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Fábio P. Mezzadri Médico Veterinário Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná Departamento de Economia Rural (DERAL) Divisão de Conjuntura Agropecuária (DCA) CURITIBA 2005

CURITIBA - agricultura.pr.gov.br · 2 Introdução Atualmente a pecuária de corte passa por processo de modificações em todo o mundo. Crescimento na produção mundial, aumento

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Fábio P. Mezzadri Médico Veterinário

Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do

Paraná Departamento de Economia

Rural (DERAL) Divisão de Conjuntura Agropecuária (DCA)

CURITIBA 2005

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Sumário página 1. Introdução .............................................................................................................. 02

2. Aspectos Mundiais................................................................................................. 03

2.1 Previsão para o Crescimento na Produção de Carnes em 2005 ...........................03

2.2 Consumo ............................................................................................................... 03

2.3 Participação nas Exportações ............................................................................... 04

3. Aspectos no Estado do Paraná e Brasil .............................................................. 06

3.1 Brasil – Aspectos Regionalizados da Pecuária de Corte ....................................... 06

4. Aspectos do Estado do Paraná ............................................................................ 10

4.1 Distribuição do Rebanho e Valor Bruto de Produção ............................................ 10

4.2 Participação do VBP dos bovinos abatidos em cada região – 2003 ......................11

4.3 Produtividade Paranaense .................................................................................... 11

5. Mercado e Exportações Brasileiras e Paranaenses de Carne Bovina ...............12

5.1 Exportações de Carne Bovina para a Rússia .........................................................13

6. Processamento e Exportações do Couro no Estado do Paraná e Brasil ......... 14

7. Comportamento dos Preços de Arroba do Boi Gordo ....................................... 15

8. Paraná – Ações e Programas Governamentais de Atuação dentro da Pecuária

de Corte ....................................................................................................................... 17

9. Alianças Mercadológicas ....................................................................................... 18

10. Sistemas de Produção ......................................................................................... 18

11. Pastagens (Alimentação) ..................................................................................... 18

12. Aspectos Sanitários ............................................................................................. 19

13. Parque Industrial .................................................................................................. 19

14. Frigoríficos Exportadores ................................................................................... 20

15. Perspectivas .......................................................................................................... 20

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Introdução

Atualmente a pecuária de corte passa por processo de modificações em todo o mundo.

Crescimento na produção mundial, aumento do consumo de carnes, maior uso de tecnologias

na produção, melhoria genética dos rebanhos e preocupação cada vez maior com a segurança

alimentar são fatos marcantes no atual cenário.

Países em desenvolvimento, estão cada vez mais, ingressando em uma pecuária

profissionalizada, fazendo uso de diversas tecnologias e investindo na melhoria dos aspectos

sanitários, o que vem resultando em aumento gradativo na produtividade dos rebanhos.

Entretanto, países de primeiro mundo enfrentam sérios problemas sanitários e barreiras à

comercialização devido ao aparecimento de casos de doenças como a Encefalopatia

Espongiforme Bovina ou “doença da vaca louca”, fatos estes, que nos levam a refletir sobre

antigos conceitos de alimentação animal, manejo e sanidade.

O Brasil, assim como o Estado do Paraná, dentro deste contexto aparecem como importantes

áreas, aptas a desenvolver a produção animal dentro de corretos padrões de manejo,

alimentação e sanidade, que contribuem para a produção de carne saudável e ecologicamente

correta.

Dentro do cenário mundial, nosso país é sem dúvida, um dos que mais possui condições de

expandir ainda em muito seu rebanho, pois, possui área territorial extensa, água abundante,

diversidade de clima, o que favorece a criação de diversas raças possibilitando vários

cruzamentos além da grande variedade de espécies forrageiras. A estes fatores, se acresce a

difusão cada vez maior de técnicas e bom nível genético dos animais, elementos condicionais

para aumentar a produção por área.

Este trabalho resume, informações gerais e atualizadas da cadeia produtiva da pecuária de

corte, em âmbito mundial, nacional e estadual, assim como aspectos da comercialização, preços

e comércio internacional dos produtos oriundos dela.

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Aspectos Mundiais

Um estudo publicado recentemente pela FAO, revelou as tendências mundiais para o mercado de carnes em 2005. O índice de preços de carnes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Food and Agriculture Organization) aumentou no meio do ano de 2004 para o valor mais alto dos últimos oito anos, à medida que os fechamentos de mercados, devido às doenças e as preocupações referentes à saúde animal elevaram os preços internacionais médios de carne de frango e bovina em 24% e 12%, respectivamente. Entretanto, o índice vem e estabilizando à medida que as barreiras de importação aos produtos de áreas antes afetadas por doenças têm sido retiradas e as ofertas exportáveis têm, subseqüentemente, aumentado. No ano de 2004, a FAO estimou uma produção de carnes em 258 milhões de toneladas, 2% a mais que no ano anterior. Em 2005 a produção de carne suína deverá ser responsável pela maior parte no crescimento do setor de carnes. A previsão para 2005 é de que a América do Sul, atinja o maior crescimento na produção, ao redor de 5%, onde deverá atingir 31 milhões de toneladas. Previsão para o Crescimento na Produção de Carnes em 2005 Ø América do Sul: 5%, devendo atingir 31 milhões de toneladas; Ø Ásia: normalmente representa cerca de 40% da produção global de carnes, o crescimento

deverá ser de 2,4%. Consumo Ø Os maiores preços para todas as carnes durante o ano limitaram o consumo global de carnes

e o consumo per capita deverá aumentar somente marginalmente, de 40,3 para 40,6 kg; Ø aumento anual deverá ser o mesmo em 2005 para países desenvolvidos e em

desenvolvimento, mas o consumo anual per capita nos países em desenvolvimento, estimado em 29,7 Kg, permanecerá sendo somente um terço do consumo dos países desenvolvidos;

