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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Pryscila de Oliveira Cravo
A CONTRIBUICAO DA PSICOMOTRICIDADE NA
AQUISICAO DA LEITURA E ESCRITA
Curitiba
2005
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Pryscila de Oliveira Cravo
A CONTRIBUIc;:Ao DA PSICOMOTRICIDADE NA
AQUISIc;:Ao DA LEITURA E ESCRITA
Trabalho de Conclusao de Curso
apresentado ao Curse de Pedagogia da
Faculdade de Ci~ncias Humanas, Letras e
Artes, da Universidade Tuiuti do Parana,
como requisito parcial para 21 obten9:io do
grau de licenciado em Pedagogia.
Orientadora: pror Ms. Jocian Machado
Bueno
Curitiba
2005
.Jl?" Universidade Tuiuti do Parana"
FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, LETRASEARTESCurso de Pedagogia
TERMO DE APROVAl;AO
NOME DO ALUNO: PRYSCILADE OLIVEIRACRAVO
TITULO: A contribuirao das atividades psicomotoras na aquisirao daleitura e escrita
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIALPARA A OBTENl;AO DO GRAU DE L1CENCIADO EM PEDAGOGIA, DO CURSO DEPEDAGOGlA, DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DAUNIVERSIDADETUIUTI DO PARANA.
MEMBROSDA COMISSAO AVALIADORA:.~
PROF(a).JOCIAN MACHADO BUENOORIENTADOR(A)
PROF(a). OLGA MARIA SILVA MATTOSAl/;G'J JG::;! .MEMBRODA BANCA i;
PROF(a)~H~~JULIOMEMBRODA BANCA
DATA: 12/12/200S
MEDIA: __1?2 _CURITIBA - PARANA
200S
Agradeco a todos aqueles que fizeram desta etapa da minha vida, uma
rica trajet6ria, pais sozinha jamais teria conseguido.
Dedico esie irabalho primeiramente a Deus pois sem ele nada disso
teria se concretizado, aos meus pais Milton Boy e Wanda pelo apoio,
dedicagtJo,paci~ncia e conforto durante toda esta traget6ria, ao meu irmao
Vinicius toda a minha gratidSo, Ronald meu compreensivo, companl7eiro e
dedicada namorado meu sincero abrigado, a Jesse/ena par todo a seu
cuidado e motivagao, as minhas verdadeiras amigas Daniel/a, Camila e
Cristiane pela ajuda e paci~ncia que tiveram comigo nestes anos de estudo
diano, a Adriana Dalagassa pela sua contribuigiio. A Jocian Bueno por loda a
sua sabedaria, pela orientac;aa e atenqao a qual me ajudou a enriquecer emuilo maus conteudos. Agradago tamMm aqua/as pessoas qua palo pouco
que possam ter feito, saibam que me ajudaram bastante, pais s~omuito
importantes na minha vida ..
Nao existe a/guam
que nunca leve urn professor na vida, ass;m como n§o hfl ninguem
que nunca tenha tido urn a/uno.
Se existem analfabetos,
provave/mente nilo e por vontade dos professores.
Se existem letrados,
e porque urn die tiveram seus professores.
Sa existem Premio Nobel,
E porque alunos superaram seus professores.
Se existem grandes sabios,
e porque transcenderam suas funr;15es de professores.
Quanta mais se aprende, mais se quer ensinar.
Quanta mais se ensina, mais se quer aprender.
RESUMO
o objetivo deste trabalho foi mostrar ao profissional da educayao infantil arespeito do uso da Psicomotricidade em suas atividades, a contribuiy80 damesma na esecla, ande estara educando e favorecendo a crian9a para duasatividades especificas a leitura e a escrita. A metodologia utilizada foi adescritiva e bibliografica. Atraves de contribuiyoes de varios autores comoOliveira, Le Boulch, Coste, Meur e Staes, Lapierre,Alves, Bueno dentre outros,fundamentou-se que os educadores devem estar preparados para essa"educayao". Eo relevante 0 Pedagogoestar sempre se atualizando na questaodo ensina, e ate mesma lendo livros que relatam como aplicar atividadespsicomotoras, para que 0 profissional possa atuar com eficacia e compet~ncia.Concluiu-se entao que a contribuiyi!O da Psicomotricidade na escola deeduca,i!o infantil para 0 Pedagogona preven,ao de leitura e escrita esta sendomuito trabalhada nos dias de hoje nas escolas, com a psicomotricidade sendovista hoje como urn instrumento para auxiliar a crianya a sanar dificuldadesrelacionadas a leitura e a escrita no seu processo de alfabetiza,iloapresentando varias atividades para favorecer esse desenvolvimento,sobretudo em relayilo as organizayaes espacial e temporal, a lateralidade, aoesquema corporal e a coordena9ao.
PALAVRAS-CHAVE: Psicomotricidade;leitura, escrita; educa,80 pSicomotora.
SUMARIO
RESUMO
IINTRODUc;:Ao .....
II ORIGEM E DEFINIc;:Ao DA PSICOMOTRICIDADE
2.1 Definiyi!o
3 DESENVOLVIMENTO DO REPERTORIO PSICOMOTOR..
3.1 Espayo/ Tempo e Lateralidade ..
3.1.1 Espayo ..
3.1.2 Tempo ..
3.1.3 Lateralidade ....
3.2 Esquema Corporal..
3.3 Os movimentos e a coordenayi!o ...
3.4 As dificuldades psicomotoras escolares ...
4 A IMPORTANCIA DA EDUCAc;:Ao PSICOMOTORA NAEDUCAc;:Ao DA CRIANC;:A EM IDADE ESCOLAR ..
4.1 Relayao da leitura e a escrita com a Psicomotricidade
5 AS ATIVIDADES PSICOMOTORAS ESTIMULANDO EFAVORECENDO A LEITURA E A ESCRITA ..
5.1 Espayo/ Tempo e Lateralidade ..
5.2 Esquema Corporal..
5.3 Movimento e coordenayi!o ..
CONSIDERAC;:OES FINAlS ..
REFERENCIAS .
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1 INTRODUCAO
o objeto de pesquisa e tema, veio apoiado na observayao de que
conversando com varios educadores, a Psicomotricidade tern despertado urn
grande interesse por parte dos educadores que atuam na fase de
alfabetizay1!o, percebendo assim 0 quanto a psiccmotricidade ccntribui para as
crianyas, alem de deixar mais explicita determinadas dificuldades que possam
surgir nas fases seguintes. Pretendeu-se contribuir com essa pesquisa para
auxiliar nas duvidas de profissionais da area da Educa9c3o,deixando claras asquestOes referentes a Psicomotricidade na Educayao Infantil.
Uma questao importante e se os profissionais de Educay1!o que atuam
nesses segmentos (especializados ou nao) tem conhecimento da relayao entre
a psicomotricidade e 0 processo de aprendizagem do aluno, no sentido de
minimizar eu reduzir as passive is dificuldades de aprendizagem.
Tem-se verificado, pela observayao da pesquisadora, que na atividade
dos profissionais de educac;ao atuando nas escolas de educat;a.o infantil, estesdesenvolvem suas atividades da melhor maneira passivel. Porem, embora
suas atividades contenham certa conteudo e objetivo, sua vi sao sabre essas
atividades tern carater fisico e nao psicomotor, ou seja, sem a devida acuidade
para detectar possiveis dificuldades do seu aluno.
