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Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Departamento de Química Estudos Sobre a Síntese de Microbiotol ANA LUCIA SANTOS DE MATOS Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP, como parte das exigências para a obtenção do título de MESTRE EM CIÊNCIAS. Área de Química Orgânica. Ribeirão Preto-SP 1999

Estudos Sobre a Síntese de Microbiotol · Conhecida como cipreste russo ou cipreste siberiano ou ainda como microbiota, foi descoberta no sudeste da Sibéria em 1921 e sistematizada

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U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

Departamento de Química

Estudos Sobre a Síntese de Microbiotol

ANA LUCIA SANTOS DE MATOS

Dissertação de Mestrado apresentada à

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

de Ribeirão Preto - USP, como parte das

exigências para a obtenção do título de

MESTRE EM CIÊNCIAS.

Área de Química Orgânica.

Ribeirão Preto-SP

1999

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U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

Departamento de Química

Estudos Sobre a Síntese de Microbiotol

ANA LUCIA SANTOS DE MATOS

Orientador: Prof. Dr. Mauricio Gomes Constantino

Ribeirão Preto-SP

1999

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Ao meu marido, ANDRÉ

Por todo afeto, compreensão, alegria

e amor.

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Ao meu filho VICTOR GABRIEL

que seu sorriso sempre tenha esse efeito de dar força e esperança nas horas mais

espinhosas.

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A meus pais Francisco e Maria:

Por ensinar-me que o que importa é ser feliz

fazendo o que se gosta, pensando sempre

na possibilidade de conseguir.

Aos meus irmãos Lúcio (in Memorian),

João Hugo, Lucinda Helena e Juracy Afonso

pela amizade.

Às minhas tias Anna, Orvalina,

Adelzira (in Memorian), Dulcinéia,

Glória (in Memorian),

que fizeram muito pela minha educação.

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Agradecimentos Ao Prof. Dr. Maurício Gomes Constantino, pela orientação e paciência ao longo deste trabalho. Ao Prof. Dr. Paulo Marcos Donate e Prof. Dr. Gil Valdo José da Silva pela amizade e colaborações na realização deste trabalho. Ao Prof. Dr. Milton Beltrame Jr., por todos os ensinamentos e amizade, sem os quais a realização deste trabalho seria bem mais difícil. Ao Prof. Dr. Marcelo Miguel Pellisson, pela amizade e colaboração. À Virgínia, pela amizade, paciência e disponibilidade em sempre ajudar na obtenção dos espectros de RMN. Ao Djalma pela amizade e obtenção dos espectros de massa e infravermelho. Ao Prof. José Maria Vieira e Prof. Antônia Vieira, pela amizade e apoio antes e durante a realização deste trabalho. A todos os amigos do Laboratório de Síntese Orgânica, pela amizade, convivência e colaboração durante a realização deste trabalho: Elaine Armelin, Felipe Augusto, Rosangela da Silva, Adriana Detogni, Andrea Aguilar, Leônidas, Daniel Frederico, Técia Carvalho, Suzimeire, Lílian Watanabe, Altamiro Xavier, Adilson Beatriz, Valdemar, Adriana Namba e Gilberto Aquino. À CAPES pela bolsa concedida.

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Índice

ÍNDICE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS i

RESUMO iii

ABSTRACT vi

1-INTRODUÇÃO 1

1.1-Microbiota decussata 2

1.2-Microbiotol 2

1.3-Cuparanos 3

1.4-Biossíntese e Sínteses dos Cuparanos 4

1.5-Plano de Pesquisa 16

2-OBJETIVO 19

3-RESULTADOS E DISCUSSÃO 21

4-CONCLUSÃO 36

5-EXPERIMENTAL 40

5.1-Introdução 41

5.2-Esquema geral das reações descritas 43

5.3-Procedimentos 48

6-SEÇÃO DE ESPECTROS 72

6.1-Introdução 73

6.2-Espectros Selecionados 73

7-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 119

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ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

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Abreviações ii

Abreviaturas e Símbolos:

ApTS ácido p-toluenossulfônico

cis, trans-FPP: cis,-trans- pirofosfato de farnesila

Dibal-H hidreto de diisobutilalumínio

DMP periodinana de Dess-Matin

IBX ácido o-iodoxibenzóico

IV infravermelho

LDA diisopropilamideto de lítio

m/z relação entre massa e carga

MCPBA ácido m-cloroperbenzóico

PCC cloro-cromato de piridínio

RMN13C Ressonância Magnética Nuclear de Carbono 13

RMN1H Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio 1

TMS tetrametilsilano

δ deslocamento químico

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RESUMO

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Resumo iv

Resumo:

Neste trabalho descrevemos vários estudos sintéticos realizados com o

objetivo de desenvolver um método para a preparação de Microbiotol (1).

OH

1Microbiotol

A estratégia planejada consistiu em preparar o anel ciclopentano que

constitui a metade esquerda da fórmula de (1) acima por contração de anel de

isoforona (58), e depois juntar uma cadeia aberta que seria posteriormente

ciclizada para formar o segundo anel.

A contração do anel da isoforona (58) foi realizada de acordo com as

reações a seguir:

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Resumo v

BF3

MCPBA1.CH3MgBr2.H+

62: R=CO2CH368: R=COCl69: R=CHO

ab

cc

b

a

72

71

85

6 57

61

6059

O

OH

O

O

CHO

O

CO2H

O

O58

CO2H

R

O

O

O

O

O BF3

H

H H

Os compostos de fórmula geral (85) apresenta considerável

congestionamento estérico e resistem fortemente à adição de nucleófilos. Neste

trabalho desenvolvemos apenas estudos de adição de derivados de levulinato

de metila, este mesmo apresentando problemas de reatividade devido a

problemas estéricos, e mostramos que este não é o caminho adequado para

adicionar um nucleófilo aos compostos (85).

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SUMMARY

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Summary vii

Summary:

In this work we describe several synthetic studies realized with the

purpose of developing a method for the preparation of Microbiotol (1):

OH

1Microbiotol

Our synthetic strategy consisted of preparing the ciclopentane ring

which is the left moiety of structure (1) by a ring contraction , starting from

isophorone (58), and then add an open chain which would be cyclized to for

second ring.

The ring contraction was realised according to the following steps.

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Summary viii

BF3

MCPBA1.CH3MgBr2.H+

62: R=CO2CH368: R=COCl69: R=CHO

ab

cc

b

a

72

71

85

6 57

61

6059

O

OH

O

O

CHO

O

CO2H

O

O58

CO2H

R

O

O

O

O

O BF3

H

H H

The compounds of general structure (58) have a considerable steric

hindrance and are strongly resistant to the addition of a nucleophile. In this

work we used only derivatives of methyl levulinate as nucleophiles ; these

substrates are themselves sterically hindered, and we showed that this is not

the appropriate method to add a nucleophile to compounds (85).

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1-INTRODUÇÃO

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Introdução 2

1-Introdução:

1.1-Microbiota decussata:

Microbiota decussata Kom. é um arbusto da família Cupressaceae.

Conhecida como cipreste russo ou cipreste siberiano ou ainda como

microbiota, foi descoberta no sudeste da Sibéria em 1921 e sistematizada em

1923. Por ser de fácil cultivo, é muito usada como planta ornamental em países

do Hemisfério Norte, além de não haver relatos de doenças ou pragas que

ataquem essa planta. É um arbusto rasteiro, que cresce na natureza sobre

pedaços de madeira, é vigoroso, espalhado e verdejante, possui folhas curtas e

pequenas. Há plantas macho e fêmea e sua altura atinge cerca de 20

centímetros, alcançando uma extensão de 3 a 4 metros. Durante o verão

apresenta, uma cor verde claro, tornando-se castanho acobreado no inverno.1

Em 1991, Tkachev, Shakirov e Raldugin isolaram vários sesquiterpenos

bem conhecidos dessa planta como o hedycaryol, (+)-α-bisabolol, thujopsan-

2α-ol, (1E, 5S, 6E, 8S)-Germacra-1,6-dien-5-ol, β-eudesmol e um novo álcool

denominado microbiotol (1).2

1.2-Microbiotol (1):

Microbiotol (1) é um álcool tricíclico saturado, caracterizado como (-)-

(1R, 2S, 5R)-2-metil-5[(1R)-1, 2, 2-trimetilciclopentil]-biciclo [3.1.0] hexan-

2-ol, que apresenta um novo esqueleto de carbono. Sua estrutura (figura 1), no

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Introdução 3

entanto, é muito semelhante à estrutura de compostos da classe dos

cuparanos.3

OH

1Microbiotol

Figura 1: Microbiotol (1).

1.3-Cuparanos:

Cuparanos, figura 2, são sesquiterpenos bicíclicos produzidos por

plantas da ordem Cupresales. Estão amplamente distribuídos na família

Cupressaceae em várias espécies, tais como Chamaecyparis thujoides, Biota

orientalis, Thujopsis dolabrata e no gênero Widdringtonia.4 O primeiro

cuparano isolado e caracterizado foi o cupareno (2) em 1958.4a

O

Cupareno2 3

Ο

αααα-cuparenona ββββ-cuparenona4444

αααα-cupareneno5555

Figura 2: Cuparanos.

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Introdução 4

Nos últimos anos, alguns trabalhos têm descrito o isolamento de

cuparanos de espécies de outras famílias de plantas, entre elas, Radula

javanica (Hepaticeae) e Illicium dunnianum (Illiciaceae).5,6

Mais de doze compostos fazem parte da classe dos cuparanos, que têm

como principal característica estrutural a presença de um anel ciclopentano,

com dois centros quaternários adjacentes.4

De Mayo e Suau citaram em um trabalho publicado em 1974, que alguns

desses sesquiterpenos apresentam atividade biológica.7 O interesse sintético

nessa classe de sesquiterpenos, além disso, é aguçado pelo desafio de preparar

o sistema ciclopentano estericamente congestionado.

O anel ciclopentano é encontrado em numerosas substâncias de origem

natural, incluindo compostos como prostaglandinas, esteróides e terpenos.

1.4-Biossíntese e Sínteses dos Cuparanos:

A biossíntese dos cuparanos, conforme proposta por Enzell e Erdtman,4b

e mais tarde por Parker, Ramage e Raphael,8 segue o caminho comum a vários

terpenos, passando pelo γ-bisaboleno. Esse caminho biossintético é baseado na

hipótese de Ruzicka para a biossíntese de compostos terpênicos derivados do

farnesol.9

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Introdução 5

H+

-H+

II

III

Cuparanos

HOH2C

Farnesol

γγγγ-bisaboleno+H+

Esquema I: Biossíntese dos cuparanos.

Já Sy e Brown,7 sugerem que a ciclização concertada do cis,tras-

pirofosfaro de farnesila, proposta por Hanson,10 pode levar ao intermediário

III dos cuparanos.

OPP

cis,trans-FPP

Cuparano Enzima

Esquema II: Biossíntese dos cuparenos.

Não há sínteses biomiméticas descritas para cuparanos, a não ser

algumas sínteses que poderiam ser classificadas como parcialmente

biomiméticas.

A maioria dos autores preferiu optar por outros caminhos.

