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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ABORDAGEM DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL Por: DAURO FERREIRA Orientador(a): LUCIANA MADEIRA Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ABORDAGEM DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL

Por: DAURO FERREIRA

Orientador(a): LUCIANA MADEIRA

Rio de Janeiro

2016

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ABORDAGEM DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de do grau

de especialista em auditoria e controladoria.

Por: DAURO FERREIRA

Rio de Janeiro

2016

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Dedicatória

Dedico este trabalho à minha querida família.

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A minha orientadora Professora LUCIANA, com muita consideração.

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Epígrafe

“Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças e nem te aparte das palavras de minha boca. Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te conservará. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo que possuis, adquire o conhecimento.” PROVÉRBIOS 4:5-7

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RESUMO

Este trabalho tem como principal objetivo analisar os possíveis impactos causados pela Governança Corporativa no Brasil. Face ao exposto, elaborou-se a questão da pesquisa: Quais os possíveis impactos causados pela Governança Corporativa no Brasil?Os objetivos específicos pretendem: Enfatizar a importância da Governança Corporativa no Brasil. Abordar a História da Governança Corporativa no Brasil. Explicar o arcabouço teórico sobre a governança corporativa. Demonstrar o panorama da governança corporativa do Brasil. A análise dos dados e a base teórica deste trabalho acadêmico apóiam-se em pesquisa bibliográfica conjugada com um estudo de caso, como objeto de estudo adota-se recentes artigos, revistas científicas, livros textos, redes sociais, blogs, artigos de Internet e folders especializados no assunto. O recorte bibliográfico preconiza obras editadas entre o período compreenndido de 2002 até o ano de 2016.

Palavras-chave: Marketing. Governança, Stakeholders, Teoria da Agência. Conselho e Participação

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METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho preconiza uma pesquisa bibliográfica conjugada com

um estudo de caso. A pesquisa bibliográfica foi o ponto de partida deste trabalho,

que buscou informações e levantamentos de materiais coletados em livros, em

resultados de eventos, diretrizes e normas públicas, nacionais e internacionais, bem

como em bancos de dados científicos retirados da internet. O estudo de caso foi

realizado no Banco Bradesco através de dados disponibilizados na internet pelo

próprio banco e também através de folders. Dado a relevância e extensão do

assunto, a exposição de alguns tópicos será sucinta, apenas com o intuito de dar

compreensão ao estudo proposto. O recorte bibliográfico preconiza obras editadas

entre o período compreenndido entre o ano de 2000 até 2016.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO I 12

GOVERNANÇA CORPORATIVA CONCEITOS 12

1.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL 14

1.2 OS “8PS” DA GOVERNANÇA CORPORATIVA

16

CAPÍTULO II 20

NÍVEIS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA BOVESPA 20

2.1 IMPLEMENTAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA. 26

2.2 SUSTENTABILIDADE PARA AS EMPRESAS

27

CAPITULO III 28

GOVERNANÇA CORPORATIVA EM UMA EMPRESA BRASILEIRA 28

3.1 A EMPRESA BRADESCO 28

3.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA DO BRADESCO

29

CONCLUSÃO

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INTRODUÇÃO

Este trabalho analisa a importância da Governança Corporativa bem como

apresenta a suas práticas, tanto interna como externamente à organização

envolvidas no sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas,

monitoradas e incentivadas.

Para tanto, relata-se então como se insere as boas práticas de governança

corporativa, que se convertem em transparência e confiabilidade aos investidores,

mecanismos de governança corporativa são implementados visando o alinhamento

dos objetivos dos agentes envolvidos com a empresa tentando reduzir os conflitos

de agência.

Justifica-se a realização deste, pelo fato de este não ser um tema muito

abordado, e também por considerar que a Governança Corporativa no Brasil é um

fator relevante para empresa que opta pelas boas práticas de governança

corporativa prezando pela transparência, prestação de contas (accountability) e

eqüidade. Como bem se expressaram os autores Turnbull, A. P.; Turnbull, (2008) ao

afirmarem que a Governança Corporativa pode ser desenvolvida para solucionar os

conflitos sobre a divergência entre os interesses do principal (acionista) e do agente

(diretor executivo). Os autores definem uma relação de agência como sendo um

contrato no qual uma ou mais pessoas (o principal) engajam outra pessoa (o agente)

para desempenhar alguma tarefa a seu favor, envolvendo a delegação da

autoridade para a tomada de decisões pelo agente. Desta forma, este tema é

justificado, pois a empresa ao prezar pela transparência tem o poder de solucionar

diretamente as divergências das atividades empresarias.

Face ao exposto, elaborou-se a questão da pesquisa: Quais os possíveis

impactos causados pela Governança Corporativa no Brasil?

O objetivo geral deste trabalho é o de analisar possíveis impactos causados

pela Governança Corporativa no Brasil.

Os objetivos específicos pretendem:

Enfatizar a importância da Governança Corporativa no Brasil.

Abordar a História da Governança Corporativa no Brasil.

Explicar o arcabouço teórico sobre a governança corporativa. Demonstrar o

panorama da governança corporativa do Brasil.

Realizar um estudo de caso sobre Governança Corporativa no Bradesco.

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A Hipótese é baseada na discussão de alguns estudiosos especializados no

assunto, destacando a premissa de que a governança corporativa encontra-se

relacionada à gestão de uma organização e na sua relação com os acionistas

(shareholders) e demais partes interessadas (stakeholders).

Como demonstram os autores Cavalcante e Misumi (2002), ao informarem

que a Governança Corporativa é quando uma empresa que tem uma boa política de

divulgação de informações reduz o risco de investimento e valoriza suas ações no

mercado secundário.

O estudo fundamentou-se durante os meses de abril a julho de 2016, será

apresentado à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do do

grau de especialista em auditoria e controladoria. Na fundamentação teórica

encontra-se definidos e analisados os conceitos, objetivos e instrumentos da

governança corporativa.

