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HISTÓRIA - 4ºANO - 3º E 4º BIMESTRE
Homens livres nos engenhos
O cultivo da cana-de-açúcar deu-se pela necessidade imperativa de colonizar e explorar
um território até então sem muita importância econômica para Portugal.
Os Engenhos
O posto mais elevado na complexa sociedade açucareira cabia ao senhor de engenho. Os
engenhos eram formados por amplas propriedades de terras ganhas através da cessão de
sesmarias – lotes abandonados cedidos pela coroa portuguesa a quem se comprometesse a
aproveitá-los para o cultivo. O senhor e sua família moravam na casa-grande – local onde
ele desempenhava sua autoridade junto aos seus, cumprindo seu papel de patriarca.
Os negros escravos viviam nas senzalas, alojamentos nos quais conviviam cruelmente,
tratados como animais expostos aos mais atrozes e violentos castigos.
Havia também a capela – local sagrado no qual aconteciam as mais belas sagrações
religiosas; nas suas horas vagas ela exercia igualmente o papel de centro social, onde os
homens livres do engenho e das circunvizinhanças se reuniam.
No engenho ficava ainda a moenda, onde a cana-de-açúcar era moída.
À mulher cabia a incumbência de administrar seu lar, devendo conservar-se recolhida
fiscalizando o trabalho dos escravos domésticos.
O serviço escravo, realizado nas lavouras canavieiras, era supervisionado pelos feitores,
que tinham a tarefa de vigiar os escravos e lhes aplicar punições que iam desde a palmatória
até o tronco, no qual muitas vezes eram chicoteados até sangrar ou então permaneciam
amarrados durante dias a pão e água.
Outros trabalhadores livres também trabalhavam no engenho: iam de barqueiros, canoeiros
até pedreiros, carreiros (condutores de carros de boi), vaqueiros, pescadores e lavradores
que, além de cuidarem do cultivo da cana, também se dedicavam às pequenas roças de
milho.
Moenda – Após a colheita a cana de açúcar era levada à moenda para sofrer o esmagamento
do seu caule e a extração do caldo. Era produzido dois tipos diferentes de açúcar: o
mascavo, de coloração escura e escoado para o mercado interno.
Casa-grande era a casa do senhorio nas grandes propriedades rurais do Brasil colonial.
Na casa-grande eram alojados o proprietário das terras, sua família e alguns escravos
domésticos. Na senzala ficavam todos os escravos que trabalhavam nas colheitas e
instalações produtivas do engenho. Por meio dessa configuração, podemos ver que a
formulação desses espaços influiu nos contastes que marcaram o desenvolvimento da
sociedade colonial.
O engenho: fonte de riqueza e poder para o Senhor do Engenho.
O Feitor era o indivíduo encarregado de administrar as feitorias sob todas as suas formas.
Os feitores sempre foram grandes inimigos dos escravos, pois agiam como os capatazes da
escravaria, eram eles que aplicavam as cruéis punições às condutas inadequadas dos
escravos. Os feitores vigiavam as fazendas constantemente para impedir a tentativa de fuga
dos escravos. Quando conseguiam, eram formadas expedições organizadas pelos capitães-
do-mato para recapturar os fugitivos. De volta à fazenda, os feitores aplicavam os mais
brutos castigos aos escravos, recebiam várias chibatadas e eram marcados com metal na
pele como fujões. Várias são as representações dos feitores em pinturas torturando os
escravos, atitude a qual marcou em especial a atuação dos feitores.
Capataz: Chefe de um grupo de encarregados de trabalhos braçais.
Mascates foi o nome dado no Brasil aos mercadores ambulantes e vendedores de “porta em
porta”
Família Patriarcal
A sociedade açucareira era patriarcal. A maior parte dos poderes se concentrava nas mãos
do senhor de engenho. Com autoridade absoluta, submetia todos ao seu poder: mulher,
filhos, agregados e qualquer um que habitasse seus domínios. Cabia-lhe dar proteção à
família, recebendo, em troca, lealdade e deferência. A casa grande foi o símbolo desse tipo
de organização familiar implantado na sociedade colonial. Para o núcleo doméstico
convergia a vida econômica, social e política da época.
Conjuração Mineira ou Inconfidência Mineira
O que foi
A Conjuração Mineira, também conhecida como Inconfidência Mineira, foi um movimento
de caráter separatista, ocorrido em Minas Gerais no ano de 1789, cujo principal objetivo era
libertar o Brasil do domínio português. O lema da Conjuração Mineira era “Liberdade,
ainda que tardia”.
