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Cipreste 1.00 € II série nº 9 Mensal 03 de Maio de 2010 Director: Miguel Midões Fundado em 1997 Saída do Heli SAV do INEM custa mil euros Museu de Arte Sacra ultrapassa seis mil visitantes num ano |P 15 Coligação vence em Salselas, sem margem para dú- vidas |P 8 N o passado mês de Abril, a ministra da Saúde, Ana Jorge, acompanhada pelo presidente do INEM esteve no Heliporto Municipal de Macedo de Cavaleiros para inaugurar oficialmente, pois já es- tava a funcionar, o heli SAV do INEM. O meio aéreo de socorro servirá cerca de 400 mil habitantes, transportará sinistrados do local do acidente para hospitais e cada saída custará mil euros. Com o heli- cóptero veio ainda uma VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), com ela vieram médicos e enfermeiros. Tripulação custa 150 euros à hora. |P 6 Tribunal julga homicídio em Vale Prados O homem de 75 anos, que terá morto a tiro um outro homem que entrou na sua propriedade, encapuzado e armado, a 29 de Junho do ano passado, começou a ser julgado no Tribunal de Macedo de Cavaleiros. A mulher do arguido foi a primeira testemunha a ser ouvida e acabou por ver aberto, pelo Ministério público, um processo-crime por ter dado declarações contraditórias. O “atirador” reside no Bairro da Suécia (Macedo de Cavaleiros) e está a ser acusado de homicí- dio simples qualificado e por uso e posse de arma ilegal. |P 9 “Até ao momento estão intervenciona- dos quinze sítios arqueológicos. Destes, o concelho tem cinco classificados como de interesse nacional”. Carlos Mendes|Entrevista P 12

Cipreste 9, Mai 2010

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Jornal Cipreste, nº 9, 3 de Maio de 2010

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Page 1: Cipreste 9, Mai 2010

| Cipreste | 03 de Maio de 2010 | 1

Cipreste1.00 €II série nº 9 Mensal03 de Maio de 2010Director: Miguel Midões Fundado em 1997

Saída do Heli SAV do INEM custa mil euros

Museu de Arte Sacra ultrapassa seis mil visitantes num ano |P 15

Coligação vence em Salselas, sem margem para dú-vidas |P 8

No passado mês de Abril, a ministra da Saúde, Ana Jorge, acompanhada pelo presidente do INEM esteve no Heliporto Municipal de Macedo de Cavaleiros para inaugurar oficialmente, pois já es-

tava a funcionar, o heli SAV do INEM. O meio aéreo de socorro servirá cerca de 400 mil habitantes, transportará sinistrados do local do acidente para hospitais e cada saída custará mil euros. Com o heli-cóptero veio ainda uma VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), com ela vieram médicos e enfermeiros. Tripulação custa 150 euros à hora. |P 6

Tribunal julga homicídio em Vale PradosO homem de 75 anos, que terá morto a tiro um outro homem que entrou na sua propriedade,

encapuzado e armado, a 29 de Junho do ano passado, começou a ser julgado no Tribunal de Macedo de Cavaleiros. A mulher do arguido foi a primeira testemunha a ser ouvida e acabou por ver aberto, pelo Ministério público, um processo-crime por ter dado declarações contraditórias.

O “atirador” reside no Bairro da Suécia (Macedo de Cavaleiros) e está a ser acusado de homicí-dio simples qualificado e por uso e posse de arma ilegal.

|P 9

“Até ao momento estão intervenciona-dos quinze sítios arqueológicos. Destes, o concelho tem cinco classificados como de interesse nacional”.

Carlos Mendes|Entrevista P 12

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2 | 03 de Maio de 2010 | Cipreste |

Destaque

O prejuízo do CHNE (Centro Hospitalar do Nordeste) relati-

vo a 2009 é 30% superior, por comparação com o ano ante-rior. O Centro que agrupa os hospitais de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela viu os números das despesas subi-rem 3,5 milhões de euros. Em 2008, o prejuízo foi de 9 M€, ao passo que em 2009, e apesar das contas ainda não estarem fechadas, chegam aos 12,5M€.

A administração do CHNE desculpa os números com o aumento das despesas em ma-terial clínico, bem como com os funcionários. “Se excluirmos o material clínico, em que tive-mos 7% de aumento; custos com pessoal de 2,2%, tendo ac-tualizado os salários da função pública”, justifica António Mar-çoa, vogal da Administração. O mesmo responsável afirma que a justificar a subida dos custos com o material clínico está so-bretudo o aumento das cirur-gias às cataratas. “Triplicámos de 2008 para 2009. Tínhamos cerca de 700 cirurgias e agora temos 2000. Isto consome bas-

tante, desde lentes a medica-mentos no pós-operatório”. An-tónio Marçoa ressalva que, sem os custos das operações às ca-taratas, os prejuízos baixariam dos sete para cerca dos 3%”.

Custos com transporte pesam na factura

A região também não ajuda nas contas do CHNE, sobretu-do porque as longas distâncias implicam um gasto adicional com os transportes. “Juntando os custos do transporte com a população que temos, com grandes necessidades de saú-de, porque é envelhecida, e sem rendimento per capita, que necessita de apoio na acessi-bilidade”, o bolo final cresce. O valor do gasto neste aspecto ultrapassa, segundo o vogal da administração o milhão e meio de euros por ano.

Não haverá despedi-mentos

António Marçoa descansa e afirma que, apesar das contas negativas, não irão haver des-

pedimentos no Centro Hospi-talar. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Isto não é uma fábrica, é um Hospital”. Para controlar custos com o pessoal, apenas poderia haver despedimentos, diz António Marçoa, se houvesse excesso de funcionários.

O vogal da administração afirma que o peso do pessoal está na área clínica, nomeada-mente, Médicos, Enfermeiros e Técnicos de Diagnóstico e Te-rapêutica, que são áreas onde “não há pessoal excedentário”.

Poderá haver sim é a re-adaptação de colaboradores para secções onde o CHNE es-tava a precisar de realizar con-tratos a prazo.

CHNE desvaloriza nú-meros do CHTMAD

O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro teve um saldo bastante positi-vo nas contas de 2009. A ges-tão de Carlos Vaz conseguiu um lucro superior a 20 milhões de euros. A administração do CHNE desvaloriza dizendo

que não recebe pelos mesmos serviços, o mesmo que recebe o CHTMAD. “Se recebêsse-mos o mesmo pelas consultas, pelas urgências receberíamos mais cerca de 20 milhões de euros do que recebemos.” An-tónio Marçoa salienta ainda que se o CHTMAD recebes-se os mesmos valores que o CHNE teria um saldo negativo de vários milhões de euros.

O responsável adianta ain-da que o Centro Hospitalar do Nordeste se candidatou a um reajustamento orçamental do Governo para conseguir equi-librar as contas.

PSD preocupado, PS fala em “obra”

É com preocupação que Adão Silva, deputado do PSD eleito pelo distrito de Bragan-ça vê as actuais contas do CHNE. O deputado afirma que ao constituir o Centro Hospi-talar, o Estado não se preo-cupou em garantir cuidados de saúde de proximidade à população, mas sim em criar “gigantismos” para reduzir os

custos. Mas, mesmo assim, tal não está a acontecer. “Tarde ou cedo, a consequência da redução de transferências ha-via de vir”, diz Adão Silva, que teme ainda que estas conse-quências da falta de dinheiro cheguem, mais tarde, aos cui-dados de saúde normais que o CHNE tem que dar.

Já Mota Andrade, deputa-do do PS, lembra a obra feita nas três unidades, mas so-bretudo na unidade hospitalar de Bragança e que a dívida deve-se ao fim do pagamen-tos dos factores de conver-gência, ou seja, o “subsídio do Estado às unidades hos-pitalares”, que só no caso do (antigo) Hospital Distrital de Bragança era “sempre na or-dem dos 8 a 9 milhões de eu-ros”. Valores, diz o deputado do PS, que “se se tivessem mantido não estávamos a fa-lar de prejuízo”.

Na óptica do socialista, o mais importante é pensar que, neste momento, o distrito tem uma “unidade com mais valên-cias e melhores condições do que tinham há três anos”. n

Prejuízos do CHNE ascendem aos 12,5 milhões de euros

Macedo pioneiro na CifoplastiaO serviço de ortopedia

do Hospital de Ma-cedo de Cavaleiros

foi pioneiro na realização de uma intervenção cirúrgica que permite diminuir a dor e garantir mais segurança no tratamento das fracturas provocadas pela osteoporose: a cifoplastia.

Afonso Ruano, o cirurgião de serviço, afirma que a técnica não é nova, mas está melhora-da. “É uma técnica que já se faz há uns anos. Fomos pioneiros cá em cima a fazer isso”, ga-rante.

O médico afirma que exis-tem no distrito de Bragança vários casos que se poderiam submeter à cirurgia, mas o medo das intervenções à co-luna faz com que muitos não adiram a esta nova técnica. “Tentamos divulgá-la cada vez mais, mas não há receptividade porque há aquela ideia de cirur-gia à coluna, que toda a gente tem medo”.

Nesta intervenção tenta-se

corrigir a deformidade introdu-zindo “duas cânulas na vérte-bra, onde se mete um balão, que vai expandir a vértebra”. Depois, e apesar do termo forte “introduz-se um cimento espe-cial, que vai sustentá-la, tirando a dor e repondo a altura”. Esta técnica permite que as vérte-bras fiquem mais estáveis e re-sistentes.”

Benefícios são grandes

O cirurgião reforça que a ci-rurgia tem riscos como qualquer outra, mas “o benefício é muito grande”. Afonso Ruano adver-te ainda que o que não falta na região são casos de “idosos completamente dobrados e isso deve-se a estas fracturas suces-sivas”. Muitas vezes aparece uma dor nas costas, sem que tenha havido sequer uma queda, e ocorre a fractura. O tempo da cirurgia é variável, hora e meia nos casos mais graves, meia hora nos mais leves. Neste momento,

Afonso Ruano é o único médico cirurgião a fazer este tipo de ope-ração no Centro Hospitalar do Nor-

deste, mas já são a ser treinados médicos internos para que, de fu-turo, possam aumentar o número

de intervenções. n

Miguel Midões

Afonso Ruano na execução da cifoplastia

Helicóptero em números476.194 - Habitantes serão abrangidos pelo socorro do helicóptero. 285 Km/h é a velocidade máxima do Agusta 109. 1967 é o ano da construção do primeiro. 4 Milhões de euros é o preço arredondado do novo helicóptero de origem italiana.

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| Cipreste | 03 de Maio de 2010 | 3

O helicóptero do INEM foi o tema central da última

Assembleia Municipal de Ma-cedo de Cavaleiros. Primeiro, o assunto foi tocado pelo lí-der da bancada do PSD. José Madalena congratulou-se, também como presidente da Comissão de Saúde da mes-ma assembleia, pela vinda do meio aéreo de socorro, subli-nhando que é um meio que “certamente salvará muitas vi-das” e que “aproxima Portugal de outros países Europeus” que já o têm. Fez questão de assinalar o desempenho da autarquia ao ter criado condi-ções no heliporto municipal, o que permitiu a Macedo receber o helicóptero primeiro do que os outros dois sítios para onde o aparelho está prometido.

Mesmo assim, considera o social-democrata, a página da saúde no concelho não está

fechada. É preciso ver no ter-reno a Clínica Oncológica pro-metida para o Hospital, bem como a ampliação da Unidade de AVC, que está prometida há quatro anos. Um capítulo acrescentado por Beraldino Pinto. O presidente da Câma-ra Municipal de Macedo referiu que o município não pode es-quecer questões que estavam no protocolo que assinou com Correia de Campos, aquando da decisão da manutenção da urgência. O edil frisou, mais uma vez, que ficou publicado em Diário da República que o SUB de Macedo ficaria nas mãos do CHNE (Centro Hos-pitalar do Nordeste) e não do ACES Nordeste, como está neste momento.

CHNE queria fechar urgência

A bancada do PS, pelas

mãos do deputado Armando Mendes, apresentou uma mo-ção de congratulação pela vin-da do Heli SAV do INEM, mas a mesma não reuniu consen-so de início. José Madalena, do PSD, interveio para dizer que não iria fazer a vénia pelo cumprimento do prometido, dizendo que a sua memória ainda estava fresca quanto ao que custou manter a urgên-cia local. “A sua continuidade foi arrancada a ferros e hoje está aqui contra a vontade de muita gente, a começar pelo conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordes-te”, adiantou o deputado. José Madalena lembrou ainda que, a meio do processo, o presi-dente do INEM veio a público afirmar que não concordava com a colocação dos helicóp-teros, dando a entender que a medida não iria avançar.

Só depois do texto da mo-

ção alterado e de Armando Mendes referir que “o presiden-te do INEM não tinha nem legi-timidade, nem autoridade para alterar um contrato assinado pelo ministro” é que a moção foi votada e recebeu a unani-midade de toda a Assembleia Municipal.

Reconhecimento da centralidade

Acácio Espírito Santo, do PS, foi talvez uma das vozes mais críticas aquando da as-sinatura do protocolo, mas no dia 30 de Abril, reconheceu que “hoje temos motivos para estarmos mais seguros, com pessoal médico e de enferma-gem especializados em emer-gência”, ao contrário do que pensava. O deputado temia que com o helicóptero viesse apenas um técnico de trans-porte de doentes.

Contudo, Acácio Espírito Santo voltou à carga com cep-ticismo. Na visão do deputado, um meio aéreo de socorro, que custa largos milhões de euros, e perante a situação econó-mica que o país atravessa, “já terá data marcada de sa-ída do heliporto de Macedo”. Vai mais longe e refere que em 2011, com a conclusão da auto-estrada poderá também fechar a urgência”.

Apesar dos receios, o de-putado socialista, que conti-nua a defender uma urgência ou um hospital central de raiz no concelho de Macedo, diz que o helicóptero em Macedo de Cavaleiros faz jus à centra-lidade do município. “A luta vai continuar”, diz.

Nesta mesma assembleia, a CDU viu-lhe ser aprovada uma moção para saudar os capitães de Abril, pelo dia da liberdade, apesar de terem havido 19 abs-tenções da bancada da coliga-ção PSD/CDS-PP. Foi aprovada por unanimidade uma proposta de recomendação ao município para distinguir os 43 anos de trabalho do Agrupamento de Escuteiros (602) de Macedo de Cavaleiros e ainda a entrega de uma medalha de mérito de ouro ao escritor transmontano A.M.Pires Cabral.

