Fepiano (IX)

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Edição nº 9 - Maio de 2014

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  • J pensaste onde vais trabalhar?

    Pginas 3 e 4

    AuditMark: marca a tua segurana, baralhando o teu sistema...

    Pginas 6 e 7

    As cryptomoedas Ser esta uma soluo utpica?

    Pgina 8 e 9

    Mobilidade Internacional no CanadEntrevista a estudante da FEP que elegeu o Canad como destino de estudos.

    Pginas 14 e 15

    Agenda Cultural Acompanha as estreias de cinema previstas para este ms.

    Pginas 16 e 17

    A retrospetiva da FEP LEAGUE, dos CNUe da NIGHT CUP

    Pgina 19

    n 9 maio 2014 distribuio gratuita Periodicidade: mensal www.facebook.com/fepianojornal

    http://livraria.vidaeconomica.pt

    Registe-se e acompanhe as novidades, lanamentos, campanhas e outras iniciativasPublicaes especializadas Edies tcnicas Formao

    PROF. JOS MARQUES DOS SANTOS, REITOR CESSANTE DA UP, AFIRMA

    Em Portugal, h uma cultura de jardim.Cada um quer mandar no seu.

    Pginas 10 a 13

    Pgina 17

  • 2 N 9 - maio 2014

    Passado todo este tempo, nunca imaginei que o travo agridoce, em hora de despedida, fosse to intenso. Doce pela enorme aprendizagem, pela irreverncia envolta neste so-nho tornado realidade e pela magia patente no contacto com as pes-soas que foram permitindo que o Fepiano seja o que , nos dias que correm. Por outro lado, o teor de acidez desponta da nostalgia com que me despeo deste formidvel e genuno conjunto de pessoas que, de edio em edio, se empenha , orgu-lhosamente, nes-sa rdua tarefa de gerar a essncia de se ser duplamen-te Fepiano. Olho para trs e con-templo um sem nmero de dias em que certas adversi-dades se asseme-lhavam a barreiras intransponveis. Hoje, quando as relembro, sorrio (de orelha a orelha). E fao-o por poder relembrar todos esses altos muros, partida inexcedveis, como suplantados por um coeso grupo de trabalho que, em todos eles, edifi cou uma escada que nos permitiu subir e vislumbrar o que permanecia ocul-to do outro lado dessas muralhas de contrariedades.

    A cada segundo, vo-se construin-do novos tempos e a ordem natural das coisas dita, de forma sbia, que

    necessria uma constante passagem de pasta. Esta necessidade ocorre para que algo no estagne nas mos das mesmas pessoas para que nada se mantenha activo segundo a mesma viso de anlise. Posto isto, possuo a convicta certeza de que a prxima Coordenao trar um novo sangue ao Jornal e far, tal como a actual, to-dos os esforos para que os nveis de rigor e de profi ssionalismo se mante-

    nham como traos constantes. Daqui em diante, fao votos para que esta cadeia dinmica se conserve e seja a garantia da constante e imprescind-vel evoluo do Fepiano.

    Sem margem para dvidas que preservarei para sempre, na minha memria mais especifi camente naquele nosso ba restrito a acon-tecimentos de maior orgulho , ser parte de um irreverente conjunto de jovens que enraizaram o Jornal Aca-dmico da Faculdade de Economia

    do Porto. semelhana do que dita a msica, com uma lgrima no canto do olho que sempre recorda-rei a sria responsabilidade assumi-da de ter coordenado juntamen-te com o Guilherme pessoas to admirveis, em termos intelectuais e humanos. H um desejo sincero de que a raiz que metaforiza o nosso sustentculo enquanto instituio, j fortemente robustecida, permanea

    vigorosa por uma srie inestim-vel de anos, pelo decorrer de um futuro com cada vez mais e melho-res recordaes. A saudade , de um modo irremedi-vel, um sentimen-to complexo. Mais ainda quando essa emoo se estabe-lece antes do tem-po devido. as-sim que sinto este fechar de pgina a expresso no

    se poderia revelar mais literal. A dor saudosista surge no momento em que o verdadeiro gesticular das mos, a prescrever um adeus, ainda no se efectivou. , por assim dizer, um salutar sofrer por antecipao. Em todo o caso, por mais tempo que passe e por mais longe que esteja, enunciarei sempre um ensinamento para mim prprio: para estar junto no preciso estar perto, mas sim do lado de dentro. por este lado que permanecerei!

    A passagem de um testemunho

    SEM AMARRAS

    GONALO SOBRAL MARTINS www.gsmartins.blogspot.pt

  • 3N 9 - maio 2014

    ALICE MOREIRAJOO PARREIRA

    O Fepiano apresenta-te, nesta edio, as dez melhores empresas para trabalhar em Portugal no ano de 2014, baseado num estu-do elaborado pela revista Exame, que teve em considerao crit-rios como o grau de envolvncia dos colaboradores com a empre-sa e a anlise das prticas de ges-to de capital humano. O que torna a empresa nica? O que leva os colaboradores a perma-necerem nela? Estas e outras per-guntas sero o nosso foco, onde procuraremos responder a todas as tuas dvidas.

    No topo do ranking, encontra--se a Ericsson que se insere no ramo das telecomunicaes, ten-do como viso ser lder no seu segmento de mercado, tornan-do a vida das pessoas mais fcil e providenciando novas formas de contacto, quer a nvel laboral, quer a nvel ldico. Sediada em Estocolmo, Sucia, esta empresa encontra-se em cerca de 180 pa-ses, empregando 114 000 colabo-radores e contando com 138 anos de existncia. Aproximadamente 40% das comunicaes mveis mundiais so realizadas atravs de equipamentos fornecidos pela Ericsson.

    Nesta multinacional, indepen-dentemente da tua funo, vais encontrar um ambiente desa-fi ante e motivador onde pode-

    rs defender a viso da empresa e ter oportunidades de desenvolvi-mento, em termos pessoais e pro-fi ssionais. Atravs de um acom-panhamento personalizado da carreira e das expectativas dos co-laboradores, providencia um me-lhor ambiente de trabalho aliado a uma maior fl exibilidade por se basear em objetivos e no em m-todos.

    Neste ano, foi ainda laureada com o prmio NAB Technolo-gy Innovation Awards, um dos maiores reconhecimentos da in-dstria de televiso, sendo que, em 2013, recebera o galardo TV Connect Award de Melhor servio mvel de TV, no sen-do estes os nicos reconhecimen-tos por parte de outras entidades. Este esprito de conquista espe-lhado pela afi rmao de Atallah, FAN Implementation Manager, presente desde 2008, que diz simplesmente: Join the winning team.

    Em segundo lugar, surge a CH Business Consulting, que peri-ta na gesto de pessoas e organi-zaes, sendo detentora do ttulo de consultora de gesto mais pre-miada em Portugal.

    Os seus constituintes, apelida-dos de monstros, assumem-se como consultores de topo, apli-cando solues de gesto dis-tinguidas como as melhores do mercado e tendo a exigncia e o profi ssionalismo como marcas de distino. O seu carto-de-visita

    Trs perguntas a Nuno RosoResponsvel de uma rea de competncia de gesto de redes, na Ericsson Portugal

    Quais foram os motivos que o fi zeram optar por trabalhar na Ericsson?

    Aps a concluso do meu cur-so, procurava uma pri-meira experincia pro-fi ssional e na altura a Ericsson estava a con-tratar estagirios.

    Sendo uma multina-cional, achei que seria o ideal para me dar uma boa experincia no mercado de tra-balho, que me pudesse ser til em futuras oportu-nidades. Alm disso, as redes mveis estavam em plena expanso e sentia que era uma rea em que poderia aplicar os conhecimentos adquiridos na Universidade.

    Como carateriza o ambiente de trabalho e as relaes com colegas e superiores?

    As relaes entre colegas e superiores na Ericsson Portugal so muito prximas, devido ao ambiente quase familiar que se respira. Por outro lado, sen-do uma organizao global, o constante contacto com outros grupos em todo o mundo permite-nos ter tambm um ambiente de grande diversidade cultural.

    Na Ericsson conseguimos conjugar a vida pesso-al e profi ssional, devido fl exibilidade de horrios e grande mobilidade que nos permite trabalhar em qualquer local. O apoio que dado pela Erics-son tambm muito importante e refl etido em seguros de sade para a famlia, apoio educao e prtica desportiva, entre outros.

    Quais so os conselhos que deixa aos nossos alunos que queiram integrar a Ericsson no seu futuro profi ssional?

    Apesar de ter o curso de Engenharia na FEUP, o meu conselho seria o de estarem atentos oferta de estgios profi ssionais ou de enviarem proativamente o perfi l e o CV.

    Apesar de ser uma companhia de forte cariz tec-nolgico e virada para os cursos de Engenharia, j temos tido estagirios da rea de Gesto para fun-es comerciais.

    J pensaste onde vais trabalhar?

  • 4 N 9 - maio 2014

    a satisfao dos seus clientes. Nas pa-lavras de Catarina Leite, uma das cola-boradoras da CH Business Consulting: Contamos com pessoas monstruosa-mente brilhantes.

    O facto de estar em segundo na lista-gem no mera coincidncia. Para esta empresa, o capital mais valioso de uma organizao so as pessoas, demons-trando uma preocupao crescente em tornar cada equipa numa famlia, orga-nizando diversas atividades para quem a integra, de forma a promover a unio de todo o grupo. Entre os prmios ga-

    nhos por esta consultora destacam-se vrias reas, tais como: satisfao dos clientes, gesto da mudana, satisfao dos colaboradores, gesto das pessoas, desenvolvimento do talento, liderana, comunicao interna e externa, inova-o, design e branding digital, sustenta-bilidade, desempenho econmico e de qualidade.

    Convidam, assim, novos membros a pertencerem a esta monstruosa famlia: be a monster!.

    J na terceira posio, a Philips assu-me-se como fornecedora de novas tecno-

    logias de cuidados de sade e de ilumina-o, bem como de produtos de consumo inovadores e relevantes a nvel local, sen-do que o alcance dos seus objetivos as-senta numa compreenso profunda das necessidades e dos desejos das pessoas. A empresa demonstra, assim, uma pre-ocupao pela sade e pelo bem-estar, querendo dar o seu contributo para criar uma sociedade sustentvel. Ao falar de bem-estar, a Philips refere-se, no s, a uma vida plena, feliz e sem preocupa-es, mas tambm comodidade, prote-o e segurana que devemos sentir no meio que nos rodeia.

