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CAPA
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
2
Governo do Estado do Pará
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Educação Técnica e Tecnológica
Relatório do Mapa da Exclusão Social
GOVERNO DO ESTADO DO PARA
Simão Robison Oliveira Jatene
Governador do Estado do Pará
José da Cruz Marinho
Vice-Governador do Estado do Pará
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA - SECTET
Alex Fiúza de Melo
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Educação Técnica e Tecnológica
FUNDAÇÃO AMAZÔNIA DE AMPARO A ESTUDOS E PESQUISAS DO PARÁ
Eduardo José Monteiro da Costa
Diretor-Presidente
Alberto Cardoso Arruda
Diretor Científico
Geovana Raiol Pires
Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural
Maria Glaucia Moreira
Diretora de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação
Andrea dos Santos Coelho
Diretora de Pesquisas e Estudos Ambientais
Ciria Aurora Ferreira Pimentel
Diretora Administrativa
Eduardo Alberto da Silva Lima
Diretor de Planejamento, Orçamento e Finanças
Natália do Socorro Santos Raiol
Diretora Interina de Operações Técnicas
Expediente Publicação Oficial:
© 2015 Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – Fapespa
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
Eduardo José Monteiro da Costa
Diretor-Presidente
Geovana Raiol Pires Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análises conjunturais da FAPESPA
Andrelina da Luz Dias
Coordenadora de Estudos Sociais da FAPESPA
Equipe Técnica
Anderson Fabricio Pereira de Araújo
Andrea Paula Ribeiro Silva
Andrelina da Luz Dias
Brunno Thadeu Tavares Bittencourt
Charlene de Carvalho Silva
José Dias de Carvalho Zurutuza
Juliete Miranda Alves
Rafael Nascimento Lopes
Raymundo Nonnato da Frota Costa Jr.
Silvia Ferreira Nunes
Walenda Silva Tostes
Joyse Tatiane Souza dos Santos
Produção Editorial:
Frederico Mendonça
Helen da Silva Barata
Juliana Cardoso Saldanha
Karina Lan’Arc
Ingrid Mendes
Wagner da Silva Santos
Revisão:
Juliana Cardoso Saldanha
Normalização:
Anderson Alberto Saldanha Tavares
Angela Cristina Nascimento Silva
Jacqueline Queiroz Carneiro
F981m Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (FAPESPA)
Mapa de Exclusão Social do Pará 2014 / Diretoria de Estudos e
Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural. – Belém, 2015.
49 f.: il.
1. Exclusão Social - Pará. 2. Lei 6.836/2006 - Indicadores.
I. FAPESPA. II. Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e
Análise Conjuntural. III. Título.
CDD: 23 ed. 305. 5
____________________________________________________________
____________________________________________________________ Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Expectativa de vida dos indivíduos menores de 1 ano de idade, segundo Pará e Regiões de Integração, 2013 e 2014 ............................................................................ 7
Tabela 2 - PIB per capita, a Preços de Mercado Correntes, segundo Regiões de Integração, Estado do Pará, 2009-2012 ..................................................................................... 11
Tabela 3 - Coeficiente de Gini do PIB para o Estado do Pará e Regiões de Integração, 2009-2012 ....................................................................................................................... 13
Tabela 4 - Número de Pessoas Abaixo da Linha de Pobreza (em 1.000 pessoas) para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém, 2007-2013 ... 15
Tabela 5 - Percentual da População Economicamente Ativa desocupada (Taxa de Desocupação) no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém,
2009/2011-2013....................................................................................................................................................................................................................................................... 17
Tabela 6 - População Ocupada por Posição na Ocupação (%) para o Brasil, Região Norte, Pará e Região Metropolitana de Belém 2012-2013 .................................................. 19
Tabela 7 - Taxa de Alfabetização da população de 15 anos ou mais para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém, 2011-2013 ...................... 24
Tabela 8 - Número de Centros e Postos de Saúde por dez mil habitantes para o Estado do Pará e Regiões de Integração, 2009-2014 ................................................................. 28
Tabela 9 - Número de leitos hospitalares1 por mil habitantes para o Estado do Pará e Regiões de Integração, 2009-2014 ................................................................................... 27
Tabela 10 - Agentes comunitários de saúde por 1.000 habitantes para o Estado do Pará e Regiões de Integração, 2010-2014 ............................................................................. 29
Tabela 11 - Taxa de Mortalidade Infantil para o Estado do Pará e Regiões de Integração 2010/2014 ................................................................................................................... 31
Tabela 12 - Percentual de domicílios com abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana
de Belém, 2008-2013 .............................................................................................................................................................................................................................................. 35
Tabela 13 - Estimativas dos componentes do déficit habitacional para o Brasil e Pará (em %), 2008-2013 .......................................................................................................... 48
Tabela 14 - Proporção de pessoas vivendo em domicílios improvisados no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém 2006-2013 ....................... 50
Tabela 15 - Número de ocorrências policiais registradas, participação (%) e ocorrências per capita (para grupos de 100.000 hab.) segundo Regiões Integradas de Segurança
Pública (RISP), 2012-2014 ...................................................................................................................................................................................................................................... 38
Tabela 16 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de Crimes Reativos na RMB (1ª e 2ª RISP), 2012 a 2014 .............................................................................. 44
Tabela 17 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de Crimes Reativos no Interior do Estado do Pará (3ª à 15ª RISP), 2012 a 2014 ........................................... 43
Tabela 18 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de Crimes Reativos no Estado do Pará (1ª à 15ª RISP), 2012 a 2014 ........................................................... 43
Tabela 19 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de Crimes Proativos na RMB (1ª e 2ª RISP), 2012 a 2014 ............................................................................. 44
Tabela 20 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de Crimes Proativos no Interior do Estado do Pará (3ª à 15ª RISP), 2012 a 2014 .......................................... 44
Tabela 21 - Comparativo e variação percentual de grupamentos de Crimes Proativos no Estado do Pará (1ª à 15ª RISP), 2012 a 2014 ............................................................... 45
Tabela 22 - Percentual de domicílios particulares permanentes com posse de computador e acesso à Internet - Brasil, Norte, Pará e RMB, 2007-2013 ..................................... 47
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Expectativa de Vida da população menor de um ano por Região de Integração do estado do Pará, 2013-2014 Expectativa de Vida da população
menor de um ano por Região de Integração do estado do Pará, 2013-2014 ..................................................................................................................................... 9
Figura 2 - Evolução do crescimento real do PIB per capita a preços correntes, Brasil e Estado do Pará, 2009-2012(%) .............................................................. 10
Figura 3 - PIB per capita deflacionado a preços do ano anterior, Brasil, Região Norte e Estado do Pará, 2009-2012(R$) ........................................................... 10
Figura 4- PIB Per Capita por Região de Integração do Estado do Pará, 2011-2012 ....................................................................................................................... 12
Figura 5 - Coeficiente de Gini por Região de Integração do estado do Pará, 2011-2012 ............................................................................................................... 14
Figura 6 - Proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2007-2013 ......................................................... 16
Figura 7 - Proporção (%) de pessoas abaixo da linha da pobreza por gênero, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2012/2013 ............................... 16
Figura 8 - Proporção (%) de pessoas abaixo da linha da pobreza por raça/cor, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2012/2013 ............................. 17
Figura 9 - Proporção (%) de pessoas abaixo da linha da pobreza por situação domiciliar, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2012/2013 ............ 17
Figura 10 - Taxa de Desocupação por situação do domicílio, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2012/2013 ........................................................ 17
Figura 11 - Taxa de Desocupação por gênero, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2012/2013 ............................................................................... 18
Figura 12 - Taxa de Desocupação por raça/cor, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2012/2013 ............................................................................. 18
Figura 13 - Taxa de Alfabetização por gênero para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém – 2011-2012 ............................. 25
Figura 14 - Taxa de Alfabetização por situação do domicílio para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém – 2012-2013 ...... 25
Figura 15 - Taxa de Alfabetização por raça para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém 2012-2013..................................... 26
Figura 16 - Postos e Centros de Saúde por dez mil hab, segundo Região de Integração do Estado do Pará, 2013/2014 ............................................................... 29
Figura 17 - Número de Postos e Centros de Saúde e Número de Leitos Hospitalares para o Estado do Pará 2009-2014 .............................................................. 27
Figura 18 - Leitos por mil habitantes por Região de Integração do Estado do Pará, 2013/2014 .................................................................................................... 28
Figura 19 - Número de Agentes comunitários e Equipes Saúde da Família 2010-2014. ................................................................................................................ 29
Figura 20 - Agentes Comunitários de Saúde por mil habitantes por Região de Integração do Estado do Pará – 2013/2014 ......................................................... 30
Figura 21 - Taxa de Mortalidade Infantil por Região de Integração do Estado do Pará – 2013/2014 ............................................................................................ 32
Figura 22 - Número de Ocorrências por 100.000 habitantes por Regiões Integradas de Segurança Pública e Defesa Social (RISP) do Estado do Pará,
2013/2014 ........................................................................................................................................................................................................................................ 43
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................................................................................ 6 2 EXPECTATIVA DE VIDA ............................................................................................................................................................................................................................. 7 3 RENDA ............................................................................................................................................................................................................................................................ 10
3.1 ÍNDICE DE CONCENTRAÇÃO-COEFICIENTE DE GINI...............................................................................................................................13
3.2 POPULAÇÃO ABAIXO DA LINHA DA POBREZA........................................................................................................................................15
4 DESEMPREGO .............................................................................................................................................................................................................................................. 20 5 EDUCAÇÃO ................................................................................................................................................................................................................................................... 24 6 SAÚDE ............................................................................................................................................................................................................................................................ 28
6.1 POSTOS E CENTROS DE SAÚDE POR 10.000 HABITANTES......................................................................................................................28
6.2 LEITOS HOSPITALARES POR 1.000 HABITANTES......................................................................................................................................27
6.3 AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE PARA CADA 1.000 HABITANTES.............................................................................................29
6.4 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL............................................................................................................................................................31
7 SANEAMENTO BÁSICO ............................................................................................................................................................................................................................ 35
7.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA...........................................................................................................................................................................35
7.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ..........................................................................................................................................................................45
7.3 COLETA DE LIXO ..............................................................................................................................................................................................45
8 HABITAÇÃO ................................................................................................................................................................................................................................................ 47 9 POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RISCO NAS RUAS.......................................................................................................................................................................... 50 10 SEGURANÇA ................................................................................................................................................................................................................................................ 39 11 INCLUSÃO DIGITAL .................................................................................................................................................................................................................................. 47 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................................................................................................................... 49
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
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Governo do Estado do Pará
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Relatório do Mapa da Exclusão Social
1 INTRODUÇÃO
O Mapa de Exclusão Social do Pará foi instituído pela Lei
6.836/2006, que o estabeleceu como documento a ser apresentado junto
à prestação de contas do Poder Executivo estadual, como um balanço
da situação de exclusão social no estado. A metodologia de elaboração
do Mapa segue a relação de indicadores definidos no Art 2º da referida
Lei, sendo desagregados de acordo com a disponibilidade de cada
indicador pela sua fonte oficial. Situação semelhante ocorre para a
periodicidade do indicador, que segue sempre o ano de prestação de
contas do poder executivo em análise ou o ano mais recente disponível
no período de elaboração do Mapa.
Alguns indicadores estatuídos no artigo 2º da citada Lei não
estão disponíveis por fontes oficiais, de modo que são apresentados
outros indicadores alternativos ou é estimado o indicador exigido. A
desagregação regional ocorre nos casos em que há cobertura na área de
abrangência de cada fonte, sempre utilizando as Regiões de Integração,
com exceção do item Segurança, que segue a regionalização do Sistema
Estadual de Segurança Pública, instituído pela Lei de nº 5.584/2011.
Para as variáveis que não há disponibilidade de informação
desagregada regionalmente dentro do estado do Pará, são comparadas
com o Brasil, Região Norte e Região Metropolitana de Belém, sempre
que disponível.
As interpretações e análises das informações, além de
respeitarem a exigência legal, permitem sua utilização no planejamento
ou monitoramento de políticas públicas, assim como no exercício do
controle social. Entretanto, é importante lembrar que o resultado de um
conjunto de ações sociais não se observa imediatamente ao fim da
implementação das políticas, uma vez que os impactos das políticas
públicas e as transformações sociais quase sempre não são observados
nas análises de curto prazo.
Quando comparamos os dois últimos anos de divulgação dos
indicadores constantes no Mapa de Exclusão Social do Pará, alguns
indicadores apresentaram evolução positiva, fato que reflete em
avanços sociais: aumento na expectativa de vida; redução da taxa de
pobreza; crescimento do PIB per capita; desconcentração de renda;
aumento da taxa de alfabetização; ampliação do número de postos,
centros de saúde, leitos hospitalares e agentes comunitários de saúde;
diminuição na taxa de mortalidade infantil; melhoria na proporção de
domicílios com acesso a esgotamento sanitário, abastecimento de água
com canalização interna e coleta de lixo; redução na proporção de
domicílios alugados com adensamento excessivo de pessoas por
dormitório; e o incremento da proporção de domicílios com acesso à
internet.
Em outro conjunto de indicadores ocorreram sinais de
agravamento ou a manutenção de situações indesejáveis: aumento na
taxa de desocupação; redução na proporção de domicílios com
abastecimento de água por rede e de pessoas vivendo em domicílios
improvisados; e o aumento do número de ocorrências policiais per
capita.
Em resumo, o diagnóstico identifica um cenário favorável, uma
vez que a maioria dos indicadores apresentou melhoras ou tendências
de redução das vulnerabilidades e exclusão social no estado, inclusive
as intrarregionais, nos indicando que algumas ações públicas estão na
direção correta para a redução do histórico grau de exclusão social
persistente no Pará. Entretanto, é importante a avaliação de que parte
desses indicadores ainda está aquém das necessidades da população,
especialmente da parcela mais vulnerável e ainda distante das médias
nacionais ou dos parâmetros de referência adotados por organismos
nacionais e internacionais.
Dessa forma, ao mensurar e espacializar situações de
vulnerabilidades e exclusão social, o Mapa de Exclusão Social sinaliza
em quais áreas o Estado deve priorizar sua intervenção, contribuindo
assim para o alcance do objetivo estratégico do governo estadual de
redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.
1
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
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2 EXPECTATIVA DE VIDA
Expectativa de vida em anos ao nascer
A expectativa de vida ao nascer, também denominada de
esperança de vida, indica o número médio de anos que um recém-
nascido viveria, submetido às taxas de mortalidades observadas no
ano em análise. O desempenho desse indicador reflete a melhoria da
qualidade de vida da população de um local, em consequência de
avanços nos níveis de saúde pública, do acesso à educação, cultura e
lazer, associados à redução da violência e criminalidade, entre outros
fatores. Ou seja, uma melhora na condição de vida de uma sociedade
ante as suas necessidades básicas atendidas.
De acordo com os resultados exibidos na Tabela 1, a
expectativa de vida ao nascer no Pará, de 2013 para 2014, se
manteve aproximadamente em 73 anos (de 72,96 para 73,06 anos).
Embora não se perceba um expressivo incremento ano a ano no
indicador, em longo prazo, a expectativa de vida ao nascer
apresentou evolução relevante, a exemplo da evolução de quase 4
anos de 2000 para 2010 e mais de 8 anos de 1991 para 2010,
segundo dados do PNUD (2013).
A maior parte das Regiões de Integração (RI) apresentou
incremento na expectativa de vida de 2013 para 2014, apesar de que
ainda existem diferenças significativas entre a maior média (RI
Marajó com 77,36 anos) em comparação com a menor (RI Carajás
com 71,22 anos). Ou seja, em 2014, um paraense nascido na RI
Marajó apresenta uma expectativa de vida, em média, seis anos a
mais do que um nascido na RI Carajás.
Tabela 1- Expectativa de vida dos indivíduos menores de 1 ano de
idade, segundo Pará e Regiões de Integração, 2013 e 2014
Pará/Regiões de Integração Expectativa de Vida (em anos)
2013 2014
Pará 72,96 73,06
Marajó 77,09 77,36
Tocantins 74,77 75,00
Rio Caeté 73,77 74,64
Baixo Amazonas 74,35 73,87
Rio Capim 73,97 73,72
Lago Tucuruí 73,46 73,69
Araguaia 73,41 73,47
Tapajós 73,83 73,26
Guamá 73,02 73,10
Xingu 71,73 71,76
Metropolitana 71,34 71,52
Carajás 71,26 71,22 Fonte: DATASUS/SESPA/FAPESPA
Elaboração e Cálculo: FAPESPA/SEPLAN
Nota (1) As informações sobre óbitos foram informadas pela SESPA e são preliminares. (2)
A população por faixa etária para 2013 foi estimada pela FAPESPA.