Sendo assim, estabeleceu-se como objetivo deste trabalho destacar a
ccntribui9Ao das atividades psicomotoras na leitura e na escrita, elucidando
alguns possiveis problemas que a crianya possa apresentar, e como poden!!
ser trabalhada para possfveis melhoras, buscando responder a seguinte
questao: Qual a contribuiyao das atividades psicomotoras para a aquisiyAo da
ieitura e da escrita?
Para tal, 0 presente estudo seguiu alguns passos, distribuidos em
alguns capitulos, a saber:
o capitulo dois relatou a origem e definiyao da Psiccmotricidade. 0
capitulo tr~s relatou a importAncia da EducayAo Psicomotora para a educay1!o
da crianya em idade escolar, evidenciando a importancia do movimento nesta
idade para permitir alcanyar resultados satisfatorios, delimitando os estudos e
apresentando os conceitos psicomotores esquema corporal, lateralidade,
estruturayao espacial e estruturayao temporal. 0 capitulo quatro referiu-se
sabre como e vista a Psicomotricidade na educaC;ao da crianC;8, enfocando a
leitura e a escrita, mostrando como cada urna destas deve ser trabalhada bern
como as possfveis dificuldades escolares na relac;a.o com a leitura e a escrita.
o capitulo cinco descreveu algumas atividades psicomotoras voltadas a
estimular e favorecer a leitura e a escrita com as aquisic;Oes psicomotoras dos
conceit.os aeirna citados.
10
2 ORIGEM E DEFINI';A.O DA PSICOMOTRICIDADE
o termo psicomotricidade, segundo Oliveira (2002), surgiu pela primeira
vez citado por Dupre no ana de 1920, tendo como significado 0 entrela9amento
entre 0 pensamento e 0 movimento. Porem, desde 1909, Dupre jt! chamava a
aten<;;l!o dos seus alunos para 0 desequilibrio motor, que ate entao se
denominava Kdebilidade motriz", cnde se verificava urna relac;:a.o entre as
anomalias psicologicas e as anomalias motrizes, levando-Q a utilizar 0 termo
psicomotricidade.
De acordo com Fonseca (1995), em uma primeira fase, a pesquisa
te6rica fixou~se,sobretudo, no desenvolvimento motor da crianya. Depois. foi
analisada a relac;a,o entre 0 atraso no desenvolvimento motor e 0 atraso
intelectual da crianva, seguindo,se para estudos sobre 0 desenvolvimento da
habilidade manual e aptidOes motoras em fun9ao da idade.
Contemporaneamente, 0 estudo ultrapassa os problemas motores:
pesquisam,se tambem as liga90es com a lateralidade, com a estrutura<;;l!o
espacial e com a orienta9l!o temporal por um lado e, par outro, as dificuldades
escolares de crianc;as de inteligfmcia normal, fazendo com que se tome
consciencia das relayaes existentes entre 0 ge5to e a afetividade, como no
seguinte case: Kuma crianya segura de si caminha de forma diferente de urna
crian9a timida" (FONSECA, 1995, p.35).
II
2.1 DEFINI9AO
Antes de entrar na defini9ilo de psieomotrieidade, se faz necessario,
eoneeituar 0 que e motricidade, a qual representa
Q mesma que motilidade, domInic do carpa, agilidade, destreza,locom~o, faculdade de mover-5e voluntariamente . P05sibilidadeneurofisiol6gica de realizar movimentos. Qualidade do que l! m6velou que obedece C)S leis do movimento. Ou seja, de acordo com 0dicionarlo Aurelio ~ a 'proprtedade que tern certas celulas nervDsasde determinar a contra<;::t<>muscular (BUENO, 1998, p. 19).
Bueno (1998) segue seu relato, eitando Damasceno (1992), 0 qual diz
que as etapas evolutivas da motricidade se produzem dentro do utero materna
entre 0 segundo e 0 quinto m~s de gesta9ilo e que 0 feto, a partir de entM,
comeryaa organizar seus movimentos.
Ja na visao de Coste (1977), a psicomotrieidade e uma teeniea em que
se cruza multiplos pontcs de vista, e que utiliza as aquisi<;oes de numerosas
cieneias eonstituidas (biologia, psieologia, psieanalise, soeiologia e linguistica).
JaFonseea (1995) eita Vayer, 0 qual relata que eada erianya busea no
Dutro a sua pr6pria identidade e sua propria necessidade de seguran<;8.Independente da abordagem, a psieomotrieidade busea na sua
intervenyao criar condigoes para que os individuos possam desenvolver, da
melhor mane ira possivel, a consciencia de suas possibilidades e limitaryOes
para agir no mundo.
Segundo Vayer (1988), seja qual for a maneira de abordar 0 problema,
seja qual for a formaryao do professor, 0 educador e chamado na educarya.o
psicomotora a encontrar as 'mesmas dificuldades a serem vivenciadas e a
serem vencidas e, atraves das mesmas, a procurar as tecnicas mais eficazes,
a fim de obter uma melhora progressiva do comportamento geral da crianrya.
Em todos os casas, esfarrya-se para obter:
• A eonsciencia do pr6prio eorpo;
• a dominio do equilibrio;
• a contra Ie e a eficacia das diversas coordenaryOes globais e parciais;
• a contrale da inibic;a.ovoluntaria e da respiraryao;
• A organiza9ilo do esquema corporal e a orienta<;ilo no espa90;
• Uma estruturac;aa espac;a-temporal correta;
12
• Maiores possibilidades de adaptayao ao mundo exterior.
Oliveira (1997), coloca que na reeducayao, a Psicomolricidade e visla
como urn instrumento para auxiliar a crianc;a a sanar dificuldades relacionadas
a leitura e a escrita.
Alualmenle a sociedade Brasileira de psicomolricidade da a seguinle
definiC;ao: wPsicomotricidade it a ciencia que tern par objetivo de estudo 0
homem, atraves de seu corpo em movimento, em relacao com seu mundo
interno e externa, bern como suas possibilidades de perceber, atuar, agir
com 0 Qutro, com os objetos e consigo mesmo. Esta relacionada ao
processo de maturacao, onde 0 corpo e a origem das aquisic6es
cognitivas, afelivas e organicas" (S.B.P. 1999).
Para Bueno (1998), psicomolricidade e a ciencia relalivamenle no que,
par ter 0 homem como objeto de seu estudo, engloba varias outras areas:
educacionais, pedag6gicas e de saude.
Segundo LAPIERRE (1984), a psicomolricidade considera 0 ser fisico e
social em transforma~o permanente e em constante interac;ao com 0 meio,
modificando-o e modificando-se. Na pSicomolricidade e Irabalhada a
globalidade do individuo; e uma disciplina que esluda a implicayao do corpo, a
vivencia corporal, 0 campo semi6tico das palavras e a interagao entre as
objetos e 0 meio para realizar urna atividade.
13
3 DESENVOLVIMENTO DO REPERTORIO PSICOMOTOR
Para que a crianya tenha urn born desenvolvimento psicomotor, a
criang8 precisa desenvolver inumeras noyOes citadas na psicomotricidade
como condutas au conceitos psicomotores. Dentre eles elegem-se quatro (4):
Estes conceitos sao:
• Esquema corporal;
• Espal'o, tempo e lateralidade.
3.1 ESPA~OITEMPO E LATERALIDADE
3.1.1 - ESPA~O
Conforme ja fai dito anteriormente, a dominic do gesto, a estrutura9~o
espacial. e a orientagao temporal silo os tres fundamentos principais da escrita.
A escrita supOe uma direl'ao grafica, as nOI'0es de em cima e embaixo, de
esquerda e direita, de obliquas e curvas e a noc;ao de antes e depois. Ainda na
area medica, as exercicios de pre-escrita e de grafismo sao necessarios para
aprendizagem da escrita.