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Introdução 6

Há diferentes métodos de preparação do anel ciclopentano descritos na

síntese dos cuparanos. Diversas metodologias têm sido usadas na preparação

de (±)-cupareno (2), α- e β-(±)-cuparenona (3 e 4), figura 2, com o objetivo de

resolver o problema sintético que é a preparação desse sistema com suas

substituições apropriadas.11,12

As metodologias usadas para a síntese dos cuparanos foram:

modificação de derivado ciclopentano, ciclização, contração de anel e uso de

reação de Diels-Alder.

1.4.1-Sínteses dos Cuparanos por modificação de derivado

ciclopentano:

Nesta metodologia, a rota sintética inicia-se, geralmente, a partir de um

anel ciclopentano, com as posições que serão metiladas ativadas por grupos

funcionais diversos ou, a partir de um anel ciclopentano que já possui as

substituições apropriadas.

A primeira síntese de (±)-cupareno (2), mostrada no esquema III, foi

descrita por Nozoe e Takeshita13 em 1960 e foi feita a partir do ácido

canfonânico (6), que já possui as substituições apropriadas.

CO2H Br

Br

1.

2.

LiHgO,Br2

6 7

8

2

Esquema III: Síntese do ±-cupareno (2) por Nozoe-Takeshita.

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Introdução 7

Através da degradação de Hunsdiecker do ácido canfonânico (6),

obteve-se o 1-bromo-1,2,2-trimetilciclopentano (7), que em seguida foi

condensado com p-bromotolueno (8), obtendo-se assim o (±)-cupareno (2). O

rendimento do produto final não foi especificado e os detalhes experimentais

não foram divulgados, o que sugere que este pode não ser um bom método de

preparação do (±)-cupareno (2).

Vig et.al. (1973)14 descreveram uma síntese de (±)-cupareno (2),

mostrada no esquema IV.

MgBr

p-TsOH CO2EtHBr

CO2Et

BrMe2CuLi

LiAlH4

2.Collins1.

CHO

Wolff-Kishner

CO2Et

O

CO2Et

9

101.

2.11 12

13 14 2

Esquema IV: Síntese do (±)-cupareno (2) por Vig et. al.

A rota sintética de Vig começa com a adição do brometo de p-

toluilmagnésio (10) ao ceto-éster (9), seguida de desidratação do álcool

resultante, do qual obteve-se o composto (11). O grupo metila é introduzido ao

composto (12) com dimetilcuprato de lítio. Após as etapas de redução e

oxidação, o (±)-cupareno (2) foi obtido.

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Introdução 8

1.4.2-Sínteses dos Cuparanos através de ciclização:

A maioria dos autores têm usado esta metodologia para sintetizar os

cuparanos. Na construção do anel ciclopentano, várias abordagens são

utilizadas, como condensação, degradação, etc.

Raphael et. al.8,15 (1961) desenvolveram uma rota para a síntese do (±)-

cupareno (2), demonstrada no esquema V.

A ciclização de Dieckmann do diéster correspondente ao ácido trimetil-

p-tolil-adipico (17), resulta no β-ceto-ester que foi transformado na cetona

(18). A redução de Huang-Minlon resulta no produto final desejado, o (±)-

cupareno (2).

3.ButOK/MeI

2.1.O

218

171615

O

H3O+,

CO2H

CO2H

N2H4, NaO(CH2CH2OH)2

2. t-BuOK1. CH2N2

O3

/ OH-AlCl3

+

4.

3.

O CHO

Esquema V: Síntese do (±±±±)-cupareno (2) por Raphael et al.

A síntese de Lansbury16 (1969) da (±)-β-cuparenona (4), mostrada no

esquema VI, utiliza uma interessante metodologia para a construção do anel

ciclopentano. O álcool (21), obtido do p-tolil acetato de etila (19), tratado com

H2SO4 a 90%, resulta na (±)-β-cuparenona (4).

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Introdução 9

CO2Et

NaNH2, NH3

ClCl

Cl

CO2Et

MeIMeLi

Cl

OH

H2SO490%

19 20 21

41. 2.

Esquema VI: Síntese do Cupareno por Lanbusry

Mane e Krishna Rao17 (1973) prepararam a (±)-β-cuparenona (4) como

mostrado no esquema VII.

Cl

CO2Et

CN

N2

O

CO2EtCN

1. Mg2.

1. HCl/AcOH2. KOH,3. SOCl24. CH2N2

Cu2SO4

O22

23

4 24

Esquema VII: Síntese do (±)-β-cuparenona (4) por Mane e Krishna Rao.

O reagente de Grignard, derivado do composto (21), foi submetido à

adição conjugada, obtendo-se o aduto (23). O carbeno derivado da diazocetona

(24) é submetido a uma inserção na ligação C-H benzílico terciário resultando

na (±)-β-cuparenona (4).

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Introdução 10

O SNaNH2

H2S/HCl

hvC6H6

Hg(OAc)2/AcOHB2H6H2O2/OH-

H2CrO4

2.3.4.

NaNH2MeI

Wolff-Kishner

I

HS

OO

25 26

2

1.

2.1.

27

2829

Esquema VIII: Síntese do (±)-cupareno (2) por De Mayo e Suau.

De Mayo e Suau (1974),9 sintetizaram o (±)-cupareno (2) pela rota

mostrada no esquema VIII, que inclui a fotociclização da tiona (26) como

etapa chave. O tiol benzílico (27) foi tratado com acetato de mercúrio para

realizar a eliminação de sulfeto de hidrogênio. O restante da síntese é simples,

procedendo através da ciclopentanona (28), que é metilada para determinar o

segundo centro quaternário.

Cesares e Maldonado (1976) 18 descreveram uma interessante síntese da

(±)-β-cuparenona (3), resumida no esquema IX.

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Introdução 11

O O

CN1. LDA2. O

H3O+

O

O

NaOH

NaBH4

Simmons-

Smith

Jones

3.Jones

OOH30

33

4

3.

1.2.Li-NH3

31

32

Esquema IX: Síntese do (±)-β-cuparenona (4) por Cesares e Maldonado.

A síntese inicia com a adição conjugada do enolato pré formado da

cianohidrina protegida (30) ao óxido de mesitila. O aduto é convertido na

enona (31) que foi reduzida para sofrer adição conjugada. A clivagem redutiva

do composto (33), seguida por oxidação da hidroxila resulta na (±)-β-

cuparenona (4).

Wenkert et. al. (1978)19 sintetizaram a (±)-α-cuparenona (3) como

mostrado no esquema X.

CHO OMe

OMe

OMe

O

OMe

CH(OME)3MeOH/H+ H+

NH2O

Cu,

1.HCl2.KOH, MeOH

1.NaH/MeI

2.H2-Pd/CO3

34 3536

3738 Esquema X: Síntese do (±)-α-cuparenona (3) por Wenkert.

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Introdução 12

A síntese inicia-se com o aldeído (34). A decomposição da diazoacetona

na presença do éter enólico (36), resulta numa mistura diasteromérica das

cetonas ciclopropílicas (37), em que o anel ciclopropano é aberto por

tratamento com HCl. O ceto-aldeído obtido foi aldolizado com base para dar a

enona (38), que é metilada. A saturação da dupla ligação resulta na (±)-α-

cuparenona (3).

Kametani et. al.20 (1979) prepararam a cetona (28), antes preparada por

De Mayo na síntese do (±)-cupareno (2), como mostrado no esquema XI. O

acoplamento de 5-metil-2-furil-lítio com brometo de p-xilila resulta no furano

correspondente que é hidrolizado para a diona (39). O segundo grupo metila é

introduzido por adição de cuprato levando ao composto (28).

O

O

O

1.n-BuLi

2. Br

H2SO4H2O

1.base2.Me2CuLi

O

2 Ver Esquema VI

283. 39

Esquema XI: Síntese do (±)-cupareno (2) por Kametani et al.

Em 1988, Kametani et. al.21 descreveram uma síntese do (±)-cupareno

(2), mostrada no esquema XII, através da reação de deslocamento

intramolecular de um carbenóide, um novo método de construção do centro

quaternário do (±)-cupareno (2).

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Introdução 13

Ar CO2Et

H3C SPh

OH

Ar CO2Et

H3C SPhN2

Ar CO2Et

HMe

Ar H

CO2EtMe

+Ar CO2Et

MeMe

VerEsquemaIII

2

p-Me6H4SO2N3Et3N

1.Cu(acac)22.MCPBA3.NaBH4

MeI

13

4041

4243

Esquema XII: Síntese do (±)-cupareno (2) por Kametani et.al

Mais recentemente, Srikrishna e Sandarababu (1990)22 descreveram a

síntese de um intermediário chave para a síntese da (±)-β-cuparenona (3),

usando uma combinação do rearranjo de Claisen e reações de ciclização

radicalares como etapas chaves, como pode ser visto no esquema XIII.

O

HO

CHO

OHH

O

1.NaH/DME2.LiAlH4

1.CH2=CH_OEtHg(OAc)2

Ph3P+CH2OMe-ClBuLi,THF

2.

3.HCl aq. Nafitalenida de sódio

PCC, NaOAc

44 4546

4748

Esquema XIII: Síntese formal da (±)-β-cuparenona (4) por Srikrishna e

Sandarababu.

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Introdução 14

1.4.3-Síntese total de (±)-cupareno a partir de contração do anel

ciclohexano:

Bird, Yeong e Hudec23 (1974), prepararam o (±)-cupareno (2) como

mostrado no esquema XIV. O ciclohexeno (49), obtido de 2,2-

dimeticiclohexanona e p-toluil-lítio, foi epoxidado para obter o composto (50).

Pelo tratamento com trifluoreto de boro-eterato, o composto (50) isomeriza

para uma mistura de aldeído (52) e cetona (51). A redução de Wolff_Kishner

do aldeído (52), fornece o (±)-cupareno (2).

O

O

+

PhCO3H BF3.Et2OC6H6

1.Separação2.Wolff-Kishner

OHC49 50 51

52

2

Esquema XIV: Síntese do cupareno por Bird et al.

1.4.4-Síntese total da (±±±±) ββββ-Cuparenona (3) por Reação de Diels

Alder:

Jung e Radcliffe (1980)24 descreveram uma síntese da β-cuparenona (3)

(esquema XV) por um caminho que envolve, no início, uma reação de Diels-

Alder do dieno (52) e da olefina (53) para formar o aduto (54),que foi

hidrolisado ao álcool (55). A redução de (55), sob metal dissolvido, oxidação e

adição de p-tolil-lítio resulta no álcool (56). A oxidação da olefina em (56)

com KMnO4, seguido pelo tratamento com ácido aquoso, produz a enona (28).

Seguindo a rota proposta por Maldonado, em quatro etapas obtêm-se a (±)-β-

cuparenona (4).

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Introdução 15

ClCl

Cl Cl

OCH3H3CO

+

CH3H3C

OAc

OMe

Cl

Me

OAcClCl

MeO

Cl

Me

OMe

Cl

Me

H

OAcClCl

MeO

Cl

Me

H

+

OMe

Cl

Me

ClCl

MeO

Cl

MeOH

OMeMeO

Me

Ar

Me

OH

O

Ar

Me

Me

1.

2. HPLC

K2CO3MeOH

1.Li/NH32.PCC

3.ArLi

1.KMnO4

2.H3O+-2CO2-H20

52 5354a 54b

55

5638

Esquema XV: Síntese do ±-cupareno (2) por Jung e Radcliffe.

