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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 6 DE JUNHO DE 2013 ANO XII Nº 2866 PUB TIAGO ALCÂNTARA TIAGO ALCÂNTARA TIAGO ALCÂNTARA PUB VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler MOP$10 PUB • Fórum de economia Mais contacto entre empresários da China e Europa Página 5 • cotai Shun Tak pediu terreno para construir hotel Página 4 aguaceiros ocasionais min 26 max 32 hum 70-95% euro 10.2 baht 0.2 yuan 1.2 lei de terras Rescisão de concessões para quem não cumprir Página 2 emPreendedorismo um Problema chamado gestão Financeira Última Proibido vender Executivo autorizou transmissão de terreno à Four Seasons O Governo da RAEM deu luz verde à transmissão de terreno à subsidiária da Venetian. Contudo, deixou um claro aviso ao Four Seasons: nem os apartamentos po- dem ser vendidos, nem a finalidade do terreno pode ser alterada. “Não se podem servir dessa transmissão como uma acção imobiliária, não há venda de apartamentos, não há, não há”, afirmou o director da DSSOPT, Jaime Carion. A saída para os quartos pode ser o regime de ‘time-share’, ou seja, a possibilidade de haver múltiplos donos para um mesmo quarto. Página 3 governo questionado sobre comPra de obra susPensa Página 6 CALÇADA DO GAIO

Hoje Macau 6 JUN 2013 #2866

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2866 de 6 de Junho de 2013

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AgênciA comerciAl Pico • 28721006 D irector carlos morais josé • quinta-feira 6 de junho de 2013 • Ano Xii • nº 2866

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Venham mais cinco (séculos)

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• Fórum de economia

Mais contacto entre empresários da China e Europa

Página 5

• cotai

Shun Tak pediu terreno para construir hotel

Página 4

aguaceiros ocasionais min 26 max 32 hum 70-95% • euro 10.2 baht 0.2 yuan 1.2

lei de terras

Rescisão de concessões para quem não cumprir

Página 2

emPreendedorismo

um Problema chamado gestão

Financeira Última

proibido venderexecutivo autorizou transmissão de terreno à Four seasons

O Governo da RAEM deu luz verde à transmissão de terreno à subsidiária da Venetian. Contudo, deixou um claro aviso ao Four Seasons: nem os apartamentos po-dem ser vendidos, nem a finalidade do terreno pode ser alterada. “Não se podem servir dessa transmissão como uma acção imobiliária, não há venda de apartamentos, não há, não há”, afirmou o director da DSSOPT, Jaime Carion. A saída para os quartos pode ser o regime de ‘time-share’, ou seja, a possibilidade de haver múltiplos donos para um mesmo quarto. Página 3

governo questionado sobre comPra de obra susPensa Página 6calçada do gaio

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quinta-feira 6.6.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

Quando a nova Lei de Terras estiver em vigor, transmissões de quotas de sociedades que detenham terrenos

vão ter de ser declaradas ao Go-verno. a conclusão saiu da última reunião entre Governo e deputados da 1ª. Comissão Permanente da assembleia Legislativa (aL) – encarregues de analisar na espe-cialidade a revisão à Lei de Terras.

a lei prevê que os terrenos não possam ser transmitidos e é considerada uma transmissão quando a sociedade detentora do terreno venda quotas da empresa a terceiros. “a partir da venda de 10% das quotas, então tem de ser

o Fundo de desenvolvi-mento Educativo alocou

mais de cem milhões de pata-cas só no primeiro trimestre para o Plano de desenvolvi-mento das Escolas. os dados foram ontem publicados num despacho em Boletim Oficial

Caso das Campas Presidente do IACM clama inocência Raymond Tam, presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e demissionário do cargo na Comissão para os Assuntos Eleitorais, disse ontem ser inocente no caso conexo ao das campas, e que será julgado no Tribunal Judicial de Base (TJB). “Confio no nosso sistema judicial e acredito profundamente que através dos procedimentos judiciais a questão possa ser esclarecida e que a verdade venha ao de cima o mais depressa possível para que seja provada a minha inocência”, disse, em declarações reproduzidas pela TDM.

Casamata de Coloane Governopede mais informações a empreiteiro O director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Jaime Carion, afirmou ontem aos jornalistas que o Governo pediu mais detalhes ao empreiteiro responsável pelo prédio que vai nascer na Rua de Entre-Campos, em Coloane, onde se situa a Casamata. “Enviámos o projecto às entidades competentes que, depois de apreciarem sobre a matéria, emitiram pareceres que dizem que, para uma melhor apreciação, é necessário que o empreiteiro nos faça chegar mais informações.” O aproveitamento do terreno onde se situa a Casamata tem sido alvo de polémica, devido ao forte ser histórico, mas não só. Também há a necessidade de proteger a montanha de Coloane. Jaime Carion já tinha dito que o prédio vai respeitar o ambiente. O projecto só pode ser construído até um máximo de cem metros e já foi negado o acréscimo de mais andares.

Lei de Terras Transmissão de quotas de sociedades com terrenos tem de ser declarada

Rescisão da concessão na calha

Ensino Atribuídos mais de cem milhões para Escolas

desenvolvimento Educativo na mira

Avaliação do impacto ambiental na LeiSobre o regime de avaliação ambiental, Kwan Tsui Hang assegura que o Governo vai elaborar uma norma detalhada a propósito disto, “sobretudo em projectos de grande envergadura”, que, diz a deputada, “já que [a Lei] carece de obrigar a que seja feita uma avaliação do impacto ambiental”. A deputada assegura que os deputados pretendem introduzir a obrigatoriedade de uma avaliação ambiental na proposta de lei, já que esta é aplicável na prática, mas não está expressa na lei. A situação sobre que tipo de avaliação terá de ser feita consoante o tamanho da construção é também para ser discutida, porque não está também explícita na lei.

banístico” -, mas uma concessão definitiva pode pedir a alteração. “Carece de autorização, no entan-to”, relembra Kwan Tsui Hang.

Já no caso de o terreno ter sido concessionado sem concurso público, a alteração da finalidade não pode ser feita.

TRocAs pElo inTEREssE públicoda reunião de ontem saiu ainda a conclusão de que vão ser permi-tidas trocas de terrenos entre Go-verno e particulares, sem lugares a indemnização. A ideia é defender o interesse público. “a troca de direitos sobre terrenos é possível, incluindo entre Governo e parti-culares. Em relação a esta troca, se for da iniciativa do Governo, pode ser feita em três situações: construção da via pública, de habitação pública ou instalações públicas de cuidados médicos”, revela Kwan Tsui Hang.

Troca que terá de ser feita base-ada num acordo entre quem troca e o Executivo e que não dá direito a indemnização. “Se o particular não concordar com a troca, então pode não trocar, ou seja não há aqui uma obrigatoriedade. Isto é claro.”

comunicado ao Governo”, explica Kwan Tsui Hang, presidente da co-missão. “Se não comunicar, então o Governo pode aplicar sanções da primeira vez e, se repetir, então pode vir a ser-lhe aplicada rescisão do contrato.”

Já a transmissão de 50% das quotas dos sócios é considerada equivalente a uma transmissão do terreno.

AlTERAçõEs pARA Algunsno dia em que o Governo apre-sentou uma versão alternativa da proposta de revisão da lei, foi ainda atingido um consenso entre deputados e Executivo. não vai ser permitida a alteração da finalidade dos terrenos em caso de concessões provisórias – “excepto em caso de alterações ao planeamento ur-

(Bo), inseridos nos montan-tes financeiros atribuídos nos primeiros três meses do ano.

um total de 103,924,240 patacas foi quanto o Fundo despendeu em diversas es-colas com o Plano criado em 2011. o projecto inclui

a melhoria de instalações, actualização de equipamen-tos, contratação de pessoal e melhorias na avaliação dos alunos. a maioria das escolas pediu dinheiro para este Plano mais do que uma vez, ou por terem diversas

secções ou pelos turnos de ensino nocturno e diurno. o Plano para o desenvol-vimento das Escolas inclui, por exemplo, formas de incentivo à leitura, que necessitam de promotores a tempo inteiro nas escolas.

Já no último trimestre do ano passado, o Governo gastou 186 milhões de patacas com este projecto.

Segundo os dados ontem analisados pelo Hoje Macau, 52% do total do dinheiro atribuído pelo Fundo de de-senvolvimento Educativo foi para o Plano. o Fundo gastou, contudo, mais de 198 milhões de patacas em subsídios.

Entre apoios diversos para várias escolas, uma boa parte do dinheiro foi gasto em sub-sídios para o Plano Piloto do Currículo dos ensinos infantis e primário. Este é um plano do Executivo que pretende efec-tuar uma reforma curricular nas escolas. - J.F.

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Os quartos do Four Seasons podem vir a ser arrendados em regime de ‘time-share’, mas nada mais do que isso. O Governo autorizou ontem a transmissão do terreno onde está o aparthotel, mas já afirmou que nem os apartamentos podem ser vendidos, nem a finalidade do terreno pode ser alterada

Joana [email protected]

O Governo auto-rizou ontem a transmissão do terreno onde está

construído o Four Seasons para uma subsidiária da Venetian, mas afirma que os apartamentos do hotel não vão poder ser vendidos. “Não se podem servir des-sa transmissão como uma acção imobiliária, não há venda de apartamentos, não há, não há”, frisou Jaime Ca-rion, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT).

Cecília [email protected]

A Associação de Estudos Sinté-tico Social de Macau (AES-

SM) lançou ontem um texto no Jornal de Cidadão, onde pedia uma discussão sobre o uso a dar ao terreno onde está edificada a Universidade de Macau (UMAC) na Taipa.

Sabe-se que o Governo já afirmou publicamente que não irá fazer uso comercial do mes-mo, pelo que não estão para ali projectados quaisquer casinos ou centro comerciais. Tanto o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, como o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, já

Four Seasons Governo autoriza transmissão de terreno à subsidiária da Venetian

“Não há venda de apartamentos”

UMAC Quem vai ficar com os terrenos da Taipa?

Candidatos apresentam-seocuparem o espaço que ainda é da UMAC. Aliás, o presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Lei Heong Iok, terá feito já um pedido formal, em Maio, ao Governo para direito de uso do campus da Taipa, indicando que o actual campus do IPM, no ZAPE, está superlotado. Corre o rumor que a Universidade Cidade de Macau (UCM) terá feito o mesmo

No texto publicado no Jornal do Cidadão, a associação consi-dera que o Governo deveria con-siderar primeiro as organizações ensino superior público, como IPM e Instituto de Formação de Turismo (IFT), uma vez que “têm mais estudantes e precisam de desenvolvimento”.

consideraram que o ensino deve prevalecer no velho edifício da Taipa. O texto publicado pela AESSM faz menção disso mes-mo quando apresenta a história do desenvolvimento do ensino superior. “É melhor guardar um edifício para promover uma edu-cação continua, assim como a memória comum dos graduados da UMAC”, pode ler-se no Jornal do Cidadão.

Existem pelo menos dois estabelecimentos de ensino su-perior a mostrarem vontade de

tornem objecto de comer-cialização no mercado de imóveis privado.

Através de um comu-nicado da Sands China, empresa mãe da Venetian, Sheldon Adelson, presidente da operadora, assegura que este era o passo que faltava para que o Cotai fosse um lo-cal de renome internacional. “Apartamentos com a marca ‘Four Seasons’ vão permitir que os visitantes obtenham um produto turístico que vai fazer com que utilizem todas as infra-estruturas da Strip do Cotai mais frequen-temente e durante longos períodos de tempo.”

Também Edward Tracy, director-executivo da Sands China, assegura que este é mais um motivo para a ope-radora investir em Macau.

Os apartamentos do Four Seasons vão poder ser arrendados em regime de ‘time-share’, ou seja, objecto de múltiplos donos para um mesmo quarto: os interessados podem arrendar o quarto por um determina-do período de tempo – até um ano, de acordo com a DSSOPT -, como se fosse seu. A DSSOPT já assegurou que irá fiscalizar o hotel e afirma que não quer que cada arrendamento ultrapasse os 12 meses.

O pedido para esta trans-missão já tinha sido feito em Março de 2010, mas só agora, e depois de um pare-cer favorável da Comissão de Terras em 2012, foi dada a autorização.

Num despacho ontem publicado em Boletim Ofi-cial (BO), Lau Si Io, secre-tário para as Obras Públicas e Transportes, autorizava a “transmissão onerosa a favor da Cotai Strip Lote 2 Apart Hotel (Macau), S.A.” do lote onde ficam os apartamentos, num negócio que implicou o pagamento de 89 milhões de patacas pela Venetian Cotai, a sociedade detentora do ter-reno. Valor calculado, dizem

as Obras Públicas, segundo a actualização do prémio de concessão, de acordo com a tabela em vigor.