Para compreender algumas das dificuldades apresentadas nos alunos
.faz-se necessario compreender alguns aspectos que estao ligados ao seu
desenvolvimento.
A estrutura~o espacial e fundamental para que possamos viver
socialmente, ou seja, e atraves do espa90 e das rela90es espaciais que nos
situ amos no meio em que vivemos e com a diversidade que nos cerca.
Para que uma crian<;a perceba a posi9ao dos objetos no espa90 e
preciso que ela tenha conhecimento da sua propria imagem, com seu corpo
sendo sua refer~ncia. Ela 56 se organiza quando possui dominic do seu corpo
no espa90. 1550 significa que ela aprende 0 espac;o atraves da sua
14
movimentayao. E dessa forma, 0 entendimento para 0 mundo que a rodeia tern
melhor significado.
Muitas das atividades realizadas em sala de aula, como a escrita,
dependem da manipula,ao das rela,Oes espaciais entre os objetos. As
relayaes espaciais, par sua vez, sao mantidas par meio do desenvolvimento de
urna Uestrutura" de espac;o. Sem e5sa "estrutura" n6s nos perdemos au
distorcemos muitas destas rela,Oes e nosso comportamento solre por receber
inlorma,Oes inadequadas (LUR<;AT,1979).
De Meur e Staes (1984) definem a estrutura,ao espacial como:
• A tam ada de consciEmcia da situac;:io de seu proprio corpo em urn
meio ambiente, isto e, do lugar e da orienta~o que pode ter em
relayao as pessoas e coisas;
• A tamada de consci~nciada situa~o das coisas entre si;
• A possibilidade, para 0 sujeito, de organizar-se perante 0 mundo que
o cerea, de organizar as coisas entre si, de caloca-Ias em urn lugar,
de moviment8-las.
E a maneira como a crian,a se localiza no espa90 (esta atras da
cadeira) e como situa as Qutros e as coisas, umas em rela<;ao ~s outras (a bola
esta debaixo da mesa). Uma das etapas da estrutura,ao espacial e a
orientayao espacial, e saber orientar-se, ir para frente, para tras, para a direita
e para a esquerda, para baixo, para cima, e par isso a damina.ncia lateral e de
grande importAncia.
Entre os sintomas de uma ma estrutura~o espacial pode-se citar,
segundo varios autores (DE MEUR & STAES 1984, BUENO 1998) quando uma
crianc;a ignora as termas espaciais (e para colocar a merendeira ao lado do
armaria e a crianc;a coloca na frente), ou conhece os termos, mas n~o percebe
suas posi,Oes (confundebed, p e q, ou eon, 26 e 62, be p, n e u), ou comete
erros em matematica (por exemplo, na subtra,ao) por nao perceber as no,Oes
cima/embaixa, au par n~o perceber a ordem das unidades, dezenas, ou ainda,
em portugu~s,quando n~ocansegue separar as silabas.
A educa~o e/ou reeduca~o da estrutura,ao espacial tambem etrabalhada quando a crian,a precisa deslocar da sua casa ate a escola (Irentel
tras, direital esquerda) e atraves de abservac;Oes no mapa au chegar ao
destin~; ou quando deve guardar a meia azul na segundagaveta (dentrol lora).
15
3.1.2 - TEMPO
Para Ajuriaguerra (1988), a escrita e uma atividade motora que obedece
as exigencias muilo precisas de eslrulura9ilo espacial. A crian<;a deve compor
sinais orientados e reunidos de acorda com leis; deve, em seguida, respeitar asleis de sucessao que fazern destes sinais palavras e frases. A escrita e, pois,
uma alividade espa90-temporal muito complexa.
Para melhor compreensao do tempo ha de se conceber que a n09ao de
espa90 que esta interligado a ideia de tempo. Nesse sentido, Piaget (sf d),
declara que 0 lempo e a coordena,ao dos movimenlos: quer se trate dos
deslocamentos fisicos au movimentos no espac;o, quer se trate destes
movimentos internos que sao as ayOes simplesmente esboc;adas, antecipadasou reconstiluidas pela mem6ria, mas cujo desfecho ou objetivo final e tambem
espacial.
A palavra tempo e empregada para indicar os momentos da mudan9a. 0
homem se insere no tempo, vista que ele nasce, cresce e morre e sua
atividade e urna seqO~ncia de mudanyas.A estrutura9ilo temporal e a capacidade de situar-se em fungao da
sucessao dos acontecimentos (antes, ap6s, duranle), da dura9aO dos
intervalos (tempo longo, lempo curto); de ritmo regular e ritmo irregular
(acelera9aO, freada); de decadllncia rapida e decadencia lenta (diferen9a entre
a corrida e a andar), da renovac;:aocfclica de certos periodos (dias da semana,os meses, as estayoes), do carater irreversfvel 08. passou .. nao se pade mais
reviv"'-Io). (VAYER, 1984)
As noC;:Oes temporais sao muito abstratas, muitas vezes bem diflceis de
se serem adquiridas pelas crian9<!s. Conforme citado acima, as eta pas da
orienta~o temporal sao ordem e sucessao, durayao dos intervalos, renovac;ao
ciclica de certos period os e ritmo.
o corpo coordena-se, movimenta-se dentro de um espa90, mas em
funyao do tempo em relagilo a um sislema.
16
3.1.3 - LATERALIDADE
Ainda para que a leitura e a escrita se desenvolvam, e preciso que
lateralidade esteja bern definida. Com isso, a crian9a aprendera melhor as
n0900s de situa9aO, tamanho, posi9aO, movimento, formas, qualidade, de
superficies e volumes.
A lateralidade e uma propensao que a ser humano possui de utilizar
preferencialmente mais urn lado do corpo do que a Dutro em tres niveis de
utiliza9ao: mao, olho e pe. Em urn dos lados tern uma maior for9a muscular,
executando a<;Oes com maior facilidade. Ja a outro lado apenas auxilia pais,
embora as dais lad os funcionem de maneira equilibrada, ambos tern a mesma
import~ncia.
A lateralidadeentao e a eslado de domin~nciade urn hemisferio cerebral
sabre 0 Dutro, caracterizando 0 predominia motor de uma das metades do
nossa corpo. Diz-se da predominancia lateral, ou esquerda ou direita, na
crianya.
Se uma pessoa tiver a mesma domina.ncia nos tres niveis, ou seja, ma.o,
olho e pe, pode-se considerar esla senda deslra au homog';nea; se for do lada
esquerda e canhota ou sinistra homoglmea. Se ela possuir dominancia
espontanea dos dais lados e ambidestra.
Tem-se tambem a lateralidade cruzada, quando usa a mao direita, a
olho e a pe esquerdo au qualquer outra combina980. Ou ainda a lateralidade
falsa au destralidade, quando se por acaso sofre uma disfun980 au lesao,
devido a urn acidente e ocarre uma amputayao, ai a pessoa passara a usar 0
outro lado nao-dominante como sendo 0 principal.
Na visao clinica, a lateralidade e vista de uma forma, pois durante a
cresci menta naturalmente se define se uma dam inan cia lateral na crianya sera
mais forte, rnais IIgil do lada direito au do lada esquerdo. A lateralidade
corresponde a dados neurol6gicos, mas tam bern e influenciada por certos
habitos sociais. Esta e importante na evolu980da crian9a porque infiui na ideia
que ela tern de si mesma, na forma9ao de seu esquema corporal, na
percepC;ao da simetria de seu corpo e contribui para determinar a estruturayao
espacial.
