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À CONVERSA COM... Nuno Luz Melhor Aluno 2008/2009 DE FORA CÁ DENTRO Luís Braga (RAR) DEPOIS DO ISEP Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro (Evoleo Technologies)

ISEP.BI 08

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Boletim Informativo do Instituto Superior de Engenharia do Porto.

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Page 1: ISEP.BI 08

À CONVERSA COM...Nuno LuzMelhor Aluno 2008/2009

DE FORA CÁ DENTROLuís Braga(RAR)

DEPOIS DO ISEPRodolfo Martins e Pedro Ribeiro(Evoleo Technologies)

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02 ÍNDICE

04 A RETER

12 À CONVERSA COM...

16 DESTAQUE

20 INVESTIGAÇÃO À LUPA

27 PROVAS DE DOUTORAMENTO

03 EDITORIAL» João Rocha - Presidente do ISEP

04 A RETER» ISEP Fora de Portas» 5ª Conferência Internacional CDIO» RoboCup 2009

06 EVENTOS» XIII Encontro de Engenheiros Geotécnicos» EU/Meeting 2009» Workshop “Análise de Ideias de Investigação”» Água para a Sustentabilidade» IX Conferência OUTOKUMPU» Cloud Computing» Aprofundar Bolonha» Feira do Emprego e do Empreendedorismo» Desafi o de Empreender no século XXI» International Spring Week

12 À CONVERSA COM...» Nuno Luz: melhor aluno 2008/2009

14 DE FORA CÁ DENTRO» Luís Braga (RAR)

16 DESTAQUE» ISEP associa-se aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

19 DEPOIS DO ISEP» Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro (Evoleo Technologies)

20 INVESTIGAÇÃO À LUPA» Dois projectos ISEP patenteados

22 A NOSSA TECNOLOGIA» GECAD ajuda a prever falências

24 BREVES» Geotecnia destaca-se em Hong Kong» João Lima Lopes vence Best Poster Award no “Materiais 2009”» Prémio REN 2008» Carlos Ramos dirige edição especial da revista IEEE » Seminário sobre Explosivos e Operações de Desmonte» ISEP no projecto europeu TERMARED» Dia Internacional do Museus» Seminários de Investigação CISTER» ISEP recebe visita de perito belga em Métodos Electroquímicos» 2º curso de “Segurança da Informação: da Tecnologia aos Processos”» Seminário National Instruments» Dia Mundial da Criança» 30º aniversário aeISEP

» Jorge Duarte» Jorge Santos

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03EDITORIAL

ISEP.BI 08_FICHA TÉCNICA

PROPRIEDADE ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha EDIÇÃO ISEP|DCI - Divisão de Cooperação e Imagem REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP|DCI|GD 09IMPRESSÃO DL-PUBLICIDADE TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07CONTACTOS DCI|ISEP - Divisão de Cooperação e Imagem » Rua Dr. António Bernardino de Almeida, nº 431 | 4200-072 Porto - Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail [email protected]

EDITORIAL

01APARELHO DE CORRENTES FOUCAULTMPL242OBJ . MUSEU DO ISEP

Colecção Electrotecnia

02PRENSA HIDRÁULICA

MPL473OBJ . MUSEU DO ISEP

Colecção Civil/Materiais de Construção

01

02

Mais um ano que se inicia no ISEP. E uma vez mais traçamos, para um futuro próximo, alguns ob-jectivos que consideramos fundamentais cumprir. Em primeiro lugar, é uma das missões primor-diais do Instituto fomentar o contacto entre os seus alunos e o mundo empresarial. Para tal, são inúmeras as parcerias que todos os anos são fi rmadas com empresas dos mais variados sectores, de Norte a Sul do país, e mesmo um pouco por todo o mundo. Seja nos programas Erasmus, nas aulas pontuais com professores vindos de outras instituições, nas conferências e eventos realiza-dos em parceria com tantas outras entidades, o ISEP procura saber dar a conhecer o melhor que tem e proporcionar aos seus alunos a melhor aprendizagem possível.

E como para estar bem por fora, temos de estar “bem por dentro”, o ISEP tenta sempre que todos os elementos da comunidade tenham ao seu dispor os recursos necessários para a con-cretização dos seus projectos. As iniciativas de simplifi cação administrativa que têm vindo a ser implementadas, com especial destaque neste início de ano para as matrículas dos novos alunos efectuadas exclusivamente online, constituem uma forma de facilitarmos os processos e a vida da nossa comunidade, dando-lhes mais tempo para outros assuntos.

Tal como tem vindo a ser registado, o ISEP não descura a sua relação com a comunidade e com o mundo empresarial. O novo site, o novo fi lme institucional e as inúmeras actividades realizadas em prol da sociedade são a prova que o ISEP é uma Escola aberta à comunidade que quer cres-cer, cada vez mais, em harmonia com o ambiente que a rodeia.

E porque a responsabilidade social é, precisamente, uma das grandes preocupações do ISEP, apresentamos na edição número oito do ISEP.BI um pouco mais do trabalho desenvolvido no âmbito do projecto ODM ‒ Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Os testemunhos dos alunos, a reacção às acções desenvolvidas, tudo descrito neste boletim para que possamos saber um pouco mais sobre aquilo que o ISEP faz fora de portas, em prol da comunidade.

Também de fora chega-nos a RAR ‒ Refi narias de Açúcar Reunidas, que é apresentada neste boletim pela voz de um ex-aluno do Instituto. É mais um exemplo de empresas que, estando “De fora cá dentro”, podem contribuir para a formação pessoal e profi ssional dos futuros enge-nheiros.

Paula Escudeiro e Eduardo Silva são “investigados à lupa” para nos apresentarem dois projectos que enchem de orgulho a comunidade do ISEP. São dois trabalhos em áreas muito diferentes, a robótica e a informática, mas com uma semelhança fundamental: ambos deram origem a pa-tentes. Nesta edição vamos fi car a saber qual o processo pelo qual passa um projecto até ser patenteado, o caminho que tem de ser traçado e a vantagem de uma distinção deste género.

Nesta edição de “regresso” há ainda tempo para conhecer um antigo aluno arrojado, uma tec-nologia inovadora e um pouco daquilo que aconteceu no ISEP nos últimos meses. Mas para descobrir mais, o melhor é mesmo folhear as páginas que se seguem e deixar-se levar pelo es-pírito ISEP.

João RochaPresidente

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04 A RETER

ISEP FORA DE PORTASNo seguimento da campanha “ISEP Fora de Portas”, iniciada em Março com a visita do Laboratório de Sis-temas Autónomos (LSA) ao Norteshopping, em Abril e Maio foi a vez de montarmos exposições interacti-vas de Engenharia Informática e Engenharia Civil em Senhora da Hora.

Entre 24 e 26 de Abril, o Departamento de Engenharia Informática via-jou até ao Norteshopping para demonstrar as principais novidades da área. A exposição apostou na interactividade e em personalizar activi-dades para aos diferentes públicos: dos mais novos aos graúdos; dos peritos informáticos aos curiosos de passagem.

Entre as várias ofertas na mostra de informática, demonstramos como se desmonta e monta um computador, explicando pelo caminho quais são os seus componentes e respectivas funcionalidades; os visitantes puderam testar vários jogos interactivos e de realidade virtual criados por alunos de Engenharia Informática da nossa escola e ensinamos ain-da a explorar o sistema operativo Linux e demos dicas práticas sobre como montar um rede doméstica ou preservar a segurança dos com-putadores pessoais.

O Departamento de Engenharia Civil foi o nosso porta-voz no centro comercial entre 22 a 24 de Maio. Esta exposição pretendia contribuir para desvendar alguns aspectos do quotidiano de um engenheiro civil, mas igualmente ajudar a desmistifi car alguns fenómenos do mundo da construção.

Para os mais novos, concebemos algumas actividades especiais. Atra-vés de simulações, medições e experimentações, puderam desenhar pontes e analisar o seu funcionamento, tirar fotografi as termográfi cas ou fazer experiências acústicas, entre outras actividades. Por outro lado, e numa época em que se debate a segurança das construções e o conforto nos edifícios, esta iniciativa serviu igualmente para esclarecer dúvidas sobre conservação e restauro de habitações, assim como para indicar soluções de racionalização energética.

As exposições de Engenharia Informática e Engenharia Civil seguiram-se à mostra do Laboratório de Sistemas Autónomos (LSA), que levou robôs terrestres e marítimos de busca e salvamento, aviões de monito-rização ambiental e algumas estrelas de futebol robótico a Senhora da Hora. Esta primeira iniciativa tinha servido para mostrar um pouco da mais avançada tecnologia portuguesa.

A campanha “ISEP Fora de Portas” insere-se na estratégia de maior abertura e promoção do diálogo que a nossa instituição tem vindo a implementar. Enquanto instituição superior de ensino público de en-genharia, acreditamos que a tecnologia faz avançar as sociedades e

queremos abrir os nossos casos de sucesso às empresas e às famílias. As exposições foram também especialmente dedicadas a todos os fu-turos candidatos ao ensino superior, por representarem oportunidades únicas para viverem a engenharia de perto.

Entre Março e Maio, o Norteshopping foi um ponto de encontro espe-cial entre as famílias e o ensino superior, um momento para convívio e para descobrir o que de melhor se faz ao nível da engenharia a nível nacional.

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05A RETER

O ISEP participou na 5th International CDIO Conference - Reframing Engineering Education: Impact and Future Direction. Este encontro, que teve lugar em Singapura, entre 7 e 10 de Junho, serviu para reunir algumas das principais escolas mundiais e debater reformas no ensino superior da engenharia.

A nossa participação pretendeu divulgar alguns contributos inova-dores que a nossa escola tem vindo a implementar nos métodos de ensino/aprendizagem. O ISEP está já numa fase bastante avançada de implementação de dois cursos com as melhores práticas do CDIO, de-signadamente a licenciatura e o mestrado em Engenharia Informática. E duas das apresentações nesta conferência estiveram relacionadas com unidades curriculares da licenciatura.

Por outro lado, a participação do ISEP aproveitou ainda este encontro para alertar para o contributo que as escolas de engenharia podem dar para o cumprimento dos Objectivos do Milénio. Acordados em 2000, nas Nações Unidas, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) defi nem oito metas concretas para promover o desenvolvi-mento global até 2015, que vão da redução da pobreza e promoção do ensino básico universal ao empoderamento feminino ou à susten-tabilidade ambiental. O ISEP, enquanto escola pública de tecnologia, compromete-se com esta causa como parte da nossa responsabilidade para com o futuro. Juntamente com os nossos parceiros, vamos pro-mover eventos de celebração dos ODM.

A nossa escola participou com a presença de três docentes. Eduarda Pinto Ferreira e Ângelo Martins foram responsáveis pelas comunica-ções “Active Learning in Large Introductory Classes in Mathematic” e “Software Development Process at LEI ISEP”. Na conferência, foi ainda apresentado por Delminda Lopes o poster “A Week Long Event of Mil-lenium Development Goals”, em antevisão da Semana dos Objectivos do Milénio, que está a ser organizada para Outubro, no Porto.

O objectivo do consórcio CDIO passa por reformular paradigmas do ensino da engenharia com vista à formação dos engenheiros do séc. XXI. Reúne instituições de renome, como o MIT (Massachusetts Insti-tute of Technology), o Politecnico di Milano, a U.S. Naval Academy, o Singapore Polytechnic, a University of Sidney ou a Chalmers University. O ISEP é o único representante português neste consórcio.

ROBOCUP 2009ISEPORTO LSA ESTEVE LÁ

5ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL

A equipa ISePorto, de futebol robótico do ISEP, marcou presença no RoboCup 2009, que decorreu em Graz, Áustria, entre 29 de Junho e 5 de Julho.

Englobando um simpósio científi co, demonstrações e competições em diversas ligas (desde futebol robótico a busca e salvamento ou apoio doméstico), a RoboCup 2009 é um dos principais eventos inter-nacionais na área da robótica.

O ISEP participou na prova rainha do futebol robótico, a Middle Size League, com a nossa equipa de 5 robôs autónomos, totalmente de-senvolvida por alunos e docentes. Presentes na competição estiveram equipas oriundas de mais de 40 países, incluindo algumas das melho-res instituições de ensino superior a nível mundial.

