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1 Do barroco para o barroco - está a arte contemporânea Casa Museu Guerra Junqueiro, Porto Curadoria FÁTIMA LAMBERT e LOURENÇO EGREJA GABRIELA ALBERGARIA | CRISTINA ATAÍDE | DANIEL BLAUFUKS | AMÉLIE BOUVIER | PEDRO CALAPEZ | MANUEL CAEIRO | JEANINE COHEN | ÂNGELA FERREIRA | RAMIRO GUERREIRO |GABRIELA MACHADO | VERA MOTA | DING MUSA | RODRIGO OLIVEIRA | CLAIRE DE SANTA COLOMA | ALEJANDRO SOMASCHINI | JOSE SPANIOL | PEDRO TUDELA | JOÃO PEDRO VALE & NUNO ALEXANDRE FERREIRA Do barroco ao barroco - está a arte contemporânea … as obras reinventam-se, consoante os espaços, a duração e aqueles com quem se confrontam, uma e outra vez, sempre diferentemente, como se a paisagem mudasse de lugar. Os 18 artistas, presentes nesta mostra, desenvolveram em contexto de residência, as obras que impulsionaram este projeto curatorial. Entre 2009 e 2013, as obras foram concebidas e apresentadas em diferentes edições da programação Carpe Diem – Arte e Pesquisa (Lisboa), sob curadorias de Paulo Reis e Lourenço Egreja. Entre maio e setembro de 2012, iniciou-se o “deslocamento” das obras – por via da extensão curatorial - no âmbito da mostra: Uma coleção de arte contemporânea para Josefa de Óbidos (curadoria de Fátima Lambert e Lourenço Egreja). Assim, cumpriu-se a primeira etapa do projeto de itinerância, baseado na versatilidade dos espaços escolhidos (versus desenho de montagem em adequação) e correspondendo ao desafio instituído neste procedimento de “viagem” das peças. As obras, que se apresentam na Casa Museu Guerra Junqueiro, foram compiladas para a exposição na Casa da Parra (edifico barroco galego) em Santiago de Compostela. Adquiriram uma outra existência fora do lugar e implantação específicos originários. Seguiu-se, depois, a 2ª mostra em Vila Nova de Cerveira. Agora, cabe o desafio – acarinhado pelos artistas, quanto pelos curadores – de chegarem à Casa-Museu Guerra Junqueiro, permitindo-se, mais uma vez, outras assunções e resultados. Sob o olhar esculpido, em 1970, por Leopoldo de Almeida que retratou o poeta, as peças atingem a errância destinada, proporcionando uma recepção dinâmica, improvisando interpretações e disponibilidades culturais. Esta exposição é um repouso do caminho, permanência e uma espécie de “peregrinação” estética que subvertem o sentido afirmado por Peter Handke: “…E os locais da duração também nada têm de notável, / muitas vezes nem estão assinalados em nenhum mapa/ ou não têm no mapa qualquer nome.” 1 Evoquem-se as viagens do poeta que, ao longo de décadas, adquiriu as peças que integram a Coleção, doada pelos herdeiros à Câmara Municipal do Porto em 1940. A Casa-Museu Guerra Junqueiro é um equipamento museológico radicado num Palacete barroco (1730), cuja arquitetura se atribui a Nicolau Nasoni. Residindo num espaço patrimonial privilegiado, situa-se num envolvimento arquitetónico e urbanístico singular – Freguesia da Sé, Porto. É o local onde se cumpriu o anseio de Guerra Junqueiro, congregando o espólio adquirido com critério. A carga histórica e simbólica que a envolve - retrocedendo na cronologia do barroco 1 Peter Handke, Poema à duração, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002, p.53

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Do barroco para o barroco - está a arte contemporânea Casa Museu Guerra Junqueiro, Porto Curadoria FÁTIMA LAMBERT e LOURENÇO EGREJA

GABRIELA ALBERGARIA | CRISTINA ATAÍDE | DANIEL BLAUFUKS | AMÉLIE BOUVIER | PEDRO CALAPEZ | MANUEL CAEIRO | JEANINE COHEN | ÂNGELA FERREIRA | RAMIRO GUERREIRO |GABRIELA MACHADO | VERA MOTA | DING MUSA | RODRIGO OLIVEIRA | CLAIRE DE SANTA COLOMA | ALEJANDRO SOMASCHINI | JOSE SPANIOL | PEDRO TUDELA | JOÃO PEDRO VALE & NUNO ALEXANDRE FERREIRA Do barroco ao barroco - está a arte contemporânea

… as obras reinventam-se, consoante os espaços, a duração e aqueles com quem se confrontam, uma e outra vez, sempre diferentemente, como se a paisagem mudasse de lugar.

Os 18 artistas, presentes nesta mostra, desenvolveram em contexto de residência, as obras que impulsionaram este projeto curatorial. Entre 2009 e 2013, as obras foram concebidas e apresentadas em diferentes edições da programação Carpe Diem – Arte e Pesquisa (Lisboa), sob curadorias de Paulo Reis e Lourenço Egreja. Entre maio e setembro de 2012, iniciou-se o “deslocamento” das obras – por via da extensão curatorial - no âmbito da mostra: Uma coleção de arte contemporânea para Josefa de Óbidos (curadoria de Fátima Lambert e Lourenço Egreja). Assim, cumpriu-se a primeira etapa do projeto de itinerância, baseado na versatilidade dos espaços escolhidos (versus desenho de montagem em adequação) e correspondendo ao desafio instituído neste procedimento de “viagem” das peças. As obras, que se apresentam na Casa Museu Guerra Junqueiro, foram compiladas para a exposição na Casa da Parra (edifico barroco galego) em Santiago de Compostela. Adquiriram uma outra existência fora do lugar e implantação específicos originários. Seguiu-se, depois, a 2ª mostra em Vila Nova de Cerveira. Agora, cabe o desafio – acarinhado pelos artistas, quanto pelos curadores – de chegarem à Casa-Museu Guerra Junqueiro, permitindo-se, mais uma vez, outras assunções e resultados. Sob o olhar esculpido, em 1970, por Leopoldo de Almeida que retratou o poeta, as peças atingem a errância destinada, proporcionando uma recepção dinâmica, improvisando interpretações e disponibilidades culturais. Esta exposição é um repouso do caminho, permanência e uma espécie de “peregrinação” estética que subvertem o sentido afirmado por Peter Handke: “…E os locais da duração também nada têm de notável, / muitas vezes nem estão