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Introdução 16

1.5-Plano de Pesquisa:

A síntese de cuparanos apresenta um interessante desafio, devido ao

congestionamento estérico, associado com a posição de substituições vicinais

no anel ciclopentano. A maior dificuldade está na construção do anel

ciclopentano, com seus centros quaternários adjacentes.

No decorrer dos estudos para a síntese da capsorubina, Constantino e

Prado25 desenvolveram uma metodologia para preparar o composto (57) que

tem evidente semelhança estrutural com o anel ciclopentano tetrassubstituído

dos cuparanos.

O ácido canfonânico (6), usado por Nozoe e Takeshita na síntese do

cupareno (2), já citada anteriormente, pode ser considerado uma versão

simplificada do ácido (57) desenvolvido por Constantino e Prado. No entanto

Nozoe e Takeshita utilizaram uma metodologia em que o carbono carboxílico

do ácido canfonânico (6) é perdido, pois a primeira etapa consiste em

transformar o ácido canfonânico (6) em 1-bromo-1,2,2-trimetilciclopentano

(7).

O ácido (57) desenvolvido por Constantino e Prado além de ser um bom

intermediário para a obtenção do ácido canfonânico (6), é um composto de

fácil obtenção.

Propusemos então, uma rota sintética para o composto natural

microbiotol (1), utilizando o intermediário (87), apresentada resumidamente no

esquema 1.

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Introdução 17

2.1.

Zn-CuCH2I2

OHMeLi

O

Base

O

O

OH-

H3O+

LDA+

1.N2H4, KOHCO2H

O

CHO

OCH2N22.

NaClO2BF3

MCPBAFeCl3

CH3MgBr

OO

OH

CO2CH3

CO2Me

OO

O

O

58

57

62 63 64

65 66

167

59 60

61

O

O

O

CO2Me

Esquema 1: Plano de pesquisa.

Nesta proposta, o composto (57) já contém o anel de 5 membros e os

centros quaternários adjacentes; para aproveitar essas características

estruturais, que também estão presentes no produto final, planejamos a síntese

do outro anel iniciando com uma conexão de cadeia apropriada ao carbono

carboxílico de (57). Naturalmente, seria necessário eliminar inicialmente a

função cetona (para evitar reações indesejadas), através de uma reação de

Wolff-Kishner.

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Introdução 18

Para a ligação da cadeia precursora do segundo anel ao carbono

carboxílico de (62) planejamos inicialmente uma condensação de Claisen; a

dicetona (65), obtida após descarboxilação e desproteção seria ciclizado com

base fornecendo a enona (66). A adição de MeLi seguida de uma reação se

Simmons-Smith deveria fornecer o microbiotol. A ordem das duas últimas

etapas pode ser alterada para, possivelmente, obter um resultado diferente do

ponto de vista da estereo-química.

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2-OBJETIVO

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Objetivo 20

2-Objetivo:

O objetivo deste trabalho é estudar a rota sintética proposta para

sintetizar o sesquiterpeno natural microbiotol (1), a partir do ácido (87),

desenvolvido por Constantino e Prado, numa nova rota na síntese de

cuparanos.

CO2H

OO OH58 57

1

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3-RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Resultados e Discussão 22

Iniciamos a rota sintética proposta no plano de pesquisa a partir do

composto comercial isoforona (58) que foi tratada com brometo de metil-

magnésio e cloreto férrico, obtendo-se o composto (59), esquema 3. O brometo

de metila necessário para esta reação foi obtido do formicida Bromex que

contém 98% de brometo de metila e 2% de cloropicrina. Segundo estudos

anteriores, a cloropicrina dá origem a algumas impurezas, que são eliminadas

por destilação. Posteriormente, passou-se a utilizar o brometo de metila 99,5%,

fornecido pela Aldrich.

O

O

OOO

-

--

Base

H3OProtonação cinética

59

58

Esquema 3

Esta reação foi relatada por Kharasch et al. em 1941,27 num estudo do

comportamento de reagentes de Grignard quando são adicionados traços de

sais metálicos na mistura reacional. O cloreto de metil-magnésio funciona

como base, abstraindo o próton da posição γ à carbonila, utilizando o cloreto

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Resultados e Discussão 23

férrico, que provavelmente atua como catalisador, acelerando a abstração do

próton em relação à adição do grupo metila à carbonila. Esquema 4.

O rendimento da reação foi de 72%, sendo que o produto não deve ser

armazenado por tempo prolongado, pois reverte ao material de partida

isoforona (58), já que este é termodinamicamente mais estável.

O O O

OCH3MgBr

FeCl3

MCPBA

58 59 60

CH2Cl2

Esquema 4

A epoxidação do composto (59) com ácido meta-cloroperbenzóico,28

fornece o produto desejado (60), que foi purificado por destilação horizontal.

O rendimento desta reação após a purificação foi de 85%.

A reação seguinte foi a contração do anel, que ocorre através de

rearranjo do epóxido bicíclico (60), tratado com ácido de Lewis (trifluoreto de

boro-eterato, BF3.Et2O) em benzeno seco.29 Obtêm-se nesta reação três

produtos principais (esquema 5).

O aldeído desejado (61) pode ser separado dessa mistura por

cromatografia, mas o rendimento é insatisfatório (32%) devido, segundo

evidências obtidas em trabalhos relacionados,30 à oxidação de parte do aldeído

a ácido durante a cromatografia.

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Resultados e Discussão 24

O

OBF3+ - CHO

O

-+

-+

O

OBF3

H

O

OBF3

H HO

OH

O

O

61

72

73

Esquema 5

Como o produto a ser utilizado na síntese teria que ser oxidado a ácido

na etapa seguinte, concluiu-se que poderíamos obter melhores resultados

oxidando diretamente a mistura reacional obtida após o rearranjo com o ácido

de Lewis, pois assim, seria evitada a perda de aldeído (61) na cromatografia de

coluna . Os demais produtos (72) e (73), que não são aldeídos, não seriam

oxidados na mistura. O produto desejado, o ácido (57), sendo o único ácido

carboxílico no meio reacional, poderia ser facilmente isolado, utilizando-se sua

propriedade de formar sais solúveis em água.

A oxidação do aldeído (61) ao ácido (57) foi feita com clorito de sódio

(esquema 6) em H2O/ButOH, pH 3,5, e 2-metil-2-buteno para suprimir Cl2. O

rendimento nas etapas de contração do anel do composto (60) e oxidação do

aldeído (61), utilizando o novo método de preparação foi de 48% nas duas

etapas, resultado considerado satisfatório.

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Resultados e Discussão 25

Após a preparação do ácido (57), purificado por recristalização em

hexano e éter etílico, iniciou-se a etapa seguinte: redução de Wolff-Kishner do

ácido (57), esquema 6.

A redução de Wolff-Kishner da cetona do ácido (57) foi feita usando

diferentes procedimentos experimentais, porém o que resultou em melhor

rendimento e produto mais puro foi o procedimento baseado na modificação

de Huang-Minlon.31

Apesar das condições drásticas e do tempo de reação (18 horas, 2500C),

obteve-se um bom rendimento do produto (68%), o ácido canfonânico (6).

Usou-se base (KOH) e hidrazina hidratada a 80% como reagentes.

CO2H

O

N2H4.H2OKOH

ÉterCH2NH2CO2CH3

57

662

CHO

O61

NaClO2

CO2H

Esquema 6

A extração do composto (6) foi feita inicialmente com éter etílico, após

a mistura reacional ser acidificada com HCl 6N. Porém como o solvente da

reação (dietilenoglicol) é um pouco solúvel em éter, não se obtinha o produto

puro. Trocou-se então o solvente de extração por hexano e obteve-se o produto

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Resultados e Discussão 26

com um bom grau de pureza (RMN1H e CCD), com ponto de fusão na faixa de

191-1940C.

O tratamento do ácido (6) com metanol e ácido sulfúrico (sob refluxo

por 4h) não resultou no éster desejado.32 Optou-se então por fazer a

esterificação com diazometano em éter,33 obtendo-se um rendimento de 98% e

pureza de 99% (CG), do éster (62), como um líquido levemente amarelo

avermelhado.

O diazometano utilizado nessa reação preparado pelo método clássico a

partir do reagente "Diazald" (Aldrich).

Para a obtenção do produto (63), fez-se a esterificação do ácido

levulínico (74) seguido de cetalização do produto. Na fase de esterificação de

(74), 31usou-se a mistura metanol/ácido sulfúrico, o rendimento do produto foi

de 80%, com pureza de 99% (CG).

OH

O

O

OCH3

O

O

OCH3OO

O

CH3OHH2SO4

HO OHH+

74 75 63

Esquema 7

A proteção da função cetona do levulinato de metila (75) foi feita com

etilenoglicol e ácido p-toluenossulfônico em benzeno seco, removendo-se a

água formada por meio da mistura azeotrópica e utilizando-se um "trap" de

Dean-Stark.34 O rendimento do produto (63) foi de 74%, com pureza de 99%

(CG).

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Resultados e Discussão 27

A próxima etapa consistiria, de acordo com o projeto, em uma

condensação de Claisen entre o éster protegido do ácido levulínico (63) e o

composto (62). Ao invés do β-ceto-éster (64), porém, obteve-se nesta reação

apenas o dímero (76) do substrato (63).

LDA+

OO

R

CO2CH3

RO O

O

R=CO2CH3

THF

R

O

O

OO

O

LDATHF

62 63 64

76

Esquema 8

Em geral, a síntese de ß-ceto-ésteres através da consensação de

diferentes ésteres leva à mistura de todos os possíveis produtos de

condensação.35 A não obtenção do produto (64) desejado neste caso indica que

o éster (62) é muito pouco reativo, possivelmente por ter o carbono αααα à função

éster muito substituído (quaternário).

Após várias tentativas de condensação entre (62) e (63), resultando

sempre no dímero (76) como principal produto, procurou-se introduzir

modificações para aumentar a reatividade dos substratos.

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Resultados e Discussão 28

Como primeira alternativa, preparou-se o cloreto de acila (68), esquema

9, do ácido (6) para fazer a condensação com o éster protegido do ácido

levulínico (63).36

A preparação do cloreto de acila (68) foi feita com cloreto de tionila

(SOCl2) sob refluxo,37 e após a eliminação do excesso de cloreto de tionila, o

produto foi destilado horizontalmente, tendo-se um rendimento de 96% do

produto destilado (350C, ~1 mmHg). Apesar da fácil preparação e rendimento

muito bom, o cloreto de acila (68) é muito instável, retornando rapidamente ao

ácido (6), mesmo com cuidados de armazenamento e conservação.

CO2H COClSOCl2

6 68

Esquema 9

Usando-se LDA como base, preparou-se o enolato do éster protegido

(63), adicionando-o em seguida ao cloreto de acila (68).O produto esperado,

porém, não foi obtido, e entre os vários subprodutos contidos na mistura

reacional, a maior parte consistia do éster protegido (63) e do ácido (6)

(evidenciando ausência de reação).

A dificuldade de manipulação do cloreto de acila (68) e o possível

ataque do enolato do éster (63) à carbonila da cetona do produto (64) pode ter

levado à formação dos subprodutos. Mesmo utilizando-se a técnica de adição

inversa não foi possível minimizar o problema de formação de muitos

subprodutos.

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Resultados e Discussão 29

CO2CH3OO

OCOCl

LDA1.

