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DOURO QUINZENAL REGIONALISTA director|OSCAR QUEIRÓS ano|60 número|24 Sábado, 21 de Agosto de 2010 preço|0,25CORREIO do nova série subdirector|JOSÉ LUIS PINTO www.correiododouro.pt Pàg. 6 Pàg. 7 ERMESINDE Pàg. 16 RENATO SAMPAIO SOMA APOIOS PS/PORTO Pàgs.3 INCÊNDIOS PRÓXIMOS DA MALHA URBANA Valongo Pàgs.4 10 MILHÕES DE EUROS DE INVESTIMENTO PROJECTO PIONEIRO À VOLTA DO RIO AVE Pàgs.5 MATOU GENRO COM TIRO ACIDENTAL Lousada Túnel do Marão OBRA DEVERÁ ESTAR CONCLUÍDA ENTRE TERCEIRO E QUARTO TRIMESTRE DE 2012 Pàg. 12 VIII FESTIVAL DE FOLCLORE DA CASA DO POVO Marco António defende MECANISMO NACIONAL QUE FINANCIE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS De 25 a 29 de Agosto, Em Campo BATALHA DE PONTE FERREIRA Pàg. 7 Especial AGRIVAL - PENAFIEL Pàgs. 8-9

Correio do Douro #24

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Jornal Quinzenal Regionalista

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Page 1: Correio do Douro #24

DOURO

Q U I N Z E N A L R E G I O N A L I S T A

director|OSCAR QUEIRÓS ano|60

número|24 Sábado, 21 de Agosto de 2010

preço|0,25€

CORREIOdonova

série

subdirector|JOSÉ LUIS PINTO

www.correiododouro.pt

Pàg. 6

Pàg. 7

ERMESINDE

Pàg. 16

RENATO SAMPAIO SOMA APOIOS

PS/PORTO

Pàgs.3

INCÊNDIOS PRÓXIMOS DA MALHA URBANA

Valongo

Pàgs.4

10 MILHÕES DE EUROS DE INVESTIMENTO

PROJECTO PIONEIRO À VOLTA DO RIO AVE

Pàgs.5

MATOU GENRO COM TIRO ACIDENTAL

Lousada

Túnel do Marão

OBRA DEVERÁ ESTAR CONCLUÍDA ENTRE TERCEIRO E QUARTO TRIMESTRE DE 2012

Pàg. 12

VIII FESTIVAL DE FOLCLORE DA CASA DO POVO

Marco António defende MECANISMO NACIONAL QUE FINANCIE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOSDe 25 a 29 de Agosto, Em Campo

BATALHA DE PONTE FERREIRA

Pàg. 7

Especial AGRIVAL - PENAFIEL

Pàgs. 8-9

Page 2: Correio do Douro #24

21 de Agosto 2010CD

Opinião

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Por José Luís Pinto

Sempre que o tema da revisão

constitucional vem à baila, logo

duas correntes se criam alber-

gando posições opostas; os que

defendem a sua revisão e os que

são contra.

Os primeiros, normalmente mais

associados a movimentos de

direita, o que se compreende

pois a génese da nossa Constitui-

ção é de esquerda (ainda lá está

plasmada a via do socialismo) e

como tal não se revê nesta área

ideológica; e os segundos preci-

samente pelo contrário.

A minha opinião sobre este assunto é muito clara! A nossa Constituição não está estabiliza-da, pois foi criada há 34 anos atrás, debaixo de um espartilho ideoló-gico, ainda longe de uma socieda-de democrática madura, que não lhe permitia ser ideologicamente neutra, com poderes atribuídos ao Estado que este ainda não pode cumprir (como por exemplo ga-rantir habitação a todos os portu-gueses) e com detalhes legais mais próprios de leis regulamentares. E as revisões entretanto havidas não alteraram substancialmente o propósito inicial.

Assim, não consigo perceber a razão que justifica a inoportuni-dade de debater desde já a revisão constitucional.

Também há 15 anos atrás se criaram movimentos contra a re-visão. Movimentos esses, que se

tivessem levado avante as suas ideias, ainda hoje não teríamos, por exemplo, televisões privadas em Portugal.

Já imaginaram o que seria um serão típico numa casa portuguesa, com certeza, com a RTP1 como canal principal e a RTP2 como alternativa? É que há 15 anos atrás, o PS votou con-tra a privatização da tele-visão!!!

Não, caros leitores, este debate não é inoportuno, porque o debate que se propõe é lateral ao cami-nho normal de governação de um país. Este é momen-to em que temos que mu-dar de vida; acabar com os factores estruturais que im-pedem Portugal de evoluir, fazer as reformas que todos concordam fazer, como a da Justiça, da Educação, da Reorganização Adminis-trativa do Estado e tantas outras que nos impedem de trilhar um caminho rumo a um país desenvol-vido. E a revisão constitu-cional não atrapalha, antes pelo contrário. Ajuda!

É em terra que se prepa-ra o caminho para o mar.

Não me parece que criticar a proposta do PSD seja também o caminho, porque não está em cau-sa aprová-la ou reprová-la. É uma excelente base de discussão, a que

cada partido e movimento deve adicionar outros pontos que en-tendam adequados, para que possa sair um documento que mereça o apoio claro da grande maioria da

população, que seja adequado aos nossos tempos e que não seja um entrave ao nosso desenvolvimen-to.

Não deixa de ser curioso veri-

ficar que, após um feroz ataque de que foi alvo, mesmo aqueles que o fizeram vêm agora discutir e desta forma valorizar o debate que a proposta de revisão consti-

tucional iniciou. Logo no dia seguinte, o constitu-cionalista Jorge Miranda criticava a oportunidade e a necessidade da propos-ta. No entanto, isso não o inibiu, e bem, de publicar uns dias depois, no sema-nário Expresso do dia 7 de Agosto, um artigo seu com algumas propostas.

Para finalizar, e numa perspectiva meramente política, não é discipien-do afirmar que este deba-te pode favorecer o PS em detrimento do PSD e dos partidos mais à esquer-da. O PS não vai resistir à tentação de usar este de-bate para se afirmar como partido de esquerda, que defende como ninguém os trabalhadores, o Estado Social, o controlo do Esta-do, etc.

E entretanto vai poder governar mais à vontade com um escrutínio muito menor dos seus actos de governação. E nesta foto-

grafia o PSD vai ficar a perder. Se o PS souber aproveitar para me-lhor governar e não mais adiar o nosso futuro, não interessa quem perde, desde que ganhe Portugal.

ficha técnica

CORREIO DO DOURO – QUINZENÁRIOwww.correiododouro.pt

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Director|Oscar Queirós -Subdirector|José Luís Pinto Chefe de Redacção|João RodriguesRedacção e Colaboradores|Victorino de Queirós - J. Rocha - J. Silva - E. Queirós -Nuno Victorino - Marquês do Vale.���������Editor Miguel Pereira - João Rodrigues Filho

CORREIO ELECTRÓNICO: ������������ �� ���� � � �� �� �� �������� �� ���� � � �� �� ��������� �� ���� � � �� �� ��������� ���� � � �� �� ��������������� ���� � � �� ���Nº. Registo ERC 125216����������������� ���������

A revisão constitucional não atra-palha, antes pelo contrário. Aju-da! ������������������������ �����-�� ������ �����

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A oportunidade da revisão constitucional

É EM TERRA QUE SE PREPARA O CAMINHO PARA O MAR.

Page 3: Correio do Douro #24

CD 3 21 de Agosto 2010

Actualidade

A Câmara Municipal de Gaia assi-nou recentemente um protocolo de dele-gação de competências que prevê a trans-ferência de 2.5 milhões de euros para as 24 juntas de freguesias do concelho.

“Este protocolo corresponde ao segundo semestre de 2010 e visa a transferência de competências e ver-bas na ordem dos 2.498 mil euros que permitirá que as juntas de freguesia façam um trabalho de proximidade e investimento em matérias de repara-ções e conservação”, explicou o vice--presidente da autarquia Marco Antó-nio Costa.

O autarca lembrou que a câmara de Gaia transfere anualmente para as juntas uma verba “na ordem dos cinco milhões de euros” para que as mesmas “promovam a manutenção do espaço público em pequenos arranjos, peque-nas reparações, intervenções de proxi-midade, tratamento de jardins e inter-venções nas escolas”.

A divisão da verba por cada fregue-sia é decidida por “critérios objectivos que foram aprovados há cinco anos por unanimidade entre os 24 presidentes de junta e a câmara” e que estão rela-cionados com o território e população.

“Em 2009 o município de Gaia transferiu cerca de 7 milhões de euros para as juntas de freguesias em proto-colos não só de delegação de competên-cias mas também de carácter excepcio-nal”, recordou Marco António Costa.

O PCP de Matosi-nhos acusou o presidente da autarquia de ter uma “atitude de servilismo” perante o Governo e de não cumprir a promessa, com dois anos, de cons-trução de um acesso en-tre a A28 e o hospital de Pedro Hispano.

“O acesso directo da A28 ao hospital foi pro-metido pelo presidente da câmara há mais de dois anos. Esse acesso não estando feito obriga a que as ambulâncias tenham de dar uma volta maior, demorando mais cerca de 10 minutos a chegar”, afirmou Paulo Tavares, do PCP, res-ponsável por uma acção de protesto levada a cabo pelo partido junto da-quela unidade de saúde.

O comunista disse mesmo que “não conseguiria dormir descansa-do sabendo que por um curto espa-ço de 50 metros se poderia resolver uma situação que é grave”.

O acesso directo à A28, salien-

tou, “não tem custos praticamente nenhuns” e representa “50 metros” que se “resolviam num curto espaço de tempo”.

“O presidente da câmara, por uma questão de servilismo, não toma as atitudes nem afronta o Go-verno no sentido de pedir para os matosinhenses aquilo a que têm di-reito”, sublinhou Paulo Tavares.

O PCP alertou ainda para a situ-ação da rampa “bastante íngreme” de acesso ao Hospital Pedro Hispano de Matosinhos que tem sido alvo de

queixas por parte dos uten-tes.

“Os utentes queixam-se bastante e têm dificuldade em subir a rampa do hos-pital, com a agravante de algumas pessoas terem de deixar ficar o carro a 200 metros no parque de esta-cionamento”, explicou.

Para além desta “difi-culdade”, o PCP destacou ainda a “dualidade de cri-térios” no que concerne à proximidade de paragens de metro junto a hospitais

do concelho, sendo que o “privado da CUF tem uma mesmo à porta” e em Pedro Hispano “puseram a linha 200 metros mais abaixo que o que seria desejável”.

Estas questões serão apresenta-das pelo PCP na próxima Assem-bleia Municipal, afirmando Paulo Tavares que apesar de ser uma ini-ciativa do partido, há muitos utentes a “queixarem-se” e a mostrarem-se “revoltados porque se sentem enga-nados pelo presidente”.

Na sequência da desistência,

por parte da tutela, do licen-

ciamento do Centro Materno-

-Infantil do Porto, a Câmara

do Porto acusou o Governo

de uma “atitude prepotente”,

que “revela um total desnor-

te, um absoluto desrespeito

pelas leis e uma inqualificável

falta de sentido ético”.

O Centro Hospitalar do Porto (CHP) desistiu há dias de tentar li-cenciar o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), considerando que, legalmente, a construção do equipamento não exige autorização da Câmara.

A desistência surge em resposta ao chumbo do licenciamento por parte da autarquia, numa carta en-viada pelo CHP ao presidente da Câmara do Porto.

“O texto enviado à Câmara dei-xa já antever a predisposição do Ministério da Saúde de não acatar nenhuma decisão da autarquia, pretendendo construir a obra sem o respectivo licenciamento que o pró-prio CHP havia requerido ao mu-nicípio”, refere a reacção da Câmara do Porto.

“Muito se estranha a nova po-sição pública do Governo, e a revi-ravolta que já anuncia, porquanto esta atitude prepotente revela um total desnorte, um absoluto desres-

PS/PORTO

RENATO SAMPAIO SOMA APOIOS

A governadora civil do Porto, Isabel Santos, o deputado socialis-ta José Lello e o presidente da Câ-mara de Santo Tirso, Castro Fer-nandes, manifestaram esta semana apoio ao actual líder da Federação do PS/Porto, Renato Sampaio, na sua recandidatura à distrital.

Segundo um comunicado da candidatura de Renato Sampaio, os socialistas Isabel Santos, José Lello e Castro Fernandes apoiam o actual presidente do PS/Porto na corrida pela liderança, contra o presidente da Câmara de Baião, José Luís Carneiro.

Renato Sampaio considera que “só interessa ter como apoiantes os militantes do PS/Porto” mas não referencia o apoio que “tem recolhido por muitos militantes e dirigentes do PS a nível Nacional”.

A governadora civil do Porto salienta que Renato Sampaio “tem provas dadas de uma liderança alicerçada na capacidade de en-volvimento das estruturas, dos militantes e dos diversos atores lo-cais”, acrescentando que “tem um projecto claro de desenvolvimento para o Porto assente na valoriza-ção das grandes marcas distinti-

vas deste território e que não se confina a um mero repositório de ideias vagas.”