assinalados em nenhum mapa/ ou não têm no mapa qualquer nome.” 1 Evoquem-se as viagens do poeta que, ao longo de décadas, adquiriu as peças que integram a Coleção, doada pelos herdeiros à Câmara Municipal do Porto em 1940. A Casa-Museu Guerra Junqueiro é um equipamento museológico radicado num Palacete barroco (1730), cuja arquitetura se atribui a Nicolau Nasoni. Residindo num espaço patrimonial privilegiado, situa-se num envolvimento arquitetónico e urbanístico singular – Freguesia da Sé, Porto. É o local onde se cumpriu o anseio de Guerra Junqueiro, congregando o espólio adquirido com critério. A carga histórica e simbólica que a envolve - retrocedendo na cronologia do barroco

1 Peter Handke, Poema à duração, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002, p.53

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no Porto - aponta afinidade ao Palácio de Pombal (Palácio dos Carvalhos) – localizado em pleno Bairro Alto, Lisboa – local de onde as obras procedem ou foram geradas. A edificação lisboeta, berço do Marquês de Pombal, é, igualmente, uma referência emblemática no tecido urbano – entre a esquina da rua do Século e a rua da Academia das Ciências. À construção barroca, dos inícios do séc. XVII, acresce um amplo jardim, pontuado pela fonte. As caraterísticas do espaço exterior conferem-lhe a proporção de um arquivo, quase orgânico, densificado pela aura de tempos sobrepostos. Ambos espaços, situados em áreas históricas, estão na salvaguarda dos respetivos patrimónios culturais, zelando por suas identidades e projetando-se para o futuro, mediante a promoção da arte contemporânea e acolhendo propostas bem atuais. Ambas estruturas comprovam quanto, em sociedades perspicazes e lúcidas, os arcos cronológicos providenciam a exponencialidade dos tempos vindouros. Abrigam poéticas e autorias artísticas, provenientes de países como Moçambique, Argentina, Brasil, Bélgica, França e Portugal… com raízes e experiências de viagens por tantos mais destinos.Tal confluência de origens é, por si só, demonstrativa de como as viagens e as permanências se organizam, convergindo nas intenções e produtos artísticos, ultrapassando fronteiras, denotativas de miscigenações: “O viajante, no seu movimento incessante, vê tudo à distância.”2 A distância, que se tenha para rececionar as coisas de arte, corresponde a um movimento de “duplo sentido” – talvez, seguindo Benjamin, seja uma …rua de sentido único, convergência de ações que desenham o desenvolvimento social e cultural. A duplicidade, abertura, para olhar as obras, apropriando-se de idiossincrasias e particularidades, expande-se. Preserva-lhes, todavia, a autonomia que muito precisamente as distingue. Se, por um lado, a obra se realiza – em casos específicos, na relação ao local pré-estabelecido, por outro lado, a espessura e densidade da concreção (independendo da sua filiação estética) permite que se reveja a sua função originária, acrescendo-lhe a alteridade. As produções realizadas pelos 18 artistas, neste périplo, propõem leituras em processo, correspondendo a intervenções socioculturais e artísticas expandidas. Compreensões diferidas, apropriações ativas, regidas pelas convições de sustentabilidade e diálogo institucional, viabilizadas por entidades e organizações de responsabilidade pública e societária, em articulação aos artistas e demais operadores culturais. Pretendeu-se, pois, vivificar obras em contexto de descentralização cultural, atendendo à componente patrimonial mista (imaterial, natural e arquitetónica), num movimento fluído, em prol de futuro acrescido, consubstancializando-se no presente em atos de desenvolvimento. Entre o desenho, vídeo, pintura, fotografia, escultura e instalação alinham-se as expressões e os registos determinados na visibilidade da arte. Os 18 autores posicionam-se em tendências estéticas próprias que viabilizam diálogos entre si. Os denominadores comuns, que se podem detetar, residem na exigência e ética de conceção e criatividade que os move. Os valores estéticos confluem na rigorosa consciência do papel do autor na sociedade contemporânea, abrindo viagens para a revisão histórica da arte e da cultura no humano e alertando para o incontornável respeito pelas identidades pessoais. A ética do eu que colabora com os outros, para promover as condições de existência está implícita nos quadros concetuais das peças artísticas apresentadas. Propõem-se alguns tópicos para a leitura olhada das peças que integram a exposição que viajou de (lugar) barroco até outro (lugar) barroco, sob auspícios do mais contemporâneo: Arquivos de memórias e lembranças – pessoais e societárias; Exercícios de reescrita de olhares – sobre a paisagem, arquitetura e urbanismo; Apropriação de indícios, rastos e vestígios nos lugares; Sedimentação de conceitos - objetos quase desmaterializados / substâncias visuais e sonoras; Concreção de elementos e escritas – acerca do visceral e/ou

2 Nelson Brissac Peixoto – “Miragens”, Cenários em ruínas – a realidade imaginária contemporânea, Lisboa,

Gradiva, 2010, p.137

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do simulado; Isolamento de sinais, linhas e convergência de elementos compósitos; Indexação de tópicos – geografias localizadas e cartografias (quase) utopistas… Entre a visão intermediada de situações e pessoas, num mundo onde dominam culturas que visibilizam paradoxos, dogmas e ambiguidades e as “capitais dolorosas” das poéticas (Paul Éluard dixit) existem inúmeras redenções, que no tempo e o espaço, são sistematizadas e acontecem em obra. Entre coordenadas, por vezes quase oposicionais, avançando para resoluções singulares, os autores desenvolvendo trabalho nestas décadas iniciais do séc. XXI, asseguram, portanto, a riqueza das perspetivas diferenciadas. Está-se perante decifrações convictas, definidas por estratégias pertinentes que são decisórias e que mostram a impossível uniformidade de pensamento. É o tempo da versatilidade, das múltiplas opções que aos artistas melhor servem. O artista será um viajante, nos seus trajetos e processos. E as suas produções viajam, tornando-se experiências para os públicos diversos que as acolhem e delas se apropriam.

