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Centro Universitário do Triangulo Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão. INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA QUALIDADE DE VIDA E NO ESCORE DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM IDOSOS NÃO- INSTITUCIONALIZADOS Lucineide da Silva Santos Uberlândia 2008

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA QUALIDADE DE VIDA … · sintomas de ansiedade e depressão possuem menores escores no NAF e nos domínios do questionário SF-36. Conclusão:

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Centro Universitário do Triangulo

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão.

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA

QUALIDADE DE VIDA E NO ESCORE DE

ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM IDOSOS NÃO-

INSTITUCIONALIZADOS

Lucineide da Silva Santos

Uberlândia 2008

Lucineide da Silva Santos

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA

QUALIDADE DE VIDA E NO ESCORE DE

ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM IDOSOS NÃO-

INSTITUCIONALIZADOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação/Mestrado em Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo - Unitri como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.

Orientador: Profº. Drº. Ângelo Piva Biagini

Uberlândia Centro Universitário do Triângulo

2008

AGRADECIMENTOS

Aos idosos que participaram dessa pesquisa, pela confiança depositada no trabalho,

respondendo os questionários com interesse e seriedade, doando um pouco do tempo de suas

vidas e muito carinho à minha pessoa.

À secretária Estadual de Saúde de Mato Grosso, em especial ao setor da Qualidade de

Vida.

Aos meus amigos Viviane Martins e Regiane Mendonça, pelo apoio e auxilio.

Aos amigos da turma do Mestrado, por todos os momentos compartilhados, minha

amizade e gratidão.

Às professoras Drª. Eliane Maria de Carvalho e Drª. Nádia Carla Cheik, integrantes da

Comissão Examinadora de Qualificação, cujas críticas e sugestões enriqueceram o trabalho.

Ao Professor Dr. Ângelo Piva Biagini, pela orientação prestada, pelo carinho muito

especial com que soube amenizar as dificuldades e pelo incentivo permanente na realização

deste trabalho. Meu respeito e admiração tornaram-se ainda maior pelo profissional e pessoa

humana que é.

À minha família (em especial a minha mãe, Lúcia) que sempre esteve ao meu lado,

incentivando e orientando os meus passos e torcendo muito pelo meu sucesso. Além de me

acolher, nos momentos mais difíceis da minha vida.

Ao meu marido Luiz Benvenuti, uma pessoa muito especial na minha vida, que nos

momentos em que eu mais precisei sempre esteve ao meu lado. Você foi o meu grande

alicerce no transcorrer do mestrado. Seu amparo, incentivo, apoio, carinho, compreensão,

amor, paciência e sua dedicação em me motivar foram fundamentais. Estar com você me

engrandece.

A Deus que me auxilia e me guia a cada descoberta da minha vida...

A todos que de alguma forma contribuíram com meu crescimento.

Muito obrigada!!!!

RESUMO

SANTOS, L. S. Nível de Atividade Física e sua relação com Qualidade de Vida, Ansiedade e Depressão em Idosos não-institucionalizados. 2008. 65 p. Dissertação Mestrado – Fisioterapia, Centro Universitário do Triângulo, Uberlândia. Introdução: Sabendo que o processo de envelhecimento é comum a todo ser humano e que, por diversos motivos, a população mundial e também a brasileira se apresenta cada vez com mais idade e com os problemas e agravos decorrentes deste processo, a atividade física tem sido considerada um meio de preservar e melhorar a saúde. Objetivo Geral: Avaliar o nível de Atividade Física e a sua relação com a Qualidade de Vida, ansiedade e depressão em idosos. Métodos: A amostra foi composta por 200 idosos, de ambos os sexos, divididos em dois grupos: 100 idosos que praticavam atividade física no centro de convivência e 100 idosos da comunidade que não praticavam atividade física. Os instrumentos aplicados foram: 1) Questionário do Nível de Atividade de Baecke Modificado para idosos; 2) Questionário de qualidade de vida SF-36; e 3) Escala de Ansiedade e Depressão – HAD. Os dados foram analisados através de médias e desvio-padrão, foi usado o teste t-Student para comparar as variáveis: idade, a escala HAD (ansiedade e depressão) e os domínios do questionário SF-36. O coeficiente de correlação de Pearson (r) foi utilizado para verificar a associação entre o nível de atividade física e as variáveis: idade, a escala HAD e os domínios do questionário SF-36. O nível de atividade física, a idade e os domínios do questionário SF-36 foram comparados entre os grupos da escala de ansiedade e depressão-HAD utilizando-se ANOVA. Adotou-se um nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados nos mostraram que na comparação entre o NAF e os domínios do questionário SF-36, os valores médios nos escores foram maiores no grupo ativo, e que na escala de ansiedade e depressão os escores maiores foram no grupo sedentário. Na correlação entre o NAF e todas as variáveis analisadas. Verifica-se que o domínio capacidade funcional e o NAF apresentam uma correlação moderada, sendo que, entre as demais variáveis, a correlação é fraca. Além disso, encontrou-se que os idosos que apresentam a associação dos sintomas de ansiedade e depressão possuem menores escores no NAF e nos domínios do questionário SF-36. Conclusão: O nível de atividade física influencia a qualidade de vida e diminui os sintomas de ansiedade e depressão. Palavras-chave: nível de atividade física; qualidade de vida; idoso; ansiedade e depressão.

ABSTRACT

Santos, L. S. Level of Physical Activity and its relationship with Quality of Life, Anxiety and Depression in non-institutionalized Elderly. 2008. 65 P. Mastering Dissertation - Physiotherapy, Centro Universitário do Triângulo (University Center of the Triangle), Uberlândia. Introduction: The present study arises from the knowledge that the ageing process is universal to all human being. This is clearly seeing as well as that the world population and also the brasilian one had increased at this specific population, showing its problems and illness common to them, the physical activity has been considered one of the ways to preserve and to improve health condition. General Objective: To evaluate the level of physical activity and its relationship with Quality of Life, anxiety and depression of the elderly participating in the center of coexistence and community, in the city of Cuiabá, state of Mato Grosso, in Brazil. Methods: The sample included 200 elderly of both genders, divided into two groups: 100 elderly people who practiced physical activity and 100 elderly people who did not practiced physical activity. The instruments for data collecting, applied as a separate interview, were: 1) Baecke Modified Questionnaire for the elderly on the level of activity; 2) Quality of life SF-36 Questionnaire; and 3) Scale of Anxiety and Depression - HAD. Data were analyzed through averages and standard deviation, t-Student test was used to compare the variables age, HAD scale (anxiety and depression) and the areas of the SF-36 questionnaire. The Pearson's correlation coefficient (r) was used to verify the association between the level of physical activity and age, HAD scale and areas of SF-36 questionnaire. Level of physical activity, age and areas of SF-36 questionnaire were compared among groups of scale of anxiety and depression-HAD usig ANOVA. Significance level of 5% was adopted. Results: The results showed that in the comparison between the PAL and the areas of the questionnaire SF-36, the average scores were higher in the active group, and that the scale of the anxiety and depression scores was higher in the sedentary group. In correlation between the PAL and all variables, it appears that the domain functional capacity and PAL have a moderate correlation, and, among other variables, the correlation is weak. Moreover, it was found that elderly people who have the combination of symptoms of anxiety and depression have lower scores in PAL and in the areas of the questionnaire SF-36. Conclusion: Level of physical activity influences the quality of life and decreases the symptoms of anxiety and depression. Keywords: physical activity level; quality of life; elderly; anxiety and depression.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Médias; desvios padrão das variáveis: idade; atividade física; HAD-A;

HAD-D e os domínios do questionário SF-36 (capacidade funcional;

aspectos físicos; dor; estado geral saúde; aspectos emocionais e saúde

mental)

24

Tabela 2 Comparação entre as médias da idade e NAF entre os grupos

sedentário e ativo

25

Tabela 3 Comparação entre as médias da escala HAD entre os grupos

sedentário e ativo

25

Tabela 4 Comparação entre as médias dos domínios do questionário SF-36

entre os grupos sedentário e ativo

26

Tabela 5 Estimativa dos coeficientes de correlação de Pearson (r) entre as

variáveis: idade e a escala HAD e o NAF

26

Tabela 6 Estimativa dos coeficientes de correlação de Pearson (r) entre os

domínios do questionário SF-36 e o NAF

27

Tabela 7 Comparação entre as médias do NAF; idade e dos domínios do

questionário SF-36 em relação aos sem sintomas, ansioso, depressivo

e ansioso/depressivo

28

LISTA DE ANEXOS

Anexo A Autorização do Centro de Convivência Padre Firmo 48

Anexo B Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Unitri 49

Anexo C Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 50

Anexo D Questionário de qualidade de vida SF-36 52

Anexo E Questionário do Nível de Atividade de Baecke Modificado 56

Anexo F Código de intensidade relacionado ao gasto de energia 60

Anexo G Escala de Ansiedade e Depressão – HAD 62

Anexo H Valores individuais dos idosos: idade; NAF; HAD (escala de

ansiedade e depressão e os domínios do questionário SF-36

(capacidade funcional; aspectos físicos; dor; estado geral saúde;

vitalidade; aspectos sociais; aspectos emocionais; saúde mental)

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVD Atividade de Vida Diária

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OMS Organização Mundial de Saúde

CDC Centers for Disease Control and Prevention

PNI Política Nacional do Idoso

DSM-IV Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica

Americana quarta edição

SNC Sistema Nervoso Central

QV Qualidade de Vida

QVRS Qualidade de Vida Relacionada à Saúde

AF Atividade Física

EF Exercício Físico

UNITRI Universidade do Triângulo Mineiro

HAD Escala de Ansiedade e Depressão

SF36 Short Form Health Survery

Katz Índice de Katz (AVD`s)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 10

2. OBJETIVOS 19

2.1. Objetivo Geral 19

2.2. Objetivos Específicos 19

3. CASUÍSTICA E METODOLOGIA 20

3.1. Casuística 20

3.2. Protocolo 21

3.3. Métodos 21

3.3.1. Questionário de Qualidade de Vida (SF 36) 21

3.3.2. Questionário do Nível de Atividade de Baecke

Modificado

22

3.3.3. Escala de Ansiedade e Depressão – HAD 22

4. ANÁLISE ESTATÍSTICA 23

5. RESULTADOS 24

6. DISCUSSÃO 29

7. CONCLUSÕES 35

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36

ANEXOS 45

Ficha Catalográfica elaborada pelo Departamento de Catalogação da Biblioteca da UNITRI

Bibliotecária responsável: Gizele Cristine Nunes do Couto CRB6/2091

613.7046 S 237 i Santos, Lucineide da Silva. Influência da atividade física na qualidade de vida no escore de ansiedade e depressão em idosos não-institucionalizados [manuscrito] / Lucineide da Silva Santos. – 2008. 50 f. : il. ; 33 cm. Cópia de computador (Printout(s)). Dissertação (Mestrado) – UNITRI, 2008. “Orientação: Ângelo Piva Biagini”.

