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1ª Edição do Jornal da Concelhia de Lisboa da Juventude Popular, Saiba mais em: http://www.facebook.com/lisboa.jp
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1ª Edição
Setembro 2012
Diretora: Diana Vale
Intervenção da
Juventude Popu-
lar de Lisboa na
conferência
Políticas Sociais
em Tempos de
Crise Pág. 42
Nacional
As razões da Austeridade Pág. 14
Um olhar sobre o Ensino Superior Pág. 16
Agenda Pág. 45
LISBOA
CONVIDA:
PEDRO MOTA SOARES Pág. 5
ENTREVISTA:
JOÃO GONÇALVES PEREIRA Pág. 7
HOMENAGEM A ADRIANO MOREIRA Pág. 26
EUROPA E O MUNDO Pág. 27
« Consenso entre
Portas » Pág. 12
Tomada de Posse dos Órgãos da Concelhia
de Lisboa
Um grito silenciado
Manifestação 15 Set Pág. 19
Índice Editorial
2
5—Lisboa Convida
7—Entrevista a João Gonçalves Pereira
12—Nacional
12—Consensos entre portas
14—As razões da Austeridade
16—Um olhar sobre o Ensino Superior
19—Um grito de Silêncio
22—RTP: Ser (Publica) ou não ser…
24—Mal por Mal, antes o Pombal
25—Ação Social: na Politica servir os outros
26—Homenagem a Adriano Moreira
27—Internacional
27—Uma Europa nova?
28—Eleições nos Estados Unidos da América
30—Síria, a confusão instalada
31—O 11 de Setembro
32—Participação no Pensar Lisboa
34—Tomada de Posse JP Lisboa
34—Discurso da Alexandra Benitez
36—Discurso do Francisco Rodrigues dos Santos
41—Escreve o Militante
41—A Cultura e o Partido
42—”Políticas Sociais em Tempo de Crise”
Na última sexta – feira, dia 28 de
Setembro, tomaram posse os
Órgãos da Concelhia de Lisboa da
Juventude Popular: Comissão
Política e Mesa do Plenário.
Este acontecimento teve lugar na
Sede do CDS- PP num jantar que
envolveu cerca de cem pessoas,
desde militantes, simpatizantes,
familiares e amigos.
Nesta primeira edição, salienta-
mos, também, a pequena mensa-
gem do nosso Ministro da Solida-
riedade Social, Luís Pedro Mota
Soares, acerca de um novo para-
digma social a tingir pela socieda-
de portuguesa.
Damos especial ênfase ao Deputa-
do da Nação e Presidente da
Comissão Politica Concelhia do
CDS - PP Lisboa , João Gonçalves
Pereira, numa entrevista muito
simpática, onde o mesmo nos fala
da sua vida partidária e das próxi-
mas eleições Autárquicas que têm
um papel muito importante nos
próximos tempos para todos nós.
O principal objetivo deste jornal é sem dúvida reforçar as opiniões dos nossos jovens,
dar-lhes voz e permitir que esta seja ouvida, não esquecendo que é preciso aprender com
os mais sábios. A nossa ambição será sempre informar, debater, opinar sobre os princi-
pais temas que fazem a agenda da atualidade
Diana Vale
Diretora do Centrista
Jovem Centrista,
Este é o tempo da Concelhia de Lisboa da
Juventude Popular (JP) contar contigo, chegar
até ti e provar-te que a importância de seres
jovem reside também na tua contribuição espe-
cial na realização dos projetos da Concelhia.
Os órgãos recém-eleitos são alicerçados num
grupo que alia a experiência à jovialidade, que
tem gente com créditos firmados nos meios de
onde é oriunda, com uma vontade inequívoca de
ir muito mais longe do que foi feito até então, que vai fazer diferente e Ser a Mudança que a
JP Lisboa precisa.
Juntos vamos atingir com sucesso o seu verdadeiro fim: assumi-la publicamente como uma
alternativa ideológica, provar a capacidade das soluções para problemas da comunidade e
de, por essa via, criar um elo de ligação entre os seus militantes e o público em geral.
Com esse intuito, constituímos as nossas três bandeiras, aquelas que serão as áreas de refe-
rência das três Vice-Presidências: a Comunicação, a Democracia-Cristã e a Intervenção
Política.
No seio da Vice-Presidência da Comunicação, vamos resolver aquelas que têm sido gra-
ves lacunas do órgão executivo: a comunicação interna – dialogando permanentemente com
todos aqueles que já integram a JP (responsabilidade do Gabinete de Apoio ao Militante);
a comunicação externa - focada nos jovens mais afastados da órbita das juventudes partidá-
rias (responsabilidade do Vogal do Marketing).
Realizaremos atividades festivas, culturais e desportivas, ações de grupo devidamente con-
certadas e com visibilidade na sociedade civil (responsabilidade do Vogal do Recreativo),
MENSAGEM DO PRESIDENTE
3
Francisco Rodrigues dos Santos
Presidente da JP Lisboa [email protected]
4
que pretendemos transmitir pois, só deste modo, será mais fácil congregar o maior núme-
ro de pessoas em torno das nossas ideias.
No espectro da Vice-Presidência da Democracia-Cristã, a nossa atuação irá de encon-
tro àqueles que enfrentam acentuadas dificuldades sociais e económicas. O ser Humano é
solidário e nós, confessos democratas-cristãos, conhecemos melhor que ninguém os valo-
res universais da Doutrina Social da Igreja. Cabe, então, pô-los em prática, no dia-a-dia,
mudando a vida dos outros – responsabilidade do Vogal da Ação Social. Sabemos que o
País atravessa momentos difíceis, mas não será, nunca, pela falta de iniciativa da nossa
parte na análise da conjuntura económica, na descoberta de novas oportunidades, que os
Jovens deixarão de ter espaço para mostrar valor e trabalho – responsabilidade do Gabi-
nete de Empreendedorismo em estrita colaboração com o Vogal dos Assuntos Econó-
micos.
Sob a tutela da Vice-Presidência da Intervenção Política, queremos integrar a formação
dos nossos quadros enriquecendo o património intelectual dos rapazes e raparigas inte-
ressados neste meio, para que estejam preparados a intervir ativamente na agenda política
da Concelhia, assumindo um posição informada e conhecedora do seu papel enquanto
agente político – responsabilidade do Vogal da Formação Política.
Não esqueceremos o papel da Educação no desenvolvimentos humano e científico dos
jovens, o que nos levará a acompanhar e a intervir também nesse âmbito, junto dos Esta-
belecimentos de Ensino e das Associações Académicas, fazendo valer a nossa voz nas
sedes próprias – responsabilidade do Vogal da Educação.
Permaneceremos ao lado das Freguesias do Concelho e dos seus autarcas, fazendo um
levantamento efetivo das realidades heterogéneas que se vivem em cada uma delas, pro-
curando aproximar os problemas das respetivas soluções, construindo Lisboa a partir da
reunião das vontades dos Lisboetas. Participaremos, igualmente, na coordenação e dire-
ção das Eleições Autárquicas 2013 – responsabilidade do Gabinete Autárquico.
É inevitável elevar a fasquia e exigir muito, muito mais a quem dirige os planos da Con-
celhia de Lisboa. Com trabalho e com todos, chegou o momento de mostrar serviço.
LISBOA CONVIDA...
5
Sr. Ministro da Solidariedade e Segurança Social
Luís Pedro Mota Soares
POR UM NOVO PARADIGMA SOCIAL
Sei que me dirijo à Juventude Popular. Uma juventude parti-
dária que ao longo de gerações se tem mostrado desempoeira-
da, imbuída de um imprescindível espírito crítico e de um
constante sentido de responsabilidade.
