montalegre C7ª 08/11/09 Bragança C8ª 15/11/09 Santa Maria F9ª 06/12/09 Fão C10ª 13/12/09 Maria Fonte F11ª 20/12/09 Amares C12ª 03/01/10 Macedo C13ª 10/01/10 Mirandela F14ª 17/01/10 Marinhas C15ª 24/01/10 Valenciano F16ª 31/01/10 Limianos C17ª 07/02/10 Montalegre F18ª 14/02/10 Bragança F19ª 21/02/10 Santa Maria C20ª 28/02/10 Fão F21ª 07/03/10 Maria Fonte C22ª 14/03/10 Amares F

Classificação

MorAis Futebol ClubeEquipa TécnicaFernandinho (Treinador) Zézé (Adjunto)

Equipa MédicaLuis Pires (Enfermeiro)

Fernandinho

12º

0 4

GolosMarcados

GolosSofridos

Estádio Municipal de Macedo de CavaleirosÁrbitro: Cosme Machado (Braga)

Morais: Gamito, Inácio, Ismael, Filipe II, Reis (Filipe I, 77’), Sti-gas, Renato (Paci, 55’), Pires, Gené, Arrábidas e Rui (Fanã, 71’)treinador: Fernandinho

Covilhã: Igor Araújo (Luís Miguel, int.), Marcio, Steven, Macha-do, Pizzi, Josué, Beré (Bruno Nogueira, 60’), Auri (Diego Navarro, 69’), Edgar, Dani, Basíliotreinador: João SalcedasGolos: Beré (5’, 35’ e 37’), Josué (62’) e Dani (66’)

tAçA De PortuGAl – 2ª eliMinAtóriA

Morais F C

Contratações dão que falar

Denilson é reforço para o ataque

Taça de Portugal – 2ª eliminatória

Morais não conseguiu futebol de 2ª Liga

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| Cipreste |15 de Setembro 2009 | 27Suaves

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Sudoku

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Também o pode fazer através do nosso sitio da Internet: www.jornalcipreste.com

Há gente que ainda não sabe, mas Macedo tem um ECOCENTRO, onde se faz RECOLHA DE CARTÃO

Não é yorn mas é insólito, em pela cidade sem condutor. Macedo perde gente mas parece ga-nhar outras coisas

Regras sudokuO objectivo do Sudoku e preencher os quadrados vazios com números entre 1 e 9:1. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada linha;2. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada coluna;3. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada quadro de 3x3.

Solução mês anterior

SuavesSabia que... Macedo no seu melhor

Onde vais Maria?

À fonte.

É que a câmara deitou abaixo os tanques do jardim por escoarem a água, mas o que lá deixaram está na mesma…?

?! !

!

Cava

leir

ada

Juliano Silva

Bragança já foi dos distritos mais alfabetizados do país. Há 150 anos!

Robert Mugabe já não é o presidente do Zimbabué… esta-mos a brincar! Mas não perdemos a esperança.

O Centro Cultural tinha uns candeeiros exteriores que, uma semana depois de colocados, foram roubados e vandalizados. Até a Luz incomoda muita gente…

O PS, por estratégia, não apresentou lista a 13 freguesias?

A lista do PSD à junta de freguesia de Vinhas tem mais de 40 elementos!!!?! E há mais casos semelhantes. Afinal há mesmo concorrência desleal…

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28 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | Última

Discurso Directo

O grande objectivo do Primeiro En-contro de Jovens

Diabéticos foi o quebrar do estigma a que os diabéticos, principalmente as crianças, estão sujeitos. Aos olhos da sociedade, os diabéticos são vistos como incapazes de re-alizar várias actividades ditas normais, no dia-a-dia. Ora, é precisamente o contrário e, por isso mesmo, Margarida Pires, presidente da ADDB (Associação dos Diabéticos do Distrito de Bragança) de-cidiu criar este evento, e nele incluir várias actividades lú-dicas e desportivas, numa parceria com a Nordeste Aventura.

Aos jovens foram propor-cionados vários jogos tradi-cionais, e ainda canoagem, tiro ao alvo, entre outros.

Como a alimentação é capítulo fundamental em toda esta história, este pri-meiro encontro ofereceu um lanche ao meio da manhã e ainda um almoço, no Parque de Merendas, da Albufeira do Azibo, que aliás serviu de palco às várias actividades da iniciativa.

“Um sonho”, assim ape-lidou a presidente da ADDB este primeiro encontro, que juntou cerca de 40 jovens, vindos dos vários cantos da região transmontana (distri-tos de Bragança e Vila Real). “É necessário provar às pes-soas, diabéticas e não diabé-ticas, que se pode quebrar o estigma de que as pessoas diabéticas são coitadinhas”, advoga. Margarida Pires considera que este encontro é uma viragem na forma de encarar os diabéticos.

