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i DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) NO ESTADO DO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2001 A 2010. MARCEL GONÇALVES MACIEL MANAUS 2012 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA LEISHMANIOSE ... · DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA ... RESUMO Introdução: Na ... 1.12 Sistema de Informação

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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) NO ESTADO DO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2001 A 2010.

MARCEL GONÇALVES MACIEL

MANAUS

2012

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

i

MARCEL GONÇALVES MACIEL

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) NO ESTADO DO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2001 A 2010.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em Convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, para obtenção do titulo de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Augusto de Oliveira Guerra

Co-orientadora: Profa. Dra. Maria das Graças Vale Barbosa

MANAUS

2012

Ficha Catalográfica

M152d Maciel, Marcel Gonçalves. Distribuição espacial e temporal da leishmaniose tegumentar

americana (LTA) no Estado do Amazonas período de 2001 a 2010 /. -- Manaus : Universidade do Estado do Amazonas, Fundação de Medicina Tropical, 2013.

45 f. : il.

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas – UEA/FMT, 2013. Orientador: Profº. Dr. Jorge Augusto de Oliveira Guerra Co-orientadora: Prof.ª Dra. Maria das Graças Vale Barbosa 1. Leishmaniose. 2. Epidemiologia - Leishmaniose 3.

Saúde Pública I. Título. CDU: 616.928.5

Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Sheyla Lobo Mota lotada na Escola Superior de Ciências da Saúde - UEA

ii

FOLHA DE JULGAMENTO

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR

AMERICANA NO ESTADO DO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2001 A 2010.

MARCEL GONÇALVES MACIEL

“Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em

Doenças Tropicais e Infecciosas, aprovada em sua forma final pelo Programa

de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do

Amazonas em convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira

Dourado”.

Banca Julgadora:

____________________________________

Prof. Jorge Augusto de Oliveira Guerra, Dr.

Presidente

____________________________________

Profª. Mônica Nunes de Souza Santos, Dra.

Membro

_________________________________

Prof. Antônio Levino da Silva Neto, Dr.

Membro

iii

DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe Rosineth Gonçalves que me conduziu ao caminho dos estudos

Aos meus irmãos Marciane, Ederson , Luiz e a todos meus familiares pelo apoio e

admiração

A Samara de Castro Lima, minha namorada, pela paciência e incentivo ao longo

desta caminhada

Á Bianca Danyelle, amiga que hoje reside nos céus ao lado de Deus..

Aos colegas de curso: Ana Carolina, Maurício, Helena, Ellen, Michele, Luciana,

Michel, Roberto, Edneulza, Margareth, Suzi, Luciana, Patrícia, Michele e Valquiria

pelo apoio e convívio agradável durante as disciplinas do curso.

Aos doutores Jorge Guerra e Graça Barbosa meus orientadores, pela paciência e

ensinamentos e por terem me conduzido até este momento.

Aos amigos da Comunidade do Tilheiro: Augusto, Lek, Nego, Edson, Kinho, Rozana,

Cassia, que ficaram tristes quando deixei a comunidade para me dedicar ao curso.

Aos colegas do setor de entomologia da FMT HVD: Suzane, Laylah, Laise, Marcio,

Clarice, Josué, Rosa, Belisa, Rita, Elcimar, Flávio, Nelson, Silvana, Juciele, Iria,

Clezia, Daniel, Jeremias pelo convívio agradável no últimos anos.

iv

AGRADECIMENTOS

A Universidade do Estado do Amazonas - UEA

A Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado - FMT HVD

A Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - FVS

A Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA

A Direção da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado

A Gerencia de Leishmaniose

A Gerencia de Entomologia

v

EPÍGRAFE

“O destino não existe, o homem é capaz de determiná-lo

e de escrever a sua própria história”.

Marcel G. Maciel

vi

RESUMO

Introdução: Na Amazônia Brasileira, doenças infecciosas como a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) são problemas de saúde pública, pois acometem uma parcela considerável da população. O estado do Amazonas é o segundo da região norte do Brasil em número de notificações de casos de LTA, e a transmissão da doença está relacionada na maioria das vezes com atividades extrativistas, desmatamento e processos de ocupação desordenada com construção de residências próximas ás áreas de floresta. Objetivo: Descrever uma série histórica sobre a distribuição espacial e temporal dos casos de LTA do Estado do Amazonas, no período de 2001 a 2010. Métodos: O estudo foi realizado através de uma análise dos casos de LTA notificados no Sistema de Notificação de Agravos (SINAN), sistema responsável pelos registros de doenças de notificação compulsória no Brasil, oriundos do estado do Amazonas, no período de 2001 a 2010. Resultados: Registraram-se nos 10 anos, 21.492 notificações para LTA, com uma média de 2.149 casos por ano, observando-se maior número 3.968 (18,5%) no ano de 2003 e menor 1.270 (5,9%) em 2010. Na microrregião de Manaus encontrou-se maior número de casos 11.169 (52%) e menor 15 (0,01%) casos na microrregião de Japurá. Os dez municípios com maior incidência foram: Manaus com 10.879 (50,6%), Rio Preto da Eva com 2.621 (12,2%), Presidente Figueiredo 1.730 (8%), Itacoatiara 991 (4,6%), Coari 447(2,1%), Humaitá 404 (1,9%), Boca do Acre 411(1,9%), Apuí 375 (1,7%), Lábrea 319 (1,5%), Maués 268 (1,2%). Quanto às formas clínicas, houve predomínio da forma cutânea com 20.733 (96,46%) e 740 (3,44%) de casos na forma mucosa. Conclusão: No estado do Amazonas a concentração da notificação dos casos ocorre em 5 (cinco) dos 62 municípios do estado, Manaus, Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Itacoatiara, todos ligados á capital Manaus por estradas, e com exceção de Coari, tendo no município de Manaus com maior notificação, provavelmente por ser a localidade de referencia para o diagnóstico e tratamento p/ LTA no estado. Palavras chaves: Leishmaniose. Amazonas. Distribuição espacial. Distribuição temporal.