“Atravessamos um período particularmente exigente para o distrito, a região e o país, em que se dispensam os protagonismos estéreis, a demagogia barata e o plástico político e se impõe, como nunca, que o PS/Porto tenha uma postura pró-activa e seja o rosto de um projecto credível, feito de ideias concretas, capaz de mobi-lizar e devolver a confiança aos cidadãos”, afirma Isabel Santos.

Já José Lello – ex-ministro da Juventude e Desporto – destaca “o espírito solidário, o empenho pe-las causas mais nobres e a capa-cidade para mobilizar os socialis-tas, em prol da afirmação do PS” do actual líder e recandidato a um terceiro mandato à frente dos des-tinos do PS/Porto.

O apoio do presidente da Câ-mara de Santo Tirso resulta “do trabalho que Renato Sampaio vem desenvolvendo, ao longo dos anos, quer enquanto deputado, quer enquanto Presidente da Fe-deração do PS/Porto”.

“Todos sabemos que não se tem colocado em ‘bicos de pés’ para resolver alguns dos proble-mas do distrito, sendo um activo colaborador dos autarcas, nomea-damente dos presidentes de câma-ra”, enfatizou Castro Fernandes.

GAIA

CÂMARA ASSINA PROTOCOLO DE TRANSFERÊNCIA DE 2.5 ME PARA FREGUESIAS

Porto

CÂMARA DO PORTO ACUSA GOVERNO DE “ATITUDE PREPOTENTE”

tem enredado sobre a construção do CMIN, porque foi o CHP que apresentou à Câmara o pedido de licenciamento, defendo agora a sua construção contra esse mesmo licenciamento, que, nos termos da lei, ele próprio requereu”.

Segundo a autarquia, “nenhuma obra, mesmo de tutela governamen-tal, poderá, como é óbvio, deixar de cumprir a lei geral e, em parti-cular, o PDM da cidade”. E o Go-verno “não pode nunca pretender construir em terrenos que não lhe pertencem, como é o caso de parce-las que pretendem utilizar” para o CMIN.

“A confirmar-se este comporta-mento por parte do Ministério da Saúde, tal mais não revelará do que o regresso a uma postura arrogan-te e prepotente que tanto marcou o primeiro mandato do Eng. José Só-crates”, condena a Câmara do Porto, acrescentando que “com esta atitu-de, o Governo revela, mais uma vez, uma inaceitável falta de respeito pela Cidade do Porto, na exata me-dida em que sabe que, ao construir um edifício desta envergadura em terreno tão escasso, provoca graves constrangimentos urbanísticos e de mobilidade numa zona já exagera-damente sobrecarregada”.

A Câmara do Porto emitiu, a 29 de Julho, pareceres desfavoráveis ao licenciamento do CMIN, tendo o vereador do Urbanismo, na semana seguinte, mostrado disponibilidade para encontrar uma localização al-ternativa para o equipamento.

peito pelas leis e uma inqualificável falta de sentido ético”, acusa a autar-quia.

E acrescenta que “esta intenção põe a nu igualmente o conjunto de contradições em que o Governo se

Matosinhos

PCP ACUSA GUILHERME PINTO DE “SERVILISMO” PERANTE O GOVERNO

Page 4: Correio do Douro #24

21 de Agosto 2010CD

Valongo

4

Quinta Rei mais uma vez pasto das chamas

O concelho de Valongo mais uma vez e infelizmente, não tem escapa-do à tragédia dos fogos que nos úl-timos tempos tem assolado o país, destruindo milhares de hectares de floresta, casas e outros haveres e, pior de tudo, provocando mortes.

No que a Valongo concerne, o fogo consumiu vastas áreas, na sede do concelho mas também em Cam-po, Sobrado e Alfena, deixando atrás de si um cenário desolador.

De salientar que em Balselhas, na zona do campo de futebol (Outeiro

do Linho), várias casas estiveram em risco, facto que obrigou os bombei-ros das várias corporações presen-tes – Valongo, Ermesinde, Lordelo, Rebordosa, Baltar, Stº Tirso e S. Ma-mede Infesta – a aturado trabalho de rescaldo e muitas horas de vigilância, com a população sobressaltada por uma situação considerada de “enor-me risco”. Felizmente, e ao contrário de outras zonas do país, não chegou a ser necessário evacuar as pessoas mas a verdade é que o fogo esteve a escassos metros de algumas zonas

urbanas do concelho.

CINCO FUNCIONÁRIOS FABRIS INTOXICADOS TIVERAM DE SER HOSPITALIZADOS

Na sequência de um incêndio florestal em Campo que pôs em sé-rio risco a Zona Industrial daquela freguesia, cinco funcionários de uma fábrica tiveram que ser transporta-dos para o hospital por inalação de um gás, segundo os Bombeiros Vo-luntários de Valongo.

Os cinco funcionários terão ina-lado um gás, de composição des-conhecida, na sequência de um in-cêndio florestal em Alto da Mina. O facto levou a que fossem transporta-dos para o hospital, quatro deles para o São João, no Porto, e um para o de Valongo. Felizmente, ao fim de algu-mas horas todos puderam regressar às suas casas, sem danos de maior.

O alerta para o incêndio flo-restal foi dado no passado dia 13, às 14:28, tendo o incidente com o gás desconhecido acontecido mais

tarde e a primeira ambulância dos Bombeiros Voluntários de Valongo saído para o hospital com o primeiro doente às 17:10.

Segundo a fonte dos bombeiros de Valongo estiveram outras cor-porações no local, entre as quais os Sapadores do Porto, para além da SIV (Suporte Imediato de Vida) do INEM (Instituto Nacional de Emer-gência Médica) de Gondomar e da VMER (Viatura Médica de Emer-gência e Reanimação) do Hospital de S. João.

As descargas poluentes de-tectadas no passado dia 8 de Agosto e de resultou a morte de peixes no rio Ferreira, não tiveram origem na ETAR de Campo, garantiu a Câmara de Valongo, avançando que está a investigar a origem deste aci-dente ambiental.

Segundo Arnaldo Soares, vereador e presidente do conse-lho de administração dos servi-ços municipalizados de água e saneamento da autarquia, hou-ve uma “uma descarga no rio Ferreira próxima da ETAR” de Campo.

Após um aviso por parte do Serviço de Protecção da Natu-reza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, técnicos da autarquia deslocaram-se ao local para

acompanhar a situação.“Estas descargas não têm

nada ver com a ETAR. As re-alizadas pela estação estavam dentro das normas”, afirmou Arnaldo Soares.

O responsável garantiu que a descarga “se verificou a 200 metros a jusante da ETAR”, coincidindo com uma linha de água fluvial ali existente, tendo aparecido “alguns peixes mor-tos”,

“Depreende-se que a des-carga tenha existido nessa li-nha de água fluviais e por isso está a ser feito o levantamento dessa linha de água”, garantiu o responsável. “Não é da ETAR, mas isso não resolve o proble-ma e por isso vamos tentar en-contrar o motivo do problema.

Queremos um rio limpo e claro que esta situação nos preocu-pa”, sublinhou.

Recorde-se que a CDU de Valongo emitiu um comunica-do onde manifestava a sua pre-ocupação devido às descargas poluentes, afirmando que se crê que estas “possam ser prove-nientes da própria” ETAR de Campo.

“A CDU estará, entretanto, atenta à evolução desta situa-ção e pedirá à Câmara Muni-cipal de Valongo que procure esclarecer o incidente e que in-tervenha junto das autoridades no sentido do apuramento céle-re de responsabilidades”, acres-centava a coligação de esquerda.

Segundo o mesmo comu-nicado, o deputado da Assem-

bleia Municipal de Valongo Adriano Ribeiro foi contactado “por residentes na freguesia de Campo, que denunciaram o que deverão ter sido descargas não tratadas da ETAR e que resultaram numa significativa mortandade de toda a espécie de peixes do Rio Ferreira”.

“Preocupado com esta situ-ação, o eleito da CDU visitou o local, contactou com a popu-lação e, de imediato, deu conta do problema à GNR local, que informou que o problema tinha já sido comunicado previa-mente por residentes na fregue-sia e que brigada especializada daquela força de segurança ti-nha já sido mobilizada para in-vestigar, no local, a ocorrência”, acrescenta o documento.

O Alto Relevo – Clu-be de Montanhismo, com o apoio da Câmara Municipal de Valongo, volta a realizar o “Chal-lenger”, um evento lúdi-co/desportivo cujo palco é a Serra de Valongo

A iniciativa, que já vai na sua  12.ª edição, terá lugar nos próximos 11 e 12 de Setembro e contará com a partici-pação de, no máximo, seis dezenas de pessoas, vindas de todo o país que, uma vez mais vão ter a oportunidade de descobrir os enormes tesouros natu-rais que as serras de Santa Justa e Pias encerram.

Num ambiente de profunda união com a natureza, os participan-tes terão pela sua frente provas de espeleologia, escalada, slide e orien-tação.

Tal como em ante-riores edições, o Vale dos Castores (em Cou-ce) será o local escolhido como “centro de opera-ções”, sendo considera-do como “já adaptado ao evento”, característica potenciada por recen-tes arranjos que tor-nam aquele lugar ainda melhor preparado para receber os as gentes do “Challenger”.

INCÊNDIOS PRÓXIMOS DA MALHA URBANA

Em Balselhas o fogo esteve a escassos metros das casas, provocando muitos sobressaltos nos moradores

Peixes mortos no rio Ferreira

CÂMARA DE VALONGO GARANTE QUE DESCARGA POLUENTE NO RIO FERREIRA NÃO TEVE ORIGEM NA ETAR DE CAMPO

“CHALLENGER” NA SERRA

Page 5: Correio do Douro #24

CD 5 21 de Agosto 2010

Actualidade

No passado dia 13 de Agosto, pre-cisamente no dia em que completou 18 meses de actividade, a Associação Cabeças no Ar e Pés na Terra deu por concluída mais uma edição das Fé-rias Artísticas de Verão. Durante as duas últimas semanas, dois grupos de jovens participaram nas inúmeras actividades dinamizadas no Fórum Cultural de Ermesinde e que culmi-naram com a apresentação de um espectáculo de teatro. Ao longo de uma semana os participantes tiveram oportunidade de experimentar ac-tividades como a dança, a pintura, o teatro, as artes plásticas, entre muitas outras, sempre com a supervisão dos monitores Diana Barnabé, Hugo Sou-sa, Vânia Mendes, Francisca Pinto, Sandra Silva, Inês Merino e Ricardo Silva. Na hora da despedida, o balan-ço foi extremamente positivo quer para as crianças quer para os pais, como se depreende dos comentários que se seguem: “Fiquei impressiona-da com a apresentação que os miú-dos fizeram. E em tão pouco tempo de convivência percebe-se que todos adoraram o seu papel e acima de tudo divertiram-se imenso”; “Gostei das brincadeiras dos professores, dos amigos novos que fiz e dos ensaios do teatro”; “Parabéns pelo excelen-te plano de actividades elaborado”. “Adoramos tudo, fantástico”.

Para o Natal há mais…

Com o apoio da Câmara Mu-nicipal de Valongo, a companhia ENTRETanto Teatro, volta a recriar a Batalha de Ponte Ferreira, no seu cenário original, em Campo.

O espectáculo será representado todos os dias, às 21h45, de 25 a 29 de Agosto.

Recorde-se que esta recriação teatral da famosa batalha da guerra civil portuguesa, que opôs Liberais a Miguelistas, teve estreia no ano pas-

sado e o seu sucesso foi tal que tanto a Câmara como a ENTRETanto Tea-tro decidiram que era para continu-ar.

UM ESPECTÁCULO A NÃO PERDER.

A  Batalha de Ponte Fer-reira  foi  travada a  23 de Ju-lho de 1832 no lugar com o mesmo nome, na freguesia de Campo.

Sucedeu no contexto do  cerco do Porto durante a Guerra Civil Por-tuguesa (1828-1834).

O combate foi à volta da ponte de granito que era vital para o exér-cito liberal atravessar o rio Ferrei-ra.

Segundo a história, o exército miguelista era composto por cerca de 15  000 homens enquanto o li-beral tinha pouco mais de metade, apenas 8 000 soldados.

O Pelouro da Juventude da

Câmara Municipal de Gondo-

mar, em parceria com a ARGO

– Associação Artística de Gon-

domar, promove até ao dia 28

de Agosto, na Casa da Juven-

tude de Rio Tinto, uma Mostra

de Artesanato (complementa-

da com diversos workshops e

acções de formação).

 O Pelouro da Juventude da Câ-

mara Municipal de Gondomar e a ARGO promovem, na Casa da Ju-ventude de Rio Tinto, uma Mostra de Artesanato. A iniciativa, que teve início a 19 de Julho, finalizará a 28 de Agosto. Esta Mostra, que tem como principal objectivo divulgar o artesanato realizado em Gondomar, permite ao público mais jovem do Concelho ficar a conhecer as suas próprias raízes e cultura.

Entre 19 a 30 de Julho foram apreciados os trabalhos de cerâmica de Lita Oliveira, vassouras tradicio-nais de Nuno Moutinho, brinquedos em madeira de Alfredo Gandra, flo-res naturais de José Lascasas, assim como peças de vidro pintadas por Celeste Castro.

