Estudando a Melodia Da Fala Tracos Prosodicos e Constituintes Prosodicos Maria Helena Mira Mateus FLUL ILTEC

5/20/2018 Estudando a Melodia Da Fala Tracos Prosodicos e Constituintes Prosodicos Maria Helena Mira Mateus FLUL ILTEC

1/27

Encontro sobre

O Ensino das Lnguas e a Lingustica

APL e ESE de Setbal27 e 28 de Setembro de 2004

Estudando a melodia da fala:

traos prosdicos e constituintes prosdicos

Maria Helena Mira Mateus

FLUL / L!E"

Falar # tocar um instrumento de msica$ o mais %er&eitode 'uantos (arm)nios t*m sido in+entados,

-oa'uim -os# "oel(o de "ar+al(o$ Prosdia eortografiaLisboa. m%rensa acional$ 10,

com 3rande %raer 'ue inicio este Encontro$ or3aniado %ela Associa56o Portu3uesa

de Lin3ustica e %ela Escola Su%erior de Educa56o de Setbal$ com uma con&er*ncia

sobre Pros)dia, E desde 9 a3rade5o aos or3aniadores do Encontro o con+ite 'ue me &oi

&eito e a %ossibilidade de &alar de 'uest:es 'ue$ %or serem t6o belas e ricas$ me s6o

muito 'ueridas, Por isto$ tomei como e%3ra&e uma &rase de "oel(o de "ar+al(o com

data de 10. ;Falar # tocar um instrumento de msica$ o mais %er&eito de 'uantos

(arm)nios t*m sido in+entadosu5amos o 'ue$

a esse res%eito$ acrescenta "oel(o de "ar+al(o. ;?istin3ue@se$ na slaba$ e

conse'uentemente napalavra$ n6o somente o som$ 'ue # como 'ue o cor%o$ mas ainda

o 'ue a esse cor%o d9 +ida$ a sua %ros)dia$ as necess9rias condi5:es mo+imentais da sua

A actualia56o da 3ra&ia das cita5:es # da min(a res%onsabilidade,


2/27

eterioria56o$ ou seam$ as inflexes$ e a medida do tempoda %ronuncia56o e o acento

'ue tonalia a +o


3/27

Melodia da &ala$ tom$ acento e 'uantidade incidindo sobre as slabas$ ou modo como

estas de+em ser %ronunciadas$ o 'ue #$ a&inal$ a %ros)dia, Uma orienta56o %ara a boa

%ronncia ou a descri56o e o estudo de certas caractersticas do somI

-er)nimo Soares Carbosa considera ambos os as%ectos, Por um lado a %ros)dia # oensino da boa %ronncia, Por essa ra6o Soares Carbosa %re&ere c(amar@l(e >rto#%ia

%ois$ se3undo ele$ ;a rt!oepia N,,,O com%reende n6o s) o con(ecimento dos sons

&undamentais$ 'ue &aem como 'ue o cor%o dos +oc9bulos$ mas tamb#m o das

modi&ica5:es musicais de 'ue os mesmos s6o susce%t+eis$ relati+as ou ao canto e

melodia c(amadas acentos$ ou ao com%asso e ritmo$ nascidas da quantidadedas slabas,

Esta %arte musical da >rt(oe%ia$ ou boa pronuncia"#o$ tem o nome deProsdia$ da

'ual o maior nmero dos 3ram9ticos &ieram uma das 'uatro %artes da Dram9tica$

desden(ando ainda os %rimeiros %rinc%ios da boa %ronuncia56o ou leitura$ e incluindo@

os na mesma Pros)dia, N,,,O > nome de rt!oepia$ 'ue damos a esta %rimeira %arte da

Dram9tica$ # mais %r)%rio e acomodado a caracteri9@la 'ue o deProsdias sons &undamentais$ assim +o3ais como consoantes$ &ormam@se todos no

canal da boca$ onde s) se articula e &orma em +oes o som in&orme e con&uso da 3lote$

%elas di&erentes %osturas im)+eis da boca N,,,O As modi&ica5:es %ros)dicas$ %or#m$ N,,,O

t*m outro )r36o$ 'ue # o da 3lote em 'ue se termina o tubo in&erior da tra'ueia art#ria


4/27

sentido Accentus$ mudando o QdR em QcR e o @QaR@ em QeR$ isto # acentodo tom e

modifica"#o da vo$na %ronncia das %ala+ras


5/27

a Gramtica do Portugu(s 'ontempor)neode "un(a$ de 170$ tal como na de "un(a

e "intra$ de 184$ a %ala+raprosdia# utiliada somente como sin)nimo de correcta

%ronncia. ;Atente@se na eacta %ronncia das se3uintes %ala+ras$ %ara e+itar uma

silabada$ 'ue # a denomina56o 'ue se d9 ao erro de %ros)dia


6/27

!om$ intensidade e dura56o ou %itc($ loudness and tem%o e$ ainda$ rt(m ou ritmo eis

as %ro%riedades$ ou tra5os$ %ros)dicos,

Estas %ro%riedades s6o inerentes ao some est6o relacionadas com as caractersticas

acsticas das ondas sonoras, > tom ou pitchG tem como correlato acstico a

frequnciada onda sonora$ ou sea$ o nmero de +ees 'ue um ciclo com%leto de

+ibra56o das %artculas se re%ete durante um se3undo, uanto maior o nmero de ciclos

de +ibra56o das %artculas$ maior # a altura do som e$ %ortanto$ mais ;alto< # o tom, A

&re'u*ncia &undamental relaciona@se de um %onto de +ista articulat)rio$ com as cordas

+ocais. 'uanto mais del3adas$ maior nmero de +ibra5:es$ maior altura do som,

Uma se'u*ncia de se3mentos com os res%ecti+os tons cria a entoaodessa se'u*ncia$

'uer se trate de uma %ala+ra ou de um 3ru%o de %ala+ras,

A intensidade do som decorre da amplitudeda onda sonora o +alor da distTncia entre o

