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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE
DETERMINANTES DEMOGRÁFICO-BIOLÓGICOS, NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E IMAGEM CORPORAL DE
ADOLESCENTES DA REGIÃO DO SEMIÁRIDO POTIGUAR
LORENNA KAREN PAIVA E FREITAS
Mossoró – RN
2015
2
LORENNA KAREN PAIVA E FREITAS
DETERMINANTES DEMOGRÁFICO-BIOLÓGICOS, NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E IMAGEM CORPORAL DE
ADOLESCENTES DA REGIÃO DO SEMIÁRIDO POTIGUAR
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, como requisito final para obtenção do grau de Mestre em Saúde e Sociedade. Orientador: Profº. Drº Arnaldo Tenório da Cunha Júnior
Mossoró-RN
2015
Freitas, Lorenna Karen Paiva e
Determinantes demográfico-biológicos, nível de atividade física e imagem corporal de adolescentes da região do semiárido potiguar. / Lorenna Karen Paiva e Freitas – Mossoró, RN, 2015. 77 p. Orientador: Profº. Drº Arnaldo Tenório da Cunha Júnior Dissertação (Mestrado em Saúde e Sociedade.). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Faculdade de Enfermagem.
1. Saúde – Adolescentes - Determinantes demográfico-biológicos. 2. Adolescentes - Nível de atividade física. 3. Adolescente - Imagem corporal. I. Cunha Júnior, Arnaldo Tenório da. II.Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. III. Título.
UERN/BC CDD 610.7
Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Bibliotecária: Jocelania Marinho Maia de Oliveira – CRB 15 319
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, por todo o apoio que me
deram e por sempre acreditarem em mim.
Dedico a minha vida à vocês!
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AGRADECIMENTOS
Ao meu amado Deus, por nunca desistir de mim e por sempre me dar forças
nos momentos mais difíceis. Muito obrigada, Senhor!
Aos meus pais, Francisco Canindé de Paiva e Maurina de Freitas Sousa de
Paiva, pelos ensinamentos, incentivo e amor que sempre expressaram por mim em
todos os momentos. Qualquer coisa que eu disser, será pouco diante de todo o meu
amor e gratidão. Amo muito vocês!
Ao marido mais lindo, Maykon Ricard Cavalcante Nunes, por todo apoio e
compreensão nestes dois anos. Meu amor, você foi e é essencial na minha vida.
Agradeço o companheirismo e amor que me tem dedicado todos esses anos que
estamos juntos. Te amo!
A toda minha família (tias, tios, primas, primos, avós, avôs – in memorian)
pelo incentivo e torcida para que eu alcançasse os meus objetivos. Em especial a
minha tia (do coração), Maria Verônica Lira Paiva, por ter sido mais que uma tia.
Obrigada por me acolher em sua casa e por me tratar como filha. Obrigada por ter
encarado a pesquisa comigo, sacrificando o seu descanso para passar tardes e
tardes comigo coletando dados nas escolas. Muito obrigada. Amo todos vocês!
A minha grande amiga-irmã, Jordânia Rêgo (Dxanda), pela companhia, boas
conversas e risadas. Nunca vou esquecer o seu auxílio durante esse processo de
mestrado, o quanto você contribuiu. Sua amizade é muito importante para mim!
Ao grande amigo, Maikon Moisés de Oliveira Maia, por saber que sempre
posso contar contigo. Você foi parte fundamental neste processo. Obrigada pelo
carinho e pela torcida, meu anjo. Agradeço também a disposição de Joseanny
Dulce, que abraçou a ideia com muita competência. As palavras nunca serão
suficientes para agradecer à vocês!
À professora Dra. Themis Cristina Mesquita Soares, por me nortear no melhor
caminho, por toda a sua atenção e por acreditar em mim sem ao menos me
conhecer. Não sei como lhe agradecer e expressar todo o carinho e admiração que
tenho por você. Muito obrigada de coração. Como eu disse uma vez: vc é “a cara”!
Ao meu orientador, Prof. Dr. Arnaldo Tenório da Cunha Júnior, por dois anos
valiosos de muitos ensinamentos e experiências. Agradeço o seu imenso
6
conhecimento, a sua amizade e a confiança que depositou em mim. Obrigada por
tudo!
À professora Dra. Maria Irany Knackfuss, pelo apoio e incentivo, além de
poder estar sempre ao meu lado nos momentos em que mais precisava. Você é um
grande exemplo para mim. Seus ensinamentos são valiosos, assim como o seu
coração. Muito obrigada mesmo!
Ao professor Dr. Humberto Jefferson Medeiros, pelo conhecimento, amizade
e palavras de conforto que sempre chegavam nas horas certas. Seu astral é
contagiante. Tenho um enorme carinho e admiração por você. Obrigada por tudo!
Aos demais professores do mestrado que contribuíram de forma singular para
o meu processo de formação.
Aos colegas, Davi Rocha Fernandes Coelho e Lessandro Roberto Lopes de
Freitas pelo auxílio durante os quatro meses de coleta de dados. Sem vocês não
teria sido possível. Obrigada pelo empenho e dedicação.
Ao município de Mossoró/RN e as 36 escolas de ensino médio por permitirem
a viabilização desta pesquisa. Aos adolescentes que se voluntariaram, agradeço de
forma especial pelo envolvimento e contribuição.
A todos os colegas/amigos da base que foram essenciais para o meu
crescimento, sempre dispostos a ajudar em meio às aflições. Agradeço
especialmente a Ubilina Maia, Joelma Gomes, Dimas Morgan, Sabrina Lisboa,
Nailton Brandão e Fábio Romano. Ubilina, você me deu o pontapé inicial para que
tudo isso acontecesse. Obrigada por me trilhar pelo caminho certo. Sua amizade foi
uma grande conquista e quero levá-la comigo para sempre. Vou sentir muita
saudade dos nossos passeios e conversas. Joelma (Jó), Dimas, Sabrina, Nailton e
Fábio, obrigada por sempre me ouvirem, pelas boas risadas, conselhos e por
dividirem seus conhecimentos. Ao lado de vocês nunca me senti sozinha!
Ao colega e grande amigo Salvador Júnior (meu Brow). Foram muitas
caronas, risadas, sanduíches do Bebelu (kkkk). Obrigada por tudo, meu amigo. Te
adoro muito!
Aos demais colegas do mestrado, em especial Amélia Resende, Gemma,
Rejane Holanda, Renata e Fábio Gurgel, por tornarem os nossos intervalos mais
prazerosos. Tenho um grande carinho por vocês. Desejo muito sucesso!
A todas as pessoas que passaram e que ainda permanecem em minha vida,
muito obrigada de coração!
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Lembrai do tempo que levastes para chegar aqui, de todas as vitórias e lágrimas, de todos os sorrisos e fracassos. Lembrai dos sonhos realizados, das frustrações, das decepções colhidas. Lembrai de tudo o que passou. Ganhastes mais força, mais sabedoria e finalmente podes olhar para o que há diante de ti e perceber que apenas chegastes ao começo. – Seja bem-vindo ao começo!
Augusto Branco
8
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................. 12
ABSTRACT.......................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 14 1.1 O Problema.......................................................................................... 14
1.2 Objetivos.............................................................................................. 17
1.2.1 Objetivo geral....................................................................................... 17
1.2.2 Objetivos específicos........................................................................... 17
1.3 Justificativa........................................................................................... 18
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................... 19
2.1 Adolescência e corpo........................................................................... 19
2.2 Determinantes demográfico-biológicos e (in)satisfação corporal de
adolescentes........................................................................................
22
3 METODOLOGIA.................................................................................. 29
3.1 Caracterização da pesquisa................................................................. 29
3.2 População e Amostra........................................................................... 29
3.2.1 População............................................................................................ 29
3.2.2 Amostra................................................................................................ 29
3.3 Instrumentos para coleta dos dados.................................................... 31
3.4 Procedimento da coleta de dados........................................................ 37
4 RESULTADOS..................................................................................... 39
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................... 51
6 REFERÊNCIAS.................................................................................... 53
ANEXOS.............................................................................................. 70
9
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Valores de média ± desvio padrão das variáveis de acordo com
o sexo
38
TABELA 2 Valores de frequência (%) do nível de atividade física entre
sexo
40
TABELA 3 Valores de média ± desvio padrão do perfil amostral de acordo
com o sexo para os domínios do IPAQ (nível de atividade
física)
41
TABELA 4 Associação entre o nível de atividade física e os determinantes
demográfico-biológicos
42
TABELA 5 Prevalência de sedentarismo, analise bruta e ajustada por
regressão de Poisson
43
TABELA 6 Distribuição de frequência (%) dos escolares segundo
percepção da imagem corporal nas diversas variáveis
estudadas
46
TABELA 7 Distribuição dos casos Leve/muito preocupado pelo
questionário sobre a Imagem Corporal (BSQ-34)
47
10
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Distribuição da amostra
29
FIGURA 2 Valores críticos do IMC propostos para definição de baixo peso,
excesso de peso e obesidade na população de referência
brasileira de 2 a 19 anos em cada sexo, segundo idade
31
FIGURA 3 Valores normativos para circunferência de cintura (meninos)
32
FIGIRA 4 Valores normativos para circunferência de cintura (meninas)
33
11
LISTA DE SIGLAS WHO World Health Organization
PNDS Dados da Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
TA Transtornos Alimentares
OMS Organização Mundial da Saúde
VIGITEL Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico
SEEC Secretaria Estadual de Educação e Cultura
ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa
IPAQ Questionário Internacional de Atividade Física
CELAFISCS Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano
do Sul
CDC Center of Disease Control and Prevention
BSQ Body Shape Questionnaire
UERN Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
DP Desvio Padrão
12
RESUMO
O estudo de caráter descritivo objetivou analisar a associação entre os determinantes demográfico-biológicos (índice de massa corporal - IMC, perímetro da cintura, nível socioeconômico e nível de conhecimento e percepção sobre o exercício físico), o nível de atividade física e a imagem corporal de 770 adolescentes com faixa etária de 15 a 18 anos, de ambos os sexos, cursando ensino médio em escolas da zona urbana do município de Mossoró, ano 2014. Foram aplicados quatro questionários referentes ao nível socioeconômico, nível de conhecimento e percepção sobre o exercício físico, nível de atividade física e imagem corporal. Também foram medidas massa corporal, estatura, índice de massa corporal (IMC) e perímetro da cintura. Os resultados mostraram que a variável sexo mostrou forte associação com as variáveis imagem corporal, nível socioeconômico e perímetro da cintura (PC), sendo as mulheres mais propensas à distorção da imagem corporal. Já os homens apresentaram melhor nível socioeconômico, bem como PC mais elevado. Com relação a variável nível de atividade física (NAF), as mulheres se mostraram mais sedentárias do que os homens, onde estes praticavam atividades vigorosas com maior frequência. O tipo de escola também teve relação com o NAF, em que a escola privada foi mais prevalente ao sedentarismo em comparação à pública. Para o PC, o valor mais prevalente foi o do perímetro igual ou maior a 75. E na variável IMC, o excesso de peso foi o mais prevalente. Podemos concluir que os fatores que causam maior interferência no desfecho do estudo, são: sexo, tipo de escola e estado nutricional. Palavras-Chave: Adolescentes, Determinantes demográfico-biológicos, nível de atividade física, imagem corporal.