Uma juventude que sempre ousou pensar o futuro. Mesmo
quando o via ser hipotecado.
E pensar o futuro é perceber que Portugal não podia manter-se num rumo em que o gas-
távamos hoje, não teria cabimento, nem sequer, com o que produzíamos amanhã.
Pensar o futuro é percebermos que Portugal não poderia manter-se num rumo em que o
paradigma da insustentabilidade era crescente e que o amanhã era hipotecado a cada dia
que passava.
Pensar o futuro é inverter a rota na qual o pagamento da fatura era sistematicamente
adiado- Pensar o futuro é percebermos que não sairemos da crise enquanto pensarmos
que ela é passageira e que tudo voltará ao normal. Nada poderá ficar como antes se
queremos ultrapassar este momento difícil.
Chegados a esta fase da história importa que se reconheça que o Estado, por si só, não
pode ter a pretensão de chegar a tudo e a todos, sob o risco de muitos deixar de fora.
Deverá, antes, construir pontes de confiança e parceria com aqueles que ao longo dos
tempos têm vindo a assumir uma importância incontestável no combate à exclusão
social.
Importa que neste sentido se trabalhe promovendo a mudança de paradigma da resposta
social em Portugal.
6
O Estado não pode abdicar das suas responsabilidades – até porque muitas delas são
indelegáveis – mas deve estabelecer um complemento à sua resposta com as
instituições sociais que se encontram no terreno de Norte a Sul do país.
As instituições sociais, pela sua natureza, conseguem prestar um apoio de qualidade
inquestionável e em permanente readaptação às novas exigências e necessidades
sociais, sendo, nesse sentido, mais flexíveis que o Estado no fornecimento de uma
resposta mais adequada.
Uma resposta que tem um objetivo claro de auxílio aos outros mas que não se esgota
aí.
As instituições sociais são particularmente importantes na dinamização da economia.
São elas que muitas vezes, sobretudo em zonas desprotegidas, são o agente económico
de excelência, dinamizando economias locais, sendo fonte de emprego e contrariando
até a tendência da balança comercial, ao não importarem e antes consumirem muito
dos produtos da região onde estão inseridas.
Constituem um sector que hoje emprega cerca de 250 mil pessoas, que não se
deslocaliza e com facilidade dá emprego a pessoas mais idosas, sendo muitas vezes
dos poucos agentes integrantes de pessoas com deficiência.
O terceiro sector é responsável hoje por cerca de 5,5 % do PIB mas pode e consegue,
mesmo em contraciclo, ser fator de crescimento e de aumento de oferta.
Esta é pois uma rede cujo potencial não pode continuar a ser descurado e com quem o
Estado deve construir e promover interações com os restantes sectores desenvolvendo
uma sociedade mais humanitária, solidária e sustentável.
Há portanto que mudar o presente para ganhar o futuro e nesse sentido Portugal terá
que contar com a participação e articulação de todos para o fazer.
Devemos isso às gerações futuras e à própria Juventude Popular. Contem comigo, com
o meu esforço e o meu total empenho, para a prossecução destes objetivos.
Eu sei que o país também conta convosco.
ENTREVISTA
7
Deputado e Presidente da Concelhia de Lisboa do CDS-PP
João Gonçalves Pereira
Na passada quarta-feira, dia 26 de Setembro, a Juventu-
de Popular de Lisboa reuniu-se com o Presidente da
Concelhia de Lisboa do CDS-PP, João Gonçalves Perei-
ra, tendo em vista entender a posição do CDS em rela-
ção a alguns assuntos importantes sobre a cidade de Lis-
boa, incluindo perceber a nova lei autárquica.
Juventude Popular de Lisboa (JPL): Neste processo de
Reforma Administrativa de Lisboa tem tido um papel cen-
tral. O facto de ser Presidente da Concelhia de Lisboa e de
ser Deputado do CDS na Assembleia da República, assim
como o seu Vice-Presidente da Concelhia, o Deputado Mesquita Nunes, podem ser uma
mais-valia nas eleições autárquicas que se avizinham?
João Gonçalves Pereira (JGP): Não me recordo e não sei se serei o primeiro Presidente
de uma Concelhia (a de Lisboa) do CDS e ser ao mesmo tempo Deputado na Assem-
bleia da República. Eu penso que isso trouxe uma mais-valia muito grande para o Parti-
do, não necessariamente por ser eu, assim como do Vice-presidente da Concelhia de lis-
boa, o Adolfo Mesquita Nunes. Mas penso que a posição do CDS no debate parlamen-
tar em torno da questão autárquica saiu reforçada e valorizada. E essa valorização pas-
sou por o CDS ter uma proposta diferente do nosso parceiro de coligação.
JPL: E essa posição não criou problemas na coligação?
JGP: Aquilo que defendi enquanto Presidente da Concelhia de Lisboa do CDS antes de
estar no Parlamento, mantive quando cheguei ao parlamento. Não abandonámos aquilo
que nos parecia ser a melhor solução, em termos da organização da cidade de Lisboa
que, a nosso ver, deveria ser um mapa de 9 e numa segunda fase 11 freguesias. Conse-
guimos assim, impor a nossa posição, ter alguma projeção mediática e permitiu-nos
8
dizer que somos solidários no governo, mas que mantemos a nossa autonomia. Isso é
algo que é importante numa coligação e para quem está na política, porque não
podemos abdicar daquilo que são as nossas ideias e valores, em nome de outro
interesse político qualquer.
JPL: Vai ser candidato nas próximas eleições autárquicas? Gostava mais de estar
a defender o interesse dos cidadãos na Assembleia da República ou na Câmara
Municipal?
JGP: Estou, como sempre estive, disponível para o que for melhor para o Partido.
Estou a gostar muito do trabalho no Parlamento e a verdade é que os militantes têm
reconhecido que o CDS Lisboa tem tido uma visibilidade mediática que não teve no
passado. Agora, ainda é prematuro avançar cenários... terei que falar com o Presidente
do Partido, Paulo Portas, e o Presidente da Distrital de Lisboa, Telmo Correia.
JPL: Ao dia de hoje, em que ponto estamos na Reforma Administrativa de
Lisboa, depois do Presidente Cavaco Silva ter devolvido o Diploma ao
Parlamento? E como é que o CDS chegou à conclusão que 9 e depois 11 freguesias
em Lisboa seria a melhor proposta?
JGP: Em relação à questão da reforma da lei autárquica de Lisboa não vos posso falar
muito nesta fase. Posso referir que o PSD e PS, o bloco central, poderia ter ido muito
mais longe. Inicialmente a CML encomendou um estudo sobre o novo modelo de
governação para a cidade. Nesse mesmo modelo foram desenvolvidos três caminhos
possíveis:
1. Manter as 53 freguesias e dar mais algumas competências às freguesias
2- Existência de 21 freguesias em lisboa com reforço ainda maior de competências
3- Um caminho de 9 freguesias com freguesias robustas com capacidade financeira
própria que permitiam abranger um conjunto de áreas e assim uma melhor resposta
ao cidadão.
O CDS entendeu que a terceira solução era a mais viável!
9
JPL: Haveria transferência de competências da CML para essas freguesias?
JGP: Sim, haveria. Nós entendemos que este estudo técnico foi muito bem feito. E na
verdade, a opção de uma redução de 53 para 9 freguesias era a única vertente que iria
ao encontro das grandes capitais europeias como Madrid, Paris, Roma, porque
apresentava uma redução do numero de freguesias dando uma dimensão populacional
e de área geográfica, que permitia atribuir meios humanos e financeiros capazes de dar
boas repostas aos cidadãos. O objetivo desta reforma administrativa não é uma
redução de custos mas sim, a eficácia de melhorar aquilo que é a gestão municipal.
JPL: PS e PSD defenderam 24 Freguesias?