Principais causas:
- Exploração política e econômica exercida por Portugal sobre sua principal colônia, o
Brasil;
- Derrama: caso uma região não conseguisse pagar 1500 quilos de ouro para Portugal,
soldados entravam nas casas das pessoas para pegar bens até completar o valor devido;
- A proibição da instalação de manufaturas no Brasil.
Objetivos principais:
- Obter a independência do Brasil em relação a Portugal;
- Implantar uma República no Brasil;
- Liberar e favorecer a implantação de manufaturas no Brasil;
- Criação de uma universidade pública na cidade de Vila Rica.
A Questão da Escravidão
Não havia consenso com relação à libertação dos escravos. Alguns inconfidentes, entre eles
Tiradentes, eram favoráveis à abolição da escravidão, enquanto outros eram contrários e
queriam a independência sem transformações sociais de grande impacto.
O fim da Conjuração Mineira
O movimento foi delatado por Joaquim Silvério dos Reis ao governador da província, em
troca do perdão de suas dívidas com o governo. Os inconfidentes foram presos e
condenados. Enquanto Tiradentes foi enforcado e teve seu corpo esquartejado, os outros
foram exilados na África.
http://www.historiadobrasil.net/resumos/conjuracao_mineira.htm
Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates
A Revolta dos Alfaiates, ou Conjuração Baiana, foi um movimento ocorrido em 1798, que
contou com o apoio da elite, mas sobretudo das camadas populares, como os negros e
mulatos, artesãos, pequenos comerciantes, escravos, alfaiates e libertos.
http://www.brasilescola.com/historiab/a-revolta-dos-alfaiates.htm
Quando Salvador deixou de ser a capital brasileira, acabou perdendo boa parte dos
investimentos da Coroa e passou a ter papel secundário diante da nova capital, o Rio de
Janeiro. A população baiana acabou sofrendo com a crise econômica do estado. A violência
aumentava cada vez mais com o constante saqueamento de propriedades privadas e
mercadorias.
A partir de então, as ideias radicais foram surgindo. Quem se destacou na propagação da
revolta foi o médico Cipriano Barata. Ele organizou a população mais humilde, como
escravos e pequenos camponeses, para difundir mensagens e panfletos incitando mais
revoltosos para aderir à revolução.
Uniram-se ao levante de Barata mulatos, escravos, negros livres, comerciantes, artesãos,
religiosos, soldados, setores populares e, especialmente, muitos alfaiates.
No movimento, destacaram-se os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino
dos Santos Lira, sob chefia militar do tenente Aguilar Pantoja, que contava com o apoio dos
soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas Amorim Torres.
Revolta dos alfaiates.
Percebendo o perigo de uma organização popular em grande escala, o rei de Portugal D.
Fernando infiltrou homens de seu exército com os revoltosos e acabou surpreendendo-os. O
rei conseguiu prender a maioria dos envolvidos e não hesitou em torturá-los.
Revoltosos mais pobres, como Faustino e Nascimento, foram condenados imediatamente à
morte por enforcamento, enquanto que os intelectuais e mais abastados Barata e o professor
Francisco Moniz foram absolvidos pela Coroa.
Os 6 pontos da conjuração baiana eram:
1. Abolição da Escravatura
2. Proclamação da República;
3. Diminuição dos Impostos;
4. Abertura dos Portos;
5. Fim do Preconceito;
6. Aumento Salarial.
Apesar de não ter sido concretizado em sua totalidade, a Conjuração Baiana é considerada
uma importante revolta popular.
Bandeira da Conjuração Baiana, as cores da bandeira do movimento (Azul, branca e vermelha) são
até hoje as cores da Bahia.
O CAFÉ NO BRASIL
Trabalho nas fazendas e Estradas de Ferro
O café chegou ao norte do Brasil, mais precisamente em Belém, em 1727, trazido da
Guiana Francesa para o Brasil pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta a pedido
do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara às Guianas com essa missão.
Já naquela época o café possuía grande valor comercial.
Palheta aproximou-se da esposa do governador de Caiena, capital da Guiana Francesa,
conseguindo conquistar sua confiança. Assim, uma pequena muda de café Arábica foi
oferecida clandestinamente e trazida escondida na bagagem desse brasileiro.
Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com
produção voltada para o mercado doméstico. Em sua trajetória pelo Brasil o café
passou pelo Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Num
espaço de tempo relativamente curto, o café passou de uma posição relativamente
secundária para a de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total
independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira
realização exclusivamente brasileira que visou a produção de riquezas.