R=CO2CH3

RO O

O

2.63

68

64

Esquema 10

Com objetivo de conseguir compostos mais reativos para fazer a

condensação entre derivados dos compostos (6) e (63), pensou-se em utilizar

um aldeído (mais reativo) ao invés do éster.

Para verificar a viabilidade dessa modificação, fez-se a condensação

entre o benzaldeído (77) e o éster protegido (63), obtendo-se o composto

modelo (78). O rendimento da reação não foi alto, mas foi considerado

satisfatório. A reação foi feita usando LDA como base para a obtenção do

enolato do éster protegido (63). O solvente usado foi THF e o rendimento da

reação foi 20% do produto (78), purificado por coluna cromatográfica de sílica

gel usando-se como eluente a mistura hexano-acetato de etila na proporção

2:1.

CHO

CO2Me

OO LDATHF

77 63 78

OH

CO2MeO

O

Esquema 11

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Resultados e Discussão 30

A partir dos resultados obtidos da síntese do composto modelo (78),

passamos à obtenção do aldeído (69).

Utilizando o ácido (6) e o correspondente éster metílico (62) como

materiais de partida, experimentamos a redução do aldeído desejado (69) tanto

em uma única etapa (éster→aldeído) como em duas (ácido→álcool→aldeído).

Os resultados estão resumidos no esquema 12.

CO2H CH2OH CHOLiAlH4

6 79 69

PCC 6

62

CO2CH3Dibal-H Material de partida + vários subprodutos

+

DMP

69

CHO

Esquema 12:

Tratamento do éster (62) com Dibal-H (hidreto de diisobutil-alumínio)38

produziu uma mistura complexa contendo ainda material de partida.

Acreditamos que o congestionamento estérico provocado pelos centros

quaternários seja responsável pela dificuldade da redução de (62), assim como

ocorreu nas condensações de Claisen.

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Resultados e Discussão 31

A redução do ácido (6) ao álcool (79), por outro lado, ocorreu

normalmente e com bom rendimento (80%).39

Há vários exemplos na literatura de oxidação de álcoois primários a

aldeídos com clorocromato de piridínio.40. No caso do composto (79), porém,

ocorreu formação de quantidades apreciáveis do ácido (6). Este método é,

além disso, um pouco inconveniente pela dificuldade de eliminar

completamente o cromo do produto.

Já a periodinana de Dess-Martin41 forneceu o aldeído desejado (69)

como um produto puro e em bom rendimento (78%). O inconveniente deste

método é o fato de ser consideravelmente trabalhosa a preparação do reagente,

que é relativamente instável e deve ser recentemente preparado.

Para a preparação da periodinana de Dess-Martin (82) utilizou-se o

método descrito por Schreiber42 ligeiramente modificado. Inicialmente oxidou-

se o ácido o-iodobenzóico (80) a ácido o-iodoxibenzóico (IBX) (81) com

KBrO3, segundo descrito por Dess-Martin43 (modificação do método de

Greenbaun).44 A acetilação de (81) e isolamento do produto (82) foi realizada

segundo Schreiber,40 modificando o método de extração em função de

estarmos preparando uma quantidade bem menor.

AcOHAc2O

H2SO4

KBrO3

Ac AcOcA

--+

-

OI

O

OOOHO

OI

O

I

COOH8280

81

Esquema 13:

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Resultados e Discussão 32

A modificação introduzida consistiu essencialmente em colocar a

solução resultante em um freezer para provocar a cristalização, e depois evitar

a filtração, lavando os cristais e separando por decantação.

A reação de condensação aldólica entre o aldeído (69) e o éster

protegido (63) como projetada no esquema 14 foi feita usando LDA em THF,

porém a reação não ocorreu de forma satisfatória, e o produto (83) desejado

não foi obtido, provavelmente pelo grande impedimento estérico que tem o

aldeído (69) e também o éster protegido (63), assim como pelas numerosas

reações secundárias que geram vários subprodutos nesse tipo de reação.

+

CO2Me

OOCHO

6369 83

OH

CO2MeO

OLDA

Esquema 14

Decidimos, neste ponto, experimentar a reação de Reformatsky como

alternativa, já que trabalhos anteriores desenvolvidos em nosso laboratório45

demonstram que essa reação pode fornecer bons resultados com aldeídos

estericamente congestionados.

Para fazer a reação de Reformatsky, no entanto, teríamos inicialmente

que preparar o α-haloéster correspondente ao composto (63). O método mais

rápido e direto para essa preparação é a halogenação em α do enolato de

(63):46 tratando o éster com LDA a -780C e juntando um halogênio (geralmente

I2 ou Br2) ocorre uma adição eletrofílica do halogênio ao enolato do éster:

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Resultados e Discussão 33

C CO2R

HLDA-780

C CO2RBr Br

C CO2R

Br

Esquema 15

Essa reação, no entanto, apesar de extremamente útil e conveniente, tem

a desvantagem de não ser muito geral: em alguns casos os resultados são

decepcionantes.47

Em nosso caso, quando experimentamos o tratamento do enolato de

(63) com bromo obtivemos um produto impuro com rendimento de 52%,

enquanto o tratamento com o mesmo enolato com iodo levou ao éster iodado

(71) com rendimento de 75%, sendo a pureza do produto satisfatória

(RMN1H).

LDA I2Br2

LDAOCH3

O

OO IOCH3

O

BrOO

OCH3

O

OO

70 71

63

52%"impuro" 75% "puro"

Esquema 16

A purificação de (70) e (71) mostrou-se uma tarefa muito difícil, devido

à relativa instabilidade desses materiais. Os métodos cromatográficos

normalmente usados nesse processos conduziram a extensa decomposição dos

produtos. Considerando que a reação de Reformatsky a ser realizada poderia

apresentar dificuldades maiores ou menores com um ou outro desses ésteres

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Resultados e Discussão 34

halogenados, decidimos conduzir os primeiros experimentos utilizando os

materiais sem purificar.

A reação de Reformatsky foi realizada em grande número de condições

diferentes:48 Várias misturas de solventes (benzeno, éter etílico, THF) em

diferentes proporções foram usadas, modificando também tempos de reação e

temperatura., utilizando ainda ultra-som em alguns casos.49 Os resultados

obtidos podem ser resumidos da seguinte forma: com o α-bromoéster (70) não

foi obtido nenhum produto de Reformatsky; com o α-iodoéster, há evidências

(RMN1H) de que em alguns casos o produto desejado formou-se em pequena

quantidade. Em todos os casos ocorreu a formação de grandes quantidades de

subprodutos, levando à conclusão de que essa reação é impraticável.

OO

CO2Me

XCHO

+

6983

70 X=Br71 X=I

Zn

CO2Me

OH

O

O

Esquema 17

Como essa conclusão está em desacordo com as indicações de casos

semelhantes citados anteriormente,46 fizemos também a reação dos ésteres

halogenados (70) e (71) com benzaldeído para verificar as possíveis causas das

dificuldades:

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Resultados e Discussão 35

+CO2Me

OOCHO

77

X

70 X=Br71 X=I

CO2MeO

OOH

78

Zn

Esquema 18

Surpreendentemente, o produto desejado de Reformatsky (78) não se

formou em nenhum caso. Notável também é o fato de que nenhum α-haloéster

é recuperado do meio reacional, mas apenas benzaldeído e o éster não

halogenado (63), evidenciando que o reagente de Reformatsky (84) deve ter-se

formado, resultando em (63) quando o meio reacional foi hidrolisado ao final

da reação:

CO2Me

OOZnX

84

H2ONH4Cl

CO2Me

OO

63

Esquema 19

A combinação desses resultados sugere fortemente que o reagente de

Reformatsky (84) forma-se com relativa facilidade, mas é pouco reativo, pois

não reage nem com benzaldeído (possivelmente o grupo cetal introduz forte

congestionamento estérico); sendo assim, este é um método impróprio para a

síntese desejada, já que o aldeído (69) também é estericamente congestionado

e necessitaria um nucleófilo pequeno e muito reativo para poder fornecer um

produto de adição.

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4-CONCLUSÃO

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Conclusão 37

4-Conclusão:

Os estudos aqui realizados demonstram que a síntese do microbiotol (1)

é bem mais problemática do que se poderia supor baseando-se em um exame

superficial na estrutura desse composto aparentemente simples.

Um exame criterioso da molécula do microbiotol, porém, permite

prever complicações devidas ao considerável número de centros quaternários,

capazes de promover grande impedimento estérico.

De fato, os dois centros quaternários do anel da esquerda em (1) foram

preparados com relativa facilidade transformando isoforona em (6), mas o

congestionamento estérico agora existente em (6), (62), (69), etc,

aparentemente impediu a adição da unidade estrutural de (63) à molécula para

prosseguimento da síntese.

1

OO

CO2CH3

R

OH

OIsoforona

62 R=CO2CH36 R=CO2H

69 R=CHO

63

Esquema 20

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Conclusão 38

Há, no entanto, indicações de que a dificuldade para adicionar a

estrutura de (63) às estruturas (62), (69), etc, é devida também a certas

características estruturais de (63): nem o enolato de (63) nem o correspondente

reagente de Reformatsky forneceram produtos de adição com benzaldeído em

bom rendimento e pureza, como se poderia esperar. Sendo o benzaldeído um

composto simples, muito apropriado para esse tipo de reação, normalmente

não gerando sub-produtos, esses resultados conduzem à conclusão de que o

enolato de (63) é pouco reativo para essas adições e muito sujeito a formação

de vários subprodutos.

Concluiu-se assim que a proposta de síntese de (1) deve ser revista. A

condensação de derivados de (6) com moléculas mais simples que (63) para a

construção do segundo anel de (1) deve se uma opção mais viável.

Uma rota sintética alternativa, que poderia dar bons resultados, é

apresentada abaixo.

CHO OR

+

OH

OR

O

O

OH

8569 86

651

R=OH, OTHP, etc.

Esquema 21: Rota síntética alternativa para a síntese do Microbiotol (1).

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Conclusão 39

É possível que o ânion do butinol (85), sendo um nucleófilo linear e de

baixo impedimento estérico na região vizinha ao carbânion, adicione-se com

facilidade à carbonila de (69). Poucas transformações conduziriam ao mesmo

intermediário (65), proposto anteriormente, viabilizando a retomada às etapas

finais da síntese originalmente proposta.

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5-EXPERIMENTAL

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Experimental 41

5-Experimental:

5.1-Introdução:

Os espectros de Ressonancia Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN-1H) foram registrados em um espectrômetro Bruker DPX-300 (300MHz). Os

deslocamentos químicos (δ) estão relatados em parte por milhão (ppm) em

relação ao tetrametilsilano (TMS), utilizado como padrão interno, colocando-

se entre parênteses a mutiplicidade (s=singleto, sl= singleto largo, d=dubleto,

t=tripleto, q=quarteto, dd=duplo dubleto, dt= duplo tripleto, dq=duplo

quarteto, m=mutipleto), a constante de acoplamento (J) em Hertz (Hz) e o

número de hidrogênios deduzidos a partir da integral relativa.

Os espectros de Ressonância Magnética Nuclear de Carbono 13 (RMN-13C) foram registrados a 75 MHz em um espectrômetro Bruker DPX-300 e

foram traçados de acordo com a conveniência utilizando-se as seguintes

técnicas:

BB – Broad Band;

DEPT – Distortionless Enhancement by Polarization Transfer.