JGP: É verdade, infelizmente PS e PSD defenderam 24 freguesias para Lisboa.
Contudo, estas reformas não se fazem de 4 em 4 anos, nem de 10 em 10 anos, e nós,
em vez de esperarmos mais 40 anos até que haja uma evolução para as 9 freguesias,
entendemos que devia ser dado já esse salto qualitativo em beneficio de uma melhor
cidade e de uma melhor gestão municipal. O PS e o PSD, reféns dos seus próprios
interesses partidários, não conseguiram ir mais longe. No entanto, nós, como é
evidente, não votamos contra a proposta das 24 freguesias porque entendemos que 24
são melhor que 53, contudo as 9 seria o número ideal.
JPL: Como tínhamos dito inicialmente, gostávamos que nos falasse um pouco
sobre as eleições autárquicas do próximo ano, se o CDS está a pensar numa
coligação?
JGP: As próximas eleições autárquicas serão um grande desafio para o CDS. Para o
CDS, nós estamos a trabalhar para um cenário de 53 freguesias, mas caso o modelo
seja aprovado para 24, nós começaremos a trabalhar nessa matriz. Contudo,
continuamos a trabalhar num cenário para 53, porque tenho dúvidas que o Presidente
da República promulgue o Diploma como o PS e PSD querem fazer avançar. Não
percebo como é que o Presidente da República pode promulgar um diploma onde não
é indicada a Sede das futuras freguesias. Veremos....
JPL: E em relação à coligação?
JGP: Em relação à questão da coligação, estamos a trabalhar como se fossemos
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nesta fase, e embora as eleições sejam só no final do próximo ano, para nós 2013 é já
amanhã e por isso, estamos a trabalhar preparando nos para ir a eleições sozinhos.
Estamos, por isso, a trabalhar num programa para a Câmara, outro para as freguesias,
na preparação de candidatos.
JPL: Que papel caberá à Juventude Popular nas Autárquicas?
JGP: Falando em concreto da Juventude Popular, o Partido e eu próprio, enquanto
primeiro responsável pela Concelhia de Lisboa, darei a margem que eu entenda
suficiente para que a JP possa participar e integrar as listas em lugares também
elegíveis. Podem contar comigo, assim como espero contar com esta nova equipa. Eu
não me esqueço do meu caso pessoal que com apenas 18 anos fui um dos mais jovens
autarcas do País. Esta foi, sem dúvida, a minha melhor experiência política porque vi
que com a minha decisão conseguia resolver problemas concretos dos fregueses. Mas
esta minha passagem pela junta de freguesia (São João de Brito) permitiu-me ver que
os autarcas de freguesias estão muito condicionados, porque muitas vezes os fregueses
dirigiam-se à Junta de Freguesia com os seus problemas e estes eram competência da
Câmara ou do Governo. Assim, a reforma administrativa que nós defendemos serve
também para dignificar o papel do próprio autarca de freguesia, porque lhe dá os
instrumentos de que precisa para resolver muitos problemas que hoje não consegue.
Pelo CDS esta Reforma do Poder Local deveria ter abrangido também a redução de
municípios e não apenas a redução de freguesias.
JPL: Acha que o contributo da Juventude Popular pode ser de alguma forma pro ativo?
JGP: Eu sou o primeiro apologista disso, visto que se não me tivesse sido dada aquela
oportunidade naquela altura, eu não estaria com as responsabilidades que tenho no
Partido nem no País tendo em conta que sou Deputado da Nação. Essa oportunidade
deve ser dada à Juventude, tanto num cenário de 53 como de 24 freguesias, vamos ter
essa abertura para gente nova, gente essa que não tem de necessariamente só da JP.
Isto porque há autarcas que já deram muito ao Partido e ao País e, claro, eu respeito
isso mas chega a altura de dar lugar a gente nova porque na política não há lugares
cativos. Eu próprio estou no Parlamento hoje, amanhã estará outra pessoa e o Partido
continua. Nós só conseguiremos apostar em novas caras se o partido também for
dando oportunidade a outros, como o Dr. Paulo Portas tem feito: apostar em caras
11
JPL: Enquanto Presidente da Concelhia de Lisboa, acha que há alguma mudança que deve
ser feita na cidade? Como é que vê esta mudança no Marquês que tem sido tão contestada?
JGP: Eu penso que, em diferentes planos, quer na Concelhia, quer na CML, quer na
Assembleia municipal, o CDS tem pautado o seu discurso pela diferença. Agora, eu
não faço política a fazer a crítica pela crítica. O Dr. António Costa é alguém
experiente, é um político muito pragmático e em algumas matérias da sua governação
teve medidas positivas. Mas há matérias onde claramente o Dr. António Costa e o
Executivo ficou aquém daquilo que era o esperado. Eu não digo que a rotunda do
Marquês não possa até ser uma boa solução – o que até agora não se tem revelado -
mas não podemos estar permanentemente a ter uma política municipal que é
conduzida por um experimentalismo socialista. Por exemplo: a política das ciclovias
pode ser muito bonita, mas é uma utopia porque na realidade da cidade tem 7 colinas,
logo é uma medida errada que custou mais de 5 milhões de euros aos contribuintes.
Com este dinheiro podia-se arranjar os buracos, passeios, ou jardins.
JPL: Qual é que vai ser o discurso do CDS nas próximas autárquicas?
JGP: Eu penso que o discurso do CDS nas próximas eleições autárquicas deve ser um
discurso racional, ponderado e de contenção. Isto significa que o discurso deve ser no
sentido de resolver o problema próximos e concretos das pessoas, responder aos
problemas locais que não têm grande visibilidade mediática, mas que é algo que é
reconhecido pelas pessoas que vivem em Lisboa. Além disso, o orçamento municipal,
que é dinheiro dos contribuintes, deve ser cada vez mais bem gerido no interesse do
munícipe.
JPL: Mas no caso da Rotunda do Marquês o Tribunal de Justiça da União Europeia
aplicou ou vai aplicar sanções à cidade de Lisboa pelo excesso poluição que existe na
Avenida da Liberdade?
JGP: A multa é aplicada ao Estado e não à Autarquia. Mas que fique claro, o CDS
partilha essa preocupação ambiental, mas quando estamos a falar de reduzir o numero
de faixas na Avenida da Liberdade, estamos a falar que vamos ter cada vez mais
trânsito e mais pára-arranca, o que faz com que a poluição aumente. E para além disso
- e o CDS já alertou para isso no Parlamento - esta decisão deve ter em conta as
questão da segurança, por exemplo: se tivermos um incêndio na baixa em hora de
ponta, as ambulâncias e os bombeiros vão ter muita dificuldade em lá chegar. Nós
temos de ter
12
algum cuidado quando tomamos determinado tipo de opções que podem condicionar
outros fatores. Eu também me lembro que aqueles que são os maiores defensores desta
opção da rotunda do Marquês são os mesmos que eram os mais críticos em relação ao
túnel do Marquês. Foi uma obra polémica, mas que hoje, à esquerda e à direita, todos
reconhecem que foi uma obra positiva para a cidade de Lisboa – o túnel do Marquês –
que ajudou a melhorar a circulação naquela artéria da cidade.
Consenso entre
portas
No passado dia 15 de Setembro, a
cidade do Porto deu lugar à reunião da
Comissão Política e do Conselho Nacional
do CDS. Com a rentrée cancelada, e com
uma oposição política e uma opinião públi-
ca “sedentas” de ouvir as palavras do parti-
do, este foi o momento de quebrar o silêncio
classificado como “fúnebre” pela oposição.
