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Dossier Qualidade do Turismo em Espaço Rural -TER Proposta de Avaliação da Qualidade do Agroturismo PROJECTO AMAP RURAL, Medida 10 do Programa AGRO AUTOR AMAP – Associação das Mulheres Agricultoras Portuguesas Av. do Colégio Militar, Lote 1786, 1500-179 Lisboa Telefone 21 7100027/31 • Fax 21 7100074 Coordenação : Ana Maria Tavares Consultoria: Elsa Gomes de Sousa - 2004 -

Dossier Qualidade Agroturismo - ADCMoura - Associação para o … · demonstra como o desenvolvimento do turismo tem estado na origem do crescimento económico regional, baseado

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Dossier

Qualidade do Turismo em Espaço Rural -TER

Proposta de Avaliação da Qualidade do Agroturismo

PROJECTO

AMAP RURAL, Medida 10 do Programa AGRO

AUTOR

AMAP – Associação das Mulheres Agricultoras Portuguesas

Av. do Colégio Militar, Lote 1786, 1500-179 Lisboa

Telefone 21 7100027/31 • Fax 21 7100074

Coordenação : Ana Maria Tavares

Consultoria: Elsa Gomes de Sousa

- 2004 -

Índice

M Ó D U L O 1 - E N Q U A D R A M E N T O 1.1. Turismo Mundial – evolução e tendências ........................................................... 4

1.2. TER - Origens, Conceitos e Terminologias ....................................................... 10

1.3. Oferta do TER em Portugal ................................................................................. 25

M Ó D U L O 2 – Q U A L I D A D E 2.1. Introdução ............................................................................................................... 26

2.2. Sistemas de Avaliação da Qualidade do TER na UE........................................ 34

Áustria ...................................................................................................................... 35

Alemanha ................................................................................................................. 41

Bélgica ...................................................................................................................... 44

Espanha.................................................................................................................... 49

França....................................................................................................................... 54

Itália .......................................................................................................................... 59

Reino Unido ............................................................................................................ 65

M Ó D U L O 3 – P R O P O S T A D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O A G R O T U R I S M O E M P O R T U G A L 3.1. Introdução. .............................................................................................................. 73

3.2. Apresentação do Sistema de Avaliação ............................................................... 77

Grelha de Classificação........................................................................................ 102

A N E X O S A - Listagem da Oferta de Agroturismo por regiões de turismo

B - Listagem da principal legislação que regulamenta o TER

C - Procedimentos administrativos para o licenciamento de empreendimentos

TER e respectivos formulários de requerimento

D - Incentivos Financeiros ao TER

D O S S I E R Q U A L I D A D E D O T U R I S M O E M E S P A Ç O R U R A L

ENQUADRAMENTO

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1.1. Turismo Mundial –

evolução e tendências actividade turística apresenta uma perspectiva de grande

crescimento, sendo claramente um dos fenómenos

económicos e sociais mais marcantes do século passado.

Desde os seus primórdios no séc. XIX, o turismo tem expandido

rapidamente desde 1950, com 25 milhões de viajantes em todo o

Mundo para 715 milhões em 2002 (Fonte: OMT- Organização

Mundial do Turismo).

De acordo com a OMT cerca de 62% dos viajantes deslocam-se

por motivos de lazer, 18% em negócios e os restantes 20% por

razões variadas como visitas a familiares ou visitas de carácter

religioso, entre outras. Diversos factores determinam as

estatísticas.

Módulo

1

A

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Nos países desenvolvidos, tem-se vindo a registar um rápido

aumento do rendimento disponível. A diminuição do número de

horas de trabalho e o aumento do número de dias de férias pagas

também tem contribuído. O nível de educação cada vez mais

elevado tem, de igual modo, dado lugar a um maior desejo de

viajar e de explorar novos locais. As redes de transporte -

ferroviário, terrestre, aéreo e marítimo - têm registado melhorias

significativas. Por outro lado, as instituições governamentais

pouco têm influenciado o ritmo de desenvolvimento do turismo, o

qual tem sido largamente fomentado pelas forças de mercado e

pelo sector privado. Neste aspecto, o turismo difere claramente

do sector agrícola, assim como de outras actividades rurais.

A oferta turística tem estado, até há pouco tempo, vocacionada

para produtos específicos de praia, lagos e/ou empreendimentos

na montanha, assim como concentrada nos principais centros

culturais. Tem dado provas de ser um importante vector de

crescimento económico - transferindo capital, receita e emprego

das zonas industriais, urbanas e desenvolvidas para zonas não-

industrializadas.

De acordo com os elementos estatísticos da OMT referentes ao

ano 2000, os cinco principais países geradores de turismo -

Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Japão e França foram

responsáveis por 42 % das despesas mundiais em viagens. Os

cinco principais países de destino de turismo - França (75,5

milhões), Estados Unidos (50,9 milhões), Espanha (48,2

milhões), Itália (41,2 milhões), e China (27,0 milhões),

absorveram 40% das receitas mundiais do sector.

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De entre os destinos preferidos, salientamos o caso da Espanha,

onde o turismo tem vindo a ser o principal responsável pelo

crescimento económico nacional, baseado essencialmente num

turismo de praia. Por outro lado, a experiência de outros países,

como o Reino Unido, Irlanda, França e os Estados Unidos,

demonstra como o desenvolvimento do turismo tem estado na

origem do crescimento económico regional, baseado no turismo

em meio rural.

Turismo e Agricultura

Nas regiões desenvolvidas do Mundo, são comuns os aspectos de

decréscimo populacional, mudanças económicas, e regeneração

comunitária. Há mais de um século que a crescente

industrialização e consequente urbanização têm vindo a alterar a

situação económica e política da sociedade rural.

Nos últimos 40 anos, essa tendência tem vindo a intensificar-se.

As receitas rurais diminuíram em termos reais, as quais, a par

das mudanças tecnológicas, têm vindo a reduzir as oportunidades

de emprego na agricultura. Em resposta, os serviços nos meios

rurais têm vindo a diminuir - lojas, escolas, igrejas, trabalho

especializado e facilidades de transporte têm desaparecido ou

decrescido de actividade.

Naturalmente, a população rural tem envelhecido tornando-se

cada vez menor na sua totalidade. Muitas vilas e pequenas

cidades, lutam hoje para manter a sua vitalidade. Por todo o

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Mundo, os governos locais, regionais e centrais têm vindo a

intervir no sentido de dar voz a estes assuntos, com maiores ou

menores taxas de sucesso.

Nos últimos anos, o mundo rural tem assistido a novos desafios.

A conservação da Natureza e da paisagem tem vindo a adquirir

uma importância cada vez maior. Os edifícios históricos e as

sociedades rurais "tradicionais" estão a captar cada vez mais as

atenções.

Embora na maior parte das zonas rurais se mantenha uma

desertificação crescente, em algumas zonas de fácil

acessibilidade, tem-se registado um aumento populacional,

conhecido por "contra-urbanização", formado por pessoas

descontentes com as condições de vida das grandes cidades.

Poderá o potencial de crescimento turístico ser

aproveitado nas zonas rurais como forma de as tirar do

declínio?

O turismo para as zonas rurais está a aumentar. Há, e/ou

haverá, condições para que esse crescimento continue?

Poderá o turismo em espaço rural proporcionar emprego,

receita e capital suficientes, que possam suportar

financeiramente o desenvolvimento rural?

Poderão ser ajudadas todas as zonas rurais?

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Deverão, o Estado e as instituições, intervir no sentido de

apoiar e/ou orientar o desenvolvimento do turismo?

Existem provas de que tal poderá ser feito com sucesso?

Que pesquisa, relacionada com o turismo em espaço

rural, será necessária fazer de forma a compreender

melhor este tipo de turismo assim como as suas

potencialidades de crescimento?

Tradicionalmente a agricultura e a floresta eram o centro da vida

rural. Eram as maiores actividades empregadoras, as principais

fontes de receita da economia rural e, indirectamente, uma forte

influência nas tradições, nas estruturas de poder e nos estilos de

vida. As decisões sobre a utilização de determinada porção de

terra, floresta ou paisagem, eram tomadas em conjunto pelos

agricultores e proprietários florestais.

Em finais do séc XX, o papel central da agricultura e floresta foi

diminuído, tendo muitas das actividades perdido muita da sua

força de trabalho, a qual apresenta hoje valores entre 5% e 15%

de empregados (agricultura, floresta e pesca).

O poder económico da agricultura e da floresta tem decrescido,

principalmente quando estas actividades têm hoje uma forte

dependência de subsídios governamentais para assegurar a

rentabilidade. As tradições vão-se desvanecendo perante a força

da televisão, das tecnologias agrícolas e de transformação da

madeira. O poder de decisão sobre o espaço rural está hoje nas

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mãos das instituições ligadas ao planeamento e ordenamento do

território.

O sucesso no desenvolvimento do Turismo em Espaço Rural –

TER parece necessitar de cooperação ao nível do marketing e do

esforço de desenvolvimento. Muitas áreas não tem uma tradição

de cooperação entre os agricultores, ou entre estes e as

instituições governamentais.

A relação-chave do TER é entre o desenvolvimento turístico e o

desenvolvimento rural em geral, envolvendo os serviços

prestados, as actividades proporcionadas, a conservação, um

papel reforçado das mulheres e o investimento local. Um

importante papel da agricultura depende das circunstancias

locais, regionais e nacionais.

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1.2. TER - Origens,

Conceitos e Terminologias Turismo em Espaço Rural - TER não é um fenómeno

muito recente. Desde o séc. XIX que o interesse por

actividades de lazer em meio rural tem vindo a

aumentar, como reacção ao stress causado pela

expansão das cidades cada vez mais industrializadas. As

companhias ferroviárias aproveitaram desde logo as

potencialidades deste tipo de turismo, transportando os viajantes

para o interior. Os Alpes e as regiões montanhosas dos Estados

Unidos e Canadá, foram os primeiros destinos a tirar partido das

acções de marketing e de investimento ferroviários.

O novo turismo rural dos anos 70, 80 e 90 é, contudo, diferente

em diversas formas. O número de visitantes aumentou

consideravelmente. Um valor superior a 70% de entre as

diferentes populações dos países da OCDE participa hoje em

actividades de lazer no campo, em locais cada vez mais

O

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recônditos, por vezes sem ligações ferroviárias mas de fácil

acesso por automóvel particular ou alugado, hoje um meio de

transporte bastante vulgarizado. Mais importante ainda é o facto

do viajante se afastar hoje, e cada vez mais, das zonas

tradicionalmente mais turísticas, para as mais diversas zonas

campestres, libertando-se das grandes estâncias turísticas e

optando pelas pequenas vilas e aldeias rurais.

O crescimento do turismo em espaço rural é difícil de quantificar,

uma vez que poucos países separam nas suas estatísticas o

turismo rural das outras formas de turismo.

No entanto, os organismos envolvidos estão de acordo quando

consideram o turismo rural como um sector em crescimento. A

experiência, registada individualmente nas regiões rurais,

testemunha no mesmo sentido, dando conta de taxas de

crescimento na ordem dos 20% - Austrália a 40% - Estados

Unidos ("Tourism Strategies and Rural Development", OCDE,

Paris 1994).

TER e Desenvolvimento Rural

O TER, nas suas mais variadas formas - Agroturismo, Turismo

Rural, Farm Holidays, Rural Holiday, Country Cottage , entre

outras, é hoje uma das mais debatidas estratégias para o

desenvolvimento rural e local no seio da União Europeia. Apesar

de não ser um fenómeno recente, o TER ainda não conseguiu

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atingir uma imagem altamente competitiva comparativamente

aquela veiculada pelo Turismo "de massas".

Desde os anos 50 que em muitos países do Norte e Centro da

Europa, e dos anos 70 , em países do Sul, que o Turismo em

Espaço Rural - TER tem sido visto como uma estratégia com boas

perspectivas na medida em que retém a população e cria

empregos, promovendo, de um modo geral, o desenvolvimento

socio-económico das áreas menos favorecidas. Alguns aspectos

explicam esta evolução:

O TER satisfaz a procura de espaços ao ar livre onde se

possa praticar uma vasta gama de desportos, jogos e

actividades culturais;

O TER responde ao interesse crescente pelas heranças e

cultura locais, por parte dos habitantes das cidades os

quais se encontram "privados" do conhecimento, e do

beneficio ligado, a esses valores;

O TER promove o entendimento entre os povos e culturas

num espirito de entendimento e respeito mútuos, factores

que contribuem para a solidariedade e coesão sociais;

O TER encoraja a criação de um plano coordenado de

parcerias entre o poder público e privado o que melhora a

competitividade entre as actividades económicas dentro

das áreas menos favorecidas proporcionando-lhes as infra-

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estruturas e condições vitais para a melhoria da qualidade

de vida da população local e do visitante;

Os operadores locais têm vindo a aperceber-se das

possibilidades oferecidas pelo efeito multiplicador do TER.

Estudos conduzidos nomeadamente na Noruega e em

França, mostram que a despesa no alojamento é

completada por uma outra duas a três vezes maior no

pequeno comércio e indústria artesanal local;

Finalmente, há um consenso actual entre as várias

instituições governamentais e privadas, no sentido de

promover o TER, como uma solução para colmatar as

falhas no desenvolvimento socio-económico local.

Neste sentido, o TER é visto como uma forma de combate à

desertificação das populações, preservando o seu modo de vida,

em beneficio dos habitantes locais, e dos visitantes actuais e

futuros, maioritariamente de zonas urbanas.