Os espectros de absorção no infravermelho foram registrados em um

espectrofotômetro Perkin-Elmer modelo 1600-FT, em celas de KBr para

líquidos (filme) ou em pastilhas de KBr para sólidos.

Os espectros de massa de baixa resolução foram obtidos em um

aparelho HP GC/MS SYSTEM 5988-A por injeção das amostras através de

um cromatógrafo gasoso (coluna capilar HP-5 de 25m, 0,53mm de diâmetro e

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Experimental 42

espessura de filme de 0,23µm de diâmetro, ligeiramente apolar), utilizando-se

energia de ionização de 70eV. Os íons fragmentados foram descritos como

relação entre massa e carga (m/z) e a abundância relativa expressa em

porcentagem.

As cromatografias de camada delgada (CCD) foram realizadas

utilizando-se placas de sílica gel 60 da Merck.

Os pontos de fusão foram determinados em uma placa de aquecimento

segundo Kofler, com um termômetro não aferido, instalada em um

microscópio modelo Bristoline.

Para destilação horizontal, empregou-se um aparelho de destilação

evaporativa horizontal Kugelrohrofen Büchi, modelo GKR-50. As

temperaturas registradas referem-se à temperatura do forno.

Para concentrar as soluções orgânicas foram utilizados evaporadores

rotatórios do tipo Buchler e Büchi, operando sob pressão reduzida de

aproximadamente 20mmHg.

Os solventes e reagentes foram convenientemente purificados conforme

métodos usuais.

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Experimental 43

5.2- Esquema Geral das Reações Descritas:

1.

O O

CH3MgBrFeCl3

58 59

2.

O O

OMCPBA

59 60

CH2Cl2

3.

O

OCHO

O

BF3.Et2O

60 61

Benzeno

4.

CHO

O

CO2H

O

NaClO2

61 57

ButOH

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Experimental 44

5.

CO2H

O

CO2H

57 6

N2H4KOH

Dietilenoglicol

6.

CO2H CO2CH3

6 62

CH2N2

Éter Etílico

7.

CO2H CH2OH

6

LiAlH4

79

Éter Etílico

8.

CO2CH3 CHO

6269

Dibal-HCH2Cl2

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Experimental 45

9.

8079

CHOCH2OH A) PCC

B) DMP

10.

CO2H COCl

6 68

SOCl2

11.

OHO

O

OCH3

O

O74 75

MeOHH+

12.

OCH3

O

O

OCH3

O

OO

74 63

OHHO

H+

Benzeno

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Experimental 46

13.

OCH3

O

OOBr

OCH3

O

OO

63 70

LDABr2THF

14.

OCH3

O

OOOCH3

O

OOI

63 71

LDAI2

THF

15.

62 R=CO2CH368 R=COCl

63O

O

CO2Me

O

+CO2Me

OOR

LDATHF

64

16.

69 63O

O

CO2Me

OH

+CO2Me

OOCHO

LDATHF

83

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Experimental 47

17.

+ OCH3

O

OO XCHO

69

70 X=Br71 X=I

83

Zn

OH

CO2MeO

O

18.

CO2H

I

80

KBrO3 H2SO4

-

:

81

- OH

OI

O

O

19.

OI

O

AcO OAcOAc

8281

- OH

OI

O

O

Ac2OAcOH

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Experimental 48

5.3-Procedimentos:

5.3.1 - 3,5,5-trimetil-3-ciclo-hexenona-1 (59):

O O

CH3MgBrFeCl3

58 59

Borbulhou-se brometo de metilla 98% (Bromex ) em uma mistura de

éter etílico anidro (15mL) e aparas de magnésio (2,0g; 83,0mmoles). Manteve-

se a mistura sob refluxo suave, controlando-se a velocidade de adição do

brometo de metila, até todo o magnésio ser consumido. A reação foi iniciada

com iodo metálico (q.s.). Após o magnésio ser totalmente consumido,

completou-se o volume com éter etílico anidro (40mL), resfriou-se a mistura

com banho de gelo e adicionou-se FeCl3.6H2O (0,27g; 1,0mmol). Após a

dissolução do cloreto férrico, adicionou-se, gota a gota, isoforona (58)

destilada (9,0g; 65mmoles) dissolvida em 15mL de éter etílico anidro. Durante

a adição de isoforona, a mistura foi mantida a 00C. Aqueceu-se então a refluxo

por 1 hora e resfriou-se em seguida com banho de gelo, adicionou-se uma

mistura ácido acético glacial (5mL) em gelo picado (50g). A fase orgânica foi

separada e a fase aquosa foi extraída com éter etílico. As fases orgânicas foram

reunidas e lavadas com solução saturada de bicarbonato de sódio, água,

solução saturada de cloreto de sódio e secadas com sulfato de magnésio

anidro. Após eliminação do solvente, o resíduo foi destilado sob pressão

reduzida (~4mmHg) coletando-se a fração entre 58-590C.

Rendimento: 7,3800g, 53,47mmol, 82%.

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Experimental 49

Pureza (GC): 98%

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 5,40 (sl, 1H); 2,63 (sl, 2H); 2,22 (s,

1H); 1,70 (s, 3H); 1,03 (s, 6H).

RMN13C, 75MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 210,40; 132,53; 129,00; 53,25; 43,73;

36,43; 29,61; 22,50.

IV (cm-1): 1716, 1668, 1632, 1449, 1263, 1284.

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Experimental 50

5.3.2 - 3,5,5-trimetil-3,4-epóxi-ciclohexanona (60):

O O

OMCPBA

59 60

CH2Cl2

A uma solução do composto (59) (2,5g; 18,1mmoles) em diclorometano

(28mL), foi adicionada vagarosamente uma solução de ácido m-

cloroperbenzóico 85% (5g; 29mmol) em diclorometano (70mL), tempo de

adição 50 minutos, mantendo-se a temperatura a ~ 5 0 C durante a adição

(banho de gelo). Deixou-se agitando a temperatura ambiente por 1,5 hora e ao

final desse tempo, adicionou-se solução aquosa de sulfito de sódio a 10%

(140mL), deixando-se agitar por uma hora. Separou-se a fase aquosa da fase

orgânica. A fase aquosa foi extraída com diclorometano. As fases orgânicas

foram reunidas e lavadas com solução de bicarbonato de sódio a 5%, solução

saturada de cloreto de sódio e secadas com sulfato de magnésio anidro.

Evaporou-se o solvente. O produto foi destilado horizontalmente, a 50 0 C

(3mmHg).

Rendimento: 2,35g, 15,39mmol, 85%.

Pureza (GC): 99%.

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 2,83 (s, 1H); 2,68 (d, 1H, J=19Hz);

2,47 (d, 1H, J=16Hz); 2,27 (d, 1H, J=15Hz); 1,87 (d, 1H, J=15Hz);1,37 (s,

3H); 1,17 (s, 3H); 1,04 (s, 3H).

IV (cm-1): 1725, 1270, 920, 820.

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Experimental 51

5.3.3 - 1,2,2-trimetil-4-oxo-ciclopentanocarbaldeído (61):

O

OCHO

O

BF3.Et2O

60 61

Benzeno

A uma mistura do composto (60) (1,19g; 7,72mmol) em benzeno seco

(11,5mL) mantida sob refluxo, adicionou-se BF3.Et2O recém destilado

(0,604mL). Agitou-se ainda a refluxo por 5 minutos. Após esse tempo,

resfriou-se com banho de gelo e em seguida adicionou-se solução saturada de

bicarbonato de sódio, deixando-se agitar por 10 minutos. Separou-se a fase

orgânica e extraiu-se três vezes a fase aquosa com éter etílico. Juntou-se as

fases orgânicas, lavando-a em seguida com solução saturada de cloreto de

sódio e secando com sulfato de magnésio. Em seguida evaporou-se o solvente.

O produto não foi purificado, sendo submetido à oxidação.

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 9,73 (s, 1H); 2,83 (d, 1H, J=19Hz);

2,06 (d, 1H, J=19Hz); 2,27 (s, 2H); 1,33 (s, 3H); 1,15 ( s, 6H).

IV (cm-1): 2810, 2700, 1740, 1710, 1200, 1185.

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Experimental 52

5.3.4 - Ácido 1,2,2-trimetil-4-oxo-ciclopentanocarboxílico (57):

CHO

O

CO2H

O

NaClO2

61 57

ButOH

Dissolveu-se Na2PO4.H2O (2,0g; 14,5mmol) em água (15mL), pH 3,5.

Adicionou-se a uma solução de NaClO2 a 30% (6,0mL). Gotejou-se essa

mistura em um balão contendo uma solução do composto (61) (0,3010g), em t-

butanol (7,5mL) e 2-metil-buteno-2 (2,4mL). A mistura permaneceu sob

agitação a temperatura ambiente durante 3 horas. Após esse tempo, acertou-se

o pH da reação para 11 com NaOH, lavou-se duas vezes com hexano,

desprezando-se a fase orgânica. A fase aquosa foi acidulada com HCl até pH

3,5 e extraída com éter etílico. A fase orgânica foi secada com sulfato de

magnésio anidro, o solvente evaporado e o produto foi recristalizado em

hexano e éter etílico.

Ponto de fusão: 220-2230C.

Rendimento: 48%, (nas duas etapas, (60) → (61) → (57).

Pureza (RMN1H): 98%

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 9,5 (sl, 1H); 3,0 (d, 1H, J=19Hz); 2,4

(d, 1H, J=19Hz); 2,30 (d, 1H, J=19Hz); 2,25 (d, 1H, J=19Hz); 1,40 (s, 3H);

1,20 (s, 3H); 1,10 (s, 3H).

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Experimental 53

RMN13C, 75MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 216,91; 181,32; 51,98; 51,85; 48,13;

41,02; 25,20; 24,89; 19,50.

EM:m/z= 170 (M+); 125; 114; 86; 83; 56; 41.

IV (cm-1): 2963, 1733, 1699, 1262.

Preparação do 2-metil-2-buteno:

Agitou-se a temperatura ambiente uma mistura de álcool terc-amílico

(40mL) com uma solução de H2SO4 (25 ml) e água (50mL) durante 1 hora.

Destilou-se a mistura reacional em coluna de Vigreux, recolhendo-se a fração

a 350 C.

Rendimento: 91,5%

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Experimental 54

5.3.5 - Ácido 1,2,2-trimetil-ciclopentanocarboxílico (6):

CO2H

O

CO2H

57 6

N2H4KOH

Dietilenoglicol

Uma mistura do composto (57) (0,142g; 0,91mmol), hidrazina hidratada

80% (0,6286mL), hidróxido de potássio (0,4650g) e dietilenoglicol (5,803mL),

foi aquecida a refluxo por 18 horas (~1200C). Em seguida destilou-se a água

formada na reação até a temperatura interna atingir 2000C, coletando-se o

destilado. Levou-se a refluxo por mais 4h. Após esse tempo, deixou-se a

mistura resfriar a ~1200 e então diluiu-se com água, deixando-se resfriar

totalmente. Acidificou-se a mistura com HCl 6N a pH 2,5, extraindo-se em

seguida com hexano. Secou-se a fase orgânica com sulfato de magnésio.

Evaporou-se o solvente.

Ponto de Fusão: 190-1930C.

Rendimento: 68%.

Pureza (GC): 97%

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 11,85 (s, 1H); 2,35 (m,1H); 1,60 (m,

5H). 1,20 (s, 3H); 1,07 (s, 3H); 0,90 (s, 3H).