À margem de uma reu-nião na Assembleia Legisla-tiva, Jaime Carion explicou que a parte cedida diz ape-nas respeito ao local onde está o aparthotel e não a todo o projecto. À semelhança do que vem publicado no despacho, também o direc-tor da DSSOPT nega que,

no futuro, os apartamentos do Four Seasons venham a ser vendidos, como era há muito especulado. Até porque nenhuma modifi-cação é permitida quanto à finalidade do terreno. “Não há cedência de apar-tamentos, o que houve foi uma transmissão. Todo o complexo da Venetian tem quatro partes – hotelaria, centro comercial, parque estacionamento e apartho-

tel – toda a transmissão foi para uma subsidiária da própria empresa, para uma melhor gestão do espaço e de todo o complexo. Essa transmissão não implica alteração da finalidade, que se mantém exactamente a mesma”, assegura o res-ponsável. “A sua explora-ção e utilização terá de ser [seguida] por regulamento da indústria de hotelaria, ou seja antes de explorar terá de ter uma licença atribuída pela Direcção dos Serviços de Turismo. Quanto aos apartamentos, a venda não é possível, não se podem ser-vir dessa transmissão como uma acção imobiliária.”

MúLTipLos doNos pArA UM MesMo QUArToApesar de também a Vene-tian assegurar que não quer utilizar os apartamentos para “fins especulativos”, a certeza de que não pode haver alteração da finalidade do terreno vem publicado em BO. “Sem a autorização prévia da RAEM, [a sub-sidiária] não pode vender nem transmitir qualquer acção preferencial com direito a uso de unidades de alojamento do hotel--apartamento, direito reais das unidades de alojamento, os direitos da concessão do terreno [onde se situa o Four Seasons] e deve garantir que o estabelecimento hoteleiro esteja aberto ao público e proporcione ao público alojamento.” A ideia é evi-tar que os apartamentos se

lei Heong iok

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A Shun Tak Holdings en-tregou junto da Direcção dos Serviços de Obras Públicas e Transportes

(DSSOPT) um processo formal de pedido de um terreno na zona do Cotai para desenvolver um pro-jecto hoteleiro. A garantia foi dada pela directora-geral da empresa, Pansy Ho, à margem da apresen-tação do 2.º Fórum de Economia e Turismo Global. “Tudo depende se conseguirmos o terreno e ainda estamos no processo de candida-tura. Não sabemos nada até que possamos ter o terreno.” Questio-nada sobre a data de entrega do pedido junto das Obras Públicas e exortada a dar mais detalhes sobre o futuro hotel, Pansy Ho respondeu categoricamente “não”. “Somos uma empresa cotada em bolsa e não posso dar mais pormenores”.

A Shun Tak Holdings opera na área dos transportes e tem ainda projectos na área do imobiliário, nomeadamente o projecto Nova Park, na Taipa.

MGM seM apartaMentosPansy Ho, também presidente da MGM China, operadora que está a desenvolver um empreendimento de jogo e hoteleiro no Cotai, ga-rantiu que não serão construídos apartamentos. “Não temos quais-quer planos”.

Hotel Pansy Ho diz não poder avançar mais detalhes do projecto

shun tak pediu terreno no CotaiQuanto às actividades não

ligadas ao jogo no futuro MGM no Cotai, não irão além dos 20 a 30%. “Ainda estamos em pro-cesso de encontrar boas ideias e concepções, mas haverá uma grande concentração de aspectos ligados ao entretenimento, sem ligação ao jogo.”

A questão dos apartamentos foi levantada depois de se saber que a Sands China obteve autorização do Executivo para comercializa-ção dos apartamentos do Four Seasons, um aparthotel junto ao Venetian. Pansy Ho frisou que no futuro as regras deveriam ser olhadas para que todas as opera-doras tivessem igualdade de opor-tunidades. “Tenho de ser franca e já analisei com mais detalhes o quão racional é o formato dessa actividade. Acredito que se isso foi clarificado, do ponto de vista da lei e do Governo, no futuro ou-tros projectos também poderiam ser tidos em consideração. Eles devem olhar para a legislação e chegar a essa conclusão.” - A.S.S.

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Andreia Sofia [email protected]

Mais académi-cos e mais bol-sas de contacto entre empresá-

rios da China e da Europa. são estes os principais objectivos da segunda edição do Fórum de Economia de Turismo Global (GTEF, na sigla in-glesa), que regressa a Macau de 17 a 19 de setembro, com o tema chave “revitalizar as nossas economias: investir no turismo”.

A apresentação oficial foi feita ontem e Pansy Ho, em-presária e secretária-geral do GTEF, não escondeu o entusiasmo. “Vai haver uma bolsa de contactos a nível empresarial para que haja uma base sólida para os empresários do turismo. Vamos promover bolsas de turismo e de negócios em que os agentes da China e do exterior possam encontrar aqui nichos de investimento únicos”, disse em conferên-cia de imprensa.

Pansy Ho lembrou ainda que o GTEF será “um Fó-rum bastante internacional, com empresários chineses e europeus”. “Já enviámos convites a vários países e várias províncias da China. Todos exprimiram vontade de vir, e mesmo que não seja a um alto nível, irão enviar uma delegação.”

ÁlvAro convidAdoa primeira edição do GTEF contou com a presença do ministro da economia e do trabalho de Portugal, Álvaro Santos Pereira, e da secretária de estado do turismo, Cecília

O comércio entre a China e os países de língua portuguesa

estava, no final de Abril, em queda de 5,81% para 281,91 mil milhões de patacas, foi ontem anunciado.

Citando dados da alfândega chinesa, um comunicado do Fórum Macau afirma que a China comprou aos países de língua portuguesa produtos no valor de 186,63 mil milhões de patacas, contra vendas de 95,28 mil milhões de patacas, números que, respectivamente,

traduzem uma queda de 11,05% e uma subida de 6,48%.

Entre os principais parceiros comerciais de Pequim, o Brasil, que mesmo assim mantém a maior fatia das trocas comerciais, foi o país que viu o comércio bilateral cair de forma mais acentuada face aos primeiros quatro meses de 2012 com uma quebra de 8,41% para um total de 176,05 mil mi-lhões de patacas.

Brasília vendeu à China produ-

tos no valor de 98,14 mil milhões de patacas, contra compras totais de 77,91 mil milhões de patacas, valores que representam menos 16,37% nas importações chinesas e mais 4,63% nas vendas chinesas para o Brasil.

Já com angola, o segundo maior parceiro lusófono da China, as trocas comerciais totalizaram 93,41 mil milhões de patacas, menos 1,59% do que entre Janeiro e abril de 2012, com as vendas de Luanda a

Pequim a caírem 4,09% para 84,21 mil milhões de patacas e as vendas da China a subirem 29,05% para 9,2 mil milhões de patacas.

Portugal viu as importações chi-nesas caírem 12,97% para 3,2 mil milhões de patacas e as exportações de Pequim diminuírem 2,47% para 726,6 milhões de dólares (5,5 mil milhões de patacas num comércio global de 8,8 mil milhões de pa-tacas e a traduzir uma queda de 6,65%. - Lusa

Setembro será o mês da segunda edição do Fórum de Economia e Turismo Global, que promete, mais do que nunca, fomentar bolsas de contacto junto dos empresários de todo o mundo. Álvaro Santos Pereira foi convidado mas ainda não confirmou a segunda vinda a Macau

Negócios Esperadas mais bolsas de contacto entre China e Europa

Fórum de Pansy Ho maisatento aos empresários

Excessode turistasem discussão Um dos pontos que “estará na agenda ao mais elevado nível” será a capacidade de Macau para acolher tantos turistas, garantiu Pansy Ho. Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, disse mais uma vez que a aposta é diversificar. “Podemos desenvolver uma maior variedade de turistas e temos de melhorar o nosso produto turístico. Não posso dizer que chegámos ao nosso limite de capacidade, porque temos mais projectos que vão surgir e poderemos receber turistas diferentes.”

comércio Transacções entre china e países de língua portuguesa em queda

Já houve dias melhores

Meireles. Este ano o convite voltou a ser feito, mas ainda não foi confirmada a segunda visita do ministro. “Tudo depende da sua disponibili-dade”, disse Pansy Ho.

Entre o primeiro e segundo GTEF, a equipa que o criou (onde se inclui Edmund Ho, antigo Chefe do Executivo) não esteve de braços cruzados.

Em abril deste ano, uma delegação deslocou-se a

Portugal e a Espanha. “Le-vámos uma delegação de empresários e isso permitiu--nos descobrir o que os outros países fazem no turismo. Embora o tempo tenha sido limitado tivemos oportunida-des para fazer contactos com visitas ministeriais. Tivemos contactos preliminares para projectos concretos. Foi uma visita de projecção e foi bas-tante proveitosa para projectos

futuros”, disse Pansy Ho, que elogiou ainda a medida dos vistos dourados para os chineses que querem investir em Portugal. “Há uma pro-moção bastante especial face aos empresários e isso é muito importante. Podemos esperar a criação de oportunidades especiais e eles (portugueses) mostram bastante interesse em criar um mecanismo de ligação com Macau.”

Por sua vez, Edmund Ho visitou, em Maio, países como o Cambodja, Laos ou Vietname, com contactos ao mesmo ní-vel. O objectivo é “criar parcerias com os países da indochina para se juntarem a este painel de discussão com os países da Europa, para que possa haver maior competitividade em Ma-cau”, disse Pansy Ho.

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Cecília [email protected]

Três semanas de- pois, a “san Va Construções e Fomento Predial

Limitada”, dona do prédio cujas obras estão suspensas há cinco anos na Calçada do Gaio, lançou a sua terceira carta pública no jornal em língua chinesa Ou Mun, onde coloca a hipótese de o Executivo comprar o projecto.

A companhia volta a criticar o Governo por este não tomar qualquer decisão face ao embargo das obras. “Em 2006, o projecto foi aprovado pelas autoridades mas em 2008, a Direcção dos serviços de solos, Obras Públicas e Transportes (DssOPT) enviou-nos uma carta a dizer que o nosso projecto foi sus-penso por causa do novo despacho de limite da altura do edifício”, pode ler-se na carta. “Isso já é ilegal. Macau é um Estado de Direito. se o Governo quiser comprar o projecto para resolver

a confusão, ofereça um preço racional e o caso não precisa de ir para tri-bunal. Mas, se o Governo não tiver vontade a fazer a aquisição, a autoridade tem que cancelar o des-pacho de suspensão da obra e devolver a nossa propriedade privada.”

A san Va diz que a aquisição do edifício e a privação do direito de dis-por da propriedade privada são duas coisas diferentes. No fim da carta, a compa-nhia pede ao Governo “que pratique o que pregue” e que realize a segunda reunião para avançar com o caso, parado há mais de cinco anos.

O Hoje Macau ten-tou obter uma reacção da DssOPT, mas tal não foi possível. No dia 14 de Maio, quando a companhia lançou a se-gunda carta, a autoridade lançou um comunicado. Contudo, desta vez, a funcionária da DssOPT explicou que, como só o Hoje Macau quis obter uma reacção, não houve necessidade de elaborar uma comunicação.

Os táxis amarelos têm de aten-der aos pedidos de chamadas

para continuarem a ser portadores da licença. O aviso foi deixado ontem por Lou Ngai Wa, director do Departamento de Gestão de Tráfego da Direcção dos servi-ços para os Assuntos de Tráfego (DsAT) aos jornalistas.

O problema já não é novo e volta agora a ter destaque. A DSAT já tinha afirmado que a Vang Iek, a empresa responsável pelos táxis amarelos, estava sob vigilância, depois de se ter com-prometido a acatar as cláusulas do contrato assinado com o Exe-cutivo. Cláusulas que prevêem o atendimento de chamadas quan-do é pedido um táxi. Este ano foi dado à Vang Iek um prazo extra de seis meses de funcionamento – após ter expirado em Fevereiro o contrato de ano e meio com a Administração – para verificar se as condições impostas pela DsAT estão a ser cumpridas. Em caso de incumprimento, a Vang Iek perde a licença.

O Gabinete para o Desenvolvi-mento de Infra-estruturas (GDI)

assegurou ontem que o túnel que liga Macau ao novo campus da Univer-sidade de Macau (UMAC), na ilha da Montanha, já está pronto e está a ser analisado. O GDI acredita que o túnel pode começar a ser utilizado antes de setembro.

O director do gabinete, Chan Hon Kit, ressalva, contudo, que o túnel ainda tem de ser testa-do. “Parece-me que poderemos

entrar no campus antes de se-tembro.”

sobre quem será responsabili-zado pelo colapso, que ocorreu em Julho do ano passado, o GDI diz que ainda não é conveniente revelar.

Também na Ilha da Montanha, e segundo o jornal Ou Mun, já foram criadas mais de 1468 lojas na Ilha Montanha, só no ano passado. O número é duas vezes maior do que em 2011. Em média, cada dia sur-gem cinco novas lojas. Cerca de 105

destas lojas têm um capital social de mais de cem milhões de yuan.

