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7/30/2019 Estrela Rubi http://slidepdf.com/reader/full/estrela-rubi 1/34 A HISTÓRIA DA O.T.O NO BRASIL DesDe seu nascimento em 1995 até sua  maioriDaDe, os Detalhes  Da  história  Da o.t.o. no B rasil  perpassam  a  viDa De Diversos personagens Da história De t helema, Bem como seus conflitos , esperanças  e traBalho. pág. 15 Revista da Loja Quetzalcoatl, Ordo Templi Orientis

Estrela Rubi

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A HISTÓRIA DAO.T.O NO BRASILDesDe seu nascimento em 1995 até sua maioriDaDe, os Detalhes Da história Dao.t.o. no Brasil perpassam a 

viDa De Diversos personagens Da história De thelema, Bem como seus conflitos, esperanças e traBalho. pág. 15

Revista da Loja Quetzalcoatl, Ordo Templi Orientis

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Índice

Editorialpág. 3

Notíciaspág. 3

A História daOrdo Templi Orientis 

pág. 4

 

Sucessão após Crowley pág. 22

Hooráculopág. 32

A História da

O.T.O. no Brasil

escreva  para  nós!

Além de ajudar a melhorar nosso

trabalho com sua opinião, apro-

veite nosso espaço de comunica-

ção para tirar dúvidas, dar ideias e

manter contato com os membrosda O.T.O. no Brasil.

E-mails para:

[email protected]

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

 3 

notÍcias

Centenário da seção britânica O.T.O.

Em 2012 e.v. estamos comemorando o centenário do anúncio or-

mal da seção britânica da Ordo Templi Orientis, liderada por Aleister

Crowley. A Loja Quetzalcoatl comemora esses cem anos com uma

edição especial da Estrela Rubi, que revisita a História da O.T.O., e

especialmente sua trajetória no Brasil, desde a sua chegada em 1995

e.v.

Aniversário da Loja Quetzalcoatl

No dia 23 de maio e.v., a Loja Quetzalcoatl comemorou 12 anos de

existência. Foram 12 anos de luta e trabalho entre irmãos. Só pode-

ríamos registrar aqui uma homenagem a todos da nossa Loja, que

azem e zeram parte do trabalho que nos trouxe até aqui.

Parabéns a todos nós!

Dois anos da Revista Estrela Rubi

É com muita satisação que, nesta presente edição, comemora-

mos dois anos de existência da Revista Estrela Rubi. Gostaríamos

de agradecer a todos os leitores que têm nos acompanhado e que

contribuíram para nosso desenvolvimento com comentários, su-

gestões e críticas.

Esperamos continuar produzindo um material de qualidade, divul-

gando a Lei de Thelema e seguir atendendo a demanda de nossos

Irmãos, Irmãs e estudantes sérios.

Solstício de Inverno

Celebramos mais um Solstício de Inverno. Como na hora da meia-

-noite do Sol, a Natureza recolhe suas orças e se reugia em si mes-

ma. Na sua introspecção, ela reúne orças para um novo renasci-

mento.

Assim como Kephra conduz o Sol através da madrugada, a semente

de um novo ciclo se prepara, em silêncio. Seu orescer será aguar-

dado com a paz que antecede um novo regozijo.

A Loja Quetzalcoatl deseja um inverno sereno a todos.

Novos Minervais

No dia 5 de maio oram iniciados os Novos Minervais da Ordo Tem-pli Orientis. Que todos sejam bem-vindos. Desejamos nada mais e

nada menos do que Sucesso nesse início de caminhada.

M

uito se tem escrito e alado sobre a Ordo Templi Orientis

no Brasil e sua história em nosso País durante os seus 16

anos de existência, mas raramente estes relatos oram

além de meras versões de cunho pessoal ou desabaos de egos e-

ridos.

De ato não é dicil encontrar inormação exposta online, com a

acilidade de um simples click  somos bombardeados com textos e

material de todo o gênero e qualidade. Sejam otos manipuladas

do primeiro grupo de Iniciados da O.T.O. aqui no Brasil, biograas

abricadas de indivíduos que em algum momento zeram parte da

Ordem, ou ataques disarçados de pretensos estudos disponibiliza-

dos em blogs e oruns. No entanto, talvez um dos maiores proble-

mas seja o ato que o início de Thelema no Brasil está associado a

uma prounda desinormação relativa à Ordo Templi Orientis, que

inelizmente oi perpetuda por alguns devido ao receio que de ou-

tro modo suas ambições desmoronassem por alta de uma base,

mesmo esta sendo vazia.

Assim se desenvolveu e perpetuou uma postura de imaturidade ca-

racterizada pela alta de capacidade em assumir um compromisso

de trabalho próprio e se responsabillizar pelo mesmo. Certamente

para alguns é mais proveitoso aproveitrar a carona no trabalho e

história dos outros, no entanto acredito que em algum momento

deveríamos crescer e começar a caminhar por nós próprios.

Espero que através deste novo numero de nossa revista certos pon-

tos de nossa história no Brasil possam car mais claros, e assim tra-

zer alguma luz a algums mitos que azem parte do que se tornou o

olklore Thelêmico no Brasil.

editorial 

Frater apollôn Hekatos

Mestre da Loja QuetzaLcoatL - rio de janeiro

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    4

   A  r   t   i  g  o

 a Hist ria da ordo teMpli orientisUM panoraMa  sobre  a  trajetória  da ordo teMpli orientis, desde sUa  fUndação  até os dias  atUais.

28/06/1855 — 28/10/1923). Durante estas conversas, Kellner decidiu

que a Academia Maçônica deveria chamar-se “Ordem dos Templá-

rios Orientais”. O oculto círculo interno desta Ordem (a O.T.O. propria-

mente dita) deveria organizar-se em paralelo aos mais altos graus

dos Ritos maçônicos de Memphis e Mizraim, e deveria ensinar as

doutrinas esotéricas Rosacrucianas da Irmandade Hermética da Luz

e a “Chave” de Kellner para o simbolismo maçônico. Tanto homens

quanto mulheres seriam admitidos a todos os níveis desta Ordem,

mas a posse de vários graus da Arte e Altos Graus maçons deveriam

ser pré-requisitos para a admissão no Círculo Interno da O.T.O.

Inelizmente, graças aos regulamentos das Grandes Lojas estabele-

cidas que governavam a Maçonaria Regular, mulheres não podiam

ser iniciadas como maçons e assim seriam excluídas por denição da

admissão à Ordem dos Templários Orientais. Esta deve ter sido uma

das razões pelas quais Kellner e seus associados resolveram obter

controle sobre um dos muitos ritos, ou sistemas, da Maçonaria; para

reormar o sistema para a admissão de mulheres.

As discussões entre Reuss e Kellner não levaram a quaisquer resul-

tados na ocasião, pois Reuss estava muito ocupado com o renas-

cimento da Ordem dos Illuminati, juntamente com seu associadoLeopold Engel (1858 — 1931), de Dresden. Kellner não aprovava a

recriação da Ordem dos Illuminati ou Engel. De acordo com Reuss,

até sua separação nal de Engel, em junho de 1902, Kellner contatou-

-o e ambos concordaram a proceder com o estabelecimento da Or-

dem dos Templários Orientais, buscando autorizações para atuar nos

vários ritos dos altos-graus da Maçonaria.

Bases Maçônicas

 Theodor Reuss, além de ser o líder da rediviva Ordem Bávara dos

Illuminati, era também Grande Mestre do Rito de Swedenborg da

Maçonaria na Alemanha (patente datada de 26 de julho de 1901, por

W. Wynn Westcott), Inspetor Especial da Ordem Martinista na Alema-

nha (patente datada de 24de junho de 1901, por Gérard Encausse) e

Magus do Alto Conselho alemão da Societas Rosicruciana em Anglia

(carta de autorização datada de 24de evereiro de 1902, por W. Wynn

Westcott). Com auxílio de Kellner, Reuss contatou o estudioso maçô-

nico John Yarker (1833 — 1913), para adquirir patentes para operar

três sistemas dos altos-graus da Maçonaria conhecidos como o An-

tigo e Primitivo Rito de Memphis, de 97°, o Antigo Rito Oriental de

Mizraim, de 90°, e o Antigo e Aceito Rito Escocês, de 33° (Conselhode Cernau, Nova York, 1807).

Reuss recebeu cartas-patente de Grande Inspetor Soberano 33° do

Rito Escocês de Cernau de Yarker, datando de 24 de setembro de

Mesmo que ocialmente undada no princípio do Séc. XX

e.v., a O.T.O. representa a exteriorização e conuência

de divergentes correntes de sabedoria e conhecimento

esotérico, que eram originalmente divididas e guiados à contra cul-

tura pela intolerância política e religiosa durante as idades negras.

Ela remete às tradições dos movimentos Maçônico, Rosacruciano e

Iluminista dos Sécs. XVIII e XIX, às cruzadas dos Cavaleiros Templários

da Idade Média, ao recente Gnosticismo Cristão e às Escolas Pagãs

de Mistérios. Seu simbolismo contém uma reunicação das tradições

ocultas do Ocidente e do Oriente, e a resolução destas tradições per-

mitiu-a reconhecer o verdadeiro valor da revelação do Livro da Lei de

Aleister Crowley.

Carl Kellner

O Pai Espiritual da Ordo Templi Orientis oi Carl Kellner (Renatus,01/09/1851 — 07/06/1905), um rico industrial austríaco da química do

papel. Kellner oi um estudante da Maçonaria, do Rosacrucianismo e

do Misticismo Oriental, e viajou extensamente pela Europa, América e

ásia Menor. Durante suas viagens, ele alegou ter entrado em contato

com três Adeptos (um Su, Soliman ben Aia, e dois Tantristas hindus,

Bhima Sena Pratapa de Lahore e Sri Mahatma Agamya Paramaham-

sa), e uma organização chamada A Irmandade Hermética da Luz.

Em 1885, Kellner encontrou o Dr. Franz Hartmann (1838 — 1912),

estudioso Teosóco e Rosacruciano. Mais tarde, ele e Hartmann co-

laboraram no desenvolvimento da terapia pela inalação de “ligno-

-sulto”, para o tratamento da tuberculose, a qual ormou a base do

tratamento do sanatório de Hartmann nas proximidades de Saltz-

burg. Durante o decorrer de seus estudos, Kellner acreditou ter des-

coberto uma “Chave” que oerecia uma clara explicação de todo o

complexo simbolismo maçônico e que, acreditava Kellner, abriria

os mistérios da Natureza. Kellner desenvolveu o desejo de ormar

uma Academia Maçônica que permitiria habilitar todos os maçons a

tornarem-se amiliarizados com todos os existentes graus e sistemas

maçônicos.

 Academia Maçônica 

Em 1895 Kellner começou a discutir sua ideia de undar uma Acade-

mia Maçônica com seu sócio, Theodor Reuss (Merlin ou Peregrinus,

Frater sabazius & Frater aMt

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

 5 

 A  r  t  i    g o

1902. De acordo com uma cópia publicada, Yarker emitiu na mes-

ma data uma permissão para Reuss, Franz Hartmann e Henry Klein

operarem um Soberano Santuário 33° — 95° dos Ritos Escoceses, de

Memphis e Mizraim. Yarker emitiu uma segunda patente conrman-

do a autoridade de Reuss para operar nos ditos Ritos em 01 de julho

de 1904; e Reuss publicou uma cópia de uma patente de conrma-

ção datada de 24 de junho de 1905. Reuss iniciou a publicação de

um periódico maçônico, “The Oriamme”, em 1902.

Estes Ritos, em conjunto com o de Swedenborg, oram adotados

como elementos integrais dentro do esquema geral da Ordem. O

Rito de Swedenborg, que incluía uma versão dos graus de Arte, em

conjunto e o Rito Escocês de Cernau e os Ritos de Memphis Mizraim

proveram uma seleção de “altos graus” trabalháveis tão completos

como jamais existiu. Juntos, eles proveram um completo sistema de

iniciações maçônicas à disposição da Ordem. Com a incorporação

destes Ritos, a Ordem estava pronta a operar como um sistema ma-

çônico completamente independente. Reuss e Kellner prepararam

 juntos um breve maniesto para sua Ordem em 1903, o qual oi publi-

cado no ano seguinte em “The Oriamme”. Kellner morreu em sete

de junho de 1905 e Reuss assumiu pleno controle da Ordem. Com

auxílio dos co-undadores Franz Hartmann e Heinrich Klein, Reuss

preparou uma Constituição para a Ordem em 1906.

 A O.T.O. Dirigida por Reuss

Rudolph Steiner (1861 — 1925), que nesta época era o Secretário

Geral do ramo alemão da Sociedade Teosóca, oi patenteado em

1906 como Grande Mestre Delegado de um capítulo subordinadoà O.T.O/Memphis/Mizraim e do Grande Conselho chamado Mystica

Aeterna em Berlim. Steiner deu undação à Sociedade Antroposóca

em 1912 e encerrou sua associação com Reuss em 1914.

Em 24 de junho de 1908, o Dr. Gérard Encausse (Papus, 1865 — 1916)

organizou uma “Conerência Maçônica e Espiritualista Internacional”

em Paris, à qual Reuss compareceu. Nesta conerência, Encausse

recebeu, sem pagamento, uma patente de Reuss para estabelecer

um “Supremo Grande Conselho Geral dos Ritos Unidos da Antiga

e Primitiva Maçonaria para o Grande Oriente da França e suas De-

pendências em Paris”. No ano anterior Encausse, juntamente com

Jean Bricaud (1881 — 1934) e Luis-Sophrone Fugairon (n. 1846), havia

organizado a Églaise Catholique Gnostique, a Igreja Gnóstica Católi-

ca, como um cisma da Église Gnostique, uma igreja neo-Albingense

undada em Paris em 1890 por Jules Dionel (1842 — 1903). Acredita-

-se que Reuss recebeu consagração episcopal e autoridade primal

na Églaise Catholique Gnostique de Encausse e Bricaud nesta con-

erência. O envolvimento de Encausse com a O.T.O., per se, é incerto.

Ainda nesta conerência o Dr. Arnold Krumm-Heller (Huiracocha,

1879 — 1949) recebeu uma patente de Reuss como representanteocial para a América Latina. Krumm-Heller desenvolveu sua própria

ordem, chamada Fraternitas Rosacruciana Antiqua (F.R.A.). De acordo

com seu lho, Parsival, ele nunca undou Lojas da O.T.O. ou indicou

qualquer ocial da O.T.O.

Reuss e Crowley 

Como um jornalista, Reuss viajava reqüentemente à Inglaterra.

Em uma destas viagens ele conheceu Aleister Crowley (Baphomet,

12/10/1875 — 01/12/1947), o qual oi admitido aos três primeiros

graus da O.T.O. em 1910. Em 21 de abril de 1912 Reuss deu a Crowley

uma patente, gratuitamente, indicando-o como Grande Mestre Na-

cional Geral X° da O.T.O. para a Grã-Bretanha e Irlanda. A indicação de

Crowley incluía autoridade sobre os Ritos de língua Inglesa nos graus

ineriores (maçônicos) da O.T.O., aos quais oi dado o nome de Myste-

ria Mystica Maxima, ou M\M\M\

Em primeiro de junho de 1912, uma Grande Loja Nacional para os paí-

ses eslavos oi estabelecida por Czeslaw Czynski. Franz Hartman mor-

reu em sete de agosto de 1912. Em setembro de 1912 Reuss publicou

a “Edição de Jubileu” do “The Oriamme”, que oi a primeira edição

a mencionar a O.T.O. em qualquer detalhe, e oi quase inteiramente

devotada a assuntos da O.T.O.. Kellner, Reuss e Crowley eram listados

como membros de grau X° da O.T.O. Também em 1912 Crowley publi-

cou o “Maniesto da M\M\M\” no qual a M\M\M\ oi identicada

como a seção britânica da O.T.O., a qual “incluía todos os países onde

o Inglês osse largamente alado”. A O.T.O. é descrita neste documento

como

“...um corpo de iniciados em cujas mãos está concentrada a sabedoria

e o conhecimento dos corpos seguintes:

A Igreja Gnóstica Católica.

A Ordem dos Cavaleiros do Espírito Santo.A Ordem dos Illuminati.

A Ordem do Templo (Cavaleiros Templários).

A Ordem dos Cavaleiros de São João.

A Ordem dos Cavaleiros de Malta.

A Ordem dos Cavaleiros do Santo Sepulcro.

A Igreja Oculta do Santo Graal.

A Ordem Rosacruz

A Fraternidade Hermética da Luz.

A Sagrada Ordem da Rosa Cruz de Heredom.

A Ordem do Sagrado Arco Real de Enoch.

O Antigo e Primitivo Rito da Maçonaria (33 graus).

O Rito de Memphis (97 graus).

O Rito de Mizraim (90 graus).

O Antigo e Aceito Rito Escocês da Maçonaria (33 graus).

O Rito de Swedenborg da Maçonaria.

A Ordem dos Martinistas.

A Ordem de Sat Bhai,

A Ordem Hermética da Golden Down

e muitas outras ordens de mérito igual, se de menos ama.”

O Maniesto da M\M\M\ também deu o seguinte esquema de or-

ganização da Ordem:

O° MINERVAL

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    6

   A  r   t   i  g  o I° M.

II° M..

III° M\

P\M\

IV°, Companheiro do Santo Arco Real de Enoch.

Príncipe de Jerusalém.

Cavaleiro do Leste e do Oeste.

V°, Príncipe Soberano da Rosa Cruz. (Cavaleiro do Pelicano e águia.)

Sócio do Senado de Cavaleiros Filósoos Herméticos, Cavaleiros da

águia Vermelha.

VI°, Ilustre Cavaleiro (Templário) da Ordem de Kadosch, e Compa-

nheiro do Santo Graal.

Chee Inquisidor principal, Sócio do Tribunal Principal.

Príncipe do Segredo Real.

VII°, Inspetor General Principal Soberano Muito Ilustre.

Sócio do Conselho Principal Supremo.

VIII°, Pontíce Pereito dos Illuminati.

IX°, Iniciado do Santuário do Gnosis.

X°, Rex Summus Sanctissimus (o Rei Supremo e mais Santo).

A edição de setembro de 1912 do “The Oriame” incluiu uma listagem

similar de um sistema de dez graus:

I - Prüing [Probacionista]

II - Minerval

III - Johannis-(Crat-) Freimauer [Artesão maçon]

IV - Schottischer-(Andreas-) Mauer [Maçon escocês]

V - Rose Croix-Mauer

VI - Templer-RosenkreuzerVII - Mystischer Templer

VIII - Orientalisher Templer

IX - Vollkommener Illuminat [Pereito Iluminado]

X - Supremus Rex

Desta orma, em 1912, Crowley e Reuss haviam condensado o sistema

da Arte e dos altos-graus maçons em um sistema viável de dez graus

numerados que incorporava os ensinamentos e simbolismo de um

certo número de sociedades ocultistas e místicas. Os três graus da

Academia Maçônica de Kellner ormavam os graus VII°, VIII° e IX° deste

sistema. O décimo grau (X°), “Rex Summus Sanctissimus”, ou “Supre-

mus Rex”, designava o Grão Mestre Geral Nacional da O.T.O para um

determinado país, região ou grupo lingüístico. A suprema autoridade

da Ordem, internacionalmente, era chamada de “Frater Superior” ou

Cabeça Externa da Ordem (“Outer Head o the Order” — O.H.O.).

Os Grãos Mestres Gerais Nacionais tinham a autoridade para indicar

seus próprios representantes, chamados “Vice-Reis”, em outros países

de mesmo idioma dominante. Vice-Reis podiam ainda serem levados

ao X° pelo O.H.O.. Dos Grãos Mestres Gerais Nacionais esperava-se

que conduzissem os negócios da O.T.O. de acordo com a Constituiçãoda O.T.O., mas em grande escala ora da supervisão diária do quartel-

-general internacional ou “Escritório Central”.

O Maniesto da M\M\M\ incluía otograas da mansão de Crowley

na Escócia, chamada de Boleskine, a qual servia como “Casa de Oí-

cios” da Ordem. Incluía também uma lista de taxas e mensalidades

para cada grau, bem como uma lista de “taxas de aliação”, onde ma-

çons poderiam aliar-se diretametne no nível correspondente ao seu

próprio grau na Maçonaria. Estas listas oram reimpressas na edição

de 1914 de “The Oriamme”, junto com os títulos de graus do Mani-

esto de Crowley traduzidos para o Alemão.