As Regiões de Integração (RI) que apresentaram os maiores
incrementos de 2013 para 2014 foram: Rio Caeté (0,87 ano), Marajó
(0,27 ano) e Tocantins (0,23 ano), regiões que possuíam em 2014
também as maiores esperanças de vida ao nascer, 74,64 anos, 77,36
anos e 75,00 anos, respectivamente.
As maiores reduções na expectativa de vida ao nascer de
2013 para 2014 ocorreram nas RI do Tapajós (-0,57 ano) e Baixo
Amazonas (-0,48), sendo que as menores esperanças de vida em
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2014 foram das RI Carajás (com 71,22 anos), Metropolitana (71,52
anos) e Xingu (71,76 anos).
A Figura 1 ilustra a expectativa de vida, desagregada em
faixas crescentes apresentadas por Regiões de Integração para os
anos de 2013 e 2014, de modo que os incrementos ocorridos nas
esperanças de vida das RI do Lago do Tucuruí e Rio Caeté
provocaram alterações dessas regiões para faixas de melhores
valores de 2013 para 2014. Em sentido contrário, as reduções
observadas pelas RI do Baixo Amazonas, Rio Capim e Tapajós
foram suficientes para que essas regiões passassem a compor faixas
menores de expectativa de vida ao nascer em 2014.
No sentindo de garantir melhor qualidade de vida para a
população e, consequentemente, o aumento da esperança de vida ao
nascer, o Governo do Estado vem desenvolvendo um conjunto de
ações que afetam direta e indiretamente esse indicador, a exemplo
das ações em saúde que visaram fortalecer os municípios na
estruturação e melhoria da assistência na rede de atenção primária,
com investimento no programa “Presença Viva”, em parceria com a
caravana PROPAZ; dos investimentos em 73 municípios de 2011 a
2014 em saneamento da ordem, R$1,05 bilhões em obras de
implantação e ampliação de sistemas de abastecimento de água e de
R$ 630 milhões em obras de rede de esgoto (SEPLAN, 2015). Essas
ações também contribuem para melhorar áreas como saúde,
saneamento, habitação, entre outras descritas ao longo desse
diagnóstico.
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
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Figura 1- Expectativa de Vida da população menor de um ano por Região de Integração do estado do Pará, 2013-2014 Expectativa de
Vida da população menor de um ano por Região de Integração do estado do Pará, 2013-2014
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3 RENDA
PIB “per capita” ajustado ao custo de vida local,
indicadores de concentração de renda, número de
pessoas abaixo da linha da pobreza
Produto Interno Bruto per capita
O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Pará em 2012
alcançou R$ 91 bilhões e 2,91% de crescimento real em relação ao
ano de 2011. O PIB na perspectiva da renda representa a
distribuição, entre os fatores de produção, do valor adicionado mais
os impostos sobre a produção e a importação, líquidos de subsídios1.
Trata-se de um indicador de desempenho econômico e análise
estrutural de curto, médio e longo Prazo.
Figura 2 – Evolução do crescimento real do PIB per capita a preços
correntes, Brasil e Estado do Pará, 2009-2012(%)
Fonte: IBGE/ IDESP, 2014.
1 O PIB das Contas Regionais até 2012 foi calculado pela ótica da produção, que a soma de todos os produtos e serviços produzidos, menos o consumo intermediário, mais os impostos sobre produtos
líquidos de subsídios.
O PIB per capita reflete a dinâmica econômica e
demográfica da localidade e é calculado pelo rateio do PIB pela
população residente. Em 2012, o PIB per capita real apresentou
crescimento de 1,54%, ficando acima da média brasileira que foi de
0,18%(Figura 2).
Em 2012, o PIB per capita constante (deflacionado a preços
do ano anterior) do Estado do Pará foi de R$11.670, 9,6% superior
ao ano anterior, enquanto o PIB per capita nacional variou 7,2% no
mesmo período, registrando R$21.575. O PIB per capita paraense
representou 54,1% e 52,9% do valor per capita nacional em 2012 e
2011, respectivamente. Observando a Figura 3, verificou-se
evolução positiva tanto para o estado quanto para o Brasil, no
período em análise.
Figura 3 - PIB per capita deflacionado a preços do ano anterior,
Brasil, Região Norte e Estado do Pará, 2009-2012(R$)
Fonte: IBGE/ IDESP, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
(6,00)
(4,00)
(2,00)
-
2,00
4,00
6,00
8,00
2009 2010 2011 2012
(4,65)
5,77
3,80
1,54
(1,30)
7,96
1,82
0,18
Pará Brasil
-
4.000
8.000
12.000
16.000
20.000
2009 2010 2011 2012
7.621 8.313
10.650 11.670
15.783
18.264 20.126 21.575
Pará Brasil
3
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Tabela 2– PIB per capita, a Preços de Mercado Correntes, segundo
Regiões de Integração, Estado do Pará, 2009-2012
Pará / Regiões de
Integração
PIB per capita (R$)
2009 2010 2011 2012
Pará 7.859 10.259 11.493 11.679
Carajás 19.166 38.582 47.397 42.714
Metropolitana 9.939 11.248 12.136 12.715
Lago de Tucuruí 8.747 11.991 11.566 11.785
Araguaia 7.295 8.064 9.672 10.544
Baixo Amazonas 6.421 8.008 8.212 8.632
Tocantins 7.999 8.139 8.433 8.580
Xingu 4.852 5.293 6.260 7.808
Rio Capim 5.030 5.884 6.356 6.978
Tapajós 4.055 5.868 6.384 6.956
Guamá 4.717 5.226 5.827 6.525
Rio Caeté 3.696 4.242 4.528 5.010
Marajó 2.928 3.269 3.489 3.936
Fonte: IBGE/ IDESP, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
As Regiões de Integração de Carajás, Lago de Tucuruí e
Metropolitana (Tabela 2), que representaram em 2012 56,7% dos
Serviços e 77% da Indústria no Valor Adicionado do Estado do Pará,
foram as que apresentaram PIB per capita acima do indicador
Estadual em 2012. A RI Carajás (R$ 42.714) foi a única que obteve
um PIB per capita acima da média nacional (R$ 21.575). Entretanto,
também foi a única que apresentou redução no indicador em relação
a 2011, provocado, em parte, pela redução nos preços das
exportações do minério de ferro de 121 US$/t em 2011, para 89
US$/t em 2012.
A Figura 3 ilustra a espacialização do PIB per capita para os
anos de 2011 e 2012, na qual seis RI apresentaram crescimento no
valor do PIB per capita suficiente para alterar sua faixa do
indicador: Tapajós, Xingu, Araguaia, Guamá, Rio Caeté e Rio
Capim. As demais regiões não mudaram de faixa em relação a 2011.
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Figura 4- PIB Per Capita por Região de Integração do Estado do Pará, 2011-2012
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3.1 ÍNDICE DE CONCENTRAÇÃO-COEFICIENTE DE GINI
O índice de Gini é uma medida do grau de concentração, a
partir de um valor que varia de zero (perfeita igualdade) a um
(desigualdade máxima).
A presente análise utiliza o Coeficiente de Gini, calculado
com base no PIB municipal, cujas variações analisadas são as do
período 2011/2012 (tabela 3).
Tabela 3 – Coeficiente de Gini do PIB para o Estado do Pará e Regiões
de Integração, 2009-2012
Pará / Regiões de Integração Coeficiente de Gini
2009 2010 2011 2012
Pará 0,757 0,779 0,78 0,767
Carajás 0,775 0,828 0,825 0,805
Metropolitana 0,683 0,678 0,679 0,671
Guamá 0,578 0,586 0,59 0,606
Baixo Amazonas 0,585 0,586 0,6 0,596
Tocantins 0,644 0,62 0,612 0,58
Lago de Tucuruí 0,559 0,602 0,573 0,557
Rio Caeté 0,501 0,508 0,504 0,505
Rio Capim 0,44 0,477 0,478 0,489
Tapajós 0,473 0,469 0,499 0,481
Xingu 0,43 0,424 0,444 0,464
Araguaia 0,387 0,389 0,397 0,385
Marajó 0,311 0,29 0,277 0,285 Fonte: IBGE/ IDESP, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
A desaceleração do crescimento econômico real de 2011 para
2012, de 5,18% para 2,91% aliada à maior desconcentração da renda
na Capital foram alguns dos fatores que influenciaram o indicador de
forma positiva, pois o coeficiente de Gini apresentou redução de
2011 para 2012 de 0,780 para 0,767, respectivamente.
Os maiores índices de desigualdades em 2012 foram
observados nas regiões de Carajás (0,805), Metropolitana (0,671) e
Guamá (0,606), que juntas somaram 61,5% do PIB estadual. Isto
significa que o PIB entre os respectivos municípios que compõem
essas Regiões de Integração- RI são mais desiguais do que, por
exemplo, a distribuição do PIB nas regiões do Marajó (0,285) e
Araguaia (0,385). Pode-se inferir que a estrutura e a organização das
relações de produção das regiões de Carajás, Metropolitana e Guamá
são mais concentradoras do que as que ocorrem no Marajó e
Araguaia.
Entre as Regiões de Integração no ano de 2012, em relação
ao ano de 2011, foram identificadas reduções das concentrações de
renda nas seguintes Regiões de Integração: Araguaia; Baixo
Amazonas; Carajás; Lago de Tucuruí; Metropolitana; Tapajós e
Tocantins. As demais RI apresentaram aumento na concentração de
renda medidas pelo Índice de Gini.
Na estratificação ilustrada na Figura 4, o índice de Gini, para
a maioria das Regiões de Integração, se manteve nas mesmas faixas
no período de 2011 a 2012, com exceção das Regiões do Tapajós,
Araguaia e Lago Tucuruí, que apresentaram alterações para faixas de
menores valores.
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Figura 5 - Coeficiente de Gini por Região de Integração do estado do Pará, 2011-2012
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3.2 POPULAÇÃO ABAIXO DA LINHA DA POBREZA
A definição de linha de pobreza usada neste diagnóstico
refere-se a “todas as pessoas que vivem em domicílios cuja renda
domiciliar per capita é inferior a ½ salário mínimo” (equivalente a
R$208,13)2. Este recorte é baseado no conceito de pobreza absoluta,
na qual é fixado um nível mínimo ou suficiente para atender as
necessidades básicas de uma população. Deste modo, todos que
apresentam padrões abaixo, encontram-se na situação de pobreza3.
Neste Mapa de Exclusão Social do Pará, o indicador está
apresentado para o Brasil, Região Norte, Pará e Região
Metropolitana de Belém (RMB), a partir de dados da Pesquisa
Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD), disponíveis para o
período de 2007-2009 e 2011-2013, divulgada pelo IBGE nos anos
que não são realizados os censos demográficos; resultados que
podem ser visualizados na Tabela 4.
No estado do Pará, o número de pessoas abaixo da linha da
pobreza apresentou redução de mais de 14 mil pessoas de 2012 para
2013, provocando uma diminuição da proporção de pessoas pobres
no estado de 25,6% para 25,4% no período. Também apresentaram
reduções na proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza de
2012 para 2013 o Brasil (de 13,7% para 13,3%) e a Região Norte
(23,8% para 23,4%). A RMB, entre as unidades geográficas
observadas, foi a única que apresentou incremento na proporção de
2Pessoas que convivem em domicílios com renda mensal inferior a ½ salário mínimo per
capita de 2004 a preços de 2013. 3Essa população passa a ser público alvo de Políticas Públicas direcionadas ao atendimento
das demandas desse público com base na Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, que
ressalta em seu Art 1º “A Assistência Social, direito do cidadão e dever do estado, é Política
de Seguridade Social não-contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada por meio de
um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir as
necessidades básicas”
pessoas abaixo da linha de pobreza, de 14,0% em 2012 para 14,3%
em 2013. Entretanto, ressalta-se que esse indicador para a RMB se
manteve próximo à média brasileira e bem abaixo da média estadual
e da Região Norte.
Tabela 4 - Número de Pessoas Abaixo da Linha de Pobreza (em 1.000
pessoas) para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região
Metropolitana de Belém, 2007-2013
Itens
Geográficos Indicador 2007 2008 2009 2011 2012 2013
Brasil
População 188.031 189.951 191.796 195.243 199.689 201.467
Pop Pobre 43.354 38.454 36.928 31.769 27.031 26.828
% Pobres 23,1 20,2 19,3 16,3 13,7 13,3
Região
Norte
População 15.478 15.750 15.555 16.499 16.730 17.040
Pop Pobre 5.357 4.608 4.462 4.527 3.981 3.980
% Pobres 34,6 29,3 28,7 27,4 23,8 23,4
Pará
População 7.400 7.527 7.479 7.878 7.987 7.990
Pop Pobre 2.568 2.300 2.415 2.423 2.041 2.026
% Pobres 34,7 30,6 32,3 30,8 25,6 25,4
RMB
População 2.010 2.033 2.117 2.158 2.179 2.180
Pop Pobre 453 400 444 344 306 312
% Pobres 22,5 19,7 21 15,9 14,0 14,3 Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração e Cálculo: FAPESPA, 2015.
A redução da pobreza para média estadual e o incremento
desse indicador para a RMB nos sinaliza a redução em maior escala
para os municípios pertencentes às Regiões de Integração do interior
do estado, regiões que vêm apresentando maior dinâmica econômica
dentro do estado, com melhores incrementos de renda, sobretudo por
meio do crescimento do emprego formal. Segundo dados do
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MTE/RAIS de 2012 para 2013, o estado apresentou evolução de
7,0% no estoque de emprego, a RMB 5,8% e os municípios fora da
RMB obtiveram maior taxa de 8,0%.
Observando a Figura 6, verifica-se que o Brasil, a Região
Norte, o Pará e a RMB apresentaram reduções significativas na
proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza ao longo dos
últimos anos. De 2007 para 2012, o estado do Pará reduziu mais de 8
pontos percentuais no indicador, diminuindo a proporção de pessoas
pobres de 34,7% em 2007 para 25,4% em 2013; foram retiradas da
situação de pobreza cerca de 26 mil pessoas nesse período.
Figura 6 - Proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza no Brasil,
Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2007-2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
A Figura 7 apresenta a distribuição da população abaixo da
linha da pobreza por sexo, sendo possível notar pequenas diferenças
na concentração desta população entre os gêneros, apesar de que, na
maioria das situações em análise, há mais mulheres que homens
nessa situação de exclusão. Na RMB, essa concentração se
apresentou proporcionalmente maior, tanto em 2012 quanto em
2013. Também se observa que em todas as dimensões geográficas,
ocorreram incrementos na proporção de mulheres no total de pessoas
abaixo da linha da pobreza de 2012 para 2013.
Figura 7 - Proporção (%) de pessoas abaixo da linha da pobreza por
gênero, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB,
2012/2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
No Pará, ocorreu um aumento de mulheres na proporção de
pessoas pobres de 49,9% em 2012 para 50,4% em 2013. No que
tange à população do sexo masculino, essa taxa reduziu de 50,1% em
2012 para 49,6% em 2013. Considerando que na RMB o aumento do
23,1 20,2
19,3 16,3
13,7 13,3
34,6
29,3 28,7 27,4
23,8 23,4
34,7 30,6 32,3
30,8
25,6 25,4 22,5
19,7
21
15,9 14 14,3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
2007 2008 2009 2011 2012 2013
% P
ob
res
Brasil Região Norte Pará Belém
BR 2012 BR 2013 RN 2012 RN 2013 PA 2012 PA 2013 RMB2012
RMB2013
48,3 48,2 50,0
49,1 50,1 49,6
45,8 44,6
51,7 51,8
50,0 50,9 49,9 50,4
54,2 55,4
Masculino Feminino
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indicador foi ainda maior, a população feminina apresentou um
aumento de 54,2% em 2012 para 55,4% em 2013 (Figura 7).
Quanto à proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza
por raça/cor, apresentada na Figura 8, se observa uma alta
concentração do indicador entre pessoas da cor/raça preta ou parda,
em todas as desagregações analisadas, justificada principalmente
pelo fato desta raça/cor ser a maioria da população do Brasil, da
Região Norte, do Pará e da RMB. Em 2013, as proporções de
pessoas pretas e pardas abaixo da linha da pobreza foram de 71,9%,
81,6%, 83,8% e 78,6%, respectivamente, no Brasil, na Região Norte,
no Pará e na RMB.
Figura 8 - Proporção (%) de pessoas abaixo da linha da pobreza por
raça/cor, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e RMB,
2012/2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
Contudo, a proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza
por raça/cor preta ou parda no estado do Pará diminuiu em 2013
(83,8%) em relação a 2012 (84,3%); comportamento seguido pela
RMB, que reduziu de 79,3% em 2012 para 78,6% em 2013, e pela
média brasileira (de 73,2% para 71,9%). Somente a Região Norte
apresentou aumento na proporção de pessoas da raça/cor preta e
parda em situação de pobreza, de 81,1% em 2012 para 81,6% em
2013.