13
ABSTRACT
The descriptive character study aimed to analyze the association among the demographics-biological determinants (Body Mass Index - BMI, waist perimeter, socioeconomic level and knowledge level and perception about physical exercise), the physical activity level and body image of 770 teenagers between 15 and 18 years old, either sex, studying high school in the urban zone schools of Mossoró city, year 2014. Were applied four questionnaires concerning to socioeconomic level, knowledge level and perception about the physical exercise, physical activity level and body image. Was measured too the body mass, stature, body mass index (BMI) and waist perimeter. The results showed that the variable sex showed a strong association with the body image variables, socioeconomic level and waist perimeter (WP), being the women more inclined to distortion of body image. Already the men showed better socioeconomic level as well as higher WP. With relation to the variable physical activity level (PHL), the women showed more sedentary than men, where these practiced vigorous activities more frequently. The type of school had too relation with the PHL, where the private school was more prevalent to sedentary lifestyle compared with the public. For the WP, the most prevalent value was the perimeter equal or bigger than 75. And in the variable BMI, the excess weight was the most prevalent. We can conclude that the factors that cause bigger interference in the study outcome are: sex, type of school and nutritional status. Keywords: Teenagers; Demographic-biological determinates; Physical activity level; Body image.
14
I INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA
Com a transição epidemiológica que ocorre no mundo, observa-se uma
redução das doenças infecciosas e um aumento das doenças crônicas não
transmissíveis. Entre as principais causas dessas doenças crônicas não
transmissíveis destaca-se o estilo de vida sedentário (WHO, 2010).
Sabe-se que o sedentarismo acarreta inúmeras implicações à saúde do
indivíduo. A literatura aponta que a adoção de um estilo de vida pouco saudável com
diminuição de atividade física está fortemente relacionada com o desenvolvimento e
a manutenção da obesidade, a qual tem sido descrita como um importante problema
de saúde pública, pois sua prevalência cresce a níveis alarmantes (SILVA et al.,
2008). Este acúmulo traz inúmeras consequências à saúde, como doenças
debilitantes que afetam a qualidade de vida, além de maior probabilidade de mortes
prematuras (TAVARES; NUNES; SANTOS, 2010).
Nesse sentido, faz-se necessário que, desde cedo, a prevenção esteja focada
na adoção de hábitos saudáveis, para que crianças e adolescentes instituam um
estilo de vida adequado na fase adulta, prevenindo futuros problemas de saúde
(FRANCO et al., 2010).
Diante dessa conjuntura, a prática de atividade física surge há séculos como
um potente fator de promoção à saúde (GUALANO; TINUCCI, 2011) em indivíduos
de diferentes níveis socioeconômicos em programas de atividade física (COELHO,
2010).
Autores têm estudado os efeitos protetores da atividade física sobre as
diversas doenças. De fato, os estudos epidemiológicos e a própria sociedade em
geral veem na atividade física um meio de melhorar os níveis de saúde, bem-estar
físico, mental e social e de obtenção de hábitos e estilos de vida saudáveis,
melhorando a qualidade de vida das populações (PEREIRA et al., 2012).
Logo, não é de se estranhar as mais diversas recomendações de
organizações oficiais que visam determinar os níveis de atividade física diária
15
benéficos à saúde (LIMA et al., 2010), visto que, atualmente, o sedentarismo é tido
como um problema mundial de saúde.
As razões que levam à inatividade física são multifatoriais e, segundo
Andrade (2012), a principal se origina da falta de informação da população sobre
atividade física, sedentarismo e suas ações na saúde.
Existem muitos fatores que podem levar ao desconhecimento por parte dos
adolescentes sobre o assunto em questão, como por exemplo, a falta de interesse
em buscar informações por parte dos indivíduos, ineficiência de programas
governamentais que incentivem a prática de atividade física (SILVEIRA; SILVA,
2011) e falta de orientação por parte dos profissionais ligados à área da saúde
(SILVA, 2008).
Dessa forma, é de grande importância incutir esse conhecimento no
adolescente, pois sem o conhecimento e percepção corretos sobre o tema, é
improvável que atitudes sejam tomadas no sentido de alterar um padrão
comportamental (DOMINGUES et al., 2004).
Considerando essa problemática, a criação de políticas públicas e programas
de promoção da saúde, visando a aquisição de hábitos alimentares saudáveis e
práticas de atividades físicas regulares são necessárias para combater essa
realidade. Medidas governamentais já foram tomadas a fim de controlar o aumento
da prevalência da obesidade entre os brasileiros (REIS; VASCONCELOS; BARROS,
2011), todavia, não se pode dizer que foram efetivas, principalmente quando
identificamos o aumento dos índices de obesidade no país.
Alguns autores definem obesidade como conceito primário, sendo o acúmulo
de excesso de peso de forma que comprometa a saúde do indivíduo (PINTO, 2011;
VARGAS, 2012; SANTOS; SCHERER, 2012).
Esse problema tem atingido, em grande escala, crianças e adolescentes.
Dados da Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS), realizada em
2006, mostraram que 21,6% dos adolescentes entre 15 e 19 anos estavam com
excesso de peso, sendo que 4,4% deles se encontravam obesos e apenas 2,2%
estavam com déficit de peso (BRASIL, 2009).
No Brasil um levantamento realizado entre os anos de 2008 e 2009 pelo IBGE
(2010) na região do Nordeste brasileiro, destacou um aumento de 15,9% dos casos
de sobrepeso e obesidade nos últimos 30 anos. Este levantamento aponta uma
16
prevalência de 20,0% de adolescentes com sobrepeso e obesidade no Nordeste,
valores próximos aos 25,0% encontrados em todo o país. Apesar disso, os adolescentes têm permanecido cada vez mais sedentários, o
que torna um fator preocupante, uma vez que, além de aumentar a probabilidade de
ser um adulto obeso, o adolescente pode desenvolver com maior facilidade várias
doenças, incluindo as cardiovasculares, renais, endocrinológicas, neuromusculares e
osteoarticulares (GUALANO et al., 2010).
A adolescência é uma etapa evolutiva peculiar ao ser humano, caracterizada
por profundas transformações somáticas, psicológicas e sociais, que interferem de
forma dinâmica no comportamento alimentar do adolescente (HORTA; FERREIRA;
SANTOS, 2012).
Neste período, além das transformações fisiológicas, o indivíduo sofre
importantes mudanças psicossociais, o que contribui para a vulnerabilidade
característica desse grupo populacional. Além disso, os adolescentes podem ser
considerados um grupo de risco nutricional, tendo em vista à inadequação de sua
dieta decorrente do aumento das necessidades energéticas e de nutrientes para
atender à demanda do crescimento (ENES; SLATER, 2010).
Sob essa perspectiva, essa fase da vida apresenta uma alta prevalência de
adolescentes insatisfeitos com sua imagem corporal, sendo mais acentuada no sexo
feminino (CORSEUIL et al., 2009).
A percepção da imagem corporal pode ser definida como uma ilustração que
se tem na mente acerca do tamanho, imagem e forma do corpo, e também dos
sentimentos relacionados a essas características, bem como as partes que a
constituem (FORTES et al., 2011).
Existem evidências que o estado nutricional (MIRANDA et al., 2011;
SCHERER et al., 2010), a composição corporal (ARROYO et al., 2008), o nível
socioeconômico (PEREIRA et al., 2009; PEREIRA et al., 2011) e o conhecimento e
percepção sobre o exercício físico, tidos como determinantes demográfico-
biológicos, podem influenciar no descontentamento com o próprio corpo.
Outro quesito que contribui bastante para essa insatisfação entre os
adolescentes é a influência da mídia, fortalecida pela globalização e pela sociedade,
pois enfatizam uma contradição ao passo que apelam para o estilo de vida saudável,
enaltecendo o ideal de magreza, ao mesmo tempo em que se incentiva o consumo
de alimentos calóricos (ANSCHUTZ et al., 2009; OLIVEIRA; HUTZ, 2010).
17
Todos esses aspectos podem causar uma desordem na cabeça do
adolescente e o resultado dessas contradições, muitas vezes, leva ao
desenvolvimento de Transtornos Alimentares (anorexia e bulimia nervosa),
caracterizados pela preocupação exacerbada com o peso e a forma (OLIVEIRA;
HUTZ, 2010).
Portanto, diante da diversidade de fatores e principalmente da escassez de
estudos sobre o referido tema em uma população de adolescentes, emerge o
seguinte questionamento: existe relação entre os determinantes demográfico-
biológicos, o nível de atividade física e a imagem corporal de adolescentes da região
do semiárido potiguar?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral Analisar a associação entre os determinantes demográfico-biológicos (índice
de massa corporal - IMC, perímetro da cintura, nível socioeconômico e nível
de conhecimento e percepção sobre o exercício físico), o nível de atividade
física e a imagem corporal de adolescentes da região do semiárido potiguar.
1.2.2 Objetivos Específicos
• Mensurar a estatura e a massa corporal total de adolescentes da região do
semiárido potiguar.
• Identificar os determinantes demográfico-biológicos (IMC, perímetro da
cintura, nível socioeconômico e nível de conhecimento e percepção sobre o
exercício físico) de adolescentes da região do semiárido potiguar.
• Avaliar o nível de atividade física de adolescentes da região do semiárido
potiguar.
• Avaliar a imagem corporal de adolescentes da região do semiárido potiguar.
• Comparar o IMC, o perímetro da cintura, o nível socioeconômico, o nível de
conhecimento e percepção sobre o exercício físico, o nível de atividade física
e a imagem corporal entre adolescentes do sexo feminino e masculino da
região do semiárido potiguar.
18
• Correlacionar os determinantes demográfico-biológicos (IMC, perímetro da
cintura, nível socioeconômico e nível de conhecimento e percepção sobre o
exercício físico), o nível de atividade física e a imagem corporal de
adolescentes da região do semiárido potiguar.
1.3 JUSTIFICATIVA
A literatura tem associado vários fatores à distorção da imagem corporal, bem
como à inatividade física, entretanto, o assunto ainda é pouco estudado quando se
relaciona essa temática numa população de adolescentes, o que torna-se algo mais
complexo, tendo em vista todas as transformações fisiológicas e psicológicas que
estes sofrem no decorrer da vida.
Partindo deste princípio, o presente estudo justifica-se pela necessidade de
investigar se há alguma relação entre os determinantes demográfico-biológicos, o
nível de atividade física e a imagem corporal de adolescentes.
Além disso, para fim acadêmico, poderá significar maiores subsídios para os
profissionais que lidam diretamente com esse público, para que atuem de maneira
positiva e mais eficiente ao estruturar intervenções e procedimentos que favoreçam
o bem-estar destas pessoas.
E no que tange ao contexto social, o estudo teve como amostra um
percentual considerável de adolescentes de todas as escolas de ensino médio do
município de Mossoró/RN, o qual avaliou muitos quesitos, como: estado nutricional,
perímetro da cintura, conhecimento sobre exercícios físicos, nível de atividade física,
imagem corporal, entre outros; visando assim, a criação/inserção de novas políticas
públicas no ambiente escolar que almejem contribuir para a minimização de
possíveis riscos à saúde do adolescente, como é o caso do sedentarismo e
obesidade.
