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DA LÍNGUA INFORMAL À NORMA CULTA
Autor: Roseli de Oliveira Bueno1
Orientador: Paulo de Tarso Galembeck²
RESUMO
Este artigo tem por finalidade ressaltar a utilização de recursos didáticos que possam transformar o desprezo pela língua falada, pela necessidade da norma padrão em várias situações de uso do nosso cotidiano. O domínio da oralidade formal deveria fazer parte de todo indivíduo que conclui o Ensino Básico . A escola acolhe alunos de uma imensa variedade linguística, e o convívio entre eles é maior do que o tempo em que passam em sala de aula aprimorando seus conhecimentos, portanto é importante ressaltar que a linguagem do seu meio social e cultural é a que prevalece após o término do curso. Sabemos que a linguagem verbal é a prática discursiva mais utilizada pelos nossos educandos, sendo assim, percebo o descaso na oralidade do cotidiano, não se preocupando com concordâncias, desde as mais corriqueiras até um vocabulário mais elevado. Portanto, é por meio de exemplos de situações concretas do uso da oralidade, que percebese a necessidade ou não do domínio da língua culta, pois o bom uso da língua é aquele que é adequado ao seu uso. Sendo assim, foram elaboradas várias atividades, para que essas dificuldades pudessem ser identificadas e adequadas ao contexto.
Palavraschaves: oralidade; cotidiano; línguapadrão; adequação.
1 Introdução
O domínio da oralidade formal deveria fazer parte de todo indivíduo que
conclui o Ensino Básico. É na escola que os alunos têm oportunidades de acesso à
1Graduada em Letras, Especialista em Adm., Superv., e Orientação Educacional, docente de Língua Portuguesa da Rede Pública de Ensino no CEEBJA Teotônio Vilela de SertanópolisPR.2Docente Dr. em Linguística Textual – UEL – Londrina – PR.
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norma culta da língua, através do processo de ensinoaprendizagem, envolvendo os
diferentes gêneros discursivos. Durante as atividades escritas, o educando esforça
se para adequar seus textos à da línguapadrão, mas na oralidade do seu cotidiano,
em sala de aula, durante intervalos e na conversa informal com amigos e até
mesmo em entrevistas de trabalhos, tomamos conhecimento da dificuldade de expor
suas ideias na linguagem formal. A escola acolhe alunos de uma imensa variedade
linguística, e o convívio entre eles é maior do que o tempo em que passam em sala
de aula aprimorando seus conhecimentos. Portanto, é importante ressaltar que a
linguagem do seu meio social e cultural é a que prevalece após o término do curso.
A oralidade é um eixo da Língua Portuguesa que merece um estudo com maior
atenção, pois faz parte do nosso dia a dia.
Sabemos que a linguagem verbal é a prática discursiva mais utilizada pelos
nossos educandos, sendo assim, percebese o descaso na oralidade do cotidiano,
não se preocupando com concordâncias, desde as mais corriqueiras até um
vocabulário mais elevado.
De acordo com as DCEs – Língua Portuguesa (2008, p. 38), “É nos
processos educativos, e notadamente nas aulas de Língua Materna, que o estudante
brasileiro tem a oportunidade de aprimoramento de sua competência linguística, de
forma a garantir uma inserção ativa e critica na sociedade”.
“Os sujeitos da Educação Básica, crianças, jovens e adultos, em geral
oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de diversas regiões e com
diferentes origens étnicas e culturais (FRIGOTTO, 2004), devem ter acesso ao
conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos
conteúdos das disciplinas escolares”. (DCEs LínguaPortuguesa, 2008. p.14)
A educação é o único caminho possível para levar o cidadão à sua própria
emancipação, pois é pelo trabalho que o homem tem a capacidade de valorizar,
transformar e criar. Em nossa sociedade, a Educação formal realizase nas escolas.
A língua é heterogênea e dinâmica e está em constante renovação em nosso meio.
Cada nova geração de falantes dá a sua contribuição nesse processo lento e gradual
de transformaçãoreajusterenovação da língua. Então, por isso hoje, em nosso
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país, falamos o português brasileiro.
Incentivar a norma culta fora do ambiente escolar é um desafio a enfrentar, já
que o livro sofre a influência dos meios tecnológicos, atraindo os educandos para
um meio de comunicação desprovido do conhecimento científico. Diante desse
contexto, há necessidade da diferenciação da língua em diversas situações de uso,
é através das práticas discursivas que são os eixos da Língua Portuguesa: leitura,
escrita e oralidade que o processo da aprendizagem possa se concretizar no espaço
escolar para uma educação de qualidade que mostre ao educando a
responsabilidade do uso da norma culta para sua emancipação.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa
(2008, p.14), “O sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais que está
inserido, mas é, também, um ser singular que atua no mundo a partir do modo como
o compreende e como dele lhe é possível participar”.