“O pensamento só é interessante quando é perigoso.”3 Maria de Fátima Lambert

3 Michel Maffesoli, O ritmo da vida – variações sobre o imaginário pós-moderno, RJ/SP, Record, 2007, p.13

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ARTISTAS PEDRO CALAPEZ Ficha técnica

Árvore Jacente II 251 x 447 cm Impressão Ultrachrome, jacto de tinta s/papel acid free 112 folhas 35 x 27 cm., espaçadas aprox. 0,5/1cm- 7 linhas e 16 colunas. Edição de 2, 2013 Biografia Pedro Calapez nasceu em Lisboa (1953) onde vive e trabalha. Começou a expôr os seus trabalhos nos anos 70 e em 1982 teve a sua primeira exposição individual. Desde então, tem vindo a expor individualmente em várias galerias e museus, nomeadamente Histórias de objectos, Casa de la Cittá, Roma, Carré des Arts, Paris e Fundação Gulbenkian, Lisboa (1991); Petit jardin et paysage, Salpêtriére Chapel, Paris (1993); Memória involuntária, Museu do Chiado, Lisboa (1996); Campo de Sombras, Pilar i Joan Miró Foundation, Maiorca (1997); Studiolo, INTERVAL-Raum fur Kunst & Kultur, Witten, Germany (1998); Madre Agua, MEIAC - Contemporary Art Museum, Badajoz and CAAC - Andalucia Contemporary Art Centre (2002); Selected works 1992-2004, Fundação Gulbenkian, Lisboa (2004); piso zero, CGAC - Galicia Contemporary Art Centre, Santiago de Compostela (2005); Lugares de pintura , CAB - Caja Burgos Art Centre, Burgos (2005). Das exposições colectivas que fez parte é particularmente importante referir a Bienal de Veneza (1986) e de São Paulo (1987 and 1991) e as exposições: 10 Contemporâneos, Museu de Serralves, Porto (1992); Perspectives, Marne-La-Vallée Contemporary Art Centre (1994); The day after tomorrow, CCB – Centro Cultural de Belém, Lisboa (1994); Ecos de la materia, MEIAC, Badajoz (1996); Tage Der Dunkelheit Und Des Lichts, Bonn Art Museum (1999); EDP.ARTE, Museu de Serralves, Porto (2001); Del Zero al 2005. Insights on Portuguese art - Marcelino Botín Foundation, Santander (2005); Beaufort Outside - Inside, Contemporary Art Triennial, PMMK Museum, Ostende (2006). www.calapez.com

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2. DANIEL BLAUFUKS

Ficha técnica A memória dos outros, 2010, 5 fotografias c-print Biografia Daniel Blaufuks nasceu em Lisboa em 1963, numa família de refugiados judeus alemães. A sua formação dividiu-se entre a AR.CO, Lisboa, o Royal College of Arts, Londres, e a Watermill Foundation, Nova Iorque. Desde «My Tangier» (1991), em que colaborou com o escritor Paul Bowles, que o seu trabalho se tem centrado na relação entre fotografia e literatura. Mais recentemente, em «Collected Short Stories» (2003), apresentou vários dípticos fotográficos numa espécie de "prosa de instantâneos", um discurso baseado em fragmentos visuais que insinuam histórias privadas a caminho de se tornarem públicas. A relação entre o público e o privado tem sido uma das constantes interrogações no seu trabalho, assim como a ligação entre a recordação pessoal e a memória colectiva. Utilizando principalmente fotografia e vídeo, é autor de livros, instalações, filmes e diários fac-similados, como «London Diaries» (1994) e «Uma Viagem a São Petersburgo» (1998). Depois de «Sob Céus Estranhos» (2002), realizou «Um Pouco Mais Pequeno do Que o Indiana» (2006), um ensaio sobre paisagem e memória colectiva em Portugal. O seu trabalho encontra-se representado em várias colecções, entre as quais a da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), a Colecção Berardo (Lisboa), o Centro Galego de Arte Contemporânea (Santiago de Compostela), o Palazzo delle Papesse (Siena), a Sagamore Collection (Miami), e The Progressive Collection (Ohio). Em 2007, foi o vencedor do Prémio BES Photo 2006, o mais importante prémio nacional de fotografia. www.danielblaufuks.com

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ALEJANDRO SOMASCHINI

Ficha técnica Arquivo Carpe Diem #4 barro , 2010 argila; cerâmicas; texturas do piso do Palácio de Pombal; forno de Almada; arame Biografia Alejandro Somaschini nasceu em Buenos Aires, Argentina onde vive e trabalha. Formado em Ciência da Educação e Comunicação Social, pela USAL, inicia a sua atividade artística participando de circuitos de Arte Postal e poesia visual. As desproporções e as falhas nos diversos sistemas (de informação, de produção, de montagem, publicitários, de embalagem, etc.) são os temas que aborda em cada um de seus trabalhos.