19
II REVISAO DA LITERATURA
2.1 ADOLESCÊNCIA E CORPO
As concepções e as representações do corpo, bem como a beleza, sofreram
transformações ao longo da história em cada sociedade, associadas às mudanças
socioeconômicas e culturais. Assim, conhecer como determinado grupo pensa e
concebe o corpo pode contribuir para compreender a hegemonia de uma estética
corporal, como também esclarece a amplitude dos significados relativos ao próprio
corpo (BRAGA; MOLINA; FIGUEIREDO, 2010).
De fato, com todas essas mudanças, o corpo humano passou a ser
extremamente valorizado e explorado pela mídia, que transforma o corpo em objeto
de consumo e projeção de desejos e de medidas perfeitas (BRAGA; MOLINA;
FIGUEIREDO, 2010).
É na adolescência que as alterações corporais parecem assumir uma
importância fundamental, seja por preocupação com a própria aparência ou com o
peso corporal (PASSOS et al., 2013).
De acordo com Santos et al. (2011), adolescência é a fase do
desenvolvimento compreendida entre 10 e 19 anos de idade. Trata-se de uma das
etapas mais críticas para a formação do indivíduo, caracterizada por instabilidades
física, psicológica e social (FORTES et al., 2012). Cronologicamente, a adolescência
pode ser dividida em períodos caracterizados por alterações específicas: inicial de
10 a 14 anos, intermediário de 15 a 17 anos e final de 18 a 19 anos (World Health
Organization, 2005). Já na esfera legal no Brasil, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei Federal 8.069 de 1990) considera a pessoa entre doze e dezoito
anos de idade como adolescente (SILVA, 2010).
Durante essa fase da vida, o indivíduo passa por muitos conflitos quando o
assunto é o corpo. Segundo Dumith et al. (2012), os adolescentes apresentam um
comportamento de contestação e são altamente influenciados pelo grupo, aspectos
esses que podem desencadear a insatisfação corporal.
Petroski et al. (2012) têm alertado que essa insatisfação corporal,
característica da adolescência, pode se justificar pelo fato de esse grupo estar entre
os mais vulneráveis às pressões da sociedade para a obtenção do corpo ideal,
20
principalmente em razão da ampla divulgação em comerciais, revistas e cinema de
um padrão corporal que valoriza a magreza entre as mulheres e o aumento da
massa muscular entre os homens, como sinônimo de beleza e ascensão social.
Em contrapartida, os “não atraentes” são discriminados e se sentem
pressionados a encobrir seus corpos, reforçando o preconceito contra a obesidade e
o corpo gordo. Esses são associados à preguiça, à lentidão e à falta de autocontrole,
sendo considerados “culpados”, sem força de vontade para transformar um corpo
“gordo” em um corpo “perfeito” (SANTOS, 2006).
Além disso, com a chegada da puberdade, manifestada em torno de 8 a 14
anos de idade, o corpo do jovem passa por diversas alterações fisiológicas, como: a
maturidade do sistema reprodutivo, desenvolvimento dos músculos, ossos e tecido
gorduroso, alteração da voz, desenvolvimento das glândulas mamárias,
aparecimento de pêlos, acnes, alterações hormonais, aumento do peso e da
estatura, entre outras (ZAGURY, 2002). Essas alterações físicas podem influenciar
diretamente na imagem mental do sujeito, o que pode repercutir positiva ou
negativamente na insatisfação corporal (FORTES et al., 2013).
Assim, ainda que o processo de reconstrução da imagem corporal seja uma
possibilidade constante ao longo da vida, é na adolescência que essa demanda se
torna irrefutável, pois as incongruências apresentadas não giram em torno apenas
do desejo de se ter um corpo diferente do que se tem, mas apontam para uma
mudança inexorável do corpo impelida por questões hormonais e físicas, suscitando
no indivíduo demandas de ajustamento estruturais (FROIS; MOREIRA; STENGEL,
2011).
No que se refere ao aspecto comportamental, o adolescente passa por suas
maiores modificações e transformações, ou seja, o indivíduo começa a buscar sua
autoafirmação, uma identidade própria, a formação de seu caráter e personalidade,
ratifica a definição de seus valores, está em progressiva independência dos pais, de
ideias e conceitos pré-estabelecidos, obtém satisfação sexual e também procura
estabilidade social em seu grupo de convívio (RANGEL; COSTENARO; ROSO,
2012).
Por outro lado, a insatisfação com a aparência corporal poderia conduzir o
indivíduo a obter comportamentos benéficos, com a incorporação de hábitos
saudáveis, como a alimentação adequada e a prática de atividade física,
modificando o âmbito biofísico e melhorando a percepção corporal (TRIBESS, 2006).
21
No entanto, adolescentes insatisfeitos frequentemente adotam
comportamentos alimentares anormais e práticas inadequadas de controle de peso,
como uso de diuréticos, laxantes, autoindução de vômitos e realização de atividade
física extenuante (KIRSTEN; FRATTON; PORTA, 2009).
Diante dessa conjuntura, prejuízos no desenvolvimento físico e cognitivo
podem ser evidenciados em jovens que praticam comportamentos inadequados
provenientes de sua insatisfação corporal, ocasionando danos ao estado nutricional,
baixa autoestima, limitações no desempenho psicossocial, quadros depressivos
(SILVA et al., 2011) e maior risco para o desenvolvimento de transtornos
alimentares, quando comparados aos adolescentes satisfeitos com sua imagem
(DUNKER; FERNANDES; CARREIRA FILHO, 2009; CASTRO et al., 2010).
Autores têm definido os transtornos alimentares (TA) como síndromes
psicológicas caracterizadas por controle patológico do peso corporal, distúrbios da
percepção do formato corporal e comportamento alimentar gravemente perturbado
(GOMES et al., 2010; SCHAAL et al., 2011).
Embora sejam limitados os dados populacionais a respeito da prevalência
desses transtornos entre os adolescentes brasileiros, estima-se que de 0,5% a 5%
dos jovens podem apresentar algum sintoma de transtorno alimentar e que de 90%
a 95% dos casos ocorrem no sexo feminino, na faixa etária de 15 a 25 anos
(PETROSKI; PELEGRINI; GLANER, 2012). Estes dados corroboram com o estudo
de Fernandes (2007), onde este constata que é mais comum adolescentes do sexo
feminino, quando comparadas ao sexo masculino, cultivarem o medo da obesidade,
bem como a insatisfação com o próprio corpo, o que pode relacionar-se a casos de
inferioridade e rejeição.
Sobretudo, entende-se que o exercício físico, quando bem orientado, pode se
tornar um importante aliado na adoção de um estilo de vida mais saudável, bem
como na busca do corpo desejado quando, assim, associado a uma alimentação
equilibrada, sendo, portanto, um fator relevante para o crescimento e
desenvolvimento adequado durante esta fase, além de reduzir o risco de futuras
morbidades (SILVA; COSTA JR., 2011).
Logo, enfatiza-se que programas de intervenção que incluam orientação
nutricional, acompanhamento clínico, exercício físico e intervenções psicológicas são
os mais efetivos em crianças e adolescentes no que diz respeito ao
22
combate/tratamento da obesidade (CURIONI; LOURENCO, 2005; SNETHEN et al.,
2006).
2.2 DETERMINANTES DEMOGRÁFICO-BIOLÓGICOS E (IN)SATISFAÇÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES O conceito de corpo saudável ou bonito vem sofrendo transformações ao
longo da história e os padrões de beleza de outrora são bastante diferenciados dos
atuais. No entanto, o culto ao corpo, de uma forma ou de outra, sempre esteve
associado à imagem de poder, beleza e mobilidade social. Na atualidade, é possível
identificar uma crescente insatisfação das pessoas com a própria aparência, num
contexto no qual há uma grande valorização de corpos fortes e magros (PEREIRA et
al., 2009).
Os padrões de beleza, influenciados pela mídia, têm exigido perfis
antropométricos cada vez mais magros para as mulheres e fortes para os homens
(PEREIRA et al., 2009). O corpo, objeto deste estudo, é também objeto deste
cenário; corpos esculpidos, modelados em academias ou produzidos em salas
cirúrgicas (BRAGA et al., 2010).
A imagem corporal é a constituição da figura do corpo que o indivíduo tem de
si mesmo, ou seja, como ele concebe e percebe seu próprio corpo. Uma estrutura
formada através das sensações provindas de diversas formas e que chegam à
consciência mental (JUNIOR; JUNIOR; SILVEIRA, 2013).
Pensar na construção da imagem corporal pressupõe uma leitura sobre a
relação do sujeito com o mundo, onde envolve uma articulação harmônica entre as
dimensões física, psíquica e social do corpo (FROIS et al., 2011).
Assim, conforme os autores supracitados,
Compreender como o indivíduo constrói a imagem do corpo, como ele se vê e como se relaciona com o mundo, depende das vivências que ele tenha construído a partir de suas experiências desde o nascimento. Os cuidados na infância, as relações com a mãe e outros indivíduos que nomeiam esse corpo e atuam na construção da imagem corporal, permitindo que o indivíduo se defina como gordo, magro, alto ou baixo, por exemplo (FROIS et al., 2011, p. 72).
23
Deste modo, as imagens do corpo vão sendo construídas e reconstruídas ao
longo da vida do indivíduo, imbuindo-o de significações a partir das vivências que
outras referências lhe apresentam. Trata-se de um processo cíclico e gradativo ao
longo da vida, no qual as mudanças físicas e psíquicas do corpo suscitam a
necessidade de constante reorganização da imagem corporal (FROIS et al., 2011).
Há dois tipos de distúrbios com a imagem corporal: o perceptual, que se
relaciona com a subestimação do tamanho do corpo; e o atitudinal, que envolve a
insatisfação com a forma ou o tamanho do corpo, onde as crenças dos indivíduos a
respeito dos seus corpos podem acarretar em satisfação ou insatisfação com a
imagem corporal (PALLAN et al., 2011).
Muitos são os fatores que podem vir a acarretar essa insatisfação com o
corpo. O fato é que homens e mulheres têm direcionado suas atitudes em relação a
seus corpos na busca incessante de atender às exigências culturais da sociedade
em que estão inseridos.
Nesse sentido, a prática sistematizada de atividade física pode ser citada
como um dos meios de se atingir um corpo esbelto, forte e funcional (SCHAAL et al.,
2011), muitas vezes por consequência de uma insatisfação com o corpo.
A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido
pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que os níveis
de repouso (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). Já o exercício físico é
tido como subconjunto de atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que
tem por objetivo o desenvolvimento da aptidão física, de habilidades motoras ou a
reabilitação orgânico-funcional (NAHAS, 2006).
Os benefícios da prática de atividade física para a saúde e qualidade de vida
de pessoas de todas as idades estão bem documentados na literatura científica.
Durante a adolescência, há evidências de que a atividade física traz benefícios
associados à saúde esquelética (conteúdo mineral e densidade óssea), manutenção
do peso corporal e redução de riscos cardiovasculares (FREITAS et al, 2010),
estimula o crescimento físico, aumenta a autoestima e contribui para o
desenvolvimento social (RIOS et al., 2012). Além disso, evidências da literatura
demonstram que a prática de atividade física na adolescência pode estar associada
ao nível de atividade física na vida adulta (TENÓRIO et al., 2010).