17
Se a crianya nao possui a sua lateralidade bern desenvolvida, ela poderc~
apresentar algumas dificuldades de aprendizagem advinda desse disturbiopsicomotor, com Dutra nomenclatura citada por esse autor:
Lateralidade cruzada: espelhamentos, trocas de letras, alongamentos e
encurtamentos de palavras, etc.
Lateralidade alternante: dificuldade de sfntese por nilo saber escolher os
dados relevantes.
Lateralidade ambivalente: tem dificuldade de sequencializa9llo e
ordenamento do espayo e tempo. Nilo consegue ler ate 0 final da linha,
salta tetras, palavras, linhas, forma palavras inexistentes, nao resolve
calculo matematico.
Lateralidade imatura ou aus~ncia de lateralidade: a crian9a nilo tem
n09ilo de espa90 I tempo e tem aspecto de retardo mental, autismo etc.
Isto costuma ocorrer nos prematuros.
3.2 ESQUEMA CORPORAL
Coste (1981, p.46) ressalta que "0 corpo e, de fato, um lugar original de
significac;oes especificas et por ser parte integrante de nOSSQ universo de
simbolos, e produto e gerador, ao mesmo tempo, de signos".
o corpo e uma forma de expressao da individualidade. A crianc;a
percebe-se e percebe as coisas que a cercam em funyao de seu pr6prio carpa.
Isto significa que, conhecendo-o, tera maior habilidade para se diferenciar, para
sentir diferen<,;:8. Ela passa a distingui-Io em rela<;ao aos objetos circundantes,
observando-os, manejando-os.
o desenvolvimento de uma crian9a, para Oliveira (1997), e 0 resultado
da intera~o de seu corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com
quem convive e com 0 mundo, sabre 0 qual estabelece ligagoes afetivas e
emocionais.
Para Vayer (1984), na area clinica 0 esquema corporal e elemento
basico indispensavel para a formayllo da personalidade da crianl'a. Segundo
II
Bueno (1998) e a representa9ao relativamente global, cientifica e diferenciada
que a crian~ tem do seu pr6prio corpo. A estrutura<;ao espa9o-temporal
fundamenta-se nas bases do esquema corporal sem 0 qual a crianc;a, n~o se
reconhecendo em si mesma, 56 muito dificilmente poderia aprender a espac;o
que a rodeia. Toma-se necessaria que a crianc;a adquira 0 dominic corporal, a
reconhecimento corporal e a passagem para a a<;ao.Sem essas habilidades,
uma crian<;a, por exemplo, poden' chocar-se constantemente com os amigos
durante brincadeiras que envolvam corridas, se machucar ao passar par
espayos. As etapas do desenvolvimento do esquema corporal abrangem 0
corpo vivido, 0 conhecimento das partes do carpa, a orientaC;ao-espac;o-
corporal e a organizayao espac;o-corpora1.
Tambem ja se insistiu suficientemente acerca da importancia que "a
imagem do corpo orientado~ desempenha no ingresso ao universe projetivo e
euclidiano, onde vai desenvolver-se 0 ate gnlfico, compreendendo 0 papel
fundamental exercido pela educa9110psicomotora (lE BaULCH, 1987). Para
isse, deve-se desenvolver algumas atividades psicomotoras, para que as
mesmas favorec;am a leitura e a escrita.
Para Bueno (1998, p. 58), 0 Esquema Corporal e 0 conhecimento
intelectual das partes do corpo e de suas func;6es. A propria crianc;a percebe-se
e percebe os seres e as coisas que a cercam em fun~o de sua pessoa. "Sua
personalidade se desenvolvera gra9as a uma progress iva tomada de
consci~ncia de seu corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir e
transformar 0 mundo a sua volta".
Bueno (1998), coloca que a crian9a se sentira bem na medida em que
seu corpo Ihe obedece, em que 0 conhece bern, em que pode utiliza-Io nao
somente para rnovimentar-se, mas tarnbem para agir. Urna crianc;a que se sinta
bern disposta em seu corpo e capaz de situar seus mernbros uns em rela9aO
aos outros e fara urna transposic;a.o de suas descobertas: progressivamente
localizara os objetos, as pessoas, os acontecimentos em relar;ao a si, depois
entre eles. (LAPIERRE apud BUENO, 1998).
o desenvolvimento do esquema corporal tam bern representa a func;ao
de socializac;ao do individuo. As primeiras experiemcias socia is realizam-se
com 0 corpo das pessoas significantes que rodeiam a crianya. a qual aprende a
relacionar essas atitudes com 0 mundo exterior.
19
Urn esquema corporal bern integrado implica:
• A perceP9ao e 0 controle do pr6prio corpo;
• Urn equilibrio postural econcmico;
• Uma lateralidade bern definida;
• A independencia dos segmentos em relac;ao ao troneo e uns em
rela91ioaos outros;
· ° controle e 0 equilibrio das pulsOes ou inibi90es estreitamente
associadas ao esquema corporal e ao controle da respira91io.
(BUENO,1998).° conceito de imagem corporal, segundo Le Boulch (1981), constitui urn
conceito tornado da psicanalise, de cuja terminologia estao muito impregnadas
as concep.yoes francesas da educac;ao psicomotora.
A imagem corporal rea1iza~se dentro do conjunto do processo
simb61ico, vindo a ser urna imita<;:.o ideaJizada e interiorizada. Ouseja, a imagem corporal expressa esta jntuj~o que tern do propriocorpo em rela~ 80 espac;o dos Qutros objetos e das pessoas. Elase forma como urna imagem totalizada, mas e obtida pe\asexperi~ncia5 fragmentadas no tempo e espayo. Essas experilmciassao construidas a partir do desenvolvimento, mas garantidas com 0relacional, com a investimento do cutro em n6s e nosso investimento
no outro. ° ser humano se constr6i no.enredamento dO'contato como outro.A imagem que temos de n6s mesmos e renovada a cada at;aopsicomotora e relaeional, e as renovaQOes da imagem dependem dodesejo do outm. ° outro n05 dtl muitas vezes urna visao de n6smesmos, a seus oIhos, que podem nos surpreender. E, a cada vi~ao
diferente, ha uma face que a individuo va processando suasmudan(f8S de imagens oorporais, necessita de urn afastamento de simesmo para se 'o'ereonronne 0 outro Ihe v~, associando as duasvisOes e eonstruindo nova imagem corporal. Se 0 individuo constr6isua imagem de forma aeabada nao permite a rela(fao, a entrada dooutro, nao se modifiea e por fim nw se vA (BUENO, 1998, p. 58).
A crian9a conhecer••as diferentes partes de seu corpo pela percep91io
vivida e tambem pelas vias que a conduzem a reftexao e a abstra91io.
20
3.3. OS MOVIMENTOS E A COORDENA<;AO
Segundo Bueno (1998, p.51), a coordenac;ao diniimica global ou geral e"considerada como a possibilidade de controle dos movimentos amplos de
nosso corpo. Ela permite a possibilidade de contrair grupos museu lares
diferentes de uma forma independente, inibindo os movimentos parasitas como
as paratonias e sincinesias·.
Para Alves (1981), para que essa coordena9ao ocorra, e necessaria
uma perfelta harmonia de grupos musculares colocados ern movimento au em
repouso. Sua func;ao e permitir, da forma mais eficaz e econOmica passlvel,
movimentos que interessam a varios segmentos corpora is, implicados em urn
gesto au em uma atitude.
Para urn born desenvolvimento da coordenayao dinamica global, as
atividades devem seguir uma progressao, partindo de propostas simples para
Qutras sucessivas e combinadas, seguindo do ample para 0 especffico
(BUENO, 1998).