Em 1912, o sistema da O.T.O., apesar de suas várias inuências, per-

manecia principalmente maçônico. Na Edição de Jubileu de “The

Oriamme” Reuss deniu a O.T.O. como “uma ordem não pura e sim-

plesmente maçônica, mas cada membro de nossa Ordem, homem

ou mulher... deve proceder através dos graus de artesão da Maçona-

ria, mesmo aqueles dos mais altos-graus da Maçonaria, antes de se-

rem iluminados e iniciados membros de nossa Ordem.” Contudo, a

Grande Loja Unida da Inglaterra, a quem Crowley tecnicamente devia

aliança, objetou a aceitação de Graus de Artesão na Inglaterra ora

de sua jurisdição e objetou a admissão de mulheres na Maçonaria.

Ainda assim, Crowley incluiu o seguinte texto em seu Maniesto da

M\M\M\

“A O.T.O., ainda que uma Academia Maçônica, não é um Corpo Ma-

çônico posto conceder os graus de artesão no sentido no qual esta

expressão é normalmente entendida na Inglaterra; e assim não há

conitos com ou inração aos justos privilégios da Grande Loja Unida

da Inglaterra” .

Em 15 de evereiro de 1913 Crowley adotou uma Constituição para a

M\M\M\, submetida à Constituição Geral da O.T.O. Em 19 de mar-ço de 1913, Crowley e Reuss unidos deram patente a James Thomas

Windram(Mercurius, 1877 — 1939) como representante ocial da

O.T.O. na árica do Sul. Posteriormente, em 1913, visitando Moscou,

Crowley compôs a Missa Gnóstica, a qual ele “preparou para o uso

da O.T.O. a cerimônia central de sua celebração pública e particular,

correspondendo à Missa da Igreja Católica Romana.”

A I Guerra Mundial estourou em 28 de julho de 1914. Crowley mudou-

-se para Nova York em outubro deste mesmo ano; passando o ano

seguinte trabalhando como escritor para os periódicos de George Syl-

vester Viereck, “The Fatherland” e “The International”, e como editor-

-chee posteriormente. Em dezembro de 1914, Crowley indicou Char-

les Stanseld Jones (Parzival, 1886 — 1950) como Grão Inspetor Geral

Soberano VII° e seu representante pessoal na cidade de Vancouver.

Em março de 1915 Windram indicou Ernest W. T. Dunn VII°(Maximus)

como Vice-Rei atuante para a Australásia.

Apesar de seu anterior anúncio sobre os Graus de Artesão, no Mani-

esto da M\M\M\, Crowley permanecia inconortável em relação

às características maçônicas da O.T.O., por um adicional número de

razões:

Em contraste com Reuss, Crowley acreditava que mulheres não po-

deriam ser iniciadas como maçons, apesar de pensar que deveriam

ser aptas a se iniciar na O.T.O.

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

 A  r  t  i    g o

Estava rustrado com as elaboradas preparações requeridas para

a execução das iniciações maçônicas e com o tamanho dos ritu-

ais maçônicos e seu excessivo palavrório. Crowley via estes atores

como impedimentos no sucesso da implantação de um trabalho

entre pessoas modernas.

Ele acreditava que os conteúdos simbólicos dos rituais maçônicos

estava amortecido a ponto de serem inúteis.

Desejava utilizar o sistema da O.T.O. para ajudar na divulgação dos

ensinamentos de Thelema.

Por estas razões Crowley começou a preparar rituais revisados que

poderiam propagar a signicância da Arte e os altos-graus conscien-

temente e de orma dramática, que seriam próprios para a iniciação

tanto de homens quanto de mulheres, que não inringiriam os privi-

légios da Grande Loja Unida da Inglaterra e que divulgariam os ensi-

namentos básicos de Thelema. Crowley assim o ez por volta de 1925

e adotou os rituais revisados para uso em sua própria seção da O.T.O.,

a M\M\M\

Crowley escreveu sobre estes rituais revisados a Arnold Krumm-Heller

em 22 de junho de 1930:

“Reuss tinha o hábito de iniciar pessoas com meros esqueletos de

rituais tomados daqueles daMaçonaria continental. Não havia, para

deixar claro, nenhuma ordem ou decência neste procedimento. Ele

percebia isto pereitamente bem e era uma das razões pelas quais

pedia-me para reconstruir o sistema de iniciação. Eu z um estudocomparativo de numerosos rituais aos quais eu tive acesso, e produzi

uma série que oi apereiçoada para, e incluindo o 6º grau (equiva-

lente ao Kadosh) e estes oram trabalhados em Londres com o maior

sucesso. Devo azer aqui uma pausa para apontar uma mudança es-

sencial e undamental que é necessária em qualquer ritual com o qual

eu tenha algo a azer que é a completa renúncia ao culto dos Deuses-

-Escravagistas. É impossível para um homem livre conhecer qualquer

sistema que está ligado aos etiches de selvagens cujo único motivo

para ação é o medo nascido de sua própria ignorância.”

Em 1915 ou 1916 Aleister Crowley escreveu “Uma Intimação a Respeito

da Constituição da Ordem” (Liber CXCIV), que desenvolvia suas ideias

sobre a Constituição da O.T.O. escritas por Reuss em 1906, a Consti-

tuição da M\M\M\ de Crowley, de 1913, e seu Maniesto. Gérard

Encausse morreu em 25 de outubro de 1916. Charles Détré (Téder,

1855-1918) sucedeu Encausse e aparentemente também recebeu o

grau X° da O.T.O. para a França, mas aleceu apenas dois meses depois.

Em 1916 Reuss mudou-se para a Basiléia, na Suíça. Enquanto estava

lá, ele estabeleceu uma “Grande Loja e Templo Místico Anacional” da

O.T.O. e a Irmandade Hermética da Luz em Monte Verità. Monte Veritàera uma comunidade utópica perto de Ascona, undada em 1900 por

Henri Oedenkoven e Ida Homann, que uncionava como um centro

para o qual o historiador James Webb chamaria mais tarde a “Contra

Cultura Progressista”.

Em 22 de janeiro de 1917 Reuss publicou um maniesto para sua Gran-

de Loja Anacional, a qual oi chamada Verità Mystica. Na mesma data,

publicou uma versão revisada de sua Constituição da O.T.O. de 1906,

com uma “Sinopse dos Graus” e um resumo “Mensagem de Mestre

 Therion” em anexo. Nesta constituição revisada Reuss incluiu muitos

dos tópicos da Constituição da M\M\M\ de Crowley, de 1913. Con-

tudo, neste documento, como em muitos dos documentos de Reuss

sobre a O.T.O., ele enatizava o caráter maçônico da Ordem.

Em maio de 1917, a Loja de Crowley na Inglaterra oi invadida e echa-

da pela polícia, sob a alegação de mandato contra “leitura da sorte”

contra um de seus membros. Entretanto, o trabalho de Crowley para

a publicação anti-britânica de Viereck “The Fatherland” pode ter leva-

do as autoridades a suspeitarem de atividades anti-patrióticas na Loja

de Crowley. Todos os arquivos da Loja oram apreendidos. Crowley

oi orçado a temporariamente abdicar do cargo de Grão Mestre em

avor de C. S. Jones para acilitar a situação dos membros remanes-

centes. A Loja nunca oi completamente restaurada.

Em Ascona, Reuss organizou um “Congresso Anacional pela Organiza-

ção da Reconstrução da Sociedade em Práticas Linhas Cooperativas “,

em Monte Verità, de 15 a 25 de agosto de 1917. Este Congresso incluiu

leituras das poesias de Crowley (em 22 de agosto) e a récita da Missa

Gnóstica de Crowley (em 24 de agosto — apenas para membros da

O.T.O.). O anúncio do Congresso declarava: “Há dois centros da O.T.O.,

ambos em países neutros, onde pesquisadores podem ser encontra-

dos por aqueles interessados nos objetivos deste congresso. Um é em

Nova York (Estados Unidos da América), o outro é em Ascona (Suíça

Italiana).” Crowley estava vivendo em Nova York nesta época; assim,evidentemente, ele e Reuss eram os únicos Cabeças Nacionais ativos

da O.T.O. em 1917.

Reuss pediu que sua secretária, “J. Adderley” (Isabel Adderley Oe-

denkoven), enviasse uma cópia do anúncio, juntamente com uma

cópia do Maniesto da M\M\M\ de Crowley à Grande Loja Unida

da Inglaterra, na esperança de que a Grande Loja enviasse represen-

tantes. Isto não ocorreu, mas Willian Hammond, o Bibliotecário da

Grande Loja, escreveu a Reuss após o congresso e pediu mais inor-

mações. Durante a correspondência de Reuss com Hammond, Reuss

lembrou-o que haviam se encontrado 1913/14, e Reuss havia dado a

ele cópias de “The Oriamme” e do “Equinox” de Crowley, o qual, ha-

via dito, “dava detalhes sobre a O.T.O.”.

Reuss estava claramente impressionado com Thelema. A Missa Gnós-

tica de Crowley, a qual Reuss traduzira para o alemão e ora recitada

em seu Congresso Anacional em Monte Verità, é um ritual explicita-

mente telêmico. Em uma carta sem data para Crowley (recebida em

1917), Reuss ala excitadamente que havia lido “A Mensagem de Mes-

tre Therion” para seu grupo em Monte Verità e que estava traduzindo

o Livro da Lei para o Alemão. E ainda, “deixe esta notícia encorajá-lo!Estamos vivenciando seu Trabalho!!!”

Em 24 de outubro de 1917, Reuss entregou uma patente a Rudol 

Laban de Laban-Varalya (1879 — 1958) e Hans Rudol Hilker-Dunn

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    8

   A  r   t   i  g  o (1882 — 1955) para operar uma Loja de Grau III° da O.T.O. em Zuri-

que, chamada Libertas et Fraternitas. Em três de novembro de 1917,

de Laban tornou-se Grande Mestre da Grande Loja Anacional Verità

Mystica. Mais tarde, naquele mês, ele echou a Verità Mystica e transe-

riu seu centro de operações para Zurique. Em março de 1918 Crowley

publicou a Missa Gnóstica no “The International”. Reuss publicou sua

tradução para o Alemão da Missa Gnóstica no mesmo ano.

Em uma nota no m de sua tradução da Missa Gnóstica, Reuss reeria-

-se a si próprio, simultaneamente, como Soberano Patriarca e Primaz

da Igreja Católica Gnóstica, e Legado Gnóstico na Suíça para a Église

Gnostique Universelle, dando a conhecer Jean Bricaud (1881 — 1934)

como Soberano Patriarca daquela igreja. A publicação deste docu-

mento pode ser vista como o nascimento da E.G.C. como uma orga-

nização independente, sob a tutela da O.T.O., com Reuss como seu

primeiro Patriarca.

A I Guerra Mundial terminou em 11 de novembro de 1918. De Laban

deixou a Suíça em novembro. Em evereiro de 1919 a Loja Libertas et

Fraternitas rompeu sua ligação com a O.T.O. e tornou-se estritamente

uma Loja Maçônica. Posteriormente regularizou-se sob a Grande Loja

Suíça Alpina. Embora nenhum corpo da O.T.O. tenha restado na Suí-

ça, Reuss continuou a conerir graus da O.T.O. a indivíduos. Enquanto

Reuss persistia em armar a autoridade maçônica da O.T.O., Crowley

continuava a aastar a M\M\M\ da Maçonaria. Em outubro de 1918,

Crowley preparou outra substancial revisão dos rituais internos da

Ordem, desta vez abandonando o termo “Maçonaria” e os caracte-

rísticos emblemas, signos, identicadores etc., dos graus da Arte. Ele

apresentou seus rituais revisados a Reuss para a adoção pela Ordemcomo um todo. Em março de 1919 Crowley publicou seu “The Equi-

nox, Volume III, No. I” (o “Equinox Azul”), o qual continha uma série de

importantes documentos da O.T.O., incluindo:

Liber LII: O Maniesto da O.T.O.

Liber CXCIV: Uma Intimação a Respeito da Constituição da Ordem

Liber CI: Uma Carta Aberta a Todos os Que Desejarem Unir-se à Or-

dem

Liber CLXI: Sobre a Lei de Thelema

Uma versão revisada do Liber XV: A Missa Gnóstica

O Liber LII: O Maniesto da O.T.O. de Crowley oi baseado quase que

palavra por palavra no Maniesto da M\M\M\ de 1913. Saudações

telêmicas oram adicionadas, reerências aos ociais oram atualiza-

das, reerências aos “guinéus” oram convertidas a seus equivalentes

em dólares, os nomes de duas organizações contribuintes oram

apagados (a Ordem Rosacruciana e a Ordem Hermética da Golden

Dawn); a tabela de taxas e as otograas de Boleskine oram retiradas

e a rase “Ela [a O.T.O.] de orma alguma inringe os justos privilégios de

qualquer Corpo Maçônico autorizado” oi adicionada após a listagem

de organizações contribuintes, e o anúncio maçônico acima citadooi mudado para:

“A O.T.O., embora uma Academia Maçônica, não é um Corpo maçô-

nico posto não serem os ‘segredos’ entendidos da mesma orma na

qual aquela expressão é normalmente compreendida; e então de ne-

nhuma maneira conitos com, ou inração dos privilégios justos da

Grande Loja Unida da Inglaterra, ou qualquer Grande Loja na América

ou de outra parte que seja reconhecida por ela [a G. L. U. da Inglater-

ra].”

Em 10 de maio de 1919, Reuss outorgou uma Patente a Hans Rudolph

Hilker, Dr. E. Pargaetzi, R. Merlitscheke M. Bergmaier para ormarem

um Supremo Conselho do Rito Escocês de Cernau na Suíça, em Zuri-

que. Na mesma data Reuss concedeu um documento chamado “Me-

dida de Amizade” a Matthew McBlain Thomson, undador da aziaga

“Federação Maçônica Americana”. O documento reconheceu Thom-

son como Membro de Grau IX° da O.T.O.. Em 18 de setembro de 1919,

Reuss oi reconsagrado por Bricaud pelo recebimento da “Sucessão

da Antióquia” e re-apontado como “Legado Gnóstico” na Suíça para a

Église Gnostique Universelle de Bricaud.

Crowley retornou à Inglaterra em dezembro de 1919. Em 1920, Reuss

publicou seu “Programa de Construção e Princípios-Guia para os

Gnósticos Neo-Cristãos: O.T.O.”. Neste documento Reuss apresenta

suas ideias para uma (altamente regulamentada) sociedade utópica.

Os princípios desta sociedade eram para serem baseados nas ideias

de Thelema (o Livro da Lei e aorismos de Mestre Therion eram cita-

dos e explicados); juntamente com ideias mais tradicionais do Rosa-

crucianismo, Gnosticismo e Yoga; e as ideias sócio-políticas “progres-

sistas” prevalecentes em Monte Verità.

Em 17 de julho de 1920, Reuss participou do Congresso da “Federação

Mundial da Maçonaria Universal”, ocorrido na Loja Libertas et Frater-nitas, em Zurique. Esta conerência oi realizada para complementar

a “Conerência Internacional Maçônica e Espiritualista” de Papus em

Paris, de 1908. Reuss, com autorização de Bricaud, advogou pela ado-

ção da religião da Missa Gnóstica de Crowley como a “religião ocial

de todos os membros da Federação Mundial da Maçonaria Universal

possuidores do 18° do Rito Escocês”. Os esorços de Reuss neste senti-

do alharam, e ele discutiu com Matthew McBlain Thomson (que ora

eleito Presidente Honorário da Federação Maçônica Internacional)

acerca de assuntos de jurisdição. Reuss abandonou o congresso após

o primeiro dia.

C. S. Jones havia abdicado da O.T.O. em 1919, mas continuou a corres-

ponder-se com Reuss e, em 10 de maio de 1921 Reuss designou Jo-

nes como X° para os Estados Unidos da América do Norte. Na mesma

data designou Heinrich Tränker (Recnartus, 1880 — 1956), que lidera-

va várias organizações esotéricas dentro de um movimento chamado

“Pansophia”, como X° para a Alemanha.

Em 30 de julho de 1921 Reuss emitiu outro “Gauge o Amity”, desta

vez para H. Spencer Lewis, o undador da A.M.O.R.C., a organização

Rosacruciana baseada em San Jose (Caliórnia / EUA). Este documentotambém reconhecia Lewis como um membro Grau VII° da O.T.O. Cro-

wley havia conhecido Lewis antes, em 1918, na cidade de Nova York,

e não cou impressionado com ele. Reuss retornou à Alemanha em

setembro de 1921, estabelecendo-se em Munique. Em 3 de setembro

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

 9 

 A  r  t  i    g o

des Mestres para a América do Norte e Alemanha, respectivamente.

 Tränker, por recomendação de Jones, convidou Crowley a ormal-

mente assumir a liderança da O.T.O., bem como de várias outras or-

ganizações, incluindo o movimento Pansophico, em uma conerência

que ocorreria em Hohenleuben, perto de Weida, no verão de 1925. Os

outros participantes da conerência eram: Heinrich e Helene Tränker,

Karl Germer (Saturnus, 22/01/1885 — 25/10/1962) — nesta época

secretário e editor de Tränker —, Albin Grau, Eugen Grosche, Martha

Künzel, Henri Birven, um cavalheiro chamado Hoper, Crowley e seus

associados Dorothy Olsen, Leah Hirsig, Norman Mudd, e outros.

Os resultados desta conerência oram vários. Os participantes caram

divididos sobre os ensinamentos de Crowley e o Livro da Lei, o qual era

largamente desconhecido (apenas recentemente ora traduzido para

o Alemão). Ocorreram conitos pessoais também. Fraulein Künzel e

Herr Germer postaram-se ao lado de Crowley. Herrn Tränker, Grau,

Hoper e Birven decidiram manter a Loja Pansophica independente

de Mestre Therion. Herr Grosche, originalmente ladeou-se a Crowley,

mas ele e Germer brigaram, e Grosche decidiu permanecer indepen-

dente. Após o echamento da Loja Pansophica, em 1926, Grosche re-

agrupou alguns ex-Pansophistas para undar a Fraternitas Saturni. A

Fraternitas Saturni reconheceu o status de Crowley como um proeta

e aceitou a Lei de Thelema de uma orma modicada, mas Grosche

insistiu em manter-se independente da O.T.O. e sob sua própria autori-

dade, e não de Crowley. A Fraternitas Saturni ainda atua na Alemanha,

Canadá e outros países e não se apresenta como sendo a O.T.O.

 Tränker aparentemente tentou obter para si o título de O.H.O. da O.T.O.

em 1925, mas parece não ter sido largamente reconhecido como tal ecessou seus esorços neste sentido em 1930, quando ele e H. Spencer

Lewis começaram juntos a trabalhar diretamente (mas sem sucesso)

para o estabelecimento de um ramo alemão da A.M.O.R.C.

 A Loja Agapé

A Loja Agapé N° 1 oi undada em 1915, em Vancouver (Colúmbia

Britânica/Canadá), sob a autoridade de Jones e Crowley. Nos anos

30, Wilred Talbot Smith (1885 — 1957), um membro patenteado

da Loja Agapé N° 1 mudou-se de Vancouver com instruções de

Crowley para trabalhar com Jane Wole (1875 — 1958), que havia

sido uma estudante de Crowley em Cealú, de modo a estabelecer

a Loja Agapé N° 2 em Los Angeles (Caliórnia/EUA). Smith e Wol-

e uniram um grupo em Hollywood, Caliórnia, e, juntamente com

Regina Kahl (1891 — 1945), começaram a celebrar a Missa Gnóstica

semanalmente em um domingo, 19 de março de 1933. A Loja Agapé

N° 2 teve seu primeiro encontro em 1935. A Loja Agapé contribuiu

grandemente com os esorços de Crowley para suas publicações

e Crowley apontou Smith (Ramaka) como X° para os E.U.A. Poste-

riormente a Loja Agapé N° 2 mudou-se para Pasadena, Caliórnia, e

oi liderada por John W. “Jack” Parsons (Belarion, 1914 — 1952), umrespeitado engenheiro químico e pioneiro aeroespacial. Parsons oi

um dos undadores tanto do Caliornia Institute o Technology’s Jet

Propulsion Laboratory (Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto

de Tecnologia da Caliórnia) quanto do Aerojet General (Laboratóro

de 1921 Reuss patenteou Carl William Hansen (Kadosh, 1872 — 1936)

como X° para a Dinamarca. Em outubro de 1921, dada a abdicação de

Dunn, Crowley apontou Frank Bennett (Dionysus, 1868 — 1930) como

Vice-Rei da Austrália.