1. Nível de atividade física. 2. Qualidade de vida. 3. Idoso. 4. Ansiedade e depressão. I. Título.

10

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é hoje um fenômeno universal, característica

dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento. Em 1950, eram cerca de

204 milhões de idosos no mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este

contingente alcançara 579 milhões de pessoas, um crescimento de quase oito milhões de

pessoas idosas por ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1

900 milhões de pessoas, equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade

(ANDREWS, 2000), sendo que os muito idosos (com 80 ou mais anos) constituem o

grupo etário de maior crescimento no mundo (OMS, 2001; CDC, 2007). O número de

pessoas com 60 anos ou mais tem aumentado progressivamente nos países em

desenvolvimento, como por exemplo, no Brasil (KALACHE, 1987; GARRIDO &

MENEZES, 2002; ALBUQUERQUE, 2005).

A Organização Mundial de saúde (OMS), 2001, considera que a terceira idade

começa aos 65 anos nos países desenvolvidos e, aos 60 anos, nos países em

desenvolvimento. No entanto, é importante reconhecer que a idade cronológica não é

um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento (OPAS,

2005). Paralelamente à evolução cronológica, coexistem fenômenos de natureza

biopsíquica e social, importantes para a percepção da idade e do envelhecimento

(CALDAS & VERAS, 2007).

O Brasil é um país que envelhece rapidamente. De acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000) a população total de brasileiros é de

169, 5 milhões de habitantes, distribuídos nas diferentes regiões do país. Destes, estima-

se que em torno de 16,7 milhões tenham 60 anos ou mais de idade, o que representa

9,6% da população total (IBGE, 2005) colocando o Brasil, em 2050, na sexta posição de

idosos do mundo em termos absolutos (KALACHE et al., 1987; PARAHYBA &

SIMÕES, 2006; DIAS et al., 2006).

A transição demográfica brasileira é conseqüência, principalmente, de

diminuições importantes dos coeficientes de mortalidade e das taxas de fecundidade e

natalidade (PASCHOAL, 2000; CARVALHO & GARCIA, 2003) e também das

11

profundas transformações sociais e econômicas ocorridas no século XX. Assim, a

expectativa de vida do brasileiro, atualmente, é de aproximadamente 71,9 anos (IBGE,

2006), refletindo o processo de envelhecimento da população, com aumento contínuo e

significativo da população de idoso. Com o incremento da expectativa de vida, os

problemas nos setores sócio-econômicos e de saúde agravam-se. Isto ocorreu pela

mudança no perfil epidemiológico que acarreta grandes despesas com tratamentos

médicos e hospitalares, ao mesmo tempo em que se configura como um desafio para as

autoridades sanitárias, em especial no que diz respeito à implantação de novos modelos

e métodos para assistência à saúde. O idoso necessita de mais serviços de saúde, as

internações hospitalares são mais freqüentes e o tempo de ocupação do leito é maior

quando comparado a outras faixas etárias. Em geral, as doenças dos idosos são crônicas

e múltiplas, perdurando por vários anos e exigindo acompanhamento médico e de

equipes multidisciplinares e intervenções contínuas (GORDILHO et. al., 2000;

KILSZTAJN et. al., 2003).

No Brasil, na década de 90, iniciaram mobilizações de órgãos governamentais

sobre a repercussão do idoso, e com a concordância da sociedade civil, o que repercutiu

na aprovação da Lei 8.842, de 04 de Janeiro de 1994, que passou a constituir a Política

Nacional do Idoso (PNI). As diretrizes da PNI (1990) propunham diversas metas de

assistência ao idoso, surgindo o atendimento do idoso no Centro de Convivência. O

objetivo do centro de convivência é promover a integração do idoso na família, entre

outros idosos e outras gerações, contribuindo para a sua socialização e autonomia,

proporcionando um envelhecimento ativo e saudável (GOMES, 2001).

Além das transformações descritas anteriormente, o Brasil tem experimentado

uma transição epidemiológica, com alterações relevantes no quadro de

morbimortalidade.

As doenças infectocontagiosas, na década de 1950, representavam 40% das

mortes registradas no país, hoje são responsáveis por menos de 10% destas mortes

(Ministério da Saúde (MS), 1999). O oposto ocorreu em relação às doenças

cardiovasculares nesta mesma década eram responsáveis por 12% das mortes,

representando hoje mais de 40% do total de mortes, ou seja, em menos de 40 anos, o

Brasil passou de um perfil de morbimortalidade típico de uma população jovem, para

um perfil caracterizado por enfermidades crônicas (CHAIMOWICZ, 1997;

12

GORDILHO et. al., 2000; LIMA-COSTA & VERAS, 2003), dentre elas aquelas que

comprometem o funcionamento do sistema nervoso central (SNC), como as

enfermidades neuropsiquiátricas, particularmente a depressão (STELLA, 2002). A OMS

estima que aproximadamente um em cada 10 idosos sofre de depressão (CARVALHO

& FERNANDEZ, 2002).

A saúde mental é indispensável para o bem-estar do idoso e da sociedade.

Segundo a OMS, em 1990, a depressão foi considerada mundialmente como a principal

causa de incapacidade, acredita-se que em 2020, a depressão será responsável pelo

acréscimo de co-morbidades que afetarão à comunidade como um todo. É uma das

doenças que causam maior índice de incapacitação psico-fisico-social à população geral

e, de acordo com a OMS, esse índice ficara abaixo apenas em relação as das doenças

cardiovasculares (DEL PORTO, 1999).

Desta forma, a depressão foi definida como uma enfermidade mental freqüente

no idoso, associada ao elevado grau de sofrimento psíquico, onde os sintomas

depressivos podem aparecer em decorrência de diversas doenças, em vigência do uso de

vários medicamentos, ou após o início de outras doenças psiquiátricas, tais como:

transtorno obsessivo-compulsivo, síndrome do pânico, entre outras (APA, 1994).

A depressão pode ser classificada como um problema primário e ou secundário

(ocorrendo após outras doenças). A depressão primária caracteriza-se pela diminuição

do humor, que pode ser deprimido ou irritável, ou pela perda de prazer pelas

experiências em geral, além de outras alterações no sono, no apetite, na

psicomotricidade, bem como a fadiga e preocupações com morte e suicídio (ABAS e

BROADHEAD, 1994; CALIL e MIRANDA, 1996).

Os transtornos depressivos apresentam significativa prevalência entre

indivíduos idosos, variando entre 4,8 e 14,6%, sendo que as mulheres apresentam mais

sintomas depressivos do que os homens por fatores tais como maior possibilidade de se

queixar dos sintomas, liberdade para chorar, disposição para procurar tratamento, maior

exposição aos fatores de estresse da vida e aos efeitos hormonais (FREITAS et. al.,

2006).

Atualmente, têm surgido hipóteses que procuram englobar as possíveis

alterações fisiopatológicas desses distúrbios dentro do contexto neurobiológico. Dentre

elas, hipótese noradrenérgica, hipótese serotonérgica, hipótese dopaminérgica,

13

alterações do apetite, alterações do sono, aspectos imunológicos, alterações endócrinas

(eixo hipotálamo-hipofise-adrenal) e alterações do tipo GABA, têm sido associados

com depressão de início tardio (HAMILTON, M., 1997, STELLA, 2002).

Também tem sido correlacionada com depressão de início tardio a maior

suscetibilidade biológica, além do fato do idoso se submeter obrigatoriamente a mais

fatores de estresse psicológicos e sociais do que qualquer outra faixa etária, tais como

empobrecimento, declínio social, perda de papéis produtivos, solidão e perda de pessoas

queridas (FORLENZA, 2000; STELLA, 2002).

Além disso, a deterioração da capacidade física e mental restringe sua

capacidade de interagir com o ambiente, reforçando o isolamento. A distinção entre os

fatores biológicos, psicológicos e sociais é importante, mas a depressão do idoso parece

ser o produto heterogêneo da interação entre diversos fatores predisponentes e

desencadeantes em proporções variáveis (FORLENZA, 2000).

Além disso, outro distúrbio psicológico que preocupa os profissionais ligados à

saúde é o quadro de ansiedade, caracterizado por uma preocupação excessiva, irreal e

generalizada acerca de diversos eventos ou atividades, ocorrendo na maioria dos dias ao

menos por seis meses. (HOLLANDER et. al., 1994; GLIATTO, 2000; FREITAS et. al.,

2006). Entre os sintomas mais freqüentes estão: taquicardia, distúrbios do sono,

sudorese, vertigens, distúrbios gastrintestinais e náuseas (HOLLANDER et. al, 1994).

