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Indigestão por manga Mangifera indica - rcvt.org.brrcvt.org.br/volume18/33.pdf · e retículo de bovino submetido a cesariana e rumenotomia Ciênc. vet. tróp. , Recife-PE, v. 18,

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Ciência Veterinária nos Trópicos, Recife-PE, v. 18 n. 1/2 p. 39-42 - janeiro/agosto, 2015

INTRODUÇÃO

Os distúrbios da cavidade rumenorreti-cular, que incluem casos de acidose ruminal, indigestão simples, compactação ruminal e timpanismo estão, na maioria das vezes, asso-ciados a erros alimentares devido à escassez de forragem em períodos de estiagem. Os alimen-tos disponíveis nesses períodos geralmente são de má qualidade e de pouca digestibilidade levando ao aumento do fornecimento de ali-

mento concentrado. Dieta com altos teores de concentrado é a principal causa das indi-gestões de origem alimentar em ruminantes (Afonso et al., 2008, Coutinho et al., 2009, Lira et al., 2011).

Outras fontes de alimento, comum ou não a dieta dos ruminantes, também podem levar a transtornos digestivos como a palma forrageira (Afonso et al., 2008) e leguminosas Stylosanthes spp. (Moraes et al., 2010). Surtos de timpanismo espumoso em bovinos foram

Indigestão por manga (Mangifera indica) em bovinos - Primeiro relatoHuber RIZZO1*, Artur Cezar de Carvalho FERNANDES1, Rachel Livingstone Felizola Soares de ANDRADE2

RESUMO

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de indigestão causado pela ingestão de manga por uma vaca leiteira, em final de gestação, criado no município de Itaporanga D’ajuda-SE. Foi relatado que o animal apresentou timpanismo recidivante, seguido de secreção nasal bi-lateral seromucosa. Na Clínica de Grandes Animais do Hospital Veterinário da Faculdade Pio Décimo, o mesmo foi submetido a cesariana, com nascimento de bezerro a termo, seguida de rumenotomia onde foram retirados 174 caroços de manga. O conteúdo ruminal encontrava-se acidótico (pH 5,0). O comprometimento sistêmico ficou evidente nos exames hematológicos, diante de um quadro de leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda, e alteração nos valores referentes a função hepática e renal. Após seis horas do procedimento cirúrgico o ani-mal veio a óbito. No exame necroscópico observou-se hiperemia de mucosa ruminal, além da presença de mais um caroço. Histologicamente observou-se congestão hepática e renal e rúmen com áreas multifocais de infiltrado inflamatório neutrofílico perivascular na camada mucosa.

P A L A V R A S - C H A V E cesariana, sistema digestório e rumenotomia.

Indigestion for mango (Mangifera indica) in bovine - first report

ABSTRACT

The objective of this study is to report a case of indigestion caused by the mango intake by a dairy cow in late gestation, created in the city of Itaporanga D’ajuda, state of Sergipe, Brazil. It was reported that the animal had recurring bloat, followed by bilateral nasal seromucous se-cretion. At the Large Animal Clinic on the Veterinary Hospital of the Faculty Pio Décimo, the animal was submitted to a cesarean section with calf birth at term, followed by rumenotomy, whereby were removed 174 mango pits. The rumen content was acidotic (pH 5.0). The sys-temic involvement was evident in hematological tests, presenting leukocytosis by neutrophilia with left desviation and change in values for liver and kidney function. After six hours of sur-gery the animal died. In the autopsy observed ruminal mucosa detachment, and the presence of another mango pit. Histologically, hepatic and kidney congestion. The rumen mucous layer presented also multifocal areas of perivascular neutrophilic inflammatory infiltrate.layer.

K E Y W O R D S caesarean, digestive system and rumenotomy.

1 Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco, CEP: 52171-900, Recife, PE

2 Curso de Medicina Veterinária, Faculdade Pio Décimo, CEP: 49095-000 Aracaju, SE

*autor para correspondência: e-mail: [email protected]

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relacionados a pastagens de Trifolium repens (trevo-branco) e Trifolium pratense (trevo-vermelho) (Dalto et al. 2009, Cos-ta et al., 2013). A acidose ruminal foi descrita em pequenos ruminantes que recebiam restos de comida caseira (lavagens) e de padaria, frutas e fontes de carboidrato de fácil digestão como milho em grãos e farelo de milho (Lira et al., 2011) e em ovinos, relatou-se compactação rumenal e abomasal devido à ingestão de côco catoté (Oliveira et al., 2007).

Os sinais clínicos observados em geral são apatia, anorexia, queda na produção de leite, perda crônica de peso, taquicardia, taquipnéia, atonia ruminal, desidratação, aumento do flanco esquerdo ou de ambos, mucosas congestas, fezes pastosas, fé-tidas, ressecadas e/ou escassas, decúbito e óbito. O conteúdo ruminal pode estar líquido ou ressecado com alterações de pH e microbiota (Afonso et al., 2008, Dalto et al., 2009, Lira at al., 2011).