Mas, não contou apenas com actividades desportivas. Pela manhã, na Casa do Ca-

reto, Ana Oliveira, médica de endocrinologia do Hospital de São João, no Porto, mos-trou numa palestra como as crianças diabéticas podem ter uma vida normal, embora regrada, e fazerem activida-des físicas, ressalvando os devidos cuidados a terem. “Planeamento do exercício físico para poder antecipar aquilo que irá acontecer e que tipo de alimentos terá de ter disponíveis; noção de quanto tempo irá decorrer o exercício e fazer uma pesqui-sa de glicemia capilar antes

de começar o exercício, e mediante os valores é que se vê se será necessário au-mentar ou diminuir a insulina e começar ou não o exercí-cio no momento”, são estes os cuidados básicos a ter em conta por cada jovem antes do exercício.

ABBD quer campo de férias no Azibo

Este ano chegaram de toda a região transmontana, mas para o ano de 2010 po-dem vir de todo o país. Se-

gundo avançou Margarida Pires ao jornal Cipreste, o 1º Encontro de Jovens Dia-béticos serviu de base para sondar a possibilidade da as-sociação criar um campo de férias para crianças diabéti-cas, em Macedo de Cavalei-ros, aproveitando toda a mais valia da Albufeira do Azibo.

“As pessoas aderiram muito bem e só tinham co-nhecimento deste tipo de actividades mais para o sul”. Um primeiro passo que per-mitirá inclusive alargar a abrangência da ADDB, que

até ao momento estava mais voltada para os diabéticos tipo 2, com uma maior preva-lência nas pessoas adultas, uma vez que surgem devi-do ao estilo de vida e tam-bém alimentar. A associação volta-se agora para os mais pequenos, quase sempre portadores de diabetes tipo 1, causada pela ausência de produção de insulina pelo pâncreas, muito embora, e devido à alimentação, haja cada vez mais jovens com diabetes do segundo tipo. n

Miguel Midões

40 jovens no Azibo

Diabéticos quebram estigma

Cristiano XavierMacedo de Cavaleiros

“Não sabia o que era a doença. Ti-nha apenas sete anos e foi uma coisa completamente nova. Reagi muito mal. Comecei a aprender o que era a diabe-tes e fui-me informando no Centro de Saúde. Depois, comecei a ir ao médico ao Porto, deram-me livros para ler sobre o que era a diabetes e agora já sei mais coisas.

Os meus colegas não sabiam o que era a diabetes e, por isso perguntavam-me sempre se precisava de alguma coi-sa.

Quando pratico exercício físico, lan-cho sempre antes e só depois começo o exercício. Faço insulina três vezes obrigatoriamente. Quando não cumpro as regras acabo no Hospital, mas isso é raramente.”

Assucena PalhasPeredo (Macedo

de Cavaleiros)

“Sou diabética desde os cinco anos, por isso há nove. Ao início foi mais fácil, agora de há dois anos para cá tem sido muito complicado. É sis-tema nervoso, não consigo aceitar bem a minha doença e também des-compassei um pouco depois da sepa-ração dos meus pais. Tem sido muito difícil, tenho tido muitos internamen-tos, sempre com os valores bastante altos.

Eu penso no que devo fazer, mas é fácil falar, é mais difícil fazer. Sei os riscos e sei os perigos que tenho.

Mete-me nervos porque se como bem, tenho os valores altos, se como mal, também os tenho altos, então como como quero. O meu problema é mesmo a alimentação.”

Manuela FernandesChaves

(Mãe de criança diabética)

“É complicado, muito complicado. O Hugo é uma criança que tem consciên-cia daquilo que tem, mas eu penso que tanto para ele, como para qualquer dia-bético, é muito difícil cumprir regras.

Soube que ele tinha diabetes por-que ele tinha muita sede, e fui eu que insisti muito com a minha médica de família, que não acreditava que ele tivesse diabetes, porque ele nunca desmaiou. Ela então decidiu fazer um teste de despistagem e este acusou a glicemia muito alta, já a 517. Foi um choque, foi horrível. O mundo desabou em cima da minha cabeça.

Gosto que o Hugo participe nestas actividades porque é um menino mui-to tímido. As crianças da escola dele não têm diabetes, mas compreendem muito bem. A pouco e pouco, e com a ajuda da psicóloga, temos conseguido enfrentar.”

Carla Salomé Mirandela

“Ia fazer 12 anos quando soube que era diabética. Só me apeteceu fugir do hospital, não lidei bem com a situação e não fazia bem as coisas. Mas, depois comecei a conhecer pessoas diabéticas e vi que aquilo não era nada de especial. Apesar de poder ter uma vida normal, há sempre cuidados que devemos ter. Por exemplo, quando fazemos exercício físico precisamos de ter cuidado com as hiper e hipo glicemias.

A maior dificuldade que tive ao início foi controlar a insulina e também o facto de os meus colegas não terem reagido muito bem, porque achavam-me uma pessoa diferente, porque não conhecem a diabetes.

Passo a maior parte do tempo fora de casa, faço a minha vida normal. Pra-tico hóquei no CAMIR, em Mirandela, e passo muitos fins-de-semana fora de casa. Ao início os meus pais tinham medo, mas agora não”.

Desporto não é interdito a diabéticos