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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · dos alunos sob o ponto de vista científico da medicina popular, de acordo com o que ... “Ossain é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

O Uso da Técnica dos Botões e de Mapas Conceituais no Ensino de Fitoterápicos, numa Perspectiva Integradora

Elisabéte Teresinha Urbik Surmacz1

[email protected]

Sandro Aparecido dos Santos2

[email protected]

Resumo

Este artigo, através de uma proposta de intervenção desenvolvida na Escola de Rio Azul-Paraná, procura resgatar a medicina popular, que está incorporada aos atos concretos, cotidianamente vividos. Estes atos estão cristalizados em hábitos, costumes e tradições, que muitas vezes, não nos damos conta do quanto ela é importante, sendo praticada na esfera familiar, trazendo para o convívio escolar. No desenvolvimento do conteúdo, ocorreu abordagem de acordo com uma perspectiva integradora, aplicando-se a técnica dos botões e usando os mapas conceituais, no sentido de auxiliar e inovar a aprendizagem nos seus diversos aspectos, nos conteúdos da disciplina de Ciências e com o objetivo de melhorar o entendimento dos alunos sob o ponto de vista científico da medicina popular, de acordo com o que eles já aprenderam em seu convívio familiar. Palavras-chave: Medicina popular. Fitoterápicos. Mapas Conceituais. Técnica dos Botões. Abordagem Integradora.

1 Introdução

De acordo com as Diretrizes, os saberes científicos e do cotidiano se

relacionam no ambiente escolar, por meio de conhecimentos, diálogos e atividades

desenvolvidas em sala de aula. Podemos compreender ciência como sendo:

... um conjunto de descrições, interpretações teorias, leis, modelos, etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma metodologia especial (metodologia científica). (FREIRE-MAIA, 2000, p 24; Apud, PARANÁ, 2008, pg.41)

1 Professora de Ciências do Ensino Fundamental da rede pública do Estado do Paraná, Núcleo de

Irati, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. ² Doutor em Ensino de Ciências e Professor do Departamento de Física da UNICENTRO Guarapuava – PR, Coordenador do Programa PEPEC e desenvolve projetos na área de Ensino de Ciências.

Sendo ciências uma disciplina renovadora, cultural, social, ética, entre outros

aspectos, percebe-se a importância de resgatar a medicina popular para um

conhecimento mais profundo e formal, no âmbito da escola juntamente com os

alunos e seus familiares, procurando explicações dentro do conhecimento empírico.

Ela surgiu, no Brasil, com a vinda dos europeus, principalmente os portugueses, os

indígenas que aqui já habitavam e também os africanos.

Na medicina popular vinda dos europeus, principalmente os portugueses,

que por volta do século XVI e XVII, deixaram profundas marcas em nosso país,

encontram elementos árabes, greco-romanos, juntamente com outros tipos de

medicina, como a cabala, medicina dos mosteiros, alquimia, alguns padres que

tinham conhecimentos sobre medicina.

Muitos daqueles médicos vieram voluntariamente para o Brasil devido a sua ascendência judaica e chegaram como cristãos novos, pois era comum aderirem a vida religiosa dos mosteiros, afim de se protegerem da inquisição. Porém, esses médicos tinham idéias religiosas que contrariavam o pensamento a igreja católica. Enquanto esta admitia que a doença era castigo divino e que o homem não podia intervir nos desígnios de Deus sem autorização prévia dos clérigos, os médicos judeus julgavam que a arte de curar era dom divino, sendo pois, dever religioso curar os doentes. (HERSON, 1996, pg 47; Apud, CAMARGO, 2009, p2)

Através da tradição portuguesa, herdamos também a crença em vários

santos e orações a eles dedicados, para livrar de alguns males, como por exemplo:

a) Oração a São Bento, para proteger de picada de cobra:

São Bento, água benta,

Jesus Cristo no Altar,

Abri esses caminhos

Que neles quero passar. (ARAÚJO, 1961; 258; Apud,

CAMARGO, 2009, p2)

b) Santa Luzia, protetora dos olhos:

Santa Luzia passar por aqui,

Com seu cavalinho comendo capim,

Sangue de Cristo, pingai aqui. (LAUGOWINSKI, 1973; 94; Apud,

CAMARGO, 2009, p3)

c) Curar cobreiro:

Em nome de Deus eu curo

Cobreiro brabo

Corto cabeça e rabo.

A medicina popular vinda com os africanos de origem banto, sudaneses, do

Senegal e Tangaura trouxe vários costumes como: banhos, pomadas, gorduras de

animais, defumação médica, banhos quentes, etc., ampliando os conhecimentos da

medicina, trazendo a religiosidade do candomblé e umbanda e o uso mais

acentuado de plantas nas cerimônias religiosas e rituais de cura, como passes,

orações, medalhas, ramos verdes, patuás, crucifixos colocados junto aos doentes.

A importância das plantas medicinais é tão grande junto às crenças que a

religiosidade africana nos remete à Verger (1981: 122; Apud, CAMARGO, 2009,

p.1). “Ossain é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. Sua importância é

fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele

o detentor o àse (poder), imprescindível até mesmo nos próprios deuses. O nome

das plantas e sua utilização e as palavras (ofò), cuja força desperta seus poderes,

são os elementos mais secretos do ritual no culto dos deuses iorubas”

Africanos e índios trocaram conhecimentos medicinais, enriquecendo seus

costumes, sobre ecologia, o manejo de plantas medicinais fundamental para o

aproveitamento racional e não predatório dos recursos naturais. Os indígenas

apresentam um conhecimento muito profundo sobre a medicina popular, plantas

medicinais, rituais a serem executados para vários males. Um dos métodos

utilizados é o Sopro ou Sucção para eliminação do motivo determinador da

enfermidade. O Sopro é realizado pelo pajé, sobre o doente, acompanhado ou não

pelo maracá (tipo de chocalho) e massagens, curando muitas moléstias. Sucção

utilizada para extrair veneno e “humores” malignos.

Tanto para os indígenas, quanto afro-brasileiros, o curador é um intermediário

entre o mundo dos homens e o mundo dos espíritos, sejam eles caboclos, pretos,

velhos ou outros. O uso ritual de plantas no combate às doenças e no

restabelecimento da saúde constitui prática comum nos cultos afro-brasileiros,

revelando acentuado hábito cultural, com grande rede de influencia social e cultural.

A medicina popular está relacionada com a religiosidade. A crença católica

voltada à devoção Mariana, da qual títulos de Nossa Senhora vêm ligados à saúde,

como: Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do Bom Parto, Nossa Senhora da

Boa Morte e tantos outros. Outras crenças procuram a cura em algumas figuras,

como: o fogo, a água, caboclos, culto da lua, ao sol.

Curas feitas de acordo com a necessidade dos enfermos e também o local de

moradia. No quintal das casas encontra-se diversos tipos de plantas medicinais,

cada qual utilizada para determinadas doenças. As rezadeiras, através de suas

orações ajudam na cura de diversos males: para mal olhado, rendidura, quebrante e

olho ruim, dor de cabeça, espinhela caída, mordidura de cobra e outros animais,

mau-jeito nas juntas e tantos outros. De acordo com a religiosidade popular, quando

ocorre a cura, é obra de Deus, portanto, a cura não pode ser cobrada.

Muitas plantas medicinais trazem nomes religiosos, como: espinheira santa,

malva de São Francisco, cipó de São João, vassourinha de Nossa Senhora, espada

de São Jorge, espada de Santa Rita entre outros, portanto, é impossível separar a

medicina popular da religiosidade, o remédio e a reza.

Sendo as plantas medicinais muito utilizadas em nosso meio, observou-se

que seu estudo poderia contribuir para o enriquecimento dos conteúdos em sala de

aula, como Reino das Plantas, o Corpo Humano (Saúde), Química (a química do

poder curativo das plantas), plantio (tipo de solo utilizado) e colheita, observando as

fases da lua, e as estações do ano para a colheita de certas partes da planta.

O que se apresenta neste trabalho é uma proposta com “O uso da técnica dos

botões e de mapas conceituais no ensino de fitoterápicos numa perspectiva

integradora” procurando modificar (sensibilizar) a prática do seu uso na escola e na

família para promover a melhoria da qualidade de vida dos alunos e,

consequentemente, mostrar que os conhecimentos científicos têm utilidade e podem

ser vivenciados na prática social.

A família nem sempre participa dos problemas escolares dos filhos, deixando

para a escola solucioná-los, esquecendo-se que sua participação. É preciso ter em

mente que na escola ocorre uma das únicas oportunidades para se adquirir o

conhecimento científico formal. Nela, os educandos e também, os professores

podem entrar em contato com novas tecnologias, utilizando-as de modo que possa

haver melhorias na prática pedagógica.

Desse modo, ficou definida a seguinte pergunta central do trabalho: será que

o uso da técnica de botões e dos mapas conceituais poderá melhorar o

entendimento dos alunos sobre o uso e função dos fitoterápicos?

A partir dessa definição, os objetivos foram:

a) Resgatar a medicina popular de um conhecimento empírico e saber como esse

conhecimento vem sendo mantido ao longo das gerações.

b) Orientar sobre a utilização de plantas medicinais e suas implicações positivas e

negativas, do uso sem orientações adequadas;

c) Resgatar e valorizar a utilização da medicina popular, através do conhecimento

empírico e vocação das benzedeiras e curandeiras;

d) Conhecer plantas medicinais, a química e seu poder curativo para melhoria da

qualidade de vida;

e) Aplicar a técnica dos botões para desenvolver o tema;

f) Usar os mapas conceituais para desenvolvimento do tema, como instrumento de

apoio;

g) Desenvolver os temas fitoterápicos numa perspectiva integradora.

Ao tornar o aluno mais crítico, dinâmico e pesquisador, buscou-se através do

desenvolvimento deste trabalho inovar com as técnicas utilizadas, um conhecimento

mais profundo sobre o trabalho das curandeiras e benzedeiras, do uso adequado

das plantas medicinais e dos fitoterápicos.

As relações que se estabelecem entre o que o estudante já sabe e o conhecimento específico a ser ensinado pela mediação do professor não são arbitrárias, pois dependem da organização dos conteúdos; de estratégias metodológicas adequadas; de material didático de apoio potencialmente significativo; e da “ancoragem” em conhecimentos especificamente relevantes já existentes na estrutura cognitiva do estudante. (MOREIRA, 1999; Apud, PARANÁ, 2008, p.62)

Quando o aluno relaciona o seu conhecimento com o aplicado, vai sanar suas

dúvidas de maneira clara obtendo novas definições e conceitos.

2 Fundamentação teórica

2.1 Teoria da Aprendizagem Significativa e Mapas Conceituais

Teoria da aprendizagem significativa é o conhecimento, a experiência, ou a

percepção prévia e o aprendiz deve manifestar uma predisposição para relacionar

de maneira não-arbitrária e não-literal o novo, com o conhecimento prévio.

Novak (1981, p. 65) destaca:

A aprendizagem significativa, por sua vez, tem três importantes vantagens sobre a aprendizagem mecânica. A primeira é que o conhecimento adquirido é retido por mais tempo – algumas vezes por muito mais tempo. A segunda é que a informação assimilada resulta em uma maior diferenciação dos subsunçores, aumentando, portanto, a capacidade para facilitar a aprendizagem subseqüente de materiais relacionados. A terceira é que a informação esquecida após a subsunção obliteradora deixa um efeito residual no conceito subsunçor, facilitando assim, novas aprendizagens relacionadas mesmo após a ocorrência do esquecimento. (NOVAK,1981, p. 65)

Para Ausubel, aprendizagem é dita significativa quando uma nova informação

adquire significados para o aluno por meio de uma espécie de ancoragem em

aspectos relevantes da estrutura cognitiva preexistente do indivíduo. Esses aspectos

relevantes da estrutura cognitiva que servem de ancouradouro para a nova

informação são chamados por Ausubel de “subsunçores”.

Quando ocorre uma aprendizagem significativa, há uma interação entre o

novo conhecimento e o já existente, na qual ambos se modificam. À medida que o

conhecimento prévio serve de base para a atribuição de significados à nova

informação, ele também se modifica. Novos subsunçores vão se formando;

subsunçores vão interagindo entre si. A estrutura cognitiva está constantemente se

reestruturando durante a aprendizagem significativa. O processo é dinâmico; o

conhecimento vai sendo construído. (MOREIRA e ROSA, 1986)

Aprender significativamente implica atribuir significados e estes têm sempre componentes pessoais. Aprendizagem sem atribuição de significados pessoais, sem relação com o conhecimento preexistente, é mecânica, não significativa. Na aprendizagem mecânica, o novo conhecimento é armazenado de maneira arbitrária e literal na mente do indivíduo. O que não significa que esse conhecimento é armazenado em um vácuo cognitivo, mas sim que ele não interage significativamente com a estrutura cognitiva preexistente, não adquire significados. (MOREIRA, 1988, p.2)

Através do ensino-aprendizagem e da aprendizagem significativa, ocorre uma

relação professor-aluno com o conhecimento adquirido e com o pré-estabelecido,

enriquecendo o aprendizado do aluno.