As contas do município não passaram em branco, com a oposição a fazer “velhas” acu-sações: falta de estratégia, falta de projectos, muito endivida-mento e necessidade de corte nas despesas ao executivo co-mandado por Beraldino Pinto.

Carlos Camelo, da banca-da socialista, alertou o autarca para a necessidade do paga-mento da dívida à ACIMC (As-sociação Comercial e Indus-trial de Macedo de Cavaleiros), adiantando que dos cerca de 190 mil euros em dívida, ape-nas 25 mil já foram pagos. Be-raldino Pinto rematou dizendo que as transferências já foram acordadas por ambas as par-tes e que a edição deste ano da Feira de São Pedro não está comprometida. n

Miguel Midões

Assembleia Municipal

Helicóptero anima Assembleia

Chegada do helicoptero foi tema dominante da Assembleia Municipal

Destaque

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Ideias & debateO facto pode até passar-lhe despercebido, a

não ser que esteja neste momento a ler es-tas palavras, mas a verdade é que o Cipreste

mudou de direcção. Mudam-se os tempos, mas não se mudam as vontades! Continuaremos a pautar-nos pelo rigor e isenção da informação até hoje levada a si e tentaremos, sobretudo, noticiar-lhe o concelho de Macedo de forma clara, objectiva e, como não poderia deixar de ser (mesmo que essa não seja a vontade de muitos), de forma verdadeira.

De pouco serve um jornalismo estandardizado, sem espírito crítico. Por isso mesmo, cada caixa, cada parágrafo, cada notícia é pensada com a mais plena seriedade.

Do que nos vale falar das maravilhas da vinda de um helicóptero do INEM, se depois não temos consciência que esse serviço está a

custar 3600 euros diários? São as entrelinhas da infor-mação que poucos lêem e que levaremos até si. Afinal de contas, este valor será pago por todos nós. Temos mais helicóptero e menos urgências. E os cuidados de proximidade, onde estão? Não deveríamos ter mais urgências e menos helicóptero? É pomposo, é vistoso (e não dizemos que não seja útil), mas a urgência tem acesso pedonal e está ao alcance de todos.

Ora, mas se retiram com uma mão, há que dar com a outra. Tudo bem! Viva o helicóptero!

Cordialmente,

Miguel Midões

EDITORIAL

CipresteDirector: Miguel Midões Redacção: Miguel Midões; Paulo Nu-nes dos Santos; Colaboraram nesta edição: Hélder Morais; Manuel Cardoso; Pedro Faria, Raquel Mourão; Virgínia do Carmo;Ilustração: Fiachra LennonPaginação: Edições Imaginarium, Lda.Impressão: Casa de Trabalho - Bragança; Tiragem: 1.000 ex.Sede: Edificio Translande Loja, 49 Apartado 82 - 5340 219 Macedo de cavaleiros Telf. /Fax 278 431 421e-mail: [email protected] Internet: www.jornalcipreste.comPropriedade e editor: Rui Jorge Miranda da Silva; Macedo de CavaleirosRegistado no ICS com o n.º 125688

Beraldino Pinto

arrepende-se do que

fez, faz birra, chora,

diz que quer rasgar

o protocolo e os

serviços encerrados

de volta.

Mas a espera traz

frutos e no mês

passado, dia 1, o

helicóptero (modelo

Agusta 109 de na-

cionalidade italiana)

finalmente chega

e até há festa na

aldeia.

O início do episódio do helicóptero de Macedo ainda me apanhou na

profissão de jornalista. E tenho a confidenciar que com toda a trama e peripécias desta histó-ria não resisti a escrever uma sinopse para um filme. Dando assim uso aos conhecimentos que entretanto tenho vindo a adquirir.

Acho que dará um bom fil-me, se for transposta para cine-ma. Deixo à sua atenção.

Em 2007, um estudo suge-re o encerramento da urgência de Macedo de Cavaleiros, as-sim como o de mais 14 hospi-tais por todo o país. O pânico estava criado nas populações. O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, sentin-do o perigo que isso poderia significar para as suas “gentes” arregaça as mangas e começa negociações como o ministério da Saúde, já na altura liderado por pessoas com uma rosa ao peito, apesar do autarca mace-dense ter uma seta laranja cur-vada ao céu.

Este é claramente o primei-ro acto do filme, onde se ficam a conhecer as personagens e se fica a conhecer o conflito.

A 24 de Fevereiro de 2008, naquela que viria a ser conhe-cida como uma jogada de ante-cipação de Beraldino Pinto em relação aos seus pares (leia-se presidentes de Câmara) do distrito, o autarca macedense assina secretamente um pro-tocolo em que não só “salva” a urgência como ainda garante a vinda para o centro do Nordeste Transmontano de uma ave me-tálica voadora.

Não só a urgência do Hospi-tal de Macedo de Cavaleiros se

torna na única a não fechar, das 15 sugeridas pelo estudo, como o concelho ainda ganha uma helicóptero e uma ambulância VMER, tão desejada por Miran-dela, para se equivaler com a de Bragança.

Na altura ouve quem cha-masse a iniciativa de Beraldino de traição. Mas não é essa a função de um autarca: defender os interesses da sua popula-ção? Nem que para isso tenha de passar por cima dos cama-radas de partido ou dos parcei-ros da sueca?

Em Abril seguinte os restan-tes 11 autarcas do distrito de Bragança acabam por também querer pôr o nome no mesmo papel que Correia de Campos, num protocolo. Na altura o au-tarca de Miranda do Douro dis-se ao meu gravador que tinha sido pressionado.

Por esta altura o filme che-garia ao fim do segundo acto e estaria naquela parte a que se chama de falso fim. E falso porque aqui começou uma lon-ga espera de… dois anos. Isto porque apesar do protocolo, o governo ainda nem tinha aberto o concurso para a compra da ave metálica voadora.

Durante este dois anos Be-raldino Pinto arrepende-se do que fez, faz birra, chora, diz que quer rasgar o protocolo e os serviços encerrados de vol-ta. Mas a espera traz frutos e no mês passado, dia 1, o helicóp-tero (modelo Agusta 109 de na-cionalidade italiana) finalmente chega e até há festa na aldeia.

Fim.

E quem é o herói da histó-ria, quem é, quem é?

Tudo bem que se ele abrir a camisa não terá por baixo vesti-do um fato azul de licra com um

B gigante ao peito. Mas repa-rem que no fim o herói até tem direito a uma bela italiana de nome Agusta.

Um bom filme tem de ter um herói, uma história de amor e obstáculos.

O que escrevi neste texto é a versão cinematográfica.

E é sabido que nem sempre as adaptações ao cinema têm que ser “ipsis verbi”, ou fiéis, com o que se passou na reali-dade.

Ok, Ok, admito que exage-rei um bocadinho… l

Pedro Farian

Helicóptero de Macedo: o filme

“Mas em vez de negação, eu preferia que os portugueses abraçassem os desafios da aceitação e da atitude. E preferia que cada um de nós assumisse a sua responsabilidade, e, porque não, a sua culpa, no estado de coisas em que hoje nos enredamos” Virgínia do Carmo

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Quando li o já famoso artigo no qual Simon Johnson, antigo chefe do FMI, assume a sua

convicção de que Portugal está em “ris-co de insolvência”, tentei, sinceramente, evitar o pânico, cuja aproximação adivi-nhei. E, sobretudo, tentei evitar a visua-lização de um país inteiro na iminência desse pânico. Mas, arrefecida do susto, percebi que ninguém se mandou ao Tejo nos dias seguintes. Talvez o alegado estado de negação em que o país terá mergulhado sirva para alguma coisa: para assegurar a nossa sobrevivência moral.

Mas em vez de negação, eu preferia que os portugueses abraçassem os de-safios da aceitação e da atitude. E prefe-ria que cada um de nós assumisse a sua responsabilidade, e, porque não, a sua culpa, no estado de coisas em que hoje nos enredamos, numa maranha de res-sentimentos sociais onde todos estão à espera que a ponta do novelo se revele sem ser procurada.

Estou convencida que temos perdi-do muito tempo a culpar o poder político e as instituições. E que temos colocado demasiado ênfase no desespero e na contestação, em vez de direccionarmos a nossa energia anímica para o traba-lho e para a procura concertada de so-luções.

Isto é verdade no que concerne ao país, e é verdade no que concerne à nossa pequena cidade. E sublinho “pe-

quena”. Não somos, nunca fomos, um povo

empreendedor. Houve quem nos quises-se convencer disso, à custa dos grandes “descobridores” que fomos. Mas de fac-to, não fomos. Alguns homens o foram por nós.

E se para alguma coisa isso devera servir, seria para fazer crescer em nós a consciência colectiva, coisa que não nos abunda. Ao longo dos tempos fomos coleccionando (efémeras) conquistas in-dividuais em torno dos umbigos, entre-meadas por expressões do tipo “primei-ro eu” e “cada um por si”, e lemas do tipo: se posso fugir aos impostos, não os pago; se posso ter um ordenado ao fim do mês sem me aborrecer, para quê ser criativo. Isto pode ser uma ideia já bati-da, mas continua a ser o cerne da nossa desgraça….

Vou prová-lo: Sabem quantas pesso-as frequentam actualmente um curso de empreendedorismo que decorre nesta cidade, e que tem como alvos privilegia-dos os desempregados, e objectivo prin-cipal a criação de projectos de que criem emprego e tragam mais-valias à popula-ção? Duas, e uma delas, sou eu.

E antes que me digam que a inicia-tiva não foi divulgada, desenganem-se: sou e serei a primeira a denunciar a falta de empreendedorismo dos nossos res-ponsáveis locais, mas também sei ser a primeira no que toca a admitir onde não falham. l

Da inércia à falência Virgínia do Carmo

A inauguração do Heliporto Mu-nicipal de Macedo de Cava-leiros é importante e é curioso

que se situe no espaço onde em tempos existiu o Aeródromo de Macedo de Ca-valeiros.

Já vem de tempos pioneiros a rela-ção de Macedo com a aviação. Foi em 1922 que veio ao Distrito de Bragança um avião pela primeira vez. Esse facto histórico deu-se em Macedo de Cava-leiros, poisando a aeronave num cam-po improvisado próximo ao que hoje ocupa o heliporto. Foi um Biplano Bre-guet 2, pilotado pelo Capitão Sarmento de Beires, nele vindo como observador o Tenente José Carlos Piçarra e como mecânico o Sargento-Ajudante Pinto de Gouveia. Demoraram três horas desde a base, o campo da esquadrilha de guerra da Amadora, aterrando em Macedo às 9,35h de 26 de Julho de 1922. A comis-são organizadora deste evento, associa-do às festas da vila em honra de Santa Bárbara, era constituída por Venâncio Morais, Manuel Serra, Lázaro Rodrigues e Francisco Parente.

Tal dia ficou memorável e um dos objectivos da política local passou a ser,

durante anos, o da construção de um aeródromo que melhorasse as condi-ções de operação dos pequenos aviões que, de tempos a tempos, utilizavam a precária pista.

As obras do “novo” campo de avia-ção dão-se nos anos cinquenta com a construção de duas pistas, de 350 e de 550 metros, placa de estacionamento, manga de vento, casa/abrigo do guar-da e letreiro identificativo. Neste campo aterraram inúmeras aeronaves, todas li-geiras, com peso até duas toneladas. A volta aérea a Portugal por aqui passou e aqui esteve um avião fretado para esco-la e que permitiu a alguns tirar o brevet e a muitos ter um baptismo de voo, as avionetas do Venceslau e do Eduardo Saldanha, a dos engenheiros das mi-nas de Murçós. Daqui se fizeram “voos da coqueluche”, feitos sob indicação médica para cura da enfermidade e de casos especiais de evacuações de do-entes, como o que recordou no Jornal de Notícias o piloto Camilo Miranda, aos comandos de um CAB, uma acção de emergência: “Foi-me pedido pelo major Riba Teles para fazer evacuação de uma mulher que se encontrava mal, no Inver-no de 1955. O destino era um improvisa-do e pequeno campo de aviação junto a

Macedo de Cavaleiros. Havia neve, foi preciso acender uma fogueira, cujo fumo me permitiu aterrar em segurança”.

No início dos anos setenta, o Enge-nheiro Camilo de Mendonça surgiu com a ideia de ser construída uma pista de mais de 1500 metros para aviões de passageiros e de carga. Pretendia ele fazer um transporte regular de produ-tos frescos embalados ou produzidos no Cachão e na Cooperativa Agrícola de Macedo, para França e outros mer-cados internacionais. E pretendia que tal aeroporto fosse no Monte de Morais. Contudo, dois factos vieram contrariar tal ideia. Por um lado, a corrente políti-ca contrária discordava da implantação da pista no Monte Morais, discutindo-se se deveria ser feito o aumento do aeró-dromo existente ou fazer um novo no planalto do Brinço ou, ainda, fazer um aumento e pavimentação adequada da pista de Mirandela… Por outro lado, tais ideias foram anteriores ao choque petro-lífero de 1973.

Em 1972 ainda se tinha comemora-do em Macedo o cinquentenário da ater-ragem do primeiro avião. Mas, no ano seguinte, a crise do petróleo veio dar uma machadada no transporte aéreo, a partir daí extraordinariamente caro. Ape-sar de que se manteve a ideia de haver obras no campo de aviação e de chegar a ser feito um projecto para uma pista de 1200 metros, o tráfego aéreo veio sem-pre diminuindo.

E com o 25 de Abril todas as circuns-tâncias se alteraram radicalmente. Rapi-damente o campo perdeu importância. Um dia ainda aterrou um Puma com uma comitiva de políticos. De outra vez, um helicóptero trazendo os Generais Pires Veloso e Altino de Magalhães aterrou no então campo de futebol, onde hoje é o Tribunal Judicial. O “velho” aeródromo, sem infra-estruturas para reabasteci-mento nem para acolher aeronaves ou passageiros, estava obsoleto e conde-nado ao desaparecimento.

Ainda houve uma tentativa frustrada para se iniciar o processo de construção no Monte Morais no fim dessa década mas que estava condenada ao fracasso já que não partia dos pressupostos ini-ciais: visava o rompimento de uma pe-quena pista, um mero pretexto político sem visão nem rasgo.