O trabalho é realizado por meio de um estudo bibliográfico conjugado com um

estudo de caso no Bradesco.

A pesquisa bibliográfica busca o referencial teórico em publicações, artigos

científicos, nas Legislações pertinentes, destacando-se nestas, principalmente suas

limitações e deficiências. Os levantamentos serão realizados de maneira sistemática

da literatura disponível, ou seja, fontes primárias de informação como livros, artigos,

teses, dissertações, monografias, jornais entre outros referentes ao assunto,

buscados em autores como: (ANDRADE, 2011), (BOVESPA, 2016), (BRADESCO,

2016), (IBGC, 2009), (LODI,2000), (ROSSETTI, 2011), (SILVEIRA, 2004), dentre

outros.

O recorte bibliográfico preconiza obras editadas entre o período

compreenndido entre o ano de 2000 até 2016.

Para tanto, o trabalho encontra-se organizado em três capítulos além desta

introdução, a saber: O primeiro capítulo é dedicado a uma abordagem sobre

Governança Corporativa e Conceitos, além de apresentar como surgiu a

Governança Corporativa no Brasil, e ainda apresenta os “8PS” da Governança

Corporativa.

O segundo capítulo explora o conceito dos níveis de Governança Corporativa

da BOVESPA e também da implementação da Governança Corporativa além de

apresentar o termo sustentabilidade para as empresas.

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O terceiro capítulo é dedicado à Governança Corporativa em uma empresa

brasileira, apresentando a Empresa BRADESCO, além de apresentar como

acontece a Governança Corporativa do BRADESCO fazendo uma análise e

interpretação dos dados obtidos com a pesquisa de campo.

Por fim, são demonstradas a Conclusão e a sugestão para futuras

pesquisas referente ao tema e também as Referências Bibliográficas.

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CAPÍTULO I

GOVERNANÇA CORPORATIVA CONCEITOS

O termo Governança Corporativa aconteceu objetivando reduzir o chamado

problema de agência e seus respectivos custos.

Existem várias definições acerca da Governança Corporativa o (IBCG)

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, conceitua este termo como “o

sistema pelo qual as sociedades são dirigidas envolvendo os relacionamentos entre

acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e

conselho fiscal” (IBCG, 2009,p,13).

A Governança Corporativa pode ser considerada como:

Um conjunto de mecanismos que visam a aumentar a probabilidade dos fornecedores de recursos garantirem para si o retorno sobre o seu investimento. O risco de os recursos dos investidores não serem bem empregados ou serem desviados decorre fundamentalmente da existência de uma situação de separação entre propriedade e controle, onde as pessoas que fornecem o capital não participam diretamente das decisões corporativas. Esta situação ocorre nas maiorias das grandes organizações, onde os gestores, executivos profissionais em companhia com estrutura de propriedade pulverizada ou acionistas controladores em companhias com estrutura de propriedade concentrada, não carregam todo o ônus financeiro das suas decisões. A minimização dos prejuízos causados pelos conflitos de interesse entre os tomadores de decisão e fornecedores de recursos depende de presença de um conjunto de mecanismos internos e externos que alinhem os interesses dos gestores aos de todos os acionistas. A este conjunto de mecanismos de incentivo e controle dá-se o nome de governança corporativa” (SILVEIRA, 2004, p.12- 13).

O professor e consultor Lodi, define Governança Corporativa como um

assunto bastante abrangente e estabelecendo seus principais objetivos:

Governança Corporativa é o sistema que assegura aos sócios proprietários o governo estratégico da empresa e a efetiva monitoração da diretoria executiva. A relação entre propriedade e gestão se dá através do conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal, instrumentos fundamentais para o exercício do controle. A boa Governança assegura aos sócios eqüidade, transparência, responsabilidade pelos resultados (accountability) e obediência às leis do país (compliance). No passado recente, nas empresas privadas e familiares, os acionistas eram gestores, confundindo em sua pessoa propriedade e gestão.

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Com a profissionalização, a privatização, a globalização e o afastamento das famílias, a Governança Corporativa colocou o Conselho entre a Propriedade e a Gestão(LODI,2000,p.12).

Deste modo, "A preocupação da governança corporativa é criar um conjunto

eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, com o

objetivo de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado

com o interesse dos acionistas" (IBGC, 2009, p.12).

Neste conjunto eficiente de mecanismos o principal deles, são as decisões

do conselho administrativo, uma vez que este fato é o que norteia as decisões a

serem tomadas em relação ao futuro das organizações, através das práticas

corretas da governança corporativa.

Governança Corporativa se consiste ainda no sistema pelo qual as

sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre

Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e

Conselho Fiscal”.

De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM, 2009), pode ser

conceituada como “[...] um conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o

desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais

como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital”.

Segundo La Porta (2000), a CVM se consiste no conjunto de mecanismos por

meio dos quais investidores outsiders (acionistas ou credores) se protegem contra

expropriação por parte dos investidores insiders (executivos ou acionistas

controladores).

Silveira (2005) define que o estabelecimento das práticas de governança

corporativa no Brasil constitui-se em uma somatória de iniciativas institucionais e

governamentais, as quais devem ser creditadas:

Em itens o IBGC, criado em 1995 com o objetivo de fomentar a prática de

governança nas empresas e editou o primeiro Código das Melhores Práticas de

Governança Corporativa do país, cujo documento depois veio a ser revisado no ano

de 2002(SILVEIRA, 2005).

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Junto à aprovação da Lei nº. 10.303 de 31 de outubro de 2001 (com vigência

a partir de março de 2002), conhecida como a nova lei das S.A.s(SILVEIRA, 2005).

Junto à criação dos níveis 1 e 2 de governança corporativa e do novo

mercado pela BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo(SILVEIRA, 2005).