    Ao juntares-te Philips, vais sentir o verdadeiro impacto das inovaes que esta coloca no mercado, o que te permite crescer pessoal e profissionalmente, en-quanto colaboras com o crescimento do negcio. Para alm disso, as oportunida-des para desenvolvimento pessoal na em-presa so baseadas no modelo 70/20/10 (70% aprendizagem no trabalho, 20% coaching e 10% treino), o que maximiza as tuas competncias e o teu potencial no mercado de trabalho. Por ltimo, os pacotes de remunerao da Philips cor-respondem aos das melhores empresas multinacionais, com a oportunidade de obteres prmios de desempenho.

    O restante Top 10 ocupado, respe-tivamente, pelas empresas: Hilti Portu-gal, Penha Longa Resort, Blip, Gatewit, Hotel Ritz Four Seasons, TNT Express Worldwide e RE/MAX.

    CAROLINA SILVA MARIANA RIBEIRO

    A sociedade moderna atual apresenta mutaes demogrficas de ampla escala e com importantes repercusses sociais, eco-nmicas e culturais. Esta evoluo caracte-riza-se por um gradual aumento do peso dos grupos etrios sniores e uma reduo do peso da populao jovem.

    Os portugueses, tal como acontece nos outros pases europeus, tm vindo a retar-dar a natalidade e a diminuir o nmero de filhos. A quebra de natalidade tem-se vin-do a acentuar nos ltimos anos, sendo que tal facto se deve, essencialmente, falta de apoio para os pais e para as crianas.

    A atual situao de crise em nada ajuda e o clima de instabilidade e incerteza deixa os casais espera at conseguirem encontrar a to dese-jada estabilidade profissional que, nos dias de hoje, leva muito tempo a concretizar, uma vez que o trabalho para a vida j no existe.

    Esta situao acarreta vrios problemas para o pas, como um acentuado desqui-librio no sistema de penses, causado pelo facto de o nmero de jovens inseridos no mercado de trabalho ser inferior ao de pensionistas.

    Assim, a importncia da participao da populao idosa no mercado de traba-lho constitui uma vertente significativa na promoo do envelhecimento ativo, na re-duo da pobreza que afeta desproporcio-nalmente os idosos desempregados/pen-sionistas e na melhoria da sustentabilidade do sistema de penses.

    No entanto, podemos tambm afir-mar que as alteraes demogrficas em Portugal constituem novas oportunida-des e desafios. Com o envelhecimento, surgem oportunidades de expanso de negcio, tais como o turismo snior, o ensino superior snior e os servios de ao social.

    Deste modo, podemos concluir que necessrio sensibilizar as geraes presen-tes para esta realidade. Contribuir para um envelhecimento ativo e de qualidade cons-titui uma obrigao social, promovendo uma ligao crescente entre geraes.

    Um compromisso intergeracional

  • 5N 9 - maio 2014

    A AIESEC est a promo-ver estgios internacionais de voluntariado atravs do seu programa SUMMER ABRO-AD. Estes estgios permitem aos jovens ter um desafio no exterior, num projeto de res-ponsabilidade social, sendo as principais reas de atuao a sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento de ONGs, a educao e a sade. So es-tgios de curta durao, desde 6 a 8 semanas e decorrem du-rante o perodo de vero, entre os meses de Junho a Setembro.

    Joo Afonso j viveu a sua experincia internacional e deixa-te o seu testemunho: Foi por volta desta altura do ano, em 2013, que comecei a ponderar fazer algo diferente no Vero. Algo que, mais do que enriquecesse o meu CV, enriquecesse a minha experi-ncia de vida. No foi difcil chegar concluso que um estgio de voluntariado pela AIESEC mais do que se en-quadrava nesta pretenso.

    As coisas acabaram por acontecer naturalmente e, quase sem dar conta disso, abandonei a minha ideia ini-cial de ficar pelo sul da Euro-pa para embarcar para a Indo-nsia. Foi muito sedutor para mim pensar no choque cultu-ral, na diversidade de desafios e nos problemas que poderia enfrentar.

    A verdade que fcil ficar-mos dentro da nossa zona de conforto, onde tudo nos fa-miliar e onde j temos as fer-ramentas que precisamos para fazer face aos problemas da vida mundana. Mas, na minha opinio, a vida no se faz disso. Na vida nem os problemas vo ser sempre iguais, nem os de-safios vo ser sempre os mes-

    mos. Como tal, fundamental que no nos deixemos acomo-dar e que possamos enfrentar os nossos medos.

    O resultado foi uma experi-ncia inacreditvel, onde, mes-mo nem tudo correndo bem, no mudaria nada. Vi paisa-gens desconcertantes, levei li-es de humildade, conheci um povo genuno e gentil, des-cobri muito sobre mim pr-prio e at mesmo sobre a na-tureza do ser humano. Tenho a certeza que, por mais anos que passem, nunca o brilho dos meus olhos vai desaparecer en-quanto falar sobre isto. Acon-selho sinceramente, e do fun-do do corao, a toda a gente, uma experincia do gnero.

    Uma experincia no es-trangeiro ser garantidamen-te inesquecvel e ajudar-te- a criar contactos em inmeros pases, o que se pode revelar crucial no futuro e projetar-te numa carreira internacional. As inscries esto abertas at dia 21 de Maio, uma oportu-nidade que nenhum estudante da FEP vai querer perder. Mais informao disponvel no site: www.aiesec.up.pt.

    A viagem que o mundo precisa

  • 6 N 9 - maio 2014

    Marca a tua segurana, baralhando o teu sistema...Nesta edio, partimos da ideia de Francis Bacon de que o homem deve criar as oportunidades e no somente encontr-las, para uma conversa com Rui Ribeiro, diretor executivo e cofundador da AuditMark. A AuditMark uma empresa focada em desenvolver solues para a segurana Web, que aposta numa mudana de paradigma, neste setor, ao colocar a primeira barreira de defesa a ataques logo no cliente.

    CAROLINA FERNANDESJOO SEQUEIRA

    Fundada por Rui Ribeiro e Pedro Fortuna, a AuditMark foi incubada no seio do UPTEC. O incio da sua ati-vidade remonta ao ano de 2008, que marcou, igualmente, a formao deste Parque de Cincia e Tecnologia. H quem diga que fomos incubados em simultneo, comentou Rui Ribeiro, em tom de brincadeira.

    A criao da empresa e o desenvol-vimento do projeto foram facilitados pela integrao no UPTEC. O CEO confirma a importncia da parceria, como meio de apoio, sobretudo no que respeita ao ambiente dinmico existente entre empresas e universida-des e das oportunidades que da sur-gem.

    Durante o processo de incubao, cr-se que a fase da Pr-Incubao a de maior incerteza. Este facto con-firmado pelas palavras do cofundador da AuditMark, que enumera algumas justificaes que se prendem com as dvidas que vo surgindo quanto ideia subjacente e ao negcio.

    Passado rapidamente esse pero-do, o principal produto da empresa, o JScrambler, atingiu o estatuto de l-der mundial na proteo de aplicaes Web. Resultou de uma necessidade detetada internamente, no qual verifi-caram a falta de solues de segurana para proteger o cdigo JavaScript. O JScrambler comercializado em mais de uma centena de pases e reco-nhecido, por muitos, como a melhor proteo JavaScript disponvel na In-ternet. Esta proteo consiste na dis-simulao de algoritmos, de modo a tornar o cdigo ilegvel. Rui Ribeiro

    salientou que o servio que produzem visa proteger propriedade intelectual, cujo contedo merece ser preservado.

    No mundo tecnolgico, as altera-es e as descobertas so constantes e, por isso, o CEO no nega a preo-cupao diria com a possibilidade de surgirem novas tcnicas que originem quebras de segurana nos seus produ-tos, tornando-os ineficazes. Orgulha--se do potencial da sua equipa, que luta de modo a manter a qualidade, a solidez e a confiana que lhes so ca-ractersticas.

    O trabalho da AuditMark j lhe va-

  • 7N 9 - maio 2014

    leu vrios prmios, entre os quais se destaca o de Melhor Start-up Na-cional de 2013, na iniciativa Euro-cloud Awards Portugal 2013 Edition. Justificado pela sua capacidade de criar impacto internacional e pelo po-tencial de crescimento e inovao dos seus produtos de segurana e proteo de aplicaes, este tipo de distino aumenta a credibilidade do projeto e traduz-se numa vantagem indiscutvel para a empresa ao nvel da projeo da sua atividade, segundo Rui Ribeiro. Este tipo de reconhecimento refora o mrito da empresa, o que tem um peso significativo aos olhos do cliente.

    Destacando a criao de um proje-to de raiz, frisou que, embora as c-pias de ideias possam ter sucesso, estas podem, ainda, ser mais arriscadas do que o desenvolvimento de algo origi-nal. Exemplo disso seria elaborar um Facebook para Portugal. Sem dvida, um grande desafio tcnico, mas con-denado ao fracasso, rematou.

    inevitvel no pensar no futuro da empresa, considerado de extrema rele-vncia para o processo de planeamen-to e deciso. Rui Ribeiro est ciente da fase de dificuldades que o mundo e, particularmente, Portugal enfren-tam. No s pelas questes econmi-cas, mas tambm pela quantidade e pela qualidade das empresas no mer-cado. Apesar de convicto da qualidade dos seus produtos, refora que ou a AuditMark cresce e uma referncia mundial, ou desaparece. Ou somos os melhores, ou no vale a pena.. Acres-centa, inclusive, que o problema des-ta atividade e, em geral, do empreen-dedorismo que, se ns pararmos de inovar, morremos. Nasce, daqui, uma informao importante para o futuro dos empreendedores, na medida em que necessrio destaque no mercado e talvez at seja necessrio mais do que isso: ou a empresa brilha ou difcil mant-la.

    J numa abordagem genrica ao tema da segurana, Arwa Mahdawi, diretora de estratgia da consultora Contagious Communications, na l-tima edio da revista Courrier Inter-nacional (abril de 2014), afirma que a privacidade online se est a tornar, tambm, um domnio de privilegia-

    dos. O nosso entrevistado, aquando do pedido para comentar esta citao, reforou-a, visto que a tecnologia evo-lui rapidamente, o que faz com que seja cada vez mais complexo proteger a informao. Salientou, igualmente, a necessria cautela em relao expo-sio das pessoas na Internet, assente no argumento de que, por algum mo-tivo, a nossa memria no retm toda a informao que vivemos. O proble-ma que a Internet tem memria in-finita..

