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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO Campus Baixada Santista LAURA DOS SANTOS SILVA EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL E FORÇA MUSCULAR DE PRATICANTES E NÃO PRATICANTES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Santos 2021

EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

Campus Baixada Santista

LAURA DOS SANTOS SILVA

EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O

CONTROLE POSTURAL E FORÇA MUSCULAR DE

PRATICANTES E NÃO PRATICANTES: UMA

REVISÃO INTEGRATIVA

Santos

2021

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LAURA DOS SANTOS SILVA

EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O

CONTROLE POSTURAL E FORÇA MUSCULAR DE

PRATICANTES E NÃO PRATICANTES: UMA

REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade

Federal de São Paulo como parte dos requisitos curriculares para

obtenção do título de bacharel em Educação Física.

Orientadora: Profa. Dra. Rafaela Barroso de Souza Costa Garbus

Co-orientador: Prof. Dr. Rogério Cruz de Oliveira

Santos

2021

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Ficha catalográfica elaborada por sistema automatizado com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecária Daianny Seoni de Oliveira - CRB 8/7469

S586

Silva, Laura.

EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE

POSTURAL E FORÇA MUSCULAR DE PRATICANTES E NÃO

PRATICANTES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. / Laura Silva;

Orientadora Rafaela Garbus; Coorientador Rogério

Oliveira. -- Santos, 2021.

23 p. ; 30cm

TCC (Graduação - Educação Física) -- Instituto Saúde

e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, 2021.

1. Método Pilates. 2. Controle Postural. 3. Força

Muscular. 4. Oscilação Postural . 5. Estabilização

Postural. I. Garbus, Rafaela, Orient. II. Título.

CDD 613.7

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus por ter me dado força, saúde e muita sabedoria para enfrentar os momentos

difíceis e pelos momentos incríveis durante a minha graduação;

Agradeço aos meus professores orientadores pelas reuniões, pelo apoio, pela disponibilidade

e por toda ajuda, vocês foram a melhor escolha para que o resultado deste trabalho fosse tão positivo;

Agradeço à minha família pelo incentivo diário, pelo amor e toda dedicação para que eu

chegasse até aqui, sem vocês nada disso seria possível, eu os amo incondicionalmente;

Agradeço à minha amiga por toda ajuda durante as fases difíceis da graduação e por me apoiar

em todas as decisões até esse momento;

Agradeço aos amigos que fiz durante minha graduação, com vocês os dias intensos se

tornaram mais leves e mais divertidos, tornando esses anos inesquecíveis;

Agradeço à todos os professores do curso, cada um contribuiu de maneira única na minha

formação profissional e como ser humano;

Agradeço à todos os funcionários da Unifesp – Campus Baixada Santista, pelo acolhimento,

carinho e aos serviços prestados;

Agradeço à todos que torceram e me apoiaram durante esse tempo, todos contribuíram para

que tudo se realizasse da forma mais incrível com uma energia positiva;

E por fim, agradeço aos professores da Banca Examinadora pela contribuição feita ao meu

trabalho.

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“Paciência e persistência são qualidades vitais no resultado final para realizar algum esforço que

valha a pena”.

Joseph Pilates

Page 6: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

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RESUMO

O sistema de controle postural atua basicamente com informações advindas dos sistemas

somatossensorial, visual e vestibular. O método Pilates traz como parte do conceito a realização de

exercícios que proporcionem aos praticantes um controle consciente da respiração, concentração e

principalmente da estabilização do core. O objetivo era avaliar o efeito do método Pilates sobre o

controle postural e estabilização do tronco em comparação a indivíduos sedentários na literatura

científica. Foi realizada a busca pelos artigos de livre acesso nas bases de dados LILACS, SciELO e

PubMed acompanhando os descritores com os termos “Pilates”, “Controle Postural”, “Posturografia”,

“Oscilação Postural”, “Centro de Massa”, e suas respectivas traduções em inglês “Pilates”, “Postural

Control”, “Posturography”, “Postural Sway”, “Center of Mass”. Para a determinação da validade

metodológica de cada estudo coletado, houve uma análise criteriosa utilizando-se a leitura na íntegra

através de uma planilha confeccionada de maneira organizada com os objetivos, métodos e efeitos

sobre o controle postural. A literatura científica evidenciou uma redução da oscilação postural e uma

maior força dos músculos avaliados em praticantes de Pilates quando comparado a indivíduos

sedentários.

Palavras-chave: Pilates. Controle Postural. Posturografia. Oscilação Postural. Centro de Massa.