PaC On PrOntO este anOO GDI também afirmou que o Termi-nal Provisório do Pac On deverá ser concluído ainda este ano. A afirmação já tinha sido feita em Março por susa-na Wong, directora da Capitania dos Portos. Da mesma forma, o director do GDI, Chan Hon Kit, afirmou que os atrasos das obras se devem ao tem-po e à falta de recursos humanos. – C.L.

Os depósitos dos residentes de Macau cresceram 25,3% em Abril, face ao mesmo mês de 2012, para

388.238,3 milhões de patacas, foi ontem anunciado.De acordo com dados divulgados pela Autoridade Mo-

netária de Macau (AMCM), do valor global dos depósitos dos residentes de Macau, 232.787,8 milhões de patacas estavam aplicados a prazo, valor que traduz uma subida de 25,2%. Já os depósitos dos não residentes aumenta-ram 10,5% em termos anuais para 141.043,5 milhões de patacas, sendo que a maior subida foi registada entre

Março e Abril deste ano com 7,5% de aumento do valor.O sector público aumentou em 18,3% os seus de-

pósitos para um total de 218.899,7 milhões de patacas, dos quais 165.123,9 milhões de patacas na AMCM e 53.775,8 milhões de patacas nos bancos locais.

No capítulo dos empréstimos, a banca de Macau concedeu 216.776,5 milhões de patacas ao sector pri-vado em Abril, uma subida de 25,6% face a igual mês de 2012, e 260.105,1 milhões de patacas ao exterior, reflexo de um crescimento homólogo de 41,9%. - Lusa

Calçada do Gaio Empresário lança terceira carta pública no Ou Mun

estará o Governo interessado em comprar prédio?

transportes Dsat volta a repetir que Vang Iek tem de responder a chamadas

Táxis amarelos levam aviso

Ilha da Montanha túnel para o novo campusdeve estar concluído antes de setembro, diz GDI

À espera de ser testado

Banca residentes depositaram 388.238,3 milhões de patacas

No poupar é que está o ganho

Ontem, mais um aviso foi deixado: os táxis amarelos têm de responder aos pedidos.

Actualmente, há cem destes táxis a operar em Macau, mas a DsAT já disse anteriormente que pode aumentar para 140 as licenças de táxis amarelos. Lou Ngai Wa disse que, quando for Fevereiro do próximo ano, só estas 40 licenças serão dadas e as cem especiais retiradas, caso não se cumpra a situação de res-ponder aos telefonemas. – C.L. e J.F.

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7quinta-feira 6.6.2013 www.hojemacau.com.mo nacional

Maria João BelchiorEm Pequim

Presidente da cidade de Pequim em Junho de 1989, Chen Xitong fa-leceu dois dias antes de

mais um aniversário recordado em silêncio pelas vítimas. Mas o velho político com 84 anos considerado como uma das figuras principais que, depois de decretada a Lei Marcial, deu o sim para o avanço dos tanques e tropas, teve a notícia do seu falecimento embargada du-rante dois dias. Oficialmente o dia 4 de Junho passou mais uma vez em total silêncio em Pequim e noutras cidades da China continental. Para as vítimas, este foi apenas mais um ano de tristeza e de uma dor que dura há 24 anos, desde a noite de 3 para 4 de Junho de 1989.

A notícia da morte saiu inicial-mente por um meio de comunica-ção semi-oficial em Hong Kong e foi confirmada por fontes que preferem manter o anonimato. Até à manhã de dia 5, não havia informação confirmada sobre as cerimónias fúnebres. numa data muito simbólica, a morte do antigo líder não chega de forma nenhuma para sossegar os familiares das vítimas.

Xi Jinping que no início do mandato prometeu uma maior protecção do estado de direito na China, recebeu críticas dos familiares e intelectuais que dizem ser o silêncio oficial apenas mais uma prova de que nada irá de facto, mudar.

A China, com crescentes laços aos países de lín-

gua portuguesa bem como às elites económicas de outras potências emergentes asiáti-cas, pode servir de “âncora” para a reaproximação de Portugal à Ásia, defende o investigador Ming K. Chan.

numa palestra em Abril na Sociedade Histórica da independência de Portugal, em Lisboa, o investigador do Centro de estudos do Leste Asiático da Univer-sidade de stanford (eUA), passou em revista as rela-ções luso-chinesas de “três oceanos, quatro continentes e cinco séculos”, este ano celebrados. “As ligações Lisboa-Macau-Pequim es-tenderam-se para além da China, para abranger outras áreas e populações ultrama-rinas, caso das redes globais de chineses no estrangeiro, incluindo poderosas elites económicas no sudeste da Ásia”, afirmou.

“em muitos aspectos, o ‘Factor China’ pode tornar--se numa âncora funcional

Massacre de Tiananmen Xi Jinpingrecebeu críticas de familiares e intelectuais

Morte de Chen Xitong não apaga má memória

Chen Xitong que chegou a ser um dos escolhidos membros do Politburo depois de 1989, estava na fase terminal de um cancro. Após uns anos entre os escolhidos, foi

indiciado e acusado num processo de corrupção. Um dos mais altos líderes políticos a ser condenado à prisão, foi libertado em 2006 por razões médicas.

À semelhança de outros políti-cos que foram figuras fulcrais no desenrolar dos acontecimentos, Chen Xitong é um nome conhecido apenas entre membros daquela

geração na China. remetido a um quase anonimato desde o ano da condenação em 1998, Chen Xitong não deverá receber grande menção oficial, uma vez que foi mais um entre o lote dos membros da alta política que manchou a imagem de integridade e honestidade que o partido apregoa.

Assunto tABuPara alguns activistas, enquanto esta geração de políticos ainda viver, será impossível referir o assunto publicamente. Li Peng, hoje com 85 anos e primeiro--ministro no ano do massacre, é outro dos nomes a que terá sempre duas vidas, uma contada nos livros de história oficial e outra pelas vítimas do massacre. depois de ter visto as suas memórias terem a publicação adiada de 2004 a 2010, só há três anos o livro foi publicado nos estados Unidos. desde há mais de uma década que raramente aparece em público, a última vez tendo sido no XViii Congresso do partido comunista em novembro do ano passado. Mas apesar da sua aparência simbólica no palácio do povo, tal como o muito envelhecido antigo presidente Jiang Zemin, Li Peng estará em silêncio até ao final dos seus dias. Uma figura fulcral no desenrolar que tiveram os acon-tecimentos, Li Peng é para os familiares das vítimas o principal responsável pelo que aconteceu. Chen Xitong era mais um nome, uma má memória para muita gente e que a sua morte não apaga.

Relações luso-chinesas China pode ser “âncora” para retorno de Portugal à Ásia

Oportunidade à vistae eficaz para a reaproxima-ção portuguesa à Ásia no século XXi, baseada num intercâmbio de ‘soft power’ multi-dimensional”, segun-do Chan.

O investigador recorda um artigo de meados de 2010 em que o China daily qua-

lificava Portugal de “pólo ibérico e ponte da China para o Mundo”, defendendo que também Macau pode ser a ponte de Portugal para a China e a China a ponte de Portugal para a Ásia.

nos últimos anos, as empresas estatais chinesas

assumiram posições de destaque nos negócios em Portugal, com a compra de participações na edP – energias de Portugal e redes energéticas nacionais e em parcerias com a Galp ener-gia no Brasil ou na energia em Moçambique.

no contexto da presente reaproximação portuguesa à Ásia, Ming K. Chan deixou sugestões como o aprovei-tamento dos “tesouros hu-manos” na sociedade, como os “macaenses, imigrantes e estudantes asiáticos e chineses em Portugal” e pessoas com experiência asiática, “especialmente os regressados de Macau, como os funcionários públicos ou os quadros técnicos”.

Outras oportunidades, defendeu, residem na for-mação ao nível universitário

e numa “abordagem mais focada na Ásia pelas em-presas”, na comercialização de bens e serviços, desde a tecnologia ao “design”, no turismo e na apresentação dos “íntimos laços funcio-nais” entre Portugal e o bloco de língua portuguesa. “entre os países-chave asiáticos, a China deveria ser a primeira escolha óbvia a ancorar esta reaproximação portuguesa à Ásia”, referiu, segundo a sua intervenção escrita.

As razões para esta pri-mazia, sustentou, residem na robustez da economia chinesa, mas também nos laços oficiais “cordiais” entre os dois países, “sus-tentados por e através da cidade semi-lusitana de Macau”. “estrategicamente, a China tem defendido o desenvolvimento de uma

relação especial de coope-ração multilateral com o bloco de língua portuguesa”, sublinhou o investigador da universidade de stanford.

Os alvos prioritários são “Angola e Brasil”, princi-pais parceiros da China em África e na América Latina, respectivamente, e a relação luso-chinesa bilateral é “vi-talmente importante para o alcance global [de Pequim] e abranger 8 países em 4 continentes”, em grande medida através de Macau.

Macau pós-1999, se-gundo Chan, tem tido “no-vos papéis de vanguarda, ligando, relacionando e facilitando as relações em expansão da China e do bloco de língua portuguesa, com impactos económicos e estratégicos globais sig-nificativos. - Macauhub

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8 nacional quinta-feira 6.6.2013www.hojemacau.com.mo

Pequim lançou uma investigação anti-dumping sobre o vinho europeu, in-

formou ontem o ministério do Comércio, depois de a união europeia ter imposto tarifas sobre a importação de painéis solares da China. “O Governo chinês iniciou uma investigação anti-dumping e anti-subvenção sobre os vinhos provenientes da união europeia”, disse o porta-voz do ministério do Comércio Shen Danyang em comunicado.

A China é o segundo maior parceiro comercial da união europeia, mas o movimento é referido como uma ampliação dra-mática das disputas entre

AS autoridades de se-gurança na internet da

China afirmaram que pos-suem “montanhas de dados” apontando para extensivos ataques cibernéticos contra a China com origem nos esta-dos unidos, mas negaram-se a culpar Washington, o que seria irresponsável, e pedi-ram uma maior cooperação para lutar contra estas ac-ções, segundo informações da Reuters.

A segurança no mundo virtual é uma das maiores preocupações do governo americano, e deve dominar a agenda do encontro do pre-sidente Barack Obama com o Xi Jinping esta semana, na Califórnia.

A Casa Branca afirmou terça-feira que Obama dirá a Xi Jinping que considera Pequim responsável pelos ataques cibernéticos lan-çados de território chinês contra os EUA, e que o país asiático precisa de tomar medidas para impedir as ofensivas virtuais.

O chefe de segurança chinês para a internet re-clamou que os americanos usam os media para des-poletar preocupações que seriam melhor resolvidas

A China Three Gorges, maior accionista individual da energias de Portugal

(eDP), está pronta para fazer grandes in-vestimentos fora de Portugal nos próximos dias, afirmou o presidente-executivo da eDP esta terça-feira.

O presidente-executivo da companhia eléctrica portuguesa, António mexia, afirmou que o investimento é parte de um acordo com a China Three Gorges para que a companhia chinesa invista cerca de 20 mil milhões de patacas nos parques eólicos da eDP até 2015.

A compra de participação de 49 por cento na unidade de energia eólica da eDP, eDP Renováveis, pela China Three Gor-

ges em Dezembro de 2012 foi a primeira operação dentro do acordo.

“Para o próximo investimento, vamos diversificar a geografia”, disse Mexia à Reuters durante uma conferência do sec-tor de energia eléctrica da europa. mexia acrescentou que a companhia chinesa e a eDP estão a avaliar as regiões da América do Sul e europa,

afirmando que a China Three Gorges pode investir até cerca de 10 mil milhões de patacas antes do final de 2013. “Que-remos mostrar ao mercado que a parceria está a funcionar. O primeiro investimento foi em Portugal, o restante provavelmente será fora (do país)”, disse.

China e México investem cada vez maisO presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se esta terça-feira com o seu homólogo mexicano, Enrique Pena Nieto, um encontro que serviu para trocar opiniões sobre a cooperação entre os dois países. Para Xi Jinping, a cooperação comercial e económica entre a China e México tem aumentado nos últimos anos e alcançado bons resultados. A China é o segundo maior parceiro comercial do México. Para além disto, o México é o segundo maior parceiro comercial da China na América Latina, disse o presidente chinês, acrescentando que a China e o México investem cada vez mais de forma recíproca. Xi Jinping disse ainda que durante a visita os dois países vão resolver a questão da exportação de carne suína do México para a China. Segundo Xi, o gigante asiático vai enviar delegações de empresários ao México para estudar os projectos e explorar o mercado mexicano.