RMN13C, 75MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 184,18; 54,67; 44,25; 39,68; 34,70;

25,44; 23,92; 20,72; 19,88.

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Experimental 55

EM:m/z= 156 (M+), 138, 113, 111, 87, 70 55, 41.

IV (cm-1): 2966, 1695, 1457,1294,936.

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Experimental 56

5.3.6-1,2,2-trimetil-ciclopentanoato de metila (62):

CO2H CO2CH3

6 62

CH2N2

Éter Etílico

Preparação do Diazometano (CH2NH2):

Dissolveu-se 0,4658g de hidróxido de potássio (8.30mmol) em 10mL

de etanol. Em seguida, adicionou-se essa mistura a uma solução resfriada a

~00C de 2,1477g (10.02mmol) de p-toluil-sulfonil-metil-nitrosamida e 30mL

de éter, em sistema próprio para preparar diazometano. Após a adição ser

completada, esperou-se 5 minutos, destilando-se, em seguida, a solução etérea

de CH2NH2. A solução etérea destilada contém geralmente 0,32 a 0,35g de

diazometano.

Esterificação:

A 0,0926g (0,59mmol) do composto (6), solubilizado em 2mL de éter

etílico, adicionou-se a solução etérea destilada de diazometano até cessar o

desprendimento de gás e haver excesso de diazometano (observa-se a mistura

reacional ficar amarelada). Após a adição, evaporou-se o solvente.

Rendimento: 0,0976g, 0,57mmol, 97%.

Pureza (GC): 99%

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 3,65 (s, 3H); 2,33 (m, 1H); 1,5 (m,

5H); 1,06 (s, 3H); 0,93 (s, 3H); 0,75 (s, 3H).

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Experimental 57

5.3.7 - (1,2,2-trimetil-ciclopentil)-metanol (79):

CO2H CH2OH

6

LiAlH4

79

Éter Etílico

60 mg de hidreto de lítio e alumínio (1,56mmol) em 2mL de éter etílico

anidro em um balão, foi agitado, a 0C, sob atmosfera inerte. Em seguida

adicionou-se 156mg (1,0mmol) do composto (6) dissolvido em 2mL de éter

etílico anidro, retirou-se o banho de gelo, deixando a mistura reacional atingir

a temperatura ambiente. Agitou-se por 4 horas. Após esse tempo, resfriou-se a

00C e colocou-se 0,06mL de água, 0,06mL de solução de hidróxido de sódio a

15% e 0,18ml de água, deixando-se agitar por mais 30 minutos. Filtrou-se a

mistura, lavando o precipitado branco resultante com éter etílico, em seguida,

evaporou-se o solvente.

Ponto de fusão: 71-730C. Rendimento: 124,8 mg, 0,87mmol, 80,0 %. Pureza (GC): 98%. RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 3,5 (dd, 2H, J=10,55Hz,); 3,48 (s, 1H); 1,6 (m, 6H); 0,94 (s, 3H), 0,93 (s, 3H); 0,90 (s, 3H). RMN13C, 75MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 68,88; 47,36; 42,75; 40,37; 34,49; 25,26; 23,74; 19,72; 19,15. EM:m/z= 111 (M+-31); 95; 82; 81; 69; 55; 41; 31. IV (cm-1): 3332, 2870, 1389,1345,1039.

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Experimental 58

5.3.8-1,2,2-trimetil-ciclopentanocarbaldeido (69) a partir do composto (62):

CO2CH3 CHO

6269

Dibal-HCH2Cl2

Uma mistura do éster (62) (0,09769g; 0.574mmol) em 5mL de CH2Cl2

em um balão de três bocas, foi resfriada a -780C, com gelo seco e etanol. Após

o resfriamento, gotejou-se hidreto de diisobutilalumínio (0,63mL, solução 1M

em CH2Cl2). Após a reação ser completada, adicionou-se três gotas de

metanol, uma espátula de celite, uma espátula de Na2SO4 e quatro gotas de

água. Filtrou-se a mistura em um funil sinterizado, em seguida evaporou-se o

solvente.

A análise em CCD mostrou uma mistura de compostos complexa. Na

análise de RMN1H não foi possível identificar o produto desejado, e sim o

material de partida.

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Experimental 59

5.3.9-1,2,2-trimetil-ciclopentanocarbaldeido (69) a partir do álcool

(79):

6979

CHOCH2OHA) PCCB) DMP

Método A:

Em um balão, misturou-se 0,140g (1,0mmol) do álcool (79), 10mL de

CH2Cl2 anidro, 0,8585g de cloro-cromato de piridínio (PCC) e 0,3658g de

peneira molecular triturada (3Å). Deixou-se agitar por cerca de 16h à

temperatura ambiente. Após esse tempo, filtrou-se a mistura em coluna de

sílica gel. Evaporou-se o solvente.

Rendimento: 30,62%.

Os dados de RMN, correspondem aos dados do ácido (6) e do aldeído

(69) desejado.

Método B:

A uma solução de álcool (79) (40mg; 0,28mmol) em diclorometano

(0,8mL) foi adicionada uma solução de DMP (95,4mg) em diclorometano

(0,9mL) sob agitação magnética. Depois de 20 minutos a mistura homogênea

foi diluída com 4,5mL de éter, e à suspensão resultante foi colocado 1,8mL de

hidróxido de sódio 1,3M. Depois a mistura foi agitada por 10 minutos e a fase

etérea foi extraída com 1,8mL de hidróxido de sódio 1,3M e 2,27mL de água.

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Experimental 60

Secou-se com sulfato de magnésio anidro e em seguida evaporou-se o solvente

e o resíduo foi destilado sob pressão reduzida (500C, 2mmHg).

Rendimento: 0,0316g, 0,22mmol, 79%.

Pureza (GC): 96%

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 9,6 (s, 1H); 2,1 (m, 1H); 1,55 (m, 5H);

0,95 (s, 3H); 0,91 (s, 3H); 0,89 (s, 3H).

RMN13C, 75MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 206,33; 56,70; 43,72; 39,25; 28,68;

23,54; 22,87; 19,39; 15,41.

EM:m/z= 111 (M+-31); 95; 82; 81; 69; 55; 41; 31.

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Experimental 61

5.3.10 - Cloreto 1,2,2-trimetil-ciclopentanocarbonila (68):

CO2H COCl

6 68

SOCl2

Misturou-se o composto (6) (97,1mg; 0,69mmol) a cloreto de tionila

(0,912mL). Aqueceu-se a mistura até a completa solubilização do composto

(6). Aqueceu-se a refluxo por mais 1h. Em seguida, deixou-se a mistura no

balão, tampado com tubo de sílica durante 12h aproximadamente. Após esse

tempo, aqueceu-se a mistura no balão, sob pressão, para eliminar o excesso de

cloreto de tionila. Destilou-se horizontalmente (250C, 1,1mmHg), obtendo-se

um líquido incolor.

Rendimento: 0,1061g, 0,61mmol, 98%.

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 1,75 (m, 6H), 1,23 (s, 3H), 0,73 (s,

6H).

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Experimental 62

5.3.11 - 4-oxo-pentanoato de metila ou Levulinato de metila (75):

OHO

O

OCH3

O

O74 75

MeOHH+

Uma mistura de ácido levulínico (74) (7,0042g; 60,3mmoles), metanol

(24,5mL) e ácido sulfúrico concentrado (0,7mL), foi refluxada durante 4

horas. Após esse período, destilou-se o excesso de metanol. Deixou-se resfriar

a mistura a temperatura ambiente, diluiu-se com água e em seguida extraiu-se

com diclorometano. Lavou-se a fase orgânica com solução saturada de

bicarbonato de sódio, secou-se com sulfato de magnésio e evaporou-se o

solvente, obtendo-se um líquido de aspecto oleoso, levemente amarelado.

Rendimento: 6,2796g, 48,30mmol, 80%.

Pureza (GC): 98%.

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 3,7 (s, 3H); 2,45 (t, 2H, J=10Hz); 2,60

(t, 2H, J=10Hz); 2,1 (s, 3H).

RMN13C, 75MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 206,41; 172,90; 51,41;37,59; 29,47;

27,41.

EM:m/z= 130(M+); 115 ; 99; 88; 81; 71; 55, 43.

IV (cm-1): 2954, 1736, 1437, 1360, 1212, 1160, 969.

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Experimental 63

5.3.12 - 3-(2-metil[[[[1,3]]]]-2-dioxolanil-propionato de metila (63):

OCH3

O

O

OCH3

O

OO

74 63

OHHO

H+

Benzeno

Uma mistura do composto (74) (0,5270g; 4,053mmoles), etilenoglicol

(2,85g), ácido p-toluenosulfônio (0,0222g) e benzeno (40,49mL), foi refluxada

em aparato com Dean-Starck por 16 horas. Após esse tempo, a mistura

reacional foi resfriada em banho de gelo, adicionando-se na mistura uma

pastilha de hidróxido de potássio. Diluiu-se com água e éter e separou-se a

fase orgânica, lavando-se com água e secando-se com carbonato de potássio

anidro.

Rendimento: 0,5219g, 3,07mmol,74% Pureza (GC): 99% RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 3,70 (sl, 4H); 3,55 (s, 3 H); 2,25 (t, 2H, J=10Hz); 1,89 (t, 2H, J=10Hz); 1,19 (s, 3H). RMN13C, 75MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 173,71; 108,82; 64,51; 51,26; 33,74; 28,54; 23,67; 14,99. EM:m/z=173 (M+-1); 143; 99; 87; 71; 55; 43. IV (cm-1): 2983, 2884,1737, 1438, 1377, 1196, 1136, 948, 864.

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Experimental 64

5.3.13 - 2-Bromo-3-(2-metil[[[[1,3]]]]2-dioxolanil-propionato de metila

(70):

OCH3

O

OOBr

OCH3

O

OO

63 70

LDABr2THF

Tratou-se diisopropilamina (0,2425g;~2.4mmol) em THF anidro

(2,4mL, 00C, atmosfera inerte) com butil-lítio (2,2mmol), deixando-se agitar

por 15 minutos. Em seguida, baixou-se a temperatura para -780C Adicionou-se

o composto (63) (0,348g; ~2mmol) deixando-se agitar por 30 minutos. Após

esse tempo deixou-se a mistura atingir a temperatura ambiente e à solução do

enolato foi adicionada à uma solução de Br2 (0,1229mL, 0,3835g, ~2,4mmol)

em 2mL de THF anidro, sob atmosfera inerte, mantendo-se a temperatura a -

780C. Após a adição ser completada, elevou-se a temperatura a 00C e

adicionou-se solução saturada de cloreto de amônio. A mistura foi lavada com

água (2 vezes) contendo tiossulfato de sódio, suficiente para remover o

excesso de bromo. Secou-se com sulfato de magnésio e evaporou-se o

solvente.

Rendimento: 0,2631g, 1,40mmol, 52%.

RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 4,1 (dd, 1H, J=11Hz, J=5Hz); 3,71 (m,

4H); 3,62 (s,3H); 2,55 (dd, 1H, J=14Hz; J=11Hz); 2,2 (dd, 1H, J=14Hz;

J=5Hz); 1,2 (s, 3H).

