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VITORIA FIGUEIREDO
EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOSAPLICADO AO ENSINO DE GEOGRAFIA:UMA PROPOSTA COM
ENFOQUE NO MODELO INDIANO DE SATHYA SAI BABA
Uberlândia, MG – 2008
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VITORIA FIGUEIREDO
EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOSAPLICADO AO ENSINO DE GEOGRAFIA:UMA PROPOSTA COM
ENFOQUE NO MODELO INDIANO DE SATHYA SAI BABA
Monografia apresentada ao curso de graduaçãoem Geografia da Universidade Federal deUberlândia. MG, como exigência parcial paraobtenção do bacharelado em Geografia, soborientação da Dra. Adriany de Ávila MeloSampaio.
Uberlândia, MG – 2008
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VITORIA FIGUEIREDO
EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOSAPLICADO AO ENSINO DE GEOGRAFIA:UMA PROPOSTA COM
ENFOQUE NO MODELO INDIANO DE SATHYA SAI BABA
Banca Examinadora
________________________________________________________Profa. Dra. Adriany de Ávila Melo Sampaio
Presidente
________________________________________________________Profa. Ms. Mizant Couto de Andrade
Examinadora
________________________________________________________Profa. Ms. Ínia Franco de Novaes
Examinadora
Uberlândia,18 de julho de 2008
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Dedico este estudo a minha família em especialao meu esposo, Roberto Augusto Oliveira, emsua compreensão, ao meu filhinho PedroFigueiredo de Oliveira que sempre me inspira anovos ideais e também , em especial ao meuamigo José Carlos que compartilhou destaconquista
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AGRADECIMENTOS
Para este trabalho acontecer várias pessoas estiveram presentes neste período de realização
contribuindo de forma gradativa para sua concretização. Divido com todos este momento e deixo
aqui a minha gratidão.
Agradeço em primeiro lugar a força divina DEUS que me inspira a vida e todas as minhas
realizações como indivíduo único e universal e a este ser amoroso e harmonioso, grande educadorque é Sai Baba. Obrigada Sai Baba por proporciona a todos nós esta proposta de ensino baseada no
amor universal.
Agradeço em especial ao meu filhinho e esposo que tiveram compreensão e paciência no decorrer
da pesquisa sabendo esperar a mãe e esposa que nestes momentos não pode lhes dar muita atenção.
Obrigada por compreenderem.
Ao nosso amigo José Carlos que sempre esteve próximo em minhas dificuldades para realização
deste trabalho incentivando com muita atenção e carinho nas minhas aspirações e ideais, me dando
força para continuar em frente. Agradeço de coração por ter acreditado em mim.
Aos meus familiares por acreditarem em uma educação melhor, confiando no trabalho proposto.
Um agradecimento a nossa amiga Tânia que também acredita na viabilidade do estudo e que me
auxiliou quando mais precisei.
À minha orientadora Adriany Ávila de Melo Sampaio que teve total paciência em me aguardar para
o término deste trabalho, sem nada me questionar, sendo um grande exemplo de profissional e ser
humano capaz de entender o indivíduo por inteiro. Obrigada pelas oportunidades de aprendizagem
com a convivência que mantive com você na universidade e por proporcionar que eu esteja
concretizando este trabalho. Obrigada de coração.
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À Escola Estadual Ângela Teixeira Silva, Uberlândia-MG, que prontamente me atendeu para a
realização da aplicação do EDUCARE demonstrando grande interesse de continuar a realizar na
escola este foco de estudo. Obrigada aos professores, alunos, diretores e funcionários da escola pela
receptividade e carinho na minha permanência na escola. Vocês fizeram a diferença neste estudo.
Agradeço ainda a comunidade escolar do Instituto Sathya Sai de Ribeirão Preto- SP que também me
recebeu de braços abertos propiciando a minha observação direta ao método de ensino de Sai Baba
e por responderem às minhas indagações auxiliando em meu estudo de forma a contribuir com
outras instituições de ensino pelo exemplo daquele local.
Enfim, a todos que auxiliaram a concretização deste trabalho.
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A finalidade da educação é o caráter, e o caráter
consiste em uma vontade de renunciar à própriacobiça egoísta. Sem um bom caráter, as pessoasnão podem alegar que são pessoas educadas.Neste momento, do que mais se necessita sãohomens de caráter. A educação sem orefinamento do caráter se assemelha a um barcosem timão, que ninguém sabe aonde nos levará.Caráter é Unidade de pensamento, palavra eação. O caráter torna a vida imortal. Há quemdiga que saber é poder, mas eu digo que caráteré poder.
(SAI BABA, 2007).
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RESUMO
Esta pesquisa objetiva descrever e relatar resultados da investigação sobre uma educação
fundamentada em Valores Humanos que tem como intuito contribuir para a formação do caráter de
estudantes. Para esta pesquisa investiga-se o programa de Valores Humanos EDUCARE do mestre
e educador Sri Sathya Sai Baba, que vive atualmente no sul da Índia.
Optou-se por um estudo de campo com abordagem qualitativa descritiva utilizando o
raciocínio indutivo e utilização da técnica de questionário bem como a observação direta em sala de
aula com relato do pesquisador.
Contextualizando esta visão de prática educacional foram realizados estudos através de
referências baseadas em dados da Organização Sathya Sai Baba no Brasil e de autores que
compartilham de seus ideais; aplicação de questionários a professores que participaram do curso
básico de valores humanos realizado em Uberlândia; a aplicação das técnicas do programa em salas
de aula de uma Escola Estadual em Uberlândia e na Escola do Instituto Sathya Sai no Brasil em
Ribeirão Preto-SP, demonstrando sua viabilidade ao ensino num todo e em específico ao de
Geografia.
Verificou-se por parte dos sujeitos participantes da pesquisa, professores, alunos, diretores,
coordenadores, funcionários da comunidade escolar, um grande interesse pela proposta pedagógica
do programa EDUCARE, uma vez que estes após aplicarem a técnica em sala de aula conseguiram
resultados rápidos com os alunos tais como a melhoria na atenção, concentração e memorização dos
conteúdos curriculares com aprendizagem significativa.
A análise dos resultados da aplicação das técnicas de Educação em Valores Humanos
permite dizer que o interesse dos alunos às aulas é imediato pois possibilita o relaxamento
aumentando a atenção, trazendo assim para a sala de aula mudanças na relação aluno e professor e
principalmente contribuindo para que o ensino seja feito de forma a contemplar o indivíduo
integralmente (físico, emocional, psíquico e espiritual).
E é na perspectiva de descrever e relatar fatos experenciados na sala de aula adquiridas com
a aplicação do programa de educação de Sai Baba que se propôs uma nova abordagem de ensino
dentro das comunidades escolares e em especial ao ensino de geografia, no intuito de promover
mudanças vitais no ensino contemporâneo, aprendendo que a verdadeira educação baseia-se no
AMOR.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Quadro dos Níveis de Personalidade: Humanos e Relativos, segundo Sai Baba ..............31
Figura 2: Quadro dos Níveis de Personalidade: Valores e Técnicas, segundo Sai Baba ..................33
Figura 3: Quadro da Estrutura do Modelo de Aula em Valores Humanos EDUCARE ...................38
Figura 4: Tabela: Sexo dos Participantes do Curso ...........................................................................42
Figura 5: Tabela: Escolaridade dos Participantes do Curso ..............................................................42
Figura 6: Quadro: Profissão dos Participantes do Curso ...................................................................43
Figura 7: Quadro: Renda dos Participantes do Curso .......................................................................43
Figura 8: Quadro: Horário de Trabalho dos Participantes do Curso .................................................44
Figura 9: Quadro: Sobre quem já aplicou a técnica de Educação em Valores Humanos .................45
Figura 10: Foto: Instituto Sri Sathya Sai: Ribeirão Preto-SP ............................................................46
Figura 11: Foto: Flor de Lótus com os Valores preconizados por Sai Baba .....................................47
Figura 12: Foto: Portão de entrada do Instituto Sri Sathya Sai de Ribeirão Preto-SP ......................48
Figura 13: Foto: Crianças do Primeiro Ciclo do Instituto Sri Sathya Sai em sala de aula. Ribeirão
Preto-SP .............................................................................................................................................48
Figura 14: Foto: Crianças do Segundo Ciclo do Instituto Sri Sathya Sai em sala de aula. Ribeirão
Preto-SP .............................................................................................................................................50
Figura 15: Foto: Crianças do Terceiro Ciclo do Instituto Sri Sathya Sai em sala de aula. Ribeirão
Preto-SP .............................................................................................................................................51
Figura 16: Foto: Cozinha da Instituição Sri Sathya Sai de Ribeirão Preto-SP .................................52
Figura 17: Foto: Associação dos moradores do complexo Ribeirão Verde em Ribeirão Preto-SP ..53
Figura 18: Foto: Alunos do Primeiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual Ângela Teixeira
Silva, Uberlândia-MG .......................................................................................................................57
Figura 19: Foto: Alunos do Segundo ano do Ensino Médio na Escola Estadual Ângela Teixeira
Silva, Uberlândia-MG .......................................................................................................................58
Figura 20: Foto: Alunos do Terceiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual Ângela Teixeira
Silva, Uberlândia-MG .......................................................................................................................59
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SUMÁRIO
Resumo .............................................................................................................................. Viii
Lista de figuras .................................................................................................................. Ix
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
CAPÍTULO 1: VALORES HUMANOS E ALGUNS PARADIGMAS
EDUCACIONAIS
1.1. A Proposta do“Novo Pacto Educativo”........................................................................ 16
1.2. A Proposta “Valores e Temas Transversais no Currículo”........................................... 21
1.3. A Proposta do “Rumo à Nova Transdisciplinaridade: sistemas abertos de
conhecimento”......................................................................................................................
23
1.4. Sai Baba e sua relação com os Valores Humanos......................................................... 25
CAPITULO 2 - PROGRAMA EDUCARE
2.1 O Surgimento do Programa............................................................................................ 27
2.2 Objetivo do programa.................................................................................................... 28
2.3 A mente como meio para atingir a Excelência Humana ............................................... 29
2.4 Os cinco valores do programa Educare e seus níveis.................................................... 30
2.5 As cinco técnicas educacionais...................................................................................... 33
2.6 Planejamento de aula de Educação em Valores Humanos Educare ............................. 37
CAPITULO 3- EDUCAÇÂO EM VALORES HUMANOS: Cursos e Aplicações
3.1. Curso Básico em Educação de valores Humanos EVH ............................................... 42
3.2. O Instituto Sri Sathya Sai de Educação do Brasil......................................................... 45
3.3. Dados sobre a aplicação da técnica de EVH na aula de Geografia............................... 53
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 61
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 64
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ANEXO I – Questionário Aplicado aos Participantes do Curso Básico de Educação em
Valores Humanos em Uberlândia, MG......................................................................... 67ANEXO II – Tabulação dos Dados do Questionário aplicado aos Participantes do Curso
Básico de Valores Humanos em Uberlândia, MG........................................................ 69
ANEXO III – Ensino de Geografia por meio dos Valores Humanos: Exemplos de
Aulas.............................................................................................................................. 74
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INTRODUÇÃO
Em face do grande desafio que é educar, encontra-se sempre com a mesma pergunta: qual é
a melhor maneira de fazê-lo?
Atualmente, a educação dá muita ênfase ao desenvolvimento dos conhecimentosintelectuais e de algumas habilidades físicas, mas não se preocupa em despertar asboas qualidades humanas existentes no ser nem em explorar suas infinitaspotencialidades.Essa educação fragmentada provocou uma desestruturação no ser humano que, porsua vez, se reflete na triste realidade de violência social que atingeindiscriminadamente todas as camadas da sociedade.
Ninguém está imune aos seus efeitos. Os fatos se sucedem e não permitemcontestação de que estamos em meio a uma perigosa crise de valores.(MESQUITA, 2003, p. 25).
Perante esta realidade que afronta toda a sociedade são de suma importância o resgate de
valores e uma revolução na maneira de educar nossas crianças com o auxílio de pais e professores
num trabalho conjunto e contínuo.
Conforme Sai Baba : “A educação não deve se limitar à mera informação, mas deve ser
dirigida para preencher a vida do homem com amor puro, bem como transformar seu coração”.
(2000, p.16)
Na intenção de valorizar e colocar a escola como um agente ativo de progresso e
modernização, juntamente com o professor, a família e a comunidade, estes devem juntos passar
pela travessia de modernidade respeitando uns aos outros. Tudo para que o aluno possa ser o
beneficiário e desenvolver suas habilidades com uma mente mais consciente e engajada numa
transformação interna de amor e paz, dando assim à educação a oportunidade de despertar no aluno
à sua própria transformação.
Segundo Vygotsky :
[...] o aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem econhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na trocacom outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos,papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própriaconsciência. (1987)
O estudo aqui referente nasceu refletindo sobre valores face à preocupação com a atual
educação, presenciada nas escolas de Uberlândia-MG nos estágios da disciplina de Prática de
Ensino em Geografia.
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Observou-se na época, ano de 2006, que os alunos estavam acostumados simplesmente a
decorar e reproduzir os conteúdos. Parece que estão alheios à tudo, sem perspectivas, nem
incentivos. Não percebe em nenhum momento qualquer manifestação direta ou indireta que fosse de
valores, propriamente dito.
Mas isto não ocorria somente com os alunos, parte também dos professores e de todos
profissionais da escola, estavam “presos” ao tempo para cumprir suas funções, outros assuntos eram
“perda de tempo”.
Por outro lado, como educadora, acreditava ser de responsabilidade da família, da
comunidade e da escola, uma educação baseada não só em conteúdos programáticos, curriculares,
mas um conjunto de práticas que envolva todos os indivíduos em suas complexidades (físico,
emocional, psíquico, espiritual) e na perspectiva da transformação do aluno e professor. Foipensando nestas questões que se propôs tentar por objetivo geral discorrer sobre o programa de
educação em Valores Humanos (EDUCARE) desenvolvido pelo mestre e educador Sathya Sai
Baba. Este programa possibilitou sua aplicabilidade nas aulas de Geografia, e mostrou os resultados
desta técnica que enfatiza a valorização do humano. Esta monografia apresentará alguns dados
sobre os professores que fizeram o primeiro curso básico de Educação em Valores Humanos em
2007 em Uberlândia- MG ministrado pelo Instituto Sathya Sai de Educação no Brasil, assim como
da aplicação das técnicas do programa em quatro salas de aula (sexto ano do ensino fundamental;primeiro, segundo e terceiro ano do ensino médio) de Geografia na Escola Estadual Ângela Teixeira
da Silva em Uberlândia –MG , e o relato da observação do programa EDUCARE desenvolvido na
Escola Sathya Sai de Ribeirão Preto-SP. Trata-se, portanto de um estudo qualitativo, no qual será
utilizada a aplicação de questionário e observação direta do programa de Educação em Valores
Humanos em sala de aula.
Contamos como participantes sujeitos desta pesquisa, os componentes da Escola Sathya
Sai de Ribeirão Preto que estavam na escola no dia da visita da pesquisadora em dezembro de 2006;os professores do primeiro curso de EVH ministrado pelo Instituto Sathya Sai de Educação no
Brasil do núcleo de Ribeirão Preto/SP em Uberlândia-MG no final de 2007 e início de 2008; e dos
professores de Geografia da Escola Estadual Ângela Teixeira da Silva de Uberlândia onde aplicou-
se as técnicas do programa em 10, 11, 12 e 16 de junho de 2008. Escolheu-se para a aplicação do
programa o sexto ano do ensino fundamental e o primeiro, segundo e terceiro ano noturno do ensino
médio da escola estadual em Uberlândia, e a aplicação de questionário a onze professores do curso
básico de Valores Humanos ministrado em Uberlândia. A observação direta possibilitou o
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questionamento da pesquisadora aos profissionais da escola Sathya sai Baba de Ribeirão Preto-SP, e
o esclarecimento de algumas questões.
Este estudo se justifica ainda pela importância de descrever novas técnicas ou modelos
diferenciados de ensino-aprendizagem em Geografia que despertem mais atenção junto aos alunos e
ao mesmo tempo promova mais sentido à escola.
Os resultados poderão fornecer aos professores experiências práticas de mais uma
abordagem para trabalhar os conteúdos de Geografia em sala de aula, pois, os benefícios são para
ambos, professor e aluno. Para o professor o aluno estará mais atento às aulas, com maior
disposição para cooperar, participará mais. Para o aluno a sua concentração irá aumentar e
conseqüentemente terá melhores aptidões para aprender- a- aprender, tornando-se mais responsável.
Para a comunidade em geral os alunos ao praticarem os valores trarão benefícios como: diminuiçãoda violência por meio de comportamentos menos anti-sociais, diminuição da evasão escolar, do
desrespeito à sociedade, comportamentos menos delinqüentes conseguido por um melhor
autocontrole. Estarão propensos a serem mais amorosos e prestativos uns com os outros.
A pesquisa teve sua viabilidade nos professores que aceitaram participar. Estes professores
fizeram o curso básico de EVH realizado em Uberlândia pelo Instituto Sathya Sai de Educação no
Brasil do núcleo de Ribeirão Preto e pretendem participar, também, do curso intermediário no ano
de 2008, além de estarem atualmente aplicando aquilo que aprenderam no cotidiano da escola.Portanto nos perguntamos: Quais os resultados da aplicação das técnicas EVH pelos
professores que fizeram o primeiro curso básico de EVH em 2007 em Uberlândia/MG ministrado
pelo Instituto Sathya Sai de Educação no Brasil do núcleo de Ribeirão Preto/SP e pelos professores
de Geografia da escola estadual em Uberlândia?
Que resultados apresentaram os alunos após a aplicação das técnicas nas aulas de
Geografia?
Houve de fato o aumento do interesse pelas aulas, a melhoria da atenção, da participação eda conduta dos alunos?
Primeiramente, e antes de focar o programa EDUCARE, será abordado os valores humanos
na educação, a partir de alguns escritores e suas bibliografias, sendo assim um auxílio para uma
melhor compreensão da temática. Para isto a monografia apóia-se em alguns autores como:
Valentin Gavidia (2002, Valores e Temas Transversais No Currículo); Pierre Weil; Ubiratan D
Ambrósio; Roberto Crema (1993, Rumo à Nova Transdisciplinaridade); Juan Carlos Tedesco
(1995, O novo Pacto Educativo).
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Apoiou-se também em alguns autores que apresentam estudos sobre o Programa de
Educação em Valores humanos de Sathya Sai Baba. São eles: Martinelli (1999), Mesquita (2003),
Diskin (1998), Migliori (1998), Jumsai (1998) e o Instituto Sathya Sai de Educação no Brasil.
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CAPÍTULO 1
VALORES HUMANOS E ALGUNS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
Neste capítulo pretende-se inicialmente colocar em evidência algumas idéias, noções e
conceitos de temas transversais, transdisciplinaridade, educação e cidadania na sociedade moderna,
para mostrar que o tema Valores Humanos encaixa-se perfeitamente nos paradigmas educacionais
atuais e pode de fato contribuir de forma direta na vida da escola.
Não se pretende ditar aqui modelos de Educação em Valores, mas sim, por meio de
exemplos e conceitos encaixar os valores no cotidiano de pais, alunos, professores e toda a
comunidade.
Portanto, antes de descrever o Programa de Educação em Valores Humanos EDUCARE, se
buscará conhecer um pouco de temas e novas perspectivas para a educação, nas quais pode-se fazer
uma interligação direta com os Valores Humanos.
1.1. A Proposta do “Novo Pacto Educativo”
No livro “O NOVO PACTO EDUCATIVO: educação, competitividade e cidadania na
sociedade moderna”, Tedesco (2004) discute a situação da escola, de sua crise atual, da convivência
dentro da sociedade e suas finalidades.
Perante Tedesco: “A escola é um produto do processo de modernização e, como tal, sempre
esteve submetida à tensão entre as necessidades da integração social e as exigências do
desenvolvimento pessoal.” (2004, p.11).
O autor escreve claramente que educação e crise andam juntas há muito tempo,
reconhecendo a dificuldade que as instituições educacionais têm de aceitar e acreditar em projeto e
reforma para mudar a situação atual, visto que, na maioria das vezes os resultados são escassos
provocando uma maior rigidez no processo instituído.
Acreditando na realidade desta situação afirmada por Tedesco por meio de experiências
dentro de escolas serão citadas à frente, idéias do autor que auxiliaram este trabalho.
A tecnologia da informação atualmente é relevante a partir do momento em que não se
apropria da capacidade de reflexão e de pensar de todos que estão envolvidos na construção do
conhecimento. Para isto é importante que, principalmente os educadores, não percam a sua
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capacidade de estimular no meio em que estão inseridos práticas positivas e possíveis soluções para
a realidade caótica que se enfrenta dentro das instituições e na sociedade.
Segundo Tedesco (2004, p.21-22)
a) Do ponto de vista político-social. Parece evidente que as disputas pelaapropriação dos lugares onde se produz e se distribui o conhecimento socialmentemais significativo constituem o centro dos conflitos sociais do futuro. Isto significaque os educadores, os cientistas, os intelectuais e todos aqueles que se achamenvolvidos na produção e na distribuição de conhecimentos desempenham umpapel muito importante tanto na geração de conflitos como em sua solução.
b) Do ponto de vista dos conteúdos da educação. O impressionantedesenvolvimento das tecnologias da informação cria a necessidade de evitar que seproduza aquilo que era tão temido por Hannah Arendt: a separação definitiva entreconhecimento e pensamento. As tecnologias atuais possuem uma enormecapacidade de acúmulo e processamento de informação. Esse processo, levado aseu extremo, suporia que fôssemos incapazes de entender, de pensar e de falardaquilo que, no entanto, podemos fazer.
Parece que a realidade está em perguntar de que forma o conhecimento está sendo produzido
e manejado pelas instituições e pessoas que o têm em seu “poder”? Como, por exemplo, a ciência
pode ou utiliza os conhecimentos científicos sem escapar ao seu controle? Nesta perspectiva
começa a se perceber uma proteção por propriedade intelectual principalmente em economiasbaseadas no uso do conhecimento e da informação.
Na origem do sistema educacional tradicional cumpria-se uma seqüência curricular
atendendo às demandas políticas e econômicas, mantendo uma hierarquia social e de profissionais
dentro das instituições. Isso contribuiu para a crise do sistema, pois este não consegue mais se
manter por estes parâmetros. A difusão do conhecimento da informação não pode mais discriminar
por idade ou ascensão social, tendo que romper com a hierarquia que atua como forma de
autoridade dentro do sistema. Os paradigmas mudaram e as instituições devem estar abertas a novossistemas de conhecimento.
Para que se compreenda adequadamente a atual situação, é importante partir daanálise da origem dos sistemas educacionais.Embora não seja possível nem pertinente efetuar aqui um longo percurso pelahistória da educação, é preciso lembrar que – ao menos nas sociedades ocidentais-o sistema educacional que hoje consideramos tradicional teve sua origem no finaldo século passado e respondeu simultaneamente às exigências políticas do processode construção da democracia e dos Estados nacionais e às exigências econômicas
de construção do mercado.
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Com diferenças segundo os países e as culturas políticas, em fins do século passadoexpandiu-se a estratégia de criar um sistema educacional articulado em níveis -primário, secundário e superior - correspondentes às idades das pessoas e ao lugarque cada setor social ocuparia na hierarquia social. Seqüencialidade ehierarquização foram as duas categorias em torno das quais organizou-se aatividade educativa escolar. (TEDESCO, 2004, p.25)
Neste contexto percebe-se que as escolas perderam o domínio, se assim puder-se falar, de
educar os jovens verdadeiramente. É nítido, atualmente, que com o decorrer do tempo a instituição
familiar foi deixando um pouco mais a sua função de educar uma vez que os pais , principalmente a
mulher na figura de mãe, passa a ganhar novas funções dentro da sociedade para atender à nova
estrutura econômica e social não podendo mais se dedicar integralmente à educação de seus filhos.
Isso não implica dizer que antes os problemas com a educação não existissem. Querer dizer queantes a família principalmente a mãe cumpria com o seu papel de “educar” e que hoje isto não
ocorra. E muito menos significa que a crise do sistema educacional é de culpa da família, e sim que
esta é parte integrante do sistema educacional. A escola passa a ser uma referência mais relevante
na educação, ganhando novo papel perante a sociedade. Por isto é importante que se conscientize da
aplicação de valores que possam nortear com responsabilidade a conduta desses indivíduos.
Historicamente “é importante recordar que a escola, em especial a escola públicaobrigatória, foi projetada e expandiu-se como instituição que concorria e ocupavaespaços que tradicionalmente pertenciam aos agentes tradicionais de socialização:a família e a igreja. A relação entre escola, família e Igreja adquiriu um caráterconflituoso nos lugares onde as demandas burguesas em relação ao poder políticonão puderam ser negociadas por meio de um acordo adequado. O conflito seproduziu naqueles aspectos para os quais a sociedade requeria padrões desocialização distintos dos que a Igreja ou a família difundiam: a lealdade à nação,aos princípios democráticos de governo e às leis da economia capitalista demercado. Nas dimensões relativas à vida privada, por sua vez, a socializaçãoescolar prolongava a rigidez, o respeito à autoridade, o valor da disciplina, aaceitação de papéis e visões de mundo predefinidos, que dominavam a formação da
família. (TEDESCO,2004, p.28)A escola tinha uma característica de garantir a ordem social representando valores e saberes
universais, por meio dos interesses das instituições Família e Igreja. A sociedade passa a requerer
uma outra função para a escola que não somente as que a Família e Igreja instituíam. É necessário
que a escola passe a representar interesses gerais para promover a justiça.
Vivemos num período no qual as instituições educativas tradicionais-particularmente a família e a escola - estão perdendo capacidade para transmitir com
eficácia valores e normas culturais de coesão social. Esse “déficit de socialização”
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não foi coberto pelos novos agentes de socialização - os meios de comunicação demassa, em especial, a televisão -, que não foram projetados como entidadesencarregadas da formação moral e cultural das pessoas.” (TEDESCO, 2004, p.30)
Pressupondo-se que a formação moral e cultural da sociedade já seja uma realidade concreta
e pronta, os meios de comunicação deixam por conta dos cidadãos a responsabilidade de aceitar e
filtrar aquilo que querem receber. Disto é importante pensar-se em que a educação futuramente
deve-se basear para auxiliar os indivíduos neste processo.
Na modernização, a escola passa a estar pressionada a cumprir com o papel de formação
moral e a garantir condições materiais para educação de jovens e crianças uma vez que a família
não consiga proporcionar aos seus estas condições. A educação passa a ter funções diferentes dentro
da sociedade buscando adaptar-se e a articular com o meio social. Tedesco escreve que uma das
características mais importantes do processo de modernização é o seu:
antifinalismo, ou seja, a ruptura com a idéia de fins últimos, definitivos, os quaistoda ação humana devia tender a alcançar. Em seu lugar, a modernização enfatizouas funções. O “bem” foi assim concebido como toda ação de utilidade social, e asinstituições deviam, nesse sentido cumprir funções que tenderiam a garantir aracionalidade do funcionamento do Sistema. A educação, nessa perspectiva,organizou-se para cumprir sua função de integração social. Era preciso, pois,
ensinar as normas e os conhecimentos necessários ao exercício das diferentesatividades sociais, fossem elas de tipo produtivo, político ou social. Preparar para odesempenho de papéis foi a função básica da educação. A contrapartida dessafunção era, obviamente, a capacidade do Sistema para incorporar cada um naquelespapéis para os quais havia sido formado.As mudanças nos sistemas produtivos, político e familiar provocaram a crise dessaproposta, que não é mais capaz de mobilizar a sociedade.O desemprego mina a capacidade de incorporar as pessoas de acordo com aformação profissional recebida; a formação despersonalizada não atrai nempromove a aprendizagem das novas gerações, que não vêem sentido numaatividade escolar desligada de normas de vida que lhes estimulam a escolherpermanentemente; os próprios educadores não dominam os aspectos mais
dinâmicos da cultura contemporânea e, daí, vêem-se superados em sua capacidadesocializadora. (2004, p.92)
Para que se possa realizar algo ao invés de apenas se atribuir funções, tem-se no caso da
educação em específico, de perguntar qual é o sentido da prática educativa, onde se quer chegar e a
quem atingir. Pois é perceptível que na modernidade as propostas indicadas de modificação
atendem mais a interesses individuais que acabam gerando um descaso e incredibilidade por parte
de educadores à novas propostas. E nesse item, já que o trabalho referente propõe uma nova visão
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dentro da educação por meio de valores humanos, torna-se de suma importância o questionamento
do sentido e finalidade da educação.