O Hospital chegou a ter um ponto de aterragem e estacionamento de he-licópteros mas que nunca foi homologa-do. E um heliporto provisório funcionou durante anos perto do actual, de onde operaram, entre outros, os helicópteros de combate a incêndios florestais. Es-poradicamente há umas ideias no ar, há uns anos chegou a olhar-se para o pla-nalto da Serra de Ala a Norte da Zona Industrial como um possível local de im-plantação de uma pista. Mera ideia, não chegou ao papel, que se saiba.

Hoje aí temos o novo Heliporto Mu-nicipal de Macedo de Cavaleiros. Exem-plar. Com um hangar para dois apare-lhos, uma placa de estacionamento de mais dois e uma placa de decolagem e aterragem. Pode operar à noite e tem instalações para o pessoal técnico. Está certificado pelo Instituto Nacional da Aviação Civil e tem todas as condições para poder ser um ponto de apoio e ma-nutenção de outros aparelhos para além do que se encontra aqui sedeado e que é do Instituto Nacional de Emergência Médica. Andou muito bem a Câmara Municipal em conseguir para a cidade esta nova infra-estrutura. l

E com o 25 de Abril

todas as circunstâncias

se alteraram radical-

mente. Rapidamente o

campo perdeu impor-

tância.

O “velho” aeródromo

(...) estava obsoleto e

condenado ao desapre-

cimento

O transporte aéreo Manuel Cardoso

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CIPRESTE considera sua missão a defesa de causas regionais, com interesse para a maioria dos cidadãos, comprometendo-se a informar os seus leitores, de forma clara, das suas posições em sede editorial, e a exercer o princípio do contra-ditório nessas matérias.

CIPRESTE considera que a existência de uma opinião pública informada, ac-tiva e interveniente é condição fundamental da democracia e da dinâmica de uma sociedade aberta, que não fixa fronteiras regionais, nacionais e culturais aos movi-mentos de comunicação e opinião.

CIPRESTE é responsável apenas perante os leitores, numa relação rigorosa e transparente, autónoma do poder político e independente de poderes particulares.

Três meses depois

Cipreste volta reestruturado

O Cipreste esteve parado três meses. Longos. A indisponibilidade para a sua re-dação obrigou ao interrompimento da sua edição. Durante este periodo revelaram-se dois cenários possiveis: ou o encerramento definitivo da publicação, que apenas há oito meses tinha sido resgatada do prelo, ou a sua reestruturação e possivel alienação.

Tudo fizemos para que fosse a segunda hipotese a singrar. Aqui está. O Cipreste tem um novo director, e uma nova equipe de redação. A linha editorial, os critérios de informação, a integridade, o que realmente define uma publicação e o compro-misso com o leitor, esses mantêm-se. Por isso mesmo republicamos aqui o estatuto Editorial do Cipreste.

Quero aqui agradecer aos assinantes do Cipreste e aos seus anunciantes, es-pero que o Cipreste tanto em termos editoriais como comerciais corresponda às suas expectativas.

Rui MirandaEditor

Estatuto Editorial

Opinião

Page 6: Cipreste 9, Mai 2010

6 | 03 de Maio de 2010 | Cipreste |

MacedoMinistra inaugura helicóptero SAV do INEMEm Macedo de Cava-

leiros, na inaugura-ção do helicóptero

do INEM, a ministra da Saúde, Ana Jorge, garantiu que ne-nhum SAP (Serviço de Atendi-mento Permanente) vai encer-rar, por enquanto. A ministra adiantou que os dois serviços (SAP e Helicóptero) não estão relacionados. “Uma coisa não tem a ver com a outra”, diz Ana Jorge.

O helicóptero SAV (Suporte Avançado de Vida) está no ter-reno para prestar “cuidados de emergência” e nada tem a ver com “horários dos Centros de Saúde”. A questão do possível encerramento dos SAP está relacionado com a reestrutu-ração dos Centros de Saúde e das Urgências. Contudo, a de-tentora da pasta da Saúde ad-vertiu que “a seu tempo serão analisadas as coisas”.

O que importa agora, diz a ministra é que “neste momento não está nada em causa, nem haverá alteração dos horários de funcionamento”.

Faltam helipistas no distrito

O alerta foi deixado pelo presidente do INEM que tam-bém esteve presente na ceri-mónia de inauguração oficial do helicóptero. Abílio Gomes garante que já alertou todos os presidentes de Câmara da re-gião, e do país, para a neces-sidade de haver, em cada mu-nicípio, espaços que permitam a aterragem e a descolagem da aeronave. O responsável adverte que estas estruturas que pede aos autarcas “não se comparam com a complexida-de” da estrutura que está em

Macedo de Cavaleiros, “que tem uma base médica”.

Abílio Gomes explica que “uma helipista é um local de-vidamente pavimentado, onde as aeronaves possam pousar e levantar e que tenha uma ilu-minação nocturna, ainda que seja accionada do próprio he-licóptero”.

Quanto à disponibilida-de das autarquias para criar este espaço, o presidente do INEM afirma que deverão ser os autarcas os primeiros inte-ressados em que os cidadãos estejam “mais próximos do socorro”, uma vez que devem estar cientes que o helicópte-ro não pode chegar a todo o lado.

Este pedido é corrobora-do pela ministra. Ana Jorge ressalva que este tipo de he-licóptero que está em Macedo de Cavaleiros é mais maleá-vel, pois tem mais facilidade em pousar e levantar, mas mesmo assim precisa de um local adequado para o fazer. “Era bom que todos estes lo-cais tivessem um lugar onde o helicóptero pudesse chegar para facilitar o transporte”, re-fere a ministra da Saúde. Esta aeronave (Augusta 109) pos-sui “características de leveza e de facilidade de manobra que permitem mais facilmente aceder e aterrar nos locais das ocorrências”, refere o Governo Civil de Bragança. A sua auto-nomia ronda as 200 milhas e atinge uma velocidade de 300 km hora.

Helicóptero não impe-de outras contestações

No dia 19 de Abril, Beral-

dino Pinto falou finalmente

à Comunicação Social sobre o assunto do helicóptero. O autarca mostrou-se contente pela região dispor de um meio de socorro de um nível eleva-do como o helicóptero SAV, apoiado por uma VMER (Via-tura Médica de Emergência e Reanimação) e, claro está, por estar sediado em Macedo de Cavaleiros.

Sendo o heliporto uma in-fra-estrutura municipal, o presi-dente da Câmara congratula-se que as instalações esteja a ser “rentabilizadas desta forma”.

Apesar do dia ser de festa, Beraldino Pinto lembrou que “não nos podemos esquecer das outras preocupações que temos na área da saúde”. Con-frontado sobre quais seriam estas preocupações, o autarca salientou que não são novida-de e estão relacionadas com a

saída de valências do Hospital local, a falta de profissionais, entre outros.

Em média, uma saída diária

Desde que está em Mace-do de Cavaleiros (1 de Abril), o helicóptero do INEM tem feito uma saída por dia. Segundo informações do Governo Ci-vil de Bragança, sete saídas foram de socorro primário, do local do acidente para Unida-de Hospitalar, ou seja, o tipo de assistência para a qual foi colocado no terreno. Mas, tam-bém efectuou (até ao dia 19 de Abril) duas saídas de socorro secundário, ou seja, transpor-te de doentes entre hospitais. Este tipo de serviço será asse-gurado maioritariamente pelos helicópteros que já existiam no

país, antes destes três novos entrarem em funcionamento.

A área de abrangência des-te meio aéreo de socorro é preferencialmente o distrito de Bragança, mas também parte do de Vila Real e ainda o norte dos distritos da Guarda e Vi-seu, servindo assim um total de cerca de 476 mil habitantes.

Na base de Macedo de Ca-valeiros está um médico e um enfermeiro (com diferenciação na área de emergência) e ain-da uma VMER para situações em que o helicóptero esteja inoperacional, como é o caso das condições climatéricas adversas, o que já aconteceu duas vezes. “A equipa pode transportar a parte da carga existente na aeronave e trans-feri-la para a viatura médica de emergência e reanimação”. n

Miguel Midões

A Ministra da Saúde acompanhada por Jorge Gomes, Governador Cívil, e Beraldino Pinto, Presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros.

Helicópetro do INEM em Macedo de Cavaleiros

Descordenação de meiosDavid Costa, bombeiro voluntário em Macedo de Cavaleiros ficou ferido com gravidade, depois de um acidente de viação. Já no SUB de Macedo, só à terceira chamada o CODU Porto deu ordem de saída da VMER para acompanhá-lo ao SUMC de Bra-gança. Na manhã seguinte foi transportado de helicóptero para a polivalente de Vila Real. No mesmo dia, CODU confunde-se entre Podence e Limãos e idosa morre de ataque cardíaco.

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| Cipreste | 03 de Maio de 2010 | 7

A Avenida Infante D.Henrique, em Ma-cedo de Cavaleiros,

junto à Estalagem do Caçador e que levava ao antigo Eco-marché, pode ver os lugares de estacionamento reduzidos para metade. A Câmara de Macedo de Cavaleiros pretende avançar com obras de remodelação da avenida Infante D.Henrique, no centro da cidade, alargando os passeios e limitando os lugares que agora ali existem.

Contudo, a oposição socialis-ta questionou o executivo cama-rário sobre esta questão, mos-trando desagrado, uma vez que a maior parte dos estacionamentos existentes no centro são pagos e lembrando que ainda são muitos os que moram na zona e preci-sam de estacionar. Para Rui Vaz, “esta é uma avenida que resolve, de certa maneira, o problema do estacionamento”.

A avenida continuará a ter

apenas um sentido na circula-ção de trânsito, embora com permissão para estacionar apenas de um dos lados. Está ainda também a ser estudada a questão da praça de táxis que existe naquela zona.

Em resposta durante a ses-são de reunião de Câmara, Be-raldino Pinto, presidente da Câ-mara Municipal de Macedo de Cavaleiros, que no final não quis falar com a Comunicação Social, garantiu que o problema do esta-cionamento será colmatado com a construção de um parque que a Câmara tem projectado para o centro da cidade.

A resposta não satisfez em pleno o vereador da oposição, que duvida desta solução, cujas obras já começaram.

“Apesar de estarem a lançar um parque de estacionamen-to numa travessa que vai ser aberta na rua Pereira Charula, nos terrenos por trás desta rua,

mas não sabemos se isso vai resultar”, advoga Rui Vaz. No seu entender, a autarquia deve-ria intervencionar a Avenida In-fante D.Henrique, mas manter

o estacionamento em ambos os lados e a circulação em apenas um sentido.

De lembrar que o projec-to apresentado na reunião de

Câmara de 7 de Abril, a única aberta aos meios de comuni-cação neste mês, ainda não é definitivo, podendo vir a sofrer alterações. n

Obras podem reduzir estacionamentos na avenida

Porque somos homem ou mulher, o que nos diferencia? Como

se explicam estas diferenças a crianças dos três aos cinco anos? Foi isso que fizeram Ana Ribeiro, psicóloga, e Ana Sofia, enfermeira, do Centro de Saú-de de Macedo de Cavaleiros, na quinta, e última, sessão do “Aprender Saúde”, um projecto criado pela Escola Superior de Saúde, do Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros.

Embora a temática tenha visado também o conhecimen-to dos cinco sentidos e das partes do corpo humano, com destaque para os órgãos geni-tais, por serem mais diferencia-dores, o principal objectivo era mesmo o de “quebrar mitos e preconceitos na identidade de género”, explica a enfermeira.

Às crianças dos jardins-de-infância do concelho fo-ram mostradas tarefas diárias e questionados hábitos que muitas vezes são atribuídos apenas ao sexo feminino. “As crianças, mal perguntávamos quem podia fazer comer ou es-tender a roupa, maioritariamen-te respondiam que era a mãe”, diz Ana Sofia.

Também o nome de perso-nagens conhecidas do mundo da bola e das séries televisi-vas foram dadas como exem-plo para abordar a temática do vestuário, de forma a quebrar o preconceito existente à volta da roupa tipicamente para me-nino, e tipicamente para meni-na. “Tentámos criar referências, como jogadores de futebol ou pessoas de séries televisivas, para quebrarem mitos como o uso de um simples anel. O ra-paz também o pode usar, em-

bora seja um anel diferente.”

Jogos de futebol? São elas que não querem…

Apesar de reconhecerem que lá em casa quem cozinha mais vezes ou lava mais vezes a louça e a roupa ainda é a mãe, muitos mostravam-se agradados, alguns até descansados, por sentirem que têm um pai normal, mesmo que partilhe estas tarefas com a mãe. “O meu pai cozinha e é muito bom quando o faz, até me sabe bem”, dizia uma das crian-ças à saída da sessão na Escola Superior de Saúde do Piaget.

A maioria soube desempe-nhar com sucesso a tarefa que lhes foi pedida. Dois baús de roupa e adereços abertos à ex-ploração das crianças e dois ma-nequins para vestir: um homem e uma mulher. A distribuição das devidas roupas foi feita despida de preconceitos.

Já na escola vão tentar criar uma partida de futebol mista, mas o Vítor, de apenas quatro anos, ainda mal saiu do Piaget e já vê

um problema: “lá na escola nós deixamos as meninas jogarem à bola connosco, mas são sempre elas que não querem.”

Projecto vai ser

avaliado

Depois de ter começado a funcionar este ano lectivo, o “Aprender Saúde”, do Instituto Piaget, coordenado por Elisa Dias, directora da Escola Supe-rior de Saúde vai ser avaliado. Este ano, o projecto contou com o Centro de Saúde local e com o Agrupamento de Escolas como parceiros e desenvolveu cinco sessões, com temáticas varia-das, desde a gripe A, a postura, a higiene oral, passando pela ali-mentação saudável e terminando com o corpo humano e sexuali-dade. Depois deste ano de traba-lho chegou o momento de avaliar os objectivos propostos no início.

Elisa Dias espera que a ava-liação seja positiva para que o “Aprender Saúde” continue no próximo ano lectivo. n

Miguel Midões

Aprender saúde

Crianças do concelho aprendem saúde

Crianças quebram preconceitos

A autarquia de Macedo de Cavaleiros prome-te que a dívida de 195

mil euros, que ainda não foi paga à Associação Comercial, será saldada ainda antes do início da edição deste ano da Feira de São Pedro. O montante em dívi-da é referente ao saldo negativo da edição do ano passado. “Esta dívida é correspondente à Feira de São Pedro, mas já está acor-dado com o senhor presidente da Câmara, numa reunião que tivemos, que este mês (Abril) fariam parte da transferência do pagamento e depois seria salda-da a restante dívida”, confirmou António Cunha, presidente da Associação Comercial local.