%ress6o ero e a %ress6o m9ima da ondaG, uanto maior &or a am%litude de +ibra56o

das %artculas$ maior # a 'uantidade de energia trans%ortada %or estas e maior # a

sensa56o auditi+a de intensidadedo som, A %roemin*ncia do som 'ue c(amamos

;acento< decorre desta intensidade,

A duraore&ere@se ao tem%o de articula56o de um som$ slaba ou enunciado$ e tem

uma im%ortTncia &undamental no ritmo de cada ln3ua, A dura56o de cada unidade +aria

con&orme a velocidade de elocuo$ o 'ue si3ni&ica 'ue se a +elocidade de %rodu56o &or

maior$ a dura56o de cada elemento # menor,

?ura56o$ intensidade e &re'u*ncia concorrem %ara a constru56o do ritmo das ln3uas,

Sabemos a3ora 'uais s6o os tra5os %ros)dicos, Sabemos mesmo as suas caractersticas

acsticas e articulat)rias, Mas como estudar a sua rela56o com a &alaI

?e um %onto de +ista &onol)3ico$ %ode dier@se$ 3enericamente$ 'ue as ln3uas utiliam

essas %ro%riedades com obecti+os di+ersos. iG %ara marcar os limites das unidades o

acento %ode indicar o &im ou o incio da %ala+ra a cur+a de entoa56o %ode i3ualmente

marcar os limites de unidades %ros)dicasG iiG %ara criar oposi"es distintivas nas

ln3uas tonais como$ %,e, o c(in*s$ o tom de uma slaba$ %or contraste com os tons das

'ue a rodeiam$ %ode o%or si3ni&icados entre duas %ala+ras cuos se3mentos s6o i3uais

tendo$ assim$ uma &un56o distinti+a da mesma &orma$ a dura56o de uma slaba %ode ter

+alor distinti+o como %, e, em latim ou em in3l*sG iiiG %ara distin3uirsignificados


7/27

globaisde constru5:es &r9sicas a entoa56o # usada &re'uentemente %ara di&erenciar uma

interro3a56o de uma a&irma56o$ %or eem%lo neste caso %ode dier@se 'ue a entoa56o

tem +alor distinti+oG,

>s as%ectos 'ue acabo de &ocar s6o caractersticas %ros)dicas das ln3uas$ al3umas delasidiossincr9ticas$ 'ue con(ecemos intuiti+amente e de uma &orma 3en#rica, Mas as

a&irma5:es sobre estas caractersticas$ %or si s)s e mesmo eem%li&icadas$ n6o

constituem uma descri56o ri3orosa e obecti+a nem %ossibilitam an9lises com%arati+as

intra e inter lin3usticas, >u sea$ estas 3eneralia5:es n6o assentam num modelo de

unidades %ros)dicas 'ue %ermita o estabelecimento de %adr:es %ros)dicos das ln3uas,

Foi neste conteto 'ue sur3iu afonologia prosdica$ uma teoria do modo como o &luo

da &ala # or3aniado num conunto &inito de unidades &onol)3icas, A &onolo3ia%ros)dica # tamb#m uma teoria das interac5:es$ ou sea$ das rela5:es de inter&ace entre a

&onolo3ia e as outras com%onentes da 3ram9tica$ mediadas %ela %ros)dia,

Em 18$ Marina es%or e rene Jo3el %ublicaram uma obra denominadaFonologia

Prosdica'ue +eio esclarecer e or3aniar os %roblemas %ostos %ela im%ortTncia 'ue

assumem os tra5os %ros)dicos no &uncionamento das ln3uas, Vecon(ecendo 'ue esses

tra5os a3ru%am os se3mentos nos n+eis &onol)3ico$ mor&ol)3ico$ sint9ctico e semTntico

com re&er*ncia =s caractersticas rtmicas e de si3ni&icado das ln3uas$ %ro%useram aeist*ncia de constituintes %ros)dicos (ierar'uicamente relacionados 'ue %ermitem

estabelecer %adr:es %ros)dicos das ln3uas$ com%ar9@las e obecti+amente analis9@las, A

moti+a56o %ara os constituintes %ros)dicos e a &orma de os detectar decorre de

aG eistirem re3ras da 3ram9tica 'ue necessitam de re&erir@se a esses constituintes na

sua &ormula56o ou 'ue os t*m como domnio de a%lica56o$

bG eistirem restri5:es &onot9cticas em rela56o com esses 3ru%os de se3mentos e

cG eistirem rela5:es de %roemin*ncia relati+a entre os elementos do 3ru%o de

se3mentos es%or e Jo3el$ %%, B1@0G,

Um eem%lo de constituinte %ros)dico 'ue obedece a estas condi5:es # a slaba$ 'ue$

como +imos$ sur3e 9 nas anti3as 3ram9ticas em estreita li3a56o com a %ros)dia, a

realidade$ (9 restri5:es sobre as consoantes 'ue %odem ocorrer no &inal de slaba$ e (9

re3ras &onol)3icas 'ue s) se a%licam nas &ronteiras de slaba e n6o se a%licam no seu

interior$ como a +elaria56o do /l/ &inal no Portu3u*s Euro%eu,

7


8/27

A distribui56o de %roemin*ncias acentuais e de contornos de entoa56o ao lon3o da

se'u*ncia sonora$ e as moti+a5:es atr9s indicadas %ara o estabelecimento de

constituintes %ros)dicos le+aram es%or W Jo3el a identi&icar os se3uintes constituintes

%ros)dicos 'ue se relacionam (ierar'uicamente entre si e de&inem a or3ania56o

&onol)3ica de uma ln3ua.

-./ 'onstituintes prosdicos

Enunciado UG

Sinta3ma entoacional G

Sinta3ma &onol)3ico -/

Pala+ra %ros)dica G

Dru%o cltico "G

P# G

Slaba G

>s recentes estudos de %ros)dia sobre o %ortu3u*s consideram 'ue o P# e o Dru%o

"ltico n6o encontram usti&ica56o na or3ania56o rtmica da ln3ua, Por outro lado$ o

Enunciado ultra%assa o n+el de caracteria56o %ros)dica %retendido nesta e%osi56o

Assim$ ser6o de se3uida identi&icados os as%ectos %ros)dicos mais salientes$ %ara o

%ortu3u*s$ da slaba$ da %ala+ra %ros)dica e dos sinta3mas &onol)3ico e entoacional,

!la"a

> constituinte de n+el mais baio nesta (ierar'uia # a sla"a, Jeamos como se

encontra re&erida a slaba nas 3ram9ticas anti3as e modernas, Para Fern6o de >li+eira$