Ø Até o final de 2005, os mercados mundiais gradualmente começarão a reabrir à medida que

os países, onde as restrições comerciais foram previamente instaladas, recuperaram seu status de livre de doença ou substituíram os tipos de carne de exportação, como para produtos cozidos, o que mitiga as preocupações referentes à segurança alimentar;

Ø Entretanto, a ampla extensão dos fechamentos de mercados e as preocupações referentes à

segurança alimentar entre os consumidores levaram a uma queda inesperada de 2% no comércio global de carnes em 2004, para 19,1 milhões de toneladas, o primeiro declínio desde o meio da década de 80;

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Participação nas Exportações Ø A porção dos países desenvolvidos caiu em 3% , para 58%; Ø A América do Sul, maior exportador entre os países em desenvolvimento, deverá aumentar

sua participação de 23% para 28%; Ø Apesar da queda na produção de carne bovina nos países desenvolvidos ao menor nível

desde os anos 70, a produção global de carne bovina em 2004 atingiu 62,2 milhões de toneladas, 1,5% a mais do que no ano anterior;

Ø Nos países desenvolvidos, os menores estoques de bovinos levaram ao segundo declínio

anual consecutivo nos abates, reduzindo a produção em cerca de 2,4%; Ø Em contraste, a produção nos países em desenvolvimento deverá crescer 5%, apoiada pela

forte demanda global por produtos da América do Sul e Índia; Ø A participação dos países em desenvolvimento na produção global, aumentou novamente em

2004, atingindo 54%, 10% a mais do que há 10 anos; Ø consumo per capita nos países em desenvolvimento, estimado em 6,5 quilos permanece

menos que um terço daquele dos países desenvolvidos, que declinou pelo segundo ano consecutivo em 2004, para 23Kg;

Ø comércio global de carne bovina declinou em 6% em 2004, refletindo as barreiras impostas

devido à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como “Doença da Vaca Louca”, às exportações de carne bovina da América do Norte e aos preços altos, que prejudicaram a demanda de importação, especialmente da Ásia. A participação dos países em desenvolvimento nas exportações mundiais de carne bovina foi de 48%, bem maior do que em 2003, quando foi de 37%;

Ø As indústrias exportadoras da América do Sul se beneficiaram não somente com a ausência

dos EUA do mercado, mas também com a melhoria do status com relação a doenças, com as taxas de câmbio favoráveis e com a capacidade de rapidamente redirecionar os produtos que antes eram enviados ao mercado doméstico para o mercado externo. O crescimento nas exportações nesta região é estimado em quase 30% em 2004, ou seja semelhante ao crescimento dos dois últimos anos;

Ø Entre países desenvolvidos, apesar de a Austrália ter mantido um alto nível de exportação, a

União Européia (UE), que antes era um grande competidor nos mercados internacionais, permaneceu como importador líquido pelo segundo ano consecutivo;

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ESTATÍSTICAS MUNDIAIS SOBRE CARNE BOVINA (milhões de toneladas)

2003 2004 2005 PRODUÇÃO 61,4 62,2 63

EXPORTAÇÕES 6,1 5,7 6

CONSUMO 9,8 9,8 9,9

Fonte: FAO A reabertura gradual dos mercados anteriormente restritos e a estabilização do consumo deverão levar a recuperação à produção e ao comércio de carnes em 2005. A produção de carnes deverá aumentar tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. A reconstrução dos rebanhos de bovinos nas principais áreas exportadoras pode levar a outro declínio na produção mundial de carne bovina.

Como resultado da recuperação prevista na produção de carne bovina, os preços deverão se estabilizar em níveis mais baixos em 2005, impulsionando um aumento no comércio de carnes. Apesar de a previsão ser de que o comércio global de carnes aumente 3%, vários fatores podem modificar essa, previsão, como o esquema para retomada do comércio de carne bovina entre EUA e Japão. A competição nos mercados de carnes será adicionalmente influenciada pelos movimentos na taxa de câmbio juntamente com o potencial impacto das mudanças nas preferências por carnes de fornecedores alternativos em 2004.

PRODUÇÃO MUNDIAL DE CARNE BOVINA (milhões de toneladas)

2002 2003 2004 2005 Mundo 61,0 61,4 62,2 63,0 Canadá 1,3 1,2 1,4 1,6 EUA 12,3 11,9 11,1 11,1 Argentina 2,7 2,8 2,9 2,7 Brasil 7,1 7,2 7,7 8,0 Uruguai 0,4 0,4 0,5 0,5 China 5,8 6,3 6,7 7,1 Índia 2,9 3,0 3,2 3,3 UE (15) 7,6 7,5 7,3 7,3 Austrália 2,0 1,9 2,1 2,0 N. Zelândia 0,6 0,7 0,7 0,6 Bibliografia consultada: Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Food and Agriculture Organization – FAO) (Texto de Miguel da Rocha Cavalcanti, engenheiro agrônomo, coordenador do site Beef Point, revista AG Leilões nº85, abril/2005.)