vii

ABSTRACT

Introduction: In the Brazilian Amazon, such as infectious disease American Cutaneous Leishmaniasis (ACL) are public health problems, they affect a considerable portion of the population. The state of Amazonas is the second in northern Brazil in number of reported cases of ACL, and the transmission of the disease is most often associated with extractive activities, deforestation and disorganized land occupation with building homes close to areas of forest. Objective: To describe a series on the spatial and temporal distribution of cases of ACL in the state of Amazonas, in the period 2001 to 2010. Methods: The study was conducted through an analysis of reported cases of ACL in Disease Reporting System (SINAN) system responsible for the records of reportable diseases in Brazil from the state of Amazonas, in the period 2001 to 2010. Results: were recorded in 10 years, 21,492 notifications for LTA with an average of 2,149 cases per year, with a higher number 3968 (18,5%) in 2003 and lower 1270 (5,9%) in 2010. In micro-Manaus there was a higher number of 11.169 cases (52%) and lower 15 (0,01%) in micro-Japurá. The ten counties with the highest incidence were: Manaus with 10,879 (50.6%), Rio Preto da Eva in 2621 (12.2%), 1730 President Figueiredo (8%), Itacoatiara 991 (4.6%), 447 Coari (2.1%), Humaitá 404 (1.9%), Boca do Acre 411 (1.9%), Apuí 375 (1.7%), Lábrea 319 (1.5%), Maués 268 (a, 2%). Among the clinical forms were predominantly cutaneous form with 20.733 (96.46%) and 740 (3.44%) of cases in the mucosal form. Conclusion: In the state of Amazonas concentration of the notification of cases occur within five (5) of the 62 municipalities of the state, Manaus, Rio Preto da Eva, President Figueiredo, Itacoatiara, all connected by roads to the capital Manaus, and except for Coari, taking in the city of Manaus more notice, probably because the locality of reference for diagnosis and treatment w / ATL in the state. Keywords: Leishmaniasis. Amazon. Spatial distribution. Temporal distribution.

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura1: Distribuição Temporal dos casos de LTA notificados no

Estado do Amazonas no período 1980 a 2005...................................... 2

Figura 2: Ciclo de transmissão da Leishmaniose.................................................... 7

Figura 3: Mapa do Estado do Amazonas e seus 62 municípios.............................. 13

Figura 4: Mapa do Estado do Amazonas: Microrregiões......................................... 14

Figura 5. Figura 5. Distribuição temporal dos casos de LTA no Estado do Amazonas - 2001 a 2010........................................................................................ 16

Figura 6: Distribuição dos casos por microrregiões - 2001 a 2010......................... 16

Figura 7: Municípios com maiores números de casos de LTA – 2001 a 2010........ 17

Figura 8: Distribuição por gênero e faixa etária....................................................... 17

Figura 9: LTA no Amazonas - 2001 a 2010. Distribuição dos casos por forma clínica....................................................................................... 18

Figura 10: Coeficientes de detecção por Município – 2001..................................... 19

Figura 11: Coeficientes de detecção por Município – 2005..................................... 20

Figura 12: Coeficientes de detecção por Município – 2010..................................... 20

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela1: Distribuição por grupos de ocupação domiciliar (IBGE) dos casos de LTA notificados - 2001 a 2010............................................18

x

LISTA DE ABREVIATURAS

1. CEP: Comitê de Ética em Pesquisa

2. COD: Classificação de ocupações para pesquisas domiciliares

3. FAPEAM: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas

4. FIN: Ficha individual de notificação

5. FMTHVD: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado

6. FVS: Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas

7. GPS: Sistema de Posicionamento Global

8. IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

9. LTA: Leishmaniose Tegumentar Americana

10. LV: Leishmaniose Visceral

11. OMS: Organização Mundial de Saúde

12. SINAN: Sistema de informação de agravos notificáveis

13. SUFRAMA: Superintendência da Zona Franca de Manaus

14. UEA: Universidade do Estado do Amazonas

15. WHO: World Health Organization

xi

SUMÁRIO Pag.

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 13

1.1 Epidemiologia das Leishmanioses..................................................................... 13

1.2 Padrões Epidemiológicos................................................................................... 15

1.3 A Epidemiologia da LTA no Estado do Amazonas............................................. 15

1.4 A Doença............................................................................................................ 16

1.5 O Agente etiológico............................................................................................ 17

1.6 Os Vetores.......................................................................................................... 18

1.7 O ciclo da LTA.................................................................................................... 18

1.8 Reservatórios..................................................................................................... 19

1.9 Diagnóstico......................................................................................................... 20

1.9.1 Exame direto................................................................................................... 21

1.9.2 Reação de Montenegro................................................................................... 21

1.9.3 Exames indiretos – cultura.............................................................................. 21

1.9.4 Diagnóstico molecular..................................................................................... 21

1.10 Tratamento....................................................................................................... 21

1.10.1 Antimoniato de meglumina............................................................................ 22

1.10.2 Pentamidinas................................................................................................. 22

1.10.3 Anfotericina B................................................................................................ 22

1.11 Distribuição geográfica como ferramenta......................................................... 22

1.12 Sistema de Informação de agravos de notificação........................................... 23

2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 25

2.1 Geral................................................................................................................... 25

2.2 Específicos......................................................................................................... 25

3 METODOLOGIA.................................................................................................... 26

3.1 Tipo de Estudo................................................................................................... 26

3.2 Descrição da área do estudo.............................................................................. 26

3.3 Fonte de dados................................................................................................... 27

3.4 Análises dos dados............................................................................................ 27

3.5 Mapas................................................................................................................. 28

3.6 Aspectos éticos.................................................................................................. 28

4 RESULTADOS...................................................................................................... 29

5 DISCUSSÃO......................................................................................................... 34

6 CONCLUSÃO........................................................................................................ 37

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 38

8 ANEXOS

xii

Anexo A - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).................................... Anexo B - Dispensa do Termo de Consentimento Livre Esclarecido ...................... Anexo C - Ficha de Notificação da LTA (SINAN)..................................................... Anexo D - Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)........................................

1

1 INTRODUÇÃO

A Leishmaniose é uma doença infecto parasitária, causada por protozoários do

gênero Leishmania, que se caracteriza pelo parasitismo das células do sistema

fagocítico mononuclear, acometendo pele e/ou mucosas de vias aéreas superiores,

podendo apresentar-se nas formas clínicas: Leishmaniose Tegumentar (LTA), e

Leishmaniose visceral (1).

É primariamente uma zoonose de animais silvestres, sendo homem acometido

na maioria das vezes acidentalmente ao se expor em áreas onde ocorrem o ciclo de

transmissão da doença (2).

A LTA, caracteriza-se por lesões na pele, que se localizam com maior frequência

nas partes descobertas do corpo, e que ao longo dos anos podem manifestar-se com

lesões nas mucosas com maior frequência no nariz, na cavidade oral, na faringe e

laringe, caracterizando a forma mucocutânea da doença (3).

No Brasil a leishmaniose é uma das afecções dermatológicas que merece mais

atenção, devido a sua magnitude, assim como pelo risco de ocorrência de

deformidades que pode produzir no ser humano, e também pelo envolvimento

psicológico, com reflexos no campo social e econômico, uma vez que, na maioria dos

casos, pode ser considerada uma doença ocupacional (4).