Apesar das evidências apontando os benefícios da atividade física para a
saúde física e mental, a proporção de adolescentes que não conseguem atingir as
24
doses recomendadas de atividade física diárias aumentou consideravelmente na
última década (OLIVEIRA et al., 2011). Concomitante, os baixos níveis de atividade
física em adolescentes estão associados a fatores demográficos (sexo, faixa etária e
etnia), socioeconômicos (escolaridade e poder aquisitivo) e o estilo de vida (hábitos
alimentares, relacionamentos sociais, estresse, consumo de álcool e drogas),
conforme cita Farias Júnior et al. (2009).
Weineck (2003) ainda afirma que a falta de atividade física é, principalmente
nos países industrializados, um fenômeno típico. Através do contínuo e progressivo
desenvolvimento tecnológico observa-se, cada vez mais, uma crescente redução da
atividade motora geral.
Existem estudos que falam sobre a influência do fator socioeconômico sobre
o nível de atividade física, porém os resultados são divergentes; alguns alegam que
as classes menos favorecidas fazem mais atividade física e aquelas que têm mais
poder aquisitivo a realizam em menor quantidade e outros estudos dizem o oposto
(GONÇALVES et al., 2011).
Um exemplo disso são os achados de Souza et al. (2009), ao investigar a
relação entre o nível de atividade física e as condições socioeconômicas de
adolescentes da cidade de Fortaleza. Os autores observaram que a maioria (60,3%)
da amostra encontrava-se ativa e apenas 1,2% sedentário. Quando associado o
nível de atividade física às condições socioeconômicas, verificou-se maior proporção
de adolescentes ativos nas classes E (32,8%) e D (25,0%). Consequentemente,
observa-se uma tendência em adolescentes de classes mais altas demonstrarem
maiores índices de insatisfação corporal (PEREIRA et al., 2011)
O que há de mais comum entre a maioria dos estudos é o grande número de
pessoas que não conseguem atingir, pelo menos, os níveis de atividade física
desejáveis e ideais à saúde, o que se torna um fator agravante, tendo em vista que,
atualmente, o sedentarismo é considerado um sério problema de saúde pública,
podendo este ocasionar o aumento do índice de massa corporal (IMC), com
consequentes distúrbios metabólicos e outras doenças.
O estado nutricional apresenta-se como um possível preditor da insatisfação
com o corpo. A dificuldade de aceitar-se dentro de um padrão pré-estabelecido
dificulta a percepção individual (PALUDO et al., 2011).
Embora conflitos e problemas psicológicos do entendimento da imagem
corporal possam preceder o desenvolvimento da obesidade, problemas emocionais
25
são geralmente percebidos como consequência do estado nutricional,
principalmente a obesidade (PALUDO et al., 2011).
De acordo com a classificação do IMC, é considerado sobrepeso quando a
faixa de IMC variar entre 25 a 29,9 Kg/m², e a obesidade é atingida quando o IMC for
de 30 Kg/m² ou mais (BOUCHARD, 2003).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define sobrepeso como excesso de
massa corporal em comparação com tabelas ou padrões de normalidade e
obesidade como doença decorrente do excesso de gordura corporal que acarreta
prejuízos à saúde, qualidade e quantidade de vida (OMS, 2000).
Dados inéditos do Ministério da Saúde revelam que, pela primeira vez, o
percentual de pessoas com excesso de peso supera mais da metade da população
brasileira. A pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostra que 50,8% da população (acima
de 18 anos) está acima do peso ideal e 17,5% está obesa.
O desenvolvimento de estados nutricionais inadequados também tem afetado
crianças e adolescentes (FERREIRA et al., 2013). Atenta a esse contexto, a OMS
(2000) preconiza que pesquisas com crianças e adolescentes utilizem medidas
antropométricas para avaliar o estado nutricional, possibilitando a detecção precoce
de disfunções orgânicas, estados de subnutrição ou de excesso de peso e fatores
de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
O IMC é um método bastante aceito cientificamente devido à facilidade de
sua aplicação e por apresentar relação com a gordura corporal total, mesmo em
populações jovens. Os pontos de corte para classificação do baixo peso, sobrepeso
e obesidade devem ser estabelecidos através de amostras representativas do país,
adequadas à faixa etária e sexo (COLE et al., 2000).
Apesar disso, é importante ressaltar que o IMC é uma medida relativa do
peso corporal e não da composição corporal, sendo muitas vezes utilizada de
maneira equivocada classificando indivíduos saudáveis como sobrepeso e
obesidade o que torna a gordura corporal como medida mais eficaz (ETCHISON et
al., 2011). Entretanto, cabe ressaltar que, além da composição corporal em si, é
importante considerar a auto percepção ou imagem corporal desenvolvida pelo
indivíduo (FERREIRA et al., 2013).
26
A relação entre composição corporal e percepção mental do próprio corpo se
justifica porque esta última ultrapassa a realidade neuropsicológica, oferecendo um
conceito mais complexo para a abordagem de estudos sobre o corpo, englobando,
além do aspecto mental, a dimensão social (SILVA; PALMEIRA, 2010).
Diversos autores têm analisado, cada vez mais, essa associação entre IMC e
imagem corporal. Pinheiro et al. (2011), em seu estudo, buscou avaliar a relação
entre o estado nutricional e a auto percepção da imagem corporal em adolescentes,
onde constatou-se que a maioria apresentou uma auto percepção não condizente
com seu estado nutricional real e mostraram, assim, algum sentimento de
insatisfação com o seu corpo.
Em contrapartida, no estudo de Ferreira et al. (2013), ao comparar a
classificação do estado nutricional obtida pelo IMC com a percepção corporal que os
adolescentes têm de si mesmos, verificou-se que 64.1% deles percebem
corretamente sua composição corporal, 18.9% percebem-se menores e 17.0%
percebem-se maiores do que realmente são.
Outra medida que também tem sido bastante utilizada é a circunferência da
cintura (ou perímetro da cintura). Esta tem sido definida como indicador de
obesidade central (acúmulo de tecido adiposo na região abdominal) e tem se
mostrado o melhor indicador de gordura visceral quando comparado ao IMC, além
de ser um bom marcador de risco cardiovascular (BRAMBILLA et al., 2006).
O estudo proposto por Toni et al. (2012) apontou a intensa relação entre a
circunferência da cintura e a imagem corporal. Na variável da circunferência da
cintura, os estudantes com medida aumentada da cintura apresentaram quatro
vezes mais de chances de serem insatisfeitos com sua imagem corporal (RP=4,92 –
IC=3,61 – 6,71), em relação aos que de medida adequada. No Brasil, a prevalência de insatisfação com a imagem corporal em
adolescentes oscila entre 25,3% (MARTINS et al., 2010) e 82% (PINHEIRO;
GIUGLIANI, 2006), dependendo da região e do nicho sociocultural.
Diante dessa conjuntura, sabendo que o excesso de peso e obesidade em
crianças e adolescentes é um problema de grande magnitude no Brasil, faz-se
necessário um maior investimento e desenvolvimento de políticas públicas que
atentem para o controle do sedentarismo e obesidade, principalmente nos jovens,
tendo em vista o risco de se tornarem adultos obesos. Ademais, também seria
importante inserir nas escolas mais programas educacionais relacionados à saúde
27
para que os alunos possam adquirir o conhecimento sobre os benefícios de uma
alimentação saudável e da prática de atividade física, valorizando-o como recurso
para usufruto em seu cotidiano e buscando, assim, uma melhor qualidade de vida,
uma vez que a saúde na educação é tratada enquanto temática transversal, e está
disposta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1998).
Segundo Domingues et al (2004, p. 204), o fato de possuir o conhecimento
não implica necessariamente a prática de exercício físico, mas sem o conhecimento
e percepção corretos sobre o tema é improvável que atitudes sejam tomadas no
sentido de alterar um padrão comportamental.
As razões que levam à inatividade são multifatoriais. Um desses fatores é o
desconhecimento sobre como se exercitar e/ou os benefícios do movimento corporal
sobre a saúde do indivíduo (NAHAS, 2006).
A literatura tem mostrado que, ao se elevar o nível de conhecimento da
população sobre fatores de risco que predispõe a doenças crônicas, as pessoas
tendem a modificar seus comportamentos (CORREIA et al, 2007; CREMILDA;
DIBAI; CADE, 2008; SALEIRO; DAMAS; GOMES, 2008).
Estudos epidemiológicos sobre atividade física em grandes populações
demonstraram que o nível de escolaridade teve influência direta sobre o nível de
atividade física dessas populações (COSTA, 2004; CAMÕES; LOPES, 2008;
PITANGA; LESSA, 2005), sendo a educação um fator importante na tomada de ação
por parte daqueles que pretendem ter uma vida mais saudável (SILVEIRA; SILVA,
2011).
Todavia, para Knuth et al (2009), o fato de um indivíduo estar ciente dos
benefícios da prática de atividade física não necessariamente resulta em adoção ou
manutenção de um estilo de vida ativo.
Rocha et al (2007), corroborando com essa ideia, constatou em seu estudo
que o conhecimento sobre os benefícios, limitações e implicações do exercício físico
foi maior entre os adolescentes que não praticavam exercícios físicos
sistematicamente, quando se esperava resultado contrário.
O saber populacional sobre a relevância da prática de atividade física e sobre
saúde em geral é um objeto de estudo difícil de mensurar e, ao mesmo tempo, é
complexo classificar as pessoas de acordo com níveis de conhecimento, ou ainda
definir qual nível de conhecimento é suficiente (DOMINGUES et al., 2004; BORGES
et al., 2009).
28
Contudo, é importante salientar que os conhecimentos sobre atividade física
devem estar ligados aos seus benefícios, à sua importância, e aos procedimentos
que devem ser realizados antes, durante e depois das atividades (intensidade,
duração e volume são requisitos de grande importância), pois vários são os
problemas ocasionados pela falta ou prática irregular do exercício físico (COELHO;
FARIA; PACHECO, 2010).
29
III METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Foi caracterizado um estudo do tipo descritivo, por descrever características
de determinada população ou fenômeno; analítico, por comparar grupos e
correlacionar variáveis, com um delineamento transversal, no qual ocorre somente
uma mensuração para uma posterior análise, característica de pesquisa que avalia o
estado atual da amostra (THOMAS; NELSON, 2002).
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 3.2.1 População
A população foi composta por adolescentes matriculados nas escolas
públicas e privadas da zona urbana do município de Mossoró/RN que estavam
cursando o ensino médio no ano de 2014.
Das 136 escolas existentes no município, apenas 36 (18 Estaduais, 16
Privadas e 01 Federal) dispõem do ensino médio.
O referido município é dividido em cinco zonas: Centro, Norte, Sul, Leste e
Oeste. As escolas estão distribuídas da seguinte forma: Centro: 7 escolas privadas e
2 públicas; Norte: 7 privadas e 4 públicas; Sul: 2 privadas e 6 públicas; Leste: 3
públicas, sendo 01 Federal; Oeste: 4 públicas.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC)
do Rio Grande do Norte, o Educacenso (2008) apresentou no município de
Mossoró/RN 10.061 alunos matriculados na rede pública (Estadual e Federal) de
ensino e 2.703 na rede de ensino privada, totalizando 12.764 alunos matriculados no
ensino médio.