Junto ao estabelecimento de novas regras pela SPC – Secretaria de

Previdência Complementar para a definição dos limites de aplicação dos recursos

dos fundos de pensão (SILVEIRA, 2005).

Junto à definição, pelo BNDES, da adoção de práticas de boa governança

corporativa como um dos requisitos preferenciais para a concessão de

financiamentos(SILVEIRA, 2005).

Após apresentar o conceito de Governança Corporativa na seqüência aborda-

se como surgiu a Governança Corporativa no Brasil.

1.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL

No Brasil, o termo governança corporativa teve início com a partir de 1999

com a criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e vem

crescendo significativamente nos últimos anos. em 1995 e, á época, denominava-se

Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA). Sua abrangência é

nacional e e não possui fins lucrativos.

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), lançou em 1999, o

Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa, cujo principal

objetivo é “indicar caminhos para todos os tipos de sociedade comercial, visando a

aumentar seu valor, melhorar seu desempenho, facilitar o acesso ao capital a custos

mais baixos e contribuir para sua sustentabilidade de longo prazo”.

A Governança Corporativa é apresentada por meio de livros, cursos,

pesquisas, palestras e workshops por ele promovidos. O IBGE criou o “Código das

Melhores Práticas de Governança Corporativa” incentivando as empresas a

utilizarem.

De acordo com o IBGC, a governança corporativa é elaborada como uma

espécie de sistema apresentando a finalidade dirigir, monitorar e incentivar

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empresas e acaba por envolver os proprietários, os conselhos de administração a e

os órgãos de controle (IBGC, 2009).

O IBGC salienta que governança corporativa no Brasil define: “é o sistema

pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os

relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos

de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em

recomendações objetivas, alinhando interesses, com a finalidade de preservar e

otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para

a sua longevidade" (IBGC, 2009, p. 19).

No sentido de organizar este sistema, o código do IBGC é classificados em

quatro princípios, quais sejam:

Transparência – A transparência adequada resulta em um clima de

confiança e não deve restringir-se apenas ao desempenho econômico-financeiro,

contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação

gerencial e que conduzem à criação de valor(IBGC, 2009).

Equidade - Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios e demais

partes

interessadas (stakeholders). Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer

pretexto, são totalmente inaceitáveis(IBGC, 2009).

Prestação de Contas (accountability) - Os agentes de governança devem

prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus

atos e omissões(IBGC, 2009).

Responsabilidade Corporativa - Os agentes de governança devem zelar

pela sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando

considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e

operações(IBGC, 2009).

A adoção das práticas de Governança Cooperativa, por parte das empresas é

algo bastante representativo, por isso assumem práticas que em consonância com

o IBGC, são: representatividade, participação, direção estratégica, gestão executiva

e fiscalização (controle interno e externo).

Uma das práticas adotadas pela Governança Cooperativa diz respeito

aos“8PS” que são explicitados a seguir.

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1.2 OS “8PS” DA GOVERNANÇA CORPORATIVA

A criação de um ambiente de governança corporativa passa geralmente pelas

8 dimensões dos “Ps” que são assim apresentados: Propriedade, princípios,

propósitos, poder, processos, práticas, perenidade e pessoas.

Estas oito dimensões podem sintetizar o ambiente, o sistema, os pontos

fortes, as fragilidades e as situações críticas das empresas. enfim, todas as boas

práticas de governança corporativa, independentemente da tipologia das empresas,

privadas ou estatais; abertas ou fechadas; familiares ou de estrutura societária

consorciada não familiar; sociedades anônimas ou limitadas.

Deste modo;

O conteúdo das questões centrais de governança em cada um desses “8 Ps” não são iguais em cada uma destas categorias de empresas, e variam também em função do estágio de seu desenvolvimento e da dimensão de seus negócios. E, mesmo em empresas de um mesmo tipo – por exemplo, familiares de capital fechado – há diferenças em cada um dos “8 Ps”, decorrentes de outro fator de alta relevância para questões de governança: o “momento geracional”.

Com os fundadores ainda atuantes na administração, as questões fundamentais não são as mesmas, caso já tenha ocorrido a transmissão plena do controle para a segunda geração ou, mais ainda, se a empresa está na difícil transição da segunda para a terceira geração; e serão também distintas se a empresa já superou esta difícil transição.

Em quaisquer situações, porém, em empresas familiares ou de outra tipologia, é pertinente avaliar o ambiente e o sistema de governança a partir dos “8 Ps”: uma metodologia que já testamos para a produção de levantamentos situacionais e orientação de mudanças que superem “hiatos de governança” identificados. (ROSSETTI, e ANDRADE, 2011,p.15).

Os 8 Ps da Governança Corporativa, se apresentam como sendo uma

síntese conceitual Propriedade: Análise da estrutura da propriedade nas

companhias.sociedades anônimas;sociedades fechadas empresas estatais,

familiares, controles consorciados. Princípios:Os princípios são a base da ética na

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governança. São aceitáveis e administráveis as diferenças na cultura, nas

instituições e nos marcos regulatórios.

De acordo com Andrade e Rossetti (2012). Ao utilizar uma síntese conceitual,

recomenda-se uma análise situacional das entidades, cujo propósito metodológico é

avaliar a aderência e identificar fragilidades extremas.

Na análise das questões centrais do modelo, a análise conceitual dos “Ps”

deverá ser observada em caráter minucioso:

.

• Propriedade representada pela tipologia da propriedade é um dos principais

elementos definidos na Governança. Um dos principais atributos que

diferenciam as razões de ser e as diretrizes da Governança é a estrutura da

propriedade na sociedade, bem como o regime legal de sua

constituição(IBGC, 2009).