Nas duas primeiras semanas do mês de Agosto são apresentados adereços de moda (com materiais reutilizados) feitos por Luís Balão, esculturas de Fernando Lopes (que têm como matéria prima raízes de madeira), bonecas de trapo de Eu-génia Santos, tapetes de Arraiolos de Luísa Almeida e, ainda, filigrana de cobre de Rosa Maria e António Cardoso.

A última exposição deste ciclo terá lugar entre 16 e 28 de Agosto. Poderão ser encontrados trabalhos de papel e jornal de António França, filigranas de José Alberto, trabalhos em madeira de Serafim Barbosa, es-culturas em ardósia de Augusto Ro-cha, compotas de Adelina Gomes e, também, miniaturas de casas portu-guesas de Gil Carvalhinho.

As exposições decorrem de se-gunda a sexta, entre as 10 e as 22 horas. Aos sábados as visitas podem ser feitas entre as 14 e as 23 horas.

De realçar que esta iniciativa é, também, complementada com di-versos workshops promovidos pelos expositores participantes.

A Câmara Municipal desenvol-veu um projecto inovador – uma parceria entre diversas instituições – que uniu várias entidades em tor-no de um objectivo comum: a re-generação Urbana das margens do Ave.

Um agradável percurso pedonal e ciclável vai ligar o Parque Urbano da Rabada ao coração da cidade. As margens do Rio Ave vão ser requali-

ficadas ao longo de 1,4 km – exten-são do percurso através do qual vai ser possível passear, correr ou andar de bicicleta, tendo como cenário a encantadora paisagem de Santo Tirso. Segundo a autarquia, com este projecto inovador, “pretende--se simultaneamente intervir na frente ribeirinha do Ave e estabe-lecer uma ligação pedonal/ciclável entre a frente ribeirinha que se en-

contra mais próxima do centro da cidade de Santo Tirso e o Parque Urbano da Rabada”. Este percurso pedonal e ciclável “permitirá dar continuidade futura, na cidade, a uma rede de percursos pedonais e cicláveis que vão criar uma alter-nativa estruturada e com escala suficiente face ao modelo de mobi-lidade motorizada adoptado pela grande maioria da população”.

ACÇÃO DE FORMAÇÃO COM ENTRETANTO TEATRO

POR ORA, ACABARAM-SE AS FERIAS ARTÍSTICAS

VALONGO

Vida MunicipalBIODIVERSIDADE NO CONTINENTE

Está patente na Área Comercial do Continente de Valongo, até dia 13 de Setembro,  a mostra “Valongo, Concelho de Biodiversidade”, produ-zida pela Câmara Municipal e que retrata diversas espécies que habitam o território, algumas comuns, outras em perigo de extinção. São 23 foto-grafias, complementadas com breves textos informativos, que pretendem despertar no visitante a curiosidade e o gosto pela preservação dos se-res vivos, um tema em destaque em 2010, por se assinalar o Ano Interna-cional da Biodiversidade. Aproveite esta oportunidade para conhecer um pouco melhor as riquezas naturais do Concelho de Valongo. O acesso é li-vre, dentro do horário normal de fun-cionamento da área comercial.

No próximo mês de Setembro a Câmara Municipal vai realizar nova acção de formação de teatro com o  ENTRETanto Teatro. Com orien-tação pedagógica pela companhia e com Júnior Sampaio como formador, as aulas decorrerão de 6 de Setembro a 16 de Novembro. Para ingressar nes-ta acção de formação é necessário ter mais de 18 anos e efectuar uma inscri-ção até ao próximo dia 27 de Agosto. As audições decorrem de 31 de Agos-to a 2 de Setembro, no Centro Cultu-ral de Campo. As acções de formação serão ministradas no Fórum Cultural de Ermesinde, Centro Cultural de Campo e Sala das Artes no Vallis Lon-gus. A frequência é gratuita.

10 MILHÕES DE EUROS DE INVESTIMENTO PARA REVOLUCIONAR O CONCEITO DE VIVER SANTO TIRSO

PROJECTO PIONEIRO À VOLTA DO RIO AVEA Parceria para a Regeneração Urbana - revitalização e qualificação das margens do Ave na cida-

de de Santo Tirso (PRU-Margens do Ave) vai revolucionar o conceito de viver o Rio Ave e revitali-

zar toda uma região que após a crise que atravessou o sector têxtil foi abandonada durante anos.

De 25 a 29 de Agosto, às 21h45 – Em Campo

BATALHA DE PONTE FERREIRA

RIO TINTO

ARTESANATO NA CASA DE JUVENTUDE

Page 6: Correio do Douro #24

21 de Agosto 2010CD

Lousada

4

Hélder Rebelo, morto

Hélder Rebelo, de 28 anos, natu-ral e residente em Aveleda, Lousada, juntou-se, há 7 anos, a Ângela Mota, um ano mais nova, com quem namo-rava “há muito”. Da relação nasceu uma menina, hoje com quatro anos, há qual de deve o facto de a relação entre os pais ter durado seis anos. “Tempo de mais”, dizem familiares da Ângela que, ao que parece, pas-sou “as passas do Algarve com ele”. Hélder seria um companheiro muito conflituoso e violento, deixando re-correntemente marcas “bem eviden-tes” no corpo da companheira. “Só não o deixou antes porque entre-tanto nasceu a menina e ela sempre esperou que ele mudasse”, contou--nos um familiar de Ângela. Mas tal não aconteceu e os maus-tratos terão não só continuado como até, “em determinadas alturas”, atingi-do maior grau de violência.

E foi assim que Ângela acabaria por se separar, regressando a casa dos pais, no mesmo concelho. Hél-der nunca aceitou, exigindo o seu regresso mas a mulher, apoiada por familiares e amigos, manteve-se fir-me e decidida a colocar uma pedra sobre tão sofrida relação. Passou-se então ao Tribunal de Família que, na regulação do poder paternal, entre-gou a filha de ambos aos cuidados da mãe, ficando o pai com o direito de um dia por semana usufruir da pre-sença da menina. E foi exactamen-te num desses dias que a desgraça aconteceu.

FEITIÇO CONTRA FEITICEIRO

Na quinta-feira de manhã a me-nina foi entregue ao pai que a deveria restituir ao final do dia. Por volta das dez horas da noite, Hélder telefonou à ex-mulher para combinar a entrega da filha. Ficou então acordado que o encontro seria as 23h30, em frente à pastelaria Verinha, em Aparecida, em plena EN 15. Ângela decidiu pe-dir aos pais que a acompanhassem pois continuava a temer estar só com o ex-companheiro. “Razões tinha-as de sobra pois nem separada se via

MATOU GENRO COM TIRO ACIDENTALAo que diz quem o conhecia,

Hélder Rebelo, “era irascível, violento e só podia acabar mal”. Foi exactamente o que

aconteceu há dias. O homem

tinha marcado encontro com

a ex-companheira para lhe

entregar a filha. Como a mu-

lher tinha medo dele pediu

ao pai que a acompanhasse.

No local combinado, em

Aparecida (Lousada), e após

uma forte discussão, o Hélder

empunhou uma pistola que

se disparou quando se envol-

veu num corpo a corpo com

o ex-sogro. O atingido, mor-

talmente, foi quem empunha-

va a arma.

livre dele”, diz a familiar. E foi assim que, à hora marcada e

de carro, se dirigiram ao local onde já se encontrava o Hélder com a fi-lha. Quem saiu do automóvel para recolher a menina foi o ex-sogro de Hélder, Agostinho Matos, de 56 anos, um homem tido na zona como “integro, calmo e sereno, sem nada que se lha aponte”. Agostinho terá cumprimentado friamente o ex--companheiro da filha e que tanto a fazia sofrer, de modo a abreviar o encontro. Porém, outra disposição teria Hélder que ao ver que Ângela não saía do automóvel “desatou com insultos e ameaças”.

E parecia disposto a cumpri-las pois, mesmo diante da pequena fi-lha, sacou de uma pequena pistola e, sempre soltando imprecauções, insultos e ameaças, que agora inclu-íam Agostinho Matos, Hélder terá tentando dirigir-se ao carro deste, onde se encontrava a filha e a mãe. Foi nessa altura que o pai de Ângela tentou impedi-lo, envolvendo-se en-tão ambos numa luta corpo a corpo, com Agostinho a tentar desarmar o genro. E terá sido nestas circunstân-cias que a arma se disparou, atingin-do gravemente a cabeça do homem que empunhava a arma.

Em ambos os lados da rua, na pastelaria e numa bomba de gaso-lina ali localizada, testemunhas in-

curava e agredia a minha sobrinha. Ameaçava-a constantemente. Mas não só a ela mas a todos, meu ir-mão, a minha cunhada, todos”. José salientou ainda aquilo que as autori-dades terão constatado: “a arma era desse Hélder. O meu irmão nunca teve qualquer arma”.

TESE CONTESTADA

Ao contrário das testemunhas e das primeiras conclusões policiais, os familiares do falecido não se acre-ditam na “legitima defesa”. Pelo me-nos alguns.

Carlos Pereira, familiar do ho-mem vitimado, foi peremptório ao afirmar não acreditar “na legítima defesa”, adiantando que o melhor era esperar pela conclusão do pro-cesso: “Vamos esperar pela investi-gação da Judiciária”, enfatizou aos jornalistas.

Por seu lado os pais da faleci-do recusaram prestar declarações. Eram horas de chorar a sua morte, disse-nos um seu próximo.

TARDE ATRIBULADA

Segundo uma fonte próxima da GNR, Hélder já horas antes teria feito das suas. Ao que parece, nes-sa tarde teria estado em casa dos pais, em Aveleda, onde normal-mente deixava a filha para que a ex-companheira a fosse buscar. Era um modo de não se encontrarem. Desta vez Hélder tencionaria fazer o mesmo mas, a determinada altu-ra, terá entrado em discussão com uma cunhada, acabando, segundo a nossa fonte, por a agredir com vio-lência.

A mulher chamou a GNR que quando ali chegou já não encontrou o pretenso agressor que terá fugido dali, com a filha, quando se aperce-beu do telefonema para as autorida-des.

A cunhada, grávida, acabaria por ser conduzida ao hospital onde, segundo a nossa fonte, foi tratada a ferimentos “ligeiros”, fruto da alega-da agressão.

crédulas assistiram à luta e ao que se viria a revelar fatídico desfecho.

Os socorros foram chamados ao local e o Hélder foi conduzido, ainda com vida, ao Hospital Padre Américo, em Penafiel. Mau grado os esforços dos socorristas, chegaria ali já cadáver.

Enquanto isso, Agostinho diri-giu-se à GNR de Lousada, a quem

se entregou, contando o sucedido. Confirmados os factos, já com a cer-teza da morte de Hélder, os militares da Guarda procederam oficializaram a detenção do homem e notificaram a brigada de homicídios da Policia Judiciária do Porto, entregando-lhe pouco depois a sua custódia.

DISPARO ACIDENTAL

Ainda nessa noite os inspecto-res da Judiciária estiveram no local a ouvir testemunhas, tendo, já de madrugada, recolhido à Directoria do Norte (Porto), onde inquiriram, longamente, Agostinho Matos.

Ao princípio da noite do dia se-guinte, quinta-feira, Agostinho foi mandado para casa, com a obriga-ção de se apresentar no dia seguin-te numa audiência com o Juiz de Instrução de turno, no Tribunal de Lousada. Os elementos recolhidos, incluindo testemunhais, indiciariam legitima defesa e disparo acidental.

O mesmo terá aceitado o ma-gistrado de Instrução Criminal que mandou em liberdade Agostinho Matos, enquanto o inquérito conti-nua a decorrer.

“FOI ACIDENTAL”

Os familiares e amigos de Agos-tinho Matos ficaram contentes com a sua libertação, garantindo que não esperavam outra coisa: “Conhece-mo-lo muito bem sabemos que se-ria incapaz de dar um tiro a alguém. Primeiro porque nunca teve arma e até as detestava; em segundo lugar, é incapaz de matar uma mosca. Por isso só poderia ter sido um acidente. E da forma como me contaram as testemunhas que assistiram à discussão, foi mesmo um triste acidente”, garantiu-nos António, um amigo.

Para o irmão, José Matos, tam-bém não há dúvidas: aquilo só acon-teceu porque Agostinho tentou de-sarmar o ex-genro, impedindo-o de matar tanto a filha como a si próprio. “Toda a família tinha medo desse homem. Já depois de separado pro-

O local onde Hélder Rebelo foi morto

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CD 7 21 de Agosto 2010

Actualidade

AMRANTE

O Arquivo Histórico Municipal de Valongo, no âmbito dos Percur-sos Pedestres pelo Património His-tó rico do Concelho, iniciativa que per co rreu as 5 freguesias, vai reali-zar um jantar convívio no dia 3 de Setembro, pelas 20 h, na Casa do Saldanha, em Valongo, aberto a to-dos os caminheiros e também a to-dos aqueles que se sintam amigos do Arquivo.

Os interessados deverão inscre-ver-se (932292342) até ao dia 30 de Agosto, com indicação do número de acompanhantes.