Poder-se-ão apontar 14 factores responsáveis pelo crescimento

do TER ("Tourism Strategies and Rural Development", OCDE,

Paris 1994):

Nível educacional cada vez mais elevado, directamente

relacionado com o crescente interesse por actividades ao

ar livre, pelo ecoturismo e pelas férias temáticas;

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Crescente interesse pelas heranças culturais, naturais ou

mesmo produzidas pelo Homem;

Aumento do tempo livre e de lazer, adicionado a uma

maior disponibilidade financeira e à opção crescente de

praticar mini-férias, muito ao encontro da oferta TER;

A melhoria dos transportes e comunicações reduziu ao

mínimo os problemas de acesso e isolamento das zonas

rurais, considerados hoje pontos de venda e não

barreiras;

Consciência da importância da saúde tem vindo, e

continua, a crescer no sentido de procura de uma vida

mais saudável, ocupando as actividades de lazer e

desporto um importante papel. Por outro lado, os riscos

associados aos banhos de Sol têm vindo a aumentar, o

que se tem traduzido numa preferência pelas estadias em

meio rural;

Roupa, cada vez mais apropriada e confortável para a

prática de actividades ao ar livre;

Um interesse cada vez maior por uma gastronomia

diversificada e saudável, muito ao encontro da oferta

TER;

Preocupações ecológicas - um assunto cada vez mais

debatido nas instâncias políticas nos últimos vinte anos. O

TER, embora não obrigatoriamente ecológico, oferece,

logo à partida, um enorme potencial nesse sentido;

Autenticidade - uma qualidade cada vez mais prezada.

Num mundo recheado de televisão e vídeo como principal

entretenimento, de produtos industrializados e de um

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ambiente suburbano anónimo, a autenticidade do meio

rural e o ambiente proporcionado pelas suas pequenas

comunidades, torna-se cada vez mais valioso;

Paz e tranquilidade - uma das principais motivações da

procura do TER, como forma de aliviar o, actualmente,

elevado nível de stress;

Populações envelhecidas mas activas são hoje, e cada vez

mais, uma realidade. Muitos escolhem o TER por razões

de saúde ou, simplesmente, para descobrirem novas

experiências longe dos centros urbanos;

A procura turística caracteriza-se cada vez mais por uma

busca de experiências compensadoras, enriquecedoras,

aventureiras e pedagógicas. A diversificada oferta TER

está vantajosamente posicionada para satisfazer a

procura de um mercado cada vez mais alargado;

O individualismo, característico da actual sociedade, tem

sido explorado pela indústria de uma forma geral -

automóveis, têxteis, etc. O turismo de massas encontra-

se em decadência. O TER, devido à pequena estrutura

dos empreendimentos poderá tirar o melhor partido desta

realidade através da prossecução de uma oferta

diversificada e de alta qualidade;

As organizações de cariz rural - ligadas à agricultura, à

conservação da Natureza, ao desenvolvimento

comunitário, à arte, cultura e artesanato, aos Parques

Nacionais, ao desenvolvimento económico local, aos

transportes, etc. - numerosas em vários países, têm vindo

a aumentar o seu interesse em ajudar na implementação

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do TER. Embora estas actuem muitas vezes sem a

desejável coordenação, e tenham raramente alguma

experiência em turismo, têm participado quer em

projectos colectivos quer em iniciativas individuais.

O TER não oferece, contudo, uma solução para todos os

problemas sociais e económicos, provocados por uma crescente

marginalização de muitas áreas rurais. O desenvolvimento

turístico deverá ser acompanhado pelo desenvolvimento de

outros sectores, como parte de um modelo integrado de

desenvolvimento rural. De outro modo, o desequilíbrio

enfraquecerá o processo.

Sustentabilidade - uma visão essencial

O conceito de desenvolvimento sustentável foi introduzido em

1987, pela Comissão Mundial de Desenvolvimento e Ambiente,

através do Relatório Brundtland, com a seguinte definição:

" O desenvolvimento sustentável é aquele que vai ao encontro

das necessidades do presente sem comprometer as possibilidades

das gerações futuras de satisfazerem as suas".

O actual volume e importância do turismo mostra claramente

que, para minimizar o impacto negativo e maximizar o efeito

positivo do desenvolvimento da actividade turística, não basta

desenvolver novas formas alternativas de turismo. O sector tem

de ser desenvolvido e gerido de forma a salvaguardar o ambiente

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natural e socio-cultural, sendo esta a responsabilidade máxima da

industria turística mundial.

De um modo geral, o TER é visto como intrinsecamente

sustentável, pois atrai um numero reduzido de visitantes, não

necessita de grandes infra-estruturas, e tem uma clientela tipo

genuinamente interessada na cultura local e nas tradições. Umas

das principais atracções das férias em ambiente rural é a

possibilidade de interacção com os habitantes locais, podendo os

visitantes partilhar ideias e conhecimentos, o que reforça o papel

do turismo como "indústria da Paz" e exemplo de compreensão.

No entanto, se analisarmos o TER mais profundamente,

levantam-se algumas dúvidas relacionadas com a sua intrínseca

sustentabilidade. O assunto mais importante de analisar é a

rentabilidade económica dos serviços prestados, uma vez que a

procura é muitas vezes sazonal, as taxas de ocupação são baixas

e o investimento, necessário para criar ou melhorar as estruturas

existentes, apresenta-se muito elevado.

Na maioria das zonas rurais o TER, como única fonte de

rendimento, é uma opção pouco viável, surgindo como uma

alternativa de rendimento extra, sendo a sua contribuição para o

desenvolvimento sustentável de uma região muito influenciado

pelo comportamento dos outros sectores da economia,

principalmente da agricultura.

Em relação à sustentabilidade ambiental, a experiência comprova

que é necessário um investimento considerável para gerir o

vulnerável meio ambiente envolvente. Por um lado, a procura

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encontra-se cada vez mais direccionada para as zonas menos

desenvolvidas, particularmente sensíveis à interferência humana

e, por outro, os ambientes naturais organizados pelo Homem não

correspondem, na maioria das vezes, às expectativas dos

visitantes baseadas em imagens nostálgicas e tradicionais

apresentadas, por exemplo, nos folhetos promocionais.

Em regiões menos desenvolvidas, vulneráveis mas atractivas, é

essencial integrar a protecção ambiental com actividades

socialmente e economicamente benevolentes. O Eco-Agro-

Turismo distribui os turistas para acomodações descentralizadas,

apela para a necessidade de estar em contacto com a natureza,

gera paralelamente um rendimento adicional aos agricultores e às

comunidades rurais, chamando ao mesmo tempo a atenção da

população local para a importância da biodiversidade e da

protecção ambiental.

Eco-Agro-Turismo combina o turismo em acomodações

sustentáveis com um cuidado pelo meio ambiente e o património

social e cultural. Umas férias diferentes, longe do turismo de

"massa".

O meio rural tem ainda espaço e locais diferentes para descobrir,

oferecendo diferentes possibilidades de alojamento - quintas,

pequenas pensões e parques de campismo nas zonas mais

bonitas de Portugal, podendo uma simples tenda, caravana ou

pequena casa, proporcionar um contacto directo com a Natureza

e com a hospitalidade da população local.

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O desenvolvimento turístico pode influenciar de forma positiva e

negativa as características socio-culturais das zonas rurais.

Os impactos positivos são, de entre outros, o desenvolvimento e

a optimização dos recursos existentes (terra, trabalho, atracções

naturais e culturais), as mudanças socio-económicas que produz,

a contribuição dada à protecção e conservação do ambiente rural,

a possibilidade de alargamento de contactos dada à população

local e a oportunidade de intercâmbio com novas culturas.

Os impactos negativos são, de entre outros, a mudança ou

mesmo deterioração da paisagem rural assim como dos seus

valores culturais e naturais, a influência exercida na estratificação

social (embora esta também possa ser positiva), a pressão extra

exercida na comunidade local através da mudança do seu ritmo

de vida, podendo ameaçar a sua privacidade, resultando em

comportamentos adaptados ao gosto dos visitantes, mas menos

fidedignos dos costumes e tradições locais.

Todos os intervenientes da actividade turística deveriam ter

sempre em conta que o meio ambiente humano, cultural e

natural formam um equilíbrio único, não podendo um dos factores

ser afectado sem afectar os outros. O planeamento e o

desenvolvimento das actividades turísticas deverá ter em conta

as inter-relações existentes entre os diferentes factores

ambientais: físico, biológico, humano, animal, flora, cultura e

espiritual, de modo a evitar os efeitos negativos.

Equipas de especialistas deverão realizar estudos

interdisciplinares que proporcionem o acesso a informações-base

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relevantes e a avaliações de impacto equilibradas. O turismo não

pode constituir uma ameaça à diversidade das espécies e à

integridade do ecossistema, valores insubstituíveis. Deste modo,

os estudos de impacto ambiental e a sua aplicação ao

desenvolvimento turístico são um requisito essencial para se

conseguir um turismo responsável e sustentável.

Conceitos e Terminologias - algumas considerações

Expressões como Agroturismo, Turismo Rural, Ecoturismo,

Turismo no Campo, entre outras, são utilizada amplamente em

diversos países, dentro e fora da Comunidade Europeia, sem que

exista no entanto um consenso quanto às suas definições.

A OECD no seu relatório de 1994 sobre Turismo em Espaço Rural

considera o Agroturismo como a actividade desenvolvida

exclusivamente por agricultores, e o Turismo Rural, Ecoturismo, e

Turismo no Campo, como actividades que, podendo ser

desenvolvidas por agricultores, são predominantemente

desenvolvidas por operadores fora do contexto agrícola. A noção

de Agroturismo é assim de um modo geral menos abrangente.

Países como a Itália possuem legislação especifica que separa o

“Turismo Rural” do “Agroturismo”. O Agroturismo em Itália é

definido como “... actividade turística onde apenas os produtores

agrícolas são implicados”. As restantes actividades desenvolvidas

em meio rural, como hospedagem e restauração, mas que são

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operadas por não agricultores, são classificadas como de Turismo

Rural”.

Os italianos possuem uma legislação nacional (Lei 5, Dezembro,

1985, 730) onde estão bem patentes os princípios fundamentais

do “Agriturismo”, e uma legislação regional que adapta esta às

realidades especificas de cada região.

A distinção entre “Agroturismo” e “Turismo Rural” está assim bem

clarificada na legislação italiana, tendo as organizações

agroturisticas deste país investido bastante para que esta

diferença fosse juridicamente reconhecida.

Este reconhecimento apoia-se em grande parte no manifesto

efeito positivo da actividade dos agricultores sobre a preservação

das terras agrícolas. O objectivo final é igualmente obter um

apoio financeiro governamental para as empresas agroturisticas.

À semelhança de Itália, o Quebec define “Agroturismo” como “...

uma actividade turística complementar à agricultura desenvolvida

numa exploração agrícola, através da qual se estabelece o

contacto entre os agricultores e os visitantes, proporcionando, a

estes últimos, no acolhimento e através da informação

disponibilizada, a descoberta do meio rural e da produção

agrícola...”. É importante sublinhar que são os serviços, de

acolhimento, e a oferta de informação de carácter agrícola, que

conferem especificidade ao Agroturismo. (“Revue de litérature -

Les Définitions de l’agroturisme”, présentée au groupe de

concertation sur lágrotourisme au Québec, 2002)

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Em Portugal entende-se por Turismo no Espaço Rural – TER: ”...

um conjunto de actividades, e serviços realizados e prestados em

zonas rurais, de harmonia com várias modalidades de

hospedagem, bem como de actividade e serviços que

complementam aquela e que consistem em animação e diversão

turística” (DL 169/97 de 4 de Julho).

As definições das diferentes modalidades TER estão patenteadas

no DL 54/2002 de 11 de Março - novo regime jurídico de

instalação e funcionamento dos empreendimentos TER:

Turismo Rural

“... serviço de hospedagem de natureza familiar

prestado a turistas em casas rústicas particulares que,

pela sua traça, materiais construtivos e demais

características, se integrem na arquitectura típica

regional”;

AgroTurismo

“... serviço de hospedagem de natureza familiar

prestado em casas particulares integradas em

explorações agrícolas que permitam aos hóspedes o

acompanhamento e conhecimento da actividade

agrícola, ou a participação nos trabalhos aí

desenvolvidos, de acordo com as regras estabelecidas

pelo seu responsável”;

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Turismo de Habitação

“... serviço de hospedagem de natureza familiar,

prestado a turistas em casas antigas particulares que,

pelo seu valor arquitectónico, histórico ou artístico,

sejam representativas de uma determinada época,

nomeadamente, os solares e as casas apalaçadas”;

Turismo de Aldeia

“... serviço de hospedagem prestado num

empreendimento composto por um conjunto de, no

mínimo, cinco casas particulares situadas numa aldeia

e exploradas de forma integrada, quer sejam ou não

utilizadas como habitação própria dos seus

proprietários, legítimos possuidores ou detentores.

Estas casas devem, pela sua traça, materiais de

construção e demais características, integrar-se na

arquitectura típica local. Deve ser explorado por uma

única entidade, em aldeias históricas, em centros rurais

ou em aldeias que mantenham, no seu conjunto, o

ambiente urbano, estético e paisagístico tradicional da

região”;

Casas de Campo

“ ... casas particulares e as casas de abrigo situadas em

zonas rurais que prestem um serviço de hospedagem,

quer sejam ou não utilizadas como habitação própria.

Estas casas devem, pela sua traça, materiais de

construção e demais características, integrar-se na

M Ó D U L O 1 - E N Q U A D R A M E N T O 1 . 2 . T E R - O R I G E N S , C O N C E I T O S E T E R M I N O L O G I A S

24

arquitectura e ambiente rústico próprio da zona e local

onde se situam”.

Outros países, de que a França é exemplo, não apresentam uma

definição clara do Agroturismo, estando no entanto implícito que

esta é uma actividade desenvolvida pelo agricultor. A FNSEA -

Federação Nacional dos sindicatos dos agricultores, criou em

1990 o programa “Fermes Ouvertes”, com o objectivo de fornecer

às crianças do ensino básico a possibilidade de descobrir a

agricultura através de visitas às explorações agrícolas.