O Colégio no qual será implementado o Projeto, a Direção e Equipe
Pedagógica mostramse preocupados e sempre atuantes valorizando a prática
pedagógica que visa a enriquecer o saber do corpo discente, que tratase da
educação de jovens e adultos. . As salas de aula são equipadas com TV pen drive,
vídeos, biblioteca e disponibiliza ao aluno o laboratório de informática para fins de
estudos e pesquisas.
Ao final do trabalho com a linguagem verbal e não verbal, esperase que o
aluno seja capaz de valorizar a oralidade de seu cotidiano. Através de estudos
realizados, verificase que a escola precisa acompanhar a velocidade da
transformação da língua, priorizando a oralidade do educando. Nesse processo a
escola busca criar situações de aprendizagem que proporcione aos educadores
como aos educandos metas que são viáveis na construção do conhecimento.
No decorrer do trabalho PDE3, que realizase por um período de dois anos,
sendo que o primeiro ano o professor tem afastamento total (100%) de sua carga
horária para estudo, dividido em dois semestres. No primeiro semestre realizase a
produção do “Pré Projeto” e em seguida o “Projeto”, e no segundo semestre, a
3 Programa de Desenvolvimento Educacional – SEED. Governo do Paraná.
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“Unidade Didática” ou “Caderno Temático”, com o respaldo do Orientador designado
pela Instituição participante do trabalho PDE. No segundo ano há afastamento de
vinte e cinco por cento(25%), no primeiro semestre fazse a implementação em sala
de aula das atividades propostas na Unidade Didática, e no segundo semestre
escreve o “artigo” sobre o trabalho da implementação. Todo material produzido
constróise por meio dos cursos propostos aos professores na capacitação em
várias áreas de conhecimento, inclusive cursos de tecnologia digital para que estes
se aperfeiçoem, e possam realizar atividades com seus alunos que oportunizem
buscar formas de melhor se comunicarem, e desenvolverem sua oralidade, visando
à conquista de um lugar de destaque em meios sociais e profissionais.
Assim sendo, os alunos participaram de diversas atividades que envolveram
a sua oralidade, leitura e escrita, como: elaboração de questionários para
entrevistas, observação da oralidade dos vereadores, em Sessão na Câmara
Municipal, trabalhos com textos de diversos gêneros discursivos e interpretação.
Relatos da oralidade transformados em textos escritos e produção de roteiro para
peça teatral, pois a finalidade foi explorar conteúdos da oralidade.
Ao término das atividades propostas, os alunos identificaram os vários tipos
de fala de acordo com as regiões, as variações linguísticas e o momento adequado
para fazer uso da línguapadrão,valorizando assim, a oralidade em seu cotidiano.
Envolveram em seus trabalhos o corpo docente e discente, e ainda a comunidade
que teve participação ativa com contribuições que vieram somar ao sucesso do
desenvolvimento das atividades.
2 Desenvolvimento
2.1Linguagem na escola
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Muito de nossos alunos, após cursarem o Ensino Básico Fundamental,
chegam ao Ensino Médio, passam e conclui com falhas que chegam a ser um
absurdo na linguagem oral. A fala está em constante estado de transformação e a
mistura dos níveis culto e inculto está na vivência diária de nossos alunos
construindo os elementos essenciais da comunicação na língua portuguesa de cada
estudante. Este deve ser capaz de adequar sua linguagem nas diferentes
circunstâncias que se relacionam em sua experiência de vida, no entanto
observamos que esta prática não acontece. Na sala de aula, em entrevistas de
trabalho ou mesmo em casa com seus familiares e amigos, não se preocupam com
o uso da línguapadrão.
Como exemplo, podemos citar algumas palavras ditas pelos alunos ao
relatarem o seu cotidiano: “cabô” (acabou), “vamo” (vamos), “veio” (velho), “falô”
(falou). Ainda, com relação às dificuldades, encontrase na pronúncia alunos com
problema na distinção dos fonemas /b/ por /p/; /g/ por /c/; e /t/ por/d/.
O professor de Língua Portuguesa, como as demais disciplinas, enfrenta
dificuldades com os alunos do Ensino Médio no uso da língua nas diferentes
situações que a mesma exige.
É evidente que a norma culta não deve reinar na oralidade como recurso
capaz de levar o aluno do Ensino Médio, ao sucesso profissional e sua eficiência na
interação, mas também não deve menosprezar, como algo sem importância na sua
caminhada como ser humano que faz parte de uma sociedade civilizada que exige
do profissional escolarizado um discurso adequado à necessidade do momento.