A escola, o ensino em si deve se preparar para as novas mudanças sociais, políticas e
econômicas que já estão ocorrendo, pois ela passa a adquirir uma característica de instituição total,
que forma o aluno em seu desenvolvimento cognitivo, mas também a personalidade, o caráter dos
jovens e suas futuras profissões.
Visto esta perspectiva, Tedesco diz:
(...) o trabalho em equipe, a interdisciplinaridade e todas as propostas de práticacoletiva sempre encontraram enormes dificuldades para ser introduzidos nasatividades escolares.
A função de integração social da educação, definida tradicionalmente pelapreparação para o desempenho de papéis hierarquicamente ordenados, deverá serredefinida a partir da preparação para o trabalho em equipe, o exercício dasolidariedade, o reconhecimento e o respeito ás diferenças (2004, p.97)
É importante que exista a integração da escola com a sociedade de forma que todos
trabalhem com responsabilidade e respeito mútuo acreditando e verificando que podem ajudar a
construir um novo processo de ensino-aprendizagem.
Torna-se necessário que em qualquer setor tente-se, ao menos, inovar para gerar mudanças.
Acreditando que correr riscos e acabar com o imobilismo que atinge a “tradicionalidade” das
instituições, seja necessário, propõe-se então inovar a educação dentro das salas de aula, como
propõe Tedesco:
Além do trabalho individual isolado, a cultura profissional do docente caracteriza-se por um forte ceticismo diante das inovações, particularmente aquelas quepressupõem dividir autoridade e responsabilidades. Mas as análises das inovaçõeseducativas mostraram de forma eloqüente que uma das condições de seu êxito é
precisamente o compromisso e a participação ativa dos docentes.O rompimento do imobilismo dos sistemas educativos, em particular do setorpúblico da educação, é outro desafio importante que uma política democrática temde enfrentar.A generalização da capacidade de inovar é indispensável. (2004, p.126)
Esta citação de Tedesco, comprova-se por meio do trabalho realizado na Escola Estadual
Ângela Teixeira Silva de Uberlândia e observações feitas na Escola Sathya Sai de Ribeirão Preto,
na prática, uma vez que se o professor não quiser auxiliar e não acreditar ser o indivíduo que fará a
“ponte” entre a proposta inovadora e os alunos, praticamente não alcançará seus objetivos
educacionais.
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1.2. A Proposta “VALORES E TEMAS TRANSVERSAIS NO CURRÍCULO”
Os temas transversais podem ser aplicados a várias temáticas como os valores humanos na
escola, já que abre caminhos para as inovações e reforma educacional.
A escola não pode continuar a ser impassível aos novos acontecimentos e demandas que
surgem na sociedade querendo resposta e imprimindo à instituição novas responsabilidades que
muitas vezes não lhe cabem resolver, mesmo porque não está preparada. Daí deve-se questionar
sobre a qualidade da educação, que não significa no ter mais salas de aula e recursos tecnológicos e
sim a formação com base no ensinar a viver por meio de uma educação mais humanizadora que
concilie ciência e humanismo, ensinando a aprender a ”ser”. E para isto cabe o papel da educação
em Valores.
Gavidia, no livro, Valores e Temas Transversais no Currículo, no sub-título “A
Transversalidade Como Paradigma” escreve que quando utilizamos o tema transversal estamos
falando que: ”É à educação moral e cívica, à educação para a saúde, para a paz e para a convivência, à
igualdade de oportunidades entre os sexos, à educação do consumidor, à educação ambiental e para o
trânsito”.(,2002, p.15). O termo Transversalidade passou por diferentes significados, até a sua representação de
hoje. Antes, no surgimento do termo, transversal eram, segundo Gavidia (2002), conteúdos a serem
considerados nas diversas disciplinas escolares e passou a ser hoje um conjunto de valores, atitudes
e comportamentos mais importantes que devem ser ensinados.
A evolução do termo Transversal ocorreu em duas dimensões, sendo uma de forma
metodológica que enunciou como considerar as disciplinas transversais a partir das áreas
curriculares, dando origem a forma conceitual que soluciona esta questão a partir da referência devalores e atitudes impregnadas na vida escolar. Sendo assim a concepção de Transversalidade
passou por algumas etapas para melhor ser compreendida.
Todos estavam de acordo com a necessidade de se falar na escola com temas como educação
para a saúde e educação ambiental, mas a polêmica era sobre qual estratégia metodológica seguir,
ou seja, como colocar estes temas em prática. Então pensaram se seria como um tema a mais no
currículo, com seu horário próprio, suas notas, etc, ou inseridos em outras matérias para não
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aumentar a carga horária dos alunos. Não era o conteúdo o problema em si, mas a forma de abordá-
los no currículo escolar.
No processo de aceitação desse conceito ocorreram três etapas principais: na primeira etapa
houve uma ausência do conceito quando a reforma do sistema educacional começou a ser
rascunhados. Havia temas inclusos que já eram considerados por alguns professores. Esse avanço
não foi significativo pois eram assumidos pelas disciplinas e considerados como parte deles.
Nesse caso, as propostas desses temas continuavam sendo realizadas da mesmamaneira que as outras matérias: grandes conteúdos conceituais em que os alunostinham de passar pela avaliação. No final, significava somente um ou vários temasa mais para acrescentar no já sobrecarregado programa das disciplinas. (GAVIDIA,2002, p.17)
Segundo o autor, hoje não existem modelos oficiais, pois parte dos professores já
consideram os temas transversais quando passam a ter contato com eles, trabalhando-os como
capítulo a mais da disciplina.
A segunda etapa referia-se a uma abordagem continuada dos conteúdos que não poderiam
estar limitados apenas ao momento de resolver uma prova, por exemplo, e sim dar significado ao
conteúdo de uma forma mais ampla encaixando-se nas disciplinas.Esta etapa é importante a partir do momento em que o professor prolonga e vai além do
conteúdo disciplinar encaixando outros temas que abriguem questões como sociais, políticas,
econômicas, formas de conduta, entre outros. Como Gavidia afirma: “esta etapa foi um prolongamento
de cada um dos temas das disciplinas em que os professores buscavam as aplicações que podem ter em cada
um dos temas transversais” (2002, p.18).
Uma terceira possibilidade mostra que os temas transversais juntam as duas anteriores, no
qual existem momentos de aprendizagem interdisciplinar para o desenvolvimento de outros temas,como os Valores Humanos em conjunto com a prática disciplinar “imposta”. Nesta etapa o
problema era como trabalhar os temas transversais, havendo duas possibilidades de abordar a
transversalidade. Uma mostra que os conteúdos de temas transversais estão em todas as disciplinas
mantendo a organização escolar tradicional. A outra mostra que os temas transversais englobam as
diferentes matérias e os diversos conteúdos curriculares, passando a ser um estruturador e condutor
da aprendizagem. “Nessa conjuntura, as disciplinas tradicionais podem desaparecer em favor das
novas disciplinas que se formam.” (GAVIDIA, 2002, p.20).
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É claro que qualquer nova proposta e conceito geram dificuldades em ser aceito por parte
de grupos, no caso, dos grupos na ação educativa.
Para que os conteúdos transversais possam ser vistos juntamente nas disciplinas
curriculares, faz-se necessário então a devida formação dos professores nesses temas, aguçando
neles a compreensão dos problemas que afetam a sociedade e os alunos em particular; promover o
trabalho em equipe entre pais e escola no momento de elaboração de projeto curricular; não
monopolizar materiais curriculares que quase sempre ficam de fora da realidade da sala de aula e
analisar conteúdos e suas relações com relação aos aspectos de atitudes e comportamentos.
Portanto, verifica-se que estes pontos apresentados têm solução e viabilidade na prática e que o
significado do conceito de Transversalidade tem sua importância para a escola, pois estabelece
conteúdos conceituais e atitudes, fortalecendo a formação integral do indivíduo.
1.3. A Proposta do : “Rumo à nova transdisciplinaridade: Sistemas abertos de
conhecimento”
Frente à realidade de fragmentação do conhecimento, das relações humanas, do ensino,
torna-se imprescindível uma revolução científica, cultural e educacional, visando deixar para trás
antigos paradigmas de conhecimento dando abertura a novas ideologias.
A visão e conceito de transdisciplinaridade já eram usados por Jean Piaget que, segundo
Basarab Nicolescu apud Weil (1993), deu uma definição bastante clara e essencial. Disse ele:
(...) enfim, no estágio das relações interdisciplinares, podemos esperar oaparecimento de um estágio superior que seria “transdisciplinar”, que não secontentaria em atingir as interações ou reciprocidades entre pesquisas
especializadas, mas situaria essas ligações no interior de um sistema total semfronteiras entre as disciplinas.” (1993, p.30)
Tem-se que ultrapassar e quebrar estas fronteiras entre as disciplinas para que se tratem
todas em conjunto incluindo a visão de todos, seja do cientista, do filósofo, do místico.
Um outro enfoque da Transdisciplinaridade é dado por Ubiratan (1993) que escreve sobre a
evolução do conhecimento, mostrando que se deve refletir como se manifesta o conhecimento
ocidental envolvendo processos de geração e processamento do conhecimento, sua organização,
institucionalização e difusão.
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Somos levados a identificar técnicas ou mesmo habilidades e práticas utilizadas pordiferentes grupos culturais na sua busca de explicar, conhecer, de entender omundo que os cerca, a realidade a eles sensível, e de manejar essa realidade em seu
benefício e em benefício de seu grupo. O próximo passo é a busca de umafundamentação teórica, de um substrato conceitual nos quais essas técnicas,habilidades e práticas se apóiam. (Ubiratan, p.91)
É por meio da análise, do pensar e da ação é que as culturas conseguem obter uma
compreensão melhor da realidade do seu meio e da de outros indivíduos.
Na visão de Roberto Crema a Transdisciplinaridade é:
um significativo passo além, um avanço qualitativo. Representa a convocação paraa mesa de reflexão e sinergia, ao lado dos cientistas e técnicos, dos “exilados” doexaltado império da razão: os artistas, os poetas, os filósofos e os místicos. Valedizer, o retorno à qualificação desses navegantes da subjetividade, da alma e doabsoluto, condenados a um quase ostracismo e à marginalidade nesses últimos“iluminados” séculos. (1993, p.132)
Em um dos seus enfoques Crema (1993) indaga se haverá uma explosão ou evolução desse
sistema educacional e do sistema como um todo, contribuindo de uma forma especial, quando relata
como Ciência e Humano de dividiram trazendo sérias conseqüências, mais uma vez demonstrando aurgência e necessidade de inserção de Valores na sala de aula e na sociedade, sem a intenção de um
modelo preconizado.
Quase sempre as pessoas são condicionadas a realizar o melhor dentro de uma metodologia
ou de uma visão do saber já instituída, preconizada. Por isso quando o indivíduo depara-se com um
novo termo, uma nova visão transdisciplinar é também, quase sempre, vencida pelo medo do
diferente, deixando-se levar pela falta de entusiasmo e continuísmo na atual situação em que está
inserido. Por outro viés, é preciso que todos tenham entusiasmo e não se acomode na tradição
educacional já imposta, dando-se no mínimo a chance de conhecer e experenciar o novo, o
diferente.
1.4. Sai Baba e sua relação com os Valores Humanos
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Atualmente, a sociedade está frente-a-frente com as novas tecnologias e suas
potencialidades. Em contrapartida defronta-se também com o esfacelamento da conduta do caráter
humano, que despreza a proximidade dos conhecimentos científicos com o conhecimento espiritual,
sendo uma das preocupações de Sai Baba.
Em uma pequena vila no sul da Índia chamada de Puttaparthi, nasce em 1923, o “Avatar”
Sathya Sai Baba. Um “Avatar” é definido como uma manifestação física do Ser Supremo que
aparece sempre que o mundo está passando por uma crise espiritual e moral, vindo revelar a
verdade absoluta à Humanidade e lembrá-la da sua verdadeira natureza divina, segundo as
escrituras védicas da Índia.
Sathya Sai Baba desde muito pequeno já manifestava qualidades e aptidões incomuns que o
distinguia de outras crianças, como por exemplo: ele ensinava cânticos devocionais e deslumbravaao retirar de um saco aparentemente vazio, vários brinquedos e guloseimas. Se lhe perguntassem
como o fazia, respondia que um certo (espírito) obedecia à sua vontade e lhe dava tudo o que
queria. Era também notória a sua compaixão, que o levava a encher a casa de seus pais, para as
refeições, com os pobres com que ele cruzava na rua. Por vezes, dava-lhes o seu próprio alimento,
ficando longos períodos sem ingerir alimentos, e a sua preocupada mãe recebia dele um sorriso e o
comentário de que já comera, que um visitante misterioso o alimentara, estendendo a mão para que
ela pudesse sentir o aroma de leite ou coalhada. Mesmo ainda criança, as suas inclinaçõesespirituais e natureza contemplativa levava a que o considerasse aparte das outras crianças de sua
idade. Um dia no decorrer de uma brincadeira, Sathya Sai Baba, que contava então com treze anos,
deu subitamente um salto e gritou, enquanto segurava o pé. Não conseguindo descobrir o que
acontecera sua família temeu que ele tivesse sido picado por um lacrau. Quando voltou a si, depois
de vinte e quatro horas, começou de imediato a demonstrar uma personalidade diferente, bem como
uma rara conduta, alternando momentos de inconsciência com outros momentos em que contava ou
citava trechos de distintas religiões ou passagens em sânscrito, língua que não era ali conhecida.Sendo assim sua família o levou a inúmeros lugares em busca da cura para aquela doença tão
invulgar que o acometera, até que um dia ele declarou ser o “Avatar” Sathya Sai Baba, que
começou perante a multidão que o cercava a materializar do nada frutas, doces e flores
distribuindo-os às pessoas.
Com apenas quatorze anos, Sathya Sai baba saiu da casa dos pais indo instalar-se no pomar
da casa de um dos amigos, no intuito de atender as pessoas que o procuravam em busca de auxílio,
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construindo mais tarde um Ashram, onde Sai Baba tem permanecido até os dias atuais, recebendo
diariamente milhares de peregrinos que ali acorrem.
Em 1968, Sathya Sai Baba viu que seu país, a Índia, enfrentava uma crise em cada esfera da
atividade humana, o que era um obstáculo ao apropriado desenvolvimento da juventude do país,
sendo assim uma crise moral e espiritual. Por isso, Sai Baba sentiu que o único caminho para ajudar
a juventude seria reorientar o sistema de educação indiano para nele infundir uma austeridade moral
e espiritual.
A intenção de Sai Baba não é a criação de mais uma seita ou uma nova religião, muito
menos a distinção entre religiões, credos e raças, e sim ensinar a Unidade na Diversidade. E à
medida que se estuda sua obra, verifica-se que Sai Baba vem dedicando sua vida a ajudar os
necessitados, fundando escolas, universidades e hospitais, incentivando, ao mesmo tempo, a buscada auto realização traçando um programa de grande alcance, que inclui o serviço desinteressado ao
próximo, meditação e oração, cânticos devocionais, círculos de estudos e Educação em Valores
Humanos. Como ele apresenta:
Política sem princípios, educação sem formação de caráter, ciência semhumanidade e comércio sem moralidade são não somente inúteis masirrefutavelmente perigosos.Amor como pensamento é Verdade. Amor como ação é Retidão. Amor como
compaixão é Paz. Amor como sentimento é Não-Violência. (SAI BABA, 2000,p.06)
A implementação de seu programa de Educação em Valores Humanos, encontra-se
representado em mais de 150 países no mundo, por exemplo: Canadá, China, Estados Unidos,
Indonésia, Inglaterra, entre outros.
No Brasil, a primeira escola surgiu no Rio de Janeiro - RJ , com o nome Escola Sathya Sai
De Vila Isabel, no ano de 1993. Mais tarde surge a escola Sathya Sai de Pernambuco, em 1999. E
nos anos de 2001, 2002 e 2004, respectivamente, as escolas Sai de Goiás, São Paulo e Minas
Gerais. As principais metas da educação são a excelência humana junto com a excelência
acadêmica, assim como a formação de um caráter íntegro e aberto ao serviço solidário. Estas
Escolas aplicam na íntegra o Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos na educação
formal, em sua forma laica, gratuita e integral de forma simples, profunda e efetiva. Nas Escolas
Sai, a educação é sempre oferecida de forma gratuita. A manutenção destas escolas se dá mediante
doações e, também, por meio do serviço voluntário de profissionais que desejam levar adiante este
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projeto. É importante ressaltar ainda que tal equipe deve assumir o compromisso de viver os valores
humanos que deseja propagar.
Portanto, os Valores Humanos podem ser uma proposta de auxílio para a crise da educação,
sendo um tema transversal uma vez que reintegram todos os aspectos isolados uns dos outros às
disciplinas e é transdisciplinar, pois promove a interação entre e além das disciplinas sem fazer com
que estas modifiquem seus conteúdos. Nesta perspectiva é que irá se conhecer o programa de
Educação em Valores Humanos EDUCARE proposto neste trabalho .
CAPÍTULO 2
PROGRAMA EDUCARE
2.1 - O Surgimento do Programa Educare
A obra de educação com base em Valores Humanos definida pelo mestre indiano Sathya Sai
Baba teve início em 1968, quando este preocupado com o momento de crise moral e espiritual 1 por
que seu país, a Índia, passava, resolveu fundar uma escola gratuita para meninas. De acordo comMendes o mestre indiano Sathya Sai Baba, estava
Preocupado em reorientar o sistema de educação indiano e colocar a juventude noverdadeiro caminho, surge uma esperança de renovação e retomada de rumos naeducação. Seu primeiro passo nesta direção foi fundar o Sri Sathya Sai College, emAnatapur (Estado de Andhra Pradesh) para meninas. Logo após, foi feita outraescola para meninos em Brindavan (Estado de Karnataka) e, mais tarde, foifundado o Sri Sathya college em Prasanthi Nilavam. Nessas instituiçõeseducacionais, foi introduzido o sistema integral de valores humanos básicos:
verdade, ação correta, paz, amor e não violência. Após 12 anos de dedicadotrabalho por um grupo de educadores composto por pedagogos, psicólogos eprofessores orientados por Sai Baba, surge uma nova teoria em educação integral,
1 A crise que Sai Baba encontra na Índia remonta do domínio Inglês sobre quase toda Índia, que era uma colônia deenraizamento. A crise econômica no final do século XIX, produziu efeitos desastrosos na Índia, provocando fome,epidemias, rebeliões camponesas.No sistema Hindu, a ordem social esta fundada na desigualdade social, isto é, o sistema de castas criou uma série decamadas sociais, desde a mais alta até a mais baixa, definindo-se em função da geração e não do indivíduo, impedindoqualquer ascensão social.Os conflitos internos entre hindus e mulçumanos se tornaram comuns. Desde a Independência e a formação dos Estadosda Índia e do Paquistão separadamente, a região foi palco de conflitos envolvendo os mulçumanos e os governantes
hindus.
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que direciona o homem no esforço para a perfeição nas dimensões física, vital,emocional, intelectual e espiritual de sua personalidade. (2006, p. 19)
O cuidado com a educação dos alunos se estendia até a formação superior, para isso, o
educador Sathya fundou três faculdades uma em Prashanti Nilayam, uma em Brindavan e outra em
Anantapur. De acordo com Mendes (2006) estas faculdades são gratuitas, reconhecidas pelo
Ministério da Educação da Índia e oferecem cursos de graduação, mestrado e doutorado. Nos dias
atuais o governo indiano adota esta teoria em todas as escolas do país2.
2.2. Objetivo do Programa Educare
De acordo com informações do Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos
(2007), o EDUCARE tem como objetivo básico o desenvolvimento dos Valores absolutos da
Verdade, Paz, Não-violência, Amor e Retidão. Para alcançar esse objetivo, o Programa se baseia
numa visão do homem que abarca todos os níveis de sua manifestação, com uma metodologia que
estimula o desenvolvimento do sujeito em sua totalidade, dando como resultado a manifestação dos
valores humanos. O propósito do Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos é formar
o caráter. Para isso são trabalhados todos os aspectos da personalidade da criança, desenvolvendo
totalmente seu potencial, tornando-a apta a viver sua vida com plenitude. Segundo Sathya Sai Baba
“caráter é a unidade entre pensamento, palavra e ação (...)”. As qualidades que integram um bom
caráter são: o amor, a paciência, a perseverança e a compaixão”. (2000, p.28).
A excelência humana também é um dos objetivos do EDUCARE, apresentando estes três
componentes a serem alcançados: excelência acadêmica, excelência ambiental e excelência
humana, que permitem facilitar o desenvolvimento da personalidade de modo integral, ou seja, o
Conhecer, o Fazer e o Ser.
2 Desde que Sai Baba implantou na Índia o Programa de Educação em Valores Humanos EDUCARE em 1968, eminstituições próprias, começou a perceber mudanças comportamentais e morais nas crianças e famílias. O bomdesempenho escolar e de conduta dos estudantes do Instituto Sathya Sai Baba chamou a atenção dos governantes queestavam implementando programas de saúde e educação no país. O Governo da Índia passa a adotar o programa em
escolas do país com ótimos resultados, sendo atualmente adotado, este programa, de forma integral no sistema deeducação do país.
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2.3. A Mente Como Meio Para Atingir a Excelência Humana
Sathya Sai Baba ensina que se deve utilizar a mente como instrumento para a aprendizagem
dos cinco valores: Paz, Verdade, Não- violência, Retidão e Amor, alcançando a excelência humana.A mente como excelência humana pode assim ser designada a partir da existência da mente
consciente (MC) que é o lugar de aprendizagem onde são selecionadas as informações a que o
indivíduo prestou atenção e é por isso que ela deve estar sempre controlada e quieta para se fazer
bom uso da aprendizagem.
Uma vez controlada a mente consciente, que pode ser feita com os alunos através da técnica
da Harmonização que se vera mais à frente, entra-se em contato com a mente subconsciente
(MsubC) que auxiliará no processo de internalização das emoções, pensamentos que se supre namente consciente. Como exemplo, pensamentos positivos irão gerar paz interior e contentamento.
Controlada as emoções positivas e negativas entra-se na mente super consciente (MsupC) que é a
mente pura, que conhece o todo, pois é a consciência dentro do homem e pode ser alcançada através
da meditação.
Portanto, para ocorrer uma aprendizagem real e unificadora deve-se ensinar às crianças
desde a mais tenra idade e aos jovens dentro da sala de aula ou aos próprios filhos a acalmarem suas
mentes por meio de relaxamento, pois assim acalmam os sentidos, impregnando e ensinando o lado
bom e positivo das situações do cotidiano de suas vidas e do mundo em que vivem para ocorrer uma
assimilação de conceitos disciplinares, de vida, de Valores de uma forma positiva que gera paz,
tranqüilidade para que possam começar a trilhar o caminho para consciência interna, que é divina e
sábia. Não significa que se vão tirar os Valores Humanos do interior da criança e sim lembrar a sua
mente super consciente os valores lá imbuídos. É possível alcançar esse objetivo, mas temos que
fazer tudo com muito amor e dedicação, lembrando que, segundo Sai Baba, a Excelência Humana
consiste em verdade, ação correta, paz, amor e não-violência.
Sathya Sai Baba explica que (...) ”o processo de aprendizagem, o tomar consciência, os
pensamentos e a compreensão, tudo isso tem lugar na Mente Consciente” (2007). Então é preciso estar
alerta, mantendo a Mente Consciente disciplinada e concentrada. E isto se consegue por meio da
vivência dos cinco valores, por ele preconizado, tanto por parte do professor, do aluno, da família e
da sociedade onde se insere.
2.4.Os Cinco Valores do Programa Educare e seus níveis
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Muitos profissionais, educadores, pensadores, falam de Valores tais como o Amor e a Paz,
mas não de um método de conduta para alcançá-los. E é neste ponto que Sai Baba vem contribuir
com sua proposta, pois trabalha os cinco valores: Retidão, Paz, Não-Violência,Verdade e Amor, por
meio de cinco técnicas relacionadas com estes valores absolutos. Conhecer melhor o que significa
estes valores e que níveis (físico, emocional, intelectual, psíquico e espiritual) cada um deles atua
no indivíduo é o objetivo deste tópico.
2.4.1.Os Cinco Valores
A RETIDÃO é a manifestação concreta da consciência humana por meio do corpo físico.Ao mesmo tempo em que a ação correta cria uma entrada para a Mente Consciente, que será mais
elevada, ela provê o programa necessário para nossa vida, já que tudo será arquivado em nossa
Mente Sub-Consciente. Há alguns subvalores ligados á Retidão: Dever, Responsabilidade, Respeito,
Bondade, Ética, entre outros.
A PAZ está relacionada ao controle das emoções e da mente, conseguido através da
meditação e outras técnicas de harmonização. Uma vez estabelecidas a ação correta e a paz, a mente
se elevará cada vez mais em direção à super-consciência, o que dá conhecimento e sabedoria. A
partir disso conseguimos usar a intuição para resolver qualquer tipo de problema, fazer novas
descobertas e assegurar nosso sucesso em qualquer empreendimento. Os subvalores da Paz: Calma,
paciência, Tolerância, Concentração, Autocontrole.
A NÃO-VIOLÊNCIA está ligada à espiritualidade, a viver em harmonia com todos os
seres e a ter coerência entre pensamento, palavra e ação. Este valor traz um equilíbrio no
desenvolvimento de todos os valores, todos os anteriores são necessários e requerem não-violência.
Alguns subvalores da Não-Violência: Fraternidade, Patriotismo, Respeito à natureza,
Responsabilidade cívica, Concórdia.
A VERDADE é o conhecimento eterno que se adquire através do auto-conhecimento e está
ligado ao nível intelectual. Por meio do uso da Mente Super-Consciente alcançamos a verdade
absoluta. Os subvalores que podem ser trabalhados são: Discernimento, Lealdade, Justiça,
Humildade, Honestidade.
O AMOR se relaciona à intuição, pois vem diretamente do nível superior de cada um, de
nossa porção divina, a Mente Super-Consciente. Ele se manifesta por meio dos valores anteriores.
Pode-se trabalhar com subvalores como: Amizade, Alegria, Doação, Perdão, Gratidão.
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2.4.2. Conceitos e Níveis
Tradicionalmente, a educação tem se dedicado, em especial, ao desenvolvimento do nível
Intelectual ou Mental, e não mais que isso. Mas é importante desenvolver todos os níveis com
objetivo de elevação do ser humano.