• Princípios que se consistem nos derivados de códigos de conduta, devem

orientar as diretrizes e políticas cooperativistas. Os princípios são a base ética

da Governança, e têm como atributo essencial a universalidade, presente nos

códigos de boas práticas hoje editados em todas as partes do mundo. São

aceitáveis e administráveis as diferenças na cultura, nas instituições e nos

marcos regulatórios. Mas igualmente existem princípios éticos inegociáveis,

que estão presentes, explícita ou implicitamente, na definição dos propósitos,

nas formas de exercício de poder, no desenho e na operação dos processos,

e nas práticas do dia-a-dia, que se observam no mundo dos negócios(IBGC,

2009).

• Propósitos – O propósito fundamental da Governança é aquilo contribui para

o máximo de retorno total de longo prazo dos investimentos das

cooperativas(IBGC, 2009)..

• Papéis ou seja a segregação de papéis resulta das diferentes atribuições dos

proprietários, conselheiros e gestores – os três principais agentes da

Governança. (IBGC, 2009).

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• Poder, sendo definido pelos proprietários, será exercido pelos

administradores escolhidos e responsáveis pelo direcionamento da

cooperativa e pela geração de resultados. As formas como se articulam as

negociações e se estabelecem as relações entre os órgãos de Governança

definem a estrutura de poder no interior das cooperativas. O poder

efetivamente assumido pela estrutura organizacional e pelos gestores,

resultante da dispersão e da passividade dos proprietários é, em princípio,

fonte de conflito e de disfunções. No exercício do poder assim constituído,

decisões de alto impacto das cooperativas são necessariamente

compartilhadas. Entre elas, o próprio planejamento sucessório das

cooperativas de trabalho médico(IBGC, 2009)..

• Práticas, as práticas visam ao estabelecimento de canais fluidos de

informação e de bom e consensual sistema para tomada de decisões e

acompanhamento das ações decorrentes, com o monitoramento sistêmico

dos riscos da operação (IBGC, 2009).

• Pessoas, sendo representadas por qualquer que sejam as dimensões da

prestação de serviços e dos negócios das cooperativas médicas, na

sustentação de todo esse sistema, estão às pessoas. São, em síntese,

condutoras de conjunto dos legados e dos objetivos que dão vida e

continuidade às operações cooperativistas (IBGC, 2009).

• Perpetuidade, muito embora possa ser objeto de mudanças, decorrentes de

novas composições da propriedade – seja por processos sucessórios, por

mudanças em seu regime legal, ou ainda por fusões e aquisições negociadas

ou por operações de mercado – o objetivo último das organizações, salvo em

casos específicos ou excepcionais, é se manterem vivas, atuantes e com

participação crescente em seus setores de atividade. A perpetuidade,

fortemente dependente dos sete Ps precedentes, define-se como objetivo-

síntese das cooperativas, sustentada por bons resultados econômico-

financeiros, sociais e ambientais(IBGC, 2009).

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É importante ressaltar que, os ‘8 Ps’ da Governança Corporativa precisam

ser aplicados em todas entidades independente do ramo que a mesma atua. Além

destes ‘8 Ps’, se faz necessário demonstrar os níveis de Governança Corporativa no

Brasil que serão abordados no capítulo dois.

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CAPÍTULO II

NÍVEIS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL

No Brasil, a Governança Corporativa é regida pela a Comissão de Valores

Mobiliários é o “conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho

de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores,

empregados e credores, facilitando o acesso ao capital”.

No ano de 1998, iniciou-se a questão da governança corporativa no Brasil,

fato que vem sendo fortalecido através de iniciativas institucionais relevantes no

Brasil, especificamente, as reformas implantadas pela nova Lei das S/A (Lei

10.303/01).

Deste modo, como já informado anteriormente programa de listagem para

empresas que adotam princípios diferenciados de governança corporativa da Bolsa

de Valores de São Paulo - BOVESPA, dividindo em três níveis (Nível I, Nível II e

Novo Mercado),

De acordo com a Bovespa (2006), governança corporativa é um esforço para

alinhar os objetivos dos administradores com os interesses dos acionistas. Mediante

a este pressuposto, a Bovespa implantou, em dezembro de 2000, níveis

diferenciados de governança corporativa que foram desenvolvidos para proporcionar

um ambiente de negociação que estimulasse simultaneamente o interesse dos

investidores e a valorização das companhias.

As companhias listadas nesses níveis assumem o compromisso de realizar

melhorias nas práticas de governança corporativa, aumentando os direitos dos

acionistas minoritários e demonstrando de forma clara e aumentada a transparência

das informações que serão divulgadas ao mercado.

A governança corporativa fornece ao mercado de capitais informações

relevantes para a tomada de decisões. De acordo com Ariff, Ibrahim e Othman

(2007), além das informações sobre a saúde financeira e o desempenho das

companhias, os investidores também precisam saber como essas companhias estão

sendo administradas. Segundo eles, a qualidade das práticas de governança

corporativa é vista como fonte de informação que fornece critério adicional à tomada

de decisão.

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O Novo Mercado teve início em dezembro de 2000 para constituir-se no

segmento da BOVESPA destinado às empresas que se comprometem com práticas

e regras societárias mais rígidas do que as exigidas pela legislação brasileira(IBGC,

2009).

O Novo Mercado objetiva atrair companhias abertas dispostas a fornecer

maiores informações ao mercado e aos seus acionistas a respeito de seus negócios

e que se comprometam a adotar práticas de governança corporativa, tais como

práticas diferenciadas de administração, transparência e proteção aos acionistas

minoritários.

Ao optar por fazer parte do Novo Mercado as empresas devem ampliar os

direitos dos acionistas e divulgar suas informações de maneira sistemática e mais

transparente à sociedade como um todo. As principais conseqüências almejadas são

a valorização e a liquidez das ações(IBGC, 2009).

Assim estas companhias submetem-se a determinadas regras mais rígidas,

obrigando-se, desta forma, a:

� Emitir apenas ações ordinárias.