Por quase um século, o café foi a grande riqueza brasileira, e as divisas geradas pela
economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do Brasil e o inseriram nas relações
internacionais de comércio. A cultura do café ocupou vales e montanhas, possibilitando
o surgimento de cidades e dinamização de importantes centros urbanos por todo o
interior do Estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e norte do Paraná.
A riqueza fluía pelos cafezais, evidenciada nas elegantes mansões dos fazendeiros, que
traziam a cultura européia aos teatros erguidos nas novas cidades do interior paulista.
Durante dez décadas o Brasil cresceu, movido pelo hábito do cafezinho, servido nas
refeições de meio mundo, interiorizando nossa cultura, construindo fábricas,
promovendo a miscigenação racial, dominando partidos políticos, derrubando a monarquia e abolindo a escravidão.
AS GRANDES FAZENDAS DE CAFÉ
As plantações de café foram fundadas em grandes propriedades monoculturais
trabalhadas por escravos, substituídos mais tarde por trabalhadores assalariados: as
grandes fazendas de café. O desenvolvimento da produção cafeeira esteve
intimamente relacionado com a quantidade de mão-de-obra disponível. Com a mão-
de-obra imigrante a cultura ganhou impulso e durante três quartos de século, quase toda riqueza do país se concentrou na agricultura cafeeira.
O CAFÉ BRASILEIRO NA ATUALIDADE
Atualmente o Brasil é o maior produtor mundial de café, sendo responsável por 30%
do mercado internacional de café, volume equivalente à soma da produção dos outros
seis maiores países produtores. É também o segundo mercado consumidor, atrás
somente dos Estados Unidos.
O ciclo do Café nas fazendas
Os escravos partiam para a plantação de café com as cestas para
colheita.
Após a colheita do café, os grãos eram colocados em um tanque para a retirada das
impurezas. Depois da lavagem preliminar, passavam para os despolpadores dos grãos de
café. Então eram transferidos para um novo tanque, onde a água mantinha-se em constante
movimento, para a eliminação dos restos da polpa. Em seguida, iniciava-se o processo de
secagem, as sementes eram depositadas em um terreiro cimentado (nas grandes fazendas)
ou de terra, e ficavam expostas ao sol durante vários dias.
Após o café ficar seco, era necessário pilá-lo, ou seja, remover o segundo invólucro ou
película.
Com os grãos já soltos e lisos, eram armazenados em tulhas, galpões limpos e arejados,
logo após o produto estava pronto para ser ensacado e transportado.
No início do século XIX, o café era transportado das fazendas em carros de bois ou no
lombo das mulas e percorria um longo caminho até chegar aos portos. Devido ao aumento
da produção do café foram construídas linhas férreas para o transporte do produto.
Quando o café chegava ao porto havia um intermediário, chamado Comissário, que
articulava a venda da produção. Toda a exportação era feita por empresários ingleses e
americanos. Na volta dessas viagens, os navios traziam ferramentas, escravos e
mantimentos como bacalhau, charque e toucinho. Com a exportação cada vez maior, a
riqueza chegou para as fazendas dos Barões do Café, e móveis, porcelanas, cristais, e
utensílios de luxo, eram também importados da Europa.
Devido ao aumento da produção do café foram construídas linhas férreas para o transporte
do produto. Na segunda metade do século XIX, o café passou a ser transportado pela
estrada de ferro Dom Pedro II. Baronesa era o nome da primeira locomotiva do Brasil,
inaugurada em 1854.
A Estrada de Ferro Central do Brasil, foi uma das principais ferrovias ligando Rio de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O Governo Imperial firmou contrato com um
engenheiro inglês para a construção da estrada de ferro.
As obras começaram em 11 de junho de 1855 e, em 29 de março de 1858, foi inaugurada a
seção que ligava a Estação Aclamação (na cidade do Rio de Janeiro) à Freguesia de Nossa
Senhora da Conceição de Marapicu (atual Queimados).
Nessa época havia cinco estações: Campo (atual Central do Brasil), Engenho Novo,
Cascadura (todas no Município da Corte), Maxambomba (atual Nova Iguaçú) e Queimados,
na Província do Rio de Janeiro. Em 8 de novembro do mesmo ano, a estrada de ferro se
estendeu até Belém (atual Japeri), no sopé da Serra do Mar.
Estação de Cruzeiro – São Paulo
Da escravidão ao trabalho assalariado
A escravidão no Brasil teve início logo depois da colonização dos portugueses. Eles
precisavam de trabalhadores para os trabalhos pesados. Tentaram escravizar os índios que
aqui viviam, mas não deu certo, porque a igreja foi contra e defendeu os indígenas da
escravidão. Os portugueses então buscaram negros na África para trabalhar à força.