2.1.1 Mapas Conceituais na Educação

Os mapas conceituais são representações gráficas de um conjunto de conceitos de qualquer domínio, disposto de forma a evidenciar suas relações. São diagramas que facilitam a modelização do conhecimento, tendo sido usados em várias áreas das Ciências Cognitivas. (MOREIRA, 1987, p.3)

O uso de mapas conceituais no ensino é um instrumento que hoje está sendo

utilizada, como forma de mudanças nas atividades, avaliações e pesquisas

realizadas em sala de aula. Amoretti (2000) diz que os Mapas Conceituais podem

representar uma estrutura hierárquica, que vai desde os conceitos mais abrangentes

até os mais inclusivos e esta seria uma forma de organizar os conceitos e também

entender todo o conteúdo que está representado nos mapas conceituais, destaca-se

algumas funções em que os mapas conceituais podem ser trabalhados: a de

descrever os objetos da experiência; a função econômica, vinculada ao caráter

classificador; a função de organizar os dados da experiência de modo que se

estabeleçam entre eles conexões lógicas; e ainda a função fundamental de previsão,

na medida em que o conceito é um meio antecipador. Deve ser coerente, coeso

criativo, expressivo, lógico, e enquanto ferramenta de apoio deverá ser o produto de

capacidade do aluno de expressar as conexões entre conceitos e responder de

forma lógica e clara.

A importância do uso de mapas conceituais possibilitará um desenvolvimento

no processo cognitivo de ensino-aprendizagem em que o aluno organizará de forma

simples e de fácil compreensão o conhecimento adquirido, do conteúdo proposto,

relacionando com aquilo que ele já conhece, elaborando um mapa conceitual o

aluno estará aprendendo a agrupar conceitos e assimilar melhor os conceitos

básicos do seu conhecimento.

Moreira (1987, p.4) destaca:

O mapa conceitual é um recurso que visa facilitar a aprendizagem de conceitos. Dispensam equipamentos sofisticados ou instalações especiais, possibilitando seu uso até mesmo nas mais modestas condições de trabalho. Os mapas conceituais podem ser usados, como recurso didático, para organizar relações entre conceitos que integram o conteúdo de uma única aula, de uma unidade de estudo ou de um curso inteiro. (MOREIRA, 1987, p.4)

Observa-se na Figura 01 um exemplo de mapa conceitual:

Figura 1: um exemplo de mapa conceitual sobre a importância da Linhaça.

Moreira (1988, p. 4) descreve que:

Na medida em que os alunos utilizarem mapas conceituais para integrar, reconciliar e diferenciar conceitos, na medida em que usarem essa técnica para analisar artigos, textos capítulos de livros, romances, experimentos de laboratório e outros materiais educativos do currículo, eles estarão usando o mapeamento conceitual como um recurso de aprendizagem. Como instrumento de avaliação da aprendizagem, mapas conceituais podem ser usados para se obter uma visualização da organização conceitual que o aprendiz atribui a um dado conhecimento. Trata-se basicamente de uma técnica não tradicional de avaliação que busca informações sobre os significados e relações significativas entre conceitos-chave da matéria de ensino segundo o ponto de vista do aluno. (MOREIRA, 1988, p. 4)

2.1.2 Técnica dos Botões, uma técnica sistemática no ensino do Reino Vegetal

Com a Técnica dos Botões, os alunos aprenderão e colocarão em prática

para identificar, classificar, ordenar ou enquadrar diferentes partes das plantas

medicinais para o consumo diário é usada com o objetivo de organizar previamente

a compreensão de conceitos fundamentais (semelhanças, diferenças e referências)

para a compreensão de conceitos superiores.

Conforme Stange et al (2008), a Técnica dos Botões tem for finalidade:

1. Através da “Técnica dos Botões”, oferecem aos alunos a compreensão dos conceitos de organização de raciocínio sistemática na biologia;

2. Compreender os conceitos de “imagem” da “diferença” e “referência” como organizadores avançados para a compreensão dos conceitos de classificação e identificação;

3. Propiciar as condições dos professores e os alunos a compreender diferentes formas de gestão educacional, tanto para o ensino quanto para a aprendizagem;

4. Desenvolver ferramentas de ensino e organização conceitual.

Para se trabalhar a Técnica dos Botões, devemos seguir alguns critérios que

seguem:

1. Dispor os botões sobre uma mesa e observar; 2. Separar os botões por critérios de semelhança, constituindo

novos grupos com maior número de botões em cada grupo – anotar estes critérios;

3. Dentro destes novos grupos – separar os botões pelas diferenças – anotar estes critérios;

4. Organizar os critérios na etapa 2 e na etapa 3 em categorias; 5. Para cada categoria estruturada, relacionar os seus critérios e

características, denominando cada um dos botões do jogo (diagnóstico);

6. Organizar colunas de uma tabela de resumo – categorias, critérios, características;

7. Organizar as Características em: Proximais - P (as que aproximam por semelhanças); Distais - D (as que diferenciam dentro do conjunto de semelhantes); e as Essenciais - E (as que realmente denominam cada um dos botões do jogo);

8. Confeccionar, de acordo com as categorias e os critérios, um Diagrama em Árvore e um diagrama em Chave;

9. Confeccionar, de acordo com as categorias e os critérios, uma Chave Dicotômica;

10. Compreender quando se Classifica e quando se Identifica; 11. Montar um mapa conceitual sobre os conceitos estudados na

técnica;

2.2 Plantas Medicinais

2.2.1 Histórico

As plantas medicinais são utilizadas há milhares de anos, mas consta-se que

os primeiros povos a utilizarem essas plantas foram os egípcios, os quais usavam

para embalsamar os cadáveres e, também, com poder curativo, nascendo assim a

Fitoterapia. Na Babilônia, a medicina combinava o poder curativo das plantas com

passes e magia. As plantas eram colhidas pelo seu aroma, acreditando assim, que

afugentavam os maus espíritos das enfermidades.

Os egípcios que então estavam relativamente adiantados também na arte de curar, usavam, além das plantas aromáticas, outros tipos de plantas, que conheciam seu efeito curativo, como a papoula (sonífera), a cila (cardíaca), a babosa e o óleo de rícino (catárticos); as receitas médicas ficavam gravadas em papiro. (BALBACH, 1970: p. 405)

“Hipócrates (460 – 361 a.C.), da Grécia, considerado o pai da medicina,

empregava centenas de drogas de origem vegetal. Teofrasto (372 – 285 a.C.),

catalogou nada menos de 500 espécies de vegetais.” (Balbach, 1970: 406)

De acordo com documentos escritos, obtendo informações da Cartilha de

Fitoterapia através do site: www.fitoterapia.com.br/portal/index.php?..., o uso de

plantas medicinais tem uma larga trajetória na história, a qual segue:

EGITO: cerca de 1.500 a.C., o papiro (Papiro de ebers) já era usado.

CHINA: Supõe-se que um dos mais antigos manuscritos, tenha cerca de

5.000 anos, mas somente no século II d.C., informações começaram a circular pela

Europa. Em torno de 1.500 a.C., referências a herbário medicinal foram inscritas em

ossos.

GRÉCIA: Hipócrates (460-377 a.C.), conhecido como pai da medicina.

ÍNDIA (Ayurveda): Os Vedas, em poemas épicos de cerca de 1.500 a.C.,

fazem menção às plantas medicinais até hoje utilizadas.

ROMA: Celsus, em 200 d.C., escreveu um Guia de Prática Médica.

EUROPA: Paracelsus (1493 – 1541) estabeleceu a Doutrina das Assinaturas

ou Signaturas e predisse a descoberta de Compostos Ativos das plantas.

HAHNEMANN (1755-1843), na Alemanha, tentava trabalhar com a menor

dose possível com a qual os remédios ainda tinham atividade e desenvolveu a

Homeopatia.

No começo do século XX, a Medicina Alopática ainda tinha as plantas como

principais matérias-primas.

BRASIL: Pioneiros europeus que se aventuraram pelo Novo Mundo

aprenderam com os povos nativos sobre os remédios de plantas indígenas e seus

usos. O conhecimento era visto pela aparência da planta, era um guia para sua

aplicação.

Em 1812, Dom João VI promoveu ações de fomento das ciências naturais

que, na perspectiva do espírito das luzes, poderiam contribuir para o

aperfeiçoamento da humanidade. Uma Academia de Ciências Naturais também

figurava no documento e propunha-se que sábios viajassem por diferentes partes do

Brasil e escrevessem sobre as possibilidades da natureza brasileira. Desse modo,

uma brigada de engenheiros naturalistas exploraria tantas preciosidades (SANTOS.

2008).

Uma das primeiras publicações que relata informações sobre plantas

medicinais brasileiras foi “Flora Fluminensis”, de Frei Velloso (1741-1811), “Flora

Brasiliensis” de Von Mrtius (1794-1868) e a mais completa obra “Systema Materiae

Medicae Vegetabilis Brasiliensis” de 1843.

2.2.2 Medicina Popular

A medicina popular ou rústica é a utilização pelo povo de drogas, substâncias, gestos ou palavras para obter mais saúde para as pessoas. Não é apenas uma coleção de plantas medicinais, usadas para prevenir e curar doenças. Há também o seu lado mágico, suas ações e orações que o povo utiliza na cura dos seus males físicos e mentais. (GASPAR, 2010, p.1)

A medicina popular apresenta diferentes circunstâncias e diversas

concepções, opiniões e valores, usando um arsenal de técnicas, conhecimentos e

práticas, está incorporada aos nossos atos concretos, cotidianamente vividos. Estes

atos estão cristalizados em hábitos, costumes e tradições. Não nos damos conta do

quanto ela é importante, a qual é praticada na esfera familiar, na casa de nossos

amigos, vizinhos e parentes, na comunidade onde moramos, na cidade onde

vivemos. Ela é um fenômeno próximo a nós, mas muito complexo e uma prática de

cura concreta.

Essa medicina vem trazendo conhecimento popular ou não:

(...) a mãe usa chazinhos com seu filho; a avó indica à neta que acabou de dar à luz; raizeiro manipula raízes de plantas para o diabético, para aquele que tem problemas nos rim, fígado, pulmão, estômago ou na bexiga. No ato da benzeção, a benzedeira indica banhos, massagens e chás àqueles clientes que a procuraram. (OLIVEIRA, 1995, p.7-8)

A medicina popular é uma prática que resiste política e culturalmente à

medicina acadêmica, visto que ela confronta seus conhecimentos, o seu arsenal de

técnicas e a cultura da qual é parte com a medicina praticada pelos médicos. É

realizada em diferentes circunstâncias e espaços (em casa, em agências religiosas

de cura) e por várias pessoas (pais, tios, avós) ou por profissionais populares de

cura (benzedeiro, médiuns, raizeiros, ervateiros, parteiras, curandeiros, feiticeiros).

A medicina popular é uma prática de cura que oferece respostas concretas aos problemas de doenças e sofrimentos vividos no dia – a – dia. Ela aproxima e fortalece as relações sociais entre as pessoas, já que pressupõe ajuda e solidariedade, também é uma medicina barata, próxima e acessível. (OLIVEIRA, 1995, p.8)

A medicina popular preservou um espaço no qual os cientistas e pessoas do

povo, ao produzirem um diálogo com a natureza, extraíram dela os seus benefícios

que são constantemente transformados, entendida como as demais opções de cura

oferecidas pela sociedade brasileira, pois existe porque seus recursos de cura

respondem aos interesses e necessidades de alguns setores da população. Se não

tivessem uma eficácia, teriam sido sufocados por outras formas de curas realizadas

em nome da ciência, portanto revela que existem diversos modos de criar soluções

para os problemas de saúde e aplicações, e que esta medicina é uma delas. Hoje,

além das crendices continuarem atuando dentro de nossas casas, encontra-se o

trabalho dos Fitoterapeutas que ganha um vasto campo de trabalho.

2.2.3 Emprego das Plantas Medicinais

O que são fitoterápicos? Fitoterápicos são medicamentos feitos de partes de plantas cujos princípios ativos não foram purificados, como chás, extratos e tinturas. Segundo a Anvisa, alguns fitoterápicos podem auxiliar no tratamento de várias doenças. (Fitoterápicos)

O uso de fitoterápicos remonta aos tempos ancestrais e seu uso na medicina

popular sempre foi bem difundido, porém, hoje em dia, há uma abordagem científica

desses medicamentos com estudos clínicos para verificar a eficácia. Muitas plantas

medicinais bastante populares não tiveram sua eficácia comprovada e podem até

ser tóxicas.

Qual a diferença entre plantas medicinais e fitoterápicos?

Plantas medicinais: são plantas ou partes de plantas que aliviam ou curam

enfermidades e são utilizadas através do conhecimento empírico. Fitoterápicos:

utiliza a planta ou parte dela, industrializada para obter um medicamento. O

processo da industrialização evita contaminações por microorganismos, agrotóxicos

e substâncias estranhas, permitindo maior segurança na sua utilização.

No decorrer do século XX, rico em maravilhas que a Ciência nos revelou, a

Medicina fez brilhantes conquistas em prol da saúde, que sempre foi e será a maior

das riquezas materiais do gênero humano.