O tema em cima da mesa foi, claro está, as
mais recentes medidas de austeridade anun-
ciadas pelo Governo, com particular ênfase
dado à mais polémica de todas, a redução da
taxa social única. Penso, desde já, ser da
maior importância clarificar as evidentes
consequências desta medida. A ser aplicada,
significa que os trabalhadores terão de
pagar mais (verificando-se um aumento da
sua carga fiscal), em prol das
Raquel Frazão Vaz
Vogal da Educação
empresas que pagarão menos (estas
vêm as suas contribuições a serem
reduzidas pela redução da TSU).
Parece-me que a polémica originada
pela medida é justificada pois mes-
mo num cenário de esforços que
visam a recuperação financeira do
país, perguntar-me-ia se tal medida
não será “esticar a corda” ou, se pre-
ferirem, levarem ao extremo a dispo-
nibilidade dos portugueses.
13
. E se realmente for, que opções teremos? E
serão essas alternativas igualmente prejudi-
ciais ou poderão significar um esforço ainda
maior por parte do povo? Noutra vertente,
sabemos que não é só através das contribui-
ções fiscais que poderemos recuperar a eco-
nomia portuguesa, outras medidas devem ser
tomadas e que poderão ajudar, como um
aumento nas parcerias público-privadas ou
analisar economicamente o dinheiro que é
gasto com as fundações portuguesas. Estas
últimas referem-se, ao invés de aumentar a
carga fiscal dos portugueses, reduzir aquela
que é a despesa do Estado e que se tem vin-
do a revelar tão pesada. Tendo em conta que
visto a camisola de um partido que se define
como democrata-cristão e que segue aqueles
que são os pilares sociais da Igreja, não
deveremos perder de vista aquela que é a
nossa basilar prioridade: defender aqueles
que mais sofrem.
No período que antecedeu o facto de o resul-
tado da reunião ser tornado público, muita
tinta correu sobre o silêncio a que se remeteu
Paulo Portas e sobre a possibilidade do seu
partido sair do Governo. O último tópico é, a
meu ver, de todo disparatado. Relembro que
o consenso político não é,
nem nunca foi um dado adquirido,
mas sim, uma meta pela qual os parti-
dos devem trabalhar. Sublinho ainda
que o nosso Governo é um só, os par-
tidos que o apoiam é que são dois.
Desta forma, é natural que o consenso
entre os mesmos resulte de muito tra-
balho e diálogo social. Penso que seja
óbvio que antes de trazer a público,
qualquer que seja o parecer, este deve
ser trabalhado “entre portas” de forma
democrática e sustentada, de forma a
que seja apresentado o mais coerente
e amadurecido possível. Relativamen-
te ao tão contestado silêncio do diri-
gente do partido, gostaria de relem-
brar que uma atitude credível deve
resultar de ponderação e de discussão
política. Contrariamente às constantes
fortes críticas tecidas a este respeito, e
ainda que eu mesma defenda uma ate-
nuação das consequências da aplica-
ção da TSU, penso que o partido agiu
de forma coesa e organizada, contri-
buindo para a intangibilidade da iden-
tidade do partido sem nunca ignorar a
conturbada conjuntura social que
enfrentamos.
14
A meu ver, a proposta de orçamento para 2013 que irá ser apresentada, sê-lo-á de
forma que penalize as famílias portuguesas o menos possível, num cenário que fará pre-
valecer o bom senso.
Termino, apelando, não só à Juventude Popular, mas também a todos os apoiantes, que
se orgulhem do trabalho que está a ser feito, nunca esquecendo que estamos perante um
Governo que está a tentar recuperar o “fôlego económico” do país para que possamos
cumprir com aquelas que são indubitavelmente as nossas obrigações. Na verdade, “não
há almoços grátis” e mais dinheiro, significará sempre, uma maior responsabilidade!
As razões da
austeridade
Hugo Dantas
Vogal dos Assuntos Económicos
Tendo-me sido pedido para que facultasse
à estampa a minha opinião sobre as novas
medidas de austeridade e a crise económi-
ca que – aparentemente – as justifica, não
há dúvida de que aproveitarei a ocasião
para discorrer, em linhas tão breves quanto
me for possível, sobre os princípios de uma
economia cristã, convenientemente adapta-
dos ao caso presente. De outra maneira,
seria inútil repetir toda a algaraviada técni-
ca dos analistas financeiros das televisões e
jornais que, talvez por eu não ser dotado de
luzes para a entender, me parece que
engendra mais confusão do que esclareci-
mento. A crise económica que o país atra-
vessa é uma crise do capitalismo
que, como toda a crise do capitalis-
mo, é uma crise do crédito. Eu
explico. A necessidade prática de
instalar um rigor draconiano nas
contas públicas tem o seu motivo
no elevado défice da balança
financeira do Estado. Traduzindo a
ideia para uma linguagem tão cor-
rente quanto
15
expressiva dir-se-á que o Estado portu-
guês gasta mais do que aquilo que tem. As
receitas não chegam para cobrir as despe-
sas – e há que recorrer ao crédito: fonte de
dívida pública inflacionada por juros. Para
reverter a situação da contabilidade nacio-
nal, segue-se um de dois caminhos:
aumentar a receita ou diminuir a despesa.
Preferencialmente seguir-se-ão os dois. É
esta a origem das medidas de austeridade.
Postas as coisas dessa forma, não é difícil
compreender que a crise se abre na equi-
distância entre dois termos: de um lado, a
feição despesista do Estado, que desde há
algum tempo sofre de uma patologia de
gigantismo que reclama um tratamento
urgente, de outro, o funcionamento do
jogo do crédito capitalista, fundado no
empréstimo usurário, um flagelo de que
as nações europeias durante muito tempo
– por razões católicas – se souberam pro-
teger.
No que respeita ao gigantismo estatal, vê-
se bem que é fruto de políticas executadas
ao longo de várias décadas que colocaram
o Estado no centro da vida social e econó-
mica do país. O Estado, pela sua mesma
natureza, não tem condição para
se substituir à dinâmica da iniciativa
privada na economia nem na socie-
dade, como o demonstram exaustiva-
mente experiências históricas conhe-
cidas e bem estudadas. A sabedoria
do princípio da subsidiariedade está
em reconhecer que embora o Estado
desempenhe um papel fundamental
na vida económica, não deve assimi-
lar o espaço vital do individuo e dos
organismos intermédios. Este princí-
pio não tem sido levado em conta em
Portugal e as consequências estão
por estes dias nos noticiários. O cha-
mado Estado social é uma ilusão –
encantamento que durou até que
soou o alarme para satisfazer a pri-
meira prestação dos juros aos agiotas
externos.
O mecanismo de crédito, do emprés-
timo usurário, é o motor de qualquer
sistema capitalista e enraíza-se numa
injustiça natural – a quem não produ-
ziu será dado o resultado do trabalho
alheio. É o que sucede com Portugal.
Os contribuintes portugueses verão
mutilados os frutos do seu trabalho,
18
O que significa – e bem - que os jovens e as
suas famílias já entenderam que nem todos
os cursos superiores são bons, que nem
todos são base para uma mobilidade social
responsável e séria e que alguns deles
embora excelentes do ponto de vista cientí-
fico não assistem as exigências novas de
uma sociedade em mudança.