%rimeira 3ram9tica %ortu3uesa$ BKG$ a slaba ;# +oc9bulo 3re3o e 'uer dier

auntamento de letras


9/27

?e um modo 3eral$ este # o conceito 'ue im%licitamente aceitam os 3ram9ticos$ ainda

'ue o %ossam e%rimir de &orma mais musical como -o6o de ?eus$ em 101$ %ara

'uem ;Slaba # o 'ue a 3ente diria numa %ancada$ se &alasse a com%asso< ou de modo

mais %eda3)3ico %ara Martins Se'ueira$ em 1K8$ ;a cada emiss6o de +o

corres%onde uma slaba


10/27

restantes se3mentos, Por sua +e a Vima tem um&1cleouma +o3al ou diton3oG e %ode

ter uma 'oda uma consoante &inalG, A%enas o cleo # %arte obri3at)ria da slaba, A

re%resenta56o da estrutura (ier9r'uica das slabas da %ala+rapatas%ode &aer@se como

se3ue Acorres%onde a Ata'ue$0 a Vima$&a cleo e 'oda "odaG,

-2/ 0epresenta"#o das slabas da palavra%atas

A V A V

"od

% a t a s

> taque das slabas em %ortu3u*s%ode ser %reenc(ido %or 'ual'uer consoante

sim%les, Seo ata'ue &or constitudo %or uma se'u*ncia de consoantes ou sea$ 'uando

&or um ata'ue ramificadoG$ essas se'u*ncias s6o aceit9+eis no %ortu3u*s a%enas se

constiturem os tradicionais grupos prprios$ &ormados %or uma consoante oclusi+a

como N%O$ NbO ou NZO$ %, e,G e uma consoante l'uida como NlO ou NOG, Eem%los destes

ata'ues s6o os 'ue ocorrem na %rimeira slaba das %ala+ras branco$ cravo$ claro, "omo

os ncleos das slabas s6o sem%re ocu%ados %or +o3ais$ e como as consoantes oclusi+as

s6o as 'ue a%resentam menos sonoridade e as l'uidas s6o bem mais sonoras$ as slabas

assim constitudas obedecem ao denominado $rincpio de !onoridade$ 'ue se enuncia

da se3uinte &orma.

Princpio de Sonoridade3 A sonoridade dos se3mentos 'ue constituem a slaba aumentaa %artir do incio at# ao ncleo e diminui desde o ncleo at# ao &im,

A sonoridade dos se3mentos est9 de acordo com a se3uinte Escala de !onoridade a'ui

a%resentada no sentido crescente.

Escala de sonoridade:

oclusi+as Q &ricati+as Q nasais Q l'uidas +ibrantes$ lateraisG Q semi+o3ais ou 3lides Q

+o3ais altas$ m#dias$ baiasG,

0


11/27

> %ortu3u*s euro%eu +iola &re'uentemente$ no n+el &on#tico$ este %rinc%io de

sonoridade Jeam@se$ %or eem%lo$ os 3ru%os de consoantes 'ue ocu%am$ no n+el

&on#tico$ o ata'ue das slabas iniciais ou mediais das se3uintes %ala+ras.

KG N%tO @ captar N%sO @psicolo3ia N%nO @pneu

NbdO @ abd)men NbsO @ absurdo

NZtO @ %acto N&tO @ afta

>clusi+as se3uidas de oclusi+as ou de nasais menos sonoras 'ue as l'uidasG$ ou

&ricati+as se3uidas de oclusi+as constituem +iola5:es do Princ%io de Sonoridade,

Para e%licar estas +iola5:es eistem +9rios ar3umentos 'ue a%ontam %ara a eist*ncia

de n%cleos de sla"a va&iosentre as duas consoantes, Esses ncleos +aios %odem ser

%reenc(idos %ela +o3al NO 'ue # a +o3al n6o marcada do %ortu3u*s euro%eu na

+ariedade brasileira # a +o3al NiOG, >s ar3umentos em 'ue assenta esta e%lica56o s6o

usti&icados

aG %or di&iculdades de translinea"#odestas se'u*ncias consonTnticas es. ad4mirare

a4dmirarG$

bG %or dados da a'uisi56o da lin3ua3em e da escrita es,, [peneuN%n#\O %orpneuou

[afetaN9&tO %or aftaG$

cG %ela &orma de soletrar uma %ala+ra$ e

dG %or ocorr*ncias em dialectos de outras +ariedades do %ortu3u*s$ como a brasileira

es. captar NZa%i@t9O$ psicolo3ia N%i@siZoloO$ absurdo Nabi@sduO$ pneu N%i@n#\O$

%acto N%9Zi@tuO$ afta N9&i@tOG,

ote@se 'ue este %reenc(imento de ncleo +aio n6o sucede 'uando as consoantes

&ormam um 3ru%o %r)%rio. es, [%i@9tuO$pratoou [Nbi@ZuO$ brancoG,

Em %ortu3u*s euro%eu ainda eistem$ no n+el &on#tico$ mais se'u*ncias 'ue +iolam o

%rinc%io de sonoridade em conse'u*ncia da su%ress6o da +o3al 9tona NO na &ala

colo'uial$ como mostra o incio de %ala+ras como estar Nt9O ou esla+o Nl9+uO$ ou os

3ru%os &on#ticos de consoantes &ormados nas %ala+ras


12/27

4G pequeno N%Z#nuO$ merecer Nms#O$ despegar Nd%39O despregar Nd%39O

despresti3iar Nd%tii9O

estes eem%los encontram@se$ no n+el &on#tico$ se'u*ncias de 2 consoantes oclusi+as

pequeno N%Z#nuOG$ de K consoantes e,3, merecer Nms#O$ nasal] l'uida]&ricati+aG$

de 4 consoantes e,3, despegarNd%39O oclusi+a]&ricati+a]oclusi+a ]oclusi+aG$ de B

consoantes e,3,$ despregar Nd%39O oclusi+a] &ricati+a]oclusi+a]+ibrante

]oclusi+aG e mesmo de consoantes e,3, desprestigiar Nd%tii9O oclusi+a]