Observando a proporção de pessoas abaixo da linha da
pobreza segundo a situação domiciliar, na qual prevalecem
domicílios na área urbana, a população pobre está presente
predominantemente nas cidades em todas as divisões geográficas
ilustradas na Figura 9, com maior concentração na RMB (94,6%) em
2013, dada a baixa proporção de pessoas residentes fora dos centros
urbanos dessa região.
Figura 9 - Proporção (%) de pessoas abaixo da linha da pobreza por
situação domiciliar, no Brasil, Região Norte, Estado do Pará
e RMB, 2012/2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
BR2012
BR2013
RN2012
RN2013
PA2012
PA2013
RMB2012
RMB2013
25,9 27,0 15,8 14,5 14,8 13,7
20,1 21,4
73,1 71,9 81,1 81,6
84,3 83,8
79,3 78,6
1,0 1,1 3,1 3,9 0,8 2,5 0,6 0,0
Branca Preto e Pardo Outros
BR2012
BR2013
RN2012
RN2013
PA2012
PA2013
RMB2012
RMB2013
63,0 63,7 56,9 56,3 50,5 49,5
96,4 94,6
37,0 36,3
43,1 43,7 49,5 50,5
3,6 5,4
Urbano Rural
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Ainda neste contexto, é importante mencionar a redução da
parcela de pessoas abaixo da linha da pobreza nas áreas urbanas da
Região Norte (de 56,9% para 56,3%), estado do Pará (de 50,5% para
49,5%) e RMB (de 96,4% para 94,6%), de 2012 para 2013. Na
média brasileira, a redução ocorreu na concentração da população
rural em situação de exclusão (de 37,0% para 36,3%) conforme se
observa na Figura 9.
Diversas políticas públicas existem hoje para dar assistência
às famílias em situação de pobreza, a exemplo das que atendem do
Cadastro Único para Programas Sociais, que tem por objetivo
cadastrar famílias em situação de pobreza e na extrema pobreza, na
efetivação das Políticas Públicas de Assistência Social tais como
Programa de Transferência de Renda como o Bolsa Família,
Benefício de Prestação Continuada-BPC, ProJovem, Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Tarifa Social de Energia
Elétrica, Isenção de taxas em concurso público, entre outros
programas respaldados no SUAS- Sistema Único da Assistência
Social. No Pará, em 2014, o Governo do Estado, comprometido com
a redução da taxa de pobreza, delegou a Secretaria Estadual de
Assistência Social-SEAS como órgão executor dessa Política, sendo
esta Secretaria corresponsável pela elaboração e implementação do
Plano Estadual de Assistência Social-PEAS, além de desenvolver
ações de monitoramento, assessoramento e vigilância
socioassistencial nos 144 municípios paraenses (SEPLAN, 2015).
Entretanto, outros programas foram desenvolvidos pelo
Governo do Pará visando o aumento e a desconcentração de renda,
quer seja no sentido individual, quer seja no âmbito regional. Dessa
forma, fomentou-se a geração de trabalho, qualificação profissional,
incentivos produtivos, entre outras ações que vieram contribuir com
a verticalização da produção e apoio às cadeias produtivas mais
distributivas.
As ações executadas pelo Governo do Estado no período
2011-2014 propiciaram a criação de ambiente favorável ao
desenvolvimento dos vários segmentos produtivos, a exemplo do
protocolo de intenção assinado com as mineradoras ligadas ao
SIMINERAL (Vale, Hidro, Collossus, Imerys, Dow Corning, Voto
rantin, Alcoa e MRN), que indicaram fornecedores estratégicos do
setor para se instalarem no Pará. Com o apoio dessas iniciativas, no
período de 2011-2014, foram efetivamente implantadas 10 novas
indústrias com investimento total de R$ 1,3 bilhão e geração de 3,5
mil novos empregos. Para os próximos anos, há previsão de serem
implantadas 15 novas indústrias, com investimentos da ordem de R$
28,6 bilhões e geração de 11 mil empregos (SEPLAN, 2015).
No setor agrícola, o governo estadual fortaleceu as cadeias
produtivas de origem vegetal com vistas ao aumento da
competitividade, atuando na área do melhoramento genético. Dessa
forma, a SAGRI fomentou pesquisas realizadas pela Embrapa
Amazônia Oriental para o desenvolvimento de novos cultivares mais
adaptados às condições regionais e que apresentassem maior
produtividade e resistência a doenças e pragas. Nesse sentido, entre
2011-2014, foram doadas 10,9 toneladas de sementes e 225.270
mudas de culturas, como açaí, cupuaçu, cacau e banana,
beneficiando 20.040 produtores. No segmento da fruticultura,
ressalta-se a realização do curso sobre Boas Práticas de Manipulação
e Processamento do Açaí e o uso do “branqueador” para batedores
de açaí, em Belém e no interior do Estado, garantindo assim,
qualidade e segurança alimentar. Na horticultura, foram distribuídos
kits de sementes olerícolas para 11.026 pequenos produtores,
distribuídos em 43 municípios, destinados à implantação de hortas,
além de 1.510 envelopes de sementes de hortaliças a 60 produtores
de 10 municípios paraenses (SEPLAN, 2015).
Na pecuária, vários projetos foram desenvolvidos no período,
com o objetivo de proporcionar melhores condições ao produtor
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local, sobretudo em regiões mais carentes, a exemplo do Projeto
“Queijo do Marajó”, o qual propicia oportunidades para esse produto
possa ser comercializado em âmbito estadual para qualquer
estabelecimento, gerando maior nível de renda ao produtor; o
Programa “Progenética”, que visa à transferência genética superior
de plantéis bovídeos para os estratos básicos de produção comercial
de gado de corte e leite, melhorando a qualidade do rebanho e
contribuindo para a criação de mecanismos que aumentem a
produção e a renda do pequeno e médio produtor rural; e; o Projeto
“Bubalus”, desenvolvido em parceria com a Embrapa Amazônia
Oriental, com o objetivo de promover a transferência de tecnologia
para a produção sustentável da bubalinocultura, tendo como área
principal de abrangência o arquipélago do Marajó (SEPLAN, 2015).
.
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4 DESEMPREGO
Percentual médio de população economicamente ativa
desempregada
O Desemprego é uma das mais preocupantes formas de
exclusão social, pois na ausência de trabalho e renda, outras relações
sociais do indivíduo são afetadas, a exemplo do consumo, da
manutenção das necessidades básicas da família, do lazer, etc. Dessa
forma, o monitoramento desse indicador é uma importante
contribuição na formulação e execução de políticas públicas de
inclusão social por meio da geração de trabalho e renda, sinalizando
áreas e recortes populacionais prioritários a fim de serem
promovidas políticas públicas de incentivo às atividades produtivas,
de melhoria na educação e de qualificação profissional, entre outras.
Considerando que não há nenhuma pesquisa que
disponibilize a variável Desemprego desagregada para o estado do
Pará, conforme almeja a Lei nº 6.836/2006, que instituiu esse Mapa
de Exclusão Social, neste estudo foi utilizada a variável
Desocupação, disponível na PNAD/IBGE, sendo utilizada uma parte
da População Economicamente Ativa4 (PEA) que se encontrava
desocupada e quando expressa em percentual é denominada de Taxa
de desocupação.
A taxa de desocupação de 2012 para 2013 apresentou
incremento na média do Brasil, da Região Norte, do Pará e da RMB,
conforme se observa na Tabela 5, sendo a RMB que obteve o maior
4Consiste na população ocupada e a população desocupada. Sendo que População
Desocupada seriam aquelas pessoas que não possuíam trabalho em um
determinado período de referência, mas que estavam dispostas a trabalhar, e que,
para isso, tomaram alguma providência efetiva na semana de referência da
pesquisa.
incremento (2,1 pontos percentuais) no período entre as unidades
geográficas em análise. 4
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Tabela 5 - Percentual da População Economicamente Ativa desocupada (Taxa de Desocupação) no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região
Metropolitana de Belém, 2009/2011-2013
Indicadores 2009 2011 2012 2013
BR RN PA RMB BR RN PA RMB BR RN PA RMB BR RN PA RMB
PEA* 102.281 7.774 3.555 1.041 101.586 7.955 3.752 1.062 102.463 8.106 3.799 1.072 103.401 8.104 3.798 1.031
POC* 93.784 7.134 3.266 941 94.763 7.409 3.484 946 96.100 7.600 3.579 960 96.659 7.513 3.523 902
Pop Desocupada* 8.497 640 289 100 6.822 546 269 117 6.363 506 220 111 6.742 591 275 129
Tx Desocupação (%) 8,3 8,2 8,1 9,6 6,7 6,9 7,2 11,0 6,2 6,2 5,8 10,4 6,5 7,3 7,2 12,5 Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
(*) em 1.000 pessoas.
O estado do Pará, que em 2012 havia apresentado a menor
taxa de desocupação dos últimos anos, em 2013 vivenciou
incremento do indicador para 7,2%, consequência de um
crescimento da população desocupada de 24,8% de 2012 para 2013.
Este fato interrompeu as sucessivas quedas que vinham ocorrendo
desde 2009 nas taxas de desocupação, tanto no Pará e RMB como
também no Brasil e na Região Norte.
Cabe ressaltar que, de 2012 a 2013, houve redução de mil
pessoas na PEA do Estado do Pará, conduzindo, assim, para uma
menor pressão por vaga de emprego no mercado de trabalho,
colaborando para que o crescimento observado na taxa de
desocupação não fosse ainda maior. A Região Norte e a RMB
também apresentaram reduções da PEA de 2012 para 2013.
Observa-se o desempenho da Taxa de Desocupação por
situação do domicílio ilustrado na Figura 10; tanto as áreas urbanas
quanto as áreas rurais apresentaram crescimento em 2013, no
indicador para o Brasil, Região Norte, Pará e RMB, em relação a
2012, mantendo-se as maiores taxas nas áreas urbanas.
Figura 10 - Taxa de Desocupação por situação do domicílio, no Brasil,
Região Norte, Estado do Pará e RMB, 2012/2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
O estado do Pará foi quem apresentou a menor taxa de
desocupação na área rural em 2013, e a RMB foi quem apresentou a
maior taxa de desocupação nessa área mesmo com sua população
BR2012
BR2013
RN2012
RN2013
PA2012
PA2013
RMB2012
RMB2013
6,8 7,1 7,9 9,0
7,6 9,3
10,6
12,6
2,9 3,1
1,6 2,5
1,7 2,9
4,3
7,5
Urbano Rural
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
18
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Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Educação Técnica e Tecnológica
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maciçamente concentrada nas áreas urbanas. A menor taxa
observada na área urbana foi verificada no Brasil e maior também
ocorreu na RMB, em 2013.
Comparando as taxas de desocupação entre gêneros nos dois
períodos em análise no Brasil, Região Norte, Pará e RMB,
apresentadas na Figura 11, as taxas femininas foram quase o dobro
das taxas masculinas, tendo aumentado essa diferença de 2012 para
2013, com exceção do Brasil que apresentou uma pequena redução
na desigualdade.
O estado do Pará em 2013 obteve uma taxa de desocupação
de 11,3% para as mulheres e de 4,6% para os Homens, sinalizando
que o mercado de trabalho paraense demanda mais por mão de obra
masculina, comportamento influenciado principalmente pelo fato de
que um dos setores que vem ofertando mais vagas é a construção
civil, setor tradicionalmente empregador de homens.
Figura 11 - Taxa de Desocupação por gênero, no Brasil, Região Norte,
Estado do Pará e RMB, 2012/2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
As maiores taxas de desocupação para os dois gêneros
ocorreram na RMB, dentre as regiões observadas, onde a taxa de
desocupação apresentada entre os homens foi de 7,4% em 2012, para
8,7% em 2013, e a taxa para as mulheres de 8,7% no primeiro ano,
para 17,2%, ano seguinte.
Na análise deste indicador por raça/cor, conforme se observa
na Figura 12, no Brasil, Região Norte, Pará e RMB, no período em
análise, as taxas de desocupação foram superiores para a população
da raça/cor preta ou parda, exceto em 2012, para o estado do Pará
cuja taxa de desocupação foi maior para a raça/cor branca. De 2012
para 2013, a taxa de desocupação obteve crescimento em ambas as
raças/cores, em todos os níveis geográficos analisados, tendo
apresentado crescimento maior sempre para a raça/cor preta e parda.
Figura 12 - Taxa de Desocupação por raça/cor, no Brasil, Região
Norte, Estado do Pará e RMB, 2012/2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
Em 2013, a menor taxa de desocupação para a raça/cor
branca ocorreu na média brasileira (10,9%) e a maior, na RMB
(5,4%). Quanto à raça/cor preta ou parda, a maior taxa ocorreu na
BR2012
BR2013
RN2012
RN2013
PA2012
PA2013
RMB2012
RMB2013
4,7 5,0 4,4 4,9 3,9 4,6
7,4 8,7 8,3 8,5 9,0
10,8 8,6
11,3
14,1
17,2
Masculino Feminino
BR2012
BR2013
RN2012
RN2013
PA2012
PA2013
RMB2012
RMB2013
5,2 5,4 6,0 6,7 6,0
7,1
9,9 10,9
7,1 7,5 6,3 7,5
5,7
7,3
10,5
12,9 Brancos Pretos e pardos
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
19
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Relatório do Mapa da Exclusão Social
RMB 12,9%) e a menor foi no estado do Pará (7,3%), de acordo com
a Figura 3.3.
No Pará, a taxa de desocupação da raça/cor branca
apresentou aumento de 1,1 ponto percentual de 2012 para 2013 e
entre os pretos e pardos, o aumento observado foi de 1,6 ponto
percentual no período, aumentando assim a desigualdade entre os
dois grupos raciais, comportamento seguido pelo Brasil, Região
Norte e RMB.
Quanto à população ocupada por posições, na ocupação
apresentada na Tabela 6, em 2013, no Pará, as maiores participações
foram de pessoas empregadas (49,2%) que aumentaram sua
participação em relação a 2012 (48,2%), e dentre esses empregados,
a maioria possuía carteira assinada, juntamente com os militares e
funcionários públicos, que em 2013 representaram 28,6% do total da
população ocupada, percentual superior ao de 2012 (27,6%). Apesar
do incremento observado na participação de trabalhadores com
carteira de trabalho, militares e funcionários, a participação dos
trabalhadores sem carteira assinada também apresentou crescimento
de 20,4% em 2012, para 20,6% em 2013 no Pará.
Tabela 6 - População Ocupada por Posição na Ocupação (%) para o Brasil, Região Norte, Pará e Região Metropolitana de Belém 2012-2013
Posição na ocupação no trabalho principal Brasil Norte Pará RMB
2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013
Total 96.098 96.659 7.600 7.513 3.579 3.523 960 902
Empregados 61,8 62,0 51,9 52,6 48,2 49,2 59,2 61,4
Empregados - com carteira de trabalho assinada 39,3 39,8 23,6 24,9 20,3 21,2 34,2 37,4
Empregados - militares e funcionários públicos
estatutários 7,4 7,4 9,5 9,2 7,5 7,4 10,0 9,1
Empregados - outros 15,1 14,7 18,8 18,5 20,4 20,6 15,0 15,0
Trabalhadores domésticos 6,8 6,7 5,8 5,8 6,0 5,8 8,2 8,8
Trabalhadores domésticos - com carteira de
trabalho assinada 2,0 2,2 0,9 1,1 0,8 1,0 2,1 2,5
Trabalhadores domésticos - sem carteira de
trabalho assinada 4,8 4,5 4,9 4,7 5,1 4,8 6,0 6,2
Empregadores 3,8 3,7 2,7 2,5 2,7 3,0 2,0 1,4
Conta própria 20,6 20,6 27,4 27,5 30,3 29,2 29,0 27,1
Trabalhadores na construção para o próprio uso 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1
Trabalhadores na produção para o próprio
consumo 3,9 4,4 5,0 5,7 4,3 5,4 0,2 0,3
Não remunerados 3,0 2,5 7,2 5,7 8,5 7,2 1,4 0,9 Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
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A participação dos trabalhadores por conta própria
apresentou redução no estado do Pará, de 30,3% em 2012 para
29,7% em 2013, comportamento semelhante ao ocorrido pela
proporção de trabalhadores domésticos, de 6,0% para 5,8%,
respectivamente. Os trabalhadores domésticos com carteira assinada,
apesar de minoria dentre o total dessa posição de ocupação,
aumentaram sua participação em relação ao total da população
ocupada, de 0,8% em 2012 para 1,0% em 2013, podendo aferir que
esses avanços já são reflexos das regulamentações trabalhistas
recentes para a categoria.