    Temos a certeza que muitas das pes-soas que esto a ler este artigo tm o sonho de criar uma empresa e a pri-meira resposta que obtivemos de Rui Ribeiro acerca deste assunto foi, curiosamente, uma pergunta: Porque querem criar uma empresa?. Consi-dera esta questo fundamental para perceber at que ponto ser benfico ingressar nessa jornada. quando es-

    tamos cansados do patro ou de algum membro hierarquicamente superior que sonhamos mais. E o diretor exe-cutivo questiona-nos: Ser melhor aturar o patro, tendo em conta que acabamos por aprender a sua maneira de ser e damos a volta, ou ter de atu-rar muitos patres os clientes , to-dos eles diferentes e crticos, movidos pelo sucesso do negcio?.

    No final, pedimos que deixasse um conselho aos alunos da FEP interessa-dos no campo de empreendedorismo. Surpreendentemente, respondeu que, neste mundo, a motivao tem de ser procurar algo que mais ningum fez. E s o encontramos quando gostamos do assunto, por isso, no se preocu-pem com os ordenados iniciais ou com o caminho a percorrer; foquem-se no que gostam de fazer e tudo ser mais fcil.. Esboa um sorriso ao garan-tir: Eu tive sorte, fao o que gosto!.

    Rui Ribeiro, diretor executivo e cofundador da AuditMark

  • 8 N 9 - maio 2014

    DANIEL SALAZARMANUEL LANAMATILDE ROSA CARDOSO

    habitual atribuir-se a cau-sa de todas as crises econmicas e fi nanceiras ganncia dos es-peculadores e avidez da ban-ca internacional. Contudo, se, de facto, aceitarmos esta expli-cao, impe-se a seguinte di-fi culdade: se a ganncia fosse a grande causa de todas as re-cesses e privaes materiais, as crises no existiriam; viver-amos eternamente em crise, at porque a ganncia no cclica.

    Depois de ter escrito Crash Proof, em 2007, Peter Schiff lanou, em 2010, um novo livro, inti-tulado Crash Proof 2.0, onde aponta a inevitabilidade de um grande crash nas bolsas norte--americanas, al-gures entre 2014 e 2015, e grave crise de confi ana no sistema monet-rio, para alm de um substancial aumento da infl ao e desvalori-zao do dlar, tudo isto fruto dos quantitative ea-sings (QE) sucessivamente lanados pela Reserva Fede-ral (Fed). Saliente-se que os QE assentam num processo de compra de ttulos de dvi-da pblica e de ativos bancrios (geralmente, ativos txicos), a partir de dinheiro criado out of thin air (isto , do nada, o que, popularmente, se designa por imprimir dinheiro ou pr as rotativas a trabalhar), preen-chendo o mercado com liqui-dez adicional, que se acredita ser a soluo para a grave crise instalada.

    Ora, tivesse a impresso mo-

    netria surtido efeito no pas-sado, concluiramos que no existiriam pases pobres: basta-ria criar uma maratona entre pases e aquele que mais dinhei-ro imprimisse seria o mais rico. Contudo, so comportamen-tos irresponsveis como este, por parte dos bancos centrais, que contriburam para algumas das maiores catstrofes econ-micas do passado: crise de hi-

    perinfl ao alem, de 1923, e hngara, no ps II Guerra Mundial, no esquecendo que a hiperinfl ao alem entre 1919 e 1923, os preos subi-ram 18.000.000.000.000% (dezoito bilies por cento) no , de todo, descartvel: um dos maiores motivos que explica a chegada de Hitler ao poder em 1933.

    O mais alarmante em Peter Schiff o facto de ter previs-to (e bem), no seu primeiro li-vro, a crise do setor imobilirio nos EUA, quando toda a gen-te a negava por completo. E ela aconteceu. Aconteceu e deixou os bancos a arder em impari-dades. Bancos que esto, agora, a receber dinheiro fresco para fazer face a essas perdas; dinhei-ro que provocar, certamente,

    uma infl ao galopante num futuro no muito distante; in-fl ao que provocar perda de confi ana no sistema monet-rio...

    neste contexto de descren-a nos sistemas monetrios tra-dicionais que surgem as moe-das virtuais, como o Bitcoin e o CryptoEscudo (CESC). De facto, estas no esto sujeitas

    s variaes infl acionrias ge-radas pelas decises dos ban-cos centrais, uma vez que ape-nas uma quantia pr-estipulada e publicamente conhecida da moeda pode ser produzi-da. Neste sentido, alguns dos seus criadores defendem que a criptografi a uma maneira de transferir poder das grandes instituies governamentais para os indivduos.

    No caso do CryptoEscudo, os mentores do projeto voam mais alto e acreditam que, caso haja uma adeso massiva mo-

    eda digital, ser possvel pa-gar a dvida portuguesa.

    Para alcanar esta meta, necessrio conseguir

    que, entre os prxi-mos 5 e 25 anos, o CryptoEscudo va-lorize at, pelo me-nos, mil euros. A moeda virtual de Portugal preten-de usar os com-portamentos dos mercados globais

    para gerar e valori-zar a criptoriqueza

    necessria para fazer face crise que enfren-

    tamos, sendo que uma parte dos CryptoEscudos

    disponveis j foram reser-vados para o cumprimento

    deste objetivo. Manter-se-o em reserva at que seja atingida a paridade 1.000 J = 1 CESC.

    Uma moeda transparente e pblica, que criada, manti-da e controlada por todos e para todos, mas que, ainda as-sim, tem gerado controvrsia. O Banco de Portugal no con-sidera as moedas virtuais segu-ras, uma vez que no h certe-za quanto sua aceitao como meio de pagamento. Alm dis-so, no so sujeitas a regulao,

    As cryptomoedas: soluo

    fi culdade: se a ganncia fosse a grande causa de todas as re-cesses e privaes materiais, as crises no existiriam; viver-amos eternamente em crise, at porque a ganncia no cclica.

    Depois de ter escrito Crash Proof, em 2007, Peter Schiff lanou, em 2010, um novo livro, inti-tulado Crash Proof 2.0, onde aponta a inevitabilidade de

    crise de confi ana no sistema monet-rio, para alm de um substancial aumento da infl ao e desvalori-zao do dlar, tudo isto

    quantitative ea- (QE) sucessivamente

    lanados pela Reserva Fede-ral (Fed). Saliente-se que os QE assentam num processo de compra de ttulos de dvi-da pblica e de ativos bancrios

    micas do passado: crise de hi- ro que provocar, certamente, para os indivduos.No caso do CryptoEscudo,

    os mentores do projeto voam mais alto e acreditam que, caso haja uma adeso massiva mo-

    eda digital, ser possvel pa-gar a dvida portuguesa.

    Para alcanar esta meta, necessrio conseguir

    que, entre os prxi-mos 5 e 25 anos, o CryptoEscudo va-lorize at, pelo me-

    portamentos dos mercados globais

    para gerar e valori-zar a criptoriqueza

    necessria para fazer face crise que enfren-

    tamos, sendo que uma parte dos CryptoEscudos

    disponveis j foram reser-vados para o cumprimento

    deste objetivo. Manter-se-o em reserva at que seja atingida a paridade 1.000

  • 9N 9 - maio 2014

    o que implica que os seus utili-zadores suportem todo o risco, no havendo um fundo para a proteo dos depositantes e/ou dos investidores.

    A natureza annima e sigilo-sa das moedas virtuais, apesar dos benefcios, veio alimentar as transaes no mercado negro da Internet e facilitar o bran-queamento de capitais, o que j despertou a ateno dos gover-nos na Rssia, o seu uso no permitido. Um outro fator que muito influencia a sua aceita-o a instabilidade dos preos das cryptomoedas, de que o Bi-

    tcoin serve de exemplo, tendo chegado a variar mais de 100 dlares numa semana.

    A popularidade crescente das moedas virtuais inegvel. Po-rm, a possibilidade de afastar liminarmente a crise portu-guesa atravs do CryptoEscu-do implica mais do que isso. Num pas pequeno e carateri-zado pelo ceticismo, apenas um enorme e generalizado descon-tentamento com o sistema fi-nanceiro e econmico tradicio-nal permitir uma adeso em massa, capaz de mover a mon-tanha da dvida portuguesa.

    utpica?Bitcoin

    O Bitcoin uma cryptomoeda cuja criao, em 2009, introduziu um novo meio de pagamento, com caracters-ticas particulares. A transferncia de Bitcoins acontece via online, sem recurso a uma instituio financeira interme-diria, e independente de qualquer autoridade central; o valor desta moeda depende, fundamentalmente, da procu-ra de mercado, estando imune desvalorizao delibera-da no contexto de polticas monetrias de bancos centrais. Como todas as cryptomoedas, est protegida atravs do re-curso criptografia. Apenas o utilizador tem acesso sua conta, o que no acontece nos bancos. No ano passado, valorizou-se face ao dlar norte-americano, de 13 US$, a 1 de janeiro, para 1000 US$, a 27 de novembro.

    Cryptoescudo (CESC)Esta cryptomoeda surgiu recentemente em Portugal,

    uma moeda que no criada ou controlada por quais-quer bancos ou governos, uma moeda que criada, man-tida e controlada por todos e para todos, transparente e pblica, segundo os criadores. A generalizao deste meio de pagamento interessante, porque a participao de to-dos tem o potencial para fazer valorizar progressivamente o CESC. Conseguir tal valorizao neste perodo permitiria pagar a totalidade da dvida pblica portuguesa, que ron-dava 220 000 000 000 de Euros no momento do lana-mento do CryptoEscudo.

    Check ao clichA pausa que a Pscoa ps nos trabalhos da faculdade le-

    vou-me, tal como o meu irmo, por uns dias, terrinha e permitiu-me, alm de muitas outras coisas, contemplar o desagrado dos ces l de casa (um casal), que perderam a nossa companhia para esses afazeres da vida de estudante. E, desde a, a existncia daqueles cachorros inteligentes tem sido dedicada reflexo dentro de quatro paredes que, cada vez menos, se abrem para que se passeiem entre o muito tempo que l passam, de que outra forma o poderiam ocupar?

    Nelson Mandela tambm foi abandonado nesse espao fechado, por muitos anos, saboreando, muitas vezes, o escuro e o silncio sem companhia. Os meus ces, pelo menos, ainda vo podendo trocar diariamente impresses e partilhando al-gumas concluses. Mas, como se entretm e se desafia a men-te durante tanto tempo, nestas condies? O indivduo , por natureza, necessitado de ocupao... de programa. Olhem, como desce a rua to feliz a Dona Alda com os seus oitenta, quando a noite de romaria!

