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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · conhecimentos prévios sobre o assunto, utilizando-se de atividades com textos de humor e lúdicos para instigá-los ao prazer da leitura, da

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

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ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ – UENP

CAMPUS DE JACAREZINHO – PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ELIANE DE FÁTIMA FERREIRA OKADA

PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA

UNIDADE DIDÁTICA

O HUMOR E A LUDICIDADE NA SALA DE AULA

ABATIÁ

2010

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ELIANE DE FÁTIMA FERREIRA OKADA

UNIDADE DIDÁTICA

O HUMOR E A LUDICIDADE NA SALA DE AULA

Produção Didático-Pedagógica apresentada à Secretaria

Estadual de Educação, que constitui parte integrante dos

estudos realizados durante a participação da professora, no

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, contendo

textos e propostas de atividades para serem trabalhados na

1ª série, no Colégio Estadual Rui Barbosa – E.M.

Orientadora: Maria da Graça de Souza

ABATIÁ 2010

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora: Eliane de Fátima Ferreira

Área PDE: Língua Portuguesa

NRE: Jacarezinho

Professora Orientadora: Maria da Graça de Souza

IES vinculada: UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná – Centro de

Letras, Comunicação e Artes – Campus de Jacarezinho

Escola de Implementação: Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino Médio

Público Alvo: Alunos da 1ª série do Ensino Médio

UNIDADE DIDÁTICA

VISÃO GERAL

Esta unidade propõe o desenvolvimento de um Projeto de Trabalho voltado

para os alunos da 1ª série do Ensino Médio, partindo dos seus interesses e

conhecimentos prévios sobre o assunto, utilizando-se de atividades com textos de

humor e lúdicos para instigá-los ao prazer da leitura, da análise e da interpretação.

INTRODUÇÃO

Este trabalho é uma proposta contendo textos e atividades a serem

desenvolvidas, com os alunos, como uma das ações de implementação do projeto,

com o intuito de oferecer uma alternativa dinâmica e proveitosa de dar aulas. O tema

proposto é o texto de humor e o lúdico que, acredita-se, estimula a criatividade e o

cultivo da sensibilidade, facilitando os processos de socialização, comunicação,

expressão e construção do conhecimento.

O fundamento deste trabalho está na utilização de textos de humor e lúdicos

e da leitura expressiva, sem abstrair-se do papel da linguagem na criação estética.

O texto é o material articulador que permite ver as diferentes formas de

realização das práticas textuais e à compreensão do potencial expressivo da

linguagem. O uso de textos de humor e lúdicos favorece a cognição dos alunos e

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norteia o seu raciocínio lógico, proporcionando-lhes melhores condições para o

desenvolvimento de uma visão mais crítica de mundo.

Sugestões de Textos e Atividades

Textos de humor e lúdicos

Além do conteúdo, as piadas, em geral, oferecem questões de língua mais

interessantes do que as que usualmente são objeto de análise em sala. Há questões

bastante interessantes a serem discutidas ou aprendidas. O gênero piada pode ser

trabalhado da seguinte maneira:

a) Faça a leitura individual da piada;

b) Estimule o interesse dos alunos para o trabalho com o gênero piada;

c) Explique que as piadas fazem parte do cotidiano popular, que são

transmitidas oralmente e vão sendo modificadas à medida que vão sendo contadas

e, ainda, tem a finalidade de provocar o riso e surpreender no final;

d) Sugira aos alunos que façam uma coletânea de piadas preferidas para

disponibilizá-las aos colegas da escola por meio de um mural;

e) Apresente oralmente a seguinte piada:

A partir da piada discutir com os alunos:

a) Vocês sabem qual é o tipo do gênero deste texto?

b) Conseguiram entender a graça neste texto?

Perguntaram para a loira por que ela estava tão feliz.

Sabe o que ela respondeu?

_ Estou feliz porque montei um quebra-cabeça em seis meses!

_ E daí?

_ Ué! Na caixa estava escrito “de 2 a 3 anos”!

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c) Qual a intenção de alguém quando conta uma piada?

d) Você conhece alguém que conta piadas?

e) Qual é o assunto explorado?

f) Quem são os leitores deste gênero?

g) Quem escreveu o texto? Quando?