&ricati+a]oclusi+a]+ibrante]&ricati+a]oclusi+aG,

Estes estran(os 3ru%os de consoantes em Ata'ue de slaba caracteriam o n+el &on#tico

do %ortu3u*s euro%eu e s6o res%ons9+eis %ela %erce%56o de uma e+idente di&eren5a

entre as +ariedades euro%eia e brasileira,

A 'imadas slabas cont#m obri3atoriamente um (%cleo'ue %ode ser constitudo %or

uma s) +o3al ou %or um diton3o decrescente, > se3undo elemento uma semi+o3al ou

3lide est9 marcado no l#ico da ln3ua como n6o acentu9+el, este ltimo caso oncleo # com%leo e denomina@se rami&icado$ como em leiteoupai,

Uma das caractersticas da ln3ua %ortu3uesa # a &re'u*ncia de slabas com diton3os

nasais$ %ela %roec56o de um elemento nasal sobre o ncleo 'ue %ro+oca a nasalia56o

da +o3al e da semi+o3al, > &acto de os se3mentos do diton3o serem obri3atoriamente

nasaliados # um dos ar3umentos %ara se a&irmar 'ue ambos est6o includos no ncleo,

o 'ue res%eita = )oda$ como na maioria das ln3uas$ s) um nmero reduido de

consoantes %ode ocu%ar esse lu3ar, Em %ortu3u*s$ as consoantes em "oda s6o a%enas

tr*s$ as &onol)3icas /l/$ // e /s/ com di&erentes realia5:es &on#ticas %,e, as realia5:es

da &ricati+a /s/ 'ue ocorre como NO no &inal de %ala+ra e antes de consoante n6o sonora$

e como NO antes de consoante sonora$ ou a +elaria56o do /l/$ NO$ em "oda de slaba$

corres%ondendo a uma semi+o3al$ N\O$ na maioria dos dialectos brasileirosG,

Jale recordar$ a'ui$ o 'ue &oi dito sobre a motivao%ara a eist*ncia de constituintes

%ros)dicos$ neste caso a slaba$ e %ara a considera56o dos elementos da sua estrutura

interna, a realidade$

2


13/27

@ esses elementos s6o domnio de aplica"#o dos processos fonolgicos, as

ln3uas do mundo$ (9 %rocessos 'ue a&ectam a%enas as consoantes em Ata'ue$

outros 'ue a&ectam a%enas os se3mentos do cleo e outros ainda 'ue en+ol+em

a%enas as consoantes em "oda como +imos atr9s,

@ os constituintes sil9bicos inte3ram inventrios diferentes de consoantes

%oss+eis, > in+ent9rio de consoantes em Ata'ue # muito mais alar3ado do 'ue o

in+ent9rio de consoantes 'ue ocorrem em "oda.

@ a lateral em "oda bloqueia a eleva"#o das vogais tonasem %ortu3u*s euro%eu,

este caso$ eiste uma clara interac56o entre a +o3al do cleo e a consoante em

"oda %,e, maldade Nmad9dO e n6o [Nmd9dO$ beldade Nbd9dO e n6o [

Nbd9dOG,

@ o se3mento nasalpro5ecta4se sobre os elementos do &1cleo mas n6o sobre os do

Ata'ue, o cleo$ como &oi dito$ inte3ram@se diton3os decrescentes cuos

elementos s6o ambos nasaliados, "ertas +o3ais 'ue antecedem a +o3al do cleo

%odem ser %ronunciadas como semi+o3al na &ala colo'uial$ criando os c(amados

X&alsos diton3osY, este caso$ a +o3al 'ue %recede o cleo n6o # nasaliada

%or'ue est9 no Ata'ue e,3,pi#oN%$ mas crian"aZsO ou coentrosNZ\tuOG,

A contribui56o da slaba %ara o ritmo da ln3ua e$ %ortanto$ o seu %a%el como

constituinte %ros)dico # indubit9+el se ti+ermos %resente$ %or eem%lo$ no 'ue

res%eita ao %ortu3u*s$ a alta &re'u*ncia de ncleos rami&icados nasais e n6o nasais,

Al#m disso$ %odemos tamb#m considerar uma contribui56o %ros)dica %r)%ria da

+ariedade do %ortu3u*s euro%eu o 3rande nmero de se'u*ncias de consoantes 'ue se

encontram no n+el &on#tico,

K


14/27

$alavra $rosdica*

> constituinte %ros)dico (ierar'uicamente acima da slaba # apalavra prosdica #

A denomina56o deste constituinte torna e+idente 'ue a sua identi&ica56o se &a %ela

+eri&ica56o de determinados as%ectos 'ue$ caracteriando@a$ a relacionam com a

X%ala+raY$ termo muito 3en#rico 'ue se inte3ra em +9rios domnios da 3ram9tica, Assim$

a palavra morfolgica# a se'u*ncia em 'ue se concretiam cate3orias mor&ol)3icas

como o nmero ou a &le6o +erbal$ e tem uma estrutura interna 'ue inclui um radical e$

&re'uentemente$ su&ios e ou %re&ios, Por seu lado$ apalavra prosdicainte3ra tra5os

%ros)dicos como o acento e tem caractersticas 'ue a a%roimam da %ala+ra mor&ol)3ica

mas %ode n6o coincidir com ela, Jeamos em %rimeiro lu3ar a rela56o com o acento,

, A %ala+ra %ros)dica tem um %nico acento principalen'uanto a %ala+ra mor&ol)3ica

%ode ter dois acentos se &or aG um com%osto como guarda4roupa ou !ispano4

americano$ bG se &or um deri+ado com %re&ios comopr%oupse,3,pr%4tnica$ps4

tnicaG ou cG se &or um deri+ado com %re&ios @a+aliati+os ou o su&io mente e,3,

c#o$ito$ papel$in!o$ belamenteG, estes tr*s casos$ cada eem%lo a%resentado #

constitudo %or duas %ala+ras %ros)dicas.