A oposição socialista, na reunião de Câmara de Abril fez questão de lembrar o assunto e de referir que é a imagem das instituições que está em causa. “É perfeitamente anormal e é a imagem e o bom nome da As-sociação Comercial que está em causa”, diz Rui Vaz. Acrescenta ainda que a informação lhes che-gou por fornecedores da Asso-ciação Comercial, sublinhando durante o plenário que não foi “mandatado pela direcção da as-sociação para tocar no assunto”.

Beraldino Pinto não quis falar com a Comunicação Social sobre o assunto, contudo garantiu na reunião de Câmara que ambas

as entidades irão em breve che-gar a acordo acerca das transfe-rências, que saldam a dívida da autarquia. O assunto foi puxado na Assembleia Municipal por Carlos Camelo, que avançou ter conhecimento do pagamento de, pelo menos 25 mil euros. Beraldi-no Pinto limitou-se a confirmar o início das transferências.

Mariza abre Feira de São Pedro 2010

Ao contrário do que deixou entender o vereador da oposição Rui Vaz, de que a organização do certame estaria em causa, devido ao não pagamento dos quase duzentos mil euros, a di-recção da ACIMC garante que os preparativos para mais uma Feira de São Pedro estão a bom ritmo.

António Cunha frisa que o cartaz de artistas já está fecha-do, bem como o contrato com muitos expositores. O presiden-te da Associação Comercial não quis revelar quais os nomes que vão passar pelo palco do Parque Municipal de Exposições de 26 de Junho a 3 de Julho. Contudo, confirmou que Mariza, a fadista, vai abrir o certame deste ano. A cantora portuguesa estará em Macedo para promover o seu mais recente trabalho “Terra”. n

Miguel Midões

Câmara deve à ACIMC

Saldo negativo da Feira de São Pedro 2009 por cobrir

Avenida Infante D. Henrique

Estacionamento passará apenas a um dos lados da rua

Notícias

Page 8: Cipreste 9, Mai 2010

8 | 03 de Maio de 2010 | Cipreste |

O ambiente estava calmo ao fechar das urnas em Salselas,

no passado dia 18 de Abril. Pela segunda vez, a população foi chamada às urnas e, desta vez, deu a vitória expressiva ao can-didato da coligação PSD/CDS-PP, Marco Ferreira. A curiosi-dade estava presente no grupo de populares que não arredava pé da portya do edifício que acolhe a Junta de Freguesia e o Museu Rural de Salselas.

A primeira contagem a fechar foi a mesa de Salselas, já aqui com vitória para Marco Ferreira, com 94 votos, seguido de Luís Filipe Pescaleira, do PS, com 62 e Joaquim Gonçalves com 27 votos.

Tudo estava em aberto e as atenções depositavam-se agora na segunda mesa, a de Limãos. Chegados os resultados, a vi-tória ficou clara. PSD/CDS-PP conseguia mais 92 votos, PS seis e Bloco apenas um.

No final os três candidatos ainda “esgrimiam” argumentos sobre o que se passou da últi-ma vez que tentaram constituir Assembleia de Freguesia e não conseguiram, mas tal como nesse dia, também no domingo 18 de Abril não estavam os três a chegar a consenso.

Muitas ideias, mas or-çamento pequeno

Marco Ferreira tem agora esperança de fazer um bom trabalho, ou pelo menos “o melhor possível”. O agora pre-sidente da Junta de Freguesia de Salselas diz com sorriso à reportagem do Cipreste que “o povo decidiu, está decidido” e é agora altura de “trabalhar para eles”. Contudo, tem no-ção das dificuldades que se avizinham. “Vamos fazer com que isto vá para a frente, da melhor maneira, vamos lutar, mas o dinheiro é escasso”, diz. Ainda para mais tendo que di-vidir o bolo que recebe a fre-guesia pelas três aldeias que a compõem: Limãos, Salselas e Valdrez. “Fazer o mais possível com uma rentabilidade peque-na, porque temos que dividir o bolo pelas três aldeias.”

PS desiludido com os resultados

Apesar de considerar que já estava à espera dos resul-tados, Luís Filipe Pescaleira mostrava-se desanimado com os resultados, depois de en-cerrada a votação. O socialista adverte que “as pessoas foram iludidas num boato que não cor-respondia à verdade”. Segundo Luís Flipe, a coligação terá feito segunda campanha nas aldeias anexas alegando que PS e BE não tinham deixado constituir a Junta de Freguesia porque não queriam um representante de cada uma das aldeias. Con-tudo, Pescaleira salienta que toda a população estaria re-presentada, pois se não estava no órgão executivo, estaria no órgão legislativo. “Diziam que nós queríamos ficar na Junta e que não queríamos deixar um elemento de Limãos e outro de Valdrez, quando estariam todos representados, mas no órgão deliberativo”, afirma.

Daqui para a frente, o can-didato do PS garante estar pre-sente e atento ao que se passa na freguesia de Salselas, pro-metendo fazer uma oposição positiva e construtiva.

Limãos está no século XVIII, diz BE

Apesar de aceitar os resulta-dos com democracia, tendo sido “a vontade das pessoas”, Joaquim Gonçalves, do Bloco de Esquerda, enfatiza aquilo a que chama de forma estranha das pessoas che-garem a essa vontade, criticando também a maneira como a coli-gação fez campanha para ganhar as eleições. “É claro e sabido que foram utilizadas certas formas de persuasão que não foram as mais correctas. Como sou uma pessoa muito democrática, mais que o partido, prevalecem as pessoas”.

Joaquim Gonçalves deixou ainda dicas à autarquia de Mace-do de Cavaleiros, para que olhe de novo para a situação de Salselas e permita que as verbas que não foram afectas à freguesia para 2010, devido à situação de elei-ções intercalares, sejam agora re-vistas, porque a freguesia precisa de investimento. O candidato do BE pediu ainda especial atenção para a aldeia de Limãos, que tem sido “botada ao abandono”, es-tando longe de estar “ao nível do século XXI”, parecendo mais uma localidade “do século XVIII”. n

Miguel Midões

Vitória expressiva da coligação em Salselas

Marco Ferreira vencedor das intercalares em Salselas

Eleições em SalselasNotícias

Page 9: Cipreste 9, Mai 2010

| Cipreste | 03 de Maio de 2010 | 9

Em Macedo de Cavaleiros, a ministra Ana Jorge foi ainda confrontada com o atraso no pagamento do Estado aos

médicos-dentistas relativo ao programa cheque-dentista. O va-lor em dívida já ascende aos 300 mil euros na zona Norte.

A ministra da Saúde, Ana Jorge sublinha que “muitas ve-zes, o atraso nos pagamentos tem a ver com a conferência das facturas, da conferência dos cheques” e assegura que, neste momento o problema está a ser ultrapassado.

Ana Jorge negou que tenha havido qualquer problema com o sistema informático de facturação. “Estava preparado, mas os diferentes elementos que entram nesse processo contri-buem para isso. Mas, está resolvido”.

Ainda no Nordeste Transmontano, a ministra da Saúde não quis comentar o aumento dos prejuízos dos hospitais EPE, ge-ridos como empresas. A responsável pela pasta da saúde diz que as contas de 2009 ainda não estão fechadas e que não comenta dados que não sejam concretos.

Os dados foram avançados pelo Jornal de Notícias, citando a Administração Central do Sistema de Saúde, que avança um aumento de 82 milhões de euros de prejuízo, por comparação com 2008. n

Pagamento a dentistas atrasado

Novo quartel dos Bombeiros de Macedo

Direcção e Corpo activo de costas voltadasA direcção da Associa-

ção Humanitária dos Bombeiros Voluntá-

rios de Macedo de Cavaleiros considera que apenas faltam cerca de cem mil euros, que são necessários para o mobi-liário, para que se efectue a mudança para o novo quartel. Mas, o Corpo Activo faz outras reivindicações. De nada serve mobilar se o quartel não está operacional.

“78 mil euros, mais Iva”, é o valor que a Associação Huma-nitária dos Bombeiros Volun-tários de Macedo precisa para mobilar o novo quartel. E este é o único problema que está a travar a mudança para as novas instalações, respondeu Benjamim Pinto, presidente da Associação, confrontado em Assembleia por vários sócios, acerca dos sucessivos adia-mentos da mudança da corpo-ração macedense.

O responsável admite que este é um problema que “urge resolver, nem que para isso seja preciso recorrer a emprés-timo”.

Mas, parece que a solução não é assim tão imediata. João Venceslau, comandante da cor-poração de Bombeiros de Ma-cedo, e representante do corpo activo, pediu a palavra por duas vezes na assembleia, e em am-bas para esclarecer a posição dos voluntários.

“O novo quartel precisa de melhoramentos e adaptações para prestar um melhor socor-ro”, diz o comandante, que tam-bém não falou à comunicação social, e os seus homens “têm de ir de livre vontade” para o novo quartel. João Venceslau desafiou mesmo a direcção a arranjar uma comissão de co-mandantes, a fim de realizarem “uma avaliação às instalações”, que não têm salas de comando e camaratas suficientes para to-dos os bombeiros.

“É importante colocar o quartel a funcionar”, acrescen-ta, “mas com o mínimo exigido”. Até porque a operacionalida-de no actual quartel, sublinha, “também não é a desejada: com pessoas a dormir sem condições e com as viaturas estacionadas na cooperativa agrícola”.

No dia em que a direcção der luz verde para a mudança, João Venceslau afirma convo-car uma reunião geral com o corpo activo, que tomará nessa altura uma decisão.

António José Vaz, um dos sócios da AHBVM, alertou para o facto de ter de haver “dinamis-mo e força de vontade”, da di-recção, mas também”motivação do corpo activo”, para que haja mudança de instalações.

Já Luís Baptista, também sócio, afirmou que a direcção se “demitiu de fazer a inaugura-

ção do novo quartel e já baixou os braços”. Apelou mesmo à actual direcção que “se não tem capacidade deixe outros ocupa-rem o lugar”.

Mais custos sem as EIP

Outra das questões abor-dadas nesta assembleia dos bombeiros de Macedo foi o fac-to de este ser o único concelho do distrito que não integrou as Equipas de Intervenção Perma-

nente. Aqui, direcção e corpo acti-

vo parecem estar em sintonia. A direcção alega que não as ter apenas lhes sai mais caro e o corpo activo garante que quem afirma que estas não são ne-cessárias para Macedo “está longe da realidade diária do concelho”.

Antigamente a maior par-te dos serviços era canalizada para a urgência de Macedo, hoje, pelo menos 70% dos fre-

tes são para o Hospital de Bra-gança, onde as ambulâncias ficam retidas durante várias horas, limitando o trabalho dos voluntários.

Em relação a esta questão, o sócio António José Vaz foi mais longe e frisou que estes “constrangimentos não fazem sentido”. António Vaz deu ainda um “voto de protesto em rela-ção à falta de apoio da Câmara em relação às EIP”. n

Miguel Midões

Novo quartel dos bombeiros continua por inaugurar

O homem de 75 anos, residente no Bairro da Suécia, em Macedo de

Cavaleiros, que está a ser acusa-do de crime de homicídio simples qualificado e uso e porte de arma ilegal, já começou a ser julgado no Tribunal de Macedo de Cavaleiros, no dia 29 de Abril. Depois de lida a acusação, começaram a ser ouvi-das as testemunhas, tendo a mu-lher do arguido, Maria da Concei-ção Fernandes, sido a primeira.

No final da primeira sessão, a testemunha acabou mesmo por sair com um processo-crime ins-taurado pelo Ministério Público, tendo esta entidade considerado que o depoimento em tribunal é contraditório com o depoimento feito à Polícia Judiciária há quase um ano.

O procurador do ministério Público formalizou a acusação da mulher, pedindo a certidão do seu depoimento na PJ, “folhas 37 e 38” e a “gravação cópia do depoimento desta audiência”.

Em causa estiveram várias contradições da testemunha. Entre elas, o facto de ter negado que o

marido ia para o terreno agrícola dormir no barracão para guardar as terras, mas sim para poder co-meçar a regar mais cedo, ainda pela fresca. Nem o Ministério Pú-blico, nem o juiz presidente enten-deram este facto, uma vez que o casal vive a cerca de 5 minutos a pé da propriedade.

Quando foi dado o tiro, a 29 de Junho de 2009, feriado municipal em Macedo de Cavaleiros, Maria da Conceição disse estar na cama, em sua casa, e que o marido che-gou impaciente, a soar e “pediu que ligassem para a GNR e para uma ambulância”. Ministério Públi-co e Juiz não entenderam porque a mulher não perguntou ao marido quem teria morto e porquê, dando a entender que ela já suspeitaria que algo estaria para acontecer, até porque em Junho do ano passado, o arguido confessou que as suas propriedades estavam a ser alvo de assaltos, argumento também corroborado na altura pela mulher, mas que negou nesta última ses-são. Diz que o roubo de produtos na sua propriedade já era antigo e não recente e que desconhecia te-

rem cortado rede e arame farpado para entrarem na sua propriedade. Facto que, minutos depois, acabou por contradizer de novo, quando questionada pelo seu advogado de defesa.

É algo pouco habitual no Tribu-nal de Macedo de Cavaleiros, mas para este caso foi constituído um júri para ajudar no julgamento. São sete cidadãos comuns que assis-tem a todo o julgamento e que de-verão dar a sua opinião ao colecti-vo de juízes que conduz o caso.

No total foram arroladas 25 tes-temunhas para este julgamento, mas devem vir a ser dispensadas cerca de 10, segundo adiantou o advogado Abrantes Pereira.

De recordar que foi o próprio homem de 75 anos que se entre-gou à GNR, sem qualquer tipo de resistência e que, depois de primei-ro interrogatório no Tribunal de Ma-cedo de Cavaleiros, em Junho de 2009, ficou sujeito à pulseira elec-trónica, como medida de coacção.

A próxima sessão do julga-mento está marcada para o dia 5 de Maio. n

Miguel Midões

Tribunal de Macedo de Cavaleiros

Homicídio simples em julgamento

Notícias

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10 | 03 de Maio de 2010 | Cipreste | Publicidade

Restaurante Residencial * * *

Monte Mel

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Praça Agostinho Valente, Nº6 Macedo de Cavaleiros

Page 11: Cipreste 9, Mai 2010

| Cipreste | 03 de Maio de 2010 | 11

A Quinta da Moagem foi criada em 2007 e inclui um conjunto de

3 casas rústicas, com todas as comodidades, churrasqueira e piscina, bem como um restau-rante onde poderá saborear os pratos típicos da região.