Após o questionamento, sugira que, em grupos, os alunos pesquisem sobre

o gênero piadas e selecionem algumas para serem lidas aos colegas.

Escolha e organize, com os alunos, um mural com as melhores piadas.

a) Por que as piadas nos fazem rir?

b) As ideias contidas nas piadas agradam a todos?

c) Em quais piadas contadas pelos colegas podemos perceber ideias

preconceituosas, de desrespeito, de gozação ou ridicularização?

Com o uso do gênero piadas, devemos recuperar valores invertidos por elas,

para que os alunos passem a ter uma postura crítica a cerca do que ouvem no

cotidiano. Mostrar que o humor é marcado culturalmente e que, o que pode provocar

graça em determinada cultura, pode não provocar em outra. Informar aos alunos que

a piada, por fazer parte do cotidiano popular, muitas vezes, não tem autoria própria.

Mais textos de humor para se trabalhar com os alunos:

“Na escola, a professora manda um aluno dizer um verbo qualquer e

ele responde: - Bicicreta. A professora, então, corrige: - Não é “bicicreta”, é

“bicicleta”. E “bicicleta” não é verbo. Ela tenta com outro aluno: - Diga um verbo!

Ele arrisca: - Prástico. A professora, outra vez, faz a correção: - Não é

“prástico”, é “plástico”. E “plástico” não é verbo. A professora faz a sua última

tentativa e escolhe um terceiro aluno: - Fale um verbo qualquer! - Hospedar. A

professora comemora: - Muito bem! Agora, forme uma frase com esse verbo. –

Os pedar da bicicreta é de prástico.”

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O texto da “bicicreta” serve como exemplo para se trabalhar os

preconceitos contra a maneira informal da língua. Nele podemos trabalhar o

metaplasmo (alteração fonética), uma ocorrência muito comum entre os falantes, a

troca do “l” pelo “r” em encontros consonantais que é considerado, por muitos, como

“coisas de caipira” e que não deve ser visto como algo errado. É preciso explicar aos

alunos a existência das variedades linguísticas que implicam num português não-

padrão que não deve ser visto como algo errado, mas adequado ao contexto.

*-*-*-*-*-*-*-*

O texto: Tudo dominado, da escritora Dad Squarisi, encontrado na obra Mais

dicas da Dad – português com humor, Editora Contexto, 2003, é excelente para se

trabalhar, além da leitura e da concordância, um assunto bastante em foque (Política)

de um modo descontraído. Abaixo está apenas o último parágrafo do texto:

(...)

_ Vou dar emprego pro pai do plural, pro tio do plural e, claaaaaaro, pro plural.

a) Fazer a leitura do texto, na íntegra.

b) No texto “Tudo Dominado”, poderíamos solicitar que os alunos

opinassem sobre a participação de artistas em comícios, o que está proibido. E a

importância ou até mesmo a exigência de uma escolaridade mínima para os

candidatos participarem de eleições.

c) Através deste texto, pode-se dar início a um trabalho sobre a

importância das eleições e do voto consciente.

(...)

_ Vou dar emprego pro pai do plural, pro tio do plural e, claaaaaaro, pro

plural.

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d) De uma forma mais gramatical, pode-se esclarecer algumas dúvidas

mais frequentes sobre o plural de palavras compostas.

*-*-*-*-*-*-*-*

O texto, na íntegra, encontra-se no site:

http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=990

Após a leitura do texto reflita e responda:

a) Em sua opinião, por que o autor deu o título “Desabafo de um bom marido” ao texto? Será que ele era mesmo bom?

b) E se, quem narrasse a história, fosse a mulher? Ele continuaria sendo bom? Por quê?

c) Por que a palavra “Certa” e a palavra “Sempre”, presentes no 2 parágrafo do texto, estão escritas com letra inicial maiúscula?

d) Ao ler o texto pode-se observar que as personagens se utilizam de algumas palavras que foram um tanto quanto irônicas. Cite uma passagem e argumente sua escolha.

e) O texto sugere que algo aconteceu com o marido. O quê? Como podemos deduzir?

DESABAFO DE UM BOM MARIDO Luis Fernando Veríssimo

(...) Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela

vai às compras. (...) Eu me casei com a “Srª. Certa”. Só não sabia que o primeiro nome dela

era “Sempre” (...) Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha. Ela

perguntou: O que tem na TV? E eu disse „Poeira‟. (...) Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu

voltarei a andar, mas “mancarei” pelo resto da vida. (...)