A presença na RoboCup 2009 foi assegurada por estudantes da licen-ciatura e mestrado em Engenharia Electrotécnica, acompanhados por alguns docentes. A equipa ISePorto é uma iniciativa do Laboratório de Sistemas Autónomos (LSA), um grupo de investigação do ISEP que tem por objectivo o desenvolvimento de investigação científi ca nas áreas associadas à robótica móvel, destacando-se igualmente os projectos de aeronaves não-tripuladas e veículos marítimos de superfície autó-nomos.

Desde 2001, o ISEP tem participado em diversos campeonatos e en-contros internacionais, evidenciando o que de melhor que se faz em robótica a nível nacional. Entretanto, está já a ser preparada a viagem a Singapura para a Robocup 2010.

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06 EVENTOS

Realizou-se no passado dia 4 de Abril o XIII Encontro de Engenhei-ros Geotécnicos. Subordinado ao tema “Geotecnia: da Concepção à Execução”, este evento pretendeu proporcionar uma plataforma de confraternização e troca de experiências entre diferentes gerações de profi ssionais.

Realizados de dois em dois anos, os encontros de engenheiros geotéc-nicos, para além de constituírem um momento de convívio entre pro-fi ssionais da área, representam igualmente um momento de destaque para a divulgação das mais recentes evoluções da disciplina. Esta 13ª edição focou-se nas principais inovações no âmbito da concepção e execução de obras, com especial atenção ao actual contexto das obras públicas em Portugal.

Recorrendo a exemplos práticos e casos de estudo de obras signifi cati-vas, designadamente ao nível do desmonte, obras de terra, escavações e contenções, obras marítimas e fl uviais e geoambiente, abordaram-se

várias soluções alternativas para ultrapassar problemas insuspeitos na fase de concepção. O objectivo era demonstrar a capacidade pró-acti-va dos engenheiros geotécnicos para enfrentar desafi os.

Entre os conferencistas convidados para este evento, estiveram pre-sentes nomes como João Falcão (ISEP e Tecnasol-FGE), Armando Ca-melo (ISEP e EDP), Brogueira Dias (ISEP e APDL) Manuel de Matos Fer-nandes e António Fiúza (FEUP), Ricardo Arez (MSF), Paulo Dias Carvalho (Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas) ou Cândido Ribeiro (A. M. MESQUITA).

A actual edição cumpriu ainda, e seguindo a tradição destes eventos, o objectivo de reunir diferentes gerações de engenheiros geotécnicos, visando não só a troca de experiência profi ssional, mas proporcionan-do também um momento de saudável contacto informal.

No ISEP, são leccionados os cursos de licenciatura e mestrado em Enge-nharia Geotécnica e Geoambiente.

XIII ENCONTRO DE ENGENHEIROS GEOTÉCNICOS

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07EVENTOS

Entre 29 e 30 de Abril, o European Chapter on Metaheuristics deslocou-se ao Porto, onde realizou um workshop subordinado ao tema “Debat-ing the Future: New Areas of Application and Innovative Approaches”. Este evento serviu de fórum à partilha de experiências entre cerca de 70 investigadores e outros profi ssionais ligados à área de aplicações emergentes.

Nas sessões participaram oradores provenientes de Portugal, Áustria, Bélgica, Brasil, França, Itália, México, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido. Destaque para as cinco comunicações apresentadas por um painel de peritos internacional onde constavam Thomas Stützle e Ber-nard Fortz (Free University of Brussels, Bélgica), Marc Sevaux (Univer-sité de Bretagne-Sud, França), Mikael Rönnqvist (Norwegian School of Economics and Business Administration, Noruega) e Celso Ribeiro (Uni-versidade Federal Fluminense, Brasil). Estas comunicações abordaram diversas técnicas e áreas de aplicação de meta-heurísticas (electrónica,

telecomunicações, indústria fl orestal e desporto).

No fi nal do segundo dia, o balanço do EU/MEeting 2009 destacou a qualidade científi ca do encontro e da sua organização. O workshop ser-viu para divulgar internacionalmente algumas das melhores práticas portuguesas.

A organização deste evento esteve a cargo de Ana Viana e Maria Teresa Costa, ambas docentes do ISEP, em colaboração com António Miguel Gomes, João Pedro Pedroso e Jorge Pinho de Sousa da Universidade do Porto e Celso Ribeiro, da Universidade Federal Fluminense (Brasil). Pela primeira vez, contou ainda com a associação de uma revista cien-tífi ca internacional - International Transactions in Operational Research ‒ que, juntamente com a participação da International Federation of Operational Research Societies contribuíram para alargar a divulgação deste encontro.

A ligação entre os mundos académico e empresarial é crucial para o desenvolvimento da nossa economia. Neste sentido é prioritário promover interacções e o Conselho Científi co do ISEP tem vindo a convidar empresas e empreendedores a virem ao nosso campus para apresentar os segredos do seu sucesso.

No passado dia 20 de Abril, Ricardo Morais veio ao ISEP apresentar o Idea Puzzle, um software que acelera a geração, análise, planeamento e avaliação científi ca de ideias de investigação. A análise científi ca de ideias de investigação é uma fase crucial no desenho de projectos de in-vestigação. De acordo com especialistas, é também a fase que envolve maior grau de incerteza no âmbito de mestrados e doutoramentos. É neste sentido que o software Idea Puzzle pode revolucionar métodos de trabalho científi co e de investigação e desenvolvimento. Uma aposta na inovação e competitividade.

Ricardo Morais lidera o conselho de administração da Idea Puzzle, S.A., é doutorado em gestão estratégica pela Jyväskylä University (Finlândia), licenciado em gestão pela Faculdade de Eco-nomia da Universidade do Porto e tem-se especializado em gestão estratégica de investigação, redes e internacionalização.

Este evento, reuniu um largo públicon, onde se reuniam mestrandos, doutorandos, investigado-res, docentes, avaliadores externos de investigação e directores de departamentos de invetiga-ção. “Análise de Ideias de Investigação” fez parte de uma série de encontros para apresentação de produtos e troca de saberes.

WORKSHOP: ANÁLISE DE IDEIAS DE INVESTIGAÇÃO

EU/MEETING 2009

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08 EVENTOS

No dia 15 de Maio, o ISEP acolheu o 1º workshop “Água para a Sus-tentabilidade: O Aproveitamento de Águas Pluviais”. Organizado pelo Colégio de Engenharia do Ambiente da Ordem dos Engenheiros (CEA-OE), este evento teve como objectivo dar a conhecer o estado da arte no que se refere ao aproveitamento das águas pluviais em projectos de arquitectura e engenharia.

Em Portugal, a sustentabilidade e o uso racional da água são preocupa-ções que devem estar presentes no quotidiano de todos os profi ssio-nais de engenharia e de arquitectura. A água é já um recurso escasso. Neste contexto, as vantagens do aproveitamento das águas pluviais são numerosas. Países como a Alemanha estabeleceram como regra básica de boas práticas o aproveitamento de águas pluviais para fi ns não potáveis. Estes sistemas integrados são desde há muito utilizados nos sectores da indústria, dos serviços e da habitação, bem como ao nível do planeamento urbano.

O evento foi aberto por, João Rocha, presidente do ISEP, António Guer-reiro de Brito (CEA-OE) e Luís Marinheiro (CEA-OE) e contou com os painéis “Aproveitamento de Águas Pluviais”, “Integração de Sistemas” e “Água e Sustentabilidade em Portugal”. Entre as comunicações, des-taque para “Rain Harvesting ‒ a Global Perspective”, por Klaus König, “Aproveitamento de Águas Pluviais em Projectos de Grande Dimensão ‒ a Experiência Brasileira”, por Guilherme Cosentino ou “The City of Ber-lin: Achievement and Operationality”, por Brigitte Reichmann. No pa-

norama português, Eugénia Sequeira e Elisabete Bertolo apresentaram “Situação Nacional ‒ uma Visão Global” e “Aproveitamento de Águas Pluviais ‒ a Realidade Portuguesa”. O evento terminou com uma mesa redonda moderada por Francisco Teixeira (ISEP) e que contou com os contributos de Arnaldo Machado, Adérito Mendes e Vítor Simões.

Este workshop tinha por objectivo dar a conhecer o estado da arte no aproveitamento das águas pluviais e contribuir para a divulgação de boas práticas em Portugal.

O ISEP, em colaboração com a OUTOKUMPU, realizou a nona edição das conferências dedicadas exclusivamente aos aços inoxidáveis. Destinado a empresas, investigadores e docentes, este é um dos maiores eventos académicos dedicados a este material de constru-ção, suas propriedades, aplicações e potencialidades.

A conferência centrou-se no sector da arquitectura e construção (Arquitecture, Building and Construction). A pertinência do tema atraiu ao nosso campus vários profi ssionais do meio e contou com forte presença de alunos de engenharias Mecânica e Civil.

IX CONFERÊNCIA OUTOKUMPUBUILDING EXCELLENCE ON STAINLESS STEEL

Entre os oradores convidados, destaque para a presença de vários nomes de reputação internacional, como William Muenzer (RE-BAR), Pedro Basco (BOHLER), Adão da Fonseca, Jesús González ou Rui Paulo (OUTOKUMPU). No decorrer do evento foi igualmente dada especial atenção a aspectos relacionados com a soldabilida-de, caracterização mecânica de aços inoxidáveis ou produtos da OUTOKUMPU. A conferência contou ainda com a demonstração de trabalhos práticos executados por alunos do ISEP e que incidiam na caracterização mecânica de três aços diferentes (inoxidáveis/duplex).

Este evento realizou-se no auditório magno do ISEP no dia 29 de Abril, tendo sido conduzido num formato bilingue, em português e espanhol.

1º WORKSHOPÁGUA PARA A SUSTENTABILIDADE

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O Politécnico do Porto e o ISEP, em parceira com a Fundação para a Computação Científi ca Nacional (FCCN), organizaram a 1ª conferência internacional “Cloudviews.org: Cloud Computing Conference 2009”, cujo tema principal foi “A Identidade da Nuvem”.

O cloud computing é um novo paradigma da Internet e baseia-se no armazenamento de dados em servidores externos, podendo o utiliza-dor aceder a eles independentemente do computador que usar.

Reconhecendo a importância que este novo paradigma oferece para a integração das actuais plataformas distribuídas e respectivas tecnolo-gias, a organização pretendeu promover um debate de ideias e experi-ências no âmbito da próxima geração de serviços baseados na Internet.

Este evento, de cariz tecnológico, teve lugar entre 28 e 29 de Maio, no Centro de Congressos do ISEP, e incluiu a participação de empresas

e individualidades, cujas contribuições inovadoras e signifi cativas são amplamente reconhecidas quer no universo empresarial, quer no uni-verso científi co. Microsoft, Clarke, Modet & Co., Salesforce, NRI Japan and OpenID Foundation, Citrix, Wyse ou Amazon Web Services foram alguns dos nomes presentes no ISEP.

Referência ainda para a realização, no último dia, da sessão"How to Be Part of the Cloud - Space for SMB Companies", destinada especifi ca-mente às micro, pequenas e médias empresas e aos alunos fi nalistas com perfi l empreendedor.

Na conclusão do evento, os dois dias de diálogo aberto contribuíram para o reconhecimento do contributo da cloud computing na revolu-ção das tecnologias de informação e no interface com os utilizadores. O sucesso da iniciativa deixa antever uma nova edição para 2010.

09EVENTOS

CLOUD COMPUTING 2009

O Grupo Português de Peritos de Bolonha esteve no ISEP, a 8 de Junho, para promover o seminário “Aprofundar Bolonha: Quadros de Qualifi -cações”. Este evento inseriu-se numa série de três encontros promovi-dos a nível nacional com o objectivo informar e debater as alterações trazidas pelo Processo de Bolonha.