� Manter, no mínimo, 25% de ações em circulação do capital da Companhia,

� Detalhar e incluir informações adicionais nas informações trimestrais e

� Disponibilizar as demonstrações financeiras anuais no idioma inglês e com

base em princípios de contabilidade internacionalmente aceitos(IBGC, 2009).

O Novo Mercado apresenta como principal inovação a exigência de que o

capital social da companhia seja composto somente por ações com direito a voto. A

companhia aberta participante do Novo Mercado tem como obrigações adicionais,

conforme o Regulamento de Listagem, entre outras(IBGC, 2009).:

a) Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos

controladores quando da venda do controle da companhia (tag along de 100%);

b) Realização de oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no

mínimo pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou

cancelamento do registro de negociação no NM;

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c) Conselho de Administração com o mínimo de cinco membros e mandato unificado

de até dois anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% dos membros deverão ser

conselheiros independentes;

d) Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais

IFRS ou US GAAP;

e) Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs),

entre outras, a quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da

companhia detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho

de Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução

dessas posições;

f) Manutenção em circulação de parcela mínima de ações, representando 25% do

capital social da companhia (free float); g) Adesão à Câmara de Arbitragem do

Mercado para resolução de conflitos societários (IBGC, 2009).

Desta forma, cabe afirmar que o Novo Mercado é destinado à negociação de

ações emitidas por empresas que se comprometem, de modo voluntário, com a

adoção de boas práticas de Governança Corporativa adicionais às previstas na

legislação.

De acordo com dados da Bovespa, a adesão das companhias, ao Nível 1 ou

ao Nível 2, depende do grau do compromisso assumido e é formalizado por meio de

um contrato entre a companhia e a Bovespa.

As companhias, que estão classificadas no Nível 1, devem apresentar

melhorias na prestação de informações ao mercado e promoverem dispersão do

controle acionário.

A figura abaixo apresenta uma explanação de como estão classificados os

níveis de Governança Corporativa da BOVESPA.

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Figura 1-Níveis de Governança Corporativa da BOVESPA

Fonte: (BOVESPA, 2015).

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Através da visualização da figura 1 percebe-se que, conforme os Níveis de

Governança Corporativa vão subindo os degraus, vão surgindo outras obrigações

adicionais à legislação devem ser atendidas pelas empresas, tais obrigações visam

em especial a:

• “Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais

(ITRs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA,

disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais –

entre outras: demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos

de caixa.

• Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às

Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas

companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém

demonstrações financeiras anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de

caixa.

• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) –

documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA,

disponibilizado ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a

quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da companhia

detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de

Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução

dessas posições.

• Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez

por ano.

• Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos

corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc.

• Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes

relacionadas.

• Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e

derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores.

• Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25%

(vinte e cinco por cento) do capital social da companhia.

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• Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos

que favoreçam a dispersão do capital.”

Já as companhias listadas no Nível 2 comprometem-se a cumprir as

exigências estabelecidas para o Nível 1 e, adicionalmente, adotam um conjunto de

regras mais amplo de práticas de governança, priorizando e ampliando os direitos

dos acionistas minoritários.

Na seqüência destacam-se algumas obrigações adicionais para participação

neste nível:

• “Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais

IFRS (International Financial Reporting Standards) ou US GAAP (United States

Generally Accepted Accounting Principles).

• Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato

unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por

cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes.

• Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como,

transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia e aprovação de

contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo sempre que, por força de

disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembléia geral.

• Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas

condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e

de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) deste valor para os detentores de ações

preferenciais (tag along).

• Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação,

no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou

cancelamento do registro de negociação neste Nível;

• Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos

societários.

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Nota-se que se houver uma precificação mais adequada, acaba por estimular

a abertura de capital além de novas emissões. Este episódio irá fortalecer o

mercado acionário, que se apresenta como alternativa de financiamento para as

companhias e contribuindo para aproximar os interesses de empreendedores e

investidores. No sentido de dar mais entendimento ao assunto, na seqüência

aborda-se a implementação da Governança Corporativa.

2.1 IMPLEMENTAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA. O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC é uma organização

exclusivamente dedicada à promoção da governança corporativa no Brasil e o

principal fomentador das práticas e discussões sobre o tema no país, tendo

alcançado o reconhecimento nacional e internacional(IBGC, 2009).

Tendo sido fundado em 27 de novembro de 1995, o IBGC – uma sociedade

civil de âmbito nacional, sem fins lucrativos – tem o propósito de "ser a principal

referência nacional em governança corporativa; desenvolver e difundir os melhores

conceitos e práticas no Brasil, contribuindo para o melhor desempenho das

organizações e, conseqüentemente, para uma sociedade mais justa, responsável e

transparente”.

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, em 2005, lançou a

série de publicações denominada Cadernos de Governança.

Estes os Cadernos de Governança dividem-se em três séries:

- Documentos Legais de Governança;

- Documentos sobre Estruturas e Processos de Governança;

- Temas Especiais de Governança.

Dentro destes das series e temática, o Instituto publicou cadernos específicos

de orientação sobre os temas: (IBGC, 2009).

- Conselho Fiscal;

- Estatutos;

- Gerenciamento de Riscos;

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- Sustentabilidade para as Empresas;

- Conselho de Administração;

O objetivo desta iniciativa é fornecer ao mercado informações práticas que

contribuam para o processo da governança e auxiliem conselheiros e

administradores a desempenhar melhor as suas funções, contribuindo para

aprimorar o funcionamento do mercado, gerar maior confiança dos investidores e,

conseqüentemente, propiciar maior fluidez de recursos para as empresas (IBGC,

2009).