O preço por pessoa será de 16€

Um homem de 68 anos está in-ternado no Hospital Padre Américo, em Penafiel, com queimaduras que sofreu no incêndio que destruiu na madrugada de segunda-feira a casa onde morava em Mancelos, Ama-rante.

Segundo uma fonte dos bombei-ros de Amarante, a vítima, Vicente Ferreira, sofreu ferimentos na face e foi transportada de ambulância ao Hospital de Santo António, no Por-to, para ser submetida a uma inter-venção cirúrgica, tendo regressado já ao hospital de Penafiel.

Vicente Ferreira é um homem muito conhecido na região por rea-lizar, há 41 anos seguidos, uma pere-grinação a pé a Fátima.

Segundo o comandante da cor-poração de Bombeiros de Vila Meã, Albano Teixeira, o incêndio foi cau-sado por uma vela colocada junto a um altar de Nossa Senhora de Fáti-ma, que a família tinha há dezenas de anos no quarto do casal.

“Todos os dias Vicente colocava a vela a arder junto ao altar. Ontem o vento entrou por uma janela que ficou aberta e derrubou a vela. O incêndio começou assim”, disse Joa-quim Teixeira, cunhado de Vicente Ferreira.

Além de Vicente, o incêndio também provocou ferimentos no seu filho, de 25 anos, que foi tratado no hospital de Penafiel.

A mulher de Vicente Ferreira não ficou ferida, mas teve de ser reti-rada da casa em chamas pelos bom-beiros de Vila Meã.

Segundo os bombeiros, a casa ficou sem condições de habitabili-dade.

A Câmara da Maia já assumiu que vai autorizar o funcionamento dos hipermercados aos domingos e feriados à tarde, enquanto a de Matosinhos só decide após ouvir os agentes económicos, disseram fontes autárquicas.

Numa ronda pelos municípios do Porto e da sua cintura, apurou-se ainda que Gondomar prefere esperar pelos pedidos de extensão de horário e Porto aguardará pela publicação do diploma legal alusivo.

Os hipermercados com mais de dois mil metros quadrados são ac-tualmente obrigados a fechar aos domingos e feriados à tarde, um quadro que poderá mudar quando o Diário da República publicar a deci-são governamental de permitir o seu funcionamento todos dias das 06:00 as 24:00, salvo indicação autárquica em contrário.

No caso da Maia – com pelo menos três hipermercados, dois dos quais em centros comerciais – fonte da presidência da autarquia justifi-cou a intenção camarária de expan-dir os períodos de funcionamento por entender que o funcionamento em horário alargado “gera mais em-prego”.

Dada a localização dos hiper-mercados, “não há grande impacto negativo no comércio tradicional”, acrescentou a fonte.

Já em Matosinhos, o presiden-te da autarquia, Guilherme Pinto, adiantou que vai agendar “brevemen-te” um conjunto de reuniões com os agentes económicos do concelho an-tes de tomar qualquer decisão.

“Entendemos que é através do diálogo com todos os intervenien-tes que se conseguirá alcançar uma solução consensual e benéfica para

todos”, disse.Questionado sobre a possibili-

dade de os municípios do Grande Porto concertarem posições sobre a matéria no âmbito da Junta Metro-politana, Guilherme Pinto excluiu o cenário por duvidar da “capacidade de agregação” da estrutura.

Matosinhos foi o primeiro conce-lho do país a receber um hipermer-cado, que funciona na freguesia da Senhora da Hora desde 1985, e é um dos municípios da cintura do Por-to com mais estabelecimentos deste tipo. Acolhe não só hipermercados clássicos, mas também de áreas espe-cializadas, incluindo a filial de uma multinacional sueca de mobiliário - alguns ancorados em centros comer-ciais.

Também o gabinete de imprensa da Câmara do Porto esclareceu que a autarquia que só se pronunciará

sobre a matéria após a publicação da decisão governamental em Diário da República.

No Porto existe um único hi-permercado com mais de dois mil metros quadrados de superfície, num centro comercial da zona das Antas.

Gondomar, que tem o seu maior hipermercado ancorado num centro comercial da freguesia de Rio Tinto, só decidirá quando lhe chegarem requeri-mentos das empresas interessadas.

“Por enquanto, nenhuma empresa de hipermercados nos solicitou para qualquer alteração nos horários que têm vindo a praticar. Logo que soli-citados, decidiremos”, referiu o pre-sidente da autarquia, Valentim Lou-reiro.

Gaia, com uma das maiores con-centrações de hipermercados da cin-tura do Porto, não esclareceu a sua posição em tempo útil.

PORTO

Direcção da Organização Re-

gional do Porto do PCP considerou hoje ser “mais do que tempo de ins-talar a Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto no pleno uso de competências, com atribuições claras e financiamento assegurado pelo Orçamento de Estado”.

Em comunicado enviado às re-dações, a organização do PCP con-sidera que “a situação das empresas Metro do Porto, STCP e CP exige do Governo a assunção plena das suas responsabilidades de financia-

mento, de forma a manter e melho-rar um serviço público de transpor-tes de qualidade compatível com os baixos rendimentos da maioria dos trabalhadores, reformados, pensio-nistas e jovens”.

“A Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto (AMTP) pode e deve ser um instrumento de articulação e desenvolvimento estratégico da oferta de transpor-tes públicos, adequando a oferta às necessidades das populações e promovendo um desenvolvimen-to sustentável”, realça a Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP.

Mas, segundo os comunistas, a realidade é diferente: “subfinan-ciamento crónico das empresas públicas de transportes, cortes

nos serviços e carreiras, reduções de funcionários, estagnação dos projetos de expansão previstos e o encaminhamento de soluções de privatização que, a concretizar-se, significarão a subversão da lógica de serviço público à lógica exclusiva de rentabilidade”.

“A AMTP ainda não saiu do pa-pel, são conhecidos alguns nomes do seu futuro Conselho de Admi-nistração, mas subsistem funda-das dúvidas sobre o seu financia-mento”, lamenta a DORP do PCP, alertando que “todos estes factos indiciam que o Governo, com a cumplicidade da Junta Metropoli-tana do Porto, pretende abrir ca-minho quer ao aumento de preços, quer à privatização de empresas como a STCP, a Metro do Porto e

a CP”.A DORP do PCP “rejeita tais

objetivos e alerta a população para as manobras em curso que não são para resolver, antes para agravar, os problemas existentes na rede de transportes públicos”.

O PCP considera que para que a AMTP possa “passar à ação concreta, mais do que declarações de intenção são precisos meios fi-nanceiros, uma estratégia clara de promoção dos transportes públi-cos e de reforço da capacidade de intervenção das empresas públicas existentes”.

“O impasse na constituição da AMTP reflete as contradições das políticas do atual governo em matéria de gestão da rede de trans-portes públicos”, acusam.

O vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, de-fendeu a criação de um mecanismo “nacional”, por parte do Estado, que permita financiar as corporações de bombeiros voluntários.

Segundo Marco António Costa, que falava aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura de protocolos de apoio financeiro às associações hu-manitárias dos bombeiros voluntários do município, a ideia é criar um me-canismo semelhante ao que financia o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que tenha por base “o sistema segurador”.

“Aquilo que eu defendo é que deve haver um mecanismo nacional que de alguma forma torne possível um des-conto sobre o valor dos seguros, sobre

um conjunto de seguros que são feitos relativamente à protecção da proprie-dade ou das viaturas. Que uma per-centagem possa ser para financiar os bombeiros voluntários”, sustentou o autarca.

Salientou ainda o trabalho dos vo-luntários, afirmando que são, “porven-tura, a instituição mais barata que o Estado tem ao seu dispor”, aqueles que, independentemente dos “atrasos nos pagamentos, estão sempre dispo-níveis”, deslocando-se de norte para sul em defesa das comunidades.

Marco António Costa defendeu também “uma discriminação posi-tiva” para todos os municípios que dispõem de bombeiros profissionais (sapadores e municipais).

O autarca adiantou que está a ser

equacionado por todos os municí-pios com corporações profissionais, em conjunto com a Associação Na-cional dos Municípios Portugueses (ANMP) e o Ministério da Adminis-tração Interna (MAI), a introdução da taxa municipal de protecção civil.

Em causa está a preparação de “uma norma que permita que haja equilíbrio e uma situação de igual-dade”, salientou o autarca, acrescen-tando que, assim que estiver defini-da, ela será anunciada “em conjunto”.

“Torna-se imperioso que quem tem bombeiros sapadores tenha a possibilidade de ter uma descrimi-nação positiva, que é a taxa muni-cipal de protecção civil, porque ob-jectivamente é um apoio àquilo que é o custo de funcionamento de uma

estrutura diferenciada e altamente profissionalizada”, disse.

Salientando que Gaia “perdeu 11 milhões de euros de receitas” no pri-meiro trimestre do ano, Marco Antó-nio referiu que os custos com os seus bombeiros sapadores representam mais de cinco milhões.

Através dos protocolos hoje assi-nados, as associações humanitárias dos voluntários de Aguda, Avintes, Carvalhos, Crestuma, Coimbrões e Valadares vão receber este ano 50 mil euros de apoio da autarquia.

“O poder central aumenta a re-ceita e o poder local perde a recei-ta. O que está aqui em causa é que, para além da realidade, considera-mos que estes bombeiros não podem ser afectados”, concluiu.

Gaia

Marco António defende

MECANISMO NACIONAL QUE FINANCIE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

HOMEM INTERNADO NO HOSPITAL DE PENAFIEL APÓS INCÊNDIO EM HABITAÇÃO

Hipermercados

MAIA ASSUME QUE VAI PERMITIR ABERTURA AOS DOMINGOS E FERIADOS À TARDE– Argumenta que gera “mais emprego” –

PCP REIVINDICA FINANCIAMENTO DO ESTADO PARA AUTORIDADE METROPOLITANA DE TRANSPORTES

VALONGO

Arquivo Histórico promove jantar

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21 de Agosto 2010CD

Especial AGRIVAL - PENAFIEL

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Esta é já a 31º. AGRIVAL. Fale--nos um pouco sobre esta história de 3 décadas e se é, como algumas, apenas um encontro do corpo em-presarial do concelho ou é mais do que isso?

Evidentemente que é mais do que isso, muito mais. A AGRIVAL surgiu aproveitando as sinergias da feira de S. Bartolomeu, mais conhe-cida por “Feira das Cebolas”. Aconte-ce que um grupo de pessoas teve fé; acreditou que se poderia aproveitar as sinergias quer do concelho, quer das pessoas que vinham a Penafiel. E então pensaram em organizar uma feira agrícola, algo mais vasto. E eis como nasceu a AGRIVAL, uma ini-ciativa que foi crescendo, crescendo, ano após ano. Neste momento conti-nua a ser a feira agrícola do Vale do Sousa, mantendo bem vincados os produtos tradicionais da região, tais como os óptimos produtos biológi-cos, a maquinaria agrícola, o gado, o pão-de-ló, e muitas outras coisas que fazem a riqueza desta terra.

Mas é também evidente que se abriu a outros sectores de actividade, quer daqui desta quer de outras re-giões do país que aproveitam a feira para aqui virem expor.

Perguntava-me se a AGRIVAL é mais que um encontro de alguns comerciantes. Eu acho que é muito mais do que isso, pois mexe inten-samente com o todo o tecido em-presarial local, quer na promoção dos produtos, na sua venda, quer na concretização efectiva dos negócios.

enafiel tem

sabido resistir ao

pior da crise que

assola o país,

tendo transfor-

mado em trunfos aquilo que

aparentemente seriam des-

vantagens, designadamente

para o comércio tradicional,

dir-se-ia que “desde sempre”

um dos principais motores da

economia local.

Com uma agricultura ainda

bastante forte, um comércio

aguerrido e o turismo em

crescendo, Penafiel continua

a ocupar um lugar de desta-

que no norte do país.

Para o provar aí está a 31ª.

edição da AGRIVAL, com cen-

tenas de expositores à espera

de mais de100 mil visitantes

que, como nos anos ante-

riores, não perdem a ocasião

rumar à capital do Vale do

Sousa.

Adolfo Amílcar, vereador da

Câmara Municipal, conta ao

nosso jornal a importância

desta valiosíssima montra de

Penafiel e do que dela resulta

para a economia local

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CD 9 21 de Agosto 2010

Especial AGRIVAL - PENAFIEL

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A AGRIVAL tem um volume de ne-gócios muito, muito grande. Por ou-tro lado, esta mostra, a AGRIVAL, não se circunscreve ao Pavilhão de Feiras e Exposições. Mexe também com a vida de todo concelho de Penafiel. São centenas de expositores e milhares, muitos milhares de visi-tantes, quer para a feira quer para a vertente dos espectáculos, dos concertos; e daí, de toda esta gente, resulta uma forte vertente turística, com resultados bastante significati-vos. Por tudo isto, posso afirmar que a AGRIVAL é extremamente impor-tante para a economia local de toda esta região.

Atendendo à crise actual que sacode todo o país, esta feira, o que dela resulta, é suficiente para manter economicamente vivo o concelho? A pergunta justifica-se pois sendo Penafiel uma terra de comerciantes – o comércio sempre foi um dos seus motores – e todos sabemos que o comercio tradicio-nal já teve melhores dias…

Neste particular Penafiel é uma excepção?