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GABRIELA ALBERGARIA

Ficha técnica Fingidos 2013, Desenho texto, Lapis verde e acrílico sobre papel, dimensão variável (total em bloco 100 x 193 cm) Fingidos, 2013, Lápis verde e acrílico s/ pape, l73 x 204 cm Biografia Gabriela Albergaria nasceu em 1965, em Vale de Cambra, Portugal. Vive e trabalha em Nova Iorque. Em 1985 concluiu a licenciatura em Artes Plásticas – Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Expõe regularmente desde 1999. Fez parte de vários programas de residências artísticas, entre as quais: Kunstlerhaus Bethanien, Berlim (2000/2001); Cité Internationale des Arts, Paris (2004): Villa Arson, Centre National d'Art Contemporain, Nice, France (2008); Museu de Arte Moderna da Bahía, São Salvador da Bahía, Brasil (2008); The University of Oxford Botanic Garden in collaboration with The Ruskin School of Drawing and Fine Art, Oxford, UK (2009/2010). Em 2002/2003 foi nomeada para o prémio Ars Viva – Landschaft na Alemanha. Em 2008 foi nomeada para o Prix Pictet 2008 – The World's Premier Photographic Award in Sustainability. O seu trabalho integra várias colecções privadas e públicas. É representada pela Vera Cortês – Agência de Arte Contemporânea e pela Galeria Vermelho, Brasil. www.gabrielaalbergaria.com

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JOSE SPANIOL

Ficha técnica A História do Homem, 1994- 2009, impressão tipográfica, 200x240 cm Biografia José Paiani Spaniol nasceu em São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul, Brasil, 1960. Pintor, desenhador, gravador, escultor e professor. Entre 1978 e 1983, frequentou o curso de artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, em São Paulo, e teve aulas de gravura com Evandro Carlos Jardim (1935). Paralelamente, frequentou cursos de modelo-vivo e pintura de paisagem na Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp. Nesta instituição, entre 1985 e 1986, orientou oficinas de pintura e gravura. Em 1988 e 1989, foi professor de artes plásticas na Faap. Realiza a mostra individual Pinturas e Objetos, em 1989, na Pesp. Vive em Colónia, Alemanha, entre 1990 e 1993, como bolsista do Deutscher Akademischer Austauch Dienst - DAAD [Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico]. Em 2003, com Marco Giannotti (1966), Mário Ramiro (1957) e Osmar Pinheiro (1950), cria o espaço de ensino e pesquisa de arte Oficina Virgílio, em São Paulo. No mesmo ano, faz a exposição individual no Museu Alfredo Andersen, em Curitiba. www.josespaniol.com

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AMÉLIE BOUVIER

Ficha técnica Maquette Para Um Continuum Em Três Tempos, Série de 10 desenhos Lapis sobre papel (moldura em mdf), 20 x 29 cm, 2011 Biografia Nascida em Dezembro de 1982 em Paris. Vive e trabalha actualmente entre Lisboa e Bruxelas. Licenciada em comunicação visual pela Universidade de Belas Artes de Toulouse (França) em 2008, regressou recentemente a Lisboa onde tem vindo a desenvolver o seu trabalho como artista visual. Bolseira da segunda edição do programa Inov-art em 2010, colaborou no Centre d’édition contemporaine em Genebra, Suíça. Participou em exposições colectivas internacionais tais como Final Fight (2008) e L’Atelier des Ouragants (2009) no centro de Arte Lieu-Commun, Toulouse (França) e em Braconnages / Passage(s): une exposition 2ª edição, na mediateca do museu Les Abattoires de Toulouse. Em Portugal realizou uma exposição individual na livraria Trama – ELES – Lisboa, em 2010 e participou na exposição colectiva Estética Solidária III na Galeria Abraço, em Lisboa, no mesmo ano. Amélie Bouvier foi recentemente premiada pelo público no prémio Jeunes Crétion do centro de Arte Le Moulin des Artes de Saint-Remy e foi finalista do prémio CIC’Art, ambos em França. Foi seleccionada para participar no projecto Rooms Junho das Artes em Óbidos e foi convidada para participar na 16ª Bienal de Cerveira com o trabalho EnvelopperII e na 6ª Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe com o trabalho Reseau(x). ameliebouvier.com

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MANUEL CAEIRO

Ficha técnica A Nave #1, 2013, Fotografia c-print, 120 x 90 cm A Nave #2, 2013, Fotografia c-print, 120 x 90 cm Biografia Manuel Caeiro nasceu em Évora em 1975. A pesquisa pictórica de Manuel Caeiro é produto de uma reflexão que abarca várias disciplinas artísticas. Arquitetura, desenho e pintura são confrontadas na construção do espaço, que colocam o espectador não como mero assistente, mas também como usufruidor e construtor. No trabalho de Caeiro a casa e as suas ramificações ocupam um lugar de destaque. Desde as suas primeiras pesquisas é notória a atenção que o artista confere “aos sinais do fazer e do fazer do tempo”. A memória é talvez a sua necessidade primária, a pintura encerra memória de outros espaços, que o artista descobre no seu inventar. O prazer de fazer pintura é natural, o espaço não é um dado obtido mas um desenvolvimento permanente, que o fazer da pintura revela. Nos seus trabalhos mais recentes concretizados com estruturas de segurança existentes em canteiros de obras, o artista procura ampliar o seu potencial pictórico e escultórico. O objetivo é a criação de espaços pictoricamente funcionais, que aproxime o espectador, de estruturas arquitectónicas que apelem à contemplação. Em 1999, Caeiro inicia o seu percurso ainda enquanto estudante da escola de Belas Artes de Lisboa. Desde então tem participado em diversas exposições individuais e coletivas, em Portugal e na Europa, sendo presença assídua na Feira de Madrid, ARCO. As suas mostras individuais mais importantes são: “Reconstruction and Rebuilding”, Guimarães, Portugal (2006); “Reconstruyendo el Vacío”, Léon, Espanha (2007); e “Paredes Ocas”, Barcelona, Espanha (2008). Das coletivas destacam-se “Surrounding Matta-Clark”, Lisboa, Portugal (2006) e “Parangolé”, fragmentos desde os anos 90- Brasil, Portugal e Espanha. A série Casas da Caparica em 2005, tem uma contribuição importante neste percurso, abrindo outros caminhos fundamentais para o desenvolvimento do seu trabalho