Os distúrbios de ansiedade comuns nas doenças psiquiátricas acabam

deflagrando um quadro de angústia e considerável prejuízo funcional, fazem parte dos

transtornos de ansiedade: agorofobia, pânico, fobias, transtorno de ansiedade

generalizada (TAG), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e distúrbios de estresse

pós-traumático (TEPT), transtorno de estresse agudo, entre outros (APA, 1994;

FREITAS ET. AL, 2006). Sua prevalência é de 4% nos idosos da comunidade, se

associada com outra desordem psiquiátrica e de 1% como patologia isolada (FREITAS

et. al, 2006).

A associação de depressão e ansiedade produz demora na resposta terapêutica e

piora o prognóstico, com maior probabilidade de ideação suicida em pacientes

geriátricos. Em geral a ansiedade se manifesta sob a forma de agitação ou descontrole

verbal, além de prejuízo nas funções executivas (FREITAS et. al, 2006).

14

Todos esses fatores irão prejudicar a qualidade de vida do idoso, favorecendo o

isolamento social e ao surgimento de doenças clínicas graves (STELLA et al., 2002).

E nesse sentido a QV passou a ser uma meta desses programas de assistência ao

idoso. A avaliação da QVsurgiu como ferramenta importante na investigação clínica e

da formulação de políticas de saúde, despertando a atenção de vários pesquisadores

(SILVA & REZENDE, 2006). Assim, um grupo de estudiosos em QV da OMS definiu-

a como a percepção subjetiva do indivíduo sobre sua vida, dentro do contexto da cultura

e dos sistemas de valores, nos quais ele vive, e em relação aos seus objetivos,

expectativas, padrões e preocupações. Esta definição explicita uma concepção

abrangente de QV, influenciada de forma complexa pela saúde física, estado

psicológico, nível de independência, relações sociais, crenças pessoais e suas relações

com as características do meio envolvente em que o indivíduo está inserido (FLECK et

al., 1999; FLECK et al., 2000; ALLEYNE, 2001).

De acordo com Spirduso & Cronin (2001) uma boa QV para os idosos pode ser

interpretada pelo fato de poderem se sentir melhor, conseguirem cumprir com suas

funções diárias básicas adequadamente e conseguirem viver de forma independente.

Mas, segundo Ramos (2003) a maior influência está no domínio físico desses

idosos, onde ressalta a importância de se considerar a capacidade funcional como

importante fator de impacto na QV em idosos. Além disso, a QV na velhice tem sido

associada a questões de independência e autonomia, e a dependência do idoso resulta

das alterações biológicas, as incapacidades e de mudanças nas exigências sociais

(SOUZA et al., 2003).

No entanto, Fleck et. al., (2003), relatam que não podemos deixar de considerar

as alterações psicológicas e de inserção social pelas quais passam os indivíduos idosos,

de forma a minimizar os efeitos dessas transformações decorrentes da idade na QV

desses idosos. Como destaca Pereira (2002), as avaliações subjetivas da QV em idosos

devem focar o que acontece ao indivíduo nas diferentes etapas do envelhecimento,

desde mudanças físicas até a desvalorização social conseqüente da aposentadoria,

considerando qual seu sentimento e entendimento dessas situações, seus ganhos e

perdas psicológicas e, ainda, suas frustrações e aspirações.

Nesse sentido, segundo Santos et. al., (2002), a QV do idoso compreende a

consideração de diversos critérios de natureza biológica, psicológica e socioestrutural,

15

pois vários elementos são apontados como determinantes ou indicadores de bem-estar

na velhice: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo,

competência social, produtividade, eficácia cognitiva, status social, continuidade de

papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos.

Assim, a QV do idoso deve ser encarada na sua multidimensionalidade.

Além da QV dos idosos, outro aspecto importante é o estilo de vida das pessoas

desta faixa etária. O processo de envelhecimento é acompanhado, muitas vezes, por um

estilo de vida inativo, ou seja, pela inatividade física/sedentarismo, que gera a

incapacidade e a dependência física, psíquica e social.

Nestes indivíduos, o sedentarismo é um fator predominante, que está presente

tanto em países desenvolvidos, quanto nos em desenvolvimento. Nos Estados Unidos,

70 a 80% da população é considerada inativa e apenas 10 a 20% é regularmente ativa.

Já no Brasil, este quadro persiste, onde o nível de sedentarismo é em torno de 60 a 65%

(MAZO, 2003), sendo mais prevalente entre as mulheres e em pessoas de baixo nível

socioeconômico e com menor grau de instrução (Ministério da Saúde, 2002).

Segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC, 2007),

mais de dois milhões de mortes por ano podem ser atribuídas ao sedentarismo, em

função da sua repercussão ao aumento de doenças crônicas não-transmissíveis. A vida

sedentária estabelece um conjunto de eventos fisiológicos que acabam intensificando a

diminuição da capacidade aeróbica máxima, da força muscular, das respostas motoras,

da capacidade funcional geral. Além disso, provocam diminuição na disposição para as

tarefas diárias, influenciando na duração das atividades e na QV (KOO & ROHAN,

1999).

As atividades físicas (AF) regulares vêm sendo utilizadas como alternativa

minimizadora dos efeitos do envelhecimento como um meio de promoção da saúde,

possibilitando assim a normalização, a manutenção e autonomia dos idosos (OKUMA,

1998).

Segundo Pennix et. al., (2004), o idoso tem perda de até 5% da capacidade física

a cada 10 anos e pode recuperar somente 10% através de atividades físicas adequadas.

Desta forma, a prática de AF contribui para a melhoria da QV dos indivíduos,

por diminuir as seqüelas das doenças crônicas, reduzir o período de internação e

possibilitar a ingestão de uma quantidade menor de medicamentos necessários ao

16

controle das mesmas. Isto resulta em ganhos significativos à saúde, além de gerar

economia de recursos financeiros destinados aos tratamentos médicos (MINISTÉRIO

DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2002). Sendo assim, observa-se redução da mortalidade

e redução de doenças coronárias, diabetes, câncer de cólon, hipertensão e osteoporose.

O aumento da força muscular, do fluxo sanguíneo, da flexibilidade e amplitude

dos movimentos, a diminuição do percentual de gordura, a redução dos fatores que

causam quedas, a melhora da postura, ajuda no alivio da dor podem ser considerados

alguns dos benefícios fisiológicos que a atividade física propicia ao organismo (ASSIS,

2002, CDC, 2007). E como benefícios psicológicos e sociais, a AF atua de forma

positiva no alívio da ansiedade e depressão, melhorando a perfusão sanguínea sistêmica

e, particularmente a cerebral, e também no aumento da autoconfiança, favorecendo

melhorias na satisfação com a vida e redução da solidão (NERI, 2001).

Um estilo de vida ativo por parte dos idosos deve estar dirigido como uma forma

de quebrar o círculo vicioso de aumento da relação idade-sedentarismo-doença-

incapacidade (NÒBREGA, 1999; MAZO, 2003).

Isto ocorre, segundo Gallo et. al. (1995), porque durante a realização de

exercício físico, ocorre a liberação β-endorfina e da dopamina pelo organismo,

propiciando um efeito tranqüilizante e analgésico no praticante regular, que

frequentemente se beneficia de um efeito relaxante pós-esforço e, em geral, consegue

manter-se um estado de equilíbrio psicossocial mais estável frente as ameaças do meio

externo.

No entanto, é importante estabelecer os conceitos de AF e EF (exercício físico).

A AF é uma expressão genérica que pode ser definida como qualquer movimento

voluntário, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético

maior do que os níveis de repouso. Já o EF (um dos principais componentes da AF) é

uma atividade planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo melhorar ou

manter um ou mais elementos da aptidão física (CASPERSEN et. al., 1985).

Além disso, a AF não necessita ser árdua para ser benéfica. Os indivíduos de

todas as idades beneficiam-se da AF de moderada intensidade, com 30 minutos, na

maioria dos dias, de forma contínua ou acumulada (CDC, 2006).

Segundo De Vitta (2001), os programas de cuidados físicos tendem a gerar

impacto sócio-econômico porque graças a seus efeitos sobre a QV global, o humor e a

17

saúde percebida, provocam um aumento no grau de independência dos idosos e assim

reduzem a demanda por serviços médicos.

A literatura sugere que a AF regular pode contribuir na QV e na melhora da

saúde mental. No entanto, resultados de alguns estudos apresentam divergências.

Segundo, Van Gool et. al. (2003), ao analisar 1.920 idosos, verificaram que idosos que

se tornaram depressivos tendem mais ao sedentarismo do que aqueles sem depressão.

Anton & Miller (2005) e Bailey & McLaren (2005) não encontraram relação

significativa para proteção de depressão pela prática de AF, entretanto, apresentam

como limitações do estudo a utilização de uma amostra de 23 pacientes. Já outros

estudos mostram a relação positiva e negativa da QV dos idosos. Xavier et. al., (2003)

realizaram em estudo com 77 idosos da comunidade com idade de 80 anos ou mais, nos

quais foram avaliados a QV, sintomas depressivos e as condições gerais de saúde.

A presença de sintomas depressivos e a perda da saúde física foram relacionadas

com uma auto-avaliação negativa na QV. Por outro lado, Matsudo (2006) através de

uma revisão de estudos mostrou que o idoso com um estilo de vida ativa experimenta

uma melhor QV, com a redução da morbidade e mortalidade, além de proporcionar

melhora nos aspectos psicológicos e sociais, quando comparados aos sedentários da

mesma idade.