1.1 Epidemiologia das Leishmanioses

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as leishmanioses são

consideradas endêmicas em oitenta e oito países distribuídos em quatro continentes

(Américas, Europa, África e Ásia), com registro anual de 1 a 1,5 milhões de casos de

LT, constituindo um problema de saúde publica, sendo considerada como uma das seis

mais importantes doenças infecciosas, pelo sua alta incidência e capacidade de

produzir deformidades (1).

2

No Novo Mundo, a forma que atinge a pele e/ou mucosas é denominada

leishmaniose tegumentar americana, geralmente ocorrendo em zonas rurais de regiões

tropicais e subtropicais das Américas Central e do Sul (5).

Nas Américas, a LTA possui ampla distribuição, estendendo-se desde o sul dos

Estados Unidos até o norte da Argentina, não há registros de casos autóctones no

Canadá, Chile e Uruguai (3;6;7).

Nas últimas décadas observou-se o aumento significativamente da incidência da

LTA na América Latina, principalmente no Brasil que no período de 1980 a 2005,

registrou 610.256 casos com média anual de 24.410 casos (8).

Figura 1: Distribuição temporal dos casos de LTA notificados no Brasil no período de

1980 a 2005.

Na Região Norte do Brasil, entre 1980 a 2005, foram registrados cerca 226.252

casos de LTA, dos quais 50.740 ocorreram no Estado do Amazonas, tornando este

Estado como o segundo com maior número de casos neste período, ficando atrás

apenas do Estado do Pará que registrou 87.367 casos (9).

1.2 Padrões Epidemiológicos

3

No Brasil a transmissão da LTA ocorre em três diferentes padrões

epidemiológicos (9).

a) Silvestre: neste padrão a transmissão ocorre em ambientes com área de

vegetação primária, em animais silvestres, podendo o homem também ser

acometido ao entrar em contato com estas áreas.

b) Ocupacional e Lazer: padrão associado á exploração desordenada da floresta

com a derrubada da vegetação para a construção de estradas, usinas

hidrelétricas, extração de madeira, desenvolvimento da agropecuária,

treinamentos militares e ecoturismo.

c) Rural e periurbano: padrão relacionado com o processo migratório, ocupações

de encostas e aglomerados em centros urbanos associados a matas

secundárias e residuais.

1.3 A Epidemiologia da LTA no Estado do Amazonas

O último estudo abrangente realizado sobre a epidemiologia da LTA no Estado

do Amazonas foi publicado em 1997, com a análise da distribuição geográfica da

doença entre os municípios entre os anos de 1991 a 1995 (10).

O análise dos caos de LTA nestes quatro anos, mostrou que a distribuição da

doença acontecia de forma distinta entre as regiões, com maior registro em municípios

da região leste do Estado, e menor registro em municípios da região centro-oeste,

justificado na época pela baixa densidade demográfica e estabilidade ambiental

comparado com as outras áreas, acometendo na maioria indivíduos jovens e adultos

com predominância do sexo masculino, e com maior incidência na forma clínica

cutânea (10).

A ocorrência de casos esporádicos em municípios como Boca do Acre, Tapauá

e Eirunepé e outros, segundo o estudo foi atribuído á intensificação das atividades de

extrativismo vegetal, os surtos em Humaitá e Apuí, Santa Izabel do Rio Negro, Maués e

Borba relacionados à expansão de fronteiras agrícolas e o surgimento de áreas de

garimpo, favorecendo a transmissão da doença em focos naturais (10;11).

4

A situação dos municípios de Manaus, Presidente Figueiredo e Itacoatiara foi

considerada na época critica pelos autores, em virtude o elevado número de casos

registrados, sendo relacionado com o fato de estas cidades estarem ligadas por

estrada, com acesso e possibilidade de ocupação de suas margens e vicinais e aos

projetos de assentamento agrícolas ao longo destas (10).

Em Manaus o elevado número de casos registrados na época foi correlacionado

com a migração intensa dos últimos anos ocasionando o expressivo crescimento

populacional. Fato que favoreceu ao surgimento de novos bairros na periferia da cidade

a partir da ocupação desordenada em áreas de florestas, com aparecimento de surtos

epidêmicos da LTA (10;12).

1.4 A Doença

A doença pode apresentar-se sob diferentes formas clínicas, dependendo da

espécie da Leishmania envolvida e da relação do parasito com o seu hospedeiro,

podendo produzir um amplo espectro de lesões, o que torna o diagnóstico clínico nem

sempre simples ou imediato (1;13).

A LTA pode manifestar-se com lesões cutâneas na pele de forma localizada

(únicas ou múltiplas), disseminada (lesões em várias áreas do tegumento), forma

difusa e lesões mucosas nas cavidades nasais, orais, e também na laringe e faringe

(7;14-16).

Na forma cutânea localizada, as lesões caracterizam-se por apresentarem

bordas elevadas e bem delimitadas com fundo granuloso, com formato arredondado ou

ovalado; mede de alguns milímetros até alguns centímetros; base eritematosa,

infiltrada e de consistência firme, embora na maioria das vezes as lesões sejam

indolores a infecção bacteriana associada pode causar dor local e produzir exsudado

seropurulento, que ao dessecar-se em crostas, recobre total ou parcialmente o fundo

da úlcera (17).

Há também outras formas em que as lesões apresentam-se atípicas como:

úlcero-crostosa, impetigóide, ectimatóide, úlcero-vegetante, verrucosa-crostosa,

tuberosa, linquenóide e outras. Nestas formas, na fase inicial, e freqüente a linfangite

5

e/ou adenopatia satélite que poderia preceder a lesão de pele. Às vezes, no cordão

linfático podem se desenvolver nódulos que ulceram, lembrando a esporotricose.

Podem ser observadas pápulas na periferia das lesões comumente denominadas

leishmanides (18).

A forma cutânea disseminada caracteriza-se por lesões ulceradas pequenas, às

vezes acneiformes, distribuídas por todo o corpo. Também podem apresentar-se com o

aspecto eritematoso em forma de pápulas, tubérculos, nódulos e infiltrações difusas e,

menos freqüentemente, sob a forma tumoral (19;20).

Na apresentação cutâneo-difusa podem ser observados nódulos isolados ou

agrupados, máculas, pápulas e placas infiltradas. As lesões inicialmente localizadas,

aos poucos se disseminam por todo o corpo; mostram limites imprecisos, que se

confundem com a pele normal lembrando a hanseníase virchowiana (21;22).