Em relação à AGRIVAL, temos alguns comerciantes que participam na feira, obviamente que não são to-dos. E convém não esquecer que se trata de uma montra, uma montra diferente do que é o comércio tradi-cional no seu local, a funcionar dia-riamente.

Quanto à crise, é evidente que também aqui chegou e certamente os comerciantes o notam, como em qualquer outra região. Todavia, e felizmente, no nosso concelho exis-tem casas comerciais com alguma tradição, com muitos anos de exis-tência. E vão-se mantendo, embora passando algumas dificuldades. Os

nossos comerciantes e têm sabido aproveitar, também, alguns progra-mas comunitários para melhorar a sua imagem, os seus negócios. Mas que passam momentos difíceis, isso passam.

O facto de terem surgido novas estruturas rodoviárias, as auto-es-tradas e vias rápidas que passam ao lado de Penafiel, certamente que terá retirado trânsito e consequen-temente pessoas do centro da vila, outrora uma passagem obrigatória e diárias para muitos milhares de potenciais clientes…

Sim, é verdade que, por exemplo,

a auto-estrada retirou pessoas que, em trânsito, por cá passavam. Tirou--nos pessoas que se dirigiam a Pare-des, Valongo, Porto, etc, e que antes passavam por aqui, pela EN 15Ama. No entanto fomos “compensados” pois as vias trouxeram até nós ou-tras pessoas. Mas também é verdade que Paços de Ferreira, Lousada, Fel-gueiras, e até Amarante, antes eram muito mais à volta. Ficámos mais próximos de outras terras e dos seus residentes. Por isso, em termos de desenvolvimento para o concelho de Penafiel, foi melhor e não pior.

Regressando à AGRIVAL, em termos de volume de negócio, efectivo, qual o seu peso real da na economia do concelho?

Em termos de concretização de negócios, efectuados dentro da fei-ra, não temos elementos precisos, apenas ideias. Sabemos que lá se concretizam grandes negócios, ou-tros mais pequenos, funciona a lei da oferta e da procura, claro. Mas creio que os valores ultrapassam, significativamente, o meio milhão de euros. Obviamente que a feira – pelas razões atrás apresentadas – gera muito mais pois, como com-preenderá, não estamos a incluir, por exemplo, os ganhos gerados pelo turismo local que nesta altura conhece um acréscimo significativo.

Quantos expositores costu-mam ter a AGRIVAL?

Nos últimos anos tem andado, em média, pelos 350 expositores, na sua imensa maioria, como se com-preende pela natureza do evento, das áreas da agricultura e do comér-cio.

Esta feira tem algumas pecu-liaridades como é o facto de ser a Câmara Municipal a organizá-la e não a associação empresarial. Há alguma razão específica para isso?

A AGRIVAL nasceu de uma co-missão, com pessoas ligadas à Câ-mara Municipal. Passados uns anos foi constituída uma associação para o efeito e, nos últimos quatro anos, é uma empresa municipal quem or-ganiza o evento. Mas os empresários não deixam de ser parceiros rele-vantes.

A feira é rentável para a câmara municipal, ou dá prejuízo?

Nestes últimos anos a AGRIVAL nunca deu nenhuma despesa ao município. Tem sido feita uma ges-tão rigorosa e daí resulta que se tem conseguido organizar a AGRIVAL sem necessidade de utilizar dinhei-ros públicos.

Onde vão buscar as receitas?

As receitas provêm, essencial-mente, do pagamento dos espaços ocupados pelos expositores e dos bilhetes de acesso à feira pagos pe-los visitantes.

Estamos a falar de muita gente?

São esperados, durante os nove dias do evento, 150 mil pessoas, aproximadamente.

-Gestão Urbanisticas-Relações com a Galiza-Turismo-Promoção do Folclore, Artesanato e Produtos Locais-Comércio, Feiras e Actividades Económicas

Profissionalmente ligado à gestão hoteleira – exerceu funções direc-tivas em vários hotéis de renome no Algarve e no norte do país, desde 2005 que exerce o cargo de vereador a tempo inteiro.No ano de 1989, desempenho do cargo de Assessor no Pelouro do Turismo da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. Secretário Técnico do Lusitano de Vila Real de Santo António em 1988. Delegado à Liga de Clubes de Futebol Profissional de 1994 a 2000. Membro da Direcção do Futebol Clube de Penafiel. Nas eleições autárquicas de 2001, concorreu integrado na lista da coligação PSD/PP à Junta de Freguesia de Penafiel, tendo exercido as funções de Secretário neste órgão, durante o respectivo mandato autárquico. Em Março de 2002, foi designado Presidente da Associação para Promoção de Exposições Vale Sousa, entidade organizadora da AGRI-VAL – Feira Agrícola do Vale do Sousa, Exposição Canina de Penafiel e outros eventos.

OO roossttoo ddaa nnoottícciiaa

Adolfo Amílcar, eleito pela coli-gação PSD/CDS que governa a autarquia de Penafiel, tem a seu cargo os seguintes pelouros:

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7 de Agosto 2010CD

Especial AGRIVAL - PENAFIEL

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PROGRAMA 21 DE AGOSTO, SÁBADO Dia do concelho de Amarante 15H00 – Inauguração da AGRIVAL 2010, com a presença de altas individualidades nacionais Actuação do Duo Serenata, com o Maestro Vítor José e a Violinista Katarzinn Anna PALCO 2 17H00 – Grupo de Amigos Concertinas de Castelo de Paiva 19H30 – Tuna de Gondar, Amarante 22H30 – Grupo Folclórico de Santa Cruz de Vila Meã 23H30 – Karaoke PALCO 1 22H30 – Espectáculo com a actuação de Rita Guerra 24H00 – Encerramento 22 DE AGOSTO, DOMINGO Dia do concelho de Castelo de Paiva 09H30 às 14H30 – 3.ª Edição BTT AGRIVAL BP 10H00 – Abertura 17H00 às 20H00 – Animação com os Diabretes, pelo recinto da Feira PALCO 2 16H00 – Rancho Folclórico da Associação para o Desenvolvimento da Freguesia de Boelhe 20H30 – Rancho Folclórico de Paço de Sousa 21H30 – Danças do Ginásio Playlife Wellness Club, de Penafiel 22H30 – Grupo Art’Real 23H30 – Karaoke PALCO 1 22H30 – Espectáculo com a actuação de Leandro 24H00 – Encerramento 23 DE AGOSTO, SEGUNDA-FEIRA Dia do concelho de Lousada 15H00 – Abertura PALCO 2 16H00 – Concurso “Broa de Milho”, com a colaboração de técnicos da Direcção Regional de Agricultura 17H00 – Concurso “Pão-de-Ló” 20H30 – Grupo Português Suave 22H30 – Grupo Raízes do Vale do Sousa, de Lousada 23H30 – Karaoke PALCO 1 22H30 – Espectáculo com a actuação de Carminho 24H00 – Encerramento 24 DE AGOSTO, TERÇA-FEIRA Dia do concelho de Penafiel, de S. Bartolomeu, da Cebola e do Cooperativismo 10H00 – Abertura Concurso Nacional de Canídeos de Raça Podengo Concurso de Cebolas, com a colaboração de técnicos da Direcção Regional de Agricultura PALCO 2 15H00 – Entrega dos prémios do Concurso de Cebolas 15H00 às 24H00 – Cantares ao Desafio e Música Tradicional com as Concertinas Durval e Com-panhia 20H30 – Cantares ao Desafio com Olinda, de Pare-des, e Jorge Loureiro, de Barcelos 21H30 – Rancho Folclórico Infantil de Duas Igrejas 22H30 – Grupo Crazy Dance, de Santa Marta 23H30 – Karaoke PALCO 1 22H30 – Espectáculo com a actuação de Augusto Canário & Amigos 24H00 – Encerramento DIA 25 DE AGOSTO, QUARTA-FEIRA Dia do concelho de Paredes 11H00 – 4.º Capítulo da Confraria do Melão Casca de Carvalho 15H00 – Abertura PALCO 2 16H00 – Concurso de Melão Casca de Carvalho, com a colaboração de técnicos da Direcção Regional de Agricultura 17H00 – Colóquio “A Agricultura Portuguesa e a Política Agrícola Comum após 2013”. Organização CONFAGRI. Auditório do Pavilhão 21H30 – Grupo Folclórico Infantil de Bustelo 22H30 – Grupo de Fados de Coimbra Do Choupal

até à Lapa, com o tenor/fadista Carlos Costa 23H30 – Karaoke PALCO 1 22H30 – Espectáculo de Teatro de Revista “mendes.come – 30 Anos de Carreira”, com Fernando Mendes 24H00 – Encerramento DIA 26 DE AGOSTO, QUINTA-FEIRA Dia do concelho de Marco de Canaveses 15H00 – Abertura 16H00 – Colóquio “Jornadas de Hortofruticultura do Tâmega” Palestras “Penafiel a Produzir/Penafiel a Consu-mir”; “Penafiel Biológico”; “Apoios à Produção” Auditório do Pavilhão PALCO 2 21H30 – Grupo de Cavaquinhos de Alpendorada 22H30 – Grupo de Danças de Salão Merenguita, com Carla Pinto e Hugo Romano 23H30 – Karaoke PALCO 1 21H30 – Espectáculo com actuação dos Lemon – U2 Tribute Band 22H30 – Espectáculo com a actuação de Zé Malhoa 24H00 – Encerramento DIA 27 DE AGOSTO, SEXTA-FEIRA Dia da Galiza 15H00 – Abertura 17H30 – Convívio de Produtores e Engarrafadores de Vinhos Verdes presentes na AGRIVAL 2010, com a presença da Comissão de Viticultura PALCO 2 20H30 – Grupo Os Cavaquinhos de S. Mamede de Canelas 21H30 – Grupo Folclórico Sénior de Bustelo 22H30 – Rancho Folclórico do Centro Social de Abragão 23H30 – Karaoke PALCO 1 22H30 – Espectáculo com a actuação dos UHF 24H00 – Encerramento DIA 28 DE AGOSTO, SÁBADO Dia do concelho de Felgueiras 10H00 – Abertura 14H00 – XVIII Grande Torneio de Tiro aos Pratos Associação de Caçadores Vale do Tâmega, Luzim PALCO 2 16H30 – Grupo Os Montanheses da Capela 18H00 – Rancho Folclórico do Centro Cultural de Rio de Moinhos 20H00 às 23H00 – Animação com os Diabretes, pelo recinto da Feira 20H30 – Rancho Folclórico de Porto Moniz, da Madeira 21H30 – Rancho Folclórico de S. Miguel de Paredes 22H30 – Rancho Folclórico de S. Pedro da Bela Vista, de Galegos 23H30 – Karaoke PALCO 1 22H30 – Grande Final “À Procura de Um Sonho” 24H00 – Encerramento DIA 29 DE AGOSTO, DOMINGO Dia do concelho de Paços de Ferreira 10H00 – Abertura 14H00 – XVIII Grande Torneio de Tiro aos Pratos Associação de Caçadores Vale do Tâmega, Luzim PALCO 2 16H30 – Rancho Folclórico da Associação Cultural e Recreativa de São Martinho de Mancelos 17H00 às 20H00 – Animação com os Diabretes, pelo recinto da Feira 17H30 – Rancho Folclórico Infantil de Cabeça Santa 18H00 – Grupo de Cantares Nem Sempre Nem Nunca 19H00 – Grupo de Música Tradicional A Terra Nossa 20H00 – Conjunto Amigos Leais de Galegos 21H00 – Grupo de Dança Estrelas do Oriente 21H30 – Grupo Folclórico de São Mamede de Canelas 22H30 – Grupo Folclórico de Penafiel PALCO 1 21H30 – Mister e Miss AGRIVAL 2010, com actua-ção do Grupo Fitness de Paço de Sousa – Hip Hop minis, kids e teens; Fitness iniciados, avançados e masters 24H00 – Espectáculo Piromusical Encerramento da AGRIVAL 2010Local: Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel

Presidente da câmara Alberto Santos esteve na abertura da Agriva

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Começou a AGRIVAL 2010,a maior feira do género, a norte do Mondego.

Durante 9 dias – o certame en-cerra no próximo domingo, 29 de Agosto – 350 expositores, dos mais diversos produtos, dispersos por centenas de metros quadrados da área do Pavilhão de Exposições, se-rão visitados por mais de 100 mil pessoas, o que deverá proporcionar um significativo volume de negócios. Das cebolas, ao pão-de-ló; do melão aos fogões de sala, do vinho aos au-

tomóveis e tractores, na AGRIVAL encontra-se tudo.

Para além disso, o evento conta com uma forte componente turísti-ca e de espectáculo, pelo que não é exagerado dizer-se que na última semana de Agosto o norte do país terá Penafiel como capital

A abrir a Feira esteve o presidente da autarquia, Alberto Santos que sa-lientou o facto de a AGRIVAL se ter, a longo das três décadas que já leva, sabido recriar-se, “mas mantendo o seu espírito, ligado à agricultura”, da

região. Com um vasto programa, dia-

riamente dedicado a um dos muni-cípios da região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, a AGRIVAL será pal-co de importantes jornadas e confe-rências relacionadas com o mundo agrário.