Desta forma, o envelhecimento é uma experiência heterogênea, isto é, pode

ocorrer de modo diferente para indivíduos e cortes que vivem em contextos históricos e

sociais distintos. Essa diferenciação depende da influência de circunstâncias histórico-

culturais, de fatores intelectuais e de personalidade, dos hábitos e AF ao longo da vida e

da incidência de doenças durante o envelhecimento normal (VIANA, 2003).

Assim, viver cada vez mais tem implicações importantes para a QV; a

longevidade pode ser um problema, com conseqüências sérias nas diferentes dimensões

da vida humana, física, psíquica e social. Esses anos vividos a mais podem ser anos de

sofrimento para os indivíduos e suas famílias, anos marcados por doenças, declínio

funcional, aumento da dependência, perda da autonomia, isolamento social e depressão.

No entanto, se os indivíduos envelhecerem mantendo-se autônomos e independentes, a

sobrevida aumentada poderá ter significado pleno (PASCHOAL, 2000).

Diante de tantas particularidades, a AF de idosos torna-se fundamental e de

grande importância científica e social. E a partir destas investigações implantar e

18

implementar programas de intervenções, tanto em programas gerontogeriátricos, quanto

em políticas sociais gerais adequados à realidade do País, contribuindo assim, para um

processo de envelhecimento, senão com qualidade de vida plena, que ao menos tenda

para tal direção.

Com isso, a hipótese do presente estudo é que o nível de AF influencia na QV e

na diminuição dos sintomas de ansiedade e depressão em idosos.

19

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

• Avaliar o nível de atividade física e a sua relação com a qualidade de vida,

ansiedade e depressão em idosos.

2.2. Objetivos Específicos

• Avaliar e comparar qualidade de vida, ansiedade e depressão entre indivíduos

idosos sedentários e ativos.

• Verificar se há correlação entre o nível de atividade física e a presença de

ansiedade e depressão em idosos não institucionalizados.

20

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS

O estudo foi realizado no centro de convivência Padre Firmo em Cuiabá-MT, de

18 de junho a 30 de agosto de 2007, com 200 idosos não institucionalizados, após

autorização da instituição (Anexo A).

3.1. Casuística

Foi realizada, inicialmente, a seleção de idosos de ambos os sexos, com idade

entre 65 e 85 anos, integrantes do centro de Convivência Padre Firmo e também idosos

da comunidade que foram convidados pelos próprios idosos do Centro de Convivência,

na cidade de Cuiabá-MT. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em

Humanos do Centro Universitário do Triângulo (Anexo B).

O estudo desenvolvido foi do tipo transversal. A amostra foi composta por 100

idosos que freqüentavam o centro de convivência Padre Firmo, onde realizavam

atividade física há mais de um ano e 100 idosos da comunidade que não freqüentavam

qualquer centro de convivência de idosos e que não praticavam atividade física,

segundo relato do próprio voluntário.

Para a classificação dos participantes do estudo em idosos ativos ou sedentários,

aplicou-se o questionário de Baecke modificado para Idosos, no qual um escore menor

ou igual 9,4 indica que o idoso é sedentário e maior que 16,5 ativo (VOORRIPS et. al,

1991).

Critérios de inclusão

• Indivíduos idosos com idade entre 65 anos e 85 anos.

• Idosos de ambos gêneros

• Com capacidade de comunicação preservada.

Critérios de exclusão

• Indivíduos acamados ou em cadeira de rodas.

• Idosos que desejassem retirar-se do estudo.

• Incapacidade de executar qualquer uma das avaliações do estudo.

21

• Não assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

3.2. Protocolo

Primeiramente, os idosos receberam esclarecimentos sobre a pesquisa, e após a

leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo C), iniciou-se

a coleta de dados.

Os dados foram colhidos pela pesquisadora, em ambiente tranqüilo, sob a

forma de entrevista, no espaço físico do centro de convivência. Todos os idosos

voluntários responderam o questionário de Baecke Modificado para Idosos, para avaliar

o nível de atividade física (VOORRIPS et. al., 1991); o questionário SF-36 para

avaliação da qualidade de vida (CICONELLI et. al., 1999); a escala de ansiedade e

depressão – HAD, para avaliar o nível de ansiedade e depressão (BOTEGA et. al.,

1995).

3.3. Métodos

3.3.1. Questionário de Qualidade de Vida (SF-36)

O questionário Short Form Health Survery (SF-36) (Anexo D) foi o instrumento

selecionado para avaliar a QV dos idosos deste estudo. Trata-se de um questionário que

consiste em duas partes, uma primeira que visa avaliar o estado de saúde e a segunda

com objetivo de avaliar o impacto da doença na vida diária do paciente. É um

questionário multifuncional, com 36 itens avaliando oito domínios: capacidade

funcional (10 itens), função social (2 itens), papel das limitações devido a problemas

físicos (4 itens), papel das limitações devido a problemas emocionais (3 itens), saúde

mental (5 itens), energia e vitalidade (4 itens), dor (2 itens) e percepção geral da doença

(5 itens). Para cada domínio as pontuações são codificadas, somadas e transformadas

para uma escala de 0 (pior estado de saúde possível medido pelo questionário) a 100

(melhor estado de saúde possível) (CICONELLI et al, 1999).

A aplicação da escala levou em média 15 minutos, sendo a pergunta repetida

quando o idoso não a compreendia.

22

3.3.2. Questionário do Nível de Atividade de Baecke Modificado

Para avaliar o nível de atividade física, utilizou-se o questionário Baecke

Modificado (Anexo E) que é composto por quatro partes. A primeira constituiu a

identificação de cada indivíduo; a segunda aborda sobre as questões relativas à

caracterização das atividades domésticas; a terceira sobre as atividades esportivas e a

quarta sobre as atividades de tempo livre.

Os itens do questionário sobre as atividades domésticas são de 1 a 10 e tem de

quatro ou cinco possibilidades de resposta (0,1,2,3,4) situadas entre o muito ativo e o

inativo. As atividades esportivas e atividades de tempo livre, que podem ser citadas até

seis cada, são relacionadas com o tipo de atividade, intensidade, horas/semanais gastas

nessa atividade e o período (mês) do ano em que normalmente essa atividade é

desenvolvida. Todas as atividades são classificadas de acordo com a postura e o tipo de

movimentos. A intensidade da atividade é codificada baseando-se no trabalho de

Voorrips et al (1991). Este código de intensidade é relacionado ao gasto de energia

(Anexo F).

A aplicação da escala levou em média 10 minutos, sendo a pergunta repetida

quando o idoso não a compreendia.

3.3.3. Escala de Ansiedade e Depressão – HAD

A HAD (Anexo G) foi utilizada para avaliar os sintomas de ansiedade e

depressão separadamente dos idosos deste estudo. A escala é formada por 14 questões,

das quais sete relacionadas à ansiedade (HAD-A) e sete à depressão (HAD-D). O

entrevistador atribui nota de zero a três para cada uma das perguntas, perfazendo totais

que podem variar de 0 a 21 em cada subescala de ansiedade e de depressão. É sugestiva

de transtorno de ansiedade e de depressão, embora a HAD não tenha como objetivo

quantificar a gravidade do sintoma. Durante a aplicação dessa escala, era solicitado ao

voluntário que respondesse baseando-se em como havia se sentido durante a última

semana (BOTEGA et. al, 1995).

A aplicação da escala levou em média 10 minutos, sendo a pergunta repetida

quando o idoso não a compreendia.

23

4. ANÁLISE ESTATÍSTICA

As variáveis foram descritas por meio de médias e desvio-padrão. Para comparar

a variável idade, pontuação da escala HAD (ansiedade e depressão) e os escores dos

domínios do questionário SF-36 (Capacidade Funcional, Aspectos Físicos, Dor, Estado

Geral Saúde, Vitalidade, Aspectos Sociais, Aspectos Emocionais e Saúde Metal), foi

usado o teste t-Student não pareado.

Para estabelecer a correlação entre o nível de atividade física e a idade, o escore

da escala HAD (ansiedade e depressão) e o escore dos domínios do questionário SF-36,

foi utilizado a Correlação de Pearson (r).

Para comparar o nível de atividade física, idade e os domínios do questionário

SF-36 entre as quatro categorias da escala de HAD (sem sintomas, ansioso, depressivo,

ansioso e depressivo) utilizou-se a análise de variância Anova one-way. O nível de

significância adotado para o tratamento estatístico foi de 5% (p < 0,05).

24

5. RESULTADOS

A amostra deste estudo foi constituída por 200 idosos não institucionalizados,

sendo que 156 (78 %) eram do sexo feminino e 44 (22 %), do masculino. Ainda, 100

idosos eram sedentários (21 homens e 79 mulheres) e 100, ativos (23 homens e 77

mulheres). A média da idade dos idosos sedentários foi de 72,49 ± 5,6 anos e dos idosos

ativos 69,93 ± 4,5 anos. As características dos voluntários estão apresentadas na tabela 1

e os valores individuais demonstrados no anexo H.

Tabela 1 – Média e desvio padrão das variáveis: idade, atividade física, HAD-A, HAD-

D e dos domínios do questionário SF-36 (capacidade funcional; aspectos físicos; dor;

estado geral saúde; aspectos emocionais; saúde mental).

Características Média (DP) Idade 71,21 (5,2)

Atividade Física 10,6 (6,4)

HAD-A 4,54 (3,8)

HAD-D 4,51 (4,0)

Capacidade Funcional 67,0 (27,1)

Aspectos Físicos 50,25 (43,9)

Dor 69,1 (27,9)

Estado Geral Saúde 75,26 (17,6)

Vitalidade 69,5 (23,3)

Aspectos Sociais 80,8 (27,7)

Aspectos Emocionais 77,0 (39,8)

Saúde Mental 73,9 (23,1)

HAD-A: escala de ansiedade; HAD-D: escala de Depressão

Na tabela 2 está demonstrada a comparação do nível de atividade física

(sedentário versus ativo) entre as variáveis: idade e nível de atividade física (NAF). A

análise revelou que o escore do NAF foi estatisticamente maior no grupo ativo em

relação ao sedentário.