Sendo assim, é por meio de exemplos de situações concretas do uso da
oralidade, que se percebe a necessidade ou não do domínio da língua culta, a
ciência linguística defende que o bom uso da língua é aquele que é adequado às
condições de uso.
Poderíamos dizer que a grande tarefa da ciência linguística é descobrir e explicar aquilo que os falantes sabem, mas não sabem que sabem. O conhecimento intuitivo que cada ser humano tem de sua língua materna é
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um dos mais fascinantes mistérios da ciência. Por mais que linguístas, psicólogos, biólogos, médicos, antropólogos e filósofos especulem, teorizem e investiguem, a verdadeira natureza do conhecimento linguístico – a natureza da própria linguagem humana como fenômeno biológicopsicológicosocial – sempre desafiará os cientistas.(Bagno, 2007, p.187)
2.2 Variação linguística
O português falado no Brasil sofre variações diversas como: expressões
regionais, escolaridade, gírias e outras expressões que caracterizam comunidades e
cabe aos interlocutores adequarse ao contexto. A capacidade linguística do falante
provém do meio em que se vive.
Portanto, a variação linguística é um fenômeno normal e se manifesta de
várias formas, mas os falantes se adaptam naturalmente a diferentes contextos da
fala. Quanto antes eles compreenderem que o processo comunicativo pode lhes
oferecer grandes oportunidades de obterem sucesso nas atividades vindouras
dentro e fora da escola, é essencial.
A Linguística aplicada mostra que o ensino amplo de língua materna deve
partir da valorização da língua falada, já que a modalidade de língua que as pessoas
aprendem naturalmente desde a infância e que está em constante mutação. Não
podemos mais desconsiderar as evoluções linguísticas na sala de aula e viver na
concepção da gramática tradicional, sob o domínio da língua escrita. É importante
mostrar que a língua falada possui especificidades que precisam ser trabalhadas,
para que interlocutor e receptor possam decodificar a mensagem.
A oralidade jamais desaparecerá e sempre será, ao lado da escrita, o grande meio de expressão e de atividade comunicativa. A oralidade enquanto prática social é inerente ao ser humano e não será substituída por nenhuma outra tecnologia. Ela sempre será a porta de nossa iniciação à racionalidade e fator de identidade social, regional, grupal dos indivíduos. (Marcuschi, 2001, p.36)
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Galembeck (2009, p. 249) “os trabalhos iniciais acerca da língua falada
consideravamna de forma dicotômica em relação à escrita. A fala era tida como não
planejada, presa à situação enunciativa, voltada para as necessidades mais
imediatas, fragmentária, dispersa, enquanto a escrita era caracterizada como
planejada previamente, mais ligada à cultura de um povo e à elaboração intelectual,
coesa e bem estruturada. Nessa oposição, aliás, estava embutida a valorização da
escrita, vista como a realização linguística mais perfeita e, por isso mesmo, capaz
de registrar os avanços de um povo. Essa valorização, ademais, trazia consigo o
desprestígio da fala, vista como o lugar do improviso e daquilo que é mais
corriqueiro e banal.”
Toda e qualquer variedade linguística é plenamente funcional e oferece
recursos necessários para que seus falantes interajam socialmente.
É devolvendo o direito à palavra – e na nossa sociedade isto inclui o direito à palavra escrita – que talvez possamos um dia ler a história contida, e não contada, da grande maioria que hoje ocupa bancos das escolas públicas.(Geraldi, 1990, p. 124)
No ambiente escolar, a racionalidade se exercita com a escrita, de modo que
a oralidade, em alguns contextos educacionais, não é muito valorizada; entretanto, é
rica e permite muitas possibilidades de trabalho a serem pautadas em situações
reais de uso da fala e na produção de discursos nos quais o aluno se constitui como
sujeito do processo interativo (Diretrizes Curriculares da Educação Básica, 2008).
Do ponto de vista sociológico e antropológico, simplesmente não existe nenhum ser humano que não esteja vinculado a uma cultura, que não tenha nascido dentro de um grupo social com seus valores, suas crenças, seus hábitos, seus preconceitos, seus costumes, sua arte, suas técnicas, sua língua (BAGNO, 2003, p. 58).
Os alunos que frequentam as redes públicas de ensino têm a oportunidade
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de acesso à norma culta da língua, ao conhecimento social e historicamente
construído e à instrumentalização que favoreça sua inserção social e exercício da
cidadania. Por meio das práticas da oralidade, o professor orienta seus alunos a
identificarem e a interpretarem os diversos discursos orais que circulam nos meios
de comunicação, permitindo que desenvolvam assim, seu sensocrítico.