Segurança Pequim diz ter “montanhasde dados” de ataques cibernéticos dos EUA

internet na ordem do dia

Vinhos importados da UE China abre investigação anti-dumping

Disputas comerciais sobem de tomambas as partes, que já envolveram equipamentos de energia solar e de tele-comunicações por parte de Bruxelas, e de produtos químicos e tubos sem sol-dagem por Pequim.

Na terça-feira, a Co-missão europeia impôs impostos temporários sobre os painéis solares chineses, apesar da oposição de al-guns países liderada pela Alemanha e advertência de Pequim.

O comissário europeu do Comércio, o belga Karel de Gucht, disse que os painéis estavam a ser vendidos 88 % abaixo do custo no mercado europeu e que o dumping es-tava a prejudicar a indústria solar europeia.

A ue optou por medidas progressivas: a partir desta quinta-feira será aplicada uma tarifa média de 11,8 % e dois meses depois, a 06 de Agosto, passará a 47,6 %, caso a Comissão não chegue a acordo com Pequim.

Pequim “opõe-se vee-mentemente” à medida da ue, disse Shen citado no comunicado do ministério, descrevendo as tarifas como “impostos injustos contra os produtos fotovoltaicos chineses exportados para a europa”. “O Governo chinês e a indústria mostra-ram grande sinceridade e fizeram um enorme esforço ao resolverem o assunto pela via do diálogo e consultas”, afirmou.

Shen Danyang indicou ainda que a China espera que a Europa “demonstre maior sinceridade e flexibi-lidade para encontrar uma solução que seja aceitável por ambas as partes através de consultas.

Negócios China Three Gorgespronta para investir fora de Portugal

América do Sule europa em análiseatravés da comunicação,

e não pelo confronto. “Temos montanhas de da-dos que poderíamos usar se quiséssemos acusar os estados unidos, mas não é assim que se resolve o problema”, disse Huang Chengqing, que acrescen-tou que tem colaborado em diversos casos enviados pelos americanos desde

o início do ano. No mês passado, o jornal Washing-ton Post disse que dezenas de sistemas bélicos dos estados unidos foram alvo dos hackers chineses. Chengqing não negou a reportagem, mas sugeriu que, se Washington quer manter os seus programas bélicos seguros, não deve-ria permitir o acesso online.

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quinta-feira 6.6.2013 www.hojemacau.com.mo 9região

A organização de defesa dos direi-tos humanos Hu-man Rights Watch

(HRW) condenou ontem a perseguição levada a cabo pelo Governo da Malásia con-tra membros da oposição, que acusam o executivo de fraude nas eleições de 05 de Maio.

Pelo menos seis pessoas foram acusadas na Malásia de violação da Lei de Reu-nião Pacífica por não terem notificado a polícia com 10 dias de antecedência da or-ganização de manifestações contra o Governo.

Milhares de pessoas mani-festaram-se a 08 de Maio em Kuala Lumpur para denunciar que a coligação de partidos

UMA turista norte-ame-ricana foi violada por

três camionistas na cidade de Manali, norte da Índia, informou esta terça-feira a polícia indiana.

Segundo o relato que fez à polícia, a mulher, de 31 anos, estava a procura de um transporte público para regressar ao hotel, na noite de segunda-feira, depois de ter visitado alguns amigos, quando os camionistas lhe ofereceram boleia, disse o inspector Neelchand.

Depois de ter entrado no camião, os camionis-tas dirigiram-se para um bosque próximo onde a violaram repetidamente, acrescentou a polícia.

Os camionistas leva-ram depois a mulher de volta para a cidade, onde esta apresentou queixa na esquadra local cerca das 4h30 horas.

Esta nova violação acontece um dia depois

de a Polícia de Calcutá, no leste do país, ter detido um empresário por drogar e violar uma jovem irlandesa de 21 anos que fazia traba-lho humanitário na cidade.

Em meados de Março, uma turista suíça foi vio-lada por seis homens e, no mesmo mês, uma jovem britânica saltou da janela do hotel para escapar ao assédio do pessoal do es-tabelecimento.

A violação em grupo de uma jovem indiana suscitou, em Dezembro, um debate sem precedentes sobre a situação da mulher na Índia e levou o parla-mento a aprovar em Março uma lei para agravar as penas contra os agressores sexuais.

Desde a violação da jovem, que acabaria por morrer, a imprensa indiana divulga constantemente as violações e os casos de vio-lência contra as mulheres.

O presidente de Mo-çambique, Armando

Guebuza, foi recebido, esta terça-feira, pela sua homóloga da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, em Seul, num encontro que serviu para fortalecer os laços de cooperação económica e social entre os dois países. Guebuza iniciou, terça--feira, uma visita oficial à Coreia do Sul que, segundo o próprio, servirá para abrir várias janelas de oportu-nidades na cooperação política e diplomática entre Moçambique e aquele país asiático. “Não nos juntemos àqueles que dizem que as nossas relações de coopera-ção económica são baixas. Como governos, estamos determinados a encorajar os sectores público e privado, bem como à sociedade civil a aproveitar essas oportu-nidades”, disse o chefe do

O primeiro-ministro ja-ponês, Shinzo Abe,

afirmou ontem que o seu Governo pretende “fazer explodir” o dinamismo do sector privado para promo-ver a actividade económica do país e garantir um cres-cimento durável. “É tempo de o Japão ser o motor da recuperação internacional”, declarou Abe em conferência de imprensa ao sublinhar que a “vitalidade do sector privado” está no centro das medidas económicas do seu executivo.

Ao Estado, acrescentou, cabe facilitar esta tarefa do sector privado, eliminando os obstáculos ao investimen-to e ao desenvolvimento.

Shinzo Abe afirmou na mesma ocasião que o ob-jectivo é tornar o Japão no país mais atractivo para as empresas.

Liberalizar a venda de

Índia Turista norte-americanaalvo de violação

Apanhada por três camionistas

Malásia ONG condena perseguiçãode membros da oposição pelo Governo

Acusados de sediçãoque governa a Malásia há 56 anos roubou à oposição a vitória nas eleições, tendo sido registados protestos semelhantes noutras áreas do país a favor de eleições limpas. “Processar activistas por organizarem protestos pa-cíficos é contrariar a promessa feita pelo primeiro-ministro de estabelecer um Governo que respeite os direitos na

Malásia”, declarou o subdi-rector do HRW na Ásia, Phil Robertson, em comunicado.

O vice-presidente do par-tido da oposição Keadilan, Tian Chua, e os activistas Tamrin Ghafar, Haris Ibrahim e Safwan Anang estão entre os acusados de sedição, crime punido com até três anos de prisão e uma multa equivalen-te a cerca de 10.300 patacas.

A aliança de partidos da oposição, liderada por Anwar Ibrahim, planeia recorrer junto dos tribunais dos resultados eleitorais relativos a 27 lugares no parlamento e organizar um novo protesto em Kuala Lumpur a 15 de Junho. O primeiro-ministro malaio, Najib Razak, alega que as eleições foram limpas.

Diplomacia Moçambique reforça laçosde cooperação com Coreia do Sul

Janela de oportunidadesJapão Governo quer “fazer explodir”

o dinamismo do sector privado

Arquipélago atractivoEstado moçambicano, num almoço em sua honra ofe-recido pela presidente sul--coreana, Park Geun-Hye.

O presidente africano defendeu que no caso de Moçambique as áreas de cooperação não se limi-tam apenas à agricultura, turismo, transportes e comunicações, energia, pescas, educação, saúde e recursos minerais e hi-

drocarbonetos, devendo passar a englobar outros sectores de actividade.

Por seu lado, a presi-dente sul-coreana reconhe-ceu que Moçambique é um país com enormes poten-cialidades de crescimento que, com clarividência de liderança, poderá atingir em pouco tempo níveis de desenvolvimento bastante elevados.

electricidade, triplicar em dez anos o número de par-cerias público-privadas, aumentar o investimento directo no Japão, aumentar o rendimento ‘per capita’ em 30 % em 10 anos, conse-guir que dez universidades japonesas estejam entre as

100 melhores do mundo ou autorizar a venda de medicamentos pela Internet são algumas das metas do Governo japonês.

A estratégia de cresci-mento económico do Japão será decidida e detalhada na próxima semana.

Najib Razak

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quinta-feira 6.6.201310 arquitectura www.hojemacau.com.mo

Novo pavilhão da Serpentine Gallery, de autoria japonesa, é como uma nuvem de aço

Entre nós e Kensington GardenTiago [email protected]

No próximo Sábado inaugura a décima terceira edição do pavilhão da Ser-

pentine Gallery, em Londres, com a participação do arqui-tecto japonês Sou Fujimoto. Todos os anos, a Serpentine Gallery convida arquitectos de renome internacional, ainda sem obra no Reino Unido, a projectar um pavilhão tempo-rário que alberga actividades públicas no relvado da Ser-pentine Gallery, nos jardins de Kensington, no Hyde Park de Londres. A lista de arquitectos convidados em edições passa-das inclui vários Pritzkers, en-tre eles os portugueses Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura que participaram na edição de 2005, mas também nomes como o brasileiro os-car Niemeyer, a dupla suíça Herzog e de Meuron e a anglo--iraquiana Zaha Hadid, assim com o artista plástico chinês Ai Weiwei. o pavilhão, que abre a 8 de Junho, será desmontado no fim do Verão.

Uma paisagem diferente emerge do parque, diferente de qualquer coisa que pode-ríamos ter inventado. A sua forma é realmente uma sur-

presa inesperada. A realidade tridimensional da paisagem é surpreendente e é também o lugar perfeito para nos sen-tarmos, deitarmos ou apenas olharmos e nos deixarmos sur-preender. Noutras palavras, o ambiente ideal para continuar a fazer o que os visitantes têm vindo a fazer nos pavilhões da Serpentine Gallery, nos últimos doze anos.

Neste projecto não há categorização de pisos, pare-des ou tectos. o que parece solo torna-se tecto ou parede, dependendo, literalmente, da perspectiva. os pisos tornam--se relativos e as pessoas reinterpretam o espaço de acordo com o sítio onde estão. As pessoas são distribuídas tridimensionalmente no es-paço e experimentam novas sensações de profundidade. os espaços não são divididos, mas antes gerados, por acaso, em elementos que se fundem. os habitantes descobrem diferentes funções por entre essas variações. É um lugar que se aproxima de uma pai-sagem nebulosa. Seja como metodologia construtiva ou experiência espacial, esta é uma arquitectura síntese da fusão de vários elementos indiferenciados. Nesta pavi-lhão, as regras convencionais

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pub

Novo pavilhão da Serpentine Gallery, de autoria japonesa, é como uma nuvem de aço

Entre nós e Kensington Gardenda arquitectura são anuladas. Não existe planta, nem sequer pontos de referência. E no entanto, a proposta de Sou Fujimoto nasce simplesmente do terreno espacial.

No pavilhão da Serpentine Gallery, a questão da fronteira ideal, entre interior e exterior, está longe de ser encontrada. Poder-se-á dizer que uma ar-quitectura se cumpre quando um espaço ao ar livre, se sente como fazendo parte da casa, e quando um espaço interior se sente como exterior. Ao dese-nhar o pavilhão da Serpentine Gallery, Fujimoto não procu-rou conceber uma arquitectura sobre o espaço ou sobre a forma, mas antes expressar a riqueza do que é ser “entre” – o pavilhão e o parque.

Sou Fujimoto (Hokkaido, Japão, 1971) licenciou-se na Universidade de Tóquio, Faculdade de Engenharia, Departamento de Arquitectura em 1994. Estabeleceu o seu próprio atelier em Tóquio, Sou Fujimoto Architects, em 2000. A sua experiência no ensino foi desenvolvida enquanto professor da Tokyo University of Science (desde 2001), da University of Tokyo (2004), da Showa Women’s Univer-sity (desde 2004) e da Kyoto University (desde 2007). Sou

Fujimoto também tem dado aulas em várias universida-des no estrangeiro, como o Departamento de Arquitectura do Massachusetts Institute of Technology, Cambridge (Mas-sachusetts, 2006), o Royal Institute of British Architects, em Londres (2007) e a Lon-don Metropolitan University (2007).

Sou Fujimoto pertence à jovem geração de arquitectos japoneses, mas a sua obra al-cançou já o mundo todo. Isto porque, mesmo com os seus pequenos projectos, que vão cabendo na palma da sua mão, o seu trabalho indaga repetida-mente o significado essencial da arquitectura: o que é a arquitectura? Como deve a arquitectura relacionar-se com a natureza? Para o arquitecto japonês, falar sobre a arqui-tectura é falar sobre o mundo. As obras da nova geração de arquitectos japoneses apresen-tam-se geralmente brancas, abstractas, contendo o mínimo de informação possível. Pa-recem perseguir o mundo de espaços abstractos implícito no “menos é mais” de Mies, esperando ser valorizados na sua esbelteza minimalista. No entanto, a maioria destes trabalhos deve ser compreen-dida como o resultado de uma

pesquisa relacionada mais com capacidades tecnológicas do que como resultado de uma procura contemplativa.