 A Sucessão de Crowley 

Há algumas razões para acreditar que Reuss soreu um ataque na pri-

mavera de 1920, mas isto não está inteiramente certo. Crowley escre-

veu a W. T. Smith em março de 1943:

“o antigo O.H.O., após este primeiro ataque de paralisia, entrou em pâ-

nico pelo trabalho a ser realizado... Ele rapidamente emitiu diplomas

honorários do Sétimo Grau a várias pessoas, algumas das quais não

tinham direito a nada e alguns deles eram apenas recursos baratos.”

Logo após apontá-lo como seu Vice-Rei para a Austrália, Crowley pa-

rece haver correspondido-se com Frank Bennett e discutido com ele

suas dúvidas acerca da habilidade de Reuss em, eetivamente, con-

tinuar a governar a Ordem. Parece que Reuss descobriu esta corres-

pondência; ele escreveu para Crowley uma uriosa resposta deensiva

em 9 de novembro de 1921, na qual ele parecia distanciar-se e à O.T.O.

de Thelema, a qual ele havia, como visto acima, abraçado. Crowley

respondeu à carta de Reuss em 23 de novembro de 1921 e armou

em sua carta: “É de minha vontade ser o O.H.O. e Frater Superior da

Ordem e espero a sua renúncia — para proclamar-me como tal.” Ele

assinou a carta como “Baphomet O.H.O.”. No registro de seu diário de

27 de novembro de 1921 Crowley escreveu: “Eu proclamei a mim mes-

mo como Frater Superior O.H.O. da Ordem dos Templários Orientais.”Reuss morreu em 28 de outubro de 1923 e.v..

Em suas “Conssões”, Crowley diz que Reuss “abdicou do título [de

O.H.O.] em 1922 em meu avor.” Em uma carta a Heinrich Tränker, da-

tada de 14 de evereiro de 1925, Crowley escreveu o seguinte:

“Reuss era de temperamento incerto, e de muitas ormas intratável.

Em seus últimos anos ele parece ter perdido completamente seu ju-

ízo, chegando a acusar o Livro da Lei de ter tendências comunistas,

ideia que não poderia ser mais absurda. Ainda assim parece ter toma-

do algumas decisões acertadas, como ter apontado a você e a Frater

Achad, e designado a mim, em sua última carta, como seu sucessor.”

Em uma carta a Charles Stanseld Jones, datada Sol in Capricornius,

Anno XX (12/1924 — 01/1925), Crowley disse: “na última carta do

O.H.O. para mim ele convidou-me a ser seu sucessor como O.H.O. e

Frater Superior.” A carta de Reuss designando Crowley como seu su-

cessor como O.H.O. jamais oi encontrada, mas nenhum documento

crível surgiu indicando que Reuss havia designado qualquer sucessor

alternativo.

 A O.T.O. Dirigida por Crowley Aleister Crowley atuou como Cabeça Externa da Ordem de 1922 até

sua morte em dezembro de 1947. O primeiro ato de Crowley como

O.H.O. oi reconrmar as patentes de Jones e Tränker como Gran-

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    1    0

   A  r   t   i  g  o Aerojato Geral, do Instituto de Tecnologia da Caliórnia).

Karl Germer

Quando a II Guerra Mundial estourou em 1939, as comunicações in-

ternacionais oram cada vez mais interrompidas e as viagens de civis

eram limitadas. Crowley cou muito dependente de seus represen-

tantes estrangeiros, estando impossibilitado de viajar ele mesmo. Karl

Germer, o representante alemão de Crowley, oi preso pela Gestapo e

connado em um campo de concentração nazista por “buscar discí-

pulos para o residente estrangeiro, maçon de alto grau, Crowley”. Sol-

to logo graças aos esorços do cônsul norte-americano, Germer viajou

para os Estados Unidos onde, como Grande Tesoureiro Geral e segun-

do em comando além de Crowley, conduziu vários negócios da O.T.O.

Em 14 de março de 1942 Crowley escreveu a Germer: “Devo indicá-lo

como meu sucessor como O.H.O. [...] Uma completa mudança na es-

trutura da Ordem e seus métodos é necessária. O segredo é a base, e

você deve selecionar cuidadosamente as pessoas.” Os outros ramos

europeus da O.T.O. oram grandemente destruídos ou mantidos na

contra cultura durante a Guerra. Os ramos latino-americanos da F.R.A.

de Krumm-Heller mantiveram um discreto contato com Germer até o

princípio da década de ‘60.

Ao nal da II Guerra Mundial, em 1945, apenas a Loja Agapé em Pa-

sadena, Caliórnia, ainda uncionava. Haviam iniciações isoladas da

O.T.O. em várias partes do mundo. Apesar de Crowley receber visitas

de membros da O.T.O. na Inglaterra nenhum trabalho oi conduzido

desde o ataque policial em 1917. As iniciações oram muito raras ora

da Caliórnia. Krumm-Heller, no México, conduzia iniciações da O.T.O.mas enviou um candidato, Dr.Gabriel Montenegro (Frater Zopiron ou

 Theophilos) à Caliórnia para iniciar-se.

Grady McMurtry 

Durante a II Guerra Mundial, dois membros da O.T.O. Caliorniana, Gra-

dy Loius McMurtry (18/10/1918 — 12/07/1985) e Frederick Mellinger

(Merlinus, 1890 — 1970) — originalmente um reugiado da Alemanha

nazista — viajaram à Europa em tareas militares. McMurtry já havia

estado lá e visitado Crowley em várias ocasiões. Mellinger visitou Cro-

wley após McMurtry haver retornado aos Estados Unidos.

Houve um bom entendimento entre Crowley e McMurtry, e Crowley

respeitou a experiência militar de McMurtry. Em 1943 Crowley pesso-

almente coneriu o IX° da O.T.O. à McMurtry e ez dele Grande Inspetor

Geral Soberano da Ordem, dando-lhe o nome mágico que usaria a

partir de então: Hymenaeus Ala 777.

Em 1944, Crowley começou a discutir com McMurtry a possibilidade

de ele assumir o “Caliado”. Crowley escreveu a McMurtry em 28 de se-

tembro de 1944: “Espero que você prera meu plano para sua carreiracomo meu Fides Achates, alter ego, Calia & assim por diante.” Em 21

de novembro de 1944 ele escreveu novamente a McMurtry:

“’O Caliado’. Você deve perceber que não importa o quão intimamen-

te observemos olho-a-olho em qualquer assunto objetivo, eu devo

pensar em premissas totalmente dierentes daquelas concernentes à

Ordem. Uma das (surpreendentemente poucas) ordens que me o-

ram dadas oi ‘não cone em um estranho: não alhe com um herdei-

ro’. Isto tem sido muito maligno para mim. Fr\ [Saturnus] é, claro, o

Calia natural; mas há muitos detalhes acerca da real política ou traba-

lho que escapam a ele. Em todo caso, ele pode apenas ser um subs-

tituto, por causa da sua idade; tenho que procurar seu sucessor. Isto

tem sido um Inerno; tantos têm vindo com promessas maravilhosas,

apenas para cair nas pedras. [...] Mas — e aqui é que você tem perdi-

do meu ponto de todo — eu não penso em você deitado em uma

encosta verdejante com adoráveis carneiros, tocando uma auta! Ao

contrário. Sua vida verdadeira, ou ‘sangramento’, é o tipo de iniciação

que busco como base primordial para o Calia. — Para — digamos

20 anos — por isso o Cabeça Externo da Ordem deve, entre outras

coisas, ter tido a experiência da guerra como ela realmente é de ato

presentemente.”

O título “Calia”, ainda que reerindo-se de alguma orma ao senso de

humor de ambos os homens como uma trocadilho com uma abrevia-

ção para “Caliórnia” (local de residência de McMurtry e localização da

Loja Agapé), provém da palavra árabe Khalia, signicando “delegado”.

Foi historicamente utilizada no antigo Islã para designar o sucessor do

Proeta, o comandante mundial da Fé Islâmica. O uso por Crowley do

termo, aplicado a Germer e McMurtry, era paralelo para a O.T.O.

Em 1946, Crowley incumbiu McMurtry com documentos de autoriza-

ção emergencial para tomar o controle de todo o trabalho da Ordem

na Caliórnia, o que incluía o único Corpo uncional da O.T.O. naquelaépoca. Crowley também apontou McMurtry como seu representan-

te pessoal nos E.U.A., cuja autoridade deveria ser considerada como

a do próprio Crowley. Estas duas patentes, datadas respectivamente

de 22 de março de 1946 e 11 de abril de 1946, necessitavam apenas

da aprovação, veto ou revisão de Karl Germer. Germer oi muito bem

inormado das patentes de McMurtry por Crowley, posto haver com-

parecido ao encontro da Loja Agapé no qual McMurtry oi-lhe apre-

sentado. Além disto, em uma carta a Germer datada de 19 de junho

de 1946, Crowley inormava a Germer que “a única limitação de seu

[McMurtry] poder na Caliórnia é que qualquer decisão que tome está

sujeita à sua revisão ou veto” o que removia a necessidade de uma

prévia autorização por Germer.

Em seis de junho de 1947 Crowley escreveu a Germer:

“Você parece em dúvida quanto à sucessão. Nunca houve quaisquer

questão a este respeito. Desde sua reaparição você é o único sucessor

em que tenho pensado até este momento. Tenho, de qualquer orma,

tido a ideia de que, tendo-se em vista a dispersão de tantos membros,

você deveria achar útil apontar um triunvirato para trabalhar sob seu

comando. Minha ideia é Mellinger, McMurtry e, eu suponho, Roy [Le-fngwell], apesar de eu ter estado um pouco duvidoso em relação à

lealdade deste último.”

Em 17 de junho de 1947, seis meses antes de sua morte, Crowley es-

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

1 1 

 A  r  t  i    g o

creveu a McMurtry e inormou-o de que apesar de Germer ser seu

sucessor como Cabeça da O.T.O., McMurtry deveria preparar-se para

suceder Germer.

Crowley, apesar de conar na habilidade de Karl Germer em gover-

nar a Ordem como seu sucessor, evidentemente não conava em sua

habilidade de encontrar e designar um sucessor apropriado para si

mesmo. No que parece ter sido uma medida de contingência adicio-

nal para a possibilidade de McMurtry morrer ou car incapacitado,

Crowley também avisou a Mellinger para que se mantivesse pronto

como um possível sucessor de Germer, em uma carta datada de 15 de

 julho de 1947. De qualquer orma, Mellinger nunca recebeu os avisos

dados a McMurtry e Crowley nunca usou o termo “Calia” em relação

a Mellinger.

 A O.T.O. Dirigida por Germer

Crowley morreu em 1° de dezembro de 1947 e, de acordo com sua

vontade, Karl Germer tornou-se O.H.O. da O.T.O., atuando do nal de

1947 até sua morte em 1962. A Loja Agapé continuou no sul da Cali-

órnia até 1949, após o que a Loja cessou seus encontros regulares. Os

registros da Loja Agapé, consistindo nas atas das reuniões, cópias da

anotações de rituais, listas de membros iniciados em vários graus na

O.T.O., correspondência e registros nanceiros, oram conservados por

Jane Wole e vários membros da Loja.

Seguindo-se à morte de Crowley, seu testamento oi executado e os

executores começaram a enviar o espólio a Germer. Germer recebeu

a maior parte do material do espólio de Crowley e, eventualmente,levou-o consigo para sua residência nal em Westpoint (Caliórnia/

USA).

Germer era um homem quieto e recluso, acima de tudo interessa-

do na publicação dos escritos de Crowley. Vários membros da O.T.O.

ajudaram-no neste sentido, mas, ainda que tendo havido a promoção

dos já iniciados, nenhuma nova iniciação se deu.

Germer noticou McMurtry e outros que a O.T.O. seria incorporada

e governada por um triunvirato de ociais, mas esta incorporação

 jamais oi eetivada sob a liderança de Germer na O.T.O. Germer pa-

tenteou um Acampamento inglês da O.T.O. sob a direção de Kenneth

Grant (nas. 1924), um membro de grau III°, mas echou o Acampamen-

to e expulsou Grant da O.T.O. em 20 de julho de 1955, quando desco-

briu que Grant havia associado-se à Fraternitas Saturni de Grosche,

havia circulado um maniesto para uma nova loja da O.T.O. sob a reu-

nida autoridade de Germer e Grosche, e havia começado a modicar

os rituais da O.T.O. sem dar notícia a Germer.

Germer também tomou interesse pelos esorços de Hermann Met-

zger (Paragranus, 1919 — 1990) na Suíça. Metzger era um estudantede um dos membros sobreviventes da seção suíça de Reuss da O.T.O.,

chamado Felix Lazerus Pinkus (1881 — 1947), mas sem ligações com

a O.T.O. de Crowley. Germer pediu a Mellinger que supervisionasse a

regularização de Metzger dentro da O.T.O. de Crowley, mas Germer

e Metzger caíram em discórdia ao nal da vida de Germer. Frederic

Mellinger escreveu, após a morte de Germer, que Metzger havia a-

lhado em seguir o programa de instruções estabelecido para ele por

Germer sob a tutela de Mellinger. De acordo com uma onte, Metzger

alegava ter patenteado Gabriel Montenegro como X° para os Estados

Unidos. De qualquer orma, Montenegro nunca alegou tal autoridade

e jamais mencionou quaisquer nomeação de Metzger para seus cole-

gas da O.T.O. nos E.U.A.

Os membros da O.T.O. na Caliórnia buscaram ativamente inuenciar

Germer para que este reabrisse o acesso das pessoas à O.T.O.. Foi ex-

pressado em correspondências a preocupação de que a não iniciação

de novos membros da O.T.O. resultaria na completa dissolução da Or-

dem. Em 1959, McMurtry oi chamado a uma reunião em Los Angeles,

à qual os membros da Loja Agapé e outros oram convidados, com

o propósito de tentar criar uma rente unicada para pressionar Karl

Germer em retomar iniciações da O.T.O. McMurtry estava pronto a

invocar as autorizações dadas a ele por Crowley para dar suporte à

sua ideia. Dr. Montenegro opôs-se à ideia e os outros não lhe deram

nenhum suporte; a ideia oi abandonada. Montenegro escreveu a Mc-

Murtry em 21 de novembro de 1960 para documentar sua oposição

à ideia.

Germer autorizou McMurtry a ormar um núcleo de um novo aces-

so público à O.T.O., mas Germer e McMurtry discordaram acerca de

um empréstimo pessoal e outros assuntos. Quaisquer dierenças que

tivessem, jamais houve a mínima sugestão de que Germer tenha con-

siderado vetar ou revisar as patentes dadas a McMurtry por Crowley.

McMurtry perdeu seu emprego na Caliórnia devido a problemas desaúde e mudou-se para Washington (E.U.A., capital) em março de

1961. Lá ele lecionou Ciências Políticas na George Washington Univer-

sity (Universidade George Washington) enquanto trabalhava como

analista para o governo norte-americano. Também dirigiu a Washing-

ton Shakespeare Society (Sociedade Shakespeare de Washington).

Interregnum

Germer morreu em 25 de outubro de 1962 sem designar um suces-

sor. O testamento de Germer nomeava sua esposa, Sascha, e Frederick 

Mellinger como os executores de seu espólio, na orma de proprieda-

de mantida para a O.T.O. Sascha era uma senhora de idade avançada

com a mente já comprometida, aastada dos membros remanescen-

tes da O.T.O. na Caliórnia. O espólio de Germer nunca oi avaliado.

Alguns membros graduados, incluindo Grady McMurtry, não oram

noticados da morte de Germer por vários anos, causando um gran-

de atraso antes que a questão da sucessão na liderança da O.T.O. osse

resolvida apropriadamente.

Metzger, na Suíça, publicou uma alegação de ser o Cabeça Externa

da Ordem, baseada em uma eleição particular que teria se dado nodia seis de janeiro de 1963, na própria Suíça. Membros graduados da

O.T.O. de ora da Suíça, inclusive Frederick Mellinger, que havia sido

indicado por Germer como mentor de Metzger, não haviam sido in-

ormados da suposta eleição de Metzger até esta alegação. Uma có-

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    1    2

   A  r   t   i  g  o pia do maniesto de Metzger oi enviada a Wilred Smith, que estava

morto desde 1957. Metzger não oi aceito amplamente como Cabeça

da Ordem ora de seu próprio grupo. Sascha ez uma tentativa de en-

viar o material de Germer da O.T.O. para Metzger mas oi impedida

por uma carta de Mellinger datada de 25 de setembro de 1963, que

denunciava Metzger como uma raude. Metzger, posteriormente, in-

corporou seu sistema de O.T.O. como parte de uma nova organização

de sua própria ormação, a Ordo Illuminatorum, a qual pretendia ser

um reviver da ordem dos Illuminati. Metzger morreu em 1990.

Kenneth Grant (n. 1924) também tentou alegar ser o Cabeça Exter-

na da Ordem; mas ele havia sido anteriormente expulso por Germer.

Grant colocou em disputa sua expulsão, alegando que jamais havia

reconhecido Karl Germer como Cabeça da O.T.O.. Mesmo assim, os

próprios escritos de Grant nos anos 50, em particular o maniesto da

Loja Nova Ísis, reerem-se a Frater S (Saturnus, i. e. Karl Germer) como

cabeça internacional da O.T.O. A organização de Grant diz que a O.T.O.

cessou de ser uma organização de membros no sentido tradicional

de ter Lojas e conerir graus cerimonialmente. A organização de Grant

também ignora a Missa Gnóstica, que é, de acordo com Crowley, “a

cerimônia central das celebrações públicas e particulares [da O.T.O.].”

 A O.T.O. Dirigida por McMurtry 

Quando McMurtry apercebeu-se da condição crítica na qual havia ca-

ído a Ordem após a morte de Germer, ele oi impelido a utilizar seus

documentos de emergência dados por Crowley e assumir o título de

“Calia da O.T.O.”, tal como especicado nas cartas de Crowley para

ele na década de 40. Para as duas testemunhas que ele acreditavanecessárias para tal ato, escolheu o Dr. Israel Regardie (1907 — 1985)

e Gerald Yorke (1901 — 1983). McMurttry reeriu-se a estes dois como

os “Olhos de Hórus”, como os dois mais proeminentes estudantes de

Crowley sobreviventes. Ele avisou-os de seus planos de reconstruir a

O.T.O. usando as cartas-patentes de Crowley e requisitou sua ajuda, a

qual oi oerecida. McMurtry completou a ativação de seu Caliado em

 junho de 1969, com um carta ao suíço Hermann Metzger.

Após a ativação do Caliado, os restantes membros da O.T.O. dos anos

de Crowley e Germer oram convidados a unir-se a McMurtry de

modo a continuar as operações regulares da O.T.O. Nesta época ha-

via menos que uma dúzia de membros sobreviventes da antiga O.T.O.

nos Estados Unidos. Soror Meral, Soror Grimaud, Mildred Burlingame

e Gabriel Montenegro colocaram seu desejo de ver a O.T.O. aberta

ao público em geral. Ray Burlingame havia morrido alguns anos atrás

e o Dr. Montenegro morreu em 14 de julho de 1969, antes que um

encontro organizacional pudesse ser consumado. Frederick Mellinger

havia restabelecido contatos com a Sociedade Teosóca e estava, es-

sencialmente, inativo na O.T.O. desde, aproximadamente, 1956, exce-

to por sua carta bloqueando o envio dos bens de Germer a Metzger

em 1963. Mellinger morreu em 29 de agosto de 1970. Em 1969 e 1970McMurtry, Burlingame e as Sorores Meral e Grimaud começaram a

eetuar iniciações. Em 28 de dezembro de 1971 a Ordo Templi Orien-

tis Association (Associação Ordo Templi Orientis) estava registrada no

Estado da Caliornia como uma entidade legal.

Sacha Germer morreu em abril de 1975 e em 1976, quando sua morte

tornou-se conhecida, a O.T.O. Association obteve uma ordem judicial

para que lhe ossem entregues os arquivos da O.T.O. remanescen-

tes que estavam ainda sob sua custódia. Esta ordem oi executada,

reconhecendo-se Grady McMurtry como representante autorizado

da O.T.O., pela Corte Suprema do Condado de Calaveras, estado da

Caliórnia (E.U.A.), datada de 27 de julho de 1976.