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Experimental 65

5.3.14 - 2-Iodo -3-(2-metil[[[[1,3]]]]2-dioxolanil-propionato de metila

(71):

OCH3

O

OOOCH3

O

OOI

63 71

LDAI2

THF

Tratou-se diisopropilamina (0,1819g;~1,8mmol) em THF anidro

(1,8mL, 00C, atmosfera inerte) com butil-lítio (1,65mmol), deixando-se agitar

por 15 minutos. Em seguida, baixou-se a temperatura para -780C Adicionou-se

o composto (63) (0,2613g;~1,5mmol) deixando-se agitar por 30 minutos. Após

esse tempo deixou-se a mistura atingir a temperatura ambiente e a solução do

enolato foi adicionada à uma solução de I2 (0,4553g, ~1,8mmol) em 1,8mL de

THF, mantendo-se a temperatura a -780C. Após a adição ser completada,

elevou-se a temperatura a 00C e adicionou-se solução saturada de cloreto de

amônio. A mistura foi lavada com água (2 vezes) contendo tiossulfato de

sódio, suficiente para remover o excesso de iodo. Secou-se com sulfato de

magnésio e evaporou-se o solvente.

Rendimento: 0,3378g, 1,12mmol, 75%. Pureza (GC): 96% (RMN1H) RMN1H, 300MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 4,41 (dd, 1H, J=11,8Hz, J=2,9Hz); 3,9 (m,4H); 3,73 (s,3H); 2,86 (dd, 1H, J=14,4Hz; J=11,8Hz); 2,37 (dd, 1H, J=14,4Hz; J=2,9Hz; 1,3 (s, 3H). RMN13C, 75MHz, (CDCl3): δδδδ(ppm): 172,29; 109,41; 64,70; 64,68; 52,68; 46,29; 23,95; 13,20.

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Experimental 66

5.3.15- Tentativa de preparação do ββββ-ceto-éster (64) Método A:

62 63O

O

CO2Me

O

+CO2Me

OOCO2CH3

LDATHF

64

Em um balão, equipado com agitador magnético, banho de gelo (00C),

tratou-se diisopropilamina (0,1210g~1,2mmol) com butil-lítio (1,10mmol).

Deixou-se agitando por 15 minutos e após esse tempo, baixou-se a temperatura

para -780C, com banho de gelo seco e etanol. Adicionou-se o composto (63)

(0,1750g, ~1mmol) gota a gota (tempo de adição de 5 minutos), deixando-se

sob agitação por 15 minutos. Em seguida, adicionou-se o composto (62),

(0,1702g, ~1mmol), deixando-se agitar por 40 minutos. Após esse tempo,

adicionou-se solução saturada de NH4Cl. Retirou-se do banho de gelo seco e

etanol e após a mistura atingir a temperatura ambiente, deixou-se agitando por

mais alguns minutos. Extraiu-se a mistura com éter, lavou-se com solução de

cloreto de sódio e secou-se com sulfato de magnésio. Evaporou-se o solvente,

obtendo-se um líquido amarelo.

Nas análise de RMN1H da mistura resultante, além de inúmeros

subprodutos não identificados, detectou-se os deslocamentos químicos

correspondentes ao dímero do composto (93), e não foi detectado o produto

desejado.

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Experimental 67

5.3.16- Tentativa de preparação do ββββ-ceto-éster (64) Método B:

68 63O

O

CO2Me

O

+CO2Me

OOCOCl

LDATHF

64

Em um balão de três bocas, equipado com agitador magnético, banho de

gelo (a 00C) e atmosfera inerte, tratou-se diisopropilamina (0,05956g; ~0,59

mmol) em THF (0,5mL) com butil-lítio (0,55mmol). Deixou-se agitando por

15 minutos e após esse tempo, baixou-se a temperatura para -780C, com banho

de gelo seco e etanol. Adicionou-se o composto (63) (0,0875g, ~0,51mmol)

gota a gota, deixando-se sob agitação por 15 minutos. Em seguida, adicionou-

se essa mistura ao composto (68), (0,0871g, ~0.50mmol) em THF (0,5mL),

deixando-se agitar por 40 minutos. Após esse tempo, adicionou-se solução

saturada de NH4Cl. Retirou-se do banho de gelo seco e etanol e após a mistura

atingir a temperatura ambiente, deixou-se agitando por mais alguns minutos.

Extraiu-se a mistura com éter, lavou-se com solução de cloreto de sódio e

secou-se com sulfato de magnésio anidro. Evaporou-se o solvente.

Nas análise de RMN1H do produto, além de inúmeros subprodutos não

identificados, detectou-se os deslocamentos químicos correspondentes ao

ácido (6) e ao éster (63), não se detectando o produto desejado.

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Experimental 68

5.3.16- Tentativa de preparação do ββββ-hidroxi-éster (83):

69 63O

O

CO2Me

OH

+CO2Me

OOCHO

LDATHF

83

Em um balão de três bocas, equipado com agitador magnético, banho de

gelo (00C), tratou-se diisopropilamina (0,0510g, 0,50mmol) em

tetrahidrofurano com butil-lítio (0,45mmol). Deixou-se agitando por 10

minutos e após esse tempo, baixou-se a temperatura para -780C, com banho de

gelo seco e etanol. Adicionou-se o composto (63) (0,865g, ~0,45mmol) gota a

gota, deixando-se sob agitação por 15 minutos. Em seguida, adicionou-se o

composto (69), (0,0631g, ~0,45mmol), deixando-se agitar por 40 minutos.

Após esse tempo, adicionou-se solução saturada de NH4Cl. Retirou-se do

banho de gelo seco e etanol e após a mistura voltar a temperatura ambiente,

deixou-se agitando por mais alguns minutos. Extraiu-se a mistura com éter,

lavou-se com solução de cloreto de sódio e secou-se com sulfato de magnésio

anidro. Evaporou-se o solvente.

As análises de RMN1H indicaram a presença do substrato (63) e do

aldeído (69),além de muitos outros subprodutos não identificados.

A solução do enolato do éster (63) foi adicionada à mistura do

composto (69) em uma adição inversa., porém o produto novamente não foi

obtido.

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Experimental 69

5.3.17-Tentativa de preparação do ββββ-hidroxi-éster (83):

+ OCH3

O

OO XCHO

69

70 X=Br71 X=I

83

Zn

OH

CO2MeO

O

Aldeído(69) (mol)

α-haloéster (mmol)

Zn (mmol)

Solvente (mL)

Produto Obtido

0,72 mmol (70); 1,92

2,0 Éter-Benzeno 0,90:3,98

(69) e (63) + subprodutos

0,9 mmol (71); 2,4

2,5 Éter-Benzeno 1,24:5,0

(83), (69), (63) + subprodutos

Procedimento Geral:

Zinco ativo foi tratado, sob atmosfera de nitrogênio, com um cristal de

iodo e cerca de 1mL de uma solução de α-haloéster e do aldeído (69) em

solvente. A mistura foi aquecida para iniciar a reação e o restante da solução

foi adicionado gota a gota. A mistura reacional foi aquecida a refluxo por 1

hora. Após esse tempo de aquecimento, mistura reacional foi resfriada,

adicionando-se em seguida solução saturada de cloreto de amônio. A mistura

foi diluída com água e éter etílico, a fase orgânica foi separada, lavada com

água e secada com MgSO4 anidro. O solvente foi evaporado.

O produto da reação foi detectado por RMN1H em alguns

procedimentos, porém em pequena quantidade e outros subprodutos.

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Experimental 70

5.3.18- Ácido o-iodoxibenzóico (IBX) (81):

H2SO4

KBrO3-+

- OHO

OI

O

I

COOH8081

Bromato de potássio (3,5680g; 21,36mmol) foi adicionado por um

período de 30 minutos sob forte agitação a uma mistura de ácido 2-

iodobenzóico (4,00g, ~16,12mmol) e 34,27mL de ácido sulfúrico 0,73M.

Durante a adição, a temperatura da mistura reacional foi mantida abaixo de

550C. A temperatura da mistura foi elevada a 650C e agitada por 3,6 horas. Em

seguida, resfriou-se a mistura reacional a 00C, filtrou-se e lavou-se o

precipitado com 47mL de água e duas porções de 25mL de etanol, resultando

em um sólido, branco, amorfo, que foi seco em dessecador, a vácuo, por 48

horas.

Rendimento: 4,4504g, 98,54%.

P.F.: 220-2230C.

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Experimental 71

5.3.19-Preparação da periodinana de Dess-Martin (91):

OI

O

AcO OAcOAc

9190

- OH

OI

O

O

Ac2OAcOH

Uma mistura do composto (90), (4,0179g, 14.34mmol) em anidrido

acético (13,50g, 132.39mmol) e ácido acético (11mL) foi agitada e aquecida a

1000C sob atmosfera inerte. Depois de 40 minutos o sólido solubilizou

totalmente. Após esse tempo, a mistura foi resfriada a temperatura ambiente, e

o balão contendo a mistura reacional foi vedado hermeticamente, ainda sob

atmosfera inerte, envolvido em folha de alumínio e deixado a temperatura de

±80C, em ambiente externo seco. Após 48 horas, o solvente é retirado por

aspiração com seringa e o sólido remanescente é lavado cinco vezes com 30 ml

de éter. O produto foi seco em bomba de vácuo e armazenado sob atmosfera

inerte.

Rendimento: 3,3695g, 79 %.

P.F.: 132-1340C.

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6-SEÇÃO DE ESPECTROS

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Seção de Espectros 73

6-Seção de Espectros: 6.1-Introdução:

A numeração dos átomos de carbono desta seção não segue nenhuma norma ou recomendação oficial. O objetivo da numeração é facilitar a identificação dos átomos de hidrogênio nas discussões dos espectros. 6.2- Espectros Selecionados:

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Seção de Espectros 74

6.2.1-Espectro de RMN H1 do composto (58):

O58

12

3

45

6

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Seção de Espectros 75

O58

12

3

45

6

δδδδ (ppm) Atribuições Sinal 5,40 H em C-4 sl 2,63 H em C-2 sl 2,22 H em C-6 sl 1,70 metila em C-3 s 1,03 metila em C-5 s

O espectro de RMN1H do composto (58) apresenta sinais de absorção na forma um singleto largo em 5,40 ppm, atribuído ao hidrogênio olefínico, em C-4. Os singletos largos em 2,63 e 2,22 ppm foram atribuídos aos hidrogênios em C-2 e C-6 respectivamente. O singleto em 1,7 ppm foi atribuído aos hidrogênios metílicos em C-3. O singleto em 1,03 foi atribuído aos hidrogênios dos dois grupos metilas em C-5.