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Aspectos no Estado do Paraná e Brasil

O Brasil, atualmente, possui o maior rebanho comercial do mundo com aproximadamente 195 milhões de cabeças, segundo dados do IBGE. O Estado do Paraná, dentro deste contexto, ocupa a sétima posição, com um rebanho bovino representado por 10.240.484 cabeças, ou seja 5,25% do rebanho nacional. Os bovinos de corte no Paraná, representam cerca de 70% do rebanho total, ou seja, ao redor de 7.168.338 cabeças.

Brasil – Aspectos Regionalizados da Pecuária de Corte

Região Sul “Nessa região, a temperatura é um fator de consideração da produção pecuária. Os campos nativos concentram a produção de forragem no período de primavera/verão e paralisam seu crescimento no outono/inverno, quando o gado perde peso por escassez de pasto, obrigando os pecuaristas a realizarem o plantio de espécies forrageiras de clima temperado, especialmente a aveia e o azevém. A região Sul é tipicamente agrícola (Paraná e Santa Catarina principalmente), restando assim, poucas áreas para a criação de gado. Desta forma, o aumento na produção de carne deve ser alcançado através da maior produtividade por animal por área de pastagem. E para isso, é indispensável prosseguir no

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melhoramento genético dos rebanhos e assegurar-lhes alimentação adequada e assistência sanitária eficiente. Com relação à alimentação, aponta-se o melhoramento e a utilização adequada do campo nativo, a formação de pastagens de inverno, o uso diferido e implantação de pastagens de verão, a conservação de forragem (fenação e ensilagem), a consorciação de gramíneas perenes de inverno com leguminosas (como ocorre no RS-azevém + trevo branco + comichão). Os campos nativos produzem em média 50 kg/ha/ano de carne, enquanto que as pastagens cultivadas chegam a produz; 400 kg/ha/ano.”

São Paulo “Apesar da exploração ocorrer por todo o Estado, a maior concentração ocorre na região de Araraquara e do Oeste Paulista (78%). A fase de cria se concentra nas pequenas e médias propriedades, enquanto a que a fase de recria e engorda se restringe às grandes propriedades. Apesar do sistema de produção ser basicamente a pasto, a engorda em confinamento vem aumentando e tende a se tornar uma prática comum (1981 -33 mil cabeças confinadas; 1984.60 mil cabeças confinadas; 1990.200 mil cabeças confinadas), A pecuária de corte sofre, hoje, grande influência das usinas de produção de álcool e açúcar em decorrência da competição de ambas as culturas pelas áreas, tendendo, assim, a uma redução na área utilizada para pastagem, com um incremento na alimentação animal à base de suplementação alimentar e confinamento.”

Minas Gerais “A exploração bovina estende-se a todas as regiões do Estado, não havendo mais áreas disponíveis para sua expansão. O aumento da produção só poderá ser conseguido com a elevação da produtividade dos rebanhos. As maiores concentrações de gado de corte encontram-se no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, no nordeste do Estado e no Vale do Rio Doce e Mucuri, onde encontramos desde a exploração típica de gado de corte, produção mista de carne e leite e de sistema mais intensivo de criação e engorda em confinamento.”

Mato Grosso do Sul “A vegetação original do MS, constituídas de cerrado, campos limpos, matas e a flora característica do Pantanal, vem sofrendo modificações e apresentam hoje áreas extensas com lavouras e pastagens cultivadas. Distinguem-se três regiões pecuárias com características diferentes: o planalto (com vegetação predominante de cerrado), a baixada do Pantanal e a região dos campos limpos e da Mata de Dourados, sendo que nas duas primeiras regiões predominam as atividades de cria e de cria-recria, enquanto na última, a recria e a engorda predominam.