Nem dentro, nem fora, nem do pavilhão, nem do parque. A espacialidade do pavilhão da Serpentine Gallery demonstra a ambiguidade intrínseca que Fujimoto vê como necessária ao desenvolvimento de uma nova concepção do espaço arquitectónico. Toda a área revela-se apenas “entre”. Neste conceito não há edifício, ape-nas níveis de intermediação. Estamos perante um objecto seminal, no qual tudo é con-cebido por um único método.

Aparentemente, a arqui-tectura de Sou Fujimoto procura, também, a tradição do cubo branco puro, e parece aproximar-se da abstracção minimalista. No entanto, a experiência vivida nas suas obras demonstra que estas prosseguem uma direcção completamente diferente. Fujimoto procura investigar como a arquitectura deve re-cuperar a sensibilidade da vida humana. Poder-se-ia dizer que as suas experiências são dirigidas para a recuperação das interacções humanas e das relações primitivas entre as pessoas e a natureza – entre nós e Kensington Garden.

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quinta-feira 6.6.2013 www.hojemacau.com.mo 13www.hojemacau.com.mo vida

Macau Sã Assado

“AfinAl, pés malcheiro-sos servem para alguma

coisa”, afirmou o doutor James Logan, director de uma investigação que con-cluiu que os mosquitos que transmitem a malária sentem uma grande atracção pelo cheiro a chulé.

A descoberta abre ca-minho para a criação de ar-madilhas específicas para mosquitos que carregam a doença, não afectando os outros insectos.

O estudo, realizado pela Escola de Higiene e de Medicina Tropical de Londres, vem responder aos números preocupan-tes de mortes associadas à malária todos os anos: mais de 600 mil, a maior parte crianças em África, indicam estimativas.

Há muito tempo que os especialistas sabem que os mosquitos são atraídos pelos odores humanos, mas não era claro se o facto de os insectos carregarem a doença da malária fazia com que fossem ainda

WWF apela a mais investimento nas renováveisA organização ambientalista WWF lançou uma campanha para que governos e instituições financeiras contribuam para um aumento do investimento em energias renováveis, aproveitando a celebração do Dia Mundial do Ambiente. A campanha, sob o lema “Use o seu poder”, apela a que o investimento aumente “em pelo menos mais 310 mil milhões de patacas ao longo dos próximos 12 meses”, indica um comunicado da WWF. “Estamos numa corrida contra o tempo. Se continuarmos a depender dos combustíveis fósseis enfrentaremos um futuro agravado pela poluição do ar e um clima cada vez mais inóspito”, diz Jim Leape, director-geral da WWF. Através de uma petição na Internet (www.panda.org/seizeyourpower), a organização não-governamental pede que decisores políticos e financeiros se comprometam com o aumento do investimento em energias renováveis. A campanha prevê acções “em mais de 20 países, onde a WWF tem como alvo as finanças públicas, fundos de pensões e fundos soberanos”, adianta o comunicado.

Uma salada de incongrUências

• não sei o que choca mais, a falta de acentos nas palavras “incêndio” e “não”, a palavra “caso” com acento circunflexo ou o til na palavra “elevadores”... Porque macau sã assi mas também sã assado

Foto: ana Pereira

Malária Chulé usado como arma na luta contra mosquito

Que bem que cheiramais atraídos pelos chei-ros das pessoas.

Estima-se que os mos-quitos da malária repre-sentem 1% da população de mosquitos.

Recorrer a armadilhas que só visam os mosqui-tos da malária poderia resultar num número menor de mosquitos a de-senvolverem resistência aos insecticidas usados para os matar. Além dis-so, explicam os cientistas, seria mais difícil para os insectos evitarem as armadilhas com base no sentido do olfacto.

O professor de bio-logia e entomologia da Universidade da Pensil-vânia, Andrew Read, que não participou no estudo, disse que “a única forma de os mosquitos poderem desenvolver resistências é se forem menos atraídos para os odores humanos”. “E se eles fizessem isso e começassem a alimentar--se de outras coisas, como vacas, seria bom”, acrescentou.

A mesma estratégia

poderia ser usada para lidar com insectos que transmitem outras doen-ças, como a dengue ou a encefalite japonesa.

Num estudo relacio-nado, Logan e os colegas selaram voluntários numa câmara para extrair odo-res, conforme eles fica-vam com calor e suavam.

Posteriormente, os odores eram colocados num de dois tubos e os insectos eram libertados, tendo que escolher entre o tubo “malcheiroso” e o tubo regular.

Os resultados mos-traram que os insectos dirigiram-se em massa ao tubo com os odores humanos.

Segundo explicou Lo-gan, o próximo passo é identificar os compostos químicos do cheiro a chulé (que na verdade corresponde à reprodução de fungos), de modo que se possa sintetizar em laboratório para a criação de armadilhas.

Mas isto será um de-safio tremendo tendo em

conta o apurado sentido de olfacto dos insectos.

Alguns queijos chei-ram tão mal como os pés de algumas pessoas, apontou o professor. “Mas os mosquitos não são atraídos pelos quei-jos porque evoluíram de tal modo que sabem a diferença.”

“Temos que encontrar os rácios certos na fórmula [para conseguir enganar os mosquitos], senão os mosquitos não vão pensar que é um cheiro humano”.

Para a comunidade científica, é “essencial” entender as subtilezas do comportamento dos mos-quitos. “De momento, só temos estas pequenas per-cepções de como os para-sitas estão a manipular os mosquitos”, disse George Christophides, da área de doenças infecciosas e imunidade da Imperial College London.

“Precisamos de ex-plorar essa informação para nos ajudar a con-trolar melhor a malária”, explicou.

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“Cooperação e desenvolvimen-to nos países de língua portugue-

sa: o papel das universidades” é o tema principal do XXIII encontro da associação das Universidades de Língua por-tuguesa (aULp), que decorre entre domingo e terça-feira, no Brasil. “É um encontro no qual serão debatidas questões de grande relevância para as universidades”, declarou à agência Lusa João Guerreiro, um dos vice-presidentes da aULp.

o impacto académico dos intercâmbios internacionais e suas formas de financiamento, a montagem de projectos de pesquisa e pós-graduação conjuntos, além das parcerias internacionais em projectos de extensão universitária são temas a serem debatidos no evento, de acordo com Guerreiro.

a associação das Univer-sidades de Língua portuguesa (aULp) organiza anualmente um encontro que reúne as instituições de ensino superior do espaço da Comunidade dos países de Língua portuguesa (CpLp) e da região admi-nistrativa especial de Macau.

outros dois pontos a serem avaliados neste encontro, segundo Guerreiro, são o

UM grande museu para aproximar os países do Mediterrâneo e para modi-

ficar a imagem de Marselha, colocando a cidade na rota cultural francesa – é este o programa do MuCeM, Museu das Ci-vilizações da europa e do Mediterrâneo, inaugurado terça-feira pelo presidente francês François Hollande, e cujas portas abrirão ao público no dia 7.

Dirigido por Bruno Suzzarelli, o museu resulta de um projecto ambicioso, que vem dos tempos pré-crise, e que inclui um edifício novo projectado pelo arquitecto rudy ricciotti, e ligado por uma ponte ao recém-reabilitado Forte de Saint-Jean (um monumento do século XII, até agora fechado ao público), no Porto Velho de Marselha, num conjunto com 30 mil metros quadrados.

a colecção do MuCeM reúne peças – num total de 250 mil – do antigo Museu Nacional das artes e Tradições populares,

que existiu em paris entre 1972 e 2005, e algumas do antigo Museu do Homem. No rés-do-chão haverá uma galeria permanen-te, que pretende apresentar o complexo universo do Mediterrâneo, organizando-se em quatro núcleos: a invenção da agricul-tura, Jerusalém como cidade-berço das três grandes religiões monoteístas, a cidadania (com base nas colecções gregas), e a des-coberta das rotas marítimas.

No primeiro andar e no Forte Saint--Jean encontram-se dois espaços de exposições temporárias. estão já plane-adas duas: O azul e o negro, um sonho mediterrânico (de 15 de Junho a 15 de Dezembro), e o bazar dos géneros, feminino-masculino no Mediterrâneo (de Junho a Janeiro de 2014).

em declarações ao Figaro, Girard re-conhece que as colecções “têm lacunas”, mas mostra-se confiante na possibilidade de as ultrapassar dado que o museu terá

300 mil euros por ano para novas aqui-sições. Da programação farão também parte exposições, debates, concertos.

a inauguração esta semana é o cul-minar de um longo processo. o MuCeM começou a ser pensado há quase 15 anos por Michel Colardel, então director do Museu Nacional de artes e Tradições populares. Seguiu-se mais de uma déca-da daquilo que o Figaro descreve como “discussões, hesitações, mudanças de linha e depois de director”. Neste mo-mento, com a Europa mergulhada em crise, o projecto – que teve um custo de 167 milhões de euros, financiado a 65% pelo Estado, e 35% por colectividades locais e pela região – poderá ser “um dos últimos grandes espaços culturais da década”, diz o Figaro, interrogando-se sobre “quando é que a França voltará a ter de novo um orçamento como este para promover a arte?”.

Arquitectura Aberto o concurso“A House for Pink Floyd”Genericamente intitulado “A House for Pink Floyd”, o último concurso lançado pelo ICARCH (International Competitions in Architecture), em parceria com a revista Atelierul de Proiectare (AdeP - Design Studio), procura celebrar a arquitectura no seu estado mais livre e revolucionário. O concurso procurará, ambiciosamente, focar-se na criação de uma tipologia arquitectónica, inspirada pelo aforismo “Architecture is frozen music”, um verdadeiro manifesto de rebeldia contra os valores obsoletos da sociedade de consumo. Sendo os Pink Floyd um dos exemplos mais paradigmáticos de procura do novo no mundo da música, de cruzamento de fronteiras, da redefinição de valores a partir de experiências sonoras absolutamente inovadoras, a organização do concurso entendeu associar a filosofia do conjunto musical a uma experiência arquitectónica. Para além disso, três membros dos Pink Floyd estudaram arquitectura. Nesse sentido, “A House for Pink Floyd” procura, na arquitectura como na música, consubstanciar o encontro com o novo. O prazo de entrega de propostas é o próximo dia 31 de Julho.

Evento Festa do Japão em LisboaNo próximo dia 15 de Junho, entre as 16 e as 22h, decorre a 3.ª Edição da Festa do Japão em Lisboa. As actividades realizar-se-ão, como nos anos anteriores, no Jardim do Japão em Lisboa, junto ao Museu de Arte Popular e Padrão dos Descobrimentos. O evento, integrado na programação das Festas da Cidade de Lisboa, é co-organizado com a Câmara Municipal de Lisboa, EGEAC e Associação de Amizade Portugal-Japão, com o apoio do Museu de Arte Popular, da Japan Foundation e das entidades da JapanNET. Para além das actividades habituais, a Embaixada do Japão irá trazer a Portugal dois grupos musicais do Japão, o ‘Arauma Chiyo’ - grupo de tambores japoneses e dança folclórica da ‘Ritsumeikan Asia Pacific University (APU)’, composto por 25 jovens, e o grupo ‘Kiwi & the Papaya Mangoes’, grupo conceituado no âmbito da World Music. Em paralelo irão decorrer iniciativas que caracterizam várias expressões da cultura japonesa, quer tradicional quer pop, através de demonstrações de: Ikebana, Shodo (caligrafia), Artes marciais, Poesia Haiku, Origami, Brinquedos japoneses, Como vestir Yukata (o kimono de Verão), Cosplay (expressão da cultura pop), Concursos, Exposições de Bonsai, bem como tendas de gastronomia japonesa.

Arte Hou Hanru anunciadocurador da Trienal de AucklandHou Hanru será o curador da próxima Trienal de Auckland. Nascido em 1963, em Guangzhou, Hou formou-se na Academia Central de Belas-Artes, em Pequim (1985), tendo concluído o mestrado na mesma instituição, três anos mais tarde. Crítico e curador, baseado em Paris, entre 2006 e 2012, Hou foi o director de exposições e programas públicos do Instituto de Arte de São Francisco. Hou é membro de comissões curatoriais um pouco por todo o mundo, incluindo o Guggenheim e a Tate Modern. É consultor no Rijksakademie van Beeldende Kunsten em Amesterdão; professor convidado no Hoger Instituut voor Schone Kunsten, em Antuérpia; membro do conselho de consultores da Fundação De Appel, em Amesterdão; e membro do conselho de consultores do Walker Arts Centre, em Minneapolis. Para além disso, Hou é o correspondente em França da Flash Art International e colaborou como editor com a Urban China, Yishu e ArtAsiaPacific. As principais bienais, trienais e exposições que contaram com a participação de Hou Hanru incluem: The Spectacle of the Everyday, Bienal de Lyon (2009); Not Only Possible, But Also Necessary – Optimism in The Age of Global Wars, 10.ª Bienal de Istambul (2007); Everyday Miracle, Four Woman Artists in the Chinese Pavilion (Shen Yuan, Yin Xiuzhen, Kan Xuan, Cao Fei), Bienal de Veneza (2007); Beyond, 2.ª Trienal de Guangzhou, Guangzhou, 2004–6; Z.O.U. – Zone Of Urgency, Bienal de Veneza, (2003); 4.ª Bienal de Gwangju (2002), Gwangju; Shanghai Spirit, Bienal de Shanghai (2000), Museu de Arte de Xangai, Xangai; Pavilhão Francês, Bienal de Veneza (com Huang Yong Ping) (1999).