Segundo as DCEs, “os estudos sobre a história da produção do
conhecimento, seus métodos e determinantes políticos, econômicos, sociais e
ideológicos, relacionados com a história das disciplinas e as teorias de
aprendizagem , possibilitam para o professor em discussões curriculares mais
aprofundadas e alteram sua prática pedagógica.
Nessa práxis, os professores participam ativamente da constante construção
curricular e se fundamentam para organizar o trabalho pedagógico a partir dos
conteúdos estruturantes de sua disciplina.
Entendese por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande
amplitude, conceitos, teorias ou práticas, que identificam e organizam os campos de
estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão
de seu objeto de estudo/ensino. Esses conteúdos são selecionados a partir de uma
análise histórica da ciência de referência (quando for o caso) e da disciplina escolar,
sendo trazidos para a escola para serem socializados, apropriados pelos alunos, por
meio das metodologias críticas de ensinoaprendizagem.” (DCEs – Língua
Portuguesa, 2008, p.25)
"A Língua Portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais.
Identificamse geográfica e socialmente as pessoas pela forma como falam. Mas há
muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos
diferentes modos de falar: é muito comum se considerarem as variedades
linguísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas. O problema do
preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser
enfrentado, na escola, como parte do objetivo educacional mais amplo de educação
para o respeito à diferença. Para isso, e também para poder ensinar Língua
Portuguesa, a escola precisa livrarse de alguns mitos: o de que existe uma única
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forma ‘certa’ de falar – a que se parece com a escrita – e o de que a escrita é o
espelho da fala – e, sendo assim, seria preciso ‘consertar’ a fala do aluno para evitar
que ele escreva errado. Essas duas crenças produziram uma prática de mutilação
cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do aluno, tratando sua
comunidade como se fosse formada por incapazes, denota desconhecimento de que
a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos,
por mais prestígio que um deles tenha em um momento histórico (PCN – Língua
Portuguesa: 2001, p. 12)."
Existem muitas situações sociais diferentes; deve haver também padrões de uso da língua diferentes. A variação, assim, aparece como uma coisa inevitavelmente normal. Ou, seja, existem variações linguísticas não porque as pessoas são ignorantes ou indisciplinadas; existem, porque as línguas são fatos sociais , situados num tempo e num espaço concretos, com funções definidas. E, como tais, são condicionados por esses fatores. Além disso, a língua só existe em sociedade, e toda sociedade é inevitavelmente heterogênea, múltipla, variável e, por conseguinte, com usos diversificados da própria língua. (ANTUNES, 2007, P.104)'
Schegloff (1981, p.73) caracteriza a conversação, apontando três elementos
fundamentais: realização (produção), interação e organização (ordem). O discurso
conversacional deve ser então, considerado um processo que se realiza
continuamente durante a interação e só assim é identificável. Na interação e por
causa dela que se cria um processo de geração de sentidos, constituindo um fluxo
(movimento de avanço e recuo) de produção textual organizada.( Fávero, Andrade &
Aquino,1999, p.16)
Para melhor entender e analisar o texto falado, podemos examinálo a partir
da proposta de Dittmann (1979), que considera as seguintes características básicas:
a) interação entre pelo menos dois falantes;
b) ocorrência de pelo menos uma troca de falantes;
c) presença de uma sequência de ações coordenadas;
d) execução num determinado tempo;
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e) envolvimento numa interação centrada.
Observase, assim, que a produção de um texto falado corresponde a uma
atividade social que requer a coordenação de esforços de pelo menos dois
indivíduos que têm algum objetivo em comum. (Fávero, Andrade & Aquino, 1999,
p.20 e 21).
2.3 Língua: uso e reflexões
A Língua: é um código formado por signos (palavras) e leis combinatórias,
por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.
Os textos da internet são exemplos de hibridização da fala e da escrita,
direcionando, assim, o futuro da língua dominado pelo uso das tecnologias de
comunicação que vêm estreitando fronteiras, até então, restrito as práticas orais e
escritas.
Variedades Linguísticas: são as variações que uma língua apresenta, de
acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
Dialetos e registros: há dois tipos básicos de variação linguística: os dialetos
e os registros. Os dialetos são variedades originadas das diferenças de região ou
território, de idade, sexo, de classes ou grupos sociais e da própria evolução
histórica da língua.
Gíria: é uma das variedades que uma língua pode apresentar. Quase
sempre é criada por um grupo social. Quando restrita a uma profissão, a gíria é
chamada de jargão. É o caso do jargão dos jornalistas, dos médicos, dos dentistas e
outras profissões.
2.4 Adequação da língua
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Esse trabalho de Intervenção partiu do princípio de que o ensino de
português, no Ensino Médio, deve estar voltado para a formação de um cidadão
autônomo, capaz de interagir com a realidade do momento em que vive. Numa
realidade dinâmica como a nossa, que se transforma na mesma velocidade com que
se disseminam informações nos meios eletrônicos, é essencial o papel que a
disciplina de português desempenha na educação formal do indivíduo, já que a
linguagem permeia todas as atividades humanas, em todas as esferas sociais.