Vistas do Azibo

Situada no coração do Nor-deste Transmontano, na aldeia de Podence, entre a serra da Nogueira e a serra de Bornes, a 5 min de Macedo de Cavaleiros e a 30 min de Bragança e Mi-randela, a 1km do nó do Azibo da IP4.

A escassos metros fica o Azibo. Com estatuto de “Pai-sagem Protegida” parcialmente integrada na Rede Natura 2000, tem por objectivo a preservação e valorização do património na-

tural assim como a promoção do turismo da natureza - ecotu-rismo - numa harmoniosa con-jugação entre a vida selvagem, o habitat natural de inúmeras espécies de fauna e flora ali existentes, com as actividades de lazer e recreio ao ar livre.

O Azibo é a única praia flu-vial europeia a ganhar bandeira azul em cinco anos consecuti-vos e foi a primeira em Portugal a receber a bandeira de “praia acessível” pelas condições de acessibilidade a pessoas com deficiência.

Os caretos de Podence

Podence é ums aldeia onde perduram tradições milenares, bem como um património cultu-ral e natural convidativo á des-coberta de novas emoções.

Nos dias de Carnaval, os

Caretos surgem em Podence, percorrendo a aldeia numa cor-reria desenfreada, criando um ambiente de alvoroço, mistério e sedução. No resto do ano po-derá testemunhar a sua tradi-ção, na casa do careto.

Encanto rústico

O espaço da quinta foi cria-do em 1918 por uma família com grande fervor comercial (detinham também a explora-ção das minas de estanho de Murços), sendo a matriarca co-nhecida por Tia Belizanda e o patriarca da família conhecido por Tio Zé do Porto, nomes que actualmente dão nome a duas das três casas de campo. A ter-ceira casa tem o nome de um dos seus filhos, Padre Manuel Ferreira que para alem de pa-dre era pintor, musico, profes-sor e poeta.

A casa tio Padre Manuel tem umas escadas exteriores e varanda, possuindo uma casa de banho, sala/cozinha e dois quartos, um com cama de casal e outro com um beliche de duas camas.

A casa tia Belizanda tem

sala/cozinha, casa de banho e um quarto com duas camas individuais, podendo junta-las formando uma de casal. Na sala de estar há um “estúdio” que tem a possibilidade de al-terar de sofá para duas camas individuais (abrindo o gavetão de baixo) ou para uma cama de casal.

A casa tio Zé do Porto tem sala/cozinha, casa de banho, e um quarto com uma cama de casal. Na sala de estar há um “estúdio” que tem a possibilida-de de alterar de sofá para duas camas individuais ou para uma cama de casal.

Delícias do Nordeste

O espaço que hoje ocupa o restaurante, foi em tempos uma moagem com dois moinhos movidos a carvão, onde grande parte da região se deslocava com as suas carradas de trigo para o transformar em farinha, bem como uma mercearia que fornecia a aldeia.

No restaurante A Moagem poderá saborear os pratos típi-cos da região, enquanto apre-cia as antiguidades expostas,

verdadeiras raridades da vida quotidiana das gentes trans-montanas de outros tempos, com especial destaque para o moinho, de 1918, que recebia o trigo dos lavradores para o transformar em farinha.

Aqui poderá apreciar a Alheira e a Linguiça, a Posta com batatas cosidas e feijão verde, o Rodeão com grelos e um copo de vinho Vale Pradi-nhos, deliciar-se com um leitão assado em forno de lenha com milhos, ou Bacalhau assado com batatas a murro regado com o conceituado azeite do nordeste Transmontano.

Para sobremesa experi-mente um pudim de castanha, queijo de ovelha com doce de cabaça, ou uns morangos do Nordeste. n

O encanto do turismo rural do Nordeste

CONTACTOS

Quinta da MoagemRua do Porto, Podence5340-392 Macedo Cavaleiros, Tlf. 278431002Tlm. 968726158 914634110Mail: [email protected]

Quinta da Moagem

Publireportagem

Page 12: Cipreste 9, Mai 2010

12 | 03 de Maio de 2010 | Cipreste |

Entrevista

Criada em 2002, a Asso-ciação Terras Quentes já descobriu e escavou 15 sítios arqueológicos no concelho de Macedo de Cavaleiros. Mais do que a arqueologia, a ATQ dedica-se ainda à conservação e restau-ro. À História de Arte, juntam ainda a História do concelho.

Cipreste - Quando foi cria-da a Associação Terras Quen-tes?

Carlos Mendes - A ATQ foi criada em Dezembro de 2002, reunindo as vontades de algu-mas pessoas da terra e eu lide-rei desde o início este projecto.

Porque a minha mulher é de Vale da Porca, vim para cá e conheço Macedo de Cavalei-ros desde 1972, a primeira vez que desembarquei na estação

do Azibo. Há pelo menos três nomes importantes no meio de tudo isto e que me convidaram para arrancar com este projec-to: Manuel Cardoso, António Cravo e Bernardo Patrício, cada um deles com o seu porquê. O Bernardo tinha suspeitas de um sítio arqueológico, o Crama-chão; o Dr.António Cravo tinha também umas suspeitas e o Dr. Manuel Cardoso, como homem que sempre se interessou pela história do concelho.

Em Dezembro de 2002 criá-mos a ATQ, Associação de De-fesa do Património do concelho de Macedo de Cavaleiros. 2003 foi o ano de arranque dos tra-balhos. Submetemos ao IPA um programa de escavações e, logo nesse verão começá-mos as primeiras campanhas de escavações arqueológicas. Eu vim fazer uma prospecção aos sítios e, até ao momento intervencionámos quinze sítios arqueológicos. Destes, o con-celho tem cinco classificados como de interesse nacional.

Que sítios são esses? É melhor dizer que são sí-

tios que estão em vias de clas-

sificação. É o nome técnico e rigoroso, porque este proces-so demora anos. Por exem-plo, nós temos o Pelourinho de Chacim e o Pelourinho de Pinhovelo que estão em pro-cesso de classificação talvez desde 1950.

Nós propusemos dez sítios, mas vieram cá os técnicos do IGESPAR, avaliaram-nos e consideraram a Terronha, o Povoado do Cramachão, a Fraga da Pegada, a Fraga dos Corvos e o Forno de Salselas. Sítios considerados pela tutela como de interesse. Já foi a As-sembleia Municipal para rec-tificar os interesses: nacional para a Terronha de Pinhovelo e interesse municipal para os outros quatro. Mas não quero numerar nenhum deles como o mais interessante ou o me-lhor. Mas, por exemplo, o forno de Salselas, só existem quatro em toda a Península Ibérica: dois em Espanha, depois este e outro em Arcozelo. Pensa-

se que se tenha descoberto ou-tro na zona de Aveiro, mas ain-da não há nada publicado. Os espanhóis fa-zem aquilo que nós devíamos fazer, ou seja, descobrem e tapam. Nós te-mos o nosso à vista, mas de tempos em tem-pos temos que lhe injectar pro-dutos químicos, porque aquilo é argila amassada à mão e deterio-

ra-se com facilidade. Estamos há alguns anos à espera para fazer o levantamento à envol-vente: fundamental para a se-gurança do sítio e para que as pessoas vejam melhor o que lá está. Por exemplo, para a Fra-ga da Pegada é esperada uma passadeira superior e ilumina-ção.

Ainda se lembra qual foi o primeiro a ser escavado?

Não me lembro por ordem cronológica, até porque foram cinco sítios intervencionados em simultâneo. A ATQ tem 54 protocolos estabelecidos e, no que respeita à arqueologia, o Campo Arqueológico de Mace-do de Cavaleiros está certifica-do pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) e os alunos vêm cá acima es-cavar durante o Verão e vêm fazer a cadeira de Trabalho de Campo e Laboratório, e depois os técnicos que estão à frente de cada escavação dão uma nota que vale para a licencia-tura. Dá para ver a importância que isto tem. Começou exacta-mente com um protocolo esta-belecido com a FLUL, da parte de Arqueologia, mas não nos impediu de saltarmos muros. Já devem ter passado 1300 a 1400 pessoas, em regime de voluntariado, a escavar em Macedo de Cavaleiros, e de to-das as universidades do país, e ainda várias do estrangeiro, principalmente Salamanca, Galiza e Valladolid. Mas, tam-bém do Brasil ou dos Estados Unidos.

Em 2003 escavámos logo no verão e foi preciso fazer uma pré-inauguração com uma sala de arqueologia, em Dezembro,

no Centro Cultural de Mace-do de Cavaleiros, mostrando o primeiro espólio. Em 2004, foi possível sair o primeiro exemplar dos Cadernos Terras Quentes.

E em que consiste esse ca-derno?

O que se passa aqui em Ma-cedo de Cavaleiros é uma coi-sa que não é muito comum no panorama nacional, isto é, aqui escavamos, investigamos, faze-mos o relatório para ser aprova-do pela tutela e, no final, sai um Caderno, onde damos conta do trabalho que foi feito no ano an-terior. Agora, no dia 29 de Maio, vai sair o sétimo. Em 2002, quando aqui chegámos, a única publicação que existia, sobre história do concelho, era uma monografia do Dr. Armando Pi-res, de 1963. Neste momento, o concelho tem já à disposição dez publicações. Foi publicada uma tese de mestrado sobre “Cultura, Património e Turismo”, um livro sobre forais, o livro de Martim Gonçalves de Macedo. Existe muita informação sobre a história deste concelho.

A partir de 2004 e terminan-do em 2007 fizemos ainda a Carta Arqueológica do Conce-lho.

Mas, ainda voltando um pou-co atrás e à arqueologia, nós também temos vindo a sofrer com a crise que o país atraves-sa. Até 2006/2007 escavámos cinco a seis sítios por campa-nha. Agora, as dificuldades fi-nanceiras só nos permitem es-cavar dois sítios arqueológicos. Pelo menos foi assim que acon-teceu o ano passado e pensa-mos que acontecerá este ano.

Falta de verba condiciona trabalho da Associação Terras Quentes

Carlos Mendes Presidente da Associação Terras Quentes

O que se passa aqui em Macedo de Cavaleiros é uma coisa que não é muito comum no panorama nacional, isto é, aqui escavamos, investigamos, fazemos o relatório para ser apro-vado pela tutela e, no final, sai um Caderno, onde damos conta do trabalho que foi feito no ano anterior

AlheiraLinguiças

PostaRodeão

LeitãoBacalhau

Pudim de Castanha

Restaurante Moagem

João do Padre

PodenceMacedo de CavaleirosTelf. 278431002 / 968726158 www.quintadamoagem.com

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Mas, a ATQ não é só ar-queologia, certo?

Sim, é um facto. A ATQ não se tem esgotado só em arque-ologia. Para além da Arqueolo-gia temo-nos interessado por outras valências.

O restauro é uma delas, mas temos de saber porque é que acontece o restauro. Em 2004, a Câmara Municipal de Mace-do de Cavaleiros entendeu que devíamos avançar com outro projecto que era de fazer o in-ventário dos bens de arte sacra do concelho. O que aconteceu, está feito e está a informação agora a ser introduzida numa base de dados. Mas, a realiza-ção desse inventário, que ter-minou em 2007, levantou outra necessidade. Deparámo-nos com a necessidade de acudir a uma série de obras de arte, que estavam, e muitas delas estão, em estado lastimoso. Daí a necessidade de criar a Oficina de Restauro. Mas, e um bocadinho antes disso, e talvez tenha sido o cerne da questão, em 2005 apareceu-nos cá, no voluntariado em Arqueologia, uma licenciada em Conserva-ção e Restauro e nós vimos que havia necessidade de res-tauro na parte de arqueologia. Começámos a reunir meios e condições. Os primeiros traba-lhos de restauro efectuados fo-ram de material arqueológico, que se encontra na Sala Mu-seu. Começámos com metais e depois passámos a cerâmica e talha.

Chegado ao fim o inventário, em 2006, soubemos que a pró-pria diocese tinha vontade de avançar com todo o inventário da diocese. Em 2005 teve uma candidatura aprovada, mas não teve condições para levar para a frente o projecto. Então, em Dezembro de 2006, assinámos um protocolo com a diocese de Bragança-Miranda, com a FLUL, da parte de História de Arte, a Universidade Católica Portuguesa e seis Câmaras Municipais.

E em que pé está esse in-ventário?

Dividimos o distrito ao meio por razões técnicas de candida-tura, do que propriamente por vontade nossa, porque o ideal para nós seria fazer logo todo o distrito. Começámos a tratar deste projecto megalómano.

E onde funciona a Oficina de Restauro?

Inicialmente começou por funcionar aqui no Azibo, mas

por questões ambientais não poderia continuar aqui. Fize-mos um protocolo com a Junta de Freguesia de Vale da Porca e estamos há dois anos a tra-balhar nesta Junta.

E qual é a parte do distrito que está a ser inventariada?

Já acabámos o trabalho de campo em Alfândega da Fé, Vila Flor, em Freixo de Espada à Cinta falta-nos a Igreja Ma-triz. E, agora vamos começar a falar de mazelas: falta esta Igreja porque é um monumen-to nacional e requer autoriza-ção do IGESPAR. Autorização que nos chegou há cerca de um mês. Em Torre de Moncor-vo temos 11 das 17 freguesias efectuadas. E, Carrazeda de Ansiães temos apenas a fre-guesia da sede de concelho. Quer dizer que das 120 fregue-sias totais, temos 98 executa-das, desta primeira fase.

Quase em fase de conclu-são?

Está bem avançado, mas estamos com problemas sérios porque tirando o município de Macedo de Cavaleiros que tem as contas em dia com a asso-ciação, mais nenhum município as tem em dia. Todos os muni-cípios assinaram uma carta de compromisso que está junto à candidatura e que, por razões conhecidas por todos, há um atraso substancial na compar-ticipação que cada município devia ter feito.

E, a finalização dessa in-ventariação está dependente desse pagamento?

Sim, obviamente. Iremos pe-dir uma prorrogação do prazo ao QREN por mais seis meses, porque os nossos objectivos estão praticamente alcança-dos. Eles medem-se por peças inventariadas e esse número está quase atingido.

Neste momento, estamos a inserir os dados na nossa base e acresce dizer que a nossa base de dados foi criada por nós, não havendo nenhuma se-melhante no país, e é diferente daquilo que as outras dioceses fizeram, com uma base de da-dos comprada no mercado, daí a complexidade desta intro-dução de milhares de dados. O prazo acaba-nos agora a 30 de Junho e esperamos po-der prolongar o prazo. Estou convencido que sim, mas as dificuldades com o QREN são tremendas.