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ABSTRACT

The postural control system mainly works with informations from vestibular, somatossensorial and

vision systems. Pilates method in the concepts request that participants perform exercises that provide

the control of concious breathing, concentration and specially the core stabilization. The aim of this

study was to evaluate the effect of Pilates training on the postural control and trunk stabilization

comparing to sedentary individuals in the scientific literature. The search of free access articles was

run in LILACS, SciELO and PubMed databases with the terms “Pilates”, “Postural Control”,

“Posturography”, “Postural Sway”, “Center of Mass”. To methodological validation of each

collected study, there was a specific analysis including the full reading through a sheet made for this

study in a organized way with the aim, method and effects on postural control. The scientific literature

showed a reduction of postural sway and a greater strengh of the evaluated muscles in Pilates

pracioners When compared to sedentary individuals.

Key words: Pilates. Postural Control. Posturography. Postural Sway. Center of Mass.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 08

MÉTODO ............................................................................................................................... 11

RESULTADOS ...................................................................................................................... 12

DISCUSSÃO .......................................................................................................................... 17

CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 21

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 22

Page 9: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

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INTRODUÇÃO

O método Pilates desenvolvido por Joseph Pilates traz como parte do conceito a realização de

exercícios que proporcionem aos praticantes um controle consciente da respiração, concentração e

principalmente da estabilização do core (JULIANO e BERNARDES, 2014).

O core ou complexo lombo-pélvico é composto pela região lombar, pelve, articulações do

quadril e estruturas ativas e passivas que auxiliam na produção de movimentos e até mesmo na

restrição deles (WILSON et al., 2005). Também segundo Wilson et al. (2005), a estabilidade é a

capacidade de sustentar a integridade estrutural e limitar o deslocamento, funcionando de maneira

instantânea com a função de devolver o equilíbrio ao corpo após uma perturbação e se adaptando às

constantes mudanças de postura.

Manter a estabilidade do core exige controle de tronco nos três planos de movimento, além

disso, permite a transferência de cargas para as articulações dos membros inferiores e superiores

trazendo força de maneira eficiente para a realização de movimento. Os músculos do core são de

extrema importância para interação no controle do tronco na postura, seja estática ou dinâmica.

Anatomicamente o core compõem-se de 29 pares de músculos divididos por regiões: na anterior estão

localizados os abdominais, na posterior os paravertebrais e glúteos, na superior o diafragma e por

fim, na inferior o assoalho pélvico. Sem esse agrupamento de músculos localizados no tronco não

seria possível a manutenção de uma postura adequada. (FERREIRA et al., 2011).

O método de Joseph Pilates busca alcançar alguns pilares essenciais para a evolução durante

o treinamento, dentre eles: concentração, centro de força, respiração, coordenação dos movimentos,

precisão e controle da mente e do corpo. (MARÉS et al., 2012). Para uma melhor evolução na prática,

o trabalho com a respiração pode ser considerado como a base do Pilates, ao trabalharmos a

consciência necessária da respiração durante os movimentos, há uma maior ativação dos músculos

do tronco.

Os exercícios associados à respiração ao ativar os músculos do tronco, concentra-se no

objetivo de proporcionar estabilidade estática e dinâmica do corpo, além de beneficiar a ativação de

músculos pouco utilizados diariamente, essa ativação busca fortalecer o grupo de músculos que estão

presentes no centro de força do corpo (MARÉS et al., 2012, p. 447).

Segundo Bankoff, Freire e Villarta (1994) o sistema de controle postural envolve a interação

do indivíduo, o ambiente e a experiência prévia aos movimentos realizados. Por meio de resultados

do controle postural é possível identificar alterações na morfologia corpórea que levam à possíveis

disfunções, alterações posturais, variações no sistema esquelético e no sistema muscular, sendo

fatores que, possivelmente, acentuam alterações no equilíbrio (BANKOFF, FREIRE e VILLARTA,

1994).

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Horak e Macpherson (1996) traz em seu texto, diversas definições que esclarecem a

importância do sistema de controle postural. Este sistema, possui dois importantes aspectos:

orientação e alinhamento, esses dois fatores possibilitam a tomada de decisões em relação à realização

de movimentos voluntários e toda a sua amplitude. Somos propensos a assumir posturas específicas

para a realização de um movimento ou de uma atividade comum, sendo uma tarefa automatizada para

controlar essa produção motora (HORAK e MACPHERSON, 1996, p. 256).