Na forma mucosa, há destruição tissular progressiva da mucosa nasal e, menos

comumente da oral, ocorre devido à intensa resposta inflamatória cujo mecanismo não

está completamente elucidado, causando um problema estético e estigmatizante ao

indivíduo, ocorrendo em maior frequência em adultos, sendo, na maioria das vezes

secundárias às lesões cutâneas (1;13;23;24).

1.5 O Agente etiológico

As Leishmanias são parasitos digenéticos, que pertencem à ordem

Kinetoplastida e família Trypanosomatidae, apresentando dois estágios no seu ciclo de

vida: a forma promastigota com motilidade flagelar, que vive extracelularmente dentro

do trato digestivo de vetores flebotomíneos, e a forma amastigota, imóvel, encontrada

dentro de macrófagos de hospedeiros vertebrados (9).

No Velho Mundo é causada principalmente, pela Leishmania tropica, L. major e

L. aethiopica. No Novo mundo a LTA é causada por protozoários dos subgêneros:

Viannia - L. (V.) braziliensis, L. (V.) peruviana, L. (V.) guyanensis, L. (V.) panamensis,

L. (V.) lainsoni, L. (V.) naiffi, L. (V.) shawi, L. (V.) colombiensis, L. (V.) lindenbergi e

subgênero Leishmania -- L. (L.) mexicana, L. (L.) pifanoi, L. (L.) amazonensis, L. (L.)

garnhami, L. (L.) venezuelensis (9;23).

6

No Brasil a L. (V.) braziliensis, L.(V.) guyanensis e L.(L.) amazonensis, L. (V.)

lainsoni, L. (V.) naiffi, L. (V.) shawi e L. (V.) lindenberg são as espécies causadoras de

LTA. No Estado do Amazonas são encontradas apenas as espécies L. (V.) braziliensis,

L.(V.) guyanensis, L.(L.) amazonensis, L. (V.) naiffi e mais recentemente L. (V.)

lainsoni (9;23;25).

1.6 Os Vetores

A LTA é transmitida por picada de insetos denominados flebotomíneos,

pertencentes a Ordem Diptera, Família Psychodidae, Subfamília Phlebotominae,

Gênero Lutzomyia, são chamados vulgarmente por diversos nomes, dependendo da

localização geográfica onde são encontrados, por exemplo: mosquito palha, tatuquira,

birigui, cangalinha, asa branca, entre outros (9;26;27).

No Brasil, as principais espécies envolvidas na transmissão da LTA são: Lutzomyia

flaviscutellata, L. whitmani, L. umbratilis, L. intermedia, L. wellcomei e L. migonei. No

estado do Amazonas as espécies de flebotomíneos registradas envolvidas na

transmissão da LTA são: L. umbratilis, L. flaviscutellata, L. wellcomei, L. ayrozai, L.

paraensis, L. ubiquitalis, L. antunesi, L. squamiventris, L. olmeca nociva, L. davisi, L.

hirsuta hirsuta (26-30).

Para o estado do Amazonas, em particular na região de Manaus chama atenção o

L. umbratilis como principal vetor, possuindo um caráter altamente antropofílico e

distribuindo-se predominantemente pelos municípios que compõe a calha norte do rio

Amazonas, sendo o principal vetor da L.(V.) guyanensis (11,28).

1.7 O ciclo da LTA

Os mosquitos vetores da LTA, ao sugarem o sangue de um reservatório parasitado,

se infectam com as formas amastigotas do parasito e passam por replicação e

diferenciação em promastigotas (26;27;31).

No intestino do inseto ocorre atividade multiplicadora. Com o aumento do seu

número, invadem as porções anteriores do estômago do mosquito, onde a

7

concentração parasitária pode causar obstrução mecânica e dificultar a ingestão de

sangue pelo inseto (32).

Depois de cada esforço para a ingestão de sangue, os músculos encarregados pela

sucção relaxam e causam regurgitação do material aspirado, misturado aos parasitos

presentes no local, ocorrendo desta forma a inoculação de formas infectantes em um

novo hospedeiro (32;33).

www.cdc.gov/parasites/leishmaniasis/biology.html.

Figura 2 – Ciclo de transmissão da Leishmaniose.

1.8 Reservatórios

A LTA é primariamente uma zoonose de animais silvestres, podendo também

acometer secundariamente animais domésticos como os cães e gatos. Animais

silvestres das ordens Carnivora, Marsupialia, Primata, Rodentia e Xenarthra já foram

encontrados naturalmente infectados com Leishmania sp.(34-38;38;39).

8

Na ordem Marsupialia, as espécies D. albiventris, D. marsupialis, já foram

encontradas infectadas com L. (V.) brasiliensis e L. (V.) guyanensis respectivamente.

Acredita-se que estes animais podem ter um papel importante na transmissão da LTA

no peridomicilio, pela sua boa capacidade de adaptação em ambientes perturbados,

vivendo em transição entre o ambiente silvestre e os quintais das residências (40-43).

Nas regiões centro-oeste, nordeste e sudeste do Brasil, pequenos mamíferos

das espécies: Rattus rattus alexandrinus, Oryzomys sp., Oryzomys capito, Oryzomys

concolor, Neacomys spinosus, Nectomys squamipes foram encontrados infectados

com Leishmania braziliensis (34;44).

No Espírito Santo um inquérito com 186 cães, foi verificado a positividade 32

animais (17,2%) e posteriormente o registro de 11 casos humanos na localidade,

sugerindo a importância epidemiológica destes animais no ciclo transmissão da doença

(45-48).

Na Amazônia Brasileira, outros animais silvestres foram encontrados infectados:

o Tamandua tetradactyla “tamanduá-mirim” com L. guyanensis, o Dasypus

novemcinctus “tatu-galinha” com L. naiffi, Cebus apella, “macaco-prego”, Chiropotes

satanus “caxiú-preto”, Chloepus didactylus “preguiça de dois dedos”, Bradypus

tridactylus “preguiça de três dedos” e Nasua nasua “quati”, com L. shawi, Oryzomys

capito e Proechimys guyannensis com L. amazonensis (21;22;39;49-51).

1.9 Diagnóstico

Vários métodos podem ser aplicados para o diagnóstico das leishmanioses,

sendo fundamental associar as informações clínicas e epidemiológicas aos resultados

de laboratório. Para o diagnóstico de leishmaniose tegumentar, são utilizados os

procedimentos de escarificação, de punção aspirativa ou de biópsia das lesões

cutâneas, de linfonodos ou de mucosas (9;52).