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Texto enviado por e-mail, autor desconhecido.

a) No texto “Carta Engraçada" podemos trabalhar e mostrar aos alunos o

que faz com que um fato se torne engraçado e como podemos manter esse estilo

usando assuntos que, aparentemente, não têm nada de humor.

CARTA ENGRAÇADA

Segue carta de um devedor, caloteiro e ainda muito cara-de-pau, mas engraçada,

publicada em um jornal. Disseram que esta correspondência abaixo foi enviada

por um devedor a uma das várias lojas credoras, conforme ele mesmo informa na

sua correspondência.

Data...

“Prezados Senhores,

Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias…

Sei que não estou em dia com meus pagamentos. Acontece que eu estou

devendo também em outras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo,

meus rendimentos mensais não permitem que eu pague duas prestações no fim

de cada mês. As outras ficam para o mês seguinte. Estou ciente de que não sou

injusto, daquele tipo que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento

das demais.

Ocorre o seguinte… todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos

meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de

uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os

dois “sortudos” que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência.

Ficam para o mês seguinte. Afirmo aos senhores, com toda certeza, que sua

empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei

ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte. Finalmente, faço-lhes uma

advertência:

Se os senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança

ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o

nome de Vossa Senhoria dos meus sorteios mensais.”

Sem mais,

Obrigado

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b) É possível trabalhar a concordância verbal, os pronomes pessoais, os

possessivos e de tratamento;

c) Podemos identificar a classe social de quem escreveu esta carta? Por

quê?

(Fazer com que aos alunos percebam que a carta foi bem escrita e que,

provavelmente, trata-se de uma pessoa bem esclarecida e que lê jornais.)

d) Em grupo, pedir aos alunos que escolham uma “notícia” do jornal do dia e inventem um texto de humor a partir dos fatos ali noticiados;

e) Comente o texto criado pelo grupo e compartilhe os recursos empregados para a transformação da situação trágica em cômica;

*-*-*-*-*-*-*-*

Pontuação

A pontuação serve para definir o ritmo de leitura de um texto, para dar

ênfase a determinadas expressões, evidenciar ou atenuar argumentos. Por isso,

pode “arruinar” um texto ou ser responsável pelo seu sucesso persuasivo. Ela é uma

parte importante do texto de humor, porque dá o ritmo e marca as pausas que darão

o sentindo do texto.

Na visão de MARTINS (2008), os valores expressivos ligados aos

prosodemas ou traços suprassegmentais (acento, duração, altura e entonação), são

de grande interesse estilístico.

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE

QUATRO À SUA PROCURA.

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Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER. Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

a) Fazer a leitura do texto com atenção e, oralmente, faça a interpretação

de acordo com o posicionamento da pontuação. (Mostrar que a entonação dá a

marcação da frase.)

b) Trabalhar, em seguida com a turma, em grupos, propondo que realizem a

próxima atividade visando garantir que as mensagens se tornem claras e objetivas,

através do uso da pontuação adequada.

Leia o texto

A herança

Um homem rico estando muito mal de saúde, pediu que lhe trouxesse papel

e caneta.

Escreveu o seguinte:

Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a

conta do padeiro nada dou aos pobres.

Deu o último suspiro antes de ter podido fazer a pontuação.

A quem, afinal, ele deixava sua fortuna?

Apenas quatro pessoas foram citadas no testamento.

No dia seguinte, ao receberem o documento impresso, cada um dos citados deu ao

texto a pontuação e a interpretação que lhe favorecia.

a) Reescreva o texto pontuando da mesma forma que eles.