BG @ N3uardaONrou%aO $ N(is%anoO@NamericanoO

@ N%r#O@Nt)nicaO$ N%)sO@Nt)nicaO

@ Nc6oONitoO$ N%a%elONin(oO$ NbelaONmenteO

Um ar3umento 'ue &undamenta a considera56o do su&io mentecomo uma %ala+ra%ros)dica # o &acto de esse su&io %oder ser a%a3ado 'uando &a %arte de duas %ala+ras

mor&ol)3icas em se'u*ncia e,3, belae tristementeG$ corres%ondendo esse a%a3amento a

um %rocesso 'ue ;o%era sobre estruturas com %ala+ras coordenadas %arcialmente

id*nticas4corre neste %onto caracteriar o acento principalem %ortu3u*s 9 'ue$ sendo um tra5o

%ros)dico e n6o um constituinte %ros)dicoG$ ele # &undamental na identi&ica56o da

%ala+ra %ros)dica e na or3ania56o da cadeia sonora,

Joltando uma +e mais aos 3ram9ticos anti3os$ %ara Fern6o de >li+eira ;o acento 'uerdier %rinci%al +o ou tom da dic56o$ o 'ual acaba de dar sua &orma e melodia =s

dic5:es de 'ual'uer ln3ua


16/27

G _mes]a$ _leit]e$ _sai]a$ _lind]o

ani_mal$ a_mor$ ra_%a$

ir_m6$ ar_dim$ c(a_%#u$ ca_G,

Esta # a acentua56o re3ular, H9 no entanto %ala+ras 'ue s6o acentuadas na pen%ltima

vogal do radicale 'ue$ %or serem ece%cionais$ t*m a ltima +o3al marcada no l#ico

como n6o@acentu9+el

7G_bil]o$ _)r&6]o$ _&r93il$ _9rab]e$ _l9%isG,

o 'ue res%eita =s &ormas +erbais do %ortu3u*s$ temos 'ue considerar os tem%os do

%resente$ em 'ue o acento incide na pen%ltima vogal da %ala+ra+ os tem%os do %assado$

em 'ue o acento incide sem%re na vogal temtica e os tem%os do &uturo$ em 'ue o

acento se a%lica naprimeira vogal do sufi,o

8G X&alo$ &aYlamos

&a_le]i$ ba_te]u$ %ar_ti]u$ &a_l9]ra]mos$ ba_t*]ra]mos

&ala]_r9$ &ala]_re]mos$ &ala]_ra]mosG

Jeri&ica@se assim 'ue a slaba acentuada das &ormas +erbais %ode ser a ltima da

%ala+ra$ a %enltima ou a ante%enltima$ %or'ue n6o # a sua %osi56o 'ue determina a

acentua56o mas sim a estrutura mor&ol)3ica da &orma +erbal$ tal como sucede nos

nomes e adecti+os,

> 'ue acaba de ser dito sobre a %osi56o da slaba acentuada %ermite concluir 'ue o

acento %rinci%al de %ala+ra tem uma %osi56o &ia e$ na ln3ua %ortu3uesa$ essa %osi56o

est9 relacionada com a estrutura mor&ol)3ica da %ala+ra,

Ainda no 'ue res%eita =s 'uest:es de acento$ acrescente@se 'ue$ na %ala+ra$ al#m do

acento %rinci%al %odem encontrar@se outros %ontos de %roemin*ncia$ os acentos

secundrios,

a tradi56o 3ramatical$ considera@se 'ue a%enas %ala+ras com os su&ios @mentee com

@a+aliati+os @$in!o$ @$ito etc,G %ossuem acento secund9rio, ?e um %onto de +ista

%ros)dico$ contudo$ os acentos secund9rios s6o entendidos como %ontos de


17/27

%roemin*ncia 'ue est6o sem%re %resentes na cadeia sonora$ re&or5am o %oder

in&ormati+o do acento %rinci%al e or3aniam a cadeia &on#tica como um domnio

rtmico, o discurso oral$ o acento %rinci%al de %ala+ra e os seus ecos a%resentam@se

como um %rinc%io rtmico de alternTncia entre batimentos &ortes e &racos, as %ala+ras

se3uintes$ as slabas com acento secund9rio est6o %recedidas do diacrtico G e as slabas

com acento %rinci%al$ de _G,

1G li+ra_ria com%uta_dor / com%uta_dor

%atri_arca %ode_roso

tem%era_tura / tem%era_tura %a%ela_ria

>s acentos secund9rios ocorrem em inter+alos re3ulares$ sem%re em slabas %r#@t)nicas$

e a sua localia56o resulta do a3ru%amento das slabas da %ala+ra, Assim$ mesmo com

redu56o +oc9lica$ certas slabas %odem ser %ortadoras de acento secund9rio %,e,

poderoso N%ud_rouOG, Por outro lado$ a su%ress6o de +o3ais 9tonas n6o a&ecta a

re3ularidade de a%lica56o do acento %,e, o NO su%rimido em temperatura Nt%_tuO

%ermite o a3ru%amento de tr*s slabas entre os acentos da %ala+raG,

A atribui56o dos acentos secund9rios %ermite$ assim$ uma +aria56o 'ue decorre doconteto &)nico ou de circunstTncias aleat)rias,

Se +oltarmos a3ora = palavra prosdica$ e tendo %resente 'ue a&irmei 'ue este

constituinte tem um nico acento %rinci%al$ isso si3ni&ica 'ue a %ala+ra %ros)dica inclui

um s) radical, Pode$ no entanto$ inte3rar clticos %or nclise ouprclise$ o 'ue si3ni&ica

'ue$ nesses casos$ a %ala+ra %ros)dica # constituda %or duas ou mais %ala+ras

mor&ol)3icas, !al sucede numa se'u*ncia de duas %ala+ras terminada %or um %ronome

9tono es, Ndisse@oO$ Nama@meO$ e$ no caso de mes)clise$ Ndir4l(e@emosOG ou numa

se'u*ncia de arti3o se3uido de %ala+ra mor&ol)3ica es, No (omemO$ Num ra%aO$ Na

3ataO

A %ala+ra %ros)dica e a %ala+ra mor&ol)3ica %odem$ %ortanto$ n6o coincidir$ sea %or'ue

a %ros)dica # menor do 'ue mor&ol)3ica como emguarda4roupaou pr%4tnicaG sea

%or'ue a mor&ol)3ica # menor do 'ue a %ros)dica como em disse4l!eou a gataG, Emconse'u*ncia$ %ode contestar@se a a&irma56o de 'ue o acento em %ortu3u*s est9 sueito =