A participação dos empregadores, apesar de não ser
expressiva de 2012 para 2013, no Pará, evoluiu de 2,7% para 3,0%,
respectivamente. E os trabalhadores sem remuneração, que em 2012
tinham participação em relação ao total da população ocupada, de
8,5% em 2013 reduziu para 7,2%, apesar de ainda ser um percentual
considerável.
Em todas as desagregações geográficas apresentadas na
Tabela 6, ocorreu aumento de 2012 para 2013 na participação dos
empregados domésticos com carteira de trabalho assinada, de acordo
com a legislação em vigor da categoria. E diminuiu também, em
todas as desagregações geográficas, com exceção da RMB, a
participação dos trabalhadores domésticos sem carteira assinada.
Outra ocupação que apresentou redução, no período em análise para
todas as regiões geográficas, foi a participação dos trabalhadores não
remunerados.
Na comparação geográfica, no Pará, apesar de apresentar
importantes evoluções nas participações de determinadas categorias
de 2012 para 2013, ainda se observa uma menor participação de
trabalhadores com carteira de trabalho assinada, em relação ao
Brasil, à Região Norte e à RMB; situação semelhante é verificada
para a participação de trabalhadores domésticos com carteira de
trabalho assinada. Por outro lado, a participação no total da
população ocupada dos trabalhadores por conta própria e os sem
remuneração, no Pará ainda é superior à observada no Brasil, na
Região Norte e na RMB, de modo que é necessária a intensificação
de políticas públicas que visem melhores condições para os
trabalhadores paraenses, principalmente as políticas voltadas para a
inclusão do trabalhador em ocupações do mercado de trabalho
formal.
Nesse sentido, o Governo estadual, nos últimos quatro anos,
vem desenvolvendo um conjunto de ações voltadas à geração de
emprego e renda, a exemplo das políticas afirmativas, dentre as
quais: qualificação social e profissional direcionada às demandas
mercadológicas; intermediação de mão de obra e serviços; fomento à
geração de empreendimentos individuais e coletivos e ao
fortalecimento de empreendimentos solidários, com o objetivo de
formar e organizar empresas autogestionadas, dinamizando a
inserção produtiva no mundo do trabalho. Destaca-se, também, a
operacionalização do Seguro Desemprego, para o trabalhador
formal, e o Seguro Defeso, para o pescador artesanal (SEPLAN,
2015).
Também foram realizadas ações para adequar a mão de obra
às oportunidades de trabalho, oriundas da dinâmica econômica
estadual, promovendo, no período de 2011-2014, por meio do
Programa Estadual de Qualificação Profissional (PEQ), do Plano
Territorial de Qualificação Profissional (PLANTEQ) e do Plano
Setorial de Qualificação Profissional (PLANSEQ), cursos de
qualificação social e profissional para trabalhadores (SEPLAN,
2015).
Outras ações também foram realizadas visando uma maior
geração de emprego e renda para a população, como: a da Casa do
Trabalhador, implantada em 2012 em Santarém; a Casa do
Trabalhador Itinerante, que atendeu 19 municípios no ano de 2014; o
PROJOVEM Trabalhador, que atendeu a 4.216 jovens, no período
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2011-2014, por meio de cursos de qualificação social e profissional
nas áreas de construção civil, alimentação, serviços, pesca,
piscicultura, e telemática; ações de assistência técnica e gerencial a
empreendimentos individuais e coletivos, realizadas com articulação
de parcerias entre gestores públicos e empreendedores solidários,
sob a coordenação da SETER, entre 2012 e 2014; ações relacionadas
ao desenvolvimento do artesanato paraense, com abertura de novos
mercados para comercialização dos produtos artesanais; e da
assistência técnica gerencial a empreendimentos individuais e
coletivos, fomentando a cadeia produtiva do segmento, incluindo a
tradição local, como o artesanato indígena e quilombola (SEPLAN,
2015).
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5 EDUCAÇÃO
Média entre a taxa de alfabetização de adultos e a taxa
combinada de matrícula no ensino fundamental, médio e
superior
O diagnóstico da área de educação, dentro do Mapa de
Exclusão Social do Pará, em conformidade com a Lei Nº 6.836/2006
que o instituiu, é realizado por meio de uma combinação da taxa de
alfabetização de adultos e a taxa combinada de matrícula nos níveis
de ensino fundamental, médio e superior. Esse indicador compunha
a antiga metodologia do IDHM na dimensão Educação.
A média entre esses dois indicadores citados, de 2012 para
2013, no estado do Pará, apresentou um aumento de 1,02 para 1,03,
ficando praticamente estável. Situação semelhante foi observada
para o Brasil e Região Norte, uma vez que a RMB apresentou uma
maior evolução, de 1,03 para 1,09, no período (Tabela 7).
Quanto à taxa combinada de matrícula em 2013, foi
apresentada redução em todos os itens geográficos analisados, sendo
na RMB verificada a maior diminuição, de 94,65% em 2012 para
88,73% em 2013. No Pará, a taxa combinada de matrícula, que era
87,84% em 2012, reduziu para 87,08% em 2013 (Tabela 7).
Para a taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais,
apresentada na Tabela 7, o estado do Pará obteve aumento no
indicador de 89,48% em 2012 para 89,90% em 2013, entretanto,
neste último ano tinha a menor taxa de alfabetização em comparação
com o Brasil (91,50%), Região Norte (90,50%) e RMB (96,60%).
Essa última foi a que apresentou a maior taxa de alfabetização entre
as unidades geográficas analisadas, apesar de que, de 2012 para
2013, apresentou uma redução nesse indicador de 0,50 ponto
percentual.
O resultado de 96,6% apresentado na RMB em 2013 está
relacionado com a integração de municípios desta região, como
Belém e Ananindeua, e com as iniciativas de Universalização do
Ensino, como o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), do governo
federal em parcerias com as Secretarias Estaduais e Municipais, cujo
objetivo é erradicar o analfabetismo; Este vem sendo executado
desde 2003 entre a população de 15 anos ou mais de idade.
Tabela 7 - Taxa de Alfabetização da população de 15 anos ou mais
para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região
Metropolitana de Belém, 2011-2013
Itens
Geográficos
Ano
Taxa de
alfabetização
(15 anos ou
mais)
Matrícula
combinada
Média entre
a taxa de
alfabetização
e taxa de
matrícula
combinada
Brasil
2011 91,42 87,58 1,04
2012 91,34 86,51 1,06
2013 91,48 86,82 1,05
Região Norte
2011 89,82 89,68 1,00
2012 90,04 88,52 1,02
2013 90,48 88,12 1,03
Pará
2011 89,39 87,74 1,02
2012 89,49 87,84 1,02
2013 89,95 87,08 1,03
RMB
2011 96,75 95,38 1,01
2012 97,08 94,65 1,03
2013 96,58 88,73 1,09 Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
5
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Os dados apresentados na Figura 13 revelam uma
peculiaridade; em quase todos os itens geográficos, a mulher tem
maior taxa de alfabetizados, exceto na RMB, na qual, em 2012, a
taxa era igual entre gêneros e, em 2013, a taxa masculina era
superior à feminina. Quanto à evolução da taxa de analfabetismo de
adulto segundo gênero, de 2012 para 2013, ambos os gêneros
apresentaram desempenho positivo, semelhante no Pará, na Região
Norte e no Brasil; a exceção ficou novamente com a RMB, na qual
se observou uma redução para os dois gêneros, sendo maior entre as
mulheres.
Apesar da redução na taxa de alfabetização para os dois
gêneros, a RMB, tanto em 2012 quanto em 2013, foi a região
geográfica que apresentou os melhores indicadores para ambos os
gêneros. A menor taxa de analfabetismo foi observada no Pará nos
dois anos observados (Figura 13).
Figura 13 - Taxa de Alfabetização por gênero para o Brasil, Região Norte,
Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém – 2011-2012
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Observando as taxas de alfabetização para as áreas urbanas e
rurais nos anos de 2012 e 2013, apresentadas na Figura 14, verifica-
se que, embora o espaço urbano apresente melhores taxas de
alfabetização em todas as unidades geográficas ilustradas, houve
uma redução nesta diferença, de 2012 para 2013, para o Brasil,
Região Norte e Pará. O maior nível de desigualdade entre a área
urbana e rural foi visualizada entre as taxas de analfabetismo para o
Brasil Urbano e o Brasil Rural, mais de 14 pontos percentuais em
2013. Além da RMB ter apresentado redução na taxa de
alfabetização, tanto na área urbana quanto na área rural, a diferença
do indicador entre as áreas aumentou expressivamente, de 2,7 pontos
percentuais em 2012 para 11,2 pontos percentuais em 2013.
Figura 14 - Taxa de Alfabetização por situação do domicílio para o Brasil,
Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém
– 2012-2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
BR2012
BR2013
RN2012
RN2013
PA2012
PA2013
RMB2012
RMB2013
91,0 91,2 89,4 89,8 88,8 89,1 97,1 96,7
91,6 91,8 90,7 91,1 90,2 90,7 97,1 96,5
Masculino Feminino
BR2012
BR2013
RN2012
RN2013
PA2012
PA2013
RMB2012
RMB2013
93,4 93,6 92,6 92,9 92,6 92,7 97,2 96,9
78,9 79,2 81,7 82,7 81,6 83,2 94,4
85,7
Urbano Rural
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Nos dois anos observados, e considerando os dois grupos
raciais - brancos e pretos/pardos - destaca-se, na Figura 15, uma
melhora nas taxas de alfabetização da população adulta, quando
comparamos 2013 a 2012, em todos os itens geográficos, exceto na
RMB, região na qual, em 2013, observou-se uma igualdade entre os
dois grupos, apresentando taxas de alfabetização de 96,6% da
população de 15 anos ou mais. Quanto à população preta e parda,
também apresentou incremento no indicador no Brasil, Região Norte
e Pará, ficando novamente a exceção com a RMB, que de 2012 para
2013 apresentou redução da taxa de alfabetização para esse grupo
populacional.
Figura 15 - Taxa de Alfabetização por raça para o Brasil, Região
Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém
2012-2013.
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
Com exceção da Região Norte, houve redução na
desigualdade entre as taxas de alfabetização da raça/cor Branca e
Pretos e Pardos, de 2012 para 2013. O Pará e a RMB foram os que
obtiveram melhores reduções das desigualdades no indicador de
2012 para 2013, 1,2 ponto percentual e 1,5 ponto percentual,
respectivamente. Esta redução é relevante quando observado, por
exemplo, o aumento, no Estado do Pará, da população Negra, de 5,6
milhões de pessoas em 2007 para 6,3 milhões em 2013 (IDESP,
2014).
Na análise deste item, observa-se incremento na taxa de
alfabetização para a média estadual e um recuo na taxa combinada
de matrícula, destacando um dos principais problemas da área
educacional a ser enfrentado pelo estado do Pará, que é a distorção
série-idade, cuja solução é a intensificação de políticas de aceleração
escolar e de redução da evasão.
Neste sentido, o Governo Estadual lançou o “Pacto pela
Educação do Pará”, iniciado em 2014, estratégia de integração dos
diferentes setores e níveis de governo, da sociedade civil e da
iniciativa privada, em um esforço liderado pelo Governo do Estado,
significando um marco na efetivação de ações intersetoriais
relacionadas à educação. Com meta de elevar em 30% o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), em todos os níveis de
ensino no período de cinco anos, o programa envolve investimento
de U$ 350 milhões, dos quais U$ 200 milhões estão assegurados em
contrato com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e
U$ 150 milhões de contrapartida dos governos federal e estadual,
englobando um conjunto de ações de infraestrutura, qualidade e
gestão da educação (SEPLAN, 2015).
Também foram realizadas ações previstas no Plano Nacional
de Educação, a exemplo da modalidade Escola de Tempo Integral,
que é o desdobramento da política nacional da educação básica e
tem como objetivo elevar o tempo efetivo do aluno nas escolas, no
BR2012
BR2013
RN2012
RN2013
PA2012
PA2013
RMB2012
RMB2013
94,7 94,8 93,0 93,5 93,3 92,8 98,2 96,6
88,2 88,5 89,3 89,7 88,5 89,3 96,7 96,6
Branca Preto e Pardo
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sentido de aprimorar a aprendizagem, o fortalecimento da
convivência e a melhoria da qualidade do ensino. O projeto está
sendo implantado, gradativamente, na rede pública estadual, iniciado
nas escolas localizadas em bairros que apresentam níveis acentuados
de vulnerabilidade social e desempenho escolar com baixos índices
no IDEB. Foram implantadas 14 Escolas de Tempo Integral nos
municípios de Belém (10), Ananindeua (01), Castanhal (02) e
Benevides (01), no período 2011-2014 (SEPLAN, 2015).
Outras ações foram desenvolvidas com o intuito de melhorar
a situação educacional no Pará, a exemplo da implementação do
Sistema Paraense de Avaliação Educacional (SisPAE); do Projeto
“Pacto pela Alfabetização na Idade Certa” (PNAIC); do Projeto
“Aprender Mais”; do “Programa de Aceleração da Aprendizagem”;
do “Programa de Incentivo à participação da Família e da
Comunidade na Vida Escolar”; do Projeto “Ensino Médio Inovador
– Jovem de Futuro”; do “Programa de Reforço e Recuperação de
Conteúdo do Ensino Médio” (Pro-Enem), entre outras (SEPLAN,
2015).
Tendo em vista a preparação do aluno para inserção no
mundo do trabalho, a SEDUC desenvolve educação profissional,
integrando-se ao conjunto de unidades escolares para esse fim, 18
Escolas Profissionalizantes, sete implantadas no Município de
Belém e nove nos municípios de Abaetetuba, Cametá, Marituba,
Paragominas, Salvaterra, Monte Alegre, Itaituba, Tailândia e Santa
Isabel. As duas outras são em Oriximiná (Região do Baixo
Amazonas) e em Vigia (Região do Guamá), construídas via
Programa “Brasil Profissionalizado”. Ainda estão sendo construídas
mais nove Escolas Profissionalizantes (SEPLAN, 2015).
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
28
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6 SAÚDE
Número de postos de saúde, de leitos hospitalares e de
agentes comunitários de saúde em relação ao número de
habitantes e à mortalidade infantil
Os Indicadores que compõem a area de Saúde neste Mapa de
Exclusão são Postos e Centros de Sáude expressos a cada dez mil
habitantes, Leitos Hospitalares para cada mil habitantes, Agentes
Comunitários de Saúde para cada mil habitantes e Taxa de
Mortalidade Infantil, estando todos de acordo com a Lei Nº
6.836/2006.
6.1 POSTOS E CENTROS DE SAÚDE POR 10.000 HABITANTES
A tabela 8 apresenta o primeiro indicador citado (número de
postos e centros de saúde por 10 mil habitantes) por Região de
Integração, para o período de 2009 a 2014.
O estado do Pará apresenta uma série crescente no número de
postos e centros de Saúde para cada 10 mil habitantes no período em
análise, sendo que esse indicador, para as Regiões de Integração (RI)
do Tapajós, Lago de Tucurui e Carajás, decresceu e, para as demais
regiões, o indicador apresentou crescimento. As RI do Guamá,
Marajó e Rio Caeté apresentaram as maiores proporções de Postos e
Centros de Saúde relativizados pela população, com 4,28, 3,65 e
3,48, respectivamente, para cada 10 mil habitantes. A Região do
Guamá apresentou elevação no indicador, que em 2009 possuía 3,95
e em 2014 passou para 4,28 Postos e Centros de Saúde para cada 10
mil habitantes (Tabela 8). A RI Metropolitana apresenou em 2014 a
menor taxa de postos e centros de saúde (0,83). Entretanto, nessa RI,
principalmente na Capital, há uma maior disponibilidade de outras
formas de acesso a esses serviços públicos de saúde como hospitais
especializados e hospitais particulares conveniados com o SUS.
Tabela 8 - Número de Centros e Postos de Saúde por dez mil
habitantes para o Estado do Pará e Regiões de Integração,
2009-2014
Pará/Regiões de
Integração
Postos e Centros de Saúde
(por 10.000 hab)
2009 2010 2011 2012 2013 2014
Pará 2,24 2,29 2,33 2,36 2,38 2,44
Guamá 3,95 3,98 4,05 4,13 4,1 4,28
Marajó 2,89 3,26 3,49 3,62 3,58 3,65
Rio Caeté 3,17 3,22 3,31 3,33 3,39 3,48
Xingu 2,83 2,71 2,73 2,76 3,19 3,26
Baixo Amazonas 3,28 3,12 3,04 3,1 3 3,2
Lago de Tucuruí 2,46 2,31 2,38 2,39 2,89 2,87
Araguaia 3,07 2,92 2,81 2,8 2,74 2,74
Rio Capim 2,35 2,36 2,43 2,58 2,6 2,67
Tocantins 2,52 2,53 2,63 2,59 2,52 2,55
Tapajós 1,82 2,53 2,65 2,46 2,47 2,45
Carajás 2,24 2,11 2,01 2,05 2 1,97
Metropolitana 0,71 0,77 0,8 0,79 0,78 0,83 Fonte: DATASUS/IBGE
Elaboração: FAPESPA
Considerando a ilustração espacial apresentada na Figura 16,
destaca-se que a maioria das regiões mantiveram-se nas mesmas
faixas de valores do indicador de 2013 para 2014, com excessão da
RI do Lago de Tucurui, que apresentou redução no indicador
sufiente para passar para uma faixa intervalar menor de 2013 para
2014.