O sobrinho fez a seguinte pontuação:

A irmã chegou em seguida e o pontuou assim:

O padeiro pediu cópia do original e o deixou dessa forma:

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A notícia se espalhou pela redondeza e um homem muito esperto, que dizia

representar os pobres,deixou o texto deste jeito:

b) Discuta com os alunos, apresente quais são os interesses de cada locutor e avalie se a pontuação escolhida deu sentido ao texto.

c) Após a realização da atividade, discuta com os alunos a importância do uso da pontuação adequada, proponha mais textos que sistematizem o emprego da pontuação. É preciso que as atividades tenham significado, que estejam em um contexto para serem realizadas.

d) Peça que os alunos ditem, uns para os outros, pequenos textos

contendo diálogos (anedotas, conversas telefônicas, conversas de MSN) e as pontuem.

e) Debata com os alunos a pontuação usada, se normativa, se estilística. Mostre a importância da boa pontuação em um texto. Obs.: Professor, ao final do exercício, não se esqueça de divulgar como deveria ficar

pontuado cada um dos textos. Exemplos:

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do

padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o documento :

Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do

padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro, louco para ficar com a herança, deixou o texto assim:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta

do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Então, os pobres da cidade, muito espertos, fizeram esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta

do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

*-*-*-*-*-*-*-*

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Sirley Vieira Alves (Texto publicado no Recanto das Letras em 25/04/2010)

a) O que sugere a repetição da letra “m” na palavra “Simmmm”?

b) Comente sobre a palavra “fessora”. (supressão de som)

c) Na sua opinião, O Joãozinho era realmente atento? Por quê?

d) Qual foi a graça deste texto?

*-*-*-*-*-*-*-*

Retratos do Judiciário Brasileiro: Uma Velhinha no Tribunal

O Promotor de Justiça chama sua testemunha, uma velhinha de idade bem

avançada.

Para começar a construir uma linha de argumentação, o Promotor pergunta

para a velhinha:

AULA DE POLÍTICA

Entusiasmada, a professora ensinava política aos alunos num discurso que

merecia até banquinho pra subir.

... O político corrupto é um verdadeiro “vírus” que assola o país e destrói a

consciência do povo!... Entenderam a lição, meus alunos?

E num coro quase que eleitoral, a classe responde:

_ Simmmm... Fessora...!!!!!

(Aluno atento)... Joãozinho é indagado pela professora:

_ Joãozinho, você sabe cantar o Hino Nacional?

_ Sei sim, fessora!

_ Então cante!

_ O “vírus” do Ipiranga às margens plácidas...

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_ Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem eu sou e o que faço?

_ Claro que eu o conheço, Carlinhos! Eu o conheci bebê. E, francamente

você me decepcionou. Você mente, você trai sua mulher, você manipula as

pessoas, você espalha boatos e adora fofocas. Você acha que é influente e

respeitado na cidade. Ah, se eu o conheço! Claro que conheço!

_ O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.

Ele fica mudo, olhando para o juiz e para os jurados. Sem saber o que fazer, ele

aponta para o advogado de defesa e pergunta à velhinha:

_ E o advogado de defesa, a senhora o conhece?

A velhinha responde imediatamente.

_ O Robertinho? É claro que eu o conheço! Desde criancinha. Eu cuidava

dele para a Marina, a mãe dele. E ele também me decepcionou. É preguiçoso,

puritano, alcoólatra e sempre quer dar lição de moral nos outros sem ter nenhuma

para ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os

processos em que atuou.

Nesse momento, o juiz pede que a senhora fique em silêncio, chama o

Promotor e o advogado perto dele, se debruça na bancada e fala baixinho aos dois.

_ Se um de vocês perguntar a esta velha se ela me conhece, vai sair dessa

sala preso! Fui claro?

Douglas Carrara ( Texto publicado no Recanto das Letras em 26/04/2010)

http://recantodasletras.uol.com.br/

a) O que sugerem, no texto, as palavras no diminutivo?

b) As palavras “velhinha” e “velha” têm a mesma significação dentro do

texto?

c) No final do texto, a atitude do juiz causou estranheza? Por quê?

d) O texto sugere uma discussão sobre as atuações de determinadas

pessoas. Dê seu ponto de vista sobre o assunto.

*-*-*-*-*-*-*-*

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Concordância Estilística

Devemos mostrar aos alunos que há distinção entre erro e desvio estilístico. Nem

sempre, um texto que parece ter erro, o tem. No erro decorre o desconhecimento da

gramática ou o descuido, já no desvio estilístico, a transgressão da norma se justifica por

um efeito de eufonia, clareza, ênfase, enfim, um efeito expressivo qualquer. O autor

escreve, de certa maneira, com um propósito.