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JEANINE COHEN

Ficha técnica Owners left! #1, 2012, Acrylic on wood, 170 x 300 x 15 cm Biografia Jeanine Cohen (BE, 1951) vive e trabalha em Bruxelas. O trabalho de Jeanine Cohen consiste, sobretudo, em pinturas site-specific sobre parede para instituições e coleções públicas, privadas e empresariais. Em Portugal desenvolveu recentemente duas exposições individuais, uma na Galeria Caroline Pagès em Lisboa, com o trabalho Keeping things pretty straight, e outra na Galeria Presença, no Porto. Na Bélgica a artista expôs no Palais des Beaux-Arts (BOZAR), no Centro de Arte Nicolas de Staël, no Museu de Tapeçaria, no Centre for Contemporary Non-Objective Art, no Centre de Couleur Contemporaine CO21 e nas seguintes galerias em Bruxelas: Nomad, Archetype, Etiene Tilman, In Situ, 175 e X+. Em 2011, Cohen participou no festival de escultura contemporânea Escaut. Rives, Derives no Cambrai Fine Arts Museum, em França. Em 2008 foi comissariada para criar a fachada de 900m da nova extensão do Museu de Fotografia em Charleroi (Bélgica). O trabalho de Jeanine Cohen faz parte de coleções públicas e empresariais na Bélgica (Comunidade Francesa na Bélgica, Winterthur, Zurique, Agoria Group, Quai 55), Suécia (Statens Konsrad), Islândia (SAFN Museum) e em numerosas coleções privadas na Bélgica, Islândia, Israel, Inglaterra, E.U.A., Portugal, Espanha e França.

www.jeaninecohen.net

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GABRIELA MACHADO

Ficha técnica Série ‘Jardins de Lisboa’, 2011, Acrilico sobre papel, 200 x 152 cm

Biografia Nasceu em Santa Catarina, em 1960. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula (RJ), 1984. Antes de se dedicar exclusivamente às artes plásticas a partir de meados dos anos 80, participou de trabalhos de restauração na Fundação Roberto Marinho. "Morava numa casa do século XVIII com afrescos pintados por José Maria Villaronga. Meu pai gostava muito do cuidado com a recuperação dos afrescos e da arquitetura da casa. Pude assistir de perto a riqueza desse trabalho detalhado, ao longo da minha infância." Gabriela estudou gravura, pintura, desenho e teoria da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro, 1987-1992). Frequentou cursos em História da Arte, ministrados pelos críticos Paulo Venâncio Filho, Paulo Sérgio Duarte (1993-1995) e cursos de Estética e História da Arte, ministrados por Ronaldo Brito, na PUC e UNI/RIO (Rio de Janeiro, 1992-1997). No ano de 2009, Gabriela Machado foi vencedora do Prêmio de Artes Plásticas FUNARTE Marcantonio Vilaça. Inaugurou o espaço da Caixa Cultural de São Paulo com a exposição Doida Disciplina (2009), com curadoria de Ronaldo Brito após realizar a mesma exposição na Caixa Cultural do Rio de Janeiro e lançar um livro homônimo (Doida Disciplina – Editora Aeroplano, Rio de Janeiro) com sua produção mais recente.

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Em 2008, Gabriela fez uma exposição individual na Galeria 3 +1 em Lisboa, Portugal e foi também contemplada com o prêmio Marcantonio Vilaça em aquisição coletiva da Fundação Ecco (Brasília). Ainda em 2008 lançou um livro intitulado Gabriela Machado (Editora Dardo, Santiago de Compostela, Espanha), com um apanhado de textos críticos e imagens de diferentes fases da sua carreira. Entre as suas exposições individuais ocorridas em anos anteriores destacam-se: Desenhos no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, com texto de Paulo Venâncio (2002); Centro Universitário Maria Antônia, texto de Afonso Luz (São Paulo, 2002); Neuhoff Gallery de Nova York, com texto de Robert Morgan (2003). Podemos citar ainda: Largo das Artes, juntamente com o escultor José Spaniol (Rio de Janeiro, 2007), Pinturas, na Galeria Virgílio, com texto de Alberto Tassinari (São Paulo, 2006); Pinturas, H.A.P. Galeria, texto Ronaldo Brito (Rio de Janeiro, 2005); H.A.P. Galeria, texto Paulo Sergio Duarte (Rio de Janeiro, 2002); Projeto Macunaíma, na Funarte (Rio de Janeiro,1992). Teve seus trabalhos representados em importantes feiras internacionais, com destaque para Valencia Art (2009), Arte Lisboa (2009, 2008 e 2006) e Pinta Art Fair em Nova York (2008 e 2009). Também em 2008 expôs com grande repercussão e reconhecimento na ARCO'08 - Feira de Arte Contemporânea em Madrid (2008), onde ocupou por inteiro o stand da H.A.P. Galeria. Outras participações em feiras e exposições coletivas incluem outros anos na ARCO Madrid (2001/1998); SP Arte (São Paulo, 2008/2007/2006/2005); Arquivo Geral (Rio de Janeiro, 2008/2006/2004); Art Chicago (Chicago, 2004); Art Cologne (Alemanha, 2003); San Francisco International Art Exposition (NY, 2002); Desenho Contemporâneo, Centro Cultural São Paulo e Caelum Gallery (NY, 2002); Novas Aquisições Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM (Rio de Janeiro, 1998); Paço Imperial (Rio de Janeiro, 1998); Mostra América (1995); 1ª Bienal Nacional da Gravura (São Paulo, 1994); Centro Cultural São Paulo (1993); X Bienal do Desenho de Curitiba (1991); Projeto Macunaíma, na Funarte (Rio de Janeiro, 1992/1990). A obra de Gabriela Machado alcança gradualmente novos espaços fora do país. Além da exposição lisboeta em 2008, em 2002 a Neuhoff Gallery de Nova York inseriu o trabalho da artista em duas coletivas – uma delas, The Gesture, junto com conceituados pintores americanos como Frank Stella e Franz Kline. Já apresentou seus trabalhos em Bergen, na Noruega, a convite da curadora Mallin Barth. www.gabrielamachado.com.br