Dirigida por McMurtry, como Calia ou Cabeça atuante da O.T.O., várias

tentativas oram eitas para se atraírem novos membros para a O.T.O. e

para tornar a Ordem conhecida pelo público. Em 1970, a O.T.O. publi-

cou as cartas do Tarot de Thoth, ilustradas por Lady Frieda Harris, pelo

endereço de Dublin (Caliórnia/E.U.A.) A resposta oi lenta, mas alguns

poucos novos membros oram iniciados através dos esorços centra-

dos em Dublin, no Colégio deThelema, e em São Francisco (Caliórnia/

E.U.A.), na Kaaba Clerk House. A atividade em São Francisco colapsou

e um dos novos membros abdicou. A atividade continuou por dois

anos em Dublin e então oi transerida pra Berkeley (Caliórnia/E.U.A.).

Em 1977, McMurtry manteve iniciações da O.T.O. em sua casa, em

Berkeley e começou um grupo lá. A O.T.O. oi colocada sob as leis do

Estado da Caliórnia em 26 de março de 1970 e.v. Aqueles que ale-

gavam ser membros ou eram conhecidos como membros antigos

oram comunicados da ormação desta nova corporação e oi-lhes

dado um período para requererem a permanência como membros,

de acordo com o precedente anterior estabelecido por Karl Germer.

A corporação oi colocada sob as leis de taxação norte-americanas

como entidade religiosa em 1982.

Desaos na Corte

Um esorço considerável por Marcelo Ramos Motta (1931 — 1987)

oi eito para assumir o controle da O.T.O. com o nome de Sociedade

Ordo Templi Orientis. Motta havia sido um discípulo pessoal de Karl

Germer na A\A\ por alguns anos, mas jamais obteve ormalmen-

te uma patente para iniciar ou abrir uma Loja. De ato, ele jamais oi

ormalmente iniciado na O.T.O. Após a morte de Germer, Motta pro-

clamou-se como sucessor de Germer e ormou um grupo da O.T.O.

em seu país natal, o Brasil. Motta havia primeiro reconhecido Kenneth

Grant como cabeça da O.T.O., mas rescindiu este reconhecimento ao

saber que Grant havia sido expulso por Germer. Motta terminou indo

aos Estados Unidos para reclamar os direitos autorais sobre as obras

de Crowley. Ele primeiro processou a Samuel Weiser, Inc., editora de

muitos dos trabalhos de Crowley por quebra de direitos autorais, ale-

gando ser ele o único representante da O.T.O. de Crowley. Este caso

oi decidido em avor da Samuel Weiser, Inc. pela Corte do Distrito do

Maine (E.U.A.). O juiz deu o parecer de que não haviam provas legais

das representações de Motta concernentes à O.T.O. A O.T.O., enquanto

dirigida por McMurtry, não era parte deste caso e não oi um ator

neste julgamento.

Durante os processos em Maine, a O.T.O. emprestou a Motta um terno

para ser utilizado na Corte do 9a Corte Distrital Federal de São Francis-

co. O caso de São Francisco oi concluído em 1985 com Motta perden-

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

1  3 

 A  r  t  i    g o

do novamente. A O.T.O. dirigida por McMurtry oi reconhecida pela

Corte como sendo a continuação da O.T.O. de Aleister Crowley e de-

tentora exclusiva dos nomes, marcas, direitos autorais e outros direitos

da O.T.O. McMurtry oi reconhecido como o líder legítimo da O.T.O.

dentro dos Estados unidos. A decisão da 9ª Corte também reconhecia

legalmente a O.T.O. dirigida por McMurtry como uma entidade com

membros. Esta decisão oi apelada e levada à rente. Grady McMurtry

morreu em 12 de julho de 1985, seguindo a decisão original da 9a Cor-

te, mas o processo de apelação estabeleceu que a O.T.O. continuaria

como uma corporação.

 A O.T.O. Hoje

Mais do que designar um sucessor, McMurtry desejava que seu su-

cessor osse designado pelo Soberano Santuário da O.T.O. após sua

morte. A eleição deu-se em 21 de setembro de 1985, com a participa-

ção dos dois membros restantes da Loja Agapé, e Frater Hymenaeus

Beta oi eleito para sucessor de Frater Hymenaeus Alpha como Calia

e O.H.O. atuante da O.T.O. Hymenaeus Beta continua em seu cargo

até hoje.

No princípio de 1996, uma nova corporação oi undada para tratar

dos trabalhos da Grande Loja da O.T.O. nos Estados Unidos, enquanto

a corporação já existente oi reorganizada como International Head-

quarters (Quartel-General Internacional) da O.T.O.. Em 30 de março de

1996, Sabazius X° oi indicado como Grande Mestre Geral Nacional

para a Grande Loja norte-americana.

ReconhecimentosAlém do material de arquivo da O.T.O., o material publicado pelos

seguintes protagonista e pesquisadores Históricos oi consultado en-

quanto se preparava este ensaio: Calvin C. Burt, W.B. Crow, Isaac Blair

Evans, Antoine Faivre, S.E. Flowers, René Le Forestier, Joscelyn Godwin,

Dr. J.A. Gottlieb, Ellic Howe, Francis King, Peter-Robert König, Helmut

Möller, William G. Peacher, M.D., Martin P. Starr, John Symonds, M. Mc-

Blain Thomson, A.E. Waite, James Webb, e John Yarker.

Os seguintes indivíduos providenciaram substancial assistência na

orma de inormações Históricas e/ou críticas: William Breeze, Martin

P. Starr, Parsival Krumm-Heller, Soror Meral, Soror Grimaud, Lon Milo

DuQuette, James T. Graeb, Bjarne Salling Pedersen, e P.-R. König.

Notas :

1 A Irmandade Hermética da Luz era uma sociedade mística que alega-

va descender dos corpos maçônicos/rosacruzes austríacos conhecidos

como Fratis Lucis. A Fratis Lucis, também conhecido como a Irmandade Asiática ou a Irmandade Iniciada das Sete Cidades da ásia era derivada

da antiga Ordem da Cruz Dourada e Rósea alemã. A Irmandade Her-

mética da Luz também parece ter possuído conexões com a Irmandade

Hermética de Luxor, que era uma sociedade mística que alcançou al-

gum conhecimento público na Inglaterra, em 1884 sob os auspícios de

Max Theron (também conhecido comoLouis-Maximilian Bimstein, 1850

— 1927). As origens da I.H.L. não são claras mas há alguma evidência

conectando-a à Irmandade de Luxor, que esteve envolvida com a un-

dação da Sociedade Teosófca bem como da supramencionada Fratris

Lucis e com o espiritualismo inglês do Séc. XIX.

2 Nascido na Polônia, Theon viajou largamente em sua juventude. No

Cairo tornou-se discípulo de um mago copta chamado Paulos Meta-

mon. Theon oi para a Inglaterra em 1870, onde oi recrutado pelo lutier-

Peter Davidson (1842 — 1916) para estabelecer um “círculo externo” da

I.H.L.. Eles uniram-se em 1883 por conta de Thomas H. Burgoyne (tam-

bém conhecido como Thomas Dalton, 1855 — 1895), que posterior-

mente escreveu um livro resumindo os ensinamentos básicos da I.H.L.,

chamado “A Luz do Egito”. A unção deste “círculo externo” da I.H.L. era

oerecer um curso por correspondência de ocultismo prático; o que seria

mantido ora da Sociedade teosófca. Seu currículo incluía algumas se-

leções dos escritos de Hargrave Jennings e de Paschal Beverly Randolph.

3 P.B. Randolph (08/10/1825 — 29/06/1875) oi um conhecido médium,

curandeiro e escritor, contando entre seus amigos pessoais Abraham

Lincoln, Hargrave Jennings, Kenneth McKenzie, Eliphas Levi, Napoleão

III, Edward Bulwer-Lytton e o general Ethan A. Hitchcock. A Ordem de

Randolph alegava descender da Ordem Rosacruciana (por patente da

“Suprema Grande Loja da França”) e ensinava curas espirituais, ocultis-

mo oriental e princípios da regeneração da raça através da espirituali-

 zação do sexo.4 Yarker oi eleito Grande Mestre Soberano Absoluto para o Rito Oriental 

de Mizrain em 1871. Ele oi eito Grande Mestre 96° do Soberano Santu-ário do Antigo e Primitivo Rito de Menphis para a Inglaterra porHarold 

 J. Seymour em oito de outubro de 1872. Seymour recebeu suas cartas-

-patentes de Jacques Etienne Marconis de Negre em 21 de junho de

1862. Yarker recebeu cartas-patentes do Antigo e Aceito Rito Escocês de

Cernau de Theo. H. Tebbs, do Supremo Grande Conselho Combinado

do Canadá deste Rito em 12 de janeiro de 1884. Yarker oi eleito Grande

Hieroante Imperial 97° do Rito de Menphis em 11 de novembro de 1902.

5 Os que participaram do congresso oram: Theodor Reuss (represen-

tando o Soberando Santuário dos Ritos de Memphis e de Mizraim na

 Alemanha, o Grande Oriente do Rito Escocês na Alemanha e a Grande

Loja Nacional os Ritos Unidos Escocês, de Memphis e de Mizraim para

a Grã-Bretanha e Irlanda), H.R. Hilfker, R. Merlitschek, e M. Bergmaier 

(representando Grande Oriente do Rito Escocês na Suíça [basedo em

uma patente de Reuss Charter datada de 10 de maio de 1919]), Dr. E. Par-

gaetzi (representando o Soberano Santuário dos Ritos Unidos Escocês,

de Memphis e de Mizraim para a França); A. Spilmer (representando a

Grande Loja da Colômbia), H. Schütz (representando o Príncipe Alexan-

der da Grécia, Grande Protetor da Maçonaria Grega); John Anderson

(representando a Grande Loja Nacional da Escócia); e Matthew McBlain

Thomson (representando a Federação Maçônica Americana, a GrandeLoja de Washingon e a Grande Oriente de Cuba).

6 Este texto é uma tradução do original de Frater Sabazius X°, que se en-

contra no site da Grande Loja dos EEUU.

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    1    4

 A  r  t  i    g o

    F   o   t   o   :    I   m   a   g   e   m    c

   e    d    i    d   a   p   e    l   a    S   c   a   r    l   e    t    W   o   m   a   n    L   o    d   g   e ,   u   s   a    d   a   n   a   r   e   v    i   s   t   a    S   c   a   r    l   e    t    L   e    t    t   e   r    V    3   n   º    2  -    h   t   t   p   :    /    /   w   w   w .   s   c   a   r    l   e

   t   w   o   m   a   n .   o   r   g    /   s   c   a   r    l   e   t    l   e   t   t   e   r    /   v    3   n    2    /   v    3   n    2_

   o   u   t   o    f

   m   y   m    i   n    d .    h   t   m    la Históri

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

1  5 

 M a t  é   r  i   a d  e C a  p a

Até então, pouco oi escrito sobre os detalhes da história da

Ordo Templi Orientis desde a sua chegada e estabelecimen-to no Brasil. Rumores, versões estritamente pessoais, ausência

de dados precisos e às vezes até manipulação de atos têm até agora

sido responsáveis por uma desinormação que nubla parte do trabalho

realizado pela Ordem, impedindo-o de vir devidamente às claras. Com

esse texto, que é uma versão resumida, da história da O.T.O. no Brasil,

pretendemos pôr luz em pontos que oram tornados obscuros. Dentro

de algum tempo, será divulgada uma versão completa e detalhada dos

atos listados aqui.

Fazer História é reviver e entender os passos da jornada de escolhas que

nos zeram ser o que somos. Momentos diíceis oram ultrapassados,

percalços nos combaliram e vitórias aliviaram o suor do trabalho. Após

17 anos de atividade, ainda existe muita antasia sobre a O.T.O. e mesmo

sobre a história de Thelema e dos personagens que a zeram ativa e

que a mantêm assim no Brasil. Somos parte dessa história, e portanto

entendemos ser nosso dever contribuir com a porção da verdade que

temos ao nosso alcance. Esperamos que o presente e uturo se bene-

ciem disto.

Esperamos também que a utilidade pública de todas essas experiên-

cias possa ser usuruída por todos com a intenção de realizar um tra-balho sério.

Que todos açam uma boa viagem.

 da o.t.o.nobrasil 

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    1    6

   M  a   t   é  r   i  a   d  e   C  a  p  a Prólogo: a Sociedade Novo Aeon

Em meados de 1993, a Sociedade Novo Aeon (SNA) de Frater Aster (tam-

bém conhecido como Thor) operava no Rio de Janeiro. Alguns nomes

se conheceram graças a esse grupo e ali trabalharam juntos, como So-

ror Babalon (na época com o mote de Hathor, e eventualmente Shaita-

ra, Legião e O. Naob) e Frater Sorath (nesta altura com o mote de P.A.N.,

e eventualmente também Baphomet). Naquela altura, estavam em ati-

vidade dois grupos da SNA no Rio de Janeiro: o pioneiro, a Loja Therion,

sob liderança de Sorath, e a Loja Thelema, mais jovem, sob liderança de

Q.V.I.F. (também conhecido pelo mote Sekhem). A Loja Therion, apesar

de ativa há mais tempo, ministrando instruções teóricas, só dispunha

de cerca de cinco membros, motivo pelo qual Sorath decidiu encerrá-

-la. Restou o grupo Thelema, que estava sob a liderança de Q.V.I.F., ao

qual se integraram os remanescentes do grupo que havia sido echado.

Em complemento às instruções da SNA, Soror Babalon, Sorath e outros

como Wo-Loki e também a ex-esposa de Q.V.I.F., Soror Lilith, resolveram

se encontrar para estudar antes das reuniões da SNA. Na ocasião, Q.V.I.F.

interpretou tais reuniões como a criação de um grupo dissidente que

supostamente rivalizaria com os trabalhos da Loja Thelema. Ele se en-

caminhou para a cidade de Paraíba do Sul, RJ, onde então residia Aster,

e o pressionou para que expulsasse os “dissidentes”. A resposta de Aster

oi enaticamente contrária, uma vez que ele encarou como positiva a

iniciativa de estudantes se encontrarem e debaterem. Disso resultou,

naquela altura, o rompimento de relações entre Q.V.I.F. e Aster.

A Loja Thelema, a partir desse momento, não pertenceria mais à Socie-

dade Novo Aeon. A crise culminaria num episódio em que Soror Baba-lon, Sorath, Wo-Loki e Lilith, avisados por Aster do que tinha acontecido

apenas quando já estavam a caminho de uma das reuniões da Loja The-

lema, oram proibidos de entrar na sala do grupo e impedidos de pegar

robes e materiais pessoais seus que lá estavam.

 Tais desentendimentos coroavam o estado de contínua estagnação

que era o trabalho da SNA. Com mais esquematizações de projetos

do que prática, apenas poucas instruções teóricas eram ministradas e,

principalmente, nenhuma estrutura iniciática era oerecida. Essas lacu-

nas levaram esse grupo – integrado por Soror Babalon, Frater Sorath e

Frater Aster – a uma crescente rustração com a organização do movi-

mento thelêmico no Brasil. O próprio Aster, undador da SNA, cones-

sava a desorganização em voga e considerava que o trabalho não ia

bem: tanto o grupo brasileiro que ele nomeava de Astrum Argentum

(A\A\) como a SNA, que apresentava-se eventualmente como sendo

“O.T.O.”, baseavam-se mais em contatos inormais, mudanças de planos

e projetos vagos do que num trabalho impessoal e sistemático. Nesse

contexto, Frater Aster orneceu a Soror Babalon e Sorath o endereço de

contato com a O.T.O. e os dois começaram os planejamentos para trazer

a Ordo Templi Orientis para o Brasil, na esperança de estabelecer uma

estrutura iniciática sólida.

Vale reparar que, em nosso país, muito oi dito a respeito da O.T.O., princi-

palmente por Marcelo Ramos Motta, mas na maioria das vezes também

se ez uma grande conusão sobre a representação da Ordem, conu-

são que não raro se estendeu também sobre suas associações com a

A\A\ Inelizmente, essa desinormação permitiu que grupos se or-

massem usando o nome da O.T.O. e que pessoas que nunca zeram

parte da Ordem se apresentassem como iniciados dela, com versões

pessoais do que seria o seu trabalho, mesmo nunca tendo qualquer

tipo de experiência ou conhecimento sobre o real trabalho da O.T.O,

nem mesmo autorização para usar o nome da Ordem ou para atuar

como seus representantes. O próprio Motta, embora assinasse como

membro da Ordem e tivesse até mesmo ormado a “Society Ordo Tem-

pli Orientis”, nunca oi iniciado na O.T.O.: sua relação na verdade era com

Karl Germer, que era Frater Superior da O.T.O., mas cuja associação com

Motta dizia respeito unicamente a A\A\

Nenhum esorço eetivo para trazer a Ordem para o Brasil havia sido

realizado com sucesso até então, havendo, portanto, apenas grupos

esparsos que assumiam o nome O.T.O. como uma roupa do estilo de

trabalho que melhor lhes convinha realizar. A O.T.O., ocialmente, nunca

esteve presente no Brasil antes de 1995 e.v.

A esse grupo original veio a se unir Iskuros Australis que, sem saber da

ruptura com a Sociedade Novo Aeon, tinha pretendido se unir à Loja

 Thelema, mas, insatiseito com o ambiente de convívio e com o valor

de taxas nanceiras cobradas pelo grupo de Q.V.I.F., procurou conselho

em correspondência com Frater Sorath, na altura seu instrutor no grupo

que Frater Aster considerava como sendo a A\A\ Esse contato pôs

todos em reunião e Iskuros se integrou ao movimento que trabalha-

va para trazer a Ordo Templi Orientis. As comunicações preliminares e

negociações seriam então eitas com a O.T.O. para que um grupo de

Iniciação osse enviado para o Brasil.

Gestação: primeiras iniciações

Em 8 de dezembro de 1995, uma comitiva de três membros da O.T.O.

embarcou para o Brasil. Eram eles Frater Sharash, Frater S. e Frater A.S.B.,

hoje conhecido como L.M.D. A comitiva cou hospedada na casa de

Soror Babalon e Sorath, na Tijuca, onde se estabeleceram para conhe-

cer tanto os novos thelemitas que os convocaram, como também a

cidade do Rio de Janeiro.

Frater Sharash, em artigo para o site da Loja Scarlet Woman, no Texas,

descreve a seguinte experiência:

“Eu nunca recebi um nível tão grande de hospitalidade em nenhum

lugar como a que esses irmãos e irmãs providenciaram para nós. As ini-

ciações oram trabalho pesado, mas compensaram mil vezes mais que

qualquer quantidade de suor que possamos ter derramado nelas.”

No dia 14 de dezembro de 1995 seriam eitas as primeiras Iniciações ao

Grau de Minerval, e no dia 16 de dezembro seriam eitas as do Grau I. No

dia 17, seriam ainda ministrados os primeiros Batismos e Conrmaçõesda Ecclesia Gnostica Catholica (E.G.C.). Para tudo isso, um apartamento

no bairro de Laranjeiras oi alugado. Frater Aster, no entanto, não iniciara

com os demais. Na verdade, durante o jantar de reunião, onde apresen-

tariam Frater Aster à comitiva dos EUA, ele começou a se sentir mal. So-

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

1 7 

 M a t  é   r  i   a d  e C a  p a

ror Babalon, sendo médica, identicou sintomas de um inarto e então

o levaram para a emergência de um hospital.

Mesmo combalido, mal tendo deixado o CTI, Aster insistiu para ser ini-

ciado ao menos no Grau de Minerval. No mesmo dia em que o grupo

de iniciação embarcaria de volta para os EUA, Frater Aster oi iniciado

em sua própria casa, no Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro.

No entanto, logo após o Ritual, ele se dirigiu a Frater L.M.D. e lhe pediu o

IX Grau, no qual está o Segredo Central da Ordem. Segundo Aster, Mar-

celo Motta já teria lhe “explicado” o Segredo. Seria, na sua mente, ape-

nas uma questão de conrmação ocial. L.M.D. explicou não uncionar

assim: possuir o texto de algumas instruções deste grau não torna a

pessoa iniciada nele, isto é, não a torna verdadeiramente conhecedora e

praticante do Segredo. Aster, apesar do seu renome na história de The-

lema no Brasil, deveria trabalhar nos graus da O.T.O. apropriadamente e

provar sucesso neles desde o começo.