25

Tabela 2 – Comparação entre as médias da idade e NAF entre o grupo sedentário e

ativo.

Variável Sedentário Ativo

Idade 72,49 (5,6) 69,93 (4,5)*

NAF 5,6 (2,27) 15,5 (5,5)*

Média (DP) *p<0,05 NAF: nível de atividade física

Na tabela 3 está demonstrada a comparação do nível de atividade física

(sedentário versus ativo) entre as variáveis da escala HAD (escala de ansiedade e

depressão). Observou-se que houve diferenças significativas entre as médias, sendo que

os escores médios da HAD-A e HAD-D dessas variáveis foram maiores entre o grupo

sedentário em relação ao ativo.

Tabela 3 - Comparação entre as médias da escala HAD entre o grupo sedentário e ativo.

Variável Sedentário Ativo

HAD-A 5,25 (3,98) 3,82 (3,67)*

HAD-D 5,94 (4,17) 3,07 (3,27)*

Média (DP) *p<0,05 HAD-A: escala de ansiedade; HAD-D: escala de depressão.

Na tabela 4 está demonstrada a comparação do nível de atividade física

(sedentário versus ativo) entre os domínios do questionário SF-36 (Capacidade

Funcional, Limitação Aspectos Físicos, Dor, Estado Geral Saúde, Vitalidade, Aspectos

Sociais, Aspectos Emocionais e Saúde Metal).

A análise revelou que houve diferenças estatísticas entre as médias dos domínios

do questionário SF-36, sendo que os escores médios da qualidade de vida em todos os

domínios foram maiores no grupo ativo.

26

Tabela 4 - Comparação entre as médias dos domínios do questionário SF-36 entre os

grupos de idosos sedentários e ativos.

Variável Sedentário Ativo

Capacidade Funcional 58,8 (25,85) 75,3 (26,04) *

Aspectos Físicos 37,0 (41,2) 63,5 (42,84) *

Dor 64,1 (27,3) 74,19 (27,83) *

Estado Geral Saúde 71,55 (18,20) 78,98 (16,40)*

Vitalidade 62,9 (23,27) 76,20 (21,58)*

Aspectos Sociais 73,12 (31,75) 88,50 (20,61)*

Aspectos Emocionais 70,66 (43,23) 83,33 (35,29)*

Saúde Mental 69,08 (25,02) 78,80 (20,04)*

Média(DP) *p<0,05

Foi feita a correlação de Pearson (r) entre o NAF e as variáveis: idade e HAD-A

e HAD-D de todos os voluntários, apresentados na tabela 5. De acordo com os

resultados demonstrados, foram encontradas correlações negativas e significativas entre

o NAF e as variáveis: idade, HAD-A e HAD-D, apesar das correlações serem fracas.

Tabela 5 – Estimativa dos coeficientes de correlação de Pearson (r) entre as variáveis:

idade e a escala HAD e o NAF.

Variável NAF

Idade -0,25*

HAD-A -0,19*

HAD-D -0,35*

*p<0,05 HAD-A: escala de ansiedade; HAD-D: escala de depressão; NAF: nível de atividade física

Na tabela 6 está demonstrada a correlação de Pearson (r) entre o NAF e os

domínios do questionário SF-36 (Capacidade Funcional, Limitação Aspectos Físicos,

Dor, Estado Geral Saúde, Vitalidade, Aspectos Sociais, Aspectos Emocionais e Saúde

Metal) de todos os voluntários.

27

Foram encontradas correlações positivas e estatisticamente significativas, entre

todas as variáveis analisadas. Entretanto, todas foram fracas, com exceção da correlação

entre o escore do domínio Capacidade Funcional do SF-36 e o NAF considerada

moderada.

Tabela 6 - Estimativa dos coeficientes de correlação de Pearson (r) entre o NAF e os

domínios do questionário SF-36.

Variável NAF

Capacidade Funcional 0,38*

Aspectos Físicos 0,29*

Dor 0,25*

Estado Geral Saúde 0,32*

Vitalidade 0,34*

Aspectos Sociais 0,30*

Aspectos Emocionais 0,17*

Saúde Mental 0,24*

*p<0,05 NAF: nível de atividade física

Na tabela 7 está demonstrada a comparação das variáveis: NAF, idade e os

domínios do questionário SF-36 (capacidade funcional, limitação aspectos físicos, dor,

estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais, saúde mental)

entre os idosos sem sintomas, ansioso, depressivo e ansioso/depressivo.

A idade foi a única variável que não apresentou diferença significativa entre os

sintomas de ansiedade e depressão. Observa-se que houve diferenças significativas entre

as médias do NAF e dos domínios do questionário SF-36 para os grupos do ansioso, do

depressivo e do ansioso/depressivo, sendo o escore médio do NAF e dos domínios do

questionário SF-36 menor entre o grupo do ansioso/depressivo.

28

Tabela 7 – Comparação entre as médias do NAF; idade e dos domínios do questionário

SF-36 em relação aos sem sintomas, ansioso, depressivo e ansioso/depressivo.

Variável Sem sintomas Ansioso Depressivo Ansioso/

Depressivo

NAF 11,69 (6,85) 9,78 (5,51) 7,93 (5,28) 6,78 (3,40)*

Idade 71,29 (5,30) 70,15 (5,17) 71,38 (5,28) 71,94 (5,67)

Capacidade

Funcional

72,44 (25,23) 65,38 (28,23) 53,33 (23,89)* 45,27(28,56)*

Limitação

Aspectos

Físicos

59,44 (42,30) 43,26 (46,12) 28,57 (37,32)* 16,66 (35,35)*

Dor 74,38 (25,88) 61,07 (25,88) 64,38 (28,78) 47,5 (33,48)*

Estado Geral

Saúde

80,57 (14,35) 71,65 (17,13)* 60,04 (19,11)* 58,44 (18,55)*

Vitalidade 78,14 (17,70) 61,92 (22,80)* 46,6 (22,37) *§ 42,77 (21,91) *+

Aspectos

Sociais

88,14 (22,19) 72,11 (28,78)* 64,88 (35,27)* 56,94 (31,86)*

Aspectos

Emocionais

85,43 (33,48) 73,07 (41,11) 69,84 (43,33) 27,77 (43,15)*º+

Saúde Mental 83,52 (15,37) 66,15 (21,44)*

50,28 (24,38)*§ 40,88 (18,7)*+

Média (DP) *p<0,05 – Ansioso, Depressivo ou Ansioso/Depressivo vs sem sintomas §p<0,05 – Depressivo vs Ansioso +p<0,05 – Ansioso/Depressivo vs Ansioso º p<0,05 – Ansioso/Depressivo vs Depressivo

29

6. DISCUSSÃO

O presente estudo teve por finalidade verificar a existência de associações entre

o nível de AF com a QV, bem como com a ansiedade e depressão de idosos

freqüentadores de um centro de convivência e da comunidade, visando, aumentar a

divulgação de informações e/ou de sugestões sobre os benefícios da AF bem como seu

impacto sobre a saúde dessa população. Assim, programas efetivos que possam ajudar a

melhorar a condição de saúde dos idosos requerem um entendimento dos fatores que

influenciam a AF (NIES & KERSHAW, 2002).

O principal resultado deste estudo demonstra que na comparação entre o NAF e

os domínios do questionário SF-36, os valores médios nos escores foram maiores no

grupo ativo, e que na escala de ansiedade e depressão os escores maiores foram no

grupo sedentário. Além disso, encontrou-se que os idosos que apresentam a associação

dos sintomas de ansiedade e depressão possuem menores escores no NAF e nos

domínios do questionário SF-36.

No estudo, verifica-se que os idosos ativos estão mais relacionados com o estrato

etário de 69,93 anos e os sedentários 72,49 anos, isto pode justificar as diferenças entre

os níveis da AF, mas o processo do envelhecimento, do ponto de vista fisiológico, não

ocorre necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica, apresentando

considerável variação individual, pois se trata de um processo multifatorial, envolvendo

uma combinação do envelhecimento biológico, doenças e certos padrões de estilo de

vida, como baixos níveis de AF (LEVEILLE et. al., 1999; MATSUDO et. al., 2000).

A maioria dos idosos deste estudo são mulheres (78%), este fato corrobora com

outras pesquisas que relatam a ocorrência do processo denominado “feminização” do

envelhecimento, pois este fenômeno ocorre em todos os países, independente de serem

desenvolvidos ou serem países em desenvolvimento, e que ocorrem devido à junção de

fatores, como genéticos, biológicos, sociais e culturais (SHERHARD, 2001;

CARVALHO, 2001).

Constata-se que há uma diferença estatisticamente significativa entre os idosos

ativos e sedentários no estudo. Os idosos ativos apresentaram desempenho superior em

todos os domínios do questionário SF-36 quando comparado com os idosos sedentários.

30

Uma boa pontuação dos idosos ativos indica que estes possuem uma melhor QV. Desta

forma, foi observada uma influência positiva em fatores importantes para a

independência dos idosos, valores elevados no grupo de idosos ativos em domínios

diferentes como nos aspectos físicos, vitalidade, capacidade funcional e aspectos

sociais.

Com relação à capacidade funcional uma pontuação elevada dos idosos ativos

significa que os indivíduos pesquisados têm melhor saúde e habilidade funcional.