    Os nossos entrevistados definem, invariavelmente, inteli-gncia como a capacidade de o indivduo se adaptar s cir-cunstncias. E sendo a Diana e o Max, pela sua raa, e o grande Mandiba, pelos seus feitos, teoricamente inteligen-tes, acredito que se tenham moldado s contrariedades do contexto, montado na cabea um tabuleiro de xadrez, um passatempo, e, assim, jogar sem que, por uma nica vez, se confundam com o adversrio. Umas vezes perdem, outras vezes ganham! Mas sabem bem que a vida mesmo assim...

    Ainda na mesma semana, fui dar uma volta pelo centro da vila, tal como a Dona Alda, porque a tarde era de festa e os minhotos vestiam-se a rigor para danar oh minha rosinha e outros ranchos que j no me recordo. A certa altura, o meu pai fixou o olhar em mim e disse: no ests definitivamente aqui!. A verdade que, desde que tinha sado de casa, con-tinuava absorvido com a minha vida paralela, onde, sentado numa mesa, discutia Abril com os meus amigos. Mas voltan-do ao reparo do meu pai. O arraial estava a ser mesmo ma-ador para mim e, por isso, preferi construir uma atmosfera mais divertida no meu interior.

    Aproveitar o presente e valorizar cada momento da vida so conselhos que ouvimos com muita frequncia. No en-tanto, qual deve ser a nossa experincia intensa, a que nos coloca com aquilo que nos rodeia por natureza (ver as mi-nhotas a danar), ou a que nos deixa a ss com aquilo que ns prprios criamos (estar na conversa teoricamente inexistente sobre cravos e liberdade)? No tenho uma resposta para esta questo, mas sugeria que imaginassem o Mandela do incio, fechado na solitria, a deleitar-se com aquele momento. Su-ponho que preferiu, a maior parte das vezes, fechar os olhos e recordar a sua famlia, ou desenhar uma frica do Sul a seu gosto. Mas, sim, em todo o caso, aproveitemos sempre a vida.

    JOS GUILHERME SOUSA

  • 10

    O Fepiano foi convidado a entrar na Reitoria da UP para uma longa conversa que serviu para assinalar a despedida do Prof. Jos Marques dos Santos de um cargo que brilhantemente ocupou por oito anos. Parabns Professor!

    GONALO SOBRAL MARTINSJOS GUILHERME SOUSA

    Que balano faz destes ltimos 8 anos, enquanto reitor da Universidade do Porto?

    Os resultados demonstram que, nestes oito anos, a Universidade do Porto evoluiu positi-vamente. Algo de que nos orgulhamos o fac-to de sermos a Universidade mais procurada, com quase todas as vagas a serem preenchi-das na primeira fase, tendo cerca de 1,8 can-didaturas por vaga. Alm disso, a UP aquela que consegue a mdia de entrada superior em todo o pas. Temos crescido imenso na rea da internacionalizao, com quase quatro mil estudantes e investigadores estrangeiros. E ti-vemos que fazer tudo isto com uma reduo drstica dos apoios financeiros provenientes diretamente do Oramento do Estado, o que pressupe um enorme esforo em gerar uma poro considervel de receitas prprias. Mui-to importante, tambm, o cultivo da coeso na UP e da cooperao entre as vrias Facul-dades e unidades de investigao, porque fi-nalmente se percebeu que, sozinhos, valemos pouco. A forte ligao conseguida com a so-ciedade e com as empresas, onde saliento a criao do UPTEC, bem como o surgimen-to nos rankings internacionais, so, tambm, pontos que destaco nestes dois mandatos. Mas tudo isto se deve enorme qualidade e ao empenho da comunidade acadmica da U.Porto, bem como ao excecional trabalho realizado pelos membros da equipa reitoral que tive o gosto de liderar durante este tempo.

    Qual o papel que cabe ao prximo Reitor?

    Nisso tenho mais dificuldade em me ex-primir. No me compete dar indicaes nem conselhos a ningum. O que eu gostaria que, quem venha a seguir, continue a levar a Universidade para posies cada vez mais re-conhecidas internacionalmente. O nosso pas ganha imenso prestgio e respeito internacio-nais, se tiver Universidades reputadas.

    E se tivesse de apontar o grande de-safio que o prximo Reitor poder ter?

    O grande desafio que poder ter, enquan-to Reitor, pr a Universidade sempre com maior reputao e reconhecimento interna-cionais avaliados, por exemplo, pelo lugar ocupado nos melhores rankings mundiais. Isto no quer dizer que considere que o me-lhor posicionamento nos rankings seja um objetivo, mas antes um desafio e uma mo-tivao, j que, l chegar, implica que se me-lhore a qualidade, a internacionalizao e a investigao. Ser sinal de que tudo, em volta da Universidade, melhorou muito. A posio nos rankings s reflete o nvel e a qualidade do cumprimento da nossa misso. Ningum quer entrar nas listas das melhores Universi-dades s para l estar. H um propsito: ser--se melhor no cumprimento da misso. E essa subida regista essa mesma melhoria nos diferentes indicadores.

    Considera que, em Portugal, ainda h falta de cooperao entre as Universi-dades portuguesas?

    Sim, sem dvida. Considero que uma das grandes dificuldades da cooperao entre instituies de ensino superior se deve, para alm de uma cultura fechada, enorme pro-liferao destas mesmas entidades: em Por-

    tugal, temos 14 Universidades e 15 Politc-nicos pblicos. Totalizam-se 29 instituies pblicas. Fazendo a equivalncia com Espa-nha, que tem 4,5 vezes a nossa populao e possui 47 Universidades pblicas, ns dever-amos ter cerca de 10. Tal significa que temos de fazer imensas interfaces para que se con-siga atingir uma dimenso considervel em termos de cooperao. Para dar um exemplo desta proliferao exagerada, aqui h dias, as-sinou-se um protocolo para a mobilidade en-tre o Norte de Portugal e a regio espanhola da Galiza. Ambas as regies tm uma popu-lao com dimenso semelhante. Pois bem: a Galiza apresentou-se com 3 instituies a as-sinar o protocolo e o Norte de Portugal com 8. Portanto, este um dos grandes proble-mas. Outro entrave a mentalidade de jar-dim que ns temos. Cada um quer mandar no seu e temos dificuldade em partilhar re-cursos e capacidades com o outro.

    Por vrios estudos realizados, essa crise, de que fala, tem levado muitos jovens a no porem nos seus planos o ensino superior, j que h cada vez mais a ideia instalada de que no compensa investir na sua formao. Qual a sua opinio acerca disto?

    Seria muito mau se os jovens abandonas-

    REITOR CESSANTE DA UP, EM ENTREVISTA

    Cavaqueando com... Jos

  • 11N 9 - maio 2014

    sem o ensino superior. Julgo que a formao bsica e cultural que a Universidade confere s pessoas lhes d uma capacidade de encon-trar solues, no decorrer das suas vidas, mui-to melhor do que aqueles que no a usufru-ram. Claro que poderemos encontrar sempre casos de pessoas que no tiraram curso supe-rior e que tiveram grande sucesso na vida. Em Portugal, temos vrios exemplos desses. No entanto, esses casos so a exceo. O que a re-gra nos dita que, quem tem curso superior, ter muitas mais possibilidades de encontrar emprego e que este seja mais bem remunera-do. Posto isto, penso que uma campanha terrvel aquela que quer afastar os jovens do ensino superior. Uma coisa importante, tam-bm, de se perceber que no se pode medir o sucesso da formao universitria pela per-centagem de pessoas que encontram empre-go na rea em que se formaram. Isso im-possvel de conceber, at. Porm, no algo negativo, porque o papel da Universidade gerar, no indivduo, a capacidade para se adaptar e encontrar solues que melhor se adeqem a si. Quantos no fazem a sua vida em reas diferentes daquelas que esperariam? E isso no pode ser um drama. , sim, a pro-va de que a formao permite, ao indivduo, esta versatilidade de solues, comparativa-mente quele que no a teve. Acredito que a criao de cursos de ensino superior curtos, de dois anos, teria um papel preponderan-te neste ponto. Em todo o caso, em parale-lo com a promoo do ensino superior para a populao, deve-se fazer com que a maio-ria dos jovens complete o 12. ano. Portu-gal, neste mbito, encontra-se muito abaixo da mdia europeia e, enquanto alguns pases chegam a ter 80% da populao com o 12. ano, ns estamos ainda em cerca de 40%. um nmero terrivelmente baixo.

    O Professor j se mostrou apologista, por vrias vezes, de um curso superior curto (de dois anos). Qual a ideia ine-rente a este modelo de curso e o que

    poder vir a acrescentar e a colmatar, em relao aos modelos de ensino que j existem?

    Este tipo de curso vem, sobretudo, abrir uma porta a muitos estudantes que termi-nam o 12. ano e que no se sentem com competncias para prosseguirem os seus es-tudos para o ensino superior dito habitual. Ns no somos todos iguais. Iludimo-nos ao pensar que todos devero prosseguir estudos at a um mestrado ou a um doutoramento. Nem isso seria bom, nem significa, sequer, que quem tira um doutoramento vai ter mais sucesso na sua vida profissional. Por vezes, at podem ser os que tm menos sucesso do pon-to de vista financeiro. E, como todo o tipo de pessoas so importantes numa sociedade, necessrio albergar um ensino superior com vrias misses. Inclusive, esse ensino superior curto, com uma vertente mais prtica e ligada sociedade, sem fechar portas a que, quem o integre, se se sentir motivado e mostrar valn-cias disso, possa prosseguir estudos.

    da opinio de que o Porto tem ga-nho muito com a sua Universidade e vice-versa?

    Tm havido bastantes sinergias entre a ci-dade e a Universidade. De um modo geral, um estudante estrangeiro procura uma Uni-versidade pela sua qualidade, mas no s. Tambm a elege pela cidade e pelo pas onde est inserida. O Porto tem evoludo muito com a la movida noturna, com a recuperao do centro da baixa da cidade e, at, com um aeroporto que atrativo. Na verdade, tem havido ligao entre as duas instituies, mas

    acredito que ainda possa haver mais, nome-adamente nas reas cultural, de formao e cientfica. Tm sido feitos esforos para que se possa maximizar o que de bom cada lado possa retirar desta ligao. O Porto Digital, uma rede de fibra tica que alberga a cidade, um bom exemplo disso, tendo surgido gra-as a uma parceria entre a Cmara do Porto e a Universidade, depois alargada AEP e Metro do Porto.

    Qual a sua viso em relao Praxe acadmica?