1.9.1Exame direto

O exame direto consiste na visualização das formas amastigotas do parasito em

material obtido das lesões ou tecidos afetados. Constitui o exame de primeira escolha,

9

por ser mais rápido, de menor custo e de fácil execução, embora um examinador

experiente seja necessário para o diagnóstico (9;17;52;53).

1.9.2 Reação de Montenegro

É uma reação intradérmica de sensibilidade tardia, na qual se injeta 0,1 ml de

extrato solúvel de parasitos mortos na face interna do antebraço e procede-se à leitura

após 48 a 72 horas. As endurações com diâmetro superior a 5 mm são consideradas

positivas (9;21).

1.9.3 Exames indiretos – cultura

O mesmo material coletado para a realização do exame direto pode ser utilizado

em exames parasitológicos indiretos, como a semeadura em meios de cultura

(9;52;53).

1.9.4 Diagnóstico molecular

Em casos com resultados parasitológicos e sorológicos negativos ou

inconclusivos, é possível realizar em laboratórios de referência o diagnóstico molecular

utilizando DNA extraído de fragmento de pele, mucosa, sangue periférico, medula

óssea ou órgãos do sistema fagocítico-mononuclear. O exame também pode ser

realizado em esfregaços em lâmina e tecido incluído em parafina. A metodologia mais

empregada é a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase – PCR, que permite o

diagnóstico e caracterização do parasito (54-57).

1.10 Tratamento

No Brasil, o Ministério da Saúde indica três drogas no tratamento das

leishmanioses são elas: Antimoniato de meglumina (glucantime), Pentamidina (sulfato

de pentamidina e mesilato de pentamidina) e Anfotericina B (9).

1.10.1 Antimoniato de meglumina

10

Recomendadas como primeira escolha, que se apresentam comercialmente em

frascos de 5 ml contendo 1,5g do antimoniato bruto, correspondendo a 405 mg de Sb+5

(58;59).

1.10.2 Pentamidinas

São recomendadas como drogas de segunda escolha sendo comercializadas

nas formulações isotionato de pentamidina - frasco ampola contendo 300 mg/sal,

indicada em via de administração intramuscular profunda (60-62).

1.10.3 Anfotericina B

É um antibiótico poliênico de segunda escolha no tratamento da Leishmaniose,

porém, para as mulheres grávidas é indicada como droga de primeira escolha, sendo

comercializadas em frasco-ampolas com 50 mg (59-61;63;64).

1.11 Distribuição espacial como ferramenta

O estudo de agravos através da distribuição espacial é uma metodologia usada

com frequência por pesquisadores, pois é possível quantificar os casos de doenças no

espaço e tempo definido, e com isso pode-se realizar um planejamento mais adequado

visando o controle e prevenção dessas doenças (65;66).

Um exemplo destes estudos é o trabalho realizado por Nasser et al., que

descreveu os padrões epidemiológicos e a distribuição geográfica da LTA no município

de Campinas-SP. O estudo foi realizado com base em informações secundárias dos

casos notificados no SINAN, os prováveis locais de infecção foram identificados e

marcados com auxilio do Sistema de Posicionamento Global (GPS), sendo possível

identificar as áreas onde se concentraram a maioria dos casos (67).

Monteiro et al., realizaram um estudo retrospectivo e descreveram a distribuição

geográfica e as características epidemiológicas da LTA em áreas de colonização antiga

no Estado do Paraná registradas no período de 18 anos, mostrando a importância de

fatores econômicos e migratórios na ocorrência da infecção (68).

11

Kawa & Sabroza utilizaram essa ferramenta para demonstrar a ocorrência da

LTA na cidade do Rio de Janeiro através da análise do processo de ocupação e

organização do espaço na periferia da cidade no início do século até o final da década

de oitenta (69).

Salomon et al e Özbel Y, et al. estudaram respectivamente na Argentina e na

Turquia focos de LTA associando-os com a distribuição espacial de flebotomíneos, o

estudo foi realizado com uso de coordenadas geográficas para a localização das áreas

de transmissão e maior densidade vetorial (69-71).

1.12 Sistema de Informação de agravos de notificação (SINAN)

O SINAN é um sistema de notificação e investigação de casos de doenças e

agravos que constam na lista nacional de doenças de notificação compulsória . É

alimentado através das fichas de investigação (FI), que são preenchidas pelas

unidades de saúde em casos notificação compulsória e de interesse municipal,

estadual e nacional (72).

Este sistema pode ser operacionalizado no nível administrativo mais periférico,

ou seja, nas unidades de saúde, seguindo a orientação de descentralização do SUS.

Caso o município não disponha de computadores em suas unidades, o sistema pode

ser acessado nas Secretarias Municipais ou da Secretaria Estadual de Saúde (73).

O uso sistemático e de forma descentralizada do sistema de notificação,

contribui para a democratização da informação, permitindo que todos os profissionais

de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade.

Sendo, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde,

definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das

intervenções. (74)

Com o preenchimento da FI e a alimentação correta do SINAN é possível a

realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população; podendo

fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória,

além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim

para a identificação da realidade epidemiológica da determinada área geográfica (72-

74).

12

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Descrever uma série histórica sobre a distribuição espacial e temporal dos casos de

LTA do Estado do Amazonas, no período de 2001 a 2010.

2.2 Específicos

Descrever a distribuição espacial e temporal da LTA no Estado do Amazonas por

município de notificação no período entre 2001 a 2010;

Descrever as características da população incluída no estudo quanto ao sexo, faixa

etária e ocupação ;

Descrever a prevalência por formas clínicas;

Descrever o coeficiente de detecção dos casos de LTA por município.

13

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, através de levantamento de

fontes secundárias referente aos casos autóctones de LTA na população do Estado do

Amazonas no período de 2001 a 2010.

3.2 Descrição da área do estudo

O Amazonas é o maior Estado brasileiro em extensão territorial, com uma área

de 1.570.745,680 km², e com uma população de 3.480.937 milhões de habitantes,

sendo que 1.751.328 são homens e 1.729.609 são mulheres, 2.755.756 residem em

área urbana e 725.181 em área rural (75).

Está dividido em 62 municípios, e oficialmente subdividido em 13 microrregiões

são elas: Rio Negro, Japurá, Rio Preto da Eva, Parintins, Itacoatiara, Manaus, Coari,

Tefé, Juruá, Boca do Acre, Purus, Madeira, Alto Solimões, além de 4 mesorregiões.

Faz fronteiras com o Pará (Leste); Rondônia e Mato Grosso (Sul); Acre (Sudoeste);

Roraima (Norte); além da Venezuela, Colômbia e Peru (76;77).