6
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
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Figura 16 - Postos e Centros de Saúde por dez mil hab, segundo Região de Integração do Estado do Pará, 2013/2014
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6.2 LEITOS HOSPITALARES POR 1.000 HABITANTES
O indicador de leitos hospitalares por mil habitantes no
período analisado, apresentado na Tabela 9, obteve um pequeno
aumento do número de leitos no estado para cada 1.000 habitantes.
Tabela 9 - Número de leitos hospitalares1 por mil habitantes para o
Estado do Pará e Regiões de Integração, 2009-2014
Pará/Regiões de
Integração
Leitos por 1.000 hab - Total
2009 2010 2011 2012 2013 2014
Pará 2,19 2,19 2,19 2,18 2,16 2,18
Metropolitana 3,04 3,17 3,13 3,23 3,25 3,36
Araguaia 2,62 2,61 2,61 2,53 2,46 2,38
Rio Caeté 2,58 2,41 2,58 2,51 2,23 2,29
Tapajós 2,09 2,72 2,7 2,37 2,28 2,27
Rio Capim 2,26 1,87 2,09 2,03 1,94 2,03
Lago de Tucuruí 2,06 2,07 2,09 2 1,84 2,01
Xingu 1,89 2,06 1,93 1,84 1,81 1,89
Guamá 1,76 1,68 1,62 1,68 1,91 1,81
Baixo Amazonas 1,72 1,72 1,72 1,73 1,79 1,66
Carajás 1,61 1,76 1,72 1,63 1,62 1,6
Tocantins 1,4 1,3 1,27 1,23 1,17 1,15
Marajó 0,88 0,87 1,04 0,96 0,96 0,98 Fonte: DATASUS/IBGE
Elaboração: FAPESPA
(1) Leitos Hospitalares somam os leitos de internações e leitos de UTI.
As RI do Araguaia, Metropolitana e Tapajós apresentaram as
maiores taxas, sendo que a Metropolitana desde 2009 foi a RI que
mais disponibilizou leitos relativizados a cada miil habitntes. As RI
do Araguaia, Baixo Amazonas, Carajás, Guamá, Tapajós e
Tocantins apresentaram redução no número de leitos para cada mil
habitantes de 2013 para 2014. As demais apresentaram incrementos
no indicador.
Considerando a Figura 17, observa-se tanto aumento no número
absoluto de leitos como na quantidade de Postos e Centros de Saúde
de 2009 para 2014 de forma mais acentuada que para o indicador
relativizado pela populaçao.
Figura 17 - Número de Postos e Centros de Saúde e Número de Leitos
Hospitalares para o Estado do Pará 2009-2014
Fonte: DATASUS
Elaboração: FAPESPA
A Figura 18 ilustra a análise espacializada do número de
leitos para cada mil habitantes em 2013 e 2014. As Regiões de
Integração do Rio Capim e Lago de Tucuruí apresentaram mudanças
nas faixas de valores para uma faixa melhor do indicador no período.
As demais regiões permaneceram no mesmo intervalo de
estratificação durante 2013 e 2014.
1.668 1.738
1.790 1.845
1.901 1.979
16.314
16.576
16.874 17.033
17.250
17.657
1500
1550
1600
1650
1700
1750
1800
1850
1900
1950
2000
2050
15.500
16.000
16.500
17.000
17.500
18.000
2009 2010 2011 2012 2013 2014
Nú
mer
o d
e P
ost
os
e C
entr
os
de
Sa
úd
e
Nú
mero
de L
eito
s
Ano
Postos e Centros de Saúde Leitos
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Figura 18 - Leitos por mil habitantes por Região de Integração do Estado do Pará, 2013/2014
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6.3 AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE PARA CADA 1.000
HABITANTES
Esse indicador está relacionado ao Programa Saúde da
Família, de modo que os agentes comunitários de saúde (ACS)
realizam atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde
sob supervisão do gestor local. Os dados apresentados na Tabela 10
são provenientes do Departamento de Atenção Básica da Secretaria
de Atenção à Saúde, ambos oriundos do Ministério da Saúde.
Tabela 10 - Agentes comunitários de saúde por 1.000 habitantes para o
Estado do Pará e Regiões de Integração, 2010-2014
Pará/Região de
Integração
Agentes comunitários de saúde por 1.000 habitantes
2010 2011 2012 2013 2014
Pará 1,81 1,78 1,81 1,80 1,81
Rio Caeté 2,65 2,62 2,63 2,62 2,63
Guamá 2,46 2,43 2,49 2,42 2,41
Marajó 2,15 2,12 2,19 2,05 2,39
Xingu 2,06 2,21 2,27 2,26 2,31
Baixo Amazonas 1,9 1,98 2,05 2,02 2,27
Araguaia 2,25 2,38 2,35 2,27 2,26
Rio Capim 2,17 2,1 2,31 2,28 2,25
Tapajós 2,41 2,3 2,07 2 2,05
Tocantins 2,09 1,92 2,06 2,09 2,05
Lago de Tucuruí 2,14 1,98 1,97 2,01 1,93
Carajás 1,69 1,62 1,47 1,59 1,5
Metropolitana 0,88 0,85 0,83 0,86 0,76 Fonte: MS-DAB/IBGE
Elaboração: FAPESPA
No Pará, o número de ACS a cada mil habitantes registrou um
pequeno aumento (de 1,80 em 2013 para 1,81 em 2014).
Considerando as RI, destaca-se que o Baixo Amazonas, Marajó, Rio
Caeté, Tapajós e Xingu apresentaram crescimento no Número de
Agentes Comunitários para cada grupo de mil habitantes e as demais
regiões tiveram diminuição nesse indicador entre 2013 e 2014
(Tabela 10).
Semelhante ao que ocorreu com o indicador de leitos por mil
habitantes, o ritmo de crescimento do número de agentes
comunitários é mais intenso que o indicador per capita no período
em análise (Figura 19). Também se observou incrementos no
número de equipe de saúde da família no estado, o que garante mais
efetividade ao programa.
Figura 19 - Número de Agentes comunitários e Equipes Saúde da
Família 2010-2014.
Fonte: MS-DAB/IBGE
Elaboração: FAPESPA
A espacialização desse indicador é representada na Figura
20, e se observa que duas RI apresentaram crescimento do número
de ACS a cada mil habitantes no período de 2014 para 2013,
suficiente para provocar mudanças para faixa de valores maiores, no
Marajó e Baixo Amazonas. As demais regiões não apresentaram
diferenças significativas de um ano para o outro, capazes de
proporcionar alteração de faixa de valores no período em análise.
928 952 983
1047 1149
13733 13717
14148
14438
14673
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
13200
13400
13600
13800
14000
14200
14400
14600
14800
2010 2011 2012 2013 2014
Nú
mer
o d
e E
qu
ipe
de
Saú
de
da F
am
ília
Equipe de Saúde da Família - Pará Agentes comunitários de saúde
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
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Figura 20 - Agentes Comunitários de Saúde por mil habitantes por Região de Integração do Estado do Pará – 2013/2014
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6.4 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL
Os indicadores de saúde quase sempre servem para avaliar as
condições de vida da população. Neste sentido, destaca-se a
mortalidade infantil como o mais sensível dentre os indicadores já
apresentados, e conhecer seu desempenho anual é importante para a
formulação de políticas públicas que possibilitem seu controle e
redução. Essas estratégias vão desde a assistência adequada à mulher
durante a gravidez, atendimento a crianças em condições de risco,
acesso a atendimento preventivo, acesso a equipamentos de saúde
pública, saneamento, fatores nutricionais e educacionais e outros.
Em termos de estrutura, a taxa de mortalidade infantil é
composta pelo número de óbitos de menores de um ano de idade
relativizados por mil nascidos vivos, na população residente no ano
considerado. Este indicador tem como interpretação o risco de morte
das crianças em seu primeiro ano de vida, como também condições
de desenvolvimento socioeconômico e de infraestrutura, qualidade
da saúde materna e infantil, dentre outros.
A Tabela 11 apresenta a taxa da mortalidade infantil para o
Pará e Regiões de Integração durante o período de 2010 a 2014. É
importante destacar que os dados apresentados para 2013 e 2014 são
preliminares e podem, portanto, ser alterados quando os dados
definitivos forem disponibilizados.
Neste sentido, esse indicador para o Estado do Pará tem
apresentado tendência de decréscimo, passando de 18,00 em 2010
para 16,09 em 2014 e mantendo essa tendência nos últimos dois
anos. O mesmo comportamento é seguido pela metade das Regiões
de Integração; de modo que das doze regiões, seis chegaram a
reduzir suas taxas de mortalidade infantil em relação ao ano anterior:
Araguaia (de 17,87 para 15,30), Carajás (de 14,91 para 13,13),
Guamá (de 16,89 para 16,45), Marajó (de 17,43 para 16,91),
Tocantins (de 17,04 para 15,40) e Metropolitana (de 16,81 para
16,37). As regiões do Baixo Amazonas, Lago de Tucuruí, Rio Caeté,
Rio Capim, Tapajós e Xingu tiveram aumento nas taxas de
mortalidade infantil em 2014 em relação a 2013. A RI do Araguaia
foi a que apresentou a maior redução na taxa de mortalidade infantil
(2,7 óbitos infantis a menos a cada mil nascidos vivos). As RI do
Tapajós e Xingu foram as que apresentaram os maiores incrementos
no indicador de 2013 para 2014 (3,1 e 2,4 óbitos infantis a mais a
cada mil nascidos vivos, respectivamente).
Tabela 11 - Taxa de Mortalidade Infantil para o Estado do Pará e
Regiões de Integração 2010/2014
Pará/Regiões de
Integração
Taxa de Mortalidade Infantil
2010 2011 2012 2013* 2014*
Pará 18,00 17,40 17,04 16,42 16,09
Tapajós 25,22 19,86 17,94 18,81 21,95
Xingu 23,37 20,43 19,75 16,99 19,34
Baixo Amazonas 18,71 18,04 19,72 17,28 17,42
Marajó 18,36 19,05 18,55 17,43 16,91
Guamá 15,53 15,3 15,68 16,89 16,45
Metropolitana 16,48 17,25 16,4 16,81 16,37
Rio Capim 19,67 17,54 15,28 14,54 15,44
Tocantins 20,38 18,2 17,48 17,04 15,4
Araguaia 15,2 16,95 18,62 17,99 15,3
Rio Caeté 15,05 17,44 15,77 14,33 14,9
Lago de Tucuruí 19,31 16,24 15,39 14,2 14,8
Carajás 17,12 15,06 15,71 14,91 13,13
Fonte: DATASUS/SESPA
Elaboração: FAPESPA/SEPLAN
*Resultados preliminares
A Figura 21 ilustra em termos espaciais o desempenho das RI
de 2013 a 2014 em relação à taxa de mortalidade infantil, de modo
que as regiões do Tapajós, Xingu, Rio Capim, e Rio Caeté
mostraram aumento no indicador, suficiente para passarem a ocupar
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faixas de valores maiores do indicador em 2014. Nas RI Araguaia,
Carajás, Guamá, Metropolitana e Tocantins, seus incrementos
provocaram alterações para faixas de menores valores da taxa de
mortalidade infantil.
Figura 21 - Taxa de Mortalidade Infantil por Região de Integração do Estado do Pará – 2013/2014
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A atuação do governo estadual visa garantir o atendimento às
necessidades da população nos serviços de Atenção Básica e Média
e Alta Complexidade, garantindo aos cidadãos seus direitos e
redução de riscos à saúde. Neste sentido, em 2014, o Governo
estadual realizou diversas ações no contexto do planejamento
estratégico da SESPA, como o fortalecimento da capacidade
tecnológica, física e administrativa dos hospitais regionais de
Tucuruí (181 leitos); Cametá (61 leitos); Salinópolis (42 leitos); e
Conceição do Araguaia, (98 leitos), bem como a requalificação dos
hospitais municipais de Abaetetuba, Barcarena, Concórdia do Pará,
Itaituba, Mojuí dos Campos, Novo Progresso, Ourém, São Caetano
de Odivelas e Soure (SEPLAN, 2015).
Outra ação importante foi a implantação da Rede de
Urgência e Emergência no Estado do Pará, de acordo com o Plano
Estadual de Atenção à Urgência e Emergência (Resolução CIB nº
90/2013), buscando assegurar a cobertura do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) 192, nas Regiões de
Saúde Metropolitana, Caeté, Carajás, Lago de Tucuruí e Araguaia;
com Centrais de Regulação; de Unidades de Pronto Atendimento
(UPA’s) em Breu Branco, Xinguara, Tucuruí, Castanhal,
Ananindeua, Santarém, em articulação e parceria com os gestores
municipais, além da implantação de Salas de Estabilização (SE) nos
municípios do Marajó (SEPLAN, 2015).
Também houve investimentos nas políticas de Atenção
Básica, que consistem em fortalecer os municípios na estruturação e
melhoria da assistência na rede de atenção primária. Os resultados
refletem-se, particularmente, no aumento da cobertura das equipes
da Estratégia de Saúde da Família (ESF), que passou de 46,52%, em
2011, para 51,11%, em 2014. Esses resultados devem-se não apenas
ao esforço de expansão da cobertura populacional do Programa
Saúde da Família (EACS/ESF), como também à convergência de um
conjunto de ações voltadas, entre outros aspectos, para o apoio às
políticas diretamente relacionadas à mulher e à criança, à Assistência
Farmacêutica na Atenção Básica; e, mais recentemente, à
implantação da Política Estadual de Atenção às Pessoas Privadas de
Liberdade (Rede de Atenção Psicossocial), em consonância com a
política nacional (SEPLAN, 2015).
E visando levar o atendimento básico de saúde às
comunidades de difícil acesso e/ou em situação de risco, o Programa
“Presença Viva”, em parceria com a “Caravana PROPAZ”, realizou
atendimentos itinerantes, ofertando serviços de pediatria,
ginecologia, cardiologia, oftalmologia, odontologia, exames
laboratoriais, vacinas, distribuição de órtese e próteses, entre outros,
que totalizaram 501.515 procedimentos, 675.309 receitas
medicamentosas atendidas, e 407.826 medicamentos dispensados,
beneficiando, até 2013, 110.786 pessoas nas Regiões do Marajó,
Baixo Amazonas e Região Metropolitana de Belém (SEPLAN,
2015).
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7 SANEAMENTO BÁSICO
Percentual de domicílios com água tratada, coleta e
tratamento de esgoto e coleta de lixo
Os indicadores de Saneamento Básico abordados nesse
diagnóstico se aproximam dos que a Lei nº 6.836/2006 instituiu.
Refere-se ao acesso a três serviços básicos de saneamento essenciais,
que influenciam diretamente na condição de vida da população,
principalmente no que diz respeito à saúde, sendo eles:
abastecimento de água, esgoto sanitário e coleta de lixo. Utilizou-se
informações da PNAD/IBGE para o recorte geográfico: Brasil,
Região Norte, Pará e Região Metropolitana de Belém, disponível
para o período de 2008 a 2013.
7.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O indicador que a lei preconiza é o percentual de domicílios
com água tratada, informação que não se dispõe de fonte com essa
especificidade. Entretanto, considerando que os serviços oferecidos
por uma rede de distribuição passam por algum tipo de tratamento
ao longo do tempo, vem se utilizando o percentual de domicílios
atendidos por água proveniente de rede geral como proxy do
indicador exigido. Contudo, nos últimos anos é crescente a
utilização de sistemas de abastecimento de água próprio dentro de
condomínios e conjuntos habitacionais, o que não seria um serviço
via rede geral de abastecimento, mas não dispomos dessa
informação desagregada pelas pesquisas do IBGE. Por essa razão foi
inserido o indicador percentual de domicílios com canalização
interna para analisar, sobretudo, a evolução do acesso ao serviço de
água dentro do domicílio, independente da forma de distribuição.