Assim, tem sido sugerido que as limitações funcionais têm influência no

comportamento da população idosa (JETTE et. al., 1998). Laukkanen et. al., (2000)

também encontraram em seu estudo limitações funcionais nos idosos, onde foram

avaliados homens e mulheres entre 75 e 85 anos, condição que evidenciou que os

sujeitos com maior nível de AF tiveram melhor saúde e habilidade funcional quando

comparados aos sedentários da mesma idade.

No SF-36, um score elevado no domínio aspecto físico pode indicar que idosos

ativos possuem pouca ou nenhuma limitação no seu trabalho e/ou AVDs. Desta forma,

os idosos ativos no estudo apresentam um bom nível de independência apesar das

alterações funcionais próprias do envelhecimento, associadas à prevalência de doenças

crônico-degenerativas.

Em estudo realizado por Marchand (2001), foi observado que a AF,

principalmente quando realizada de forma coletiva, prevê melhorias tanto nos aspectos

físicos quanto nos psicológicos.

Ainda no SF-36, outra questão fundamental é a do desempenho obtido pelo

grupo de idosos ativos em relação ao domínio aspectos sociais. Desde modo, pode-se

afirmar que quanto maiores as relações pessoais, maior o suporte social dos idosos.

No contexto social, a AF proporciona uma maximização de contatos sociais,

melhor integração na sociedade e no seu ambiente social, favorecendo melhorias na

satisfação com a vida e redução da solidão (MCAULEY et. al, 2000; MAZO et. al.,

2003).

Assim, estes resultados concordam com resultados de pesquisas que mostraram

que a AF é um importante fator para o aumento da QV (PAPALEO NETO, 1996;

FARIA JÚNIOR, 1997; SPIRDUSO & CRONIN, 2001; MAZO, 2003).

31

Dentro deste contexto, a partir dos resultados das médias, verifica-se que os

idosos ativos são menos ansiosos e depressivos em relação aos idosos sedentários. Os

resultados da comparação mostram que a prática de AF pode ter colaborado com o

baixo índice de sintomas de ansiedade e depressão. Stella et. al., (2002), enfatizam que a

prática de AF em grupo eleva a auto-estima do idoso, contribui para a implementação

das relações psicossociais e para o reequilibrio emocional.

Outro aspecto a ser considerado neste estudo é a correlação entre o NAF e todas

as variáveis analisadas. Verifica-se que o domínio capacidade funcional e o NAF

apresentam uma correlação moderada, sendo que, entre as demais variáveis, a

correlação é fraca. Ou seja, indica que os idosos que apresentaram habilidades

funcionais relacionaram uma alta relação entre a prática de AF, podendo indicar que a

prática regular e de forma continua do exercício físico pode contribuir para uma melhor

QV.

Este estudo também estabelece correlação da AF com ansiedade e depressão.

Desta forma, o resultado indica que os idosos que se sentem emocionalmente sadios

relacionaram uma alta relação com a prática de AF, assim indicando que a prática

regular e de forma contínua do exercício físico pode contribuir para uma melhor saúde

mental.

Miranda et al., (1996) verificaram, em 27 idosos com média de idade 70 anos,

que 45 minutos de atividade física aeróbica diminuíram a tensão e a depressão.

Também na pesquisa de Mazo (2003) verificou-se que o bem-estar psicológico

dos idosos esta associado à AF.

Tanto nos dados obtidos através desta pesquisa como na literatura, percebe-se a

associação positiva entre os níveis de AF e boa saúde mental (RUUSKANEN et. al.,

1995; MATHER et. al., 2002; STRAWBRIDGE et. al., 2002).

Estas constatações vêm ao encontro da nossa hipótese que indica que a AF

influencia positivamente na QV e na prevenção dos sintomas de ansiedade e depressão.

Ainda no nosso estudo, ao comparar os resultados das médias entre os sintomas

de ansiedade e depressão, verificou-se que existia uma diferença estatisticamente

significativa entre os idosos que apresentavam a associação dos sintomas de ansiedade e

depressão. Deste modo, os resultados indicam que os idosos ansioso-depressivos

apresentam pior QV e uma vida sedentária. Assim, com o resultado do presente estudo,

32

pode-se inferir que idosos que não realizam AF estão sujeitos a apresentarem com maior

freqüência os sintomas de ansiedade e depressão.

Estes resultados concordam com os encontrados no estudo de Paluska & Scwenk

(2000) no qual os autores observaram que as pessoas com depressão tendem a ser

fisicamente menos ativas do que as não depressivas, e que o exercício tem se mostrado

como importante redutor destes sintomas.

O estudo de Van GOOL et. al., (2003) avaliou 1.280 idosos e verificou que a

depressão é um fator de risco para o sedentarismo, e pessoas que desenvolveram

depressão tornaram-se sedentárias com maior freqüência, enquanto aqueles indivíduos

que tiveram seu quadro depressivo diminuído passaram a se exercitar com maior

regularidade.

Estas constatações juntamente com os resultados do presente estudo mostram

que certos grupos podem estar em risco pela inatividade física, condição que permite

inferências relacionadas às conseqüências negativas na QV, o que por sua vez reflete na

saúde psico-social do indivíduo.

Deste modo, ao analisar o processo de envelhecimento como uma etapa com

perdas e ganhos em diferentes áreas, a AF pode ser um meio para minimizar o impacto

das perdas biológicas e maximizar os ganhos psicológicos e sociais desta etapa da vida

(CHAIMOWICZ, 1997; LEBRÃO et. al., 2003).

Assim, a ausência de incontestáveis evidências, permite a elaboração de

hipóteses, na qual a pratica de AF estaria possivelmente resultando numa série de

alterações fisiológicas e bioquímicas envolvidas com a liberação de neurotransmissores

(noradrenalina e serotonina), auxiliando a redução dos escores indicativos de depressão

e ansiedade, uma vez que alguns desses neurotransmissores contribuem para o

aparecimento ou redução dessas doenças. Corroborando com esta hipótese Lopes

(2001), acredita que exista uma possibilidade da existência de uma relação entre a

redução da massa corporal e do percentual de gordura com a redução das concentrações

plasmáticas de 5-HT (serotonina). Estas alterações podem estar relacionadas com as

alterações bioquímicas citadas por Costil et. al., (1971), nas quais um aumento nas

concentrações plasmáticas de ácidos graxos livres é observado após exercícios

prolongados, em decorrência da lipólise. Uma vez que os AGLs (ácidos graxos livres)

deslocam a albumina do Trp (triptofano), aumentando, as concentrações do Trp-1

33

(triptofano livre), sendo este responsável pela síntese de 5-HT. Pactuando com estas

alterações, os principais concorrentes do Tr-l, para ultrapassar a barreira hemato-

encefálica, os aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) sofrem uma redução em suas

concentrações no plasma, em conseqüência do aumento de sua capacitação e oxidação

pelos músculos exercitados. Esta redução plasmática de AACR induz a um aumento da

proporção de Trp-1/AACR, e a probabilidade de locomoção dos Trp-1 para os níveis

centrais torna-se maior, elevando, por conseguinte, as concentrações de 5 HT. Isto é,

estas alterações poderiam possivelmente explicar a diminuição dos sintomas de

ansiedade e depressão relacionada à prática de exercícios e a melhor QV dos idosos

neste estudo.

Outras explicações para os achados deste estudo podem estar relacionadas com

fatores como o tipo de exercício realizado, a interação social proporcionada pelo centro

de convivência, a influência do grupo, aptidão física funcional melhorada e aumento da

auto-estima que provavelmente contribuíram para a redução dos sintomas de ansiedade

e depressão e para uma melhor QV.

Assim, a AF contribui de diferentes maneiras para melhorar a condição clínica

geral e a condição mental do idoso. Desta forma, os idosos, ao perceberem que são

fisicamente capazes, vivem um sentimento de competência, que os leva a acreditar na

própria capacidade de realizar tarefas e a serem mais persistentes frente aos possíveis

insucessos ou situações potencialmente desvantajosas (MOTA, 2002).

Este estudo mostra que, a prática da AF influencia na QV e promove a

diminuição dos sintomas de ansiedade e depressão, de modo que tanto a saúde física

quanto a mental pode ser preservada nos idosos. Estas constatações merecem uma

atenção especial no que diz respeito à intervenção nesta realidade, estimulando assim,

que o idoso sedentário se torne ativo e, com isto assegurem o viver independente e o

bem-estar psicológico do idoso.

O presente estudo apresenta como limitação não ter sido feito as dosagens dos

neurotransmissores, noradrenalina e serotonina, pois poderiam fornecer evidências mais

consistentes e hipóteses mais claras para os mecanismos envolvidos nesta relação.

Futuros estudos poderão esclarecer possíveis processos fisiológicos e

psicológicos responsáveis por este efeito. Além disso, estudos longitudinais seriam

34

importantes para investigar se a contribuição da AF pode se modificar ao longo do

tempo/em relação ao estado de saúde do idoso.

35

7. CONCLUSÕES

- A AF tem um papel importante na melhoria da QV e na diminuição dos

sintomas de ansiedade e depressão dos idosos.

- O nível de AF influencia a QV, em especial no aspecto físico, capacidade

funcional, vitalidade, bem como os aspectos sociais e o estado psicológico em que o

idoso se encontra.

- Os idosos ativos apresentam melhor QV e com menos sintomas de ansiedade e

depressão do que os idosos que não praticam AF.

36

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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45

ANEXOS

46

ANEXO A

Carta de Autorização

Cuiabá, 12 de junho de 2007.