14

http://www.senado.gov.br/senadores/Senador/ArthurVirgilio/informacoes.htm

Figura 3 – Mapa do Estado do Amazonas e seus 62 municípios.

http://www.mapasparacolorir.com.br/mapa/estado/am/estado-amazonas-microrregioes.png

Figura 4 – Mapa do Estado do Amazonas: Microrregiões

3.3 Fonte de dados

Os dados secundários foram obtidos a partir dos casos notificados no Sistema

de Informação de Agravos Notificáveis. As informações foram armazenadas em um

banco de dados construído no Programa Microsoft Office Excel 2007.

3.4 Análises dos dados

Foram analisadas as variáveis: sexo, idade, ocupação, forma clínica da doença,

número de casos por microrregião, município de notificação, coeficiente de detecção

por município de notificação. Informações como escolaridade, características das

residências, renda e outras informações clínicas dos casos não foram analisadas

devido à falta registro no banco de dados.

15

A análise dos dados foi realizada com o uso do programa Microsoft Excel do

OFFICE 2007.

A variável ocupação foi organizada em grupos, de acordo com a Classificação

de Ocupações para Pesquisas Domiciliares (COD), adaptada pelo IBGE para

pesquisas domiciliares (Anexo A).

O coeficiente de detecção foi calculado através da fórmula: nº de casos novos

autóctones de LTA no município no ano x 100.000 / nº da população total do município.

3.5 Mapas

A distribuição espacial da LTA no estado do Amazonas foi descrita de acordo

com os coeficientes de detecção e para a elaboração dos mapas foi utilizando

programa ArcGIS®.

3.6 Aspectos éticos

O Projeto de pesquisa foi submetido (Protocolo n 2215/2001- CEP / FMT – HVD)

ao Comitê de Ética em Pesquisa de Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira

Dourado, obtendo parecer favorável em 12 de agosto de 2011 de acordo com as

atribuições definidas na Resolução CNS 196/96 (Anexo B).

4 RESULTADOS

No período de 2001 a 2010, foram notificados 21.492 casos de LTA no Estado

do Amazonas, observou-se maior registro 3.968 (18,5%) casos no ano de 2003 e

menor 1.270 (5,9%) em 2010, com uma média de 2.149 casos por ano (Figura 5).

Os casos de LTA foram notificados em distribuídos em 60 (96,8%) dos 62

municípios, abrangendo todas as microrregiões, com maior número 11.169 (52%)

casos na microrregião Manaus e menor 15 (0,01%) casos na microrregião de Japurá

(Figura 6).

16

Os dez municípios com maior número de registro foram: Manaus 10.879

(50,6%), Rio Preto da Eva com 2.621 (12,2%), Presidente Figueiredo 1.730 (8%),

Itacoatiara 991 (4,6%), Coari 447(2,1%), Humaitá 404 (1,9%), Boca do Acre 411(1,9%),

Apuí 375 (1,7%), Lábrea 319 (1,5%), Maués 268 (1,2%), chama atenção o fato que o

quatro primeiros municípios com maior número de notificações correspondem a 75,5%

de todos casos notificados (Figura 7).

Figura 5. Distribuição temporal dos casos de LTA no Estado do Amazonas - 2001 a

2010.

Figura 6. Distribuição dos casos por microrregiões - 2001 a 2010.

Microrregiões

17

Municípios

Figura 7. Municípios com maiores números de casos – 2001 a 2010.

Houve predomínio de casos 16.372 (76,2%) em indivíduos do sexo masculino

com maior registro de casos 5.711(26,57%), na faixa etária entre de 21 a 30 anos

(Figura 8).

Figura 8. Distribuição dos casos por sexo e faixa etária.

18

Em relação à ocupação registraram-se 9.394 (43,71%) casos entre os indivíduos

ligados ás atividades extrativistas, em 3.263 (15,2%) não havia nenhuma informação

sobre atividade do indivíduo (Tabela 1).

Tabela1: Distribuição dos casos notificados de LTA de 2001 a 2010 por grupos. (COD - IBGE)

Grupos N° %

Trabalhadores florestais, agropecuários, caça e pesca 9394 (43,7%)

Sem informação no banco de dados 3263 (15,2%)

Estudante 2121 (9,9%)

Trabalhadores de serviços domésticos e do comercio em geral 1994 (9,3%)

Menor 1566 (7,3%)

Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 960 (4,5%)

Outras ocupações mal definidas 804 (3,7%)

Trabalhadores de serviços administrativos 606 (2,8%)

Membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares 306 (1,4%)

Profissionais das ciências e das artes 259 (1,2%)

Trabalhadores de reparação e manutenção 188 (0,9%)

Técnicos de nível médio 31 (0,1%)

Total 21.492 (100%)

Quanto às formas clínicas, houve predomínio da forma cutânea com 20.752

(96,6%) e 740 (3,3%) de casos na forma mucosa (Figura 9).

Figura 9: LTA no Amazonas - 2001 a 2010. Distribuição dos casos por forma clínica.

19

4.4 Coeficientes de detecção dos casos de LTA por município.

Os coeficientes de detecção de LTA por município apresentaram variações com

valores de 2,55 a 2.839,45 entre os anos de 2001 a 2010. Em 2001, o município que

apresentou maior coeficiente de detecção com 600,9 foi Itapiranga e o menor com 2,6

foi Manicoré. Os municípios de Alvarães, Amaturá, Anamã, Anori, Barreirinha,

Benjamim Constant, Beruri, Canutama, Careiro da Várzea, Codajás, Guajará, Ipixuna,

Iranduba, Japurá, Juruá, Jutaí, Manaquiri, Maraã, Nhamundá, Novo Airão, Santa Isabel

do Rio Negro, Santo Antônio do Içá, Tefé e Tonantins apresentaram coeficiente de

detecção zero (Figura 10).

No ano de 2005, os coeficientes de detecção variaram de 2,6 a 1400,1. O

município com maior coeficiente de detecção 1400,1 foi Rio Preto da Eva e o menor

com 1,96 foi Fonte Boa. Os municípios de Amaturá, Anamã, Anori, Careiro da Várzea,

Guajará, Iranduba, Japurá, Manaquiri, Maraã, Santo Antônio do Içá, Tonantins

apresentaram coeficiente de detecção zero (Figura 11).

Em 2010, os municípios Amaturá, Anamã, Benjamim Constant, Beruri, Boa

Vista, Caapiranga, Careiro da Várzea, Codajás, Iranduba, Japurá, Jutaí, Manaquiri,

Santo Antônio do Iça, São Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Tonantins e

Urucurituba tiveram coeficientes de notificação zero. O maior coeficiente 485,7 foi

verificado no município de Presidente Figueiredo e menor que 1,9 foi Parintins (Figura

12).