Era o começo do m de uma mentalidade instituída há muito tempo no

Brasil de que graus representam exclusivamente patentes ormais. Des-

de Motta – e Frater Aster deu continuidade a este legado –, distribuía-

-se e revogava-se “cartas patente” com graus, inclusive supostamente o

IX, não raro apresentado como um elegante pergaminho. Assim, com

a mesma acilidade que se obtinha o “grau IX”, também o “perdiam”,

retirado quando o “iniciado” desagradava politicamente àquele que lhe

havia conerido o grau, como se a Iniciação estivesse contida num pa-

pel. Marcelo Motta, inclusive, procedeu dessa maneira com Frater Aster.

Insatiseito em ter seu pedido recusado, Aster não entrou mais em con-tato com a O.T.O. e sequer compareceu aos trabalhos do primeiro Cor-

po Local no Brasil. Em outubro de 1996, ele pediu desligamento ocial

da Ordem. Apesar disso, sua relação com Soror Babalon e Frater Sorath

continuou amistosa.

Estava, assim, ormado o primeiro grupo da O.T.O. em terras brasileiras,

mas suspenso numa espécie de vácuo: de um lado, a mentalidade bra-

sileira do trabalho, cheia de esperança e empolgação, mas ao mesmo

tempo pueril, cheia de vícios históricos e ignorante da dureza que é o

estabelecimento e continuidade de um projeto. Além disso, nenhum

deles sabia exatamente o que de ato era a Ordo Templi Orientis, lhes

sendo, até então, uma Ordem de sonhos vagos. Assim, os passos se-

guintes da O.T.O. no Brasil oram tropeços como de uma criança.

Inância: liderança & confitos

Para requisitar às lideranças internacionais da Ordem o nascimento de

um Corpo Local, era necessário que estabelecessem entre si os cargos

administrativos que cada um iria desempenhar. Em conversa entre os

membros brasileiros, oi decidido que Iskuros Australis, por ser quem

melhor dominava o inglês, deveria ser Mestre do Corpo Local, consi-derando a necessidade de contato constante com as lideranças inter-

nacionais. Soror Babalon originalmente cou com a Secretaria e Sorath

com a Tesouraria. Pouco depois, caria ela com a Tesouraria e ele, com

a Secretaria. As lideranças internacionais acataram com a distribuição

de tareas.

Em 16 de maio de 1996 oi estabelecido o Acampamento Sol no Sul

na cidade do Rio de Janeiro. As correspondências dessa época com o

exterior são termômetro de um espírito grato, ebril e sonhador. Estava

no rol de e-mails e axes trocados agradecimentos ao grupo de Inicia-

ção, relatos de experiências mágickas e aconselhamentos. As lideranças

internacionais estiveram em contato estreito.

O ano parecia promissor. O grupo aumentaria: novas Iniciações seriam

realizadas por Frater S., que um ano depois retornara ao Brasil. Em 23 de

novembro de 1996 oi ormado mais um Corpo Local da O.T.O. no país,

na cidade de São Paulo: o Acampamento Therion, liderado por Piarus.

O amor inicial, no entanto, seria posto à prova. O primeiro desacordo

surgiu ainda com a presença da equipe de Iniciação no Brasil, quando,

discutindo sobre as estratégias de atuação da O.T.O. no Brasil, Iskuros

Australis deendeu a ideia de que o recém-ormado grupo deveria tra-

balhar entre eles, echado, sem iniciar novos membros, enquanto Soror

Babalon e Sorath deenderam que não havia sentido em trazer a Ordem

para o Brasil se não osse para diundir a Lei e mantê-la aberta aos inte-

ressados. No começo do ano de 1997, esse tema ainda estava sendo dis-

cutido. Mais tarde, Iskuros Australis acabou reconsiderando sua posição.

Mesmo assim, estava preparado um terreno para um choque de per-

sonalidades que, inelizmente, não caria restrito ao campo administra-

tivo. A tensão crescia – principalmente entre Sorath e Iskuros Australis

– misturada aos preparativos do Acampamento Sol no Sul. Soror Baba-

lon e Sorath cobraram o início das atividades do Acampamento, bemcomo o aluguel de um local – que alguns membros do Acampamento

se dispuseram a pagar – para sediar práticas de ritualística e Magick, mas

Iskuros, como Mestre, demorou quase oito meses após a autorização

do uncionamento do Corpo Local para reunir o grupo. Além disso, não

sediou nenhum local como Templo. No começo, recuava quando a

tendência era assumir um trabalho mais visível.

 Tais desavenças de propostas para o trabalho zeram Soror Babalon e

Sorath deixarem seus cargos administrativos em janeiro de 1997. Nes-

ta altura, caram Iskuros Australis como Mestre do Acampamento, sua

namorada, Soror Sirinxe, como Secretária, e Frater Sabak, seu amigo de

inância, como Tesoureiro.

Em abril de 1997, Sorath e Soror Babalon deixaram o Acampamento,

entendendo-o como um ambiente de trabalho hostil. O choque com

Iskuros Australis apenas cresceria.

Em São Paulo, no Acampamento Therion, ocorriam desavenças para-

lelas, mas similares. Soror Neertite, Secretária daquele Acampamento,

oi colocada em bad report (advertência por má conduta) por se opor

à ingerência de Iskuros Australis, líder apenas do Rio de Janeiro, nos as-suntos de São Paulo.

No dia 27 de julho de 1997, num dos picos desta crise, Soror Babalon co-

gitou se desligar da Ordem. Sua decisão, quando comunicada, alarmou

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    1    8

   M  a   t   é  r   i  a   d  e   C  a  p  a os líderes internacionais – assim como seus Iniciadores – e uma atenção

menos espectadora e mais intensa da O.T.O. se voltou ao Brasil, azendo

Soror Babalon reconsiderar sua posição. Somando isso à continuidade

da briga pública entre Sorath e Iskuros Australis, o resultado oi a vinda

ao Brasil, em novembro deste ano, de Frater Orpheus como Grande In-

quisidor Geral da O.T.O.: um auditor designado a apurar e resolver um

problema interno da Ordem, quando as partes envolvidas já não pare-

cem poder resolver por si só. Acompanhando-o, vieram também Frater

S., Frater Sharash e Soror Loa.

Uma das possibilidades de solução ao conito é que o trabalho da O.T.O.

no Brasil osse dissolvido. A princípio, Iskuros Australis e Sorath não que-

riam, nem diante disso, dialogar. A emergência e a insistência de Soror

Babalon ez com que as partes discutissem e se reconciliassem – mes-

mo que longe de resolver todos os problemas acumulados. Tentaram,

assim, estabelecer uma trégua. O Inquisidor ouviu a versão e críticas de

todos eles, mas a consideração nal oi a de que estavam dispostos a

continuar o trabalho. A O.T.O. no Brasil continuaria operante.

Nesta altura, com a presença dos Irmãos de ora, também oi realizada a

primeira Missa Gnóstica ocial no Brasil. Desde o começo, a E.G.C. esteve

adormecida devido à ideia errônea do ocialato brasileiro de que Missas

Gnósticas não poderiam ser celebradas. De ato, Missas ociais da E.G.C.

demandam a presença de um Sacerdote ou Sacerdotisa ordenados, o

que exige, no mínimo, o grau de Cavaleiro do Leste e do Oeste da O.T.O.

No entanto, Missas de treino podem – e devem – ser realizadas por o-

ciais em treinamento, dada sua importância como ritual central da O.T.O.

Na primeira Missa ocial realizada no Brasil, o Sacerdote e Sacerdotisaresponsáveis por ela oram Frater Orpheus e Soror Loa, hoje Represen-

tante do Frater Superior (FSR) para a Alemanha. Iskuros Australis atuou

como Diácono em treinamento, Soror Babalon e Frater Sorath como

Crianças. Retornando às atividades no Acampamento Sol no Sul, Soror

Babalon assumiu a liderança dos trabalhos da E.G.C por recomendação

de Frater Orpheus, que assumiu como Bispo para o Brasil.

Mesmo nessa altura, o número de iniciações realizadas no Brasil era

promissor: no mundo inteiro, éramos o país que mais iniciava novos

membros.

O período de tréguas, no entanto, seria encerrado por uma grave tur-

bulência na vida pessoal do Mestre do Corpo Local. A má gestão de

conitos amiliares, que diziam respeito exclusivamente à vida privada

dele e de um Irmão da O.T.O., acabaram culminando na suspensão des-

te Irmão por Iskuros Australis. Mais uma vez, embora com gravidade

inédita até então, os bastidores de problemas pessoais rapidamente

contaminaram o que deveria ser um espaço de trabalho impessoal,

submetendo a Ordem a uma torrente de complicações que só deviam

dizer respeito a ela no campo da raternidade, e não no administrativo.

 Tal situação chegou a paralisar todos os trabalhos do Acampamento.Não ossem alguns membros do Sol no Sul, as consequências teriam

sido muito piores na vida pessoal dos envolvidos.

A liderança do modo que estava se tornou insustentável. Iskuros Austra-

lis, aceitando por m a sugestão das lideranças internacionais, decidiu

se aastar do cargo e recomendou Soror Babalon para substituí-lo como

Mestre do Corpo Local. Apesar dos choques de outrora, Iskuros Australis

recorreu a ela nos momentos de crise. No dia 7 de novembro de 1998,

ela assumiu a maestria do Corpo Local, que na mesma ocasião deixou

de ser Acampamento para se tornar Oásis Sol no Sul, dando mais um

passo em seu processo de maturidade.

Disso se seguiria um gradual período de transição no norte do trabalho

do Corpo Local. Para começar, Missas Gnósticas passariam a ser realiza-

das com regularidade e as instruções sobre Thelema e Magick ganha-

riam densidade e cunho prático.

Apesar disso, também se prenunciava o último espasmo das crises

passadas. Mesmo antes de assumir como Mestre do Corpo Local, Soror

Babalon avisara Iskuros Australis que ela teria de reintegrar o Irmão que

ora suspenso por ele, uma vez que aqueles problemas não diziam res-

peito à Ordem. Mesmo mantendo, na altura, a recomendação de Soror

Babalon para próxima líder, Iskuros Australis também assumiu que ela

estaria trabalhando pessoalmente contra ele.

Nesta época, Soror Babalon também oi nomeada como Representante

do Frater Superior (FSR) para o Brasil, com autoridade para planejar o

trabalho nacional.

Somando-se a isto, durante uma Iniciação a ser realizada em São Pau-

lo, as lideranças internacionais deniram que seria Soror Babalon, e não

Iskuros, a liderar o rito. Insatiseito, ele pediu desligamento da Ordem. Foi

prontamente atendido.

Os membros da O.T.O. no Brasil só viriam a enxergar a totalidade do que

estava acontecendo algum tempo depois: Soror Babalon havia sido en-

carregada de realizar novas Iniciações em São Paulo e, ao término do

ritual, o próprio grupo do Acampamento Therion pressionou Frater Pia-

rus, Mestre do Corpo Local, para revelar a ela o que vinha ocorrendo: já

há algum tempo, Piarus estava trabalhando nos bastidores com Iskuros

Australis para “retirar” aquele Acampamento da O.T.O. e colocá-lo sob a

autoridade da “O.T.O. Foundation”, uma dissidência da O.T.O. sediada na

Inglaterra. De ato, já há algum tempo, em reuniões de Corpo Local, Pia-

rus dizia que o Acampamento Therion já não estaria mais ligado à O.T.O .

Deste enredo, acabou-se resultando também o desligamento de Piarus

da Ordo Templi Orientis.

Quase simultaneamente ao término do Acampamento Therion, em

1999, já nasceria o Acampamento Laylah, na cidade de São Paulo.

Essa transição oi um período tumultuado por discussões e brigas, mui-

tas vezes levadas a público na Internet, acerca do recente passado mal

resolvido. Soror Babalon chegou a receber e-mails e teleonemas ame-açadores. Temendo que a conduta de ex-membros expusesse a O.T.O.

em listas públicas, a orientação passada oi, então, de que ninguém da

Ordem se maniestasse ou respondesse mais a qualquer ataque. Essa

abordagem, além de decente, revelou-se ecaz.

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

1  9 

 M a t  é   r  i   a d  e C a  p a

No Rio de Janeiro, o então Oásis Sol no Sul estabelecera seu primeiro

 Templo numa casa alugada no bairro da Tijuca, próxima ao Maracanã.

Nessa época, o Templo chegou a ser arrombado, seu material ritualísti-

co oi roubado e suas paredes oram pichadas. Seguiu-se, a partir disso,

um período de reestruturação.

No Rio de Janeiro, o ano de 2000 marcou a consciência de que o legado

do Sol no Sul devia ser nalizado. Desse processo, e como ato mági-

cko, nasceu o Oásis Quetzalcoatl, substituindo o velho trabalho por algo

novo. Gradualmente, os ataques oram cessando. O trabalho poderia

continuar, revitalizado.

Longe de ter sido um mar de rosas, todo este período concretizou o

trabalho da Ordem no Brasil na base da constância e paciência. A O.T.O.

no Brasil havia sido testada, sobrevivido e poderia seguir adiante.

 Juventude: problemas editoriais

Uma coisa importante a ser percebida é que, durante a antiga liderança

do Acampamento Sol no Sul, o método usado para ncar a bandeira

da O.T.O. no Brasil oi travar uma política de tensão com outros grupos

esotéricos ou iniciáticos, principalmente aqueles thelêmicos sediados

no Rio de Janeiro. Iskuros Australis requentemente atacava Frater As-

ter. Com o tempo, oi percebido que essa postura deveria ser superada,

sendo típica de uma ase pueril.

Soror Babalon ainda mantinha contato com Frater Aster e tinha em

mente que qualquer atrito seria contraproducente tanto para a O.T.O.

como para a diusão de Thelema. As brigas do passado já tinham en-sinado o bastante acerca da esterilidade de relações grosseiras. Como

política de boa vizinhança, oi organizado um encontro com alguns

thelemitas no Rio de Janeiro. A reunião oi realizada na casa de Frater

Aster, no Grajaú, estando presentes ele mesmo, Soror Babalon, Frater

Q.V.I.F. (que nesta altura já reatara com Aster) e Frater ABO: os dois últi-

mos, na época, à rente da Loja Nova Ísis.

O objetivo da reunião era rmar uma política raternal entre os diversos

grupos. Isso, a princípio, oi bem recebido por todos. Independente do

estilo de trabalho e divergências, cou denido que todos iriam se res-

peitar mutuamente e cessar as brigas na Internet, que inevitavelmente

prejudicavam o movimento thelêmico como um todo no Brasil. Soror

Babalon também sugeriu a ideia de ser realizado um evento thelêmi-

co anual que reunisse os grupos ou ordens thelêmicas interessadas. A

proposta seria um encontro sob a égide de Thelema, onde os diversos

grupos apresentariam resultados e exporiam seu estilo de trabalho uns

aos outros e aos aspirantes. A ideia oi muito bem recebida. Além disso,

devido à convivência de anos que tinham, Frater Aster deu sua palavra a

Soror Babalon que não se envolveria em qualquer ataque à O.T.O.

No entanto, em 2000, uma corrida judicial na Inglaterra, desencadeadapor Anthony Naylor, representante de John Symonds, iniciou proces-

sos contra a O.T.O. pela posse dos direitos autorais das obras de Aleister

Crowley. Crowley, em testamento, deixou seus copyrights para a O.T.O.

A reivindicação em questão se deu porque John Symonds, designado

como executor literário de Crowley, não reconhecia a legitimidade da

Ordem.

Os ecos desse conito chegaram ao Brasil. Nessa mesma altura, Frater

Q.V.I.F. teleonou para Soror Babalon. Ele conrmou que a proposta de

reunir os thelemitas de maneira independente era excelente, mas que

não poderia mais aderir a ela, uma vez que estaria apoiando o movi-

mento inglês que lutava pelos copyrights de Crowley. Ele deixou trans-

parente que sua motivação era nanceira. Somado a isto, na mesma

época, Soror Babalon encontrou textos publicados na Internet que ata-

cavam a O.T.O. na tão discutida questão da sucessão de suas lideranças.

O estilo de escrita era o de Frater Aster. Perguntado sobre os posts, Aster,

a princípio, negou sua autoria. Com o passar do tempo, novos textos o-

ram surgindo, dessa vez com a assinatura dele publicada. Entendendo

isso como quebra da palavra por parte de Aster, Soror Babalon rompeu

as relações que ainda mantinha com ele. A conversa que tiveram a res-

peito disso, no teleone, oi a última vez que se alaram.

Assim, a iniciativa de um “encontro thelêmico” existiu apenas como

ideia. De todo modo, embora sem travar maior proximidade com qual-

quer outro grupo, a O.T.O. no Brasil continuou mantendo uma política

de boa vizinhança e de não intererência com o trabalho alheio.

Os ataques nas listas de discussão virtuais continuaram por um tempo,

principalmente sobre a questão editorial e dos copyrights. A poeira bai-

xou após a resolução da corte inglesa avorecer a O.T.O. contra Naylor

e Symonds. Do mesmo modo que os processos de Marcelo Motta em

Maine e na Caliórnia, a questão oi resolvida com a O.T.O. sendo con-

rmada como detentora dos direitos autorais de Aleister Crowley, emconormidade com seu testamento.

Criatividade & crescimento

A juventude da O.T.O no Brasil oi marcada por uma ase de trabalho

entusiasmado e crescimento.

Missas Gnósticas eram realizadas quinzenalmente, alternando a equipe

de ritualística: isto é, às vezes Soror Babalon desempenhava o papel da

Sacerdotisa, às vezes Soror Hathor, então Tesoureira do Oásis, e também

outras Irmãs. O mesmo com Sacerdotes e Diáconos. Encontros inor-

mais do grupo aconteciam praticamente toda semana. O Templo virou

o segundo lar de muitos, servindo de pernoite para Irmãos e também

de abrigo para retiros espirituais.

 Também começaram a ser realizadas palestras abertas ao público, com

temas introdutórios à losoa thelêmica, Magick e a O.T.O. Outros even-

tos sociais, como exposições de arte, apresentando obras de Irmãos e

Irmãs da Ordem, também tiveram lugar no Templo do Oásis. Relatos

dos remanescentes dessa época conrmam um grupo jovem, ativo e

criativo, mas, por muitas vezes – o que é natural para uma ase análogaà adolescência –, diícil de organizar.

Em São Paulo, no Acampamento Laylah, a então Mestre do Corpo Local,

Soror Binah, deixou de manter contato e, mais tarde, descobriram que

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    2    0

   M  a   t   é  r   i  a   d  e   C  a  p  a ela tinha deixado a cidade sem indicar ou preparar alguém para substi-

tuí-la. Correndo atrás do prejuízo, Soror Babalon treinou Soror Kali para

assumir a Maestria do Acampamento e manter o Laylah uncionando.

Kali assumiu ocialmente a liderança do Acampamento em 2000.

Em meados de 2001, oram contabilizados cerca de 40 membros ativos,

isto é, em situação regular para com a Ordem, requentando e traba-

lhando naquele Acampamento. O grupo era substancialmente maior

do que o comum para um Corpo Local da O.T.O. Para o estilo da Ordem,

cujo modo de trabalho se ana melhor com grupos pequenos, esse

era um número excepcional, realizando ativamente a Missa Gnóstica e

outros Ritos, Iniciações, instruções e conraternizações..

No Distrito Federal, em 21 de março de 2000, oi aberto o Acampa-

mento Aldebaran, sob a liderança de Frater Obscurus. Ao contrário do

Laylah, o Acampamento Aldebaran não conseguiu sobreviver, devido

ao número limitado de seus membros. Em 3 de maio de 2003, as portas

do Acampamento estariam sendo echadas.

De volta ao Rio de Janeiro, em 2001 oi realizado o Primeiro Encontro

Nacional da O.T.O. no Brasil (ENOTO), no município de Paraty, aconche-

gante cidade histórica na Costa Verde do estado, próximo à divisa de

São Paulo. Cerca de trinta Irmãos e Irmãs de todo o país saíram em vans

para o hotel que os hospedou, durante três dias de encontro e palestras.

Não restava dúvida de que o espírito da O.T.O. no Brasil estava devida-

mente solidicado.

 Antigas questões x novos percalços

O trabalho dos Corpos Locais da Ordem mantinha um ritmo saudável,

tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro. O ritmo constante da prá-

tica ritualística, como no caso da celebração do Liber XV, desenvolvia a

maturidade mágicka dos membros. Essa época é descrita pelos que a

viveram como de intensa sensibilidade e anidade entre o grupo.