Essencialmente, cada um em si é um Ser, que se manifesta por meio da personalidade,
aquilo que se vê e percebe de si. A personalidade pode ser subdividida em cinco níveis, de acordo
com a sua função: atuar, sentir, pensar/discernir, intuir/amar, ser. Cada uma dessas funções
representa um nível da personalidade, que são, desde o aspecto mais visível, até o mais sutil: Físico,
Emocional, Intelectual, Intuitivo e Espiritual. Cada um destes, por sua vez, está ligado a um valorhumano:
Níveis da
Personalidade
Funções dos Valores
Níveis Humanos Relativos
Físico Agir Retidão HabilidadesEmocional Sentir Paz Equilíbrio emocional
Intelectual Pensar Verdade Conhecimento
Intuitivo/psíquico Intuir Amor Amabilidade
Espiritual Ser Não violência Compreensão
FIGURA 1: Quadro dos Níveis de Personalidade: Humanos e Relativos, segundo Sai Baba.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória. 2008.
2.4.3 Níveis da personalidadeA compreensão dos níveis da personalidade auxilia o professor na sala de aula a entender as
atitudes e desejos dos alunos, pois por meio da prática do método EDUCARE que é trabalhar os
valores absolutos e os sub-valores aliados à compreensão da personalidade, fica fácil trabalhar os
conteúdos:
Físico: É o que comumente chama-se de corpo. É o nível por meio do qual se manifestam as
ações e está relacionado com a Verdade em ação. O desenvolvimento de um corpo saudável,
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dedicado à execução de tarefas necessárias para uma vida útil à sociedade e o desenvolvimento de
bons hábitos, submetidos à disciplina necessária para cumprir com as metas propostas para a vida.
A função específica deste nível é o AGIR e está associado ao valor RETIDÃO.
Emocional/mental : É o nível que abrange os sentimentos e emoções e está relacionado com
a correta utilização dos sentidos. As respostas emocionais dos sentidos devem ser controladas para
que se tornem instrumentos do bem estar individual e social. Este nível está muito relacionado com
a respiração (inspiração e expiração); por isso, as emoções modificam a respiração e o controle da
respiração facilita o controle das emoções. É o nível do SENTIR. Quando experimenta-se o
equilíbrio emocional, experimenta-se o valor PAZ .
Intelectual : É o lugar dos pensamentos e dos mecanismos com eles relacionados. Por meio
deste nível, conecta-se com a realidade, utilizando os sentidos; dessa forma, geram-se os
pensamentos e suas funções: análise, sínteses, deduções. É o nível que capacita o indivíduo para
determinar e diferenciar o correto do incorreto, o duradouro do efêmero, o importante do
superficial, o real do irreal, etc. Neste nível são trabalhados os aspectos ligados ao desenvolvimento
da capacidade de memória que facilitem a percepção da Intuição. É o nível do PENSAR. Nesta fase
se descobre o poder da memória e o auxílio da intuição, e por eles pode-se conhecer o valorVERDADE.
Psíquico/intuitivo: Neste nível aparece uma função do homem pouco utilizada com
consciência e ainda não incluída especificamente na educação: a intuição, essa percepção direta que
não está mediada pelo intelecto; é uma percepção que implica um contato profundo com si mesmo
(intuir: ver para dentro). Está relacionado com o aspecto da personalidade humana mais difícil de
descrever, por ser a qualidade em cada um, que culmina na fonte do Amor. O fluir do Amor requera atuação do aparelho psíquico, ou seja, da alma e dos instrumentos de que ela se vale para
manifestar-se (intelecto, mente, consciência). A mente (fonte geradora de pensamentos e
sentimentos) deve se submeter ao intelecto (fonte do discernimento, capaz de avaliar e validar),
aconselhado pela consciência (manancial de conhecimentos cognitivos adquiridos via
experimentação). É o nível do INTUIR. Da harmonia entre eles experimenta-se esta energia
suprema que tudo envolve e tudo abarca, capacitando-se a experimentar o valor AMOR.
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Espiritual : Este nível é mais conhecido que o anterior, seu desenvolvimento é deixado nas
mãos da educação em diferentes religiões. Em uma educação integral, o espiritual não pode ser
deixado de lado, já que está envolvendo o crescimento total. Este nível é o mais profundo e, ao
mesmo tempo, une todos os outros níveis; por isso, também é chamado nível Unitivo. É o nível em
que se experimenta a unidade na diversidade e a necessidade da atuação com total Não-violência
aos seres vivos, à Mãe-Terra e ao cosmos, só funcionando quando todos os outros níveis estão
incluídos. É o único que pertence exclusivamente ao ser humano e o identifica como tal. É o nível
da função do SER.
Uma vez que identifica-se todas essas áreas de manifestação da personalidade, chega-se à
conclusão que a educação integral é o processo que desenvolve os cinco níveis. A educação tem
como objetivo que estes níveis funcionem cada vez melhor e na medida em que isso ocorre, essebom funcionamento, essa excelência manifesta-se através dos Valores Humanos fundamentais ou
absolutos: Verdade, Retidão, Paz, Amor e Não Violência.
O método de EVH é apresentado em cada aula através de cinco técnicas distintas, visando
trabalhar o ser humano de forma plena em seus cinco níveis de personalidade.
Nível da personalidade Valor TécnicaFísico Retidão Conto/história (3)
Emocional/mental Paz Harmonização (1)
Intelectual Verdade Frase/citação (2)
Intuitivo/psíquico Amor Canto grupal (4)
Espiritual Não violência Atividade grupal (5)
FIGURA 2: Quadro dos Níveis de Personalidade: Valores e Técnicas, segundo Sai Baba.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória. 2008.
2.5 As cinco técnicas educacionais
2.5.1 Harmonização : o contato com a essência divina:
Para não se ser vítima de sua instabilidade mental, deve-se conseguir equilibrar seus picos
emocionais e desenvolver a equanimidade para se alcançar a paz interna. A harmonização está
relacionada ao nível mental/emocional porque atua diretamente na tranqüilidade dos pensamentos;
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fomenta os valores da Verdade e Paz, tranqüiliza as emoções, auxilia na capacidade de
memorização, aguça a intuição e confere a equanimidade mental.
Harmonizar é manter sereno o nível emocional, o mental e o físico. É como se oemocional fosse a água e o mental e o físico fossem o recipiente. Mantendo-o emrepouso, o físico em movimento e a mente concentrada, a água se estabiliza eaquieta o nível emocional. (MESQUITA, 2003, p.78)
A harmonização é a primeira atividade pelo motivo de que a prática dessa técnica resulta em
concentração superior, melhor receptividade e um refinado poder de percepção. Como os
pensamentos, desejos e emoções se estabilizam, uma nova perspectiva de paz floresce.Não só o aluno deve harmonizar-se, mas principalmente o professor, já que a harmonização
do mestre, que é o modelo de conduta para seus alunos, é fundamental para o desenvolvimento de
uma aula bem aproveitada.
Um elemento fundamental na Harmonização é a respiração. Concentrando-se na respiração e
fazendo várias inspirações profundas, consegue-se um bom estado de harmonização. O ar e o ritmo
respiratório equilibram os ritmos físicos, mentais e emocionais.Tipos de Harmonização:
• Sentar-se em silêncio;
• Relaxamento;
• Orações;
• Músicas (canções devocionais “bhajans” mais comumente utilizados na
Índia por devotos de Sai Baba/ ou músicas compartilhadas);
• Meditação;
• Visualização conduzida;
• Focalização em um dos cinco sentidos
2.5.2 Citação/Frase/Provérbio: a ponte para a reflexão
Assim que se fixa a sabedoria da citação, a mente começa a criar conexões entre
a mensagem e as experiências vividas, identificando a relação entre a teoria e a prática.
No momento em que este processo se desencadeia, esta-se dando o primeiro passo rumo
ao conhecimento. Os benefícios advindos desta prática são indescritíveis, pois se põem
em contato com a sua realidade interna e, finalmente, com a Verdade Absoluta.
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Esta técnica, que ajuda a absorver-se o conhecimento de maneira intelectual para
obter compreensão dos valores, é um recurso que propicia ao indivíduo desenvolver o
seu potencial de reflexão e o induz ao questionamento, à argüição, à contemplação,
também estimulando a atenção, o raciocínio analítico e o poder de abstração.
Na sala de aula é uma forma de fazer com que o aluno antes de começar a
estudar os conteúdos das disciplinas do dia já estimule em sua mente o poder de
concentração obtendo uma melhor aprendizagem
O ideal é apresentar citações aos alunos com fundamentos de comportamentos,
sobre ética, solidariedade, compreensão, entre outros.
2.5.3 História : uma forma eficaz de se passar uma mensagemUm bom professor deve ser essencialmente uma “coleção viva” de histórias. As
histórias destacam situações que têm paralelo com a vida e sugerem soluções; elas têm
impacto direto na conduta das crianças e são, por isso, extremamente úteis no cultivo do
valor da Retidão.
O objetivo é estabelecer, por meio de provas e exemplos, que toda história de
sucesso tem, em sua base, pensamento, palavra e ação unificados. O uso de narrativas
tem o poder de acender a imaginação, emocionar e inspirar mediante a identificaçãocom os personagens. Elas propiciam a oportunidade de ultrapassar as fronteiras do
mundo pessoal e descobrir a unidade na diversidade humana. Os mesmos anseios,
dificuldades, dúvidas, fracassos, alegrias e realizações são encontrados em todas as
narrativas das diversas culturas e raças. Com isso, desenvolve-se empatia pelos esforços
e experiências dos semelhantes.
O uso de histórias e narrativas é muito útil para o desenvolvimento da atenção,
pois cria condições para o aluno sentir e aprender profundamente. Por meio dessatécnica, a criança se torna mais intensamente presente para ouvir e aprender, e mais
predisposta a receber o ensinamento que a matéria contém. A narrativa estabelece um
elo entre a mente, o intelecto e o coração; elucida o significado dos conteúdos e do seu
emprego na vida prática.
Para apresentar a técnica, vivencia-se a narrativa (usa-se mímica e expressão
corporal, modulando a voz conforme a exigência da narrativa). Recorre-se à linguagem
rica e simbólica para desenvolver a imaginação da criança e durante a narrativa, é
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preciso fazer algumas pausas para manter o interesse e atenção da classe na história.
Depois de terminada, encorajem-se os ouvintes a manifestar opiniões sobre o conto.
Pede-se que os alunos sentem em círculo e que cada um deles conte sua versão da
narrativa. Por fim, estimulam-se os alunos a falar sobre seu comportamento em relação
aos valores: as dificuldades e facilidades de emprego no dia-a-dia. Pede-se, então, que
eles recontem a história por escrito e a ilustrem com esculturas, pinturas, colagem ou
dramatização.
2.5.4 Canto Grupal : uma aproximação ao outro
Esta técnica está relacionada com o nível Intuitivo e, conseqüentemente, com a manifestação
do Amor. O canto em grupo e a música são os meios mais eficazes para abrir o coração, fazendocom que apareçam sentimentos de harmonia, cooperação, amizade, alegria, etc. Assim se manifesta
o Amor.
A música unida à palavra pode despertar a conexão entre o corpo, mente e espírito. A
afinidade de um grupo se estabelece por ressonância; a energia harmônica leva à comunhão de
energias. Pressões e desentendimentos ocorrem entre membros de um grupo em decorrência da falta
dessa ressonância energética, o que explica as simpatias e antipatias, preferências e aversões.
O canto ajuda a liberação da comunicação e cria novas aptidões ao romper a inibição,ampliando as possibilidades de expressão criativa. Devem-se escolher aquelas letras que falem de
um valor. O professor também pode criá-las, baseando-se em uma melodia conhecida ou
simplesmente fácil de repetir.
Esta técnica proporciona uma consciência de unidade, concretiza a cooperação, ajuda a nos
liberar de medos e ansiedades, desenvolve auto-confiança, e facilita a aprendizagem. A música e o
canto grupal são os meios mais poderosos para colocar o sistema humano em harmonia e ritmo. É
um poderoso método que pode ser utilizado enquanto se ensina um conteúdo ou como umaatividade extra curricular.
2.5.5 Atividade Grupal : o teste da aplicação nas situações
As crianças são dinâmicas e as atividades em grupo ajudam o professor a canalizar suas
energias e promover um senso de disciplina e cooperação. Esta técnica é um laboratório de idéias
que serve como reforço, colocando à prova tudo que foi aprendido e compreendido A idéia básica é
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permitir a interação de modo que o processo de aprendizado multidirecional ocorra. As atividades
fazem com que os valores construam um lugar para si na personalidade da criança.
A técnica está relacionada com o nível Espiritual, pois envolve o funcionamento de todos os
outros níveis e, portanto, aponta para o desenvolvimento da Não Violência. Esse objetivo último se
consegue despertando alegria, cooperação, participação aumentando a imaginação, o poder do
discernimento, a disciplina, o intercâmbio e, fundamentalmente, estimula a autoconfiança. O
trabalho em grupo ajuda a despertar o sentimento de Unidade, e também permite à criança aprender
normas e obrigações sociais, pois assim compreenderá melhor seu ambiente e também poderá
enfrentar diferentes situações. Trabalho este que é tão difícil de se realizar atualmente em toda as
esferas da sociedade.
É importante, ao final da Atividade em Grupo, que esta seja avaliada, propondo a auto-observação através daquilo que se sente, se pensa e se age, favorecendo assim o discernimento e a
coerência já que ela permite que se coloque em prática as virtudes que se aprende.
Para completar esta aula de Educação em Valores Humanos, deve-se acrescentar uma
atividade que coloque em prática, no cotidiano, aquilo que foi aprendido. Isso é a Atividade de
Continuação ou Tarefas de Seguimento que consiste em estimular que o valor trabalhado seja
levado à prática concreta na vida cotidiana da criança. Isso permite às crianças refletirem sobre si
mesmas e melhorarem algum aspecto que considerem dever modificar ou transformar. Isso é feitono lar ou em qualquer ambiente em que elas participem, sendo de fundamental importância a
colaboração dos pais.
Esta tarefa pode ser complementada com questionários, pesquisas, exercícios, etc., sendo
analisada na aula seguinte ou nas subseqüentes para que aquilo que foi vivenciado não se converta
em um conteúdo vazio, mas que se expanda dentro da própria criança e no seu exterior, em direção
aos pais, à comunidade e ao mundo.
2.6. Planejamento de Aula de Educação em Valores Humanos EDUCARE
Para planejar uma aula de Educação em Valores Humanos, selecionou-se um subvalor
adequado à idade e às necessidades e características do grupo, determinando o objetivo e as
atividades a serem desenvolvidas de acordo com o mesmo e, através da continuação, levarão esse
objetivo à vida cotidiana.
Como a característica do programa é “ser vivencial” todas as atividades devem ter um
sentido positivo e deve alcançar o objetivo de experenciar o subvalor escolhido. As crianças vivem
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imersas nos valores porque os experimentam e não porque alguém os aconselhe ou lhes dê sermões
a respeito. A experiência própria e o exemplo do adulto são a melhor fonte de aprendizagem.
A estrutura da Aula Modelo é:
Valor Humano Básico:
Subvalor:
Objetivo: Cada criança deve experimentar ........
Idade sugerida:
1. Harmonização
2. Narração do conto
- Conto: Título Fonte
- Diálogo posterior (segundo subvalor trabalhado)
3. Citação ou frase
- Sua apresentação ou origem
4. Canto em Grupo
- Canção: Título Fonte
5. Atividade em Grupo (escolha livre)- Debate (sobre citação ou conto ou qualquer outro tema)
- Dramatização
- Atividade Artística
- Escrita Criativa
- Outras
Atividade de Continuação
- Aplicação do subvalor na vida cotidianaFIGURA 3: Quadro da Estrutura do Modelo de Aula em Valores Humanos EDUCARE
ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO,Vitória.2008.
2.6.1 Formas de Aplicação
Existem três formas de aplicação do Programa Sathya Sai de Educação em Valores
Humanos: Direta, Indireta e Co-curricular que são métodos de como abordar os cinco Valores.
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2.6.1.1. Direta
O método direto é a aula de Valores Humanos em si, abordando-se as cinco técnicas, num
tempo aproximado de 50 minutos á 65 minutos dentro das escolas. Esta aula ocorre independente
das outras disciplinas, em horários e dias fixados pela escola ou professor, sendo indispensável sua
realização sistemática. A freqüência será determinada pelo docente de acordo com as necessidades
do grupo: pode ser todos os dias, uma vez por semana, uma vez a cada quinze dias. Geralmente, a
freqüência mais propícia é uma vez por semana, estimulando diariamente as tarefas de continuação.
A distribuição das técnicas no período de 50 minutos aproximadamente é a seguinte:
- harmonização: 05 a 10 minutos
- citação: 05 a 10 minutos
- conto: 20 a 25 minutos- canto grupal: 10 a 15 minutos
- atividade grupal: 20 a 30 minutos
Uma atividade pode se misturar com a outra sem problema (por exemplo, a história contada
pode ser em forma de música), desde que não se perca o objetivo propiciado por cada técnica.
A escolha do subvalor a ser tratado e a maneira com será realizado o trabalho dependerá da
faixa etária do grupo, do contexto sócio-cultural a que as crianças estão submetidas, a relação que
mantém com seus familiares, do momento pelo qual o grupo está passando, do número e alunos, dasexperiências de vida trazidas por eles, etc. Os assuntos escolhidos para entrarem em pauta devem
estar correlacionados com o dia-a-dia do estudante, suas necessidades e aspirações.
2.6.1.2. Indireta (ou Integrada)
Esta é uma aplicação muito importante pois integra o ensino dos Valores Humanos às
matérias curriculares já existentes. No sentido estrito, toda a educação deveria estar orientada para o
desenvolvimento dos valores, dentro das disciplinas como Língua Portuguesa, Matemática,História, Ciências, Geografia. Dessa forma, todas as aulas em todas as escolas têm o potencial de se
transformarem em uma aula de Educação em Valores Humanos.
Em uma aula de história, por exemplo, podem-se ressaltar as características positivas de um
personagem histórico ou de um homem importante na história de um povo contando alguma
anedota ou citando alguns dos seus pensamentos ou idéias, e relacioná-lo com o valor que lhe seja
mais característico: por exemplo, Gandhi, Não Violência; Madre Teresa, compaixão, serviço; San
Martin, humildade, espírito de sacrifício, amor à Pátria; Manuel Belgrano, dedicação, esforço,
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abnegação. Em uma aula de Língua, podem-se utilizar citações para fazer produções literárias; em
uma aula de Geografia sobre fauna e flora de uma região é possível introduzir conceitos de ecologia
sobre o cuidado da natureza.
O subvalor será lembrado e vivenciado nas práticas curriculares, pois a situação de ensino-
aprendizagem ocorre em todos os momentos, podendo surgir a partir de um acontecimento da hora
do recreio, por exemplo. O método indireto consiste em relacionar os valores a todas as disciplinas
curriculares da escola, e exige do professor uma atenção permanente ao que acontece para poder
inserir os valores. Este método implica em que o professor tenha pelo menos assimilado a proposta
de EVH e tenha se comprometido a colocar em prática em sua vida essa proposta para poder dar o
exemplo.
O professor é encorajado a tentar extrair os aspectos de valores dos assuntos de aula quetenham a ver com nossa vida diária, fazendo de cada aula da escola uma classe de EVH.
2.6.1.3. Co-curricular
Para o professor em geral, a educação deve ser um processo integral que transcende aquilo
que é meramente informativo. As crianças têm vivências e necessidades muito além dos programas
curriculares, que podem ser canalizadas incorporando-se os valores humanos às atividades co-
curriculares: jogos, representações teatrais, debates, excursões, acampamentos, aulas de EducaçãoFísica, visitas a museus, passeios a jardins, fábricas, laboratórios, etc. A idéia subjacente é que todas
essas atividades estejam orientadas pelos valores para o desenvolvimento do caráter, de modo que o
ensino de Valores Humanos possa ser ministrado em todas as atividades. Toda ocasião é
aproveitável para o despertar dos Valores Humanos nas crianças, como organizar representações
teatrais em um hospital, ou cozinhar algum alimento e reparti-lo entre aqueles que o necessitam.
No método co-curricular, o reforço ao sub-valor trabalhado naquela semana deve ser
aplicado em atividades externas, de modo que o ensino de Valores Humanos possa ser ministradoem todas as atividades.
Finalizando Sathya Sai diz que,
A finalidade da educação é o caráter, e o caráter consiste em uma vontade derenunciar à própria cobiça egoísta. Sem um bom caráter, as pessoas não podemalegar que são pessoas educadas. Neste momento, do que mais se necessita sãohomens de caráter. A educação sem o refinamento do caráter se assemelha a umbarco sem timão, que ninguém sabe aonde nos levará (2007, s/p).
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Para Sathya Sai Baba o objetivo da educação é estabelecer o caráter. Este caráter pode ser
alcançado uma vez que se pergunte aos professores e à escola em geral, de que forma está se
educando crianças e jovens e que tipo de pessoas estes se tornarão? Pois, pressupõe-se que da
reflexão destas questões o professor pode ter uma percepção do que esta desenvolvendo em sala de
aula. É importante ressaltar que se deseje educar crianças felizes que tragam união por meio de uma
educação que auxilie na formação integral do ser e não tratar as crianças e jovens como se fosse um
computador que recebe o tempo todo uma série de informações no intuito de tirar boas notas nos
exames escolares.
CAPITULO 3
EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS:
Cursos e Aplicações
O Instituto Sathya Sai do Brasil de Ribeirão Preto-SP proporcionou aos professores de
Uberlândia e as pessoas que têm afinidade ao tema de Valores Humanos o primeiro curso básico de
Valores Humanos preconizado pelo educador e mestre Sai Baba na cidade de Uberlândia nos dias
01-12-2007 a 02-12 e 09-12-2007 á 10-12 em um primeiro módulo, dando continuidade nos dias 12
e 13-03-2008, realizado na Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social e Esportes localizada à
Praça Tubal Vilela n° 60, centro de Uberlândia –MG.
O curso foi ministrado pelo coordenador geral do Instituto Sai de Belo Horizonte de uma
forma dinâmica e descontraída.
Os participantes do curso puderam vivenciar o que estavam aprendendo, por meio de
dinâmicas, como a elaboração de histórias, peças teatrais, composição de letras de músicas
referenciando valores humanos, reflexão sobre o que pretendiam em estar ali aprendendo sobre
valores e em que isto mudaria em suas vidas, entre outras questões.
O objetivo do curso era capacitar os profissionais de várias áreas, principalmente os da
educação visando auxiliar estes a tratarem de forma mais pacífica os problemas que vão surgindo e
causando situações difíceis ou até impossíveis de resolver.
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Para então qualificar o curso foi aplicado um questionário aos participantes para ter-se uma
aproximação do que eles avaliaram do curso e, assim começar a perceber a aplicabilidade do
programa na sala de aula.
3.1.Curso Básico em Educação de Valores Humanos EVH
3.1.1. Quem são os professores do curso?
Sexo Número PorcentagemMasculino 2 18,2Feminino 9 81,8Total 11 100
FIGURA 4 Tabela: Sexo dos Participantes do curso.Fonte: Pesquisa direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
A FIGURA 4 mostra maiores números e porcentagem para o sexo feminino com nove
pessoas que participaram da pesquisa sobre o uso da técnica de Educação em Valores Humanos, e
menor número e porcentagem para o sexo masculino com duas pessoas.
Escolaridade Número Porcentagemensino fundamental - -
ensino médio 1 9,1superior 1 9,1
Superior incompleto 2 18,2especialização 6 54,5
mestrado 1 9,1Total 11 100
FIGURA 5: Tabela: Escolaridade dos Participantes.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.
ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
A FIGURA 5 mostra maiores números para os professores com escolaridade de
especialização seis (54,5%) e dois (18,2%) com Superior incompleto.
Profissão Número Porcentagemprof ensino infantil 2 18,2
prof ensino fundamental 3 27,2prof ensino médio 1 9,1
prof ensino superior - -
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prof ensino pós-graduação - -Advogada 1 9,1
Assistente técnico deeducação básica
1 9,1
Psico pedagoga 1 9,1Estudante de enfermagem 2 18,2
FIGURA 6: Quadro: Profissão dos ParticipantesFonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
Na FIGURA 6 pode-se observar maiores números para os professores do ensino
fundamental com três professores, seguidos de dois professores do Ensino Infantil e dois estudantes
de Enfermagem.Quanto à renda pode-se observar que oito (72%) dos pesquisados recebem entre dois a
quatro salários mínimos. Conforme Figura 7.
Renda Participantes Porcentagem(%)
menor que 1 salário 2 18,2de 1 a 2 1 9,1
2 a 4 salários 8 72,75 a 6 salários - -
mais de 6 salários - -total 11 100
FIGURA 7: Quadro: Renda dos Participantes.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
As matérias ministradas pelos professores relatadas foram: Português, Matemática,
Geografia, Ciências, História e Geometria. (Ver quadro I em anexo).
A idade dos alunos destes professores varia de 4 a 18 anos. (veja tabela I em anexo). Quantoa local de trabalho observou-se que cinco professores trabalham nas escolas estaduais. (ver quadro
II em anexo) e os horários de trabalho são da manhã e tarde 5 (45,5%), conforme Figura 8.
Horário de trabalho:Número Porcentagem
Manhã 2 18,2Manhã e tarde 5 45,5Manhã e noite 1 9,1
Tarde 1 9,1
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Noite - -Não trabalha 2 18,2
Total 11 100FIGURA 8: Horário de Trabalho dos Participantes.
Fonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
Em relação a ter outro emprego 6 professores disseram não (quadro III em anexo). E três
disseram sim, sendo que dois trabalharam em Escolas Estaduais e um em uma clínica de massagem
e estética (quadro IV).
3.1.2. Interesse dos Professores e outros profissionais pela técnica do Programa Educare
Dos onze participantes do curso, oito disseram que houve interesse de outras pessoas pelatécnica que eles repassaram ou comentaram, e três participantes disseram que não houve interesse
de outras pessoas pela técnica. (ver quadro V em anexo).
Dentre os Participantes do curso, oito repassaram a técnica para filhos, para a Escola que
trabalha, para amigos, para professor de outra escola, para a família, para profissionais de outra
área, e um apenas comentou para os pais e professores da escola em que trabalha e três não
repassaram, nem comentaram sobre a técnica. (ver quadro VI e VII em anexo). Em relação ao que
as pessoas às quais a técnica foi repassada ou comentada, uma primeira pessoa ficou interessada empraticar a técnica e repassa-la à outras pessoas. Uma outra que é professora gostou muito dos
resultados da aplicação da técnica dentro de sala de aula com seus alunos, pois estes se mostraram
mais atentos e compromissados. Uma terceira ainda não havia aplicado a técnica por inteiro e sim
apenas uma ação ou outra no trabalho. Uma quarta pessoa disse ainda não perceber resultados e
uma quinta pessoa que houve mais interesse dos pais em reuniões.(quadro VIII).
3.1.3.- Dados sobre a aplicação da técnica de EVH
Dos onze professores entrevistados oito (72,7%) tinham aplicado a técnica de EVH e três
(27,3%) ainda não (conforme Figura 9 abaixo) e relataram que encontraram algumas dificuldades
para adequar à técnica no cotidiano dos alunos como: alguns alunos não gostam, não têm
compromisso com a proposta de trabalho ou sentem-se envergonhados; algumas crianças são muito
agitadas e têm dificuldades para relaxamento e concentração; dificuldade em adequar músicas,
citações, histórias ao interesse do aluno dentro da sua faixa etária e hábito social, quando estes não
demonstram interesse nenhum em nada dentro da escola e por isso precisam de mais auxílio e a
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falta de disciplina por parte dos alunos compromete o andamento da aplicação da técnica. (quadro
IX).