    Eu sou contra tudo o que seja abusar das pessoas. A Praxe que vemos por a um abuso inacreditvel. Se tivesse o objetivo de ajudar as pessoas, de as integrar, de as apoiar nas unida-des curriculares, mas no S as desvia das aulas para fins inoportunos. E temos nmeros que nos mostram isso: no primeiro ano que h uma debandada muito grande de estudan-tes. A maior perda de alunos ocorre nesse ano. A partir do segundo ano, j quase no h per-da. Para alm do mais, julgo que o 12. ano no faz o que deveria fazer. Cumpriria a este ano realizar a transio entre os ensinos secun-drio e universitrio, dando mais autonomia e responsabilizao ao estudante, de modo a que, quando chegasse Universidade, j tives-se esse treino. Assim no acontece e tm um choque enorme. Para alm disso, se os alunos, no primeiro ano, so ainda desviados para milhentas coisas que no se coadunam com o estudo, nem com a prpria integrao no meio acadmico, ainda mais fcil perderem o rumo. Integrar as pessoas no p-las a ras-tejar, a mergulhar em fontes, a serem insulta-

    Marques dos SantosO grande desafio do prximo reitor pr a Universidade com uma maior reputao e reconhecimento internacional

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    das, a dizerem palavres e a andarem aos ber-ros por a. Isto no respeitar, inclusivamente, os direitos dessas mesmas pessoas. Quando se usa, ento, aquele tipo de chantagem baseado no se no fazes isto, ento no podes usar tra-je acadmico nem podes ter acesso a certas ati-vidades acadmicas, classifico isso como algo absolutamente reprovvel.

    Em ms de Queima das Fitas, no considera despropositado interromper o perodo de estudos pouco antes dos exames?

    De facto, a Queima das Fitas no est bem posicionada em termos de calendrio. Eu acei-to que possam haver festejos de fim de curso, mas talvez no precisassem de ser to prolon-gados e, assim, no provocariam tantos proble-mas.

    Porque que tem defendido que as frias dos estudantes deveriam ser mais longas?

    Considero que se deveria libertar os estu-dantes, estender o perodo de frias e reduzir o de exames. O estudante no precisa de re-petir tantas vezes a mesma prova reprova, tenta outra vez, e outra... Na vida profissio-nal, no se pode falhar assim! E s por isso que as suas frias no so mais longas. Por-tanto, acho que se deve refletir em relao aos mtodos de avaliao e ao calendrio escolar, de modo a reduzir o tempo gasto em exames.

    Mas os alunos so os principais in-teressados em acabar o curso em trs anos e despachar, diga-se assim, as cadeiras...

    Eu julgo que sim. No entanto, no isso que acontece. Certamente, podem ser atri-budas responsabilidades aos estudantes que no se empenham o suficiente, mas parece--me que tambm por parte dos docentes, em particular, quanto ao modo como procedem avaliao dos estudantes. Os nmeros di-tam que menos de metade dos estudantes ter-mina a licenciatura no tempo em que seria suposto, o que muito frustrante. Alm de no estarem a ter grande proveito da passa-gem pela Universidade, esto a tirar o lugar a algum e a sobrecarregar desnecessariamente os contribuintes.

    Qual a sua opinio em relao ao in-tercmbio intra-universitrio?

    Sou da opinio que um curso como Eco-nomia, que o vosso, teria tudo a ganhar se tivesse contacto, por exemplo, com a Biolo-gia. Os alunos precisam de ter uma ideia do que o mundo global. Nas grandes Univer-sidades americanas, pelo menos 20% do cur-so obrigatrio que seja fora da rea cien-tfica. No entanto, no apenas ter outras cadeiras, entrar noutras Faculdades e co-nhecer novas pessoas. Da a importncia de recebermos jovens vindos de Erasmus e de ns prprios sairmos para contactar com ou-tras culturas.

    Como que os estudantes estrangei-ros veem a Universidade do Porto?

    Os alunos que acompanho com mais fre-quncia so os estudantes de doutoramento e, por vezes, pergunto-lhes quais as princi-pais diferenas entre estar por c e estar pelas Universidades estrangeiras em que, eventual-mente, tenham estado. Eles no me falam na qualidade da formao e do corpo docente, mas na escala do trabalho que muito mais intensa l fora e na necessidade de contactar com um ambiente muito diversificado. Por exemplo, em certos pases, muito comum quatro ou cinco jovens de reas diferentes en-contrarem-se para discutir um tema aleat-rio. E esta abertura permite conhecer mto-dos a perspectivas que so formidveis e que o contacto fechado com os colegas do mesmo curso e em nmero limitado no permite.

    Mas, por exemplo, a Universidade do Porto com a SdDUP permite aos estu-dantes esse ambiente multicultural...

    Sim, verdade. No entanto, h poucos es-tudantes ainda envoltos nesse gnero de di-namismos. Seria muito bom que mais alunos aderissem a esse tipo de atividades, porque, de facto, este cruzamento de ideias e de dis-cusses dirias que a SdDUP permite e que o ensino portugus no privilegia.

    Considera Erasmus relevante na for-mao dos jovens?

    Na minha opinio, fundamental. Se toda a gente pudesse ir l para fora por seis meses, seria excecional. No h formao c dentro que substitua esta experincia. A pessoa vai ter que se desenrascar por si prpria, ganhar

    auto-estima e confiana, vai ter de compe-tir com pessoas diferentes e vai perder a co-mum sensao de inferioridade. Por outro lado, Erasmus tambm permite ter esse mes-mo contacto s pessoas que no tm possibi-lidade de sair, j que a Universidade do Porto recebe, tambm, imensos estudantes nestas condies. O programa Erasmus fez chegar s Universidades uma comunidade cosmo-polita que permite a uma escala, ainda assim inferior, essa interaco entre diferentes cul-turas.

    A seu ver, qual seria a educao per-feita?

    No existem ideais perfeitos. A perfeio uma procura constante. Na minha opinio, o grande segredo entrar num estado perma-nente de insatisfao em relao ao nvel em que estamos. Se fssemos todos perfeitos, o mundo no teria interesse... e, da mesma for-ma, se todos estivssemos parados, num esta-do de estagnao permanente, o mundo aca-baria. No se evolui nem se melhora se no houver aquela agitao que nos leva a acordar todos os dias na procura disso mesmo. Por-tanto, h sempre um patamar acima e, por isso, um hipottico patamar em que j nada haveria a somar levaria a humanidade ao seu fim. Mas a melhor educao ser aquela que nos garantir a independncia, ou seja, a que nos torna de tal forma autnomos que nos permite ganhar dignamente o nosso salrio, por exemplo.

    O que para si a inteligncia?A inteligncia a capacidade do indiv-

    duo se adaptar s situaes, encontrando a melhor maneira de se apropriar a cada posi-o, tirando o melhor partido para si e para a sociedade. Temos que ter sempre presente essa vertente social e deixar de lado algo que nos caracteriza: o egosmo. H vrios tipos de inteligncia e h pessoas que tm uma delas muito desenvolvida, mas com algumas das outras descompensadas. Inteligncia num tipo especfico nunca foi sinnimo de suces-so, mas a combinao equilibrada das dife-

    A reduo de fundos e a competitividade so um incentivo diferenciao

  • 13N 9 - maio 2014

    rentes inteligncias pode levar a que a pessoa tenha xito.

    O que o move?O que me move contribuir para o pro-

    gresso das instituies em que tenho estado. Quando voltei de Inglaterra, onde me douto-rei, queria muito ajudar a desenvolver a Fa-culdade de Engenharia: faz-la crescer, trazer condies para que mais gente se doutorasse, fazer ligaes a empresas e sociedade. Criei, tambm, a minha prpria empresa que, ape-sar de j no estar nas minhas mos, conti-nua saudvel no mercado. Entretanto, dedi-quei-me carreira universitria, fui diretor da FEUP por onze anos, quatro anos vice-reitor e oito anos reitor, sempre com o mesmo ob-jetivo: usar a Universidade como meio para conseguir o progresso da sociedade e com o sentido de servio. E apenas com este esp-rito que podemos competir com as grandes Universidades. Ainda assim, digo muitas ve-zes que no me daria gozo algum estar numa Universidade muito boa num pas miservel. No tem interesse nenhum! A Universidade tem que ajudar o pas a desenvolver-se social e economicamente.

    Qual a posio do Porto no panorama internacional?

    Ns somos conhecidos e os nossos gradua-dos so procurados internacionalmente. Isto d prestgio a Portugal. Tm-se instalado, no

    Porto, centros de investigao estrangeiros que encontram, aqui, recursos humanos ca-pazes. Mas, para chegar a este ponto, foi ne-cessrio que fssemos reconhecidos interna-cionalmente. Isso conseguiu-se porque no se desbaratou dinheiro, soube-se sempre gerir bem, dentro da autonomia que as Faculdades tm e dentro dos apoios que a sociedade nos concedeu. Houve uma ptima adaptao aos cortes e encontraram-se alternativas que con-tinuaram a garantir a prossecuo da evolu-o. O pas viveu demasiados anos afastado da tecnologia, muito dependente da mo-de--obra barata. Finalmente, criaram-se condi-es para a inovao e para o despontar de marcas prprias que nos tm permitido evo-luir e aproximar dos restantes pases. Acima de tudo, convm realar que as Universidades no podem ser responsabilizadas, nem em parte, pela crise que vivemos. Pelo contrrio, so indispensveis para que o pas possa sair desta situao grave onde se encontra.

    Nos tempos que correm, no se torna difcil gerir a Universidade do Porto?

    Com esta crise e com os cortes, no nos resig-namos, nem cruzamos os braos. Tudo o que fizemos foi procurar alternativas e at acabmos por conseguir melhorar o nosso desempenho. Temos, hoje, mais e melhores cursos, porque s assim se consegue atrair estudantes. Na in-vestigao conseguimos ser competitivos e te-mos trazido um nmero crescente de estudan-tes estrangeiros. Tivemos que gerar muitas mais receitas prprias para criar um complemento quilo que o Estado nos faz chegar. Portanto, colocaram-se imensos desafios, mas que, num ambiente competitivo entre as Universidades a nvel internacional, na luta por apoios externos, tm sido superados. A luta pelas verbas tem esse mesmo efeito: obriga a pensar e a encon-trar solues. Em suma, deve haver um contri-buto mnimo de dinheiro pblico para finan-ciar os custos base das instituies, devendo o acesso ao restante estar sujeito competio, j que esse um grande estmulo para que as Uni-versidades se diferenciem. Se se prestasse um apoio, sem condies a todas as instituies, tal no levaria ao progresso pela falta de incentivos.