Barcelos: 112,7 Presidente Figueiredo: 918,9 Rio Preto da Eva: 987,8 Itapiranga: 606,9 Silves: 100,3 Itacoatiara: 158,1 Apuí: 141,2

Figura 10: Coeficientes de detecção por Município - 2001.

20

Barcelos: 43,5 Santa Izabel do Rio Negro: 315 Presidente Figueiredo: 465,3 Novo Airão: 114,2 Rio Preto da Eva: 1400,1 Silves: 132,6 Itacoatiara: 145,9 Apuí: 218,2 Humaitá: 133,7 Lábrea: 173,7 Boca do Acre: 116,7 Envira: 147,6

Presidente Figueiredo: 485,7 Rio Preto da Eva: 299,39 Coari: 272,4 Humaitá: 122,1 Lábrea: Boca do Acre: Eirunepé:

Figura 11: Coeficientes de detecção por Município - 2005.

Figura 12: Coeficientes de detecção por Município - 2010.

21

5 DISCUSSÃO

As notificações registradas nestes dez anos foram distribuídas irregularmente

entre os 62 municípios do estado, com maior registro nas microrregiões de: Manaus,

Rio Preto da Eva, Itacoatiara e Madeira. Com maior número de notificações entre os

municípios de Manaus, Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Itacoatiara

pertencentes á região metropolitana de Manaus.

O elevado número de notificações em Manaus pode estar relacionado com o

deslocamento de pessoas infectadas de outros municípios até a capital para o

diagnóstico e tratamento ocorrendo consequentemente à notificação do caso.

Fato também a ser considerado é o crescimento das atividades de ecoturismo,

proporcionado pelo aumento de hotéis de selva, principalmente em municípios da

região metropolitana de Manaus, os exercícios militares de guerra na selva e as

atividades de lazer, facilitadas pelo acesso das rodovias BR-174 e AM-010, realizado

geralmente em finais de semana e feriados por pessoas residentes na cidade mas que

possuem pequenas chácaras ao longo destas estradas (10;80).

O crescimento e desenvolvimento econômico observado em Manaus, tornou-a

um dos destinos de migração mais procurados do Brasil, onde ocorre uma a migração

crescente de indivíduos oriundos de outros estados brasileiros. Essa migração ocorre

também dentro Estado do Amazonas, tanto das cidades quanto da zona rural, onde

muitas vezes, forçados pelas grandes enchentes dos rios da Bacia Amazônica, os

ribeirinhos são obrigados a migrar (10,82-84).

O baixo nível de escolaridade, a falta de qualificação profissional e a saturação

do mercado de trabalho, são obstáculos para muitos destes imigrantes que terão como

opções: retornar para seu local de origem; procurar outra cidade para fixar residência

e/ou se inserir no mercado informal (82).

Os indivíduos que não conseguem trabalho dentro da área urbana de Manaus

irão desempenhar o trabalho agrícola volante de característica informal e rotativo como

atividades de extrativismo vegetal e animal, função normalmente desempenhada por

22

trabalhadores da zona rural (81). O destino de muitas destas pessoas é a zona rural da

assim chamada região metropolitana de Manaus, principalmente ao longo das rodovias

BR-174, AM-010 e seus ramais e estradas vicinais próximos ás áreas de floresta onde

ocorre naturalmente a transmissão da LTA.

A manutenção desse fluxo migratório que se faz em geral ás custas de

indivíduos que possuem parentes na cidade de Manaus, e redunda em posteriores

invasões na periferia desta cidade, fato observado desde o final da década de 70 com

a implantação da Zona Franca de Manaus. (10;12;85-88)

Os municípios de Lábrea, Humaitá, Boca do Acre e Apuí, localizados no sul do

Estado do Amazonas, possuem os maiores índices de desmatamento, fato relacionado

com a forte pressão da expansão agropecuária da região centro-oeste, e as atividades

de extrativismo vegetal e mineral. (10;89-92)

A descoberta de novas áreas auríferas como o garimpo do Juma, situado entre

os municípios de Novo Aripuanã e Apuí no ano de 2007 e mais recentemente o de

Santo Antônio do Matupí no município de Humaitá, desencadearam intensa migração e

grande desmatamento de áreas de floresta primária, fatos também a serem levados em

consideração quanto à transmissão e produção da LTA nesta região.()

A situação do município de Coari pode ser explicada pelas atividades de

extração de gás natural e petróleo, onde os indivíduos que trabalham nos registros

sísmicos das áreas petrolíferas se expõem por vários dias em áreas de floresta

primária. Soma-se a isso a construção do gasoduto Coari-Manaus a partir de 2006, o

qual passa pelas cidades de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru,

Iranduba e Manaus (93).

A construção desse gasoduto envolveu atividades de desmatamento, como

abertura de clareiras em floresta primária visando a instalação dos ductos até a capital

do estado, com consequente exposição dos trabalhadores envolvidos nesta atividade

aos focos primários de transmissão de LTA. Á exceção de Manaus e Coari, nos outros

municípios que compõem o trajeto do gasoduto, não houve aumento de registros de

LTA, porém, muito provavelmente a autoctonia imputada a estes municípios não é

23

registrada, senão a Coari e Manaus, onde esses trabalhadores do gasoduto recebem

assistência médica.

No ano de 2003, houve o maior número de registro de LTA no Estado do

Amazonas. Este fato pode estar relacionado com pluviosidade acentuada da região

neste visto que foi um ano atípico ligado a fenômenos climáticos como “El nino”. As

mudanças climáticas são importantes na no ciclo de transmissão de doenças vetoriais,

pois as variações podem interferir na densidade de vetores como flebotomíneos e

consequentemente a elevar o número casos de LTA. (10;78,79)

O maior número de registros foi observado na faixa etária de 21 a 30 anos com

5.711 (26,57%); corroborando com os achados de outros estudos epidemiológicos os

quais indicam que por se tratar de uma faixa etária onde os indivíduos possuem uma

intensa atividade produtiva são a faixa etária de maior exposição (4;12;94;95).

O registro 2.604 (12,12%) casos em crianças na faixa etária de 1 a 10 anos; e

idosos na faixa etária de 61 a 70 com 475 (2,2%) casos, estão em concordância com

outros estudos que sugerem que a transmissão possa estar ocorrendo em ambiente

peri e/ou e intradomiciliar. (68;96;97)

O percentual significativo de casos em crianças e idosos, é atribuído por

diversos autores à transmissão peri e/ou intra domiciliar, que pode estar vinculada a

construção de residências nas proximidades das áreas de floresta e a hábitos como de

dormir fora do quarto, em casas com varandas e sem fechaduras adequadas nas

janelas; casas construídas com madeira, são padrão comum em áreas rurais do estado

e devido ao fato de possuírem frestas entre as paredes facilitam o acesso de insetos

nas residências. (107)

A presença de animais domésticos no peri domicilio como cães, galinhas,

porcos, vacas, etc. serve de atração a insetos vetores hematófagos, como fontes de

repasto sanguíneo nestes locais tem também como consequência a infecção humana.