Universidades Cooperação entre países lusófonos em debate

Qual o papel de quem?

Museu do Mediterrâneo Edifício projectado pelo arquitecto Rudy Ricciotti

Marselha foi a cidade escolhida

processo de internacionali-zação das universidades e a avaliação dos cursos do ensino superior, temas que têm suscitado a atenção nos últimos encontros da aULp. “Um sistema credível de avaliação, tanto do ensino como dos professores, que dá credibilidade às univer-sidades, pode proporcionar a entrada destas instituições num cenário global”, acres-centou Guerreiro, que é reitor da Universidade do algarve.

Guerreiro disse ainda que será atribuído o prémio Fernão Mendes pinto, criado há cerca de nove anos, a uma tese de doutoramento ou mestrado que contribua para a aproximação das comunida-des de língua portuguesa. “a revista da aULp – publicada desde 1989 - será lançada durante o evento e tratará da temática da alimentação e segurança alimentar, tendo tido a colaboração de todos os países de língua portuguesa”, sublinhou o vice-presidente da aULp.

De acordo com o reitor da Universidade do algar-ve, 400 participantes e 200 universidades estarão neste encontro, que decorrerá na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Ho-rizonte. - LusaJoão Guerreiro (à frente na foto)

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15culturaquinta-feira 6.6.2013 www.hojemacau.com.mo

“Django Libertado” enfrentou um longo ca-minho para conseguir ser exibido nas salas

de cinema da China. Foram meses de negociações, uma estreia cancelada e cenas que foram consideradas “im-próprias” pelo governo do país e que acabaram cortadas na sala de edição.

Mas tanto esforço parece ter sido insuficiente. o filme de Quentin Tarantino, que conta as aventuras de um ex-escravo que se torna caçador de recompensas nos Estados Unidos pouco antes da guerra Civil america-na (1861-1865) tem um desempenho decepcionante ao nível das receitas de bilheteira .

De acordo com a Sony Pictures, desde o lançamento de “Django Libertado”, a 12 de Maio, o filme arrecadou apenas cerca de 23 milhões de patacas. a performance desastrosa na China --o segundo maior mercado consumidor de filmes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos-- contrasta com o sucesso mundial do filme, que arrecadou mais de cerca de 3,3 mil milhões de patacas em todo o mundo.

o site “mtime.com”, dedicado ao cinema e ao entretenimento popular,

calculava, no início de Maio, que o filme arrecadaria cerca de 80 milhões de patacas na sua passagem pelo território chinês.

na altura, as autoridades chine-sas apontavam como motivo para a proibição da exibição de “Django Libertado” o excesso de cenas de violência. no entanto, os utilizadores da rede social Weibo, semelhante ao Twitter, denunciaram que a verdadeira razão seria um nu frontal presente na produção.

Todos os filmes exibidos na China são submetidos à avaliação do Estado, que decide se podem ser exibidos totalmente, ou se partes devem ser cortadas ou ainda se devem ser total-mente proibidos, normalmente devido a cenas de sexo ou violência.

O último filme com grande reper-cussão foi “007 - Operação Skyfall”, que teve um grande sucesso entre o público chinês. na versão para o país, foi retirada uma cena em que james Bond mata um segurança em Xangai.

O filme de Tarantino já estava a ser vendido em DVD -sem cortes - na maioria das lojas do país, como garan-tem os utilizadores das redes sociais.

o director musical austríaco de ascendência portugue-

sa alexander Pereira, de 65 anos, foi esta terça-feira es-colhido por unanimidade para dirigir o prestigiado teatro La Scala, a ópera de Milão, em substituição do francês Ste-

Instalação de Andre Lui Chak Keong no Museu de Arte de MacauIntegrado no programa Montra de Artes de Macau, o Museu de Arte de Macau (MAM), apresenta a partir da próxima sexta-feira o novo trabalho do arquitecto e artista, Andre Lui Chak Keong, numa mostra intitulada “Nómada Urbana - Instalação de Andre Lui Chak Keong.” Ao considerar a ideia de “áreas residenciais mínimas”, Lui concebeu um espaço residencial conceptual e móvel, tentando expressar a essência de um estado de sobrevivência urbana nómada e desenraizado, informa o comunicado de imprensa da organização. A mostra será apresentada dia 7 de Junho, às 18h30, no MAM.

Actriz de Bollywood encontrada morta em casaA actriz indiana Jiah Khan, de 25 anos, foi encontrada morta esta terça-feira no apartamento onde vivia, em Bombaim, na Índia. É possível que tenha sido um suicídio. A noticia foi avançada pelo The Times of India. Foi a mãe de Jiah, a também actriz Rabiya Khan, que encontrou a jovem enforcada. Jiah nasceu em Nova Iorque e cresceu em Londres, tendo iniciado a carreira de actriz quando se mudou para a Índia, estreando-se em Bollywood, com o filme «Nishbad», em 2007.

Cinema “Django Libertado” decepciona nas receitas de bilheteira

Esforço inglório

La Scala de Milão Alexander Pereira escolhido para dirigir o teatro

austríaco de ascendência portuguesaphane Lissner, noticiaram os media italianos.

Desde 1 de Outubro de 2011, o ex-gestor do sector do turismo era o director artístico do Festival de Salzburgo e tinha, antes disso, dirigido a Ópera de Zurique.

alexander Pereira “é a pessoa

que consideramos como a mais adequada para valorizar a nossa jóia”, congratulou-se o presidente da câmara de Milão, giuliano Pisapia, que é, por inerência, presidente do teatro.

a decisão foi tomada “por unanimidade” após “uma bela

batalha” entre os potenciais aspi-rantes, que “será útil para o futuro do La Scala”, afirmou Pisapia.

Os critérios definidos para a escolha eram contratar alguém que já tivesse dirigido um tea-tro, que tivesse capacidade para angariar financiamentos e repre-sentasse custos “sensivelmente inferiores” aos do actual director.

O seu salário será inferior “em pelo menos 25 por cento” em rela-ção à parte fixa recebida pelo seu antecessor (cerca de 3,5 milhões de patacas) e não terá residência asse-gurada pelo cargo. Para o recrutar, o La Scala abriu um pouco habitual concurso público de candidaturas e recebeu 25 respostas.

nascido em Viena, a 11 de Outubro de 1947, Alexander Pereira trabalhou, na juventude, para o grupo informático Olivetti durante 11 anos, razão pela qual fala perfeitamente italiano.

além disso, a sua mulher, a brasileira Daniela Weisser De Sosa, de 25 anos, estuda design de moda em Milão, no Instituto Marangoni.

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quinta-feira 6.6.2013desporto16 www.hojemacau.com.mo

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www. iacm.gov.mo

Aviso

Devendo o sistema do teleférico da Colina da Guia ser submetido, de 10 a 24 de Junho de 2013, à obra de substituição do cabo de tracção, o mesmo se encontrará encerrado ao público. Pelo incómodo causado, pedimos sinceras desculpas.

Macau, 23 de Maio de 2013.

O Vice-Presidente do Conselho de AdministraçãoLo Veng Tak

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇASEDITAL

Contribuição Predial UrbanaFaz-se saber, nos termos do disposto no artigo 95.º,

nº 2, do Regulamento da Contribuição Predial Urbana, aprovado pela Lei n.º 19/78/M, de 12 de Agosto, que, durante os meses de Junho, Julho e Agosto de 2013, estará aberto o cofre da Recebedoria da Repartição de Finanças de Macau para o pagamento voluntário da única prestação da contribuição predial urbana, em relação aos prédios constantes das matrizes desta Repartição.

O prazo da cobrança à boca do cofre é de trinta dias, com início no 1.º dia do mês indicado no documento de cobrança.

Findo o prazo da cobrança à boca do cofre, terão os

contribuintes mais sessenta dias para satisfazerem as suas colectas, acrescidas de três por cento de dívidas e juros de mora legais, conforme o disposto no artigo 96.º, n.º 1 , do citado Regulamento.

Decorridos sessenta dias sobre o termo do prazo da cobrança voluntária, sem que se mostre efectuado o pagamento da contribuição liquidada, dos juros de mora e três por cento de dívidas, proceder-se-á ao relaxe.

Aos, 9 de Maio de 2013.

A Directora dos Serviços,Vitória da Conceição

Conquista da Liga dos Cam-peões prevê a mesma com-

pensação e a Liga Europa vale 500 mil euros. Jorge Jesus, 58 anos, assinou um contrato de renovação com o Benfica, válido por duas temporadas, até 2015, e a saD encarnada informou de imediato a CMVM (Comissão do Mercado de valores Mobiliários). segundo a Bola apurou, o salário do treinador não sofre qualquer alteração - quatro milhões brutos por época, 2,1 em termos líqui-dos, valores que o colocam entre os técnicos mais bem pagos do mundo, segundo estudos recentes -, e o novo vínculo prevê ainda prémios por objectivos.

no caso de vencer o campeonato nacional em 2013/14, Jesus terá direito a receber mais um milhão de euros, como

compensação por esse sucesso. um valor eleva-do e que reflecte aquela que continua a ser a gran-de aposta do Benfica na próxima temporada: a conquista da Liga, prova mais importante do calendário nacional e que há três anos foge às águias, desde a época de estreia de JJ na Luz, ou seja, 2009/10.

uma eventual vitória na Liga dos Campe-ões valerá ao treinador um prémio exactamente igual, um milhão de euros, devendo recordar--se que a final da prova milionária, em 2013/14, vai jogar-se no Estádio da Luz. Estar nesse jogo decisivo é um sonho para Luís Filipe Vieira, pelo que o presidente do Benfica tudo fará para dar ao técnico uma grande equipa, capaz de lutar por esse objectivo.

o Brasil já não está sozinho no lote das equipas com lugar garantido

no Campeonato do Mundo de 2014. a equipa orientada por Luiz Felipe scolari não teve de disputar a qualificação, já que é a anfitriã da prova. Mas, a partir desta terça-feira, tem a companhia do Japão.

quando ainda falta uma jornada para concluir o Grupo B da quarta ronda de qualificação asiática, os japoneses já

asseguraram uma vaga para o Mundial 2014. Bastou um empate (1-1) frente à Austrália para a equipa do italiano alberto Zaccheroni poder começar a pensar em fazer as malas para a viagem até ao Brasil.

o jogo disputado em saitama não podia ter sido mais dramático. A Aus-trália chegou à vantagem aos 82’, com um golo de tommy oar. Este resultado

tirava ao Japão o ponto de que precisava para fazer a festa. Mas os nipónicos não baixaram os braços.

E na verdade os australianos tam-bém não, o que lhes saiu caro: Matt McKay cometeu grande penalidade por mão na bola, e Keisuke Honda não des-perdiçou a oportunidade. Estava feito o 1-1, aos 90+1’, e o Japão celebrou o apuramento para 2014.

Leões suspendem relações com o FC PortoO Sporting anunciou esta manhã em comunicado a suspensão das relações institucionais com o FC Porto. Em causa estará a atitude do vice-presidente dos dragões, Adelino Caldeira, que segundo os leões terá desrespeitado o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho e a instituição na final da Taça de Portugal de andebol. O Sporting diz avançar para o corte de relações uma vez que o FC Porto não se terá desmarcado de tal atitude.

Mourinho: “Cristiano Ronaldopensa que sabe tudo”O treinador português José Mourinho revelou que teve um problema com Cristiano Ronaldo porque criticou o avançado por causa de uma questão táctica, algo que não foi bem recebido por CR7. “Se calhar Cristiano Ronaldo pensa que sabe tudo e que o treinador não pode fazer com que ele continue a crescer. Tive um problema básico com ele: Critiquei-o de ponto de vista táctico e ele não aceitou mito bem”, afirmou Mourinho, em entrevista ao Punto Pelota. O treinador português considera que o goleador estava em claro destaque durante a sua passagem pelo Real Madrid: “Comigo fez três temporadas fantásticas, mas não sei se foram as melhores da sua carreira. Encontrei uma situação táctica perfeita para expressar todo o seu potencial e para que marcasse muitos golos.”