Alguns baques, no entanto, não deixaram de acertar o Oásis e a O.T.O.

no Brasil. Um deles oi causado até mesmo por Frater Sorath, um dos

responsáveis por trazer a Ordem para o país. Após ter violado juramen-

tos mágickos reerentes a segredos Iniciáticos da Ordem, Sorath oi

questionado e reagiu de maneira hostil. Seu desligamento da O.T.O. oi

inevitável. Após isso, como inelizmente era de praxe, ataques pessoais

oram levados à Internet.

No Rio, em termos administrativos, já há algum tempo Soror Babalon

desejava transerir a liderança do Oásis Quetzalcoatl. Para isso, estava

treinando Soror Hathor, então Tesoureira do Oásis. Os membros do Rio

 já tinham como certa a utura mudança da Maestria. Eetivar a transi-

ção, no entanto, não se revelou tão simples.

Numa aparentemente eventual reunião com Soror Babalon, Soror Ha-thor disse ter algo para comunicá-la. Com naturalidade, inormou estar

envolvida com um grupo de Iskuros Australis – que há anos não tinha

contato com a O.T.O. –, e que não poderia, portanto, assumir a lideran-

ça. Ademais, o plano inicial, até então velado, era que Hathor assumisse

a liderança do Oásis a m de realizar uma “transição” do grupo da O.T.O.

para o grupo de Iskuros Australis, como maneira de minar o trabalho da

Ordem. Obviamente, todas essas considerações abortaram o planeja-

mento de transerência da liderança.

Conessadamente combalida pelo golpe, Soror Babalon pediu recesso

dos trabalhos da Ordem e se aastou do Oásis. Por menos de um ano

ela permaneceu aastada. Nessa época, Frater Lux Ferre assumiu como

Mestre delegado (cargo de gestão provisória) do Oásis Quetzalcoatl.

A época, no entanto, não oi de desenvolvimento. Primeiramente, Lux

Ferre maniestava publicamente aversão em se comunicar com as lide-

ranças internacionais, como se isso representasse uma intererência em

seu próprio trabalho. Com algum tempo à rente do Oásis, Lux Ferre

também expediu aos membros um comunicado de que a O.T.O. esta-

ria “echada para Iniciações” e que serviria de “ordem externa” para seu

grupo exotérico pessoal. Isso, naturalmente, não az qualquer sentido

dentro do trabalho da Ordem, e um Mestre de Corpo Local não tem

qualquer autorização para um improviso desse gênero. O resultado

dessa gestão arbitrária oi a saída de muitos membros do Oásis e da

Ordem.

Soror Babalon, então aastada, oi avisada do que estava acontecendo

apenas quando as lideranças de São Paulo entraram em contato para

comunicar que Lux Ferre estava passando instruções de que a O.T.O.

no Brasil estaria buscando aliança com um grupo chamado Fraternitas

Lucis, a m de realizar, inclusive, “troca de patentes”. Isso, novamente,

não az qualquer sentido para o trabalho da O.T.O. Alarmada, Soror

Babalon se reaproximou do Oásis, descobrindo o quadro em que elese encontrava, e descobrindo também que irregularidades nanceiras

estavam sendo praticadas por Lux Ferre.

Após entrar em contato com as lideranças internacionais, Soror Baba-

lon retornou aos trabalhos e reassumiu a Maestria. Em reunião com

o antigo Mestre delegado e outros Irmãos, ela comunicou Lux Ferre

que a situação nanceira do Oásis deveria ser regularizada, bem como

um pedido de desculpas deveria ser eito, e que tudo isso estava em

conormidade com a decisão das lideranças da O.T.O. Ele se recusou, e

assim se deu seu nal desligamento da Ordem.

Baixas e renascimentos

Vivendo altos e baixos, o trabalho da Ordem no Brasil se manteve mes-

mo quando beirou a ruína. Nessa época, o Oásis Quetzalcoatl esteve

quase completamente esvaziado. O Acampamento Laylah, em São

Paulo, também passou por crises: por algum tempo ele continuou em

atividade, mas incompatibilidades administrativas entre seus membros

zeram o Acampamento Laylah echar denitivamente suas portas em

2004.

Mesmo a duras penas, o trabalho no Rio de Janeiro se manteve pre-

sente, recomeçando a azer Iniciações, instruções e Missas. Por algum

tempo, o Oásis divulgou a revista eletrônica eMagick, com artigos so-

bre Magia e entrevistas com seus membros.

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

2 1 

 M a t  é   r  i   a d  e C a  p a

Maturidade

Em 2008, o Oásis Quetzalcoatl se tornou Loja. A característica que tem

marcado o processo de maturidade da Loja, bem como da O.T.O. no

Brasil, é o entendimento sobre as utuações do caminho, e a consciên-

cia de que a disciplina de manter o trabalho constante é o mais impor-

tante. Alegrias e rustrações, sendo humores, não podem parar a O.T.O.

A princípio, a Loja – na altura, a única representação da Ordem no Brasil

– assumiu uma postura mais minimalista: o Templo alugado oi abolido

e a residência de Soror Babalon, no Vale de Itacuruçá, passou a sediar

os eventos da Ordem. A casa de outros irmãos também hospedou as

instruções mensais da Loja. A Missa Gnóstica assumiu uma requência

sustentável, mensal, bem como as Iniciações, que se tornaram regu-

lares ao longo do ano. Outros ritos também oram realizados, como

o Rito de Ísis, escrito por Charles Stanseld Jones (Frater Achad). Esse

ritmo vem se mantendo até o presente momento, em 2012.

Em 2009, oi lançado o site da Loja Quetzalcoatl, com sua plataorma de

notícias. O site da representação brasileira da O.T.O., que esteve caído

por cerca de dois anos, oi reeito num ormato mais simples e objetivo,

e relançado em 2010.

No dia 14 de novembro de 2009, a O.T.O. no Brasil recebeu um rescor

de vitalidade: nascia o Acampamento Opus Solis, Corpo Local para a

cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Os irmãos mineiros, lide-

rados por Frater Pan Ain Soph, iniciavam a organização dos trabalhos

com energia e disposição: com intensa demanda de candidatos e pro-

messas para o uturo, a esta de abertura do Acampamento oi reali-zada nos dias 16 e 17 de janeiro de 2010, num sítio em Azurita, cidade

próxima à Belo Horizonte. Na ocasião, oi celebrada a primeira Missa

Gnóstica em solo mineiro.

No nal de 2011, Frater Pan Ain Soph deixou a Maestria do Opus Solis.

Soror Athena, então Secretária, o sucedeu e, desde então, ela está à

rente do Acampamento mineiro.

Em 2010, nos dias 13, 14 e 15 de novembro, oi realizado outro evento

emblemático de proporção nacional: o II Encontro Nacional da Ordo

 Templi Orientis (ENOTO). Com nove anos de intervalo em relação à sua

primeira edição, o ENOTO oi realizado num sítio na cidade de Queima-

dos, Rio de Janeiro, e congregou Irmãos, Irmãs e convidados do Rio de

Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Seu tema oi a E.G.C., e essa oi uma

oportunidade rara de passar dias inteiros de convivência e instrução

sobre a Missa Gnóstica, a via eclesiástica em Thelema e o Gnosticismo

como visto pela O.T.O. Missas particularmente vibrantes echaram noi-

tes onde alguns Irmãos sequer dormiram, esperando pelo toque de

alvorada para realizar o Liber Resh matinal.

Em 2010, a Loja Quetzalcoatl também lançou sua Revista ocial, a Es-trela Rubi, em ormato digital, cuja edição de estreia levou ao ar uma

entrevista exclusiva com Soror Babalon sobre o panorama de Thelema

no Brasil. A Estrela Rubi, como “voz pública” da produção intelectual da

Loja Quetzalcoatl, vem sendo divulgada até hoje, durante os Equinó-

cios e Solstícios.

No dia 2 de janeiro de 2012, Soror Babalon anunciou a concretização

de um antigo sonho: deixar a liderança da Loja para assumir exclusi-

vamente a Representação nacional do Frater Superior. Após 11 anos

à rente da Loja, e 16 anos de trabalho pela O.T.O. no Brasil, ela trans-

eriu a Maestria da Loja Quetzalcoatl para Frater Apollôn Hekatos, que

inaugurou o primeiro ano de trabalho da Loja sob sua gestão em 10

de março de 2012. Todos esperamos uma nova era, nutrida de espírito

 jovial, mas com a constância da sabedoria adquirida ao longo de todos

esses anos.

Conclusão

Concluímos neste volume da Estrela Rubi o resumo da História da

O.T.O. no Brasil. Uma versão mais ampla está sendo trabalhada para

utura divulgação.

Fazendo o retrospecto dos primeiros anos, torna-se óbvio que o de-

senvolvimento mágicko e espiritual oi limitado. No entanto, tal experi-

ência serviu para nos ensinar que um corpo raco e conitante – neste

caso, Corpos Locais – não consegue estruturar e alimentar uma cons-

trução mais prounda e sutil, como o espírito. A saúde dos anos se-

guintes seria comprovada pelo aumento de práticas e resultados, bem

como instruções de qualidade internacional. Os novos percalços, por

sua vez, serviram para nos libertar dos humores e das utuações que

assaltam qualquer trabalho. Graças a isso, constância pôde ser conquis-

tada.

Escrever a história da O.T.O. no Brasil não é apenas questão de reunir

e listar datas e eventos. É uma questão de tom. Compreendemos, du-

rante a edição deste número da Revista, que por muito tempo as ativi-

dades relacionadas a Thelema no Brasil estiveram concentradas quase

miticamente na gura de indivíduos, mais do que no trabalho que eles

realmente desenvolviam. A única conclusão que podemos chegar é

que isso é indício de imaturidade, como todo apego ao carisma ou

a aparências, que acilmente se desdobra em culto à personalidade.

É muito ácil, ao se concentrar na personalidade de personagens, nu-

blar o trabalho – ou alta de trabalho – impessoal que eles azem ou

zeram.

Embora seja realmente diícil alar da história de Thelema e da O.T.O. no

Brasil sem alar a respeito da vida das pessoas que a zeram, o tom que

buscamos alcançar é que o oco deve residir no trabalho dessas pes-

soas: o que oi produzido, o que deixou de ser produzido, bem como

a postura destas pessoas como líderes ou em cargos de liderança, ou

seja, em postos que não dizem respeito à pessoa delas, mas à represen-

tação de algo maior.

 Todos os citados neste texto sabem que detalhes de suas vidas pesso-ais não oram expostos. Esperamos que o trabalho thelêmico no Brasil

possa seguir amadurecendo no sentido da impessoalidade, para be-

neício de todos buscadores sinceros que procuram por estruturas de

aprendizado e Iniciação, e não rostos ou mestres para seguir.

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    2    2

   M  a   t   é  r   i  a   d  e   C  a  p  a

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

2  3 

 A  r  t  i    g o

UMa  linHa  do teMpo da  sUcessão da o.t.o.  após  a  Morte de crowley ,  apresentada  eM forMa  de cartas

Por muitos anos tem havido uma grande conusão sobre a

história da Ordo Templi Orientis após a morte de Aleister

Crowley. Frequentemente essa conusão vem sido orques-

trada deliberadamente por vários reivindicadores da Liderança da

Ordem, através do uso de citações selecionadas, algumas incorre-

tas, mal entendidos ou simplesmente raudes. Notavelmente, tais

reivindicações raramente oram eitas com o suporte de uma docu-

mentação devida – omissão que o cronograma a seguir vai tentar

remediar.

Eu me concentrei apenas no período de 1941 até 1969, o qual con-

tém os documentos críticos relativos à sucessão de Crowley. Cons-truí esse cronograma tanto quanto possível diretamente de ontes

primárias e adicionei meus próprios comentários para apontar,

quando necessário, passagens signicativas ou esclarecer detalhes

importantes do cenário em questão. Eu também contribuí ao nal

com um sumário, dando minha análise pessoal sobre o signicado

dos documentos.

 Termo de responsabilidade: Eu sou atualmente membro da O.T.O. e

venho sendo há aproximadamente 20 anos.

Nota sobre as ontes: Foi do meu intuito vericar todas as ontes

com a maior precisão possível. A maior parte do material oi tirada

diretamente de manuscritos originais ou de cópias com boa pro-

veniência, de dentro dos arquivos da O.T.O.. Eu transcrevi os docu-

mentos mais importantes e contenciosos, além de resumir alguns

materiais de auxílio.

Estou em débito com Hymenaeus Beta, Bill Heidrick, Dr. Richard Ka-

czynski, Frank Kroener, Dionysus Roger e Ian Rons pela pesquisa e

inormações providas.

Adições e comentários são muito bem-vindos.

Rodney Orpheus 2009

1941

Crowley – K arl Kermer, abril/maio de 1941: 

Apontamento de Germer como grau Xº para as nações de língua

alemã e emissário nos EUA.

[Crowley manteve sua posição de Xº para todas nações de língua in-

glesa, mas, ao apontar Gemer como seu “emissário”, permitiu que ele

atuasse como seu representante direto nos EUA]

Crowley – Germer, 18 de ju lho de 1941: 

Crowley dá a Germer uma procuração e o aponta como represen-

tante da O.T.O. e A\A\, respondendo apenas ao próprio Crowley.

Crowley – Germer, 24 de novembro de 1941: 

Note-se que provavelmente a O.T.O. vai precisar ser completa-

mente reconstruída. O humor do Novo Aeon parece desavorável

às Lojas e os “Segredos” são ininteligíveis a qualquer um que nãotenha realizado um longo estudo do sistema. Neste momento há

duas seções; os rituais – até a Rosa Cruz; e as redações de instru-

ção tratando do único segredo real. O(s) ritual(is) correspondentes

nunca oram escritos, exceto o Templário. Então eu espero que

que a seu encargo conceber um tipo de método completamen-

te novo de comunicação do segredo real. Este, é claro, tem sido

o verdadeiro procedimento: eu simplesmente usei meus critérios

e atirei os eijões para aqueles que julguei merecedores. Se os ri-

tuais, por algum milagre, tornaram-se amplamente trabalhados,

bom. Eles são uma base esplêndida para o ensinamento prático.

1942

Crowley – Germer, 12 a 14 de Mar ço de 1942: 

Eu devo apontá-lo como meu sucessor como O.H.O., mas com ter-

mos especiais. Está bastante claro para mim que se az necessária

uma completa mudança na estrutura e nos métodos da Ordem. O

Segredo é a base e você precisa selecionar as pessoas certas. Você

pode pegar pessoas de ora; mas todos que tiverem qualquer en-

volvimento conosco devem azer uma aceitação ormal do AL e

uma renúncia ormal das ideias denunciadas no AL 49-56, Cap. III.Então virá a Nova Ordem Social pelas linhas dadas nos livros LII,

CI, CLXI e CXCLV (ver Equinócio III. 1, pp 195-246) e o mesmo em

Equinócio III. 2 – esse volume não está em minhas mãos nesse

momento. A base geral de associações públicas é a Missa Gnósti-

Frater rodney orpheus

sUcessão  após crowley 

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    2    4

   A  r   t   i  g  o

ca. Eu espero, depois de morrer, tê-la alçado en grand tenue por

artistas treinados, para assim haver um “padrão selado” para ree-

rência utura. Os outros rituais terão de acompanhar o melhor que

puderem. Tenho dúvidas se um dia vai retornar o tempo em que

haverá tanto necessidade de usar tais métodos, como lazer em

cultivá-los. É claro, os segredos menores em tais ritos têm seu va-

lor mágico especial, e assim eles sempre terão um certo uso para

certos tipos de mentes. O verdadeiro eeito mágico no candidato

pode também ser de grande validade para ele, e o treinamento

e a disciplina são sempre úteis. Mas como questão de propagan-

da eles são absurdamente lentos, pesados e desajeitados; a parte

secreta é puramente cômica enquanto houver quaisquer Gerald

Yorkes no mundo.

[Pontos importantes aqui:

1. Germer é claramente apontando como O.H.O após a morte de Cro-

wley 

 2. Novas pessoas podem ser iniciadas na O.T.O., mas precisam aceitar 

ormalmente o Livro da Lei 

3. Uma nova ordem social a ser baseada nos documentos de consti-

tuição da O.T.O.

4. O rito público Central deve ser a Missa Gnóstica

5. Os rituais de iniciação são lentos como propaganda, mas têm um

valor mágico especial e, como a carta anterior atesta, “são uma baseesplêndida para o ensino prático”.

 Aqui nós p odemos ver precisamente como Crowley pretendia direcio-

nar a O.T.O. após sua morte. A última linha aparenta antecipar proble-

mas de sigilo na era da Internet.]

Nota no diário de Crowley, 13 de março de 1942: 

Sumário da carta para Saturnus em 12-14 de março. Toda minha

propriedade está agora na OTO. A reivindicação de Pearl´s Carey St

deve ser eita a você como GTG. Saturnus é legatário do residuário

& meu sucessor como OHO. Instruções para ele agir como tal (1)

ormar núcleos de IXº (2) Ordem Social Eqx. III 1 & 2 (3) Missa Gnós-

tica. Como escolher seu próprio sucessor.

[Crowley aponta que ez sua Última Vontade & Testamento, no qual 

documenta todas suas propriedades como sendo da O.T.O. e instrui 

seus advogados de que Germer é o Grande Tesoureiro Geral e que de-

verá suceder Crowley como Cabeça Externa da Ordem (O.H.O.) após

sua morte. ]

1943Crowley inicia McMurtry no IXº grau da O.T.O.

1944

Crowley – Grady McMurtr y, 21 de novembro de 1944: 

‘O Caliado’. Você deve perceber que não importa o quão intima-

mente observemos olho-a-olho em qualquer assunto objetivo, eu

devo pensar em premissas totalmente dierentes daquelas con-

cernentes à Ordem. Uma das (surpreendentes poucas) ordens que

me oram dadas oi ‘não cone em um estranho: não alhe com

um herdeiro’. Isto tem sido muito maligno para mim. Fr.’. [Satur-

nus] é, claro, o Calia natural; mas há muitos detalhes acerca da real

política ou trabalho que escapam a ele. Em todo caso, ele pode

apenas ser um substituto por causa da sua idade; tenho que pro-

curar seu sucessor. Isto tem sido um Inerno; tantos têm vindo com

promessas maravilhosas, apenas para cair nas pedras. [...] Mas — e

aqui é que você tem perdido meu ponto de todo — eu não penso

em você deitado em uma encosta verdejante com adoráveis car-

neiros, tocando uma auta! Ao contrário. Sua vida verdadeira, ou

‘sangramento’, é o tipo de iniciação que busco como base primor-

dial para o Calia. — Para — digamos 20 anos — por isso o Cabeça

Externo da Ordem deve, entre outras coisas, ter tido a experiência

da guerra como ela realmente é de ato presentemente.

[Nota para que “Calia” é o termo árabe para “sucessor”, e quando

Crowley se reere a “Caliato” ele está simplesmente alando da lide-

rança da O.T.O. após sua morte. Ele não dá aqui o título de Calia para

McMurtry – Crowley está simplesmente constatando que Karl Germer 

é seu sucessor natural, mas também que ele (Crowley) está tentando

achar o sucessor de Germer. Crowley menciona explicitamente que

está preocupado com a idade de Germer e que ele pode ser apenas

uma solução provisória; e que daqui a cerca de 20 anos ele visualiza

McMurtry como seu possível sucessor como O.H.O. Observação umtanto quanto premonitória – uma vez que, na realidade, isto levou 25

anos.]

1945

Nota no Diário de Crowley, 7 de fevereiro de 1945: 

“Feb. 7 para Saturnus política de renanciamento da O.T.O.

(1) Os direitos autorais de A.C. pertencem a O.T.O. Cada novo livro,

ajuste de texto, ou o que or, é um ganho direto da O.T.O.. Mantê-

-lo vivo e trabalhando, com a ajuda de um secretariado, deve ser

importância de primeira mão para os Fundos, conhecidos por

“Fundos de Publicação” ou por outro nome.

(2) Valor a Grant. Se eu morrer ou or para os EUA, deve haver um

homem treinado para tomar conta da O.T.O. inglesa....”