De acordo com MARTINS:

A concordância estilística é a que ultrapassa os limites da correção, a que atende a necessidades expressivas particulares, a que oferece a quem fala ou escreve possibilidades de escolha. “Facultativa de certo modo, mas nunca arbitrária, corresponde assim, para ser válida, a um pensamento ou sentimento para exprimir.” (MARTINS, p. 225, 2008)

O fragmento do texto a seguir comprova o que foi escrito a cima:

Severino de Andrade Silva (Zé da Luz)

Fonte: Livro Coleção Português na Prática, de Claudio Cezar Henriques, Editora Campus/ Elsevier, 2007.

No poema Ai, se sesse!, além de trabalharmos a estilística da

concordância, podemos trabalhar a estilística fônica.

Após a leitura do texto (na íntegra): Ai, se sesse!, discuta com seus colegas

e responda:

a) Você acha que algumas pessoas podem, mesmo, falar desta forma?

Explique em que situação alguém pode falar assim.

Ai, se sesse!

Se um dia nós se gostasse;

Se um dia nós se queresse;

Se nós dois se impariasse;

(...)

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b) Podemos dizer que o texto todo tem erro? Ou desvio estilístico?

Explique.

c) Na sua opinião: O autor sabia o que estava escrevendo?

d) Na evolução da língua literária, nota-se a tendência para a

regularização, tendo sido mais irregular a concordância nos autores antigos do que

nos modernos. É ela um dos aspectos em que o uso culto e o popular da língua

mais se distanciam, constituindo uma marca de classe social.

Analise e responda: Podemos dizer que o poema lido foi escrito para uma

classe social específica? Por quê?

e) Comente e registre os recursos estilísticos que aparecem no poema,

tais como: homeoteleuto (A sequência de palavras terminadas em sse),

metaplasmos (Supressão e aumento de sons – virge, arrezorvesse).

f) Fugas à convenção ortográfica como em “arrezorvesse” ocorrem na

Língua Portuguesa porque a relação entre grafema e morfema:

( ) sempre existe e a escrita alfabética elege apenas uma variedade da

língua para representar.

( ) nem sempre existe e a escrita alfabética elege apenas uma variedade

da língua para representar.

( ) nunca existe e a escrita alfabética elege o maior número de

variedades da língua para representar.

*-*-*-*-*-*-*-*

No poema, O poeta da roça, de Patativa do Assaré, também encontramos

desvios estilísticos usados para dar o efeito de expressividade do texto. Leia alguns

versos desse poema:

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http://letras.terra.com.br/patativa-do-assare/872145/

a) Leia o poema, na íntegra, disponível no site a cima:

b) Que palavras do texto têm fonemas que representam a linguagem oral?

c) Se passarmos este poema para a língua culta, ele vai continuar

expressivo? Por quê?

d) Existem, no texto, várias palavras que não são de uso habitual.

Pesquise-as, mostre seu significado e verifique se elas pertencem à linguagem do

cotidiano.

e) Qual a relação que o autor faz entre ele , como poeta, e o menestrel?

*-*-*-*-*-*-*-*

Sons e significados andam juntos. E a harmonia das palavras fala direto ao

coração. A poesia é a língua no seu estado mais saudável. É a língua brincando.

No poema, Canção de inverno, de Mário Quintana, encontrado no livro

Varal de Poesia, Editora Ática, 2003, podemos observar como o escritor brinca com

palavras e como elas são expressivas.

Sou fio das mata, cantô da mão grossa,

Trabaio na roça, de inverno e de estio.

A minha chupana é tapada de barro,

Só fumo cigarro de paia de mio.

(...)

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1. Analise e responda: Com que intenção o autor usou palavras no

diminutivo?

2. Que segmento fônico expressa a ideia de afeto, carinho.

3. Observe as rimas: quentinho/ juntinho e pinhão/ coração e componha seu

“poeminha” rimado. Não se esqueça de dar um nome ao seu poema.

*-*-*-*-*-*-*-*

Wilson Gomes Pereira

Texto publicado no site http://recantodasletras.uol.com.br/, acessado no dia 22/04/2010.

Onomatopeia

De longe Se ouvem os sinos Da igreja A chamar Já chamando... Já chamando... Tá chamando... Tá chamando... Vem, por favor! Vem seu louvor... Vem sua dor... Vem, por amor! Vai lá, seu João! Vai lá, seu Bembém! Vai lá, seu Simão! Vai lá, seu Julim!

(...)