O naturismo tem em mira a cura das enfermidades pela remoção das suas causas. “Sublata causa tolitur effectus”, dizia Hipócrates. Visa pôr o organismo em condições de defender-se e restaurar-se a si mesmo. (BALBACH, 1970, p.39)

A homeopatia visa tratar as doenças por meio de agentes terapêuticos que,

tomados em doses pequenas, têm propriedades de produzir sintomas semelhantes

aos dessas doenças. A alopatia visa combater as doenças mediante medicamentos

que produzem efeitos contrários às mesmas.

O emprego terapêutico vegetal tem acusado crescente sucesso, pelo que não

poucos médicos, desiludidos com a medicina oficial, alopata, usam as plantas com

grande proveito na cura das moléstias. Ao contrário, a população em geral usa

indiscriminadamente as drogas vegetais, devido ao desconhecimento da possível

existência de toxicidade e mesmo de sua comprovada ação.

As plantas, exceto as venenosas, nutrem o corpo, purificam o sangue e

preparam o organismo para resistir a doenças.

Toda pessoa deveria entender do preparo e aplicação de remédios caseiros,

da rica e variada flora medicinal brasileira.

Para que as plantas medicinais não percam seu valor curativo, devem ser

colhidas quando não estão molhadas de orvalho. Secam-se à sombra, porque os

fortes raios solares tiram das plantas, depois de arrancadas, uma parte das

substâncias curativas, que se evaporam quando expostas ao sol. As raízes devem

ser bem lavadas e picadas em pedacinhos, antes de serem postas a secar. Depois

de secadas as ervas, examinam-se e separa-se as partes estragadas, devendo-se

sempre considerar a constituição química, o grau de umidade, o local de

armazenagem, fatores que poderiam, quando não cumpridos corretamente, levar a

processos de deterioração, tais como: degradação de substâncias ativas,

contaminação por fungos e outros microrganismos e por parasitas. Deve-se rotular,

indicando a espécie da erva contida.

2.2.4 Cuidados na utilização de plantas medicinais

Todo esforço despendido no cultivo das plantas pode ser posto a perder

quando não se dá a devida atenção às etapas de colheita, beneficiamento e

armazenagem. Alguns aspectos devem ser levados em consideração, como

disponibilidade de mão-de-obra e espaço para secagem. O cultivo, colheita e

secagem das plantas medicinais devem ser planejadas, para que não ocorra

acúmulo.

A qualidade das plantas medicinais depende de alguns cuidados básicos:

segundo Silva (1995) & Correa (1991), segue os seguintes princípios:

a) Cultivo:

Para escolher o local do cultivo deve-se levar em consideração o tipo de solo,

necessidade ou não de correção do mesmo, época adequada ao cultivo, clima,

exigências da planta, como luz direta, sombra, umidade, altitude, latitude,

temperatura média, entre outros fatores que podem afetar a qualidade e a

quantidade dos princípios ativos por ela produzidos.

“O local e os cultivos destinados ao emprego medicinal não podem receber

tratamento com agrotóxicos devendo o combate às pragas basear-se em controle

biológico.” (SILVA, 1995, p.11)

b) Colheitas das plantas no estágio de maior teor de princípios ativos:

Depende da temperatura, da luminosidade, da precipitação, da hora do dia,

do solo no desenvolvimento das plantas devido a sua influência sobre as reações

bioquímicas que nelas ocorrem.

A concentração de princípios ativos pode variar em função do momento do

dia em que se procede a coleta, principalmente quando se trata de folhas e flores, as

quais devem ser coletadas nas primeiras horas da manhã, ou após as 16 horas,

evitando-se a coleta após o pôr-do-sol. Colher em período noturno, ao amanhecer

ou em dias chuvosos resulta que as plantas terão muita água e menor concentração

de princípio ativo, dificultando a secagem e acúmulo de fungos.

As plantas não devem ser coletadas em locais próximos de ruas, estradas,

chiqueiros, fábricas, esgotos, postes, beiras de muro e locais sujeitos à

contaminação em geral. É recomendado que se faça a coleta, secagem e

armazenamento em épocas adequadas, garantindo a qualidade do produto.

c) Correto manuseio durante e após a colheita:

Os cuidados que devem ser tomados durante e após a colheita visam

preservar a integridade das partes colhidas para diminuir a perda de princípios

ativos. O mais importante deles é a orientação adequada da mão-de-obra que irá

fazer a colheita. Nas plantas que são colhidas mais de uma vez, não “machucar” as

plantas, para não prejudicar produções futuras. Como a sálvia, a carqueja e o capim-

limão não devem ser cortados rente ao chão; o alecrim colhe-se somente metade do

número de ramos. Estes cuidados permitem que a planta mantenha uma

produtividade regular durante seu período útil.

Devem-se usar ferramentas apropriadas para cada tipo de planta; os

recipientes utilizados para o transporte não devem comprimir e esmagar os tecidos

vegetais.

Após colhido, o material deve ser transportado rapidamente para o local de beneficiamento. Durante a colheita e o transporte, o material deve ser protegido do sol para evitar que comece fermentar, o que acelera o processo de degradação. (CORREA, 1991, p.72)

d) Secagem:

Após a coleta deve proceder-se à limpeza (retirada de insetos, areia, pedras,

teias de aranha, etc.), a lavagem do material e seleção da matéria-prima a ser

secada (separar folhas, flores, caule e raízes).

A secagem de folhas, flores e caules finos deve ser realizada à sombra, em

local ventilado protegido de poeira e do ataque de insetos e outros animais, e

desprovido de umidade. Não podendo amontoar as plantas ou agrupá-las em maços

grandes, para que não dificulte a secagem e o não surgimento de mofo. Cascas e

raízes, secadas ao sol, inteiras, cortadas em tiras ou rodelas finas. Além da

secagem ao natural (sombra, sol), também são utilizadas estufas de ar circulante,

com temperatura máxima de 40°.

e) Armazenamento:

O armazenamento deve ser feito em sacos de papel pardo, fardos, vidros

escuros com boca larga e de tampa de cortiça, ou em pequenas caixas de papelão,

bem fechadas, colocadas em local seco e escuro, arejados e protegidos dos ataques

de insetos, roedores ou poeira. Cada embalagem deve ser devidamente identificada

com o nome da espécie, data e local de coleta. O prazo de validade do material

varia de acordo com a planta, com prazo máximo de 6 meses a 1 ano, depois disso

pode-se perder o princípio ativo da planta.

Plantas com aromas fortes devem ser mantidas separadas. O

reaproveitamento de embalagens é desaconselhado, pois podem provocar misturas

de aromas e contaminação do produto.

2.2.5 Plantas medicinais classificadas por categorias

Em grande número de casos, a eficácia medicamentosa das plantas revela-se

benéfica, embora seja necessário conhecer suas propriedades. Esse conhecimento

implica numa classificação dos vegetais terapêuticos de acordo com sua ação sobre

o organismo doente.

De acordo com Maury (2002), apresenta a classificação por categorias das

plantas medicinais.

a) Plantas estimulantes

Sua ação deve-se, sobretudo aos princípios aromáticos contidos na planta,

que serão utilizados nos estados depressivos. Estes princípios aromáticos agem

efetivamente sobre o sistema nervoso: com a hortelã, o tomilho, o alecrim, o serpão,

o manjericão; ou sobre o sistema digestório: com o funcho e a hortelã.

b) Plantas calmantes

Os elementos que entram na composição das plantas medicinais são capazes

de agir sobre as diferentes zonas do sistema nervoso. Sobre os nervos motores do

sistema muscular, em caso de cãibras ou de contraturas, nos casos de sensação de

dor e de espasmos digestivos, pode-se usar o louro-cereja, a valeriana, a hortelã, a

camomila e a tília. Se for de acalmar uma dor muito aguda, podemos recorrer à

papoula, à passiflora, ao nenúfar. Quanto às plantas que agem como calmante da

tosse, cita-se a papoula e o malvavisco. Em caso de insônia por hiper-excitabilidade

cerebral, pode ser escolhido a cânfora ou o lúpulo.

c) Plantas emolientes

Todas as vezes que se apresentar um estado congestivo ou inflamatório dos

tecidos ou órgãos, pode ser usado a betônica, o malvavisco,a linhaça, para

aplicações no local, ou a malva.

d) Plantas fortificantes

Os efeitos tônicos são obtidos graças à ação de certas plantas de

propriedades adstringentes que deixam um gosto amargo na boca, mas cuja ação

sobre o sistema digestório será fortificante. Cita-se: a losna, o dente-de-leão e a

alcachofra.

O tanino, contido em grande número de vegetais, como os frutos dos

ciprestes, a castanha da Índia e o marmeleiro, age ao mesmo tempo como elemento

de proteção e fator adstringente.

e) Plantas com ação coagulante

Muitos vegetais contêm pectina, substância que tem a propriedade de

aumentar o poder de coagulação do sangue, pode ser encontrado na roseira-brava,

morangueiro, certas urtigas entre outros.

f) Plantas diuréticas

Existe um bom número de plantas que exercem ação favorável sobre o

volume de secreção urinária que se encontra na cerejeira, milho, aspargo e

cavalinha.

g) Plantas sudoríferas

Durante as afecções febris, quase sempre é interessante fazer o doente suar

abundantemente. Para tanto, recorre-se à bardana, à borragem, e ao sabugueiro.

h) Plantas hipotensoras

Pode-se agir sobre o estado de constrição dos vasos sanguíneos, o que se traduz

clinicamente por hipertensão, prescrevendo o espinheiro-alvar, o limoeiro, o visco,

ou o salgueiro.

i) Plantas com função reguladora intestinal

Algumas plantas favorecem o aumento da secreção intestinal, como

acontecem com algumas plantas purgativas, outras plantas, ao contrário, devem ser

utilizadas em caso de diarréia, como a casca de carvalho, a sálvia, etc.

j) Plantas colagogas e coleréticas

As pessoas que sofrem de insuficiência hepática, onde a secreção biliar é

insuficiente e a excreção de bílis parcialmente entravada pela existência de um

obstáculo orgânico (cálculos, depósitos biliares), é indicada: cenoura, chicória,

alecrim, losna, alcachofra e o cardo - marinho.

k) Plantas depurativas

Limpar o sangue e purificar o organismo das toxinas por ele produzidas,

também pode ser tarefa das plantas medicinais, que podem ser escolhidas conforme

ação específica sobre o órgão a ser drenado:

- para o fígado: alcachofra, cenoura ou a selidônea.

- para o sangue: bardana ou genciana amarela.

- para as vias urinárias, infectadas pelo colibacilo e o estafilococo, prescreve-

se a borragem, a malva, o dente-de-leão ou a cavalinha. Se houver ameaça de

cálculos urinários ou de pedras na bexiga, deve-se escolher: bolsa-de-pastor,

milfurada ou verbena.

l) Plantas remineralizantes e reconstituintes

Muitas doenças têm um efeito carencial sobre certo número de sais minerais

cuja presença é indispensável ao metabolismo normal do organismo. Para remediar

sua ausência, pode ser utilizado: aipo silvestre, aveia, chicória, agrião, espinafre,

trigo.

O organismo também pode sofrer a falta de outros elementos reconstituintes.

É o que ocorre nas convalescenças de doenças graves ou de intervenções

cirúrgicas séria, encontramos no aipo, na beterraba, na tâmara, no feno-grego, nas

nozes, etc.

3 Metodologia

Inicialmente realizou-se revisão da literatura para realização e estruturação do

trabalho de implementação com o resgate da importância da medicina popular, com

os alunos de 6ª séries da Escola Estadual “Dr. Chafic Cury” – Ensino Fundamental,

seus familiares, benzedeiros, curandeiros, ou outras pessoas que trabalham com

este tipo de medicina, na cidade de Rio Azul – Paraná.

As turmas escolhidas para desenvolver o projeto, foram: três 6ª séries,

composta por alunos de diversas classes sociais e oriundos da zona urbana e rural,

o que facilitou mais a realização o trabalho proposto. Sendo que, em duas das

turmas escolhidas, foi trabalhado o conteúdo e as atividades propostas (turmas

controle), menos a técnica dos botões e os mapas conceituais, e uma delas, todas

as atividades propostas, inclusive o conteúdo (turma experimental). Tendo esta

diferenciação para se obter formas de comparação entre os métodos aplicados.

As atividades propostas e desenvolvidas foram:

a) montagem e aplicação dos questionários, onde alunos e seus pais

respondem sobre o conhecimento da medicina popular

No primeiro semestre de 2010 foi realizada a pesquisa com pais e alunos,

totalizando a participação de 73 pessoas. Elaborado um questionário com 10

questões, antes de todas as atividades e do desenvolvimento do conteúdo para

obter informações necessárias sobre o conhecimento prévio do uso da medicina

popular. O instrumento mostra-se no Apêndice 1;

b) entrevista com pessoas da comunidade que apresentassem ligações com a

medicina popular (2º semestre de 2010)

Esta entrevista foi elaborada com 10 questões, onde as pessoas que praticam

benzimentos e utilização de plantas medicinais como cura alternativa. Falaram um

pouco da sua prática e os resultados obtidos. O instrumento apresenta-se no

Apêndice 2;

c) montagem e aplicação do pré-teste e pós-teste

O questionário do pré-teste foi elaborado com 10 questões relacionadas à

Medicina Popular, ressaltando-se a diferença entre medicina popular e fitoterápicos,

origem desta medicina, utilidades das plantas, formas de uso, colheita e

conhecimento de algumas plantas medicinais.