Para o professor, está difícil intervir nesse processo de oralidade que há em
diversos grupos sociais em sala de aula, que, praticam em seu convívio familiar,
trabalho, som, celular, televisão e às vezes internet, o resultado é a falta de um
referencial ético e moral para o aluno construir uma conduta de um cidadão que
valorize a educação. São interações sociais que eles trazem, que muitas vezes até
contrariam das proporcionadas na escola. A diversidade cultural desses grupos nos
leva refletir que a educação pública é um problema social além da sala de aula, ou
seja da sociedade. O professor também precisa passar por mudanças em sua
prática metodológica, principalmente continuar resgatando o valor da educação e
sensibilizar os alunos desse valor para a construção de seu conhecimento.
A escola deve fornecer o saber científico, mas, ao mesmo tempo, trabalhar
as variantes linguísticas que são desafios em nosso cotidiano e a língua é um dos
instrumentos do cidadão ser excluído ou aceito em seu meio social. Toda variedade
linguística deve ser respeitada, mas o aluno precisa do conhecimento da linguagem
culta para se adequar aos vários contextos que surgem a sua volta.
Quando uma pessoa se comunica com outra, para que esse ato se realize
de forma eficiente, é necessário que ela faça a adequação da linguagem nos
diferentes contextos.
Há situações em que, pelo fato de a relação entre os interlocutores ser mais
descontraída, mais informal ou pessoal, fica mais adequado o emprego de uma
linguagem informal mais “solta”. Por outro lado, há situações em que a relação
falanteouvinte é mais impessoal, cabendo uma linguagem mais formal .
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São inúmeros os fatores que, individualmente ou combinados, interferem no
modo como o falante ajusta sua linguagem às circunstâncias do ato de
comunicação, os quais serão citados a seguir:
● o interlocutor: não se fala do mesmo modo com um adulto e com uma criança;
● o assunto: falar acerca da morte de uma pessoa amiga requer uma linguagem
diferente da usada para lamentar a derrota do time de futebol;
● o ambiente: não se fala do mesmo jeito em um templo religioso e em uma festa
com amigos ;
● a relação falanteouvinte: não se fala da mesma maneira com um amigo e com um
estranho, em uma situação social informal e em uma formal.
Deixar que o aluno fale, que o educador escute, interajam juntos, construam
o conhecimento, potencializando assim outros meios de percepção da realidade.
Trocando experiências, crescem juntos, encontrando sempre novos caminhos e
instrumentos que contribuam no ensino da Língua Portuguesa e ajudar o educando
a decodificar, ler e compreender o mundo do qual ele faz parte.
2.5 Troca de Experiências
Tendo em vista o objetivo da comunicação oral, as atividades foram
desenvolvidas com os alunos do Ensino Médio, CEEBJA Teotônio Vilela, de
Sertanópolis, em diferentes situações de comunicação, com atividades do gênero
de: debates orais de discussões, contação de história, declamação de poesias,
entrevistas, anúncios publicitários de televisão e rádio, apresentações teatrais com
as variantes linguísticas em uso no meio em que vivem.
O Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, propõe no decorrer do
estudo, a produção de material didático para uso do mesmo nas Escolas Públicas e,
para esse desafio, foi elaborado para implementação do trabalho o material didático
chamado de “Unidade Didática” a qual relata os conflitos vivenciados pelos
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professores do Ensino Médio, e os instrumentos necessários para que o professor
PDE possa solucionar ou amenizar o seu objeto de estudo.
No decorrer da implementação do Material Didático, a Coordenação do PDE
ofertou o Curso GTR (Grupo de Trabalho em Rede), que é a modalidade da EaD
(Ensino a Distância), na qual o professor PDE é tutor e acompanha um grupo de
professores da Rede Pública (que são chamados de alunos GTR), geralmente da
mesma disciplina, que também encontram a mesma dificuldade em sala de aula,
como o professor tutor. Por meio da EaD o professor tutor repassa material de
estudo elaborado por ele durante o Curso PDE, com a orientação da Coordenadoria
do PDE , e esses expõem suas ideias e contribuições acerca do objeto de estudo
do professor PDE. Houve interesse e participação bastante ativa por parte dos
alunos GTR, que foram seguidas de grande motivação e discussões que vieram
somar ao trabalho exposto, tornando o mais agradável e eficaz.
Todos reconheceram que passam pela mesma dificuldade do tema em
estudo, e que é necessário que o educando e os professores de todas as disciplinas
tenham um olhar diferenciado para essa questão.