Na postura estão reunidos todos os elementos que caracterizam os movimentos realizados,

sendo implicados fatores anatômico-funcionais, psico-emotivos e sócio-ambientais (BANKOFF,

FREIRE e VILLARTA, 1994, p. 46). Ajustes necessários para manter a postura ereta dependem de

uma interação entre diversos sistemas, tais como o somatossensorial, visual e vestibular. A integração

entre esses sistemas, no sistema nervoso central proporciona ao indivíduo a capacidade de manter o

corpo em equilíbrio, realizar ajustes na postura e executar as atividades com estabilidade e a devida

orientação espacial. (SOARES, 2010, p. 371).

Ainda, segundo Horak e Macpherson (1996) o equilíbrio postural é um componente que visa

a posição e a velocidade do tronco no ambiente, sendo um dos objetivos mais importantes já que a

maior parte da massa corporal se localiza no tronco. É possível observar que nesta região tanto as

forças externas quanto internas agem diretamente para acelerar ou desacelerar o corpo.

A causa do desequilíbrio ao longo dos anos pode ser multifatorial, tais fatores podem levar a

alterações na percepção postural, na posição e movimentação envolvendo a cabeça e até mesmo na

percepção visual. O sistema visual nos fornece informações sobre a orientação espacial, ou seja, a

exposição do indivíduo em relação ao ambiente, espaços, objetos e até mesmo ao peso do seu próprio

corpo. Desajustes posturais como os citados neste estudo, levam à uma piora da qualidade de vida,

de modo a interferir nas atividades diárias, tais como a prática de atividades físicas, principalmente

pelo risco de quedas (MÜJDECI, AKSOY e ATAS, 2012, p.105).

Um outro fator que leva ao enfraquecimento dos músculos da região do tronco é o

sedentarismo. O tronco é o local em que há maior concentração de massa corporal e transferência de

força, com hábitos sedentários há o comprometimento do controle postural no indivíduo e

conseqüentemente na realização eficaz de tarefas motoras habituais. De acordo com Pate, O’Neill e

Lobelo (2008), o comportamento sedentário envolve atividades que não aumentem o gasto energético

acima do nível de descanso, nessas atividades podemos incluir: sentar, deitar, assistir televisão, mexer

no celular, entre outras atividades em que não se utilize grande esforço físico, caracterizando um nível

de inatividade associada à alimentação inadequada. Sendo assim, a inatividade física pode ser

considerada como um componente direto e indireto ligado às disfunções da coluna vertebral. A

aptidão musculoesquelética e a força da região do tronco são dois componentes importantes e que

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poderão ser comprometidos com a inatividade física levando ao possível aparecimento de doenças

com o passar dos anos.

A prática de exercícios que aumente o gasto de energia acima do nível de descanso

proporciona uma melhora da tolerância ao estresse postural, fortalecimento dos músculos da região

do tronco, orientação postural de acordo com o espaço, diminuição do risco de quedas, além da

diminuição do risco de lesões (TOSCANO e EGYPTO, 2001, p. 133; OLIVEIRA, MONTAÑEZ e

LARA, 2016, p. 111).

A justificativa de interesse pessoal para o estudo teve início durante meu segundo ano de

graduação após matérias como Biomecânica e Bases Fisiológicas do Exercício e por ter uma vivência

familiar com o método Pilates, despertando o interesse de associar componentes como a postura,

músculos do tronco e o efeito de uma prática como o Pilates, aprofundando o meu conhecimento

sobre o assunto e através disso, foi feita a escolha do tema do meu trabalho de conclusão de curso.

No campo acadêmico esta pesquisa terá relevância na caracterização do controle postural de

praticantes de Pilates comparado a indivíduos sedentários, bem como a correlação da força dos

músculos abdominais e extensores do tronco com o equilíbrio do mesmo grupo populacional.

Sendo assim, o objetivo deste estudo é avaliar o efeito do método Pilates sobre o controle

postural e estabilização do tronco em comparação a indivíduos sedentários na literatura científica.

Em termos de hipótese acredita-se que a literatura científica evidenciará uma redução da oscilação

postural e maior força dos músculos avaliados em praticantes de Pilates quando comparado a

indivíduos sedentários.

Page 12: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

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MÉTODO

Para este estudo foi realizada uma revisão integrativa. Trata-se de um método específico que

permite a inclusão de estudos que abordam diversas metodologias, fornecendo uma melhor

compreensão de um fenômeno de característica individual (BROOME, 2000). Tendo como objetivo

delinear uma análise sobre informações descritas em pesquisas anteriores sobre uma determinada

temática, o que permite a síntese destas pesquisas já publicadas proporcionando novos conhecimentos

sobre o tema (MENDES, SILVEIRA e GALVÃO, 2008, p.760).