7


18/27

restri56o da Xanela das tr*s slabasY$ isto #$ o acento tem 'ue incidir numa das tr*s

ltimas slabas da %ala+ra$ como 9 diia$ ali9s$ Soares Carbosa. ;> acento a3udo n6o

tem lu3ar sen6o em uma das tr*s ltimas slabas de 'ual'uer +oc9bulo N,,,O Se %assasse

%ara tr9s$ a %ronuncia56o das slabas 'ue se l(e se3uissem seria t6o +elo e %reci%itada$

'ue umas atro%elariam as outras$ como se %ode +er %or e%eri*ncia


19/27

O !intagma /onolgico0

O sintagma fonolgico G inte3ra uma ou mais %ala+ras %ros)dicas e constitui um;domnio &raco< no %ortu3u*s euro%eu uma +e 'ue a sua identi&ica56o # %ouco

e+idente,

A identi&ica56o de um sinta3ma &onol)3ico baseia@se em no5:es sint9cticas muito 3erais

como cabe"a lexical de sintagma sintctico a cate3oria leical 'ue %ode ter

com%lementos e um es%eci&icadorG$ apro5ec"#o mximada cabe5a leical o conunto

da cabe5a leical e seus com%lementos e/ou es%eci&icadorG e o seu lado recursivo$ ou

sea$ o lado em 'ue se encontram os com%lementos da cabe5a leical, > lado recursi+oem %ortu3u*s euro%eu # o direito, Adecti+os e ad+#rbios s) s6o cabe5as leicais se

ocorrerem no lado n6o@recursi+o de uma cabe5a leical e &orem dominados %ela

%roec56o m9ima dessa cabe5a,

> elemento %roeminente deste constituinte # a %ala+ra %ros)dica mais = direita, um

sinta3ma &onol)3ico s) %odermos incluir$ al#m da cabe5a leical$ um seu com%lemento

se este &or n6o@rami&icado

>s sinta3mas &onol)3icos em 'ue est6o di+ididas as &rases se3uintes corres%ondem ao

'ue acaba de ser re&erido,

0G N> ornalistaON&eONuma entre+ista interessanteO

N> ornalistaON&e uma entre+istaONmuito interessanteO

o %rimeiro eem%lo$ 5ornalista cont#m uma cabe5a leical cuo domnio m9imo

inte3ra o determinante, A &orma +erbalfe$tamb#m d9 ori3em a um sinta3ma &onol)3ico

com uma nica %ala+ra %ros)dica, > com%lemento uma entrevista interessante #

rami&icado e n6o %ode$ %ortanto$ ser includo no sinta3ma anterior$ constituindo um

no+o sinta3ma &onol)3ico,

a &rase se3uinte$ a %resen5a do ad+#rbio muitono lado n6o@recursi+o de interessante

3era um sinta3ma &onol)3ico rami&icado constitudo %ela cabe5a leical interessantee

%or muito,

Sobre sinta3ma &onol)3ico e sinta3ma entoacional +er os trabal(os de Frota indicados na biblio3ra&ia,

1


20/27

a se'u*ncia da an9lise do sinta3ma &onol)3ico &eita %or S)nia Frota$ +eamos um

eem%lo da im%ortTncia deste constituinte %ros)dico %ara 'uest:es de ordem

entoacional, Se3undo Frota$ ;a melodia com 'ue uma se'u*ncia de %ala+ras #

%ronunciada # constituda %or uma sucess6o de unidades c(amadas acentos tonais$ 'ue

se distribuem %ela se'u*ncia em &un56o da sua di+is6o em sinta3mas &onol)3icos, >s

acentos tonais s6o associados ao elemento mais %roeminente dentro de cada sinta3ma

&onol)3ico


21/27

como NO$ entre as duas %ala+ras eiste uma &ronteira de sinta3ma entoacional, Jea@se

a3ora a di&eren5a entre a realia56o do su&io do %lural de gatas nas duas &rases

se3uintes.

KG As 3atas enroscaram@se N

3at e

u

Z9ws

O,,,,

As 3atas$ a %reta e a riscadin(a N39tON%#ti iZdO,,,,,

Pela mesma ra6o$ a &ricati+a colocada na &ronteira de um sinta3ma entoacional n6o

assimila a sonoridade da consoante se3uinte,

em sem%re os limites dos sinta3mas entoacionais corres%ondem a uma %ausa, Por

+ees a di+is6o entre sinta3mas entoacionais obedece a condi5:es &onol)3icas 'ue$

se3undo Frota$ ;estabelecem 'ue constituintes lon3os tendem a ser di+ididos$ 'ue o

constituinte mais lon3o # %re&erencialmente o mais = direita na se'u*ncia e 'ue

constituintes de taman(o sim#trico s6o &a+orecidos


22/27

fronteiraassocia@se ao limite de cada uma das mar3ens direita e es'uerdaG do sinta3ma

entoacional e concorre %ara a sua identi&ica56o,

Jeam@se os eem%los em se3uintes a 'ue se sobre%s uma lin(a 'ue re%resenta o

contorno da entoao, Se3uindo os trabal(os recentes %ara o %ortu3u*s$ o tom altoindica@se com NHO e o baio com NLO o tom de &ronteira est9 assinalado unto do limite

do sinta3ma entoacional e indica@se com o tom 'ue o termina se3uido de NiO,

BG

NAs 3atas enroscaram@se diante da lareiraO

H H]L Li

G

NAs 3atasO Na %reta e a riscadin(aONenroscaram@se diante da lareiraO

L]H Hi H H]L Li H H]L Li

A distribui56o dos tons relaciona@se com a distribui56o das %roemin*ncias de

intensidade %ermitindo a identi&ica56o de um acento nuclear na %rimeira &rase$ o tom

alto HG mais = direita marca um acento nuclear na se3unda &rase o tom alto se3uido de

baio H]LG$ ou sea$ o tom descendente &inal do ltimo sinta3ma # i3ualmente um

acento nuclear,

A sucess6o de tons ou sea$ a entoa56oG %ode %ermitir$ tamb#m$ inter%retar o

si3ni&icado de uma &rase 'ue %ossui um &oco %ros)dico$ distin3uindo@a de uma &rase

neutra, Por outro lado$ e no 'ue res%eita = &rase 3lobalmente considerada$ a di&eren5a

entre os tons de &ronteira #$ %or +ees$ a nica %ossibilidade de distin56o entre uma