Em rela9ao ao desenvolvimento infantil, Bueno (1998) mostra alguns
dados norteadores da capacidade e maturidade conforme a faixa etaria:
• Com cerea de 3 a 4 anos a crianc;a esta com uma boa noc;:io do
espayo a sua volta e doseu corpo em relayao a esse espac;o, e
com isso as atividades recomendadas para a idade devem
envolver a n09110de amplitude de movimentos.
• Com 5 anos aproximadamente, atividades que envolvam a
coordenac;a.o global de membros superiores e inferiores podem
ser sugeridas, e com 6 anos movimentos dissociados podem ser
incluidos.
• Em torno de 7 e 8 anos pode-5e explorar 0 aperfeic;oamento das
habilidades adquiridas anteriormente, e ate cerca de 9 anos
desenvolver a mecanizac;ao dos movimentos habituais e a
acelerac;ao natural dos movimentos. A crianc;a ja esta em
condic;Oes de controlar suas ac;~es, com freio inibit6rio adequado
entre uma ac;aoe outra.
21
• A partir dos 7 anos ate 0 inicio da adolesc~ncia (em torno dos 12
anos) e 0 periodo em que se desenvolvem val~ncias fisicas
como for~a, velocidade, resistemcia, coordenac,;:ao e habilidades.
Toda atividade nesse sentido deve ser incentivada.
Bueno (1998), ainda coloca 0 dominic do gesto, estrutura9ao espacial e
orienta,ao temporal como sendo os tres fundamentos da escrita. Com efeito, a
escrita supOe:
• Urna direyao grafica: escrevemos horizontalmente da esquerda para a
direita;
• As n090es de em cima embaixo (n e u), de esquerda e direita, de
obliquas e curvas (g);
• A noc,;:ao antes e depois, sem 0 que a crianc;:a nao inicia seu ge5to no
lugar correto; par exemplo; para escrever, a crianc,;:a trat;ara (a linha da
direita antes de formar 0 curriculo) e, na forma9ao das palavras,
escrevera inicialmente a segunda letra antes da primeira rap" para "pa")
mesmo que tenha decomposto as silabas corretamente.
Portanto, as exercfcios de pre-escrita e de grafismo sao necessarios
para a aprendizagem das letras e dos numeros: sua finalidade e fazer
com que a crian<;aatinja a dominic do ge5to e do instrumenta, apercepc,;:ao e a compreensao da imagem a reproduzir. Esses exercicios
dividem-se em:
• Exercicios puramente motores;
• Exercicios de ~grafismoN: exercicios preparatorios para a escrita na lousa
e no papel.
Contudo, eles nao devem reprimir 0 trabalho espontaneo de expressa.o
grafica da crian9a; esta cria seu pr6prio desenho que Ihe possibilita a
expressa.o de sua visa.o do mundo, a passagem do sonho a realidade,
conformaga.o ou nao aas ensinamentos recebidos.
22
3.4 AS DIFICULDADES PSICOMOTORAS ESCOLARES
As crian9as com dificuldade de aprendizagem (DA) tern sido estudadas
intensamente no campo dos sinais neurologicos difusos, usualmente
associados a motricidade e a psicomotricidade. Sao inumeros as trabalhos dos
pioneiros nesse setor, como os de Ajuriaguerra, na Europa; Kephart, Benton,
Getman e Frostig, nos Eslados Unidos; e de Luria, na ex-Uniao Sovietica,
dentre outros.lndependentemente de se reconhecer que muitas crian<;8s com DA tern
urn born contrale postural e uma peneita coordenayc3o de movimentos, a
grande malaria delas apresenta urn perfil psicomotor dispraxica. Ou seja, as
seus movimentos sao exagerados, rigidos e descontrolados.A estrutura<;ao espa<;o-temporal, uma das areas psicomotoras mais
fracas nas crian<;8s com DA, poe em releva as seus problemas de mem6ria de
curto tempo espacial e rltmica e de realiz8ty8o sequencializadora de gest05
intencionais e control ados. Apresentam igualmente dificuldades em verbalizar
ou em simbolizar a experiencia motora, dai as dificuldades em tarefas de
representayao topografica, ou em relacionar 0 espayo representado com 0
espa90 agido.
Uma crianya cujo esquema corporal e mal constituido nao coordena bern
as movimentos. Vemos que e atrasada quando se despe e que as habilidades
manuais Ihe sao dificeis. Na escola a caligrafia e feia, e a leitura expressiva,
nao-harmoniosa: 0 gesto vern ap6s a palavra, a crianya nao segue 0 ritmo da
leitura ou entao para no meio de uma palavra.
Uma crianya cuja lateralidade nao esta bern definida encontra ainda
problemas de ordem espacial, nao percebe diferen9a entre seu lado dominante
e 0 outro lado, nao distingue a diferenva, entre a esquerda e a direita e eincapaz de seguir a dire9aO grafica (Ieitura come9ando pela esquerda).
19ualmente nao consegue reconhecer a ordern em urn quadro. Como nessas
condiyoes, poderia ler urn quadro com dupla entrada e colocar corretamente
urn titulo au a data em seu caderno?
Diante de problemas de perCeP9aOespacial uma crian9a nao e capaz de
distinguir urn "b" de urn "d", urn "p" de urn "q", "21" e "12", caso nao perceba a
23
diferenya entre a esquerda e a dire ita. Se nil\o distingue bern 0 alto e 0 baixo,
confunde 0 Mb"e 0 "p", 0 lin" e 0 "u", 0 "cu" e 0 "on".
as problemas quanto a orienta91\o temporal e orienta,ao espacial,
como, por exemplo, com a no91\o"antes - depois·, acarretam principalmente
confusao na ordena~o dos elementos de uma sHaba. A crianya sente
dificuldades em reconstruir uma frase cujas' palavras estejam misturadas,
sendo a analise gramatical um qiJebra-cabe98para ela.
Para Le Boulch (1987), uma boa visualiza,ao e a fixa91\odas formas e,
principalmente, a possibilidade de respeitar sua sucessao impOe 0 dominio,
pelo menos implicito, de uma orienta,ao fixa, da qual participa a ordem
temporal, tanto da decifra91\ocomo da reprodu,ao.
Varias condutas psicomotoras dependem do esquema corporal: 0
equilibria, a coordenayao vise-matara, a percepr;,Ao de movimentos e de
posi91\ono espa,o e a linguagem. Dessa forma, os prejuizos na forma91\odo
esquema corporal refletem-se sob multiplas formas: a crian,a torna-5e
desajustada, demonstra dificuldade na compreensao de palavras que
designam posi,ao espacial (dentroifora, em cimal embaixo etc.), e incapaz de
perceber as diferen,as de letras (Ipl pori bl, fbi por Idl, Ipl por Iql etc.) e
palavras (porco por corpo), numerais (24 por 42) e outros (BUENO, 1998).
E para prevenir tais dificuldades,varias atividades podem ser realizadas.
24
4 A IMPORTANCIA DA EDUCACAo PSICOMOTORA NAEDUCACAo DA CRIANCA EM IDADE ESCOLAR
A educay80 psicomotora e uma das formas de atuay80 na
psicomotricidade. Ela e desenvalvida, entre outros locais, no ambito escolar.
Como utilizs-Ia para que uma crianya adquira noyao de esquema
corporal ou uma outra nOyaOindispensavel a seu desenvolvimento?
A resposta, aparentemente, e simples, ou seja, segundo Le Boulch
(1987), pelos mesmos caminhos, etapa por etapa, dos da aprendizagem
natural.