De salientar ainda o riquíssimo programa de espectáculos que todos os dias terão lugar na área da já con-sagrada exposição de Penafiel, para além de varias iniciativas culturais e de desporto.

AGRIVAL 2010

DURANTE 9 DIAS PENAFIEL É A CAPITAL DO NORTE

Dia 25

MINISTRO DA AGRICULTURA EM PENAFIEL

António Serrano, ministro da Agricultura, vai estar no próximo dia 25 no auditório Municipal, onde procederá ao encerramento do colóquio subordinado ao tema, “A Agricultura Portuguesa e a Po-litica Agrícola Comum Após 2013”, iniciativa integrada na AGRIVAL 2010.

A iniciativa envolve a CONFA-GRI (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédi-to Agrícola de Portugal, CCRL), em parceria com a Câmara Municipal de Penafiel.

Também constando do progra-ma da feira, o Auditório Municipal acolherá, no dia 26, às 16 horas, as primeiras jornadas de Hortoflori-cultura do Tâmega, inseridas num “projecto inovador sobre a produ-ção biológica”, da responsabilidade do pelouro do Desenvolvimento Rural, da Câmara Municipal.

Segundo a organização, “esta iniciativa vai procurar dar infor-mação e incentivo a todos os inte-ressados sobre a produção e con-sumo de produtos biológicos em Penafiel, de uma forma extrema-mente simples e prática. Com isto, serão apresentadas três conferên-

cias, a saber: “Penafiel a Produzir | Penafiel a Consumir”, com apre-sentação da Vereadora Susana Oli-veira, “Penafiel Biológico” a cargo de José Pedro Fernandes e “Apoios à Produção” por José Rocha da Di-recção Regional de Agricultura e Pesca do Norte.

Page 11: Correio do Douro #24

CD 11 21 de Agosto 2010

Actualidade

Uma menina de três anos morreu na terça--feira no rio Douro, junto a Santa Cruz do Douro, Baião, na sequência de uma queda de uma em-barcação de recreio, disse fonte do Comando Dis-trital de Operações e So-corro (CDOS) do Porto.

Segundo a mesma fonte, o alerta foi dado às 11:40, tendo a criança ca-ído da embarcação de recreio onde seguia com os pais.

Contactada pelo nosso jornal, fonte dos bombei-ros de Cinfães, que procederam ao resgate da crian-ça, disse que o barco tombou e a criança terá ficado

entalada entre a própria embarcação e a margem do rio, com parte do cor-po submersa.

Equipas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estive-ram no local a reanimar a menina, contudo, sem sucesso.

Do acidente resultou ainda um ferido ligeiro – a mãe da criança –, que fracturou um braço e foi transportado para o Hospi-tal de São João, no Porto, acrescentou a mesma fonte dos voluntários de Cinfães.

No local estiveram também efectivos das corpo-rações de Baião, Resende e Peso da Régua.

Rafaela Fonseca, uma brasilei-ra de 22 anos, veio para Portugal à procura de melhor sorte. Como para muitas das suas patrícias, o “alter-ne” foi a opção tomada para ganhar dinheiro mais fácil e rapidamente. E foi na “noite” que conheceu Ví-tor Miranda, de 26 anos, natural e residente em Fânzeres, Gondomar. Jovens, depressa o cupido os atingiu, iniciando-se um namoro assolapa-do, de que resultou uma quase ime-diata união de facto. Rafaela apro-veitou para se legalizar, tanto mais que já tinha sido alvo do SEF e das suas consequências, ou seja, duas ordens de expulsão, nunca cumpri-das. A união com Vítor resolveu o assunto.

Durante este tempo – em Julho do ano passado – nasceu uma meni-na que se tornou no encanto de to-dos, incluindo a família de Vítor que durante algum tempo “desconfiou da brasileira, por causa da profis-são que tinha tido [alternadeira]”. Passado é passado e o que importava era que agora pareciam todos felizes. “E ela tinha abandonado a noite”.

Mas não há bem que nunca aca-be.

Nos últimos tempos a vida do casal tornou-se conflituosa e Ra-faela, já com a sua situação no país legitimada, decidiu abandonar o companheiro, a quem acusava de maus-tratos. Ele negava mas ela in-sistia e, a semana passada, decidiu deixá-lo, mais à filha.

Vítor não terá contestado a deci-são da brasileira. Aos seus familiares e amigos dizia apenas que estava “arrependido de a ter legalizado” deixando entender que se apercebe-ra que só isso a interessara quando a ele se juntou.

Talvez… e talvez não. Porque a bebé deixada para trás, mesmo com oito dias de atraso, a afectou. Prova disso é que ao final da tarde do pas-sado sábado a mulher foi buscar a filha. Mas não foi só. Com ela foram três homens – “todos seguranças e conhecidos”- e duas mulheres, ao que parece, da mesma nacionalida-de.

Segundo a queixa apresentada por Vítor, ele, mais a filha, os pais

Há dias um homem que se terá envolvido em altercações com segu-ranças do bar de alterne Flor da Ser-ra, em Valongo, foi transportado ao Hospital de S. João “com uma bala alojada no joelho”, segundo infor-mações disponibilizadas pela PSP do Porto.

Segundo a fonte, o indivíduo ale-ga ter sido atingido por um dos se-guranças do bar, com os quais se terá desentendido após ter pago para se envolver com uma das funcionárias e não o ter conseguido.

“Ele e um amigo terão apedre-jado os seguranças, que o terão alvejado”, adiantou, acrescentando que “a Polícia Judiciária já tomou conta da ocorrência”.

De acordo com a PSP, após ter sido alvejado o indivíduo ainda se terá dirigido a casa e só depois é que contactou as autoridades.

Gondomar

HOMEM ACUSA EX-MULHER DE SEQUESTRO DE AGRESSÕESTinha abandonado o lar há

uma semana, deixando para

trás o companheiro e uma

filha de apenas um ano. Uma

semana depois regressou

para buscar a filha. Mas não

foi só. Com ela três homens –

“seguranças” – e duas mulhe-

res. Levaram a menina à força

e, para o conseguirem, bate-

ram em toda a gente

dele, um sobrinho e outros familia-res, regressavam a Fânzeres, depois de uns dias de férias. Quando já es-tacionados diante de casa e se prepa-ravam para sair do automóvel, viram Rafaela correr na sua direcção. O primeiro a sair foi Vítor que, ao que diz, foi imediatamente mordido pela mulher, sob o olhar dos tais “segu-ranças” e das duas mulheres que os acompanhavam, entretanto saídos de um automóvel – a Fiat Punto cin-

zento – em que se fariam transpor-tar. Vendo o familiar ser agredido pela ex-companheira, os pais de Ví-tor saíram em seu auxílio. Terá sido nessa altura que os acompanhantes de Rafaela se envolveram, começan-do a distribuir “bordoada”, por toda a gente, incluindo o sobrinho de Ví-tor, com apenas 12 anos. Parece que ninguém se livrou dos “mimos” dos amigos de Rafaela.

“Convencidos” pela força, Vítor

e família outro remédio não tiveram que deixar Rafaela levar a filha con-sigo. A menina terá sido arrancada do automóvel de Vítor, pelas duas mulheres que acompanhavam Rafa-ela e os pretensos “seguranças”. Diz quem lá esteve que “mal deitaram a mão à criança, puseram-se logo a andar”.

A Vítor e à família mais não res-tou que fazer queixa às autoridades, acusando a cidadã brasileira e acom-

Vitor (à direita) com a marca dos dentes da ex-companheira

VALONGO

TIROS NO “FLOR DA SERRA”BAIÃO

MENINA DE TRÊS ANOS MORRE EM ACIDENTE COM BARCO DE RECREIO

panhantes de sequestro da criança e agressões. A participação foi feita na GNR(de Fânzeres) e poderá passar para a Policia Judiciária caso vingue a tese de sequestro, algo que não é líquido, em virtude dos laços de Ra-faela com a menina.

O caso está em investigação.

PERIGO EMINENTE?

Em princípio, “sequestro” é coi-sa que não se aplicará ao sucedido, dado Rafaela ser legítima mãe da bebé e não ter sido demandada in-tervenção judicial, no que à regu-lação do poder paternal concerne. Assim, dificilmente, qualquer dos progenitores que fique com a filha, mesmo contra o desejo do outro, poderá sofrer consequências penais.

Restariam as alegadas agressões, “coisa pouca” no ordenamento penal português. No entanto há um facto que pode tornar o caso prioritário e, porventura envolver mais entidades/autoridades no assunto. Segundo Vítor, a filha sofrerá de uma doença respiratória que obriga a cuidados especiais e diários. Segundo ele, Ra-faela não terá demonstrado grandes preocupações com o facto, até por-que quando levou a menina nem sequer se preocupou em “levar um aparelho que lhe é essencial”. Por outro lado existe também o risco de a menina, portuguesa, ser levada para fora do país.

Page 12: Correio do Douro #24

21 de Agosto 2010CD

Regional

12

A explosão de um paiol de pi-rotecnia na freguesia de Mancelos, concelho de Amarante, provocou a morte de um trabalhador da empre-sa de fogo-de-artifício

De acordo com o comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Meã, a vítima é um jovem de 25 anos, morador na Lixa.

O acidente registou-se cerca das 11:20 e não provocou qualquer in-cêndio, já que a fábrica, instalada no lugar de Quinta de Pouca Vila, “está muito bem construída e cumpre to-dos os requisitos legais”, como expli-cou o comandante dos Bombeiros de Vila Meã.

Segundo Albano Teixeira, “a fá-brica está dividida em várias uni-dades subterrâneas, todas em betão e separadas pela distância de segu-rança necessária”.

“Em cada unidade opera apenas uma pessoa, daí que a explosão te-nha provocado apenas uma vítima mortal”, disse ainda

A fábrica foi construída nestes moldes há cerca de dois anos, depois de uma outra explosão que provo-cou, na altura, a morte de uma mu-lher.

As causas do acidente são ainda desconhecidas.

Dar a conhecer os anseios e as pretensões dos jovens de Miranda do Douro como mais oportunidades de emprego foi o objectivo da “arru-da” organizada ontem pela Associa-ção Recreativa da Juventude Miran-desa (ARJM).

O presidente da ARJM, Nuno Preto, afirmou que a iniciativa, rea-lizada no Dia da Juventude, preten-deu alertar os responsáveis nacio-nais e regionais para os problemas que afectam os jovens do interior trasmontano.

“A falta de oportunidades de emprego, emigração eminente, le-vam à desertificação. Os jovens pensam no seu futuro e acabam por abandonar a região à procura de uma vida melhor”, resumiu o diri-gente associativo.

Outros dos pontos focados foi a falta de condições para a instalação da ARJM.

”Somos uma associação com um plano de actividades delineado para todo o ano, e não temos um local próprio para reunirmos ou traçar planos de futuro. Com esta forma de luta queremos também alertar o poder local para esta fal-ta”, acrescentou.

“Queremos uma solução que não seja a emigração”, foi uma das palavras de ordem que se fizeram ouvir durante a arruada e que ilus-trava as pretensões da juventude mi-randesa.

No meio da acção reivindicativa não foi difícil encontrar jovens preo-cupados com o futuro.

“Estou no 10 º ano, sempre tive a esperança de continuar os meus estudos em Miranda do Douro, no entanto, com o encerramento do pólo da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes), tenho de rever os meus planos de futuro,” disse Inês da Cruz, com 17 anos.

Por seu lado, Bruno Torrado de 16 anos fez contas à vida e sempre foi avançando que “o mais certo é ter de concluir os estudos fora. Es-tando fora é difícil regressar, há fal-ta de empregos qualificados”.

A arruada percorreu as princi-pais artérias da cidade de Miranda do Douro.

A população saiu à rua e aplau-diu a ideia. Os Homens da Luta, personagens da SIC Radical “toma-ram conta” das pretensões dos jo-vens mirandeses.

Com as suas rábulas, os Homens da Luta garantiram que “a mensa-gem da juventude mirandesa pode chegar mais longe com a sua pre-sença” afiançou Jel, um dos perso-nagens da dupla de humoristas.

A iniciativa continua pela noite dentro com uma “Gala de Mérito” que pretende homenagear intuições e eventos que se destacam ao longo do ano em Miranda do Douro.

O Túnel do Marão, na auto-

estrada Amarante - Vila Real,

deverá estar concluído entre

o terceiro e quarto trimestre

de 2012, com um atraso de

oito meses devido à paragem

da obra imposta pelo tribunal,

disse fonte da concessionária.

“Não havendo mais nenhuma perturbação na obra, nós estima-mos que seja possível abrir entre o terceiro e quarto trimestre de 2012”, afirmou ontem o presidente do con-selho de administração da Auto--Estrada do Marão, Francisco Silva.

A autoestrada entre Amarante e Vila Real deveria entrar em funcio-namento até ao início de 2012, mas uma providência cautelar interposta pela empresa Água do Marão travou pela primeira vez em novembro de

2009 a construção daquele que vai ser o maior túnel rodoviário da Pe-nínsula Ibérica.