FC Porto Rui Vitória também é hipóteseEmerge agora também a figura de Rui Vitória para o FC Porto, existe até na estrutura portista uma corrente que defende a entrada imediata do treinador do V. Guimarães em vez de Mano Menezes. Rui Vitória (43 anos) ganhou superior protagonismo ao conquistar a Taça de Portugal pelos vimaranenses, mas o percurso que a equipa teve no campeonato também motivou largos elogios e os dragões reconhecem a alta qualidade desse trajecto. O treinador do V. Guimarães encontra-se em gozo de férias no estrangeiro e regressa a Portugal no próximo fim de semana, timing a coincidir também com o anúncio público de Pinto da Costa sobre o futuro treinador, o líder portista estabeleceu como data limite o dia 12 de Junho.

Benfica Vagner pretendidopara lutar com ArturGuarda-redes do Estoril, de 26 anos, encaixa no perfil. Tem contrato até 2015 e uma cláusula que facilita saída. Artur Moraes vai ter novo concorrente na luta pela titularidade na próxima época. A essa certeza junta-se, agora, uma das opções preferenciais por parte dos responsáveis do Benfica. Trata-se de Vagner, guarda-redes do Estoril. Aos 26 anos, o guardião brasileiro, formado no Atlético Paranaense, onde se estreou como profissional, completou a quarta temporada na Amoreira. Depois de ter sido considerado o melhor guarda-redes da 2.ª Liga, em 2011/2012, cotou-se como uma das figuras de proa da equipa que garantiu, pela primeira na história do Estoril, uma presença nas competições europeias.

Mundial de futebol 2014 Nipónicos juntam-se ao anfitrião Brasil

Japão é o primeiro a qualificar-se

Benfica Jesus tem prémio de um milhão de euros se for campeão

A bela cor do dinheirinho

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17quinta-feira 6.6.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

Aqui há gato

[Tele]visão

Pu Yi

SoluçõeS do problema

HORIZONTAIS: 1-CALOR. LACAR. 2-AZALEA. TEIA. 3-VI. AIPO. 4-LAR. NACO. NO. 5-IR. CORA. MAS. 6-VI. OSSADA. 7-EIRA. OIRA. 8-ALARMA. SE. 9-PO. OPINO. SE. 10-LOA. MOR. 11-RUIVO. SALSA.VERTICAIS: 1-CAULIM. APOR. 2-AZIAR. ELO. 3-LA. VIA. BI. 4-OLA. CIRRO. 5-REINO. AMPLO. 6-APARRO. AIO. 7-OCASO. NAS. 8-SISO. 9-CEM. MARE. 10-AI. NADA. SOS. 11-RAPOSA. CERA.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUçãO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1 – Sensação que se experimenta na proximidade de um corpo quente; revestir de laca. 2 – Género de plantas ericíneas ornamentais de lindas e variadas cores; rede tecida pelas aranhas. 3 – InterJ. que designa dor, admiração, repugnância; planta herbácea da família das umbelíferas. 4 – A parte da cozinha onde se acende o fogo; pedaço grande de qualquer coisa que se come; contr. da prep. em com o art. def. o . 5 – Mover-se de um sítio para o outro; acto ou efeito de corar; certamente. 6 – Conheci ou percebi pelo sentido da vista; grande porção de ossos. 7 – Extensão de terreno limpo e batido, ou lajeado, onde se secam, malham, trilham e limpam cereais e legumes; tontura. 8 – O m.q. alarme; igreja episcopal. 9 – Porção de tenuíssimas partículas que andam suspensas no ar e se depositam sobre os corpos; formo juízo; a si mesmo. 10 – Elogio; red. de maior. 11 – Loiro-avermelhado; planta umbelífera empregada como tempero culinário.

VERTICAIS: 1- Argila branca que serve para o fabrico de porcelana; sobrepor. 2 – Instrumento de alveitar com que se aperta o focinho da besta, obrigando-a a estar quieta; cada um dos anéis que faz parte de uma cadeia. 3 – Naquele lugar; estrada que estabelece a ligação de um lugar para o outro; bismuto (s.q.). 4 – Folha de palma ou de coqueiro em que se escrevia; nuvem branca que tem aparência de filamentos. 5 – Estado governado por rei; espaçoso. 6 – Bico metálico que se adapta à caneta; pessoa encarregada da educação de crianças nobres ou ricas. 7 – O pôr do Sol ou de qualquer outro astro no horizonte; contr. da prep. em com o art. def. a (pl.). 8 – Antigo testamento (abrev.); juízo. 9 – Dez vezes dez; fluxo e refluxo (fig.); mililitro (abrev.). 10. – Grito aflitivo; ausência de quantidade; sozinhos. 11 – Mamífero carnívoro da família dos canídeos; substância produzida pelas abelhas e com que elas fabricam os favos.

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Sala 1after earth [c]Um filme de: M. Night ShyamalanCom: Will Smith, Jaden Smith14.30, 16.30, 19.30, 21.30

AFTER EARTH

TdM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (diferido)14:40 RTPi DIRECTO18:40 Cougar Town - Sr.119:00 Montra do Lilau 19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle Sr.422:10 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Herman 201300:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Poplusa15:30 Destino: Portugal16:00 Bom Dia Portugal17:00 AntiCrise17:20 Portugal Aqui Tão Perto18:20 O Teu Olhar (Telenovela)19:05 Segredo de Justiça20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:10 A Hora de Baco22:35 Destinos. pt22:50 Portugal no Coração

30 - FOX Sports13:00 Chang World Of Football 2012/13 13:30 2014 FIFA World Cup Brazil Asian Qualifiers Lebanon vs. Korea Republic15:30 MLB Regular Season 2013 Baltimore Orioles vs. Houston Astros18:30 (Delay) Baseball Tonight International 201319:30 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:00 Total Rugby 20:30 ABL Crossover 2013 21:00 US Open Championship Official Film 2008 22:00 FOX SPORTS Central 22:30 Thursday Fight Night With UFC 23:00 UFC Ton/ Primetime/ From All Angles

31 - STAR Sports13:00 Mobil 1 The Grid 201313:30 Smash 201314:00 USA Swimming Grand Prix - Charlotte16:00 Sports Max 2012/1317:00 Asian Festival Of Speed 201317:30 2014 FIFA World Cup Brazil Asian Qualifiers Qatar vs. IR Iran19:30 MotoGP World Championship 2013 - Main Races Grand Prix of Italy21:00 2 Wheels21:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Inside Grand Prix 201322:30 2 Wheels23:00 MotoGP World Championship 2013 - Highlights Grand Prix of Italy

40 - FOX Movies12:20 White Chicks14:10 The Magic Of Belle Isle16:05 Stuart Little17:35 Stuart Little 218:55 National Treasure21:00 Safe22:35 One For The Money00:10 John Carter

41 - HBO12:15 Super 814:15 Wrath Of The Titans16:00 Things We Lost In The Fire18:00 Nutty Professor Ii19:45 Enemy Of The State22:00 Game Of Thrones23:00 Bridesmaids

42 - Cinemax12:35 Runaway Train14:25 Kung Fu: The Legend Continues16:00 The Viking Queen17:45 Victory19:45 Hollywood On Set20:20 Exit Wounds22:00 Man On A Ledge23:40 Fallen

UmA PlATAformA rePeTidA... e ConCreTizAdA?o tempo voa, caros leitores. A prova disso é que macau está quase a receber a segunda edição do fórum de economia de Turismo Global, em Setembro. o mesmo que trouxe o ministro da economia e do emprego de Portugal à rAem, Álvaro Santos Pereira. A conferência de imprensa de apresentação de um projecto, que se anunciava promissor há um ano, decorreu ontem e Pansy Ho, empresária e principal promotora do fórum, mostrou-se confiante. Para além dos encontros ministeriais, houve a promessa de trazer académicos de todo o mundo para estudar a questão económica do turismo e, mais do que isso, ficou garantida a aposta em bolsas de contacto entre empresários do sector da China e da europa, onde se inclui Portugal. A ideia é promover a plataforma que macau pode ser entre a China e outros mercados. A questão é, essa plataforma existe mesmo? não será macau apenas um ponto de passagem de negócios que nunca permanecem aqui? Com um pequeno tecido empresarial, onde as Pequenas e médias empresas (Pme) enfrentam dificuldades de vária ordem, era importante que esta fonte de oportunidades também tivesse consequências para essas Pme. resta saber se estas bolsas de contacto trarão, de facto, resultados palpáveis para a economia. e resta ainda saber quais os resultados concretos das acções do fórum macau, cujos dirigentes se desdobram em participações de feiras e viagens. Há negócios firmados, contactos mais concretos? Porque a plataforma tem de existir, de facto.

dENTRO dE TI VER O MAR • Inês Pedrosadentro de ti ver o mar. A frase era dele, e dissera-a sem sequer gaguejar. dentro dela Gabriel perdia completamente a gaguez. A frase era dele e agora rosa esperava que viesse reivindicar-lha. era esse o seu engenho emancipatório. dessa frase que não lhe pertencia surgira uma letra de fado e o sucesso da fadista, numa lisboa saturada de novos heróis do fado. Procissões de artistas despontavam diariamente para o anonimato. o fracasso subia-lhes à cabeça. A vida da fadista rosa, que procura o pai que nunca conheceu, cruza-se com a de farimah, que escapa ao fado desenhado pelo pai, e com a de luísa, que não teve mãe e ofereceu a filha. A história de três mulheres desobedientes e de como cada uma delas encontra a sua própria voz.

NAS TuAS MãOS • Inês PedrosaTrês mulheres - Jenny, a avó; Camila, a mãe; Natália, a filha - cruzam destinos e as suas memórias do século neste romance. entre o diário da primeira, o álbum de fotografias da segunda, e as cartas da terceira revelam-se sucessivos rostos da paixão numa sociedade em mudança. Com o seu primeiro romance, “A instrução dos Amantes”, inês Pedrosa traçou as estratégias da vida adulta sobre um microcosmos de adolescentes suburbanos. depois, em “nas Tuas mãos”, ela convida-nos a imaginar o Portugal das últimas décadas medido e analisado pelas variáveis emoções das suas protagonistas.

Sala 2 long weekend [c](Falado em tailandês e legendado em chinês/inglês)Um filme de: Taweewat WanthaCom: Shin Chinawut, Namche Sheranat, Sean Jindachote14.30, 16.15, 18.00, 21.45

dead man down [c]Um filme de: Niels Arden OplevCom: Colin Farrell, Noomi Rapace, Dominic Cooper, Terrence Howard19.45

Sala 3 haunting in connecticut 2:ghoStS of georgia [c]Um filme de: Tom ElkinsCom: Abigail Spencer, Chad Michael Murray, Katee Sackhoff14.30, 16.30, 19.30, 21.30

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quinta-feira 6.6.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

Alberto CastroIn Jornal de Notícias

ra uma empresa quase mítica cujo produto, como se costuma dizer, integrava o imaginário português. ambiciosos, os donos “compraram”, sem ponderar, o canto de sereia da expansão pela

via internacionalização. Como muitas empre-sas antes dela, e outras tantas depois, acatou a prioridade estabelecida pelos governantes da altura. Já foi Brasil, já foi Espanha, já foram os mercados emergentes, já foram...... À procura da fortuna, encontrou a desgraça. Ignorou a evidência que, estudo após estudo, país após país, ano após ano, se vem confirmando: em média, para se começar a obter retorno nos projectos de internacionalização que envolvem investimento no estrangeiro (não estamos a falar de exportação), são precisos cinco a sete anos. E a média, sabemos nós, é o que é. Dizia-me um empresário: “Julgava que a corrida era de 100 metros e era uma maratona. Não tinha competência, nem resistência”. apostou mais do que devia e podia. ao afundar-se, lá fora, levou consigo a casa-mãe.

Num outro caso, uma empresa, também de larga tradição, arrasta-se, há anos, num processo de degradação progressiva. O diagnóstico é unânime: quem sucedeu ao fundador tem na cabeça uma estratégia que ninguém entende e se revela ruinosa. Para piorar as coisas, arroga-se saber e compe-tências que, de todo, não possui. Intolerante,

Estudos independentes, em que a qualidade da gestão das empresas portuguesas é analisada em comparação com outros países, confirmam o antedito. Entre 20 países, ocupamos o 14.o lugar. A correlação com o nível de desenvolvimento é evidente. Atrás de nós situa-se, como vai sendo costume, a Grécia e países como o Brasil, a Índia ou a China cujo ritmo de crescimento faz perigar a nossa posição...

Ovo de Colombo?incapaz de reconhecer o erro, tem afastado, um após outro, técnicos idóneos. Está à vista de todos que a falência espera ao virar da esquina, atirando mais de uma centena de trabalhadores para o desemprego. E não tinha de ser assim!