Realizou-se no dia 26 de novembro de 2020 a busca pelos artigos de livre acesso nas bases de

dados LILACS, SciELO e PubMed acompanhando os descritores com os termos “Pilates”, “Controle

Postural”, “Posturografia”, “Oscilação Postural”, “Centro de Massa”, “Força de tronco”,

“Estabilização de tronco”, e suas respectivas traduções em inglês “Pilates”, “Postural Control”,

“Posturography”, “Postural Sway”, “Center of Mass”, “Trunk force”, “Trunk Stabilization”.

Utilizando-se o operador booleano “AND” com os termos acima.

Para os critérios de inclusão, os artigos deveriam estar relacionados ao tema proposto,

utilizando a análise de força de tronco na pesquisa, entre 2010 e 2020 (últimos dez anos), nos idiomas

português e/ou inglês, sendo estudos com seres humanos (de ambos os sexos, com classificação etária

a partir dos 18 anos, correlacionando os indivíduos em grupos praticantes e não praticantes do método

Pilates).

Como critérios de exclusão, não foram utilizados artigos de revisão, sem a análise das

variáveis como a força de tronco e o equilíbrio, estudos associando outro programa de treinamento

ao método Pilates, com população específica e com comprometimentos específicos, tais como:

neuromuscular, neurológico e neurodegenerativa e todo material que não estava de acordo com os

aspectos expostos nesta pesquisa.

A busca na literatura ocorreu seguindo os critérios de inclusão e exclusão, em seguida,

realizou-se a coleta de dados, incluindo o máximo de estudos dentro do tema proposto. Para a

determinação da validade metodológica de cada estudo coletado, houve uma análise criteriosa

utilizando a leitura na íntegra através de uma planilha confeccionada de maneira organizada com os

objetivos, métodos e efeitos sobre o controle postural.

Este processo resultou em uma redução do número de estudos selecionados para a fase final

da revisão integrativa, em que foram analisados, interpretados, sintetizados e através disso as

conclusões sobre o tema foram formuladas.

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RESULTADOS

A busca inicial identificou 61 títulos nas bases de dados LILACS e PubMed que atendiam à

especificação dos descritores utilizados, dentre esses, foram selecionados 37 artigos que

apresentavam os termos previstos nos temas e foram excluídos 24 estudos que eram repetições por

título.

Os 37 estudos resultantes foram examinados através dos resumos que apresentavam de forma

sucinta a introdução, objetivo, método, resultado e conclusão de cada estudo, sendo assim, foram

excluídos 26 artigos que não cumpriam os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos.

Após a análise pelo resumo, foram selecionados 11 artigos, dessa seleção um artigo foi

excluído por falta de acesso ao texto completo para elegibilidade do estudo. Portanto, dez artigos

foram lidos na íntegra e após serem examinados, foram excluídos dois artigos, um de revisão

sistemática e um com participantes de faixa etária abaixo do esperado pelo critério de inclusão.

Ao final, permaneceram oito artigos que foram lidos na íntegra e utilizados nesta revisão

integrativa. Na Figura 1 é apresentado o fluxograma que reproduz essas ações e os respectivos

resultados. A seleção para a inclusão dos oito artigos utilizados nesta revisão integrativa foi baseado

nos objetivos, métodos e efeitos do método Pilates sobre o controle postural de cada estudo.

Page 14: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

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Figura 1 – Fluxograma das etapas da busca bibliográfica

Fonte: Adaptado de Moher D. et al. (2009).

No Quadro 1 são apresentadas informações sobre os autores, método, efeitos sobre o controle

postural e o público alvo dos estudos analisados, essas informações obtidas após a leitura na íntegra,

contribuíram para a seleção dos artigos. Para isso, os artigos deveriam relacionar o equilíbrio, força

de tronco e a oscilação postural com a proposta de intervenção e avaliação dos resultados após a

intervenção.

O primeiro artigo selecionado foi o estudo de Bergamin et al. (2015), em que os autores

investigaram os efeitos do treinamento com o Pilates na função física de mulheres na pós-menopausa,

Page 15: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

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foi utilizado um programa de treinamento com duração de 12 semanas, duas vezes por semana com

duração de 60 minutos cada sessão. O programa de exercícios incluiu dez minutos de aquecimento,

a parte principal contendo 40 minutos incluindo exercícios de solo e dez minutos de alongamento,

após a intervenção com o método, os efeitos sobre o controle postural foram significativos, houve

melhora da oscilação postural e na força muscular.