Depois de seis meses parada, a escavação do túnel foi retomada a 4 de maio por decisão do Tribunal Central Administrativo do Norte (TCAN), que levantou a suspensão provisória, e foi novamente suspen-sa pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel no início de junho.

Segundo Francisco Silva, os tra-balhos recomeçaram ao final da tar-de de terça feira, estando afectos à obra cerca de 400 trabalhadores.

O responsável salientou que, por se tratar de uma obra que está a de-correr no interior de um túnel, não é possível agregar mais meios pelo que “um dia de paragem implica um dia de atraso”.

O responsável garantiu ainda que a escavação no túnel recomeçou depois de terem sido cumpridas as determinações impostas pelo TAF

de Penafiel, com a instalação de pie-zómetros, aparelhos que permitirão fazer a monitorização das nascentes da empresa Águas do Marão.

A segunda imposição do tribu-nal estava relacionada com a cria-ção de uma outra comissão que vai estudar a falha geológica que atravessa o Marão, constituída por representantes da concessionária e da empresa e por um investigador universitário em representação do tribunal.

Este último, segundo Francis-co Silva, foi nomeado por comum acordo pelas duas partes.

“Não obstante o tribunal ainda não se ter pronunciado sobre a sua aceitação, aquilo que a sentença refere é que o terceiro elemento devia ser identificado pelas duas partes. Com estas duas condições foi dado cumprimento ao que o tribunal de Penafiel impunha para que os trabalhos recomeçassem”,

frisou.Depois, acrescentou, com o re-

tomar dos trabalhos, será constituí-da uma outra comissão para acom-panhar a utilização dos explosivos.

Por sua vez, o proprietário da Água do Marão, António Pereira, continua a afirmar que a concessio-nária avançou com a obra “violan-do e desrespeitando o acórdão do tribunal”, já que, referiu, “apenas foi constituída a comissão para avaliação dos piezómetros”.

Francisco Silva considerou que estas acusações não passam de uma “manobra dilatória para protelar o reatamento das obras”, referindo que se trata de um “mero expedien-te administrativo que está em cima da mesa”.

O responsável disse que o facto de o tribunal ainda não se ter pro-nunciado sobre a segunda comissão não é “uma violação das determi-nações que constam da sentença”.

O festival de música portuguesa “Querido mês de Agosto”, que co-meçou na quinta-feira, em Vila Real, e deveria prolongar-se até domingo, foi anulado depois de os elementos da organização terem desaparecido e de Pedro Abrunhosa ter anulado o concerto.

Artur Carvalho, um dos repre-sentantes do Abambres Sport Clube, que cedeu o espaço para a realiza-ção do evento, disse que os palcos já estão a ser desmantelados porque “não apareceu ninguém da organi-zação” deste festival, que acabou por ser anulado.

O “Querido mês de Agosto”, or-ganizado pela Topiklink – Agência de Espectáculos e Eventos, foi anun-ciado como o maior festival de músi-ca portuguesa deste verão.

No entanto, no dia do arranque o recinto estava longe de acolher os milhares de pessoas previstas e, ape-sar de os Seda ainda terem subido ao palco, o cabeça de cartaz da noite, Pe-dro Abrunhosa, acabou por cancelar o concerto.

Em comunicado, a agência de ar-tistas Sons em Trânsito lamentou “o incómodo que o cancelamento possa ter causado aos fãs e a todos os pre-sentes no recinto” e confirmou que “o motivo da não realização do concer-to se deve unicamente a incumpri-mento contratual da organização do evento”.

Com concerto marcado para as 22 horas, “Pedro Abrunhosa & Co-

Vila RealAMARANTE

EXPLOSÃO DE PAIOL PROVOCOU A MORTE DE JOVEM

FESTIVAL ANULADO - ORGANIZADORES FUGIRAM!

mité Caviar e toda a equipa técnica aguardaram no local até à 01:00, momento em que se tornou inequívo-co não estarem reunidas as condições para a realização do espectáculo e que o acordo não iria ser cumprido”.

Logo após o cancelamento, deze-nas de espectadores tentaram reaver o dinheiro do bilhete (10 euros), mas depressa o dinheiro disponível nas bi-lheteiras esgotou e os responsáveis da organização não apareceram para dar explicações.

Apesar das várias tentativas para obter esclarecimentos sobre o assun-to, ninguém da Topiklink atende os telemóveis.

Artur Carvalho afirmou que os organizadores “fugiram durante a

noite”, deixando apenas “dívidas” e “muitos prejuízos para o clube”, pelo que pondera apresentar queixa contra a empresa organizadora.

Já na sexta-feira algumas empre-sas que prestaram serviço ao festival tentaram levantar os cheques de pa-gamento, mas estes não tinham pro-vimento.

Com um orçamento de 350 mil euros, o “Querido mês de Agosto” anunciou 12 horas de música por dia e ainda actuações de ranchos folcló-ricos, mostras de artesanato e tas-quinhas com gastronomia regional.

Para além de Pedro Abrunhosa, estavam ainda anunciados concertos de Miguel Gameiro, João Pedro Pais e Rita Guerra.

Túnel do Marão

OBRA DEVERÁ ESTAR CONCLUÍDA ENTRE TERCEIRO E QUARTO TRIMESTRE DE 2012

MIRANDA DO DOURO

JOVENS ORGANIZAM ARRUADA PARA PEDIREM MAIS EMPREGO PARA O INTERIOR

Page 13: Correio do Douro #24

CD 13 21 de Agosto 2010

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Um casal interceptado pela PSP de Espinho, quando circulava num carro roubado, está indiciado pela prática de meia centena de crimes, segundo uma fonte da Divisão de In-

vestigação Criminal daquela polícia.De acordo com a fonte, os detidos são um empresário

de 35 anos e uma desempregada de 30, ambos residentes em Gaia, que terão consumado um roubo e cerca de 50

ESPINHO

PSP IMPUTA MEIA CENTENA DE CRIMES A CASAL APANHADO EM VEÍCULO FURTADO

furtos, essencialmente de e em viaturas, bem como em estabelecimentos comerciais.

Os suspeitos tinham na sua posse uma marreta e um par de luvas, que foram apreendidos por suspeita de se-rem utilizados na prática dos ilícitos que lhes são impu-tados.

O casal foi interceptado cerca de madrugada quando seguiam numa viatura que tinha sido furtada no dia 8 em Calvão, Vagos.

– APOIOS RONDAM OS 365 MIL EUROS –

   Uma vez mais a Educa-

ção revela-se uma prioridade para o município de Santo Tirso que além de investir nos equipamentos, dotando o concelho de um dos melhores parques escolares da região Norte (classificação atribu-ída pela Direcção Regional de Educação do Norte), não esquece o apoio social. Na última reunião de câmara foi deliberada a comparticipação no custo das refeições (cerca de 322 mil euros) dos alu-nos pertencentes a agregados familiares carenciados que frequentem o Ensino Básico, assim como a atribuição de um subsídio para a aquisi-ção de livros e material esco-lar no valor de 43 mil euros. Segundo fonte da autarquia, “estes valores reportam-se à 1ª fase”.

FLORESTA - O LEMA É PREVENIR...

 Consciente de que 50%

da sua área total é floresta, a edilidade tirsense tem vindo a dedicar cuidados constan-tes ao Plano Municipal de

Pais, filhos, irmãos, tios, sobrinhos, primos e cunha-dos. Treze no total, homens e mulheres, todos da mesma família mas que pertencem a outra ainda maior: aos Bom-beiros Voluntários de Vila Meã (Amarante), a corpora-ção com mais elementos do mesmo “clã” do país.

Dos 122 bombeiros que os voluntários de Vila Meã têm no activo, 13 são da mes-ma família, ou seja, 10 por cento dos homens e mulheres que naquele concelho saem em socorro dos que mais precisam têm, entre eles, liga-ções maiores do que apenas colegas ou companheiros.

O primeiro da família a chegar à corporação foi Al-bano Silva há já 29 anos. Bar-beiro de profissão, bombeiro sempre que pode, confessa--se “orgulhoso e até vaidoso” por ter sido aquele que ini-ciou esta tradição familiar.

Além da restante famí-lia, nos Bombeiros Voluntá-rios de Vila Meã tem neste momento o seu filho mais novo, mas já teve também o mais velho – que agora está ausente “porque escolheu a farda da tropa” – e Albano, 48 anos, recorda que na esco-la, quando lhe perguntavam

o que ele queria ser, respon-dia sempre e sem hesitações: “quero ser bombeiro!”.

“Nós somos todos uma família. Mas quando há fa-mília chegada há sempre mais vontade de aparecer aqui. Há mais harmonia, mais amizade e um convívio diferente”, evidencia o bom-beiro.

Mas se Albano foi o pri-meiro dos treze a integrar a corporação, o último foi o jo-vem João Marques, de apenas 15 anos, que conhece bem os bombeiros porque desde muito pequeno ia para o an-tigo quartel com a mãe, que era então centralista, para além de ver sempre o seu pai sair para ajudar os outros.

Apesar de ainda não saber aquilo que quer fazer “quan-do for grande”, o jovem João – apenas há três meses na orga-nização - garante que sempre soube que quereria ser bom-beiro, opção que o pai aplau-diu mas que a mãe, de início, receou.

Gerir o tempo para ir às aulas, trabalhar como auxiliar de acção médica no Hospital de S. João e ser bombeira é um verdadeiro puzzle para Marisa Sousa, de 27 anos, 16 dos quais ao serviço dos”voluntários”

de Vila Meã. “Sou bombeira por paixão, que se calhar até já nasceu connosco, e sou-o também pelo incentivo dos tios e do resto dos familiares. Tinha que vir parar aos bom-beiros, sem dúvida”, sublinha.

Uma corporação de bom-beiros é “um sítio diferente” para encontrar os familiares, considerando Marisa – para quem os bombeiros signifi-cam “tudo” - que é por isso que é “uma família tão unida e sempre presente”.

Já Juliana Silva, de 22 anos, entrou com 15 para a corporação mas tem vontade de ser bombeira desde que se lembra “de ser gente”.

Licenciada em enferma-gem e actualmente no de-semprego, Juliana aproveita o tempo livre forçado para se dedicar a esta causa, con-siderando que se não fosse pela tradição familiar “se ca-lhar não tinha esta paixão” pelos bombeiros.

“É bom ter aqui a família toda mas às vezes é um bocado frustrante quando sai algum de nós [em servi-ço], custa porque nunca sa-beremos o que pode aconte-cer. Mas é óptimo trabalhar em família”, afirma a jovem enfermeira/bombeira.

VILA MEÃ

13 PESSOAS DA MESMA FAMÍLIA NOS BOMBEIROS

SANTO TIRSO

Câmara prepara comparticipação...

...NAS REFEIÇÕES AO 1º CICLO E SUBSÍDIO PARA LIVROS E MATERIAL ESCOLAR

Defesa da sua relevante man-cha verde, sendo uma das 20 autarquias que tem um Pla-no Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) e um Plano Ope-racional Municipal (POM) – concretizados, operacionais e actualizados.

ADESÃO À AGÊNCIA DE ENERGIA DO PORTO

 A Câmara de Santo Tirso

aderiu à Agência de Energia

do Porto, AdEPorto. Fundada em Março de

2007, esta associação sem fins lucrativos tem por fina-lidade a utilização racional da energia, nomeadamente através do planeamento e gestão da procura de ener-gia, a eficiência energética, a gestão ambiental na interface com a energia, o melhor apro-veitamento dos recursos ener-géticos e o alargamento das boas práticas no planeamento, na gestão, na construção e na mobilidade sustentável.

Page 14: Correio do Douro #24

21 de Agosto 2010CD

Regional

14

Linha do Tua

Um novo movimento de cida-dãos criado numa aldeia do conce-lho de Carrazeda de Ansiães quer juntar 10 mil assinaturas para pedir a reabertura da linha do Tua até Bra-gança

Há dias que o Movimento de Cidadãos em Defesa da Linha do Tua está no terreno a recolher assi-naturas e a angariar defensores para salvar a última ferrovia do Nordeste Transmontano, ameaçada pela bar-ragem de Foz Tua.

O movimento nasceu na al-deia de Codeçais “entre familiares, amigos e vizinhos” como contou a principal dinamizadora, Graciela Nunes.

Os promotores acreditam que “há financiamento europeu para preservar comboios históricos” como o do Tua, “só falta vontade”.

“Nós temos paisagens únicas que em países como a Suíça e Espa-nha são preservadas, enquanto nós deitamos aquilo que é bom fora”, considerou.

O novo movimento defende que “a preservação da linha do Tua pode trazer novo vigor à região” e vai lutar não só para preservar os cerca de 60 quilómetros que restam entre Mirandela e o Tua mas tam-bém pela reabertura de Mirandela até Bragança, troço desactivado em 1992.

Graciela Nunes espera poder entregar “em meados de Setembro”, na Assembleia da República, as dez

O presidente da Câmara do Mar-co de Canaveses, Manuel Moreira, afirmou que a autarquia vai requerer no Tribunal Central Administrativo a nulidade do contrato de concessão das redes de água e saneamento celebrado com a empresa Águas do Marco.