O evento arrancou com a comunicação “Qualifi cations Frameworks: the Irish Experience”, com Norma Ryan, directora para a Promoção da Qualidade na University College Cork, a fazer referência à experiência irlandesa de implementação de Quadros de Qualifi cações. Seguiu-se Sebastião Feyo de Azevedo, vice-presidente da Ordem dos Engenhei-ros, que aprofundou a questão da equivalência de qualifi cações e sis-temas de qualidade como oportunidades para a mobilidade e coope-ração transnacional.

A importância da aprendizagem ao longo da vida para actualização de conhecimentos e aquisição de novas competências foi o tema que se

seguiu. Leonor Parreira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, apresentou a comunicação “Qualifi cação Profi ssional - O Pro-grama Gulbenkian de Formação Médica Avançada”, onde descreveu o inovador programa de bolsas para formação avançada de médicos da Fundação Gulbenkian.

Já da parte da tarde, os painéis “A Visão dos Empregadores” por João Carvalho (PT) e José Redondo (Bial) e “Doutores e Empreendedores” por Hugo Prazeres (Universidade do Porto e Infogene) foram duas ses-sões já focadas numa visão empresarial.

O seminário “Aprofundar Bolonha: Quadros de Qualifi cações” pretendeu sobretudo divulgar exemplos práticos das potencialidades inerentes a este processo. Bolonha consolida o mercado europeu e a aposta numa sociedade tecnológica e do conhecimento. Deste modo empresta a estudantes, instituições de ensino, mas sobretudo às empresas e em-pregadores uma oportunidade para projectarem a sua competitividade.

APROFUNDARBOLONHA

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10 EVENTOS

Com o aproximar do fi m de mais um ano lectivo, é tempo de pensar no futuro. No ISEP, estamos conscientes que as pessoas informadas fazem as melhores opções e apostamos em potenciar a integração profi ssio-nal dos nossos estudantes.

A 20 de Maio, realizou-se no nosso campus uma sessão de esclareci-mento sobre as oportunidades de inserção profi ssional ao abrigo dos estágios profi ssionais. O ISEP convidou técnicos do Instituto de Em-prego e Formação Profi ssional (IEFP) para falarem sobre os diferentes programas, processos da candidatura e benefícios para estagiários e entidades patronais. O evento serviu ainda para se falar das oportuni-dades de emprego dentro do espaço comunitário. Graças ao convite efectuado ao Contacto Nacional da Rede EURES, foi divulgado o portal EURES e as suas diferentes funcionalidades de apoio à mobilidade pro-fi ssional dentro da União Europeia.

Posteriormente, a Associação de Estudantes do ISEP complementou esta iniciativa, através da organização de uma Feira do Emprego e do Empreendedorismo. Este evento teve lugar entre 3 e 4 de Junho e con-seguiu trazer ao ISEP elementos da Força Área e de empresas como a GALP e o Instituto de Formação e Gestão Empresarial, para divulgar oportunidades de emprego. “Atitudes de Triunfadores no Mercado de Trabalho”, “Técnicas de Procura de Emprego” ou “Alto Desempenho em Mercados Exigentes” foram alguns dos temas dos vários workshops e palestras promovidas ao longo dos dois dias.

Estas iniciativas foram promovidas com vista a divulgar oportunidades de inserção profi ssional à nossa comunidade estudantil, mas os even-tos foram abertos à restante comunidade académica do Politécnico do Porto, bem como a estudantes interessados de outras instituições de ensino superior.

O Instituto Superior de Engenharia do Porto acolheu, no pas-sado dia 27 de Maio, o seminário “Desafi o de Empreender no Século XXI”. Este evento, organizado pelo Politécnico do Porto no âmbito da “1ª Semana Europeia das PME”, contribuiu para juntar no nosso campus empresários, jovens empreendedo-res, poder central e local, peritos europeus e instituições de ensino superior.

O ISEP e o Politécnico do Porto têm vindo a reforçar o inves-timento em iniciativas catalisadoras do empreendedorismo. Acreditamos que esta é uma componente essencial à inova-ção e deste modo, o empreendedorismo é cultivado em todo o processo formativo oferecido no universo do Politécnico do Porto.

Aproveitando a iniciativa da União Europeia “1ª Semana Eu-ropeia das PME”, o Politécnico do Porto, de acordo com o seu compromisso social para com o tecido empresarial da região, organizou um dia de seminários subordinados aos desafi os, mas sobretudo às oportunidades e mais-valias em se ser em-preendedor. Destinado sobretudo às chefi as e quadros das micro, pequenas e médias empresas e aos jovens empreen-dedores, mas também aos estudantes e futuros empresários, esta iniciativa serviu ainda para abordar a actual crise econó-mico-fi nanceira como uma oportunidade para a moderniza-ção e procura de novos paradigmas produtivos.

O evento contou igualmente com a presença de representan-tes do Governo Civil do Porto, das autarquias do Porto e de Vila Nova de Gaia, da Secretaria de Estado Adjunta da Indús-tria e da Inovação e do IAPMEI, além de entidades privadas da banca, incubadoras de empresas e jovens empreende-dores. Entre os temas em debate estiveram os mecanismos de incentivo ao empreendedorismo, a formação profi ssio-nal, a iniciativa privada, instrumentos públicos de apoio à inovação e I&D, o papel das incubadoras no apoio a novas empresas e mecanismos de fi nanciamento.

Este evento acabou por demonstrar uma tripla vantagem que as instituições de ensino superior oferecem às em-presas: 1) capacidade de I&D, que reforça a inovação e competitividade das organizações; 2) ligação à Europa, através da divulgação das oportunidades existentes em programas comunitários; 3) fomento da cooperação, porque as instituições de ensino superior representam centros de contactos preferenciais, que podem ser catalisados na construção de redes de trabalho.

Ao dinamizar o “Desafi o de Empreender no Século XXI”, divulgamos oportunidades e contribuímos para abrir caminhos a uma mudança de atitudes, renovando o espírito de um Portugal mais forte, mais confi ante e mais empreendedor.

DESAFIO DE EMPREENDER NO SÉCULO XXI

O FUTURO BATE À PORTA / FEIRA DO EMPREGO E DO EMPREENDEDORISMO

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11EVENTOS

Peritos europeus voaram até ao ISEP para mostrar o estado da arte nas áreas de Informática e Electrotecnia. Entre 18 e 22 de Maio, o nosso campus acolheu a International Spring Week ‒ 2ª Semana Internacional do ISEP.

Organizada pelos Departamentos de Engenharia Electrotécnica e de Informática, com a colaboração do Gabinete de Relações Externas, esta 2ª Semana Internacional do ISEP decorreu ao abrigo do programa Eras-mus. Aproveitando os acordos de cooperação internacional que o ISEP alimenta com diversas instituições de referência no espaço europeu de ensino superior, acolhemos na nossa escola docentes convidados de Espanha e da Bélgica.

No seguimento da primeira semana, que decorreu em Novembro de 2008, a International Spring Week incidiu em aulas, num contexto in-

ternacional e fugindo ao moldes tradicionais. No entanto, dado o enor-me interesse suscitado pela experiência anterior, o programa foi agora alargado de dois para cinco dias. Foram 195 os alunos inscritos para as cinco palestras divididas em duas partes. Programação, redes, sensores sem fi os ou TV digital foram alguns dos tópicos abordados.

O intercâmbio de ideias e métodos de trabalho é o grande objectivo por detrás desta organização. Da interacção com os parceiros europeus, ganham os nossos alunos pelo maior desenvolvimento de competên-cias e o simultâneo despertar para uma visão global dos desafi os e res-postas tecnológicas; mas ganha também a instituição, que acompanha a linha da frente em termos de metodologias de ensino/aprendizagem.

Continuamos empenhados em fazer a Europa e em criar soluções para o mercado: os nossos diplomados.

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INTERNATIONAL SPRING WEEK

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12 À CONVERSA COM...

Nuno Luz tem 23 anos, nasceu na Venezuela e tem uma paixão assu-mida pelo mundo da informática. Cedo veio para Portugal e adoptou Estarreja, em Aveiro, como a sua nova morada. Sedento de novas ex-periências e novas vivências, rumou até à Invicta para frequentar o ensino superior. Foi no Instituto Superior de Engenharia do Porto que conquistou o título de melhor aluno do ano, quando ainda frequenta-va a licenciatura em Engenharia Informática. Decidiu continuar os es-tudos e, neste momento, aprofunda os seus conhecimentos na área, com a frequência do mestrado. O seu destino... um doutoramento, em Informática, claro.

NUNO LUZO MELHOR ENTRE OS MELHORES

ISEP.BI O que te fez optar inicialmente pela Engenharia?Nuno Luz: Na realidade escolhi Engenharia Informática, não devido à “Engenharia” mas devido à “Informática”. Quando fi z a minha opção tentei seguir um curso que me permitisse ter um contacto o mais abrangente possível com a informática, e a opção mais adequada pareceu-me ser a Engenharia. Além disso, acho que a engenharia for-nece todo um conjunto de aptidões que me permitem adquirir novos conhecimentos na área, com maior facilidade.

ISEP.BI Como chegaste até ao mestrado em Engenharia Informática?Nuno Luz: Em 2004, decidi concorrer ao ISEP, em Engenharia Informáti-ca. Quatro anos depois, e após a licenciatura ter sido adaptada ao Pro-cesso de Bolonha, foi-me dada equivalência para o novo plano de estu-dos, restando-me mais dois anos para concluir o primeiro ciclo. Depois de acabar os cinco anos de licenciatura, achei que podia ir um pouco mais longe e decidi inscrever-me no mestrado em Engenharia Informá-tica, mais especifi camente no ramo de Arquitectura, Sistemas e Redes. No mestrado, o meu grande objectivo é, com o apoio do grupo de investigação GECAD, fazer uma tese relacionada com as Redes Sociais.

ISEP.BI Qual a sensação de ser o melhor aluno do ISEP?Nuno Luz: Na verdade não estava à espera de ter a melhor média. Quando recebi o convite para a cerimónia fi quei contente porque senti que o esforço que tinha vindo a dedicar durante o meu percurso aca-démico foi bem aplicado.

ISEP.BI Ter sido o melhor aluno trouxe-te, certamente, vantagens. Quais foram as principais?Nuno Luz: Acho que a principal vantagem que me trouxe foi o facto de ter algumas possibilidades de emprego mal acabei o curso. Para além do convite que recebi juntamente com o prémio I2S, um prémio atri-buído todos os anos aos melhores alunos do ISEP, tive também a opor-tunidade de seguir os meus estudos como bolseiro de investigação.

ISEP.BI Foi com um grande esforço que conseguiste este “triunfo” ou as coisas fl uíram naturalmente?

Nuno Luz: Não posso dizer que não me esforcei, mas também não pos-so dizer que o meu percurso não tenha, de certa forma, fl uído natural-mente. Como se trata de uma área que me desperta grande interesse, fi co satisfeito por tentar fazer o meu melhor quando aplico os meus conhecimentos e sentir que o resultado fi nal tem alguma qualidade.

ISEP.BI Para alcançares o título de melhor aluno, como funcionava a tua vida académica? Tinhas tempo para praxes e festas?Nuno Luz: Apesar de, às vezes, cortar um pouco nas horas de sono, não acho que me falte tempo para actividades fora do mundo académico. Geralmente, tento rentabilizar ao máximo o tempo que dedico aos tra-balhos e estudos para que possa fazer mais e melhor num espaço de tempo mais curto. Por acaso não frequentei a praxe até ao fi m, não por falta de tempo, mas porque não era uma actividade do meu interesse.

ISEP.BI Para fazeres o mestrado, voltaste a escolher o ISEP. Porquê?Nuno Luz: Escolhi o ISEP pela boa opinião que tenho do Instituto, tanto a nível de professores como das pessoas com quem trabalho no dia-a-dia. Acaba também por ser a continuação de um ciclo natural.

ISEP.BI Já recebeste propostas de emprego?Nuno Luz: Sim. Juntamente com o prémio I2S recebi um convite para um estágio profi ssional. Também recebi um convite, antes de acabar a licenciatura, para trabalhar numa empresa de consultoria em Estarreja.

ISEP.BI Na tua opinião, quais são as três mais-valias de um licenciado do ISEP?