Ele foi aplicado nas três 6ª séries, sendo cada questão com valor 1,0 (um

ponto) e ocorreu de forma individual.

O instrumento apresenta-se no Apêndice 3;

d) intervenção

A intervenção ocorreu com três turmas de sexta série, onde duas foram às

turmas controle e uma delas, a turma experimental, em que se aplicou o material

didático, sobre a Medicina Popular.

No segundo semestre de 2010, trabalhou-se o conteúdo sobre a Medicina

Popular, com o intuito de situar o aluno a partir desse organizador prévio e iniciou-se

um primeiro contato do aluno com o instrumento.

A partir do conteúdo abordado, o aluno obteve conhecimento adequado sobre

a utilização da medicina popular, do trabalho das benzedeiras e curandeiras e

interagiu com o conhecimento empírico, através da utilização da TV pendrive, fotos,

mapas conceituais, técnica dos botões, botões, folhas de plantas medicinais, técnica

dos botões com folhas de plantas medicinais, questionários e vídeos.

e) estruturação e aplicação da técnica dos botões

Após a explanação do conteúdo sobre a Medicina Popular, foi proposta aos

alunos da 6ª série “C”, a turma experimental, a Técnica dos Botões, até então

desconhecida por eles.

Formados grupos com quatro alunos cada. Os alunos receberam

primeiramente 10 botões diferentes, para que os mesmos fizessem as análises, de

acordo com instruções direcionadas pelo professor, e apresentação de slides

referente à Técnica. No final das anotações foram distribuídos mais dois botões

diferentes dos demais, para serem feitas novas análises. Depois de realizadas as

anotações de todas as etapas propostas, obtiveram-se os resultados esperados.

Foi sugerido juntamente com os alunos nomes de 10 plantas medicinais para

ser aplicada a Técnica dos Botões, fazendo análises e anotações, de acordo com

instruções fornecidas e apresentação de slides sobre a Técnica aplicada com as

plantas. No final optou-se por duas novas plantas medicinais, onde os alunos

puderam realmente comprovar a identificação e posterior classificação e importância

das plantas medicinais.

f) coleta de material em campo, para identificação de algumas plantas mais

utilizadas

Foi sugerida juntamente com os alunos nomes de 10 plantas medicinais para

ser aplicada a Técnica dos Botões, fazendo análises e anotações, de acordo com

instruções fornecidas. No final optou-se por duas novas plantas medicinais, onde os

alunos puderam realmente comprovar a identificação e posterior classificação das

plantas medicinais.

g) montagem e abordagem do conteúdo proposto, com os mapas conceituais

Através de slides de Mapas Conceituais (Apêndice 4, 5, 6, e 7), os alunos

tiveram um contato mais real no desenvolvimento do conteúdo proposto, fazendo

uma integração deste, com o estudo socializado neste contexto.

No desenvolvimento do conteúdo da Medicina Popular, os Mapas Conceituais

foram utilizados pelos alunos, para relacionar conceitos sobre as plantas medicinais,

dando novos significados, facilitando o entendimento do conteúdo proposto, com

elementos extraídos de observações e anotações realizadas a partir da Técnica dos

Botões.

h) registro de atividades realizadas com os alunos

Através da exposição do conteúdo, com apresentação de slides do conteúdo

proposto, os alunos fizeram anotações das observações em seus cadernos, para

utilização futura desses registros. Na seqüência houve instruções e apresentação de

slides da Técnica dos Botões, onde os alunos dispostos em grupos com 4 elementos

cada, puderam aplicar a referida técnica, utilizando primeiramente os botões e após

substituídos por folhas de plantas medicinais. Finalizando os trabalhos, houve a

apresentação de slides de Mapas Conceituais elaborados pela professora, seguido

de abordagem expositiva sobre o tema, para que os alunos aplicassem a técnica, a

partir dos conhecimentos previamente adquiridos.

i) aplicação do pós-teste com perguntas relacionadas à medicina popular

Após o término da intervenção aplicou-se um pós-teste, nas turmas controle e

experimental, com as mesmas características do pré-teste, com o objetivo de

observar se houve ou não evolução do aprendizado durante o processo.

j) quadros de acordo com dados levantados

Após análise dos questionários e entrevistas, optaram-se pela elaboração de

quadros comparativos dos resultados obtidos, através de linhas e colunas, nomes de

plantas, doenças, tempo de trabalho dos benzedores e curandores, destacando

porcentagens desta amostragem.

k) organização e análise dos dados coletados

Através de quadros demonstrativos, descrições, comentários e comparações

sobre os argumentos comuns citados pelos entrevistados, dos questionários

respondidos.

l) estruturação do relatório

Após elaboração das análises dos trabalhos desenvolvidos, ocorreu a

estruturação do relatório final, como complemento do referente artigo.

4 Resultados e discussões 4.1 Pesquisa com pais e alunos

Na pesquisa com pais e alunos (item “a” da Metodologia), obteve-se a

participação de 73 pessoas, que puderam expressar seus conhecimentos referentes

à Medicina Popular, enriquecendo o desenvolvimento das atividades propostas no

projeto.

De acordo com as respostas foram conseguidos os seguintes resultados.

1) Pessoas que acreditam em benzedeiras?

Com base, na opinião de cada entrevistado, observou-se que a crença ou não

em benzedeiras varia de acordo com a cura adquirida ou experiência vivida, sendo

que, 51,69% responderam que acreditam em benzedeiras e 19,26%, não acreditam

ou não quiseram se manifestar. De acordo com as respostas, tivemos o seguinte

resultado, destacando a seguir. 15 dos entrevistados responderam: “Porque

conhecemos muitas pessoas que foram curadas através dos benzimentos e

remédios caseiros”. E2: “Porque muitas vezes que precisamos, as benzedeiras nos

ajudaram muito”. E3: “Acredito em medicina alternativa, bioenergética porque muitas

doenças são curadas”. 7 dos entrevistados, disseram “Acredito, pois algumas

pessoas apresentam o dom da cura. E17: “Eu acredito porque quando eu tenho

medo ou alguma outra coisa levo minha roupa para benzedeira”. E18: “Sim. Porque

já levei meus filhos para benzer cobreiro, machucadura e teve resultado”. E19: “Não

acredito, mas não duvido, porque no passado as pessoas, não tinham acesso ao

médico, então recorriam as benzedeiras e aos chás”. E24: “Sim. Porque é um

costume dos antigos da família, porém nos dias de hoje nossa família procura os

médicos e as novas tecnologias, como exames”. E26 e E27: “Sim, porque é uma

pessoa que é mais forte de fé e tem mais conhecimento de remédio caseiro”. E30:

“Sim, porque faz bem e tem um efeito quase imediato”.

Percebe-se no contexto geral das respostas que a crença está relacionada na

fé em Deus e na sua vontade de ser curada dos males que as afligem. A maioria das

pessoas procura ajuda, daquelas que usam do conhecimento popular no cotidiano,

mas que de certa forma essas práticas empíricas, estão indiretamente relacionadas

com o conhecimento científico.

Dentre os saberes sociais, os conhecimentos científicos e os do cotidiano “se mostram como campos que se inter-relacionam” (LOPES, 1999, p.104)... O conhecimento cotidiano tem origem empírica e é a soma dos conhecimentos sobre a realidade produzida na cotidianeidade. ( PARANÁ, 2008, p.59)

2) Conhece alguma benzedeira ou curandeira que tenha ajudado alguém da

família?

De acordo com os entrevistados, observou-se que 64,38% dos conhecem

benzedeiras ou curandeiras e, 27,39% não têm conhecimentos sobre elas. Esta

resposta corrobora a anterior, na socialização dos conhecimentos populares e

cotidianos.

3) Usa algum tipo de planta medicinal para aliviar alguma dor ou outro

sintoma? Que planta (s) é (são) essa (s)?

Em relação aos 73 entrevistados, observou-se que, é grande a utilização de

plantas medicinais para aliviar dores ou males que os afetam. Mesmo assim 2 dos

entrevistados se manifestaram em não fazer uso de plantas.

Apresenta-se no Quadro 1 tipos de plantas e percentuais de preferência dos

entrevistados.

MANJERONA: 6,84% HORTELÃ: 57,53% BOLDO: 38,35%

CÂNFORA: 2,73%

ARRUDA: 5,47%

SALVÍNIA: 2,73%

FLOR DE LARANJEIRA: 2,73%

CAPIM LIMÃO: 17,80%

CAMOMILA: 31,50%

ALHO: 1,36%

GENGIBRE: 1,36%

TANSAGEM: 6,84%

PULMONÁRIA:4,10% SEMPRE VIVA: 1,36%

QUEBRA PEDRA: 5,47%

ERVA DOCE: 16,43%

CHAPÉU DE COURO: 5,47%

CALÊNDULA: 2,73%

PONTO ALÍVIO: 4,10%

MALVA: 5,47% FOLHA DE MIMOSA: 1,36%

ALCACHOFRA: 5,47%

NOVALGINA: 5,47%

GUACO: 12,32%

MENTRUZ: 1,36%

ESPINHEIRA SANTA: 6,84%

POEJO: 4,10%

ERVA CIDREIRA: 13,69%

MARCELA: 4,10%

ALECRIM: 8,24%

FOLHA DE ABACATE: 1,36%

PERPÉTUA:1,36%

CAMBARÁ: 1,36%

GERVÃO: 1,36%

ENDRO: 9,58% LOSNA: 9,58%

PAU AMARGO: 4,10%

PAU DE ANDRADE: 2,73%

SALSINHA: 4,10%

EUCALIPTO: 5,47%

BABOSA: 2,73%

BÁLSAMO: 1,36%

QUINA: 1,36%

RUBIM: 1,36%

FIGATIL: 1,36%

CAPUCHINHA:4,10% AVENCA: 6,84% MARGARIDA: 2,73%

Quadro 1: Tipos de plantas e percentuais de preferência dos entrevistados

Dentre as plantas citadas pelos entrevistados, são comuns para uso de

muitas pessoas, vindo desde a antiguidade até nossos dias, trazendo benefícios à

população, curando os males, sendo adquiridas através de um baixo custo e sendo

acessível à classe mais pobre.

4) Para que tipos de males essas plantas são usados?

As plantas citadas no Quadro 1, são utilizadas para curar várias doenças. De

acordo com entrevistados, as doenças mais comuns, estão presentes no Quadro 2.

Nota-se que as plantas medicinais são utilizadas em grande número para dor

de cabeça, dor de barriga, calmante, lombrigueiro e gripe, já para outros males, são

utilizadas, mas em menor porcentagem, devido ao fato de pouco conhecimento

sobre elas. Destaca-se apenas 2 entrevistados que não utilizam plantas medicinais.

DOR DE CABEÇA: 13,6% ENJÔO: 1,3% RESFRIADOS: 2,7% SISTEMA NERVOSO: 8,2%

DORES NO CORPO: 5,4%

VÔMITOS: 1,3% DOR DE OUVIDO: 1,3% GASTRITE: 1,3% RINS: 5,4% PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS: 2,7%

PROBLEMAS DIGESTIVOS: 8,2%

FERIDAS: 1,3% SINUSITE: 1,3% RESFRIADO: 1,3% DOR DE BARRIGA: 32,8%

FÍGADO: 9,5% ESTÔMAGO: 42,4% MÁ DIGESTÃO: 5,4% INSÔNIA: 1,3% DORES MUSCULARES: 1,3%

MAL ESTAR: 5,4% FEBRE: 6,8% BEXIGA: 5,4% CÓLICAS: 6,8% CICATRIZANTE: 1,3%

CALMANTE: 27,3% HEMORRÓIDA: 1,3% MACHUCADURAS: 2,7% DOR DE GARGANTA: 2,7%

TOSSE: 8,2%

LOMBRIGUEIRO: 15% ALERGIA: 1,3% QUEIMADURAS: 1,3% GRIPE: 10,9% INTESTINO: 2,7%

INFECÇÕES: 4,1% PRESSÃO ALTA: 4,1% AZIA: 4,1% COLUNA: 2,7% CORAÇÃO: 1,3%

Quadro 2: doenças comumente curadas com plantas medicinais

5) Cultiva plantas medicinais em casa? Qual o nome delas?

Dos 73 entrevistados, somente 6 não cultivam plantas medicinais,

correspondendo a 8,2%, os demais entrevistados cultivam uma ou mais espécies de

plantas, as quais são utilizadas pela família ou vizinhos.

Nota-se no Quadro 3 as plantas medicinais mais cultivadas na casa dos pais

dos alunos.