a&irma56o e uma interro3a56o, do si3ni&icado, Jea@se a di&eren5a entre a &rase

a&irmati+a e a interro3ati+a,

7G

NAman(6 +ens antar c9 a casaO a&irma56oG

22


23/27

H H]L Li

8G

NAman(6 +ens antar c9 a casaO interro3a56oG

H L]H Hi

uando a interro3a56o # marcada leical ou 3ramaticalmente com quem$ o que$ o

qualG$ a +aria56o de altura &a@se em sentido descendente$ %r)imo da a&irma56o, Jea@

se um eem%lo em G,

1G

Nuem comeu o boloO interro3a56oG

H H]L Li

"omo +imos$ o sinta3ma entoacional # um constituinte %ros)dico caracteriado e

delimitado %ela se'u*ncia de acentos e de tons, Em conse'u*ncia desta caracterstica$ o

sinta3ma entoacional situa@se na inter&ace entre a &onolo3ia e outros domnios da ln3ua

como a sintae e a semTntica,

> estudo dos as%ectos %ros)dicos a%resenta di&iculdades es%ec&icas dada a sua

+ariabilidade e a sua de%end*ncia do re3isto de &ala e$ sobretudo$ da +elocidade da &ala,

e+idente$ toda+ia$ 'ue os constituintes %ros)dicos e os &actos %ros)dicos caracteriam

uma ln3ua tal como sucede com os as%ectos se3mentais e$ &re'uentemente$ s6o os 'ue

%rimeiro se a%reendem na a'uisi56o da lin3ua3em e no contacto com uma ln3ua

descon(ecida,

A %ros)dia or3ania o continuumsonoro de uma ln3ua em unidades mais +astas 'ue os

se3mentos$ unidades 'ue constituem %adr:es caractersticos das ln3uas, Jimos 'ue a

slaba$ a %ala+ra %ros)dica e o sinta3ma entoacional t*m$ no %ortu3u*s$ as%ectoses%ec&icos 'ue os identi&icam como unidades %ros)dicas com &un56o de se3menta56o

2K


24/27

da &ala, !amb#m a distribui56o dos acentos %rinci%al e secund9rio$ e a ocorr*ncia dos

acentos nucleares s6o &actores de or3ania56o da &ala, ?e+e ainda lembrar@se 'ue a

dura56o$ 'ue n6o tem em %ortu3u*s uma &un56o distinti+a$ contribui$ toda+ia$ %ara a

or3ania56o das unidades %ros)dicas,

Al#m dos tra5os e constituintes %ros)dicos descritos$ a +elocidade da &ala # im%ortante

'uando se analisa$ %or eem%lo$ a alternTncia de slabas acentuadas e n6o@acentuadas e a

conse'uente dura56o dos se3mentos 'ue constituem as slabas, Essa alternTncia # um

dos as%ectos mais e+identes do 'ue denominamos o ritmoda &ala e le+a a atribuir =s

ln3uas dois ti%os de ritmo. o acentual'ue decorre de uma tend*ncia %ara as slabas

acentuadas ocorrerem em inter+alos de tem%o a%roimadamente i3uais$ sendo +ari9+el onmero de slabas n6o@acentuadas 'ue eiste entre duas t)nicas$ e o ritmosilbico'ue

tem %or base a unidade XslabaY$ a 'ual se re%ete de &orma is)crona$ ou sea$ com os

mesmos inter+alos de tem%o, > %ortu3u*s euro%eu e o %ortu3u*s brasileiro t*m sido

di&erenciados$ %or +ees$ em &un56o do ti%o de ritmo 'ue se considera caracteriar estas

duas +ariedades,

!oda+ia$ as ln3uas n6o a%resentam &ormas %er&eitas destes dois ti%os de ritmo %or duas

ra:es &undamentais. as re%eti5:es de %ontos de %roemin*ncia e o nmero de slabas 'ueocorre entre dois %ontos acentuados est6o intimamente relacionados com a +elocidade

da &ala al#m disso$ os &actores li3ados = entoa56o e = +aria56o de altura dos sons

concorrem$ i3ualmente$ %ara a estrutura rtmica de uma ln3ua,

Assim$ a identi&ica56o de caractersticas rtmicas$ entoacionais e acentuais de uma

ln3ua ei3e uma in+esti3a56o e%erimental de mlti%los dados$ in+esti3a56o em 'ue se

inte3re a an9lise da &ala es%ontTnea e em 'ue se considere a interli3a56o de todos os

&actos %ros)dicos a 'ue se &e re&er*ncia, Por tal ra6o$ a %es'uisa sobre a %ros)dia do

%ortu3u*s se a%resenta$ ainda$ como um domnio c(eio de interro3a5:es e de mist#rios,

'eferncias 1i"liogrficas

ABAURRE, Maria Bernadete, 1981. Processos fonolgicos segmentais como ndices de padresprosdicos diversos nos estilos formal e casual do Portugus do Brasil. In Cadernos deEstudos Lingusticos. n.02, 23-44.

ANDRADE, Ernesto d$ 11, a onda do acento, n ?uarte W Leiria or3s,G$ . B7@74,

A?VA?E$ Ernesto dY W Cernard LAS$ 11, a crista da onda. o acento de %ala+ra em%ortu3u*s,Actas do 788 6ncontro da Associa"#o Portuguesa de Lingustica, Lisboa. B@2,

24


25/27

A?VA?E$ E, W Maria do "#u JAA$ 188, Ainda sobre o acento e o ritmo em Portu3u*s,Actasdo 9: 6ncontro da Associa"#o Portuguesa de Lingustica, Lisboa. K@B,

A?VA?E$ -o6o unes de 84, Grammatica elementar da lingua portugue$a por s,stemap!ilosop!ico, Lisboa., A,S,"oel(o$,

AEJE?>$ ?omin3os de$ 880, Grammatica &acional ou ;et!odo ;oderno para seaprender em 29 li"es a fallar e a escrever sem erros e mesmo sem auxilio de mestrea lingua portugue$a, Lisboa. Li+, Antonio Maria Pereira$

CAVC>SA$ -er)nimo Soares$ 82, Grammatica p!ilosop!ica da lingua portugue$a ou principiosda grammatica geral applicados nossa linguagemU$ ?ina( W gonne LE!E110G, nicia56o = &on#tica e = &onolo3ia, Vio de -aneiro.-or3e a(ar Editor,