Você já aplicou a técnica de EVH?NÚMERO PORCENTAGEM
Sim 8 72,7Não 3 27,3
TOTAL 11 100FIGURA 9: Sobre quem já aplicou a técnica de Educação em Valores HumanosFonte:Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
Quanto aos resultados imediatos obtidos após a aplicação da técnica, os professores
relataram que quanto à eles mesmos iniciaram uma mudança de paradigmas, procurando perceber
se suas atitudes estavam certas ou erradas dentro das escolas e em casa com seus filhos e/ou
familiares. No geral, dentro das instituições educacionais que trabalham obtiveram uma melhora na
disciplina dos alunos e auto-valorização; quando trabalham com a técnica da Harmonização os
alunos gostam muito e ficam mais atentos aos conteúdos das disciplinas e mais satisfeitos em
aprender; quando estão trabalhando com a técnica do contar histórias com crianças de cinco anos,
por exemplo, a reação é imediata, algumas se emocionam e os valores embutidos na história são
rapidamente percebidos por elas e praticados em sala de aula no decorrer do tempo. É claro que osresultados ainda são pequenos mas gradativos e auxiliam na mudança da relação de aluno e
professor na escola.
3.2. O Instituto Sri Sathya Sai de Educação do Brasil
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FIGURA 10: Foto: Instituto Sri Sathya Sai. Ribeirão Preto-SP.Foto da Autora, 2006.
No intuito de demonstrar uma realidade do processo de ensino-aprendizagem sobre uma
nova perspectiva foi realizado um estudo baseado no programa de Educação em Valores Humanos-
EDUCARE do mestre e educador indiano Sathya Sai baba.
A título de exemplificação da prática de sua metodologia educacional foi escolhido para
observação uma das cinco escolas SAI no Brasil, no caso a de Ribeirão Preto-SP, a fim de perceber
e entender de forma mais integral a aplicação do programa. A escolha do lugar de estudo se deu
pelo fato da instituição em Ribeirão Preto-SP ter cunho educacional baseado na organização Sri
Sathya Sai da Índia e ser uma das pioneiras aqui no Brasil.
Nos estágios realizados na licenciatura nas Práticas de Ensino no curso de Geografia, da
Universidade Federal de Uberlândia no Estado de Minas Gerais, observou-se que a maioria os
alunos eram dispersos, rebeldes, indisciplinados e desrespeitosos para com os seus professores e
colegas de sala de aula. Os professores, por sua vez, não sabiam como lidar com a situação se
utilizavam também de métodos que não colaboram para auxiliar o aluno na sua conduta dentro da
instituição educacional. Perante esta situação a pesquisadora passou a refletir que de alguma forma
algo havia se perdido no tempo durante as gerações e percebeu se podia ser a falta de caráter
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humano, ou seja, faltava reavivar os valores inerentes ao ser humano que foram se perdendo por
conta da pressa de hoje em conseguir TER e não mais em SER.
FIGURA 11: Foto da Flor de Lótus com os valores preconizados por Sai Baba.
Foto da Autora, 2006.
Nesta visita à cidade de Ribeirão Preto-SP à Instituição Sri Sathya Sai do Brasil manteve-se
contato com professores, alunos, cozinheiros, diretores, coordenadores entre outros. Uma das
perguntas foi ao fundador e mantenedor, senhor Dalton, sobre que o motivou a fundar a escola.
Em resposta, Dalton, disse-me que em sua visita à Índia, país de origem do programa e onde
se encontra Sai Baba, ele observou o quanto as crianças e jovens da instituição são dóceis, amáveis,
educadas e calmas em suas falas e atitudes. E isto ocorre não por uma questão cultural, pois ele
acredita que o Brasil também tem uma cultura favorável como à deles, a diferença é o querer e
acreditar em realizar.
A instituição de Ribeirão Preto-SP se mantém por meio de doações da comunidade, da
organização que manda um recurso mensal e quando a prefeitura pode, também contribui mas sem
vínculos com a instituição. O terreno foi doado pela prefeitura e a construção do prédio por um
casal de devotos de Sai Baba. Os funcionários (professores, cozinheira) são remunerados pela
comunidade e associação de moradores. Diretora, supervisora e outros profissionais, como
psicóloga são voluntários.
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A escola oferece aos alunos uma área verde onde podem aplicar em conjunto com a natureza
as cinco técnicas (harmonização, contos de histórias, cantos, atividade em grupos,...). As salas de
aula são espaçosas e bem ventiladas. Possui um jardim com canteiros de flores e também cultivam
uma horta de folhas e legumes que são consumidos pelos próprios alunos. As professoras trabalham
com a música para trabalhar sensibilidade e concentração. Utilizam colagens, teatro, pintura leitura
de texto, tudo abrangendo os valores humanos. A capacitação é feita e obrigatória com um curso
básico de valores humanos, depois um intermediário e o de especialização oferecido na instituição à
elas e a qualquer profissional que se interesse. Os profissionais possuem formação acadêmica.
FIGURA 12: Portão de entrada do Instituto Sri Sathya Sai. Ribeirão Preto-SP.Foto da Autora, 2006.
Com relação aos professores de Ribeirão Preto-SP, nenhum é devoto de Sai Baba e todos
possuem diferentes religiões, nos mostrando e reafirmando de que o programa não tem nenhum
vínculo religioso e que é respeitado e aceito por todos que passam a ter contato com ele. Os
próprios professores de Ribeirão trabalham em outras escolas da prefeitura e aplicam de forma
indireta o programa por conta dos bons resultados que vêm obtendo na sala de aula com os alunos
da instituição Sai. É perceptível por eles e pela comunidade a melhora de conduta dos alunos.
Ressaltou-se que conflitos existem como em qualquer outro lugar, mas o diferencial está na
forma de como eles são tratados e resolvidos, pois sempre se coloca os valores à frente. É, portanto
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uma semente plantada dia a dia, com a colaboração de toda a equipe da escola e comunidade. Os
profissionais se reúnem todos os dias para conversarem sobre os problemas e tentarem retratá-los.
Os alunos que se interessam pela instituição, apenas têm que se inscrever e serão escolhidos
por ordem de chegada. O número por sala é de 20 alunos.
A título de exemplificação serão apresentadas algumas características da instituição e sobre
a conduta dos profissionais, as três turmas, a coordenação, a cantina e pouco do que é o programa
em sua aplicabilidade.
De maneira geral todos os profissionais trabalham de forma direta os valores humanos
dentro na escola. Cada dia o professor trabalha os conteúdos curriculares e pedagógicos, mas
incluindo todo momento estes valores. A cada módulo eles escolhem um sub-valor a ser trabalhado.
A professora Régia formada em pedagogia, trabalha com os alunos do 1° nível (3-4 anos)em uma turma de aproximadamente 20 alunos. Na sala de aula os meninos trabalham com pintura,
massinha, jogos dirigidos, contação de história como em escolas “tradicionais”. A diferença está na
forma que ela trabalha o cognitivo das crianças, incluindo os valores humanos. Todo exercício feito
com as crianças é abordado um valor, seja ele absoluto ou relativo. No dia em questão ela
trabalhava o amor ao próximo e a responsabilidade pedindo a eles que demonstrassem isto por meio
da pintura. A profissional demonstra grande satisfação no que está realizando e percebe-se a
integração dos alunos com ela e com os colegas em si.
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FIGURA 13: Foto: Crianças do primeiro ciclo do Instituto Sri Sathya Sai em sala de aula.Ribeirão Preto-SP.Foto da Autora, 2006.
A professora Flávia, também formada em pedagogia, trabalha com crianças do 2° nível (4
para 5 anos). Ela começa a aula com a Harmonização (fechar os olhos por alguns minutos e
perceber os sons da natureza). Depois coloca uma música que tratava da cordialidade que se deve
ter para com todos e pede às crianças que toquem umas nas outras para se perceberem nos outros.
Foi fantástico, pois nesta turma têm duas crianças, uma surda e uma com deficiência mental, mas
que conseguiram demonstrar e retratar o que ouviram e sentiram por meio da sua expressão
corporal. Os alunos ficam concentrados e respeitam seus colegas, cada um falando na sua vez.
Depois foram para a horta mostrar o que plantam, tudo com muito entusiasmo.
FIGURA 14: Foto: Crianças do segundo ciclo do Instituto Sri Sathya Sai em sala de aula.Ribeirão Preto-SP.Foto da Autora, 2006.
A professora Raquel trabalha com as crianças do 3° nível (5 para 6 anos) e também possui
formação acadêmica. Seus alunos já começam a questionar os valores e perguntam afirmando que
estão colocando em prática em suas casas os valores com sua família.
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A professora fez um círculo para que todos se observem e pediu para cada um contar um
pouco de suas vidas em sua comunidade, ensinando o valor do respeito, da compreensão.
FIGURA 15: Foto: Crianças do terceiro ciclo do Instituto Sri Sathya Sai em sala de aula.Ribeirão Preto-SP.Foto da Autora, 2006.
Enquanto aguardava as crianças para a hora da recreação, a pesquisadora conversou de
forma informal com a cozinheira que lhe disse que a alimentação é feita a base de grãos, legumes,
verduras, frutas, iogurtes entre outros, e que não há o consumo de carne, como é em todas as
instituições Sai. Os professores também se alimentam na escola.
Observou-se que enquanto ela preparava a alimentação do dia ela mantinha o som demúsicas que suavizam o ambiente. Naquele lugar não se via conversas paralelas. Isto é uma forma
de harmonização de energias no ambiente que têm o objetivo de restabelecer o organismo.
Os alimentos, quando ingeridos, transformam-se na energia geradora depensamentos, emoções e movimentos. O cuidado com a alimentação tem sidodesprezado. Atualmente damos mais atenção à qualidade do combustível dasmáquinas do que ao que move o nosso corpo. Devemos voltar a dar prioridade aosalimentos sadios, naturais e energéticos, livres de conservantes. É preciso comerqualidade e não quantidade, pois o controle da gula facilita o domínio dos demaisimpulsos. Alimentação sadia e equilibrada gera saúde física e mental. O
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conhecimento do valor nutritivo do alimento e sua ação energética ajudam adesenvolver a percepção superior. (MARTINELLI, 1996 apud MENDES, 2006,p.58).
Os cuidados com uma alimentação mais nutritiva, com alimentos mais puros, podem
auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que, os corpos estando bem, a mente e o
cérebro, também funcionam apropriadamente, gerando então uma boa compatibilidade neste
processo.
FIGURA 16: Foto: Cantina da Instituição Sri Sathya Sai. Ribeirão Preto-SP.Foto da Autora, 2006.
A Instituição Sathya Sai conta com o apoio material e financeiro dos pais das crianças que
estudam na escola sempre que são solicitados, como por exemplo na realização de diversos eventos
festivos. Existe no próprio terreno da Instituição uma Associação de moradores, COMPLEXO
RIBEIRÂO VERDE, onde residem algumas crianças que freqüentam a escola, facilitando assim o
acesso destas ao ensino, uma vez que pertencem como na maioria dos alunos da Instituição à classe
média baixa.
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Portanto, torna-se importante para estas famílias este acesso a uma educação que contribui
para a formação integral das crianças.
FIGURA 17: Foto: Associação dos Moradores do Complexo RIBEIRÃO VERDE.
Ribeirão Preto-SP.Foto da Autora, 2006
3.3. Aplicação da técnica de EVH na aula de Geografia na Escola Estadual
Ângela Teixeira Silva, em Uberlândia, MG
Tendo em vista que no curso de Educação em Valores Humanos não havia professores de
Geografia em atividade em sala de aula, fez-se necessário levar a técnica para a sala de aula do
professor de Geografia. Escolheu-se, então, uma escola da rede estadual de ensino. Foi contactadoum orientador educacional no período da tarde e outro no período noturno. Foi entregue um oficio
elaborado pela universidade a qual a pesquisadora pertencia e assim formalizado a atividade.
Explicado a técnica e dado à autorização para contactar o professor de Geografia procurou-se no
horário escolar dia e hora da aula.
A Escola Estadual Ângela Teixeira Silva situa-se na Rua Lambari n° 385, bairro Osvaldo
Resende, em Uberlândia-MG, contando com uma boa infra-estrutura física, com salas amplas tendo
em média de trinta e cinco a quarenta alunos por sala. A Escola no período vespertino tem turmas
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de sexto ao nono ano do ensino fundamental e no período noturno primeiro, segundo e terceiro ano
do ensino médio.
Os alunos que se teve contato foram receptíveis ao trabalho que estava sendo proposto,
embora um pouco indisciplinados. Mas em sua maioria são educados e prestativos. Existe na Escola
turmas com sérios problemas de disciplina e aprendizagem, sendo até pedido por parte da diretoria e
dos professores em geral a possibilidade de auxiliá-los na escola com o Programa de Educação em
Valores Humanos EDUCARE, pois gostaram da forma com que os valores são inseridos nas
disciplinas e perceberam interesse pelo programa por parte dos alunos, acreditando então, ser de
grande auxilio para conseguir-se modificar esta realidade atual da Escola.
Trabalhou-se no período vespertino com uma turma do sexto ano do ensino fundamental na
aula de Geografia no dia dez de junho de 2008 e com uma turma do primeiro, uma do segundo euma do terceiro ano do ensino médio na aula de Geografia no período noturno nos dias onze, doze e
dezesseis de junho de 2008 na referente escola.
3.3.1. Sexto ano do Ensino Fundamental.
No período da tarde escolheu-se o 6º ano e no intervalo das aulas foi explicada a professora
a técnica de EVH. Solicitou-se à professora seu planejamento para a aula do dia e adaptou-se a
técnica de EVH. Na aula anterior a professora estava trabalhando cidadania. Tinha solicitado aosalunos que fizessem uma pesquisa na família e na comunidade sobre problemas de saúde,
ambientais e sociais e que fizessem um cartaz retratando estes problemas assim como uma carta
para o prefeito. Dos 32 alunos presentes apenas 5 fizeram os cartazes e dois escreveram uma carta.
A professora, então, solicitou aos alunos que fizessem grupos de seis pessoas e juntos fizessem um
novo cartaz utilizando revistas e colagem, sendo que quem fez o trabalho anteriormente em casa
seria o coordenador do grupo, sendo o seu trabalho uma referência. A pesquisadora distribuiu
cartazes em branco para que fizessem a colagem e uma folha em branco para escreverem uma cartade cada grupo.
Antes de iniciarem o trabalho a pesquisadora fez as três primeiras partes da técnica em EVH
(harmonização, citação e estória) da seguinte forma:
• Harmonização: Ouvir os sons que estavam em volta de si. Depois todos tinham que
falar os sons que ouviram. Foram repetidas quatro vezes esta ação e a cada uma
solicitava aos alunos que procurassem ouvir sons mais longe ainda.
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• Citação: Em seguida foi apresentada aos alunos a frase que foi lida primeiro em voz alta
pela pesquisadora e depois em silêncio pelos alunos. O cartaz com a frase foi fixado no
quadro e permaneceu ali até o fim da aula.
• História: Em seguida contou-se uma história: A SABEDORIA DO MESTRE (Anexo
III).
• Canto grupal: Não foi feito
• Atividade de grupo: fazer os cartazes e a carta ao prefeito.
• Atividade de Continuação: ao final da aula solicitou-se aos alunos que procurassem
aplicar o valor amor na vida cotidiana
Após esta introdução os alunos em grupo deram início às atividades sobre cidadania, tema
da aula no dia. Após muita confusão os alunos formaram os grupos e começaram a trabalhar. Foi
preciso ocupar o tempo da aula do professor de inglês, pois a atividade seria pontuada.
Os grupos que terminaram mais cedo colaram seus trabalhos no quadro e junto com a
pesquisadora foram lendo e discutindo sobre os trabalhos dos colegas. Solicitou-se à professora da
sala que na próxima aula ela fizesse um fechamento do assunto com os alunos enfatizando a questão
do amor, ou seja, doar-se. Enfatizando que é por meio do amor ao próximo que podemos ser
melhores e assim exercer a cidadania plena, pois, quem ama, ama a si mesmo e ao próximo.
Por meio da observação em sala de aula, verificou-se que os alunos gostaram muito da
atividade principalmente da harmonização. Em relação à unidade para formar grupos verificou-se
uma desordem e falta de unidade. Demonstraram muita briga e burburinho dentro da sala de aula
sendo preciso que a professora dissesse que iria tirar dois ou três alunos que não ficassem quietos
para terminarem a atividade.
Em relação à professora de Geografia ela foi muito atenciosa e aberta para receber ali
mesmo as informações de como era fácil aplicar a técnica de EVH no conteúdo de Geografia.
Mostrou-se disposta em continuar aplicando e solicitou material para si e para outra professora.Para solucionar a questão da formação de grupos foi recomendado à professora que
continuasse a aplicar a técnica.
Durante o intervalo para entrar na sala de aula uma professora de outra sala do sexto ano
solicitou ajuda com uma sala que eles não conseguiam nem dar conteúdo. Informou que os
professores estavam cansados e não sabem mais o que fazer com a turma. A pesquisadora informou
que iria repassar o pedido para os organizadores do Curso Básico de EVH e que logo eles entrariam
em contato. Também foi entregue a eles o material sobre a técnica.
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3.3.2. Primeiro ano do Ensino Médio Noturno
A professora da sala que já tinha sido orientada que a turma do segundo ano “estava vendo”
a mesma matéria fonte de energia. Os mesmos iriam ser pontuados. Aplicou-se a técnica do silêncio
interior. Também foi explicada a parte científica da harmonização, ou seja, que se constituía numa
das fases da meditação. Foram desenhadas no quadro as duas partes do cérebro humano e
delimitado a área que o ser humano usa. Em seguida fez-se outro desenho com as mesmas áreas de
tamanho maior representando o cérebro humano após a prática da meditação. Foi enfatizada aos
alunos que a meditação melhora a atenção, a memorização e despertam reações químicas saudáveis
para o organismo humano. Após aplicou-se a frase e depois a estória do Tsuname. Começou aí
neste momento muitas perguntas sobre meditar e foi explicado a eles a meditação da luz que sai devocê e vai até o universo, saindo da sala, passando pela escola, pelo bairro, pela cidade, pelo estado,
pelo país, pelo continente sul americano; pela terra, pela galáxia, pelo universo. Foi explicado a eles
que procurassem expandir a luz para aqueles que um dia os agrediram e para os que já o amam. Em
seguida deveriam retornar fazendo o mesmo percurso, recolhendo a luz que estava mais forte, pois,
foi compartilhada com o outro.
A professora gostou muito e praticou junto com os alunos. Em relação a esta turma foi muito
interessante, pois quase todos participaram muito, e tendo apenas três ou quatro que não ficarammuito quietos.
Os alunos se sentiram muito bem, uns queriam até dormir, outros estavam se sentindo muito
leves e mais relaxados.
Durante o intervalo a professora repassou a técnica para a sua colega de português que veio
pessoalmente buscar a pesquisadora para aplicar na sua turma, que era considerada a mais difícil no
período noturno. Aplicou-se a técnica para eles seguindo o mesmo usado para a turma do 1º ano.
Os professores também solicitaram material sobre o assunto.
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FIGURA 18: Foto: Alunos do Primeiro Ano do Ensino Médio na Escola Estadual ÂngelaTeixeira Silva, Uberlândia, MG.Foto do arquivo da Autora, 2008.
3.3.3. Segundo ano do Ensino Médio Noturno
O professor da turma mostrou-se interessado em como aplicar a técnica, mas não tinha
visualizado ainda como seria esta junção do conteúdo com a técnica de EVH.
O conteúdo que estava trabalhando falava das fontes de energia existentes no planeta Terra.
Os alunos estavam respondendo um questionário para ser entregue para pontuação. Primeiramente,
foi feita a harmonização sobre o silêncio interior com os mesmos procedimentos utilizado no
período da tarde procurando ouvir os sons da sala, da escola, da rua e outros. Foi enfatizado mais osom que cada fonte de energia produz. Procurou-se levar os alunos a tentar escutar o som de uma
plataforma de petróleo que fica em águas rasas, primeiro perfurando, depois o gás a água e por fim
sugando o óleo negro. O mesmo modo para as fontes de energia produzidas pelo vento e água.
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FIGURA 19: Foto: Alunos do Segundo ano do Ensino Médio na Escola Estadual ÂngelaTeixeira Silva, Uberlândia, MG.Foto do Arquivo da Autora, 2008.
3.3.4. Terceiro ano do Ensino Médio Noturno
A professora da sala havia voltado de licença médica no dia da pesquisa, na sua última aula
tinha dado início ao tema Globalização. Antes de iniciarmos a técnica ela solicitou aos alunos que
começassem a fazer um exercício do livro didático, pois iria ser pontuado e deveria ser entregue em
folha separada por cada aluno. E no fim da segunda aula iriam discutir o tema. Depois de uns 15
minutos resolveu que a técnica poderia ser aplicada já que eles estavam conversando ao mesmo
tempo em que faziam o exercício. Aplicou-se a mesma técnica do silêncio interior com a turma só
que com menos discussão sobre os sons ouvidos. Foi explicada para a turma a parte científica da
harmonização ou seja que se constituía numa das fases da meditação. Foram desenhadas no quadro
as duas partes do cérebro humano e delimitado a área que o ser humano usa. Em seguida fez-se
outro desenho com as mesmas áreas de tamanho maior representando o cérebro humano após a
prática da meditação. Foi enfatizada aos alunos que a meditação melhora a atenção, a memorização
e despertam reações químicas saudáveis para o organismo humano. Com esta explicação houve um
maior interesse da professora e dos alunos que não estavam muito interessados em fazer a técnica.
Depois pediram que repetisse o exercício de ouvir o som.
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No final, a professora fez uma discussão com os alunos muito rica sobre a globalização,
utilizando como ponto de partida uma charge sobre a globalização, dizendo que os alunos
precisavam despertar “... o interesse pelo outro e para que antes de fazer algo, pensar no OUTRO,
permitir que mesmo estando vivendo num mundo globalizado, em que o capitalismo gera a
competição de um lado e a miséria de outro possam competir COOPERANDO. Possam pensar no
outro que está vivendo na miséria, nos excluídos e assim quando forem tomar decisões para
aumentar o lucro de suas empresas possam ser menos agressivos e mais HUMANOS.”
Quando ela enfatizou que a união, o amor e o respeito são mais importantes que o lucro do
capitalismo, uma das alunas disse: “que nada professora, homem que gosta de homem, mulher
gosta é de dinheiro”. Respeitou-se a colocação da aluna, mas foi solicitado a ela que olhasse com
um olhar diferente para isto e que o mais importante é o amor no sentido universal da palavra.Ao fim da aula a professora solicitou à pesquisadora, mais material sobre o tema.
FIGURA 20: Foto: Alunos do Terceiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual ÂngelaTeixeira Silva, Uberlândia, MG.Foto do Arquivo da Autora, 2008.
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3.3.5. A Geografia e o Programa EDUCARE
Pode-se dizer que a Geografia estuda e explica os costumes e relações políticas e teológicas
em função do Espaço dos diferentes povos e regiões. É uma disciplina que vai além dos muros da
escola e que proporciona aos estudantes uma visão de conhecimento global, uma vez que propicia
ao estudante uma percepção desde o local em que vive e todas as suas implicações econômicas,
políticas, culturais, religiosas, sociais até a sua interferência nas mudanças físicas, culturais,
políticas, econômicas de outras localidades.
A Geografia pode então e tem toda capacidade em auxiliar na conquista de mais uma
proposta voltada para a Educação na perspectiva de conhecer, verificar e analisar todas as condições
que envolvem o Programa EDUCARE em auxílio a uma nova Educação dentro e fora da sala de
aula.
O programa EDUCARE de Sathya Sai Baba visa contribuir de uma forma geral e integral
envolvendo todas as disciplinas e todos componentes da escola. A Geografia tem um papel
importante junto à aplicação do programa auxiliando na percepção das diferentes culturas e o
respeito que se deve ter com estas; nas relações políticas e econômicas dos diferentes países nos
ensinando o discernimento e a cooperação entre os Governos; no estudo e analise do clima, da
vegetação e suas interações nos ensinando o respeito e sentimento de preservação e amor à
natureza. Estes são alguns pontos que demonstram que o ensino de Geografia somente pelo seu
conteúdo consegue ampliar a visão e percepção do estudante de uma forma mais integral. Portanto,
acredita-se ser relevante que a Geografia leve para a sala de aula seja na rede municipal, estadual,
ou Acadêmica, uma nova proposta de ensino que auxiliara o professor e o aluno na percepção do
mundo de uma forma a conhecer o Ser Humano.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciou-se o estudo perguntando quais os resultados da aplicação das técnicas de Educação
em Valores Humanos pelos professores que fizeram o curso básico de EVH em 2007 em
Uberlândia/MG, ministrado pelo Instituto Sri Sathya Sai de Educação no Brasil do núcleo de
Ribeirão Preto/SP, assim como seria a aplicação das técnicas pelos professores. E se havia aumento
do interesse dos alunos para com o conteúdo ministrado pelo professor. Pode-se dizer então que:
Houve interesse de professores e de outras pessoas;
Houve repasse da técnica para outros além da primeira turma;
Dos onze professores entrevistados 8 (72,7%) aplicaram a técnica de EVH ;
Que após a aplicação da técnica conseguiram resultados rápidos com a maioria dos alunos;
Que alunos com dificuldades de atenção, concentração e memorização, nervosos, e
indisciplinados prestaram mais atenção;
Que ainda existe dificuldade em adequar música, as citações e as histórias ao interesse do
aluno considerando faixa etária e os hábitos sociais dos mesmos;
Existem algumas crianças que não mostram interesse por nada, e por isso ainda precisam de
mais apoio; Que alguns alunos gostam e outros acham que algumas músicas são lentas;
Uma pequena parcela de alunos não teve compromisso, alguns com vergonha ou timidez
não se propuseram a participar.
Quanto aos resultados imediatos obtidos após a aplicação da técnica os professores
relataram o seguinte:
Melhora na disciplina e a auto valorização; Melhor concentração e relaxamento também;
Melhora na adaptação das técnicas como um todo;
Mais tranqüilidade e respeito ao ser humano;
Mais atenção aos conteúdos.
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Os resultados ainda são pequenos, mas satisfatórios. Ocorrem mudanças na relação aluno-
professor e aluno-aluno. Algumas crianças reagem rapidamente, se emocionam com as histórias e
acabam mudando de atitude, por meio dos valores que aprendem.
As pessoas participantes das vivências começaram ou iniciaram uma mudança de
paradigmas. Ficaram interessadas em ler mais sobre o assunto, procurar saber se suas atitudes
estavam certas ou erradas, bem como a maneira mais correta de educar os filhos.
O programa EDUCARE é uma forma de busca de habilidades que se apóiam em técnicas
que auxiliam na busca do conhecimento de uma forma a abranger o todo, se o pesquisador e
possíveis aliados ao programa acreditarem em sua eficácia. É um enfoque transdisciplinar na
educação já que se caracteriza por uma nova forma e linguagem estruturando novas relações
independentes da realidade em que estão sendo inseridos.O resultado da aplicação das técnicas EVH traz mais calma para os alunos, possibilita
melhorar a atenção, relaxa e permite que “os alunos despertem o interesse pelo outro e possam antes
de fazer algo pensar no OUTRO, permite que mesmo estando vivendo num mundo globalizado, em
que o capitalismo gera a competição de um lado e a miséria de outro possam competir
COOPERANDO. Podem pensar no outro que está vivendo na miséria, nos excluídos e assim
quando forem tomar decisões para aumentar o lucro de suas empresas possam ser menos agressivos
e mais HUMANOS”, segundo relato da professora de Geografia do terceiro ano noturno do ensinomédio em sua aula sobre Globalização.