Prezada Srª Suely Benedita Soares de Lara Gerente do Centro de Convivência Padre Firmo Lucineide da Silva Santos e o Profº. Drº. Ângelo Piva Biagini, do Programa de

Pós-Graduação de Mestrado em Fisioterapia do UNITRI, estamos autorizados pelo

CEP-UNITRI, a realizar coleta de dados da seguinte pesquisa: “Nível de Atividade

Física e sua relação com Qualidade de Vida, Ansiedade e Depressão em Idosos não-

istitucionalizados” com os idosos do Centro de Convivência Padre Firmo e da

comunidade.

Para a realização da mesma, utilizarei apenas questionários de qualidade de vida

(SF-36), atividade física (Baecke Mofificado para Idosos) e a escala de ansiedade e

depressão (HAD), sendo estes, métodos não-invasivos e que não oferecem riscos à

saúde dos voluntários.

Portanto, solicito a sua autorização para que se possa realizar no Centro de

Convivência Padre Firmo a coleta de dados citada acima.

Colocamo-nos à sua disposição para os esclarecimentos que se fizerem

necessários.

Atenciosamente, __________________________________ Ângelo Piva Biagini Docente do mestrado em fisioterapia da UNITRI __________________________________ Lucineide da Silva Santos Fisioterapeuta Autorizo,__________________________

Suely Benedita Soares de Lara

47

ANEXO B

48

ANEXO C

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

“Nível de Atividade Física e sua Relação com Qualidade de Vida, Atividade de

Vida Diária, Ansiedade e Depressão em Idosos não-institucionalizados”.

Este é um estudo que avaliará a qualidade de vida, o nível de atividade física, a

ansiedade e depressão de idosos com idade entre 65 e 85 anos. Para isso utilizaremos

três questionários, aos quais você deverá responder. Eles avaliarão seu nível de

atividade física, qualidade de vida e nível de ansiedade e depressão. Essas informações

estão sendo fornecidas para sua participação voluntária nesse estudo.

Não será realizada nenhuma intervenção invasiva (cortes ou retirada de

sangue) sendo necessário apenas que se responda aos questionários. Não há nenhum

risco e nem desconforto para o voluntário. Não há, também, nenhum benefício direto

para o participante.

É garantida a você a liberdade da retirada de consentimento a qualquer

momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo. As informações

obtidas serão analisadas em conjunto com outros participantes, não sendo divulgada

a identificação de nenhum voluntário.

É seu direito manter-se atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa, ou

de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores. Você não terá nenhuma

despesa pessoal em qualquer fase desse estudo. Também não há compensação

financeira relacionada à sua participação. Em caso de publicação do estudo, será

mantido o sigilo do pesquisado.

Em qualquer etapa desse estudo você poderá ter acesso aos profissionais

responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. A principal

investigadora é Lucineide da Silva Santos, RG: 07356269 SSP/MT, CPF:

62180550197, que pode ser encontrada na Rua: Guilherme Victorino, nº138, Edifício

49

Primus, Aptº 104, Miguel Sutil, Cuiabá/MT, CEP: 78048322; telefones: (065)

30254912 e (065) 84074113.

Tendo obtido com clareza e assimilado todas as informações acima citadas:

Eu,........................................................................................, RG...........................,

acredito ter sido suficientemente informado (a) a respeito das informações que li sobre o

estudo “Nível de atividade física e sua relação com qualidade de vida, ansiedade e

depressão em idosos não-institucionalizados”.

Eu discuti com a pesquisadora Lucineide da Silva Santos sobre minha decisão

em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo,

os procedimentos a serem realizados, as garantias de confidencialidade e de

esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de

despesas. Concordo, voluntariamente, em participar deste estudo e concordo com a

publicação dos resultados, mantido o sigilo do meu nome. Poderei retirar o meu

consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou

prejuízo, ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido.

______________________________ Data ___/____/___

Assinatura do paciente

______________________________ Data ___/____/___

Assinatura da Testemunha

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido deste voluntário ou representante legal para a participação neste estudo.

______________________________ Data ___/____/___

Pesquisadora

50

ANEXO D

VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados sobre como você se sente e quão bem você é capaz de fazer suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro(a) ou em dúvida em como responder, por favor, tente responder o melhor que puder. 1. Em geral, você diria que sua saúde é: (circule uma)

Excelente Muito boa Boa Ruim Muito ruim 1 2 3 4 5

2. Comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral, agora? (circule

uma)

Muito melhor Um pouco melhor

Quase a mesma Um pouco pior Muito pior

1 2 3 4 5

3. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido a sua saúde, você teria dificuldade para fazer essas atividades? Neste caso, quanto? (circule um número em cada linha)

Atividades Sim. Dificulta

muito Sim. Dificulta um pouco

Não. Não dificulta de modo algum

a- Atividades vigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos.

1 2 3

b- Atividades moderadas, tais como mover um mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.

1 2 3

c- Levantar ou carregar mantimentos. 1 2 3 d- Subir vários lances de escada. 1 2 3 e- Subir um lance de escada. 1 2 3 f- Curvar - se, ajoelhar – se ou dobrar – se.

1 2 3

g- Andar mais de um quilômetro. 1 2 3 h- Andar vários quarteirões. 1 2 3 i- Andar um quarteirão. 1 2 3 j- Tomar banho ou vestir - se 1 2 3

51

4. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu trabalho

ou com alguma atividade diária regular, como conseqüência de sua saúde física?(circule uma em cada linha)

Sim Não a- Você diminui a quantidade de tempo que dedicava – se ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b- Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras atividades? 1 2 d- Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p.ex: necessitou de um esforço extra)?

1 2

5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu trabalho

ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como sentir – se deprimido ou ansioso)? (circule uma em cada linha)

Sim Não a- Você diminui a quantidade de tempo que dedicava – se ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b- Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c- Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz?

1 2

6. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais

interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, vizinhos, amigos ou em grupo? (circule uma)

De forma nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas? (circule uma)

Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave 1 2 3 4 5 6

8. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com o seu trabalho normal (incluindo

tanto o trabalho, fora de casa e dentro de casa)? (circule uma)

De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5

52

9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor, dê uma resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente em relação às últimas 4 semanas. (circule um número para cada linha)

Todo tempo

A maior parte do tempo

Uma boa parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

a- Quanto tempo você tem sentido cheio de vigor, cheio de vontade, cheio de força?

1 2 3 4 5 6

b- Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa nervosa?

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode animá – lo?

1 2 3 4 5 6

d- Quanto tempo você tem se sentido calma e tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e- Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f- Quanto tempo você tem se sentido desanimado e abatido?

1 2 3 4 5 6

g- Quanto tempo você tem se sentido esgotado?

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo você tem se sentido cansado?

1 2 3 4 5 6

10. Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou problemas

emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc.)? (circule uma)

Todo tempo

A maior parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nenhuma parte do tempo

1 2 3 4 5

53

11. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? (circule um número em cada linha)

Definitivamente verdadeiro

A maioria das vezes verdadeira

Não sei A maioria das vezes

falso

Definitiva-mente falsa

a- Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas.

1 2 3 4 5

b- Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço.

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha saúde vai piorar.

1 2 3 4 5

d- Minha saúde é excelente. 1 2 3 4 5

54

ANEXO E

QUESTIONÁRIO DO NÍVEL DE ATIVIDADE DE BAECKE MODIFICADO (VOORRIPS et al., 1991)

Nome:____________________________________________________________

Sexo: M F

Peso ____kg Altura _____cm IMC:_________________________

Data da coleta:___/___/___

I. ATIVIDADES DE CASA

1. Você realiza algum trabalho leve em sua casa? (lavar louça, consertar roupas, tirar pó,

aguar plantas, etc.).

0. nunca (menos de 1 vez por mês)

1. às vezes (somente quando um parceiro ou ajudante não está disponível)

2. quase sempre (às vezes com ajudante)

3. sempre (sozinho ou com ajuda)

2. Você realiza algum trabalho pesado em sua casa? (lavar pisos e janelas, carregar

lixos, lavar carro, etc.).

0. nunca (menos de 1 vez por mês)

1. às vezes (somente quando um parceiro ou ajudante não está disponível)

2. quase sempre (às vezes com ajudante)

3. sempre (sozinho ou com ajuda)

3. Para quantas pessoas você mantém a casa incluindo você mesmo? (preencher 0 se

respondeu nunca nas questões 1 e 2).

__________________________________________________________________

55

4. Quantos cômodos você tem que limpar, incluindo cozinha, quarto, garagem,

banheiro, porão? (preencher 0 se respondeu nunca nas questões 1 e 2).

0. nunca faz trabalhos domésticos

1. 1-6 cômodos

2. 7-9 cômodos

3. 10 ou mais cômodos

5. Se limpa algum cômodo, em quantos andares? (preencher 0 se respondeu nunca na

questão 4)

__________________________________________________________________

6. Você prepara refeições quentes para si mesmo, ou ajuda a preparar?

0. nunca

1. às vezes (1 ou 2 vezes por semana)

2. quase sempre (3 a 5 vezes por semana)

3. sempre (mais de 5 vezes por semana)

7. Quantos lances de escada você sobe por dia? (1 lance de escadas tem 10 degraus)

0. eu nunca subo escadas

1. 1-5

2. 6-10

3. mais de 10

8. Se você vai para algum lugar em sua cidade, que tipo de transporte utiliza?

0. eu nunca saio

1. carro

2. transporte público

3. bicicleta

4. caminhando

56

9. Com que freqüência você faz compras?

0. nunca ou menos de 1 vez por semana

1. 1 vez por semana

2. 2-4 vezes por semana

3. todos os dias

10. Se você vai para as compras, que tipo de transporte você utiliza?

0. eu nunca vou às compras

1. carro

2. transporte público

3. bicicleta

4. caminhando

II. ATIVIDADES ESPORTIVAS

Você pratica algum esporte? (bocha, ginástica, natação, hidroginástica, caminhada, etc.)