Mesmo assim, o vosso trabalho, pelo menos a nível concelhio já deu muitos fru-tos.

O concelho de Macedo de Cavaleiros é dos poucos no país que tem todos os seus bens patrimoniais inventaria-dos. Isto é importante porque estancamos a sangria de se ver delapidado o património, e para a autarquia há a hipótese de estabelecer roteiros, rotas, o que quiser. Em termos histó-ricos e arqueológicos, Macedo pode estabelecer, por exem-plo, uma rota do Barroco, uma rota de Arqueologia, de Histó-ria…

Já há peças e monumen-tos suficientes?

Há. Podemos criar 20 rotas turísticas no concelho se assim o quisermos.

Mas, até aqui é história de arte, e história do concelho?

A história deste concelho não passava de lendas e de mitos. Foi feito um trabalho de investigação histórica, e que está publicado, é um livro meu e do professor Pinto Barbosa, onde reabilitámos uma figura histórica nacional: Martim Gon-çalves Macedo. Talvez dos ho-

mens mais importantes deste país, com a acção dele na ba-talha de Aljubarrota, ao salvar a vida a D. João I. Não só al-terou o curso da batalha, como permitiu que a nossa soberania continuasse.

A importância dele é tal que, após a batalha de Aljubarrota, em 1386, quando as tropas vie-ram tomar a Praça de Chaves e depois foram para Bragança, estiveram estacionadas todas as tropas do país no Campo do Pereiro, em Castelãos.

Este concelho, que toda a gente pensa que só tem 150 anos de história, dá-nos hipó-tese de recuar a tempos pré-históricos e fazer um fio condu-tor até hoje.

E o que vai acontecer a 8 de Maio?

Achei que seria interessante o município agarrar num dia e dedicá-lo às figuras ilustres do concelho. Começámos o ano passado com um memorial e uma lápide na Av. Nuno Álva-res Pereira, uma festa muito interessante. Este ano vamos repetir a dose. Pegámos em seis figuras importantes do con-celho e vamos homenageá-las. Muita gente nunca ouviu falar delas: Nuno Martim de Chacim, o primeiro-ministro da Adminis-tração Interna deste país, que passou por dois reis, D. Afonso e D. Dinis; Nicolau Campos Ver-gueiro, nascido em Vale da Por-ca e que foi rei do Brasil, pois quando o D.Pedro abdica para o filho, que era menor de idade, a constituição brasileira dizia que se tinha de constituir uma trina para ir governando o país. E, nessa primeira trina está lá exactamente Nicolau Campos Vergueiro. A maior avenida de São Paulo é a Av. Senador Ver-gueiro, foi o primeiro homem a abolir a escravatura na função pública, no Brasil. Vamos falar ainda na Cândida Florinda Pe-reira, na Beatriz Arnaux e no Cónego Figueiredo Sarmento.

A vossa intenção é valori-zar o património e a história do concelho?

Temos razões históricas para podermos pensar assim. Não estamos a inventar nada. Aqui e à volta temos uma zona extremamente importante dos acontecimentos dos séculos XIII e XIV. Nesse intuito quere-mos levar este projecto para a frente.

Neste dia 8 será ainda feita uma exposição?

Teremos cá o professor Mi-guel Sanches Baiena, que virá falar da exposição que é criada

por ele e por técnicos do Mu-seu Militar de Lisboa e irá fazer também uma comunicação “Da Monarquia à República”.

E projectos, ideias ou ac-ções futuras?

Queremos mudar as nos-sas instalações do Museu de arqueologia para a cidade. A Oficina de Restauro, também, estamos apenas a estudar o espaço. E, eventualmente, os serviços da ATQ irão também, porque o Azibo é uma zona ex-celente, mas as condições de vivência não são as melhores: é muito quente de Verão e mui-to frio no Inverno. Sob o ponto de vista logístico acarreta des-pesas acessórias desnecessá-rias. Se estivermos na cidade é diferente.

Esta actividade do dia 8 não substitui as Jornadas da Primavera?

Não, não. As Jornadas da Primavera decorrem no pró-ximo dia 29 de Maio e vamos apresentar os resultados das escavações do ano passado da Fraga dos Corvos e dos Xeires. Traremos um convidado, que neste caso é o prof. Amilcar Guerra, talvez o maior epigra-fista deste país e que irá falar sobre algumas considerações epigráficas do Nordeste. Eu irei falar um pouco daquilo que era o quotidiano de um macedense nos séculos XIII e XIV. Depois vamos aprofundar a vida de Nuno Martim de Chacim. Have-rá ainda pintura mural da Terra Quente e uma abordagem ao Cónego Sarmento.

Esta será a nossa oitava jornada. Lamentamos a pou-ca adesão do público a estas coisas. Sabemos que o mal não é de Macedo, que é um fenómeno que se estende ao país. Mas, estas Jornadas são abertas à comunidade, não se pretende ser erudito, pretende-se falar para o comum dos mortais. É pena porque quem não gosta de saber factos his-tóricos da sua terra? Como é que ele está aqui? Como che-gou até aqui?

A ATQ tem um site onde todas as informações podem ser encontradas?

O nosso site é um êxito. Tem dois anos e meio e 120 mil en-tradas. Sabemos que é visto sobretudo pela academia, por-que andam aqui connosco uma série de professores, que vão pondo nos testes aquilo que se faz por aqui. É notável para um site de uma associação de de-fesa do património. n

Miguel Midões

Já devem ter pas-sado 1300 a 1400 pessoas, em regime de voluntariado, a escavar em Macedo de Cavaleiros, e de todas as universida-des do país, e ainda várias do estrangei-ro.

Até 2006/2007 esca-vámos cinco a seis sítios por campa-nha. Agora, as difi-culdades financei-ras só nos permite escavar dois sítios arqueológicos. Pelo menos foi assim que aconteceu o ano passado e pen-samos que aconte-cerá este ano.

Tirando o município de Macedo de Ca-valeiros que tem as contas em dia com a associação, mais nenhum município as tem em dia.

Salselas Escavações de forno Romano

Necrópole Sobreirinho em Agosto de 2003

Entrevista

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Regional

A introdução de um chip para iden-tificação de animais está a causar

problemas junto dos produtores de ove-lhas e cabras, no Planalto Mirandês.

Os produtores consideram que este novo dispositivo vai trazer mais custos e mais burocracias, e muitos pensam mes-mo em deixar de ter animais, pois o que ganham com a venda dos animais não cobre o que gastam em alimentação e tratamento.

Apesar de tudo, esta medida não é vista como uma ameaça à extinção da Raça Churra Galega Mirandesa. O presi-dente da Associação de Criadores acre-dita na continuidade da raça que, neste momento, tem cerca de oito mil exempla-res e 80 produtores.

Estas preocupações e declarações foram tidas à margem do 15º concurso da raça, que se realizou em Miranda do Douro. O autarca local, Artur Nunes, ad-verte que quem vai pagar a factura final será sempre o consumidor, pois terá de pagar mais pela carne. n

Brinco polémico

O secretário de Esta-do das Obras Públi-cas, Paulo Campos

e o presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, visitaram, no final do mês de Abril, as obras de cons-trução da Barragem do Baixo Sabor e concluíram que estas são um exemplo nacional a ní-vel de segurança e condições de trabalho.

“Há poucas obras neste país com as condições que esta tem”, garante o sindicalista e dá mesmo exemplos: “antiga-mente a barragem de Crestuma tinha casernas, e aqui temos dormitórios com ar condiciona-do”. Melhoramentos que são fruto de um investimento em Segurança, “evitando assim as mortes no sector”.

Menos mortes na Cons-trução Civil

De 2004 a 2009 sentiu-se uma diminuição do número de mortes na construção civil, cer-ca de 45%. Números que sa-tisfazem Paulo Campos. O se-cretário de Estado fala de “um trabalho meritório em termos das condições oferecidas aos trabalhadores da construção

civil em Portugal”. Um trabalho que tem sido “coroado” pelas estatísticas, uma vez que os números desceram.

O membro do Governo afirma que está a ser feito um trabalho em sintonia com o Sindicato, porque o objectivo de ambos é o mesmo. “Enten-demos que é possível oferecer

melhores condições de segu-rança e diminuir a sinistralida-de, e ainda lançar novos cami-nhos”.

Paulo Campos salientou ainda que as obras de constru-ção da Barragem do Baixo Sa-bor permitiram a muitos portu-gueses o regresso ao seu país natal, porque criou oportuni-

dade de emprego para muitos que estavam emigrados.

No mesmo dia, ambos os responsáveis visitaram o esta-leiro de obras do IC5 e do IP2 na Chã, em Alijó e consideraram que, também aqui, estão a ser respeitadas todas as normas de segurança, seguindo o exemplo da Barragem do Sabor. n

Secretário de Estado de visita às obras do Baixo Sabor

Exemplo nacionalBarragem do Sabor

Cerca de 25 mil euros foi o pre-juízo causado pela avaria de um dos frigoríficos da Farmá-

cia do Hospital de Mirandela, do CHNE (Centro Hospitalar do Nordeste), no sá-bado 17 de Abril. Parte dos medicamen-tos que estavam no interior e que tinham de ficar a uma temperatura inferior a 8 graus acabou por se danificar.

Tudo indica que tal terá acontecido porque não estavam presentes técnicos na unidade hospitalar que pudessem reparar a avaria, tendo sido chamados técnicos da Unidade Hospitalar de Bra-gança. Não conseguindo resolver o pro-blema, a solução só foi encontrada na segunda-feira, dois dias depois, pelos técnicos da própria Unidade de Miran-dela.

Recorreu-se a outros dois frigo-ríficos, de reserva, para onde foram transferidos os medicamentos. Mas, a maior parte deles, não estava já em condições de administrar aos doentes. Fonte hospitalar refere que o prejuízo

deve rondar os 25 mil euros.

CHNE com outra versão Segundo o CHNE, com recurso a

uma fonte do Gabinete de Comunica-ção junto da Administração do mesmo, os técnicos realizaram todos os possí-veis para transferir os medicamentos de frigorífico, mas alguns já estariam inadequados e foram, por isso, inutili-zados.

Ao que conseguimos apurar, a própria administração aguarda um re-latório da responsável da Farmácia, que explicará a verdadeira avaliação dos estragos, mas esta responsável adianta desde já que os mesmos não ascendem a 25 mil euros.

Fim dos piquetes leva a aci-dentes

Até Março deste ano, a Unidade Hospitalar de Mirandela, à semelhan-

ça das outras duas que compõem o CHNE, tinha técnicos 24 horas por dia, que ficavam de piquete depois do normal horário laboral, mas a adminis-tração decidiu reduzir o valor do suple-mento nocturno e de fins-de-semana. Revoltados com a situação, os técnicos decidiram paralisar e não voltar a fazer piquetes, cumprindo apenas o normal horário de trabalho.

Por exemplo, há cerca de um mês, uma falha eléctrica deixou o Hospital de Mirandela sem laboratório de aná-lises clínicas durante dez horas. Um problema que apenas foi resolvido no dia seguinte quando chegaram os ditos técnicos, tendo havido neces-sidade de transportar para Bragança várias situações de análise.

Segundo a Comunicação Social da região, os técnicos recebiam cerca de 18 mil euros de horas extras anu-ais, bem menos do que este prejuízo causado em apenas um fim-de-sema-na. n

Avaria custa 25 mil euros Unidade Hospitalar de Mirandela

Argoselo quer confeccionar a maior rosquilha do mundo e assim entrar para o livro de recordes do Guinness. Já no próximo ano, durante o certame de promoção a este doce típico, também do concelho de Vimioso, o presidente da Junta de Freguesia de Argoselo espera ter a sua certificação e apresentar a rosquilha gigante.

Rosquilha no Guinness

Sobretudo a “Platafor-ma Sabor Livre” tem

lutado para emperrar a cons-trução desta infra-estrutura. Segundo o mesmo movimen-to, “de acordo com a avalia-ção do impacto ambiental, o projecto causará danos nos Sítios de Importância Comunitária “Rios Sabor e Maçãs” e “Morais”, relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flo-ra selvagens, e na Zona de Protecção Especial “Rios Sabor e Maçãs”, relativa à preservação das aves selva-gens. Efectivamente, os SIC em questão abrigam 19 tipos de habitats diferentes, 9 es-pécies animais e 5 espécies vegetais de interesse comu-nitário, sendo que três tipos de habitats e uma espécie animal, o Canis lupus, estão classificados como sendo prioritários.

A zona em questão foi classificada como ZPE devi-do à presença de 34 espécies de aves selvagens, entre as quais variadas espécies de aves de rapina, construindo grande parte delas ninho nas encostas do rio que irão ficar submersas após a constru-ção da barragem”. n

AmbientalistasContra

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Cultura

É já este mês que o Museu de Arte Sacra, de Macedo de Cavaleiros, completa um

ano de existência. O espaço museológico tem sido ponto de paragem obrigatório por parte de muitas excursões que visitam o Nordeste Trans-montano.

Beraldino Pinto faz um balanço positivo do espaço e afirma que se irá festejar o primeiro aniversário no dia 8 de Maio. O presidente da Câmara adiantou ainda ao Cipreste que neste mesmo dia será colocada patente ao público a nova exposição do museu, “com a renovação do espólio presente”.

O mais importante, diz o autarca, é “a visão com que as pessoas ficam da arte sacra da re-

gião”.O Museu de Arte Sacra da cidade de Macedo,

segundo o autarca, “dá ânimo para continuar e encaixa na estratégia que o executivo tem para o município”, e já ultrapassou os seis mil visitan-tes.

De recordar que este espaço museológico surgiu depois da inventariação levada a cabo pela Associação Terras Quentes, tendo algumas peças sido mesmo conservadas e reparadas pela Oficina de Restauro da mesma associação.

O espólio presente é rotativo e é composto por peças das várias aldeias do concelho de Ma-cedo. A inauguração, há um ano, contou com a presença do então ministro da Cultura. n

Museu de Arte Sacra

Primeiro aniversário

De quinta 22 a segun-da 26 de Abril, Ma-cedo de Cavaleiros

acolheu aquela que foi, talvez, a maior Feira do Livro realizada nos últimos anos no concelho. Para além daquilo que lhe dá o nome, os livros, o evento con-tou ainda com várias peças de teatro, tais como: “O Soldadi-nho de Chumbo”, trazido pelas mãos da Companhia de Teatro Mestre Filipe e as suas mario-netas e “O Capuchinho Verme-lho”, pela companhia “Urze”, de Vila Real. Ambas baseadas em contos bem conhecidos do mundo infantil.