Este programa não é no entanto forçosamente considerado como

uma actividade de agroturismo. As Câmaras de Agricultura, por

outro lado, consideram os termos “Tourisme à la Ferme” e

“Agritourisme” como sinónimos, sem contudo os definir

especificamente. As câmaras de Agricultura são as responsáveis

pela gestão desta actividade, tendo sido estabelecido que para

usufruir desta “marca” – “Fermes Ouvertes” , é necessário

possuir uma exploração agrícola e ter o estatuto de agricultor .

M Ó D U L O 1 - E N Q U A D R A M E N T O 1 3 . O F E R T A D O T E R E M P O R T U G A L – E L E M E N T O S E S T A T Í S T I C O S

25

1.3. Oferta do TER em

Portugal e acordo com elementos fornecidos pela Direcção

Geral de Turismo – DGT, no relatório “O Turismo no

Espaço Rural em 2002” no final do ano 2002 existiam

em Portugal 863 unidades TER, distribuídas pelas seguintes

modalidades:

358 unidades de Turismo Rural (41,5 %)

244 unidades de Turismo de Habitação (28,3 %)

145 unidades de Agroturismo (16,8 %)

116 unidades de Casas de Campo (13,4 %)

Da análise dos elementos constantes no referido relatório

consideramos importante salientar os seguintes aspectos:

Comparativamente ao ano anterior, o número de

unidades registou um aumento de 26,4%, tendo a

D

M Ó D U L O 1 - E N Q U A D R A M E N T O 1 3 . O F E R T A D O T E R E M P O R T U G A L

26

capacidade total em camas registado um aumento de

31,8%;

O Norte do País é notoriamente a região com maior

capacidade de alojamento (372 unidades) seguida da

região Centro (171 unidades);

Quando analisada a distribuição da oferta de unidades

de turismo de cada modalidade, por regiões do País,

verificamos que:

- O Norte e o Alentejo representam as regiões

com um maior número de alojamento da

modalidade Agroturismo (respectivamente 40 e

35 unidades);

- As Casas de Campo existem em maior número

na região Centro. No entanto, dentro desta

modalidade, o Alentejo é notoriamente a região

de Portugal Continental com maior número de

camas.

Os empreendimentos de maior dimensão inserem-se no

Agroturismo, apresentando um valor médio de camas

por estabelecimento de 6,1;

Analisando as taxas de ocupação-cama por modalidade,

verificou-se que as Casas de Campo e o Agroturismo

foram as modalidades que registaram os valores mais

elevados, com 17, 4% e 30,1% respectivamente;

M Ó D U L O 1 - E N Q U A D R A M E N T O 1 3 . O F E R T A D O T E R E M P O R T U G A L

27

D O S S I E R Q U A L I D A D E D O T U R I S M O E M E S P A Ç O R U R A L

QUALIDADE

28

2.1. Introdução A qualidade de um serviço, factor determinante no

desenvolvimento da actividade turística, é um conceito

particularmente subjectivo que pode, no entanto, ser

caracterizado através de alguns indicadores.

Ao falarmos de qualidade do TER não temos subjacente uma ideia

de luxo ou sofisticação mas sim uma de conforto, higiene e

segurança do alojamento, beleza da paisagem envolvente,

enquadramento com os valores culturais e arquitectónicos locais,

assim como a autenticidade e rusticidade do empreendimento,

etc.

Módulo

2

A

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 1 . I N T R O D U Ç Ã O

29

Ou seja, o objectivo é ir ao encontro da procura actual, de uma

clientela cada vez mais exigente mantendo um equilíbrio numa

oferta onde os valores idealmente presentes são os do passado.

O desafio apresenta-se na forma de conseguir responder às

expectativas da cidade com a realidade do meio rural.

A falta de um plano coordenado de qualidade tem levado os

proprietários dos empreendimentos rurais a definirem os seus

próprios padrões de qualidade, de acordo com as suas

experiências, com o seu gosto e conhecimento, e com as

definições de qualidade que escolheram adoptar.

Para facilitar a prossecução dos objectivos de qualidade, é

essencial apostar na formação e treino especifico dos

intervenientes e no recurso à assistência técnica especializada,

que ficarão assim aptos a atingir as diferentes etapas do

processo.

Só deste modo, fará sentido apostar nas redes de cooperação

turística locais e regionais assim como, posteriormente, em

acções de promoção. Perante este desafio, as comunidades locais

deverão adoptar uma política de solidariedade e de parcerias

tendo como objectivo a identificação da sua zona como "o melhor

destino de turismo rural". Desta forma, a implementação de uma

actividade TER deverá ser feita com base num plano comum de

desenvolvimento do turismo onde figurem, de entre outras, as

seguintes orientações de qualidade:

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 1 . I N T R O D U Ç Ã O

30

Desenvolvimento dos recursos naturais da zona

(paisagens, locais, monumentos, cultura)

Melhoramento da qualidade do alojamento e dos

serviços existentes

Organização das actividades de lazer e entretenimento

Oferta de um acolhimento profissional e de uma

informação, geral e especifica, correcta, detalhada,

actualizada e de fácil acesso

Promoção e organização do acolhimento

Oferta de garantias de qualidade aos visitantes (a

monitorização constante da qualidade oferecida é a

única forma de dar garantia a longo prazo de um plano

de qualidade turística)

Embora o turismo de massas esteja claramente em crise, com os

operadores turísticos a registarem uma queda na procura dos

mercados turísticos tradicionais, especialmente no que toca à

Costa Mediterrânea, os especialistas não prevêem uma mudança

geral dessa procura no sentido do turismo rural. A indústria

turística irá manter a sua quota de mercado e até irá aumentá-la

inventando novos produtos e reinventando os antigos.

A crise no turismo de massas é assim mais indicativa da

incapacidade dos operadores turísticos de criar produtos capazes de

ir ao encontro dos turistas em busca de férias personalizadas, longe

das estâncias turísticas, onde haja uma oportunidade de conhecer a

região e os seus habitantes. Este grupo diferenciado de turistas

representa um grande segmento de mercado, particularmente no

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 1 . I N T R O D U Ç Ã O

31

Sul da Europa. No entanto, a oferta existente de produtos ainda não

é suficiente em volume e/ou qualidade, uma vez que estes obrigam

à existência de uma série de características impossíveis de ser

oferecidas de forma padronizada:

• Desejo de independência (pequenos grupos que partem à

descoberta no seu próprio veículo)

• Procura de um certo estilo de autenticidade, em oposição

à oferta da hotelaria tradicional

• Atracção por férias que ofereçam algum "conteúdo"

educacional, intelectual e que possibilitem o contacto

com a população local

• Procura largamente orientada para o período fora da

estação turística por excelência (fins-de-semana ou uma

semana no máximo)

Neste sentido, podemos considerar os seguintes pré-requisitos

com impacto decisivo para o sucesso na oferta de uma actividade

turística de qualidade:

Capacidade de alojamento e taxa de ocupação suficientes para

assegurar a amortização do investimento realizado

Nível de preço competitivo, de forma a assegurar o

crescimento e a rentabilidade, proporcionando o retorno do

capital e trabalho investidos

A actividade turística, altamente sazonal, tem de ser integrada

no calendário das actividades agrícolas

Os custos operacionais e de manutenção de infra-estruturas

têm de ser muito controlados

As actividades turísticas deverão estender-se o mais possível

para além da estação alta

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 1 . I N T R O D U Ç Ã O

32

A formação e as aptidões pessoais são muito importantes para

o desenvolvimento do TER

Oferecer aos visitantes um contacto pessoal, a possibilidade

de desfrutar do ambiente humano e físico do meio rural,

proporcionando-lhes a participação nas actividades, tradições

e modos de vida da população local, deverão ser as

características principais de qualquer TER

A identificação prévia dos diferentes segmentos da procura,

assim como a consequente adaptação da oferta existente

através da criação um conjunto diversificado de produtos,

deverá ser uma preocupação fundamental na criação de

qualquer TER

A mensagem de qualidade a ser passada tem de envolver todos

os aspectos do produto turístico oferecido assim como todos os

aspectos do processo de compra de uma forma consistente ao

nível particular, local e regional conjugando os interesses dos

diferentes intervenientes, alguns dos quais tradicionalmente

mantidos à distância.

O TER pode contribuir de forma significativa para o

desenvolvimento das zonas menos favorecidas, através da

capacidade geradora de receita e empregos, da criação de infra-

estruturas, da possibilidade que oferece de troca de sinergias

entre as áreas urbanas e rurais, e através do seu efeito

multiplicador no, relativamente pequeno, investimento local

directo.

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 1 . I N T R O D U Ç Ã O

33

Pensamos que este impacto poderá ser ampliado se atingir um

elevado nível de qualidade da oferta de produtos e serviços,

dando resposta à crescente procura actual.

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

34

2.2. Sistemas de

Avaliação da Qualidade

do TER na UE s especificidades de cada País levam a que o Turismo

Rural seja entendido e praticado de forma diferenciada.

Existem no entanto muitos pontos comuns entre os

vários países que levam a que o Turismo Rural Europeu seja um

produto de características especificas e de valor amplamente

reconhecido.

Os sistemas de avaliação da qualidade ao garantirem uma oferta

transparente e comparável, funcionam como instrumentos de

orientação e decisão por parte dos clientes, ajudando-os a

escolher adequadamente o alojamento que pretendem em função

das suas exigências pessoais. Por outro lado, contribuem para a

melhoria da imagem e promoção dos produtos, e para motivar os

proprietários a melhorar o nível de qualidade dos seus

empreendimentos.

A

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

35

No sentido de desenvolvermos para Portugal um sistema de

avaliação da qualidade do Turismo em espaço Rural, procedemos

a um levantamento de informação sobre os principais sistemas de

avaliação da qualidade do TER adoptados nos seguintes 7 países

da UE:

- Áustria;

- Alemanha;

- Bélgica;

- Espanha;

- França;

- Itália;

- Reino Unido

ÁUSTRIA

O Turismo no Espaço Rural (TER) na Áustria é essencialmente do

tipo “Farm Holidays”, praticado em explorações agrícolas activas,

modalidade que poderemos considerar semelhante ao nosso

“Agroturismo”.

Existe apenas uma associação de turismo rural no País e que é a

entidade responsável pela classificação da qualidade do TER – a

Austrian Farm Holidays. Esta associação embora não organize

acções de formação, desempenha um papel importante junto dos

agricultores, ao fornecer os conteúdos programáticos para os

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

36

cursos de formação em turismo realizados pelo Ministério da

Agricultura Austríaco.

A Austrian Farm Holidays possui 3400 membros que representam

cerca de ¼ do número total de camas disponíveis no País na

modalidade TER, sendo que 50% do total da despesa dos

visitantes neste tipo de turismo é realizada nas quintas.

O sistema de classificação da qualidade foi criado em 1993 e

desde então sofreu várias alterações até se obter a versão actual

que tem em linha de conta 3 áreas principais:

A - A qualidade da quinta;

B - Qualidade dos serviços prestados;

C - A qualidade das instalações;

Os parâmetros analisados em cada uma destas áreas são os

seguintes:

A - A Qualidade da Quinta

Localização/acessibilidade: - adequada sinalização de acesso à exploração; - descrição da exploração - localização em ambiente tranquilo - fácil acesso a transportes - espaço exterior à casa

Tipicidade da construção, jardins, aparência/ global exterior:

- aparência e manutenção cuidadas de toda a exploração - estacionamento - arquitectura típica da região - arranjo paisagístico - terraço e/ou pequena horta - energias alternativas

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

37

Agricultura:

- agricultura biológica Tratamento de lixos:

- separação de lixos

B - A Qualidade das Instalações

Interior da casa Instalações:

- estado geral de higiene e limpeza - estado geral de manutenção do edifício e do mobiliário - recepção - iluminação suficiente em todos os quartos - biblioteca ou estante com livros - recanto de leitura com boa iluminação - instalações para tratamento de roupas - caixa de primeiros socorros e extintor - espaço para actividades infantis - acesso a fax e internet

Design Interior e Mobiliário:

- conforto da sala de estar - mobiliário padronizado e em bom estado - chão, tapetes, cortinas e toalhas de mesa - guarda roupa, sapateira - talheres, loiça e cadeira para criança Energia e ambiente: - medidas de protecção ambiental

Salas: - sala comum /sala de pequeno almoço - cozinha para hóspedes

Apartamentos, e espaços comuns: - ambiente confortável - zona de alimentação separada da zona de dormir - zona de trabalho - kitchnette com forno - pelo menos 2 conjuntos de loiça e talheres

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

38

- material de limpeza - equipamentos adicionais (ex. máquina de café, máquina de lavar a louça, microondas...)

Quartos/Apartamentos

Zonas de dormir e de estar: - instalações agradáveis, limpas, modernas e arrumadas - mobiliário regional/rústico - materiais naturais - sala ampla e confortável - ambiente tranquilo - varanda ou terraço - cadeiras e mesa

Instalações sanitárias: - espaçosas com aparência cuidada - toalhas de rosto e de banho idênticas, em quantidade suficiente e de boa qualidade - prateleiras - espelho com iluminação

C - A Qualidade dos Serviços Prestados

Serviços

Catering: - loiças, talheres e toalha de mesa - frigorifico - alimentação cuidada e equilibrada

Informação Disponibilizada: - dossier com informação detalhada sobre a exploração e o quarto - qualidade das respostas às questões dos clientes - manutenção de uma base de dados e mailing activo - brochura e cartão de visita da exploração - serviço de tranfer - livro de visitas ou álbum de recordações

Qualidade da experiência turística

Dia a dia na exploração:

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- participação nos trabalhos da quinta - contacto com os animais - venda de produtos da exploração - locais exteriores de lazer - zona de jogos - relvado espaçoso e bem tratado - historial da exploração - especialidades típicas da exploração

Actividades/hobbies: - parque infantil - organização de eventos semanais - programas para dias de chuva - jogos para adultos e crianças - instalações desportivas - equitação - piscina - sauna e /ou fitness studio - produtos específicos/programas criativos (ex. actividades para a famílias, para deficientes, seminários, artesanato, actividades vinícolas, agricultura biológica)

Proprietário(s)

- participação em actividades pedagógicas (palestras, reuniões...) - curso de formação especifico - língua estrangeira - base de dados (para membros da associação)

O sistema de qualidade austríaco pressupõe a atribuição de

pontos com base na análise de parâmetros que vão desde os

requisitos mínimos até aos critérios de máxima qualidade. Por

exemplo, a qualidade da informação disponibilizada aos clientes e

o facto dos responsáveis pela quinta possuírem cursos de

formação, garante à partida uma classificação superior, e

consequentemente resulta numa maior qualidade ao nível da

informação disponibilizada e da formação dos agricultores.