3.2.2 Amostra
A amostra randomizada foi constituída de voluntários e selecionada a partir de
cálculo amostral para cada rede de ensino com um intervalo de confiança de 95% e
erro amostral de 5 pontos percentuais, por tratar-se de estudo que envolveu análise
de vários fatores, a prevalência estimada foi fixada em 50%.
30
Dessa forma, a amostra foi composta por 707 adolescentes, sendo 370
adolescentes matriculados na rede pública e 337 na rede privada de ensino. Foram
acrescidos 10% à amostra para possíveis perdas e recusas, totalizando 778
adolescentes (407 adolescentes de escola pública e 371 de escola privada) de
ambos os sexos, com idades entre 15 e 18 anos e cursando o ensino médio,
obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão aqui expostos (FIGURA 01).
Figura 01 – Distribuição da amostra Fonte: Dados do pesquisador
A amostragem foi feita por estratificação proporcional, onde de cada região
zonal do município foi retirada um estrato amostral que fosse proporcional ao
quantitativo de escolas conforme sua distribuição. Foram colocadas em uma planilha
as escolas que aceitaram participar, as turmas de cada escola (ensino médio) e o
quantitativo de alunos por turma; assim, todos os alunos tiveram a mesma chance de
serem escolhidos. Após esta etapa, foi realizado um sorteio aleatório simples para
selecionar os sujeitos que foram convidados a participar da pesquisa.
CÁLCULO AMOSTRAL 707 indivíduos
370 Escolas Públicas 337 Escolas Privadas
10% perdas e recusas
778 indivíduos
407 Escolas Públicas 371 Escolas Privadas
TOTAL
31
Critérios de Inclusão Os indivíduos da amostra deveriam ter idade entre 15 e 18 anos, cursar o
ensino médio nas escolas da rede pública ou privada de ensino da zona urbana do
município de Mossoró/RN no ano de 2014.
Critérios de Exclusão O indivíduo que apresentasse alguma alteração física e/ou cognitiva que o
impossibilitasse de realizar os testes e questionários.
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS Neste item, estão descritos os procedimentos e instrumentos que foram
adotados na presente pesquisa quanto à avaliação da estatura, da massa corporal
total, do índice de massa corporal (IMC), do perímetro da cintura, do nível
socioeconômico, do nível de conhecimento e percepção sobre o exercício físico, do
nível de atividade física e da imagem corporal.
3.3.1 Estatura
A estatura foi mensurada utilizando-se um estadiômetro Personal Caprice
Sanny®, constituído por uma base vertical com uma escala métrica graduada em
centímetros. O avaliador se posicionou em pé ao lado direito do avaliado, o avaliado
em posição ortostática, pés descalços e unidos, procurando por em contato com o
instrumento de medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica,
cintura escapular e região occipital, com a cabeça orientada para o plano de
Frankfurt. O cursor ou esquadro, num ângulo de 90º em relação à escala, tocou o
ponto mais alto da cabeça no final de uma inspiração, sendo realizada a leitura em
metros (ALVAREZ; PAVAN, 2003).
3.3.2 Massa Corporal Total
Para a coleta da massa corporal total utilizou-se uma balança Techline BAL-
150PA®, devidamente calibrada e aferida, com precisão de 100 gramas. Para a
coleta, o avaliador se posicionou em pé, de frente para a escala de medida, o
avaliado em pé (posição ortostática) subiu na plataforma, cuidadosamente,
32
colocando um pé de cada vez e posicionando-se no centro da mesma, ombros
descontraídos e braços soltos lateralmente (ALVAREZ; PAVAN, 2003).
3.3.3 Índice de Massa Corporal (IMC)
Para avaliação do IMC foi empregada a seguinte fórmula: IMC = peso
corporal (Kg) / estatura² (m) (MELLO et al., 2004). Posteriormente, para classificar o
IMC utilizou-se a tabela de classificação proposta por Conde e Monteiro (2006)
(Figura 02).
Figura 02: Valores críticos do IMC propostos para definição de baixo peso, excesso de peso e obesidade na população de referência brasileira de 2 a 19 anos em cada sexo, segundo idade (CONDE; MONTEIRO, 2006).
33
3.3.4 Perímetro da cintura
Para mensurar o perímetro da cintura foi utilizada uma fita antropométrica
metálica, com precisão de 0,1 cm. O avaliador se posicionará de frente para o
avaliado (posição ortostática), passando a trena em torno do avaliado, tendo-se o
cuidado de manter a mesma no plano horizontal. A medida é na parte mais estreita
do tronco, no nível da cintura “natural”. A leitura é realizada após uma expiração
normal (NORTON et al., 2005).
A avaliação do perímetro da cintura se deu através da tabela proposta por
Fernandez et al. (2004) (Figuras 03 e 04), observando-se a idade e o sexo dos
adolescentes, considerando-se como risco elevado o valor do Perímetro da Cintura
Anatômica igual ou acima de P75.
Figura 03: Valores normativos para circunferência de cintura (meninos) (FERNANDEZ, 2004)
34
Figura 04: Valores normativos para circunferência de cintura (meninas) (FERNANDEZ, 2004)
3.3.5 Nível Socioeconômico
O nível socioeconômico foi avaliado através do Questionário da Associação
Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP, 2012) (ANEXO 1), o qual tem como
objetivo estimar o poder de compra das pessoas e famílias urbanas e classificando-
as em classes econômicas.
Este questionário é composto de uma questão de 09 itens sobre bens
domésticos avaliáveis em escala de cinco pontos e uma questão sobre os diferentes
níveis de escolaridade do chefe da família. O nível socioeconômico categoriza os
pontos calculados dos sujeitos como pertencentes às classes A1, A2, B1, B2, C1,
C2, D e E. Onde: A1 equivale de 42 a 46 pontos; A2 de 35 a 41 pontos; B1 de 29 a
34; B2 de 23 a 28 pontos; C1 de 18 a 22 pontos; C2 de 14 a 17 pontos; D de 8 a 13
pontos; e E de 0 a 7 pontos.
Entretanto, para este estudo, utilizamos a junção entre algumas classes,
sendo: classe social A (A1 e A2), classe social B (B1 e B2) e classe social C (C1 e
C2).
35
3.3.6 Conhecimento e percepção sobre o exercício físico
Para verificar a percepção e o conhecimento sobre o exercício físico, foi
utilizado o questionário elaborado por Domingues et al. (2004) (ANEXO 2). O
questionário é constituído por nove questões de múltipla escolha, que acumulam um
escore máximo de 25 pontos. As nove perguntas possuem pontuação diferenciada,
por apresentarem diferente grau de dificuldade. A primeira e a última pergunta não
fazem parte do escore total.
Para a análise das respostas, o escore é categorizado em quartis (0-14, 15-
17, 18-20, 21-25). Tal método de classificação foi utilizado pelo fato de não existir
referencial teórico aceito para categorizar o conhecimento quanto ao exercício físico
(DOMINGUES et al., 2004).
3.3.7 Nível de Atividade Física
A avaliação do nível de atividade física foi realizada através do Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ) (ANEXO 3), versão curta, que é baseado
em estudos em onze centros, sendo um instrumento desenvolvido com a finalidade
de estimar o nível de prática habitual de atividade física de populações de diferentes
países e contextos socioculturais (MATSUDO et al., 2002).
Para analisar os dados do nível de atividade física foi usado o consenso
realizado entre o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São
Caetano do Sul (CELAFISCS) e o Center of Disease Control and Prevention (CDC)
de Atlanta em 2002, considerando os critérios de frequência e duração, que
classifica as pessoas em cinco categorias: Sedentários, Irregularmente Ativos A,
Irregularmente Ativos B, Ativos e Muito Ativos (CDC, 2000).
Nesse estudo, os indivíduos irregularmente ativos A e B, foram condensados
em uma única categoria, irregularmente ativo, com o fim de obter maior
homogeneidade da amostra. Para a análise estatística, essa variável foi
transformada em variável binária (ativo e inativo).
3.3.8 Questionário sobre a Imagem Corporal (BSQ-34)
A avaliação das alterações na imagem e do nível de satisfação dos
adolescentes com relação à sua imagem corporal se deu através do Body Shape
Questionnaire – BSQ (COOPER et al., 1987) (ANEXO 4), traduzido para o
36
Português como “Questionário sobre a imagem corporal” por Cordas e Castilho
(1994).
O questionário, auto-aplicado, verifica o grau de preocupação com a forma do
corpo e do peso, a autodepreciação relacionada à aparência física e alguns
comportamentos adotados em função desta autodepreciação durante o último mês.
Consta de 34 itens, com seis opções de respostas, cada uma delas equivalente a
determinada pontuação: nunca (1 ponto), raramente (2 pontos), às vezes (3 pontos),
frequentemente (4 pontos), muito frequentemente (5 pontos) e sempre (6 pontos). A
soma dos pontos obtidos em todo o teste (todas as perguntas) permite classificar o
nível de preocupação quanto à imagem corporal do adolescente em questão, da
seguinte forma:
• Resultado menor ou igual a oitenta (80) pontos será considerado padrão de
normalidade e tido como ausência de distorção da imagem corporal;
• Resultado entre oitenta e um (81) e cento e dez (110) pontos será um
indicador de leve distorção da imagem corporal;
• Resultado entre cento e onze (111) e cento e quarenta (140) pontos será
indicador de moderada distorção da imagem corporal;
• Resultado for superior a cento e quarenta (140) pontos, tratar-se-á de
indicação de grave distorção da imagem corporal.
O BSQ é bastante utilizado em estudos em populações clínicas e não-
clínicas, com bons índices de validade discriminante e confiabilidade (COOPER et
al., 1987; CORDÁS; NEVES, 1999; ALVARENGA, 2001). Além disso, distingue duas
questões específicas relacionadas à imagem corporal: a precisão na estimativa do
tamanho do corpo e os sentimentos em relacionados a ele, tais como insatisfação ou
desvalorização da forma física. Dessa forma, O BSQ pode ser utilizado para avaliar
o papel de distúrbios da auto-imagem na formação, manutenção e na resposta ao
tratamento de distúrbios alimentares, como a anorexia ou bulimia nervosas
(COOPER et al., 1987; CORDÁS; NEVES, 1999; FREITAS; GORENSTEIN;
APPOLINARIO, 2002).
Para este estudo, durante a análise estatística, as categorias leve, moderada
e grave foram condensadas em uma única categoria: leve/muito preocupado.
37
3.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DOS DADOS O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN), sendo aprovado sob o parecer 883.604
atendendo às recomendações da resolução do Conselho Nacional de Saúde, nº
466/12.
Todos os participantes do estudo, bem como pais e/ou responsáveis tiveram
suas dúvidas sanadas no que diz respeito aos objetivos, métodos e possíveis riscos
da pesquisa em questão, condicionando a sua participação de forma voluntária,
tendo estes assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TLCE).
As avaliações ocorriam na própria escola e no mesmo horário em que o aluno
estudava, podendo ser nos turnos matutino, vespertino ou noturno. Os avaliados
eram encaminhados a uma sala reservada, de modo a evitar possíveis
constrangimentos. Os testes de antropometria eram realizados por um professor de
Educação Física, no caso o próprio pesquisador. Além dos testes, eles também
respondiam aos questionários de forma individualizada, tudo em absoluto sigilo.