Por último e, já que só podemos refletir
sobre os dados que são lançados para a
sociedade civil, não deixamos de equacio-
nar a atual crise económico-financeira que o
país atravessa como uma das possíveis cau-
sas para a diminuição do número de candi-
daturas às universidades portuguesas. Neste
ponto particular não podia estar mais preo-
cupado. As famílias atravessam um período
de muitas dificuldades e, quer seja numa
universidade pública, seja numa universida-
de privada, o valor mensal com a educação
pesa muito no orçamento familiar, princi-
palmente naquelas que têm mais do que um
filho. Após estas breves considerações,
defendemos que a Educação é fundamental
para o desenvolvimento nacional, pelo que
pensar que tipo de Ensino Superior se pre-
tende, é um ponto de partida que urge, mais
do que nunca. Não podemos aceitar este
Portugal que tem vindo a expulsar do nosso
ensino superior púbico de tanta quali-
dade, ótimos estudantes por não terem
condições financeiras de prosseguir. O
estudo e o trabalho são, hoje em dia,
indissociáveis um do outro e são eles
que permitem funcionar o elevador
social, baseado na meritocracia, pelos
quais temos que caminhar e não desis-
tir de lutar. Neste sentido, deve ser
assegurada a igualdade de oportunida-
des de acesso ao ensino superior. E o
Estado ao apoiar esses jovens não pode
encarar estes apoios como uma presta-
ção social, mas antes, como um incen-
tivo à qualificação dos jovens portu-
gueses, ao desenvolvimento do País.
Recordo, para concluir, o ensinamento
de Amaro da Costa, “A Juventude não
é instalada!”. E não o é de facto. Não o
somos. Não podemos perder a esperan-
ça que os jovens portugueses se saibam
“desinstalar” e agarrem com rigor e
exigência os desafios destes tempos
conturbados que se avizinham. Porque
quando Portugal desta crise sair é a
nossa geração que reforçará o País,
onde o mérito e o valor irão vingar.
19
15 de Setembro terá sido, sem mar-
gem para dúvidas, um dia histórico para os
portugueses. O número exato de manifes-
tantes é sempre difícil de obter e varia habi-
tualmente consoante a “filiação” partidária
de quem nos traz a informação.
Os tendencialmente mais à esquerda dispa-
ram números acima do milhão, chegando a
afirmar que foi a maior manifestação de
sempre, ou a segunda maior desde o primei-
ro de Maio de 74; já os mais ponderados
falam em centenas de milhar por todo o
país. Deixando esta triste arbitrariedade
para outro artigo, o que é certo é que a
manifestação conseguiu trazer à rua um
número anormal de manifestantes. Não há
PCP, nem CGTP (considerando que não são
nomes diferentes para um mesmo organis-
mo) ou mesmo greve geral que traga tanta
gente para a rua numa manifestação que,
grosso modo, decorreu de forma pacífica
como, aliás, não poderia deixar de ser.
Um grito de
Silêncio:
Manifestação
15 de Setembro
Bernardo Serrão Brochado
Vice-presidente da Democracia cristã
ser. Claro que no próprio dia e nos dias
seguintes terá havido quem quisesse
dar cor política ou sindical à manifes-
tação, vontade, porém, em vão. Basta
reparar na presença – aparentemente
indiferente para os manifestantes – do
(ainda) coordenador do BE Francisco
Louçã e seu camarada João Semedo
nas manifestações do Porto.
A comunicação social expôs a presen-
ça destes ícones da revolução, o grande
número de pessoas presentes, os con-
frontos com a polícia, cartazes satíri-
cos, esta e aquela fotografia icónica,
20
homens “imolados pelo fogo” (expressão de
alguns média para algo que, afinal, terá sido
uma tentativa falhada da arte circense de
cuspir fogo e consequente pedido desespe-
rado de auxílio nos edifícios do antigo
Governo Civil de Aveiro) . No entanto, o
essencial parece-me ter sido abordado com
estranha leviandade: O que foi de facto esta
manifestação? Qual o seu significado?
O que é que leva milhares de pessoas de
todas as raças e credos, de todas as cores
políticas, de todas as filiações sindicais a
unir-se num pedido de socorro? O que leva
jovens, adultos e idosos a caminharem lado
a lado? Será que alguém com o mínimo de
discernimento acredita que é para “rasgar o
acordo com a troika” ou para “exigir a
demissão imediata do governo”? Será que é
concebível pensar esta demonstração ímpar
de descontentamento como um mero capri-
cho de esquerda daqueles que, independen-
temente de quem seja governo, existem
sempre? É certo que há aproveitamento
político de algumas forças partidárias neste
evento, e é certo também que muita gente
estava presente por motivos, chamemos-
lhes banais, destes. Como também havia até
quem lá estivesse por diversão.
Acontece que a demissão do governo
em nada iria contribuir para que a afli-
ção destas pessoas acalmasse, antes
pelo contrário. O mesmo acontece rela-
tivamente a “rasgar” o memorando de
entendimento ou com qualquer outra
manobra política semelhante.
A verdade é inconveniente mas clara:
neste momento as pessoas não estão
minimamente preocupadas com os
dizeres dos partidos x ou y; não estão
minimamente preocupadas com as
sucessivas acusações inflamadas entre
partidos; provavelmente nem sequer
querem saber se as instituições finan-
ceiras que nos auxiliam neste momento
impõem seja o que for. E este fenóme-
no não tem mal nenhum. É normal
nem toda a gente se interessar por polí-
tica, economia e relações internacio-
nais da mesma forma, e é normal e
saudável também sermos todos dife-
rentes e termos interesses divergentes,
é daí que nasce a grandeza do ser
humano: complementarmo-nos uns aos
outros. As pessoas estão a passar por
tempos difíceis, estão a ver poupanças
de uma vida a desaparecer, têm o seu
21
emprego em risco ou já o perderam. As
IPSS e congéneres estão sufocadas em pedi-
dos de auxílio. O poder de compra é cada
vez menor e a população – com toda a legi-
timidade – diz que já chega, que não aguen-
ta mais.
Este sofrimento, caros amigos, não é só para
o “mexilhão” como nos querem fazer acre-
ditar, são tempos difíceis que todos os Por-
tugueses atravessam e maior prova que esta
manifestação penso que não pode haver.
Está na hora de compreender que os empre-
sários sofrem com a falência das suas
empresas, com a diminuição da procura,
também temem pelo futuro de seus filhos.
Esta manifestação, após alguma reflexão, só
pode ser encarada como uma demonstração
explosiva do mal estar generalizado da
população e este mal-estar deve ser encara-
do com seriedade, responsabilidade e senti-
do de estado pelos agentes políticos. Não
estamos em tempo de discursos eleitoralis-
tas. Não vamos sair desta crise nefasta que
nos afeta a todos da forma como, até aqui,
temos observado: PS aproveita para sacudir
a água do capote e rejubila de alegria face à
possibilidade do governo poder cair; os par-
tidos à esquerda insistem na ideia de rasgar
o “pacto de agressão” (?), insistindo
em enganar as pessoas com discursos
demagógicos, como se não estivessem
perfeitamente cientes de que é o pacto
de agressão o responsável pelos salá-
rios que muitos deles recebem e pelo,
embora escasso, financiamento das
PMEs que empregam outros tantos. As
pessoas saíram à rua para dizer que
não é este o caminho e a critica não é
só para os políticos. É para cada um de
nós.
“É hora de remar na mesma direção e
deixar de lado interesses pessoais, par-
tidários ou financeiros. É hora de nos
unirmos independentemente das cores
partidárias, escalões socioeconómicos
e, juntos, construirmos um futuro
melhor” – este sim foi o grito mais alto
da manifestação.
16
que passará para as mãos dos não-produtores que sustentam o despesismo do Esta-
do. Tal é a ocupação dos donos das grandes massas monetárias internacionais: para-
sitar as produções nacionais.