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

40

Uma comissão constituída por 3 pessoas, uma das quais deve ser

uma mulher, visita as quintas e de 4 em 4 anos faz a

atribuição/controlo da categoria de qualidade.

O sistema de classificação utiliza o símbolo “Flor”

recorrendo a uma grelha de pontuações de 1, 2, 3 ou 4 flores:

1 Flor - Cumprimento dos requisitos mínimos;

2 Flores - Exploração atractiva. Quartos e apartamentos

adequadamente equipados. Casas de banho fora dos quartos;

3 Flores - Padrão de qualidade superior ao anterior. Quartos

acolhedores, com casas de banho no interior;

4 Flores - Explorações aptas a receber o mais diversificado tipo de

clientes. Decoração confortável e atractiva. Casas de banho no

interior dos quartos.

Para cada nível de classificação é definido um preço mínimo da

diária a cobrar aos clientes. Os preços praticados actualmente são

os seguintes:

2 Flores: 12 euros;

3 Flores: 15 euros;

4 Flores: 18 euros ou mais

(valores de 2003)

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41

ALEMANHA

As modalidades de TER na Alemanha incluem:

Holiday on Farm (“Urlaub auf dem Bauernhof”) -

Férias na Quinta, alojamento numa exploração agrícola;

Rural Holiday (“Landurlaub”) - Férias no Campo,

alojamento em meio rural.

Existem actualmente cerca de 20.000 unidades de TER, distribuídas

por todo o País.

Os critérios gerais de avaliação da qualidade dos alojamentos

turísticos (apartamentos, casas de férias, Bed and Breakfast,

campismo) são determinados pela DTV – Deutscher

Tourismusverband (Ministério do Turismo Alemão).

Para além destes, existe um critério específico para o TER

desenvolvido pela DLG – Deutsche Landwirtscharftsgesellschaft

(Sociedade Alemã de Agricultura) e que tem vindo a ser praticado

há cerca de 30 anos.

O sistema de qualidade é assim composto pelos seguintes

critérios:

Critério A

Para todo o alojamento em casas particulares ou

casas/apartamentos de férias, são utilizados os critérios da DTV.

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

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Existem 5 categorias, com o símbolo “estrela”, definidas de

acordo com a análise dos seguintes parâmetros:

- tipo de alojamento

- infra-estrutura

- actividades de lazer

- quartos

- varandas e terraços

- recheio, equipamento, decoração e aspecto geral

- serviços

- ambiente

- jardim

- acessibilidade

- vista panorâmica

- medidas de protecção ambiental

Os empreendimentos com mais de 8 camas, que ofereçam um

serviço do tipo Hotel, são classificados de acordo com o sistema

geral de qualidade hoteleira.

Critério B

Os empreendimentos TER podem possuir um dos seguintes selos

de qualidade:

“Landurlaub” (Férias no Campo)

“Urlaub auf dem Bauernhof” (Férias na Quinta)

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

43

Para tal, têm que primeiro obter a classificação mínima de 2

estrelas de acordo com o critério da DTV, seguindo-se a avaliação

pela DLG em função dos seguintes parâmetros:

- hospitalidade

- actividades campestres/agrícolas

- serviços

- actividades de lazer

- segurança

- protecção ambiental

- aspecto geral

As inspecções são feitas com marcação prévia e efectuadas de 3

em 3 anos, por técnicos das comissões regionais da DLG.

A Comissão de inspecção é constituída pelos seguintes membros:

- consultor de turismo e de turismo rural;

- proprietários de empreendimentos TER;

- agentes do Ministério da Agricultura;

- agentes da federação de hotéis e restaurantes;

- associação de consumidores;

- representantes das administrações locais;

- representantes de bancos e instituições de desenvolvimento de

carreiras;

- representantes das comunidades rurais .

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BÉLGICA

As principais entidades responsáveis pela qualidade e

desenvolvimento de actividades de promoção do TER na Bélgica

são:

Gites de Wallonie (de âmbito nacional)

Criada em 1989, é a principal associação de TER do

País. Tem a seu cargo a edição do guia “Rural Gîtes and

Bed and Breakfast”, que contem uma oferta de cerca

de 950 unidades de TER. Em 1996 desenvolveu o seu

sistema de avaliação da qualidade;

FFFCT - Flemish Federation for Farm and Country

Tourism. (região da Flandres)

Também criada em 1989, desempenha um papel

importante no desenvolvimento do turismo da sua

região, tendo elaborado em 1995 o seu sistema de

classificação de qualidade. Outras áreas de actuação da

federação incluem a formação especifica aos associados

e promoção da actividade, através da criação e

divulgação de materiais promocionais e internet.

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As modalidades de TER existentes compreendem:

Gîte Rural (Country Cottage)

Casa mobilada independente localizada em meio rural e

inserida num conjunto de edifícios rurais reabilitados e de

acordo com o estilo tradicional da região (serviço self-catering);

Gîte à la Ferme (Farm Cottage)

Semelhante à anterior mas inserida numa exploração agrícola

activa;

Meublé de tourisme

Casa (normalmente “Chalets”), ou apartamento mobilado,

situados no campo ou num aglomerado populacional, não tendo

necessariamente que enquadrar-se no estilo tradicional da

região;

Le Chambre d’Hôtes

Um ou mais quartos mobilados em casas particulares

(semelhante a um Bed and Breakfast).

Gites de Wallonie

O sistema de classificação utilizado pela Gites de

Wallonie, utiliza o símbolo “espiga” recorrendo a uma

grelha de pontuações de 1, 2, 3 ou 4 espigas . São

analisados parâmetros como o aspecto geral, o

equipamento interior e exterior, e a decoração, entre

outros.

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

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Sistema de Classificação da Qualidade e Pontuações mínimas

por categoria

Gîte Rural (Country Cottage) /Gîte à la Ferme (Farm Cottage) / Parâmetros 1 Espiga 2 Espigas 3 Espigas 4 Espigas

I - Situação, aspecto geral e equipamento exterior (máximo 35 pontos) 19 23 28 32

1. Situação (acesso; sinalização; ausência de efeitos nocivos; serviços; independências; enquadramento, iluminação)

2. Aspecto geral (Decoração floral e equipamentos exteriores; arquitectura local; acabamentos/ conservação)

3. Equipamento exterior (terreno contíguo ao terraço; dependências)

II - Concepção do alojamento (máximo 42 pontos) 1.- Habitabilidade (distribuição das assoalhadas; Superfície das assoalhadas incluindo da cozinha; quartos, WC, claridade natural em toda a pousada; isolamento de som interior/exterior; equipamento e instalações técnicas)

19 23 30 35

III - Equipamento e decoração do alojamento (máximo 45 pontos) 1. Qualidade e manutenção

20 23 30 35

2. Presença de elementos de conforto (sala de estar independente, da sala de refeições; lareira em funcionament,o; elementos de lazer)

3. Cozinha (conforto e qualidade de equipamento básico; electrodomésticos suplementares)

4. Quartos (camas; mobiliário e acessórios)

5. Casas de banho (qualidade dos sanitários, acessórios, aquecimento)

6. Decoração do interior (qualidade do mobiliário; harmonia das cores; ambiente geral)

7. Atendimento personalizado no local

TOTAL (122 pontos) 58 69 88 102

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FFFCT - Flemish Federation for Farm and Country

Tourism

A FFFCT desenvolveu um sistema de classificação diferente, no qual

o símbolo escolhido foi o “trevo”. São definidas 4 categorias – 1, 2,

3, ou 4 trevos, que se baseiam essencialmente na análise da

qualidade das instalações no que respeita ao conforto oferecido aos

visitantes.

Chambre d’Hôtes:

Requisitos Básicos:

- Alojamento limpo, aspecto cuidado do ambiente envolvente - Casas de banho partilhadas - Camas sem lençóis

1 Trevo:

- 1 casa de banho comum para cada 9 hóspedes - Camas com lençóis - Sala comum com rádio e informações turísticas

2 Trevos:

- Quartos com 1 mesa e cadeiras - 1 casa de banho comum para cada 6 hóspedes - Lavatório no quarto - Sala comum com TV

3 Trevos:

- Casa de banho privativa, com toalhas e sabonete - Quartos com iluminação individual em cada cama, - Cadeira, rádio e espelho de corpo inteiro

4 Trevos:

- Casa de banho privativa, com toalhas e sabonete - Quartos com TV, frigorifico e telefone - Serviço de quarto diário

M Ó D U L O 2 - Q U A L I D A D E 2 . 2 . S I S T E M A S D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O T E R N A U E

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Gîtes

Requisitos Básicos:

- Alojamento limpo, aspecto cuidado do ambiente envolvente - Cozinha equipada, com utensílios, loiça e material de limpeza

1 Trevo:

- Casa de banho - Frigorifico - Rádio e informações turísticas

2 Trevos:

- Possibilidade de alugar toalhas e lençóis - Cozinha equipada com exaustor, máquina de café e mixer - Uso de ferro de engomar, vacum cleaner e cadeira para crianças

3 Trevos:

- Quartos c/ iluminação individual em c/ cama, e espelho de corpo inteiro- Telefone - Ferro de engomar, tábua de passar, vacuum cleaner - Equipamento par lavar roupa - Jogos, Telefone, TV e secador de cabelo

4 Trevos:

- Microondas ou forno convencional, Maquina de lavar louça - Lavatório suplementar nos quartos a partir de 8 pessoas

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ESPANHA

As modalidades de TER em Espanha incluem:

- Habitaciones (semelhante à nossa modalidade Agroturismo)

Trata-se de alojamento em casas particulares situadas numa

exploração agrícola, onde os proprietários vivem e trabalham.

Existem casas de banho de uso exclusivo para os hóspedes, mas

só em alguns casos estas se localizam no interior dos quartos. A

característica mais importante deste tipo de alojamento prende-

se com a hospitalidade oferecida aos visitantes, em que os

proprietários se preocupam particularmente em fazer com que

os hóspedes se “sintam em casa”.

Os preços praticados variam consoante as épocas, de qualquer

modo e a título de como orientação, rondam os 15 euros por

pessoa/dia para quartos com casa de banho exterior e 25 euros

por pessoa/dia para quartos com casa de banho interior.

- Viviendas Completas (semelhante à nossa modalidade

“Casas de Campo”)

Uma solução mais independente e cómoda para passar umas

férias. A capacidade das casas varia normalmente entre 2 a 8

pessoas, embora algumas possam alojar até 20 pessoas. As

alternativas compreendem entre outras, pequenas casas na

serra, em locais frescos no Verão e com neve no Inverno,

palacetes, apartamentos inseridos numa exploração agrícola,

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50

casas acolhedoras num aglomerado populacional, antigos

moinhos de água.

Em regra geral as estadias de uma semana podem custar entre

10 a 12 euros por pessoa/dia. Uma casa de nível “2 azeitonas”

para 4 pessoas poderá custar entre 280 a 340 euros por

semana.

- Albergues

Solução para grandes grupos, dispõe de dormitórios colectivos,

cozinhas, salas de refeição, salas de reunião e estruturas

recreativas adicionais, como piscina, cavalos ou campo de jogos.

Muitos destes Albergues organizam actividades para crianças e

jovens, seminários ou programas complementares à actividade

escolar.

- Cortijo Camping

Ideal para quem procura acampar em plena natureza, mas não

quer prescindir de algum conforto proporcionado por instalações

e serviços básicos. Trata-se de um campismo realizado num

terreno rural, muitas vezes inserido numa exploração agrícola,

em que são disponibilizados serviços básicos, como chuveiros,

casas de banho, água potável, etc. A capacidade está limitada a

20 lotes, tendo em vista evitar a massificação.

O sector turístico espanhol tem vindo desde os princípios dos

anos 90, a desenvolver iniciativas para a aplicação de planos de

qualidade ao sector turístico, através da criação de selos de

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garantia que permitam transmitir uma nova imagem de qualidade

do turismo espanhol.

Neste âmbito, o Instituto da Qualidade Turística Espanhola

desenvolveu um Sistema Integrado de Qualidade aplicado a todos

os sub-sectores do Turismo, incluindo hotéis e apartamentos

turísticos, agências de viagens, restaurantes, campismo e

alojamentos de turismo rural, com vista à promoção internacional

de Espanha como destino turístico de qualidade.

O sistema não atribui níveis de qualidade, mas confere às

diferentes actividades do sector uma certificação de qualidade

através do atribuição do selo “Q”.

Direccionado especificamente para o TER, a Associação para a

qualidade do Turismo Rural – ACTR encontra-se igualmente a

implementar um “Sistema de Qualidade para Casas rurais”

Actualmente estão já registadas 3500 casas rurais, das quais

cerca de 2800 estão integradas em associações participantes no

sistema.

Paralelamente, outras associações de carácter regional têm vindo

a desenvolver iniciativas no sentido da criação de sistemas de

qualidade de que é exemplo a RAAR - Rede Andaluza de

Alojamentos Rurais.

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O Sistema de Classificação da RAAR

A RAAR é uma associação de Turismo Rural da Andaluzia, que

oferece actualmente cerca de 500 alojamentos rurais espalhados por

todo o território. Só são aceites alojamentos legalizados segundo a

norma Andaluzia de Turismo Rural. As condições gerais de reserva

têm que ser obrigatoriamente respeitadas pelos aderentes - as

reservas são efectuadas sempre com o mesmo preço, quer sejam

realizadas directamente, quer através de agencias de viagem ou da

própria central de reservas da RAAR.