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VERA MOTA

Ficha(s) técnica(s) 1. a-, 2011. Aguarela e tinta da china sobre papel. 76,5 x 58 cm. 2. Schema (amarelo de Nápoles I), 2011. Aguarela, acrílico e grafite sobre papel artesanal de algodão. 75 x 55cm 3. Schema, 2011. Guache e tinta da china sobre papel. 70 x 50 cm 4. S/ título, 2012. Guache e tinta da china sobre papel. 70 x 50 cm

Biografia Nasceu em 1982. Vive e trabalha no Porto. Em 2008, termina o Mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas (2006/2008),na Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto, (FBAUP). Licenciada em Artes Plásticas – Escultura, FBA.UP, 2005. Conclui o curso de pesquisa e criação coreográfica, pelo Fórum Dança, Porto, em 2006. Recebe bolsa por mérito da FBAUP e prémio de melhor aluno finalista do Curso de Artes Plásticas – Escultura, 2005. Bolseira Erasmus na Academia de Belas Artes de Bolonha, Itália, 2004. Exposições individuais: em 2012, SCHEMA, Appleton Square, Lisboa; Galeria pedro Oliveira, Porto; em 2011, Acontecimento V, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lx; Acontecimento III, Espaço Campanhã, Porto; [kri :s], Galeria Fernando Santos, Porto; VER A, MCO Arte Contemporânea, Porto, 2007; Vestígios, MCO Arte Contemporânea, Porto, 2006. Espaços dolorosos, Cirurgias Urbanas, Porto. Exposições colectivas: Está a morrer e não quer ver, 2009, (comissariada José Maia), Espaço Campanhã, Porto. Em 2007, Deslocações, (comissariada Rui Prata), Braga Parque, Braga; Pack, Reitoria Universidade do Porto; Distorciones e identidad, Badajoz, Espanha; Antimonumentos, Viseu (comissariada por Miguel von Hafe Pérez). All my independent Women, EIRA 33, e Anteciparte, 2006, Lisboa. Em 2005, Blue Screen, Galeria do Palácio, Porto; Bienal de Cerveira, Tui. Outros lugares, Faculdade Direito, Univ. do Porto, 2004. Contra péssimos hábitos, Maus Hábitos, Porto, 2003. Realiza ainda, com frequência, trabalhos no âmbito da performance dos quais se destacam, entre outros: Perfection in your hands, Apêndice, Porto; S/ Título (Gravidez) - I Acto, Arco, Madrid, Espanha; Can, MCO Arte Contemporânea, Porto, 2006; Eu desejo, Artes Múltiplas e Cão Danado, Porto, 2005; Corto os pulsos, Bolonha, Itália, 2004; How do you look? Maus Hábitos, Porto, 2003; Co (po) patologia, CENTA, Castelo Branco, 2002. Participou em performances colectivas: Entretanto, em colaboração c/ António Pedro Lopes, Porto, 2006; As.Atletas.Porto.2003, com Nadia Lauro e Franz Poelstra, MAC Serralves, Porto, 2003.

veraamotaa.blogspot.pt

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CLAIRE DE SANTA COLOMA

Ficha(s) técnica(s) Line series #1, 2011, Tinta da china sobre papel, 29,5 x 21,5 cm

Line series #2, 2011, Tinta da china sobre papel, 29,5 x 21,5 cm

Line series #3, 2011, Tinta da china sobre papel, 29,5 x 21,5 cm

Line series #4, 2012, Tinta da china sobre papel 32 x 24 cm Biografia Claire de Santa Coloma (Buenos Aires, 1983) vive e trabalha em Lisboa. Estudou talha direta no Atelier Beaux Arts em Paris entre 2003 e 2007 e na mesma altura concluiu a licenciatura e mestrado na Sorbonne. Entre 2007 e 2009 é artista em residência na Casa de Velázquez, em Madrid. Em 2009 recebe o prémio da Académie des Beaux-Arts, Institut de France Prix Georges Wildenstein. Entre 2009 e 2010 frequenta a Independent Study Program da Mamaus, Escola de Artes Visuais em Lisboa e, a partir da qual, é convidada a participar de forma paralela à 29ª Bienal de São Paulo. Participou de diversas exposições individuais e coletivas nacionais e internacionais, das quais se destacam As coisas que aparecem, Biblioteca Joanina, Universidade de Coimbra, Coimbra (2012) mcm, jugada a tres bandas, Galeria José Robles, Madrid (2012); Ensaio sobre o equilíbrio, na Bienal de Cerveira de 2011, V.N. Cerveira; Colección José Luis Lorenzo, Museo Superior de Bellas Artes Evita, Palacio Ferreira, Córdoba, Argentina (2011); Escape, Lund Konsthalle, Lund, Suécia (2011); A escassez nos salvará da catástrofe. Galeria 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2011), A experiência da Medida. Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa (2010); Artistes de la Casa de Velázquez 2009, Espace Evolution Pierre Cardin, Paris (2009); Paisajes en el arte contemporáneo, Casa de Velázquez, Madrid (2008)

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PEDRO TUDELA

Ficha técnica That emerges of some unknown place, 2012 , Madeira; cabos de aço; altifalante (dimensões variáveis) Biografia Nascido em Viseu em 1962, Pedro Tudela estudou pintura na Espab. É professor na FBAUP desde 1999 e um dos principais nomes da instalção e da música tecno em Portugal. foi co-fundador do grupo missionário: organizou exposições nacionais e internacionais de pintura, arte postal e performance e autor e apresentador dos programas de rádio “escolhe um dedo” e “atmosfera reduzida” na xfm entre 1995 e 1996. Em 1992, por ocasião da exposição “mute…life” funda o colectivo multimédia mute life dept. É dj desde esta mesma altura. Colabora com o grupo virose e ingressa na [virose-associação cultural e recreativa] a partir de 2000, é co-fundador e um dos elementos do projecto de música electrónica @c, e um dos elementos da media label crónica. É também elemento do trio beat map, com miguel carvalhais e joão cruz. Actualmente vive a trabalha no Porto. www.pedrotudela.org