O que fazer? Certamente, teremos que cumprir as nossas obrigações. Também não
menos certo é que só fará sentido sair desta crise com uma reforma estrutural do
Estado, que permita defenestrar a sua expansão supérflua que, como já se disse, é
alimentada pela ilusão do crédito. E que isto se faça de tal modo que não haja que
alinhar nas mesmas proporções de outrora no perverso jogo do empréstimo a juros –
a injustiça central do sistema capitalista internacional. O corte na despesa é, assim, o
fundamental. O aumento da receita, que melhor fora que acontecesse por virtude do
aumento da produção do que pelo aumento dos impostos, terá que ser exercido de
uma tal maneira que o consumidor não seja diretamente afetado pelas medidas fis-
cais – como o será através da implementação do escabroso novo valor da TSU. A
solução reside na consagração de impostos indiretos: o aumento do IVA, estrategica-
mente distribuído, é a opção que, neste momento, se afigura mais exequível
Um olhar sobre o
ensino superior
Milhares de jovens iniciam, agora, a sua
formação superior. Este ano, segundo os
dados oficiais, 45 mil alunos candidata-
ram-se à primeira fase de acesso ao ensino
superior público sendo que 40 415 conse-
guiram ficar colocados. Este foi o segundo
ano consecutivo em que as colocações des-
ceram na primeira fase, após um longo
Hélder Santos Correia
Vice –presidente da Intervenção
Política
17
de acesso ao ensino superior público
sendo que 40 415 conseguiram ficar coloca-
dos. Este foi o segundo ano consecutivo em
que as colocações desceram na primeira
fase, após um longo período de crescimento.
Desde 2010, os ingressos caíram em cinco
milhares. Como esta matéria é recente, ainda
não temos estudos que nos digam de forma
científica as razões da diminuição. Não obs-
tante, pese embora seja mais difícil, deve-
mos procurar fazer uma reflexão séria acerca
destes números.
O Ministério da Educação e Ciência e a
Comissão Nacional de Acesso ao Ensino
Superior atribuem estes dados aos maus
resultados obtidos nos exames nacionais do
12.º ano. Os responsáveis reconhecem que
as notas foram substancialmente inferiores
aos últimos dois anos. Este ponto é de
importância capital, porque os exames
nacionais no ensino secundário servem, efe-
tivamente, para verificar o que os alunos
estudaram e o que as escolas ensinaram. Se
assim não foi – como acusam alguns respon-
sáveis - , e se os exames foram realizados ao
arrepio dos conteúdos programáticos, esta é
uma deslealdade total do GAVE para com as
Escolas e os Jovens que só merece a nossa
censura e reprovação.
Outro dado que não podemos
perder de vista - em maior ou menor
medida - é que este ano, pela primeira
vez, os alunos do ensino secundário
foram obrigados a fazer todos os exa-
mes nacionais na 1.ª fase. À 2.ª fase
só foram admitidos os estudantes que
chumbaram nas provas ou que preten-
diam melhorar as notas. Não olvida-
mos, também, que este ano, a Agência
da Avaliação e Acreditação do Ensino
Superior cortou mais de mil cursos
superiores e houve 466 que ficaram
com menos de 20 alunos. Todos estes
motivos podem ter ajudado a compor
esta moldura humana de candidatos,
mas julgo que podemos ver mais lon-
ge.
De alguma maneira, nota-se uma ten-
dência cada vez mais generalizada
para procurar cursos com maior
empregabilidade. Este facto é notório
pelo exemplo dos cursos de Engenha-
ria Civil ou Ciências da Educação em
que permanecem muitas vagas
sobrantes. Cada vez mais, ao procu-
rarmos formação superior, a questão
da empregabilidade, é um critério que
pesa deveras.
22
RTP: Ser (Pública)
ou não ser… Eis a
questão
A transversalidade da prossecução do inte-
resse público, cristalizada enquanto princí-
pio geral que acompanha a atuação da admi-
nistração do Estado, passa, cremos bem, por
um serviço público de televisão que ofereça
aos cidadãos um acesso à informação des-
pojado dos interesses atinentes às leis deste
mercado.
Prefere-se que o Estado saiba que o seu
papel de interlocutor da política nacional
transfere-se mediante uma comunicação útil
e necessária com o seu povo, agendada por
um aparelho sujeito à sua tutela. Historica-
mente, provou-se que a definição dos con-
teúdos televisivos se afigurou como baluarte
da cultura, da história, da própria nacionali-
dade e, note-se, da reunião da família em
torno de um entretenimento substantivo e
até educativo. Destarte, coibir a universali-
dade de um serviço público de televisão que
molde os horizontes aos cidadãos e os dirija
para valores e necessidades mais prementes,
afigura-se como um dano irreparável na
prospeção de uma sociedade mais próxima
Francisco Rodrigues dos Santos
Presidente da JP Lisboa [email protected]
do dia-a-dia e na igual medida guarne-
cia por uma informação insípida e
independente, acompanhada por uma
vertente lúdica nos formatos de diverti-
mento familiar.
No panorama atual, o Estado é deten-
tor de dois canais de televisão: RTP1 e
a RTP2. Em nossa opinião, julgamos
que a fatia do orçamento consignada à
manutenção de ambos não é comportá-
vel com os tempos de austeridade e de
contenção da despesa que atravessa-
mos. Numa primeira análise, atentos à
inviabilidade financeira destes canais,
julgamos pertinente que se alcance
uma fusão dos dois, atingindo-se uma
solução mitigada entre a programação
característica de um e de outro,
23
intervir onde conseguir ser mais efi-
ciente do que os privados. Não obstan-
te, duvidamos seriamente da capacida-
de destes últimos em substituírem-se
ao primeiro, cumprindo o desiderato da
prossecução do interesse público, em
detrimento do supremo interesse eco-
nómico do elenco de programas.
redirecionando-o para uma matriz de inte-
resse geral criteriosamente definida e que
sirva com dignidade esse fim.
Afastamos, assim, a priori, o cenário da pri-
vatização, já que essa modalidade obrigaria
a uma venda de todo o espólio ancestral da
RTP, deixaria o Estado órfão de um veículo
comunicacional de elevado alcance socioló-
gico e largaria ao desbarato mais um canal
privado, cuja oferta repetiria mais do mesmo
– o que, lamentamos, nos deixaria numa
situação bem pior, embora um pouquinho
menos pobres.
Estudar a hipótese da concessão da RTP,
havendo vontade em suavizar o peso da
administração no setor, parece-nos uma
solução mais sensata, uma vez que se
seguíssemos este regime legal o Estado
reservaria algum controlo material acerca da
realização dos fins da nova estação, nomea-
damente através da imposição de obrigações
de serviço público pré-estabelecidas, ao
mesmo tempo concederia autonomia quanto
à gestão patrimonial dos conteúdos do canal
e, em caso de fracasso dos resultados fixa-
dos, poderia como último reduto resgatar a
sua propriedade.
Reconhecemos que o Estado é, muitas
vezes, um mau gestor e que só deve
24
Mal por mal, antes
o Pombal
Esta coisa das alterações feitas na Rotunda
do Marquês de Pombal, em Lisboa, já está a
dar uma grande dor de cabeça.
Ora, se por um lado, o Dr. António Costa
acha que isto é uma solução viável para a
saúde pública, melhorando o ar mais
poluente para todos, dentro dos limites per-
mitidos pelo Tribunal de Justiça da União
Europeia, as ciclovias permitem umas belas
e valentes pedaladas; por outro lado, os
automobilistas ficaram enfurecidos com o
pára-arranca, as “variadas buzinadelas”, a
gasolina que não está propriamente barata, e
as pessoas não vivem atualmente de forma
muito pouco stressada, caiu que nem uma
bomba no seio de todos os Lisboetas .Lá se
fizeram alguns ajustes, mais via, menos via,
mas não parece, a título pessoal, ser a
melhor opção.