    Aproximando-se o fim do seu segun-do mandato, j tem planos reservados para os prximos tempos?

    Neste momento, no tenho nenhum pro-jeto em concreto, mas sei que me vou refor-mar. tempo de me poupar em termos de esforo fsico e de responsabilidades, porque tive vinte e quatro anos a trabalhar doze horas por dia, fins-de-semana inclusive, e j chega (risos). Ser bom olhar, agora, para a famlia e para mim prprio. Ningum vem para es-tes cargos se no gostar. Ningum vem pelo dinheiro que se ganha, at porque se chega a perder algum. Na minha opinio, a nica re-compensa ver as coisas a evoluir.

    Com tanta dedicao, considera jus-to o destaque e a notoriedade dada ao cargo?

    Sinceramente, tem mais do que eu espera-

    va quando assumi o cargo. Mesmo em ter-mos de protocolo do Estado, a posio do Reitor de destaque. Mas, claro, no temos a visibilidade dos comentadores polticos, a no ser que queiramos mesmo aparecer. Ain-da assim, no temos que fazer esse esforo adicional para andar nas bocas do mundo.

    Qual , para si, a sua maior virtude? E o seu maior defeito?

    A minha maior virtude, julgo eu, respei-tar os outros... Gosto de os ouvir e tenho sem-pre em considerao, nas minhas decises, a

    opinio dos demais. Em relao ao maior de-feito, diria que confiar demasiado nalgumas pessoas. Quando se respeita, assume-se que todos se comportam de forma semelhante. A confiana muito importante, mas at cer-to ponto. Numa sociedade em que a descon-fiana impera, quem confia paga por isso j que a norma mesmo essa: desconfiar.

    O que vale realmente a pena na vida?O que vale a pena lutar e dedicarmo-nos

    para que a sociedade evolua no seu todo. Tra-balhar para que haja justia, mais riqueza e melhor distribuda e mais respeito pelos direi-tos humanos. Isto no mais do que respeitar e praticar os valores cristos que eu resumo como: tratar o prximo como gostarias que te tratassem. Se a humanidade praticasse os princpios que Cristo nos legou, haveria me-nos guerras e problemas e mais justia social. O mundo seria bem melhor!

    uma campanha terrvel aquela que quer afastar os jovens das Universidades

    Se a humanidade praticasse os princpios que Cristo nos legou, o mundo seria bem melhor

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    Este ms, o Fepiano d-te a conhecer mais uma estudante que se aventurou num projeto de mobilidade internacional. Desta vez, algo novo, pois foi a primeira estudante da FEP a desfrutar de uma parceria bilateral com o Canad. Filipa Matos, 3 ano da licenciatura de Economia, passou este segundo semestre no continente americano, vivendo uma experincia inesquecvel. Regressou com muitas novidades que, agora, partilhamos.

    CAROLINA REISLARA QUEIROZ

    O que te fez escolher um pas to dis-tante para teres uma experincia inter-nacional?

    No sei dizer, na verdade. Gostei da ideia do Canad, j tinha ouvido al-gumas referncias e sabia que as pesso-as eram simpticas. Tambm gostei da ideia de ser longe, de no poder facil-mente apanhar um voo da Ryanair e vir passar o fim de semana a casa.

    Fui a primeira estudante da FEP nes-ta condio. Na verdade, tratou-se de um acordo bilateral entre faculdades, no de um programa especfico, como o Erasmus e, neste mbito, no bene-ficiei de bolsa de estudos. Passou mui-to mais pela minha iniciativa e, quando contactei a faculdade, at j tinha pas-sado o prazo, mas, ainda assim, aceita-ram a minha candidatura. Fui para l sozinha, mas em nenhum momento me senti desacompanhada. Foi uma experi-ncia incrvel.

    Estiveste em Montreal, no Quebec, um Estado situado no interior do Cana-d e onde 80% da populao franco--descendente.

    Chegaste a conhecer outras regies do Canad? Pensas existir uma grande

    diferena entre esta e as restantes pro-vncias?

    O Quebec uma regio distinta no sul do Canad e muito prxima dos Estados Unidos , que tem reinvindica-do alguma autonomia. Apesar de no ter conseguido viajar muito, fui a Ottawa e aos Estados Unidos (Nova Iorque e Bos-ton), o que, tambm, foi muito positivo.

    O Canad um pas com uma dimen-so muito grande. As vrias regies tm culturas diferentes, ao contrrio do que sucede num pas como Portugal. Pode-mos pensar mais como uma Europa, em que, de pas para pas, se verificam gran-des mudanas culturais.

    Onde estive, as pessoas sentem-se mais do Quebec do que propriamente cana-dianos. A lngua oficial o francs, mas com contornos muito arcaicos.

    Tiveste dificuldade em te adaptar ao clima, aos muitos graus negativos e s extensas camadas de neve? Houve alte-raes de rotina que tiveste de superar?

    Quando l cheguei, estavam 40 graus negativos. Foi um choque. Este acabou por ser um dos invernos mais rigorosos das ltimas dcadas.

    No Canad, esto acostumados a lidar com o frio e, usando roupa adequada, aca-ba por se sentir muito menos. Vendem

    uns casacos prprios, os chamados Cana-da Goose, e os edifcios so todos aqueci-dos. Para chegar faculdade, por exemplo, s precisava de passar dois minutos na rua. O restante fazia atravs de tneis entre os estabelecimentos. Chegava a estar neve a uma altura suficiente para cobrir os ban-cos de jardim e, ainda assim, os servios no fechavam. Em Portugal, quando neva, fecham-se escolas. Neste ponto, os cana-dianos contrastam, sendo este clima uma realidade constante e, por isso, h muito que desenvolveram estruturas e uma orga-nizao que lhes permite continuar a tra-balhar. A cidade nunca para e h sempre algo para fazer.

    Achaste as pessoas em consonn-cia com o clima, igualmente frias, ou sentiste que, pelo contrrio, foste bem recebida?

    Nada mesmo, as pessoas so extrema-mente simpticas, disponveis e h mui-ta entreajuda. Perguntavam-me sobre o meu pas, tinham curiosidade, e eu tam-bm fazia imensas perguntas, at porque o ambiente era muito diversificado.

    Comparando com Portugal, por exem-plo, a diversidade racial muito grande. Notei a existncia de um certo desconforto no que toca ao tema do racismo. neces-srio um cuidado extra ao abordar o tema.

    FILIPA MATOS, ESTUDANTE DA FEP, EM ENTREVISTA

    MOBILIDADE INTERNACIONAL no Canad

  • 15N 9 - maio 2014

    Montreal considerada a cidade mais europeia da Amrica do Norte. Sentiste isso e tal facilitou a tua integrao?

    Sim, de alguma forma, sente-se. A parte histrica da cidade leva-nos a pen-sar que estamos na Europa. A nvel de cultura existem tambm algumas seme-lhanas. No entanto, , claramente, um pas marcado pela cultura americana.

    Isso nota-se, principalmente, a nvel da comida. O prato mais tpico de l chama--se Poutine eles chamam-lhe han-gover food que um prato que con-siste em batatas fritas, molho de carne e queijo, muito pesado por sinal, no sendo algo que eu comesse habitualmente.

    Consideras que a lngua foi uma difi-culdade? As aulas e os testes na facul-dade eram dados em ingls?

    A lngua oficial o francs. Apesar de eu no falar francs, na faculdade penso que todos falavam ingls, talvez com ex-ceo das senhoras do bar, mas consegu-amos entender-nos (risos).

    As pessoas eram muito simpticas, o que facilita, tambm, a comunicao.

    Felizmente, as minhas aulas eram to-das em ingls, assim como os testes, des-tinados aos estudantes internacionais. A universidade recebe muitos estudantes de fora.

    Relativamente exigncia encontra-da, esta foi a esperada, equivalente ao ensino de c?

    Achei a exigncia semelhante que en-contro c. O que acontece que nos pe-diam mais trabalhos e era necessrio um acompanhamento maior ao longo do se-mestre, o que facilitava nos momentos de avaliao, dado o estudo ser mais re-gular. Mas isso , sobretudo, uma ques-to de organizao e no propriamente de exigncia.

    De facto, esta a cidade com maior concentrao de estudantes universit-rios no Canad.

    Encontraste portugueses por l? Em que medida esta experincia interna-cional mudou a tua forma de pensar e contribuiu para o teu desenvolvimento pessoal e profissional?

    A cidade muito jovem e o ambiente era muito diversificado. Tem gente da Ale-manha, Espanha, Coreia, Estados Unidos, Finlndia... enfim, a lista interminvel.

    Quanto a portugueses, emigrantes h bastantes, mas eu era a nica portugue-sa que estudava na faculdade. Houve, ali-s, uma festa em que cada estudante leva-va a bandeira do seu pas e eu era a nica portuguesa, mas nunca me senti mal por isso, at despertava alguma curiosidade nas pessoas queriam saber mais sobre o meu pas. Estive sempre bem acompanhada, houve imensas festas e encontros a acon-tecer, fiz amigos de todo o lado. Em breve, irei a Paris visitar alguns deles e, de seguida, terei amigos a visitar-me c no Porto.

    Montreal uma das cidades mais se-guras de todo o continente americano, em que medida sentiste diferena nes-se aspecto e como que tal se nota no dia a dia?

    Sim, senti sempre essa segurana, tanto noite como de madrugada, e nunca tive problema algum, mas fui devidamente aconselhada a caminhar sempre pelas vias mais frequentadas que permitem acesso a quase todas as zonas da cidade.

    Consegues apontar qual o melhor e o pior momento desta experincia?

    difcil dizer... No entanto, o me-lhor momento penso que foi uma sada que fizemos a uma discoteca - chamava--se Caf Campus, e foi, de facto, uma

    noite memorvel. O pior momento foi mesmo a hora de vir embora.

    Sendo esta tambm uma capital eco-nmica do pas, consideras que o teu futuro profissional poder passar por l? Crs que existem oportunidades e a quem se dirigem?

    Existem, sem dvida, principalmente para jovens estudantes. uma possibi-lidade que no desconsidero, at porque gostei imenso da cidade e das pessoas. No entanto, h que lembrar que foi uma experincia de meses, no sei se aguenta-ria o clima por muito tempo.

    Agora mesmo, depois da entrevista, vou sair para aproveitar este sol que est hoje, aqui no Porto.