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RODRIGO OLIVEIRA

Ficha técnica Gato, 2010, Gambiarras em macramé;fios eléctricos coloridos; lâmpadas; instalação eléctrica. Biografia Rodrigo Oliveira nasceu em 1978, em Sintra, Portugal. Vive e trabalha em Lisboa, Portugal. Graduado em escultura pela Escola de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 2003, cursou o Independent study programme, da Maumaus, participou do programa Erasmus na Universität der Künste Berlim, Alemanha. Em 2006 obteve o título de mestre em artes visuais pelo Chelsea College of Art & Design, Londres. Participou de inúmeras mostras colectivas e individuais entre as quais destacam-se: At First Sight, galeria Filomena Soares, Lisboa; Ekosusak 2008 - International Festival of Ecoculture, Susak Island, Croatia; Partilhar Territórios, V Bienal de Arte e Cultura de S. Tomé e Príncipe; On the edge, in the middle, New Portuguese Art I, Janalyn Hanson White Gallery, Cedar Rapids, Iwoa; Where are you from? Contemporary Portuguese Art / De onde és? Arte Contemporânea de Portugal, Faulconer Galley, Grinnell, Iowa, USA; Cidades invisíveis, trabalhos da colecção PLMJ, Lisboa; There’s no place like home, Homestead gallery, Londres; Território Oeste, Aspectos Singulares del Arte Portugués Contemporáneo, MACUF - Museo de Arte Contemporáneo Unión Fenósa, A Coruña, Espanha, entre outras. www.rodrigooliveira.com

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ÂNGELA FERREIRA

Ficha técnica Werdmuller Centre (detail of Studio Version for Carpe Diem) (díptico), 2010 Jacto de tinta de pigmento sobre papel fotográfico barita, 30 cm x 22,5 cm.

Biografia Com dupla nacionalidade, a artista tem vivido alternadamente entre a África do Sul e Portugal. Completou estudos na Michaelis School of Fine Arts da Universidade de Cape Town, em 1985, e residiu nos anos seguintes em Lisboa, onde rapidamente se afirmou no meio artístico. Portugal é um país estranhamente desprovido de memória sobre a história recente, sobretudo no que diz respeito ao passado colonial. Sendo a primeira a eleger essa questão como temática, a autora inaugurou em termos nacionais uma nova problemática artística. A questão das identidades, considerada em termos de cultura, género, etnia ou orientação sexual, enquadra todo o debate artístico dos anos 90. Utilizando a sua dupla experiência cultural, europeia e africana, Ângela Ferreira procura encontrar esse difícil ponto de vista que se apresenta como um não-ponto de vista, ou seja, como uma proposta de diálogo continuado. A artista desconstrói o referencial minimalista minando-o com o poder evocativo da memória. Entre 1996 e 1997 empreende um projecto emblemático na Fundação Chinati, Marfa, Texas, onde Donald Judd depositou o seu espólio, criando uma instalação que evoca a artista popular Sul-Africana Helen Martins. Em Nieu Bethesda, lugar da residência desta, instala objectos reminiscentes da obra de Judd. A dupla instalação foi nomeada Double Sided e através dela Ângela Ferreira cria uma dialéctica de contextos que permanece um testemunho da transciência geográfica e cultural da existência. Em Amnésia (1997) produz um cenário de estilo colonial, usando mobiliário de época para recriar uma sala de estar onde o espectador é convidado a sentar-se assistindo a um vídeo de carácter sentimental sobre o passado colonial português. Na sala contígua três troncos de árvores africanas jazem no chão. A ambivalência na relação com a memória colonial faz-se sentir tanto no tratamento da "história oficial" quanto no modo como se lhe associam referências pessoais. Organizando, justapondo e confrontando objectos, memórias e arquitecturas, Ângela Ferreira empreende uma estratégia de interrogação que tanto se dirige a um paradigma do artístico, pelo constante questionar da estrutura modernista, a nível formal, quanto a um paradigma civilizacional, pelo constante questionar de determinismos culturais, a nível conceptual. Foi escolhida para a Representação Portuguesa na Bienal de Veneza 2007.

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CRISTINA ATAÍDE

Ficha técnica Lar Doce Lar, lápis glasochrom sobre papel impresso, 2012, 1,82 x 14,5 m Biografia 1951 Nasceu em Viseu. Vive e trabalha em Lisboa. Licenciada em Escultura pela ESBAL, Lisboa. Frequentou o Curso de Design de Equipamento da ESBAL, Lisboa. Foi directora de produção de Escultura e Design da Madein, Alenquer de 1987 a 1996. Integra o grupo de estudos do Atelier Fidalga, S. Paulo, Brasil desde 2010. www.cristinataide.com

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DING MUSA

Ficha técnica Fronteira , 2012 , Fotografia, 110 x 150 cm Fronteira , 2012 , Fotografia, 110 x 162 cm

Biografia Ding Musa é artista e fotografo profissional, participou de exposições em diversos países, em galerias, instituições e museus. Fez residência de arte em Cardiff, Wales em 2004 e desenvolve seu trabalho de arte morando na cidade de São Paulo. Ding tem suas fotografias publicadas em livros, revistas e catálogos, trabalha com fotografia e direção de fotografia para cinema. Dirigiu a fotografia para curtas metragens séries de web, documentários e vídeo clips. Recentemente dirigiu a fotografia do longa metragem "Campo da Paz", realizado na Palestina. Atualmente realiza longa metragem sobre a Dominguinhos. Ding tem suas obras em diversos museus no brasil e no exterior, como os Museus de Arte Moderna de Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, além do Fortaleza, MAC de Goiás, MEP em Belém, SARP em Ribeirão Preto, entre outros. Fez cenografia para a peça de teatro "as desgraçadas" Ministrou aulas de história da fotografia no SESC Santana em 2010 e também no Senac Santana em 2009. Ding Musa nasceu e trabalha em São Paulo.