CadanOy80e abordada:
• Primeiro atraves de exercicios motores, isto e, exercicios em que
o corpo se desloca e 0 sujeito percebe as diferentes noyoes de
maneira interna. Exemplo: querernos ensinar a uma crianya a
noyao espacial "contra". Pedimos-Ihe que encoste no armario e
Ihe dizemos: '"Suas costas estao contra 0 armaria". Em seguida a
convidamos a deslizar as costas ao longo do armario para que
percebabem0 contato.
• Oepois atraves de exercicios sensoriomotores, em virtude dos
quais a manipulayao de objetos possibilita a percep980 de
diversas nOyOes, evidenciando a valor do tatoo Exemplo:
retomemas a noyao "contra". Convida-se a crian<;a a colocar urn
livro na estante, mas "contra" sua divis6ria lateral; faz-se sentir acrianya que nao deve haver espayo entre a parte lateral e 0 livro,
nem lugar vago, nem outros livros.
• Finalmente atraves de exercicios perceptomotores, em que as
manipulac;aes sao rnais sutis e a percepyao visual, muito
importante, domina as outras partes. "Alem disso, esses
exercicios possibilitam uma analise profunda das funyOes
intelectuais motoras·, (LE BOULCH, 1987, p.67) tais como a
analise perceptiva, a precisao da representayao mental e a
determinayao de pontos de referencia.
25
A fase pre-escolar e de alfabetiza9ao sao importantes no
desenvolvimento da criany8 de urna forma geral e prim9rdiais no processo deaprendizagem das mesmas.
FreqUentemente, verificamos que existe urna porcentagem significativade crian<;as com dificuldades ern acompanhar a desenvolvimento escolar berncomo das exigencias escolares, porem este estudo n~o esta voltado somente a
crian9as ja com dificuldades, abrangendo aspectos como inversao ou troca de
letras, textos mal escritos ou sem urna linha de raciocinio expressao com
16gica,bem como dificuldades em rela9ao a escrita, a leitura, a fala, a solU9aO
de problemas e it resolu9ao de calculos matem"ticos.
Para Le Boulch (1987), a aplica9ao de uma educa9ao psicomotora
integrada ao conjunto das disciplinas escolares passa pela formayao do
professor primario. Para assegurar essa formay8o, as estruturas ja existentes
sao favoraveis, visto que existe urn corpo de professores de Educa9ao das
escolas normais respons8vel pela formayao dos futures professores primarios,
particularmente aberto aos problemas fundamentais do movimento.
4.1 RELA<;AO DA LEITURA E A ESCRITA COM A PSICOMOTRICIDADE
Segundo Oliveira (1997), a leitura significa muito mais do que um
simples processo pelo qual uma pessoa decifra as sinais au simbolos, parexemplo, as palavras e as letras e reproduz a som. Para que uma crianyaadquira a leitura, e necessario que possua uma capacidade de memoriza~o e
acuidade visual, coordena9~0 ocular, minima de atenc;ao dirigida econcentrac,;:ao,um minima de vocabulario e compreensa.o, al8m da nOy80 de
que a escrita se produz .Iinearmente da esquerda para direita. Alem disso, devepossuir tambem orientac;ao espacial e temporal. Atraves da escrita, a crianc;aadquire um desenvolvimento motor adequado, desenvolvimento esse essencialpara a seu desenvolvimento.
Para Oliveira (1997), temos como exemplo a coordena9ao motora fina, a
qual ira auxiliar numa melhor precis80 dos trac;ados, preensao correta do lapisau caneta, um born esquema corporal e uma boa coordenaC;8oaculo-manual.
Contribuindo para a escrita, a crian9a tem a capacidade de parar 0 gesto no
26
momento em que quer ou precisa. Sendo assim, a crianya necessita de urna
organizal'1I0no espal'Ografico em termos de oriental'aOespacial e temporal.
Oliveira (1997) relata ainda que a escrita e um ate motor que mobiliza
diferentes segmentos do corpo. Normalmente deve-se aprender a escrever
concomitantemente, entretanto a leitura anteeede a escrita, e se urna crianC;8
nao aprendeu a ler dificilmente escrevera, pois as palavras que escreve nao
t~m correspond~ncia sonora e, portanto, sao incompreensiveis.
Para que urna crianc;a atinja a etapa de coordenar seus movimentos
finos de forma precisa e com certa velocidade necessita realizar um trabalho
bem intense de exercital'ao.
A m~o tern urna importancia enorme para 0 recem-nascido na
exploray8o do mundo exterior. Inicialmente, par nao possuir maturidade
neurol6gica suficiente para conseguir pegar as objetos, sua caracterfstica
principal de pega e inteiramente reftexa. Pouco a pouco vai desenvolvendo
mecanismos necessarios a realizayao da mesma.
A coordenal'ao fina diz respeito a habilidade e destreza manual e
constitui um aspecto particular da coordena,ao global. Temos que ter
condil'oes de desenvolver formas diversas de pegar os diferentes objetos. Uma
coordenal'aO elaborada dos dedos da mao facilita a aquisil'ao de novos
conhecimentos. E atraves do ato de preensao que uma crianya vai descobrindo
pouco a pouco as objetos de seu meio ambiente.
Para Ajuriaguerra (in CONDEMARIN e CHADWICK, 1987), 0
desenvolvimento da escrita depende de diversos fatores: matura,ao geral do
sistema nervoso, desenvolvimento psicomotor geral em relal'ao a tonicidade,
coordenayao dos movimentos e desenvolvimento da motricidade tina dos
dedos da mao.
Um dos aspectos que Oliveira (1997) coloca e que a experimentac;:aodo
corpo todo favorece a independencia do bra~ em relayao ao ombro, e a
independencia da mao e dos dedas, fatares decisivos de precisao da
coordenal'ao visomotora. A escrita necessita dessa independ,mcia dos
27
membros para S8 processar de maneira econOmica sem cans890,· e para que 0
individuo consiga controlar a pressao sobre os dedos (tonus muscular).
o ensino da escrita exige tambem uma certa coordenayao global do ato
de sentar. A crianya precisa adquirir uma postura correta para realizar as
movimentos graficos no sentido de torna-Ia mais c6moda, mais relaxada. Ah3m
disso, e necessaria adquirir uma dissocia~o e controle dos movimentos. Efundamental que consiga tambem controlar a pressilo grafica exercida sabre 0
lapis e 0 papel para alcan9ar maior destreza e, conseqOentemente, maior
velocidade no movimento.
o desenho e 0 grafismo desempenham uma habilidade preparatoria
muito importante para a esc rita e leitura, auxiliando a desenvolver a habilidade
de pegar 0 lapis de forma correta, .. facilitando uma maior harmonia dos
movimentos. A escrita implica, pais. em uma aquisiy80 de destreza manual,
organizada a partir de certos movimentos a fim de reproduzir um modelo.
Para Oliveira (1997), a coordenayao global diz respeito a atividade dos
grandes musculos e depende da capacidade de equilibrio postural do individuo.
Esse equilibrio esta subordinado as sensayoes proprioceptivas cinestesicas e
labirinticas. Atraves da rnovirnentac;ao e da experirnentac;ao, a individuo
procura seu eixo corporal e vai se adaptando e buscando urn equilibrio cad a
vez melhor. ConseqOentemente, vai coordenando seus movimentos e vai se
conscientizando de seu corpo e das posturas. Quanta maior 0 equilibria, mais
eeon6miea sera a atividade do sujeito e mais eoordenadas serao as suas
a90es.