Como não poderia faltar, houve ainda o lançamento de dois livros: um mais concelhio, baseado na recolha de poemas nas várias aldeias de Macedo de Cavaleiros. “É um livro mui-to interessante. Uma recolha efectuada no nosso concelho”, salienta a vereadora do pe-louro da Cultura. Sílvia Garcia

espera, em breve, organizar uma segunda apresentação do mesmo livro, que aliás não está fechado. A recolha vai continuar porque há muito mais cultura do concelho para colocar em livro. “É uma recolha de poemas, uns que eram cantados e outros não, sobre actividades que eram rea-lizadas ao longo do ano”.

Feira do Livro com novo espaço

Uma realização mais com-pleta como a desta terceira edição fez com que o habitual espaço do Centro Cultural (sala de conferências) se tornasse exíguo para acolher a iniciativa da autarquia. Por isso mesmo, Sílvia Garcia explica que “a pro-cura por parte das editoras tem sido grande, e o Centro Cultu-ral era pequeno para receber tantos quantos se inscreveram nesta edição.” n

Miguel Midões

Feira do Livro de Macedo com cara lavada

Feira do Livro 2010

Publicação de Justificações Notariais278 422 511 / 96 205 72 01Edifício Translande loja 49Macedo de Cavaleiros

A dança contemporânea volta ao Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros e, mais uma vez, sob a forma de au-las. Os comandos da iniciati-va estão nas mãos de Pedro Pires, bailarino e coreógrafo, bem como director artístico da companhia de dança “Código Dance Project”, contando com o apoio do pelouro da cultu-ra da autarquia local. “Criar exercícios que possam cativar e ajudar as pessoas no dia-a-dia” é o principal objectivo de Pedro Pires, com as aulas que começaram no mês de Abril.

Aulas mais criativas para os mais novos, e mais de postura para os mais velhos, que querem ver o corpo “a respirar”, por isso o director artístico admite que possa ter alunos dos 12 aos 60 anos. Nas aulas haverá sempre uma sessão de relaxamento, onde

não faltará massagem, medi-tação e yoga.

Dança não enche salas

É importante captar a aten-ção da população em geral para as aulas de dança contemporâ-nea porque nem sempre esta arte é vista com o reconheci-mento que merece, sendo os próprios espaços culturais a colocá-la para segundo plano. “Infelizmente não se fala o su-ficiente em Dança Contemporâ-nea”. Pedro Pires confessa que os teatros “apenas têm 10% da programação dedicada à área da dança”, e que os próprios directores dos espaços culturais dizem que a dança não tem pú-blico. “Há entidades com qua-lidade em Portugal, mas não a fazer um trabalho suficiente em número”, diz o director artístico.

No caso concreto de Mace-

do de Cavaleiros, Pedro Pires lembra que o CC passou a mos-trar dança desde que chegou a Macedo e que a dança passou muito pouco pelo palco da cida-de. Um problema que se esten-de à região e ao país, porque a dança é uma “disciplina artística muito exigente”.

É preciso mendigar apoios

Como os espectáculos não abundam, nem mesmo os apoios do ministério da Cultura, Pedro Pires teve de arranjar se-gundas soluções para si e para os bailarinos que estão consigo em Macedo de Cavaleiros. Por exemplo, para que a alimenta-ção pesasse menos na factura dos seus profissionais, o director artístico conseguiu uma parceria com o Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros, que

possibilita o almoço na cantina da secundária local. “Pensei em pedir o apoio à escola, na ajuda das refeições, porque fica próxi-ma do Centro Cultural”.

A jeito de “pagamento”, a escola foi convidada a ver os ensaios da companhia e Pedro Pires foi ainda à escola, onde estão a tratar as profissões, para dar a imagem daquilo que é a vida de um bailarino profissio-

nal. “Vou abordar a arte, através da disciplina que é a dança, e vou abordá-la como profissão”. Um mundo difícil confessa, mas também possível. “Quem sente ser artista vai ter obviamente que se dar uma oportunidade”, remata. Mas, alerta, “a cada dia lhes vai ser barrado o caminho”, conseguindo, no final, apenas uma pequena percentagem chegar a artista. n

Dança Contemporânea

Macedo a dançar com Pedro Pires

Vai-se andandoJosé Pedro Gomes pisa o palco do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros no próximo dia 8 de Maio. O conhecido actor português, que habitualmente contracena com António Feio, traz consigo a comédia “Vai-se andando”. Um monólogo sobre as particularidades dos portugueses, com a inevitável presença de um Galo de Barcelos. Às 21h45, as virtudes, os tiques e os defeitos do povo português

Pedro Pires em king’s kross

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16 | 03 de Maio de 2010 | Cipreste |

Economia

Em 2010, o governo pretende envolver cerca de três mil pes-

soas, no distrito de Bragança, no programa “Iniciativa Empre-go 2010”. O vice-presidente do IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) deslo-cou-se à capital de distrito para apresentar o programa, que está a ser divulgado um pouco por todo o país. Alexandre Rosa falou de um “programa amplo”, que está estrategicamente de-senhado para “enfrentar os efeitos da crise nos mercados do emprego”.

O objectivo fundamental da “Iniciativa Emprego 2010 é cla-ro: evitar os despedimentos de pessoal e apoiar a contratação de jovens e de desempregados.

Distrito tem sete mil desempregados

Para além dos empregos efectivos que se pretendem criar, esta iniciativa visa ainda a formação. Pretende-se que sejam envolvidas cerca de oito mil pessoas em todo o distri-

to. “Aqui em Bragança temos, a nível distrital cerca de 7000 desempregados, por isso as metas são adequadas e sufi-cientes”.

Mas, para tal, Alexandre Rosa deixou um apelo às autar-quias e às empresas da região: “visitem o nosso site, porque o combate ao desemprego, pe-rante a crise que estamos a vi-ver, não pode ficar só a cargo do Estado.”

Medidas de combate são várias

Como medidas de comba-te ao desemprego, o IEFP traz na bagagem deste “Iniciativa Emprego 2010”, pela primei-ra vez, o apoio à contratação de trabalhadores com mais de 40 anos e desempregados há mais de noves meses; depois, um pouco das medidas que têm sido faladas pelo governo nos últimos tempos: estágios profissionais, apoio à con-tratação de jovens ou de ex-estagiários, redução nas con-tribuições para a Segurança

Social e ainda um programa de qualificação-emprego para as empresas que necessitem de suspender o trabalho por algum tempo.

Além destas existe ainda outra medida, mas mais direc-cionada para autarquias e IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), que está relacionada com a inserção. Os trabalhadores poderão receber mais 20% do seu vencimento, caso façam trabalhos ditos co-munitários.

Desempregados pres-sionados a trabalhar

Não será tão fácil recusar emprego a partir de agora. “Há um conjunto de regras que obri-gam as pessoas a aceitar um emprego”, diz o vice-presidente do IEFP. O responsável vai mais longe e alerta os empre-sários da região para que se a pessoa não aceita o emprego, o comuniquem, “e há um docu-mento para isso”. Como conse-quência, “as pessoas perdem o subsídio de desemprego”. n

Iniciativa Emprego 2010

3 mil postos de trabalho podem surgir na região

A região norte é a mais pobre da União euro-peia a 15. São dados

do Eurostat relativos a 2007, ou seja, ainda antes da crise eco-nómica. A região não evoluiu economicamente em dez anos, tendo sido inclusive ultrapassa-da pelos Açores e pela região da Extremadura Espanhola. O mesmo barómetro teme que os dados relativos a 2008 e 2009 sejam ainda mais negros.

Em dez anos a região Norte nada cresceu em termos eco-nómicos. Em 1997, apenas era mais rica e produtiva que os Açores e que a Extremadura, em Espanha. Agora, só mesmo uma

parte da Grécia consegue ser tão pobre como o Norte de Portugal.

Os trabalhadores continuam pouco produtivos, diz o Euros-tat e a região continua sem um rumo definido. Os dados são relativos a 2007, ao período an-tes da crise financeira, por isso teme-se que os resultados dos últimos dois anos sejam ainda piores, até porque as exporta-ções sofreram uma forte quebra e o desemprego aumentou em flecha, atingindo os 10%. Só mesmo a Grécia está pior neste momento e o Norte só largará o fundo da tabela da Europa a 15, caso as regiões gregas, influen-ciadas pela contenção de des-

pesas do país venham a ocupar esses lugares.

Mas, o Eurostat diz mais. Portugal é um país heterogéneo. Talvez até um país a várias velo-cidades de crescimento. Centro e Lisboa estão acima da média comunitária, em termos de de-senvolvimento económico, Sul e Oeste e Madeira estão bem na tabela e até o Alentejo recupe-rou, já não figurando nas regi-ões mais pobres, assim como o Algarve que começa a perder o direito a fundos comunitários.

Os habitantes do Norte de Portugal têm menos riqueza por habitante, logo menos poder de compra.n

Mais pobre da UERegião Norte

Macedo de Cavalei-ros é o concelho com menos poder

de compra no distrito de Bra-gança. A perda do poder de compra é transversal a todos os transmontanos, mas a realida-de é ainda mais negra no cora-ção da região. Quem o afirma é Pedro Carvalho, economista que colabora com a CGTP. Na origem desta quebra do poder de compra está o PEC (Plano de Estabilidade Económica, se-gundo o economista.

“Macedo de Cavaleiros teve uma perda do ganho mensal. É incrível como é que os salários do ponto de vista nominal este-jam a descer. E, claro, também o poder de compra está a des-cer”.

Este economista conside-ra que o PEC é uma “ofensiva contra os salários dos traba-lhadores”, não só devido ao congelamento do salário dos trabalhadores da Função Públi-ca, mas também um “ataque às funções sociais do Estado, um ataque ao sector empresarial do Estado”, que são os alicer-ces do país para o crescimento económico. Por isso mesmo, este responsável apela à con-tinuação da luta por parte dos trabalhadores, porque é possí-vel haver alternativas à política actual “ao contrário daquilo que se quer fazer crer”.

Malefícios do PEC

O economista alerta que, neste momento, o desempre-go cresceu 15% no distrito de Bragança. E, em flecha subiu também o rendimento social de inserção. Neste momento, há mais 41% de população transmontana a receber o RSI.

Também o salário médio da

região é o mais baixo do país, ronda agora os 760€, repre-sentando pouco mais de 70% daquilo que é o ganho médio de um trabalhador. A “região está extremamente empobreci-da, a única que perdeu poder de compra na generalidade”, diz Pedro Carvalho. “Bragança perdeu quase seis pontos per-centuais nos últimos estudos do INE (Instituto Nacional de Esta-tística) ”.

O economista considera que o orçamento de Estado de 2010 corta verbas para Trás-os-Mon-tes e Alto Douro na ordem dos 80% e se restringirmos ao distri-to de Bragança, esses mesmos cortes chegam aos 99%.

Apenas 8€ por habitan-te

Enquanto no Orçamento de Estado para 2010 cada lisboeta receberá em média 200 euros, a cada transmontano caberá apenas uma pequena fatia de 8€. Na região norte, a média por habitante chega aos 90€. “É necessário investimento público e criar condições para fixar as pessoas na região, enquanto o que se tem visto é uma política de encerramento dos serviços públicos”, afirma. Pedro Carva-lho alerta, por exemplo, para os malefícios que poderiam advir de uma política de privatização dos Correios. Na sua opinião, a consequência para a região se-ria “mais isolamento”.

Outro ponto fulcral, na opi-nião do economista, é a neces-sidade de revalorização dos salários e das pensões. “Preci-samos de reforçar a capacida-de de consumo das famílias e reforçar a dinâmica dos merca-dos locais”, para que se consiga combater a crise actual. n

Miguel Midões

Macedo de Cavaleiros

Pior poderde compra

Auto-Estrada TransmontanaEfeitos negativos na região seriam inevitáveis, caso a futura A4, viesse a ter portagens. Ideia defendida pelo economista da Universidade de Coimbra Pedro Godinho. Sem portagens, foram calculados ganhos na ordem dos 1386 milhões de euros, em 30 anos. Vão ser gastos 450 mil me-tros cúbicos de betão cimento.

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| Cipreste | 03 de Maio de 2010 | 17

Desporto

Está cada vez mais di-fícil a manutenção do Morais Futebol Clube

no campeonato da 3ª divisão nacional, depois da derrota em casa, este domingo, frente ao Marinhas. À turma de Lopes da Silva apenas a vitória inte-ressava para que a matemática ficasse mais acessível ao clube do concelho de Macedo de Ca-valeiros.

O Morais entrou bem no jogo e o remate de Pires, aos sete minutos, por cima da bar-ra, gelou o Campo do Santo André, num domingo quente de primavera, em que o pelado seco não ajudou ao desenrolar de um jogo táctico.

O jogo arrefeceu e até ao in-tervalo, apenas um remate fron-tal do Marinhas, aos 29 minu-tos, fez tremer a barra da baliza dos da casa. Apenas dois lan-

ces marcaram os primeiros 45 minutos, que levaram as duas equipas aos balneários empa-tadas a zero no marcador.

Mais garra na 2ª parte

Mais uma vez Pires, pelo Morais, logo ao primeiro minuto da segunda parte deu dinâmica ao jogo, mas faltou a finaliza-ção. O Morais estava disposto a inaugurar o Marcador, mas acabou por ser o Marinhas a faze-lo, por intermédio de Mari-nho, aos 51 minutos.

No segundo tempo do jogo, Lopes da Silva esgota as subs-tituições: primeiro troca o nú-mero 28 Bertini, por Chora, o camisola 9.

Para o lugar de Inácio entra Passi, para a posição de lateral direito, posto que não costuma ocupar. Finalmente, aos 29 mi-

nutos da segunda parte, o téc-nico do Morais faz entrar o 20 Alex para o lugar do até então homem do jogo Pires (15).

O Morais consegue duas boas investidas à baliza do Ma-rinhas, na segunda parte: uma aos 23 minutos, outra aos 29, através de Rui.

Motivação dentro de campo

O Marinhas soube gerir o jogo e, sobretudo segurar o resultado. Opinião partilhada pelo técnico Pedro Araújo. Para o penúltimo classificado no campeonato de manutenção, a permanência na 3ª divisão depende apenas de si próprio. Há quatro jogos pela frente e a conquista de 12 pontos garanti-ria a sua permanência.