Considerando a ausência de relatos, o objetivo deste traba-lho é, pela primeira vez, descrever um caso de indigestão por caroço de manga (Mangifera indica) em bovino leiteiro que ocorreu no Estado de Sergipe, Brasil.

RELATO DE CASO

Foi atendido na Clínica de Grandes Animais do Hospital Veterinário Dr. Vicente Borelli da Faculdade de Medicina Vete-rinária Pio Décimo de Aracaju, Sergipe (CGA-Pio X) uma vaca mestiça (¾ Holandês x ¼ Gir) com cinco anos, em período final de gestação, criada no município de Itaporanga D’aju-da-SE em sistema semi-intensivo, submetida a duas ordenhas diárias. Devido à estiagem causada pelo longo período de seca no Estado no ano de 2013, o proprietário relata que aumentou o fornecimento de alimento concentrado com o objetivo de manter a produção do rebanho. A propriedade possuía uma particularidade que era a presença de árvores de manga (Man-gifera indica) no trajeto diário das vacas em lactação do pasto a sala de ordenha, sendo que alguns animais durante esse trajeto ingeriam os frutos depositados no solo. Há 20 dias do aten-dimento do animal o proprietário relata queda da produção de leite e perda de peso progressivo, além de três episódios de dilatação do flanco esquerdo que foi revertido através da administração, via oral, de 100 ml de medicamento a base de silicone a 30% suspenso em metilcelulose (Ruminol®). A par-tir do segundo episódio de timpanismo o animal tornou-se anoréxico e apresentou secreção nasal mucosa intermitente.

Ao chegar à CGA-Pio X, a vaca encontrava-se em decúbi-to lateral no caminhão de transporte e foi retirado do mesmo suspenso devido o estado de inanição. Foi examinada em de-cúbito lateral, onde pode-se confirmar seu baixo escore de con-dição corporal (ECC 1,5) e a presença de desidratação (10%), enoftálmia, mucosas hipocoradas, relaxamento dos ligamentos pélvicos sacro-ilíacos, úbere pouco desenvolvido, mas com se-creção colostral e, a palpação retal, feto posicionado na entrada da cavidade abdominal responsivo a prova de balotamento. Outro dado que indicou a viabilidade fetal foi presença do frê-mito arterial.

No exame hematológico, o animal apresentou valores de

hemácias de 6,86x106/µL, hemoglobina de 10,3 g/dL, volume globular de 25% (VG: 25%, HGM: 15pg VGM: 36,4fL, CHGM: 41,2%). Observou-se leucocitose (23x103/µL) por neutrofilia, com desvio a esquerda (bastonetes 12% e 2,76x103/µL, seg-mentados 62% e 14,26x103/µL, linfócitos 24 % e 5,52x103/µL, monócitos 1% e 0,23x103/µL, eosinófilos 1% e 0,23x103/µL respectivamente para relativos e absolutos), além da presença de eritroblasto e crenação. As plaquetas se mostraram baixas (133x103/µL). No exame bioquímico notou-se comprometi-mento hepático (ALT/TGP: 26 UI/L, AST/TGO 460 UI/L, GGT 48 UI/L, bilirrubina total: 3,91 mg/dl, bilirrubina direta: 0,89 mg/dl e bilirrubina indireta: 3,02 mg/dl) e renal (uréia: 127 g/l e creatinina: 2,7 mg/dl). Outros parâmetros avaliados foram proteína (5,9 g/dl), albumina (2 g/dl) e globulina (4 g/dl) (Li et al., 2011, Oliveira et al., 2014).

Após a avaliação dos parâmetros clínicos e dos exames complementares optou-se pela cesariana onde foi retirado, a termo, um bezerro macho de 27 kg. Após o parto procedeu--se a exploração da cavidade abdominal e durante a palpação, através da parede ruminal foram localizadas várias estruturas ovalares achatadas de aproximadamente 10 cm de comprimen-to. Procedeu-se, portanto, com a rumenotomia de onde foram retirados 174 caroços de manga (Mangifera indica) do rúmen e retículo do animal. Os caroços, ainda úmidos pesavam 6,4 quilos (Figura 1).