A EaD é uma modalidade de capacitação em Rede desafiadora, tanto para
o professor Tutor, como também do ponto de vista dos professores participantes
(alunos). Essa modalidade de ensinoaprendizagem está se expandido em todos os
campos profissionais, e tendo o respaldo do Ministério da Educação (MEC) , que
valorizou essa ideia do ensino sem fronteiras, trazendo benefícios a todos, pois essa
interação é imprescindível ao sucesso de todo profissional.
2.6 Relato da Implementação
Para o desenvolvimento desse trabalho foram usadas duas aulas semanais,
e o Projeto teve como culminância uma produção teatral, o texto foi produzido
pelos alunos, com marcas da oralidade. Toda atividade proposta teve a intenção de
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mostrar ao aluno a possibilidade de expressão da língua culta como instrumento
efetivo à acessibilidade de inserção social no seu meio.
Para início das atividades, os alunos receberam textos com formas típicas da
variante nãopadrão, com questões sugeridas pelo diálogo entre dois falantes. Após
a leitura desses textos, foram sugeridas reflexões de como poderiam transformálos
na linguagempadrão.
Com o texto em mãos, os alunos fizeram a primeira leitura silenciosa, em
seguida leitura compartilhada. Exploraram o texto sob os aspectos:
a que condições a conversa se passava;
b que ambiente se encontravam;
c qual o grau de escolaridade;
d faixa etária;
e e outras questões que surgiam no momento .
Os alunos fizeram a dramatização do texto com a variante da língua e em
seguida dramatizálo com a línguapadrão. Com esse tipo de atividade, puderam
perceber no texto as marcas da oralidade geográfica. Alguns alunos pesquisaram e
trouxeram textos de outras regiões do Brasil.
Os textos oportunizaram durante as reflexões as regras da Gramática
normativa, que foram elencadas pelo professor para adequação da línguapadrão
na medida em que se fazia necessário no contexto.
As entrevistas fornecem em excelente material de trabalho com a língua.
Por isso, uma das primeiras atividades, após os trabalhos com textos foi a sugestão
de entrevistas. E para observar a concordância verbal no uso corrente da língua, o
perfil do entrevistado foi diversificado, como: médico; .porteiro, zeladora, jovem,
idoso, isto é, profissionais de várias áreas.
Para essas atividades, os alunos formaram pequenos grupos, os quais
levaram à sala de aula o conteúdo da entrevista gravado para que a turma tomasse
conhecimento dos diferentes tipos de fala. Após essas entrevistas e conversas
informais, os alunos transformaram o discurso verbal, produzindo narrativas escritas
na linguagem formal, para que entendessem que a fala e a escrita não se opõem,
15
mas se completam. E, ainda, puderam perceber que o modo do discurso é
determinado pelo propósito da interação que dele decorre , um grau maior ou menor
de formalidade. Uma solicitação de emprego é um contexto formal, já uma conversa
no pátio da escola é um contexto informal.
Um grupo de alunos foi até a Câmara Municipal, assistir uma Sessão para
observar a variação linguística na oralidade de cada vereador e voltaram na próxima
Sessão para ouvirem o registro (escrita), da leitura da Ata da Sessão, feita pelo
Secretário. Foi fornecida pelo Presidente da Câmara Municipal uma gravação,
dessa Sessão, que os alunos trouxeram para a sala de aula, e assim compreender
melhor as fragilidades linguísticodiscursivas.
Para observar as marcas da oralidade na escrita, foi feita uma pesquisa de
campo “in loco” em anúncios, placas e avisos, que circulavam pela cidade, tiraram
fotos e confeccionaram um painel, ao lado de cada foto foi feita a adequação das
frases com o registro (escrita) na norma culta.
A culminância da Implementação pedagógica deuse com uma
representação teatral. Para essa atividade os alunos produziram o texto teatral
com o acompanhamento do professor e envolveram as variantes linguísticas e
mostraram também o domínio da língua culta em situações que a mesma exigia.
O texto tratavase de uma família que acabava de mudar da zona rural para
a cidade com seus filhos, e os pais desconheciam muito dos dialetos usado pelos
adolescentes, jovens e pessoas escolarizadas. Recebem em sua nova residência,
uma jovem senhora que pertencia ao serviço de Assistente Social do município. O
diálogo entre a família e a Assistente Social não foi fácil. Muitas palavras tiveram
que ser decodificadas pela jovem senhora. Os filhos do casal usaram gírias para
definir a beleza e elegância da mulher que os visitava. Mas o casal recebe a visita
de um parente escolarizado, com uma linguagem formal contemporânea, o qual
explicou como deveria agir em situações em que linguagem deve adequar se ao
contexto. Foi um texto com muito humor, o qual alegrou a comunidade escolar e
principalmente passou a ideia que como um cidadão através de sua formação
escolar pode transformar o seu meio, e a escola com o saber científico, é o único
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caminho que leva o indivíduo a essa emancipação.