www.dingmusa.com

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JOÃO PEDRO VALE e NUNO ALEXANDRE FERREIRA

Ficha técnica Werther Effect , 2013, Vídeo HD, 16:9, cor, som, 85 min

Biografias João Pedro Vale nasceu em 1976 em Lisboa, onde vive e trabalha. Licenciou-se em Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e estudou na Escola Maumaus. Tem realizado, desde 1999, diversas exposições individuais e colectivas tanto em Portugal como no estrangeiro. Das suas exposições individuais destacam-se: Galeria Leme, São Paulo (Brasil); NurtureArt, Nova Iorque (EUA); Fundação PLMJ, Lisboa; Museu do Chiado, Lisboa; Wuestenhagen Contemporary, Viena (Áustria); Museo Union Fenosa, Corunha (Espanha). Das suas exposições colectivas destacam-se: Fundação EDP; Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura; Museu do Chiado; Museu de Serralves; Museu Berardo; Elipse Foundation; CAM - Gulbenkian; Museo Patio Herreriano de Valladolid (Espanha); Centre PasquArt (Suiça); Estação Pinacoteca e Centro Helio Oiticica (Brasil); Gasworks, Londres (R.U.); Smithsonian Museum, Washington (EUA). As suas obras fazem parte de colecções particulares e públicas, entre as quais, Tate (Londres), Fundação de Serralves, Museu do Chiado e Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2002 foi nomeado para o Prémio União Latina e em 2004 ganhou o prémio City Desk de Escultura. Tem desenvolvido o seu trabalho em meios que vão desde a escultura à fotografia, performances e filmes. Tem produzido e realizado um conjunto de longas-metragens experimentais em parceria com Nuno Alexandre Ferreira, onde tem colaborado com actores como John Romão ou André Teodósio, apresentadas tanto em Portugal (Museu Colecção Berardo, Festival Temps d'Image, Queer Lisboa, Cine Clube de Ponta Delgada) como em Nova Iorque (SVA Theater). Desenvolve ainda o projecto editorial “P-Town”, um queerzine de cruzamento de temáticas LGBT e a ideia de portugalidade. www.joaopedrovale.com Nuno Alexandre Ferreira nasceu em Torres Vedras, em 1973. Vive e trabalha em Lisboa. Estudou Sociologia na Universidade Nova de Lisboa. Desde 2004 que colabora com João Pedro Vale em projectos em onde proliferam, desde 2008, meios que vão desde a escultura à fotografia, passando pela produção de exposições, performances e filmes. Em 2009 apresentaram "Hero, Captain and Stranger" (Cine Paraíso, Museu Colecção Berardo e SVA Theater em Nova Iorque). Em 2010, “English As She Is Spoke" (Cine Clube de Ponta Delgada, Cinema Nimas/Festival Temps d'Image e Fundação PLMJ) e em 2012 "O Rei dos Gnomos" (Paço dos Duques/Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, Galeria Leme – Brasil – e Teatro do Bairro/QueerLisboa). Desde 2011 que desenvolve, em parceria com João Pedro Vale, o projecto “P-Town” resultante de uma residência que ambos realizaram em Provincetown, Massachusets (EUA) com a realização de exposições (NurtureArt, em Nova Iorque e Galeria Boavista em Lisboa) e publicação de um queerzine de cruzamento de temáticas LGBT e a ideia de portugalidade.

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RAMIRO GUERREIRO

Ficha técnica: Corredor com abertura zenital para capela, 2011, Desenho, colagem e decalques sobre papel (técnica mista), 61 X 49 cm (a folha), 73 x 61 cm (com moldura em caixa de faia crua). Mostrado na exposição individual com o mesmo nome, CDAP, Lisboa. Biografia Ramiro Guerreiro (Lisboa, 1978). Vive e trabalha em Lisboa. O artista começa o curso de Arquitectura na Faculdade de Arquitectura do Porto e vem a terminar os seus estudos no programa de Estudos Independentes da escola Maumaus, em Lisboa. Ramiro expõe regularmente desde meados dos anos 2000. Das suas recentes exposições individuais, destacam-se as seguintes: “Teatro del Mondo” (Casa d’Os Dias da Água, Lisboa, 2007); “Vislumbre” (Igreja de São Tiago, Óbidos, 2008); “Acções, Propostas e Uma Intervenção” (Lumiar Cité, Lisboa, 2009); “Verdes Anos” (Sala do Cinzeiro 8 do Museu da Electricidade, Lisboa, 2009). Realizou também várias residências artísticas: na Casa Velásquez em Madrid (2005), e no Palais de Tokyo (2009/2010).

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EXPOSIÇÃO FICHA TÉCNICA CURADORIA FÁTIMA LAMBERT LOURENÇO EGREJA

ASSISTENTE DE CURADORIA MARTA ALVAREZ, VALTER VENTURA

PRODUÇÃO TÂNIA GEIROTO MARCELINO

AGRADECIMENTOS PEDRO CALAPEZ | DANIEL BLAUFUKS | ALEJANDRO SOMASCHINI | GABRIELA ALBERGARIA | JOSE SPANIOL | AMÉLIE BOUVIER | MANUEL CAEIRO | JEANINE COHEN | GABRIELA MACHADO | VERA MOTA| CLAIRE DE SANTA COLOMA | PEDRO TUDELA | RODRIGO OLIVEIRA | ÂNGELA FERREIRA | CRISTINA ATAÍDE | DING MUSA | JOÃO PEDRO VALE | GALERIA GRAÇA BRANDÃO | GALERIA FILOMENA SOARES | VERA CORTÊS ART AGENCY | 3 + 1 ARTE CONTEMPORÂNEA | CAROLINE PAGÈS GALLERY | TÂNIA GEIROTO MARCELINO | BRUNO PORTUGAL | CAROLINA VICENTE | BRUNA LATINI | LAURA PASTOR | LUIS ALCATRÃO | MARIANA OLIVEIRA | FERNANDO PIÇARRA | VALTER VENTURA