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Na região do Pantanal, as enchentes periódicas dificultam o manejo e concorrem para aumentar as perdas do rebanho. Não há uma estação de monta definida, permanecendo os touros no rebanho durante o ano todo e deixando às vacas a obrigação de desmamarem suas crias. Recentemente, o governo deste Estado, elaborou um programa de incentivo fiscal para o abate de novilho precoce, com a isenção de até 6% no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A portaria 612 do Ministério da Agricultura estabelece que o novilho precoce se define como: bovino de qualquer raça que chega ao abate como 15 arrobas até completar três anos. As novilhas são definidas como: fêmeas abatidas a partir de 12 arrobas com menos de três anos. Esse programa vem dando excelentes resultados, tanto para o pecuarista como para o Estado.” Mato Grosso e Goiás “Com grande potencial de terras agricultáveis, o Mato Grosso é um Estado que sofreu um aumento considerável no efetivo do rebanho bovino, bem como o número de propriedades, proporcionado pela implantação de projetos agropecuários com recursos do PROTERRA e da SUDAM (na Amazônia Matogrossense). Predominam as grandes propriedades e o sistema extensivo de criação. Sendo que a maioria das fazendas faz a cria e a recria, não sendo comum a divisão do rebanho em categorias. As cobrições concentram-se nos meses chuvosos e os nascimentos na época seca, com desmama tardia também neste período. As fazendas mais avançadas utilizam estação de monta e desmamam os animais entre 8 e 10 meses de idade. A região enche os olhos de seus visitantes, que geralmente vem a procura de novas oportunidades e não voltam mais. Se faz presente no ar o cheiro de desenvolvimento e otimismo para todos que apostam nesse mar verde, onde se encontram de tudo um pouco. O segmento da pecuária, para se tornar viável, pela concorrência da soja, teve que se especializar e, se profissionalizou, tornando a região, uma das mais produtivas do estado. Vemos com isso que o estado de Goiás não pode ser visto como um apêndice de uma região. O centro-oeste Brasileiro é sem dúvida nenhuma uma das áreas do país mais produtiva em termos de grãos e carne bovina. O Mato Grosso é o estado em que mais se colhe soja. O Mato Grosso do Sul o estado em que concentra o maior rebanho bovino de corte do Brasil.” Região Nordeste “O maior problema do nordeste é a seca que assola periodicamente o interior, sendo que o problema em si não se encontra nos totais das precipitações pluviométricas, mas sim na distribuição das chuvas durante O ano, que apresenta características contrastantes em quase toda região. De modo geral, as chuvas se concentram nos meses de verão e outono e a seca ocorre nos meses de inverno e primavera, alongando-se por períodos superiores a seis meses, principalmente no interior. A expansão da pecuária se deu pelo sertão do São Francisco e confunde-se com o próprio povoamento da região. O sistema ultra-extensivo de criação à solta, implantado pelos primeiros povoadores, ainda perdura no sertão nordestino ao lado da figura tradicional do vaqueiro coberto

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de couro e pago no regime de "quarteação". Apesar da introdução do zebu e do seu cruzamento com o gado primitivo, os animais ainda são de pequeno porte e de baixo rendimento de carne. Pesquisas realizadas na região semi-árida de Pernambuco têm mostrado que a utilização de leguminosas arbustivas ou arbóreas, como a leucena e a algaroba, têm dado bons resultados. Bem manejada, a leucena pode atender até 300;0 da dieta dos bovinos sem riscos de intoxicação. Culturas como o milheto, sorgo e palma forrageira, além do capim buffel, são indicados para suplementar a alimentação do gado no semi-árido (a palma produz até 60 ton/ha de matéria verde/corte). A fase de cria normalmente se dá na caatinga e nos cerrados, sendo que a fase de recria e engorda predominam nas áreas do agreste e zona da mata.”

Região Amazônica “Seu maior contingente de animais (bovinos e bubalinos) se encontra no Estado Pará, que conta com aproximadamente. 3,5 milhões de cabeças de bovinos e 10 mil bubalinos. (IBGE –1986) No baixo e médio Amazonas, as pastagens nativas de várzeas só são , disponíveis de junho a dezembro (época seca); enquanto que, no período de chuvas, o gado é mantido em áreas de várzeas mais altas ou transferido para pastagens nativas ou cultivadas de terra firme. Nos anos de grandes cheias, os animais são colocados em "marombas" (tipo de curral suspenso) onde são alimentados. Nos campos de Marajó, ocorrem duas épocas distintas de escassez de pastagens: o período seco (setembro/novembro) e o de inundações (janeiro/abril). A pecuária no sudeste paraense foi desenvolvida a partir da década de 60, com a construção da Rodovia Belém-Brasília, e se caracteriza pela formação de pastagens no sistema tradicional de derrubada e queima da mata, seguida de semeadura de forragens, principalmente colonião, jaraguá e brachiaria. Em relação média nacional, os animais da região são de melhor qualidade e são manejados em sistema de criação menos extensivo e mais racional. Existem problemas com a fertilidade do solo, que é baixa, com ataque da cigarrinha das pastagens e com invasão de plantas daninhas.” Fonte das informações: site – www.boidecorte.com.br / panorama regional p. www.boidecorte.com.br/scripts/informativo/panorama/panoramaregional.asp

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Aspectos do Estado do Paraná A pecuária paranaense, está distribuída aproximadamente em 216.000 propriedades, com rebanho dividido em animais leiteiros (20%), de corte (70%) e mistos (10%). Na região Norte e Oeste do Estado encontram-se, em maior número rebanhos formados por animais zebuínos, especialmente o nelore e seus cruzamentos. Ao Sul, predominam as espécies de origem européia. Outros aspectos vêm tornando-se cada vez mais expressivos na pecuária paranaense como: ♦ Produtores cada vez mais tecnificados. ♦ Aumento da qualidade das pastagens, com adubação e correção dos solos. ♦♦ Aumento da lotação nas pastagens (> 8 cab/ha). ♦ Rebanhos de alto valor genético – uso de práticas como:

- Cruzamento industrial - Inseminação artificial - Transferência de embriões - Fertilização in vitro ♦ Pecuaristas conscientizados em assegurar a sanidade de seus rebanhos. ♦ Crescimento em produtividade. Distribuição do Rebanho e Valor Bruto de Produção O rebanho paranaense encontra-se distribuído da seguinte forma, em relação ao número de cabeças e ao VBP por região:

Percentual Regionalizado do Número de Cabeças 2003

Fonte: SEAB/DERAL/DEB

NOROESTE36%

SUL16%

SUDOESTE9%

OESTE16%

NORTE23%

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Participação do VBP dos bovinos abatidos em cada região – 2003

Fonte: SEAB/DERAL/DEB

Produtividade Paranaense O Estado do Paraná vêm evoluindo na pecuária de corte em níveis de produtividade e na difusão do uso de tecnologias como já foi citado. Porém alguns indicadores ainda apresentam baixos índices e estão sendo trabalhados através de Ações e Programas Governamentais, com a finalidade de estimular o uso de práticas modernas de produção e comercialização, para que metas predeterminadas sejam atingidas a pequeno é médio prazo.