Não devemos deixar de ter a nossa sensibili-
dade para promover a cultura do meio
ambiente, que é das coisas mais complica-
das, como a auto – responsabilidade na pre-
servação e proteção da mesma, contudo;
Alexandra Benitez
Presidente da Mesa do Plenário
Concelhio da JP Lisboa
esta mega confusão no centro de Lis-
boa, pode trazer menos partículas ina-
láveis e prejudiciais á saúde, mas trará
com certeza, vários problemas a quem
não deixa o carro em casa para traba-
lhar, ou levar as crianças à escola ou
até mesmo quem quer simplesmente, ir
fazer, uma compra ou outra na Avenida
da Liberdade. Tudo isto, requer, obvia-
mente, uma atenção especial. Marquês
de Pombal viveu na era do Iluminismo,
depois do Terramoto de 1755 teve o
desafio de renovar arquitetónica a
Cidade de Lisboa. Se hoje lá passasse,
a pé, de carro, de bicicleta ou até num
Bus turístico de Lisboa, talvez diria:
25
de carro, de bicicleta ou até num Bus turístico de Lisboa, talvez diria: Mal por mal,
antes o Pombal.
Ação social: na
política, servir os
outros
A Ação Social deve ser parte integrante da
Política, e, consequentemente, das nossas
vidas. Quando, deliberadamente, pomos de
parte esta noção de Serviço, o sistema fica
desequilibrado e disfuncional.
Neste mandato que se inicia, a Juventude
Popular de Lisboa pretende abrir os olhos a
quem se pensa indiferente na Política. Para
mudar aquilo com que discordamos, e fazer
melhor, não preciso de fazer nenhum dis-
curso inspirador e provocador, enquanto
centenas de pessoas pousam em mim os
seus olhos atentos, sem desviar um segun-
do. Sou também capaz de melhorar Lisboa
através de pequenas grandes ações que, por
serem discretas, são as mais ousadas; por
serem as mais humildes, são as mais reco-
nhecidas. Os projetos - uns contínuos,
outros pontuais (para os quais todos os mili-
tantes e simpatizantes estão, desde já, requi-
sitados) - serão prova de como cada um de
Isabel Oom Mónica (Inha)
Vogal da Ação Social
como cada um de nós é preciso para
que esta desejada mudança aconteça.
Mostrar-nos-ão as capacidades que
temos dentro de nós, muitas vezes des-
conhecidas até aí, para melhorar o sítio
onde vivemos e a vida daqueles que
nos rodeiam, através da interação com,
entre outros, crianças, idosos, jovens,
desfavorecidos ou não. Uma vez que a
mudança só acontece se começarmos
com quem está ao nosso alcance, desa-
fio-te a participares nos projetos que te
formos anunciando, para que, assim,
26
para que, assim, também consigas criar os teus próprios, naquilo que aches que, um
dia, Lisboa possa precisar. Porque Lisboa precisa de cada um de nós.
HOMENAGEM A ADRIANO
MOREIRA
Foi no passado dia 6 deste mês de Setembro
que o Prof. Doutor Adriano Moreira cele-
brou o seu 90º aniversário. O Jornal Cen-
trista não podia deixar de prestar a devida
homenagem a este histórico Estadista e anti-
go presidente do CDS.
Adriano José Alves Moreira nasceu perto de
Macedo de Cavaleiros, Licenciou-se em
Direito na UL e doutorou-se na mesma área
em Madrid.
Ao longo da vida exerceu funções como
ministro, deputado, destacando-se como
como professor universitário de varias
disciplinas da Ciência Política.
Ainda hoje é uma das vozes mais ouvi-
das e influentes do nosso panorama
político e o Jornal Centrista faz votos
sinceros de que assim continue por
muitos e longos anos.
Bernardo Serrão Brochado
Vice-presidente da Democracia Cristã
27
INTERNACIONAL
Uma nova
Europa?
A 12 de Setembro de 2012 é lançado um
novo desafio à Europa. O Presidente da
Comissão Europeia, José Manuel Durão
Barroso, exclamou: “A Europa tem que
avançar para uma federação de Estados-
Nação”, retomando a expressão criada por
uma das personalidades mais importantes da
Europa da história europeia, Jacques Delors.
Assim é, defende Barroso, para que se possa
evitar aquilo a que, em certa medida, temos
vindo a assistir atualmente: a ascensão de
partidos nacionalistas e populistas. A fede-
ração deve visar também a criação de meca-
nismos de concertação que permitam a esta-
bilidade e a Paz, bem como a prosperidade e
bem estar dos Povos europeus. No seu dis-
curso perante o Parlamento Europeu sobre o
estado da união, Barroso afirma que os
Estados estão errados ao achar que podem
ultrapassar estas crises, tanto a social como
a económica, sem que haja uma verdadeira
união política, e por consequência, uma ver-
dadeira união económica,
uma verdadeira união económica. Afir-
mo-me como um federalista, uma pes-
soa que acha que a União Europeia, em
todas as suas vertentes políticas, eco-
nómicas, sociais e jurídicas, tem uma
importância extrema para que possa-
mos, cada vez mais, fazer face a um
mundo em constante mutação. Desta
forma julgo ser uma hipótese a estudar,
sem que seja imediatamente posta à
parte, apesar de ser certo determinados
Estados não estão dispostos a pôr a sua
soberania em causa.
Francisco Laplaine Guimarães
Vice-presidente da Comunicação
28
Eleições Estados
Unidos da América
A cada 4 anos, os EUA passam por um
complexo e demorado processo eleitoral
cujo objetivo é eleger o Presidente do país.
A campanha inicia-se cerca de um ano antes
de o ato eleitoral ter lugar, quando diversos
candidatos competem entre si pela nomea-
ção, ou seja, pela oportunidade de represen-
tar o seu partido nas eleições presidenciais.
A identidade do nomeado só é, oficialmen-
te, conhecida na Convenção de cada parti-
do, quando delegados eleitos por militantes
de todo o país escolhem o candidato que
preferem. Inicia-se então a campanha para
as Eleições Presidenciais, cujo resultado
não depende diretamente do voto popular,
mas sim, da escolha do Colégio Eleitoral,
um órgão cujos 536 elementos estão distri-
buídos consoante o peso demográfico de
cada Estado. Assim, um candidato precisa
de vencer em Estados suficientes para obter
pelo menos 270 votos dentro do Colégio
Eleitoral e, por conseguinte, ser escolhido
como Presidente.
Em 2008, Barack Obama conseguiu
galvanizar os eleitores apelando à uni-
dade e ao compromisso. Carismático e
mobilizador, associou o seu oponente
aos fracassos de Bush e afirmou-se
como uma alternativa pragmática e
unificadora. Foi assim que Estados tra-
dicionalmente republicanos, como a
Virgínia, a Carolina do Norte ou o
Indiana foram postos em jogo e ganhos
por Obama, que somou 365 votos elei-
torais, contra 173 de McCain.
Desta vez, contudo, os partidos estão
mais divididos do que nunca e as suas
posições radicalizaram-se. No caso dos
Republicanos, este processo deve-se à
ascensão do Tea Party, enquanto que,
no caso dos Democratas, o fenómeno é
fruto da crescente influência dos sindi-
catos e de figuras radicais como a Con-
gressista Tammy Baldwin e o Mayor
Terry Booker. Para além disso, as ele-
vadas expectativas que o público ame-
ricano criou em relação à presidência
de Obama estão, em grande parte, a
sair goradas, visto que o desemprego
permanece acima dos 8% e que a dívi-
da cresce a um ritmo de 4 biliões de
29
.8% e que a dívida cresce a um ritmo de 4
biliões de dólares por dia. O atual Presiden-
te pretende, por isso, centrar as atenções nas
gaffes e incoerências do seu oponente,
enquanto que Mitt Romney, o candidato
Republicano, espera conseguir fazer com
que a campanha verse sobre o fracasso das
políticas de Obama.