    L grande parte das pessoas pensam tirar um estgio internacional, ir para outros pases. Mas no porque o desem-prego as faa ter que considerar essa pos-sibilidade, antes porque querem ter essa experincia, e sempre pensando em re-gressar depois sua cidade. Existe tam-bm muita emigrao no pas, imensos espanhis, portugueses, franceses... A proximidade lngustica ajuda. A nvel de contexto econmico uma realida-de muito diferente da que se experiencia em Portugal, neste contexto de crise. De salientar, tambm, que o custo de vida mais elevado comparado com Portugal, mas abaixo da mdia do que o custo de vida no continente americano, prin-cipalmente nas rendas.

    FILIPA MATOS, ESTUDANTE DA FEP, EM ENTREVISTA

    MOBILIDADE INTERNACIONAL no Canad

  • 16

    Agenda Cultural ANDR SILVAPAULO MARTINS

    ESTREIAS DE CINEMA EM MAIO

    M VIZINHANANeighbors

    Gnero: ComdiaDurao: 96 minutosRealizao: Nicholas StollerEstrelas: Zac Efron, Seth Rogen, Rose ByrneClassificao: 8.5/10

    O FANTSTICO HOMEM-ARANHA: O PODER DE ELECTROThe amazing Spider-Man 2

    Gnero: Aco/AventuraDurao: 142 minutos Realizao: Marc WebbEstrelas: Andrew Garfield, Jamie Foxx, Emma StoneClassificao: 5/10

    Aps uma agradvel surpresa no primeiro filme, as expectativas para o segundo trabalho de Marc Webb eram altas, at porque, quanto mais no seja, este segundo teve um oramento de 200 milhes de dlares.Nesta sua segunda aventura, Peter Parker enfrenta o seu maior inimigo, o super-vilo Electro (Jamie Foxx) que, ajudado por Rhino, planeia destruir a cidade de Nova Iorque, algo que s Spider-Man pode impedir, enquanto que, ao mesmo tempo, tenta reconquistar o corao de Gwen Stacy.Este filme conta com mais aco, mais personagens, um elenco de luxo, bem como fantsticos efeitos especiais. No entanto, no foi suficiente-mente bem escrito para acompanhar a ambio que o realizador coloca em tudo o resto. A histria torna-se confusa, algumas cenas so desnecess-rias e o desenrolar das sequncias da aco difcil de acompanhar, dado o excesso de heris e viles que combatem entre si.O filme entretm, mas isso o mnimo que se pode pedir neste gnero, e nada ir disfarar o facto de ser uma das maiores desiluses deste ano, ainda mais se o comparamos ao primeiro. Posto isto, no percas o teu tempo a v-lo, sobretudo se tiveres algo melhor para fazer.

    PAULO MARTINS

    Seth Rogen e Rose Byrne interpretam um jovem casal, com um pequeno beb, que se mudou recentemente para uma pacata cidade, de forma a proporcionar um ambiente adequado para o crescimento do seu filho. O que eles no imaginavam era que este ambiente de sonho estava pres-tes a tornar-se um pesadelo quando uma fraternidade, liderada por Teddy Sanders (Zac Efron), se instala na casa mesmo ao lado. Com a sua paz ameaada, o casal Radner prepara-se para dar luta a estes jovens univer-sitrios...Sem ser previsvel e no caindo nos clichs dos filmes do gnero, esta co-mdia revela-se muito bem escrita, os dilogos fluem de forma natural, mas divertida e as situaes e peripcias dos intervenientes vo-se desenrolando de forma contnua, mas sempre com piada. O filme conta ainda com todo o carisma e humor de Seth Rogen, bem como um excelente papel de Zac Efron na pele de um universitrio cujas festas no conhecem limites.

    Concerto dos Cl14 de Maio, Casa da Msica, 21:30h

    Preos: entre 15 e 20 euros

    Depois de, em 2005, terem participado no concerto que inaugurou a Casa da Msica, os Cl esto de regresso com uma digres-so de concertos, onde apresentam o seu novo lbum: Corrente. Com a introduo de alguns temas novos e certos clssicos j intemporais, os Cl apostaram num novo registo para este disco, ao contarem com a colaborao de artistas como Srgio Godi-nho e Carlos T. Recomendado a quem no teve oportunidade de assistir ao concerto da banda (que agora conta com a participao

    de Samuel ria e Nuno Prata) na Queima das Fitas.

    Rita Redshoes ao vivo16 de Maio, Hard Club, 22:30h

    Preos: a divulgar

    Rita Redshoes tem-se afirmado, cada vez mais, como uma referncia na msica por-tuguesa. Este ms, ir actuar no Hard Club para a apresentao do seu novo disco Life is a Second of Love, o terceiro trabalho original depois de Golden Era (em 2008) e Light & Darks (de 2010). O concerto contar com os conhecidos temas Broken Bond, Chose Love e You Should Go. Este ltimo lbum revela uma artista mais madura, fluindo as suas canes de uma forma mais natural, o que ser, sem dvi-

    da, uma excelente conjugao com o bom ambiente que o Hard Club oferece aos seus visitantes.

    Serralves em Festa31 de Maio (8h) a 1 de Junho (24h)

    Preos: a divulgar

    Durante 40 horas seguidas, a Fundao de Serralves torna-se o maior centro cultural da cidade do Porto ao disponibilizar um vasto leque de eventos tradicionais que vo desde a msica, dana, ao teatro ou ao circo, mantendo-se, assim, viva uma tradio que nasceu em 2004. Serralves tem sido um dos plos dinamizadores da cidade do Por-to e este evento contou com mais de 90 mil visitantes no ano anterior, dos quais mais de 20 mil eram turistas estrangeiros. O se-gredo deste sucesso est, como dizem os organizadores (...) na variedade dos even-tos que preenchem todos os gostos poss-veis (...). Este ano, as grandes novidades so um Museu de Arte Contempornea e workshops de cinema, fotografia, entre ou-tros, que promovem uma maior interaco com o pblico. De salientar, ainda, que qualquer pessoa pode ajudar na realizao do evento, bastando, para isso, inscrever-se como voluntrio.

    EVENTOS A NO PERDER

  • 17N 9 - maio 2014

    PAULO MARTINS

    Aps mais uma Queima, com bom ambiente, muita m-sica e noites em branco, chegou a altura de fazer uma reflexo sobre o rumo que est a levar a semana que todos os estudan-tes aguardam com ansiedade durante o ano.

    A Federao Acadmica do Porto (FAP) apresentou, este ano, como grande novidade, a extino do preo de estudan-te nos bilhetes, o que se tradu-ziu num aumento do nvel ge-ral dos preos, em comparao com os anos anteriores. Sendo estas noites parte integrante de uma tradio com j dezenas de anos, e sendo essa tradio dedicada aos estudantes univer-sitrios de toda a Academia do Porto, esta medida apresenta-se como um contrassenso e anu-la a diferenciao que existia e bem entre aqueles para os quais a festa foi criada e os out-siders. Ainda que uma das ra-zes invocadas pela FAP para a no existncia de diferenciao fosse a simplificao de proces-sos, a nica vantagem que se acabou por verificar foi a re-duo da revenda dos bilhetes (adquiridos a preo de estudan-te) a no-estudantes, proces-so esse que era muito lucrati-vo. Contudo, tal como se pode

    imaginar, esta reduo da arbi-tragem no foi muito elevada, j que algumas falhas na logs-tica, como as longas filas de es-pera para a compra de bilhetes no Queimdromo, ainda pro-porcionaram uma boa oportu-nidade de negcio.

    Todos os anos, aquando da di-vulgao do cartaz para as noites da Queima, habitual surgirem algumas crticas, o que nor-mal, uma vez que dificilmente se agrada a gregos e a troianos. Contudo, estas nunca foram to consensuais e a chuva de comentrios depreciativos na pgina da FAP assim o com-prova. Apesar de reunir artistas com reputao e prestgio, hou-ve um decrscimo da qualida-de em relao ao ano passado, o que j no pode ser justifica-do pela conjetura econmica do pas e que menos sentido faz se pensarmos que os preos dos bi-lhetes foram relativamente mais altos. Ao olhar para o cartaz da Semana do Enterro de Avei-ro, que inclui as bandas UB40, Moonspell, Blasted Mechanism e Martin Solveig, temos a prova de que possvel fazer melhor com oramentos inferiores.

    A FAP deveria repensar a sua estratgia para os prximos anos, sendo a sua funo a de representao e defesa dos in-teresses dos estudantes da Aca-

    demia. A comercializao des-ta tradio afasta-a destes e vai contra todos os princpios que esto na origem da criao des-ta organizao. Ainda que ns

    sejamos estudantes de Econo-mia, sabemos perfeitamente que existem coisas muito mais importantes do que o lucro que se possa obter.

    Sebastio Feyo de Azevedo eleito Reitor da UP

    Para a nossa Universidade manter este

    nvel de renome, no dia 30 de Abril, Se-bastio Feyo de Azevedo, diretor cessan-te da FEUP, venceu a corrida ao lugar de novo reitor da Universidade do Porto, deixando para trs os directores das facul-dades de Cincias e de Economia e um candidato estrangeiro, proveniente da n-dia. O seu perodo de mandato inicia-se em Junho deste ano e terminar em 2018. Sebastio de Feyo de Azevedo nasceu em 1951 no Porto. Ser o 18 reitor da Uni-versidade do Porto e sucede a Jos Mar-ques dos Santos, que ocupou o cargo nos ltimos oito anos.

    UP integra a lista das 200 melhores escolas do mundo

    Durante este ano, foram analisados mais de 10 mil cursos e trs mil universidades de todo o mundo. A UP conseguiu mostrar a di-ferena nesta avaliao e entrar num ranking bastante privilegiado: o QS World Univer-sity Ranking, uma das listas de escolas mais reputadas internacionalmente. Aqui, a UP surge no conjunto das 200 melhores escolas de ensino do mundo. Para a avaliao, foram usados trs parmetros: a reputao acadmi-ca, a reputao entre empregadores e a pro-

    QUEIMA DAS FITAS

    Um negcio com tradio

    A agitao Fepiana INS VASCONCELOSPEDRO MALAQUIAS

  • 18

    MRCIA AZEVEDO*

    As ltimas semanas tm sido marca-das pela especulao em torno da de-ciso do Governo de Portugal em re-lao forma como Portugal sair do seu Programa de Ajustamento. Muitas so as vozes que se erguem a defender quer a Sada Limpa, quer o Programa Cautelar.