HORTELÃ: 63%

ERVA DOCE: 20%

POEJO: 5,4%

CIDRÓ: 1,3%

ARTEMÍSIA: 1,3%

CHAPÉU DE COURO: 2,7%

ALECRIM: 9,5%

GERVÃO: 1,3%

PULMONÁRIA: 2,7% CALÊNDULA: 5,4%

TANSAGEM: 2,7%

ROSA BRANCA: 1,3%

MELISSA: 4,1%

MANJERONA: 17,8%

ENDRO: 12,3%

NEVRALGINA: 2,7%

CAPUCHINHA: 1,3%

ALFAVACA: 1,3%

CAMOMILA: 23,2%

MARGARIDA: 1,3%

ALCACHOFRA: 2,7% SALSINHA: 4,1%

MANJERICÃO: 1,3%

CÂNFORA: 2,7%

SALVÍNIA: 2,7%

EUACALIPTO: 6,8%

ERVA CIDREIRA: 15%

ANADOR: 1,3%

PONTO ALÍVIO: 3%

BOLDO: 27,3%

GENGIBRE: 1,3%

BÁLSAMO: 1,3%

ESPINHEIRA SANTA: 13,6%

CAPIM LIMÃO: 20%

BABOSA: 4,1%

BÁLSAMO: 1,3% PFÁFIA: 1,3%

ERVA SANTA MARIA: 1,3% LOSNA: 8,2%

GENGIBRE: 1,3%

ARRUDA: 5,4%

GUACO: 6,8%

MARCELA: 4,1%

QUEBRA PEDRA: 6,8%

MALVA: 2,7%

Quadro 3: plantas medicinais comumente cultivadas em casa de pais e alunos

Observa-se com o Quadro 3, a maior quantidade de plantas medicinais

cultivadas pelos entrevistados, são: hortelã, boldo, endro, camomila, capim limão,

erva doce, guaco, e erva cidreira.

Comparando ao Quadro 1, estas são as plantas que também são utilizadas

para curar as doenças, portanto conclui-se que o uso de plantas medicinais é muito

comum na comunidade rioazulense.

6) Que conhecimentos têm sobre plantas medicinais? Dentre os entrevistados, 34,2%, tem conhecimentos sobre as plantas

medicinais, 16,4% não tem nenhum conhecimento e 20%, apresentam pouco

conhecimento.

Abordando a questão, pôde-se perceber nas explicações dadas pelos

entrevistados que diferencia muito o conceito sobre o conhecimento ou não das

plantas medicinais, conforme os exemplos a seguir:

O E1, E2 e E5 diz que “Conheço muito pouco sobre o assunto, mas confio

muito em quem as receita”. E4 “Muito pouco por isso sempre faço uso de um livro

(de A a Z)”. E33 “Que de maneira certa usada as plantas curam até doenças

graves”. E6, E9, E13, E23, E34 e E35 “Conhecimento que vem dos mais velhos”. E7

“Que não pode tomar nenhum tipo de medicamentos mesmo que seja natural sem

conhecer para que serve”. E15 “Ouvindo meus pais e avós orientarem a usar”. E16 e

E30 “Que são importantes para nossa saúde”. E19 e E20 “Curam pequenos

sintomas”. E24 “Que desde os tempos de meus bisavôs, eles não tinham acesso

aos médicos por isso utilizavam plantas medicinais e muitas delas receitados por

benzedeiras”. E36 “O único conhecimento que temos que são eficazes e que a cura

está na natureza”. E37 “Algumas plantas fazem bem à saúde”. E38 “Não tenho

conhecimentos, pois tudo passa de geração para geração e vem dos ensinamentos

dos mais idosos”. E39 “Já ouvi falar muito delas, acho que precisamos usar

algumas, principalmente as já conhecidas cientificamente”.

De fato percebe-se um distanciamento sobre as plantas, sem a presença do

conhecimento científico.

7) Os chás utilizados trazem algum tipo de melhoria, quais?

2,7% dizem que não obtiveram nenhuma melhora na sua utilização. Para a

grande maioria dos pais, as plantas medicinais trazem algum tipo de melhora, como

por exemplo: trazem melhoras:4,1%; melhora a gripe: 4,1%; acalmam as dores:

42,4%; dor de estômago: 6,8%; derruba os vermes: 1,3%; aliviam os sintomas:

6,8%; intoxicação alimentar: 1,3%; infecção de garganta: 2,7%; tosse: 4,1%; chegam

a curar enfermidades: 1,3%; melhorar dor de cabeça: 8,2%; melhora o stresse:

1,3%; dor de barriga: 4,1%; vômito: 1,3%; calmante: 15%; má digestão: 5,4%;

cólicas: 2,7%; febre: 4,1%; dor de ouvido: 1,3%; bexiga: 1,3%; infecções: 2,7%;

bem-estar: 2,3% e mal estar: 6,8%. 2,7% dizem que não obtiveram nenhuma

melhora na sua utilização.

Nota-se que os chás utilizados, trazem melhoras para uma grande variedade

de enfermidades, como em destaque temos: dor de estômago, dor de barriga,

calmante, acalmam as dores, entre outras doenças citadas, mas com menor

incidência.

8) Tem algum livro sobre plantas medicinais, e é através desse

conhecimento que as utiliza?

23,2% apresentam conhecimentos e 72,6% não apresentam conhecimentos,

através de livros, revistas, ou conhecimentos empíricos, como: E7 e E10 “Medicina

alternativa de A a Z”. E24 “Vemos jornais na TV, temos revistas”. E16 e E20 “Cura-

se com remédios caseiros de Jaime Brüning”. E22, E32, E33 e E34 “Não temos

livros, mas aprendemos com os mais idosos”. E21 “Sim através da bionergia”. E28

“Só utilizo as plantas que eu sei pra que ela serve”.

Devido ao fato da maioria não apresentar conhecimentos adequados sobre a

Medicina Popular, mesmo assim as utilizam, apresentando uma crença e a tradição

das gerações que tais plantas trazem curas de diversas enfermidades, ajudando as

pessoas a possuírem uma qualidade de vida e saúde melhores.

9) Alguém da família tem o dom de benzer? Quem? (parente: pai, mãe, avô,

avó, tio, tia)

Muitas práticas do uso das plantas medicinas são de conhecimento empírico,

herdado da tradição de várias gerações, sendo que em algumas famílias ainda

cultuam esta cura milenar. Portanto, na atividade elaborada, 27,3% constou algum

membro da família tem o dom do benzimento, como: 15% - avó; 1,3% - sogro; 4,1%

- tia; 1,3% - primo; 2,7% - avô; 1,3% - pai; 2,7% - bisavô, já 71,2% não tem nenhum

membro da família que benze.

Nota-se que os conhecimentos são herdados a partir de membros da própria

família.

10) Das plantas que seguem abaixo, quais delas são mais utilizadas em sua

casa?

De acordo com a proposta da entrevista, foram enumeradas 16 plantas, mas

os entrevistados tiveram a liberdade de citar outras plantas, tantas quantas são

utilizadas em sua casa.

Observa-se no Quadro 4, a variedade de plantas que são utilizadas e a

quantidade de pessoas que servem dos seus benefícios.

De acordo com resultados obtidos nesta última questão, notam-se quais

plantas são mais utilizadas nas diversas maneiras, por nossas famílias, para

encontrar melhora para as mais variadas enfermidades que afetam os lares.

Dentre as plantas mais consumidas pode-se citar que em maior consumo,

encontra-se a hortelã, seguida por camomila, boldo, endro, e tantas outras plantas

citadas no Quadro 4.

CAMOMILA: 75,3% HORTELÃ: 89% ENDRO: 67,1% ESPINHEIRA SANTA: 41%

BOLDO: 69,8%

CHAPÉU DE COURO: 6,8% SEMPRE VIVA: 5,4% ERVA DOCE: 63% CALÊNDULA: 19,1% GUACO: 39,7%

LOSNA: 26% CAPIM LIMÃO: 60,2% ERVA CIDREIRA: 49,3%

EUCALIPTO: 45,2% MANJERONA: 52%

QUEBRA PEDRA: 38,3% SÁLVIA: 19,1% ROSA BRANCA: 1,3% PULMONÁRIA: 4,1% TANSAGEM: 9,5%

CAPICHINHA: 1,3% GUINÉ: 5,4% BABOSA: 4,1% GERVÃO: 2,7% ALHO: 1,3%

ALFAVACA: 1,3% MELISSA: 1,3% CÂNFORA: 1,3% ALCACHOFRA: 5,4% ALECRIM: 8,2%

PONTO ALÍVIO: 1,3% ALFACE: 1,3% CATINGA DE MULATA: 2,7%

ARRUDA: 6,8% NEVRALGINA: 6,8%

PAU DE ANDRADE: 4,1% ARTEMÍSIA: 1,3% CÂNFORA; 4,1% MARCELA: 2,7% FOLHA DE ABACATE: 1,3%

CABELO DE MILHO: 2,7% POEJO: 2,7% GENGIBRE: 1,3% SALSINHA: 2,7% CIDRÓ: 1,3%

MENTRUZ: 4,1% CARQUEJA; 2,7% PAU AMARGO: 4,1% BÁLSAMO: 4,1% SABUGUEIRO: 1,3%

ALEVANTE: 1,3% MILOME: 1,3% CAMBARÁ: 4,1% FOLHA DE LARANJEIRA: 2,7%

Quadro 4: variedade de plantas que são utilizadas e a quantidade de pessoas que servem dos seus benefícios.

Com base nas respostas, o consumo de plantas medicinais, e o ato de

benzimentos vêm sendo seguido a partir de diversas gerações, e as futuras

gerações levarão por muitos anos esses conhecimentos. A base da fé, nessas

pessoas, vem da crença em Deus.

Na seqüência, optou-se por uma entrevista feita com algumas pessoas da

comunidade que apresentam o dom do benzimento ou do curandeirismo, para

ajudar pessoas que acreditam e as procuram para encontrar o dom da cura.

4.2 Pesquisa dos benzedores

Esta pesquisa visou envolver a comunidade, através de sua experiência

vivenciada através de benzimentos e curas, provocando curiosidades e fazendo com

que os alunos adquiram mais conhecimentos, pois suas respostas trouxeram muita

importância no decorrer dos trabalhos desenvolvidos em sala de aula, enriquecendo

mais os conteúdos para os nossos alunos.

1) Há quanto tempo trabalha com benzimentos?

Podemos observar que o tempo de experiência dos benzedores varia desde 2

a 70 anos, conforme Quadro 5.

De acordo com o tempo de experiências vividas por essas pessoas, o

conhecimento que trazem fica muito aguçado, e a procura aumenta cada vez mais.

1- 12 anos

2- 33 anos 3- Mais de 40 anos

4- ------- 5- 6 anos

6- 20 anos

7- 60 anos 8- 40 anos 9- 10 anos 10- 30 anos

11- 30 anos

12- 2 anos 13- 7 anos 14- 70 anos 15- 50 anos

16- 8 anos

17- 20 anos 18- 15 anos 19- 2 anos 20- 17 anos

21- 20 anos

Quadro 5: tempo de trabalho dos entrevistados

2) Com quem aprendeu a trabalhar com benzimentos ou outro tipo de cura?

A técnica do benzimento é muito antiga, que seguiu e seguirá durante

gerações. O ser humano procura além da medicina alternativa, outras medicinas

para a cura das enfermidades, e é através de benzimentos que encontram o

caminho para cura dos males.

EC1 “Aprendi com fitoterapia e com as plantas; reiki; massagem; foram feitos

vários cursos; benzimento foi passado pela mãe (falecida)”. O EC7 e EC13 “Aprendi

sozinho”. EC9 “Aprendi bioenergia com um amigo”. EC10 e E18“Vizinha”. EC12

“Aprendi num livro”. 15 dos entrevistados responderam que adquiriram

conhecimentos sobre benzimentos, através de algum membro da família, seja mãe,

avô, avó, tio, tia, ou outro grau de parentesco.

Observa-se, portanto que realmente esse conhecimento é passado através

das gerações.

3) Alguém da família trabalhou ou trabalha com benzimentos? (mãe, pai,

tio,tia, avó, avô, outra pessoa) durante quanto tempo esta pessoa trabalha ou

trabalhou com benzimentos?

A partir das respostas, dos entrevistados, nota-se o tempo que cada pessoa

trabalhou ou trabalha com essa técnica, variando de acordo com a idade em que

aprendeu ou começou a despertar curiosidades, e a desenvolver a referida prática.

Obteve-se: EC1 “Sim, a avó 40 anos e a mãe mais de 20 anos”. EC2 “Filho mais

velho”. EC3 “Mais de 40 anos” EC4, EC6 “Durante toda a vida dela”, EC12 “Trabalha

dois anos”, consta a presença da avó. EC5 “Avó e mãe”, EC15 “Mãe e avó,

trabalharam cerca de 50 a 60 anos”. EC7 “Mãe e pai”. EC8, 9, 10, 11,13 não costa

ninguém da família como benzedor. EC14 “Mãe” e EC19 “Mãe durante 15 anos”.

EC16 “Pai pouco tempo”. EC17 “Avô trabalhou pouco tempo e passou para o pai”.