Nuno Luz: Para mim, a primeira mais-valia é o à-vontade que existe em pôr em prática, no mundo do trabalho, todos os conhecimentos adquiridos durante o percurso académico. Outra das mais-valias é a valorização do raciocínio acima da simples memorização que tive a

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13À CONVERSA COM...

oportunidade de confi rmar durante o meu estágio na I2S, através do qual entrei em contacto com múltiplas tecnologias que desconhecia. A terceira mais-valia é a larga quantidade de ofertas de estágio em em-presas e em investigação que existe e que normalmente constituem um bom ponto de partida para se obter emprego.

ISEP.BI Quais são os três momentos que mais destacas desde que en-traste no ISEP?Nuno Luz: O primeiro momento talvez seja a conclusão do segundo ano. Como no primeiro ano me desleixei um pouco, deixei algumas disciplinas por fazer. No segundo ano, decidi pôr tudo em ordem e ten-tei concluir não só as disciplinas do segundo ano como também as que tinha em atraso, o que exigiu bastante esforço. Além disso, consegui obter a melhor média na conclusão do segundo ano, o que foi muito satisfatório. Outro dos momentos de destaque foi vencer o concurso de programação do Departamento de Engenharia Informática e repre-sentar o ISEP na MIUP (Maratona Inter-Universitária de Programação). Por fi m, a conclusão do estágio e licenciatura, foi um momento que não vou esquecer tão cedo.

ISEP.BI Portugal está a apostar bastante na investigação. O que achas do ISEP envolver os alunos na investigação? Que mais-valias traz aos alunos estas experiências?Nuno Luz: Acho que envolver os alunos na investigação os benefi cia largamente, principalmente agora que existem mestrados no ISEP. Não só alarga o leque de oportunidades de trabalho para os recém-licencia-dos, como também lhes permite prosseguir os estudos com o apoio de uma unidade de investigação. Além disso, disponibiliza oportunidades de investigação em áreas de estudo que muitas vezes é difícil encon-trar em empresas.

ISEP.BI Está nos teus planos trabalhar em Portugal ou ambicionas uma experiência internacional?Nuno Luz: Sim, é sempre uma hipótese. Neste momento não tenciono sair de Portugal, mas se surgir uma boa oportunidade, que me seja pes-soalmente viável, não vejo porque não aproveitar. Mesmo em termos académicos existem muitas oportunidades.

ISEP.BI Onde vais estar daqui a 5 anos?Nuno Luz: Quando acabar o mestrado, tenciono seguir para o douto-ramento. Não sei até onde me irá levar o doutoramento, tudo depende do desenrolar dos acontecimentos, mas é só dúvida um caminho a se-guir para fortalecer competências.

ISEP.BI Qual é a tua empresa de sonho? O teu primeiro passo para mudares o mundo?

Nuno Luz: Não tenho propriamente uma empresa de sonho, no entan-to se tivesse que escolher uma, seria a Google. É uma empresa que me fascina pela capacidade de inovação.

ISEP.BI O que faz o melhor aluno do ISEP nos tempos livres? Sabemos que estudas imenso, mas quais são as actividades de lazer?Nuno Luz: Não tenho nenhum hobbie ao qual me dedique especifi -camente. Durante alguns anos pratiquei uma arte marcial chamada Yoseikan Budo. Devido ao horário das aulas vi-me obrigado a fazer uma pausa nesta actividade. Gosto bastante de cinema e de ver séries televisivas, geralmente dentro dos estilos de fi cção científi ca, fantasia, thrillers, suspence, aventura, comédia e animação. Isto engloba séries e fi lmes como Heroes, Fringe, The Big Bang Theory, The Matrix, REC, Ice Age e a minha série favorita: Riget (de Lars Von Trier). Também tenho alguns projectos pessoais na área da informática, embora actualmente não lhes dedique tanto tempo como dedicava há uns anos. O tempo é um recurso limitado e nunca dá para tudo.

ISEP.BI Além de estudar, há outras actividades que fazem de nós me-lhores alunos e melhores pessoas. Tens algumas actividades extra-curriculares que contribuíram para o teu sucesso?Nuno Luz: Para mim, a forma como adquiri grande parte da minha apti-dão e conhecimentos iniciais para a informática foi através de projectos pessoais. Durante o ensino secundário, fi z parte de um pequeno grupo de pessoas que partilhava um gosto especial pela criação de jogos. Éra-mos apenas três pessoas e tivemos que adquirir muitos conhecimen-tos extra-curriculares que, no meu caso, incidiam em programação. Inicialmente foi difícil, mas conseguimos desenvolver uma versão alter-nativa do Pacman. Além disso, desenvolvi uma série de páginas Web pessoais, que actualmente vejo como experiências que me permitiram obter mais uma série de conhecimentos que não possuía. Claro que a informática não é tudo na vida e por isso tento ter sempre actividades que me ajudem a abstrair-me um pouco da informática.

ISEP.BI Que conselhos dás aos jovens que agora ingressam no ISEP? Como é que eles podem vir a ser o próximo Nuno Luz?Nuno Luz: Na minha opinião, as difi culdades são diferentes de pessoa para pessoa e, por isso, o que aparenta resultar comigo pode não resul-tar para outros. Acho que fazer boas amizades é importante. Uma das minhas difi culdades quando vim para o ISEP foi precisamente o facto de não conhecer ninguém, e acredito que o meu sucesso no segundo ano se deveu, em parte, ao facto de já ter alguém com quem partilhar o meu dia-a-dia no ISEP. Outra coisa que aconselho vivamente é a cria-ção de uma metodologia de estudo e de trabalho pessoal, que permita rentabilizar ao máximo o tempo.

“Não tenho propriamente uma empresa de sonho, no entanto se tivesse que escolher uma, seria a Google.”Nome» Nuno LuzIdade» 23Naturalidade» EstarrejaAno de Inscrição no ISEP» 2004Licenciatura» Engenharia Informática

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Tudo começou com um estágio muito bem sucedido. Luís Braga, for-mado em Engenharia Química pelo ISEP e, hoje, Gestor de Energia da RAR ‒ Refi narias de Açúcar Reunidas - decidiu, quando estava no fi nal do bacharelato, solicitar à empresa nortenha um estágio curricular. A experiência correu bem e, quando, depois de ter sido integrado na empresa, necessitou de uma pessoa com competência e ideias inova-doras, não hesitou em procurar um jovem aluno do ISEP. Até hoje, já passaram pela RAR sete estagiários do ISEP, dos quais um continua a mostrar o seu valor na empresa. Uma prova de confi ança e de vonta-de em apostar nos novos valores da Engenharia.

“QUEREMOSCONTINUARA ACOLHERESTAGIÁRIOS DO ISEP”

14 DE FORA CÁ DENTRO

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15DE FORA CÁ DENTRO

UMA APOSTA CONTÍNUA NA QUALIDADE DO ISEP

Actualmente, o Departamento de Energia da RAR está a tratar do pro-cesso de admissão de um novo estagiário de Engenharia Química. “Estes estágios têm boas perspectivas de continuidade”. Segundo Luís Braga, “estes novos valores enquadram-se no desenvolvimento que o Departamento de Energia tem feito, nomeadamente na parte de inova-ção porque, muitas vezes, precisamos de ideais frescas e mentalidades novas que nos ajudem a concretizar projectos”. Para além dos estágios, a parceria com o ISEP engloba ainda “alguns trabalhos pontuais feitos em colaboração com alunos de diversos departamentos da escola”.

Para Luís Braga, a grande mais-valia que a RAR pode dar aos alunos do ISEP é a “experiência que proporciona” pois, “para quem precisa de en-trar no mercado de trabalho, nós damos uma experiência profi ssional muito completa. Aqui, os estagiários vão para o campo e desenvolvem os seus trabalhos, tendo contacto directo com a realidade”, explica. Para a empresa, a grande mais-valia é o facto de “receber pessoas dinâ-micas e que têm um sentido muito prático da realidade”.

E porquê a escolha do ISEP? A resposta é fácil: “O ISEP explora uma componente muito prática, que permite que os alunos cheguem ao mercado de trabalho já adaptados às exigências da indústria”. Luís Bra-ga faz também um excelente balanço dos sete jovens estagiários do ISEP na RAR. “Estamos satisfeitos. O conhecimento que trazem é bom, o sentido prático também. Estamos muito agradados e a maior prova disso é continuarmos a acolher estagiários do ISEP”.

A parceria entre a RAR e o ISEP não começou de uma forma muito con-vencional. Luís Braga, na altura prestes a terminar o bacharelato em Engenharia Química, necessitava de uma empresa que acolhesse o seu estágio curricular e o seu projecto de fi nal de curso. O desejo de cola-borar com a RAR levou-o a apresentar uma proposta de estágio que acabou por se revelar bem sucedida. E este poderia ter sido o início e o fi m, de uma história de colaboração entre as duas instituições. Mas estava apenas a começar uma parceria muito frutífera para ambas as partes.

Segundo Luís Braga, actual gestor de Energia da RAR, a empresa “tem acolhido alguns estagiários do ISEP no seu sector de Energia”, até por-que há “um Departamento de Manutenção e Energia dedicado a temá-ticas muito exploradas no Instituto”. Quanto ao estágio que o levou à RAR, Luís Braga explica que o trabalho desenvolvido estava relacionado com gestão de energia na indústria ‒ uma auditoria energética, uma área muito solidifi cada no bacharelato que frequentou no ISEP. O está-gio, desenvolvido na direcção técnica da empresa, no qual concebeu também o seu projecto de fi m de curso, foi apenas o primeiro de uma série de estágios desenvolvidos por alunos do Instituto.

Após o seu estágio, conta Luís Braga, “houve uma fase em que, como não havia muitos projectos na área da Energia, a colaboração entre a RAR e o ISEP estagnou um pouco”. No entanto, explica o gestor, “houve necessidade, em 2006, de contratarmos um estagiário para dar o seu contributo na execução da auditoria energética” e, claro, o ISEP foi uma escolha lógica. O jovem contratado há cerca de três anos para o efeito continuou como colaborador da empresa até dada altura e, adianta Luís Braga, “tivemos mais duas estagiárias na área, sendo que uma de-las está integrada no Departamento de Energia”.

Quem pensava que a RAR se dedicava em exclusivo ao mercado do açúcar desengane-se. Actualmente o grupo alberga nove empresas, todas elas de áreas bem distintas, desde as viagens, passando pela área alimentar ou pelo mercado imobiliário... Acembex, Centrar, Colepccl, Geotur/Star, Imperial, RAR Açúcar, RAR imobiliária, Vitacress e Wight Salads, são as nove empresas que constituem o Grupo RAR. Assente na missão de “criação sustentada de valor”, a RAR tem como preocupação cimeira a satisfação do cliente, trabalhando, por isso, para antecipar e construir a mudança.

Fundada em 1962 pela mão de João Macedo Silva, a RAR deu início, em 1967, à laboração de açúcar, com uma capacidade de produção inicial de 50 mil toneladas por ano. Era apenas o início de uma escalada para o sucesso. Actualmente com mais de cinco mil colaboradores, a em-presa assume-se como um grupo que manteve, ao longo dos seus 47 anos de existência, o equilíbrio entre crescimento, rentabilidade e de-senvolvimento sustentável. O sucesso que conquistou a partir do seu core business permitiu uma diversifi cação sustentada das suas áreas de actuação, expandindo as oportunidades de negócio.

A RAR: MUITO MAIS DO QUE A EMPRESA QUE ADOÇA O MUNDO

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16 DESTAQUE

Em Setembro de 2000, chefes de Estado e de Governo de 189 países, incluindo Portugal, reuniram-se na sede das Nações Unidas. O objecti-vo era assinar a Declaração do Milénio e foi aí que se iniciou uma luta que tem dado os seus frutos. Acabar com a pobreza e fome, com a desigualdade de género, com a degradação ambiental e com o vírus da SIDA são apenas alguns dos objectivos. Assumido fi cou também o compromisso de melhorar o acesso à educação, a cuidados de saúde e a água potável. Mas não foram apenas estabelecidos objectivos; foi também dado um prazo a cumprir: até 2015 todos os intervenientes têm de assegurar o cumprimento da totalidade dos parâmetros pelo equilíbrio mundial.

Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome; alcançar o ensino

COMO TUDO COMEÇOU...

A ideia de organizar a Semana dos ODM no Porto surgiu em Novembro de 2008. Foi durante uma reunião que teve lugar no ISEP, que o coorde-nador português da Campanha do Milénio das Nações Unidas referiu que menos de 20% da população sabia da existência da Declaração do Milénio. Foi o sufi ciente para chamar a atenção de alguns elementos do ISEP que decidiram, de imediato, que não iriam fi car parados e pu-seram mãos à obra.

ODM NO ISEP

O enriquecimento do currículo é apenas uma das vantagens da partici-pação neste projecto. Há uma enorme componente interactiva, o que vai permitir uma melhoria na comunicação e na cooperação directa en-tre as diferentes entidades. E a valorização pessoal que traz é, segundo as responsáveis, indiscutível.

Para Delminda Lopes, presidente do Conselho Pedagógico “o ISEP é mui-to mais do que uma escola de Engenharia, muito mais do que a instituição que nos certifi ca para uma actividade profi ssional de sucesso. É uma esco-la que nos forma no compromisso com o desenvolvimento sustentável.”

PORQUÊ FAZER PARTE DESTE PROJECTO?

primário universal; promover a igualdade de género e empoderar as mulheres; reduzir em dois terços a mortalidade infantil; reduzir em 75% a mortalidade materna; combater a SIDA, a malária e outras doenças graves; garantir a sustentabilidade ambiental; fortalecer uma parceria global para o desenvolvimento. Tudo isto em seis anos.

A provar que não é uma instituição de ensino superior fechada nas fronteiras de Portugal, o ISEP continua a apoiar projectos que dão a volta ao mundo. Desta vez decidiu aliar-se aos Objectivos de Desen-volvimento do Milénio (ODM), uma iniciativa que junta mais de 190 países em prol de uma causa comum: tornar o planeta Terra num lo-cal mais justo e harmonioso. Esta “parceria” tem-se revelado muito positiva e é mais um impulso na missão assumida pelo ISEP: além de formar excelentes profi ssionais, pretende também formar cidadãos exemplares.

ISEP ASSOCIA-SE AOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO

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OS 8 OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO

Erradicar a pobreza extrema e a fome

Atingir o ensino primário universal

Promover a igualdade de género e o empoderamento das mulheres

Reduzir a mortalidade infantil

Melhorar a saúde materna

Combater o VIH/SIDA, a malária e ou-tras doenças graves

Garantir a sustentabilidade ambiental

Fortalecer uma parceria global para o desenvolvimento

De modo a alertar a população para a importância da cooperação e ajuda humanitária, surgiu a Semana dos ODM. Realizada em vários pontos do Porto, esta iniciativa tem como principais propósitos divul-gar os oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, sensibilizando para os valores envolvidos e incentivando a intervenção social dos jovens para que os compromissos assumidos pelo estado português sejam cumpridos. O ISEP, a Objectivo 2015 ‒ Campanha do Milénio das Nações Unidas em Portugal, a Agência ODM, a Engenho e Obra, o Centro Regional de Excelência do Porto e, são alguns dos parceiros que se comprometeram com a organização deste evento que celebra os ODM na Invicta.

SEMANA ODM NO PORTO

17DESTAQUE

A Associação PAR ‒ Respostas Sociais - e a Campanha Objectivo 2015 criaram um projecto de capacitação de 100 estudantes do ensino supe-rior, para desenvolvimento de competências que contribuam para uma cidadania global e para a mobilização pelo cumprimento dos ODM.

Foram seleccionados 13 estudantes do ISEP que, posteriormente, par-ticiparam numa formação de agentes de ODM, que decorreu em Maio, na Figueira da Foz.

Todas as acções são divulgadas a toda a comunidade do ISEP. “Temos sentido difi culdades, não é tão fácil como prevíamos mobilizar os estu-dantes ‒ esse é que é o nosso grande desafi o e consegui-lo é a prin-cipal mais-valia para a instituição. Conseguir criar nos nossos alunos desconforto/inquietação permanente e o sentimento da necessidade de intervir com a certeza de quem vai mudar o mundo é o nosso gran-de objectivo. A camada jovem está muito pouco culta, politicamente falando”, referem Delminda Lopes e Eduarda Pinto Ferreira, responsá-veis pela gestão do projecto ODM no ISEP.

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DESTAQUE18

Lydie Adem é aluna do segundo ano da licenciatura em Engenharia Química, no ISEP. Quando se inscreveu para a formação intensiva de agentes ODM não sabia para onde, nem para o que ia. Foi pelo gosto que tem pela aventura que arriscou e não se arrepende. Afi rma até, com convicção, que esta foi das experiências mais enriquecedores em que já participou, pela sensação de estar a contribuir para um mundo melhor, mais justo e equilibrado.

“A minha participação consiste em preocupar-me sobre o que nos ro-deia e quem nos rodeia para perceber qual o meu papel e torná-lo mais importante.” Esta é a posição que Lydie Adem assume em relação aos ODM. Um projecto que, segundo a aluna, lhe traz uma enorme paz de espírito, amizades muito importantes e conhecimentos sobre os pro-blemas de hoje que, se ninguém agir, serão os problemas de amanhã e de sempre.

No que diz respeito à relação existente entre o ISEP e os ODM, Lydie Adem considera que “existe uma relação muito boa entre os alunos do ensino superior e os ODM. Mas essa relação é ainda recente, porque

ninguém que conheço do ISEP sabia da existência dos ODM. Estamos a criar bases e conhecimentos para poder partilhá-los dentro da nossa escola e também com outras instituições”.

Miguel Ladeiro, aluno do primeiro ano em Engenharia Informática, ex-plica que o projecto ODM “é movido por um grupo de pessoas de todo o mundo que, enquanto agentes para o cumprimento dos Objectivos, querem interpelar os governantes, mobilizar e alertar a sociedade, di-vulgando as boas iniciativas e denunciando as injustiças, quer a nível local, quer a nível global.”

Uma característica que é comum a todos os agentes ODM é a vontade de agir contra a indiferença e o desejo de lutar para que seja possível um mundo mais justo e mais sustentável.

Este espírito de ver e querer mudar as coisas é também o espírito que Miguel Ladeiro vive e que tenta transmitir aos seus colegas. Afi nal, a mundança é algo que começa sempre em nós, em cada um.

A nível pessoal, a participação no projecto dos Objectivos de Desenvol-vimento do Milénio é extremamente enriquecedora. Há uma partilha muito grande de conhecimentos e de experiências que faz com que as pessoas se tornem mais conscientes da existência de fenómenos glo-bais e interdependentes e mais preocupadas em procurar informação actualizada, de forma a terem uma visão mais crítica sobre o que se passa à sua volta. A cooperação em equipa, que optimiza a realização de objectivos comuns, é um dos métodos mais importantes para o bom funcionamento do projecto ODM.

Para Miguel Ladeiro é “excelente que uma instituição de referência como o ISEP esteja motivada não apenas em formar bons técnicos, mas também em formar pessoas mais conscientes, mais solidárias, mais res-ponsáveis e mais críticas, dinamizando o potencial das mesmas de for-ma a contribuírem para uma mudança”.

A PALAVRA DOS GUERREIROS ODM

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19

Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro queriam fazer algo pelo mundo. E conseguiram. Quando surgiu o prémio Ideias Luminosas EDP, estes dois alunos de mestrado em Engenharia Electrotécnica do ISEP pen-saram em pôr em prática um sonho antigo. Foi assim que nasceu o ENERGeye ‒ um sistema inovador que permite uma poupança de energia em aparelhos em stand by na ordem dos 90%. Ao fi nal de um ano, e numa habitação familiar, esta poupança pode signifi car um mês a menos na factura da luz. Com este projecto surgiu a Evoleo Technologies, a empresa criada pelos dois engenheiros do ISEP e que emprega jovens formados no Instituto. É um exemplo de uma ideia lu-minosa que se tornou um sério caso de empreendedorismo e sucesso.

UMA IDEIA LUMINOSA CASO DE SUCESSO

Rodolfo queria ser astronauta e voar pelo espaço. Pedro queria fazer algo de diferente e que fi casse na História. Juntou-se a vontade e a am-bição e nasceu a Evoleo Technologies, uma empresa que junta vários “génios” do ISEP em prol de uma causa comum: usar a tecnologia para melhorar o mundo.

Tudo começou no concurso “Ideias Luminosas EDP”, onde foram pre-miados com uma menção honrosa. Ou melhor, tudo começou alguns meses antes. A ideia, segundo Rodolfo Martins, já existia, e este concur-so foi apenas o impulso que faltava para a pôr em prática. O Energeye foi nascendo, fi cando mais desenvolvido até que, com a audácia que os caracterizou desde o início, Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro formaram a empresa que, hoje, emprega apenas alunos, ou ex-alunos do ISEP.

Tal como orgulhosamente a caracterizam, a Evoleo, é uma empresa que se dedica à concepção de projectos, à medida da necessidade do cliente, sendo que têm parceiros industriais, por falta de capacidade própria de produção. Os seus projectos são meticulosamente pen-sados e projectados para satisfazer a necessidade de quem os enco-menda, sempre sobre a base da premissa de poupar, ao máximo, os recursos energéticos. Em termos genéricos, os principais projectos da Evoleo Technologies inserem-se nas seguintes áreas: desenho e imple-mentação de Hardware analógico e Hardware digital; implementação de software para sistemas embebidos; sistemas de instrumentação, automação e controlo de engenharia de sistemas e processos de de-senvolvimento e qualidade.

Rodolfo e Pedro apresentam um conjunto de três produtos como so-lução e a boa notícia é que, efectuados todos os cálculos necessários, o preço alvo é semelhante aos produtos convencionais, com a diferença de permitir a redução dos custos efectivos de electricidade, dada a sua utilização compatível com os hábitos dos utilizadores. Conscientes do sentimento de comodismo que caracteriza a maioria dos portugueses, os dois engenheiros do ISEP desenvolveram um conjunto de produtos

COMO FUNCIONA O ENERGEYE?

Poucas são as pessoas que sabem que quando desligamos um apare-lho audiovisual ou informático não estamos, de todo, a travar o con-sumo de energia. Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro mostraram estar atentos e não só reconheceram esta característica como apresentaram de imediato a solução. O ENERGeye é um conjunto de três produtos compatíveis com os hábitos dos utilizadores, acostumados ao uso de comandos remotos e negligentes com o corte efectivo do fornecimen-to de energia. É um conceito que está associado às réguas eléctricas, como são normalmente conhecidas. Não é necessário substituir o apa-relho electrónico. Basta ligá-lo a um destes produtos e as poupanças serão superiores a 90% da energia gasta pelos aparelhos, quando es-tão desligados ou em modo de espera. Na prática, esta inovação pode representar a poupança de um mês na factura de energia, para uma família média de quatro elementos, num período de um ano.

DEPOIS DO ISEP

de interface que podem ser controlados com a mesma postura actual-mente presente, desligando por completo a corrente eléctrica e com extremo baixo consumo, signifi cando uma redução superior a 90% dos consumos actuais em modo de espera ou desligados. Este sistema tem o mesmo efeito que desligar os aparelhos da tomada, sendo que é esta a única forma de garantir que os electrodomésticos não gastam ener-gia quando não são necessários.

Dentro da gama de produtos está presente o eyeNET, em que permite ao utilizador partilhar na internet os valores das poupanças efectuadas pelo equipamento. O “Energy Effi cient Social Networking” ou “Redes Sociais de Efi ciência Energética” serão uma tendência dentro da proble-mática da efi ciência energética, estando o conceito ENERGeye a acom-panhar essa evolução. O sistema está a ser desenvolvido pela Evoleo Technologies, empresa fundada por Rodolfo Martins e Pedro Ribeiro.