    Em relao ao Programa Cautelar, as principais vantagens apontadas cen-tram-se na segurana que tal deciso daria aos investidores, a qual contri-buiria para a diminuio das yields das obrigaes portuguesas e, consequente-mente, para um regresso aos mercados financeiros a custo mais baixo. Adicio-

    nalmente, com o aproximar de eleies legislativas, a incerteza sobre as medi-das do prximo Governo deixa estes investidores com uma maior perceo de risco que incorrem ao investir em Portugal. A linha de crdito que ser disponibilizada a Portugal, caso este Programa Cautelar seja adotado, tam-bm tem sido uma das principais van-tagens atribudas a esta opo.

    No entanto, so tambm muitas as vantagens atribudas a uma Sa-da Limpa. Em primeiro lugar, muitas opinies apontam para a importncia de se valorizar o esforo de consolida-o oramental que tem sido feito des-de o incio do Programa de Ajustamen-to. Em segundo lugar, existe a presso das principais potncias europeias para que Portugal siga este caminho, uma vez que tambm nestes pases existem preocupaes eleitorais e a opinio p-blica no encara com bons olhos apoios adicionais aos pases intervencionados. Em terceiro lugar, o facto de, nas lti-

    mas semanas, Portugal ter conseguido financiar-se junto dos mercados, tendo j conseguido uma taxa de juro inferior quela que obtm junto do Fundo Mo-netrio Internacional, d fora s vozes que apoiam uma Sada Limpa.

    Independentemente da deciso do Governo sobre qual ser o caminho a adotar, Portugal continuar a ser acom-panhado pelas diversas instituies in-ternacionais, de forma a garantir que a economia portuguesa continue a cres-cer e que as reformas estruturais que marcaram este programa de ajustamen-to continuem a ser levadas a cabo.

    * ANLISE PELOS ASSOCIADOS DA FEP FI-NANCE CLUB

    NOTA: Entretanto, no dia 5 de maio, o Primeiro-Ministro portugus, Pedro Pas-sos Coelho, anunciou publicamente que Portugal optaria pela sada limpa, em de-trimento do programa cautelar.

    Fim do Programa de Ajustamento: Sada Limpa ou Programa Cautelar?

    duo cientfica, onde a UP conseguiu atingir excelentes resultados.

    Spie UP14

    De 17 e 23 de Maio ir decorrer a 7 Edio da Semana de Promoo da Inovao e Em-preendedorismo da Universidade do Porto (Spie UP). Este evento tenta trazer e estimu-lar uma atitude empreendedora e inovadora entre a comunidade universitria e a socieda-de, procurando desta forma superar a barreira das mentalidades ultrapassadas e ter assim ferramentas para inovar. Esta edio ser or-ganizada pelo Clube de Empreendedorismo da Universidade do Porto (CEdUP) e estar presente em vrias faculdades. Desta forma, podemos contar com uma semana de eventos cheios de potencialidade para desenvolvermos as nossas aptides. de realar a participao de uma organizao da nossa casa, a StartUp BUZZ, em mais uma edio deste evento. A sua participao preenche o programa com eventos como a Startup Case Study e a BUZZ Arena High School Edition. O primeiro con-cerne resoluo de casos de negcio de uma de duas startups em participao, a LabOr-ders e a Last2Ticket, e o segundo um con-

    curso de ideias de negcio, em parceria com a Faculdade de Economia do Porto, em que o desafio que cada equipa crie um negcio relacionado com a faculdade que frequenta. Estas duas oportunidades ocorrero nos dias 19 e 20 de Maio, respectivamente, na FEP. O Spie UP estar aberto ao pblico duran-te toda a semana e o Fepiano deixa o repto a todos para participarem, j que existem altas expectativas sobre o potencial da panplia de temticas abordadas.

    Dia da Propriedade Industrial na Universidade do Porto

    Decerto que, de vez em quando, talvez em alturas em que andas com mais insnias e no consegues dormir, tens ideias de negcio ou de produtos que so super inovadores e que, provavelmente, poderiam fazer de ti um mi-lionrio. Por onde comear? O que fazer para garantir que ningum roube a ideia?

    J deves ter ouvido falar em patentes, que, na sua formulao clssica, so uma con-cesso pblica, conferida pelo Estado, que garante ao seu titular a exclusividade de explorar comercialmente a sua criao. A Universidade do Porto, em parceria com o

    INPI, est a oferecer vrias sesses do Dia da Propriedade Industrial: alguns examina-dores de patentes do INPI vo deslocar-se UP para realizar vrias sesses de informao e esclarecimento, formaes em Patentes In-dustriais e reunies com grupos de investiga-dores. A primeira ter lugar dia 16 de Maio, no Instituto de Cincias Biomdicas Abel Salazar, e estar focada em dois temas: requi-sitos de patenteabilidade e especificaes das patentes de biotecnologia.

    Encontro com Histrias no Jardim Botnico

    Este ms, o Fepiano, em nome do bom tempo, decidiu explorar uma experincia or-ganizada pela Universidade do Porto. En-contro com Histrias no Jardim Botnico o nome desta magnfica exposio de Antnio de Vasconcelos Lapa. Situada no pulmo da Universidade do Porto, pretende surpreen-der-nos ao retratar criaturas fascinantes e ex-ticas, mostrando um novo mundo totalmente imaginrio. Fica, assim, o convite a todos os leitores: entrem nesta fantstica aventura que estar em exibio, com entrada livre, at dia 22 de Junho.

  • 19N 9 - maio 2014

    Desporto na FEP

    Entre 7 e 12 de abril, a cidade da Maia viveu 6 dias de intensa competio, mas, sobretudo, de grande esprito acadmico nas Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitrios. Como no podia deixar de ser, a FEP esteve re-presentada nesta verdadeira festa de estudantes, tendo alcanado excelentes resultados com as suas 4 equipas em prova. Em Futsal e Andebol masculino, a AEFEP ficou-se pela fase de gru-pos, no entanto, tais resultados no espelham as excelentes prestaes realizadas, que pode-riam perfeitamente ter tido outro desfecho. No Basquetebol masculino, a equipa conseguiu as-segurar o apuramento para os quartos de final, juntamente com a AEIST, deixando ficar pelo caminho a seleco da AAUTAD. No entan-to, na fase a eliminar, apesar de uma excelente rplica, a AEFEP saiu derrotada pela AAUAV. Por fim, surge a seleco de Voleibol masculi-no, que conseguiu um resultado histrico ao sagrar-se vice-campe nacional Universitria. Aps uma fase de grupos imaculada, a AEFEP travou duelos com a AEIST e a AEFADEUP, no tendo dado qualquer hiptese e asseguran-do, assim, um lugar na to desejada final. No entanto, na final, acabou por ceder perante o Bicampeo Nacional Universitrio, o IPP, fi-cando muito perto do sonho.

    Parabns a todos os campees que dignifica-ram as cores da nossa Faculdade.

    Na passada noite de 21 para 22 de abril, a AE-FEP realizou um incrvel torneio noturno de Futsal e Voleibol, dois dos desportos cones da FEP. O Fepiano estima que este torneio, numa fase em que os alunos universitrios no esto livres de testes, envolveu mais de 300 partici-pantes, entre jogadores, organizadores e adep-tos. Note-se que este evento foi filmado atravs de uma Aerial Camera, facto nico em eventos deste tipo. O torneio de futsal contou com 18 equipas, sendo que se comeou por jogar 2 gru-pos de 4 e dois grupos de 5 equipas, passando duas equipas aos quartos de final. O Fepiano no pode deixar de felicitar todos os participan-tes, mas com especial destaque para a equipa Xe-rifes Velha Guarda que venceu na final a equipa do Fenerbahce. Uma palavra de apreo tambm para o atleta Joo Paiva, do Fenerbahce, que se sagrou melhor marcador da competio.

    Final FEP LeagueEst encontrado o grande vencedor da FEP League 13/14, que sucede, as-

    sim, aos Prescritos. Num bom jogo de Futsal, ambas as equipas entraram em campo a respeitar-se mutuamente e sem correr riscos. No entanto, o ligeiro ascendente do Atltico Atum acabou por se materializar em golo, num lance de insistncia. Em desvantagem ao intervalo, os JAS foram obrigados a cor-rer atrs do prejuzo. No entanto, uma boa organizao defensiva do Atltico Atum impediu o empate e, numa boa jogada, surgiu o golo que praticamente sentenciou a partida.

    O Fepiano felicita o novo Campeo e congratula, tambm, a equipa finalis-ta, JAS, assim como todos os participantes nesta festa do desporto.

    Resultado da Final: Atltico Atum 2 - 0 JAS

    Atltico AtumPara melhor dar a conhecer aos seus leitores quem o Atltico Atum, quais

    os seus objectivos e o que os move, o Fepiano esteve conversa com o capito de equipa, Tiago Miranda, que partilhou connosco algumas palavras.

    Fundado em 2009, o Atltico Atum comeou por se assumir como uma simples equipa de amigos. No obstante os modestos resultados, a equipa foi construindo um ambiente nico no seu balnerio com a ajuda de todos os que por aqui passaram. Mas infelizmente o Cu precisa de estrelas para brilhar e, em 2011, levou A maior da nossa constelao. A partir desse dia o objectivo passou a ser apenas um: vencer e dedicar-Lhe um trofu. Foram muitos trei-nos e muito suor, mas tudo valeu a pena quando no passado dia 23 de Abril levantamos o trofu referente conquista da FEP LEAGUE. Uma poca sem conhecer o sabor da derrota a prova mxima de que nos empenhmos todos em torno desta causa. A misso est cumprida, mas o Atum no acaba aqui. Este ano procuramos ainda a dobradinha e est j a ser planeada a renovao da equipa. Por Ele e para Ele. Sempre..

    CAMPEONATOS NACIONAIS UNIVERSITRIOS

    NIGHT CUP

    A RETROSPETIVA DA FEP LEAGUE

    AFONSO VIEIRA XAVIER BRANDO

  • 20 N 9 - maio 2014

    Coordenao: Gonalo Sobral Martins e Jos Guilherme SousaRedao: Afonso Vieira, Alice Moreira, Andr Silva, Carolina Fernandes, Carolina Reis, Carolina Silva, Daniel Salazar, Ins Vasconcelos, Joo Parreira, Joo Sequeira, Lara Queiroz, Manuel Lana, Mariana Ribeiro, Matilde Rosa Cardoso, Paulo Martins, Pedro Malaquias e Xavier BrandoPaginao: Clia Csar - Grupo Editorial Vida Econmica, S.A.Impresso: PapelicpiaMorada: Rua Dr. Roberto Frias, 4200-464 (Porto, Portugal) Contacto: [email protected] Facebook: www.facebook.com/fepianojornal

    TIRAGEM DESTA EDIO:600

    70 metros

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