EC18 “Avó, tia e a mãe”. EC20 “Avó e tio”. EC21 “Avó e tia”.

Observa-se que algumas pessoas trabalharam durante muitos anos de sua

vida fazendo o bem, através dos benzimentos, e a cultura maior vem a partir do

conhecimento das avós.

4) Porque começou a trabalhar com os benzimentos e a usar as plantas

medicinais?

O motivo que levou essas pessoas a seguir os ensinamentos de seus

antepassados variou muito, como pode ser presenciado no relato dos entrevistados.

EC1 “As ervas, comecei a utilizar para enfermidade e vi que deu resultado e

resolvi aprofundar os conhecimentos para aprimorar o trabalho, também com

energia da cromoterapia”. EC2 “Porque é necessário passar para outra pessoa”.

EC3 “Para ajudar as pessoas, porque não tinham médicos perto dos vilarejos”. EC4,

EC7 não comentaram. EC5 e EC8 “Porque ajuda as pessoas que a procuram,

principalmente crianças”. EC6 “Porque quando a avó quis passar as curas dela para

mim, eu aceitei pra não dizer não e com o passar do tempo vendo o bem que fazia

às pessoas, resolvi continuar”. EC9 “Porque me tratava e achei interessante e

comecei a fazer cursos”. EC10 e EC12 “Para fazer o bem ao próximo”. EC11 “Visar

lucro”. EC13 e EC20 “Para ajudar as pessoas”. EC14 “Por causa de seus estudos, e

dos livros que a família tinha”. EC15 “Porque em alguns dias que a mãe não estava,

eu fazia em seu lugar o benzimento”. EC16 “Porque o pai estava muito mal de saúde

e passou esse ensinamento (massagem)”. EC17 “Porque minha sogra estava idosa

e resolveu passar esse ensinamento”. EC18 “Porque a minha vizinha quis me

ensinar e eu aceitei”. EC19 “Porque já vem de família há anos e para ajudar as

pessoas. EC21 “Porque era no interior e era longe de hospitais”.

Com base nos relatos, observa-se que o motivo que os levou a praticar os

benzimentos, ou foram por causa de idade avançada das pessoas que passaram a

técnica; por ver o bem nas pessoas; falta de médicos, aonde a prática do

benzimento vai somando forças, para ajudar aos que necessitam.

5) Para que tipos de males são usados os benzimentos?

Os males que afligem as pessoas são inúmeros, e os benzedores e

curandores estão prontos para ajudar a quem os procuram, como nota-se no

resultado da pesquisa.

EC1 “Para a cura física e energética de todo o ser vivo”. EC2 “Verrugas,

dores em geral”. EC3 “Dores, bichas, ar, susto, rendiduras”. EC4 “Dor de dente e

bicha”. EC5 “Bronquite, bichas, feridas na boca, sustos, quebrante, machucaduras”.

EC6 “Para curar cobreiros, sapinhos e machucaduras”. EC7 não se manifestou. EC8

“Susto, falta de sono, mal estar, mau olhado”. EC9 “Para todos os tipos de doenças”.

EC10 “Susto, ar nos olhos”. EC11 e EC16 “melhorar as dores”. EC12 “Para tirar

mordida de aranha, de cobra, dor nas costas”. EC13 “Dor de dente, cura de ar, de

bichas”. EC14 “Bicha, sapinho, ar, cobreiro”. EC15 “Dor de cabeça, de ouvido, dor

de barriga, ar, dor de dente, gripe, coração, nervos”. EC17 “Cobreiro, rendidura”.

EC18 “Para o bem”. EC19 “Queimar ar do corpo”. EC20 “Quebrantes, sustos, cólicas

de nenê, machucaduras”. EC21 “Bicha e ar”.

É através desses benzimentos e da fé que as pessoas encontram melhorias

para os males. Conforme entrevista com os pais, foi relatado que o uso de plantas

medicinais ajudam a curar muitas doenças e enfermidades.

6) Pode dizer alguma das orações que usa para os benzimentos? (se puder

falar, não é obrigado)

São várias as maneiras que cada benzedor ou curandor realiza seus

benzimentos, mas nem todos podem citar as orações que realizam, por motivo de

respeito e sigilo, da maneira que lhes foi passado, assim continuará seguindo.

Alguns dos entrevistados já mencionaram a maneira de como são realizadas as

orações e benzimentos.

EC1 “Primeiro invoca-se a Deus e o merecimento da pessoa, e em seguida

faz-se uma oração de Pai Nosso, Ave Maria ou Santo Anjo, dependendo da

ocasião”. EC2, EC3, EC6, EC11, EC12, EC15 e EC17 não podem citar as orações.

EC4 “Sim, rezo um Pai Nosso e três Ave Maria e três Salve Rainha; o segredo é a

sua fé em rezar”. EC5 “São várias”. EC7 “Nome da Santíssima Trindade”. EC8

“Orações normais que aprendi ainda criança”. EC9 e EC16 não usam orações. EC10

“Ave Maria, Pai Nosso”. EC13 “Pai Nosso, Creio em Deus, Salve Rainha”. EC14

“São várias”. EC18 “Salve rainha e peço a Nossa Senhora, que sejam curados”.

EC19 “O Creio em Deus”. EC20 “Não porque é um segredo passado somente para

quem tem o dom de curar”. EC21 “Chamar o nome do santo e rezar 3 Ave Maria”.

Nota-se que nas citações acima, as orações mencionadas são direcionadas a

algum santo, orações diárias, invocando sempre o nome de Deus, e alguns

entrevistados não puderam mencionar suas orações ou não as utilizam.

7) De acordo com tantos benzimentos realizados, o que mais lhe chamou a

atenção?

Os benzimentos são inúmeros para cada entrevistado, os casos são tantos,

mas o que mais chamou a atenção de cada um segue.

EC1 “São inúmeros os casos. Teve um caso onde a pessoa chegou passando

mal, foi benzida. Durante a noite teve um suador muito grande acompanhado de

diarréia. Até o meio dia do outro dia estava passando bem”. EC2 “De uma menina

de São Paulo que comia sabonete”. EC3 “Benzimento de ar nos olhos”. EC4

“Mandei uma menina pegar um ramo verde para eu por na água para ela fazer

bochecho com água e quando voltou, não tinha mais dor. No outro dia ela veio com

4 crianças dizendo que tinha dor de dente”. EC5 “São vários”. EC6 “Fazer a cura

para as crianças”. EC7 “Agradecimentos”. EC8 “Uma criança que estava muito

doente não saia do colo da mãe e após a oração saiu brincar”. EC9, EC10, EC11,

EC13, EC14, EC15 e EC21 não se manifestaram. EC12 “Quando eu curei meu neto

de mordida de cobra”. EC16 “Muitas pessoas vem em minha casa e eu faço a

massagem e ele saiu melhor”. EC17 “Os indicados pois quem acredita, se tem a

cura”. EC18 “Quando corto as bichas que as crianças tem, começam a comer e

ficam calmas”. EC19 “Quando chegava crianças de colo chorando, e após o

benzimento saiam alegres ou dormindo”. EC20 “Todos que melhoram, são especiais

e chamam a atenção”.

Nota-se que em cada caso citado, obtiveram-se resultados positivos,

comprovando de acordo com as respostas citadas pelos pais, observaram-se as

melhorias realizadas, em diversas enfermidades, pelos benzedores e curandores.

8) Quais plantas medicinais são mais indicadas, como forma de tratamento

para seus pacientes?

As plantas medicinais mais utilizadas pelos benzedores e curandores variam

conforme a enfermidade do paciente.

De acordo com a proposta da entrevista, foram enumeradas 16 plantas, mas

os entrevistados tiveram a liberdade de citar outras plantas, tantas quantas são

indicadas em seus benzimentos.

CAMOMILA: 52,38% HORTELÃ: 28,57% ESPINHEIRA SANTA: 52,38%

BOLDO: 47,61% SEMPRE-VIVA: 28,57%

ERVA-DOCE: 52,38% CALÊNDULA: 23,80% GUACO: 38,09% CAPIM-LIMÃO: 33,33% ERVA-CIDREIRA: 42,85%

EUCALIPTO: 33,33% LOSNA: 38,09%

MANJERONA: 33,33% QUEBRA-PEDRA: 47,61% SÁLVIA: 28,57%

ENDRO: 52,38%

RAMOS VERDES: 4,76% ARRUDA: 19,04% MELISSA: 9,52% ALECRIM: 19,04%

FOLHA DE AMEIXA: 4,76% CAVALINHA: 9,52% GUINÉ: 9,52% VIOLETA: 9,52% CATINGA DE MULATA: 4,76%

POEJO: 9,52% MARCELA: 9,52% SANTA MARIA: 9,52% TANSAGEM: 9,52% PERPÉTUA: 9,52%

CASCA DE GUAVIROVA: 9,52%

CASCA DE CEDRO: 9,52% ARTEMISIA: 9,52% PIMENTA: 4,76%

Quadro 6: Plantas medicinais mais utilizadas por benzedores e curandores

A variedade de plantas medicinais receitadas pelos benzedores ocorre devido

à finalidade para que estejam sendo usada.

De acordo com o quadro 5, e o quadro 7, nota-se que as pessoas que

procuram os serviços prestados pelos benzedores, utilizam realmente as plantas

medicinais indicadas por eles, para melhoria das doenças.

4.3 Pré e Pós- teste da implementação

Ao iniciar os trabalhos em sala de aula, foi proposto um pré-teste, contendo

questões relacionadas à medicina popular, permitindo ao professor

questionamentos, ajudando na comparação dos conceitos trazidos pelos alunos e a

evolução conceitual no decorrer do processo ensino aprendizagem.

Pôde-se observar a dificuldade encontrada pelos alunos no pré-teste,

referente, principalmente, às questões 1, 4 e 9.

Em relação à questão 1 (O que é medicina popular?), vários alunos não

responderam a questão, ou deram como resposta: o aluno 28C diz: “ É a utilização

de plantas para uso próprio o que é utilizada por muitas pessoas”; aluna 1C: “Modo

de ajudar as pessoas com plantas medicinais, sempre cura sei disso porque já fui

contemplada com estas curas”; aluna 20C “Não sei o que é medicina popular”; aluna

29B “São remédios caseiros que o povo usa para várias coisas”; aluno 7B “Medicina

popular são ervas medicinais que ajudam as pessoas a ficar boas”; aluna 2A “O

nome já diz medicina popular, medicina da população”; aluna 27A “É a cura,

utilizando as plantas medicinais”.

Através das definições, observou-se que alguns alunos apresentam um pouco

de conhecimentos sobre a medicina popular.

De acordo com a questão 4 (O que são fitoterápicos?), não responderam, não

sabiam, ou citaram: aluno 19C “Um tipo de medicina mais especializada nos dias de

hoje”; aluno 10B “São remédios para fisioterapia”; aluno 23A “São plantas que são

usadas para fazer terapias”.

Muitos alunos não apresentaram conhecimento algum sobre fitoterápicos,

portanto a maioria não respondeu esta questão.

Referente à questão 9 (Origem da medicina popular? Que povos trouxeram

para o Brasil esta medicina?), alguns alunos citaram que foram os índios, os

antepassados, ou não responderam a questão, mas alguns destacaram: aluna 18A

“Ouvi falar que os índios trouxeram e convivem até hoje”; aluno 7B “Os africanos”;

aluno 6B “Não. Portugueses ou os índios”; aluna 23C “Eu ouvi falar que são os

índios porque eles não tem medicamentos, então eles usam as plantas”; aluna 25C

“A origem veio de Portugal, trazida pelos colonizadores”; aluno 32C “Índios,

espanhóis e africanos trouxeram junto a sua cultura medicinal”.

De acordo com os alunos, no pré-teste, estas foram às questões mais difíceis

para serem respondidas.

Referente ao pós-teste as respostas nas mesmas questões 1,4 e 9, foram

mais satisfatórias. Em relação à questão 1 (O que é medicina popular?), o aluno

22C disse: “É uma tradição que vem de geração a geração, auxilia no tratamento da

população, o tratamento é feito com plantas medicinais”; aluna 1C “É a maneira de

se curar as pessoas com plantas medicinais”; aluno 27B “É a cura através de

plantas medicinais que as pessoas tem em casa”; aluna 32A “É o uso de plantas ou

partes delas para curar doenças”. Observou-se um melhor entendimento sobre a

medicina popular.

Referente à questão 4 (O que são fitoterápicos?) algumas respostas: alunos

18A, 32A, 28B, 22C “Utiliza a planta ou parte delas, industrializada para obter um

medicamento”; 10 alunos da turma C, responderam: “São medicamentos feitos de

estratos de plantas cujos princípios ativos não foram purificados”.

De acordo com as respostas, os alunos da 6ª C, souberam melhor definir

fitoterápicos.

Com referência à questão 9 (Origem da medicina popular? Que povos

trouxeram para o Brasil esta medicina?), nas respostas das três turmas, notou-se

que a maioria dos alunos respondeu que a “Origem da medicina popular, ocorreu

pelos egípcios, mas no Brasil, foram os índios os primeiros povos, e posteriormente

veio através dos portugueses e africanos, que aqui chegaram”.