Esporte1:

Nome: __________________________________________________________

Intensidade: __________________________________________(ver tabela)

Horas por semana: ____________________________________________________

Quantos meses por ano: _______________________________________________

Esporte 2:

Nome: ______________________________________________________________

Intensidade: __________________________________________(ver tabela)

Horas por semana: ____________________________________________________

Quantos meses por ano: _______________________________________________

57

III. ATIVIDADES DE LAZER

Você tem alguma atividade de lazer? (tricô, bordados, leitura, assistir TV, passear com

o cão, bingo, danças de salão, conversar com amigos, jogar baralho, truco, etc.).

Atividade 1:

Nome: ______________________________________________________________

Intensidade: __________________________________________(ver tabela)

Horas por semana: ____________________________________________________

Quantos meses por ano: _______________________________________________

Atividade 2:

Nome: ______________________________________________________________

Intensidade: __________________________________________(ver tabela)

Horas por semana: ___________________________________________________

Quantos meses por ano: _______________________________________________

58

ANEXO F

CÓDIGOS PARA O QUESTIONÁRIO DE BAECKE MODIFICADO PARA

IDOSOS POR VOORRIPS ET AL. (1991)

CÓDIGO DA INTENSIDADE

INTENSIDADE CÓDIGO

0: deitado, relaxado 0.028

1: sentado, relaxado 0.146

2: sentado, movimentos das mãos ou braços 0.297

3: sentado, movimentos corporais 0.703

4: postura ereta, relaxado 0.174

5: postura ereta, movimentos das mãos ou braços 0.307

6: postura ereta, movimentos corporais, caminhada 0.890

7: caminhando, movimentos das mãos ou braços 1.368

8: caminhando, movimentos corporais, andando de bicicleta, nadando

1.890

CÓDIGO DE HORAS POR SEMANA

HORAS POR SEMANA CÓDIGO

1: menos do que 1h/sem. 0.5

2: 1-< 2h/sem. 1.5

3: 2-< 3h/sem. 2.5

4: 3-< 4h/sem. 3.5

5: 4-< 5h/sem. 4.5

6: 5-< 6h/sem. 5.5

7: 6-< 7h/sem. 6.5

8: 7-< 8h/sem. 7.5

9: 8 ou mais h/sem. 8.5

59

CÓDIGO DE MESES POR ANO

HORAS POR SEMANA CÓDIGO

1: menos do que 1 mês/ano 0.04

2: 1-3 mês/ano 0.17

3: 4-6 mês/ano 0.42

4: 7-9 mês/ano 0.67

5: mais do que 9 meses/ano 0.92

* Código da intensidade da menor unidade, originalmente baseado no gasto de energia.

60

ANEXO G

ESCALA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO - HAD

Nome:

Idade: Escolaridade: Estado Civil:

Profissão: Ocupação

Diagnóstico: Data : ______/______/________ Eu me sinto tenso ou contraído: ( ) A maior parte do tempo ( ) Boa parte do tempo ( ) De vez em quando ( ) Nunca Eu ainda sinto gosto pelas mesmas coisas de antes: ( ) Sim, do mesmo jeito que antes ( ) Não tanto quanto antes ( ) Só um pouco ( ) Já não consigo ter prazer em nada Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer ( ) Sim, e de jeito muito forte ( ) Sim, mas não tão forte ( ) Um pouco, mas isso não me preocupa ( ) Não sinto nada disso Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas ( ) Do mesmo jeito que antes ( ) Atualmente um pouco menos ( ) Atualmente bem menos ( ) Não consigo mais Estou com a cabeça cheia de preocupações ( ) A maior parte do tempo ( ) Boa parte do tempo ( ) De vez em quando ( ) Raramente Eu me sinto alegre ( ) Nunca ( ) Poucas vezes ( ) Muitas vezes ( ) A maior parte do tempo

61

Consigo ficar sentada à vontade e me sentir relaxado ( ) Sim, quase sempre ( ) Muitas vezes ( ) Poucas vezes ( ) Nunca Eu estou lento para pensar e fazer coisas ( ) Quase sempre ( ) Muitas vezes ( ) De vez em quando ( ) Nunca Eu tenho uma sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um aperto no estômago ( ) Nunca ( ) De vez em quando ( ) Muitas vezes ( ) Quase sempre Eu perdi o interesse em cuidar da minha aparência ( ) Completamente ( ) Não estou mais me cuidando como eu deveria ( ) Talvez não tanto quanto antes ( ) Me cuido do mesmo jeito que antes Eu me sinto inquieto, como se eu não pudesse ficar parado em lugar nenhum ( ) Sim, demais ( ) Bastante ( ) Um pouco ( ) Não me sinto assim Fico esperando animado as coisas boas que estão por vir ( ) Do mesmo jeito que antes ( ) Um pouco menos que antes ( ) Bem menos do que antes ( ) Quase nunca De repente, tenho a sensação de entrar em pânico ( ) A quase todo momento ( ) Várias vezes ( ) De vez em quando ( ) Não senti isso Consigo sentir prazer quando assisto um bom programa de televisão, de rádio, ou quando leio alguma coisa ( ) Quase sempre ( ) Várias vezes ( ) Poucas vezes ( ) Quase nunca

62

Anexo H

Valores individuais dos idosos: idade; NAF; HAD (escala de ansiedade e depressão) e

os domínios do questionário SF-36 (capacidade funcional; aspectos físicos; dor; estado

geral saúde; vitalidade; aspectos sociais; aspectos emocionais; saúde mental).

Paciente

Idade NAF HAD-A

HAD-D

capacidade funcional

aspectos físicos

dor estado geral saúde

vitalidade

aspectos sociais

aspectos emocionais

saúde mental

1 70 14,6 12 9 70 0 10 92 70 62,5 0,00 68 2 76 8,0 3 9 80 25 100 85 80 62,5 0,00 84 3 69 7,8 9 10 15 75 100 50 65 37,5 66,67 56 4 69 21,8 0 2 100 75 100 92 100 100 100 100 5 67 10,4 10 5 30 25 51 65 15 62,5 33,33 48 6 68 20,6 3 4 95 75 51 67 85 100 100 92 7 78 12,3 1 0 95 100 84 92 100 100 100 100 8 72 9,15 1 0 65 100 100 95 90 50 100 96 9 68 11,7 0 0 95 50 51 97 90 87,5 100 100 10 70 24,2 6 8 70 0 41 87 75 75 0 68 11 74 13 4 4 85 0 41 52 95 75 100 96 12 70 10,2 3 0 30 25 31 92 60 100 100 84 13 66 9,04 11 6 55 0 61 45 25 62,5 100 24 14 70 8,53 5 3 20 100 61 52 75 75 100 92 15 69 22,6 7 0 30 50 20 70 75 87,5 33,33 84 16 70 22,9 8 3 100 50 100 92 100 100 100 96 17 75 9,22 1 5 75 75 72 75 75 87,5 100 96 18 75 9,32 4 4 35 0 40 82 60 62,5 33,33 72 19 68 8,48 3 0 70 100 74 72 85 87,5 100 96 20 70 12,7 15 3 100 150 40 52 100 62,5 100 72 21 68 8,45 10 5 50 25 41 67 60 62,5 33,33 68 22 67 6,05 7 2 70 100 52 67 80 100 100 72 23 66 26,3 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 24 76 16,9 4 1 95 100 61 72 90 100 100 88 25 69 33,7 7 1 95 100 100 77 90 100 100 80 26 75 6,42 10 9 10 0 31 80 55 87,5 33,33 48 27 67 19,4 5 3 95 75 100 92 75 100 33,33 68 28 72 12,8 2 1 100 100 100 97 100 100 100 92 29 73 16,1 11 6 20 50 41 62 40 100 66,67 60 30 78 11,5 5 0 15 0 30 80 40 62,5 33,33 44 31 70 36,6 1 0 100 100 100 92 75 100 100 84 32 69 8,86 1 0 100 75 100 87 100 100 100 96 33 65 16,6 15 6 25 0 72 52 55 100 66,67 60 34 81 25,2 5 9 95 100 100 85 95 100 100 80 35 65 10,5 4 4 55 100 72 82 85 100 100 80 36 74 4,47 17 7 20 0 32 60 35 50 0 52 37 77 16,8 3 6 90 0 64 82 90 75 100 88 38 71 11,1 8 3 65 100 61 72 60 100 100 68 39 65 9,73 2 3 95 100 51 87 95 100 100 92 40 74 11,1 10 11 95 100 100 42 85 87,5 100 48 41 73 7,85 2 4 60 25 72 77 70 100 0 68 42 80 2,15 1 2 35 0 22 85 80 12,5 0 92 43 70 1,7 9 2 95 25 61 72 80 75 0 64 44 72 4,68 16 11 30 0 0 45 15 37,5 0 24 45 73 3,98 1 2 35 0 62 92 70 12,5 0 80 46 73 2,92 5 11 75 25 100 40 50 50 100 64 47 67 6,45 9 2 80 100 61 70 70 50 100 60 48 70 4,38 0 0 95 100 72 92 95 100 100 100 49 78 1,58 4 3 75 100 61 52 55 87,5 33,33 48 50 72 3,92 11 12 40 0 12 80 65 75 0 56 51 69 10,4 10 1 90 100 61 87 85 50 100 80 52 68 12,4 8 5 80 0 52 92 60 0 100 40 53 65 19,3 9 0 90 25 61 92 50 75 100 56 54 65 20,9 5 0 100 100 100 92 70 62,5 100 68 55 66 21,5 5 3 80 25 100 67 90 75 0 68

63

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