">ELH> ?E "AVJALH> -oa'uim -os#$ 10, Prosodia e ortografia Lisboa. m%rensaacional,

"VgS!AL$ ?a+id$ 114, A +ictionar, of Linguistics and P!onetics$ "ambrid3e$ Mass,.ClacZ\ell$ K edi56oG,

CUNHA, Celso & Lus Lindley CINTRA, 1984.Nova Gramtica do Portugus Contemporneo.Lisboa: Joo S da Costa.8 edi56o$ Lisboa. -o6o S9 da "osta$ 11,G

?AJ?$ Ablio W Fernando ME?ES$ 81, 'urso de Grammatica Portugue$a, Lisboa.-,-,unes W ",$

DELGADO-MARTINS, Maria Raquel, 2002. Fontica do Portugus. Trinta anos de investigao.Lisboa: Caminho, serie Lingustica.

?UAV!E$ n*s W sabel LEVA$ or3s,G$ 11, Actas do 'ongresso 8nternacional sobre oPortugu(s$ 114$ Lisboa. "olibri,

FAL$ sabel$ 11B,Fragmentos da prosdia do portugu(s europeu3 as estruturas coordenadas,?isserta56o de Mestrado$ Lisboa. Faculdade de Letras da Uni+ersidade de Lisboa,

FE-h$ -o6o de Morais Madureira$ 7K4, rt!ograp!ia ou Arte de 6screver e pronunciar comacerto a Lingua Portugue$a para uso do 6xcellentissimo +uque de Lafoens , Lisboa. aVe3ia >&&icina !%o3ra&ica

FAVA$ sabel Hub$ "arlos D>UJEA$ Emlia PE?V>W n*s ?UAV!E or3s,G$ 11, 8ntrodu"#o >Lingustica Geral e Portuguesa, Lisboa. "amin(o ca%tulo 4,G,

FV>!A$ S)nia$ 111, uest:es de associa56o e alin(amento tonal. im%lica5:es %ara uma teoriada entoa56o, nActas do ?7 6ncontro da Associa"#o Portuguesa de Lingustica*Vui J,"astro e Pilar Carbosa or3sG$ "oimbra. APL$ Jol,. BK@BK2,

FV>!A$ S)nia$ 2000, Prosod, and focus in 6uropean Portuguese< P!onological p!rasing andintonation


26/27

FV>!A$ S)nia$ 200, cleos e Fronteiras. uma an9lise &onol)3ica da interro3ati+a no Portu3u*sEuro%eu, n 0a$#o e 6mo"#o< ;iscel)nia de estudos oferecida a ;aria @elena ;ira

;ateus pela sua 5ubila"#o, Jol, . K27@K4,

FV>!A$ S)nia W Marina JDV> 200KG, "onstituintes %ros)dicos, n Mateus et al,,200KG."a%tulo 2,K,

FV>!A$ S)nia e JDV>$ Marina$ 200, >n t(e correlates o& r(t(mic distinctions. !(e Euro%ean/ Crailian Portu3uese case,ProbusK@2. 247@27B,

L>CA!>$ Antonio -os# dos Veis$ 77,Arte da Grammatica da lingua portugue$a< 'omposta eofferecida ao 8ll acento de %ala+ra em Portu3u*s. uma no+a %ro%osta,=oletim de Filologia$??7888LisboaG. 2@221,

MA!EUS$ Maria Helena Mira e A?VA?E$ Ernesto dY 118G, !(e sllable structure in Euro%eanPortu3uese,+!A$ F9tima>LJEVA$ Dabriela MA!>S$ Marina JDV> e Alina JLLALJA$ 200K, Gramtica da Lngua

Portuguesa, B edi56o re+ista e aumentada, Lisboa. Editorial "amin(o, "a%tulo 2G

MA!EUS$ Maria Helena Mira$ sabel FAL W Maria -o6o FVE!AS$ no %reloG, Fon%tica eFonologia do Portugu(s, Lisboa. Uni+ersidade Aberta,

MEL?>LAAbra(am$ 7KB,&ova Grammatica portugue$a* dividida em seis partes* a saber3 .Crt!ograp!ia< 2C 6t,mologia< DC ,ntaxe< 9C Prosodia< EC Lavores da lingua< C ;iscellanea ,Hambur3o. M,", CocZ$

ESP>V$ Marina W rene J>DEL$ 18,Prosodic P!onolog,, ?ordrec(t. Foris,

>LJEVA$ Fern6o de$ BK Grammatica da Lingoagem Portugue$a, Lisboa. eNmO casa deDerm6o Dal(arde, jltima edi56o. Gramtica da Linguagem Portuguesa, 6di"#o crtica*

semidiplomtica e anasttica %or Amadeu !>VVES e "arlos ASSUk>$ com um estudointrodut)rio do Pro&, Eu3enio ">SEVU, Lisboa. Academia das "i*ncias de Lisboa$ 2000,G

PEVEVA$ sabel$ 111, acento de palavra em Portugu(s uma anlise m%tricaS$ -o6o de ?eus$ 101,Prosdia portuguesa 4 6studo pr%vio da ortografia, Lisboa,

JDV>$ Marina$ 118, Aspectos da Prosdia do Portugu(s 6uropeu 4 6struturas comAdv%rbios de 6xclus#o e &ega"#o Frsica


27/27

JDV>$ Marina$ 200, T!e Prosodic Hord in 6uropean Portuguese, !ese de ?outoramento$Uni+ersidade de Lisboa,

JDV>$ Marina W sabel FAL$ 11K, A slaba do Portu3u*s Fundamental. uma descri56o eal3umas considera5:es de ordem te)rica,Actas do I: 6ncontro da Associa"#o Portuguesade Lingustica, "oimbra,

AJEV$ Maria Francisca W Maria Helena MA!EUS or3s,G$ 110@1112,+icionrio de TermosLingusticos$ Jol $ 110 e Jol $ 112, APL e L!E" Lisboa. Edi5:es "osmosG,

27

Documents

Estudando a Melodia Da Fala Tracos Prosodicos e Constituintes Prosodicos Maria Helena Mira Mateus FLUL ILTEC