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Faça a leitura expressiva do texto: alunos e professor.

a) Identifique as onomatopeias do sino.

b) Explorar a sonoridade da vogal [ i ] e mostrar que ela é própria para

exprimir sons agudos, estridentes como grito, apito, pio, grilo, sino, campainha,

buzina. O estreitamento bucal na produção do [ i ] revela também a idéia de

pequenez (mini, mínimo), estreiteza (fino, fio), agudez, estridência.

c) Observe e registre as supressões de sons existentes no poema.

d) Destaque, no poema, os homeoteleutos (finais iguais).

e) O que sugere a repetição das palavras no poema?

f) Quais as apócopes do poema? Por que elas foram usadas?

(Apócopes – perda de sons finais – foram usadas com a ideia de representar o

barulho agudo e estridente do sino)

g) Na 4ª estrofe as palavras “Santa” e “Moça” estão com letra inicial

maiúscula. Você sabe explicar por quê?

(Espera-se que os alunos notem que as palavras estão substantivadas.)

h) O que expressam as palavras Sinim e Sinão?

(Observar que as palavras indicam o badalar do sino. O fonema [i] indica som agudo

e o fonema [o], som grave.)

i) Produza um texto, em prosa ou verso, com onomatopeia. Ex: barulho

de água, fogos de artifício, trovão, pássaros...

*-*-*-*-*-*-*-*

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Texto encontrado no livro: A Versão dos afogados : novas comédias da vida pública,

L & PM Editores, 1997.

a) Faça a leitura do texto.

b) Procure o significado das palavras que você não conhece e registre-os.

c) De acordo com o texto, explique por que:

Sílfide voa:

Borboleta voa mal:

Sobrancelha paira no ar:

Alvíssaras deviam ser flores. ( De que cor?) Por quê?

"picuinha" é um tempero:

Lorota é o nome de uma manicure gorda:

pululam ─ Pululas: moluscos saltitantes que se reproduzem muito:

d) Leia, também, o texto Defenestração (de Luis Fernando Veríssimo,

encontrado no livro: Comédias para se Ler na Escola, Rio de Janeiro: Objetiva,

2001), e discuta com seus colegas as definições e significados das palavras.

*-*-*-*-*-*-*-*

Certas Palavras

Luis Fernando Veríssimo

Certas palavras dão a impressão de que voam ao sair da boca. “Sílfide”,

por exemplo. (...) “Sílfide” é o feminino de “silfo”, o espírito do ar, e quer dizer a

mesma coisa diáfana, leve e borboleteante (...)

Às vezes fico tentado a usar a palavra “amiúde”, mas sempre hesito, (...).

Vivemos numa era paradoxal em que tudo pode ser dito claramente e mesmo

assim os eufemismos pupulam. (...)

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Todas as sugestões de textos e atividades, a seguir, podem ser usadas para

se trabalhar os recursos expressivos da língua (leitura, diagramação, pontuação,

sonoridade, etc.).

(Música retirada do CD: O ser da tempestade - Jorge Mautner / Moraes Moreira, 2002.)

a) Fazer a leitura individual do texto

b) Ao ler o início do texto ele te remete a algo já conhecido? O quê?

c) Quanto ao vocábulo do texto, há palavras que você não conheça?

Quais? Vamos procurá-las no dicionário e registrá-las.

d) Vamos analisar cada pássaro que aparece no texto e registrar algo

sobre ele.

e) Agora vamos ouvir este texto, que é uma música cantada por Moraes

Moreira.

f) Podemos explorar alguns recursos expressivos presentes no poema,

mostrando aos alunos o que cada vogal sugere nas palavras, como por exemplo:

“Lenda do Pégaso”

Jorge Mautner

Era uma vez vejam vocês

Um passarinho feio

Que não sabia o que era

Nem de onde veio

(...)

Pégaso, pégaso, pégaso (...)

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/a/ - alegria, claridade, amplidão, brancura

/ i/ - estridência, grito, pequenez, agudez

/o/ - redondeza, cheio, gordo

/u/ - fechamento, escuridão, morte

g) O que sugere a repetição da palavra “Pégaso” nos últimos versos do

poema?

h) Como você explicaria a última linha do poema?