Nesse contexto, o percentual de domicílios com serviço de
abastecimento de água por rede geral em 2013 apresentou
diminuição no Brasil, Região Norte, Pará e Região Metropolitana de
Belém (RMB), em relação a 2012 (Tabela 12). No Pará, a cobertura
desse serviço chegou atingir um pouco mais da metade dos
domicílios em 2012 (51,4%), apresentou em 2013 uma pequena
redução nesse indicador (49,9%), fato ocorrido de forma mais
acentuada no indicador para a RMB, que tinha 70,51% dos
domicílios cobertos em 2012, reduzindo em 2013 para 68,90%. O
desempenho desse indicador em 2013 interrompeu uma tendência
crescente do indicador percebida em todos os itens geográficos em
análise desde 2008 (Tabela 12).
A cobertura de domicílios que passaram a ter acesso à água
canalizada (por rede geral e outras formas) tem apresentado
crescimento ao longo dos últimos cinco anos. A melhora nesse
indicador vem ocorrendo em todas as regiões analisadas nesse
diagnóstico, com destaque para a evolução observada no indicador
para o estado do Pará, que apresentou a maior evolução de 2012 para
2013; foram 3,12 pontos percentuais a mais na proporção de
domicílios com água canalizada, e, comparando com o ano de 2008,
o avanço foi de 14,14 pontos percentuais. O Brasil foi, entre as
desagregações geográficas observadas, o que apresentou a menor
evolução no indicador de 2008 para 2013: apenas 2,36 pontos
percentuais.
7
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Tabela 12 - Percentual de domicílios com abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo para o Brasil, Região Norte, Estado do Pará e
Região Metropolitana de Belém, 2008-2013
Itens
Geográficos Ano
Percentual de domicílios
com Abastecimento de
Água (Rede Geral)
Percentual de domicílios
com Abastecimento de
Água Com Canalização
Interna
Percentual de Domicílios
com Esgotamento Sanitário
(Rede Geral e Fossa
Séptica)
Percentual de Domicílios
com Coleta de Lixo
Brasil
2008 83,76 92,53 73,10 87,69
2009 84,29 93,06 72,23 88,45
2011 84,63 94,23 77,19 88,82
2012 85,40 94,72 77,78 88,79
2013 84,98 94,89 76,16 89,35
Região Norte
2008 56,26 77,26 58,42 76,60
2009 56,75 79,49 53,10 79,05
2011 55,97 81,98 57,30 75,88
2012 58,34 85,97 56,07 77,32
2013 58,25 87,23 54,17 78,53
Pará
2008 46,84 69,24 59,87 74,47
2009 48,84 71,89 58,39 77,90
2011 47,99 76,92 52,99 71,50
2012 51,43 81,26 52,75 73,19
2013 49,90 84,38 57,33 75,05
Região Metropolitana de
Belém
2008 64,36 91,13 89,03 96,95
2009 65,64 90,42 88,14 97,06
2011 69,24 93,92 86,89 97,84
2012 70,51 97,49 69,17 97,58
2013 68,90 97,58 82,84 98,40 Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
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7.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO
No item esgotamento sanitário também não se dispõe de
fonte de informação oficial com dados sobre tratamento do
esgotamento sanitário, conforme a lei que instituiu o Mapa de
Exclusão Social exige, de modo que vem sendo utilizado o
percentual de domicílios atendidos com esgotamento sanitário5 por
meio de rede coletora de esgoto pluvial (rede geral) ou fossa séptica,
disponibilizado pela PNAD/IBGE nos anos em que não são
realizados Censos Demográficos.
A Tabela 12 contém os resultados do indicador percentual de
domicílios atendidos por esgotamento sanitário por meio de rede
geral e fossa séptica no período de 2008 a 2013, apresentando
reduções de 2012 para 2013 no percentual de acesso a esse serviço
para o Brasil, que tinha, em 2012, 77,78% de domicílios com
esgotamento sanitário por rede geral e fossa séptica, reduzindo para
76,16% em 2013. Comportamento semelhante ocorreu na Região
Norte, que, em 2012, tinha 56,07% dos domicílios com acesso a esse
serviço e diminuiu para 54,17% em 2013.
O estado do Pará e a RMB apresentaram comportamento
contrário ao Brasil e a Região Norte, de modo que se observou
evolução de 2012 para 2013 no percentual de domicílios com acesso
a esgotamento sanitário por meio de rede geral e fossa séptica. O
Pará tinha 52,75% dos domicílios com acesso a esse serviço em
2012, elevando a cobertura para 57,33% em 2013. A RMB, em
2013, elevou o acesso a esse serviço para 82,84% dos seus
domicílios.
5Escoadouro de águas servidas e dos dejetos provenientes do banheiro ou sanitário.
7.3 COLETA DE LIXO
O percentual de domicílios com coleta de lixo é analisado
neste Mapa de Exclusão Social a partir dos dados da PNAD/IBGE,
observando junto aos domicílios pesquisados aqueles que possuem o
serviço de coleta de lixo direta no domicílio. Ou seja, domicílios
com lixo coletado diretamente por serviço ou empresa (pública ou
particular) de limpeza que atenda ao local onde se situa o domicílio,
ou ainda a coleta indireta, que se trata do lixo depositado em
caçamba, tanque ou depósito de serviço ou empresa (pública ou
particular) de limpeza que, posteriormente, o recolhe, ou outros tipos
de coletas não especificados.
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 12, o
Brasil, Região Norte, Pará e RMB apresentaram crescimento na
proporção de domicílios com acesso à coleta de lixo de 2012 para
2013, e também quando comparado ao ano de 2008. A Região
Metropolitana de Belém vem mantendo nos últimos cinco anos a
cobertura do acesso ao serviço de coleta de lixo em mais de 90% dos
domicílios. O estado do Pará, que em 2012 possuía 73,19% dos
domicílios com acesso ao serviço de coleta de lixo, aumentou essa
abrangência para 75,05% em 2013.
Observando os resultados dos indicadores de saneamento do
estado do Pará, verifica-se a necessidade de intensificação de
políticas na área do saneamento básico. Na busca pela redução
dessas demandas, o Governo do Estado estabeleceu como um de
seus objetivos estratégicos, para o período 2011-2014, ampliar o
serviço de saneamento básico de abastecimento de água,
especialmente nos municípios mais carentes dessas redes, e o serviço
de esgotamento sanitário, retomando projetos iniciados e paralisados
e, ainda, incorporando outras novas iniciativas.
Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
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O balanço das ações realizadas em 73 municípios no período
2011-2014 indica investimentos de R$ 1,05 bilhão em obras de
implantação e ampliação de sistemas de abastecimento de água e de
R$ 630 milhões em obras de rede de esgoto.
Considerando que a Companhia de Saneamento do Pará
(COSANPA) atua em 56 municípios do estado, enquanto nos
demais, as ações de saneamento são executadas no âmbito das
prefeituras, o Governo estadual por meio da Secretaria de Estado de
Integração Regional, Desenvolvimento Urbano e Metropolitano
(SEIDURB), nos municípios que estão fora da área de atuação da
COSANPA, realizou ações de implantação e ampliação de
abastecimento de água, a exemplo do município de Marabá, que
recebeu recursos para obras da Estação de Tratamento de Água
(ETA), na qual foram investidos R$ 99,92 milhões, dos quais R$
43,40 milhões eram provenientes de recursos do Tesouro Estadual.
Com essa ampliação, 26.522 famílias passaram a ser atendidas com
água tratada no município. Ainda em Marabá, foi realizada a nova
etapa da obra de ampliação do Sistema de Abastecimento de Água
do município, com investimentos de R$ 32,6 milhões, dos quais R$
28,4 são recursos do Governo Federal e R$ 4,1 do orçamento
estadual, garantindo a construção de mais um reservatório de água e
novas ligações, elevando a cobertura do abastecimento de 53% para
75% dos domicílios no município (SEPLAN, 2015).
Outra ação importante em saneamento básico foi a obra de
ampliação e melhoria do Sistema de Abastecimento de Água no
município de Santarém, com investimento de R$ 93,7 milhões, o
projeto vai beneficiar todo o município, elevando de 30.730 para
55.622 o número de ligações. O aumento representará água na
torneira para 220.321 pessoas, ou 94,5% das famílias santarenas. A
obra está prevista para ser concluída em 2015 (SEPLAN, 2015).
Destacam-se ainda um conjunto de obras realizadas em
outros municípios, como: as obras do novo Sistema de Tratamento
de Água de Igarapé-Miri, que aumentou de 27% para 44% a
cobertura no município; a implantação do Sistema de Abastecimento
de Água em Ponta de Pedras, com reservatório e 4,8 km de rede de
distribuição; a implantação da nova Estação de Tratamento de Água
em Dom Eliseu, dispondo de reservatório elevado com capacidade
de 300 m3, onde mais de 11 km de rede foram assentados; a Estação
de Tratamento Che Guevara, em Marituba, incluindo a captação por
meio de dois poços, implantação de estação de tratamento de água,
reservatório elevado de 773 m3 e reservatório apoiado de 970 m
3;
entre outras (SEPLAN, 2014).
Ressaltam-se, também, ações de tratamento de esgoto que se
encontram em andamento como: a reforma e ampliação da Estação
de Tratamento de Esgoto da Bacia do Benguí (ETE Benguí IV),
beneficiando 35.000 habitantes da área que abrange os bairros do
Benguí, Mangueirão, Pantanal e Pratinha; a reforma e ampliação da
Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário da Bacia do UNA
(ETEUNA), que irá beneficiar 87.500 habitantes, com previsão de
conclusão para novembro de 2015; a obra na Estação de Tratamento
de Esgoto no Município de Marabá, que permitirá o tratamento de
cerca de 10% do esgoto da cidade. São R$ 108,79 milhões de
investimentos, sendo R$ 77,49 milhões de financiamento do FGTS e
R$ 32,60 milhões do orçamento do estado; entre outras (SEPLAN,
2015).
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8 HABITAÇÃO
Déficit habitacional medido através do número de
pessoas vivendo em loteamentos irregulares,
destacando-se as áreas de risco
No item Habitação vem sendo utilizado o déficit habitacional
e seus componentes como indicadores capazes de avaliar a
necessidade imediata de construção de novas moradias, seja por
reposição ou por incremento do estoque de moradias existentes. Não
dispomos de pesquisas que identifiquem o déficit habitacional
medido da forma como a Lei nº 6.836/2006 instituiu. Entretanto, a
partir dos dados da PNAD/IBGE é possível verificar situações de
vulnerabilidades e exclusão social junto às moradias existentes. A
Fundação João Pinheiro (FJP) e o Instituto de Pesquisa Econômica e
Aplicada (IPEA) vêm divulgando de forma sistemática estimativas
do Déficit Habitacional brasileiro com base em metodologia
divulgada pela FJP (2007) e constantemente aprimorada pela mesma
fundação.
O último déficit habitacional com desagregação por
Unidades da Federação foi divulgado em 2013 pelo IPEA, com
informações de 2012, e estas já foram apresentadas no Mapa de
Exclusão social de 2013. Dessa forma, não será possível a
apresentação dos resultados do déficit habitacional para 2013 nesta
versão do diagnóstico, dada a não divulgação dos resultados desse
indicador por nenhuma das fontes oficiais.
Visando uma avaliação da melhoria das condições
habitacionais no estado do Pará, e considerando que a pesquisa fonte
(PNAD/IBGE) já está disponível para o ano de 2013, foi possível
realizar estimativas para alguns dos componentes do Déficit
Habitacional: habitações precárias, coabitação familiar e
adensamento excessivo de moradores em domicílios alugados. Dada
a necessidade de informações mais desagregadas, não foi possível o
cálculo da estimativa para o componente de ônus excessivo com
aluguel e, consequentemente, não foi possível mensurar o total
déficit habitacional.
A metodologia utilizada no cálculo das estimativas dos
componentes a serem apresentados neste Mapa de Exclusão baseou-
se na mesma utilizada pela FJP e pelo IPEA para o cálculo desses
indicadores em anos anteriores, e encontram-se descritas no Quadro
1. Os resultados estão apresentados para o Brasil e para o estado do
Pará nos anos de 2007 a 2012, usando fonte IPEA (2013) para o
período de 2007 a 2012, e para 2013 estimativas da FAPESPA.
Quadro 1 - Definição dos componentes do déficit habitacional
Componente Descrição dos Componentes do Déficit Habitacional
Habitações
Precárias
Somatório entre os domicílios improvisados e os domicílios
rústicos (domicílios sem paredes de alvenaria ou madeira
aparelhada);
Coabitação
familiar
Somatório entre os domicílios tipo “cômodo” e o número
de famílias conviventes secundárias com a intenção de
constituir domicilio exclusivo;
Adensamento
excessivo de
moradores em
domicílios alugados
Total de domicílios tipo apartamento ou casa, alugados,
com uma média de moradores por dormitório superior a três
pessoas.
Fonte: IPEA/Fundação João Pinheiro, 2013.
Elaboração: FAPESPA, a partir dos conceitos elaborados pela Fundação João Pinheiro
(2011).
Observando os dados expostos na Tabela 13, verifica-se que
tanto o Brasil quanto o Pará apresentaram incremento nos
componentes de precariedade e coabitação familiar de 2012 para
2013. Entretanto, mesmo com o incremento observado em 2013, os
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resultados desses componentes ainda ficaram abaixo dos valores dos
indicadores para 2008.
No Brasil, o percentual de domicílios em situação de
precariedade aumentou de 1,42% em 2012 para 1,52% em 2013,
interrompendo uma série de reduções ocorridas desde 2008 nessa
condição de vulnerabilidade habitacional. No Pará, o indicador
também apresentou incremento (de 3,57% em 2012 para 3,74%).
Contudo, quando comparado a 2008 (3,88%), o resultado ainda foi
menor, conforme já mencionado.
Quanto à coabitação familiar, que reflete a necessidade por
novas moradias, em substituição aos domicílios em forma de
“cômodo” ou para abrigar famílias conviventes que possuem
intenção de constituir o próprio domicílio, o percentual de
domicílios, que era de 5,14% em 2012, evoluiu para 6,11% em 2013
no estado do Pará. No Brasil, o crescimento foi de 2,86% para
2,94%, de 2012 para 2013.
O componente adensamento excessivo em domicílios
alugados, ou seja, a proporção de domicílios alugados com mais de
três moradores por dormitório, apresentou redução de 1,01% para
0,74% no estado do Pará de 2012 para 2013, revertendo a tendência
dos dois anos anteriores, nos quais o indicador vinha apresentando
incrementos para o estado. No Brasil, o adensamento excessivo em
domicílios alugados se manteve na proporção de 0,83%, resultado
observado desde 2011.
Tabela 13 - Estimativas dos componentes do déficit habitacional para
o Brasil e Pará (em %), 2008-2013
Itens
Geográficos Ano Precariedade Coabitação Adensamento
Brasil
2008 1,98 3,52 0,87
2009 1,83 3,95 0,92
2011 1,89 2,94 0,83
2012 1,42 2,86 0,83
2013 1,52 2,94 0,83
Região Norte
2008 3,88 7,86 1,05
2009 3,45 7,01 0,74
2011 5,86 5,63 0,82
2012 3,57 5,14 1,01
2013 3,74 6,11 0,74
Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
Considerando os elevados índices de carência habitacional no
Pará, o Governo do Estado assumiu compromisso de priorizar o
direito constitucional que preconiza o acesso à moradia digna a
todos, transformando a questão habitacional em política de estado.
Desse modo, nos últimos anos foram desenvolvidos programas e
ações para construção de unidades habitacionais e urbanização de
assentamentos precários. Também foi priorizada a articulação com
as demais esferas de governo e com o setor privado, a fim de reduzir
o déficit habitacional no Pará (SEPLAN, 2015).
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A estrutura organizacional da Companhia de Habitação do
Estado do Pará (COHAB) foi aperfeiçoada e o Plano Estadual de
Habitação de Interesse Social foi atualizado, de forma a promover
maior eficiência aos programas de investimentos para acesso à
moradia digna, adequação e regularização fundiária urbana.
Os programas de habitação, que reúnem ações para redução
do déficit habitacional, apresentaram aumento significativo de
investimentos financeiros, no período 2011-2014, totalizando
investimento superior a R$ 184,71 milhões nos quatro anos.
Foram construídas 4.091 unidades habitacionais, em parceria
com o governo federal, referentes ao Programa “Minha Casa Minha
Vida”, em três modalidades de investimento (Oferta Pública, Fundo
de Arrendamento Residencial – FAR, e Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço – FGTS). Com o objetivo de reduzir a
inadequação habitacional, foram realizadas, através do PAC, obras
de urbanização, regularização e integração de assentamentos
precários e subnormais, em áreas caracterizadas pelo alto grau de
carência de infraestrutura habitacional, bem como em terras
irregulares. As obras realizadas no período 2011-2014 representaram
investimentos superiores a R$ 128,7 milhões, sendo R$ 78,1 milhões
de recursos estaduais e R$ 50,5 milhões recursos federais,
beneficiando 8 mil famílias. Dentre estas obras, o Projeto da
Comunidade Taboquinha, no distrito de Icoaraci, foi premiado
nacionalmente com o Selo de Mérito 2014, da Associação Brasileira
de Cohabs – ABC, na Categoria Projeto de Impacto Regional, com
foco em sustentabilidade (SEPLAN, 2015).