A RAAR desenvolveu um sistema de qualidade no qual

elegeu o fruto mais emblemático da Andaluzia – a azeitona – como

símbolo das categorias de qualidade das casas de turismo rural. Os

critérios que têm em conta são o resultado de uma análise das

normas existentes em outras regiões e em outros países, no sentido

de tornar possível uma comparação com qualquer outra oferta na

Europa. Os níveis de qualidade criados são os seguintes:

1 Azeitona

Requisitos Mínimos. Cumprimento da Norma da Região da

Andaluzia sobre Turismo Rural e verificado através das visitas de

técnicos da RAAR.

2 Azeitonas

Bom nível de equipamentos e conforto. Decoração cuidada, acima

dos mínimos legais. Ideal para estadias curtas e confortáveis ou

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para férias. Corresponde ao nível 2 de referência do Reino Unido

(2 estrelas), de França (2 espigas) e da Áustria (2 flores).

3 Azeitonas

Muito bom nível de equipamentos e conforto. Dispõe de

instalações e actividades de lazer. No caso de alojamento em

casas particulares, todos os quartos têm acesso a casa de banho

privativa. É exigida uma particular coerência entre o equipamento

e decoração com a arquitectura tradicional. Ideal para férias com

todo o conforto. Corresponde ao nível 3 de referência do Reino

Unido (3 estrelas), de França (3 espigas) e da Áustria (3 flores).

4 Azeitonas

Excelente nível de equipamento e conforto, com serviços de

elevada qualidade. Espaços amplos, zonas ao ar livre,

tranquilidade e ambientes muito cuidados. Ideal para clientes

muitos exigentes, tanto para férias como para quaisquer outras

ocasiões especiais. Corresponde ao nível 4 de referência do Reino

Unido (4 estrelas), de França (4 espigas) e da Áustria (4 flores).

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FRANÇA

Em França a Gites de France é a organização responsável pela

promoção e qualidade TER. A oferta disponibilizada compreende

actualmente seis modalidades distintas:

• Gîte Rural (Self-catering gîtes)

Casa mobilada e equipada, independente, localizada em

meio rural. É semelhante à modalidade “Casa de Campo”

existente em Portugal;

• Le Chambre d’Hôtes (Bed and Breakfast)

Alojamento em casas particulares, inseridas ou não numa

exploração agrícola e onde o hóspede é recebido como um

membro da família. Este tipo de alojamento oferece de 1 a

6 quartos no máximo. Um bom pequeno almoço está

incluído no preço da estadia.

• Le gîte d’enfants (Children´s gîtes)

Alojamento em quintas com o objectivo de receber grupos

de crianças num ambiente familiar e com um programa

educacional e recreativo bem delineado. Para além das

garantias oferecidas pela Gîtes de France, este tipo de

alojamento é supervisionado pelo ministério da Saúde e

Acção Social em conjunto com o Ministério da Juventude e

Desporto. Cada Gite d’enfants pode acomodar até o

máximo de 11 crianças, entre os 4 e 13 anos de idade.

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• Le gîte d’étape et de séjour (Stopover and holiday

gîte)

A Gîte de Séjour é um tipo de alojamento destinado a

grupos que pretendam passar um fim de semana ou um

período de férias em conjunto. O gîte d´étape é dirigido

em particular a quem pretenda passar apenas uma noite.

Ambas as modalidades oferecem quartos ou dormitórios

(mas só em algumas são disponibilizados lençóis) com

casas de banho privadas, ou em alguns casos, partilhadas.

Dependendo do tipo de Gîte, poderá ter à disposição uma

cozinha ou apenas acesso a refeições providenciadas pelos

proprietários.

• Chalet-loisir

Modalidade mais recente, consiste num pequeno complexo

turístico em meio rural. As casas (chalets), construídas em

madeira, são preparadas para umas férias recreativas, em

que é disponibilizada uma grande variedade de actividades

e desportos Cada complexo compreende entre 3 a 25

casas, com capacidade para 4 a 6 pessoas e equipadas

pelo menos com kitchenette, sala, quarto e casa de banho.

• Camping à la Ferme (Camping on the farm)

Campismo realizado num terreno rural, muitas vezes

inserido numa exploração agrícola, em que são

disponibilizados serviços básicos, como chuveiros, casas de

banho, água potável, etc.

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A Gites de France desenvolveu a sua primeira grelha de

classificação da qualidade em 1995, sistema que tem servido de

modelo a muitos Países europeus. O sistema de qualidade dá

particular ênfase a aspectos técnicos inerentes às instalações. A

classificação atribuída é actualizada de 5 em 5 anos.

A inspecção dos alojamentos é feita por uma comissão constituída

por 1 técnico da organização e 1 a 2 proprietários de unidades de

turismo em espaço rural, membros da organização. No entanto,

debate-se dentro da organização a possibilidade de caminhar no

sentido da certificação ser efectuada por entidades

independentes, por forma a evitar alguns conflitos gerados pelo

facto de serem os próprios proprietários a inspeccionar os

empreendimentos de outros proprietários.

O símbolo adoptado para a qualidade representa uma “espiga”,

sendo atribuídas classificações de 1, 2, 3, 4 ou 5 espigas,

consoante as diferentes modalidades, e de acordo com os

seguintes parâmetros:

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Le Chambre d’Hôtes (Bed and Breakfast):

Quartos com condições mínimas de funcionamento .

Quartos confortavelmente mobilados, com pelo menos uma casa de banho ou duche privativo.

Quartos bem mobilados, com casa de banho privativa (com banheira, duche, lavabos e WC)

Quartos mobilados com requinte, com casa de banho privativa (com banheira, duche, lavabos e WC), em residências de elevado padrão arquitectónico. São frequentemente disponibilizados serviços adicionais.

Gîte Rural (Self-catering gîtes):

Área exterior, mobiliário de jardim, duche e WC até 6 pessoas, e um extra para 7 ou mais pessoas, grelhador, mini-forno, placa de fogão, panela de pressão, frigorifico, utensílios de cozinha, utensílios básicos de limpeza, ferro de engomar, cadeira para bebé a pedido.

Para além dos requisitos de 1 espiga, ou em vez destes: barbecue (conforme regulamentação local), máquina de lavar roupa para 6 ou mais pessoas, misturadora, máquina de café eléctrica, TV por satélite, roupa de casa a pedido *.

Para além dos requisitos de 2 espiga, ou em vez destes: entrada separada e jardim privativo, 2 WCs para 7 ou mais pessoas, máquina de lavar roupa e máquina de lavar loiça para 5 ou mais pessoas, forno, TV a cores, telefone, serviço de limpeza a pedido

Para além dos requisitos de 3 espigas, ou em vez destes: casa com elevados padrões arquitectónico e de decoração interior, lareira rústica (conforme regulamentação local) microondas, frigorífico com congelador, secador de roupa para 6 ou mais pessoas.

Para além dos requisitos de 4 espigas, ou em vez destes: terreno ou jardim privado, possibilidade de usufruir de actividades de lazer (ex. ténis, piscina, sauna e jacuzzi) garagem ou estacionamento coberto para 3 ou mais veículos, máquina de lavar loiça e secador de roupa, aparelhagem de som e video-gravador.

* No caso destes serviços e ou actividades não poderem ser disponibilizados, será informado na altura da reserva.

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Le gîte d’étape et de séjour (Stopover and holiday gîte):

Stopover gîtes Holiday gîtes

Sala de estar, área de refeições, cozinha ou disponibilidade de utilização de uma cozinha equipada

Sala de estar, área de refeições, área de lazer, ou sala de jogos, não são disponibilizadas refeições

Telefone, área de secagem de roupa, área de arrecadação, possibilidade de oferecer refeições para um máximo de 50% da capacidade total de alojamento

Telefone, área de secagem de roupa, área de arrecadação

Área de lazer, ou sala de jogos, máquina de lavar loiça, secador de roupa, fornecimento de lençóis e toalhas a pedido.

Área envolvente devidamente planeada e organizada ou equipada, biblioteca, sala de jogos ou com instrumentos musicais, máquinas de lavar loiça, de lavar roupa e de secar roupa, fornecimento de lençóis e toalhas a pedido

Camping à la Ferme (Camping on the farm)

Casa do proprietário situada na proximidade na área de campismo; área mínima de terreno de 300 m2 em zona de campismo organizado e 400 m2 e em zona livre , estendal de roupa, 1 tanque de lavar roupa, 1 WC, e de acordo com o número de lotes: 1 a 3 torneiras de água, 1 a 3 lavatórios, 1 a 3 chuveiros de água quente, 1 a 3 lava-loiças

Para além dos equipamentos de 1 espiga, zona de recreio para as crianças e zona de desportos para adultos.

Para além dos requisitos de 1 e 2 espigas, ou em vez destes; ponto de energia eléctrica para caravanas e residenciais, para pelo menos 30% dos lotes, instalação sanitária para despejos, parqueamento, zona coberta com mobiliário de jardim, de acordo com o número de espaços: 2 a 3 lavatórios, 2 a 4 chuveiros, 1 a 3 lava-loiças, 1 a 2 tanques de lavar roupa, 2 a 4 WCs.

Para além dos requisitos de 1, 2 e 3 espigas, ou em vez destes. Iluminação exterior, sala comum, telefone 24-hr e dependendo do número de lotes: 2 a 4 lavatórios, 2 a 5 chuveiros (com 1 a 2 individuais), 2 a 4 lava-loiças, 2 a 4 tanque de lavar roupa, 4 a 5 WCs.

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ITÁLIA

O “Agroturismo” é a principal modalidade de TER em Itália, e que

tem vindo a ser fortemente dinamizada por parte de diversas

organizações do sector agrícola, de que são exemplo as seguintes:

· Agritourist, criada pela Confagricoltura, organização de

grandes produtores agrícolas;

· Terranostra, criada pela Coldiretti, associação de

pequenos agricultores;

· Turismo Verde, criada pela CIA – Confederação dos

Agricultores de Itália

· Anagritur, federação nacional de agroturismo, da qual

pertencem as 3 associações anteriores.

A Anagritur, desenvolveu em 1994 um sistema de classificação no

qual se procura classificar a qualidade do turismo rural, ressaltando

não só o ambiente agrícola da empresa, mas também os atributos

de conforto e serviços básicos para qualquer tipo de oferta turística.

É um sistema de classificação flexível, em que os níveis de

classificação mais elevados podem ser alcançados através do

cumprimento de “atributos específicos”, sem possuir

necessariamente todos os atributos dos níveis mais baixos de

classificação. Contudo, uma exploração só pode obter as

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classificações mais elevadas, quando possui primeiro que tudo,

determinados atributos estruturais. Mais precisamente, garantindo

que:

- os edifícios sejam bem preservados no interior e exterior;

- os interiores dos edifícios sejam espaçosos e bem

organizados;

- a qualidade e o cuidado de manutenção do equipamento

eléctrico estejam acima do requerido por lei;

- o tamanho e manutenção das cozinhas e quartos e a razão

entre o número de casas de banho e o número de quartos

sejam adequados;

- seja seguida uma rotina de manutenção e limpeza do hotel

e dos quartos e de renovação da roupa de cama;

- que um telefone público seja disponibilizado aos hóspedes

24 horas por dia;

Os atributos listados acima correspondem à estrutura de qualquer

oferta turística e não são específicos da oferta turística rural. Assim,

ao atribuir limites mínimos à posse de tais atributos, implica que as

empresas de agroturismo não possam ser qualitativamente

excelentes se não cumprirem com as normas de conforto e

decoração da oferta turística convencional.

O esquema de classificação da Anagritur, requer limites mínimos

também para os atributos específicos do turismo rural. Uma

empresa pode ter acesso aos níveis mais elevados do sistema de

classificação desde que:

- a recepção seja assegurada pelo proprietário que vive na

quinta;

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- as estradas e os caminhos pertencentes à quinta sejam

convenientemente mantidos;

- a paisagem seja genuinamente agrícola, com edifícios

tipicamente tradicionais e dispersos e sem estradas

congestionadas por perto;

- os edifícios antigos e de valor arquitectónico tenham sido

convenientemente restaurados e não tenham sido

invadidos pela a presença de edifícios modernos;

- a mobília seja antiga ou feita à mão de acordo com a

tradição local;

- exista uma variedade de culturas na quinta, que

contribuam efectivamente para a formação da paisagem

agrícola, para a preparação de refeições e para a prova

e/ou venda de produtos típicos;

- a apresentação e acondicionamento dos produtos de

venda ao público estejam convenientemente organizadas;

- o pequeno almoço e as refeições sejam servidos

profissionalmente aos convidados com apresentação

apropriada e baseando-se nas receitas locais.

Apesar de se basear no sistema da Anagritur, o Governo Regional

da Tuscania em cooperação com as delegações regionais da

Agriturist, Terranostra e Turismo Verde, adoptou um esquema

de classificação diferente, o qual passamos a descrever, e em que a

principal adaptação refere-se à pontuação de alguns requisitos

estruturais e específicos.

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Sistema RGTGS (Regional Government of Tuscany Grading

System)

No RGTGS, as empresas de Agroturismo são avaliadas com base em

passar ou falhar (presença/ausência). Isto é, não são atribuídas

mais ou menos pontuações à posse de atributos. Apenas as

explorações que cumprem com os requisitos mínimos indicados (por

vezes apenas coincidindo com os requisitos legais) podem aceder ao

sistema de classificação.

As explorações agroturísticas são identificadas com o símbolo

“espiga”.

O RGTGS considera cinco níveis de qualidade, correspondendo

em ordem ascendente ao número de espigas. Uma espiga é

atribuída a empreendimentos que possuam alguns atributos

requeridos por lei ou considerados necessários a qualquer

empresa de turismo pelo sistema de classificação, incluindo

empresas de Agroturismo. Tais atributos obrigatórios referem-se

à qualidade de acomodações convencionais ligados ao conforto,

decoração e serviços fornecidos.