Ao término do teatro, alguns alunos entraram no salão, outros que estavam
sentados, levantavam declamando poesias de poetas de diversos dialetos
geográficos de nosso país, chegando até ao palco e expondo ao público presente o
objetivo das atividades daquela noite, e ao mesmo tempo, juntos fizeram um relato
de todo o percurso do trabalho desde as primeiras atividades propostas. Foram
muito aplaudidos. Um dos presentes levantouse e fez elogios aos trabalhos
realizados.
A avaliação ocorreu durante todo o processo, os alunos foram instigados a
compreensão e diferenças das várias situações envolvendo os gêneros discursivos
des textos orais e escritos. Reconheceram a multiplicidade de usos e funções da
língua e suas possibilidades de construções textuais.
“É no texto – oral e escrito – que a língua se manifesta em todos os seus
aspectos discursivos, textuais e gramaticais. Por isso, nessa prática pedagógica, os
elementos linguísticos usados nos diferentes gêneros precisam ser avaliados sob
uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilitem compreender esses
elementos no interior do texto.”(DCEsLíngua portuguesa,2008p.78)
3 Conclusão
A Língua Portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais.
Identificamse geográfica e socialmente as pessoas pela forma como falam. Mas há
muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos
diferentes modos de falar: é muito comum considerarem as variedades linguísticas
de menor prestígio como inferiores ou erradas. O problema do preconceito
disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser enfrentado, na
escola, como parte do objetivo educacional mais amplo de educação para o respeito
à diferença. Para isso, e também para poder ensinar Língua Portuguesa, a escola
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precisa livrarse de alguns mitos: o de que existe uma única forma ‘certa’ de falar – a
que se parece com a escrita – e o de que a escrita é o espelho da fala – e, sendo
assim, seria preciso ‘consertar’ a fala do aluno para evitar que ele escreva errado.
Essas duas crenças produziram uma prática de mutilação cultural que, além de
desvalorizar a forma de falar do aluno, tratando sua comunidade como se fosse
formada por incapazes, denota desconhecimento de que a escrita de uma língua
não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos, por mais prestígio que um
deles tenha em um momento histórico (PCN – Língua Portuguesa: 2001, p. 12)."
Não existe um modelo linguístico que deva ser exemplo em nosso país,
mesmo com a visão moderna de língua, todas as variedades linguísticas são
adequadas à realidade do contexto exigido.
Novas gramáticas do português brasileiro contemporâneo são lançadas,
com atenção especial para as variedades urbanas cultas, colocando o modo de falar
e de escrever de várias camadas socioeconômicas, propondo uma aceitação das
características próprias da nossa língua.
Existem muitas situações sociais diferentes; deve haver também padrões de uso da língua diferentes. A variação, assim, aparece como uma coisa inevitavelmente normal. Ou, seja, existem variações linguísticas não porque as pessoas são ignorantes ou indisciplinadas; existem, porque as línguas são fatos sociais , situados num tempo e num espaço concretos, com funções definidas. E, como tais, são condicionados por esses fatores. Além disso, a língua só existe em sociedade, e toda sociedade é inevitavelmente heterogênea, múltipla, variável e, por conseguinte, com usos diversificados da própria língua.(ANTUNES, 2007,P.104)'.
3.1 Língua: “certo” e o que é “errado”
Em geral, os critérios que determinam os padrões de uma língua se
estabelecem principalmente pela ação da escola e dos meios de comunicação,
levando os falantes de um idioma a aceitar como “certo” o modo de falar do
segmento social mais privilegiado, tanto no aspecto econômico como no cultural.
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Com o tempo, a maneira segundo a qual esse grupo utiliza a língua vai se impondo
como um padrão da gramática normativa, para estabelecer conceitos de “certo” e “
errado”. É importante que o educando empregue a língua oral nas mais diversas
situações, sabendo adequála ao contexto, bem como descobrir as ideias implícitas
do discursos do cotidiano, posicionandose perante situações que possam ser
consideradas desafios em sua vida.
[…] com a expansão quantitativa da rede escolar, passaram a frequentar a
escola em número significativo falantes de variedades do português muito
distantes do modelo tradicionalmente cultivado pela escola. Passou haver
um profundo choque entre modelos e valores escolares e a realidade dos
falantes: choque entre a língua da maioria das crianças (e jovens) e o
modelo artificial de língua cultuado pela educação da linguística tradicional;
choque entre a fala do professor e a norma escolar; entre a norma escolar e
a norma real; entre a fala do professor e a fala doa alunos (Faraco,1997,p.57)
Uma das funções da escola é, pelo ensino de Língua Portuguesa, oferecer
ao estudante condições de dominar as estruturas (regras) da língua culta, a fim de
que, quando for conveniente, ele tenha condições de utilizála de maneira adequada.