Indicadores de Produtividade – Ano 2003

INDICADOR REFERÊNCIA ATUAL META Taxa de natalidade 55% 75% Mortalidade no 1º ano 3 a 5% 2% Taxa de lotação de pastagem 1,4 U.A 4,0 U.A Idade média 1ª cria 48 meses 24 meses Intervalo entre partos 14,5 meses 12 meses Produção de carne 75 Kg/Ha/ano 200 Kg/Ha/ano Idade média de abate 36 a 48 meses 24 a 15 meses Rendimento de carcaça 52% > 54% Peso de carcaça 225 Kg 250 Kg Taxa de desfrute 18% a 22% 30% Fonte: SEAB/DERAL / EMATER – 2003 / PR

CENTRO-

OESTE

3,0%

NORTE

30,6%

OESTE

9,9%

SUDOESTE

11,3%

SUL

14,6%

NOROESTE

30,6%

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Números da Produtividade Paraná e Brasil

Ano 2004

Rebanho (milhões de cabeças)

Animais Abatidos (cabeças)

Produção de Carne Bovina “in natura”

(Ton) Brasil 195.551 41.264.499 7.809.709

Paraná 10.240 1.292.893* 275.050**

Fonte: IBGE, SINDICARNE FNP Consultoria / Anualpec 2004 Elaboração:SEAB/DERAL/DCA * cabeças abatidas com SIF (Serviço de Inspeção Federal) ** produção de carne com (SIF), convertido em equivalente carcaça Mercado e exportações brasileiras e paranaenses de carne bovina No ano de 2003, o Brasil tornou-se o país maior exportador mundial de carne bovina, consolidou novos mercados como Egito e Israel, abrindo novas fronteiras para a comercialização internacional de carnes, difundindo seu produto, tornando-o mais competitivo e requisitado por possuir aspectos, principalmente sanitários, necessários e exigidos pelas nações importadoras. Em 2004, o país foi surpreendido por dois casos de “Febre Aftosa”, um no Estado do Pará e outro no Amazonas. Estes dois fatos resultaram em muita polêmica e principalmente em grandes prejuízos causados pelos embargos à carne brasileira, que passou a ter sua entrada barrada nos países importadores. O Estado do Paraná, também sofreu embargos às suas carnes, principalmente da Rússia (grande importadora) inclusive de aves e suínos, mesmo não tendo nenhuma relação de risco com os estados afetados. Apesar do ocorrido, após várias negociações, as relações comerciais foram restabelecidas e o Paraná voltou a exportar sua carne. Todavia, fica o alerta sobre a importância e a responsabilidade que deve ser dispensada aos aspectos sanitários, para que nosso país possa continuar por muitos anos repetindo o sucesso obtido no comércio internacional de carnes.

Brasil e Paraná: Exportações de carnes de bovinos “in natura”, 2001 a 2004

Ano Paraná Brasil

Mil US$ - FOB(1) Ton (2) Part.% (2/4) Mil US$-FOB (3) Ton (4) Part.% (1/3)

2001 42.986 19.756 5,4 738.202 367.829 5,8 2002 46.553 23.606 5,5 775.855 429.831 6,2 2003 61.422 26.819 5,5 1.153.931 619.545 5,3 2004 101.533 40.762 4,4 1.961.465 923.659 5,2

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb – abr/04) Nota: NCM: 02.01.10.00; 02.01.30.00; 02.03.00.00 - Carne de bovinos “in natura” : frescas ou

refrigeradas e congeladas.

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Brasil e Paraná: Exportações de carnes de bovinos “industrializada”, 2001 a 2004

Ano Paraná Brasil

Mil US$ - FOB(1) Ton (2) Part.% (2/4) Mil US$-FOB (3) Ton (4) Part.% (1/3) 2001 147 151 0,11 260.872 132.639 0,06 2002 235 284 0,18 310.158 160.482 0,15 2003 365 436 0,24 355.224 180.402 0,10 2004 733 612 0,26 494.202 231.698 0,15

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb – abr/04) Nota: NCM: 16.02.50.00;16.01.00.00 – Enchidos de carne, miudezas, sangue e suas preparações alimentícias e conservas de bovinos.