A coordenac;ao global e a experimentac;ao levam a crianc;a a adquirir a
dissociac;~o de movimentos. Isso significa que ela deve ter condic;oes de
realizar multiplos movimentos ao mesmo tempo, cada membra realizando uma
atividade diferente, havendo uma conservayao de unidade do gesto. Quando
uma pessoa toea piano, por exemplo, a m~o direita executa a melodia, a
esquerda 0 acompanhamento e 0 pe dire ito a sustentayao.
28
5 AS ATIVIDADES PSICOMOTORAS ESTIMULANDO E
FAVORECENDO A LEITURA E A ESCRITA
Para que a crianya desenvolva melhor 0 seu potencial na leitura e na
escrita seguem algumas atividades, sugeridos por Bueno (1998), Meur & Staes
(1984) como:
5.1 ESPAC;:OITEMPO E LATERALIDADE
• Globaliza980 de dobraduras de uma folha em duas, em quatro, 0
chap"u, 0 barco, avi80 de papel, jogar e observar qual foi mais
longe, mais perto. Essa atividade favorece a nogao do espa90
maior (1 folha) para 0 espayo menor (2, em 4), facilitadoras da
futura organiza980 das letras e numeros no espayo da folha e da
linha do papel.
• Compara90es sobre a pr6pria posi980 e ados demais colegas.
• Obedecer ordens - coloque as m~os em cima da carteira, os pes
embaixo do banco; passar atraves de urn areo, sabre urn banco
etc. Essa atividade favorece as crianyas a terem urn contrale do
que e pedido pelo professor em seqOencia, e assim ajudam a
organizar 0 tempo de forma mais completa.
• Crianc;as sentadas em cfrculo, urna del as sai da sala, as Qutras
mudam de lugar e a crianC;8 que saiu deve reconhecer que
mudou e para onde. A crianc;a tera a n09aO de espac;o,
favorecendo a sua percep9ao.
• Sala com obstaculos, percorrer determinado trajeto de pais do
professor; a seguir passar para 0 papel 0 trajeto feito. Essa
atividade auxilia a crianya na sua n09aO de tempo e lateralidade,
fazendo com que a crian9a repasse para 0 papel tudo aquilo que
vivenciou.
• Ditado de figura, por meio do posicionamento de linhas, sem
nomear formas. Depois confrontando 0 desenho original e 0
29
ditado. Essa atividade favorece a crianc;a ter uma percepC;ao
visual no espayo e depois no espayo do papel.
• Marchar, nadar e rolar bolas com diferentes velocidades. Essa
atividade favorece a crianya para que tenha nOyaOde tempo e
espayo.
• Organizar 0 calendario da escola: contar 0 que fez ontem, hoje e
o que pretende fazer amanh:l. A crianya tera uma viv~ncia e
nOyaO de tempo no antes, agora e depois.
• Camp~r sua arvore geneal6gica. ~ uma atividade cronol6gica que
implica a noya,o de tempo, quem nasceu primeiro e assim par
diante.
• Reconhecer num grupo de pessoas a mais nova e a mais velha.
Essa atividade favorece a crianya na sua organizayao temporal.
• Escutar de uma fila gravada ruidos do cotidiano. Ap6s, a crianya
deve reproduzir a seqO~ncia dos ruidoso Esse tipo de atividade
favorece a crianc;a a estar reproduzindo as sons com uma noC;aode tempo, qual e 0 primeiro ruido , 0 segundo, a terceiro e assim
par diante, enfocando a organizaC;ao temporal.
• Pular com as ambos as pes dentro de urn circulo, depois urn pe,
depois 0 outro; pular com pe direito au esquerdo; pular -para
frente, para tras, de um lado, de outro. A lateralidade 0 espayo e
o tempo trabalham juntos dentro desta atividade, pois a crianya
deve movimentar-se em urn determinado espayo, onde ela ira
controlar 0 seu proprio tempo na hora de pular com um pe, de pais
com 0 outro depois com os dois pes neste circul0 e etc.
Implicando tambem na lateralidade da crianya.
• Percorrer espayos demarcadas no chao com linhas, ora com urn
pe, ora com outro. Essa atividade implica na crian9a a sua
perCepyaOde lateralidade mostrando essa nOyaOcom os pes.
• Imitar posi90es feitas pelo educador, respeitando a lateralidade.
• De costas, observar 0 que esta a sua volta; 0 mesmo de pe, de
bru90s, definindo a que esta a dire ita e a esquerda, favorecendo
30
estabelecer as no96es espaciais e temporais em seu pr6prio
corpo.
Contralar uma bola com pes, atividade essa que trabalha a
lateralidadee 0 espa90.
• Jogos para reconhecimento de direita-esquerda: colocar urn
elastico no pulso direito para ponto de refer"mcia e fazer
movimentos segundo a ordem do educador; ralar a bola a direita,
a esquerda, por baixo da perna direita etc.; depois os mesmos
exercicios com elastica no Dutro pulsa, mudando gractativamente
os pontos de referencia.
• Cruzar as instruc;6es: ma.o dire ita na orelha esquerda, calcanhar
esquerdo no joelho direito etc.
• Realizar movimentos diversos estando posicion ado
primeiramente ao lado e depois a frente do colega e solicitar para
que repita os movimentos respeitando a lateralidade, afim de que
perceba a reversibilidade.
• Jogo da amarelinha:
1. A crian"" pula com 0 pe direito na ida e com 0 pe
esquerdo na volta;
2. A crian"" alterna 0 pulo com um pe e pOeos dois pes
nas casas 213e 5/6;
3. Conforme a disposi,i!o dos circulos apresentados, a
crian"" alterna dois pulos com 0 pe direito;
4. Os circulos sao dispostos segundo a figura 4. A crian,a
pula em urn pe 56, com 0 pe esquerdo, quando a circulo
esta a esquerda e com 0 pe direito quando 0 circulo esta
a direita;
5. Jogo com duas ou tres crian""s. A primeira completa 0
trajeto em urn pe 56 sem tocar as linhas e mudando a pea cad a fHeira. Se ela conseguir, marea uma cruz em uma
cas a a sua escolha. Agora, estara em sua Gasa e podera
descansar. Agora, estara em sua casa e paden)
descansar. A segunda crian9a faz a mesma coisa e
31
desenhara urn desenho na casa escolhida etc. Nao sa
pode pular para 0 territ6rio da Qutra, deve-se "sobrevoa-10".
o jogo da amarelinha permite uma afinidade de varia,Oes, dependendo
de cada grupo de crian,as envolvidas, e propicia 0 estimulo tanto da no,80
espacial e da lateralidade quanto do tempo.
5.2ESQUEMA CORPORAL
• Apontar delerminado membra e dizer seu nome; levantar partes do
corpo do chao quando deitada; rolamento. Essa atividade favorece a
crian,a saber onde se localizam as partes do corpo, podendo assim
responder a comandos.
• Localizar de forma verbal urn toque em alguma parte do corpo; com
olhos vendados reconhecer a parte do corpo que tocou em 5i, no
Dutro, no boneco. Com essa atividade a crianC;:B podera reconhecer
as partes do corpo com a tato tendo assim uma maior noc;:ao.
• Nomear partes corpo em si e no Dutro; citar a parte do corpo e
movimenta-Ia; ao citar a parte do corpo toea-Ia no outro.
• Brigas de galo (brayos): carrinho de mao, pedalar (pernas); aplaudir
(maos).