A linguagem oral apresenta variáveis que devem ser investigadas, descritas
e apresentadas, mas sem que isso acarrete um descuido com a responsabilidade da
escola, especialmente recaída sobre os professores de Língua Portuguesa, que é o
de apresentar e incentivar o uso das formas padrão da língua, pois esse processo
didático e pedagógico possibilita ao aluno a chance de conhecer e apropriarse de
uma variante socialmente utilizada em situações formais em qualquer região do país.
Neste sentido, a escola deve enfatizar a interação entre a individualidade e
associabilidade, desenvolvendo valores educacionais e metodologias de ensino que
permitam a alunos, com diferentes capacidades, aprender em conjunto, sem serem
separados por sexo, nível social, etnia, ou deficiências. A insegurança, característica
de todo falante que desconhece o seu público, pode ser amenizada desde que a
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escola ofereça oportunidades de prática de sua expressão oral por meio de
atividades orientadas pelos professores, com tranquilidade e sem medo de errar.
Considerando a sala de aula como ambiente em que é necessário manterse
uma postura adequada de comportamento e linguagem, é viável mostrar aos alunos
o quanto é importante esse treinamento para que possa integrarse a uma sociedade
que reconhece o grau de conhecimento ou de probidade pela maneira como se diz
algo, pela fala.
Ressaltase, nesse trabalho com a oralidade, a importância dos
professores, não só de Língua Portuguesa, como as demais disciplinas, o
desenvolvimento de atividades variadas acerca da oralidade, pois assim , o aluno
adquiri conhecimento para poder expressarse de maneira clara, abrangendo as
variedades linguísticas, que atendem os diferentes meios comunicativos em nosso
país. Para esse processo do trabalho com a oralidade os professores devem
priorizar atividades, como:
Debates: acontecimentos atuais, filmes, assuntos polêmicos citados na
mídia,etc;
Relatos: histórias lidas, experiências pessoais e familiares, textos
(informativos, científicos e literários) piadas, adivinhações, declamação de poemas e
poesias
A partir das tarefas realizadas, os alunos devem refletir e tomar consciência
das mudanças que conseguiram através desse trabalho do PDE, que trouxe aos
mesmos uma experiência enriquecedora, permitindo que desafios fossem lançados
para uma reflexão sobre sua língua materna e o momento de uso da mesma em seu
cotidiano. Há relatos de alunos que passaram a valorizar mais sua oralidade, e
refletiram que a leitura é o instrumento que possibilita ao aluno uma viagem ao
conhecimento de assuntos diversos, ampliando seu saber.
A partir desse trabalho, promovido pelo Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE 2010, a prática de Projetos de intervenção, acerca da oralidade
serão retomados nas aulas da disciplina de Língua Portuguesa, acompanhando as
novas gramáticas do português falado no Brasil. Muitos Projetos e pesquisas sobre
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essa nova maneira do brasileiro usar sua língua são divulgados veiculando um novo
modelo de explorar as categorias gramaticais.
No decorrer do GTR (Grupo de Trabalho em Rede) os participantes
contribuíram com suas reflexões e, sugestões acerca do tema do Projeto “Da língua
informal à norma culta”. Uma forma interessante de troca de experiência,
coordenado pela Secretária de Educação do Paraná, que permite a discussão sobre
o tema entre o professor tutor e o seu grupo de trabalho. Sendo esse tema,
também um enfrentamento que os cursista tem procurado trabalhar com
metodologias diferenciadas, com o objetivo de amenizar a dificuldade apresentada
pelos nossos alunos. Juntos buscamos encontrar soluções que venham a melhorar a
oralidade do indivíduo que frequenta a escola.
Se a sociolinguística tem um papel a desempenhar na educação linguística
dos cidadãos brasileiros, esse papel é de reconhecimento da
heterogeneidade intrínseca da sociedade brasileira e, portanto, da
inescapável heterogeneidade da nossa realidade linguística. Um
reconhecimento que não pode ficar na simples constatação,mas que tem de
incorporar também uma instância de crítica e questionamento das crenças
linguísticas estabelecidas e, sobretudo, de militância na reivindicação do
direito que tem toda e qualquer pessoa com cidadania brasileira de falar e
escrever a(s) sua(s) língua(s) materna(s) do jeito que ela(s) existe(m) hoje, no
século XXI, e não como quer uma ideologia linguística autoritária e
excludente, imposta séculos atrás.(Bagno, 2007, p.22).
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