Exportações de Carne Bovina para a Rússia A nação russa, grande importadora de carnes brasileiras e paranaenses, nos últimos tempos tornou-se uma compradora polêmica, devido a fatos atípicos já citados, ocorridos no ano de 2004, que resultaram em 2 embargos a exportação de carnes, bovina, suína e até de aves. O problema, foi o aparecimento de casos de febre aftosa no Pará e Amazonas, aonde ocorreu o último caso no dia 10/09/2004, em uma pequena propriedade no município de Careiro da Várzea, próximo a Manaus. No Estado do Paraná, das três empresas frigoríficas que exportam carne bovina, apenas uma delas localizada na região de Maringá, envia carne a Rússia. Com o embargo, esta empresa foi obrigada a desviar sua produção a mercados alternativos como: Ásia e Oriente Médio, porém com o fim do embargo as negociações com a Rússia já foram retomadas.

Exportações de Carne Bovina e Derivados com destino à Rússia Paraná – Brasil

Ano 2004

CARNE BOVINA Exportações de Carnes e Derivados

Paraná Brasil

Rússia (em Kg) 10.584.923 160.623.128 Participação % da Rússia 23% 13% Total Geral (em Kg) 46.418.507 1.228.379.953 Fonte: SECEX/DECEX/MDIC Elaboração: SINDICARNE/PR Adaptação: SEAB/DERAL/DCA

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Crescimentos Percentuais – 2004 sobre o Ano de 2003 Brasil e Paraná

CARNE BOVINA

Crescimento sobre o ano de 2003 Exportações de Carnes e Derivados Paraná Brasil Rússia (em volume) 71,6% 89,5% Total Geral (em volume) 51,8% 43,6% Fonte: SECEX/DECEX/MDIC Elaboração: SINDICARNE/PR Adaptação: SEAB/DERAL/DCA O mercado Russo, é certamente promissor e um parceiro muito importante na comercialização da carne bovina, seja do Brasil ou do Paraná. Porém, assim como outros mercados, a Rússia deve levar em conta as dimensões territoriais de nosso país, dimensionando, diferenciando e conhecendo melhor as regiões das quais importam os produtos de origem animal. Sendo o Brasil, um país continental, ele apresenta uma série de barreiras naturais, que impedem a disseminação dessas doenças, como matas, rios e vastas áreas territoriais entre uma região e outra. Além deste fato, o Brasil possui regiões aonde existem barreiras sanitárias, que realizam um controle rigoroso quanto ao trânsito de animais. Também vários estados, como é o caso do Paraná, realizam campanhas periódicas de vacinação contra a febre aftosa e outras doenças e são considerados áreas livres da doença com vacinação, como acontece em nosso Estado, que está a 10 anos sem registrar nenhuma ocorrência desta doença. Processamento e Exportações do Couro no Estado do Paraná e no Brasil Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil no ano de 2002, processou 28.759.701 unidades de couro bovino. O Estado do Paraná, no mesmo ano processou 2.995.616 unidades do produto, sinalizando um mercado promissor a ser amplamente explorado, porém ainda modesto devido ao grande desperdício de peças, em razão das práticas inadequadas de manejo. No mesmo ano (2002), o Paraná exportou 26.218.402 Kg de peles e couros. O Brasil naquele período, enviou ao exterior 241.499.086 Kg destes produtos.

Brasil e Paraná – Exportação de peles e couros, 2000 a 2004

Ano Paraná Brasil

US$ - FOB KG US$ - FOB KG 2000 77.441.142 26.386.409 760.222.676 204.018.684 2001 73.821.061 24.181.134 880.981.918 223.454.261 2002 78.335.618 26.218.402 963.698.070 241.499.086 2003 56.794.991 18.404.135 1.062.002.894 263.283.178 2004 56.284.518 18.896.720 1.293.146.254 321.756.115

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb – fev/05) Nota: NCM (Capítulo 41) – Peles,exceto a peleteria (peles com pelos), e couros

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Comportamento dos Preços da Arroba do Boi Gordo

Preços da Arroba do Boi Gordo Jan a Dez / Ano 2003

Fonte: SEAB/DERAL/DEB - 2003

Preços da Arroba do Boi Gordo Jan a Dez / Ano 2004

Fonte: SEAB/DERAL/DEB - 2004

Boi Gordo

R$ 46,00R$ 48,00R$ 50,00R$ 52,00R$ 54,00R$ 56,00R$ 58,00R$ 60,00

Jan/03

Fev/0

3Mar/0

3Abr/

03Mai/0

3Jun

/03Jul

/03

Ago/03

Set/0

3Out/0

3

Nov/03

Dez/03

arroba

Boi Gordo

R$ 51,00

R$ 52,00

R$ 53,00

R$ 54,00

R$ 55,00

R$ 56,00

R$ 57,00

R$ 58,00

Jan/0

4Fe

v/04

Mar/04

Abr/04

Mai/04

Jun/0

4Ju

l/04

Ago/04

Set/04

Out/04

Nov/04

Dez/04

Arroba

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Preços da Arroba do Boi Gordo Jan a Abril / Ano 2005