Como sugestão para os professores foi entregue alguns exemplos de aula utilizando os
Valores Humanos para continuarem aplicando nas aulas. Inclusive para dois professores de outras
disciplinas que se interessaram (anexo III).
Portanto as respostas estão no resultado imediato em que os alunos e professores da sala de
aula sentiram quando praticaram as técnicas e se mostraram interessados em praticar, por exemplo,
a harmonização antes de fazer uma prova, de aprender um conteúdo, ao se deitar, ao se levantar econsigo mesmo diante de um fato qualquer.
De acordo com o programa EDUCARE o aumento do interesse pelos alunos às aulas é
imediato e com a continuação da aplicação da técnica podem-se obter grandes resultados na
disciplina e na conduta com o outro. Mas é claro que não se pretende dizer que existe a perfeição e
que as situações dramáticas que as escolas passam hoje estejam fora do contexto da Instituição
Educacional que já aplique ou venha aplicar o programa EDUCARE, mas sim que a forma com que
são tratadas estas situações é que as amenizam e fazem com que sejam resolvidas de forma branda.
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Para finalizar este trabalho é preciso dizer que a pesquisadora aprendeu com este grande
educador indiano, Sathya Sai Baba, que : A VERDADEIRA EDUCAÇÃO É O AMOR.
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REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Ulisses F. PUIG, Josep Maria. Educação e Valores: pontos e contrapontos. São Paulo:
Summus, 2007.
BOFF, Leonardo. A Águia e a Galinha: uma metáfora da condição humana. 45ªed. Petrópolis,RJ: Vozes, 2007.
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ANEXO I: Questionário Aplicado aos Participantes do Curso básicode Educação em Valores Humanos em Uberlândia, MG
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ANEXO I- Questionário Aplicado aos Participantes do Curso básico deEducação em Valores Humanos em Uberlândia, MG
Questionário
Olá professor.Solicito seu apoio no sentido de preencherem este. Estas informações permitiram a conclusão docurso de graduação em Geografia na UFU.
1- IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO:1.1- Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
1.2- Escolaridade: ( ) ensino infantil ( ) superior( ) ensino fundamental ( ) pós-graduação
( ) médio ( ) outra ___________________________1.3- Profissão: ( ) professor ensino infantil ( ) professor ensino superior
( ) prof ensino fundamental ( ) prof ensino pós-graduação( ) prof ensino médio ( ) outra especificar ___________________
1.4- Renda: ( ) menor que 1 salário ( ) de 1 a 2 ( ) 2 a 4 salários( ) 5 a 6 salários ( ) mais de 6 salários
1.5- Matéria (s) que ensina ou trabalho que faz: _______________________________________
1.5- Qual é a Idade das crianças que você trabalha: ____________________________________
1.6- Local que trabalha: __________________________________________________________
1.7- Horário de trabalho: _________________________________________________________
1.8- Tem outro emprego: ( ) Sim ( ) Não Se, sim, qual local? ____________________
2- DADOS SOBRE O INTERESSE PELA TÉCNICA:
2.1- Ouve interesse de outras pessoas pela técnica? ( ) Sim ( ) Não
2.2- Repassou a técnica para alguém? ( ) Sim ( ) Não
Se, sim, para quem? _____________________________________________________________
O que essa pessoa relatou sobre os resultados da aplicação das técnicas EVH? E você poderia deixar
o telefone dela? (Se precisar use o verso ou outra folha)
3- DADOS SOBRE A APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE EVH
3.1- Você já aplicou a técnica de EVH? ( ) Sim ( ) Não
3.2- Quais as dificuldades sentidas com os alunos? (Se precisar use o verso ou outra folha)
3.3- Quais os resultados da aplicação das técnicas EVH? (Se precisar use o verso ou outra folha)
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ANEXO II -Tabulação dos Dados do Questionário Aplicado aosParticipantes do Curso Básico de Valores Humanos em Uberlândia,
MG
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ANEXO II – Tabulação dos Dados do Questionário Aplicado aos Participantesdo Curso Básico de Valores Humanos em Uberlândia, MG
Quadros e tabelas
Matéria(s) que ensina ou trabalho que faz:Matérias Número
Português e Matemática 1Português, Matemática, Ciências, Geografia,
História e Geometria1
Geografia 1Espaço cultural 1
Secretaria da escola 1Educação Física 1Estudante de Enfermagem 2
Atendimento a família 1Educação em diabetes 1
Não Trabalha 1QUADRO I: Disciplinas curriculares aplicadas pelos participantes, do Curso Básico deValores Humanos, no trabalho que realizam, Uberlândia, MG.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÂO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
Tabela I- Idade das crianças que os participantes trabalhamIdade Número Porcentagem4 e 5 1 9,17 a 9 2 18,2
8 a 12 1 9,113 a 17 1 9,15 a 18 1 9,1
Em branco 2 18,2Todos menores de 18 anos 1 9,1Não trabalha com crianças 2 18,2
Total 11 100Fonte: Pesquisa Direta, 2007ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
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Local de trabalho:
Número Não trabalha 2
Escola Estadual Tancredo Martins 2Universidade Federal de Uberlândia 1Escola Estadual Cristóvão Colombo 1
Cargil 1Escola Estadual Ângela Teixeira da
Silva1
Escola Estadual Profa. Alice Paes 1Prefeitura 1
Conselho tutelar 1Total 11
QUADRO II: Local de Trabalho dos participantes do Curso Básico de Valores Humanos,Uberlândia, MGFonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
Tem outro emprego:Número
Sim 3Não 6
Não trabalha 2
Total 11QUADRO III: Número de participantes do Curso Básico de Valores Humanos quetrabalham em outro local, Uberlândia, MG.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
se, sim, qual local? Número Escola Estadual de Uberlândia 1
Escola M. Márcia Caetano Alves 1Clínica de Masoterapia e Estética 1
Total 3QUADRO IV: Local de outro trabalho dos participantes do Curso Básico de ValoresHumanos, Uberlândia, MG.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
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Ouve interesse de outras pessoas pela técnica?
Número Porcentagem
Sim 8 81,8Não 3 27,3
Total 11 100,0QUADRO V: Resposta dos participantes do Curso básico de Valores Humanos sobre ointeresse de outras pessoas pela técnica do programa EDUCARE, Uberlândia, MG.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
Repassou a técnica para alguém?Número Porcentagem
Sim 8 72,7Não 3 27,3
Total 11 100,0QUADRO VI: Repasse da técnica á outras pessoas pelos participantes do Curso Básico deValores Humanos, Uberlândia, MG.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
Se, sim, para quem?Número
Familiares e alunos 1Pais, professores e para os filhos 1
Professora de português 1Para a mãe 1
Para a irmã e amigas 1Para colegas de trabalho 1
Professor da Escola Básica da UFU 1
Enfermeira e Assistente social 1Total 8
QUADRO VII: Pessoas às quais a técnica foi repassada pelos participantes do Curso de ValoresHumanos, Uberlândia, MG.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
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O que essa pessoa relatou sobre os resultados da aplicação das técnicas EVH?Número
Alunos se mostraram atentos e compromissados 1
Ainda não percebeu resultados 1Gostou muito e achou interessante 1
Em branco 4Ainda não aplicou a técnica e usa apenas uma ou outra ação 1
Interesse maior dos pais nas reuniões 1Não relatou ainda 2
Total 11QUADRO VIII: Resultados da aplicação da técnica do programa EDUCARE por outras pessoas,Uberlândia, MG.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.
ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
Quais as dificuldades sentidas com os alunos?Número
Alguns alunos gostam e outros acham que algumas músicas sãolentas
1
Dificuldades de memorização e disciplina 1Dificuldade de concentração 1
Uma pequena parcela de alunos não teve compromisso, alguns
com vergonha ou timidez não se propuseram a participar
1
Adequação das musicas, citações e historias ao interesse do alunoconsiderando faixa etária e os hábitos sociais dos mesmos.
1
Nenhuma 1Crianças agitadas e sem atenção 1
Em branco 4
Total 11
QUADRO IX: Dificuldades para aplicação da técnica do programa EDUCARE pelos participantesdo Curso Básico de Valores Humanos, Uberlândia, MG.Fonte: Pesquisa Direta, 2007.
ORGANIZAÇÃO: FIGUEIREDO, Vitória, 2008.
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ANEXO III: ENSINO DE GEOGRAFIA ATRAVÉS DOS VALORESHUMANOS
EXEMPLOS DE AULAS
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ANEXO III - ENSINO DE GEOGRAFIA POR MEIO DOS VALORESHUMANOS: EXEMPLOS DE AULAS
UMA MENSAGEM AOS PROFESSORES
Professores:
“Não imaginem que seu serviço às crianças é para o bem delas, pois é igualmente para o
seu próprio bem. Vocês lidam com crianças, seu crescimento e amadurecimento. Devem estar
atentos a esta preciosidade e à necessidade de expressar isto em seus atos.
Não nutram o orgulho, imaginando que as crianças necessitam de seus serviços. Vocês precisam
delas tanto quanto elas de vocês.
Professores que promovam o amor mútuo em si mesmos e em seus pupilos são muito
necessários atualmente.
O homem é essencialmente uma fonte de eterna alegria, paz, amor e devoção. Cultivem isto
em preceitos, exemplos e exercícios durante o ano letivo, e os educandos terão segurança e doçura
enquanto viverem.
Os valores humanos não podem ser absorvidos através de textos ou discursos. Aqueles que
procuram passar os valores aos estudantes devem, eles mesmos, primeiro praticar e dar o exemplo.
Encham seus corações de amor e ponham as crianças sob seus cuidados na senda ideal.
Sacrifiquem tudo que tiverem pelo bem das crianças puras de coração, que contam com vocês
como guia.
Vocês podem ensinar o amor aos estudantes somente através do amor. Vocês estão lidando
com crianças tenras, no papel de professores, guias e exemplos. Devem se preparar para estas
metas, vivendo os valores que distinguem os homens.
Sirvam primeiro para que, então, conquistem a posição de líderes. Somente um bom servo podetornar-se um bom mestre. Este novo empreendimento educacional só pode ter sucesso quando suas
vidas forem saudáveis.
Os professores podem atingir altos ideais se cooperarem e forem disciplinados, se imbuindo
de serviço, sacrifício e se forem determinados para o sucesso. Instruam as crianças a reverenciarem
seus pais. Esta é a primeira coisa a fazer.
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O professor tem a parte mais importante na formação do futuro do País. De todas as
profissões, a sua é a mais nobre, a mais difícil e a mais importante. Se um aluno tem um vício, ele
sozinho sofre por isto; mas se um professor tem um vício, milhares são poluídos por isto.
Aqueles que ensinam e os que aprendem devem ter calma, concentração e muita atenção.
Somente um grande professor pode moldar um grande estudante. Vocês devem plantar sementes
espirituais nas mentes jovens e nutri-las para que cresçam. Entre todas as profissões, o ensino é a
que traz consigo a maior responsabilidade. Os professores devem moldar os jovens de hoje para
que se tornem honrados cidadãos de amanhã.
Se os próprios professores não seguirem a ética da veracidade, etc., como poderão instruir
bons hábitos e valores às crianças?
Os professores não devem se preocupar com considerações sobre as horas de trabalho;quando necessário, devem estar preparados para permanecerem no serviço por algumas horas a fim
de tirarem dúvidas dos estudantes e ajudá-los a completar seus exercícios. Este é o seu dever.
Se os professores fizerem sua parte corretamente, as nações serão transformadas. Os pais e os
professores são responsáveis por todas as más práticas entre os estudantes. Cultivem no coração a
Verdade, a Retidão, a Paz e o Amor. A colheita deve ser feita no coração e partilhada com os
outros. Vocês devem cultivar os valores humanos e incorporar a disciplina espiritual juntamente
com a educação mundana.Para ensinar os valores humanos, gemas preciosas, são necessários professores competentes
e dedicados que pratiquem estes valores. No cultivo dos valores humanos deve-se dar ênfase ao não
desperdício de dinheiro, alimento e tempo. Até mesmo os professores devem ser treinados para isto.
O mais sagrado dos serviços é o prestado às crianças. Conduzam as crianças pela senda
feliz da verdade. Deixe seus rostos sempre mostrarem sorrisos oriundos da alegria originada da
contemplação dos semblantes infantis.
Levem adiante seus deveres como professores com espírito de dedicação, amor e serviço.Sejam exemplos brilhantes para o país e para o mundo.
As crianças são lamparinas que podem iluminar o caminho da nação. A primeira tarefa dos
professores é o cultivo das virtudes no coração de seus pupilos.
Professor e aluno. Ambos imergirão na alegria somente quando o amor, que não espera
retorno, possa uni-los”. (SATHYA Sai Baba, 2007)
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EXEMPLO DE AULA 1
PLANEJAMENTO DE AULA:
LIÇÃO: USO ADEQUADO DAS FONTES DE ENERGIA .Valor Absoluto: Não-violência.
Valor Relativo: Compaixão, Altruísmo e Abstenção de Ferir.
Objetivos: Levar o estudante a perceber que atitudes de compaixão, altruísmo e abstenção de ferirtransportam a um patamar mais sublime da vida.
Método:
1. Harmonização: 5 a 10 minutos 1.1 Atitude de oração e silêncio interior;
1.2 Abertura: ouvir os sons do ambiente. Os que estão perto e os que estão longe.1.2 Meditação da Compaixão - Dalai Lama
2. Círculo de Estudo: Uso Adequado dos Recursos Disponíveis pelo Homem e no Universo 2ªparte.
Observação: Sugere-se que o círculo de estudos seja feito separadamente do restante dalição, em uma aula extra, de modo que haja mais disponibilidade de tempo para que cadaparticipante se expresse mais calma e detalhadamente acerca dos assuntos abordados.
3. Citações:
“Não importa a causa do teu sofrimento, não firas teu semelhante”. Buda
“Quererás salvar-te ouvindo todo o mundo chorar? Permanece altruísta até o interminávelfim”. H.P. Blavastsky
4. Histórias: O piano de TeresaA janela do Hospital
4.1 Leituras ou dramatizações das histórias;
4.2 Reflexões em grupo e Debates.
5. Canto Grupal:
5.1 Música - Saudação (Edson Aquino) – Anexo I (Volume 4);
6. Atividade Grupal: Dinâmica de Grupo (64) – Anexo II (Vol. 4) - A vida - o que é, diga lá,meu irmão?
7. Encerramento: Leitura do poema de Tereza de Ávila: Nada te turbe.
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CÍRCULO DE ESTUDO
USO ADEQUADO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS NO HOMEM E NO UNIVERSO
(2ª parte)
Temas para Estudo
1. Uso adequado do tempo
2. Uso adequado da energia
Desenvolvimento do Estudo
Formar dois grupos. Distribuir para cada pessoa uma cópia do texto “Uso adequado dos
recursos disponíveis no Homem e no Universo - (2ª parte)” e orientar para que um componente do
grupo faça a leitura em voz alta, enquanto os demais acompanham lendo. O coordenador propõe
que cada grupo fique com apenas um tema para reflexão. Terminada a primeira etapa, o
coordenador propõe que todos formem um círculo grande e abre para reflexões amplas, cada grupo
fazendo comentários a respeito do tema que estudaram.
Tempo: 25 minutos
TEMA 1- USO ADEQUADO DE TEMPO
Segundo Sathya Sai Baba, o tempo é a única coisa que todos no mundo têm a sua disposição
em igual quantidade. Cada um tem justamente vinte e quatro horas por dia. Se parte disso é perdido,
ele se vai para sempre e nunca pode ser recuperado. Assim como precisamos saber de que maneira
gastamos nosso dinheiro e como consumimos alimento, também precisamos analisar como usamos
nosso tempo a fim de determinar como o estamos usando –o que quase de modo geral não é um
processo consciente.
Existem certas atividades que precisam ser feitas diariamente. Um exemplo são os empregos
que lhes toma regularmente oito horas por dia. A maioria dos trabalhos tem uma rotina ou esquema
definido que simplifica o processo de cálculo. Trabalhos menos definidos ou estruturados, como
atividades de donas de casa e mães, criam mecanismo para o desperdício de tempo. Mães precisam
estruturar seu tempo em função do sono e da rotina de alimentação de um bebê ou do programa
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escolar, quando se trata de crianças mais velhas. Mesmo nosso tempo em um trabalho regular pode
ser muito mal aproveitado.
Muitas pessoas listam em um cronograma diário os períodos que elas poderiam mais
facilmente executar certas tarefas, trazendo certa ordem ao caos. Mas é essencial lembrar que isso é
somente uma ferramenta de trabalho, sujeita a modificações. Se for muito rígido, você poderá se
sentir atrapalhado. A maioria das pessoas está ciente de seu melhor horário de trabalho, quando têm
geralmente seu máximo de entusiasmo e energia para realizar as tarefas. Algumas são pessoas
noturnas, enquanto outras preferem o dia. É bom que se esteja no melhor momento quando se for
dedicar a executar os trabalhos mais importantes e deixar trabalhos menos expressivos para as horas
restantes.
É importante ter em mente que o relaxamento, a ausência de tensão física e tranqüilidade
emocional e mental, é essencial para uma vida equilibrada. Mas nos horários de descanso a maioria
das pessoas tende a ser dispersiva, caindo em atividades improdutivas, enquanto buscam diversão
ou repõem energias. Um exemplo típico é o hábito de gastar a noite em frente à televisão vendo
qualquer coisa em exibição. Sono demasiado ou de menos deve ser evitado. Cada pessoa tem
necessidades pessoais diferentes, logo cada um deveria determinar a quantidade correta de sono. A
melhor maneira de regular o sono é tentar manter o mesmo número de horas por noite. Isso requer
firmeza para não perder tempo em atividades desnecessárias que atrasem o horário de dormir; ou
para não se tornar auto-indulgente a ponto de dormir demasiadamente.
A maioria das pessoas gasta tempo em atividades ociosas e sem sentido, mas dizem que não
têm tempo para serviço voluntário, meditação ou outras práticas espirituais simples. Tais atividades,
que são uma distração no caminho para libertação, não devem ser consideradas uma perda de
tempo.
Exemplos e exercícios. Abaixo estão relacionados alguns pontos a serem levados em consideraçãopara ajudá-lo a determinar onde estaria perdendo tempo. Quando estiver escrevendo em sua lista
diária, compile uma lista de seu tempo gasto e tente eliminar um de cada vez:
• Você controla o tempo que você e seus filhos vêem televisão? Você elimina programas
inadequados? Lembre-se, alimento inclui qualquer coisa absorvida pelos sentidos.
• Você seleciona com cuidado seu material de leitura e evita assuntos demasiadamente
estimulantes e polêmicos?
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• Você tem um hábito descontrolado de ler todas as revistas e jornais mais recentes?
• Você joga cartas ou outros jogos sociais por horas a fio?
•
Você se deixa levar por conversas desnecessárias, seja por telefone ou com visitas? Lembre-se de que a conversa desnecessária despende grande quantidade de energia, além de tempo.
O gasto de dinheiro está automaticamente inserido quando você alonga seus telefonemas
além do limite necessário.
• Você perde tempo se preocupando, sonhando, planejando ou remoendo seu destino com
auto piedade, pesar, culpa, medo ou raiva?
• Você dorme como fuga de aborrecimentos ou para evitar certas atividades ou situações que
você teme ou desgosta?• Você gasta muito tempo se arrumando em frente ao espelho ou em compras intermináveis?
• Você planeja antecipadamente a rota quando dirige o carro para algum lugar, a fim de se
assegurar de que escolheu a mais rápida e econômica, combinando várias finalidades de uma
só vez?
Estas são algumas sugestões, mas você deverá ter as suas pessoais, às vezes mais detalhadas.
Para reflexão. “Da mesma maneira que com o dinheiro e o alimento, podemos pedir a Deus paranos mostrar onde gastamos mal nosso tempo. Você descobrirá que, se tornar freqüente o diálogo
interno com Deus, isso o habituará a ver suas próprias tarefas como um ato de devoção. Então,
poderá pedir que Ele atue através de você, que você seja um veículo puro de Sua ação. Essa prática
oferece o benefício adicional de permitir relaxar, aumentar sua auto-confiança e diminuir as tensões
e a insegurança. A redução do tempo ou energia despendidos é apenas uma conseqüência natural.
Outro benefício é que ela remove o aborrecimento, a frustração e a resistência. Algumas vezes, nos
deparamos com tantas coisas para fazer que encontramos dificuldades em decidir a ordem para
realizá-las. Se adquirir o hábito de chamar Deus internamente para ajudá-lo, invariavelmente um
pensamento virá à sua mente ou fará coisas com naturalidade quebrando a indecisão paralisante.”
TEMA 2 - USO ADEQUADO DA ENERGIA
Lamentavelmente, no mundo existe um desperdício imenso de recursos importantes para a
sobrevivência da humanidade. Precisamos aprender a nos disciplinar para impor limites aos gastos,
particularmente nas áreas de dinheiro, alimento, tempo e energia. Nossa energia interna varia de
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acordo com o quanto manejamos nas outras três áreas, quais sejam, do dinheiro, do alimento e do
tempo. Todos sabem como ficamos quando perdemos a saúde, ainda que momentaneamente.
Assim, além da boa alimentação, precisamos dormir, descansar, relaxar e praticar exercícios físicos
(sem exagero) no sentido de evitar o estresse ou a depressão. O corpo é o templo onde reside Deus,
nossa essência e natureza. Logo, precisamos fazer todo o possível para cuidar bem dessa ferramenta
e mantê-lo saudável e atuante. Somente então estará preparado para ser um instrumento perfeito
através do qual o Deus interno poderá agir e se expressar no mundo.
A energia a ser conservada, no entanto, não é apenas a interna. A energia elétrica e outros
recursos, hoje indispensáveis para a vida nas cidades, são obtidos com uma grande dose de
sacrifício dos ambientes naturais. As modificações ambientais para que energia elétrica, por
exemplo, seja gerada –com usinas hidrelétricas, nucleares ou termelétricas– quase sempre são
irreversíveis. Assim, todo mau uso de energia deveria ser criteriosamente evitado.
Perda de energia. Tensão e ansiedade despendem mais energia do que na maioria das atividades
físicas. Ambas bloqueiam o fluxo natural de energia. Além disso, ao invés de sentir apenas um
cansaço agradável, renovável rapidamente por um descanso ou repouso, quando estamos tensos não
conseguimos relaxar o suficiente e quase sempre experimentamos dificuldades para adormecer.Acordamos ainda cansados. Este círculo vicioso leva a mais tensão, especialmente quando tentamos
trabalhar cansados e tensos. Outro exemplo de mau uso da energia é com conversas inúteis ou
dedicadas a comentar ou criticar a vida dos outros. Em alguns casos, apenas com a substituição de
conversas com fofocas e comentários maldosos por trabalho útil, haveria muitas vezes uma grande
transformação interior.
Emoções negativas. De todos os ladrões de nossa preciosa energia, levar-se por emoções negativas
é talvez o pior deles. Irritação e frustração são formas brandas de ira, de modo geral causadas pelo
desejo de controlar determinadas situações. Se aprendermos a relaxar quando as coisas não estão a
nosso gosto e renunciar a nosso desejo de controlar o mundo, teremos muito a ganhar. De fato, o
mundo não está sob nosso controle. Essa é uma conclusão difícil para muita gente. A parte do
mundo que podemos efetivamente controlar, no melhor sentido da palavra, é a que está dentro de
nós. Compreender que as coisas têm sua importância, mas não o suficiente para roubar nosso bem-
estar corresponde ao valor humano chamado tolerância. Se o melhor que fizemos em uma situação
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não foi suficiente para solucioná-la, provavelmente é porque não é esse o momento de surgirem os
frutos que gostaríamos de ver. Enquanto isso, podemos usar nossa energia em outro lugar, em
alguma atividade positiva.
Resistência é outro fator que nos rouba energia. É semelhante à ira e à irritação. Como o
sentimento de raiva contida não explode, ele drena vagarosamente em nós, em uma ação
subterrânea que nos desgasta cotidianamente. Essas situações ocorrem quando temos uma idéia ou
um desejo irrealizados com o qual não nos conformamos. É indispensável sermos honestos conosco
mesmo, evitando que esses sentimentos negativos corroam nosso íntimo. A imagem desejável aqui
é abrir as janelas e lançar luz sobre o que fica na sombra. Contudo, tememos, muitas vezes, não ter
controle sobre esses sentimentos quando eles venham à tona, situação em que eles poderiam ser
muito destrutivos. Uma vez que a Não-violência é o valor maior a ser trabalhado aqui, devemos ser
francos conosco mesmo e aprender a lidar com nossas frustrações. Novamente, ajuda muito a
compreensão de que as coisas podem não estar no momento adequado para serem realizadas ou que
até mesmo nossos desejos são inadequados ou movidos por sentimentos negativos. Em algumas
culturas e religiões dizem que, quando Deus quer castigar os homens, dá a eles tudo o que eles
pedem. Essa é uma imagem interessante, no sentido de que nos alerta para que nem sempre será
bom que alguns de nossos desejos se realizem e é necessário uma grande dose de humildade para
lidarmos naturalmente com esse fato.
Competição é freqüentemente disfarçada de ambição ou dedicação. Entretanto, competir
com outras pessoas é um desperdício e uma tolice. Comparações só são de fato possíveis entre dois
momentos de nós mesmos, para avaliar quanto conseguimos progredir. Medo e culpa, preocupação,
indecisão e protelação roubam-nos tanto tempo quanto energia, pois todos bloqueiam fluxos
naturais de energia, paralisando-nos e inibindo nosso movimento.
Sai Baba mostra que com freqüência se encontram dois tipos de pessoas: um inclui
fundamentalmente pessoas idosas, recordando o passado e lamentando que “os velhos tempos não
voltam mais” ou nutrindo remorsos ou desapontamentos. O outro é constituído especialmente de
pessoas mais jovens que estão sempre tentando perscrutar o futuro, seja no sentido de imaginar para
onde sua vida está sendo dirigida ou temerosas de possíveis desastres. Ele diz, ainda, que o passado
se foi para sempre e não pode ser mudado ou trazido de volta. O futuro ainda não está formado e
pode ser mudado de acordo com o que vivemos e agimos no presente imediato. Sendo assim, é
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aconselhável que vivamos apenas um dia de cada vez e peçamos a Deus que nos guie para um
futuro significativo.
Todo trabalho deve ser realizado em atitude de devoção. Todas as nossas atividades, mesmo
as que têm características aparentemente pouco significativas ou humildes, devem ser divinamente
inspiradas e oferecidas como devoção. Mas elas só podem ser divinizadas se relaxarmos e
deixarmos nosso Deus interno agir através de nós. Então, Ele poderá usar Sua Energia Divina para
realizar muito mais do que normalmente poderíamos fazer sozinhos –limitados pelo ego– e sem a
freqüente tensão e exaustão.
Isso requer entrega, confiança e aceitação. Se pudermos nos render a Sua vontade e direção,
acreditar nele em todos os aspectos de nossa vida e aceitar, ao invés de resistir, aconteça o queacontecer, estaremos livres para fluir com Ele na dança de um coração iluminado. Deixaremos de
estar deprimidos pela preocupação e pela tristeza, por medo, culpa e todas as outras emoções
negativas que nos aborrecem e nos roubam a Paz Interior. Quando esses sentimentos negativos não
mais controlarem nossas vidas, seus lugares serão preenchidos por emoções e atitudes benéficas e
positivas, como o amor, compaixão, bondade e generosidade. A energia de que dispomos, externa e
interna, será aproveitada na plenitude.