Como não tinha de ter sido assim no caso de uma outra empresa, já em processo de insolvência. Contava entre os seus clientes nomes do luxo mundial, mas não tinha gestão. a troco de uma entrada no capital e da assunção da administração houve quem se propusesse dar-lhe rumo. Os proprietá-rios resistiram, pediram mundos e fundos. Quando se predispuseram a negociar, ten-taram ludibriar. Uma auditoria competente detectou o estado lastimoso das contas e a mentira. Quebrada a confiança, romperam--se as negociações. O destino ficou traçado.

Os exemplos são ficcionados mas partem de casos reais. Em comum, os erros de gestão e o serem empresas familiares com gestão

Enão profissional. Não se pense, porém, que é um exclusivo ou uma fatalidade. Em média, a gestão das empresas portuguesas deixa muito a desejar. Não me baseio em meia dúzia de estórias como as que arrolei. Não é uma matéria de opinião pessoal. Inquéritos a gestores de empresas multinacionais presen-tes entre nós asseguram-no, reconhecendo, ao mesmo tempo, a capacidade de aprender e se ajustar dos gestores portugueses quando confrontados com normas e procedimentos mais exigentes. Só isso já justificaria a priori-dade à fidelização e captação de investimento estrangeiro como elemento da revitalização da economia portuguesa.

Estudos independentes, em que a qualidade da gestão das empresas portuguesas é analisada em comparação com outros países, confirmam o antedito. Entre 20 países, ocupamos o 14.o lugar. a correlação com o nível de desenvol-vimento é evidente. atrás de nós situa-se, como vai sendo costume, a Grécia e países como o Brasil, a Índia ou a China cujo ritmo de crescimento faz perigar a nossa posição...

Contra o que alguns seriam tentados a argumentar, nem tudo é fruto dos custos de contexto: as multinacionais presentes em Portugal têm uma qualidade de gestão acima da média do conjunto dos países estudados. Em todos, a gestão é pior em empresas familiares com gestão familiar. Mas não é uma fatalidade: empresas familiares com gestão profissional, de familiares ou não, apresentam um desempenho acima da média.

Uma melhoria na qualidade da gestão pode fazer mais pela economia portuguesa do que a generalidade das políticas. Contudo, estas podem ajudar. Por exemplo, reforçando os incentivos aos estágios e ao recrutamento de jovens qualificados. Soares dos Santos sugeriu um programa que aproximasse as PME de pessoas desempregadas, ou na re-forma, com uma carreira na gestão. Não são medidas onerosas e podem ter grande impacto na competitividade das nossas empresas.

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19opiniãoquinta-feira 6.6.2013 www.hojemacau.com.mo

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bairro do or ienteLeocardo

urante uma visita à linda cida-de de Barcelona, há alguns anos, passei uma tarde num supermer-cado em busca de “recuerdos”, e enquanto passava pela secção de presuntos, o celebérrimo “jamon

ibérico”, passou por mim um jovem casal cujo macho não se inibiu de se identificar imediatamente como pertencendo à raça lusitana, comentando alto e em voz grave: “estes gajos roubaram os nossos porcos p’ra fazer os presuntos, porra!”. noutra ocasião estava na Grand Place em Bruxelas e passa um mim um grupo de “backpackers”, turistas de mochila às costas, e um deles acusa-se, dizendo num tom afectado: “muito bem, onde estão os meus chocolates, pá?”. numa viagem de avião de Lisboa a amesterdão vim sentando junto de um grupo de quatro amigas, senhoras com uma idade já respeitável, que passaram as duas horas e meia de voo a taga-relar (estariam nervosas), e prestes a aterrar no Schiphol uma delas comenta: “estamos a chegar a amesterdão…já cheira a droga”. e todas riem da piada. talvez o leitor tenha também presenciado situações semelhantes, que nos dão pouca ou nenhuma vontade de abrir a boca e identificarmo-nos com alguns dos nossos compatriotas mais extrovertidos. Mais vale ficar caladinho e passar por grego, letão, kosovar-albanês ou outra nacionalidade qualquer que não tenha a ver com estes gajos.

ninguém gosta de ser rotulado devido à origem. Outros povos têm o mesmo proble-ma: os ingleses gozam de má fama graças aos beberrões arruaceiros e vândalos que invadem as estâncias veraneantes pela europa fora, e alguns americanos sentem-se intimidados pela imagem de arrogância e superioridade étnico-cultural, que os leva a considerarem-se senhores do mundo, e não poucas vezes os leva a fazer figuras tristes pelos quatro cantos do mundo. nem todos os britânicos são alco-ólatras selvagens e nem todos os “Yankees”

Para todos os outros o melhor é não dar muito nas vistas quando alguém que partilha o mesmo passaporte resolve fazer tristes figuras. O ideal é fingir que não percebemos o que se passa, e caso seja mesmo necessário, expressar-se num idioma estrangeiro, de preferência um bem obscuro. “Zer gertatu zen?”, que é como quem diz “o que se passa?”, na língua basca. Às vezes é melhor pular fora do cesto, do que se misturar com as tais maçãs bichadas

Maçãs podres

fanfarrões. Cada povo tem as suas “maçãs podres” que transportam para fora de portas os comportamentos que embaraçam outros camaradas seus mais discretos. talvez existam algumas excepções, mas nem todos podemos ser cordatos, ordeiros e previsíveis como os suíços ou os escandinavos – que também por essa razão são reconhecidos à distância.

agora também os próprios chineses começam a tomar consciência de um certo “incómodo” que começam a sentir além fronteiras. O episódio do jovem turista chinês que gravou o nome numa escultura egípcia com 3000 anos enquanto de visita à cidade de Luxor com a família na semana passada foi a gota que fez transbordar o copo. Outros chineses mais globalizados dizem-se “envergonhados” com o comportamento dos seus camaradas quando visitam outro país e convivem com outros povos, não conseguin-do evitar o choque cultural. É comum ver-se na China e nas regiões anexas de Macau e Hong Kong alguns cidadãos a cuspir na rua, produzir arrotos sonoros ou comer com os pés em cima da mesa, mas uma vez no es-trangeiro convém seguir a velha máxima do “em roma, sê romano”. ao adolescente de 17 anos que quis assinalar a sua presença em terras egípcias faltou discernimento e uma dose de bom-senso. O mesmo que nos leva a achar normal ver um “graffiti” na parede de um bloco de apartamentos qualquer na areia Preta, mas nunca aceitar que se rabisquem as

ruínas de S. Paulo, o que seria considerado um atentado ao património.

O problema comum a todas as naciona-lidades e culturas é o novo-riquismo, que na China se tem propagado nos últimos anos ao ritmo da peste. a classe e o saber-estar não se compram; quem tem, tem, quem não tem precisa de o adquirir, e nem todo o dinheiro do mundo livra o mais bronco e embrutecido do peso que o torna risível aos olhos dos estranhos que o observam no seu estado natural. Muitos turistas ainda se acham no direito de se comportar como se estivessem em casa, convencidos que estão a contribuir para a economia do país que visitam e por isso os seus hóspedes só têm mais é que o respeitar, e reconhecer-lhe o direito de “andar à vontade”. no caso par-ticular dos chineses torna-se mais difícil demarcar-se da má imagem que alguns dos seus compatriotas adquiriram no estrangeiro, por razões óbvias que se prendem com a própria etnicidade. Para todos os outros o melhor é não dar muito nas vistas quando alguém que partilha o mesmo passaporte resolve fazer tristes figuras. O ideal é fingir que não percebemos o que se passa, e caso seja mesmo necessário, expressar-se num idioma estrangeiro, de preferência um bem obscuro. “Zer gertatu zen?”, que é como quem diz “o que se passa?”, na língua basca. Às vezes é melhor pular fora do cesto, do que se misturar com as tais maçãs bichadas.

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quinta-feira 6.6.2013www.hojemacau.com.mo

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a invejaPortugal Emprego cai para mínimo de sempreA economia portuguesa destruiu mais de 100 mil empregos no primeiro trimestre do ano, fazendo com que o emprego caísse para o nível mais baixo de sempre. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o emprego caiu de 4.565,3 mil no quatro trimestre de 2012 para os 4.464,0 no primeiro trimestre deste ano. Este é valor mais baixo desde que há registo nas estatísticas do INE: no primeiro trimestre de 1995 existiriam 4.516,1 mil empregos na economia portuguesa.

Governo israelita acusa presidente palestinianoO Governo israelita acusou o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, de não querer negociar directamente com Israel. “Abbas não tem pressa para retomar as negociações, apesar das pressões exercidas, porque considera que a via unilateral dará mais, e assim não terá de pagar um preço político”, disse à rádio pública o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Zeev Elkin. O governante também indicou que Israel se mantém contra os limites de fronteira que vigoravam antes da guerra de Junho de 1967.

Muñoz Molina ganha Príncipe das AstúriasO escritor espanhol Antonio Muñoz Molina foi esta quarta-feira anunciado como vencedor do Prémio Príncipe das Astúrias das Letras 2013. Muñoz Molina tem várias obras premiadas incluindo “O Inverno em Lisboa”, escrito em 1987. O espanhol sucede assim a Philip Roth, que venceu em 2012.

Portugal Recessão agravou-seO Instituto Nacional de Estatística reviu em baixa o crescimento económico no primeiro trimestre de 2013, e estima uma queda de 4 por cento face a igual período de 2012. Segundo os números divulgados esta quarta-feira pelo INE, a recessão agravou-se nos primeiros três meses do ano, com uma descida de 4 por cento em termos homólogos e uma queda de 0,4 por cento relativamente ao trimestre anterior. A primeira estimativa do INE, divulgada a 15 de Maio, apontava para uma queda homóloga de 3,9 por cento.

Índia Raios provocaram 27 mortosEm apenas um dia, pelo menos 27 pessoas morreram no estado de Bihar, na Índia, na sequência de raios. “Nas últimas 24 horas, 27 pessoas, entre as quais seis crianças e três mulheres, morreram ao serem atingidos por raios”, disse ao “Firstpost.com” um funcionário do departamento de gestão de desastres. “No povoado de Enjhi, em Shekhpura, três crianças que brincavam numa plantação de mangas morreram ao serem atingidas por raios e, em Rothas, três crianças morreram quando a árvore em que se refugiaram foi atingida por um raio”, acrescentou.

Venezuela Aprovadalei contra torturae maus tratosO Parlamento venezuelano aprovou ontem uma lei especial para punir e prevenir a tortura e maus tratos. Estão previstas penas até 25 anos de prisão para quem infrinja a lei, principalmente os funcionários públicos. O objectivo do diploma é “garantir e proteger o direito à vida, bem como a integridade física, psíquica e moral” das pessoas. A proposta foi aprovada por unanimidade.

Cecília [email protected]

OS meios de comuni-cação social de língua chinesa noticiaram ontem reacções ao

anunciado plano de apoio finan-ceiro a jovens empresários por parte do Governo. Segundo a TDM, só no ano passado foram criadas mais de 3600 novas em-presas, algo que poderá ter sido incentivado pelo bom panorama económico que Macau vive.

Um jovem de nome Leong Hoi Tong disse à TDM que a renda dos espaços comerciais continua a ser a questão mais problemática no empreende-dorismo dos jovens. Disse ainda que depois do anúncio feito pelo Conselho executivo, houve lojas que aumentaram a renda mensal de 30 para 70 mil patacas.

Leong Hoi Tong falou ainda da experiência pessoal de alguém que queria investir num negócio próprio quando terminou a universidade mas que não conseguiu por falta de meios financeiros. Hoje é empregado de escritório numa empresa privada. Com 27 anos de idade, deseja usar o crédito sem juros do Governo para abrir um restaurante. “acho que o dinheiro do Governo

Empreendedorismo Reacções ao plano de apoio

“Gestão financeira ignorada pelos jovens”

pode aliviar alguma pressão que existe no empreendedorismo jovem, e reparei que as rendas já aumentaram, pelo que o nosso orçamento tem de mudar. Será

que as 300 mil patacas anun-ciadas pelo Governo estão a provocar o aumento das rendas dos escritórios e das lojas?”

Leong Hoi Tong considera ainda que os recursos humanos é outra das questões problemá-ticas para as Pequenas e Médias empresas (PMe) e espera que o executivo possa dar mais au-torizações para os trabalhadores não-residentes.

a associação de empreen-dedorismo dos jovens (aej) considera ainda ser “difícil ter sucesso”, porque “falta aos jovens experiência e nor-malmente ignoram a parte da gestão financeira”. Para além do empréstimo, o presidente da associação disse aos media chineses que o Governo deve-ria promover mais palestras de formação para os mais novos que se querem iniciar no ramo dos negócios.

O jornal Ou Mun entrevistou alguns jovens, que dizem que ainda há espaço para melhorar a politica de apoio financeiro, como aumentar o período de reembolso ou aumentar a ajuda para 500 mil patacas.

Muitos dizem fazer negócios online para reduzir os custos do negócio e outros frisaram que o Governo deveria criar mais espaços gratuitos ou com rendas mais baixas.