[Aqui Crowley planeja que os direitos autorais de seu trabalho per-

tencem a O.T.O. e que o Fundo de Publicação deve ser visto como um

investimento nisso. Note-se que Crowley não menciona Grant como

nada mais que um possível encarregado pela flial inglesa da O.T.O.Não há nenhum sinal de autoridade dada além dessa. Compare-se

esta à autoridade já conerida a Karl Germer em 1942, e à carta de

Crowley a McMurtry, em 1944, onde o menciona como possível Calia

após Germer. Grant é raramente mencionado no diário de 1946 e não

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

2  5 

 A  r  t  i    g o

é mencionado em nenhum momento no diário de 1947, presumivel-

mente porque ele e Crowley tinham rompido a essa altura.]

Nota no diário de McMurt ry, 16 de junho de 1945: 

Nós [Aleister Crowley & ele mesmo] estávamos discutindo os pro-

blemas dele numa tarde que era praticamente uma daquelas da

Loja Ágape em Los Angeles. Num dado instante eu disse: “Já que

você me conhece, e eu conheço eles, quando eu chegar em casa

(Caliórnia) eu vou dar uma olhada na situação e escrever um rela-

tório para você”. Ao que ele alou: “Está bem. Eu agora te nomeio

Grande Inspetor Soberano Geral da Ordem”. Esse oi o único título

puramente verbal que eu recebi de Crowley e para este eu não

tenho nenhum documento, já que Crowley não me deu um na-

quele momento.

1946

Crowley – McMurtry, 22 de ma rço de 1946: 

Esta é a autorização para que Frater Hymenaeus A (Cap. Grady. L

Mc Murtry) tome controle de toda a Ordem na Caliórnia. Para re-

ormar a organização de acordo com seu relatório de 25 de janeiro

de1946 e.v. sujeito à aprovação de Frater Saturnus (Karl J Germer).

Essa autorização deve ser usada apenas em caso de emergência.

Amor é a lei etc. Baphomet. O.H.O.

[O relátorio mencionado oi o relatório de McMurtry sobre a Loja Ága-

 pe, na Caliórnia, empreendido por McMur try sob o encargo de Gran-

de Inspetor Soberano Geral da Ordem mencionado acima. Crowley 

fcou muito satiseito com o relatório e deu a McMurtry a autoridadede tentar resolver os problemas mencionados nele. Note-se que a au-

toridade dada aqui é para ser usada apenas em emergência – prova-

velmente no caso da Loja Ágape não poder resolver seus problemas

sozinha. Já que um tempo depois a Loja Ágape começou de ato a

ruir e Germer morreu sem estar apto a reverter o processo, eu acho que

 pode ser razoável considerar tal ato uma “emergência”.]

Crowley – McMurtry, 11 de abril de 1946:

Este é o apontamento de Frater Hymenaeus A. Grady Louis Mc-

Murtry IXº grau da O.T.O. como Nossa representação pessoal nos

Estados Unidos da América, e sua autoridade é para ser conside-

rada como Nossa, sujeita à aprovação, revisão ou veto de nosso

Vice-Rei Karl Johaness Germer IXº da O.T.O. da Rua 72 com Oeste

260, Nova Iorque.

[Uma autoridade maior que a precedente. Aqui Crowley aponta ex-

 plicitamente McMurtr y como grau IXº e dá a ele completa autoridade

 para representar Crowley em todos EUA, contanto que Germer não ti-

vesse nenhum problema com isso. A menção de ambos, tanto Germer 

quanto McMurtry, como membros do IXº grau mostra que Crowley 

está conerindo autoridade especifcamente dentro do contexto daO.T.O.. Note-se que, ao contrário da autorização anterior, esta não está

condicionada a uma situação de emergência – está plenamente ati-

va desde que não haja objeção de Germer. É a única vez que Crowley 

conere completa autoridade para outro membro da O.T.O. e ela nun-

ca oi rescindida, nem por ele nem por Germer. Assim, após a morte

tanto de Crowley como de Germer, McMurtry se torna a única pessoa

na Ordem portando credenciais ofciais de liderança.]

Germer – McMurtr y, 24 de maio de 1946:

... em qualquer passo que você decidir dar com minha aprovação.

Cooperemos completamente.

[Germer não az objeções à comissão conerida a McMurtry e atesta

seu desejo de trabalhar junto a ele, conorme o desejo de Crowley.]

Crowley – Germer, 19 de junho de 1946: 

A única limitação ao poder dele [McMurtry] na Caliórnia é que

qualquer decisão tomada por ele está sujeita a revisão ou veto

por você.

[Note-se que Crowley remove a cláusula da “aprovação”, de modo que

McMurtry tem autoridade para trabalhar livremente, a não ser que

Germer se oponha especifcamente.]

Germer – McMurtr y, 7 de agosto de 1946: 

Estou em posse dos dois documentos que você me enviou; não

vejo razão para que você não deva mostrá-los para Roy [Lefn-

gwell] e para quem quer que tenha título para vê-los.

[Germer mostra seu reconhecimento da autoridade que Crowley deu

a McMurtry, e sua aprovação para o uso de ambos os documentos.]

1947Crowley – Gerald Gardner, maio de 1947: 

Faze o que tu queres será o todo da Lei

Nós Baphomet Xº Ordo Templi Orientis, Grande Mestre Geral So-

berano de todas as nações de língua inglesa da Terra autorizo nos-

so amado lho Scire (Dr. G.B. Gardner), Príncipe de Jerusalém, a

constituir um acampamento da Ordo Templi Orientis no grau de

Minerval.

Amor é a lei, Amor sob Vontade

Com o testemunho de minha mão e selo,

Baphomet Xº

Crowley – W.B. Crow, 30 de maio de 1947: 

Eu sugiro que você encaminhe todos seus seguidores da cidade

de Londres para o Dr. Gardner, para que ele possa conduzi-los

devidamente pelo grau de Minerval e alguns possam ao menos

ajudá-lo a estabilizar os acampamentos para os graus superiores,

até o de Pereito Iniciado ou Príncipe de Jerusalém.

Crowley – Germer, 6 de junho de 1947: 

Você parece em dúvida quanto à sucessão. Nunca houve qualquer

questão a este respeito. Desde sua reaparição Você é o único su-

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    2    6

   A  r   t   i  g  o cessor em que tenho pensado até este momento. Tenho, de qual-

quer orma, a ideia de que, tendo-se em vista a dispersão de tan-

tos membros, você deveria achar útil apontar um triunvirato para

trabalhar sob seu comando. Minha ideia é Mellinger, McMurtry e,

eu suponho, Roy [Lefngwell], apesar de eu sempre ter estado um

pouco duvidoso em relação à lealdade deste último. [...] Eu devo

deixar a decisão de ormar um triunvirato após minha morte intei-

ramente para você.

Gardner – Crowley, 14 de junho de 1947: 

Gardner paga Crowley 10/10 para se aliar ao VIIº grau da Ordem.

Crowley – McMurt ry, 17 de junho de 1947: 

Já az um tempo que não ouço notícias suas. Esse é um grande

erro: eu te digo porquê, em estrita condência. Na ocasião de

minha morte, Frater Saturnus é obviamente meu sucessor, mas,

após sua morte, o terrível ardo da responsabilidade pode muito

acilmente cair sobre seus ombros: por essa razão eu gostaria de

manter você em contato próximo comigo.

A Última Vontade & Testamento de Crowley, 19 de junho

de 1947: 

“ESTA É A ÚLTIMA VONTADE de mim, EDWARD ALEXANDER CRO-

WLEY, comumente conhecido como Aleister Crowley de “Ne-

therhood”, O Guardião de Hastings, Sussex, Inglaterra

EU AQUI REVOGO todas vontades e testamentários disponíveis até

agora eitos por mim

EU ORIENTO que meus executores testamentários devem se certi-

car como melhor acharem e para além de qualquer suspeita de

qualquer possibilidade de erro no ato da minha morte

EU DESEJO que, ao meu alecimento, meu corpo seja cremado, as

cinzas sejam preservadas num caixão junto a meu anel-selo e que

eles sejam conados ao Grande Tesouro da Ordo Templi Orientis

EU APONTO Karl Johannes Germer da Rua 72 com a Oeste 260,

Nova Iorque, Lady Frieda Harris, a esposa de Sir Percy Harris da 3

Devonshire Terrace Marylebone High Street London W.1. e Lou-

is Umraville Wilkinson, Doutor em Letras cujo endereço é West-

minster Bank Limited Shatesbury Avenue London W.C.1 para se-

rem Executores de meu testamento (aqui reeridos apenas como

meus Executores), exceto no tocante às propriedades e resultados

(incluindo direitos autorais) relacionados a minha prossão de au-

tor, para quais propriedades e resultados

EU APONTO Louis Unraville Wikinson e John Symonds da 121 Del-

side Road London W.C.3. ditos como os executores (de agora em

diante reeridos como “meus executores literários”)

EU ORIENTO meus Executores literários a recolher o mais breve-

mente possível, após minha morte, todos meus livros, escritos e

resultados de natureza literária de qualquer maneira, incluindo to-

dos resultados sobre os quais eu, na data da minha morte, possa

ter poder de opinar ou apontar e

EU DOU E LEGO meus livros, escritos e resultados literários assim

recolhidos para meus Executores literários, livres de qualquer de-

ver mortuário, NA CONFIANÇA que eles arão o mesmo ao Grande

 Tesoureiro Geral da Ordo Templi Orientis (Ordem do Templo do

Leste) na Rua 72 com a Oeste 260, Nova Iorque, com o requeri-

mento que tal coleção deverá ser para o uso e beneício absoluto

da Ordem citada e

EU DECLARO que o recebimento do Grande Tesoureiro Geral da

Ordem citada deve ser uma licença suciente para meus Executo-

res literários em relação ao pagamento de minhas dívidas e despe-

sas unerárias e testamentárias

EU PLANEJO LEGAR E APONTAR todo o restante de minhas posses,

bens e resultados aos citados Karl Johannes Germer, Lady Frieda

Harris e Louis Unraville Wilkinson, se vivos na data da minha mor-

te, e se mais de um, igualmente entre eles para o beneício dele ou

dela, mas requisitando-se que ele ou ela disponha igualmente do

mesmo entre meus amigos éis de acordo com quaisquer desejos

expressos por mim durante minha vida ou apontado em qualquer

memorando escrito ou assinado por mim ou deixado entre meus

documentos quando de minha mor te, declaro que tal memoran-

do não deve ser julgado como parte de meu Testamento nem

deve a expressão anterior de meus desejos criar qualquer disputa

ou obrigação legal.

EM TESTEMUNHO a partir do qual eu até aqui ponho minha mão

neste décimo nono dia de junho de mil novecentos e quarenta e

sete.

[Aqui, a parte importante para a O.T.O. é a seção reerente aos resulta-

dos literários: “EU DOU E LEGO meus livros, escritos e resultados literá-

rios... ao Grande Tesoureiro Geral da Ordo Templi Orientis... para o uso e

beneício absoluto da Ordem citada.” É claro que ele queria que todos

seus resultados literários (o que inclui os direitos autorais) ossem para

a O.T.O. e aponta especifcamente o endereço de Germer como o lugar 

 para onde deveriam ser enviados.]

Crowley – Germer, 30 de junho de 1947: 

A Inglaterra em particular está começando a parecer muito bri-

lhante: estaremos começando um Acampamento de Minerval du-

rante o verão se o plano seguir como oi providenciado.

[Esse era o Acampamento proposto sob a liderança de Gardner.]

Crowley – Frederic Me llinger, 15 de julho de 1947: 

Estou de ato bastante ansioso para que você mantenha contatopróximo comigo, apenas porque penso ser possível que, após eu

e Frater Saturnos partirmos para o plano seguinte, você pode se

descobrir enlaçado com toda responsabilidade de carregar o tra-

balho da Ordem.

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

2 7 

 A  r  t  i    g o

[Fica evidente nessas cartas ao longo de junho-julho que Crowley sa-

bia que sua morte se aproximava e tentava assegurar que a sucessão

devida aconteceria na O.T.O. – com Germer como Cabeça, McMurtry 

e Mellinger como substitutos em caso de emergência].

Crowley morre no dia 1 de dezembro de 1947

Membros conhecidos da O.T.O. na data da morte de Crowley:

Karl Germer X°

Europa

Frederic Mellinger IX°

Herbert Smolke?

Doktor von Oldershausen?

Reino Unido

W.B. Crow?

David Curwen IX°

Edward Noel Fitzgerald IX°

Gerald Gardner VII°

Frieda Harris (IV°?)

Louis Umraville Wilkinson (IX°)

EUA

Meeka Aldrich

Mildred Burlingame

Ray Burlingame

Louis Culling IX°

Mary Kay?

Roy Lefngwell IX°Grady McMurtry IX°

Georgia Schneider IX°

Jean Schneider IX°

Max Schneider IX°

Phyllis Seckler

Helen Parsons Smith (IX°?)

Wilred Smith IX° (suspenso)

John Whiteside Parsons IX° (pediu aastamento, depois se rein-

tegrou?)

Jane Wole IX°

[A lista ainda está incompleta.]

Frieda Harris – Mellinger, 7 de dez embro de 1947: 

Você é o cabeça da Ordem aqui ou era Gardner? Não consigo

achá-lo, eu imagino que ele morreu?

[Gardner estava vivo, mas muito doente, na América. Não há menção

de Grant como possível líder na Inglaterra. Frieda Harris assume que

Mellinger e Gardner são os ofciais gerais na Europa.]

Gerald Gardner – Vernon Symonds, 24 de dezembro de

1947: 

Aleister me deu uma carta me tornando o cabeça da O.T.O. na

Europa. Agora eu quero qualquer papel sobre aquilo que Aleister

tinha, alguns Rituais datilograados. Eu sei. Eu também os tenho,

mas eu não quero que caiam nas mãos de outras pessoas, eu os

comprarei dos Executores por um preço razoável, junto a qualquer

outra relíquia que eles estejam querendo vender.

[Note-se que Gardner não era o membro de grau mais alto da Europa,

nem mesmo na Inglaterra, mas de todo modo ele era a única pessoa

no momento com uma Carta para realmente iniciar novos membros

na Ordem.]

1948

Harris – Germer, 2 de janeiro de 1948: 

Eu acho que sou um membro da O.T.O..

Eu costumava receber a Palavra do Equinócio.

G.B.Gardner, 282 Strathmoore Círculo de Memphis 12 Tenn. é o

cabeça da O.T.O. da Europa – Dr. W.B.Crow, 227 Gleneld Road

Western Park Leiceste tem autoridade dada por A.C para trabalhar

na O.T.O. e na Igreja Gnóstica Católica. Você escreveria para ele?

Noel Fitzgerald Fitzgerald 24 Belsize Road N.W6 também parece

ter sido convidado a iniciar o Sr. Gardner e pode ser um membro.

Germer – Grant, 5 de outu bro de 1948: 

Germer manda para Grant seu certicado e ormulário de inicia-

ção ao IXº, com assinatura de conrmação por Gerald Yorke.

[Note-se que isso signifca que Grant não recebeu ormalmente seu IXº até depois da morte de Crowley.]

1960

Gardner – John Symonds, deze mbro de 1950: 

Eu tentei começar uma ordem, mas quei doente e tive que deixar

o país. Depois da morte dele [Crowley], oi dito para Germer que

eu era o cabeça da Ordem da Europa, e Germer me reconheceu

como tal, mas por causa da saúde ruim eu não tenho sido capaz

de dar andamento às coisas. Eu tinha algumas pessoas interessa-

das, mas alguns oram mandados para a Alemanha com o exército

de ocupação e outros viviam muito longe, então nada aconteceu.

Na verdade, eu não tenho todos os rituais. O ritual de K.T. oi perdi-

do; Gerald Yorke acha que ele pode não ter sido nunca escrito. Eu

tenho até o Príncipe de Jerusalém. Você não sabe nada sobre os

graus perdidos, eu suponho.

[Gardner parece se reerir a carta de Harris para Germer em 1948. Não

há razão para duvidar da alegação de Gardner de que Germer o reco-

nheceu como o dirigente da O.T.O. na Europa. Note-se que esse é um

caminho de mão dupla – Gardner implicitamente também reconheceque Germer é seu superior e, assim, o Cabeça da O.T.O. internacional.

 A menção à gente na Alemanha provavelmente se reere a Mellinger,

que estava trabalhando como tradutor e interrogador do exército de

ocupação – eu assumo que Germer tinha inormado Gardner do pa-

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    2    8

   A  r   t   i  g  o radeiro de Mellinger a essa altura.]

1951

Germer – Grant , 5 de março de 1951: 

Faze o que tu queres será o todo da Lei.

Com o poder investido a mim por BAPHOMET, o último O.H.O. da

ORDO TEMPLI ORIENTIS, eu por meio desta concedo a Fra. AOSSIC

IXº O.T.O. (KENNETH GRANT) direito de constituir um acampamen-

to da Ordem acima citada no vale de Londres, Inglaterra.

Amor é a lei, amor sob vontade.

Saturnus Xº O.T.O.

New York, N.Y.

5 de março, 1951.

[Uma vez que Gardner está agora admitindo que não ez nada com

a O.T.O. na Europa, parece que Germer está procurando alternativas,

tendo dado a Grant uma Carta para o Reino Unido. Ao dirigir o Acam-

 pamento, implicitamente Grant aceita a autoridade internacional de

Germer sobre a O.T.O. – de outro modo, a Carta não teria nenhum sig-

nifcado.]

Germer – Mellin ger, 25 de setembro de 1951: 

... vá em rente com a O.T.O. se você achar que deve. A carta dele

[Metzger] para você em 21 de setembro não parece pegar o touropelo chire, como ele deveria. Eu gostaria da O.T.O. operativa na

Europa Central nas nossas linhas, não naquelas de Reuss.

[Novamente Germer parece estar buscando por alternativas européias

agora que Gardner desistiu. Germer dá a Mellinger autoridade para

dirigir a O.T.O. na Europa Central.]

Mellinger, 28 de outubro de 1951: 

Mellinger inicia Hermann Metzger no IXº grau da O.T.O. em Ham-

burgo, o certicado assinado depois por Karl Germer como O.H.O.

[Mellinger usa sua autoridade para iniciar Metzger. Isto revela que

Metzger claramente aceita a autoridade de Mellinger para iniciá-lo, e

aceita Germer como o Cabeça da Ordem.]

Mellinger – Germer, 31 de outubro de 1951: 

Querido Karl,

93,

essa é provavelmente minha última mensagem da Alemanha.

 Tudo está preparado para mudar rumo a um novo ciclo em pou-

cos dias. Desde sexta da semana passada até segunda, Metzger

esteve aqui e camos cerca de 24 horas juntos alando sobre The-

lema. A tarea não oi toda diculdade para mim, mas um tanto

agradável, ao que M. mostrou-se um estudante sincero, muito ta-

lentoso e devoto à Nova Lei com total e genuína submissão ao seu

Logos. Todo o desejo é de receber o máximo de material possível

para estudar e passar para seu grupo a sabedoria e conhecimen-

to oerecidos no trabalho de Mestre Therion. Para começar, eu

emprestei a ele minha cópia do Equinócio Azul, que ele pretende

duplicar com microlme. Ao que ele e sua loja são iniciados do Iº

até o IIIº grau da O.T.O. (na versão de Reuss), eu não hesitei em pro-

meter os manuscritos correspondentes e pedi que ele os pegasse

com Lekve, a quem ele ia visitar na segunda passada. Ele copiou o

ormulário de aplicação que eu usei em Hildesheim, vai imprimi-lo

decentemente em casa e tê-lo assinado por seus dezesssete Ir-

mãos e enviar as aplicações para você. Ele é ávido para pôr em prá-

tica a Missa Gnóstica e eu prometi ajudá-lo com uma revisão da

tradução alemã, que ele vai mandar para nós, e com as instruções

disponíveis. Ele também quer iniciar seu grupo cerimonialmente

nos três primeiros graus da Ordem “reormada”, tão logo ele rece-

ba a autorização para isto, e irá estar tecnicamente pronto...

... Amor é a lei, amor sob vontade.

Sempre seu,

Frederic.