Não há pontuação para os atributos obrigatórios. Contudo, a

transição de uma para mais espigas implica uma série de passos

progressivos, porque todas as empresas com classificação

elevada devem-no à posse dos atributos obrigatórios de primeira

classe de qualidade e com menor importância, aos atributos

específicos.

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Para que lhe sejam atribuídas uma a cinco espigas devem obter

classificações mínimas nas duas classes de requisitos não

obrigatórios: os requisitos estruturais, que correspondem

largamente aos atributos convencionais ligados ao conforto,

decoração e provisão de serviços e os requisitos específicos que

expressam a qualidade original do agro - turismo.

Observando o quadro seguinte vimos que as classificações

mínimas requeridas para aceder a cada intervalo de qualidade

são consistentemente mais baixas para os atributos estruturais

do que para os específicos.

Requisitos obrigatórios e requisitos mínimos da escala do

sistema RGTGS

N.º de espigas Pontuações mínimas dos requisitos não obrigatórios

Posse de requisitos obrigatórios

Requisitos “estruturais”

Requisitos “específicos”

1 Sim - - 2 Sim 6 10 3 Sim 12 15 4 Sim 18 30 5 Sim 26 40

A atribuição de um nível de classificação pressupõe que o

empreendimento possua:

- todos os requisitos obrigatórios;

- a pontuação mínima relativa aos requisitos não

obrigatórios necessários para ser atribuída uma classe

de pontuação

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Requisitos Obrigatórios

Os requisitos obrigatórios são exigências de qualquer estrutura

agroturística e estão subdivididos em:

· equipamentos e serviços mínimos para cada quarto de

cama;

· equipamentos e serviços mínimos para cada apartamento;

· equipamentos e serviços mínimos para os

empreendimentos autorizados (empreendimentos situados

em zonas montanhosas ou desvantajosas que podem

fornecer alimentos e bebidas etc.)

· equipamentos e serviços mínimos para o agro-campismo

Ao empreendimento que possuir todos os requisitos mínimos

obrigatórios, é atribuído o nível de classificação mínimo (1

espiga).

Requisitos não Obrigatórios

Para atribuição de um nível de classificação superior ao primeiro

(1 espiga) é necessário recorrer a outros requisitos para além dos

obrigatórios, os designados por não obrigatórios, que incluem:

a) Requisitos estruturais (equipamentos e serviços);

b) Requisitos específicos

A cada um dos requisitos não obrigatórios é atribuído uma

pontuação variável entre 1 a 4.

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REINO UNIDO

O Turismo em Espaço Rural (TER) tornou-se uma actividade

importante no Reino Unido em meados dos anos 70, quando as

explorações familiares agrícolas deixaram de ser rentáveis. Nos

últimos 3 anos um número crescente de agricultores tem vindo a

aderir ao TER como uma actividade complementar aos seus

rendimentos. Actualmente as modalidades existentes incluem:

· Self-catering (flats, houses, cottages)

· Camping

· Guest Accommodation (Farmhouses, Bed and

Breakfast)

Existem 4 Direcções de Turismo no Reino Unido:

- Visit Britain (resultante da fusão do English Council com o

British Tourism Authority);

- VisitScotland (antigamente denominada Scotish Tourism

Board);

- Northern Ireland Tourist Board;

- Wales Tourism Board.

A VisitBritain, mantendo estreitas relações com as restantes

direcções de turismo (com excepção da Northern Ireland Tourist

Board, que possui uma legislação de turismo independente), é a

entidade com maior responsabilidade na promoção do turismo no

Reino Unido, tendo definido um sistema de qualidade em vigor

desde 1 de Abril de 2003.

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O sistema faz a distinção entre os alojamentos Self-catering e os

alojamentos do tipo Guest Accommodation (que por sua vez

incluem as modalidade Farmhouses, e o Bed and Breakfast),

atribuindo a cada tipo uma simbologia distinta. Assim, para o

primeiro é utilizado o símbolo “estrela” e para os Guest

Accomodations o símbolo “diamantes”.

Alojamentos Self-catering

O sistema de qualidade desenvolvido atribui uma escala de 1 a 5

pontos e dá particular ênfase a aspectos técnicos inerentes às

instalações. Uma forte imagem de marca é outro pré-requisito para

garantir o sucesso de produtos de TR.

Os Parâmetros de Qualidade analisados são os seguintes:

1. Limpeza/Manutenção

2. Acolhimento

- reservas e preços

- boas vindas

- informação

3. Conforto – Salas

- Geral

- Decoração

- Mobiliário, recheio e equipamentos

- Espaço e conforto

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- Aquecimento e ventilação

- Iluminação

- Pavimento

4. Conforto – Quartos

- Camas e roupa de cama

- Decoração

- Mobiliário, recheio e equipamentos

- Espaço e conforto

- Aquecimento e ventilação

- Iluminação

- Pavimento

5. Conforto – Casas de banho e lavabos

- Geral

- Decoração

- Equipamentos e acessórios

- Espaço e conforto

- Aquecimento e ventilação

- Iluminação

- Pavimento

6. Conforto – Cozinha

- Geral

- Decoração

- Aquecimento e ventilação

- Iluminação

- Pavimento

- Mobiliário, acessórios

- Equipamentos

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- Utensílios de cozinha

- Loiças e talheres

7. Requisitos Gerais

- Geral

- Inventário

- Aparência exterior

- Terrenos e jardins

- Estacionamento

- Ambiente

- Saúde, Higiene e Segurança

- Obrigações legais

8. Instalações suplementares (quando aplicáveis)

- Recepção/escritório

- Loja

- Lavandaria

- Bar/Restaurante

- Espaços de lazer

É dada uma pontuação a todos os itens mencionados. A escala de

1 a 5 define níveis de qualidade correspondentes, baseados no

grau de expectativa do cliente.

São usados termos com “adequado”, “bom”, e “muito bom”,

significando em sentido lato níveis de qualidade ascendentes. Por

exemplo, no caso das casas de banho e lavabos, a avaliação

atribuirá uma pontuação a cada um dos seguintes elementos:

- Decoração

- Equipamentos e acessórios

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- Espaço e conforto

- Aquecimento e ventilação

- Iluminação

- Pavimento

O conjunto da pontuação obtida é calculado em termos de

percentagem relativamente à pontuação máxima para esta secção,

“casas de banho e lavabos”. Esta pontuação é depois somada ás

restantes secções, produzindo um nível global de avaliação da

exploração, expresso em termos de percentagem da pontuação

máxima.

1 Estrela: Razoável nível geral de qualidade. Adequado

fornecimento de mobiliário, recheio e equipamentos;

2 Estrelas: Bom nível geral de qualidade. Unidades totalmente

mobiladas e equipadas, 2 casas de banho, para

unidades de 8 ou mais hóspedes;

3 Estrelas: Bom, a muito bom, nível geral de qualidade. Bons

padrões de manutenção e decoração. Espaços

amplos e mobiliário de boa qualidade. Camas

duplas com acesso por ambos os lados. Microondas;

4 Estrelas: Excelente nível geral de qualidade. Espaço muito

bem cuidado, manifestando uma particular atenção

a pormenores. Acesso a máquinas de lavar e secar

roupa, caso não existam na própria casa, ou serviço

de lavandaria 24 horas;

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5 Estrelas: Excepcional nível geral de qualidade. Elevados

padrões de decoração, equipamentos e acessórios,

a par de excelentes níveis de eficiência organizativa

e dos serviços prestados aos hóspedes. Excelente

nível de opções de pormenor e toque pessoal.

Guest Accommodation (Farmhouses, Bed and

Breakfast)

A classificação por “diamantes” reflecte a expectativa do visitante

deste tipo de turismo, onde a qualidade é mais importante do que

a diversidade da oferta de instalações e serviços. Neste sentido, a

Guest Accommodation terá de ir progressivamente ao encontro

de padrões de qualidade e hospitalidade mais elevados à medida

que pretenda atingir a classificação de 1 a 5 diamantes.

1 Diamante: alojamento limpo e confortável, disponibilizando

pequeno almoço e um atendimento prestativo.

2 Diamantes: Maior nível de qualidade e conforto, atribuindo

maior ênfase na hospitalidade.

3 Diamantes: Manutenção cuidada, decoração prática, opções

variadas de pequeno almoço, nível elevado de

hospitalidade, sendo que 40% dos quartos

disponibilizam WC privado (interior ou exterior)

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4 Diamantes: Um nível ainda mais elevado de qualidade,

conforto e hospitalidade.

5 Diamantes: Excelente qualidade geral, sendo que pelo menos

80% dos quartos disponibilizam WC privado

(interior ou exterior). Excelente nível de

hospitalidade.

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72

D O S S I E R Q U A L I D A D E D O T U R I S M O E M E S P A Ç O R U R A L

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AGROTURISMO EM PORTUGAL

73

Módulo

3

3.1. Introdução pós um trabalho de enquadramento do Turismo em Espaço Rural

e dos sistemas de avaliação da qualidade adoptados em países

europeus, formulámos um possível modelo de avaliação da

qualidade do Agroturismo em Portugal.

O Agroturismo, constitui a modalidade de TER, de entre todas as

existentes no nosso país, a que, por definição, envolve directamente a

actividade agrícola, e que pensamos pode proporcionar ao agricultor uma

importante fonte de rendimentos suplementares.

É no entanto necessário criar as condições para que o seu efectivo

desenvolvimento e crescimento ocorram, o que pensamos não tem vindo

a verificar-se.

A

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Constatámos que é ainda reduzida a representatividade do Agroturismo

no universo das explorações agrícolas existentes em Portugal. Com efeito,

apenas 0,03 % das explorações agrícolas aderiram a esta actividade,

sendo o Norte do País a região que regista uma maior taxa de adesão

(0,04%), conforme se poderá verificar pela análise do quadro seguinte.

Consideramos que a qualidade dos produtos e serviços oferecidos constitui

um dos principais factores que pode contribuir significativamente para o

incremento da actividade agroturistica no nosso País. Salientamos no

entanto que, paralelamente à implementação de um sistema de avaliação

da qualidade do Agroturismo no nosso País, torna-se essencial proceder a

uma adequada divulgação desta actividade junto dos nossos agricultores,

explicando a estes as possibilidade que estão ao seu alcance neste

domínio. O desenvolvimento de uma eficaz estratégia de comercialização

e uma adequada formação do agricultor constituem igualmente outras

importantes áreas a desenvolver.

O sistema de avaliação proposto teve em linha de conta uma análise dos

sistemas de avaliação existentes em outros países da UE, no sentido de

facilitar na medida do possível, uma comparação com qualquer outra

oferta na Europa. Por forma a obter um melhor conhecimento da realidade

Unidades de Número de Peso Relativo (c)

Agroturismo (a) Exploração Agricolas (b) (%)Entre-Douro e Minho 30 67.546 0,04Trás-os-Montes 12 70.006 0,02Beira Litoral 22 79.806 0,03Beira Interior 6 48.313 0,01Ribatejo e Oeste 14 61.615 0,02Alentejo 40 35.906 0,11Algarve 6 18.971 0,03

TOTAL 130 382.163 0,03(a) Oferta constante do Guia Oficial do TER de 2003(b) INE - RGA 99(c) Relação: nº unidades de agroturismo/nº explorações agricolas

Direcções Regionais de Agricultura

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do TER no nosso País, e conhecer as opiniões dos proprietários sobre a

importância da implementação de um sistema de avaliação da qualidade,

efectuámos ainda visitas a 14 unidades TER (5 da modalidade Turismo

Rural e 9 da modalidade Agroturismo). Os empreendimentos visitados

incluíram as seguintes regiões de turismo:

- Porto e Norte de Portugal (6 unidades);

- Beiras (3 unidades);

- Lisboa e Vale do Tejo (2 unidades);

- Alentejo (3 unidades);

Todos os proprietários dos empreendimentos visitados reconheceram a

importância da implementação de um sistema de qualidade, salientando

que para além de facilitar ao público em geral a escolha da casa que

pretendem, a atribuição de uma classificação de qualidade pode contribuir

para a criação de uma competição saudável entre os proprietários e para

um consequente incremento da qualidade dos seus empreendimentos

Do conjunto das visitas efectuadas salientamos ainda os seguintes

aspectos:

• Verificámos que em 5 dos 9 emprendimentos de Agroturismo

visitados, o alojamento oferecido envolve apenas apartamentos fora

da casa principal dos proprietários, o que de acordo com a actual

legislação que regulamenta o TER não devia ocorrer (a legislação

obriga a existência de pelo menos duas unidades de alojamento na

casa principal). Nestes emprendimentos o pequeno almoço não é

servido na casa principal do proprietário, mas sim nos próprios

apartamentos;

• A Direcção Geral de Turismo – DGT, e de acordo com o que nos foi

transmitido pelos proprietários dos empreendimentos visitados, não

procede a acções de fiscalização da actividade. Os

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empreendimentos apenas receberam visitas da DGT no decurso do

licenciamento da actividade ou na sequência de obras de

melhoramento e/ou ampliação;

• No que respeita aos preços praticados, alguns empreendimentos

fazem distinção entre época baixa e época alta. Na região da Beira

a época alta corresponde ao período de Novembro a Março. Nas

restantes regiões, são os meses de Verão (período de Junho a

Setembro) os mais procurados. Em época baixa, os preços

praticados (quarto duplo, com WC), oscilam entre os 60 e os 65

euros, podendo atingir os 75 euros em época alta;

• Os clientes portugueses normalmente não ficam mais do que 2 a 3

dias seguidos nos empreendimentos e mais durante os fins-de-

semana. Já os clientes estrangeiros, procuram esta forma de

alojamento em qualquer dia da semana e habitualmente ficam

vários dias seguidos;

• A generalidade dos proprietários de Agroturismo visitados é da

opinião que o público em geral não tem conhecimento da distinção

existente entre as modalidades de Turismo Rural e Agroturismo. De

resto, a divulgação que fazem dos seus empreendimentos, em

muitos casos, não faz referência à modalidade – o produto é

apresentado apenas com sendo Turismo em Espaço Rural.