Para melhor demonstração dos resultados obtidos foram construídos quadros

com as notas conquistadas pelos alunos nas três turmas, as controle (6ªA e 6ªB) e a

experimental (6ªC). Ocorreu formulação das médias dessas turmas, permitindo

dados estatísticos dos resultados adquiridos, mesmo na ausência de alguns alunos,

na realização do pré-teste ou do pós-teste.

O Quadro 7 fornece resultados do pré e pós-teste na 6ª série A, turma

controle.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Pré-

teste

5,5 4,5 5,5 5

4 3 5

4,5 4,5 3 3 5

6 4 4 6 4,5

Pós-

teste

9,5 8,5 6,7 8 9 6,5 6 6,5 7 6 6 9,5 8 7 4,5 7,5 8,5

18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34

Pré-

teste

6 3,5 3 4,5 3 6,5 5

6 4,5 4 3 - 6 - 4,5 4 3,5

Pós-

teste

8,5 7,5 - 6,5 5,5 9,5 6 8,5 8,5 7,5 4,5 3 8,5 7,5 8,5 6 5,5

Quadro 7: resultados do pré-teste e pós-teste na 6ª série A

No Quadro 7 notou-se que no pré-teste, as notas variaram entre 3 (três) e

6,5 (seis vírgula cinco), e no pós-teste variaram de 3 (três) e 9,5 (nove vírgula cinco).

Através dos resultados, pôde-se observar o avanço apresentado pelos alunos, como

é o caso do aluno 12, o qual tirou 5 no pré-teste e 9,5 no pós-teste; o aluno 23, o

qual tirou 6,5 (seis vírgula cinco) no pré-teste e 9,5 (nove vírgula cinco) no pós-teste.

Com base nos resultados obtidos, foi levantada uma média geral da turma,

onde se conseguiu os seguintes dados: pré-teste= 4,5 (quatro vírgula cinco), e no

pós-teste= 7,1(sete vírgula um). Percebeu-se que houve uma boa melhora na média

da turma, com um aumento de 2,6 (dois vírgula seis) pontos.

Os dados do Quadro 7 podem ser observados no Gráfico 1.

Gráfico 1: notas obtidas no pré-teste e pós-teste, pelos alunos da 6ª série A turma controle:

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34

No

tas

Alunos

pré-teste

pós-teste

Conforme o Gráfico 1, tem-se uma visão geral do desempenho e rendimento

dos alunos na referida turma. Notou-se que os alunos 6,10,11,20 22 e 28,

conseguiram nota igual à 3 (três), mas o aluno 23 se destacou com nota igual a 6,5

(seis vírgula cinco) no pré-teste. Os alunos 1,12 e 23 se destacaram no pós-teste,

com nota igual a 9,5 (nove vírgula cinco), já os alunos 15 e 28 não foram bem o

suficiente, conseguindo nota igual a 4,5 (quatro vírgula cinco). Os demais alunos

obtiveram uma melhora bem sucedida.

O Quadro 8 fornece resultados do pré e pós-teste na 6ª série B, turma

controle.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Pré-

teste

5 5,5 5 3,5 5,8 4,5 6 4,5 6 5 6,5 5,5 4 3,5 4

Pós-

teste

5,7 8,5 7,5 7,8 8 8 8 8,7 8,3 8 6,6 8,3 8 5,5 5,7 6,5

17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

Pré-

teste

2 5 3 5 5 5 4 4 4,5 4 6 6 5 3,5 4

Pós-

teste

7 7,3 9,5 4,7 5,7 6 8,7 6 6 6,1 8,5 7,5 9 7,5 6,6 6,3

Quadro 8: resultados do pré-teste e pós-teste na 6ª série B

Na 6ª série B, segunda turma controle, os resultados são muito variados.

As notas do pré-teste variaram entre 2 (dois) e 6,5 (seis vírgula cinco), e no

pós-teste variaram de 4,7 (quatro vírgula sete) e 9,5 (nove vírgula cinco). Através

dos resultados, pôde-se observar o avanço apresentado pelos alunos, como é o

caso do aluno 17, o qual tirou 2 no pré-teste e 7 no pós-teste; e do aluno 12, o qual

tirou 6,5 (seis vírgula cinco) no pré-teste e 8,3 (oito vírgula três) no pós-teste.

Com base nos resultados obteve-se a média geral da turma, onde se

conseguiu os seguintes dados: pré-teste= 4,3 (quatro vírgula três), e no pós-teste=

7,2 (sete vírgula dois). Percebeu-se que houve uma boa melhora na média da turma,

com um aumento de 2,9 (dois vírgula nove) pontos.

Os dados do Quadro 8 podem ser observados no Gráfico 2.

Conforme o Gráfico 2, tem-se uma visão geral do desempenho e rendimento

dos alunos na referida turma. Notou-se que os alunos 17, conseguiu nota igual à 2

(dois), o aluno 19, conseguiu nota 3 (três), os alunos 5,15 e 31, conseguiram nota

3,5 (três vírgula cinco), mas o aluno 12 se destacou no pré-teste, com nota igual a

6,5 (seis vírgula cinco). O aluno 19 se destacou no pós-teste, com nota 9,5 (nove

vírgula cinco), seguido do aluno 29 com nota 9 (nove), já o aluno 20 não foi bem o

suficiente, apresentando nota 4,5 (quatro vírgula cinco). Os demais alunos obtiveram

uma melhora bem sucedida.

Gráfico 2: notas obtidas no pré-teste e pós-teste, pelos alunos da 6ª série B turma controle:

Na 6ª série C, turma experimental, os resultados são muito variados.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Pré-

teste

4,5 5,5 5 4,5 3 6 5 5 3,8 5,5 4,5 6 3,5 5 6 5,5 4,5

Pós-

teste

7,3 5 6,8 8,3 6,8 8,3 8,5 5,3 6,6 8,5 8 8,5 6 8,5 8,5 9 8,5

18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33

Pré-

teste

4,5 4,5 0 5 5,5 6,5 4 5 4,5 6 5 5 5,5 4,7 6 5,5

Pós-

teste

7 8 5,8 7,2 10,0 6,5 9,5 7 7,5 5 8 5,5 4,3 6,8 9 9

Quadro 9: resultados do pré-teste e pós-teste na 6ª série C. Turma experimental.

As notas do pré-teste variaram entre 0,0 (zero) e 6,5 (seis vírgula cinco), e no

pós-teste variaram de 5,0 (cinco) e 10,0 (dez). Através dos resultados, pôde-se

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

N

o

t

a

s

Alunos

pré-teste

pós-teste

observar o avanço apresentado pelos alunos, como é o caso do aluno 20, o qual

tirou 0,0 no pré-teste e 5,8 no pós-teste; e do aluno 22, o qual tirou 5,5 (seis vírgula

cinco) no pré-teste e 10,0 (dez) no pós-teste. Os alunos 2, 27 e 30 obtiveram

menores notas no pós-teste e o aluno 23 permaneceu com a mesma nota, tanto no

pré-teste como no pós-teste. Os demais alunos tiveram uma melhora muito

significativa em relação ao pré-teste, demonstrando que o resultado foi bem positivo.

Com base nos resultados obtidos, foi feita a média geral da turma, onde se

conseguiu os seguintes dados: pré-teste= 5,0 (cinco), e no pós-teste= 7,4 (sete

vírgula quatro). Percebeu-se que houve uma boa melhora na média da turma, com

um aumento de 2,4 (dois vírgula quatro) pontos.

Os dados do Quadro 9 podem ser observados no gráfico 3.

Conforme o Gráfico 3, tem-se uma visão geral do desempenho e rendimento

dos alunos na referida turma experimental. Notou-se que os alunos 20, conseguiu

nota igual à 0 (zero), o aluno 5, conseguiu nota 3 (três), o aluno 13, conseguiu nota

3,5 (três vírgula cinco), mas o aluno 23 se destacou no pré-teste, com nota igual a

6,5 (seis vírgula cinco). O aluno 22 se destacou no pós-teste, com nota 10,0 (dez),

seguido do aluno 24 com nota 9,5 (nove vírgula cinco), e os alunos16, 32 e 33,

obtiveram nota 9,0 (nove). O aluno 30 não foi bem o suficiente, apresentando nota

4,3 (quatro vírgula três), seguido dos alunos 2 e 27 com nota 5,0 (cinco). Os demais

alunos obtiveram uma melhora bem sucedida.

Gráfico 3: notas obtidas no pré-teste e pós-teste, pelos alunos da 6ª série C turma experimental:

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33

N

o

t

a

s

Alunos

pré-teste

pós-teste

Ao comparar os dados obtidos após os pré e pós-testes das turmas controle

(6ª A e B), e da turma experimental (6ª C), observou-se uma grande diferença, na

turma experimental, ocorrendo um desempenho maior, referente às turmas controle.

Este fato se dá, quando ocorre um trabalho por meio de atividades

experimentais, tornando o aluno mais ativo, crítico a novos conceitos e novos

conhecimentos, ocorrendo uma abordagem integradora, assimilando, portanto,

significativamente os conceitos adquiridos anteriormente.

4.4 Intervenção

Durante a intervenção sobre a Medicina Popular, o aluno tomou

conhecimento do histórico, formas de uso, classificação de plantas medicinais,

enriquecendo mais aquilo que ele já trazia de casa. Este processo, quando da

abordagem muitas vezes os alunos interferiram procurando citar experiências já

vividas com o uso da medicina alternativa, como exemplo: o aluno A30 da 6ª C

(exp.) citou “Uso do chá de salsinha indicado por curandor”. O A29 da 6ª A citou

“...minha mãe estava com de estômago e a avó receitou figatil ou fermento royal, e a

dor logo passou”. A12 da 6ª B “Boldo lá em casa não pode faltar”. A5 da 6ª C (exp.)

“Chá de hortelã é muito bom para as lombrigas e dor de barriga”, portanto, percebe-

se uma evolução do aluno no processo, pois ao fazer estes relatos,

consequentemente estavam associando o conhecimento produzido na escola com o

do seu cotidiano.

4.5 Estruturação e aplicação da Técnica dos Botões

De acordo com Ausubel, citado por Santos (2009. pg. 4),

Os novos conhecimentos são adquiridos por um processo de interação entre o conhecimento prévio, cujo papel é subsumir os conceitos primitivos, existentes numa estrutura cognitiva do sujeito, por assimilação, com diferentes graus de clareza, estabilidade e diferenciação, são modificadas para avançar na direção à

aprendizagem de conceitos científicos. Essa interação é dada por supercomputadores e subordinação conceitual, onde os novos conhecimentos torna-se significativa, e sua incorporação de conhecimento prévio enriquecido com novos significados, tornando mais elaborada e diferenciado, permitindo a compreensão de situações novas. (SANTOS, 2009. pg. 4)

Com o objetivo de organizar previamente a compreensão de conceitos, como:

semelhanças, diferenças e referências para distinguir conceitos e definições, e as

relações e conexões deste com o conteúdo, como resultado final da técnica dos

botões observou-se que os alunos souberam primeiramente identificar os botões e

posteriormente classificá-los.

Após o uso da Técnica dos Botões, foi sugerida, a substituição dos botões por

folhas de plantas medicinais, para que o aluno aplique o conhecimento da referida

técnica, tornando-o mais dinâmico, crítico e socializado.

Ao realizar a atividade o aluno realmente soube identificar e classificar os

diferentes tipos de plantas medicinais.

Durante a aprendizagem de novos conceitos, os alunos são moldados pelas situações e, gradualmente, dominando o conhecimento. Essas situações são aquelas que dão sentido aos conceitos. Esta relação com as representações simbólicas do novo conceito através de uma variedade de significados situacionais para o conceito e os procedimentos que queremos que nossos alunos aprendam. (SANTOS, 2009, pg. 6)

4.6 Coleta de folhas de plantas medicinais

Ao coletar as plantas medicinais, o aluno participou ativamente no processo,

com a explanação do conteúdo, e começa a desenvolver e a aplicar o conhecimento

obtido, através da classificação, importância, partes usadas das folhas, formas de

uso, indicações das folhas das plantas medicinais.

4.7 Mapas conceituais

Ao trabalhar Mapas Conceituais, o aluno aprende de forma simplificada e

facilitada o conteúdo, conforme nos sugere Moreira(1987, p.4):

O mapa conceitual é um recurso que visa facilitar a aprendizagem de conceitos. Dispensam equipamentos sofisticados ou instalações especiais, possibilitando seu uso até mesmo nas mais modestas condições de trabalho. Os mapas conceituais podem ser usados, como recurso didático, para organizar relações entre conceitos que integram o conteúdo de uma única aula, de uma unidade de estudo ou de um curso inteiro. (MOREIRA, 1987, p.4)

No início os alunos encontraram dificuldades em entender e montar os Mapas

Conceituais, mas depois de algumas tentativas, alguns alunos demonstraram maior

interesse, na elaboração e desenvolvimento desta atividade. Outros alunos, porém,

não se familiarizaram com o conteúdo, devido ao fato de estar no fim do ano, e

saturados de conteúdos e avaliações de diversas disciplinas ao mesmo tempo.