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Uma patente signifi ca, em sentido lato, “uma protecção, uma con-cessão, um direito de exclusividade concedido pelo Estado a alguém que apresenta uma invenção”. Mas uma patente não vale apenas por aquilo que representa. Vale, essencialmente, pelo projecto que está na sua origem. Paula Escudeiro e Eduardo Silva, ambos investigado-res e docentes do ISEP, decidiram apostar na investigação científi ca. Um na área da informática, o outro na robótica, mas ambos com um objectivo semelhante: criar algo inovador e que pudesse ser útil à so-ciedade. As patentes vieram depois e conseguiram acrescentar ainda mais valor a dois projectos com muito futuro.

A AFIRMAÇÃO DE PROJECTOS ÚNICOS

Ajudar os docentes para que estes façam parte da equipa que cria os softwares educativos. Este é o grande objectivo do projecto desenvol-vido por Paula Escudeiro, docente e Investigadora do Departamento de Engenharia Informática do ISEP.

O X-TEC ‒ Techno-Didactical Extension for Instruction/Learning Based on Computer é, de uma forma simplifi cada, um modelo de desenvol-vimento de software educativo. Mas Paula Escudeiro explicou melhor ao ISEP.BI em que consiste esta inovação: “O X-TEC integra os aspectos computacionais e os aspectos educacionais numa visão baseada em objectos e orientada para o resultado”. Desenvolvido com base nas me-todologias de análise e desenho de software educativo e com uma for-te preocupação ao nível da engenharia de software, o X-TEC, tal como explica a investigadora, pretende “que qualquer tecnólogo educativo assuma um papel preponderante em todo o ciclo de desenvolvimento contribuindo de forma decisiva para a qualidade pedagógica do pro-duto, sem ser limitado pela falta de conhecimentos tecnológicos”.

Associado à criação do modelo X-TEC foi criada também uma frame-work de avaliação para o software educativo, denominada Quantitative Evaluation Framework (QEF). O objectivo desta framework é a avaliação quantitativa da qualidade do software em qualquer fase do seu ciclo de desenvolvimento. Mas Paula Escudeiro explica ainda que este “aces-sório” pode “ser facilmente adaptado para se aplicar em outras áreas, pois fornece um valor numérico único, indicativo da qualidade que o sistema exibe no momento da avaliação”, que pode ser útil também em outros domínios.

A ideia deste projecto surgiu quando propuseram que Paula Escudei-ro criasse ou adaptasse um modelo de desenvolvimento de software educativo para todos os tecnólogos educativos, mesmo os não espe-cialistas em informática e com recurso a bases de dados relacionais. A partir daí, a investigadora pôs mãos à obra e “esta ideia deu origem

Paula Escudeiro explicou ao ISEP.BI que o papel do ISEP neste projecto foi essencial para o seu sucesso. “O ISEP proporcionou as condições ne-cessárias para o desenvolvimento no projecto e foi mesmo no ISEP que as principais experiências se desenvolveram ao longo de vários anos

O PAPEL DO ISEP

a um projecto que foi evoluindo, sendo adoptado como trabalho de doutoramento, sob a responsabilidade do professor José Bidarra, da Universidade Aberta”.

Segundo Paula Escudeiro, a monitorização permanente da evolução do produto e o envolvimento mais efi caz de toda a equipa, ao longo de todo o ciclo de desenvolvimento através deste novo software, “cria condições para atingir valores de qualidade elevados no produto fi nal”. A comprovar a sua aplicabilidade, o X-TEC já está a ser utilizado pelo La-boratório Multimédia e no mestrado em Engenharia Informática para a concepção de software educativo.

A nível externo, existem também já alguns parceiros a utilizar estes mo-delos para desenvolver software educativo comercial. Paula Escudeiro refere, com orgulho, o caso do ITA - Instituto de Tecnologias Avançadas “que comercializou nas grandes superfícies produtos desenvolvidos com estes modelos”.

Instituto Superior de Engenharia do Porto, o Grupo de Investigação GILT (Graphics, Interaction & Learning Technologies), Universidade de Coimbra, Universidade do Minho, TecMinho, Universidade Aberta, Faculdade de Engenharia do Porto, Projecto ‒ Rede Internacional ‒ EIE_Surveyor; Projecto ‒ Rede Internacional ‒ ELLEIEC, DIC ‒ Desenvol-vimento Informático e Consultadoria, Instituto Politécnico da Guarda e o ITA foram as entidades envolvidas no desenvolvimento do X-TEC.

20 INVESTIGAÇÃO À LUPA

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lectivos, o que permitiu comprovar a aplicabilidade e validade dos mo-delos”.

E a patente... era um objectivo defi nido desde o início? Paula Escudeiro explica que não. Aliás, adianta que, na realidade, nunca esteve nos seus planos, até alguém sugerir. “Isto aconteceu na defesa da tese de dou-toramento, onde foi sugerido pelos arguentes o registo da patente”. No momento, a investigadora hesitou. “Sempre tive ideia que seria um processo demasiado burocrático, que obrigaria ao dispêndio de recur-sos avultados que difi cilmente conseguiria disponibilizar”. No entanto, e agora que o registo provisório da patente do X-TEC já foi aprovado, a docente considera esta certifi cação extremamente positiva, já que vai ajudar à edição de um livro sobre o projecto, que está em curso, e “na integração do X-TEC e o QEF em projectos de redes internacionais, em acções de formação nacional e internacional e na sua divulgação em eventos relacionados”.

Para o registo da patente, a docente teve a colaboração do presidente do ISEP, João Rocha, “que, desde logo, apoiou esta iniciativa”. Até por-que, a maior difi culdade, foi saber “em que consistia a formalização de um registo de patente, quais as implicações e a quem me devia dirigir em cada fase”. Até aqui, ao registo provisório da patente, o projecto já passou por várias fases: “a aprovação pelos órgãos de gestão da escola da ideia (invenção) a ser patenteada; a aceitação da ideia pela entida-de responsável pela formalização do processo de registo; a instrução do processo; o pedido de registo provisório; a aprovação do registo provisório e, fi nalmente, o registo defi nitivo”, mas nunca sem perder a vontade e a dedicação a este projecto. O desfecho, esse, compensou toda a burocracia, todo o tempo dispendido e todas as preocupações.

UM PROJECTO PARA SALVAR VIDAS

O novo sistema autónomo de apoio a salvamento aquático através de robôs e outros dispositivos surgiu de uma ideia que se foi construindo naturalmente, como consequência do desenvolvimento de trabalhos de Investigação e Desenvolvimento na área dos Sistemas Autónomos Marinhos. A aliar a este facto esteve ainda a crescente constatação do enorme potencial de aplicação destes sistemas, em dispositivos que operam em ambientes hostis.

O projecto, que deu origem a uma patente, e envolveu dez investi-gadores do LSA ‒ Laboratório de Sistemas Autónomos no seu desen-volvimento, consiste num sistema autónomo de apoio ao salvamento aquático envolvendo robôs e outros dispositivos.

Segundo Eduardo Silva, mentor do projecto e responsável pelo LSA, uma das vertentes da sua aplicação, por exemplo, em Portugal, “é nas praias de grande dimensão como uma ferramenta de salvamento a ser usada pelo Instituto de Socorros a Náufragos, que auxiliasse o nadador salvador a prestar socorro à vítima de afogamento de forma mais céle-re”. Mas a utilidade desta inovação não se fi ca por aqui... “Outra verten-te do projecto resulta na sua aplicação no socorro de náufragos vítimas

de acidentes com embarcações em condições de mar bastante hostil”, explica Eduardo Silva. Em fase de aperfeiçoamento do trabalho realiza-do, o docente confessa que o “contributo do ISEP foi fundamental para complementar os fi nanciamentos externos na compra de equipamen-to para protótipo, bem como para proporcionar o ambiente apropria-do à investigação aplicada”.

21INVESTIGAÇÃO À LUPA

O APOIO DO PRESIDENTE

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22 A NOSSA TECNOLOGIA

Um projecto que diga, através de alguns dados de uma empresa, se esta terá ou não sucesso, é inovador. Mas mais inovador ainda é um projecto que diga se uma empresa corre o risco, ou não, de abrir fa-lência.

Não alheio às necessidades com que se deparam as empresas ou ban-cos, o investigador do GECAD, Armando Vieira, em colaboração com o seu grupo de trabalho, pôs mãos à obra e elaborou um sistema que visa, quase a 100%, garantir se uma empresa está prestes a anunciar falência ou se, por outro lado, está de boa saúde económico-fi nanceira.

O sistema, criado e testado a partir de uma listagem de empresas fran-cesas, conseguiu uma taxa de sucesso de 94%, usando um histórico de três anos, “percentagem muito próxima do máximo que é possível esperar”, diz Armando Vieira. Na banca, a taxa de sucesso ronda os 70%, indicativo que está, neste momento, a ser melhorado.

Para empresários, bancos ou fornecedores, esta pode ser a solução para empresas que deixem algumas dúvidas em relação à sua fi abilidade.

Armando Vieira, explica que o IFRA avalia o risco de insolvência de uma unidade com base em indicadores chave. Com o desenvolvimento do projecto, este sistema inovador pode também ser adaptado ao crédito pessoal, tornado-se uma mais-valia quer para os cidadãos, quer para as instituições de crédito, evitando falsos juízos.

Através do site do projecto, em www.gecad.isep.ipp.pt/aires, qualquer pessoa pode conhecer a saúde fi nanceira da sua empresa. Para tal, o utilizador precisa de inserir, no mínimo, cinco indicadores chave. Para uma resposta mais fi ável, este projecto analisa um total de 30 indicado-res mas, para uma solução mais simples e para facilitar o processo sem perder fi abilidade, o objectivo é trabalhar com 10 ou 15 indicadores chave. No entanto, tal como já foi referido anteriormente, é possível medir o risco de falência ou de sucesso usando apenas cinco indicado-res, tais como os resultados operacionais, liquidez geral, dívida fi nan-ceira sobre o capital próprio, número de empregados e capacidade de auto-fi nanciamento.

Armando Vieira explica que “são usados algoritmos que tentam apren-

O GECAD não pára de surpreender. Desta vez, pela mão de Arman-do Vieira, o grupo de investigação do Departamento de Engenharia Informática apresentou ao mundo um novo projecto que promete ajudar (e muito) empresas e investidores. Chama-se IFRA ‒ Improving Financial Risk Analysis e é um programa de Investigação e Desenvol-vimento universitário que combina indicadores económicos e inteli-gência computacional para medir probabilidades de falência numa empresa. Num panorama de crise mundial, este projecto não podia ser mais apropriado.

PREVER FALÊNCIAS PARA GARANTIR O FUTURO

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23A NOSSA TECNOLOGIA

der em que situação uma empresa está. Se está bem ou se corre riscos.”

“Desenvolvemos este projecto para reduzir signifi cativamente o risco na tomada de decisão comparativamente a outras técnicas estatísticas convencionais”, explica o investigador do GECAD.

Para medir o impacto de uma decisão de gestão na sua saúde fi nancei-ra, as empresas podem e devem recorrer a este sistema como um ins-trumento de trabalho e de precaução, uma vez que ele permite fazer simulações e alterar os rácios reais.

Nesta fase, o acesso é gratuito, com o duplo objectivo de testar a nova metodologia de análise e conquistar a confi ança dos utilizadores. Mas, futuramente, o IFRA estará operacional na sua versão mais complexa, que disponibiliza outros instrumentos de análise, como a possibilidade de comparar a situação de três empresas diferentes num gráfi co a três dimensões.

“Criar uma start-up de sucesso” é o objectivo da equipa do IFRA, projec-to multidisciplinar que tem como parceiros o ISEP, o Instituto Superior de Economia e Gestão, a Universidade de Coimbra e a Universidade do Minho.

O IFRA já foi apresentado em conferências internacionais no Brasil e na Nova Zelândia e o novo sistema de avaliação de risco tem atraído o interesse de instituições nacionais e estrangeiras.

Analisando os indicadores chave do IFRA, chegamos à conclusão que este é um projecto de boa saúde fi nanceira que mostra sinais de em-preendedorismo e de inovação.

Prevê-se que, a curto prazo, o IFRA chegue a muitos outros países e que as empresas o adquiram como um material essencial no desenvolvi-mento e criação de novos negócios.