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3.2. Apresentação do Sistema

de Avaliação o sistema de avaliação proposto consideramos 5 níveis de

qualidade. O nível 1 é atribuído aos empreendimentos que

cumpram com o que designámos por “Requisitos

Obrigatórios”. Estes requisitos não são sujeitos a pontuação.

Correspondem apenas aos requisitos mínimos necessários para aceder ao

sistema de classificação.

Para a obtenção dos níveis de qualidade “2”, “3”, “4” ou “5” é necessário

recorrer a outro grupo de requisitos para além dos obrigatórios, e que

designámos por “Requisitos não Obrigatórios”, sendo estes os

requisitos que conferem pontuação. A cada um dos requisitos obrigatórios

é atribuído uma pontuação variável entre 1 a 3

N

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Os Requisitos Obrigatórios são divididos em duas classes de requisitos:

R. Obrigatórios Gerais: correspondem a exigências mínimas impostas por

lei para o funcionamento do Agroturismo (reporta

actualmente ao Decreto Regulamentar n.º

13/2002 de 12 de Março);

R. Obrigatórios Específicos: correspondem a requisitos adicionais, que não

estão presentes ou estão presentes de forma

pouco clara na legislação actual, mas que

consideramos fundamentais para a obtenção

de uma classificação mínima.

Os Requisitos Não Obrigatórios incluem as seguintes 3 classes de

requisitos:

Qualidade Geral

do Empreendimento: os parâmetros analisados envolvem a localização e

acessibilidade, a tipicidade da construção e

aparência global exterior, e a preocupação com

questões ambientais;

Qualidade

das Instalações: é analisada quanto à qualidade geral (higiene, limpeza e

segurança de todas as zonas do empreendimento, e

estado de manutenção das instalações e mobiliário) e à

concepção das instalações em termos de decoração,

conforto e segurança.

Qualidade dos

Serviços Prestados: são analisados parâmetros referentes às seguintes

áreas: restauração, informação, actividades

desportivas, experiência Agro-turística, entre outros.

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A transição dos níveis de qualidade de “1” para “5” pressupõe a obtenção

de pontuações mínimas nas classes dos requisitos não obrigatórios, e

fixadas da seguinte forma:

Nível 2: 50% da pontuação máxima, em cada uma das 3

classes de requisitos não obrigatórios

Nível 3: 65% da pontuação máxima, em cada uma das 3

classes de requisitos não obrigatórios

Nível 4: 80% da pontuação máxima, em cada uma das 3

classes de requisitos não obrigatórios

Nível 5: 90% da pontuação máxima, em cada uma das 3

classes de requisitos não obrigatórios

No sistema de qualificação proposto sugerimos a utilização do símbolo

“cacho de uvas” como símbolo de qualidade, utilizando assim uma grelha

de pontuações de 2, 3, 4 ou 5 “cachos de uvas”.

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1. REQUISITOS OBRIGATÓRIOS

1.1. REQUISITOS GERAIS OBRIGATÓRIOS

1.1.1. Instalações

O empreendimento possui:

Electricidade

Água potável

Rede pública de esgotos

Sistema de aquecimento e ventilação com comando regulável, nos

quartos e demais zonas do empreendimento

Zona de arrumos, separada das zonas destinadas aos hóspedes

Extintores de incêndio em número e local adequados

Caso não exista rede pública de água,

O empreendimento possui reservatório de água potável com

capacidade suficiente para satisfazer as necessidades dos serviços

prestados

A captação da água respeita as adequadas condições de protecção

sanitária

Caso não exista rede pública de esgotos

Existe sistema de evacuação de águas residuais ligados a sistemas depuradores

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Unidades de Alojamento:

O n.º de quartos não é superior a 10

Existência de pelo menos duas unidades de alojamento (quartos) no

edifício principal, caso existam unidades fora do edifício principal

No edifício principal existe pelo menos 1 sala de estar destinada aos

hóspedes

Quartos e salas de estar:

Todos os quartos possuem 1 ou 2 camas individuais ou 1 cama de

casal

Podem ser instaladas até 2 camas suplementares individuais,

apenas nos quartos com capacidade para 2 pessoas e desde que as

mesmas se destinem a crianças

Os quartos e as salas privativas, têm janelas ou sacadas dando

directamente para o exterior e estão dotados de mobiliário e

equipamento adequados

As portas dos quartos possuem um sistema de segurança que

permite apenas o acesso ao hóspede e ao pessoal do

empreendimento

Caso exista kitchenette nos quartos duplos que disponham de salas

privativas, nestas são utilizados equipamentos eléctricos ou de gaz

natural que cumprem os requisitos legalmente exigidos para a sua

instalação

A área mínima dos quartos com duas camas ou uma cama de casal

é igual ou superior a 9 m2 e a dos quartos com uma cama individual

a 7 m2

Caso os quartos possuam salas privativas, estas não são inferiores

a 12 m2

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Cozinhas e casas de banho:

A casa tem cozinha equipada com frigorífico, fogão, lava-loiças e

armários para víveres e utensílios e dispõe de dispositivos de

absorção de cheiros e fumos

Existe uma casa de banho pelo menos por cada 2 quartos

As casas de banho são compostas no mínimo por chuveiro ou

polibã, retrete e lavatório com espelho e ponto de luz e tomada de

corrente eléctrica

As paredes, pavimentos e tectos destas instalações são revestidos

de materiais resistentes, impermeáveis e de fácil limpeza

Telefone e Fax:

Existe um telefone e fax a que os hóspedes podem ter acesso, e

colocado em local bem visível o custo do respectivo serviço

1.1.2. Funcionamento

Zona Exterior:

Existe Placa identificativa, junto à entrada principal

Zona de recepção:

Nesta zona são prestados pelo menos os seguintes serviços:

Registo de entradas e saídas dos hóspedes

Recebimento e entrega de correspondência

Anotar e dar conhecimento de chamadas telefónicas

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Facultar livro de reclamações

Colocação, em local bem visível, de informações sobre o

funcionamento do empreendimento, e serviços, com respectivos

preços

Informações:

Existe informação para os hóspedes (português e outra língua), sobre:

Serviços a que o hóspede pode ter acesso e os respectivos preços

Horários das refeições

Equipamentos à disposição dos hóspedes para a prática de desportos

ou outras actividades de animação e regras para a sua utilização

Localização dos serviços médicos, das farmácias e serviços de

primeiros socorros mais próximos

Existência livro de reclamações

Zonas reservadas aos proprietários

Nas informações de carácter geral, são usados os sinais normalizados

constantes na tabela aprovada pela portaria n.º 1068/97 de 23 de

Outubro

O proprietário está apto a fornecer informações sobre:

Itinerários característicos

Circuitos turísticos

Desportos

Artesanato, gastronomia, vinhos e outros produtos agro-

alimentares tradicionais

Estabelecimento de restauração e bebidas existentes nas

proximidades dos empreendimentos

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Festas, feiras romarias e outros acontecimentos locais de natureza

popular

Meios de transporte público que servem o empreendimento e vias

de acesso

Serviço de Refeições:

Existe serviço de pequenos-almoços

Caso não exista um estabelecimento de restauração a menos de

5Km do empreendimento, é oferecido serviço de almoços e jantares

mediante solicitação prévia

As refeições correspondem à tradição da cozinha portuguesa, e

utilizam na medida do possível produtos da região

No preço diário do alojamento está incluído o pequeno-almoço, o

serviço de arrumação e limpeza e o consumo sem limitações de

água e electricidade

Arrumação e limpeza:

As zonas destinadas aos hóspedes são arrumadas e limpas

diariamente

As roupas de cama e as toalhas das WC dos quartos são

substituídas 1 vez por semana e sempre que muda o hóspede

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1.2. REQUISITOS ESPECÍFICOS OBRIGATÓRIOS

1. A construção respeita a arquitectura típica da região ?

Sim

Não

2. A recepção é assegurada pelo proprietário que reside no

empreendimento ?

Sim

Não

3. O pequeno almoço, e outras eventuais refeições, contém

especialidades da casa ou da região (ex. compotas, queijos, enchidos,

pão caseiro...) ?

Sim

Não

4. São respeitadas as normas de Higiene, Segurança e Saúde no trabalho

(avaliação por técnico credenciado) ?

Sim

Não

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2. REQUISITOS NÃO OBRIGATÓRIOS

2.1 QUALIDADE GERAL DO EMPREENDIMENTO

2.1.1. Localização e Acessibilidade

1. O acesso ao empreendimento encontra-se devidamente sinalizado nas

estradas?

Sim

Não

2. As vias de acesso ao empreendimento encontram-se em estado de

conservação adequado à boa circulação de veículos ligeiros?

Sim

Não

3. O empreendimento está localizado em zona afastada de problemas de

poluição ambiental?

Sim

Não

4. O empreendimento está localizado numa Região Protegida?

Sim

Não

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2.1.2. Tipicidade da Construção e Aparência Global Exterior

1. O(s) edifício(s) do empreendimento são classificados como de

interesse artístico e histórico?

Sim

Não

2. Os edifícios encontram-se em bom estado de conservação?

Sim

Não

3. As estradas e caminhos dentro do empreendimento encontram-se em

bom estado de conservação?

Sim

Não

4. O empreendimento possui estacionamento privativo ?

Sim, mas não em número suficiente para os quartos existentes

Sim, em número suficiente para os quartos existentes

Não

5. Os arranjos paisagísticos são adequados e devidamente cuidados?

Sim

Não

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6. O empreendimento possui iluminação exterior?

Não

Sim, mas só do edifício principal

Sim, do edifício e adequado nos espaços exteriores

7. Existe um espaço no exterior, em zona de sombra, equipado com

mesa e cadeiras ?

Sim

Não

2.1.3. Preservação ambiental e tipicidade da produção

1. Utiliza alguma forma de energia alternativa (painéis solares, energia

eólica)?

Sim

Não

2. Faz separação dos lixos para reciclagem?

Sim

Não

3. Utiliza a agricultura biológica como modo de produção?

Sim

Não

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4. A produção agro-pecuária inclui a criação de animais ou plantas

autóctones?

Sim

Não

5. São produzidos na exploração produtos DOP, DOC, DOCG ou IGP?

Sim

Não

2.2. QUALIDADE DAS INSTALAÇÕES

2.2.1. Qualidade Geral das Instalações

A - Higiene, Limpeza e Segurança

a) Recepção e Zonas Comuns

1. O ambiente é arejado e sem cheiros desagradáveis?

Sim

Não

2. Os tapetes, carpetes, pavimento e cortinados encontram-se

impecavelmente limpos?

Sim

Não

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3. Os cinzeiros encontram-se limpos?

Sim

Não

4. O pessoal apresenta-se com aspecto cuidado?

Sim

Não

b) Quartos

5. Os tapetes, carpetes, pavimento e cortinados encontram-se

impecavelmente limpos?

Sim

Não

6. As camas são bem feitas, sem manchas na coberta, fronhas e lençóis?

Sim

Não

7. Os baldes do lixo encontram-se vazios e os cinzeiros lavados?

Sim

Não

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8. Os quartos são arejados, sem cheiros desagradáveis?

Sim

Não

9. A casa de banho encontra-se impecavelmente limpa?

Sim

Não

10. As toalhas de rosto e de banho são idênticas, em quantidade suficiente e

de boa qualidade?

Sim

Não

B – Manutenção das Instalações e do Mobiliário

11. As paredes, portas e janelas encontram-se em bom estado de

conservação ?

Sim

Não

12. O mobiliário encontra-se com aspecto cuidado e em bom estado de

conservação?

Sim

Não

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13. Os tapetes, carpetes, pavimento encontram-se em bom estado de

conservação?

Sim

Não

14. O equipamento (iluminação, estores, sistema de aquecimento.

TV/telefone, torneiras...) encontram-se a funcionar adequadamente?

Sim

Não

2.2.2. Concepção das Instalações, Decoração e Conforto

A -Salas

1. Dispõe de uma sala comum equipada para utilização dos hóspedes?

Não

Sim, mas também utilizada como sala de refeições

Sim, diferente da sala de refeições

2. Dispõe de uma biblioteca ou estante de livros?

Sim

Não

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3. Dispõe de um recanto de leitura com boa iluminação?

Sim

Não

4. O mobiliário é disposto de forma a proporcionar uma circulação fácil e

em condições de segurança por parte dos clientes?

Sim

Não

5. A iluminação é suficiente em todas as divisões e não são utilizadas luzes

agressivas (ex. fluorescentes)?

Sim

Não

6. São utilizadas (nas paredes, chão, tapetes, sofás, cortinas,...) cores

suaves de modo a proporcionar um ambiente acolhedor?

Sim

Não

B - Instalações sanitárias

7. Existe pelo menos um quarto com WC para deficientes?

Sim

Não

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8. Quantas WC por cama possuí? Indicar a resposta certa:

- 1 para 2 camas

- 1 para 3 camas

- 1 para 4 camas (obrigatório)

9. As casas de banho são espaçosas e com aparência cuidada?

Sim

Não

10. As casas de banho dos quartos estão equipadas com prateleiras, ou

armário, e espelho com iluminação?

Sim

Não

C - Quartos

11. A iluminação é suficiente e não são utilizadas luzes agressivas (ex.

fluorescentes)?

Sim

Não

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12. O Mobiliário de cada quarto contém:

- armário com gavetas ou armário e cómoda Sim Não

- toucador Sim Não

- 1 mesa de cabeceira/cama Sim Não

- 1 cadeira ou poltrona/cama Sim Não

- 1 mesa Sim Não

- pelo menos 2 pontos de luz Sim Não

13. Os colchões das camas são confortáveis?

Sim

Não

14. São utilizadas (nas paredes, chão, tapetes, sofás, cortinas,...) cores

suaves de modo a proporcionar um ambientes acolhedor?