“Segundo os nossos juristas, há oportunidade de considerar a nulida-de do contrato de concessão, cujo pro-cesso desde o início está inquinado”, afirmou o autarca do PSD.

Por seu lado o PS local defendeu, em comunicado, que a câmara local não pode recorrer para o Tribunal Central Administrativo da decisão do Tribunal Arbitral que obriga o muni-cípio a compensar com 16 milhões de euros a empresa concessionária das re-des de água e saneamento.

“Veio o executivo camarário anunciar que iria recorrer desta con-denação, o que não é possível dado ter renunciado expressamente a essa pos-sibilidade, conforme a cláusula 100º, ponto 6º, do Contrato de Concessão”, lê-se no comunicado.

Diferente é o entendimento de Ma-nuel Moreira, que insiste que, segundo os advogados que têm acompanhado a autarquia neste diferendo com a em-presa concessionária, “há possibilida-de jurídica de se conseguir a declara-ção de nulidade do contrato”.

O autarca sustenta também que os socialistas locais chegaram a defender na Assembleia Municipal que o con-trato de concessão devia ser denuncia-do, concluindo que a posição tomada hoje pelo PS é “demagógica”.

Manuel Moreira garante, por outro lado, que se mantêm as conversações com a empresa no sentido de se con-seguir “uma solução mais rápida para a questão”.

“Não nos agrada nada andar nos tribunais, mas não podemos abdicar de repor o interesse público”, obser-vou.

A decisão do Tribunal Arbitral, co-nhecida no dia 20 de Julho, ocorreu na sequência de um diferendo entre a au-tarquia liderada pelo social-democrata Manuel Moreira e a empresa Águas do Marco a propósito do contrato de con-cessão por 35 anos das redes de água e saneamento.

O actual executivo considera que os valores previstos no contrato para serem cobrados aos munícipes são “demasiado elevados”.

Segundo Manuel Moreira, as ne-gociações com a concessionária nunca evoluíram de acordo com as pretensões da autarquia, o que levou a câmara a avançar em 2007 com a “modificação unilateral do contrato” de concessão, impondo à empresa uma diminuição de cerca de 30 por cento nos valores cobrados.

Os vitivinicultores do Douro der-ramaram vinho pelas ruas da Régua, num ato que quis simbolizar o deses-pero por causa da falta de escoamen-to deste produto e dos baixos preços a que ele é comprado à produção.

No princípio do mês, cerca de duas centenas de pequenos produto-res responderam à chamada da As-sociação dos Vitivinicultores Inde-pendentes do Douro (AVIDOURO) e concentraram-se numa vigília em frente à sede do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

Os manifestantes muniram-se de velas, garrafões e pipas de vinho e empunharam faixas onde se po-dia ler “Nós, durienses, não vamos deixar que levem o cadastro para o IVDP”, “Assalto aos poderes da CD [Casa do Douro] e aos lavradores” ou o “Douro exige do Governo a

aprovação de todos os VITIS”.O objectivo foi chamar a atenção

para a “grave situação” que afecta a lavoura duriense.

Pelas ruas da Régua foi ainda derramado vinho, num protesto contra os problemas que afligem aquela região.

A dirigente da AVIDOURO Ber-ta Santos explicou que se tratou de um “ato simbólico”, para chamar a atenção para a lavoura duriense.

“Os agricultores não vendem o vinho, o que vendem é a preços bai-xos e com a agravante de que entre-gam as uvas sem preço estabelecido e ainda demoram anos a receber. Há vinicultores que não recebem o vinho desde 2004. Isto não pode continuar assim”, afirmou.

Manuel Mota Ribeiro, vitivini-cultor em Guiães, diz-se com a “cor-

da na garganta” e cansado de lutar.É que, segundo as contas deste

agricultor, há uns anos vendia a pipa de vinho tratado a mil euros, enquanto agora é vendida a 950.

“Só que, entretanto, o custo dos factores de produção aumentou muito, como os adubos, enxofres ou pesticidas”, acrescentou.

Manuel Mota Ribeiro fez questão de marcar presença nesta vigília, por-que diz que “é preciso dar o recado ao senhor ministro da Agricultura para que tenha juízo”. “Tem que olhar para os que têm menos pipas de vinho” e não para os “grandes grupos económicos”.

Maria das Dores não tem dúvidas de que o agricultor “está cada vez mais pobre”.

“Ninguém tira o vinho de cá. Nós fazemos o vinho e ninguém o

compra. É preciso deitá-lo pelas ruas abaixo. Ganham mais as pes-soas que andam a trabalhar para nós do que nós”, salientou.

As preocupações dos viticulto-res viram-se ainda para o benefício (quantidade de mosto que cada viti-cultor pode destinar à produção de vinho do Porto).

“Quem tem duas ou três pipas de vinho daqui a pouco não tem ne-nhum, temos que ir trabalhar para os ricos”, salientou Maria das Dores.

Também Amália Ferreira se queixa da redução do benefício “ano após ano”.

“A quinta, que tinha 22 pipas de vinho tratado, agora tem 11. Isso não se admite. Os agricultores estão cada vez mais pobres e em vez de porem melhor, vamos cada vez mais para o charco”, descreveu.

MARCO DE CANAVESES

CÂMARA QUER ANULAR CONTRATO DE CONCESSÃO DA ÁGUA

Linha do Tua

NOVO MOVIMENTO DE CIDADÃOS QUER REABRIR FERROVIA

Protesto no Douro

VITICULTORES DERRAMARAM VINHO NAS RUAS DA RÉGUA

mil assinaturas com a pretensão do movimento.

Até lá, em vez de recorrerem à Internet, os promotores preferem ir de “de terra em terra” a angariar as-sinaturas e a distribuir dossiers com os motivos desta causa.

Acreditam que ainda é possível “salvar a linha” a poucas semanas de ser tomada a decisão política so-

bre a barragem que pode inundar os 16 quilómetros mais atractivos da ferrovia e do vale do Tua.

A esperança dos promotores do novo movimento assenta sobretudo na eventual intervenção da UNES-CO no processo pelos impactos que a barragem possa ter no Alto Douro Vinhateiro, Património da Huma-nidade.

Graciela Nunes acredita que o facto de a UNESCO poder des-classificar a zona classificada se for afectada, pode influenciar a decisão sobre a barragem.

A linha centenária faz parte da paisagem e da memória colectiva destas gentes que acreditam que a sua “voz também tem alguma im-portância”.

Page 15: Correio do Douro #24

CD 15 21 de Agosto 2010

Passatempo

Palavras Cruzadas

Sudoku

Soluções

Palavras

Cruzadas

Soluções

Sudoku

Diferenças

Descubra as 7 diferenças

VERTICAIS1-Falto de carinho

2-Que tem pretensões ou vaidade

4-Alegre, gracioso

5-Em que há nós ou saliências

7-Qualidade de médium

8-Que contém mel

9-Que produz muitos frutos

11-Conjunto de coisas miúdas

12-Que exala fumo ou vapores

15-Que se refere a lava

17-Que causa terror

Horizontais3-Tecido de lã ou de pêlos, emaranhados e empastados por pressão, empregado no fabrico de chapéus, discos de polimento etc.

6-Em que há perigo

8-Conjunto de operações executadas por uma empresa envolvendo a vida de um produto, desde a planifi cação de sua produção

até o momento em que é adquirido pelo consumidor

10-Aquele que recebeu supremo grau em uma faculdade universitária

13-Em que não há piedade

14-Causado por dolo

16-Namoro ligeiro, sem consequência

18-Que, ou o que impugna

19-Cheio de raiva

Uma francesa, uma inglesa e uma por-tuguesa fi zeram amizade durante as férias no Algarve. Pouco antes de se separarem combinaram que, a partir desse dia seriam os seus maridos a fazer as tarefas domésti-cas. Se não aceitassem passariam a dormir sozinhos. As três encontrar-se-iam passado um mês para fazerem um balanço da ini-ciativa.

E foi o que aconteceu. Quando se reen-contraram, começou a inglesa: eu disse-lhe e fui bem fi rme. No primeiro dia não vi nada; no segundo também nada mas no terceiro dia foi uma maravilha: passou o aspirador, lavou a louça, preparou as ca-

mas dos meninos. Enfi m, agora sou muito mais feliz.

Diz a francesa: o meu foi igual. No pri-meiro dia não vi nada; no segundo tam-bém não vi nada mas no terceiro já não era o mesmo: quando cheguei do emprego já tinha a loiça do almoço lavada, o jan-tar pronto, a máquina da roupa a lavar, os miúdos prontos a deitar-se… Assim sim, vale a pena estar casada.

Conta a portuguesa: Comigo também aconteceu mais ou menos como com vocês: no primeiro dia, não vi nada; no segundo também nadinha. Ao terceiro dia comecei a ver alguma coisa pelo olho esquerdo…

MARIDOS DOMESTICADOS….

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21 de Agosto 2010CD

Última

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PUB

Acompanhado por mergulha-

dores experientes e com um

profundo conhecimento da

área, a Câmara Municipal do

Marco de Canaveses vai pro-

porcionar um evento único:

baptismo de mergulho

Os adeptos do mergulho vão ter a oportunidade de experimentar as sensações de um mergulho com gar-rafa, num evento que irá decorrer nas piscinas da cidade do Marco, no próximo dia 4 de Setembro, a partir das 14 horas.

Destinado a todos os interessa-dos, com idade mínima de 10 anos, e a obrigatoriedade de inscrição pré-

O festival decorreu no

penúltimo fim-de-semana

de Agosto e contou com a

presença de gente vinda de

todos os pontos do país.

Celorico de Basto promoveu mais um festival de música alter-nativa. Um evento multicultural de música tradicional,   organiza-do pelo grupo “Mescla de Sons” com o apoio da Câmara Munici-pal.

O evento transformou-se num meio de transmissão de novos conceitos em Celorico de Bas-to. Assim, associado ao conceito musical, a organização promoveu

No próximo dia 28 de Agosto a Casa do Povo de Ermesinde leva a efeito o seu VIII Festival de Folclore no Palco Exterior do Parque Urbano Dr. Fernando Melo, em Ermesinde.

O evento tem o seguinte pro-grama:

18h30 -Chegada dos Ranchos à Casa do Povo de Ermesinde:

19hOO -Jantar-convivio, no Restaurante rodízio da Estação

20hSO -Desfile Etnográfico, da Casa do Povo ate ao local do Festi-val;

21h15 -Entrega de lembranças.21h30 -Inicio do Festival.23h30 -Fim do FestivalParticipantes no Festival:Rancho Folcl6rico da Casa do

Povo de Ermesinde Rancho Foicl6rico Mira-Serra de

Louções -Turquel -AlcobaçaRancho Folcf6rico e Etnográfico

de S. Pedro de Paus -ResendeRancho folcl6rico Infantil GCR

de Ardegães -Maia

BAPTISMO DE MERGULHO NO MARCO DE CANAVESES

via até 3 de Setembro, este “Baptismo de Mer-gulho” é constituído por uma apresentação teórica de cerca de 20 minutos (breve história do mer-gulho, tipos de mergulho, equipamento e ambiente submarino).

Esta apresentação será sob a forma de pro-jecção de apresentação em PowerPoint e narra-da. E depois segue-se e a parte prática: briefing; entrada na água com cin-co pessoas de cada vez por cerca de 10 a 15 mi-

nutos com cada grupo; adaptação ao equipamento; passeio subaquático e realização de alguns exercícios bási-cos.

A organização fornece todo o equipamento necessário para a con-cretização do mergulho, desde logo:

colete, regulador) e barbatanas.-

denciado acompanhado por mergu-lhadores igualmente credenciados.

Os interessados terão que se apresentar munidos de: touca, fato de banho, chinelos e outro material de piscina.

O Preço de inscrição (previa-mente confirmada nas Piscinas Municipais até ao dia 3 de Setem-bro) é de 5 Euros por cada pessoa participante.

ERMESINDE

VIII FESTIVAL DE FOLCLORE DA CASA DO POVO

FESTIVAL ECOS DA TERRA ENCHEU CELORICO DE BASTO FÃS DE MÚSICA TRADICIONAL

uma mostra, onde es-tiveram representados alguns dos melhores produtos típicos da re-gião, dos usos e costu-mes, da arte e daquilo que é tradicional e re-gional. Paralelamente a isto, o festival teve, ao dispor de todos, workshops de pintura, fotografia e ecologia.

O ponto de atrac-ção foi o festival de música tra-dicional portuguesa e do mundo com destaque para o que se faz, neste âmbito, no Concelho de Ce-lorico de Basto.

O programa era diversificado. No primeiro dia de festival, contou com a presença dos “ Tuttis Catra-puttis”. No dia 20, sexta-feira, o festival teve presente os “Bilan”, os “Mosca Tosca”, os “Roncos do Diabo” e os “Olive Tree Dance”. O evento  terminou no sábado com a presença dos “Toques de Caramu-lo”, “Uxu Kalhos”, “Galandum Ga-lundaina” e os “Meleche Mechaya”.

Três noites de muita animação característica do festival “Ecos da Terra”.