No estudo de Lima e Braz (2016) foi avaliado o equilíbrio estático de mulheres jovens,

sedentárias e nuligestas sobre os efeitos do mat Pilates, a intervenção foi composta por dez

atendimentos com duração de 60 minutos, duas vezes por semana, com 50 minutos de exercícios

intermediários e avançados do mat Pilates e dez minutos de relaxamento. Após a intervenção, os

resultados demonstraram que estatisticamente não houveram diferenças significativas no equilíbrio

das mulheres avaliadas.

A intervenção no estudo de Lopes, et al. (2017) utilizou apenas uma sessão de 20 minutos

realizada individualmente, composta por quatro exercícios, tendo como objetivo melhorar os

músculos estabilizadores profundos e os extensores do quadril. Através da Plataforma de força e a

tarefa de controle postural dinâmico pós sessão foi verificado uma redução significativa da oscilação

postural nos participantes com lombalgia.

Os estudos de Newel et al. (2012) e de Quadros Júnior, Pestana e Schinoni (2011), utilizaram

um programa de treinamento com o método Pilates recrutando idosos acima de 60 anos, as variáveis

analisadas pós intervenção foram os movimentos da marcha e do equilíbrio. Os resultados obtidos

pós tratamento nos dois estudos demonstraram efetiva melhora no equilíbrio e na marcha dos idosos

participantes, diferenciando apenas no método utilizado pelos autores.

Rodrigues et al. (2009) analisaram os efeitos do método Pilates no equilíbrio estático de idosas

saudáveis, sendo utilizado o protocolo de Tinetti como método de avaliação, a intervenção foi

realizada por oito semanas com frequência semanal de duas sessões, com duração de 60 minutos, os

exercícios trabalharam condicionamento geral, fortalecimento global, mobilização articular e

estabilização estática e dinâmica. No grupo praticante do método Pilates houve uma evolução

significativa do equilíbrio estático comparado ao grupo controle.

O estudo de Sinzato et al. (2013) utilizou o alinhamento postural e a flexibilidade articular

para avaliar os efeitos do método Pilates no solo em mulheres jovens saudáveis, foram realizadas 20

sessões compostas por 12 exercícios em solo focando no centro de força, com nível básico,

intermediário e avançado. Para avaliar a flexibilidade foi utilizado o teste de sentar e alcançar no

banco de Wells e o alinhamento postural foi utilizado a avaliação postural (SAPO), após a intervenção

houve ganho significante na flexibilidade articular.

O último estudo dessa seleção avaliou os efeitos do Pilates na percepção da dor e de

parâmetros estabilométricos, Patti et al. (2016) recrutaram pacientes com lombalgia inespecífica,

Page 16: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

15

utilizando a posturografia e o teste de Romberg como método de avaliação. Na intervenção, as sessões

duraram 50 minutos seguindo um protocolo de Pilates pré-estabelecido, com duração de 14 semanas

sendo três vezes por semana, os exercícios realizados foram em dois níveis de dificuldade: básico e

intermediário. Todas as variáveis pós intervenção mostraram significantes diferenças para os

pacientes com dor lombar crônica.

Todos os estudos selecionados demonstraram efeitos sobre o controle postural juntamente

com as variáveis analisadas e o público recrutado para as pesquisas. Uma versão com essas

informações estão retratadas no Quadro 1.

Page 17: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

16

Quadro 1 – Dados dos artigos selecionados para a pesquisa

Fonte: Dados do estudo.

AUTOR OBJETIVO MÉTODO

EFEITO SOBRE O

CONTROLE

POSTURAL

PÚBLICO

ALVO

BERGAMIN et al.

(2015)

Investigar os efeitos do

treinamento de

exercícios de Pilates na

função física.

Plataforma

estabilométrica; Teste de

força de pressão manual;

Teste de sentar e

levantar-se; Teste de

força abdominal.

Melhoras significativas

das oscilações posturais

após intervenção no

Teste de força de pressão

manual e no teste de

força abdominal.

Mulheres na pós-

menopausa com faixa

etária entre 59 a 66 anos.

LIMA e BRAZ.

(2016)

Avaliar os efeitos do mat

Pilates sobre o equilíbrio

estático de mulheres

sedentárias.

Avaliação da ativação do

transverso do abdômen;

Plataforma de força.

Não houveram

diferenças

estatisticamente

significativas entre as

variáveis no pré e pós-

teste.

Mulheres jovens,

sedentárias e nuligestas

com faixa etária acima

de 20 anos.

LOPES et al.

(2017)

Determinar os efeitos

imediatos dos exercícios

de Pilates na oscilação

postural e no equilíbrio

dinâmico de jovens com

lombalgia inespecífica.

Tarefa de controle

postural dinâmico;

Plataforma de força.

