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* Bolsistas de Iniciação Científica UFERSA Comparativo entre fatoração LU tradicional e através das fórmulas de Crout e Doolitlle Valciano C. Gurgel* [email protected] Thais R. G. Martins* [email protected] Carlos C. X. S.Lima* [email protected] Matheus da Silva Menezes [email protected] Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA 59015-000, Campus Angicos, RN www.ufersa.edu.br Palavras-chave: Métodos diretos, resolução de sistemas de equações lineares, Fatoração LU, Doolitlle, Crout Resumo: O presente artigo visa é referente à resolução de sistemas de equações lineares, por meio de métodos diretos que realizam uma decomposição da matriz A dos coeficientes. Mostraremos a diferença entre método da Fatoração LU Tradicional e os método de Doolittle e Crout. Serão levantados aspectos básicos que possibilitarão uma compreensão mais completa sobre os métodos. Esta pesquisa contém as quatro fórmulas fundamentais para obtenção dos elementos das novas matrizes L e U, utilizadas nos métodos de Doolittle e de Crout, porém, não é realizada nenhuma demonstração matemática extensa. Ao final proporcionamos uma pequena discussão sobre os fatos relevantes de cada método. 1. Introdução Na ciência, muitos problemas podem ser modelados matematicamente em termos de sistemas de equações lineares. Para estes sistemas existem vários métodos de resolução já bastante utilizados, principalmente no que diz respeito a matrizes quadradas [1]. Muitos exemplos podem ser citados sobre sua vasta aplicação prática em diversas áreas do conhecimento entre muitas outras aplicações na ciência e na engenharia [6,7]. Devido ao vasto campo de aplicação para sistemas de equações lineares, o estudo de métodos numéricos mais eficientes é necessário [6]. Considere a “i-ésima” equação pertencente a um sistema de equações lineares, de dimensão n x m: (1) , em que, A i,j e b i são constantes e x j é uma das “n” variáveis pertencentes à solução do sistema, i n. O processo de fatoração para sistemas de equações lineares, do tipo (1), consiste em decompor a matriz A dos coeficientes em um produto de dois ou mais fatores, e em seguida, resolver uma sequência de sistemas triangulares que conduzirão à solução geral do sistema [6]. Há inúmeras situações nas quais é mais adequado resolver os sistemas lineares utilizando técnicas de fatoração da matriz A. Em diversas situações, os vetores constantes não são conhecidos desde o início, por exemplo, ao se resolver Ax 1 =b 1 e Ax 2 =b 2 , onde b 2 é alguma função de x 1 [7]. Outra vantagem que pode ser ressaltada é a seguinte: uma vez que a matriz A está decomposta, podemos encontrar diferentes vetores solução, x, do sistema Ax=b para diferentes valores de b com grande facilidade [3,7]. Para cada solução adicional se realizariam as etapas de retrossubstituições que, são processos relativamente simples 2. Métodos de Fatoração da Matriz A Na fatoração LU tradicional, a matriz L é triangular inferior com diagonal unitária e a matriz U é triangular superior. O método da Fatoração LU Tradicional utiliza-se do método da Eliminação de Gauss, através do qual se obtém os elementos de L, composta pelos multiplicadores, e U, composta pelos elementos restantes da eliminação. Este processo de decomposição em L e U é um dos mais empregados porque apresenta mais facilidade caso seja necessário o uso de estratégias de pivoteamento [6]. , 1 , n j i j j i b x A 192 ISSN 2317-3297

Comparativo entre fatoração LU tradicional e através das fórmulas

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Page 1: Comparativo entre fatoração LU tradicional e através das fórmulas

* Bolsistas de Iniciação Científica UFERSA

Comparativo entre fatoração LU tradicional e através das fórmulas de

Crout e Doolitlle

Valciano C. Gurgel* [email protected]

Thais R. G. Martins* [email protected]

Carlos C. X. S.Lima* [email protected]

Matheus da Silva Menezes [email protected]

Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA

59015-000, Campus Angicos, RN

www.ufersa.edu.br

Palavras-chave: Métodos diretos, resolução de sistemas de equações lineares, Fatoração LU,

Doolitlle, Crout

Resumo: O presente artigo visa é referente à resolução de sistemas de equações lineares, por meio de

métodos diretos que realizam uma decomposição da matriz A dos coeficientes. Mostraremos a

diferença entre método da Fatoração LU Tradicional e os método de Doolittle e Crout. Serão

levantados aspectos básicos que possibilitarão uma compreensão mais completa sobre os métodos.