Ambição e ideias inovadoras foram sufi cientes para o GECAD criar a “Sair +”, uma empresa que tem por base um portal inovador de pesqui-sa e lançamento de ofertas turísticas. Este é o primeiro portal turístico inteiramente português, com conteúdos que ligam as ofertas de aloja-mento aos melhores locais a visitar em qualquer região. Brevemente, disponibilizará ainda os seus serviços para dispositivos móveis.

E, para o lançamento em grande da spin off , o portal “Sair +” ofereceu aos utilizadores uma semana em Palma de Maiorca para duas pessoas, mediante a participação num concurso, no mínimo, original.

Armando Vieira é também o mentor desta ideia e, agora, também o director da spin off “Sair +“. Para os criadores da empresa, “a Sair + não é apenas mais um portal de turismo. É um novo modelo de promoção e reservas na Internet”. Tal como fazem questão de sublinhar, a imple-mentação de um sistema de Web social é uma das inovações deste portal, além de que “neste portal, são os utilizadores que estão no cen-tro da acção. São eles que avaliam, escolhem e decidem quais os hotéis mais relevantes”.

Além de Portugal, os criadores do “Sair +” explicam que o portal vai também ser promovido em Espanha, dando assim aos seus utilizadores informações mais precisas sobre o nosso país vizinho, e vice-versa.

SAIR +: UM NOVO PROJECTO COM A MARCA GECAD

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24 BREVES

Ana Pires, investigadora do Laboratório de Cartografi a e Geologia Aplicada (LABCARGA), foi um dos oradores convidados para o sim-pósio internacional “Rock Characterization, Modelling and Engineering Design Methods”, que se realizou em Maio, em Hong Kong.

A investigadora portuguesa viajou até à Ásia para apresentar a comunicação “Geoengi-neering Field Techniques for Rock Characteri-zation of Coastal Protection Structures”. Este trabalho, desenvolvido em colaboração com o docente do ISEP e também investigador no LABCARGA, Hélder Chaminé, pretende contri-buir para o desenvolvimento de novas meto-dologias de avaliação de materiais rochosos usados na preservação e reabilitação de zo-nas costeiras. Este projecto usou como caso de estudo as estruturas de protecção costeira de Espinho.

A contínua migração das populações a nível global para zonas litorais tem levado a um aumento da vulnerabilidade das costas e con-sequente aceleração da sua erosão. Só em Portugal existem 290 protecções costeiras. As propostas apresentadas neste trabalho con-tribuem para melhorar a efi ciência de moni-torização e manutenção destes mecanismos, reduzindo ainda os impactos económicos.

Ana Pires foi igualmente convidada para pre-sidir à sessão "Modelling", juntamente com Hyung-Mok Kim, o que realça o mérito atribu-ído ao trabalho de investigação desenvolvido no LABCARGA.

GEOTECNIA DESTACA-SE EM HONG KONG

JOÃO LIMA LOPES VENCE BEST POSTER AWARD NO “MATERIAIS 2009”João Lima Lopes foi distinguido com o Best Poster Award no decorrer do “Materiais 2009”. O trabalho apresentado procura avan-çar tecnologias de restauro de articulações. É um exemplo da engenharia ao serviço da humanidade.

O prémio foi atribuído no decorrer do V Sim-pósio Internacional de Materiais “Materiais 2009” ‒ organizado conjuntamente pela So-ciedade Portuguesa de Materiais (SPM) e pelo Instituto Superior Técnico ‒ que decorreu em simultâneo com o XIV Encontro da SPM, no início de Abril, em Lisboa.

Intitulado “Desenvolvimento e Caracterização Tribológica de Materiais para Reparação e Re-generação de Cartilagens Articulares” o traba-

lho vencedor incide no desenvolvimento de substitutos da cartilagem articular danifi cada, através do processamento de materiais sin-téticos com baixo atrito e elevada resistência mecânica.

Segundo Lima Lopes, estes prémios são so-bretudo uma mais-valia para os actuais e fu-turos alunos do ISEP, já que reafi rma o valor do corpo docente e permite interacções que sustentam a sua contínua evolução. Vem igualmente reconhecer a qualidade do tra-balho científi co desenvolvido no Instituto e permite dissipar mitos relativos a hiatos entre a produção científi ca do ensino politécnico e universitário.

Futuramente, o docente do Departamento de Física espera continuar o estudo, avançando com testes in vivo ‒ aplicação do material num sistema biológico. Em caso de sucesso, poderá representar um passo importante para o restauro de articulações com vista à ar-troplastia total e constituir-se como um avan-ço marcante na vida de milhões de pessoas.

PRÉMIO REN 2008Sérgio Ramos foi distinguido com uma men-ção honrosa no decorrer do Prémio REN 2008. O trabalho apresentado incide na utili-zação de técnicas de data mining para apoio aos agentes dos mercados retalhistas de energia eléctrica.

Este projecto vem no seguimento do mestra-do em Engenharia Electrotécnica e Computa-dores, que Sérgio Ramos está a desenvolver no ISEP, devido à parceria com o Instituto Su-perior Técnico (IST). A dissertação teve como orientadora a docente do ISEP Zita Vale e João Santana, do IST. A Rede Eléctrica Nacio-nal acaba assim por dar uma dupla dimensão ao nosso Instituto, reconhecendo a qualida-de da oferta formativa e da investigação feita no ISEP.

Sérgio Ramos encontra-se actualmente a desenvolver projectos de investigação no Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) e é igualmente docente no Departamento de Engenharia Electrotécnica.

Carlos Ramos, investigador do Grupo de In-vestigação em Engenharia do Conhecimen-to e Apoio à Decisão (GECAD) e docente do Departamento de Engenharia Informática (DEI), coordenou uma edição especial da re-vista científi ca “IEEE Transactions on Learning Technologies”. Esta edição especial (nº 2 de 2009) foi dedicada ao tema “Real World Ap-plications of Intelligent Tutoring Systems” reunindo alguns dos principais trabalhos mundiais na área dos Tutores Inteligentes.

Entre os nove artigos da revista, para além do edital de co-autoria de Carlos Ramos, Clau-de Frasson (University of Montreal, Canadá) e Sowmya Ramachandran (Stottler Henke Associates, Inc., EUA) inclui-se ainda o artigo “Training Control Centers' Operators in Inci-dent Diagnosis and Power Restoration Using Intelligent Tutoring Systems”, dos docentes do ISEP Luiz Faria e António Silva (GECAD e DEI), Zita Vale (GECAD e Departamento de En-genharia Electrotécnica) em colaboração com Albino Marques (REN).

CARLOS RAMOS DIRIGE EDIÇÃO ESPECIAL DE REVISTA IEEE

SEMINÁRIO SOBRE EXPLOSIVOS E OPERAÇÕES DE DESMONTE O Departamento de Engenharia Geotécnica, em parceria com a AP3E - Associação Portu-guesa de Estudos e Engenharia de Explosivos -, promoveu, no dia 3 de Junho, um seminário sobre Explosivos e Operações de Desmonte no ISEP.

Durante o evento foram debatidos temas como o enquadramento da engenharia de explosivos, a legislação específi ca e o panora-ma do mercado de explosivos. A sessão serviu ainda para uma abordagem sobre aplicações e operações de desmonte e a sua aplicação no caso concreto das obras públicas.

O seminário destinou-se a profi ssionais da área e a estudantes, com destaque para a área

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25BREVES

ISEP NO PROJECTO EUROPEU TERMAREDO Laboratório de Cartografi a e Geologia Apli-cada (LABCARGA) participou, em Maio, no arranque do projecto europeu TERMARED ‒ Rede de Cooperação para o Desenvolvimento Termal no SUDOE. Com fi nanciamento FEDER no valor de 525.000 euros, este projecto será desenvolvido por um consórcio liderado pela Xunta de Galicia, que agrega, além do ISEP, parceiros científi cos e empresariais portugue-ses, espanhóis e franceses.

O objectivo do consórcio é claro: aproveitar as riquezas naturais de um recurso como a água mineral, para dinamizar o sector do ter-malismo e o turismo de saúde e bem-estar. Deste modo, espera contribuir para uma eco-nomia do conhecimento mais competitiva no Sudoeste Europeu (SUDOE). O projecto TERMARED visa promover a inovação e a constituição de redes de cooperação científi -co-tecnológica nos domínios do termalismo. Em termos de investigação aplicada, o LAB-CARGA irá focar-se nos efeitos das mudanças climáticas nas águas minerais naturais do SUDOE. O estudo dos pelóides termais e das propriedades terapêuticas, a gestão do risco sanitário nos balneários termais e a criação de um curso profi ssionalizante subordinado ao termalismo, estão entre as restantes metas do projecto. O TERMARED tem ainda previs-to a elaboração de um catálogo sobre águas minerais naturais do SUDOE e a realização de um congresso internacional.

O consórcio integra o ISEP, as universidades de Vigo e da Corunha (Espanha), a Université Victor Segalen Bordeaux 2 (França), a Direc-

SEMINÁRIOS DE INVESTIGAÇÃO CISTERO Centro de Investigação em Sistemas Con-fi áveis e de Tempo-Real (CISTER) tem vindo a organizar o CISTER SEMINAR SERIES para divulgar o estado da arte em sistemas com-putacionais de tempo real. Reconhecido internacionalmente como uma das mais avançadas unidades de investigação da área, o CISTER aproveita estas sessões quinzenais para divulgar alguns dos projectos que está a desenvolver, mas também para convidar peritos ao ISEP.

Edward Matthijs, docente na University Col-lege KAHO St. Lieven, Bélgica, veio em Maio ao ISEP apresentar um seminário sobre Méto-dos Electroquímicos. O convite ao professor belga partiu do Departamento de Engenharia Química, com vista a divulgar algumas novi-dades na área de Galvanotechnic Technolo-gies a profi ssionais e futuros profi ssionais de Engenharia Química.

Muitos dos desenvolvimentos em Química moderna dependem de princípios electro-químicos. No entanto, este não é o campo mais acessível da Química. Em parte, este facto justifi ca-se pelo facto das reacções electroquímicas ocorrerem à superfície, o que representa um desafi o devido à acelera-ção das reacções.

Apesar da importância das técnicas clássicas para efeitos analíticos, como a polarografi a, recentemente tem havido uma evolução de técnicas electroquímicas para estudar este tipo de reacções. Voltametria cíclica, volta-metria de onda quadrada ou técnicas de im-pedância, são hoje métodos comummente

de Engenharia Geotécnica e Geoambiente, mas contou igualmente com a presença de convidados da Faculdade de Ciências e Tec-nologia da Universidade de Coimbra, do Insti-tuto Superior Técnico e das empresas Desca-vanor e MACAMPor, entre outros.

Deste modo, o campus do ISEP acabou por servir de fórum à discussão de desafi os e oportunidades de negócio num ramo espe-cífi co da actividade construtiva e extractiva.

ción Xeral de Turismo da Galicia (Espanha), a Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (Portugal), o Conseil Général des Landes (França), a Associação Galega de Talasoterapia (Espanha), a Associação Galega dos Propietarios dos Balnearios (Espanha) e a Associação das Termas de Portugal.

DIA INTERNACIONAL DO MUSEUSO ISEP participou no Dia Internacional dos Museus. Visitas guiadas gratuitas e desloca-ções a escolas primárias do Grande Porto fo-ram algumas das actividades que ajudaram a marcar a semana de 18 a 22 de Maio do nosso museu.

No âmbito das celebrações, o Museu do ISEP organizou ainda a palestra “Há Histórias no Museu! Um Galvanómetro Três Perspectivas”. Este evento contou com a colaboração do Museu da Faculdade de Engenharia da Uni-versidade do Porto e do Museu de Ciência da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e serviu para relembrar equipamentos e práticas de trabalho com mais de um século.

O Dia Internacional dos Museus é celebrado anualmente em todo o mundo desde 1977. Pretende alertar a comunidade para a ideia dos “museus serem veículos importantes de enriquecimento cultural e trocas de saber, fa-vorecendo o desenvolvimento de compreen-são mútua e da cooperação”. Ainda de acor-do com a defi nição do International Council of Museums, os museus representam “uma instituição ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento”.