Fonte: SEAB/DERAL/DEB - 2005 Nos dois primeiros meses do ano de 2003, os preços da arroba do boi gordo mantiveram-se estáveis. No mês de março iniciou-se uma queda, que persistiu até maio, quando esboçou-se uma reação dos preços, que se elevaram até novembro, apresentando queda insignificante no último mês do ano. Em 2004, os preços começaram a cair a partir de janeiro e continuaram decrescendo até abril. Em maio, o valor da arroba se elevou e persistiu subindo até agosto, mostrando uma pequena queda no mês de setembro, situação que acentuou-se no mês de outubro, reagindo no mês de novembro e terminando o ano no patamar de R$56,84@. O ano de 2005, iniciou janeiro com a cotação 2,6% abaixo do que foi registrada no mesmo período de 2004 e no mês de fevereiro o preço da arroba caiu ainda mais 3,2% em relação ao mês anterior. No Paraná, a maior parte dos produtores começou desovar seus rebanhos, nos meses que antecedem o inverno e durante a estação, com a intenção de diminuir a lotação das pastagens, evitando a perda excessiva de peso dos animais durante a entressafra (inverno). Esta prática ocasiona uma grande oferta de animais no mercado nestas épocas, com consequente queda no preço da arroba. Passado este período crítico, com a chegada da primavera e com a renovação e restabelecimento das pastagens, os pecuaristas passam a segurar seus animais no campo, diminuindo a oferta de animais no mercado, fazendo com que os preços da arroba se elevem. O panorama descrito, faz parte do retrato geral do Estado, sendo que em algumas regiões o comportamento do mercado é diferente, como é o caso da região Sul, onde os pecuaristas mantém seus animais durante o inverno, aproveitando ainda a época, para engordá-los em pastagens de clima temperado (aveia e azevém). Neste caso, a oferta diminui substancialmente durante a entressafra, quando ocorre a elevação dos preços, voltando a normalizar-se ao fim da estação fria, quando começam a entrar em escalas de abate os animais terminados em pastagens cultivadas.

O ano de 2004, foi um ano atípico na pecuária paranaense. Pecuaristas tanto ao Norte, quanto ao Sul do Estado, abateram mais animais devido principalmente a dois fatores: a prolongada estiagem nos meses de inverno, que fez com que diminuísse a produtividade das pastagens cultivadas ou nativas, e a necessidade de desocupar áreas preenchidas pelo gado para o cultivo de cereais, principalmente o soja, fato que também marcou o alto nível de abate

Boi Gordo

R$ 48,00

R$ 49,00

R$ 50,00

R$ 51,00

R$ 52,00

R$ 53,00

R$ 54,00

R$ 55,00

R$ 56,00

R$ 57,00

Jan/05 Fev/05 Mar/05 Abr/05

Arroba

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de matrizes, chegando em algumas praças a níveis de 49%. A situação apresentada, ocasionou em 2004, a queda dos preços da arroba a partir do mês de fevereiro, porém, nos últimos meses do ano, os preços reagiram, devido a queda nas ofertas de animais e a crescente demanda ocasionada pela proximidade das festas de final de ano. Entretanto, o ano 2005 inicia-se totalmente atípico para a pecuária de corte, os preços do boi gordo continuam caindo no Estado desde o início do ano, e, atualmente alcançam uma das mais baixas cotações observadas nos últimos anos. O principal fator que ocasionou esta queda, foi a intensa e prolongada estiagem que atingiu o Paraná, principalmente nos meses de março e abril, o que fez com que se reduzissem significativamente as pastagens, forçando os pecuaristas a descartarem animais em excesso, inclusive matrizes, onde o índice dos abates, nesta categoria chega a 50%. Em situação normal, os projetos de abate de matrizes geralmente não ultrapassam 10% a 20%. Outro fator que leva os produtores a descartarem grandes quantidades de animais, é a baixa

rentabilidade atual da atividade. Segundo, o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, a pecuária de corte já entra no terceiro ano consecutivo de perda de renda, num longo processo de elevação de custos e queda dos preços pagos ao produtor rural. Um estudo realizado pela CNA e Cepea, mostra que no período entre janeiro a março o valor pago ao criador de gado caiu 6,71%, sendo que no mesmo período, os Custos Operacionais Totais (COT) com a atividade subiram 0,81%. Ainda de acordo com Nogueira, os resultados do crescimento das exportações, da recuperação dos preços internacionais da carne bovina e do consumo interno não estão sendo repassados aos pecuaristas.

Entre outras, mais uma variável estimula o grande abate de matrizes. A atual e difícil situação da atividade de cria, devido a queda no preço do bezerro na ordem de 10% a 20%, dependendo da praça, fato que gerou insatisfação geral, por parte de muitos pecuaristas, que desenvolviam esta atividade, fazendo com que muitos saíssem do mercado, abatendo suas matrizes. Todavia, especialistas acreditam que o preço do bezerro deverá reagir, entre meados a fim de 2005 e durante o ano de 2006, impulsionados pela redução da oferta de bezerros no mercado, gerada justamente pela atual situação.

Paraná – Ações e Programas Governamentais de Atuação dentro da Pecuária de Corte O Estado do Paraná, vem desenvolvendo alguns Programas voltados à pecuária de corte, entre eles: • Programa “ Pecuária de Curta Duração” SEAB/EMATER • Programa Paranaense de Rastreabilidade e Bovinos e Bubalinos SEAB/DEFIS • Programa de Produção de Carne e Leite do Paraná, a Base de Pasto FAEP