Esta pesquisa contém as quatro fórmulas fundamentais para obtenção dos elementos das novas

matrizes L e U, utilizadas nos métodos de Doolittle e de Crout, porém, não é realizada nenhuma

demonstração matemática extensa. Ao final proporcionamos uma pequena discussão sobre os fatos

relevantes de cada método.

1. Introdução

Na ciência, muitos problemas podem ser modelados matematicamente em termos de sistemas de

equações lineares. Para estes sistemas existem vários métodos de resolução já bastante utilizados,

principalmente no que diz respeito a matrizes quadradas [1]. Muitos exemplos podem ser citados sobre

sua vasta aplicação prática em diversas áreas do conhecimento entre muitas outras aplicações na

ciência e na engenharia [6,7]. Devido ao vasto campo de aplicação para sistemas de equações

lineares, o estudo de métodos numéricos mais eficientes é necessário [6].

Considere a “i-ésima” equação pertencente a um sistema de equações lineares, de dimensão n x m:

(1) ,

em que, Ai,j e bi são constantes e xj é uma das “n” variáveis pertencentes à solução do sistema, i n.

O processo de fatoração para sistemas de equações lineares, do tipo (1), consiste em decompor a

matriz A dos coeficientes em um produto de dois ou mais fatores, e em seguida, resolver uma

sequência de sistemas triangulares que conduzirão à solução geral do sistema [6].

Há inúmeras situações nas quais é mais adequado resolver os sistemas lineares utilizando técnicas

de fatoração da matriz A. Em diversas situações, os vetores constantes não são conhecidos desde o

início, por exemplo, ao se resolver Ax1=b1 e Ax2=b2, onde b2 é alguma função de x1 [7].

Outra vantagem que pode ser ressaltada é a seguinte: uma vez que a matriz A está decomposta,

podemos encontrar diferentes vetores solução, x, do sistema Ax=b para diferentes valores de b com

grande facilidade [3,7]. Para cada solução adicional se realizariam as etapas de retrossubstituições que,

são processos relativamente simples

2. Métodos de Fatoração da Matriz A

Na fatoração LU tradicional, a matriz L é triangular inferior com diagonal unitária e a matriz U é

triangular superior. O método da Fatoração LU Tradicional utiliza-se do método da Eliminação de

Gauss, através do qual se obtém os elementos de L, composta pelos multiplicadores, e U, composta

pelos elementos restantes da eliminação. Este processo de decomposição em L e U é um dos mais

empregados porque apresenta mais facilidade caso seja necessário o uso de estratégias de

pivoteamento [6].

,1

,

n

j

ijji bxA

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Para calcular, inicialmente chama-se de pivô o elemento da diagonal principal da coluna que se

pretende encontrar o multiplicador.

Pivô = akk ; k = 1,...,n (2)

Seguindo, calcula-se o multiplicador que irá ocupar a matriz . através da fórmula:

jia

am

kk

ikik ; (3)

Conhecendo estes dois componentes, os elementos para cada posição da matriz podem ser

atualizados pela seguinte fórmula, na qual Lpivô é o elemento da linha do pivô, na coluna da posição

que será atualizada através da fórmula:

(4)

Vale lembrar que o multiplicador é encontrado apenas para i > j. Ao se calcular o multiplicador de

uma posição, não é necessário aplicar a equação (4) para esta posição. Deve-se aplicá-la apenas para

as colunas seguintes.

Já a fatoração através das fórmulas de Doolitlle e Crout inicialmente, aparentam ser mais práticos

na obtenção dos elementos de L e U, pois são calculados de forma direta, através de fórmulas simples

de serem aplicadas. Sem longas demonstrações matemáticas tem-se que da equação matricial A=LU,

temos de [7]:

(5)

Para o passo , pode-se escrever:

(6)

(7)

No método de Doolittle, L é uma matriz triangular inferior unitária, mkk=1. Lembramos que o vetor

constante, B, não é inserido na fórmula a seguir, porém, é preciso ter cuidado para não se esquecer de

utilizá-lo caso seja aplicado alguma estratégia de pivoteamento.

Então para o passo k e mkk=1; k=1,2,...,n. Combinam-se as equações (6) e (7), e os elementos das

matrizes U e L podem ser obtidos respectivamente de [6]:

(8)

(9)

O método de Crout é semelhante ao de Doolittle e sua determinação advém do mesmo princípio.