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Seção de Espectros 76

6.2.2-Espectro de RMN 13C do composto (58) (BB)

O58

12

3

45

6

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Seção de Espectros 77

6.2.3-Espectro de RMN 13C do composto (58) (DEPT)

O58

12

3

45

6

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Seção de Espectros 78

O58

12

3

45

6

δδδδ (ppm) Atribuições 210,40 C C-1 132,53 CH C-4 olefínico 129,00 C C-3 53,25 CH2 C-6 43,73 CH2 C-2 36,43 C C-5 29,61 CH3 metila em C-5 22,50 CH3 metila em C-3

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Seção de Espectros 79

6.2.4-Espectro de Infravermelho do Composto (58):

O58

12

3

45

6

νννν (cm-1) Atribuição

2955 deformação axial de C-H 2865 deformação axial de C-H 1716 deformação axial de C=O 1688 deformação axial C=C 1632 deformação axial C=C 1449 deformação angular deC-H de CH3

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Seção de Espectros 80

6.2.5- Espectro de RMN H1 do composto (57):

CO2H

O 57

12

34 5

6

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Seção de Espectros 81

CO2H

O 57

12

34 5

6

δδδδ (ppm) Atribuições Sinal J(Hz) 9,60 H-carboxila sl 3,00 H em C-5 d Jgem=19 2,40 H em C-3 d Jgem=19 2,30 H em C-5 d Jgem=19 2,25 H em C-3 d Jgem=19 1,40 metila em C-1 s 1,20 metila em C-2 s 1,10 metila em C-2 s

O composto (57) apresenta sinais de absorção na forma de singleto largo em 9,60 ppm, atribuído ao hidrogênio da carboxila. Os hidrogênios em C-5 acoplam entre si, o mesmos ocorrendo com os hidrogênios em C-3. Com isso os hidrogênios em C-5 fornecem um duplo dubleto em 3,00 ppm e 2,30 ppm. Os hidrogênios em C-3 também fornecem um duplo dubleto em 2,40 ppm e 2,25 ppm. O singleto em 1,40 foi atribuído aos hidrogênios metílicos em C-1. os hidrogênios do grupo metílico em C-2 apresenta um singleto em 1,20 ppm. O singleto em 1,10 ppm foi atribuído aos hidrogênios do outro grupo metila de C-2.

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Seção de Espectros 82

6.2.6- Espectro de RMN 13C do composto(57) -BB:

CO2H

O 57

12

34 5

6

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Seção de Espectros 83

6.2.7-Espectro de RMN13C do composto (57) -DEPT:

CO2H

O 57

12

34 5

6

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Seção de Espectros 84

CO2H

O 57

12

34 5

6

δδδδ (ppm) Atribuições 216,91 C C-4 181,32 C C-6 51,98 CH2 C-5 51,85 CH2 C-3 48,13 C C-1 41,02 C C-2 25,20 CH3 C-1 24,89 CH3 C-2 19,50 CH3 C-2

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Seção de Espectros 85

6.2.8-Espectro de Infravermelho do composto (57):

CO2H

O 57

12

34 5

6

νννν (cm-1) Atribuição 1733 deformação axial de C=O 1699 deformação axial de C=O 1302 deformação axial de C-O

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Seção de Espectros 86

6.2.9-Espectro de Massa do composto (57):

CO2H

O 57

12

34 5

6

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Seção de Espectros 87

Fragmento m/z abundância

CO2H

O

170

1,93

CO2H

O

155

10,40

O

125

19,51

CO2H

114

65,84

CO2H

86

100

O

83

23,13

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Seção de Espectros 88

6.2.10-Espectro de RMN1H do composto (6):

CO2H

6

123

45

6

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Seção de Espectros 89

CO2H

6

123

45

6

δδδδ (ppm) Atribuições Sinal 11,85 H carboxílico sl 2,35 H em C-5 m 1,60 H em C-3, 4 e 5 m 1,20 CH3 em C-1 s 1,07 CH3 em C-2 s 0,90 CH3 em C-2 s

O composto (6) apresenta um sinal de absorção na forma de um singleto largo em 11,85 ppm atribuído ao hidrogênio da carboxila em C-6. O multipleto em 2,35 ppm foi atribuído a um dos hidrogênios metilênicos em C-5. O multipleto em 2,93 foi atribuído aos hidrogênios nos carbonos 3, 4 e 5. O sinal em 1,20 foi atribuído aos hidrogênios metílicos em C-1.e as absorções na forma de singleto em 1,07 e 0,9 ppm foram atribuídas aos hidrogênios metílicos no carbono 2.

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Seção de Espectros 90

6.2.11-Espectro de RMN13C do composto (6) - BB:

CO2H

6

123

45

6

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Seção de Espectros 91

6.2.12- Espectro de RMN13C do composto (6)-DEPT:

CO2H

6

123

45

6

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Seção de Espectros 92

CO2H

6

123

45

6

δδδδ (ppm) Atribuições 184,18 C C-6 54,67 C C-1 44,25 C C-2 39,68 CH2 C-5 34,70 CH2 C-3 25,55 CH2 C-4 23,92 CH3 C-1 20,72 CH3 C-2 19,88 CH3 C-2

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Seção de Espectros 93

6.2.13-Espectro de Infravermelho do composto (6):

CO2H

6

123

45

6

νννν (cm-1) Atribuição 1695 deformação axial de C=O 1457 deformação angular C-O-H 1294 deformação axial de C-O

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Seção de Espectros 94

6.2.14-Espectro de Massa do composto (6):

CO2H

6

123

45

6

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Seção de Espectros 95

Fragmento m/z abundância

CO2H

156

0,92

C O

138

5,02

O

CH2OH

H

87

57,52

70

100

H2CO

55

34,87

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Seção de Espectros 96

6.2.15-Espectro de RMN1H do composto (69):

CHO

69

123

45

6

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Seção de Espectros 97

CHO

69

123

45

6

δδδδ (ppm) Atribuições Sinal 9,6 H em C-6 s 2,1 H em C-5 m 1,55 H em C-3 ,4 e 5 m 0,95 CH3 em C-1 s 0,91 CH3 em C-2 s 089 CH3 em C-2 s

O espectro de RMN1H do composto (69) mostra sinais de absorção na forma de singleto em 9,6 ppm, atribuído ao hidrogênio da carbonila de aldeído no C-6. o multipleto em 2,1 ppm foi atribuído a um dos hidrogênios em C-5. Já o multipleto em 1,55 foi atribuído aos hidrogênios nos carbonos 3, 4, e 5. O sinal de absorção na forma de singleto em 0,95 foi atribuído aos hidrogênios metílicos de C-1. Os grupos metila em C-2, apresentam sinais de absorção em forma de singleto em 0,91 ppm e 0,89.

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Seção de Espectros 98

6.2.16-Espectro de RMN13C do composto (69) - BB:

CHO

69

123

45

6

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Seção de Espectros 99

CHO

69

123

45

6

δδδδ (ppm) Atribuições 206,33 C C-6 56,70 C C-1 43,72 C C-2 39,25 CH2 C-5 28,68 CH2 C-3 23,54 CH2 C-4 22,87 CH3 C-1 19,39 CH3 C-2 15,41 CH3 C-2

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Seção de Espectros 100

6.2.17-Espectro de Infravermelho do composto (69):

CHO

69

123

45

6

νννν (cm-1) Atribuição 2980,2830 deformação axial de C-:H 1700 deformação axial C=O 1380 Deformação angular de C-H de aldeído

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Seção de Espectros 101

6.2.18-Espectro de Massa do Composto (69):

CHO

69

123

45

6

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Seção de Espectros 102

Fragmento m/z abundância

111

88,41

95

31,58

CH2

82

31,08

CH2

81

45,34

69

100

HC

55 50,20

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Seção de Espectros 103

6.2.19-Espectro de RMN1H do composto (75):

OCH3

O

O75

234

56

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Seção de Espectros 104

OCH3

O

O75

234

56

1

δδδδ (ppm) Atribuições Sinal J(Hz) 3,7 CH3 em C-1 s 2,60 CH2 em C-4 t 10 2,45 CH2 em C-3 t 10 2,10 CH3 em C-6 s

O composto (75) presenta sinais de absorção na forma de singleto em 3,7 ppm, atribuído à metila do éster. Os hidrogênios em C-3 e C-4 acoplam entre si e fornecem um tripleto em 2,60, atribuído aos hidrogênios em C-4 e outro tripleto em 2,45 ppm, atribuído aos hidrogênios do carbono 3. O singleto em 2,1 ppm foi atribuído aos hidrogênios metílicos em C-6.

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Seção de Espectros 105

6.2.20-Espectro de RMN13C do composto (75)-BB:

OCH3

O

O75

234

56

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Seção de Espectros 106

6.2.21-Espectro de RMN13C do composto (75)-DEPT:

OCH3

O

O75

234

56

1

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Seção de Espectros 107

OCH3

O

O75

234

56

1

δδδδ (ppm) Atribuições 206,41 C C-2 172,90 C C-5 51,41 CH2 C-3 37,59 CH2 C-4 29,47 CH3 C-1 27,41 CH3 C-6

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Seção de Espectros 108

6.2.22-Espectro de Infravermelho do composto (75):

OCH3

O

O75

234

56 1

νννν (cm-1) Atribuição 2954 deformação axial de C-H 1736 deformação axial C=O 1437 deformação angular de C-H

1360, 1160 deformação axial de C-O de éster

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Seção de Espectros 109

6.2.23-Espectro de Massa do composto (75)

OCH3

O

O75

234

56

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Seção de Espectros 110

Fragmento m/z abundância

OCH3

O

O

130

8,57

OO

O

115

100

O

O

99

93,22

OCH3

OH

H2C

88 31,71

O

O

71

25,39

O

55

10,72

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Seção de Espectros 111

6.2.24-Espectro de RMN1H do composto (63):

OCH3

O

OO

6312345

6

77

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Seção de Espectros 112

OCH3

O

OO

6312345

6

77

δδδδ (ppm) Atribuições Sinal J(Hz) 3,7 CH2 em C-7 sl 3,55 CH3 em C-1 s 2,25 CH2 em C-3 t 10 1,89 CH2 em C-4 t 10 1,19 CH3 em C-6 s

O composto (73) presenta sinais de absorção na forma de singleto largo em 3,7 ppm, atribuído aos hidrogênios em C-7.O sinal de absorção na forma de singleto em 3,55 ppm foi atribuído aos hidrogênios metílicos do éster, em C-1 Os hidrogênios em C-3 e C-4 acoplam entre si e fornecem um tripleto em 2,25, atribuído aos hidrogênios em C-4 e outro tripleto em 1,89 ppm, atribuído aos hidrogênios do carbono 3. O singleto em 1,19 ppm foi atribuído aos hidrogênios metílicos em C-6.

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Seção de Espectros 113

6.2.25-Espectro de RMN13C do composto (63)-BB:

OCH3

O

OO

6312345

6

77

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Seção de Espectros 114

6.2.26-Espectro de RMN13C do composto (63)-DEPT:

OCH3

O

OO

6312345

6

77

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Seção de Espectros 115

OCH3

O

OO

6312345

6

77

δδδδ (ppm) Atribuições 173,71 C C-2 108,82 C C-5 64,51 CH2 C-7 63,42 CH2 C-7 51,26 CH3 C-1 33,74 CH2 C-3 28,54 CH2 C-4 23,67 CH3 C-6

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Seção de Espectros 116

6.2.27-Espectro de Infravermelho do composto (63):

OCH3

O

OO

6312345

6

77

νννν (cm-1) Atribuição 2983, 2884 deformação axial de C-H 1737 deformação axial de C=O 1377. 1053 deformação axial de C-O de éster

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Seção de Espectros 117

6.2.28-Espectro de Massa do composto (63):

OCH3

O

OO

6312345

6

77

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Seção de Espectros 118

Fragmento m/z abundância

OCH2

O

OO

10,8

O

OO

143

16,13

OCH3

OH

87 100

O

O

71 7,64

O

55 14,45

CH3C O 43 71,22

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7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Referências Bibliográficas

120

7-Referências Bibliográficas: 1. University of British Columbia Botanical Garden Plants Introductions:

Home Page

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