*-*-*-*-*-*-*-*

Texto: Vida de Sapo – José Paulo Paes

(Retirado do livro É isto ali. Rio de Janeiro: Salamandra: 1984).

a) Fazer a leitura do poema individual e silenciosamente. Depois, ouvir a

leitura feita pelo professor, em voz alta, prestando atenção no ritmo e nas

brincadeiras que o poeta faz.

b) Mostrar aos alunos que, muitas vezes, a pontuação é inexpressiva,

sendo importante a diagramação do poema. De que forma a diagramação do poema

contribui para a construção de sentidos do texto?

c) Observar que o poeta “brinca” com a expressão encher o saco,

traduzido no poema pela descrição da vida monótona e repetitiva do sapo que cai e

sai do buraco.

d) Ler novamente as estrofes 1 e 2 e responder: A estrofe 2 muda o que o

poeta disse na estrofe 1? Por quê?

(Espera-se que os alunos percebam que a conjunção mas, passa uma ideia

contrária à anterior: a de que o sapo sai do buraco.)

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e) Nas estrofes 3 e 4, o que o poeta diz que aconteceu com o sapo? Por

que as estrofes repetem o que o poeta disse nas estrofes 1 e 2?

(Continua a ideia de ação repetitiva, rotineira. A seleção e repetição de

palavras, a organização nos versos e estrofes mostram a intenção do poeta que é: A

vida do sapo é uma rotina.)

f) As estrofes 5 e 6 transmitem a mesma ideia? O que muda de uma

para outra?

(O que muda é a organização das palavras nas estrofes.)

g) Você conhece a expressão “Um saco!... Que saco!”?

Se no lugar de é um buraco colocássemos é um saco. O sentido seria o

mesmo?

h) Observar com os alunos que a forma do poema reforça o conteúdo.

Existem rimas, porém o ritmo parece interrompido, quebrado. Há uma variação

métrica que provoca a sensação de um sapo que pula, que cai num buraco e que

sai. Observar, também, que nos versos de 1 a 6, a diagramação “irregular”do texto

escrito, expressa o conteúdo do poema – saltos e quedas do sapo.

*-*-*-*-*-*-*-*

Texto: Rola a Chuva – Cecília Meireles

(Texto encontrado no livro Ou isto ou aquilo. São Paulo: Nova Fronteira, 2002.)

a) Fazer a leitura expressiva do texto.

(Explicar aos alunos que, dentro do texto, as palavras sugerem sensações e que

podemos explorar os recursos sonoros, encontrados nele.)

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b) O que sugere a palavra Arre no texto?

(Levar o aluno a perceber que a palavra sugere frio, arrepio.)

c) Cite e explique as aliterações e assonâncias encontradas no poema.

(Ex.: arrepia/ arredia/ Arreda/ Rega/ Rua... – observar com os alunos que aliteração

é a repetição de sons consonantais e assonância é a repetição de sons vocálicos.)

d) Por que podemos dizer que nas palavras arrepia/ arredia temos

paranomásia?

(Explicar aos alunos que o recurso da paranomásia é a troca de fonema, no caso

acima trocou-se o p por d.)

e) O que sugere o fonema [o] em rola, roda?

(Mostrar que o fonema [o] sugere redondeza.)

f) Qual a ideia do fonema [ch] na palavra chuva do verso A chuva

sussurra?

(Ideia de chiado, de chuva mansa caindo.)

g) No verso A rola arrulha, o [lh] lembra o quê?

(Espera-se que o aluno observe que o fonema sugere barulho canto ou gemido da

rola.)

h) Nos versos Rega a terra, Rega o rio, Rega a rua temos homeoteleuto.

Você sabe que recurso é esse? Qual a ideia da repetição da palavra Rega nos

versos?

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(Explicar aos alunos que homeoteleuto é a repetição literária e eco é vício. Os

alunos também devem perceber que os versos dão a ideia de gradação.)

i) E na rua a roda rola. O que sugere este último verso do poema?

(Espera-se que os alunos cheguem à conclusão de que a vida continua, prossegue.

Também que a moça anda de bicicleta, com frio, na chuva.

*-*-*-*-*-*-*-*

Texto: O Relógio – Vinícius de Moraes (Retirado do livro A arca de Noé. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1989.)

a) Leia o poema em voz alta e peça aos alunos que prestem atenção no

ritmo, na sonoridade e na expressividade que são fundamentais neste tipo de texto.