Os negros eram trazidos em porões de navios, em péssimas condições. Sem se alimentar
direito, sem higiene e diante de muitos mal tratos, muitos morriam no meio da viagem. Os
que sobreviviam eram vendidos como mercadorias ao desembarcar no Brasil.
Naquela época, a maioria achava normal a prática da escravidão, mas já existiam pessoas
que eram contra, porém eram minoria e não tinham influência política. Por isso a
escravidão continuou por quase 300 anos, já que o trabalho escravo era praticamente o
único tipo de mão de obra que movimentava a economia do Brasil naquela época.
Todo esse tempo, tudo era feito pelos escravos e precisavam cada vez mais de mão de obra.
Os castigos corporais eram comuns, com chicotes, palmatórias ou cera quente, dependia do
que tinham cometido. Muitos tentavam fugir e alguns se matavam.
O fim da escravidão foi bem lento, já que as cidades necessitavam de novas indústrias. O
governo brasileiro não queria causar prejuízo aos produtores rurais, mas pressionado pelo
Reino Unido, começou o processo de libertação dos escravos bem lentamente.
A primeira medida a ser tomada foi a proibição do tráfico de negros da África para o Brasil,
em 1850. Em de 28 de setembro de 1871, foi estabelecida a Lei do Ventre-Livre, que
tornava livres os negros nascidos a partir da decretação da lei. Os negros também foram
beneficiados pela lei Saraiva-Cotegipe, que garantia liberdade aos escravos com mais de
60 anos de idade.
A abolição da escravatura só aconteceu realmente em 13 de maio de 1888, com a Lei
Áurea, assinada pela princesa Isabel, filha de D. Pedro II. A partir dessa data ficou
proibido trabalho escravo no Brasil.
Ela nasceu no luxo e no conforto, entre rainhas e reis. Mas resolveu olhar para aqueles que sofriam nas
senzalas: Princesa Isabel. Muito antes de assinar qualquer lei, ela promovia reuniões para arrecadar fundos
para pagar pela alforria de escravos. Quando assinou a Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel
foi avisada que aquele ato poderia custar o trono. Até o fim da sua vida, no exílio, a Princesa Isabel sempre
chamou o Brasil de minha pátria.
Escrava feliz recebendo sua carta de alforria.
Carta de alforria da escrava Apolonia – 1888.
Os escravos não sabiam ler nem escrever, sempre trabalhavam em troca de comida, não
sabiam a hora de fazer alguma coisa sem que fossem mandados, tinham a liberdade mas
não sabiam usufruí-la. Não tinham pra onde ir e muitos estavam afastados de seus entes
queridos há anos. Por esse motivo os engenhos que existiam na colônia empregavam os
trabalhadores assalariados, que, juntamente com os escravizados, dividiam os pesados
afazeres e o extenso processo da produção do açúcar.
Os trabalhadores assalariados dos engenhos nordestinos e de São Paulo eram separados em
funções, portanto cada trabalhador assalariado tinha um ofício e desempenhava
determinadas tarefas.
Diga NÂO, a todo e qualquer tipo de escravidão.
Mas como você já sabe, não importa a cor da pele! Todos temos direito a uma vida decente e feliz. Assim como os negros que se rebelaram nas senzalas, nós também não podemos cruzar os braços diante dessa injustiça. E a melhor coisa que cada um pode
fazer é: respeitar e valorizar as diferenças.
Industrialização
As pequenas oficinas dos artesãos foram sendo substituídas pelas fábricas. As ferramentas
foram trocadas pelas máquinas. No lugar das tradicionais fontes de energia, como água,
vento e força muscular, passou-se a utilizar o carvão e a eletricidade.
As máquinas produziam muito mais e por muito mais tempo do que um ser humano e além
do mais, as máquinas tinham maior resistência do que os seres humanos. Todos só
pensavam em produzir para vender cada vez mais e mais, e com isso exigiam bastante dos
trabalhadores. E pelos baixos valores oferecidos, era fundamental que todos da família
trabalhassem.
As condições de vida e de trabalho eram precárias, e por serem submetidos à tantas
situações difíceis e sem escolha, os operários se uniram e começaram a organizar
movimentos e revoltas exigindo seus direitos.
Então, no início do século XX , houve um movimento chamado Greve dos Operários, na
luta por melhores condições de trabalho, monos horas de trabalho, descanso semanal, férias
e aposentadoria.