• No espelho, perceber partes de seu corpo, alem do contorno;
exercicios imitativos e perceptivDS, como andar na areia, na agua,
gestos expressivos (susto, grito etc.); imitara fun,ao de cad a parte do
corpo (Iavando maos, cozinhando, penteando-se etc.).
• Montar partes de urn boneco; perceber e nomear partes do corpo em
objetos e gravuras; desenho e pintura da figura humana; manipular
fantoches; recortar figuras humanas de revistas; quebra-cabe(fas;
figuras com expressOes fisionomicas; modelagem.
• Imagem corporal: desenhar-se em tamanho natural no papel e
depois contornar-se por cima do desenhado para posterior
compara,ao.
32
5.3MOVIMENTO E COORDENAC;Ao
• Andar com uma bola entre as pernas; na ponta dos pes; com a
calcanhar; agachado; ern todos as sen tid as; de quatro. De joelhos;
por cima de objetos colocados no chilo; sobre um banco. Atividade
essa que favorece a coordena98.0 da crianya em movimento.
• Saltar de diferentes formas: com um pe s6; com os dois pes; de
c6ceras; par cima dos objetos; de urn ou dais degraus da escada; de
uma mesa; 0 mais longe passlvel, de areo em areo.
• Engatinhar para frente; para as lad os e para tras; erguendo uma
perna e depois a Dutra, para apanhar 0 objeto determinado; rapido e
devagar; desviando obstaculos; em padrl!o cruzado. Essa atividade
favorecera a crianya ter uma no~o de coordenayao com asmembros superiores e inferiores em sincronia.
• Pular como indio; em ritmo variado de urn banquinho; dentro de urn
circulo; com urn pe.
• Atirar bolas; petecasi sacos de areia livremente em alvo
detenminado.Alem da coordenayao ampla, prepara 0 corpo para a
coordena~o viso-motora necessaria na escrita.
• Andar sobre plano elevado; parar de correr ao toque do apito; jogo
de estatuas. Essa atividade favorece a crian~ na perceP9~0auditiva
quando percebe que tem que parar 0 seu corpo em movimento.
• Arrastar-se Iivremente no chi1o; passar por dentro dos t(meis, pneus,
caixas etc. atividade essa que mostra a -crianc;a obstaculos 0 qual
devera passar com 0 corpo em movimento tendo uma determinada
coordenac;ao.
• Brincar de trem dando as m~os, em fila indiana, segurando-se pelos
ombros. Essa atividade favorece a crian~ estar se coordenando
com as outras crianC;8s ao mesmo tempo.
• Amarelinha: empurrar com 0 pe urn saquinho, urn pequeno ladrilho,
pedrinha etc. Utilizar diversos objetos, fazendo com que a crian9a
vivencie 0 movimento com cada um desses objetos.
33
• Lanyar uma bola contra a parede e apanha-Ia quando retorna; lam;:ar
uma bola aD ar e apanha-Ia. Atividade essa que favorece a crianc;a,no movimento dando-lhe uma noyao com a coordenac;a.o.
• Rolar uma bola, driblar. Essa atividade enfatiza a crian9a em sua
lateralidade e espa90-temporal.
• Trepar no espaldar, alterando bra90s e pernas, subindo e descendo.
• Pentear-se; catar objetos no chao; calocar agua do balde na garrafa.
• Jogo de pega-varetas; escravos de j6; jogos de 5 Marias e bola de
gude. Favorecem a matura9~oa favor da coordenac;a.o visa-matara.
• Pintura com dedos dos pes. Essa e uma atividade urn tanto quanto
dificil para a crian9CI.pais as pes nao S9 mostra com muita habilidade
neste tipo de atividade, promovendo para mas a qual dan~a crianc;a
uma noyao de coordenaC;aode seus membros inferiores mais efetiva.
• Rosquear e desrosquear tampas de vasilhames. Promove a
habilidade e dissociayao dos membros superiores, necessarios para
a escrita.
• Fazer urn n6 simples; urn la90; dobraduras; abotoar; modelagem;
costurar cartOes perfurados; apontar urn lapis; pintura com pincel;
bordado.
• Recortar; rasgar; colagem de peda90s de papel; picar papel; perfurar
papeis de texturas diferentes; calcado de figuras com papel de seda
au carbone; trayado sabre pontilhados; contorno; colorir nos limites.
Essa atividade favorece a crianya em uma nOyaO de coordenayao
motora fina 0 qual Ihe ajudara na escrita.
• Seguir com as olhos urn tacho de luz, 0 movimento de urn brinquedo,de urn objeto. A coordena9aO viso-motora, fundamental para a
leitura, e bern estimulada nessas atividades.
34
CONSIDERAC;OES FINAlS
Percebe-se que a psicemotricidade e uma educayljo do pensamento
atraves do atc motor. sao inumeraveis as problemas psicomotores, levando
assim a uma complexidade.
Os conteudos a serem trabalhados com as alunos· se forem explorados
atraves de jogos e brincadeiras que propiciem a experiencia atraves da
manifestayao corporal e psicomotora,terao muito mais significado e serao muito
mais apreendidos, contribuindo dessa fonna para a sua formayljo integral.
Conversando com alguns educadores, relataram que muitas das
dificuldades escelares nao se apresentam em funyljo do nivel da turma a que
as crian9as chegaram mas, segundo Le Baulch (1983), e Meur & Staes (1984),
em relayao a elementos basicos para uma boa aprendizagem, as quais
constituem a estrutura da educar;ao psicomotora.
Nesse sentido, e de sum a importancia a atividade hidica, realizada
atraves de atividades ps}comotoras, no sentido de colaborar para 0
desenvolvimento integral da crian98, e para que ela possa sedimentar bern
esses "pre-requisitos", fundamentais tambem para a sua vida escolar.
A dificuldade psicemotora est;; na base de urn problema afetivo, aspecto
este que requer enquadramento conveniente sobre as noy6es de pessoa,
movimento e corpo. As intera90es dos aspectos afetivos com os motores
traduzem a arquitetura de toda a personalidade da crian98 e a organiza98o das
funyoes cognitivas, no qual 0 corpo e 0 centro da inteligencia.
a educador, pelo contato direto com a crian9a, possui as melhores
condi90es de observa9~odevendo tomar provid~nciasjunto aos pais, para a
solu980 dos problemas.
E e grande valia, que as atividades sejam realizadas de acerdo cern a
faixa eta ria na qual a crian9a se encontra e que reuna dados desde a entrada
da crian9a na escola.
Finalizando este trabalho, nao se teve a pretensao de esgotar 0 assunto,
mas apenas a inten9~ode mostrar aspectos importantes do par que algumas
crian9as quando chegam na fase de alfabetizayljo, encontram dificuldades e 0
quanto a pSicomotricidade favorece 0 aprendizado da leitura e da escrita.
35
Conclui~seassim 0 quao importante e esse conhecimento psicomotor
nas a,Oes das crian,as, e quao fundamental e 0 pedagogo ccmpreender esse
desenvolvimento, pais evidenciou nesta pesquisa a importfincia das atividades
psicomotoras para aquisi,ao da leitura e escrita de uma fonma clara e ampla
para as educadores.
36
REFERENCIAS
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BUENO, Jocian Machado. Psicomolricidade leoria & prolica. sao Paulo:lovise, 1998.
COSTE, Jean Claude. A psicomotricidade. Rio de Janeiro: Zahar Editores,1981.
DE MEUR, A. & STAES, L. Psicomotricidade: Educayao e Reeducayao. saoPaulo: Manole, 1984.
FONSECA, Vitor. Inlrodu9l'io as dificuldades de aprendizagem. 2' ediyao.Porto Alegre. Editora Cortez,1995.
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