O exame das demonstrações financeiras que são elaboradas periodicamente

pela empresa inclui quaisquer outros documentos ou informações necessárias à

análise crítica das demonstrações financeiras pelo conselheiro fiscal. Na recusa da

apresentação dos documentos, o conselho fiscal ou o conselheiro, individualmente,

poderá exigir judicialmente a exibição de tais documentos, no entanto, furtar-se a

denunciar tal procedimento ao conselho de administração e, no caso de omissão

deste, à assembléia de acionistas. (IBGC A ,2007).

Outro assunto bastante utilizado pela Governança Corporativa como não

poderia deixar de ser é o termo Sustentabilidade que é um assunto de grande

relevância no momento e que será abordado na seqüência.

2.2 SUSTENTABILIDADE PARA AS EMPRESAS. De acordo com o IBGC D. (2007), a sustentabilidade significa viver da

“renda” proporcionada pelo planeta e não do seu “capital”, o chamado capital

natural. Toda atividade econômica depende desse capital (IBGC , 2007).

O capital natural é responsável pela provisão dos serviços ambientais, isto é,

os benefícios que os seres humanos obtêm da natureza produzidos por interações

nos ecossistemas, tais como: produção de oxigênio, seqüestro de carbono,

formação dos solos, provisão de água, madeira e fibras, regulação do clima, valores

estéticos, espirituais e de lazer. Muitos desses serviços são essenciais aos seres

humanos (IBGC , 2007).

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CAPÍTULO III

GOVERNANÇA CORPORATIVA EM UMA EMPRESA

BRASILEIRA

No sentido de analisar a Governança Corporativa no Brasil cabe aqui abordar

o modelo de uma empresa brasileira, para tanto, tomou-se por base o caso do

Bradesco.

Escolheu-se o Bradesco como lócus para o estudo de caso, pelo fato de o

mesmo apresentar, uma história guiada pela determinação em oferecer serviços e

produtos bancários a todos os cidadãos, em todo o território brasileiro.

3.1 A EMPRESA BRADESCO

O Bradesco doravante denominado Banco Brasileiro de Descontos S.A, SE

apresenta como sendo uma das maiores instituições financeiras do Brasil, possui

uma sólida atuação voltada aos interesses de seus clientes desde 1943 época em

que foi fundado por Amador Aguiar, e sua primeira Agência foi implantada em

Marília, São Paulo.

A figura 2 apresenta a fachada da primeira Agência Bradesco, que conforme

já mencionado foi implantada em Marília, São Paulo.

Figura- 2. Agência de Marília, SP - 1943

Fonte: (BRADESCO,2016).

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Percebe-se pela figura acima que a fachada da primeira agência Bradesco já

deixava transparecer uma imagem acolhedora. Isto é fato porque o Bradesco ao ser

fundado apresentou uma visão inovadora por ser um banco democrático, presente

em todo o País, a serviço de seu desenvolvimento econômico e social. Para isso,

atendia naquela época aos imigrantes, lavradores e pequenos comerciantes, além

do público tradicional das casas bancárias, formado por empresários e grandes

proprietários de terras. Os gerentes ensinavam os clientes a preencher cheques e o

banco passa a ser o primeiro do País a receber o pagamento de contas de energia

elétrica da empresa Light.

Com o crescimento das operações, a Matriz é transferida para o centro da

capital paulista.

Na atualidade, Bradesco é o segundo maior banco privado do Brasil e líder no

setor financeiro privado e oferece a excelência em serviços, destacando-se por ser

um dos melhores gestores de recursos do mercado, com resultados construídos

sobre bases sustentáveis.

3.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA DO BRADESCO

Em relação a Governança Corporativa do Bradesco a mesma encontra-se

abaixo representada:

O IGC (Índice de Governança Corporativa) do Bradesco reúne empresas com ações negociadas na BM&FBovespa com as mais elevadas práticas de gestão e transparência no relacionamento com o investidor. Esse fundo busca superar o desempenho do IGC oferecendo retorno ao investidor que busca, além da rentabilidade, qualidades de gestão nas empresas em que aplica (BANCO BRADESCO, 2016).

Conforme o Banco Bradesco (2016), a Governança Corporativa é a forma

como as sociedades são geridas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas,

conselho de administração, diretoria, auditoria independente, conselho fiscal e

demais partes interessadas.

O Bradesco ao Direcionar suas ações para o relacionamento, o processo de

segmentação no Bradesco alinha-se à tendência de mercado que consiste em reunir

grupos de clientes de um mesmo perfil, permitindo, assim, um atendimento

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diferenciado e crescentes ganhos de produtividade e rapidez. Tal processo

proporciona ao Banco maior flexibilidade e competitividade na execução de sua

estratégia de negócios, dando dimensão às operações, tanto para pessoas físicas

ou jurídicas, em termos de qualidade e especialização, quanto nas demandas

específicas das mais diversas faixas de clientes.

A Figura 3 demonstra de forma detalhada como o chegou ao nível 2 de

governança da Bolsa.

Figura 3- Bradesco vai ao nível 2 de governança da Bolsa.

Tipo de material: Clipping

Título: Bradesco vai ao nível 2 de governança da Bolsa

IN: Gazeta Mercantil, São Paulo, out.2006

ISBN: PT

Classificação: mercado de capitais, governança corporativa - Bradesco

Formato: Bradesco

Resumo: Banco está finalizando processo de adequação às regras do nível 2 da Bovespa. Último ponto a ser discutido é a adesão à Câmara de Arbitragem.

Fonte: (BANCO BRADESCO, 2016).

Sob essa perspectiva, pode-se visualizar na figura 3 que o Bradesco vem

aperfeiçoando, a cada dia, seu sistema de gestão, com o objetivo de estar sempre

em linha com as Melhores Práticas de Governança Corporativa, agindo com

transparência e respeito para com seus acionistas e levando o efeito a prestação de

contas e a responsabilidade corporativa, procurando integrar os aspectos econômico

financeiros, sociais e ambientais.