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram expressos em média, desvio padrão bem como em valores
mínimos, máximos, frequência simples e porcentagem avaliados através do
programa estatístico STATA versão 13.0.
Diferenças estatísticas entre o sexo masculino e feminino nas diferentes
variáveis (IMC, perímetro da cintura, nível socioeconômico, conhecimento e
percepção sobre o exercício físico, nível de atividade física e imagem corporal)
foram obtidas, quando numéricos e paramétricos, através do teste t para medidas
independentes ou Mann-Whitney quando não paramétrico (normalidade e
homocedasticidade por Shapiro-wilk e Levene, respectivamente), quando
categóricos, por Qui-quadrado. O nível de significância adotado foi de p<0,05.
Já a associação do nível de atividade física e imagem corporal frente aos
determinantes demográfico-biológicos, após os dados serem transformados em
variáveis binárias, foram obtidos através do teste de Qui-quadrado, considerando
como variáveis dependentes ou desfechos a inatividade física e nível de insatisfação
da imagem corporal. Neste sentido, foram calculadas também os respectivos
intervalos de confiança de 95% (IC95%) e valores de razões de prevalências (RP)
brutas, seguida de regressão múltipla de Poisson para obtenção dos valores
38
ajustados. As variáveis independentes foram inseridas no modelo de regressão de
Poisson de maneira crescente, conforme sua significância estatística (p<0,20),
permanecendo aquelas que continuarem significantes (p<0,05) e/ou se ajustem ao
modelo.
39
IV RESULTADOS
Foi possível entrevistar um número superior de indivíduos em relação ao n
inicial; obtendo-se, portanto, 810 entrevistados. Após 4,93% (n=40) de perdas ou
recusas, totalizou-se 770 indivíduos, sendo 363 (47,1%) do sexo masculino e 407
(52,9%) do sexo feminino.
A tabela 1 apresenta a média e desvio padrão obtidos através dos escores
estabelecidos em cada variável estudada de acordo com o sexo.
Tabela 1- Valores de média ± desvio padrão das variáveis de acordo com o sexo. Variáveis Homens Mulheres Valor de p
Imagem Corporal 64,62 ± 23,20 87,22 ± 34,04 <0,001* Conh. e perc. do exer. físico 15,55 ± 3,76 15,80 ± 3,74 0,307 Nível Socioeconômico 27,0 ± 6,79 25,72 ± 0,30 0,023* Perímetro cintura 72,91 ± 8,15 67,47 ± 8,03 <0,001* Índice de Massa Corporal 22,24 ± 3,80 22,25 ± 3,94 0,846 Idade 16,14 ± 1,04 16,12 ± 1,03 0,571
*Diferença estatística (p<0,05) - Mann-Whitney Fonte: Dados obtidos através do pesquisador
Os resultados demonstraram que houve diferença estatística significativa nas
variáveis imagem corporal, nível socioeconômico e perímetro da cintura. Com
relação à imagem corporal, as mulheres se mostraram mais propensas à distorção
do que os homens (p<0,001), onde a média de distorção corporal no sexo feminino
foi de 87,22 pontos (DP=34,04). Nesse caso, quanto maior o escore, maior a
distorção da imagem corporal.
No estudo de Nilson et al. (2013), a pontuação média de escore de distorção
corporal na comparação entre sexos observou-se um valor p<0,001, o mesmo valor
encontrado neste estudo. Os resultados obtidos também mostraram escores mais
altos para o sexo feminino, sendo em média 76,7 pontos das mulheres (DP=26,7) e
53 pontos dos homens (DP= 15,9).
Esses dados corroboram com os achados de Corseuil et al. (2009), quando
afirmam que a insatisfação corporal por parte dos adolescentes é mais acentuada no
sexo feminino. Vilela et al. (2001) ainda enfatizaram que o sexo feminino apresenta
40
uma tendência em querer reduzir o peso corporal, enquanto no masculino ocorre o
inverso, no qual prevalece o desejo de ganhar peso, sobretudo em porte atlético.
No que diz respeito à variável socioeconômica, os homens obtiveram escore
superior ao das mulheres, com média de 27,0 pontos (DP=6,79), o que convém
afirmar que, conforme o questionário ABEP, quanto maior o escore, mais elevado é
o nível socioeconômico. Entretanto, apesar da diferença estatística entre os sexos
(p=0,023), ambos classificaram-se como pertencentes à classe B (23 a 34 pontos).
Alguns autores têm relatado importantes associações entre o nível
socioeconômico e a obesidade infantil no Brasil, afirmando que a prevalência de
sobrepeso e obesidade parece ser maior na população mais favorecida
economicamente (MENEZES et al., 2011; COCETTI et al., 2012).
Por outro lado, o excesso de peso também pode ser verificado em favelas do
nordeste brasileiro (SIQUEIRA et al., 2009). O nível de escolaridade e a renda têm
sido identificados como variáveis que podem interferir na forma como a população
escolhe seus alimentos, na adoção de comportamentos saudáveis e na
interpretação das informações sobre cuidados para a saúde, podendo, portanto,
influenciar a magnitude da prevalência do sobrepeso e da obesidade
(STAMATAKIS; WARDLE; COLE, 2010).
No tocante ao perímetro da cintura, o sexo masculino também apresentou
escore mais elevado quando comparado ao sexo feminino (p<0,001), com uma
média de 72,91 pontos (DP=8,15) e 67,47 (DP=8,03) respectivamente. Conforme
Fernandez et al. (2004), considera-se como risco elevado o valor do Perímetro da
Cintura Anatômica igual ou acima de P75. Sendo assim, ainda que os escores não
tenham ultrapassado os valores de risco, é preciso ater-se à proximidade do escore
masculino com o valor de risco mencionado pelos autores supracitados (P75), visto
que a medida do perímetro da cintura, apesar de não distinguir a gordura corporal
como os métodos de bioimpedância e infravermelho, avalia a obesidade abdominal
e aponta para uma relação mais direta com o risco de doenças cardiovasculares
(SAMPEI; SIGULEM, 2009), as quais são responsáveis por mais de 1/3 das mortes
no Brasil (MENDES et al., 2006) e são representadas principalmente pelas doenças
das artérias coronárias e cerebrovasculares (ISHITANI et al., 2006).
A tabela 2 compara o nível de atividade física entre os sexos. Nesta, observa-
se maior proporção de mulheres classificadas nas categorias sedentário (72,7%) e
irregularmente ativo (60,5%). Já na categoria ativo, o sexo feminino obteve um
41
resultado mais satisfatório que o sexo masculino, sendo 57,4% e 42,6%,
respectivamente. Sobretudo, a maior parte da amostra foi composta por indivíduos
muito ativos, estando o sexo masculino nesta porcentagem (61,7%).
Tabela 2 – Valores de frequência (%) do nível de atividade física entre sexo.
Nível de Atividade Física Homens (%)
Mulheres (%)
Amostra (%)
Sedentário 21(27,3) 56 (72,7) 77 (100) Irregularmente ativo 70 (39,5) 107 (60,5) 177 (100)
Ativo 103 (42,6) 139 (57,4) 242 (100) Muito ativo 169 (61,7) 105 (38,3) 274 (100)
Fonte: Dados obtidos através do pesquisador
Resultados semelhantes foram observados em um trabalho realizado com
adolescentes do ensino médio de escolas públicas e privadas no município de João
Pessoa, PB, em 2009. Os autores relataram que o sexo masculino foi classificado
como fisicamente mais ativo do que o sexo feminino (66,3% vs. 38,5%, p<0,001)
(FARIAS JÚNIOR et al., 2012).
Maiores níveis de atividade física no sexo masculino podem ser explicados,
por diferenças biológicas, socioculturais, de percepção de corpo e atributos de
gênero. Desde a infância são atribuídos papéis sociais que influenciam as escolhas
de prática de atividade física. Já nas idades iniciais, culturalmente, as meninas são
orientadas a se envolver com atividades leves, justificadas pela fragilidade do corpo,
delicadeza, graça, cooperação e ternura. Por sua vez, os meninos são estimulados a
participar de atividades físicas vigorosas, justificadas pela percepção de que eles
apresentam corpos fortes e pela imagem de maior virilidade, coragem e maior
habilidade (FARIAS JÚNIOR et al., 2012).
Autores salientam ainda que, durante décadas, a sociedade não atribuía ao
sexo feminino o mesmo estatuto social do masculino visto não considerar aceitável a
participação de meninas em atividades com elevadas exigências físicas e em que o
contato corporal estivesse presente, pois poderia comprometer a sua feminilidade
(WEINBERG; GOULD, 1995).
Um estudo com 1.500 estudantes afirma que os homens são mais satisfeitos
que as mulheres em relação à prática de exercícios físicos (KORN et al., 2013), os
42
sujeitos chegam a fazer em média 2 horas por dia de atividade física para melhorar a
aparência e que, apesar de buscarem um corpo diferente do que têm, os homens
não se preocupam tanto em cuidar da aparência fora da academia, como no caso
das mulheres (JUNIOR; JUNIOR; SILVEIRA, 2013).
A tabela 3 comparou as médias e desvio padrão dos domínios do
Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) de acordo com o sexo dos
entrevistados. Tabela 3 – Valores de média ± desvio padrão do perfil amostral de acordo com o sexo para os domínios do IPAQ (nível de atividade física).
Variáveis Homens Mulheres Amostra Valor de p
Caminhada (dias/sem) 4,291 ± 1,747 4,135 ± 1,838 4,20 ± 1,79 0,313
Caminhada (tempo/dia) 86,27 ± 147,9 57,68 ± 63,23 71,23 ± 112,50 0,4171
Moderada (dias/sem) 4,24 ± 1,91 4,21 ± 1,91 4,22 ± 1,91 0,818
Moderada (tempo/dia) 120,80 ± 125,40 104,40 ± 95,95 112,47 ± 111,63 0,249
Vigorosa (dias/sem) 4,06 ± 1,68 3,29 ± 1,73 3,72 ± 1,75 <0,001*
Vigorosa (tempo/dia) 124,8 ± 111,2 107,6 ± 112,2 117,19 ± 111,83 0,011*
*Significa diferença estatística (Mann-Whitney; p<0,05). Fonte: Dados obtidos através do pesquisador.
Os dados apontam diferenças estatísticas significativas nos domínios
referentes ao total de dias que o indivíduo pratica atividades vigorosas e o tempo
que este gasta durante o dia.
Foi observado que os homens praticam atividades vigorosas com maior
frequência do que as mulheres (p<0,001), sendo assim, também gastam mais tempo
por dia realizando estas atividades (p=0,011). Nos outros domínios do IPAQ não
foram observadas diferenças estatísticas (p>0,005).
Esses dados vão de encontro ao estudo de Cardoso et al. (2008), em que os
resultados marcaram que as mulheres realizam mais atividades físicas do que os
homens (p=0,014). Diferentemente do estudo de Bastos et al. (2010), no qual foi
43
verificado que não há diferença da prática de atividade física realizada entre os
homens e mulheres.