Redução sigficativa da

oscilação postural após a

sessão de Pilates.

Homens e mulheres com

faixa etária acima de 18

anos com dor lombar

inespecífica.

NEWEL et al.

(2012)

Investigar se idosos

participantes de um

programa de Pilates

supervisionado baseado

na comunidade

melhoraram nos

parâmetros de marcha e

equilíbrio.

Esteira incorporando

Plataforma de força;

Biodex Balance System

para estimar o equilíbrio.

Melhora da marcha, do

equilíbrio e diminuição

da oscilação postural pós

intervenção.

Idosos com faixa etária

entre 60 a 79 anos.

QUADROS JÚNIOR,

PESTANA e

SCHINONI.

(2011)

Analisar o efeito do

tratamento com o

Método Pilates na

qualidade dos

movimentos da marcha e

do equilíbrio em idosos.

Avaliação do equilíbrio

e da marcha pela escala

Performance-Oriented

Mobility Assessment

(POMA)

Efetiva melhora no

equilíbrio e na marcha

dos indivíduos pós

tratamento.

Idosos acima de 60 anos

com distúrbios do

equilíbrio e da marcha.

RODRIGUES et al.

(2009)

Conhecer os efeitos que

o método Pilates pode

oferecer em relação ao

equilíbrio estático de

idosas saudáveis.

Protocolo de Tinetti para

idosos.

Evolução significativa

do equilíbrio estático

quando comparado ao

grupo controle.

Idosas sedentárias acima

de 60 anos.

SINZATO et al.

(2013)

Avaliar os efeitos do

método Pilates em solo

no alinhamento postural

e flexibilidade articular

de indivíduos sadios

jovens do sexo feminino.

Avaliação Postural

(SAPO); Teste de sentar

e alcançar no banco de

Wells.

Ganhos significantes na

flexibilidade articular.

Mulheres universitárias

jovens com faixa etária

de 18 a 25 anos.

PATTI et al.

(2016)

Avaliar os efeitos de um

programa de exercícios

de Pilates na percepção

da dor e parâmetros

estabilométricos em

pacientes com lombalgia

inespecífica.

Posturografia; Teste de

Romberg.

Significantes diferenças

em todas as variáveis

pós intervenção.

Pacientes com dor

lombar crônica com

faixa etária acima de 40

anos.

Page 18: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

17

DISCUSSÃO

Com o objetivo de avaliar o efeito do método Pilates sobre o controle postural e estabilização

do tronco em comparação a indivíduos sedentários na literatura científica, os artigos selecionados

evidenciaram efetivos resultados com a escolha do método e do público em comparação ao grupo

controle ou pela avaliação pós intervenção. A descrição de cada autor e os diferentes métodos

utilizados para avaliar as variáveis incluídas neste estudo, contribuíram para uma melhor

compreensão sobre a técnica e os desafios que ainda serão investigados na literatura.

Sendo assim, através dos resultados obtidos podemos delinear os fatores que contribuem para

uma melhora significativa das variáveis analisadas em cada artigo selecionado, utilizando como base

principal o método Pilates. O programa de treinamento escolhido para esta análise e para os demais

achados, traz como princípio uma série de elementos considerados essenciais para uma prática efetiva

do método.

Os princípios de Joseph Pilates trazem o objetivo de conduzir o praticante à um controle

consciente do conjunto físico e mental (LATEY, 2001, p. 278). O devido controle físico e mental

proporcionam resultados significantes na melhora da dor, diminuição do risco de quedas, melhora do

equilíbrio e controle postural como os descritos pela literatura.

Ao descrever a importância de um treinamento baseado no controle postural, o estudo de

Lopes et al. (2017) incluíram participantes com lombalgia de causa inespecífica, baseado em uma

única sessão do método Pilates em que os exercícios foram totalmente focados nos músculos

estabilizadores superficiais e profundos, proporcionando de imediato após a sessão uma melhora da

oscilação postural e redução da dor quando comparado ao grupo controle.

O que nos leva a avaliar os resultados positivos que um treinamento a longo prazo com foco

principal nos músculos que proporcionam manutenção da postura pode trazer ao praticante. Os

músculos a serem trabalhados dentro dos princípios do Pilates são os músculos globais e locais que

ao serem fortalecidos resultam maior estabilidade durante as realizações de tarefas e atividades físicas

(MARÉS et al., 2012).