(68,96,97,107)

As atividades exercidas por crianças com seus pais, como a retirada de madeira

para fazer carvão ou para uso doméstico, a busca de alimentos como frutas e o auxílio

24

aos pais em atividades agrícolas e na caça e pesca, também são fatores importantes

na transmissão da LTA, como observado em outros estudos. (11,97,103,105,107)

A predominância da LTA em 9.394 (43,7%) indivíduos que tem suas atividades

ocupacionais relacionadas ao extrativismo vegetal, desmatamento, construção de

estradas, treinamentos militares, expedições de perfuração de petróleo, corroboram

com outros estudos que sugerem maior risco para aquisição da LTA devido a essas

atividades laborativas na floresta. (11;67;68;98-105)

Um fato também a ser levando em consideração, é que as condições de trabalho

e renda de uma parcela considerável dos habitantes do Estado do Amazonas, tanto da

zona rural como alguns da zona urbana, estão ligadas á atividades extrativistas, o que

pode explicar a maior parcela dos casos notificados estarem concentrados em

trabalhadores ligados a estas atividades. (106)

O maior registro de casos na forma cutânea corroboram com outros estudos

sobre a doença no Estado, como o realizado por Barros et al (87), que descreveram

2.006 casos de LTA diagnosticados no período 1976 a 1980 em Manaus, com maior

registro 1.845 (92,9%) a forma cutânea e 174 (7,6%) a forma mucosa. Em 1997, Paes,

et al. (10), também constataram o maior registro de casos 10.231(98,6%) na forma

cutânea e 149(1,4%) a forma mucosa da doença.

Os percentuais de 7,6% de acometimento mucoso encontrados, neste estudo

diferem daqueles descritos por Paes et al. (1,4%) e se aproximam mais daqueles que

tem sido descritos para o Brasil 4,7% conforme o Manual de Vigilância da

Leishmaniose Tegumentar Americana do Ministério da Saúde. Estes achados podem

indicar que houve um incremento desses casos, fator ligado à melhoria de acesso

deste pacientes aos serviços de referência e melhoria da resolutividade diagnóstica e

do sistema de notificação nos demais municípios do Estado do Amazonas. (9,10,87)

Apresentação na forma mucosa da doença pode surgir a partir da forma cutânea

que não é tratada adequadamente, provavelmente pela falta de conhecimento e

dificuldade de acesso ao serviço de saúde para o diagnóstico e tratamento. A LM

parece estar mais associada a indivíduos que trabalham na extração de seringa,

castanha e sorva. (10,24)

25

Guerra, et al. isolaram cepas de Leishmania (Viannia) braziliensis e de

Leishmania (Viannia) guyanensis a partir de biopsias das lesões, em estudo realizado

com 46 pacientes com a forma mucosa da doença procedentes de 16 municípios do

Estado do Amazonas e quatro municípios de outros Estados, demonstrando que a

Leishmania (Viannia) guyanensis é importante na gênese da doença mucosa na

Amazônia Brasileira. (24)

O coeficiente de detecção é calculado pela fórmula: N.º de casos novos

autóctones de LTA da UF, município, RA ou localidade no ano x 100.000 /

População total da UF, município, RA ou localidade no ano. É um indicador

importante indica e risco de contrair a doença na localidade. (9)

Os coeficientes de detecção calculados neste estudo demonstram a expansão

da doença em 60 dos 62 municípios do Estado do Amazonas a partir do ano de 2002,

pois os municípios de: Alvarães, Amaturá, Anori, Barreirinha, Benjamim Constant,

Beruri, Canutama, Careiro da Várzea, Codajás, Guajará, Ipixuna, Iranduba, Japurá,

Juruá, Jutaí, Manaquiri, Maraã, Nhamundá, Novo Airão, Santa Izabel do Rio Negro,

Santo Antonio do Içá e Tefé, que no ano de 2001 apresentaram coeficientes de

detecção zero por não possuírem notificações, passaram a apresentá-los a partir do

ano de 2002, à exceção dos municípios de Anamã e Tonantins que não registraram

casos no período de 2001 a 2010.

26

6 CONCLUSÃO

1. O Registro da LTA no Estado do Amazonas no período de 2001 a 2010 ocorreu de

forma irregular entre os municípios, com maior concentração de casos em municípios

ligados á região metropolitana de Manaus. As microrregiões com maiores números de

casos foram: Manaus, Madeira, Itacoatiara, Rio Preto da Eva, Coari. Os municípios

com maiores números de notificação foram Manaus, Rio Preto da Eva, Presidente

Figueiredo, Itacoatiara, Coari, Boca do Acre, Humaitá, Apuí, Lábrea e Maués.

A doença ocorreu em maior proporção em indivíduos do sexo masculino, com

predominância de casos na faixa etária de 21 a 30 anos de idade, também houve

registros de casos em faixas etárias de crianças e idosos. O grupo de atividade mais

acometido foi o que estava relacionado com atividades de extrativismo vegetal,

seguidos do grupo de estudantes, menores de idade, e trabalhadores domésticos e do

comércio em geral.

2. A forma clínica de maior ocorrência entre os casos notificados foi a forma cutânea,

em menor registro a forma mucosa.

3. Os coeficientes de detecção demonstram a expansão da doença entre 60 (96,8%)

dos municípios do estado no período estudado, as médias variaram de 2, 55 a

2.839,45.

27

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Referências Bibliográficas

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ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA

ANEXO B – Dispensa do Termo de Consentimento Livre Esclarecido

Por este termo, solicito ao Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Medicina

Tropical Heitor Vieira Dourado, dispensa do TCLE, visto que o projeto de pesquisa intitulado

“Distribuição Espacial da Leishmaniose Tegumentar Americana no estado do Amazonas no

período de 2001 a 2008”, não fará abordagem direta ao sujeito da pesquisa, pois utilizará

apenas dados secundários do banco de dados do SINAN que não constam os nomes dos

pacientes, e as outras informações que possam identificá-los serão mantidas em sigilo em

conformidade com o que prevê os itens da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

JORGE AUGUSTO DE OLIVEIRA GUERRA

Coordenador do Projeto

ANEXO C – Ficha de notificação

ANEXO D – Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)