Exemplos e exercícios. A seguir, encontram-se alguns exemplos de áreas em que tendemos a gastar
energia sem eficiência. Acresça seus próprios exemplos a esta lista:
• Você organiza seu trabalho e estabelece prioridades para que realize os trabalhos mais
exigentes quando seu nível de energia é maior?
• Você é um perfeccionista que tenta, de qualquer maneira, fazer tudo perfeito? Há algo que
se chama “perfeccionismo imobilizador”. Nessa situação, o que nos parece é que a perfeição
se tornou mais importante do que a própria realização das coisas. Nós aprendemos ao longo
do tempo. Permita que você adquira a perfeição gradualmente.
• Você tem obsessão em relação à sua casa, gastando muita energia e tempo limpando tudo e
arrumando tudo continuamente? Você usufrui do esforço que você fez arrumando a casa?
• Se você tem filhos, você distribui com eles tarefas simples, de acordo com suas idades? As
crianças geralmente têm grande quantidade de energia, que precisa ser canalizada para
finalidades construtivas. O sentido de responsabilidade é algo que se adquire desde cedo.
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• Você planeja o uso de seu carro e inclui vários propósitos em uma viagem? Isso também
economiza gasolina, que é outra forma de energia.
• Você gasta energia no esforço de agradar ou impressionar pessoas, a fim de se sentir amado,
recompensado ou chamar a atenção?
• Você se permite acessos de raiva quando algo ou alguém não o agrada ou não concorda com
você?
• Você é impaciente, tentando controlar de imediato todas as situações em sua vida, ao invés
de esperar pelo momento adequado?
• Você se preocupa com bobagens ou antigos ressentimentos, ou tem medo de que
acontecimentos futuros se abatam sobre você e sua vida?• Você se obriga a fazer algo criando tensão, ao invés de relaxar e pedir a Deus para fluir
através de você?
• Você resiste a medidas necessárias e indispensáveis ou as adia, despendendo energias ao
invés de resolver logo a situação?
• Você deseja controlar pessoas e situações, ao invés de respeitar a liberdade dos outros?
Para reflexão. “Peça a Deus para mostrar onde gastamos mal nosso tempo e energia. Você
descobrirá que, se tornar freqüente o diálogo interno com Deus, isso o habituará a ver suas próprias
tarefas como um ato de devoção. Então, poderá pedir que Ele atue através de você, que você seja
um veículo puro de Sua ação. Essa prática oferece o benefício adicional de permitir relaxar,
aumentar sua auto-confiança e diminuir as tensões e a insegurança. A redução do tempo ou energia
despendidos é apenas uma conseqüência natural. Outro benefício é que ela remove o aborrecimento,
a frustração e a resistência. Algumas vezes, nos deparamos com tantas coisas para fazer que
encontramos dificuldades em decidir a ordem para realizá-las. Se adquirir o hábito de chamar Deus
internamente para ajudá-lo, invariavelmente um pensamento virá à sua mente ou fará coisas com
naturalidade quebrando a indecisão paralisante.”
CONCLUSÃO
Até aqui, cada uma das quatro categorias foi considerada separadamente, mas é fácil ver que
elas estão superpostas e relacionadas em nossas vidas. Podemos economizar dinheiro, mas, ao fazê-
lo, podemos gastar tempo ou energia em demasia. Ou podemos poupar tempo e energia, mas à custa
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do desperdício de comida e dinheiro (ou outras combinações). Necessitamos, assim, examinar
cuidadosamente o equilíbrio das quatro áreas quando tomamos nossas decisões diárias.
Comer em um restaurante pode significar em uma economia de tempo e de energia
importantes em uma situação, mesmo que haja algum gasto de dinheiro. Planeje um guarda-roupa
de artigos básicos que possa vestir com diferentes acessórios, economizando dinheiro, tempo e
energia usados em visitas a lojas. Distâncias curtas podem ser feitas a pé se não há nada urgente a
ser feito: é uma economia de saúde. Viagem de avião custa mais do que de carro, para longas
distâncias, mas a viagem aérea economiza tempo e talvez energia. Não é possível ter um manual
para todas as situações possíveis, ainda que haja sugestões muito sensatas. Como em todo o
Programa Sathya Sai Educare, o importante é o desenvolvimento do discernimento. Nossa
capacidade de usarmos nossa consciência é a coisa mais significativa. O Programa de Limite aos
Desejos não é um manual, mas um exercício de discernimento.
Atitudes. A maioria das pessoas percebe que tem mais consciência em uma ou outra dessas
quatro áreas, dependendo dos valores e atitudes que adquiriram quando crianças. Normalmente,
aceitamos ou rejeitamos a atitude de nossos pais a respeito de dinheiro, alimento, tempo e energia.
Se eles nos ensinaram a manejá-lo sabiamente, normalmente continuaremos a seguir o mesmopadrão na vida adulta. Mas se o conselho foi emitido de forma desagradável, associado a discussões
e conflitos, nos rebelamos e o resultado pode ser que nos tornemos esbanjadores. Se nossos pais nos
ensinam, através de suas atitudes, a acreditar que nossa segurança repousa no dinheiro, e não em
Deus, poderemos tornar o dinheiro muito importante em nossas vidas e nunca sentir que temos a
quantia suficiente. Nessa situação, trabalharíamos para acumular o máximo possível de dinheiro,
sem espaço para qualquer forma de serviço voluntário. Igualmente, se a relação com a divindade é
algo imposto rudemente na família, e não com a doçura que caracteriza a verdadeira devoção,
tendemos a rejeitar uma dimensão espiritual em nossa vida.
O mesmo se aplica para o alimento: se ele se tornou nosso principal símbolo de segurança,
deverá assumir um papel muito importante. É mais ou menos inútil brigar diretamente com o
alimento. A questão é subjacente, no símbolo que ele ocupa, e é aí que temos que trabalhar. Ver
Deus que permeia tudo, ver tudo como sagrado, alimenta nossa sede e nossa fome do Absoluto, sem
precisar canalizar para algo em particular. Nossa atitude em relação ao tempo também é formada
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por programação familiar. Pontualidade rígida e inflexível pode gerar grande despreocupação com
compromissos e horários. Nossa atitude a respeito do uso da energia também é aprendida dos pais
ou outras figuras de autoridade na infância. Trabalho sem cuidado, respeito e atenção pelo corpo
pode resultar em indulgência e preguiça.
É importante ressaltar que todos os recursos disponíveis no Homem e no Universo, como o
uso da palavra, das habilidades, do conhecimento, dos recursos naturais de água, energia elétrica
etc. podem e devem ser integrados em um estudo sério de transformação de nossa conduta diária.
Ou a humanidade se reúne diante desses desafios ou sucumbirá diante deles.
Adaptado de Sugestões de estudo e uso individual do programa de limite aos desejos
EXEMPLO DE AULA 2
LIÇÃO: RESPEITO À VIDA E À NATUREZA (ECOLOGIA)... RECONHECENDO A VIDAQUE PULSA EM TODAS AS MANIFESTAÇÕES DA CRIAÇÃO DIVINA.
Valor Absoluto: Não-violência.
Valor Relativo: Respeito à Vida e à Natureza (Ecologia).
Tempo: 1 aula ou 2 aulas (cada aula 40 minutos)
Objetivos: Criar condições para que o estudante se conscientize de que devemos cultivar o respeitoá todas as formas de vida, a toda natureza.
Método:
1. Harmonização: 5 a 10 minutos
1.1 Abertura: ouvir os sons do ambiente. Os que estão perto e os que estão longe.1.2 Focalização no elemento vento: Atenção ao vento. Tentar perceber a brisa em
torno de si;
1.3 Focalização no elemento ar: Atenção à própria respiração;
1.4 Focalização no elemento terra: quem pisou na terra ou brincou ou pegouarreia ultimamente;
1.5 Leitura do texto indígena: “Deus está falando com você” (tradução eadaptação do livro By San Etioy).
2. Citações: 5 minutos
“A Terra será o que são seus homens. Que se abram os teus olhos e teu coração”.
(Provérbio Nánutl, México) [11]
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3. História: COMO CONSERTAR O MUNDO?
3.1 Leitura ou dramatização da história;
3.2 Reflexões em grupo e Debates.
4. Canto Grupal: Música – Terra planeta água
5. Atividade Grupal: Dinâmica de Grupo – Terra e água a vista
6. Encerramento: Em círculo todos dizem a frase de citação bem alto e bem baixo
e em voz normal
DEU
HISTÓRIA INDÍGENA:” DEUS ESTÁ FALANDO COM VOCÊ”
(Tradução e adaptação do Livro By San Etioy)
Um homem sussurrou: “– Deus, fale comigo!”E um rouxinol começou a cantar.Mas o homem não ouviu.
Então, o homem repetiu:“– Deus, fale comigo!”E um trovão ecoou nos céus.Mas o homem foi incapaz de ouvir.
O homem olhou em volta e disse:“– Deus, deixe-me vê-lo!”E uma estrela brilhou no céu.
Mas o homem não notou.
O homem começou a gritar:“– Deus, mostre-me um milagre!”E uma criança nasceu.Mas o homem não sentiu o pulsar da vida.
Então, o homem começou a chorar e a se desesperar:“– Deus, toque-me e deixe-me sentir que você está comigo...!”E uma borboleta pousou suavemente em seu ombro.O homem espantou a borboleta com a mão e, desiludido,Continuou o seu caminho, triste, sozinho e com medo.
Até quando teremos que sofrer para compreendermos que Deusestá sempre onde está a vida!?Até quando manteremos nossos olhos e nossos corações fechados paraO milagre da vida que se apresenta diante de nós em todos os momentos!?Para você, meu abraço, hoje, com sabor de ... VIDA!!
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HISTÓRIA: COMO CONSERTAR O MUNDO?
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar
meios de melhorar a situação. Passava dias em seu laboratório, em busca de soluções. Certo dia, seu
filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela
interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível removê-lo,
o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho, com o objetivo de distrair sua atenção. De
repente, deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura,
recortou o mapa em vários pedaços, e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
- Você gosta de quebra-cabeças ?... Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o
mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho. Calculou
que a criança levaria dias para recompor o mapa.
Passada algumas horas, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
- Pai, pai,... já fiz tudo!... Consegui terminar tudinho!
A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível, na sua idade,
recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas
anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava
completo.
Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares.
- Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?
- Pai, eu não sabia como era o mundo, mas, quando você tirou o papel da revista para
recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem.Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me
lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem, que eu sabia como era.
Quando consegui consertar o homem, virei a folha, e vi que havia consertado o mundo.
DINÂMICA DE GRUPO
Título: Terra e água à vista.
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Resumo: Os participantes vivenciam situações que proporcionarão contatos com os elementos terra
e água, bem como reflexões acerca do uso adequado desses elementos. Isto será feito através de
visualizações criativas e desafio para o grupo apresentar soluções e propostas ecológicas.
Objetivos: Sensibilizar os participantes a respeito da importância do valor dos elementos água e
terra. Despertar a percepção das pessoas para a necessidade de pensar e agir coletivamente na
preservação do meio ambiente.
Materiais: Dois vasilhames: um com água e outro com terra.
Tempo: 30 minutos.
Procedimento:
1ª Parte: Terra à vista.
1. Solicite aos participantes que se posicionem assentados em círculo e que fechem os olhos;
2. O coordenador coloca uma música suave ao fundo e inicia a seguinte harmonização:
Respire, profunda e tranqüilamente; procure estar atento aos movimentos da
inspiração e expiração. Sinta que cada vez mais sua respiração vai se tornando
tranqüila e suave;
Agora, procure prestar atenção em cada parte de seu corpo, da planta dos pés ao
topo da cabeça... Se perceber alguma tensão localizada, envie-lhe amorosamente umpedido para que relaxe...(Pausa);
Agora que já estamos mais relaxados e serenos, iniciaremos o exercício com nossa
imaginação criativa;
Vamos imaginar que seguimos por um caminho, numa floresta aberta. Sinta seus pés
tocando o chão, pisando nas folhas secas caídas, sobre a terra úmida e macia do
chão;
Você está caminhando tranqüilo... Não se apresse;
O ar refrescante da mata o envolve e o preenche de energia vital. Esta energia vem
da natureza. As pedras, as árvores, o sol, o ar puro, o cheiro das flores e da terra
molhada, os pássaros que gorjeiam e você, formam um Todo... É como se você
estivesse em tudo e tudo estivesse em você. A natureza também é Deus. Sinta como
se você, a natureza e Deus, formassem o Todo;
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Aliás, para Deus não existe diferença entre você e a natureza, porque a natureza é
uma forma de manifestação Dele, assim como você também é uma forma de
manifestação de Deus... Deus é tudo e tudo é Deus;
Com essa reconfortante sensação de identidade com Deus, vamos pensar que em
nossas mãos foi depositado um pouco do elemento Terra, que, assim como os
elementos, Ar, Fogo e Água, compõe a natureza.
Neste momento, o coordenador solicita aos participantes que permaneçam ainda de
olhos fechados e coloquem suas mãos unidas e postas em forma de concha, pois ele
virá entregar-lhes algo. Então, o coordenador deposita nas mãos deles um pouquinho de
terra, sem comentar sobre o elemento, solicitando, ainda, que mantenham os olhos
fechados. Logo a seguir, reinicia a harmonização:
Todos os elementos existentes na natureza são importantes e merecedores de
respeito. Cada um deles possui sua função dentro dos ecossistemas e é de
fundamental importância para a manutenção do equilíbrio da vida natural;
O elemento que, neste momento, foi depositado em suas mãos, tem uma importante
função nos ecossistemas, interagindo com os outros elementos;
Agora, procure interagir com este valioso elemento da natureza. Procure utilizar os
sentidos do tato, do olfato e da audição para estabelecer uma relação com ele
(pausa) ... Abra os olhos suavemente, e, por alguns instantes, veja o que está contido
em suas mãos ... Nesta oportunidade, emane amor e gratidão pelo precioso elemento
Terra, que Deus nos proporcionou como uma dádiva da natureza;
Feche os olhos novamente e sinta outra vez a terra em suas mãos. Ela tem uma
função nos ecossistemas, interagindo com os outros elementos, com outrosorganismos e o meio-ambiente, promovendo trocas de materiais e energia das
cadeias alimentares e ciclos bioquímicos;
Agora vamos, suavemente, voltar para o momento presente, abrir os olhos e, mais
uma vez, perceber a terra que está em suas mãos;
3. Terminada a harmonização, os participantes, então, exploram ao máximo seu punhado de terra.
Após alguns instantes, no caso de a dinâmica ter sido realizada em local fechado, o coordenador
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solicita a todos que coloquem a terra novamente no vasilhame e se encaminhem para lavar as
mãos;
4. Quando todos retornarem à sala, o coordenador reinicia a segunda parte da dinâmica: “Água à
vista.”
2ª Parte: Água à vista.
5. Os participantes formam, em pé, um círculo.
6. O coordenador, então, lê a seguinte história para os participantes:
“... Em um reino muito distante, havia uma jovem e linda princesa que havia seapaixonado e queria se casar com um plebeu que, embora pobre, era muito bom e
corajoso. O rei, pai da princesa, era muito sábio e bom para seu povo, mas não queria
que ela se casasse com aquele rapaz, porque, como todo o pai, achava que sabia o que
era melhor para sua filha. Como a princesa insistia muito, o rei resolveu dar uma
chance ao jovem casal: para provar ser merecedor da princesa, o plebeu teria que
cumprir uma missão. Aquele reino, embora fosse muito rico, estava começando a
enfrentar um problema sério: os rios estavam ficando contaminados, e a água pura já
começava a se tornar um artigo raro. O rei, então, determinou que, se o plebeu
encontrasse uma fonte de água pura para abastecer o reino, poderia se casar com a
princesa. Mas ele teria 24 horas para trazer, ao menos, um copo dessa água para o rei
experimentar.
Assim, o plebeu saiu pelo reino, procurando. Aconteceu que, por um contratempo, no
meio de sua procura, o plebeu foi assaltado, e os bandidos levaram a mochila, onde ele
guardava uma garrafa para trazer a amostra de água que o rei deveria experimentar.
Como não havia tempo para o plebeu voltar ao reino para buscar outra garrafa,
resolveu continuar assim mesmo, sem a garrafa.
Tanto o plebeu procurou que, finalmente, conseguiu encontrar uma fonte de água pura,
que poderia abastecer todo o reino. Mas - como fazer para levar a amostra para o rei
experimentar e provar que ele poderia se casar com a princesa?...”
7. Neste ponto da história, o coordenador transfere o problema para cada um dos participantes. Ele
coloca nas mãos de cada pessoa um pouco de água, lembrando que essa água que eles têm nas
mãos é a última chance que o plebeu tem de se casar com a princesa e, ao mesmo tempo, salvar
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o reino da falta de água. Ou seja: eles não podem perdê-la e devem defendê-la com todas as sua
forças;
8. Em seguida, quando o grupo apresentar suas soluções, o coordenador poderá ler para os
participantes o texto de fundamentação teórica da dinâmica (apresentada nos comentários), que
propõe uma solução plausível para o problema;
9. Ao final, sentados em círculo, o coordenador abre para reflexões, onde cada participante poderá
relatar sua experiência em relação à primeira e à segunda parte da dinâmica: “Terra e água à
vista”.
Sugestões de utilização: Unidade V - Não-violência / Lição 14 : Respeito a todas as formas de
vida e à natureza. Apostila de Valores Humanos do Programa EDUCARE .
Comentários: (Fundamentação teórica da dinâmica)
A água é um bem precioso, indispensável para a vida no planeta. Pode ser encontrada
na natureza nos estados sólido (geleiras), líquido (nos mares, rios e oceanos) e gasoso
(vapor), cobrindo cerca de 70% da superfície da terra. Entretanto, desse total, 3% são de
água doce, incluindo-se, aí, as geleiras, que são indisponíveis para consumo. Como um
exemplo comparativo, se toda a água existente na terra coubesse em uma garrafa derefrigerante de dois litros, o que poderia ser aproveitado para consumo humano seria a
metade do volume da tampa da garrafa. Assim, a água não pode ser tratada como
recurso inesgotável. Ela vem se tornando, ao longo do tempo, um bem raro e caro, cujo
desperdício e mau uso podem trazer graves conseqüências para o futuro.
Nesta atividade, percebe-se que a água, necessariamente, sempre irá escapar por entre
os dedos das pessoas. A única maneira de impedir ou, pelo menos, de retardar a perda
da água, é através da cooperação entre os participantes. Se cada pessoa tentar reter aágua que escorre das mãos do colega, a perda coletiva será menor e sempre deverá
permanecer um pouco de água no grupo. Isso demonstra, claramente, os benefícios da
atuação coletiva na busca de um objetivo.
Colaboração de Eleusa de Quevedo Cardoso
Referência:
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ORGANIZAÇÃO SRI SATHYA SAI. PROGRAMA EDUCARE. Educando com valores
humanos: manual para educadores. Regional Belo Horizonte. Vol. 3, p. 191, 2007. Apostila.
EXEMPLO DE AULA 3
LIÇÃO: Espaço Geográfico
Valor Absoluto: Paz
Valor Relativo: Respeito
Tempo: 40 minutos
Objetivos:Criar condições para que o estudante se conscientize do espaço em que está inserido e das relações
social e familiar (casa, escola, comunidade e cidade) que se estabelecem. Estimulando os alunos a
observar e relatar uns com os outros, o espaço da escola (como eles percebem a si mesmos, os
colegas, professores e funcionários e como colaboram para o espaço em que estão)
Método: 1. Harmonização: 5 a 10 minutos
1.1 Abertura: ouvir os sons do ambiente. Os que estão perto e os que estão longe.1.2.Focalização no elemento vento: Atenção ao vento. Tentar perceber a brisa em torno de si;
1.3.Focalização no elemento ar: Atenção à própria respiração;
1.4.Focalização no elemento terra: quem pisou na terra ou brincou ou pegou arreia ultimamente;
2. Citação: 5 minutos “eu sou capaz de cuidar da minha casa, da minha rua, da minha escola –e eu cuido com muito carinho.”
3. História: O VELHO AVÔ (Adaptada para aula de geografia – Espaço geográfico)
Titulo original: A mesa do velho avô. Autor desconhecido
Um frágil e velho homem foi viver com seu filho, nora e seu neto mais velho, de quatro
anos. As mãos do velho homem tremiam e a vista era embaralhada. Seus passos eram hesitantes.
A família comia junto à mesa, mas as mãos trêmulas do avô e sua visão falhando tornaram
difícil o ato de comer. Ervilhas rolavam de sua colher para o chão. Quando pegava seu copo, o leite
derramava na toalha da mesa. A bagunça irritou fortemente seu filho e nora:
— Nós temos que fazer algo sobre o Vovô, disse o filho. Já tivemos bastante do seu leite
derramado, ouvindo-o comer ruidosamente e muita de sua comida no chão.
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Assim o marido e esposa prepararam o cômodo do fundo do quintal, bem longe da casa
principal onde guardavam entulhos que não usavam mais. Um cômodo pouco arejado e úmido. Ali
colocou a cama do velho avô, uma mesa pequena, e suas roupas em cima de uma estante velha. A
mesa eles colocaram no canto do quarto junto com a cama. Lá o avô dormia sozinho, ficava sozinho
e comia sozinho, enquanto o resto da família desfrutava da casa principal, dos melhores quartos e de
um bom jantar. Desde que o avô tinha quebrado um ou dois pratos, a comida dele era servida em
uma tigela de madeira. Às vezes, quando olhavam de relance, percebiam uma lágrima por estar só.
Ainda assim, as únicas palavras que o casal tinha para ele eram de advertência quando ele
derrubava um garfo, a comida, sujava o chão ou quando tentava entrar na casa principal para brincar
com o netinho e ver seu querido filho e nora.
O neto de quatro anos assistia a tudo em silêncio. Uma noite antes do jantar, o pai notou que
seu filho estava brincando no chão com sucatas de madeira. Ele perguntou docemente para a
criança:
— O que você está fazendo?
Da mesma maneira dócil e atenta, o menino respondeu:
— Oh, eu estou fabricando uma pequena tigela para você e mamãe comerem sua comida
quando eu crescer. Também quando eu tiver dinheiro vou construir uma casinha para vocês igual ado vovô, lá no fundo da minha casa. E voltou à sua atividade.
As palavras do menino golpearam os pais, que ficaram mudos. Lágrimas começaram a fluir
em seus rostos. Apesar de nenhuma palavra ter sido falada, ambos souberam o que devia ser feito.
Naquela noite, o marido pegou a mão do pai e, com suavidade, o conduziu para a casa principal,
levou-o até o quarto arrumou suas coisas e na hora do jantar levou-o à mesa familiar. Pelo resto de
seus dias, ele dormiu na casa, não ficou sozinho e comeu com a família.
Por alguma razão, nem marido nem esposa se preocupavam mais quando um garfo era
derrubado, o leite derramado ou a toalha da mesa ficava suja.
Reflexão em grupo: As crianças são notavelmente perceptivas. Seus olhos sempre observam, suas
orelhas sempre escutam e suas mentes sempre processam as mensagens que elas absorvem. Se elas
nos vêem pacientemente providenciar uma atmosfera feliz em nossa casa para nossos familiares,
elas imitarão essa atitude para o resto de suas vidas. O pai sábio percebe isso diariamente, que o
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alicerce está sendo construído para o futuro da criança. Sejamos sábios construtores de bons
exemplos. Utilizem o espaço de sua casa para ajudar sua família. Utilize o espaço de sua escola
como se fosse a sua casa, cuide de sua cidade como se fosse sua.
4. Canto Grupal: Cadê? Música do Grupo Encantar - CTBC
5. Atividade Grupal:
DINÂMICA DE GRUPO (35)
Colaboração de Alexandros Anastas Maraslis
Fonte: ORGANIZAÇÃO SRI SATHYA SAI. PROGRAMA EDUCARE. Educando com valores
humanos: manual para educadores. Regional Belo Horizonte. Vol. 4, p. 141, 2007. Apostila.
Título: Caminhada Silenciosa
Resumo: Os participantes são levados a um pátio ou em algum outro espaço, e são convidados a
permanecer em silêncio por determinado tempo e ir anotando mentalmente tudo que possa chamar a
atenção de seus sentidos: visão, audição, tato e olfato. Ao retornarem, cada um relata todos os
estímulos externos que despertaram sua atenção, desde os sons ouvidos até os cheiros percebidos.
Objetivos: Criar condições e atividades que possibilitem: a interiorização; a mudança de atenção
(devolvendo os participantes ao “aqui e agora”); o aquietamento; a percepção e compreensão do
sub-valor silêncio interior; o auto conhecimento; o desenvolvimento da Inteligência Interpessoal e
Musical.
Materiais: Nenhum.
Tempo: Tempo de caminhada: mínimo de 5 minutos, máximo de 15 minutos.
Tempo de compartilhamento da experiência: 15 minutos.
Procedimento:
1. Convide os participantes para fazer uma caminhada silenciosa em um pátio ou em algum
outro espaço previamente escolhido;
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2. Solicite-lhes permanecerem em silêncio nesta caminhada, por determinado tempo, e ir
anotando mentalmente tudo que possa chamar a atenção de seus sentidos: visão, audição,
tato e olfato. O tempo de caminhada poderá ser pré-determinado em função do grupo e
do espaço disponível para a atividade. Estabeleça com eles um tempo de no mínimo 5
minutos e no máximo 15 minutos. O encerramento da atividade poderá ser combinado
previamente, por sinais visuais ou sonoros;
3. Antes da partida, comente com o grupo, que ao permanecerem em silêncio, deverão ficar
atentos a tudo que lhes chamar a atenção, tanto no aspecto visual, como perceber sons,
ou cheiros. Poderão caminhar no próprio ritmo, parando quando sentirem vontade de
observar alguma coisa que lhes sensibilize, desde que estejam atentos à hora de retornar
ao lugar de origem;4. Encerrado o tempo, todos deverão retornar ao local de origem;
5. Nesta segunda etapa, formar um círculo com todos os participantes. Peça-lhes que
comentem sobre suas vivências, suas emoções, seus sentimentos, enfim, sobre tudo que
lhes chamou atenção, e que tentem explicar em poucas palavras o porquê.
Comentários: Fale com os participantes sobre a importância e a riqueza desta atividade
pedagógica. Que a caminhada silenciosa nos possibilita a consciência do silêncio interior, nos leva a
aprender a praticá-lo, a estar atento ao momento presente, a estar atentos aos sentidos e, a investigar
como os estímulos externos estão nos influenciando internamente, através de nossos sentimentos e
emoções.
6. Encerramento: Pensar na citação e rever suas condutas frente aos espaços em que ocupam.
Texto de apoio para a aula Espaço geográfico.
Nota: O professor pode usar este texto para trabalhar em grupo ou para discutir com os alunos.
A FAMÍLIA
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A família foi, é e sempre será a primeira e principal célula social. A família é a base de
qualquer comunidade, de toda cidade, de toda nação. Se todas as famílias puderem ser bem
estruturadas, toda a comunidade e toda a sociedade, que as reúnem, serão bem harmonizadas e
poderão desfrutar da paz e do bem-estar.
A COMUNIDADE
Cada família é membro de uma sociedade maior, pois nenhuma família tem condição de ser
auto-suficiente. A união das famílias gera uma comunidade. A comunidade pode ser uma pequena
cidade, um distrito de uma cidade, um bairro de uma grande cidade ou até um agrupamento de
quarteirões de um bairro. Não importa o tamanho: o essencial é a participação de cada família nestacomunidade. Participação significa colocar todos os componentes no âmbito do governo da
sociedade e trazer o mesmo governo para dentro da própria família. Comunidade participativa
significa posicionar a gente no mundo e trazer o mundo para dentro da própria casa.