Sim

Não

15. Tem à disposição camas para crianças com menos de 3 anos?

Sim

Não

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2.3. QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS

2.3.1. Restauração

1. O pequeno almoço é bem apresentado e rico em especialidades da

casa ou da região ?

Sim

Não

2. É permitida a utilização da cozinha, a qualquer hora do dia, para

preparar pequenas refeições ou guardar e aquecer alimentos (atenção

particular para crianças e idosos)

Sim

Não

3. É disponibilizado serviço de meia pensão ?

Sim

Não

4. É disponibilizado serviço de pensão completa ?

Sim

Não

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5. No caso de possuir serviço de meia pensão ou pensão completa, a

ementa contém pratos típicos da região ou propõe algum menu

especifico dedicado a algum produto gastronómico da sua região?

Sim

Não

2.3.2. Informação

1. Possui um dossier devidamente elaborado e actualizado com informação

turística da região, para consulta por parte dos clientes?

Sim, mas só em português

Sim, em português e francês ou inglês

Não

2. São fornecidos folhetos ou outro material informativo com informação

turística e contactos úteis da região

Sim, mas só em português

Sim, em português e francês ou inglês

Não

3. É disponibilizada uma brochura de apresentação do empreendimento e

cartão de visita?

Sim, mas só em português

Sim, em português e francês ou inglês

Não

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4. São fornecidos folhetos ou outro material informativo sobre todos os

serviços a que os hóspedes podem ter acesso?

Sim, mas só em português

Sim, em português e francês ou inglês

Não

5. Possui uma base de dados de clientes ?

Sim

Não

6. Faz divulgação das actividade e eventos organizados na exploração junto

dos seus clientes (mailing e/ou Internet)?

Sim

Não

2.3.3. Actividades Desportivas/Lazer

1. Existe no empreendimento algum percurso pedestre, devidamente

equipado e assinalado com instruções de utilização?

Sim

Não

M Ó D U L O 3 - P R O P O S T A D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O A G R O T U R I S M O E M P O R T U G A L 3 . 2 . A P R E S E N T A Ç Ã O D O S I S T E M A D E A V A L I A Ç Ã O

99

2. O empreendimento possui algum lago/barragem onde seja permitida a

prática de pesca desportiva ou canoagem ?

Sim

Não

3. O empreendimento possui piscina ?

Sim

Não

4. Existe actividade de equitação?

Sim

Não

5. É possível disponibilizar bicicletas aos hóspedes?

Sim

Não

6. Existe no empreendimento algum percurso pedestre didáctico e

devidamente sinalizado (percurso botânico, paisagístico, etc.)?

Sim

Não

7. São disponibilizados jogos para adultos e crianças?

Sim

Não

M Ó D U L O 3 - P R O P O S T A D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O A G R O T U R I S M O E M P O R T U G A L 3 . 2 . A P R E S E N T A Ç Ã O D O S I S T E M A D E A V A L I A Ç Ã O

100

8. São organizados programas ou eventos específicos (exposições, mostra de

produtos, programas para deficientes)

Sim

Não

2.3.4. Experiência Agro-Turística

1. São organizadas visitas guiadas à exploração ?

Sim

Não

2. É oferecido ao cliente a possibilidade de participar/experimentar nos

trabalhos da exploração?

Sim

Não

3. É fornecido um cronograma das actividades agro-pecuárias da exploração

e a possibilidade do cliente assistir a essas actividades ?

Sim, sem acompanhamento do proprietário ou pessoal

Sim, com acompanhamento do proprietário ou pessoal

Não

M Ó D U L O 3 - P R O P O S T A D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O A G R O T U R I S M O E M P O R T U G A L 3 . 2 . A P R E S E N T A Ç Ã O D O S I S T E M A D E A V A L I A Ç Ã O

101

4. É praticado serviço de venda directa de produtos da exploração ?

Sim

Não

5. É oferecida a possibilidade de prova de produtos da exploração?

Sim

Não

6. Existe na exploração alguma área de exposição de equipamentos agrícolas

tradicionais, devidamente organizada?

Sim

Não

2.3.5. Proprietário

1. O proprietário possui alguma formação especifica na área do turismo?

Sim

Não

2. O proprietário possui conhecimentos de língua estrangeira (francês ou

inglês)?

Sim

Não

M Ó D U L O 3 - P R O P O S T A D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O A G R O T U R I S M O E M P O R T U G A L 3 . 2 . A P R E S E N T A Ç Ã O D O S I S T E M A D E A V A L I A Ç Ã O

102

2.3.6. Outros Serviços

1. O empreendimento possui uma zona de recreio para crianças com menos

de 3 anos?

Sim

Não

2. O empreendimento prevê a possibilidade de fornecer pontualmente,

serviço de baby sitting para crianças com menos de 3 anos ?

Sim

Não

3. É consentida a presença de animais de companhia na sua exploração,

existindo para o efeito instalações apropriadas (canil/gatil) ?

Sim

Não

M Ó D U L O 3 - P R O P O S T A D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O A G R O T U R I S M O E M P O R T U G A L 3 . 2 . A P R E S E N T A Ç Ã O D O S I S T E M A D E A V A L I A Ç Ã O

103

REQUISITOS NÃO OBRIGATÓRIOS Pontos Pontuação

Máxima

2.1 Qualidade Geral do Empreendimento 27

2.1.1. Localização e Acessibilidades 61. Acesso devidamente sinalizado nas estradas 12. Vias de acesso ao empreendimento em bom estado de conservação 13. Localização afastada de zonas com problemas de poluição 24. Localizado numa região protegida 22.1.2. Tipicidade da Const. e Aparência Global Exterior 121. Edificios classificados como de interesse artistico e histórico 32. Edificios em bom estado de conservação 23. Estradas e caminhos dentro do empreendimento em bom estado de conservação 14. Estacionamento Privativo existe, mas não em número suficiente para os quartos existentes 1 existe, em número suficiente para os quartos existentes 25. Arranjos paisagisticos adequados e cuidados 16. Iluminação Exterior existe, mas só do edificio principal 1 existe, do edificio e adequado nos espaços exteriores 27. Espaço exterior equipado com mesa e cadeiras em zona de sombra 12.1.3. Preservação ambiental e tipicidade da produção 91. Utilização de energias alternativas 12. Separação de lixos para reciclagem 13. Utilização de agricultura biológica 24. Criação de animais ou plantas autoctones 35. Produções DOC, DOCG, DOP ou IGT 2

2.2 Qualidade das Instalações 38

2.2.1. Qualidade Geral 14A - Higiene , Limpeza e SegurançaZonas Comuns 1. Ambiente arejado e sem cheiros 12. Tapetes, carpetes, pavimento e cortinados impecavelmente limpos 13. Cinzeiros limpos 14. Pessoal com aspecto cuidado 1Quartos 5. Tapetes, carpetes, pavimento e cortinados impecavelmente limpos 16. Camas bem feitas, sem manchas na coberta, fronhas e lençois 17. Baldes do lixo vazios e cinzeiros lavados 18. Arejados e sem cheiros desagradáveis 19. Casa de banho impecávelmente limpa 110. Toalhas de rosto e de banho idênticas, em quantidade suficiente e de boa qualidade 1B - Manutenção das Instalações e do Mobiliário11. Paredes, portas e janelas em bom estado de conservação 112. Mobiliário em bom estado de conservação 113. Tapetes, carpetes e pavimento em bom estado de conservação 114. Equipamentos a funcionar adequadamente (iluminação, aquecimento,...) 1

GRELHA DE CLASSIFICAÇÂO

M Ó D U L O 3 - P R O P O S T A D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O A G R O T U R I S M O E M P O R T U G A L 3 . 2 . A P R E S E N T A Ç Ã O D O S I S T E M A D E A V A L I A Ç Ã O

104

2.2.2. Concepção das Instalações, Decoração e Conforto 24A -Salas1. Sala comum para utilização dos hóspedes existe, mas é também utilizada como sala de refeições 1 existe, diferente da sala de refeições 22. Possui biblioteca ou estante de livros 13. Dispõe de um recanto de leitura com boa iluminação 14. Mobiliário bem distribuido (segurança) 15. Iluminação suficiente, sem utilização de luzes agressivas 16. Utilização de cores suaves (ambiente acolhedor) 1B -Instalações Sanitárias7. Existe pelo menos 1 quarto com WC para deficientes 38. Número de WC por cama 1 WC para 2 lugares de cama autorizados em cada quarto 3 1 WC para 3 lugares de camas autorizados 2 1 WC para 4 lugares de cama autorizados (obrigatorio) 19. Casas de banho espaçosas e com aparência cuidada 110. Casas de banho equipadas com prateleiras, ou armário, e espelho 1 com iluminaçãoC - Quartos11. Iluminação suficiente e sem luzes agressivas 212. O mobiliário de cada quarto contem: armário com gavetas ou armário e comoda 0,5 toucador 0,5 1 mesa de cabeceira por cama 0,5 1 cadeira ou poltrona por cama 0,5 1 mesa 0,5 pelo menos 2 pontos de luz 0,513. Os colchões das camas são confortáveis 114. Utilização de cores suaves (ambiente acolhedor) 215. Cama para crianças com menos de 3 anos 1

2.3 Qualidade dos Serviços Prestados 45

2.3.1. Restauração 81. O pequeno almoço é bem apresentado e rico em especialidades da casa ou da região 32. Permitida a utilização da cozinha a qualquer hora do dia 23. Disponibilizado serviço de meia pensão 14. Disponibilizado serviço de pensão completa 15. No caso de ter serviço de meia pensão ou pensão completa, a ementa contém pratos típicos da região .... 12.3.2. Informação 101. Existência de dossier com informação turística sim, mas só em português 1 sim, em português e francês ou inglês 22. Fornecimento de folhetos ou outro material com informação turistica... sim, mas só em português 1 sim, em português e francês ou inglês 23. Fornecimento de brochura de apresentação e/ou cartão de visita sim, mas só em português 1 sim, em português e francês ou inglês 24. Fornecimento em folhetos ou outro material, de inf. sobre os serviços sim, mas só em português 1 sim, em português e francês ou inglês 25. Possui base de dados de clientes 16. Faz divulgação junto dos seus clientes 1

M Ó D U L O 3 - P R O P O S T A D E A V A L I A Ç Ã O D A Q U A L I D A D E D O A G R O T U R I S M O E M P O R T U G A L 3 . 2 . A P R E S E N T A Ç Ã O D O S I S T E M A D E A V A L I A Ç Ã O

105

2.3.3. Actividades desportivas/lazer 81. Existe percurso pedestre devidamente equipado e sinalisado 12. Possui algum lago/barragem para prática de pesca e/ou canoagem 13, O empreendimento possui piscina 14. Há actividade de equitação 15. É possível disponibilizar bicicletas 16. Existe percurso pedestre didáctico (botânico, paisagistico....) 17. São disponibilizados jogos para crianças e adultos 18. São organizados programas ou eventos especificos (mostras...) 12.3.4. Experiência Agro-Turística 121. São organizadas visitas guiadas à exploração 22. É oferecido ao cliente a possibilidade de participar nos trabalhos da exploração 13. É fornecido um cronograma das actividades da exploração e a possibilidade do cliente assistir a essas actividades? sim, sem acompanhamento do proprietário ou pessoal 2 sim , com o acompanhamento do proprietário ou pessoal 34. É praticado serviço de venda directa de produtos da exploração 25. É oferecida a possibilidade de prova de produtos da exploração 36. Existe na exploração alguma área de exposição de equip. tradicionais 12.3.5. Proprietário 41. O proprietário possui alguma formação específica na área do turismo 22. O proprietário possui conhecimento de língua estrangeira 22.3.6. Outros Serviços 31. O empre. possui sala de recreio para crianças c/ menos de 3 anos 12. O empreendimento prevê a possibilidade de fornecer pontualmente serviço de baby sitting 13. É consentida a presença de animais de companhia, existindo para o efeito instalações apropriadas (catil/canil) 1

110Pontuação Máxima Global

106

REQ UISITOS NÃO O BRIGATÓRIO S P o nt ua ção 2 3 4 5

M á xim a (m in . 50% ) (m in . 6 5% ) (m in . 80% ) (m in. 9 0 %)

2 .1 Qu alid a de G er al d o Em pre en d im en to 27 1 3 ,5 1 7,6 21 ,6 24 ,3

2 .1 .1 . Lo ca lizaçã o e Aces sib il id ade s 6

2 .1 .2 . T ip ic id ade da C on st . e Ap ar ên c ia G lobal E xte rio r 12

2 .1 .3 . P res er vaçã o a m b ie n tal e tip ic id a de da pro dução 9

2 .2 Qu alid a de d as In sta laç õe s 38 1 9 ,0 2 4,7 30 ,4 34 ,2

2 .2 .1 . Qua lid a de Gera l 14

2 .2 .2 . Co nce pçã o da s In st alaçõ es , D ec . e Co n for to 24

2 .3 Qu alid a de d os S erv iço s P res tad os 45 2 2 ,5 2 9,3 36 ,0 40 ,5

2 .3 .1 . R est au ra çã o 8

2 .3 .2 . In fo rm a ção e D ivu lg ação 102 .3 .3 . Ac tiv id ad es de spo rtiva s/ laz er 8

2 .3 .4 . E xpe riê nc ia A gro -Tu rís tic a 12

2 .3 .5 . P ro p rietá rio 42 .3 .6 . Ou tr o s S er v iço s 3

G LO BAL 1 10 5 5 ,0 7 1,5 88 ,0 99 ,0

2.1 Qualidade Geral do Em preendimento 2.2 Q ualidade das Instalações

2.3 Qualidade dos Serviços Prestados

Nota:Para poder aceder às classificações 2, 3, 4 ou 5 o empreendimento tem que primeiro cumprir os requis itos obrigatórios

3 4 ,5

4 0 ,9

N ÍV EIS D E Q UA LID AD E

PONTU AÇÂO E NÍVEIS DE QUALIDADE - AGR OTU RISMO

grupo de parâm e tro s (% )

Pe so re la tivo de ca d a

2 4 ,5