Basta fazer ukk=1; k=1,2,...,n. Neste método, U é uma matriz triangular superior unitária. De forma

similar ao visto anteriormente, as fórmulas que permitem calcular os elementos de L e U são,

respectivamente [6]:

(10)

(11)

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Os três métodos para fatoração da matriz dos coeficientes A possuem restrições contidas em suas

fórmulas, relacionadas aos elementos da diagonal principal [2,7]. Para o método da Fatoração LU, em

sua formulação Tradicional, o elemento pivô de (2) é necessário para calcular o multiplicador em (3),

exigindo que akk ≠ 0, devido ao fato de não poder ocorrer uma divisão por zero; sendo impossível

prosseguir com as etapas do método [3]. De maneira análoga para os métodos de Doolittle e de Crout,

respectivamente, é preciso que o elemento ukk ≠ 0, na equação (11) e o elemento mkk ≠ 0, na equação

(9) para que os métodos possam prosseguir [7].

Erros de arredondamento é um ponto sensível dos métodos diretos [6]. Tendo em mente as

propriedades dos sistemas de equações lineares e das matrizes [2], procede-se trocando linhas e/ou

colunas trazendo outro elemento para ser pivô. Essas estratégias são indicadas não somente quando o

pivô é nulo, mas também quando ele é próximo de zero [7]. Em qualquer calculadora ou computador

os cálculos são efetuados com aritmética de precisão finita, e pivôs próximos de zero dão origem a

multiplicadores bem maiores que a unidade que, por sua vez, originam uma ampliação dos erros de

arredondamento [6]. É importante saber que estas estratégias aceleram os cálculos [1] e asseguram a

estabilidade numérica dos métodos [7].

Os métodos de Doolittle e Crout utilizam fórmulas para os elementos lij e u ij e demonstram mais

facilidade para serem aplicados manualmente. As fórmulas são aplicadas diretamente, apenas uma vez

para cada posição da matriz. Diferentemente, o método da Fatoração LU Tradicional que aplica suas

equações repetidas vezes durante o processo, até chegar definitivamente nos elementos finais. Se uma

linha da matriz possui uma determinada quantidade de multiplicadores, a equação (4) é aplicada nesta

linha um número igual de vezes. Isso significa que os elementos nos quais i e j estão se aproximando

de n sofrem mais alterações e, portanto, são mais vulneráveis à propagação de erros de

arredondamento.

Nos métodos diretos é possível saber inicialmente quantas operações serão efetuadas para encontrar

o vetor solução [6]. Assim é possível analisar de antemão o custo computacional que o método

apresentará, baseado no tempo de processamento gasto pelo computador para realizar as operações. A

equação (4n3+9n

2-7n)/6 fornece o número de operações que o método da Eliminação de Gauss realiza

[7]. Por analogia, o método da Fatoração LU Tradicional, considerando que ele utiliza os princípios

básicos da eliminação de Gauss sem modificações, envolve o mesmo número de operações dado pela

fórmula. O número de operações envolvidas nos métodos de Doolittle e Crout é equivalente ao método

da eliminação de Gauss [7], não havendo vantagens computacionais em relação a complexidade.

Referências

[1] R. Burian, A. C de Lima; A. H. Junior. “Fundamentos de Informática”, Cálculo Numérico. LTC,

Rio de janeiro, 2011.

[2] L. C. Barroso, M. M. A. Barroso; F.F.F. Campos; M. L. B. Carvalho; M. L. Maria. “Cálculo

Numérico com Aplicações”. HARBRA, São Paulo, 1987.

[3] D. C. Fé. “Métodos Numéricos Para Resolução de Sistemas de Equações Lineares”. Trabalho de

Conclusão de Curso. UFERSA-Angicos, 2011.

[4] N.B. Franco. “Cálculo Numérico” Pearson, São Paulo, 2006.

[5] L. C. Galvão; L. F. Nunes. Notas de Aula, Cálculo Numérico. Universidade Federal Tecnológica

do Paraná - UFTPR.

[6] M. A. G Ruggiero; V. L. R. Lopes. “Cálculo numérico: Aspectos Teóricos e Computacionais”. 2.

ed. Makron Books, São Paulo, 1996.

[7] D. Sperandio; J. T. Mendes; L. H. M. Silva. “Cálculo Numérico: Características Matemáticas e

Computacionais dos Métodos Numéricos”. Pearson Prentice Hall, São Paulo:, 2003.

[8] B. Tonet; C. Koliver. “Introdução aos Algoritmos. Núcleo de Apoio á Aprendizagem de

Programação – NAPRO”. Universidade de Caxias do Sul – UCS,2010.

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