OS ESTADOS E A NAÇÃO
A união de comunidades ou cidades numa organização maior dá origem a um Estado e à
Nação. Trata-se de um povo, unido pela língua, pela cultura, pelos costumes, pela vontade políticade ser um País, uma Pátria. Quanto maior for uma Nação, maior e mais eficiente deve ser sua
organização.
A SOLIDARIEDADE ENTRE OS POVOS
A natureza não distingue suas criaturas em indivíduos de primeira ou de segunda categoria.
Todos os seres têm sua importância no contexto social. Como membros da humanidade, todos os
povos têm sua importância e sua missão a cumprir. A humanidade deve crescer como um todo,
como um único organismo, não importa aonde, não importa a cor da pele ou a parcela de
contribuição dada ao progresso tecnológico.
Como na sociedade de qualquer país há ricos e pobres, assim também na terra há povos
ricos, com maior desenvolvimento tecnológico, e povos pobres e pouco desenvolvidos
tecnologicamente. No relacionamento internacional, a competição tecnológica e comercial deve ser
substituída pela colaboração. Como num país bem administrado, cada região deve produzir
conforme sua vocação natural, assim deve ser no âmbito internacional. Cada país tem recursos
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naturais e humanos mais ligados a uma determinada atividade. Cada país, então, dará preferência à
produção do que lhe é mais conveniente. Na colaboração internacional, dirigida por órgãos
competentes, todas as atividades serão complementares e todos terão os melhores produtos pelo
melhor preço.
Todos os homens devem sentir-se irmãos, na igualdade de direitos e deveres. Como numa
grande família, não pode haver lugar para egoísmo e ganância de um em detrimento dos outros.
Ainda falta muito para que surja solidariedade plena entre os povos. Mas para o bem de toda a
humanidade, incluindo os povos mais abastados, ela deverá acontecer.
A FORMAÇÃO DO HOMEM
O homem é um dos poucos seres cuja sobrevivência e desenvolvimento, ao nascer e durante
seus primeiros anos de vida, dependem totalmente dos pais, da família, do ambiente de entorno e da
sociedade. A educação familiar é fundamental e nunca poderá ser substituída ou “terceirizada”. Na
família, a criança aprende a falar, começa a se relacionar com os seus semelhantes e conhece o
espaço que lhe é reservado.
Os pais devem dialogar com os filhos sobre todos os assuntos relacionados com a própria
vida, de acordo com o grau de crescimento físico e mental. Na família, forma-se o futuro cidadão.
Na vivência diária com os pais e irmãos, a criança aprende a necessidade da solidariedade e tem as
primeiras oportunidades de praticá-la. É dever inalienável e insubstituível dos pais dar aos filhos a
primeira educação. No próprio lar, a criança deve receber, por palavras e exemplos, todo o conjunto
de virtudes que comporão a formação moral e espiritual de sua futura existência.
A educação de casa deve ser complementada pela escola. Na medida em que as culturas e
civilizações foram se tornando complexas, coube à escola a tarefa de preparar as crianças e os
jovens para o trabalho e para a vida social. É a escola que transmite todo o universo cultural que
constitui o conjunto de coisas de que o homem moderno necessita. Educando corretamente, temos
certeza de um futuro melhor.
O homem compreendeu, desde cedo, que não podia fazer tudo sozinho, que não era
conveniente viver sozinho. Em harmonia com outros, podia realizar muito mais. Na sua vida social,
o homem tem obrigações e pautas a seguir para poder se realizar e ser feliz. Ele não é um ser
absoluto; ele é parte de um organismo e, como tal, deve obedecer as normas desse organismo, que é
a sua comunidade ou a sua sociedade.
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Basicamente, a moral ou o comportamento ético começa com o cumprimento das leis
naturais. Todos os seres do universo possuem suas leis, de acordo com a sua natureza. Todos os
seres vivos irracionais têm suas leis: todas as suas ações são regidas por leis biológicas, idênticas no
mundo inteiro em cada espécie e invariáveis em cada indivíduo em qualquer tempo. Também o
homem está sujeito a essas leis biológicas e delas dependem sua saúde física e seu progresso mental
e emocional. Mas o homem é sobretudo um ser racional, consciente do que pensa e do que faz. Ele
pode dirigir suas ações para o lado que quiser, para o seu bem e até para o seu mal. A atividade
humana, ao contrário dos animais irracionais, tem um alcance que extrapola o círculo do próprio
indivíduo que a praticou. A atividade humana tem um alcance positivo e negativo sobre o ambiente
e, sobretudo, sobre a comunidade.
Daí a necessidade, para os homens, de leis sociais, que dirigem as ações e o comportamentode cada um na sociedade. Por essas leis, são estabelecidos os direitos e os deveres de todos e de
cada um. A sociedade, portanto, terá sucesso e poderá cumprir seu papel se todos os seus membros
cumprirem com suas obrigações em benefício próprio e coletivo. Essas leis, de fato, têm sentido e
sua razão de ser somente quando visam o bem comum, o bem de todos, sem distinção. Todos os
homens são iguais perante as leis da natureza: todos os homens devem ser iguais perante as leis
sociais.
Adaptado de www.geocities.com/iansol_bh acesso em março de 2008
EXEMPLO DE AULA 4
LIÇÃO: Conteúdo: A América Latina -Cuba
Valor Absoluto: Verdade
Valor Relativo: Autoconfiança
Tempo: 40 minutos
Objetivos:
Mostrar que apesar do país passar por grandes problemas e desafios sociais e econômicos,
conseguem ter o melhor nível de educação primária da América latina, com uma taxa de
alfabetização alta, exemplificando assim para o aluno que países pobres podem melhorar seu
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sistema educacional independente de recursos financeiros, bastando ter coragem e respeito por seu
país.
Método:
1. Harmonização: 5 a 10 minutos
Antes de iniciar a harmonização pergunte aos alunos se eles já ouviram falar de Cuba.
Comente alguns aspectos abordados no conteúdo do livro de geografia. Dê ênfase à educação neste
país. Não aprofunde. Espere e diga aos alunos que depois da história irão falar sobre este assunto.
Título: A Qualidade Desejada a um bom presidente ou líder de um país **
• Sentados, coluna ereta, o rosto sereno;
Sentem-se em silêncio, com os olhos abertos...
Agora vamos observar em nossa volta. Se o seu olhar cruzar com o olhar de algum colega,
procure olhar bem dentro dos olhos dele... Olhe para frente... Olhe para um lado... Olhe para o
outro lado... Olhe para trás....
Após este breve reconhecimento do local e de nossos amigos, vamos prestar atenção se
nossa coluna está reta... Vamos fechar os olhos e procurar relaxar o corpo...
Respire profundamente, puxando bastante ar para dentro dos pulmões e, em seguida,
soltando todo o ar. Repita umas três vezes, relaxando mais e mais...
Agora vamos respirar normalmente, prestando atenção no ar entrando e saindo. Imagine que
ao entrar ele vai renovando suas forças, deixando seu corpo bem saudável e forte. Imagine queao sair, o ar leva consigo todos os seus problemas, tudo aquilo que aflige seu coração... A cada
respiração você vai ficando mais forte, mais limpo. Você vai se relaxando mais e mais, se
sentindo cada vez mais solto... (pausa)
Pense agora numa boa qualidade* que você quer ter se um dia for um presidente ou líder de
um país... Se você não quiser ser um presidente ou um líder de um país pense nesta qualidade
para o líder do país que iremos estudar: Cuba. Uma ilha (mostras a localização no mapa). Ao
inspirar o ar para dentro de você, imagine que essa qualidade vai entrando também em você...
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Junto com o ar que entra em você, esta qualidade também entra e passa a formar parte de você...
Agora ela faz parte de você e é sua... Ela engrandeceu ainda mais você, aumentando suas
qualidades boas*... Ela vai fortalecer e amparar você num momento de necessidade... (pausa)
Agora que você já está bem fortalecido com essa qualidade que você quis, procure desejar
que seus amigos, a professora, as pessoas com quem você vive, que todos também possam tê-
la...
Procure estar alegre por poder doar essa qualidade aos demais... Para que todos possam tê-la
como você... É tão bom poder doar qualidades boas para as outras pessoas... Vamos agradecer
mentalmente essa oportunidade que estamos tendo de dar e de receber boas qualidades... Sinta
que você também está recebendo boas qualidades de seus coleguinhas... Agora que cada um de vocês já está rico de diferentes boas qualidades, vamos voltando ao
momento presente, mexendo os dedos das mãos, as mãos, os pés, as pernas, os braços e, agora,
vamos abrir os olhos e sorrir por estarmos cheios de boas qualidades...
Colaboração de Cleyde Strighdu, Porto Alegre – RS.
Extraído do Programa de Educação em Valores Humanos Sathya Sai –
Técnica Harmonização – Coordenação Nomaihaci R. Ferreira Crivelli
Sugestões de fundo musical: “Eine kleine Nachtmusik” Serenata nº 13 em sol maior
KV 525 – Wolfgang Amadeus Mozart.
Comentários:
** Adaptada com alguns termos para o conteúdo da aula de geografia – A educação
em Cuba.
* Ao usar esta harmonização para trabalhar um determinado valor com o grupo, sugerimos que o
coordenador da dinâmica expresse que a qualidade desejada é aquela que o estudante sente que
necessita para reforçar e desenvolver em si mesmo o valor em questão. Por exemplo: no caso de
estar trabalhando com o grupo o valor autoconfiança, o coordenador pode dizer: “... Pense agora
numa boa qualidade que você quer ter, para reforçar em si a autoconfiança, para que você se torne
uma pessoa mais autoconfiante em sua própria vida...”
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2. Citações: 5 minutos “A educação possibilita ao homem de bem decidir se transformar em
um bom chefe de governo, mas, também se esse homem desejar ele poderá ser o maior
tirano para o seu povo”
3. História: Crie uma estória que fale da formação de Cuba e da luta de seus habitantes. Peça
ajuda para a professora de história e juntos apliquem esta aula.
4. Canto Grupal: Escolher uma música de acordo com a idade dos alunos que fale sobre
educação.
5. Atividade Grupal: Dividir a sala em grupos. Distribuir duas cartolinas para cada grupo.
Solicitar que coloquem em uma cartolina sugestões de como deve ser uma escola. Na segunda que
coloquem os deveres dos alunos para que estas sugestões sejam alcançadas. Solicitar que ilustrem.
Em seguida formar uma grande roda e pedir que observem os trabalhos de cada grupo e vejam as
sugestões.
6. Encerramento: Refletir sobre a citação em silêncio.
Referência:
ORGANIZAÇÃO SRI SATHYA SAI. PROGRAMA EDUCARE. Educando com valoreshumanos: manual para educadores. Regional Belo Horizonte. Vol. 3, p. 191, 2007. Apostila.
EXEMPLO DE AULA 5
PLANEJAMENTO DE AULA:
LIÇÃO: CIVISMO, CIDADANIA E PATRIOTISMO... DIGNIFICANDO AQUELES
CONSCIENTES DE DIREITOS E DEVERES PARA COM A SOCIEDADE E
TODAS AS FORMAS DE VIDA
Valor Absoluto: Não-violência.
Valor Relativo: Civismo, Cidadania e Patriotismo.
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Objetivos: Levar o estudante a tomar consciência de sua responsabilidade no plano coletivo e das
implicações de seus atos.
Método:
1. Harmonização:
1.1. Sentar-se em silêncio (3 minutos); seguido da audição da versão orquestrada do Hino Nacional
Brasileiro.
1.2. Leitura dos versos do Hino Nacional Brasileiro por um dos participantes, com voz pausada e
suave.
2. Palestra: Os Temas Transversais
3. Citações:
“Quando vocês clamam por direitos, devem dobrar seus ombros para carregar obrigações.
Adquiram a faculdade de distinguir entre o que é bom e o que não é, e os meios para
assegurar o bem e evitar o mal. Se ao contrário, precipitam-se às ruas atrás de líderes que os
usam para fins pessoais, estão prejudicando suas carreiras e fazendo mal à política”. Sathya
Sai Baba“Ame sua Pátria como ama sua mãe”. Sathya Sai Baba
4. História: O menino e o dedo protetor.
4.1. Leitura ou dramatização da história;
4.2. Reflexões em grupo e Debates.
5. Canto Grupal: Música - Hino Nacional Brasileiro.
6. Atividade Grupal: Dinâmica de Grupo - Quebra-cabeça: Minha Pátria, Minha Bandeira.
7. Encerramento:
7.1. Leitura dos Dez Princípios, por um dos participantes, com voz pausada e suave, em atitude de
silêncio e reflexões.
7.2. Oração/canção: “Que todos os seres de todos os mundos sejam eternamente felizes” ( 3 vezes).
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TEMAS TRANSVERSAIS (texto de apoio)
Os objetivos do ensino fundamental apontam para a necessidade de que os alunos se tornem
capazes de eleger critérios de ação pautados na justiça, detectando e rejeitando a injustiça quando
ela se fizer presente, assim como criar formas não violentas de atuação nas diferentes situações da
vida. Ainda que quase todos possam concordar com isso, raramente na escola se consegue passar do
discurso para a prática.
A escola não muda a sociedade diretamente. Ela pode formar indivíduos que a transformem.
Ela pode partilhar um projeto de princípios democráticos, os valores da democracia, com segmentos
sociais, articular-se a eles. Ainda que, de modo geral, a escola apenas reproduza a sociedade a sua
volta, com seus problemas e qualidades, ela de fato pode constituir um espaço de transformação, se
atuar nessa direção.
A concretização desse projeto passa pela compreensão de que as práticas pedagógicas são
sociais e políticas. Não se trata apenas de educar para a democracia, mas também de educar para a
construção do futuro. Ao incluir questões que possibilitem à criança a compreensão e a crítica da
realidade, ao invés de tratar as questões sociais como informações abstratas a serem aprendidas para
“passar de ano”, a escola pode oferecer aos estudantes a oportunidade de se apropriar desses
conceitos como instrumentos para refletir, mudar sua própria vida no sentido de ter uma prática
pessoal que contribua para o fortalecimento da sociedade, não para a deterioração do ambiente
social.
A contribuição da escola, portanto, é um projeto de educação comprometida com o
desenvolvimento de capacidades que permitam intervir na realidade para transformá-la. Um projeto
pedagógico com esse objetivo poderá ser orientado por algumas diretrizes maiores. Uma delas é
posicionar-se claramente em relação às questões sociais e interpretar a tarefa educativa como uma
intervenção na realidade no momento presente. Outra é não tratar os valores apenas como conceitos
ideais ou como peças de discurso –eles precisam ser praticados. Nos tópicos listados abaixo, são
apresentados de forma sintética as concepções de atividades propostas pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais e sugestões sobre jogos estimuladores para temas transversais.[46]
Ambiente. Dominar noções sobre o ambiente e perceber que determinadas ações alteram as
relações entre as formas de vida no espaço terrestre. Posicionar-se de forma crítica e construtiva no
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respeito à natureza e dominar métodos de mobilização para a conservação ambiental. Jogos para
estimular as inteligências espacial e natural.
Justiça. Entender o conceito de justiça e basear o quadro de valores e referências na
eqüidade e na construção de uma sociedade justa. Adotar atitudes solidárias e cooperativas de
repúdio às injustiças sociais. Compreender o consumismo e estabelecer limites às necessidades
pessoais e sociais. Jogos estimuladores da inteligência pessoal e sobretudo da interpessoal.
Saúde. Entender a saúde como um direito de toda a sociedade e de todos os seus membros.
Compreender que a saúde é produto das relações da pessoa com o meio físico e social, identificando
fatores de risco e construindo hábitos e condutas que valorizem a auto-estima e a qualidade de vida
física e emocional. Jogos estimuladores das inteligências espacial, lingüística e pessoal.Pluralidade cultural. Conhecer a diversidade do patrimônio cultural brasileiro,
reconhecendo a diversidade como um direito dos povos e dos indivíduos. Repudiar as formas de
discriminação por raça, crença, credo e sexo. Jogos estimuladores das inteligências pessoal e
espacial.
Orientação sexual. Respeitar a diversidade de concepções relativas à sexualidade, desde
que se garanta a dignidade integral do ser humano. Conhecer o corpo e expressar sentimentos que
edifiquem a auto-imagem, mas que respeitem a identidade do outro. Aprimoramento da ética e daempatia. Jogos estimuladores das inteligências pessoal e cinestésico-corporal.
Trabalho. Possibilitar a plena compreensão de que o trabalho não se impõe ao homem
como um desafio para sua sobrevivência, mas como uma necessidade de construção pessoal e
social. O tema deve levar os alunos a desenvolver a capacidade de se posicionar frente às questões
que interferem na vida coletiva e compreender a relação entre autonomia e autoridade, discutindo
valores e normas que envolvem o valor do trabalho como instrumento de integração social. Jogos
estimuladores das inteligências pessoal, lingüística, pictórica, musical e cinestésico-corporal.
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HINO NACIONAL BRASILEIRO
Música: Francisco Manuel da Silva
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Ouviram do Ipiranga as margens
plácidas
De um povo heróico o brado
retumbante,
E o sol da liberdade, em raios
fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesseinstante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com
braço forte,
Em teu seio ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria
morte!
Ó Pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!
Brasil de um sonho intenso, um
raio vívido,
De amor e de esperança à terra
desce
Se em teu formoso céu risonho e
límpido,
A imagem do Cruzeiro
resplandece.
“Nossos bosques tem mais
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido
colosso,
E o teu futuro espelho essa
grandeza.
Terra adorada,Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe
gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Deitado eternamente em berço
esplêndido,
ao som do mar e à luz do céu
profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da
América,
Iluminado ao sol do Novo
Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos lindos campos tem
mais flores,
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vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais
amores”.
Ó Pátria amada,Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja
símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro desta
flâmula
_Paz no futuro e glória no
passado.
Mas se ergues da justiça a clava
forte,
Verás que um filho teu não foge
à luta,
Nem teme, quem te adora, a
própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe
gentil,
Pátria amada,
Brasil!
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CITAÇÕES:
“Quando vocês clamam por direitos, devem dobrar seus ombros para carregar obrigações.
Adquiram a faculdade de distinguir entre o que é bom e o que não é, e os meios para assegurar o
bem e evitar o mal. Se ao contrário, precipitam-se às ruas atrás de líderes que os usam para fins
pessoais, estão prejudicando suas carreiras e fazendo mal à política”. Sathya Sai Baba
“Ame sua Pátria como ama sua mãe”. Sathya Sai Baba
HISTÓRIA: O MENINO E O DEDO PROTETOR
Esta é uma história real, de um menino que não se deixou abater pelas adversidades
enquanto cumpria sua missão; encerra um exemplo de bravura. A Holanda é um país cuja maior
parte do território fica abaixo do nível do mar. Enormes muralhas, chamadas diques, são o que
impede o Mar do Norte invadir a terra, inundando-a completamente. Há séculos, o povo esforça-se
para manter as muralhas resistentes, a fim de que o país continue em segurança. Até as crianças
pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados constantemente e que um buraco do tamanho
de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.
Há muitos anos, vivia na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma das pessoas
responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abri-las e fechá-las para que os navios
pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.
Numa tarde do inicio do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe chamou-o enquanto brincava.
— Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para seu amigo cego. Se
você andar ligeiro e não parar para brincar, vai voltar antes de escurecer.
O menino gostou da tarefa e partiu feliz. Ficou um bom tempo com o pobre cego, contando-
lhe sobre o passeio da vinda, o sol e as flores, e os navios lá do mar. De repente, lembrou-se da mãe
dizendo para voltar antes de escurecer. Despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa.
Quando passava pelo canal, percebeu como as chuvas tinham feito subir o nível da água e
que elas estavam batendo forte contra o dique e pensou nas comportas do pai. “Que bom que elas
são tão fortes! Se quebrassem, o que seria de nós? Esses campos lindos ficariam inundados. Meu
pai sempre diz, as águas estão ‘zangadas’. Parece que ele acha que elas estão zangadas por ficarem
presas tanto tempo.”
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O menino parava a toda hora para pegar umas florzinhas azuis que cresciam à beira do
caminho, ou para escutar o barulhinho dos coelhos andando pela relva. Mas com maior freqüência,
sorria ao pensar no pobre cego, que tão poucos prazeres tinha e tanto apreciava suas visitas.
De repente, percebeu que o sol estava se pondo e escurecia rápido. “Minha mãe vai ficar
preocupada”, pensou ele, já correndo para chegar logo em casa. Nesse exato momento, ouviu um
barulho. Parecia água respingando! O menino parou e foi procurar de onde vinha. Encontrou um
buraquinho no dique por onde estava correndo um fio de água.
Qualquer criança na Holanda morre de medo só de pensar num vazamento dos diques. Peter
compreendeu o perigo imediatamente. Se a água passasse por um buraco qualquer, de pequeno ele
logo se tornaria grande e todo o país seria inundado. O menino prontamente percebeu o que deveriafazer. Jogou fora as flores, desceu a encosta lateral do dique e enfiou o dedo no furo.
A água parou de vazar! E Peter ficou pensando com seus botões: “Ah! As águas zangadas
vão ficar presas. Posso contê-las com meu dedo. A Holanda não vai ser inundada enquanto eu
estiver aqui.”
Correu tudo bem no inicio, mas logo escureceu e esfriou. O menino começou a gritar bem
alto:
— Socorro! Alguém venha até aqui.
Mas ninguém ouviu, ninguém veio ajudar. Foi fazendo cada vez mais frio. O braço começou
a doer e a ficar dormente. Ele tornou a gritar:
—Será que ninguém vai vir até aqui? Mãe! Mãe!
Ela já tinha procurado pelo menino muitas vezes desde que o sol se fora, olhando pelo
caminho do dique até onde a vista alcançava, mas decidiu voltar para casa e fechar a porta, achando
que ele havia decidido passar a noite com o amigo cego. Estava disposta a ralhar com ele na manhãseguinte por ter ficado fora de casa sem sua permissão.
Peter tentou assobiar, mas os dentes batiam de frio. Pensou no irmão e na irmã,
aconchegados no calor de suas camas, e no pai e na mãe queridos. “Não posso deixá-los afogar.
Preciso ficar aqui até que alguém venha, mesmo que passe a noite inteira.”
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A lua e as estrelas brilhavam, iluminando o menino recostado numa pedra junto ao dique. A
cabeça pendeu para o lado, os olhos fecharam-se, mas Peter não adormeceu, pois a toda hora
esfregava a mão que estava detendo o mar zangado.
— De alguma forma, eu vou agüentar!, pensava ele. E passou a noite inteira ali, contendo as
águas.
De manhã, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho achou ter ouvido um gemido
enquanto passava por cima do dique. Inclinou-se na borda e encontrou o menino agarrado à parede
da muralha.
— O que aconteceu? Você está machucado?
— Estou contendo a água do mar!, gritou Peter. Mande vir socorro logo!
O alerta foi dado imediatamente. Chegaram várias pessoas com pás e logo o furo estava
consertado. Peter foi levado para casa, ao encontro dos pais. Rapidamente todos ficaram sabendo
que ele lhes havia salvo as vidas naquela noite. Até hoje, ninguém se esquece do corajoso pequeno
herói da Holanda!
Adaptação do original de Etta Austin Blaisdell e Mary Frances Blaisdell,
O Livro das Virtudes para Crianças
REFLEXÃO
Os participantes do grupo fazem uma reflexão sobre a história e sobre o significado dos
valores do civismo, cidadania e patriotismo.
TEXTO PARA REFLEXÃO:
Dez princípios para seguir:
1. Considerem como sagrado o lugar onde nasceram. Tenham patriotismo por sua Nação, mas
não critiquem e nem humilhem as demais nações. Nem mesmo em seus pensamentos ou
sonhos abriguem a possibilidade de prejudicar o seu País.
2. Respeitem todas as religiões igualmente.
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3. Reconheçam a fraternidade entre os homens. Tratem a todos como seus irmãos. Amem a
todos.
4. Mantenham seu lar e seus arredores limpos. Isto promove a saúde e a auto-estima.
5. Pratiquem a caridade, mas não fomentem a mendicância, dando dinheiro aos mendigos.
Dêem-lhes alimentos, roupas, proteção e ajudem-nos de outras maneiras a ajudarem a si
mesmos (não fomentem a preguiça).
6. Não tentem a outros, subornando-os, nem se rebaixem aceitando suborno. Nunca dêem lugar
à corrupção!
7. Não fomentem o ciúme e a inveja. Expandam a sua visão e sua perspectiva. Tratem a todos
da mesma maneira, sem levar em conta distinções de posição social, raça, religião ou credo.
8. Tratem e façam o máximo que puderem vocês mesmos. Se forem ricos e tiverem
funcionários, eles podem ajudá-los, mas vocês deverão realizar pessoalmente seu serviço à
sociedade. Vocês devem fazer o serviço desinteressado com suas próprias mãos, com seu
próprio esforço. Este dever Divino não pode ser delegado a funcionários e auxiliares.
9. Tenham e cultivem “Amor por Deus e temor ao pecado.” Tenham aversão ao pecado.
10. Nunca desobedeçam às leis de seu País; sigam-nas diligentemente, tanto em palavras comoem intenção. Sejam cidadãos exemplares.
Sathya Sai Baba.
EXEMPLO DE AULA 6
PLANEJAMENTO DE AULA:
LIÇÃO: JUSTIÇA SOCIAL... IGUALDADE QUE INCLUI A TODOS
Valor Absoluto: Não-violência.
Valor Relativo: Justiça Social.
Objetivos: Levar o estudante a compreender que o sentimento de igualdade de direitos, deveres e
oportunidades na sociedade são fundamentais para o progresso do homem material e
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espiritualmente; e que o sentimento de justiça social determina prioridades e orienta nossa ação
consciente e compromisso amoroso que assumimos diante da nossa tarefa como ser social e
espiritual.
Método:
1. Harmonização: Sentar-se em silêncio (3 minutos).
2. Palestra: Direitos Humanos no Novo Mundo.
3. Citações:
“Deus nada tem a ver com recompensas ou castigos. Ele apenas reflete, ressoa e reage. Ele é
a Eterna Testemunha, inafetado. Vocês decidem seus destinos. O homem precisa descobrir o
segredo da vida feliz. Deve se conscientizar de que alcançou a condição humana não para
desfrutar de prazeres mundanos, mas para realizar seu destino divino, através do cultivo de
boas qualidades e boas ações”. Sathya Sai Baba
“Deveis fazer a todo custo o que é justo, deveis deixar de fazer o injusto, sem importar-vos
com o que o ignorante pense ou diga”. Krishnamurti
4. História: A estátua de Buda.
4.1. Leitura ou dramatização da história;
4.2. Reflexões em grupo e Debates.
5. Canto Grupal:
5.1. Música - Verdade (Edson Aquino)
6. Atividade Grupal: Dinâmica de Grupo- Reconhecendo sua folha: reconhecendo sua tarefacomo ser social.
7. Encerramento: Atitude de oração silenciosa para que a justiça social se restabeleça no
planeta conforme os desígnios da justiça Divina.
8. Observação: ao final da aula, distribuir o texto: “Não é comigo”, para todos os
participantes usarem para reflexão na semana.