A prática de atividade física pode ser considerada uma estratégia para a
prevenção de doenças e promoção da saúde na vida das pessoas (SIQUEIRA, et
al., 2009). Nesse sentido, muitas pesquisas vêm sendo desenvolvidas para avaliar o
nível de atividade física de certas populações, a fim de averiguar em quais situações
estas se encontram e, se necessário, conscientizar quanto à incorporação de novas
práticas que tragam benefícios para a saúde (BASTOS et al., 2010).
Segundo as recomendações da Organização Pan-americana de Saúde
(2003) quanto à duração, frequência e intensidade de atividade física necessária
para que se observe benefício para a saúde, um indivíduo deve realizar esforços de
natureza moderada por pelo menos 30 minutos/dia, ao menos três vezes por
semana. Entretanto, dados desta organização mostram que cerca de 60% da
população mundial não atinge as recomendações mínimas.
A seguir, a tabela 4 expõe a associação entre o nível de atividade física, os
determinantes demográfico-biológicos e as demais variáveis estudadas.
Os achados demonstraram que apenas as variáveis sexo e tipo de escola
estiveram fortemente associadas no que diz respeito ao indivíduo ser inativo ou ativo
fisicamente (p<0,01).
Diferentemente do estudo de Fontes e Vianna (2009), com 1.503 estudantes
universitários de graduação da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, a variável
sexo não teve associação com o nível de atividade física. Os autores agregam a não
associação à semelhança do perfil etário do universo pesquisado e das atividades
exigidas aos discentes na universidade, dependente do curso, mas não do sexo.
Para a variável tipo de escola, os achados de Costa e Assis (2011) também
apresentaram associação significativa entre a referida variável e o nível de atividade
física de adolescentes de escolas públicas e privadas.
44
Tabela 04 – Associação entre o nível de atividade física, determinantes demográfico-biológicos e demais variáveis estudadas.
* Teste de Qui-quadrado ¥ Teste de tendência Fonte: Dados obtidos através do pesquisador
Variável Inativo Ativo Total p* n % n % n % Sexo Masculino 21 27,3 342 49,4 363 47,1 <0,001 Feminino 56 72,7 351 50,6 407 52,9 Idade (anos) Até 15 28 36,4 228 32,9 256 33,2
0,541 Mais de 15 49 63,6 465 67,1 514 66,8 Tipo de escola Pública 23 29,9 394 56,9 417 54,2
<0,001 Privada 54 70,1 299 43,1 353 45,8 Imagem corporal Normal (≤80) 41 53,2 450 64,9 491 63,8
0,127 Leve (81 a 110) 20 26,0 132 19,0 152 19,7 Moderada/grave (≥110) 16 20,8 111 16,0 127 16,5 Conhecimento e Perc. exerc. físico
Pouco (0-14) 31 40,3 234 33,8 265 34,4
0,531¥ Regular (15-17) 22 28,6 233 33,6 255 33,1 Mais que regular (18-20) 17 22,1 168 24,2 185 24,0 Muito (21-25) 07 9,1 58 8,4 65 8,4 Nível Socioeconômico A (35-46) 08 10,4 74 10,7 82 10,6
0,721 B (23-34) 48 62,3 413 59,6 461 59,9 C (17-22) 21 27,3 195 28,1 216 28,1 D (8-13) 0 0,0 11 1,6 11 1,4 Perímetro de cintura Igual maior 75 23 29,9 165 23,8 188 24,4
0,240 Menor 75 54 70,1 528 76,2 582 75,6 Índice de Massa Corporal
Baixo peso 04 5,2 15 2,2 19 2,5
0,132 Eutrófico 52 67,5 475 68,5 527 68,4 Excesso de peso 13 16,9 160 23,1 173 22,5 Obeso 08 10,4 43 6,2 51 6,6 Total 77 10,0 693 90,0 770 100
45
Já a tabela 5 apresenta a associação bruta e ajustada entre inatividade física
e as demais variáveis. Tabela 05 - Prevalência de inatividade física, analise bruta e ajustada por regressão de Poisson.
*Variáveis ajustadas pelo sexo. PR: Prevalence ratio Fonte: Dados obtidos através do pesquisador.
Diante do exposto, podemos observar resultado significativo apenas para as
variáveis sexo e tipo de escola, em que a inatividade física foi mais frequente entre o
sexo feminino em comparação ao masculino, tanto na análise bruta (p=0,0003),
quanto na análise ajustada (p=0,002).
Resultados semelhantes podem ser evidenciados no estudo de Costa e Assis
(2011). Ao analisar o nível geral de atividade física estimado pelo escore de
Variável Inatividade
Física
Razão de prevalência (IC95%) não
ajustada p
Razão de prevalência
(IC95% ) ajustada
p*
n % PR IC95% PR IC95% Sexo Masculino 21 27,3 1,0
1,53-4,38 0,0003 1,0
1,39-4,13 0,002 Feminino 56 72,7 2,59 2,40 Tipo de escola
Pública 23 29,9 1,0 1,85-5,15 <0,001
1,0 1,83-4,87 <0,0001 Privada 54 70,1 3,09 2,99
Imagem corporal
Normal 41 53,2 1,0 1,0 Leve 20 26,0 1,66 0,94-2,93 0,08 1,34 0,78-2,13 0,27 Moder/grave 16 20,8 1,58 0,85-2,92 0,16 1,13 0,62-2,05 0,68 Índice de Massa Corporal
Eutrófico 52 67,5 1,0 1,0 Baixo peso 04 5,2 2,43 0,77-7,61 0,11 1,76 0,63-4,89 0,27 Excesso peso 13 16,9 0,74 0,39-1,39 0,45 0,87 0,47-1,61 0,66 Obeso 08 10,4 1,69 0,75-3,80 0,22 1,57 0,75-3,32 0,22
46
atividade física, observou-se também que os meninos foram mais ativos que as
meninas (p<0,001).
Quanto ao tipo de escola, a privada se mostrou mais prevalente ao
sedentarismo em relação à escola pública, tanto na análise bruta (p<0,001), quanto
na ajustada (p<0,0001).
Corroborando com os nossos achados, um estudo realizado com 272
adolescentes de escolas públicas e privadas no município de Fortaleza-CE também
identificou que os adolescentes das escolas públicas são mais ativos do que os das
escolas privadas (p=0,0002) (CAMPOS et al., 2014).
Em contrapartida, Rivera et al. (2010) apresentaram dados que diferem dos
nossos. Os autores realizaram um estudo epidemiológico, observacional e
transversal no ano letivo de 2001 com 1.253 estudantes matriculados em escolas
públicas e privadas da cidade de Maceió e concluíram que as escolas públicas são
mais sedentárias do que as privadas.
Costa e Assis (2011) também apontaram em seus resultados que os
escolares da rede privada foram mais ativos que seus pares da rede pública
(p<0,001).
Vale lembrar que uma das principais causas da obesidade é o sedentarismo,
cujo controle demanda a implementação de programas que visem à promoção de
um “estilo de vida” mais ativo, considerado como um fator fundamental para a
promoção da saúde (PATE et al., 2011).
Além disso, a escola pode assumir um papel importante na promoção da
saúde de crianças e adolescentes por ser um local onde essa população passa a
maior parte do seu tempo, ocupada com experiências motoras e intelectuais, que,
além de contribuírem para a construção da identidade e da auto-imagem, podem
favorecer a promoção de um estilo de vida saudável (BRACCO et al., 2003).
A distribuição da frequência dos escolares segundo a percepção da imagem
corporal nas diversas variáveis estudadas é apresentada na tabela 06, onde se
verifica associação significativa no sexo (p<0,001), nível de atividade física
(p=0,002), perímetro da cintura (p<0,001) e Índice de Massa Corporal (IMC)
(p<0,001).
Estudos recentes também apontaram resultados significativos na relação
destas variáveis com a imagem corporal (BRACHT et al., 2013; PEDRONI et al.,
2013; RECH; ARAÚJO; VANAT, 2010).
47
Tabela 06 – Distribuição de frequência (%) dos escolares segundo percepção da imagem corporal nas diversas variáveis estudadas.
Legenda: Leveme. – Levemente; Muito Preocup. – Muito Preocupado. * Teste de Qui-quadrado ¥ Teste de tendência
Fonte: Dados obtidos através do pesquisador.
Variável Não preocupado n (%) Leveme.
n (%) Muito
Preocup. n (%)
Total n (%) p*
Sexo Masculino 284 (57,8) 57 (37,5) 22 (17,3) 363 (47,1) <0,001 Feminino 207 (42,2) 95 (62,5) 105 (82,7) 407 (52,9) Idade (anos) Até 15 164 (33,4) 43 (28,3) 49 (38,6) 256 (33,2) 0,190 Mais de 15 327 (66,6) 109(71,7) 78 (61,4) 514 (66,8) Tipo de escola Pública 275 (56,0) 75 (49,3) 67 (52,8) 417 (54,2) 0,333 Privada 216 (44,0) 77 (50,7) 60 (47,2) 353 (45,8) Nível de Atividade Física
Sedentário 41 (8,4) 20 (13,2) 16 (12,6) 77 (10,0)
0,002¥ Irreg. ativo 104 (21,2) 38 (25,0) 35 (27,6) 177 (23,0) Ativo 159 (32,4) 38 (25,0) 45 (35,4) 242 (31,4) Muito ativo 187 (38,1) 56 (36,8) 31 (24,4) 274 (35,6) Conhecimento e perc. exerc. físic.
Pouco (0-14) 175 (35,6) 50 (32,9) 40 (31,5) 265 (34,4)
0,205¥ Regular (15-17) 167 (34,0) 51 (33,6) 37 (29,1) 255 (33,1) Mais que regular (18-20) 106 (21,6) 38 (25,0) 41 (32,3) 185 (24,0)
Muito (21-25) 43 (8,8) 13 (8,6) 09 (7,1) 65 (8,4) Nível Socioeconômico
A (35-46) 50 (10,2) 18 (11,8) 14 (11,0) 82 (10,6)
0,453 B (23-34) 298 (60,7) 94 (61,8) 69 (54,3) 461 (59,9) C (17-22) 137 (27,9) 36 (23,7) 43 (33,9) 216 (28,1) D (8-13) 06 (1,2) 04 (2,6) 01 (0,8) 11 (1,4) Perímetro da cintura
Igual maior 75 82 (16,7) 59 (38,8) 47 (37,0) 188 (24,4) <0,001 Menor 75 409 (83,3) 93 (61,2) 80 (63,0) 582 (75,6) Índice de Massa Corporal
Baixo peso 17 ( 3,5) 01 (0,7) 01 (0,8) 19 (2,5)
<0,001 Eutrófico 382 (77,8) 84 (55,3) 61 (48,0) 527 (68,4) Excesso peso 76 (15,5) 53 (34,9) 44 (34,6) 173 (22,5) Obeso 16 (3,3) 14 (9,2) 21 (16,5) 51 (6,6) Total 491 (63,8) 152(19,7) 127 (16,5) 770 (100)
48
A tabela 7 apresenta a análise bruta e ajustada dos casos Leve/muito
preocupados segundo percepção da imagem corporal, onde verifica-se que, dos
indivíduos classificados como leve/muito preocupados, o sexo feminino foi mais
prevalente, tanto na análise bruta, quanto na ajustada (p<0,001).