Situado no centro do nosso campus, com um espólio de aproximadamente 10.000 ob-jectos e recentemente elogiado pela Scien-tifi c Instrument Commission, o Museu do ISEP presta homenagem à evolução do ensino da engenharia nacional.

A série de seminários arrancou no fi nal de Abril com o investigador Stefan Petters. O investi-gador do CISTER apresentou o seminário “Real Power Management”, que serviu para discutir problemáticas e soluções associadas à gestão dos consumos energéticos das plataformas computacionais. Já em Maio, o seminário “Wireless Sensor Networks (WSNs)”, conduzido por Mário Alves (CISTER) serviu para apresentar as medidas que a unidade de investigação do ISEP está a explorar de modo a permitir a mas-sifi cação de redes sensoriais sem fi os.

Luís Almeida (FEUP) foi o orador convidado para o primeiro seminário de Junho, “A Dynam-ic Scheduling Approach to Designing Flexible Safety-Critical Systems”. Este evento incidiu no desenvolvimento de sistemas dinâmicos para controlo de qualidade em domínios industriais.

Ainda em Junho, Björn Andersson (CISTER) apresentou o seminário “The Utilization Bound of Non-Preemptive Rate-Monotonic Schedul-ing in Controller Area Networks is 25%”.

Os encontros do CISTER SEMINAR SERIES con-tinuam com duas sessões mensais e são aber-tos a investigadores e profi ssionais na área de sistemas computacionais de tempo real, além de alunos e outros interessados na temática.

ISEP RECEBE VISITA DE PERITO BELGA EM MÉTODOS ELECTROQUÍMICOS

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26 BREVES

DIA MUNDIAL DA CRIANÇAO sucesso das organizações constrói-se a partir das pessoas que constituem o seu uni-verso. Ciente da importância que a aposta na qualidade passa igualmente por um bom am-biente de trabalho, coeso e inclusivo, o ISEP tem vindo a reforçar iniciativas e equipamen-tos em prol da nossa equipa.

No dia 1 de Junho, aproveitando o Dia Mundial da Criança, organizamos um convívio e convi-damos todos os colaboradores a trazerem os seus fi lhos ao nosso campus. Proporcionar um fi m de tarde diferente e muito divertido era o objectivo da iniciativa. Para as crianças, esta era uma oportunidade de ver de perto onde os pais trabalham, mas também para entra-rem no fascinante mundo da tecnologia.

30º ANIVERSÁRIODA AEISEPA Associação de Estudantes do Instituto Su-perior de Engenharia do Porto (AEISEP) co-memorou a 23 de Abril de 2009, o seu 30º aniversário.

Em discurso na cerimónia solene que se rea-lizou no dia 24 de Abril, no Coliseu do Porto, Thiago Oliveira, presidente da AEISEP, elogiou as conquistas passadas e estendeu agrade-cimentos a todos os que contribuíram para a tornar numa Associação de Estudantes de referência em Portugal.

“Constituída a 24 de Abril de 1979 a Associa-ção de Estudantes do Instituto Superior de Engenharia do Porto, comemora 30 anos de existência. Sem dúvida, é uma data que marca a história desta Associação, que ao longo dos tempos tem marcado o movimento associati-vo no panorama nacional.”

As três décadas de vida da AEISEP serviram para afi rmar a sua importância na defesa dos direitos estudantis e no panorama da Federa-ção Académica do Porto. Mas contribuíram igualmente para promover o espírito especial que demarca o ensino superior, seja com a organização de semanas académicas, na di-namização do desporto escolar ou no acolhi-mento de novos alunos.

aceites pela comunidade científi ca. Qualquer das técnicas comporta as suas vantagens e desvantagens, requerendo, no entanto, todas elas alguma experiência.

Neste sentido, o DEQ convidou Edward Mat-thijs, que aproveitou o seminário para passar ensinamentos, numa vertente prática, sobre o domínio destas técnicas modernas. Divi-dido em três partes, o seminário abordou Aspectos Fundamentais da Electroquímica, Métodos Electroquímicos e Aplicações Elec-troquímicas Modernas.

Edward Matthijs é doutorado em Química pela Catholique University of Leuven, tendo-se especializado em Electroquímica. Está igualmente envolvido em vários projectos de investigação na área de Galvanotechnic Technologies.

SEMINÁRIO NATIONAL INSTRUMENTSA empresa National Instruments (NI) orga-nizou uma série de seminários técnicos em Lisboa, Porto e Coimbra para divulgar os re-sultados do estudo "LabVIEW & MATLAB for Real-Time Data Acquisition with FPGA and 32-bit Microcontrollers with Hydrogen Fuel Cells Control Case Study". No passado dia 16 de Abril, visitaram o ISEP.

A sessão foi conduzida por Magno Santos que apresentou o interface LabVIEW & MATLAB, que recorre a uma plataforma embutida para aquisição e controlo de dados em tempo-real. O seminário contou ainda com a demonstra-ção prática da BAHIA, uma pilha combustível fabricada pela empresa francesa Helion, em parceria com a NI LabVIEW. Este produto, uma pilha combustível (Hydrogen) tipo PEM com instrumentação e automatização, é um equi-pamento didáctico, que permite o estudo da micro-cogeneração.

O ISEP está sempre aberto às empresas. No apoio à divulgação de projectos, através do nosso Centro de Congressos, ou na consul-tadoria com as nossas unidades de I&D, esta-mos ao lado das indústrias e queremos ajudar o tecido produtivo a fazer mais e melhor.

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: DA TECNOLOGIA AOS PROCESSOS“A Informação é um activo de negócio.” Foi este o mote que lançou a 2ª edição do curso “Segurança da Informação: da Tecnologia aos Processos”. Especialmente dedicado a cola-boradores de empresas com responsabilida-de em matérias de segurança, este curso teve início a 7 de Abril e foi leccionado em horário pós-laboral.

Conhecer a informação que se utiliza diaria-mente, os seus processos de gestão e procedi-mentos directamente associados, constituem formas de melhor compreender o seu valor para a organização. Só assim se podem iden-tifi car os correctos níveis de protecção que esta requer, em termos de confi dencialidade, disponibilidade e integridade. Perder informa-ção signifi ca perder negócios. Não ter acesso a informação é uma medida de insegurança.

Interromper actividades por falhas de segu-rança constitui uma perda de imagem irrepa-rável nos dias de hoje.

Organizado pelo Departamento de Engenha-ria Informática, a formação visou transmitir a verdadeira génese dos problemas de segu-rança e contribuir para uma melhor gestão das organizações. De acordo com as práticas no ISEP, o curso foi desenhado de forma a dar preferência a uma abordagem prática e a re-fl ectir os melhores exemplos aplicados a nível internacional. Este curso, de 38 horas, serviu ainda para complementar a preparação para certifi cação individual como auditor de segu-rança da informação.

De forma alegre e educativa, os pequenos participantes foram ao Museu do ISEP, onde fi zeram fantoches e produziram uma peça de teatro onde os protagonistas eram grandes nomes da ciência, como Newton, Arquime-des ou Edison. Sob o mote “Grandes Homens, Grande Gente”, os mais novos fi caram a conhe-cer personalidades marcantes de diversas áre-as da ciência e feitos que mudaram o mundo. Seguiu-se ainda um lanche e várias actividades desportivas ao som de muita música, organiza-das em colaboração com o ginásio da Holmes Place, Fitness Worx, situado no nosso campus.

O ISEP distingue-se por ser uma instituição de portas abertas. Se no dia 1 de Junho lançamos um convite especial aos mais novos, aproveita-mos para reconhecer com este pequeno gesto o contributo diário de quem nos faz ser melhor.

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27PROVAS DE DOUTORAMENTO

Apesar do vasto número de algoritmos de agrupamento de dados existentes, nenhum é aplicável com êxito a todas as possíveis estru-turas presentes nos conjuntos de dados multidimensionais. Duas das principais mais-valias deste trabalho, entre outras, consistem no desen-volvimento do método de combinação ponderada de agrupamentos de dados com amostragem, WEACS, e da medida de consistência dos grupos do conjunto de agrupamentos de dados, MCG.

Os resultados obtidos nos estudos realizados para avaliar o desempe-nho dos vários algoritmos de agrupamento de dados e dos vários mé-todos de combinação de agrupamentos de dados em vários conjuntos de dados reais e sintéticos, mostraram que o desempenho da confi -guração TODOS5+WR do passo complementar do método WEACS em quase todas as situações, é claramente superior ao desempenho médio dos restantes métodos de combinação de agrupamentos de

O tempo é um conceito fundamental à cognição e é ortogonal à gene-ralidade dos domínios de conhecimento. A representação e raciocínio temporal são cruciais na Inteligência Artifi cial, designadamente nas áreas de planeamento, escalonamento, língua natural, raciocínio quali-tativo e de senso comum. A integração do tempo em aplicações inte-ligentes é um processo complexo devido à necessidade de considerar diferentes aspectos ontológicos do tempo, nomeadamente, topologia, primitivas temporais, granularidade, modelos densos vs discretos, bem como aspectos relacionados com a própria solução a desenvolver, tais como efi cácia, exequibilidade e adequação aos requisitos do utilizador. Assim, o trabalho desenvolvido compreende duas partes distintas e complementares na integração de conhecimento temporal em siste-mas inteligentes, a especifi cação e a verifi cação.

NOME: Jorge Santos

ÁREA CIENTÍFICA: Engenharia Informática

ORIENTADORES: Zita Vale (ISEP) e Carlos Serôdio (UTAD)

LOCAL: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

DATA DA PROVA: Maio 2009

OPTIMIZAÇÃO DA COMBINAÇÃO DE AGRUPAMENTOS BASEADO NA ACUMULAÇÃO DE PROVAS PESADAS POR ÍNDICES DE VALIDAÇÃO E COM O USO DE AMOSTRAGEM

NOME: Jorge Duarte

ÁREA CIENTÍFICA: Engenharia Electrotécnica e de Computadores

ORIENTADORES: Fátima Rodrigues (ISEP) e Manuel Cordeiro (UTAD)

LOCAL: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

DATA DA PROVA: Maio 2009dados, aproximando-se sempre dos melhores resultados nas situações em que isso não acontece. Por esse facto, o método WEACS constitui uma opção robusta e recomendável para a combinação de agrupa-mentos de dados.

O estudo comparativo para a avaliação do desempenho das medidas para a selecção do melhor agrupamento de dados, obtido pela com-binação de agrupamentos de um determinado conjunto de agrupa-mentos de dados, apresentou resultados que mostram que existe uma relação directa entre os resultados obtidos pela medida MCG e a qua-lidade dos agrupamentos de dados fi nais obtidos, já que o aumento ou a diminuição dos valores da medida MCG são acompanhados pelo aumento ou diminuição da qualidade dos agrupamentos de dados fi -nais. As restantes medidas usadas no estudo, não apresentaram esta correlação ou só apresentaram em alguns conjuntos de dados. Estes resultados demonstram que a medida MCG constitui uma opção acon-selhável como medida para a selecção de agrupamentos de dados fi -nais resultantes da combinação de agrupamentos de dados.

INTEGRAÇÃO DE CONHECIMENTO TEMPORAL EM SISTEMAS INTELIGENTES

A verifi cação é um processo que visa garantir que um determinado sistema foi desenvolvido com as técnicas e métodos adequados, satis-fazendo os requisitos do utilizador. No contexto da verifi cação de siste-mas inteligentes, a detecção de anomalias do conhecimento é o méto-do que proporciona melhores resultados. Assim, foram desenvolvidos algoritmos para a detecção automática de anomalias em sistemas com conhecimento temporal. O resultado deste trabalho foi materializado no sistema VERITAS. Como caso de estudo foi considerado o SPARSE, um sistema pericial para o auxílio aos operadores da Rede Eléctrica Na-cional (REN) no diagnóstico de incidentes.

Relativamente à especifi cação temporal, foram desenvolvidas técnicas baseadas numa estratégia de dividir-para-conquistar que visam o de-senvolvimento de ontologias complexas com recurso à composição de ontologias já existentes.

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