Os músculos globais (superficiais) são relacionados à força do core, sendo eles: reto

abdominal, fibras laterais do oblíquo externo, psoas maior, eretor da espinha e os iliocostais (torácico)

(FARIES e GREENWOOD, 2007). Ainda descrito pelos mesmos autores, os músculos locais

(profundos) são relacionados à estabilidade do core fornecendo proteção para as estruturas articulares,

são os músculos: transverso abdominal, multífido, oblíquo interno, fibras mediais do oblíquo externo,

quadrado lombar, diafragma, assoalho pélvico, iliocostais e longuíssimo (lombar).

Page 19: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

18

Ao relacionarmos os músculos profundos e superficiais ao controle postural, nos remetemos

ao tônus muscular que pode contribuir tanto com mecanismos neurais como não neurais. De acordo

com Shumway-Cook e Woollacott (2010), um certo nível de tônus muscular está relacionado a um

melhor controle postural no indivíduo, já que o tônus está associado a produção de força que os

músculos exercem para fornecer suporte durante o movimento ou o repouso. Sendo assim,

percebemos que ao negligenciar os músculos do centro de força (core) em diferentes modalidades

esportivas, podemos prejudicar e intensificar fatores negativos na saúde de quem o pratica.

Estudos como o de Patti et al. (2016) e Bergamin et al. (2015), em que foram realizadas mais

de dez semanas de treinamento com o método Pilates, embora o número de sessões seja declarado

como insuficientes, os resultados pós-intervenção nos mostram que os exercícios propostos pelo

Pilates aumentaram significativamente a força dos músculos do tronco e melhora do equilíbrio

estático de acordo com o público avaliado. Bergamin et al. (2015) ainda demonstram a aplicabilidade

da posturografia considerada padrão ouro para avaliação da instabilidade postural e resultados

positivos em seu estudo.

É interessante notar que os resultados dos artigos selecionados variam de acordo com a faixa

etária do público avaliado, sendo assim, embora o público jovem possua benefícios em relação à

melhora do equilíbrio, diminuição da oscilação postural, melhora da força dos músculos do tronco e

melhor consciência corporal, os autores ainda concluem que o número de sessões ou a quantidade de

pessoas no grupo avaliado necessitariam ser maior, para que de fato possa efetivar a melhora que o

treinamento com o Pilates pode ocasionar.

Os efeitos encontrados no estudo de Sinzato et al. (2013) com mulheres jovens entre 18 e 30

anos de idade ao trabalhar com força de tronco através dos exercícios do método Pilates, concluíram

que 20 sessões não foram suficientes para modificar o equilíbrio estático das avaliadas, com o número

de sessões escolhido pelos autores, somente na flexibilidade articular houve melhora significativa.

Na literatura, estudo em que os autores promoveram uma intervenção com mais de 30 sessões, notou-

se uma melhora significante do alinhamento postural para o mesmo público (NUNES JUNIOR et al.,

2008).

Lembrando que os efeitos positivos podem ser evidenciados de forma mais clara com o passar

dos anos, uma vez que à medida que ocorre o processo de envelhecimento são observadas alterações

nos sistemas do corpo, incluindo o de controle postural que levam à um declínio da capacidade

funcional e instabilidades na condição de saúde. Mesmo assim, estudos que utilizam indivíduos

jovens podem comprovar benefícios relacionados ao método dependendo do tamanho da amostra e

tempo de intervenção utilizado.

Nesse sentido, ao pensarmos no aumento do risco de quedas há uma preocupação maior com

os idosos em relação às atividades de vida diária, tarefas fora de casa e exercícios físicos. Tendo em

Page 20: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

19

vista que das alterações que ocorrem nos sistemas em geral, a instabilidade com o equilíbrio e o

enfraquecimento dos músculos do tronco são os componentes mais afetados com o envelhecimento

(BALOH et al., 2003; STEADMAN et al., 2003).

Os resultados de estudos em que se utilizaram idosos acima de 60 anos, independente do sexo

e do tamanho da amostra, sugerem que um programa de treinamento com exercícios do método

Pilates focados no equilíbrio estático e dinâmico além da utilização principal dos músculos

estabilizadores e mobilizadores, proporcionaram a eliminação da tensão excessiva e como

conseqüência menor oscilação postural.

Para Quadros Júnior, Pestana e Schinoni (2011), que analisaram o efeito do Pilates na marcha

e no equilíbrio de idosos de ambos os sexos com faixa etária acima de 60 anos, ocorreu um aumento

favorável do equilíbrio e na qualidade dos movimentos da marcha após 32 sessões do método Pilates.

Para as sessões, os exercícios foram baseados na respiração diafragmática, na mobilização da coluna

e para recrutar os músculos abdominais e do assoalho pélvico, o que certamente contribuiu na melhora

do equilíbrio e da marcha avaliado pela escala Performance-Oriented Mobility Assessment (POMA),

proporcionando a prevenção de quedas e de lesões graves para a população idosa.

