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ADAPTADO POR NUNZIO DEFILIPPIS & CHRISTINA WEIR
ILUSTRADO POR KEVIN CORNELL
TRADUZIDO POR ENZO FIÚZA
F. Scott Fitzgerald
O CURIOSO CASO DE
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Nos idos de 1860, o normal era nascer
em casa.
Hoje, pelo que me dizem, os altos deuses da medicina
decretaram que o primeiro choro dos infantes deve ecoar pelos ares
anestésicos de um hospital.
Um bem moderno, de preferência.
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Assim sendo, os jovens sr. e sra. Roger Button estavam à frente de seu tempo, quando decidiram, no verão de 1860, que seu primeiro filho nasceria em um hospital.
Se esse anacronismo teve algo a ver com a fantástica história que estou prestes a narrar, nunca saberemos.
Apenas contarei o que houve, para que você mesmo decida.
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Os Roger Button tinham uma condição invejável, tanto social quanto financeira,
em Baltimore, antes da guerra.
Eles faziam parte de famílias importantes.
O que, como todo sulista sabia, lhes garantia um lugar entre a
enorme nobreza que povoava em larga escala a Confederação.
Era a primeira experiência deles com o antigo costume de
ter bebês.
Naturalmente, o sr. Button ficou nervoso.
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Ele queria que fosse um menino, para mandá-lo à Yale, em Connecticut.
Instituição na qual o próprio sr. Button foi conhecido por quatro anos pelo talvez até óbvio apelido de “botão”.
Na manhã de setembro que consagrou o grande evento, acordou às seis em ponto e se vestiu.
Ele se apressou para saber se as trevas da noite haviam trazido
uma nova vida à luz.
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O que houve?
O que é?
Como ela está?
Umgaroto?
O que--?
Calma!
Doutor Keene!
Ah, doutor Keene!
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Minhaesposa está
bem?
Sim.
É menino ou menina?
Pois bem! Peço que vá e veja por si mesmo!
Acha que um caso assim fará bem para
a minha reputação?
O que houve?
Trigêmeos?
Não! Nada disso! Vá lá e veja você
mesmo!
E procure outro médico.
Eu trouxe você ao mundo, meu rapaz, e tenho sido
o médico de sua família há quarenta anos...
...mas isso já é demais! Adeus!
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