Figura 1: Caroços de manga (Mangifera indica) retiradas de do rúmen e retículo de bovino submetido a cesariana e rumenotomia

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Indigestão por manga (Mangifera indica) em bovinos - Primeiro relato

O conteúdo ruminal era de coloração castanha, consistên-cia pastosa, pH 5,0 e tempo de redução de azul de metileno de 12 minutos. O liquido ruminal acidótico foi retirado, pro-cedeu-se a transfaunação e em seguida a rumenocentese, rafia da musculatura e pele. No pós-cirúrgico imediato foi admi-nistrado oxitetraciclina de longa ação (10/mg/kg/IM), flunixim meglumine (1,1/mg/kg/IV) e fluidoterapia visando estabilizar o quadro de acidose metabólica, no entanto após seis horas do procedimento cirúrgico, em função da gravidade da condição clínica, o animal veio a óbito.

No exame necroscópico observou-se vísceras anêmicas, hi-peremia de mucosa ruminal além de mais um caroço de man-ga em seu interior, presença de objeto metálico perfurante de 2,5 cm (parafuso) fixo na mucosa em favo do retículo, hipere-mia serosa e repleção da vesícula biliar, moderada hemorragia petequial multifocal a coalescente na superfície epicárdica e discreta congestão e enfisema pulmonar. Histologicamente notou-se moderada congestão hepática, focalmente extensa na região centrolobular; presença de discreto infiltrado inflama-tório linfocítico em região cortical renal, com moderado grau de degeneração tubular, além de congestão cortical e medular. No rúmen foram observadas áreas multifocais de discreto infil-trado inflamatório neutrofílico perivascular na camada muco-sa e no coração foram visualizados múltiplos cistos parasitários compatíveis com Sarcocystis spp., sem infiltrado inflamatório associado. Não foram observadas alterações patológicas no abomaso e omaso.

DISCUSSÃO

A escassez de alimento, seja ela por condições climáticas ou pelo oferecimento de um alimento de baixo valor nutritivo, de fato leva os animais a buscar fontes alternativas de alimento principalmente em situações de final de gestação quando pode se desenvolver um quadro de balanço enenrgético negativo, devido a elevada necessidade energética (Lago et al., 2014). O alto índice de matéria seca e carboidrato da manga levou aos distúrbios digestórios no rúmen, onde o farelo da amêndoa da semente apresenta teores de matéria seca, proteína bruta, fibra detergente neutro, fibra detergente ácido, fibra bruta, lignina, extrato etéreo, matéria mineral, cálcio, fósforo e carboidratos totais, respectivamente de 88,36%%; 4,39%; 29,65%; 2,20%; 1,90%; 0,72%; 12,18%; 1,81%; 0,10%; 0,05% e 69,98% (Santa-na et al., 2007). Alem disso houve ocorrência de lesão mecâni-ca sobre a mucosa causada pelos caroços de manga.

O pH ruminal acidótico leva a crer que mesmo um grande número de caroços não tenha causado compactação abomasal que poderia levar ao aumento de pH devido o refluxo de sua secreção ao rúmen. Isto foi observado em um caso de ovino que apresentou pH ruminal de 7,5 em quadro de compacta-ção de rúmen e abomaso por cerca de 1250 unidades de côco catolé (Syagrus olearacea) preenchendo 2/3 desses comparti-mentos (Oliveira et al., 2007). O diferente desenvolvimento dos casos se deve ao diâmetro dos caroços de manga que não permitiu sua passagem pelo orifício retículo-omasal para che-gar ao abomaso. De forma a contribuir com o diagnóstico de

acidose ruminal, vale ressaltar as alterações renais observadas no exame bioquímicos, devido a redução da taxa de filtração glomerular decorrente dos danos renais, observados no histo-patológico, onde havia degeneração tubular e congestão corti-cal e medular, além da queda do fluxo sanguíneo renal devido a diminuição na pressão sanguínea arterial justificado pelo presença do baixo hematócrito, além da severa desidratação que a acidose provoca. O comprometimento renal pode ter se agravado uma vez que o animal desenvolveu um quadro de cetose devido as exigências nutricionais do final da gestação, a oferta de alimentos de baixa qualidade e pela anorexia causada pela indigestão (Li et al., 2011).

Dentre os achados histopatológicos da acidose, estão as al-terações da mucosa e papilas ruminas causadas pela queda do pH do fluido, caracterizado por infiltrado inflamatório de po-limorfonucleares e degeneração hidrópica das papilas, além de congestão hepática com degeneração e necrose de hepatócitos (Xu e Ding, 2001), órgãos esses que também foram afetados, no bovino relatado, tanto pela acidose ruminal quanto pela cetose, levando a elevação das enzimas hepáticas e hiperemia da mucosa ruminal (Oliveira et al., 2014),.

CONCLUSÃO

A ingestão de manga (Mangifera indica) pode levar a indigestão devido à acidose ruminal em bovinos. Deve-se pre-venir a ingestão de frutos, principalmente contendo amêndoas e sementes, que caiam ao solo e ficam a disposição na pasta-gem e possam se acumular no rúmen causando distúrbios di-gestivos.

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