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Economia CafeeiraEconomia Cafeeira
Fluxos de renda e tendências Fluxos de renda e tendências ao desequilíbrio externoao desequilíbrio externo
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 22
ObjetivosObjetivos
• Compreender as alterações econômicas promovidas pela introdução da mão de obra assalariada
• Analisar a possibilidade de concentração da renda
• Refletir sobre os determinantes de uma tendência a um desequilíbrio externo na economia brasileira de fins do século XIX
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 33
Fluxo de renda com trabalho Fluxo de renda com trabalho assalariadoassalariado
• Economia com base no trabalho assalariado continua sendo monocultura e exportadora.
• Também apresenta um conjunto com atividades que se vinculam aos fluxos do comércio
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 44
A geração de renda se dá como?A geração de renda se dá como?
• Venda do exportador deve gerar renda para cobrir depreciação de capital e os custos dos fatores
• Fatores: capital, trabalho e terra• Salários são gastos com bens de consumo.• Renda gerada por investimentos + consumo• Salários pagos no setor exportador
• Núcleo do mercado interno
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 55
A acumulação de CapitalA acumulação de Capital
• Diante da elevação de preços, elevam-se os lucros;
• Normalmente lucros seriam reinvestidos aumentando a possibilidade de lucro;
• Empresário expande a terra produzida, sem ganhos de produtividade física
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 66
Concentração de Renda (1)Concentração de Renda (1) •Se existe reserva de mão de obra, há elasticidade
da oferta de m.o•O fluxo imigratório e a abundância de terras
facilitam a expansão do setor cafeeiro•Expansão ocorre aumentando quantidade
produzida por unidade de capital •Havendo terra para expandir, melhor usar novas
terras do que reinvestirExpansão só é possível porque não há pressão
por aumento de salário real nem pelo aumento do preço real do recurso terra
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 77
Concentração de Renda (2)Concentração de Renda (2)
•O aumento de “ganho “ da atividade não era resultado de vantagens produtivas, mas sim das ondulações de preço do café.
“Lucros”
Retidos pelo empresário.
De natureza econômica (monetária) refletindo variações de preços.
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 88
Concentração de Renda (3)Concentração de Renda (3)
•Se “lucros” eram retidos e não reinvestidos, não há aumento de produtividade física.
•Sem aumento de produtividade física e dada oferta elástica de mão-de-obra, não há pressão por transferência dos lucros para assalariados.
Concentração de Renda
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 99
Diferentes formas de transferências Diferentes formas de transferências de renda (1) de renda (1)
A renda se concentra no setor exportador porque há transferências
• do setor subsistência para o setor exportação
• COMO?
• Com uma desvalorização cambial, moeda interna tem menor poder de compra
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1010
Diferentes formas de transferências Diferentes formas de transferências de renda (2) de renda (2)
A renda se concentra no setor exportador porque há transferências
• das populações urbanas para setor exportador
• COMO?
• Com uma desvalorização cambial, moeda interna tem menor poder de compra
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1111
Diferentes formas de transferências Diferentes formas de transferências de renda (3) de renda (3)
A renda se concentra também devido às dificuldades de financiamento do setor público
• COMO?• Com uma desvalorização cambial, cai a
arrecadação de impostos de importação (os mais importantes p/ Estado)
• Se a arrecadação é menor, a redução de receita publica leva governo a emitir e a pressão inflacionária acaba afetando mais as classes urbanas.
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1212
Diferentes formas de transferências Diferentes formas de transferências de renda (4) de renda (4)
Se o governo tem dividas em moeda estrangeira é ainda pior
• Necessidade de aumento percentual da arrecadação é ainda maior para pagar dividas
• OU
• Governo contrai mais empréstimos
• ficando mais endividado
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1313
A tendência ao desequilíbrio A tendência ao desequilíbrio externoexterno
• Uma vez solucionado o problema de mão de obra, a economia cafeeira, agora baseada no trabalho assalariada apresenta um novo conjunto de problemas que antes se esboçava.
• Que problemas são esses?
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1414
Problema: Problema: • Intercâmbio per capita > renda per capita, tornando a
economia mais frágil diante de oscilações • Por que?• O alto coeficiente de importações e as características
das exportações tornam o saldo da balança comercial sujeito a desequilíbrios diante de bruscas variações.
• Além dos reflexos nas finanças públicas, pois o principal imposto é o do comércio exterior
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1515
Anexo – síntese das contas do Anexo – síntese das contas do balanço de pagamentosbalanço de pagamentos
1. Balança comercial: Exportações, Importações2. Balança de serviços: Viagens internacionais, Transportes,
Seguros, Lucros e dividendos, Juros, Outros (inclui royalties, assistência técnica, reinvestimentos, etc.)
3. Transferências unilaterais4. Transações correntes (1+2+3)5. Movimento de capitais: Investimentos diretos, Empréstimos
e financiamentos, Amortizações, Capitais de curto prazo, Outros capitais
6. Erros e omissões7. Superávit ou déficit (4+5+6)
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1616
Como era na economia escravista Como era na economia escravista
• problema não é tão serio porque procura monetária = exportações (demanda por moeda = volume exportações)
• não precisavam de fluxo monetário – não pagam salários.
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1717
E na economia com trabalho E na economia com trabalho assalariadoassalariado
• Se aumentam as exportações (X), cresce a procura por moeda para pagar salários e outros fatores.
• Essa renda (Y) se multiplica primeiro em termos monetários, depois em termos reais.
• Pior na crise. Por que?
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1818
Na criseNa crise
• Na crise, a exportação de produtos primários diminui, reduzindo a entrada de divisas
• PORÉM, os efeitos de aumentos anteriores ainda se propagam.
• Assim, há um “meio termo” onde as importações (M) ainda crescem quando X está diminuindo.
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 1919
Por que é tão problemático?Por que é tão problemático?• No meio termo, quando cresce a procura
por M e a renda das exportações está caindo, o volume de recursos a serem exportados para compensar o déficit é muito alto.
• Nas economias industrializadas, numa crise a tendência é reduzir importações e queimar estoque, reduzir a circulação monetária interna e levando ao aumento nos juros para atrair capital.
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 2020
No Brasil, porém.....No Brasil, porém.....• A importação dos industrializados é
exportação do Brasil!
• Crise leva a uma queda das (preços e volume) exportações e há um tempo longo até que essa queda reduza as importações.
• Os produtos importados pelo Brasil resistem mais a redução de preços.
• PIORAM OS TERMOS DE TROCA
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 2121
Para piorar mais um pouquinho (1)Para piorar mais um pouquinho (1)
• Há dificuldades de condução das políticas econômicas internas
• Política Comercial:
• Estrutura de comercio exige imensas reservas metálicas por grande período para compensar deficits.
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 2222
Para piorar mais um pouquinho (2)Para piorar mais um pouquinho (2)
• Política Cambial
• Taxa de câmbio deve manter uma certa relação entre moedas externas e moedas internas que obedece às regras do padrão ouro
• O Café, porém, tem variações constantes de seu preço e estas oscilações acabam determinando flutuações no câmbio
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 2323
Para piorar mais um pouquinho (3)Para piorar mais um pouquinho (3)
• Política Monetária
• Propensão baixa em depósitos (DV) em banco
• Reduzindo poder de multiplicação bancária ( via crédito)
• Agora problema de liquidez de moeda.
Aula 20 FEB 1Aula 20 FEB 1 Mônica Yukie KuwaharaMônica Yukie Kuwahara 2424
Referências BibliográficasReferências Bibliográficas
• FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 22 ed. São Paulo: Cia Ed Nacional, 1987, capítulos XV a XXVIII