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Alianças Mercadológicas No Paraná, as Alianças Mercadológicas estão surgindo e se afirmando como importantes ferramentas para os produtores que encontram dificuldades de remuneração, compatível para uma carne de qualidade superior e não encontram nichos de mercado para inserirem este produto. As Alianças são métodos diferenciados de comercialização de carne bovina, sendo pioneiras no Estado a Aliança Novilho Precoce de Guarapuava e a Carne Qualidade Identificada (QI), de Paranavaí. Este sistema funciona como uma parceria entre produtores, indústria e varejo, buscando: Ø Pecuaristas produzindo um produto especial, entregue a nichos mercadológicos específicos

a preços diferenciados; Ø Controle em todas as fases de produção; Ø As alianças buscam produzir animais criados de forma ecologicamente correta e que sejam

abatidos no máximo aos 24 meses, produzindo uma carne saudável, com maior sabor e maciez (integrando este item o Programa de Pecuária de Curta Duração);

Ø Pecuaristas recebem preços diferenciados e bonificações pela qualidade de seus animais; Sistemas de Produção A maior parte dos rebanhos paranaenses, são criados de forma extensiva, porém também existem confinamentos e semi-confinamentos. Nas regiões Noroeste e Norte situam-se os maiores confinamentos, onde estão localizados 66% do total de animais confinados. Nosso Estado, encontra-se em uma posição climática e topográfica privilegiada, propiciando o cultivo de forrageiras de diferentes espécies e de alta qualidade o ano todo. As condições ambientais diversas, admitem a criação e o sucesso da adaptação de diferentes espécies bovinas (taurinas e zebuínas) ao longo do território estadual. Pastagens (Alimentação) O Paraná, conta com uma área de aproximadamente 6,7 milhões de hectares destinados a pastagens: cerca de 1,4 milhões de Ha, são formados por pastagens nativas e 5,3 milhões de Ha por pastagens cultivadas. As pastagens paranaenses cultivadas, dividem-se em espécies de clima tropical (primavera, verão), onde as mais utilizadas são o capim colonião, as braquiárias, o capim jaraguá, as variadades de hermátrias, e as de clima temperado (outono, inverno), destacando-se a aveia e o azevém, como espécies mais cultivadas. O Estado, além de criar seus rebanhos bovinos principalmente a pasto, de forma natural, há ainda a vantagem e a facilidade de utilizar em grande escala, “subprodutos” das culturas vegetais, como o trigo, o soja, o milho, a mandioca e a cana-de-açucar, possibilitando que mesmo os animais produzidos em confinamento, recebam uma dieta equilibrada, totalmente natural e principalmente sem o uso de resíduos de origem animal, fato de importância extrema, para a segurança alimentar e para a comercialização interna e externa do produto.

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Aspectos Sanitários Devido aos cuidados constantes com a saúde dos seus rebanhos, por parte do governo e dos produtores, cada vez mais conscientes em vacinar e zelar pela sanidade dos seus animais, o Paraná, transmite ao mercado interno e externo segurança em relação aos seus produtos de origem animal. Alguns aspectos reforçam esta afirmação como: Ø Paraná há 10 anos sem registro de casos da Febre Aftosa; Ø Área livre de febre aftosa com vacinação, junto ao MAPA e Organização Mundial de Saúde

Animal – OIE; Ø Campanhas semestrais de vacinação contra a Febre Aftosa; Ø Desde janeiro de 2002 - vacinação obrigatória contra a brucelose; Ø A SEAB controla a incidência de doenças como a raiva e tuberculose, entre outras; Parque Industrial Os frigoríficos dentro do Estado, estão distribuídos de acordo com a disponibilidade da matéria prima de cada região

Carne Bovina – Paraná – Distribuição das Plantas Industriais

Fonte: SEAB –DERAL Atualmente no Estado, funcionam 24 abatedouros fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) e 67 estabelecimentos com Serviço de Inspeção Estadual (SIP).

Sul9%

Oeste6%

Noroeste57%

Norte25%

Sudoeste3%

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Frigoríficos Exportadores Atualmente o Estado do Paraná, conta com três grandes unidades frigoríficas exportadoras,

uma em Paranavaí e duas na região de Maringá, sendo que destas apenas uma mantém relações comerciais com a Rússia.

Perspectivas

• Mudanças em todos os segmentos da cadeia produtiva; • Especialização cada vez maior por parte dos pecuaristas; • Maior preocupação com a sanidade, melhoria genética, manejo adequado e bem estar animal

por parte dos produtores; • O “status” sanitário conquistado pelo estado, deverá abrir espaço para novos mercados

importadores, porém aumentará ainda mais, a responsabilidade e cooperação dos produtores e de fiscalização por parte de órgãos governamentais, no que diz respeito principalmente a saúde animal;

• Maior organização dos produtores, na discussão da produção e comercialização da carne; • Pecuaristas voltados cada vez mais às necessidades do mercado consumidor; • Integração lavoura-pecuária como prática aceita; • Busca de maior produtividade em menores áreas, com o uso de tecnologias • de produção; • Aumento do rebanho e da produtividade que será obtida através de pecuaristas cada vez

mais especializados e seletos; O aumento das exportações, a abertura de novos mercados com a conquista de consumidores mais exigentes, gera a necessidade de conscientização dos produtores de que somente investindo na melhoria da sanidade, da genética, do manejo, da alimentação e consequentemente do aumento da produtividade dos rebanhos, é que se conseguirá acompanhar a evolução da pecuária. Fábio Peixoto Mezzadri – Médico Veterinário SEAB/DERAL/DCA e-mail: [email protected]

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