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CÍRCULO DE ESTUDOS:
DIREITOS HUMANOS NO NOVO MUNDO
A amplitude do movimento contra as violações dos direitos humanos é muito estimulante.Não só dá uma perspectiva de alívio a muitos que sofrem, como também é indício de
desenvolvimento e progresso da humanidade. A preocupação com os direitos humanos e o esforço
para mantê-los representam um grande serviço às gerações presentes e futuras. Desde que a
declaração universal dos direitos humanos foi promulgada - há cinqüenta anos -, as pessoas
começaram a compreender a grande importância e o valor dos direitos do homem.
Perspectivas de um monge budista
Embora não seja perito neste campo, para um monge budista, como eu, os direitos de cada
ser humano são um bem muito precioso e imprescindível. Segundo a crença budista, todo ser ciente
possui um fundamento de natureza pura em sua essência, não poluído por distorções mentais.
Referimo-nos a essa essência como a semente da iluminação, em que todos os seres são capazes de
alcançar a perfeição e, dada a natureza pura da mente, acreditamos que todos os aspectos negativos
possam ser eliminados do espírito. Assim sendo, quando nossa atitude mental é positiva, as ações
negativas do corpo e da palavra deixam de existir automaticamente. Como todos os seres cientesencerram este potencial, todos são iguais. Todos têm direito de ser feliz e superar o sofrimento. O
importante é a prática de se viver a vida eticamente.
Em minha prática diária de monge budista, tenho de observar muitas regras. Mas o
fundamental em todas é o profundo respeito e a preocupação pelos direitos do próximo. Os votos
feitos por monges e monjas ordenados incluem não tirar a vida de outros seres, não roubar suas
posses, e assim por diante. São princípios fundamentais enraizados no respeito aos direitos do
próximo. Além de revelar profundo respeito pelas pessoas, essa também é uma forma de respeitar aprópria vida e de mostrar preocupação pelo bem-estar geral.
Apesar de ser muito importante respeitar os direitos dos outros, muitas vezes agimos de
forma contrária, e o motivo principal é nossa falta de amor e compaixão. A questão das violações
dos direitos humanos e a preocupação pelos direitos das pessoas estão intimamente ligadas à prática
da compaixão, do amor e do perdão no nosso cotidiano. Quando se fala de amor e compaixão, as
pessoas geralmente relacionam essas qualidades às práticas religiosas, o que não é necessariamente
o caso.
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Todos nós, desde a mais tenra idade à velhice, apreciamos a ajuda e o carinho que as pessoas
nos dispensam. Infelizmente, no decorrer de nossa vida, à medida que nos tornamos independentes,
muitas vezes negligenciamos o valor do carinho e da compaixão. Visto que nossa vida se inicia e
termina com a necessidade inerente de afeto, não seria muito melhor praticarmos a compaixão e o
amor ao próximo enquanto podemos?
Só conquistamos amigos verdadeiros quando exprimimos sentimentos sinceros, respeito
pelo próximo e preocupação por seus direitos. É fácil vivenciar esses sentimentos no nosso dia a
dia. A prática da sinceridade e do amor é fonte inesgotável de felicidade e satisfação. Ao
desenvolvermos uma atitude altruísta, desenvolvemos automaticamente a preocupação pelo
sofrimento alheio e, ao mesmo tempo, a determinação de fazer algo para proteger seus direitos e nos
interessar por sua sorte.
A Universalidade dos Direitos Humanos
Os direitos humanos são de interesse universal, porque ansiar pela liberdade, igualdade e
dignidade é inerente à natureza dos seres humanos, e todos têm direito a essas qualidades.
Queiramos ou não, nascemos neste mundo fazendo parte de uma grande família: ricos ou pobres,
instruídos ou não, advindos de nações, ideologias e credos distintos ou não, em última análise, cada
um de nós é apenas um ser como qualquer outro. Todos desejamos a felicidade e nenhum de nós
quer sofrer.
Se concordarmos que todos têm os mesmos direitos à paz e à felicidade, não será nossa
responsabilidade ajudar os mais necessitados? Aspirar à democracia e ao respeito pelos direitos
humanos básicos é tão importante para os povos da África e da Ásia, como para os da Europa ou
das Américas. Contudo, são justamente os povos cujos direitos humanos foram tolhidos que têm
menos possibilidade de se manifestar. A responsabilidade recai sobre os que usufruem de tais
liberdades, como nós.
As violações aos direitos humanos muitas vezes dirigem-se aos membros mais talentosos,
dedicados e criativos da sociedade. Em conseqüência, o desenvolvimento político, social, cultural e
econômico de uma sociedade fica comprometido pelas violações aos seus direitos. Por isso,
salvaguardar os direitos e liberdades de cada um é uma questão extremamente importante, tanto
para as pessoas cujos direitos foram suprimidos quanto para o desenvolvimento da sociedade como
um todo. Os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos constituem uma espécie de
lei natural que deveria ser seguida por todos os povos e governos.
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O direito à liberdade de expressão e a uma sociedade livre é essencial ao desenvolvimento
econômico de qualquer nação. A grande diversidade de culturas e religiões existentes no mundo
deveria servir para preservar os direitos humanos fundamentais de todas as comunidades
internacionais. Nessa diversidade, há princípios básicos que unem todos os seres humanos e nos
tornam membros de uma mesma família. Contudo, a manutenção de tradições culturais e religiosas
não deve jamais ser usada como justificativa para a violação dos direitos humanos. A discriminação
racial contra mulheres ou minorias pode ser tradição de algumas sociedades, mas se for
incongruente com os direitos humanos universalmente reconhecidos, esse tipo de comportamento
deve ser mudado. O princípio universal de igualdade entre todos os seres humanos deve ter
precedência.
A necessidade da responsabilidade universal
O mundo está se tornando cada vez mais interdependente e é por isso que acredito
firmemente na necessidade de desenvolver-se a responsabilidade universal. Precisamos pensar em
termos globais, pois as conseqüências de medidas adotadas por um determinado país, hoje,
ultrapassam fronteiras. A aceitação de padrões universais, como os descritos na Declaração
Universal dos Direitos Humanos e na Convenção Internacional sobre os Direitos Humanos, é
primordial no mundo atual, cada vez menor. O respeito pelos direitos fundamentais do ser humano
não é apenas um objetivo a ser atingido. É, antes, o alicerce indispensável a qualquer sociedade.
As barreiras artificiais que separavam nações e povos ruíram em tempos recentes. O sucesso
dos movimentos populares no desmantelamento da separação entre os países do Leste e do
Ocidente, que polarizou o mundo durante décadas, constituiu-se motivo de grande confiança e
expectativa. Contudo, permanece ainda um enorme abismo no coração de nossa família humana.
Refiro-me à divisão dos países do Norte e do Sul. Todos aqueles comprometidos com os princípios
básicos de igualdade, que são o cerne dos direitos humanos, não podem ignorar as grandes
disparidades econômicas existentes no mundo de hoje. Não se trata apenas de afirmar que todos os
seres humanos têm direito a usufruir da mesma dignidade. Há de se traduzir as palavras em ações.
Temos a responsabilidade de buscar alternativas para alcançar uma distribuição mais igualitária dos
recursos mundiais.
Temos testemunhado um movimento popular fantástico em prol dos direitos humanos e das
liberdades democráticas no mundo. Esse movimento deve tornar-se cada vez mais forte, para que
não haja governo ou exército capaz de suprimi-lo.
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Causar sofrimento ao próximo e usurpar seu direito à paz e à felicidade geram ansiedade,
medo e desconfiança. O cultivo de amor e compaixão ao próximo é essencial para criarmos um
mundo melhor e mais pacífico. Para tal, é necessário desenvolvermos uma preocupação genuína por
nossos irmãos e irmãs menos afortunados. Temos a obrigação moral de auxiliar e dar apoio
incontestável a todas as pessoas privadas de exercer seus direitos e liberdades, que muitos de nós
temos garantidos.
Juntos, confrontamo-nos com graves problemas, tais como superpopulação, escassez dos
recursos naturais e uma crise ambiental sem precedentes, que ameaçam o alicerce de nossa própria
existência neste planeta. Os direitos humanos, a proteção do meio ambiente e maior igualdade
social e econômica são fatores interligados. Acredito que, para enfrentar os desafios de nosso
tempo, os seres humanos deverão desenvolver um sentido maior de responsabilidade universal.Cada um de nós deverá aprender a trabalhar, não somente em benefício de si próprio, sua família ou
nação, mas em prol da humanidade como um todo. A responsabilidade universal é a chave para a
sobrevivência do homem e é a melhor garantia para a manutenção dos direitos humanos e da paz
mundial.
Dalai Lama
CITAÇÕES:
“Deus nada tem a ver com recompensas ou castigos. Ele apenas reflete, ressoa e reage. Ele é a
Eterna Testemunha, inafetado. Vocês decidem seus destinos. O homem precisa descobrir o segredo
da vida feliz. Deve se conscientizar de que alcançou a condição humana não para desfrutar de
prazeres mundanos, mas para realizar seu destino divino, através do cultivo de boas qualidades e
boas ações”. Sathya Sai Baba
“Deveis fazer a todo custo o que é justo, deveis deixar de fazer o injusto, sem importar-vos com oque o ignorante pense ou diga”. Krishnamurti
HISTÓRIA: A ESTÁTUA DE BUDA
Em uma linda cidadezinha do Brasil, aconteceu uma história interessante: conta-se que, em
meados do século XIX, um Mestre Zen Budista de passagem por um lindo lugarejo descobriu um
povoado que vivia em grande harmonia. Certamente a majestosa manifestação da natureza, que
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presenteava os moradores do povoado com sua grande exuberância, também era responsável pela
paz e harmonia do local. Os moradores eram felizes e harmoniosos. O monge detectou no povoado
a criatividade nas formas de sobrevivência, pois a circulação de dinheiro era mínima. Todos apenas
trocavam o que produziam através de seu trabalho e sua habilidade. E a natureza os ajudava, dando-
lhes terras férteis para o plantio, grutas contendo pedras preciosas e chuvas abundantes.
O bondoso Mestre, então, resolveu fixar morada no povoado e construir um Mosteiro
Budista. Logo, todos souberam da intenção do monge e, como a convivência com o bondoso senhor
já era de grande empatia, logo se prontificaram em ajudá-lo. Alguns dos moradores já conheciam a
história de Buda, pois o povoado era composto, em sua maioria, por imigrantes europeus. No
povoado, havia manifestações diferentes de culto a Deus, porém todos se respeitavam e viviam a
suas vidas em paz. Todos se sentiam especialmente felizes com a presença do monge, que, apesarda dificuldade de se expressar, por causa da língua japonesa, emitia uma grande simpatia, bondade e
era possuidor de um impressionante olhar doce e brilhante.
Assim, foi feito o mais lindo mosteiro e a imagem de Buda em frente ao mosteiro ficou
majestosamente bela: foi esculpida numa rocha de aproximadamente 10 metros de altura. Nela,
foram incrustadas pedras preciosas, que existiam com fartura no local. Ao final, todos ficaram
orgulhosos e impressionados com a esplendorosa estátua.
E assim, foram passando os anos e as décadas. A estátua era tão linda que atraia pessoas detodas as regiões para conhecer aquele maravilhoso Buda. E o pequeno povoado foi crescendo,
crescendo, até se transformar numa grande cidade.
Com o aumento da população, no entanto, também surgiram as complexidades nas formas
de sobrevivência e nos relacionamentos entre as pessoas. A tranqüilidade e harmonia do pequeno
povoado transformaram-se num grande anseio de exploração dos recursos do lugar. O materialismo
começou a imperar e, com ele, conflitos de toda a ordem. Por mais que os fundadores do povoado
se esforçassem em manter a ordem existente, a ambição e a agressividade do progresso desordenadoderrotavam todo o esforço. O bondoso mestre, agora um ancião, também se esforçava, propagando
o respeito à vida, a solidariedade, o desapego e o compartilhamento entre todos, mas também
fracassava em seu intuito.
Resultado: a vida naquela cidade passou a ser difícil, competitiva, desigual e, como
conseqüência, as injustiças sociais se tornaram gritantes. Quem se adequasse ao esquema vigente e
conseguisse acumular riquezas, literalmente explorava outros tantos que tinham que vender barato a
sua força de trabalho. Começaram a surgir favelas, exploração de crianças, analfabetismo,
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mortalidade infantil, falta de saneamento básico nos bairros mais populosos, epidemias e outros
fatores, frutos da ambição humana.
Um dia, o prefeito da cidade, induzido por integrantes de uma linha religiosa, decidiu:
— Vou dinamitar a grande estátua do Buda, pois a prefeitura gasta muito dinheiro na manutenção
daquele monumento, quando tem outras prioridades. Vou mandar retirar as pedras preciosas da
estátua e assim obterei recursos para ajudar a debelar parte das injustiças sociais.
Logo que o bondoso monge ficou sabendo da decisão do prefeito, abaixou a cabeça
visivelmente triste, mas não disse uma só palavra. Os demais monges que viviam no mosteiro
disseram perplexos:
— Esse é um ato de violência. Em que esta estátua pode estar pesando na vida da cidade? Como o
prefeito quer acabar com as injustiças sociais, destruindo um símbolo de luz?
E com estas perguntas, foram ter com o velho mestre. Ele, com o seu ar sábio, disse:
— Não podemos intervir nesta decisão.
— Mas como, Mestre? O Buda pertence ao mosteiro!
— Não, o Buda não pertence a ninguém. Ele é o Ser em cada um de nós.
— Mas mestre, não vamos fazer nada em relação a este ato de violência?
O mestre, olhando docemente para o monge, disse:
— Você já observou um pedaço de galho que se desprende da árvore e cai no rio revolto?
— Sim disse o monge. Ele não consegue ir contra a correnteza.
O silêncio se fez presente até que, depois de alguns minutos, outro monge arriscou:
— O que faremos então?
— Nada, disse o mestre. Deixem que os homens desta cidade façam o que acharem certo fazer. Eusó sinto não termos sido capazes de ajudá-los a encontrar formas não-violentas e mais harmoniosas
de acabar com as injustiças sociais.
E foi assim que a estátua majestosa foi destruída. Todos os monges do mosteiro recolheram-
se em atitude de meditação. Mais tarde, parte do grande mosteiro transformou-se numa creche que
abrigava crianças órfãs e filhos de pais pobres que precisavam deixar seus filhos para trabalhar.
Aquela sociedade, nunca mais foi a mesma de antes. O bondoso mestre e os monges fizeram sua
parte antes e durante o período de “rio revolto” e de injustiças sociais.
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REFLEXÃO
O que você acha que provocou o aumento do número de habitantes da cidadezinha?
O que provocou os desequilíbrios sociais?O que você acha da atitude do mestre ancião ao saber da possibilidade de destruição da estátua de
Buda?
Quais foram as atitudes dos monges frente ao cenário de injustiça social da cidade, mesmo
sentindo-se desrespeitados em suas crenças?
Você acha justificável a atitude do prefeito frente à estátua do Buda?
TEXTO PARA REFLEXÃO:
NÃO É COMIGO
Esta é uma história sobre quatro personagens, “Todo Mundo”, “Alguém”, “Qualquer Um” e
“Ninguém.”
Havia um importante trabalho a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza que ALGUÉM o
faria. QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez. ALGUÉM zangou-se porqueera um trabalho de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou QUALQUER UM poderia fazê-lo,
mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO culparia ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que
QUALQUER UM poderia ter feito”.
CITAÇÃO:
“Não importa a causa do teu sofrimento, não firas teu semelhante”. Buda
HISTÓRIA: O PIANO DE TERESA
Teresa trabalhava numa importante loja de instrumentos musicais de sua cidade. A sua
dedicação, ética e compromisso eram tão marcantes que logo Teresa conseguiu o cargo de gerência.
Sua ascensão na empresa, no entanto, não foi fácil. Durante os anos, várias vezes colegas
comentavam sobre sua atitude profissional, julgando-a de forma depreciativa.
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— A Teresa, aquela certinha, acho que ela nunca fez nada de errado na vida, está sempre
irritantemente acima do bem e do mal.
Teresa ouvia estes comentários, mas sempre se calava e determinadamente continuava seu
trabalho. Por outro lado, quantas vezes seus colegas, mesmo os que a depreciavam, pediam sua
ajuda em momentos de aperto! Teresa, sempre disponível, ajudava a todos, dentro de seu limite.
Digo dentro de seu limite, porque Teresa sempre se recusou a proteger colegas no que eles não
estavam certo. Sua facilidade em dizer sim para os que necessitavam de uma ajuda era a mesma que
para dizer não aos que queriam se aproveitar da sua generosidade.
Essa posição firme e justa talvez a tornasse alvo preferencial dos que não conseguiam
manipulá-la. No mês de março, Teresa faria aniversário e seus colegas incomodados resolveram lhe
fazer uma brincadeira sem graça. Datilografaram um bilhete, deixado em sua mesa:
“Teresa, preciso que você adquira os instrumentos relacionados abaixo. Por favor, entre em contato
com os fornecedores com urgência. Obrigado. Carlos, Diretor.” Mais abaixo no bilhete, havia uma
lista de vários instrumentos.
Teresa, depois de ler o bilhete começou a tomar providências, ligando para fornecedores,
negociando valores até que, em dois dias, as compras estavam concluídas. Satisfeita, foi até o seu
chefe e lhe disse:
— Sr. Carlos, todos os instrumentos pedidos já foram comprados.
—Que instrumentos?, indagou ele surpreso.
— Os da lista que o senhor deixou na minha mesa...
— Na sua mesa? Eu não deixei nada na sua mesa. Decerto que às vezes lhe peço as coisas com
bilhetes, mas dessa vez eu não escrevi nada. Deve ter algum engano. Cadê o bilhete?
O Sr. Carlos, ao ler a lista de material quase caiu pra trás.
— O que? Você comprou tudo isto? O chefe não pôde evitar o tom agressivo e perturbador com o
qual se dirigiu a ela.
Teresa quase desmaiou de susto e desapontamento. Enquanto isso, seus colegas
gargalhavam com sua reação. Quando o mal-estar e o constrangimento da situação ficou
insuportável, seus colegas revelaram a brincadeira.
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Teresa ficou surpresa: ela tinha dificuldade de acreditar que uma coisa como essa tinha sido
tramada pelos colegas. Enquanto eles ironicamente riam e a cumprimentavam pelo aniversário,
Teresa demonstrava uma grande decepção.
— Teresa você não sabe brincar? Não precisa ficar preocupada, enquanto você ligava para fechar
uma compra, passados alguns minutos nós ligávamos para concelá-la. Na verdade, só queríamos
brincar com você.
Mas Teresa se sentiu tão humilhada que se retirou da loja e foi pra casa. O clima na loja
ficou tão ruim que todos começaram a se sentirem culpados.
— Acho que fomos longe demais. Teresa sempre foi bacana e não merecia...
No dia seguinte, Teresa chegou para trabalhar pontualmente. Rapidamente deu bom dia a todos epassou a se concentrar no seu trabalho. Todos sem graça pela brincadeira, chegavam a sua mesa e
perguntavam como ela estava passando. Teresa, sem querer conversar, dizia:
— Não se preocupem, eu sobrevivi.
Alguns minutos mais tarde, um homem de uniforme azul chegou à loja com uma nota fiscal na mão
e disse:
— Onde posso entregar a encomenda?Todos se assustaram e se voltaram para o homem: “Que encomenda?!”
— O piano que esta loja pediu. Quem poderia assinar esta nota?, disse o homem.
Todos se entreolharam atônitos. Eles haviam esquecido de cancelar aquele pedido! Um deles meio
gaguejando, ainda tentou:
— Mas acho que houve um engano.
Rapidamente, o Sr. Carlos tomou a dianteira e disse:
— Não houve engano, não. Na verdade, nossa gerente aniversariou ontem e seus colegas, como
exemplo de admiração e respeito por ela, resolveram presenteá-la com este piano.
O Sr. Carlos voltou-se para todos e disse:
— Foi muito louvável essa atitude de vocês! Teresa sempre quis tocar piano e acho que agora vocês
deram a ela a oportunidade que ela precisava para aprender. Teresa, receba este presente de seus
amigos como forma de gratidão por sua atitude sempre amorosa e correta nesta loja. Você sempre
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foi um exemplo pra todos nós. Eu aproveito a oportunidade e digo que vou entrar no rateio do
presente junto com seus colegas.
E voltando-se para os outros, não deixou brecha:
— Não, não... eu faço questão! Parabéns e aproveite bem o presente.
Antes que o Sr. Carlos pudesse terminar, Teresa o interrompeu dizendo:
— Sr. Carlos, agradeço de todo o coração o reconhecimento, mas não posso fazer isso com os meus
colegas. Sei que o Sr. quer lhes dar uma lição de moral, mas sinceramente, mesmo desaprovando a
atitude deles, não posso permitir. Todo mundo trabalha por que precisa e eu não posso aceitar o
presente que apenas o Sr. quer dar...
Dirigindo-se aos colegas, continuou:
— Sempre tentei ter atitudes corretas por causa de princípios nos quais acredito, só isso, não porque
eu queira ser boazinha. Eu peço desculpas se as minhas atitudes feriram vocês, mas eu não vou
poder mudar.
O Sr. Carlos olhou nos olhos dos funcionários, também se divertindo um pouco com a própria
brincadeira e arriscou:
— Tudo bem Teresa, que a sua vontade seja feita, vou devolver o piano.
Todos respiraram aliviados. Olharam para Teresa com admiração e, talvez pela primeira vez,
com gratidão, e foram trabalhar. No fim do dia, Teresa achou um embrulhinho de presente sobre
sua mesa e um cartãozinho. Desembrulhando, viu que era uma linda caixinha de música em forma
de piano. Ao som da música melodiosa, leu o cartãozinho que dizia: “Querida amiga Teresa,
sabemos que fomos injustos com você. Desculpe-nos! Receba nossa admiração, pois você nunca fez
mal a ninguém. Você nos faz crescer muito. Obrigado. P.S.: Um dia lhe daremos um piano de
verdade. Com carinho, seus amigos, Paulo, Vera, Lourdes, Leonardo, Rodrigo, Ana Lúcia e Zeca.”
Conto de Mariângela Prado de Albuquerque
REFLEXÃO
Na sua opinião, porque Teresa era tão discriminada? Que atitudes incomodavam os colegas?
Como agiu Teresa mediante a brincadeira hostil dos seus colegas?
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O que fez os colegas de trabalho de Teresa mudarem a atitude deles?
CITAÇÃO:“Quererás salvar-te ouvindo todo o mundo chorar? Permanece altruísta até o
interminável fim”. H.P. Blavastsky
HISTÓRIA: A JANELA DO HOSPITAL
Dois homens seriamente doentes ocupavam o mesmo quarto em um hospital. Um deles
ficava sentado em sua cama por uma hora todas as tardes para conseguir drenar o líquido de seuspulmões. Sua cama ficava próxima da única janela existente no quarto. O outro homem tinha que
ficar deitado de bruços em sua cama por todo o tempo. Eles conversavam muito. Falavam sobre as
esposas e suas famílias, suas casas, seus empregos, seu envolvimento com o serviço militar, onde
costumavam ir nas férias. E toda tarde, quando o homem perto da janela podia sentar-se, ele
descrevia ao seu companheiro todas as coisas que ele podia ver através da janela.
O homem na outra cama começou a esperar por esse momento, onde seu mundo era
ampliado e animado pelas descrições do companheiro. Ele dizia que da janela dava pra ver umparque com um lago muito bonito. Os patos e os cisnes brincavam na água, enquanto as crianças
navegavam com pequenos barcos. Jovens namorados andavam de braços dados entre as árvores e os
canteiros tinhas flores de todas as cores do arco-íris. Grandes e velhas árvores cheias de elegância
preenchiam a paisagem e uma fina linha podia ser vista no céu da cidade.
Quando o homem perto da janela fazia suas descrições, ele o fazia de modo primoroso e
delicado, cheio de detalhes. O outro homem fechava seus olhos e imaginava a cena pitoresca. Uma
tarde quente, o homem perto da janela descreveu que havia um desfile na rua. Embora ele não
pudesse escutar a música, ele podia ver e descrever tudo.
Dias e semanas se passaram. Em uma manhã, a enfermeira do dia chegou trazendo água para
o banho dos dois homens, mas o homem que ficava perto da janela havia morrido. Morreu
pacificamente durante seu sono, durante a noite e tinha uma expressão tranqüila. Entristecida,
chamou os atendentes do hospital para descerem com o corpo.
Mais tarde, quando julgou conveniente, o outro homem pediu à enfermeira que mudasse sua
cama para perto da janela. A enfermeira ficou feliz em poder fazer esse favor para o homem.
Depois de verificar que ele estava confortável, deixou-o sozinho no quarto.
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Vagarosa e pacientemente, ele se apoiou em seu cotovelo para conseguir olhar pela primeira
vez pela janela. Finalmente, ele poderia ver tudo por si mesmo. Ele se esticou ao máximo, lutando
contra a dor para poder olhar através da janela. Quando conseguiu fazê-lo, teve uma grande
surpresa se deparando com um muro todo branco. Mais tarde, quando a enfermeira voltou,
perguntou o que teria levado seu companheiro a descrever-lhe coisas tão belas, todos os dias, se
pela janela só dava pra ver um muro branco? A enfermeira também se surpreendeu, respondendo
que aquele homem era cego. Ele não poderia ver nada, mesmo que quisesse.
Há uma tremenda alegria em fazer outras pessoas felizes, independentemente de nossa
situação atual. Dividir problemas e pesares é ter metade de uma aflição, mas compartilhar a
felicidade é ter o dobro de felicidade. Se você quer se sentir rico, apenas conte todas as coisas que
você tem e que o dinheiro não pode comprar. O hoje é um presente. É por isso que é chamadoassim.
As Mais Belas Histórias Budistas - e outras histórias
Reflexões:
Faça reflexões e comentários sobre a história.
Qual é o significado da palavra compaixão?
POEMA
Nada te turbe
Tereza de Ávila:
Nada te turbe
Nada te espante
Tudo passa
Deus não muda
A paciência tudo alcança
Quem a Deus tem
Nada lhe falta
Só Deus basta
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História: A SABEDORIA DO MESTRE
Um jovem acabara de completar seu treinamento espiritual e estava para tornar-se mestre. Mudou-
se para uma nova cidade, onde tentou ensinar. Mas ninguém aparecia para ouvi-lo. O único
interesse espiritual da cidade parecia ser o de ouvir os ensinamentos de um rabino sábio e bem
conhecido. Frustrado, o jovem concebeu um plano para desmoralizar o velho mestre e obter alunos
para si. Capturou um pequeno pássaro e foi até onde o mestre ensinava, rodeado de seus discípulos.
Segurando o pequeno pássaro na mão, dirigiu-se diretamente ao mestre.
_ Se és tão sábio, diz-me agora: este pássaro em minhas mãos está vivo ou morto?
Seu plano era o seguinte: se o mestre dissesse que o pássaro estava morto, ele abriria as mãos, o
pássaro sairia voando, o erro do mestre ficaria patente e os alunos deixariam de procura-lo; se o
mestre dissesse que o pássaro estava vivo, ele rapidamente o esmagaria nas mãos e, abrindo-as,
diria, “Veja, o pássaro está morto”. Novamente o mestre se revelaria equivocado e o jovem obteria
seus alunos.
O jovem, confiante de si, sentou-se diante do mestre, exigindo uma resposta.
_ Se és tão sábio, diz-me agora: este pássaro está vivo ou morto?
O mestre olhou para ele com grande compaixão e disse apenas:
_ Realmente, meu amigo, isso depende de você.
Hassidismo* [28] (p.250)
* Hassidismo: Prática do judaísmo ortodoxo. Observação das leis judaicas.