Outra atuação importante da COHAB foi na área de
capacitação e apoio aos municípios, contribuindo para regularização
de 44 municípios junto ao Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social (SNHIS), totalizando, ao final de 2014, 50
municípios regularizados, pré-requisito para obter acesso a recursos
federais e estaduais de programas habitacionais. Ressalte-se que
foram realizadas oficinas de capacitação em 104 municípios,
envolvendo mais de 300 técnicos estaduais e agentes municipais.
Esta ação mereceu reconhecimento nacional através do Prêmio Selo
de Mérito, da Associação Brasileira de COHABs – ABC (SEPLAN,
2015).
Destaca-se também o “Cheque Moradia”, programa de
transferência direta de renda que contribui para movimentar a
economia do estado e promover geração de renda aos trabalhadores
da construção civil, beneficiando 19.522 famílias no período 2011-
2014. O programa contemplou 121 municípios, nas 12 regiões de
integração do estado, com investimentos estaduais acima de R$
201,70 milhões. Esses resultados são superiores aos inicialmente
estabelecidos como meta de governo, na Agenda Mínima,
considerando a ampliação do atendimento, antes restrito aos
servidores públicos estaduais, agora estendido a famílias que vivem
em situação de extrema pobreza, ocorrências de sinistro (incêndio e
desabamento) e famílias de pessoas com deficiência (SEPLAN,
2015).
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9 POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RISCO NAS RUAS
Considerando a indisponibilidade da variável população em
situação de risco na rua, definida na Lei Nº 6.836/2006 que instituiu
o Mapa de Exclusão Social do Pará, utilizou-se uma aproximação
desse recorte populacional, o percentual de pessoas vivendo em
domicílios improvisados, sendo os domicílios particulares
destinados à habitação de uma pessoa ou de grupo de pessoas cujo
relacionamento seja ditado por laços de parentesco, dependência
doméstica ou, ainda, normas de convivência, localizado em unidade
que não tem dependência destinada exclusivamente à moradia, tal
como: loja, sala comercial etc., bem como prédio em construção,
embarcação, carroça, vagão, tenda, barraca, gruta etc., que estiver
servindo de moradia, por tanto domicílios que também apresentam
características de vulnerabilidades e exclusão social.
Os dados apresentados na Tabela 14 para o Brasil, Região
Norte e Pará, demonstram que ocorreu aumento na proporção de
pessoas vivendo em domicílios improvisados no ano de 2013 em
relação a 2012. Todavia, verifica-se uma tendência crescente desse
indicador ao longo dos anos ao ser observado o período de 2006 a
2013, com pequenas alternâncias de comportamento em alguns anos
durante o período em análise, tanto para o Brasil como para a Região
Norte e o Pará. A proporção de pessoas vivendo em domicílios
improvisados no estado do Pará aumentou de 0,28% em 2012 para
0,30% em 2013.
Tabela 14 - Proporção de pessoas vivendo em domicílios improvisados no Brasil, Região Norte, Estado do Pará e Região Metropolitana de Belém
2006-2013
Itens
Geográficos
% de pessoas vivendo em domicílios improvisados
2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013
Brasil 0,11 0,18 0,15 0,11 0,18 0,12 0,17
Região Norte 0,02 0,3 0,45 0,12 0,42 0,26 0,40
Estado do Pará 0,03 0,15 0,06 0,14 0,12 0,28 0,30 Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
O acompanhamento desse indicador é muito importante para
avaliação e direcionamento de políticas públicas, a medida que essa
situação domiciliar se encontra bastante relacionada ao cenário da
pobreza e de exclusão social. Os serviços de Proteção Social
Especial de Alta Complexidade devem garantir proteção integral a
famílias e/ou indivíduos com vínculos familiares rompidos ou
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fragilizados. Para garantia desses direitos, o estado executa serviços
de acolhimento institucional, na modalidade abrigo institucional, em
quatro municípios. São nove abrigos, sendo seis em Belém e três nos
municípios de Marabá, Santarém e Altamira.
O Município de Belém dispõe de duas Unidades de
Acolhimento de Longa Permanência, com atendimento de 50 idosos
para cada unidade (Unidade Lar da Providência e Unidade Socorro
Gabriel). Os idosos da Unidade Socorro Gabriel serão transferidos,
ainda no primeiro semestre de 2015, para o novo abrigo em Val-de-
Cans, considerado abrigo modelo por adequar-se aos padrões de
acessibilidade e contar com ambientação, equipe multiprofissional,
refeitório, capela e jardim, num investimento total de R$ 3,7 milhões
(SEPLAN, 2015).
O Governo do Estado também disponibiliza para essa população
vulnerável (SEPLAN, 2015):
Uma unidade de acolhimento para migrante em trânsito, em
Belém, com capacidade para 20 pessoas, com permanência
por 72 horas;
Uma unidade de acolhimento para crianças de 0 a 6 anos,
com capacidade para receber 50 crianças com vínculos
familiares rompidos, encaminhadas pelo poder judiciário, e
que, ao serem acolhidas, recebem atendimento integral; e;
Uma unidade de acolhimento para crianças e adolescentes
com síndrome neurológica, em Belém, operacionalizada por
meio de convênio entre a SEAS e a entidade Francisco Peres
(Hospital Pobres Servos da Divina Providência), com
capacidade para acolhimento de 35 a 40 crianças.
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10 SEGURANÇA
Número de ocorrências policiais “per capita”
Neste item do Mapa de Exclusão Social utilizou-se o
indicador que a Lei nº 6.836/2006 preconiza, para o período de 2012
a 2014, desagregado segundo a regionalização do Sistema Estadual
de Segurança Pública e Defesa Social (SIEDS). Essa regionalização
foi instituída pela Lei de nº 7.584/2011, que dispõe sobre a
reorganização do sistema estadual de segurança pública, onde,
através da resolução nº 185/2012, foi aprovada a delimitação de
regiões no SIEDS, sendo criadas as Regiões Integradas de Segurança
Pública e Defesa Social (RISP). São 15 (quinze) regiões visando
harmonizar as circunscrições de atuação dos Órgãos do Sistema
Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, objetivando a
articulação territorial regional nos níveis estratégico, tático e
operacional, de acordo e nos termos dessa Resolução.
A Tabela 15 demonstra a quantidade de Boletins de
Ocorrências registrados nas Unidades Policiais que compõem as
Regiões Integradas de Segurança Pública, no Estado do Pará, com
apresentação também do número de ocorrências per capita ao
considerar o contingente populacional.
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Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
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Tabela 15 - Número de ocorrências policiais registradas, participação (%) e ocorrências per capita (para grupos de 100.000 hab.) segundo Regiões
Integradas de Segurança Pública (RISP), 2012-2014
RISP
2012 2013 2014
Nº de
Ocorrências
Part
%
Nº de Ocorrências
per capita
Nº de
Ocorrências
Part
%
Nº de Ocorrências
per capita
Nº de
Ocorrências
Part
%
Nº de Ocorrências
per capita
Pará 544.620 100,00 6.962 561.147 100,00 7.015 575.118 100,00 7.120
1ª Capital (Belém e Distritos) 220.087 40,41 15.604 228.326 40,69 16.013 220.382 38,32 15.250
2ª Metropolitana 81.555 14,97 12.186 80.572 14,36 11.738 82.666 14,37 11.882
3ª Guamá 43.921 8,06 5.666 43.830 7,81 5.535 43.496 7,56 5.420
4ª Tocantins 28.527 5,24 4.185 29.815 5,31 4.263 32.102 5,58 4.529
5ª Marajó Oriental 4.014 0,74 2.935 4.418 0,79 3.138 4.282 0,74 3.001
6ª Caeté 26.791 4,92 4.506 24.017 4,28 3.972 23.532 4,09 3.840
7ª Capim 12.271 2,25 3.977 10.919 1,95 3.412 11.845 2,06 3.652
8ª Marajó Ocidental 5.132 0,94 1.400 5.453 0,97 1.449 7.202 1,25 1.889
9ª Lago do Tucuruí 16.537 3,04 3.787 17.435 3,11 3.842 19.071 3,32 4.147
10ª Carajás 41.798 7,67 5.838 47.658 8,49 6.450 52.512 9,13 7.012
11ª Xingu 15.114 2,78 5.448 17.051 3,04 6.068 20.411 3,55 7.168
12ª Baixo Amazonas 22.055 4,05 3.195 24.437 4,35 3.489 25.656 4,46 3.614
13ª Araguaia 10.737 1,97 4.537 10.822 1,93 4.447 11.850 2,06 4.804
14ª Alto Xingu 8.161 1,50 3.180 7.865 1,40 2.946 9.411 1,64 3.478
15ª Tapajós 7.920 1,45 2.981 8.529 1,52 3.160 10.700 1,86 4.403
Fonte: SISP/SIAC/IBGE
Elaboração: SISP/FAPESPA
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No Estado, ocorreu aumento de 1,5% nos registros per
capita, quando comparamos 2014 a 2013. A 1ª RISP - Capital
(Belém e Distritos), diferente do comportamento para o estado,
apresentou uma redução nestes registros (per capita) equivalente a
4,8%, mas sendo ainda a regional com maior número de ocorrências
per capita com 15.250 registros por cem mil habitantes em 2014. O
aumento desse indicador no território paraense deveu-se ao
crescimento do número de registros de ocorrências da 2ª à 15ª RISP,
exceto a 3ª (Guamá), 5ª (Marajó Oriental) e 6ª (Caeté) RISP, que
apresentaram redução no total de registros de 2014 em comparação
ao de 2013. A Região do Marajó Ocidental, em 2014, continuou se
destacando como a de menor participação e indicador per capita,
pois teve 1.889 registros de boletins de ocorrência por cem mil
habitantes, sendo apenas 1,25% do total. Entretanto, em 2014
contabilizou o segundo maior aumento (30%) no indicador, entre as
RISP, em relação a 2013.
A RISP com maior incremento de ocorrências per capita de
2013 para 2014 foi 15ª (Tapajós), com aumento de 39%. Destacam-
se também as RISP 11ª (Xingu) e 14ª (Alto Xingu), ambas com
evolução de 18% no indicador no período.
Os registros de boletins de ocorrências na Capital (1ª RISP),
em valores absolutos, apresentaram redução de 3%. O Estado
apresentou aumento de 2,5%, corroborando o que já foi dito na
análise, que as RISP formadas por municípios do interior, exceto as
já citadas, são responsáveis por esse incremento no indicador no
último ano.
A Figura 22 ilustra, em termos espaciais, o desempenho das
RISP de 2013 para 2014, em relação ao número de ocorrências para
cada cem mil habitantes, expressas em faixas de valores. Dessa
forma, observa-se que a 4ª (Tocantins), 7ª (Capim), 11ª (Xingu), 12ª
(Baixo Amazonas), 14ª (Alto Xingu) e 15ª (Tapajós) RISP
mostraram aumento no indicador suficiente para passarem a ocupar
faixas de valores maiores em 2014. As demais RISP não alteraram
suas faixas de valores do indicador de 2013 para 2014.
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Figura 22 - Número de Ocorrências por 100.000 habitantes por Regiões Integradas de Segurança Pública e Defesa Social (RISP) do Estado do Pará,
2013/2014
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As tabelas 16, 17 e 18 estão inseridas neste Diagnóstico para
complementar a avaliação da área de segurança pública, as quais
demonstram a quantidade de boletins de ocorrência referentes aos
delitos reativos6, registrados nas unidades policiais que compõem as
Regiões Integradas de Segurança Pública na RMB7 (1ª e 2ª RISP),
Interior do Estado (3ª à 15ª RISP) e no total do Estado do Pará,
respectivamente, nos anos de 2012 a 2014. Foram elencados os
delitos pelos títulos constantes no Código Penal e Lei de
Contravenções Penais; apresentando, ainda, a variação percentual
relativa aos períodos em análise.
No que tange à RMB (Tabela 16), esta apresentou reduções
para todos os crimes analisados de 2013 para 2014. Dessa forma,
verifica-se aumento de registros de crimes contra o patrimônio de
2012 para 2013, da ordem de 13,00%, seguido da diminuição de
0,40% de 2013 para 2014. Quanto aos crimes contra a pessoa,
também ocorreu aumento, de 2012 para 2013, de 2,40%, e
comparando 2013 e 2014, verifica-se uma diminuição da ordem de
3,63%. Situação semelhante foi observada com relação aos crimes
contra a dignidade sexual e contravenções penais: nos primeiros
anos houve aumento de 12,46% (2012/2013), seguido de diminuição
de 5,64% (2013/2014); e, no mesmo sentido, as contravenções
penais sofreram aumento de 1,87% (2012/2013) e depois
diminuíram 12,49% (2013/2014).
6A reatividade ou "reativo" é uma reação tomada frente a uma ação, ou seja, que
reage, que suscita reação. Sintetizando, ela ocorre a partir das vias de fato, isto é,
acontece quando é disparada por uma determinada atividade ou ação. 7 Região Metropolitana de Belém. Compreende os municípios de Belém,
Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará.
Tabela 16 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de
Crimes Reativos na RMB (1ª e 2ª RISP), 2012 a 2014
Região
(RISP) Delitos 2012 2013 2014
Variação %
12/13 13/14
1ª e 2ª
(RMB)
Contra o Patrimônio 127.988 144.630 144.047 13,00 -0,40
Contra a Pessoa 42.068 43.076 41.514 2,40 -3,63
Contra a Dignidade
Sexual 931 1047 988 12,46 -5,64
Contravenção Penal 2.623 2.659 2.327 1,37 -12,49
Total dos Indicadores dos
Crimes Reativos 173.610 191.412 188.876 10,25 -1,32
Fonte: SISP/SIAC/IBGE
Elaboração: SISP/FAPESPA
Observando os dados para o Interior do estado (Tabela 17),
constatou-se aumento de registros de crimes contra o patrimônio de
2012 para 2013, da ordem de 19,19%, e de 2013 para 2014 (7,68%).
No que diz respeito aos crimes contra a pessoa, ocorreu aumento de
2012 para 2013, de 9,41%, e comparando-se 2013 e 2014, verifica-
se um aumento da ordem de 15,02%. Com relação aos crimes contra
a dignidade sexual e contravenções penais, nos primeiros anos houve
aumento de 30,30% (2012/2013), seguido de diminuição de 3,99%
(2013/2014); e as contravenções penais sofreram aumento de 9,26%
(2012/2013) e 13,32% (2013/2014).
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Tabela 17 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de
Crimes Reativos no Interior do Estado do Pará (3ª à 15ª
RISP), 2012 a 2014
Região
(RISP) Delitos 2012 2013 2014
Variação %
12/13 13/14
3ª a 15ª
(Interior)
Contra o
Patrimônio 75.969 90.549 97.500 19,19 7,68
Contra a Pessoa 28.374 31.044 35.708 9,41 15,02
Contra a Dignidade
Sexual 1655 2158 2072 30,39 -3,99
Contravenção
Penal 1.209 1.321 1.497 9,26 13,32
Total dos Indicadores dos
Crimes Reativos 107.207 125.072 136.777 16,66 9,36 Fonte: SISP/SIAC/IBGE
Elaboração: SISP/FAPESPA
No que concerne ao total para o Estado (Tabela 18),
constatou-se aumento de registros de crimes contra o patrimônio de
2012 para 2013, na ordem de 15,31%, e de 2013 para 2014,
evolução de 2,71%, apresentando desaceleração no incremento.
Quanto aos crimes contra a pessoa, ocorreu aumento de 2012 para
2013, de 5,22%, e comparando 2013 e 2014, constata-se um
aumento de 4,19%, também inferior à variação do ano anterior. Com
relação aos crimes contra a dignidade sexual e contravenções penais,
nos primeiros anos houve aumento de 23,94% (2012/2013), seguido
de diminuição de 4,52% (2013/2014). Para as contravenções penais,
também ocorreu aumento de 3,86% (2012/2013), seguido de
diminuição de 3,92% (2013/2014).
Com referência ao total de crimes reativos registrados no
Estado, houve aumento de 12,70% quando se compara os anos de
2012 e 2013; e aumento de 2,90%, de 2013 para 2014, mostrando
uma desaceleração nos indicadores em 2014.