(É importante falar com os alunos sobre os recursos estilísticos presentes no texto,

chamados de onomatopeia e homeoteleuto. É importante, também, conversar sobre

o relógio com os alunos pois, hoje em dia, não é tão fácil encontrar relógios que

façam tic-tac, o barulho tradicional. Proponha questões orais tais como: Que tipo de

relógio eles tem em casa? Faz barulho? Em que momentos do dia eles costumam

olhar no relógio? Por quê? O que os incomodam mais nos relógios?)

b) Após a primeira leitura feita pelo professor, peça aos alunos que

também leiam o texto e o comentem de acordo com a sua compreensão.

c) De que trata o poema? Gostou dele? Por quê?

d) O que lembra o poema?

(Espera-se que os alunos percebam que o poema lembra o som do relógio.)

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e) Por que a expressão tic-tac é repetida nos três últimos versos?

(Para enfatizar a monotonia da passagem do tempo, marcada pelo som produzido

pelo relógio.)

f) A passagem do tempo deixa o relógio satisfeito?

(É importante que os alunos percebam que o tic-tac que marca a passagem do

tempo é cansativa, repetitiva e desinteressante para o relógio. Ex.: Já perdi / Toda a

alegria / De fazer / Meu tic-tac. O relógio demonstra impaciência em relação à

passagem do tempo.)

g) Escrever um poema que sugira os movimentos do relógio através do

ritmo e dos sons das palavras.

(Antes de escreverem o texto, peça aos alunos que anotem o que o relógio lembra

para eles. Ex.: hora de acordar, de dormir, compromisso com a pontualidade, se faz

barulho, qual seu formato e tamanho, etc.)

*_*_*_*_*_*_*_*

Texto: JOGO DE BOLA – Cecília Meireles

(Texto encontrado no livro Ou isto ou aquilo. São Paulo: Nova Fronteira, 2002.)

a) Fazer a leitura do poema prestando atenção no seu ritmo e sonoridade.

(Comentar sobre como a leitura foi feita, o ritmo dado a ela, as pausas, a ausência

de pontuação.)

b) Por que a palavra Rola aparece sozinha na 1 estrofe?

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c) Que palavras da 4ª estrofe indicam o movimento da bola?

d) Na 5ª estrofe há alguma palavra que sugere o recomeço do jogo?

Qual?

(Nas questões b, c e d, a sonoridade dos versos contribui para reforçar os efeitos de

sentido do poema. A repetição das vogais o e e ( aberto) e das consoantes B e P / L

e R.)

e) No poema O JOGO DE BOLA a sonoridade é resultado da ocorrência

de alguns elementos como: rima, aliteração e assonância. Retire do texto alguns

exemplos.

f) Que movimento a construção das estrofes 6 e 7 dão ao texto?

(Os alunos devem observar que as estrofes indicam movimento da bola, o

movimento de ir e vir.)

g) A estrofe 8 dá a ideia do mesmo movimento das estrofes 5, 6 e 7?

Explique.

h) Que verbos do poema reforçam a ideia de movimento?

i) Com base no poema JOGO DE BOLA reescreva seu poema usando

quais e quantas palavras quiser. Só não acrescente palavras novas.

Atenção: O poema precisa mostrar o movimento característico de um jogo.

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Referências

MORAES, Vinícius de. A arca de Noé. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1989.

MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. São Paulo: Nova Fronteira, 2002.

MARTINS, Nilce Sant`Anna. Introdução à Estilística: A Expressividade na Língua

Portuguesa. 4 ed. rev. São Paulo: EDUSP, 2008.

PAES, José Paulo. É isto ali. Rio de Janeiro: Salamandra: 1984.

POSSENTI, Sírio. Os Humores da Língua: Análises Linguísticas de Piadas.

Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 1998.

QUINTANA, Mário et al. Varal de Poesia. São Paulo: Ática, 2003.

SQUARISI, Dad. Mais dicas da Dad – português com humor. Contexto, 2003.

VERÍSSIMO,Luis Fernando. Comédias para se Ler na Escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2001.

Sites consultados:

http://letras.terra.com.br/patativa-do-assare/872145/

http://recantodasletras.uol.com.br/

http://youtube.com/watch?v=ntl1x3TJ4a8