Já é bem referenciado na literatura a forte relação entre o sexo e o
descontentamento com o corpo. Evidências têm apontado uma diferenciação quanto
à insatisfação com a imagem corporal quando analisada a variável sexo. O sexo
feminino geralmente deseja diminuir a silhueta corporal (PELEGRINI; PETROSKI,
2010), enquanto o masculino aspira corpos mais fortes (PEREIRA et al., 2009).
Os nossos resultados divergem de alguns estudos recentes (FIDELIX et al.,
2011; PELEGRINI; PETROSKI, 2010), os quais mostraram que o sexo masculino
tem apresentado maior insatisfação com a imagem corporal do que o feminino.
Já com relação às variáveis idade e nível de atividade física, ambas não se
mostraram associadas à imagem corporal nas análises ajustadas (p>0,05).
Para o perímetro da cintura, as análises bruta e ajustada detectaram o valor
do perímetro igual ou maior a 75 como o mais prevalente. Alguns estudos buscaram
identificar a associação entre insatisfação com a imagem corporal e indicadores
antropométricos, contudo não foram encontrados, na literatura pesquisada, estudos
que associassem a circunferência da cintura com a percepção da imagem corporal
em adolescentes brasileiros (FIDELIX, 2013). A circunferência da cintura, que indica
a obesidade abdominal, tem sido amplamente utilizada, principalmente em estudos
epidemiológicos (ROMANZINI et al., 2011), mas a sua utilização em estudos que
abordem a imagem corporal ainda é desconhecida (FIDELIX, 2013).
O índice de Massa Corporal (IMC) não mostrou associação para indivíduos
abaixo do peso. Já o excesso de peso se mostrou mais prevalente tanto na análise
bruta (p<0,001), quanto na ajustada (p<0,001). A obesidade apresentou forte
associação na análise bruta (p<0,001), com prevalência de 5,76, entretanto, na
análise ajustada, a prevalência foi apenas de 1,58, não havendo associação
(p=0,063).
Alguns fatores podem estar relacionados a uma percepção negativa da
imagem corporal. A relação entre insatisfação com a imagem corporal e estado
nutricional, verificada por meio do índice de massa corporal (IMC), tem sido utilizada
em alguns estudos, demonstrando que, apresentar um valor de IMC acima dos
valores considerados normais, está associado a uma maior insatisfação com a
49
imagem corporal (CONTI; FRUTUOSO; GAMBARDELLA, 2005; PAXTON,
EISENBERG; NEUMARK-SZTAINER, 2006).
Tabela 07– Distribuição dos casos Leve/muito preocupado pelo questionário sobre a Imagem Corporal (BSQ-34).
*Variáveis ajustadas para todas as variáveis PR: Prevalence ratio Fonte: Dados obtidos através do pesquisador
Podemos destacar como limitação do nosso estudo o não controle do estágio
maturacional, visto que este exerce efeitos sobre o crescimento e o desenvolvimento
de adolescentes. Além disso, está associado a mudanças na composição corporal,
Variável
Leve/Muito preocupado
(n=279)
Razão de prevalência (IC95%) não
ajustada p
Razão de prevalência
(IC95% ) ajustada
p*
n % PR IC95% PR IC95% Sexo Masculino 79 28,3 1,0
2,53-4,76 <0,001 1,0
2,10-3,67 <0,001 Feminino 200 71,7 3,47 2,77 Idade Até 15 92 33,0 1,0
0,74-1,39 <0,001 1,0
0,83-1,37 0,599 Mais de 15 187 67,0 1,01 1,06 Nível de Atividade Física
Sedentário 36 12,9 1,88 1,12-3,15 0,014 1,10 0,74-1,64 0,629 Irreg. ativo 73 26,2 1,50 1,01-2,23 0,039 1,14 0,83-1,57 0,391 Ativo 83 29,7 1,12 0,77-1,62 0,539 0,96 0,70-1,30 0,796 Muito ativo 87 31,8 1,0 1,0 Perímetro de cintura
Igual maior 75 106 38,0 3,05 2,17-4,28 <0,001
1,59 1,12-2,26 0,009 Menor 75 173 62,0 1,0 1,0
Índice de Massa Corporal
Eutrófico 145 52,0 1,0 1,0 Baixo peso 02 0,7 0,30 0,07-1,35 0,076 0,30 0,07-1,24 0,09 Excesso peso 97 34,8 3,36 2,35-4,79 <0,001 1,93 1,41-2,65 <0,001 Obeso 35 12,5 5,76 3,09-10,73 <0,001 1,58 0,97-2,58 0,063
50
na massa muscular e em vários componentes da aptidão física (VAEYENS;
PHILIPPAERTS; MALINA, 2005).
51
V CONCLUSÃO E SUGESTÕES
Este estudo conclui que os escores estabelecidos em cada variável de acordo
com o sexo, mostrou diferença estatística nas variáveis imagem corporal, nível
socioeconômico e perímetro da cintura. Com relação à imagem corporal, as
mulheres se mostraram mais propensas à distorção. No que diz respeito ao nível
socioeconômico, os homens obtiveram escore superior ao das mulheres. E para o
perímetro da cintura, o sexo masculino também apresentou escore mais elevado.
Quando observados os valores de frequências absoluta e relativa ficou
evidenciado que as mulheres se mostraram mais sedentárias, ao passo que os
homens se mostraram mais ativos.
Ao demonstrar a diferença de médias para os domínios do IPAQ de acordo
com o sexo, foi observado que o sexo masculino pratica atividades vigorosas com
maior frequência que as mulheres, bem como gastam mais tempo durante a prática.
A associação entre o nível de atividade física e os determinantes
demográfico-biológicos apontou que as variáveis sexo e tipo de escola tiveram
relação com o fato de o indivíduo ser inativo ou ativo fisicamente. Quando feita a
análise bruta e ajustada, concluímos que o sexo feminino foi mais prevalente à
inatividade física, bem como a escola privada em relação à pública.
A distribuição da frequência dos escolares segundo a imagem corporal nas
diversas variáveis estudadas, revelou associação significativa no sexo, nível de
atividade física, perímetro da cintura e índice de massa corporal. Após as análises
bruta e ajustada para os casos leve/muito preocupados, o sexo feminino mostrou-se
mais prevalente. As variáveis idade e nível de atividade física não apresentaram
associação na análise ajustada. Para o perímetro da cintura, o valor mais prevalente
foi o do perímetro igual ou maior a 75. Com relação ao índice de massa corporal, o
excesso de peso foi mais prevalente.
Dessa forma, pode-se inferir que os fatores que causam maior interferência
no desfecho do estudo, são: sexo, tipo de escola e estado nutricional.
Diante disso, sugerimos que novas estratégias sejam inseridas principalmente
no ambiente escolar, de maneira que possa levar maior conhecimento sobre
qualidade de vida e hábitos saudáveis aos jovens, bem como, através das políticas
52
públicas, propiciar maior aderência aos programas de atividade física, visando o
combate ao sedentarismo e obesidade.
53
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ANEXO 02 - Questionário específico para avaliar a percepção e o conhecimento sobre exercício físico.
Código:________________________________________________________________ Data:____/____/_______ Como o(a) Sr(a). considera seu conhecimento sobre exercícios físicos? (Ler os itens e escolher apenas um) ( ) sabe o suficiente ( ) gostaria de aprender mais ( ) não acha necessário saber essas coisas ( ) não tem nenhum conhecimento ( ) IGN Para que uma pessoa cresça e envelheça com uma boa saúde, o(a) Sr(a). considera o exercício físico: (Ler os itens e escolher apenas um) ( ) sem importância ( ) pouco importante ( ) muito importante ( ) indispensável ( ) IGN Das seguintes doenças, quais o(a) Sr(a). acha que PODERIAM ser prevenidas com o hábito de fazer exercício físico? (Ler itens e marcar mais de um). Pressão alta ( ) não ( ) sim ( ) IGN Câncer de pele ( ) não ( ) sim ( ) IGN Osteoporose (ossos fracos) ( ) não ( ) sim ( ) IGN Colesterol alto ( ) não ( ) sim ( ) IGN Quais destas pessoas o(a) Sr(a). acha que PODERIAM fazer exercícios físicos?(Ler itens e marcar mais de um). Uma mulher no início da gravidez ( ) não ( ) sim ( ) IGN Alguém com osteoporose e problemas no coração ( ) não ( ) sim ( ) IGN Um idoso com mais de 90 anos ( ) não ( ) sim ( ) IGN Uma criança com menos de 10 anos ( ) não ( ) sim ( ) IGN Destes exemplos, qual seria o tempo MÍNIMO para melhorar sua saúde com exercícios físicos? (Ler itens e escolher apenas um) ( ) 10 minutos, 4 vezes por semana ( ) 2 horas por dia, todos os dias ( ) 30 minutos, 3 vezes por semana ( ) 1 hora, 1 vez por semana ( ) IGN A falta de exercício físico PODE fazer com que a pessoa tenha: (Ler itens e marcar mais de um). Diabetes (açúcar no sangue) ( ) não ( ) sim ( ) IGN Diarréia ( ) não ( ) sim ( ) IGN Problemas de circulação ( ) não ( ) sim ( ) IGN Meningite ( ) não ( ) sim ( ) IGN Quais destes problemas do dia-a-dia o(a) Sr(a). acha que o exercício físico pode ajudar a combater? (Ler itens e marcar mais de um). Estresse ( ) não ( ) sim ( ) IGN
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Insônia (dificuldade para dormir) ( ) não ( ) sim ( ) IGN Ansiedade (nervosismo) ( ) não ( ) sim ( ) IGN Depressão ( ) não ( ) sim ( ) IGN Na sua opinião, DOS SEGUINTES EXERCÍCIOS FÍSICOS, qual deles é O MELHOR para uma pessoa emagrecer? (Ler itens e escolher apenas um) ( ) futebol ( ) tênis ( ) hidroginástica (ginástica na água) ( ) caminhada ( ) ginástica localizada ( ) IGN Alguém já lhe informou que seria bom fazer exercícios físicos para melhorar sua saúde? ( ) não → encerre o questionário Se ( ) sim, QUEM? (marcar itens abaixo) Médico ( ) não ( ) sim Parente / amigo ( ) não ( ) sim Professor ( ) não ( ) sim Meio de comunicação (TV, rádio, revista, jornal ) ( ) não ( ) sim *IGN - IGNORAR
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ANEXO 03 - Questionário sobre Nível de Atividade Física (IPAQ – versão curta)
Código:_____________________________________________ Idade : __________ Data de nascimento: ____/____ /_____ Sexo: F ( ) M ( ) As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação! Para responder as questões lembre que:
¬ atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal;
¬ atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal.
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez. 1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou caminhando por dia? horas: ______ Minutos: _____ 2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA). dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? horas: ______ Minutos: _____ 3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração. dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
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3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? horas: ______ Minutos: _____ Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro. 4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana? ______horas ____minutos 4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de final de semana? ______horas ____minutos
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ANEXO 04 - Questionário sobre a Imagem Corporal (BSQ–34) Como você se sente em relação à sua aparência nas últimas quatro semanas. Por favor, leia cada uma das questões e CIRCULE a mais apropriada usando a legenda abaixo:
1. Nunca 2. Raramente 3. Às vezes
4. Frequentemente 5. Muito Frequentemente
6. Sempre