Tabela 18 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de
Crimes Reativos no Estado do Pará (1ª à 15ª RISP), 2012 a
2014
Região
(RISP) Delitos 2012 2013 2014
Variação %
12/13 13/14
Estado
do Pará
Contra o
Patrimônio 203.957 235.179 241.547 15,31 2,71
Contra a Pessoa 70.442 74.120 77.222 5,22 4,19
Contra a
Dignidade Sexual 2.586 3.205 3.060 23,94 -4,52
Contravenção
Penal 3.832 3.980 3.824 3,86 -3,92
Total dos Indicadores dos
Crimes Reativos 280.817 316.484 325.653 12,70 2,90 Fonte: SISP/SIAC/IBGE
Elaboração: SISP/FAPESPA
As tabelas 19, 20 e 21 demonstram a quantidade de boletins
de ocorrência referentes aos delitos proativos8 registrados nas
unidades policiais que compõem as Regiões Integradas de
Segurança Pública na RMB (1ª e 2ª RISP), Interior do Estado (3ª à
15ª RISP) e para o total do Estado do Pará, respectivamente, nos
anos de 2012 a 2014. Foram elencados os delitos pela legislação
pertinente; apresentando ainda a variação percentual relativa aos
períodos em análise.
8A proatividade é o comportamento de antecipação e de responsabilização pelas
próprias escolhas e ações frente às situações impostas pelo meio.
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Com relação à RMB9 (Tabela 19), constatou-se diminuição
de registros dos crimes relativos à Lei de Entorpecentes, de 2012
para 2013, da ordem de 13,91%, e de 2013 para 2014, ocorreu
também diminuição, de 0,83%. Quanto aos crimes referentes ao
Estatuto do Desarmamento, ocorreu aumento de 2012 para 2013, de
7,94%, e comparando 2013 e 2014, constata-se uma diminuição no
número de registros da ordem de 7,71%. Com referência ao total de
crimes proativos registrados na RMB, houve uma redução de
10,11% quando se compara os anos de 2012 e 2013; seguido de
diminuição de 2,27%, de 2013 para 2014.
Tabela 19 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de
Crimes Proativos na RMB (1ª e 2ª RISP), 2012 a 2014
Região
(RISP) Delitos 2012 2013 2014
Variação %
12/13 13/14
1ª e 2ª
(RMB)
Lei de Entorpecentes 2.516 2.166 2.148 -13,91 -0,83
Lei de Armas 529 571 527 7,94 -7,71
Total dos Indicadores dos Crimes
Proativos 3.045 2.737 2.675 -10,11 -2,27 Fonte: SISP/SIAC/IBGE
Elaboração: SISP/FAPESPA
No que concerne ao Interior do estado (Tabela 20),
constatou-se aumento de registros dos crimes relativos à Lei de
Entorpecentes, de 2012 para 2013, da ordem de 31,94%, e de 2013
para 2014 houve diminuição de 3,71%. Quanto aos crimes referentes
ao Estatuto do Desarmamento, ocorreu diminuição de 2012 para
2013, de 0,87%, e comparando 2013 e 2014, constata-se um
9 Região Metropolitana de Belém. Compreende os municípios de Belém,
Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará.
aumento de 5,50%. Com referência ao total de crimes proativos
registrados no Interior do estado, houve aumento de 15,22% quando
se compara os anos de 2012 e 2013; e aumento de 0,33%, de 2013
para 2014.
Tabela 20 - Comparativo e variação percentual de Agrupamentos de
Crimes Proativos no Interior do Estado do Pará (3ª à 15ª
RISP), 2012 a 2014
Região
(RISP) Delitos 2012 2013 2014
Variação %
12/13 13/14
3ª à 15ª
(INERIOR)
Lei de
Entorpecentes 1.553 2.049 1.973 31,94 -3,71
Lei de Armas 1613 1599 1687 -0,87 5,50
Total dos Indicadores dos
Crimes Proativos 3.166 3.648 3.660 15,22 0,33 Fonte: SISP/SIAC/IBGE
Elaboração: SISP/FAPESPA
No que concerne ao total para o Estado (Tabela 21),
constatou-se aumento de registros dos crimes relativos à Lei de
Entorpecentes, de 2012 para 2013, da ordem de 3,59% e de 2013
para 2014, ocorreu diminuição de 2,23%. Quanto aos crimes
referentes ao Estatuto do Desarmamento, ocorreu aumento de 2012
para 2013, de 1,31%, e comparando 2013 e 2014, constata-se um
aumento de 2,03%. Com referência ao total de crimes proativos
registrados no Estado, houve aumento de 2,80% quando se compara
os anos de 2012 e 2013; e diminuição de 0,78%, de 2013 para 2014.
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Tabela 21 - Comparativo e variação percentual de grupamentos de
Crimes Proativos no Estado do Pará (1ª à 15ª RISP), 2012
a 2014
Região
(RISP) Delitos 2012 2013 2014
Variação %
12/13 13/14
Estado do
Pará
Lei de
Entorpecentes 4.069 4.215 4.121 3,59 -2,23
Lei de Armas 2.142 2.170 2.214 1,31 2,03
Total dos Indicadores dos
Crimes Proativos 6.211 6.385 6.335 2,80 -0,78 Fonte: SISP/SIAC/IBGE
Elaboração: SISP/FAPESPA
A área de segurança pública vem sendo tratada pelo Governo
do Estado como uma área prioritária e um conjunto de ações
estratégicas vem sendo realizado visando a redução dos índices de
criminalidades no Pará. Entretanto, é importante ter a clareza de que
o desempenho da área de segurança também é influenciado direta e
indiretamente pela ausência de eficácia das políticas de outras áreas,
a exemplo da área de educação, trabalho e renda, mobilidade urbana,
entre outras.
Nesse sentido, desde 2011 o Governo do Estado instituiu o
Sistema de Segurança Pública e Defesa Social (SIEDS), com a
finalidade de coordenar, supervisionar, articular, integrar e avaliar o
desenvolvimento da política de segurança pública nos órgãos
integrantes desse sistema: Secretaria de Estado de Segurança Pública
(SEGUP), Polícia Militar (PMPA), Polícia Civil (PC/PA), Corpo de
Bombeiros Militar (CBM), Centro de Perícias Cientificas Renato
Chaves (CPCRC), Superintendência do Sistema Penitenciário
(SUSIPE) e o Departamento de Trânsito do Estado do Pará
(DETRAN), visando “assegurar a prevenção social da violência e
criminalidade e redução da impunidade” e “promover a cidadania e
direitos humanos”, objetivos estratégicos estabelecidos pelo governo
estadual (SEPLAN, 2015).
Foi realizado um conjunto de ações de valorização dos
servidores da área de segurança, concedendo vantagens e/ou
benefícios, dentre os quais: aumento de 68,86% na remuneração dos
cabos da PMPA e CBM, em 2014, passando de R$ 1.581,00 para R$
2.669,68; aumento da gratificação de risco de vida da área de
segurança, que estava congelada desde 2007, de 50%, em 2010, para
70%, em 2013, e 80%, em 2014, sendo que para os praças da PMPA
foi concedido, em 2014, 100% do pagamento dessa gratificação.
Ainda como ação de valorização dos servidores da área de
segurança, destaca-se a implantação do pagamento do auxílio
fardamento no contracheque dos policiais duas vezes ao ano, no
valor de R$ 724,00, garantindo a compra do fardamento; o aumento
da remuneração dos escrivães e investigadores, que passou de R$
2.756,20, em 2010, para R$ 4.185,09, em 2014, sendo a 5ª melhor
remuneração do país, sem considerar o adicional por tempo de
serviço, equivalendo ao aumento de 51,84%; a implantação de
programa habitacional para policiais militares, com previsão de 496
unidades habitacionais, nos municípios de Ananindeua, Marabá e
Santarém, entre outras ações (SEPLAN, 2015).
Também foram realizadas ações de capacitação profissional
dirigida aos profissionais de segurança pública, proporcionada pelo
Instituto de Ensino de Segurança do Pará (IESP), por meio de cursos
de bacharelado e de especialização aos servidores. Além dos cursos
de bacharelado em Ciências de Defesa Social e Cidadania, Gestão de
riscos Coletivos, Tecnologia em Defesa Social e Cidadania e
Tecnologia em Segurança Pública, o IESP ofereceu, a partir de
2012, o curso de mestrado em Segurança Pública e Mediação de
Conflitos, que faz parte do projeto que tornará o IESP a primeira
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faculdade específica desta área no Brasil. O IESP também realizou
diversos cursos de aperfeiçoamento, capacitação e atualização para
policiais civis e militares, bombeiros militares, funcionários do
Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” e SUSIPE
(SEPLAN, 2015).
Dada a prioridade da área de segurança, em 2013, foi
elaborado o Planejamento Estratégico Integrado ao SIEDS, para o
período 2013-2032, com respectivo Mapa estratégico. O Plano
resultante tem sido referência à implementação da política de
segurança pública no estado, e teve como missão “promover a
segurança pública e defesa social de forma integrada e harmônica
com a sociedade, assegurando a dignidade da pessoa humana e
contribuindo para a paz social no Estado do Pará”. O Plano inovou,
ainda, ao promover a desconcentração regional das ações dessa área,
com a criação de 15 Regiões Integradas de Segurança Pública e
Defesa Social (RISP), com o objetivo de estabelecer a articulação
territorial regional (SEPLAN, 2015).
A fim de atuar de forma mais efetiva no combate ao crime no
território paraense, os órgãos da Segurança Pública investiram na
aquisição de veículos, equipamentos e mobiliários. A SEGUP
adquiriu, para desenvolver suas ações, 30 veículos, 52 motos, além
de mobiliário e equipamentos diversos. Para o Grupamento Aéreo de
Segurança Pública (GRAESP), foram adquiridos quatro
helicópteros, um avião e um motoplanador, ampliando a frota de três
(2011) para nove aeronaves (2014), das quais seis são próprias e três
estão locadas, gerando acréscimo de 200% na frota. Ao Grupamento
Fluvial de Segurança Pública (GFLU) foram destinados 40 coletes
balísticos flutuantes, 34 lanchas. Essas aquisições favoreceram a
diminuição do tempo de atendimento da força pública, inclusive em
áreas de difícil acesso (SEPLAN, 2015)
Objetivando reduzir os índices de violência e propagar a
cultura de paz junto às populações consideradas em situação de risco
(crianças, adolescentes, jovens e mulheres) que habitam áreas
caracterizadas por altos índices de violência e criminalidade, o
governo retomou, em 2011, as atividades do PROPAZ, programa
criado com o objetivo de viabilizar ações de inclusão social à
população do estado em situação de vulnerabilidade social, sendo a
principal característica desse programa a articulação com as
instituições e comunidades envolvidas nos projetos, contribuindo
para maior participação social e política dos atores envolvidos.
Ressalta-se ainda, no âmbito da inclusão, a aquisição de 60 cavalos,
selas e arreamentos para o Regimento de Polícia Montada,
beneficiando, também, o Projeto de Equoterapia, realizado pelo
Centro Interdisciplinar de Equoterapia (CIEQ) da PMPA, cujo
método terapêutico utiliza a técnica de equitação à reabilitação e/ou
desenvolvimento biopsicosocial de pessoas com deficiência
(SEPLAN, 2015).
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11 INCLUSÃO DIGITAL
Proporção de domicílios com acesso à internet
Este item passou a compor o Mapa de exclusão social por
solicitação do Tribunal de Contas do Estado, dada a crescente
disponibilização de serviços essenciais à população por meio da
internet, de modo que a exclusão digital também ocasionaria ao
cidadão a exclusão de vários serviços públicos, a exemplo da saúde,
com marcação de consultas; segurança pública, com delegacias
virtuais; educação, com matrículas pela internet e cursos a distância,
entre outros serviços.
Nesse diagnóstico são apresentados indicadores de acesso às
ferramentas de inclusão digital no âmbito domiciliar, conforme
informações disponíveis na PNAD/IBGE. Para verificar a utilização
dessas ferramentas de forma mais abrangente e diversificada (escola,
trabalho, celular, Cyber Café, infocentros etc.) seria necessária a
realização de pesquisa de campo.
Os dados apresentados revelam, em todos os itens
geográficos, carência na cobertura da internet, sendo que a média
brasileira (48,9%) de domicílios com acesso à internet foi mais que o
dobro da média no Pará (19,9%), em 2013. Mesmo que ainda
pequeno, o percentual de domicílios com computador e acesso à
internet vem apresentando crescimento nos últimos anos no estado,
passando de 5,9% em 2007 para 19,9% em 2014. Esse
comportamento foi seguido também pelo Brasil, Região Norte e
RMB, essa última com uma maior cobertura domiciliar desse serviço
(36,6%, em 2014).
É importante ressaltar que os custos de acesso ao serviço de
internet por meio da telefonia fixa são maiores quando comparados
aos custos de acesso pela telefonia móvel, meio pelo qual o acesso à
internet vem aumentando consideravelmente nos últimos anos.
Entretanto, o acesso à telefonia móvel ainda não é coberto pelas
pesquisas domiciliares disponíveis.
Tabela 22 - Percentual de domicílios particulares permanentes com
posse de computador e acesso à Internet - Brasil, Norte,
Pará e RMB, 2007-2013
Ano Com posse de computador Acesso à internet
Brasil Norte Pará RMB Brasil Norte Pará RMB
2007 26,5 13,2 10,4 20,1 20,0 8,0 5,9 14,1
2008 31,2 16,7 14,0 25,6 23,8 10,3 7,9 17,8
2009 34,7 19,6 15,5 28,0 27,4 12,8 9,9 20,3
2011 42,9 26,8 21,8 39,1 36,6 20,3 16,0 31,5
2012 46,4 30,0 24,8 43,2 40,3 23,3 19,2 36,4
2013 48,9 31,1 25,7 42,9 42,4 23,9 19,9 36,3 Fonte: IBGE/PNAD, 2014.
Elaboração: FAPESPA, 2015.
Visando a redução da exclusão digital de todas as formas,
através da melhoria da cobertura de internet, ou de acesso, pelos
cidadãos, o Governo do Estado do Pará reformulou a gestão do
Programa de inclusão digital NAVEGAPARÁ. A seleção de
propostas para implantações de novos infocentros, através de editais,
buscou ampliar parcerias, de modo a tornar o Programa mais
sustentável, permitindo que um maior número de pessoas continue
se beneficiando do acesso gratuito à internet e da iniciação ao
aprendizado das tecnologias da comunicação. Dessa forma, a partir
de 2012, o Programa disponibilizou serviços por meio de duas
modalidades: a primeira com Link de Internet, voltada para órgãos
públicos e entidades do terceiro setor, em que as instituições
selecionadas recebem, gratuitamente, conexão à internet através da
11
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rede do NAVEGAPARÁ; serviços públicos por intermédio do
Sistema de Gerenciamento do Programa; treinamento dos monitores
indicados pelas entidades; e material didático para cursos de
informática básica. A segunda com link de internet e equipamentos,
voltada apenas para entidades do terceiro setor, em que, além dos
serviços mencionados na Modalidade 1, as entidades selecionadas
recebem, em regime de comodato, mais 11 computadores, uma
impressora e mobiliário completo para garantir o uso social do
infocentro, por meio de ofertas gratuitas de cursos e oficinas
(SEPLAN, 2015).
O quadriênio também se destacou pela expansão das redes de
banda larga do NAVEGAPARÁ, conectando mais municípios a uma
internet confiável e de baixo custo. Um novo conceito de
comunicação de alta velocidade foi inaugurado nos municípios de
Castanhal, Santarém, Marabá e Altamira, com a assinatura de um
convênio entre a SECTI, PRODEPA e a Rede Nacional de Ensino e
Pesquisa (RNP). Até então, apenas Belém era beneficiada com uma
rede metropolitana de fibra óptica (Rede Metrobel), enquanto nos
demais municípios, o acesso das cidades digitais do
NAVEGAPARÁ era provido via rádio. Com as novas redes
metropolitanas, as cidades passaram a intensificar a troca de
informações, o desenvolvimento de pesquisas científicas e a
integração entre universidades, unidades de pesquisa e órgãos do
governo (SEPLAN, 2015).
Ressalta-se, ainda, o termo de cooperação assinado entre
SECTI, Tribunal de Justiça e PRODEPA para ampliar a rede de fibra
óptica do NAVEGAPARÁ até Castanhal, possibilitando ao
Judiciário uma comunicação segura entre as comarcas, e, num futuro
próximo, o desenvolvimento de audiências judiciais pela internet, a
exemplo de outros estados (SEPLAN, 2015).
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REFERÊNCIAS
CRESPO, Antônio Pedro Albernaz. A Pobreza como um fenômeno multidimensional. São Paulo: FGV, 2002.
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Balanço Geral do Estado do Exercício de 2014
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Governo do Estado do Pará
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Educação Técnica e Tecnológica
Relatório do Mapa da Exclusão Social
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Eduardo José Monteiro da Costa
Diretor-Presidente