Observamos o mesmo resultado positivo no estudo de Rodrigues et al. (2009) com idosas

acima de 60 anos, em que foi avaliado o equilíbrio estático através do protocolo de Tinetti, pode-se

observar que com apenas 16 sessões de método Pilates houve um reforço para os componentes

musculares como força e resistência, além da melhora dos princípios que envolve o equilíbrio como

a concentração, precisão e o controle de tronco. Desta forma, os autores sugerem o Pilates como uma

boa ferramenta na redução do risco de quedas e melhora do feedback sensorial de idosas.

No estudo de Newel et al. (2012), assim como nos estudos anteriores, os idosos participantes

com faixa etária entre 60 a 76 anos trabalharam com exercícios de Pilates baseado principalmente na

força de tronco com o intuito de investigar os parâmetros relacionados ao equilíbrio e marcha. Após

oito semanas de intervenção, com base nos resultados do pré e pós intervenção, houve diminuição da

oscilação postural e melhora dos parâmetros analisados, proporcionando melhora da estabilização do

tronco para os idosos participantes da pesquisa.

Ao utilizar a plataforma de força para avaliar as variáveis relacionadas ao centro de pressão,

Lima e Braz (2016), por meio de uma abordagem quantitativa quase experimental com um grupo de

nove mulheres jovens, sedentárias e nuligestas, realizou como intervenção dez sessões de Pilates com

exercícios intermediários e avançados, porém, após a intervenção foi verificado que o grupo já

possuía bom equilíbrio antes da intervenção o que interferiu no resultado e na conclusão do estudo.

Observamos que há a necessidade da manutenção do equilíbrio, pois eventos que levam o indivíduo

à queda tem sido um dos fatores mais incapacitantes ao longo da idade, desenvolvendo patologias e

retirando a completa autonomia principalmente de pessoas sedentárias.

Page 21: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

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Dessa forma, evidencia-se que há uma série de benefícios propostos pelo método Pilates

quando avaliamos variáveis como o equilíbrio estático e dinâmico, oscilação postural, controle

postural, estabilização e força de tronco. Dentre alguns benefícios constatados após a intervenção

estão: diminuição da fadiga muscular na realização de tarefas, força muscular principalmente nos

membros inferiores, diminuição da dor lombar, equilíbrio em tarefas simples e complexas e melhora

da motivação para realizar exercícios e atividades de vida diária (CURI, 2009 apud MARÉS et

al.,2012).

Através do público avaliado em cada estudo quando comparado ao grupo sedentário e pós

intervenção com o Pilates, a literatura científica demonstra a redução da oscilação postural e maior

força dos músculos do tronco em indivíduos praticantes de Pilates, independente do sexo e faixa

etária, sendo que em idosos os benefícios são potencialmente significativos. O que demonstra para

esta pesquisa que os estudos sobre treinamento com foco em equilíbrio e nos músculos estabilizadores

e mobilizadores do tronco devem fazer parte de protocolos de treinamento de outras modalidades

esportivas, sendo o Pilates uma opção benéfica para diferentes grupos e faixas etárias.

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CONCLUSÃO

A partir dos artigos incluídos nesta pesquisa, pode-se concluir que o método Pilates possui

efeitos positivos sobre o controle postural e estabilização do tronco em seus praticantes quando

comparado a indivíduos sedentários, evidenciando uma redução da oscilação postural e melhora da

força dos músculos avaliados após um programa de treinamento com o Pilates.

Apesar dos estudos apontarem efeitos positivos nas variáveis incluídas como força de tronco,

estabilização, força muscular e equilíbrio estático e dinâmico em diferentes populações e faixas

etárias, seus efeitos ainda são escassos na literatura dependendo da variável, tamanho da amostra e o

tempo de intervenção com o método Pilates. Uma das limitações do presente estudo foi encontrar na

literatura científica estudos que fizeram a comparação entre praticantes de Pilates e indivíduos

sedentários, ambos os grupos sem qualquer comorbidade.

O que é encontrado com maior facilidade são grupos populacionais específicos, tais como

portadores de esclerose múltipla, crianças com necessidades especiais, entre outros grupos. Desta

forma, sugere-se que novos estudos sejam realizados com o objetivo de investigar os fatores citados

acima (variáveis, tamanho da amostra, tempo de treinamento, etc.) em grupos saudáveis praticantes

e não praticantes do método Pilates.

Page 23: EFEITOS DO MÉTODO PILATES SOBRE O CONTROLE POSTURAL …

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