[Mellinger está claramente trabalhando próximo a Germer e sob sua

autoridade, aceitando-o como O.H.O. Ninguém no grupo de Metgzer 

era maior que IIIº grau a essa altura. Mellinger vai receber aplicações

dos membros do grupo de Metzger para entrar na O.T.O. dirigida por Germer. Depois dessa carta, Mellinger se mudou para a Suíça para tra-

balho direto de inspeção da Loja Suíça. A reerência a (Friedrich) Lekve

e a Hildesheim (onde Lekve vivia – e era Preeito!) implica que Mellin-

ger já tinha viajado para iniciar Lekve pelo menos no IIIº dentro das

instruções anteriormente dadas mensalmente por Germer. Alegações

uturas de que “não havia iniciações na O.T.O. sob direção de Germer” 

são assim alsas.]

Testamento de Germer, 4 de dezembro de 1951: 

Eu deixo a totalidade de minhas propriedades e posses à minha

amada esposa Sascha Ernestine André-Germer como a única her-

deira [...] Em relação à propriedade da Ordem Ordo Templi Orien-

tis [...] Eu oriento que seja passada para os Cabeças da Ordem [...]

minha esposa [...] deve ser a executora dessa parte de meu testa-

mento, junto a Frederic Mellinger.

1955

Kenneth Grant – Manifesto da Loja Nova Ísis: 

... A Loja Nova Ísis está de acordo com o Mestre Therion (um Gran-

de Mestre da O.T.O. no Passado), com o presente Mestre S., queé o Cabeça Mundial da O.T.O. no Exterior, operando nos Estados

Unidos da América...

[O “Mestre S.” presumivelmente se reere a Saturnus, mote de Karl Ger-

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

2  9 

 A  r  t  i    g o

mer. Essa rase parece invalidar a alegação utura de Grant de que ele

nunca aceitou Germer como Cabeça Internacional da O.T.O.]

Germer – Grant, 20 de julho de 1955: 

Ao senhor Kenneth Grant

NOTIFICAÇÃO DE EXPULSÃO

Faze o que tu queres será o todo da Lei.

Você está notiicado que a muito pouca e limitada autoridade

que eu te dei para estabelecer um Acampamento da O.T.O. no

vale de Londres está retirada e eu ormalmente te expulso da

Ordo Templi Orientis. Você abusou grosseiramente da conian-

ça depositada em você. Ao imprimir e distribuir um assim cha-

mado “Maniesto” sem minha aprovação e pelas minhas costas,

você mostrou que lhe altam senso de decência e a autoridade

devida.

Ao veicular airmações alsas e enganosas, imprimindo mentiras

deslavadas e se movendo sobre alsos pretextos, você se reve-

lou moral e espiritualmente desonesto e provou ser totalmente

indigno da liderança de qualquer causa que esteja ligeiramen-

te conectada com uma Ordem como a O.T.O., muito menos de

uma causa como a Lei de Thelema.

Amor é a lei, amor sob vontade.

Karl Germer X° e Frater Superior O.T.O.

Hampton N.J.

20 de julho de 1955

Germer – Noel Fitzge rald, 20 de julho de 1955:

Hampton N.J.

P.O.Box 581

16 de dezembro de 1955

A QUEM POSSA INTERESSAR. Foi reportado a mim que há pesso-

as na Grã-Bretanha operando em nome da O.T.O. – Ordo Templi

Orientis. A única autoridade para as nações de língua inglesa

reside no presente Frater Superior da O.T.O., Frater Saturnus, Karl

Germer.

Não há ninguém na Grã-Bretanha com uma Carta válida da

O.T.O. Na Grã-Bretanha, qualquer atividade sob este título é por-

tanto espúria.

Por meio desta eu aponto o Sr. Noel Fitzgerald, London W.1.como meu representante pessoal nos assuntos da O.T.O. para

a Grã-Bretanha – válido até revogação – a im de reportar para

mim quaisquer atividades ou reivindicações ilegais; enquanto

toma ações que ele considere apropriadas.

Karl Germer

Frater Superior O.T.O.

Xº O.T.O.

[A linguagem aqui é inequívoca. Nesse momento, ninguém no Reino

Unido tem uma Carta para iniciar novos membros ou dirigir um corpo

da O.T.O. Noel Fitzgerald serve como representante de Germer até sua

morte, em 1958. Nessa data, os únicos membros da O.T.O. no Reino

Unido são Harris & Wilkinson e, após a morte deles, todas as ativida-

des cessaram até os anos 70. Note-se que em ambas as cartas Germer 

assina como Frater Superior da O.T.O., sendo disparates algumas ale-

gações uturas de que Germer nunca teria usado esse título.]

1962

Karl Germer morre em 25 de outu bro de 1962

[A mulher dele não inorma Mellinger ou McMurtry sobre sua morte e

Mellinger nem mesmo é nomeado como co-executor do Testamento

de Germer. Ao invés de passar adiante as propriedades da O.T.O., ela as

retém consigo. Ela escreve para Metzger e para um estudante de Ger-

mer na A.A., Marcelo Motta, dizendo a cada um deles que era vontade

de Germer que eles ossem Cabeças da O.T.O. Isto apesar do ato de

Sascha Germer nunca ter sido membro da O.T.O.! A partir dessa desin-

ormação, criou-se muita conusão na próxima década.]

Membros conhecidos da O.T.O. na data da morte de Germer

Europa

Annemarie Aeshbach IX°

Anita Borgert IX°

Frederic Mellinger IX°

Hermann Metzger IX°

Reino Unido

Gerald Yorke (IX°?)

Estados Unidos

Mildred Burlingame (IX°?)

Ray Burlingame (IX°?)

Louis Culling IX°

Roy Lefngwell IX°

Grady McMurtry IX°

Georgia Schneider IX°

Jean Schneider IX°

Max Schneider IX°

Phyllis Seckler (IX°?)

Helen Parsons Smith (IX°?)

Jane Wole IX°Gabriel Montenegro (III°?)

[A lista ainda está incompleta – altam muitos membros da Suíça. Eu

também não tenho inormações sobre membros – ou se ao menos

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    3    0

   A  r   t   i  g  o restava algum – em atividade no Reino Unido.]

1963

[Metzger unilateralmente tenta proclamar a si mesmo O.H.O. em ja-

neiro, apesar de Mellinger ser seu iniciador e o membro de mais alto

grau da O.T.O. na Europa, e apesar também de haver muitos outros

membros de IXº grau ativos nos EUA. Mellinger descobre sobre isso

em setembro deste ano quando recebe uma carta dos advogados

da Sra. Germer.]

Mellinger – Gard Chisholm, 25 de setembro de 1963: 

Querido Sr. Chisholm,

Eu recebi sua carta de 20 de setembro, 1963, com a cópia anexa-

da da Petição de Legitimação de Testamento que a Sra. Germer

pretende assinar e arquivar. Você está pedindo minha opinião

sobre a petição. Aqui vai:

Pelas razões a seguir, eu preciso me opor à declaração na peti-

ção: “O testamento oi executado em todas as indicações”.

1) Como você sabe, o Testamento deine (em relação à proprie-

dade da Ordem Ordo Templi Orientis) que “seja passada para

os Cabeças da Ordem” e que “Frederic Mellinger deve ser co-

-executor (sic, no testamento está “executor”) dessa parte do

 Testamento.”

2) A Sra. Germer decidiu – sem pedir minha opinião nessa im-portante questão pertencente a “essa parte do Testamento”, sem

contatar-me em absoluto – aceitar o estranho “Maniesto” de

Herr Metzger (impresso na primavera) como uma verdade evan-

gélica e reconhecê-lo como “Grande Mestre Xº da Ordem e So-

berano Grande Mestre Geral” (sic!). Nem a Sra. Germer, nem Herr

Metzger (que pelos últimos seis anos enviou-me regularmente

seus panletos, o que mostra que ele sabia muito bem meu en-

dereço) me notiicaram antes de 28 de março de 1963 sobre a

morte de Karl Germer (em 25 de outubro de 1963). [sic, deveria

ter escrito 1962] ou sobre sua “eleição” impostora em 6 de janeiro

de 1963. Minhas questões sobre com que autoridade Metzger

assumiu os títulos acima e com que direito ez uma “convoca-

ção dos Príncipes Patriarcas” no vilarejo de Stein, Suíça, para sua

“eleição”, nunca oram respondidas nem pela Sra. Germer, nem

por Metzger. Tampouco pude obter uma explicação sobre as

negociações que aconteceram entre os dois durante os cinco

meses antes de me contatarem. Eles assim resolveram violar (e

não “executar”, como atesta a Petição) o Testamento do alecido.

Karl Germer nunca encontrou Herr Metzger na sua vida. Em 25 de

 junho de 1951, ele escreveu para mim sobre M. tê-lo contatadopor carta, pediu para eu “aconselhar aquele grupo” e deixou to-

talmente sob meu julgamento passar algumas instruções a Met-

zger, possivelmente conduzindo “aquele jovem rapaz” em algum

avanço na Ordem.

Herr Metzger revelou para mim – não-intencionalmente, é claro

– de onde ele tirou a coragem de reivindicar o alto escritório da

Ordem num inantil “coup d’etat’” (golpe de estado); especial-

mente ao imprimir na primeira página de seu impostor “Manies-

to” os mottos a seguir:

“Ser ou não ser, eis a questão”. E “Hier stehe ich, ich kann nicht an-

ders” (Aqui estou, não posso renunciar), aquelas bravas palavras

de Martin Luthero. – Assim ele apontou involuntariamente para a

única autoridade que ele tinha, mostrando suas aspirações ditato-

riais: seu inado Ego. Mas a Sra. Germer cou impressionada e mali-

ciosamente anuiu com seu consentimento, ignorando o “sagrado”

(como ela disse), mas aparentemente desconortável Testamento

de seu alecido marido e meu papel como co-executor. {sic}

Sinceramente seu,

{assinado} (Dr. Frederic Mellinger)

1966

Grant – Symonds (data desconhecida): 

No dia 5 de março de 1951, eu obtive uma Carta do Cabeça Externa

da Ordem (Frater Saturnus/Karl J. Germer).

[Note-se aqui que Grant nomeia especifcamente Germer como o Ca-

beça Externa da Ordem da O.T.O. após a morte de Crowley e como on-

te da autoridade do próprio Grant.]

1969McMurtry nalmente descobre sobre a morte de Germer, quase

sete anos depois do ocorrido. Entendendo que a O.T.O. agora não

tinha um O.H.O. (como Crowley previu que poderia acontecer), ele

usou suas cartas de autorização escritas por Crowley e conclamou

todos os membros remanescentes da O.T.O. para trabalhar com ele

e reconstruir a Ordem.

Sumário

Karl Germer 

Iniciado no IX° grau por Crowley em 1925, e X° em 1941

Recebeu muitas autorizações claras de Crowley que o nomeavam

seu sucessor como O.H.O.

 Todo membro ativo da O.T.O. no mundo inteiro aceitou sua auto-

ridade em escritos nos anos 50

Indiscutível Cabeça Externa da Ordem da O.T.O. após a morte de

Crowley

Grady McMurty

Iniciado no IX° grau por Crowley em 1943Recebeu várias cartas de Crowley nomeando-o como possível

sucessor de Germer

Recebeu autorização clara de Crowley para ser seu representante

pessoal

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

 3 1 

 A  r  t  i    g o

As autorizações de Crowley oram aceitas como válidas por Ger-

mer

Continuou trabalhando como Grande Inspetor Soberano Geral

sob autoridade de Germer

Frederic Mellinger

Data do IX° grau desconhecida, mas certamente o tomou sob a

direção de Crowley

Recebeu carta de Crowley nomeando-o como possível sucessor

de Germer

Dirigiu a O.T.O. na Europa Central sob autoridade de Germer, ini-

ciando até o grau IXº

Rejeitou especicamente a reivindicação de Metzger ser O.H.O.

após a morte de Germer

Gerald Gardner

Foi um membro de VII° grau sob autoridade de Crowley

Dirigiu um acampamento por pouco tempo, que alhou

 Tentou dirigir a O.T.O. na Inglaterra após a morte de Crowley, mas

desistiu

Kenneth Grant

Crowley o menciona uma vez em seu diário como um possível

responsável pela O.T.O. na Inglaterra

Recebeu seu IXº grau de Germer, após a morte de Crowley

Dirigiu um corpo local em Londres, iniciando até o IIIº grau, sob

autoridade de Germer

Expulso da O.T.O. por Germer

Hermann Metzger

Iniciado ao IXº grau por Mellinger, sob autoridade de Germer

Após a morte de Germer, reivindicou ser o O.H.O, sem contatar os

outros membros da Ordem ora da Suíça

Sua reivindicação oi desmentida por seu superior imediato,

Mellinger

Marcelo Motta

Reivindicou ser membro da O.T.O. mas nunca teve qualquer auto-

rização para atuar como ocial de qualquer gênero

De tudo isso, as cartas de autorização de McMurtry mostram-se

as únicas que qualquer um já produziu que são válidas para rei-

vindicar a sucessão como Cabeça da Ordem. Nenhuma das ou-

tras reivindicações estão amparadas em documentação que nós

tenhamos disponível. É especialmente notável que houve tantas

reivindicações e contra-reivindicações nas quatro décadas passa-

das baseadas em absolutamente nenhuma evidência, e que, na

verdade, muitas delas oram levadas a sério.

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    O   r    d   o    T   e   m   p    l    i    O   r    i   e   n   t    i   s

  —    L   o    j   a    Q   u   e   t   z   a    l   c   o   a   t    l

    3    2

   B   i   b   l   i  o   t  e  c  a   T  e   l   ê  m   i  c  a HOORÁCULOHOOR 

Como a O.T.O. conciliou sua estrutura 

maçônica, de origem osiriana, à órmula do Aeon de Horus?

Há mais ou menos um século atrás, a O.T.O., ainda nos meandros

de seu nascimento na Alemanha, estava bastante ligada a alguns

ritos da Maçonaria Européia. Anal de contas, não podemos es-

quecer que ela oi undada com a intenção de ser uma Escola para

altas patentes da Maçonaria.

Porém, a partir de 1918, tomando como base o Livro da Lei e po-

derosamente inuenciado pelo Aeon de Horus e sua Lei da Liber-

dade, Aleister Crowley determinou que a O.T.O. deveria ter a suaprópria identidade, declarando a independência de seu sistema,

separando-a denitivamente de qualquer estrutura pre-existente.

O caráter Maçônico da O.T.O. incomodava ao Crowley por que a

Maçonaria não permitia a iniciação de mulheres e Crowley julgava

imprescindível a presença de mulheres iniciadas na O.T.O., tam-

bém considerava os ritos maçônicos bastante enadonhos e ine-

cientes para iniciarem pessoas com uma consciência moderna,

ele acreditava que o conteúdo simbólico maçônico havia sido tão

corrompido na atualidade que deixara de ter utilidade.

A partir desta data, Aleister Crowley reescreveu todos os ritos da

Ordo Templi Orientis, desta eita sob a égide do Novo Aeon, bem

como, alterou insígnias e modos de reconhecimento de modo a

a que eles reetissem os ensinamentos da Lei de Thelema e não

inringissem os direitos da Maçonaria.

Sobre a renovação dos ritos da O.T.O. Crowley escreve: Eu devo

ressaltar que a mudança essencial que é necessária em qualquer

rito no qual eu tenha algum tipo de par ticipação é a completa re-

núncia do culto aos deuses escravos. É impossível a qualquer ho-mem livre se ligar a um sistema que seja constituído por etiches

de selvagens cujo único motivo para a ação seja o medo nascido

de sua própria ignorância.

A estrutura da O.T.O. como a da Maçonaria ou de qualquer ou-

tra escola antiga dos Mistérios, baseia-se em um sistema iniciá-

tico onde se utilizam ritos correspondentes a graus, elaborados

de orma a instruir o indivíduo, através de símbolos e alegorias,

sobre os proundos mistérios da natureza, auxiliando o indivíduo

a desvendar sua verdadeira identidade. Porém, além de uma es-

trutura administrativa, nada mais restou dos ensinamentos Osiria-

nos divulgados por entidades Maçônicas. A Ordo Templi Orientis

é hoje uma digna divulgadora da Lei de Thelema em todos os seus

meandros.

O Hooráculo é a resposta a uma pergunta. A cada edição, a pergunta de

um leitor da Estrela Rubi será selecionada e a resposta a ela será dada

 por um ou mais membros da Loja Quetzalcoatl. Caso queira submeter sua pergunta de cunho mágicko ou thelêmico ao Hooráculo, a envie

 para [email protected]. Nossa equipe editorial vai ava-

liar a pergunta mais inteligente e instigante e, se selecionada, vamos

estudá-la, respondê-la e publicá-la na próxima edição. O Hooráculo só

terá olhos – ou melhor, Olho – às perguntas mais desafadoras e que

 possam ser de interesse geral.

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E  s  t  r  el    a

R  u b i   

 3  3 

 a l oja Q Uetzalcoatl 

a Loja Quetzalcoatl é um corpo o-

cial da Ordo Templi Orientis Inter-

nacional, undado em 23 de maio

de 2000 e.v. na cidade do Rio de Janeiro.

Somos uma comunidade de homens e mu-

lheres livres que se dedicam ao processo

do auto-conhecimento e sua consequente

expansão de consciência através dos prin-

cípios de Vida, Luz, Amor e Liberdade, pila-

res essenciais da Lei de Thelema.

 Temos como um de nossos principais ob-

 jetivos auxiliar no desenvolvimento de

uma sociedade verdadeiramente livre da

superstição, tirania e opressão onde o ser

humano possa expressar a sua Verdadeira

Vontade em plena harmonia com a essên-

cia divina que nele habita.

Acreditamos que cada ser humano é uma

estrela individual e eterna  que possui sua

própria órbita e que o objetivo primordial desua encarnação não é outro senão descobrir

as coordenadas dessa órbita e cumprir a sua

Verdadeira Vontade, realizando a Grande

Obra e alcançando a Felicidade Pereita.

Nossos objetivos são alcançados através de

um conjunto de Ritos Iniciáticos que visam

despertar e ativar os chakras, propiciando a

ascenção da kundalini e o acesso a estados

mais elevados de consciência. Realizamos

também o estudo teórico e prático da Filo-

soa de Thelema, Magia, Alquimia, Cabala,

 Tarot, Tantra, e demais ciências herméticas

que possam colaborar com o caminho de

auto-iluminação dos nossos iniciados.

Caso deseje inormações sobre nossas ativi-

dades ou sobre a aliação à O.T.O., consulte

nosso site no endereço www.quetzalcoatl-

oto.org ou entre em contato conosco.

s aiba M ais sobre...

 a ordo teMpli orientis

a Ordo Templi Orientis oi undada

em 1904, na Alemanha, por Karl

Kellner e Theodore Reuss — seu

primeiro líder —, que buscavam estabelecer

um Academia para maçons de altos Graus

onde estes pudessem ter contato com as

revelações iniciáticas descobertas por Kell-

ner em suas viagens ao Oriente. A entrada

de Aleister Crowley, em 1912, veio a alterar

proundamente a Ordem, até que, naquele

mesmo ano, a O.T.O. rompe seus laços com

a Maçonaria e assume–se como uma orga-

nização independente e soberana.

A principal mudança trazida por Crowley

para a ordem oi a implantação da Lei de

 Thelema, conorme denida no Livro da

Lei – Liber AL vel Legis, e o alinhamento da

O.T.O. com as energias no Novo Eon, tor-

nando esta Ordem a primeira nascida no

Velho Eon a migrar para o novo.

Em 1922 Crowley, com a morte de Reuss,

assumiu a liderança da O.T.O.. Seu suces-sor indicado oi o alemão Karl Germer, que

governou a Ordem de 1947 a 1962. Como

Germer não indicou um sucessor, após sua

morte vários membros e não membros

da Ordem tentaram assumir o controle da

O.T.O. o que colocou a Ordem em sério

risco de extinção. Assim, Grady McMurtry

lançou mão de um documento expedido

por Crowley que o autorizava a tomar o po-

der da O.T.O. caso esta se visse ameaçada.

Assim, McMurtry tornou-se líder da Ordem

em 1969, posição onde permaneceu até

sua morte, em 1985. Após isso, por meio de

um processo eleitoral levado a cabo pelos

altos Graus da Ordem, oi empossado o

atual Frater Superior, Hymenaeus Beta.

Atualmente a O.T.O. está presente em mais

de 70 países. No Brasil, a O.T.O. encontra–se

desde 1995, com o antigo Acampamento

Sol no Sul, substituído em 2000 pelo OásisQuetzalcoatl, atual Loja Quetzalcoatl. Dan-

do continuidade ao trabalho, em evereiso

de 2010 ev oi aberto em Minas Gerais o

Acampamento Opus Solis.

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