Mesmo ocorrendo dificuldades, alguns alunos se destacaram na construção

dos mapas conceituais, como se pode observar no Apêndice 8.

A aluna 23 C construiu um mapa de acordo com as partes da plantas

medicinais utilizadas (raiz, semente, fruto, flor e folhas), interligando com o nome das

referidas plantas. Observou-se, portanto, que a aluna, entendeu o conteúdo,

conseguindo montar um Mapa Conceitual e estabelecendo relações com coerência.

O aluno 32 C construiu um mapa com dados referentes à forma de uso das

plantas medicinais, interligando com o nome das referidas plantas. Apresentando de

forma simples o entendimento sobre o uso adequado das plantas medicinais.

De acordo com PARANÁ (2008a, pg 76):

Esses recursos são instrumentos potencialmente significativos e facilitadores da aprendizagem em sala de aula porque se fundamentam na aprendizagem significativa e subsidiam o professor em seu trabalho com o conteúdo científico escolar, porque são compostos por elementos extraídos da observação, das atividades experimentais, das relações contextuais e interdisciplinares, entre outros. (PARANÁ, 2008a, pg 76)

Com base no estudo citado anteriormente, no desenvolvimento da

metodologia defendendo todas as estratégias de ação e com os dados coletados no

processo de intervenção foram estruturados os resultados e discussões que

culminou nas considerações finais.

5 Considerações finais

Mudanças e inovações no fenômeno educativo são necessárias para que

possamos acompanhar os avanços e evoluções da humanidade. A sala de aula e

seus autores não podem estar alheios a essas transformações. Assim sendo

pretende-se que este material possa dar um respaldo eficiente, na apropriação do

conhecimento de um modo significativo para o aluno, quando bem administrado pelo

professor.

O estudo e a aplicação deste trabalho foram realizados para abordar e

aprimorar conteúdos básicos e propor aos colegas docentes, um material de apoio

em sala de aula, que constará de uma estrutura teórica e sugestões de como

conciliar esse aporte teórico com as atividades que estão propostas nesse material.

Assim de forma considerável buscou-se a elaboração de uma Unidade

Didática (esse material estará à disposição em PARANÁ (2008b)) composta de

instrumentos didáticos como Mapas Conceituais, Técnica dos Botões, além do

histórico da medicina popular em que se atém ao tema do trabalho, uma linguagem

científica e de simples apropriação aos docentes que atuam no Ensino Fundamental.

Esse material estará à disposição em PARANÁ (2008b)

Ao considerar que os livros didáticos propostos pelos autores de

hoje,observa-se que, a maioria não aborda este conteúdo tão importante para a

saúde, levando o professor a atuar como transmissor desse conhecimento pronto e

acabado, o que não traz possibilidade de apropriação desses conhecimentos e nem

tanto faz interação do aluno-conteúdo-realidade, sendo este o verdadeiro papel do

professor.

Espera-se que haja uma ligação e troca de informações entre o professor e o

aluno centralizado no repasse e na devolução dessas informações com

aprofundamento e novas descobertas científicas, pois a abordagem de forma

coerente com as atividades propostas levará os docentes e alunos a

desencadearem um novo olhar pela educação e o despertar para aquisição e

apropriação do conhecimento, visando o interesse e o complemento daquilo que

pensamos que ficou a desejar pelos autores dos livros didáticos, enriquecendo

assim as nossas aulas, com uma participação de forma mais concreta no processo

ensino-aprendizagem de Ciências.

A pesquisa foi muito valiosa, pois possibilitou aos alunos associarem o que já

conheciam, com o conhecimento científico, interagindo com as práticas

desenvolvidas, através da Técnica dos Botões e de Mapas Conceituais, estratégias

metodológicas, trazendo mudanças no processo de ensino e aprendizagem

proporcionando ao aluno fazer uso da sua criatividade e do senso crítico.

Deve-se destacar ainda a importância do rompimento de barreiras através da

socialização e aproximação da comunidade com a escola, o que permitiu a interação

do conhecimento empírico, com o científico, através de uma estrutura que usou

paramentos e instrumentos adequados, para a compreensão do conhecimento

construído.

6 Referências BALBACH, Alfons. A Flora Nacional na Medicina Doméstica. 17ª Ed., São Paulo:

EDEL, 1970. CAMARGO, Maria Thereza Lemos de Arruda. As plantas na medicina popular e nos rituais afro-brasileiros.Disponível em : maio/2009. www.aguaforte.com/herbarium/plantas.html. CAMARGO, Maria Thereza Lemos de Arruda. Breve estudo da influência portuguesa na medicina popular do Brasil desde seu descobrimento.

Disponível em : maio/2009. www.aguaforte.com/herberium/menuconferencias.html. CARTILHA DE FITOTERAPIA - CRFSP - Fitoterapia www.fitoterapia.com.br/portal/index.php?...

CORRÊA JUNIOR, Cirino, “et al”. Cultivo de Plantas Medicinais, Condimentos e Aromáticas. Curitiba: EMATER, 1991. FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. Petrópolis: Vozes, 2000. Wapédia. Mobi/pt/Medicina_indígena. GASPAR, Lúcia. Medicina Popular. Disponível em 02/06/10.

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MAURY, E.A. Saúde e beleza pelas plantas medicinais: tratamentos terapêuticos / E.A. Maury, Chantal de Rudder; tradução Luiza Maria F. Rodrigues, Monique Aron Chiarella, Nadyr de Salles Penteado. – São Paulo: Rideel, 2002. NOVAK J. D.; GOWIN D. B. Aprender a aprender (Learning How to Learn) 2.

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www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/educadores/ Pg. PDE; Produção Didático- Pedagógica, Professores 2009, UNICENTRO, Ciências SANTOS, S. Ap. dos; MOREIRA, M. A. & STANGE, C. E. B. (2009); Organizadores prévios em La enseñnza se sistemática através de La técnica de los botones: uma aplicación Del diagrama ADI. Anais do Encontro Ibero Americano de Ensino

de Ciências. Burgos, Espanha, 2009. SILVA, Irenice, “et al”. Noções sobre o Organismo Humano e Utilização de Plantas Medicinais. Cascavel: Assoeste, 1995.

STANGE, C. E. B. & SANTOS, S. Ap. dos. Marco teórico: teorias de aprendizagem, desenvolvimento e ensino. Notas de Aula Curso PDE, UNICENTRO, Guarapuava, 2009. SURMACZ, Elisabete Teresinha Urbik. A importância da utilização das plantas medicinais para melhoria da qualidade de vida: um estudo com alunos das 6ª séries do ensino fundamental. PALMAS-PR-2004

Apêndices

Apêndice 1 Rio Azul, DE 2010. Professora: Elisabéte Teresinha Urbik Surmacz. Senhores pais, estou trabalhando num projeto, referente à medicina popular, na qual entra o trabalho de benzedeiras, curandeiras, etc. este projeto vem resgatar a arte de curar através também do uso das plantas medicinais, que vem sendo usada por nossas famílias, há muito tempo. Trazer para sala de aula esse conteúdo fará com que nossos alunos (seus filhos), estejam mais informados sobre esta medicina que é muito antiga. Peço que, juntamente com seus filhos, respondam o questionário que segue, pois suas respostas serão valiosas e todos estarão ajudando na execução do projeto. (pode ser respondido também no verso da folha, só colocar o número da questão)

1) Você acredita em benzedeiras? Por quê?........................................................... .............................................................................................................................

2) Conhece alguma benzedeira ou curandeira que tenha ajudado alguém da família?................................................................................................................ .............................................................................................................................

3) Usa algum tipo de planta medicinal para aliviar alguma dor ou outro sintoma? que planta (s) é (são) essa (s)?........................................................................... .............................................................................................................................

4) Para que tipos de males essas plantas são usadas?.......................................... .............................................................................................................................

5) Cultiva plantas medicinais em casa? Qual o nome delas?................................. .............................................................................................................................

6) Que conhecimentos têm sobre plantas medicinais?........................................... .............................................................................................................................

7) Os chás utilizados trazem algum tipo de melhoria, quais?.................................. .............................................................................................................................

8) Tem algum livro sobre plantas medicinais, e é através desse conhecimento que as utiliza?...................................................................................................... .............................................................................................................................

9) Alguém da família tem o dom de benzer? Quem? ( parente: pai, mãe, avô, avó, tio, tia).......................................................................................................... .............................................................................................................................

10) Das plantas que seguem abaixo, quais delas são mais utilizadas em sua casa? ( ) Camomila ( ) Hortelã ( ) Espinheira santa ( ) Boldo

( ) Sempre-viva ( ) Erva-doce ( ) Calêndula ( )Guaco ( ) Capim-limão ( ) Erva-cidreira ( ) Eucalipto ( ) Losna ( ) Manjerona ( ) Quebra-pedra ( ) Sálvia ( ) Endro ( ) Outros Quais?.................................................................................................................. .............................................................................................................................

Apêndice 2: Rio Azul, setembro de 2010. Professora: Elisabéte Teresinha Urbik Surmacz.

Senhores e senhoras, estou desenvolvendo um projeto, para ser trabalhado em sala de aula, que vem resgatar a medicina popular. Desde o trabalho de benzimentos e curas, até o uso das plantas medicinais, em diversas formas, para ajudar no bem estar das pessoas. Muitos dos nossos alunos não têm conhecimento desta medicina, que é tão antiga, e, talvez quase esquecida.

Peço que respondam este questionário, pois suas respostas terão muita importância no decorrer dos trabalhos desenvolvidos em sala de aula, enriquecendo mais os conteúdos para os nossos alunos. Obrigada.

1) Seu nome.............................................................................................................

2)Há quanto tempo trabalha com benzimentos?......................................................

1) Com quem aprendeu a trabalhar com benzimentos ou outro tipo de cura?....... .............................................................................................................................

2) Alguém da família trabalhou ou trabalha com benzimentos? (mãe, pai, tio, tia, avó, avô, outra pessoa) durante quanto tempo esta pessoa trabalha ou trabalhou com benzimentos?............................................................................... .............................................................................................................................

3) Porque começou a trabalhar com os benzimentos e a usar as plantas medicinais?.......................................................................................................... .............................................................................................................................

4) Para que tipos de males são usados os benzimentos?...................................... .............................................................................................................................

5) Pode dizer alguma das orações que usa para os benzimentos? (se puder falar, não é obrigado)........................................................................................... .............................................................................................................................

6) De acordo com tantos benzimentos realizados, o que mais lhe chamou a atenção?.............................................................................................................. .............................................................................................................................

7) Através dos benzimentos, que experiência de vida, você pode citar. ............... ............................................................................................................................

8) Quais plantas medicinais são mais indicadas, como forma de tratamento para seus pacientes? ( ) Camomila ( ) Hortelã ( ) Espinheira santa ( ) Boldo

( ) Sempre-viva ( ) Erva-doce ( ) Calêndula ( )Guaco ( ) Capim-limão ( ) Erva-cidreira ( ) Eucalipto ( ) Losna ( ) Manjerona ( ) Quebra-pedra ( ) Sálvia ( ) Endro ( ) Outros Quais?.................................................................................................................. .....................................................................................................................................................................

Apêndice 3: Rio Azul,.......................................................de 2010. Aluno (s):.........................................................................................nº........Série:.........

Pré-teste e Pós-teste Chegou sua vez de responder, sobre a medicina popular. Através de suas respostas, iniciaremos os nossos trabalhos.

1) O que é medicina popular?................................................................................. .............................................................................................................................

2) Qual a importância das plantas medicinais para nossa vida?....................................................................................................................

3) Que plantas medicinais, têm na sua casa, que você conhece?.......................... .............................................................................................................................

4) O que são fitoterápicos?..................................................................................... .............................................................................................................................

5) Que cuidados deve-se ter ao colher as plantas a serem utilizadas para o nosso consumo?.................................................................................................. .............................................................................................................................

6) As formas de utilização das plantas medicinais são várias. Quais as formas que podemos fazer uso das plantas medicinais, que você conhece?................ .............................................................................................................................

7) Para que tipo de males, são usadas as plantas medicinais?.............................. .............................................................................................................................

8) Tem algum livro sobre plantas medicinais, e é através desse conhecimentos que as plantas são usadas em sua casa?........................................................... .............................................................................................................................

9) Você sabe qual a origem da medicina popular? Que povos trouxeram para o Brasil esta medicina?...........................................................................................

10) Das plantas que seguem abaixo, quais delas são mais utilizadas em sua casa? ( ) Camomila ( ) Hortelã ( ) Espinheira santa ( ) Boldo

( ) Sempre-viva ( ) Erva-doce ( ) Calêndula ( )Guaco ( ) Capim-limão ( ) Erva-cidreira ( ) Eucalipto ( ) Losna ( ) Manjerona ( ) Quebra-pedra ( ) Sálvia ( ) Endro ( ) Outros Quais?.................................................................................................................. .............................................................................................................................

Apêndice: 4 Apêndice: 5

Apêndice : 6 Apêndice: 7

Apêndice: 8