Na Figura 4 é possível visualizar de modo detalhado o Nível de governança

do Bradesco.

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Figura 4- Nível de governança do Bradesco.

Fonte: (BANCO BRADESCO, 2016).

Perante a visualização da figura acima, é possível destacar que a adoção

dessas práticas, ainda, proporciona o aprimoramento da relação com os

Investidores, sendo ao mesmo tempo incentivo aos Administradores para que suas

decisões visem ao melhor interesse da Sociedade e seus acionistas, consolidando a

percepção positiva da empresa no mercado, culminando na sua perenidade e na

criação de valor aos seus acionistas e investidores em geral.

O Bradesco sempre procurou estar presente nas ações que objetivam o

fortalecimento do Mercado de Capitais. Em uma visão retrospectiva, vamos

encontrá-lo com ações listadas em Bolsa de Valores no Brasil, em 1946, apenas três

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anos após a sua fundação, quando ainda era um Banco com atuação restrita ao

Estado de São Paulo.

Os Principais Modelos de Responsabilidade socioambiental do Bradesco são

destacados na sequencia:

1)Fundação Amazonas Sustentável (FAS)

O Bradesco é um dos cofundadores da Fundação Amazonas Sustentável

(FAS), criada em dezembro de 2007, em parceria com o governo do Estado do

Amazonas. A FAS foi constituída para enfrentar o desafio de valorizar os serviços

ambientais providos pela Floresta Amazônica, visando à melhoria da qualidade de

vida das comunidades ribeirinhas e à conservação da floresta.

O aporte inicial foi de R$ 20 milhões, para constituir um fundo permanente,

no qual apenas os rendimentos são investidos, o que faz os programas da FAS

financeiramente sustentáveis em longo prazo.

A gestão dos recursos encontra-se a cargo da BRAM (Bradesco Asset

Management). O governo do Estado do Amazonas também contribuiu com R$ 20

milhões para o fundo permanente.

Como mantenedor, o Bradesco assumiu o compromisso de entregar, além do

aporte inicial, outros R$ 50 milhões em cinco anos (R$ 10 milhões por ano, de 2008

até 2012). Outras organizações privadas também aportam recursos financeiros e

técnicos.

Os valores que são repassados à entidade são obtidos com a venda de

produtos voltados à iniciativa (cartões de crédito e títulos de capitalização).

Através dos Fundos ISE - (Índice de Sustentabilidade Empresaria).

A BRAM faz a gestão de Fundos ISE distribuídos pela rede de agências do

Banco Bradesco. Esses Fundos investem em ações de companhias que evidenciem

preocupação com a sustentabilidade empresarial, abrangendo aspectos econômico-

financeiro, social e ambiental e/ou que adotem boas práticas de governança

corporativa.

2)Fundos Governança Corporativa do Bradesco:

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Além dos Fundos ISE, a BRAM também faz a gestão de Fundos que aplicam

em ações que compõem o IGC - Índice de Governança Corporativa Diferenciada,

calculado pela Bolsa de Valores de São Paulo. Essas ações são de companhias que

adotam elevados padrões de Governança Corporativa segundo o estabelecido pelo

Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo.

SA 8000. O prédio onde se encontram as instalações da BRAM é certificado

pela SA 8000 - SISTEMA DE GESTÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, assim

como outras dependências do Banco Bradesco.

A SA8000 determina a adoção de práticas de saúde e segurança no ambiente

de trabalho, a liberdade de associação (direito de ouvir e ser ouvido), a disciplina, as

horas de trabalho e a remuneração, além do gerenciamento de políticas e

treinamentos para a gestão estratégica da empresa. (www.bancodoplaneta.com.br).

3) PRI - Princípios para o Investimento Responsável

A BRAM assinou o PRI e implementa os seus Princípios. Isso significa

comprometer-se em incorporar as questões ESG (Environmental, Social and

Corporate Governance) em seu processo de investimento.

Lançados em 2006, os Princípios de Governança Corporativista do Bradesco

apresentam-se em essência, como um conjunto de melhores práticas globais para o

investimento responsável. No sentido de disponibilizar informações ao público é

fornecido um endereço eletrônico1, para dirimir dúvidas que porventura possa

aparecer.

Com a finalidade de manter uma estratégia eficaz, equilibrada e de geração

de valor para os acionistas, clientes e demais públicos com os quais nos

relacionamos, atuamos principalmente em duas frentes de negócios: na área

bancária e na de seguros, previdência complementar e capitalização, que

representam, respectivamente, 70,8% e 29,2% do resultado da Organização.

Desde o início de as atividades do Bradesco, possuem como filosofia ser um

banco de portas abertas, receptivo a todos os que nos procuram, democratizando o

acesso aos produtos e serviços bancários. O respeito ao consumidor, a

1 Disponível em : www.unpri.org. Acesso em 14/05/2016.

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responsabilidade socioambiental, a segurança e a credibilidade estão inseridos na

cultura empresarial da Organização.

Apresentando um modelo de segmentação bem estruturado e uma ampla

Rede de Atendimento composta e constituída por Agências, postos bancários,

correspondentes Bradesco Expresso, equipamentos de auto-atendimento e canais

de conveniência.

Deste modo, a Organização Bradesco apresenta vantagens e diferenciais

competitivos por meio da busca da eficiência e da produtividade.

O Banco Bradesco continuará buscando, na área financeira, o crescimento da

carteira de crédito com qualidade, com ênfase em crédito imobiliário, crédito ao

consumo e empréstimos consignados em folha de salário, além de forte atuação em

previdência complementar aberta e expansão dos serviços oferecidos à crescente

população economicamente ativa. Sob esse aspecto, continuará adotando critérios

eficazes de segurança para manter o equilíbrio entre ampliação do crédito e

diminuição da inadimplência, realizados com rigorosa avaliação dos processos de

concessão e eficiente cobrança diária de valores vencidos, por meio do Programa de

Recuperação de Créditos Vencidos (PRCV).