O treinador da equipa de

Esposende não desvaloriza o Morais e diz mesmo que é “uma equipa aguerrida e com bons jogadores”, mas o Marinhas le-vou a melhor porque “soube se-gurar o jogo e o resultado”. Na origem da vitória esteve, para o técnico, “a motivação e a orien-tação táctica dentro de campo”.

Pelo caminho ficam críticas suaves ao pelado do Morais, que nem sempre permite as jo-gadas pensadas.

Morais precisa de mais carácter

Desde a oportunidade fla-grante de Pires no segundo tempo que não foi aproveitada ao terreno que “prejudicou as duas equipas”, Lopes da Silva, técnico do Morais, refere que o Marinhas aproveitou um canto para marcar e segurou o resul-tado até ao final.

Lopes da Silva considera que a sua equipa precisa de “mais carácter” e precisa de en-trar em campo a “acreditar na manutenção”. Neste jogo em

concreto, diz o treinador “não se conseguiu acreditar”.

À jovem equipa do Morais faltou ainda “força psicológica nos momentos certos” e duas peças fundamentais: karaté que está lesionado e Inácio que, apesar de ter jogado também está lesionado. “Tive de impro-visar”, diz Lopes da Silva.

O Morais está na última po-sição do campeonato de desci-da, com apenas onze pontos e sem qualquer vitória nos últimos seis jogos. Na próxima jornada vai ao Santa Maria, equipa de Barcelos, da Associação de Fu-tebol de Braga.

As derrotas têm sido por margens mínimas, mas a equi-pa precisa de mais maturidade para conseguir chegar às vitó-rias e sair da situação aflitiva em que se encontra. n

Miguel Midões

Morais 0 - Marinhas 1

Faltou finalização às investidas do Morais

Na jornada seis do campeonato de subida, da terceira divisão, série A, o Sport Clube de Mirandela, depois de estar a perder por 2-0, conseguiu recuperar o resultado e chegar ao empate com o Valenciano. A primeira parte foi morna e bastante equilibrada, mas no segundo tempo o Mirandela entrou com os olhos postos na conquista de pontos. O Valenciano marca ao minuto 38 e depois aos 12 minutos da segunda parte, bene-ficiando de um auto-golo de Nelo. Foi Maktar que motivou os alvinegros ao entrar na 2ª parte, tendo reduzido com um golo de cabeça, aos 34 minutos. Aos 36, Aires empata a partida e impede que o Valenciano consiga a primeira vitória desta fase do campeonato na cidade do Tua.

Maktar salva Mirandela

Macedense 5-3 Monte PedrasO Grupo Desportivo Macedense recebeu e venceu o Monte Pedras por 5-3. O quinto classificado não conseguiu levar a melhor do coração do Nordeste Transmontano e regressou ao Porto com os 41 pontos que trouxe na bagagem, descendo inclusive uma posição. O Macedense continua em oitavo, mas com 36 pontos. Na jornada 26, a 15 de Maio, o GDM defronta o Gualtar, 9º na tabela.

Morais Futebol Clube Condições do pelado não permitiram fazer melhor

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18 | 03 de Maio de 2010 | Cipreste |

Numa primeira parte marcada por jogadas pouco pensadas

de ambas as partes, valeu ao Miran-dês um pouco mais de coesão e de assertividade na finalização. Armindo, com a camisola 31, abriu o marcador em Lamas, para os forasteiros, aos 17 minutos da primeira parte, com os adeptos do Lamas a reclamarem fora de jogo. Vitor Hugo fez o segundo para o Mirandês e as duas equipas recolheram ao balneário com 0-2 no marcador.

A abrir a 2ª parte, o Mirandês desper-diça a oportunidade de fazer o terceiro golo, isolado em frente ao guarda-redes do adversário.

Aos quatro minutos da 2ª parte, o Lamas reclama uma grande penalidade, mas o árbitro nada assinala, ao contrário do que fez na área do Lamas aos 27 mi-nutos do segundo tempo. André é cha-mado a concretizar, mas falha o quarto golo para o Mirandês. O terceiro havia sido marcado, por Leonel aos 53 minu-tos.

O golo do Lamas chega por inter-médio de Radar aos 57. Reduzindo a desvantagem para 3-1. Insuficiente. Ainda antes do árbitro dar por termi-nada a partida, e já em tempos de

compensação, o Mirandês, por Pe-dro Manhanho, fixa o resultado no 1-5.

O Lamas é 11º classificado, com 15

pontos. A 9 de Maio vai a casa do segun-do classificado, o Rebordelo. n

M.M.

Atletas de Macedo voltam a dar cartas

A Taça de Portugal de Light-contact e de Low-kik contou com mais de

300 atletas e jogou-se no passado dia 25 de Abril. Presentes estiveram sete atletas da Associação de Desportos de Combate de Macedo de Cavaleiros, ADCMC. Em 11 combates, os nossos atletas conseguiram seis vitórias.

Segundo a ADCMC, o objectivo era a “rodagem de atletas tendo em vista o próximo campeonato nacional”, que terá lugar este mês. n

Sede Procura-seA Associação Cultural, Desportiva

e Recreativa da Bela Vista procu-ra um novo espaço onde possa instalar a sua sede. O actual local é alugado e a associação já teve uma oferta por parte da autarquia. Contudo, este novo local era fora do bairro da Bela Vista e Luís Santos, presidente da associação, consi-dera que sair do bairro é tirar a ACDR do seu “espaço físico, do seu habitat”.

O responsável espera agora que com a beneficiação que a autarquia está a fazer no local se consiga aproxi-mar mais a associação dos maceden-ses e, sobretudo, de alguém que “es-teja disponível a vender património no sentido de adquirir sede própria”.

Na calha pode estar ainda uma es-cola de cicloturismo, mas os parcos re-cursos físicos e financeiros ainda não o permitem. n

Caça e Pesca apaga 30 velas

O Clube de Caça e Pesca de Ma-cedo de cavaleiros comemo-

rou, este ano, 30 anos de existência. Em dia de comemorações e de festa no Campo de Tiro da Nogueirinha, muitas foram as histórias contadas entre sócios e simpatizantes do clube. Por exemplo, Gualter Trindade, de Limãos, ainda hoje lembra a carpa de 5kg que pescou em Miranda do Douro. Mais que a competi-ção, o que atrai os sócios do clube são os convívios.

No mesmo dia também foram lem-bradas as regras da tutela, que regula-mentam o sector, consideradas em “ex-cesso” por muitos dos presentes e um entrave às actividades lúdicas relacio-nadas com a caça e com a pesca. n

Num jogo de nervos na Póvoa de Lanhoso, o Clube Atlético de

Macedo de Cavaleiros conseguiu arran-car um ponto a ferros, na sua desloca-ção ao Maria da Fonte (da Associação de Futebol de Braga). Por incrível que pareça, o Macedo já estava a perder por 0-3 aos sete minutos da primeira parte. Contudo, Luisinho conseguiu um hattrick e Nuno Meia, o médio, que o ano passa-do jogou no Vila Real também visou.

A partida acabou apenas com dez jo-

gadores do lado do Clube Atlético, pois o defesa Corunha foi expulso com ver-melho directo.

Os mais directos adversários do Macedo, neste campeonato de subida, Grupo Desportivo de Bragança e Sport Clube de Mirandela, não aproveitaram o deslize do líder e também marcaram passo neste campeonato. Ambos os clu-bes não conseguiram ir mais longe que o empate. O Mirandela, em casa, frente ao Valenciano e o Bragança com o Li-

mianos, tendo este último encontro ter-minado a zeros no marcador.

O Clube Atlético de Macedo de Ca-valeiros continua na primeira posição com 32 pontos, seguindo o Mirandela e o Bragança na cola, com menos um ponto.

Na próxima jornada, dia 9 de Maio, há dérbie regional, o Macedo recebe o Mirandela. O Bragança vai ao Maria da Fonte. n

MM

Maria da Fonte 4 – 4 Clube Atlético de Macedo

Jogo espectáculo acaba com empate sacado a ferros

Lamas 1 Mirandês 5

Pouca coesão na equipa do Lamas

Breves

Lamas poucas jogadas pensadas e falta de poder de finalização

23ª Jornada (02/05/2010)Mogadourense 1-6 ArgozeloAlfandeguense 1-3 Vila Flor

CCR Lamas 1-5 MirandêsFC Vinhais 2-2 Rebordelo

Águias Vimioso 3-2 CarçãoGD Poiares 2-1 GD Milhão

Sendim 1-1 Talhas

Classificação1 Argozelo 622 Rebordelo 573 Mirandês 514 FC Vinhais 495 Vila Flor 476 Talhas 427 Mogadourense 308 Alfandeguense 299 Sendim 20

10 Águias Vimioso 1811 CCR Lamas 1512 Carção 1313 GD Poiares 1014 GD Milhão 10

Classificações6ª Jornada (02/05/2010)

Maria da Fonte 4-4 MacedoLimianos 0-0 BragançaMirandela 2-2 Valenciano

7ª Jornada (09/05/2010)Valenciano - LimianosBragança - Maria da FonteMacedo - Mirandela

Classificação1 Macedo de Cavaleiros 322 Bragança 313 Mirandela 314 Maria da Fonte 246 Valenciano 217 Limianos 20

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3ª D

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26ª Jornada (15/05/2010)Chaves Futsal - ContactoMonte Pedras - Paredes

Gualtar - MacedensePioneiros - Barranha SCMondim - Santa Luzia

Junqueira - A.R.C.A.Amanhã Criança - Guimarães

6ª Jornada (02/05/2010)Amares 1-1 Montalegre

Morais FC 0-1 MarinhasFão 2-1 Santa Maria

7ª Jornada (09/05/2010) Marinhas - Amares

Santa Maria - Morais FCMontalegre - Fão

Classificação1 Fão 252 Santa Maria FC 253 Montalegre 214 Amares 206 Marinhas 197 Morais FC 11

Div

isão

Sér

ie A

(Man

uten

ção)

Classificação1 Chaves Futsal 652 Junqueira 543 Barranha SC 454 Mondim de Basto 455 Contacto 426 Monte Pedras 417 Paredes 408 Macedense 369 Gualtar 35

10 Guimarães Futsal 2611 A.R.C.A. 2112 Pioneiros Bragança 2013 Amanhã Criança 2014 Santa Luzia 15

25ª Jornada (01/05/2010)Contacto 7-2 Amanhã CriançaParedes 6-1 Chaves Futsal

Macedense 5-3 Monte PedrasBarranha SC 1-3 GualtarSanta Luzia 7-6 Pioneiros

A.R.C.A. 3-2 MondimGuimarães 3-4 Junqueira

24ª Jornada (09/05/2010)Mirandês - ArgozeloRebordelo - Vila FlorGD Milhão - Mirandês

Carção - RebordeloTalhas - CarçãoSendim - GD MilhãoVila Flor - Talhas

Desporto

Page 19: Cipreste 9, Mai 2010

| Cipreste | 03 de Maio de 2010 | 19

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Sudoku

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Também o pode fazer através do nosso sitio da Internet: www.jornalcipreste.com

Regras sudokuO objectivo do Sudoku e preencher os quadrados vazios com números entre 1 e 9:1. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada linha;2. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada coluna;3. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada quadro de 3x3.

Solução:

SuavesMacedo no seu melhor

Então satisfeito com o helicóptero?

Sempre vem a tempo do último mandato...

?!

Cava

leir

ada

Juliano Silva

(À ordem de Edições Imaginarium)

?! !

Com dois anos de atraso!!?

... pois, tens razão...

...o presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros tem página no facebook? Ora experimente: http://www.facebook.com/#!/profile.php?id=100000983473585&ref=search&sid=1114389229.3012856845..1

Só resta saber se foi mesmo o senhor presidente a criá-la...

...a albufeira do Azibo está praticamente à cota máxima: a cota máxima é 602 m e ela tem estado nos 600,60 m, isto é pelo nível do descarregador de superfície.

...Salselas vai poder ter Junta como qualquer outra freguesia. Ao PSD o que é(ra) do PSD. O BE perde o representatne da as-sempbleia. Agora só mesmo o da Assembleia Municipal.

...A Cortinha do Moinho está na mesma... com os buracos tapados mas não defenitivamente. Já foi uma zona nobre de ma-cedo mas está muito, muito longe disso.

Sabia que...

Agosto é em Agosto sim, mas de 2009!

Voltamos a insistir. Entenda-se por Resíduos Domésticos os restos de comida, guardanapos, poeiras e terras e tudo aquilo que não possa ser colocado no Ecoponto mais próximo. A Câmara prometeu, para breve, uma recolha de cartão pelo centro da cidade. Aguardemos para ver quanto tempo representa este “para breve”...

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20 | 03 de Maio de 2010 | Cipreste |

MundoO Budismo é a principal religião do Laos e cerca de 85% da

população sendo altamente devota. O Budismo do Laos é a única versão do Theravada e é a base da cultura do país, com forte reflexo e influência na língua, arquitectura, arte, literatura, te-atro e outros aspectos sociais, culturais e económicos.

Os budistas do Laos são extremamente fiéis e praticamente todos os homens dedicam pelo menos dois anos da sua vida ao budismo, período em que residem num mosteiro ou templo (Wat no seu nome original). Grande parte destes homens tornam-se mon-ges para o resto da sua vida.

Os monges Theravada são altamente respeitados pelas comu-nidades que fazem questão de garantir o bem-estar dos religiosos. A população acredita que ao doar comida e provisionar auxilio aos monges está a ganhar mérito e a melhorar o seu karma. Esta prá-tica danifica a frágil economia do país, mas a maioria das pessoas está disposta a sacrificar-se em nome do respeito para com os monges e a religião.

Esta foto reportagem tenta mostrar o dia-a-dia e as práticas dos monges e estudantes Theravada num país ainda marcado pela guerra da Indochina.

Text e Fotografia por Paulo Nunes dos Santos

Os Theravada: O Budismo no Laos

O Laos é um país asiático, localizado na Indochina e limitado a norte pela China, a leste pelo Vietname, a sul pelo Camboja, a sul e oeste pela Tailândia e a oeste por Myanmar.O Budismo, de que os Theravada são representantes, contribuiu signi-ficativamente para a cultura do Laos. Ele reflete-se por todo país não apenas na religiosidade, mas também nas artes, literatura, teatro, etc.