E m 2014, a carteira de crédito do Bradesco foi expandida e registrou uma

variação positiva de 6,5%. A Organização continuará, também, com o foco

estratégico na difusão segura e nos resultados dos negócios, de que são exemplos

banco de investimento, corporate, private banking e gestão de recursos de terceiros,

além dos investimentos no mercado de cartões, consórcios, seguros, previdência e

capitalização, igualmente relevantes.

No exterior, o Bradesco oferece suporte a clientes que residem fora do País e

a investidores interessados no Brasil. As unidades da Bradesco Securities de Nova

York, Londres e Hong Kong exercem papel fundamental na captação de recursos e

distribuição de títulos nesses centros financeiros, assim como o Bradesco Europa,

que presta serviços de administração de recursos, private banking e financiamento

ao comércio.

No Brasil o Bradesco além de investir em sustentabilidades adota algumas

políticas sociais, conforme a Figura 5 demonstra, o Planejamento Estratégico de

Sustentabilidade do Bradesco.

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Figura 5 - Planejamento Estratégico de Sustentabilidade do Bradesco

Fonte: (BANCO BRADESCO, 2016).

Conforme pode ser percebido através da figura acima o Bradesco atua em

todos municípios do Brasil atendendo a todas as camadas sociais.

De acordo com fontes do Bradesco, o ano de 2014 foi marcado por

acontecimentos importantes, que promoveram desdobramentos para a Organização

Bradesco no campo da sustentabilidade, reforçando o tratamento transversal do

tema em nossos negócios.

Mudanças climáticas, instabilidades econômicas e escassez de recursos

naturais exigem cada vez mais habilidade para enfrentar desafios tanto no curto

quanto no longo prazos, reforçando a importância de incluirmos a sustentabilidade

como parte da nossa estratégia de negócios.

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Em 2014, o Bradesco deu continuidade ao Planejamento Estratégico de

Sustentabilidade, com a revisão das diretrizes da Organização para o tema e a

definição de objetivos estratégicos e projetos que serão instituídos para alcançá-los.

Esse exercício foi realizado com base em 17 temas que integram a visão de

sustentabilidade aos negócios do Bradesco, sendo as mudanças climáticas um

aspecto transversal aos temas eleitos.

Temas do planejamento estratégico:

• Risco socioambiental

• Risco integrado

• Gestão de fornecedores

• Questões controversas*

• Engajamento das partes interessadas

• Produtos e serviços

• Relacionamento com clientes

• Inclusão financeira

• Desenvolvimento de capital humano/atração e retenção de talentos

• Educação para a sustentabilidade

• Direitos humanos

• Prestação de contas/indicadores

• Políticas anticrimes e códigos de conduta ética

• Eficiência, ecoeficiência e sistema de gestão ambiental

• Governança corporativa

• Gestão da marca

• Investimento social privado

• Aspectos e setores da economia que podem nos expor a riscos reputacionais.

No sentido de exemplificar os principais pressupostos disseminados pelo

Bradesco, a Figura 6 demonstra o Planejamento estratégico e matriz de relevância.

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Figura- 6 Planejamento estratégico e matriz de relevância.

Fonte: (BRADESCO, 2016).

Conforme explicitado na figura acima no Bradesco o planejamento estratégico

encontra-se alinhado com as exigências estabelecidas pela Resolução nº 4.327 do

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Banco Central, de abril de 2014, que regulamenta as práticas socioambientais das

instituições financeiras. A Organização Bradesco revisou sua Política de

Sustentabilidade e constituiu um plano de ação para aprimorar as práticas e atender

aos novos requisitos de mercado.

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CONCLUSÃO

Retomando ao questionamento inicial da pesquisa: Quais os possíveis

impactos causados pela Governança Corporativa no Brasil?

Respondendo a este questionamento a pesquisa bibliográfica comprovou que

a Governança Corporativa, se apresenta como o sistema pelo qual as sociedades

são dirigidas envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de

administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal.

Evidenciou-se que entre os mecanismos de Governança Corporativista o

principal deles, é representado em primeiro lugar pelas decisões do conselho

administrativo, uma vez que este conselho acaba sendo responsável por nortear as

decisões a serem tomadas em relação ao futuro das organizações, em relação a

boas práticas da governança corporativa.

Percebeu-se que no Brasil, o termo governança corporativa teve início partir

de 1999 com a criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e

vem crescendo significativamente nos últimos anos.

Destaca-se que os programa de listagem para empresas, adotam princípios

diferenciados de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo -

BOVESPA, encontram-se divididos em três níveis (Nível I, Nível II e Novo Mercado),

e trouxe grandes impactos positivos para a economia brasileira.

O estudo de caso comprovou que o Bradesco ao direcionar suas ações para

o relacionamento, o processo de segmentação no Bradesco alinha-se à tendência

de mercado que consiste em reunir grupos de clientes de um mesmo perfil,

permitindo, assim, atendimento diferenciado, que acarreta em crescentes ganhos de

produtividade e rapidez. E assim o Bradesco pratica a sua Governança

Coorporativa.

Cabe ressaltar que este processo proporciona à esta organização financeira

uma maior flexibilidade e competitividade na execução de sua estratégia de

negócios, dando dimensão às operações, tanto para pessoas físicas ou jurídicas, em

termos de qualidade e especialização, quanto nas demandas específicas das mais

diversas faixas de clientes.

Por fim, salienta-se que esta pesquisa não se esgota neste trabalho

monográfico, espera-se no futuro realizar mais estudos que evidenciem, que a

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adoção das boas práticas de Governança Corporativa pelas empresas brasileiras

estejam cada vez mais em evidência no mercado brasileiro, para que o mesmo se

torne o prelúdio de um mercado desenvolvido.

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REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS

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