Segundo parece, Obama garantiu já 237
votos eleitorais, enquanto que Romney
assegurou 191. Restam, assim, 110 mem-
bros do colégio eleitoral, eleitos pelos 9
Estados indecisos, em que ambos os candi-
datos estão a apostar a maior parte do seu
tempo e dinheiro. A Obama, basta-lhe
garantir os votos eleitorais do Wisconsin e
da Flórida ou do Nevada, Colorado e Ohio
para ultrapassar o patamar mínimo necessá-
rio para garantir a sua reeleição, uma tarefa
que é facilitada pela grande presença de
imigrantes hispânicos (20,7% da população
do Colorado e 22,5% dos habitantes da Fló-
rida). Já a campanha de Mitt Romney prefe-
re apostar na estratégia “3-2-1”, segundo a
qual o candidato republicano precisa de
recuperar os três Estados tradicionalmente
conservadores nos quais Obama venceu em
2008 (Virgínia, Carolina do Norte e India-
na) e somar-lhes o Ohio, a Flórida e qual-
Carolina do Norte e Indiana) e somar-
lhes o Ohio, a Flórida e qualquer um
dos restantes Estados indecisos, uma
estratégia que, ainda que arriscada,
parece plausível.
Não sendo o candidato ideal, parece-
me que Mitt Romney seria um Presi-
dente mais competente do que Obama,
não só por assegurar uma estratégia de
contenção orçamental e austeridade
que permitirá equilibrar as finanças
públicas, mas também porque, ao con-
trário do seu oponente, será uma
garantia de que a América assumirá
uma política externa inteligente, cen-
trada no apoio aos seus aliados e na
promoção da democracia a nível glo-
bal.
António Pedro Barreiro
Militante da Juventude Popular
Síria, a confusão
instalada
A situação na Síria não cessa de se agravar.
A tragédia é o dia a dia da população. Mor-
tos e feridos e sem que se vislumbre a
menor solução. Saindo dos lugares comuns
e das análises constituídas por uma série de
chavões e de lugares comuns, podemos a
meu ver, resumir as coisas da seguinte
maneira: as grandes potências USA, Ingla-
terra, França, Itália, Alemanha; a China,
Rússia, Irão e certos BRIC (Brasil, por
exemplo), Índia e, Arábia Saudita, Turquia
e países da primavera árabe.
As primeiras não se atrevem a intervir, mas
fazem como a França de Hollande, declara-
ções bombásticas que ninguém ouve (onde
é que já se viu os socialistas terem qualquer
protagonismo em matéria de política estran-
geira?), para mais a zona do conflito é com-
plicada e as intervenções no Iraque e no
Afeganistão não são exemplos a seguir. O
Presidente Obama está a um mês e pouco
das eleições e não está minimamente dis-
posto a perdê-las. Se vencer será mais do
mesmo, discursos bonitos de professor uni-
versitário, grandes elogios ao Islão e pouco
Diana Vale
Vogal de Formação Política
Editora do Jornal Centrista
e pouco mais. Os que verdadeiramente
contam, China e Rússia, com poder de
veto na ONU, “nunca” consentirão que
nenhum país invada a Síria, e muito
menos o Irão, visto que, para os mes-
mos, é um país estratégico e de uma
grande importância geopolítica. Os paí-
ses muçulmanos tentam, como a Ará-
bia Saudita e outros do Golfo, estender
a sua influência num país dirigido por
uma dinastia de ditadores que tinham
sido sempre avessos a um poder reli-
gioso demasiado influente. Os BRIC,
como o Brasil, não percebem muito do
assunto, mas adotam sempre uma posi-
ção antagónica à dos Estados-Unidos,
30
antagónica à dos Estados-Unidos, ajudados também pela Venezuela, Equador e Bolí-
via, países com regimes esquerdistas.
Posto isto, a situação na Síria continuará a degradar-se, tudo quanto a mim, dependerá
das a judas que fo re m dadas ( a r mas , h o mens , l og í s t i ca )
Mas o que já se pode dizer é que se Assad for deposto, começarão então as verdadeiras
lutas. Sendo quase certo que mais uma vez o extremismo árabe estará então perto da
vitória. Os países ocidentais celebrarão a vitória das forças democráticas (?), a Rússia
e a China terão ganho a batalha sem grande esforço, a Arábia Saudita e outros países
muçulmanos poderão instalar, à vontade, outra teocracia sem serem alvos de grandes
protestos. O Irão continuará de exercer a sua maléfica influência na zona. Quanto a
Israel pouco pode fazer neste conflito, atarefado que está também a preparar a sua
defesa contra um Irão cada vez mais agressivo. Fica uma pergunta no ar, será que a
democracia é o regime que convém e que as populações reclamam? Ou será que fal-
tam ainda muitos anos, talvez até séculos, para que nasça um Islão moderado, respeita-
dor de todas as liberdades e dos direitos humanos, nomeadamente das mulheres e
então sim poderá contribuir, quem sabe, para um mundo melhor. Infelizmente, ainda
falta muito..
O 11 de Setembro No dia 11 de Setembro de 2001, o mundo
inteiro assiste a uma série de atentados terro-
ristas, sem precedentes, contra a maior potên-
cia mundial, os Estados Unidos da América.
Há muito que o terrorismo é um fenómeno
bem conhecido mas a realidade é que este
ataque tem contornos totalmente inéditos que
alteram a sua perceção da violência e da
segurança. Estes atentados, coordenados pela
organização terrorista, conhecida pelo seu
fundamentalismo islâmico, coordenados pela organização terrorista, conhecida pelo seu
Mariana Brandão Rodrigues
Secretária Geral [email protected]
31
fundamentalismo islâmico, a Al-Qaeda, foram direcionados ao território norte-
americano, que era visto como um perigo para todo o Oriente e, por conseguinte, uma
ameaça ao Islamismo. O “ 11 de Setembro”, como é sempre relembrado, ficará para
sempre guardado nas nossas memórias como um dia trágico. Com efeito, desde esse dia,
não andamos de avião sem sermos revistados, sem nos apreenderem líquidos ou objetos
cortantes de forma a que a nossa máxima segurança seja garantida. É um facto que este
dia alterou a mentalidade das pessoas, modificando a noção de segurança que todos
tínhamos visto que o mundo ficou a conhecer um “novo” fenómeno: o poder “obscuro”
do fundamentalismo islâmico. Passados 11 anos, a Juventude Popular de Lisboa não
poderia deixar de fazer uma pequena referência a um dia que não só marcou o mundo,
como também alterou as perceções de segurança e que alertou para a vertente mais radi-
cal do terrorismo, o fundamentalismo islâmico.
Francisco Rodrigues
dos Santos no...
Pensar Lisboa http://www.pensarlisboa.com/
Creio bem que no momento em que se aceita escrever um breve texto sobre Lisboa e os
Jovens, importa, desde logo, entender o que, efetivamente, distingue um Jovem Lisboeta
dos demais, à luz da realidade contemporânea.
Objectivamente, nada. Um Jovem – sem querer aderir a balizas etárias que o qualifi-
quem ab initio – entrega-se gratuitamente à natureza livre do ser humano, leia-se: desliga-
da e independente do aparelho dos interesses paralelos; sujeita-se ao crivo da própria
consciência e move-se pelo instinto fraterno do dever ser como condição única e necessá-
ria para a edificação de um mundo novo ou, no mínimo, subliminarmente diferente. Não
se instala, reage. Não cala, manifesta-se.
Subjetivamente, muita coisa. A sociologia revela-nos que o Homem é um produto do
meio de onde é oriundo, sendo ele próprio um reflexo do habitat sociocultural ond tem
existência física. Lisboa, enquanto capital do País, revela-se aos Lisboetas como metrópo-
le embaixadora do óptimo e do péssimo; se preferirmos, como um centro de
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imputação da saúde revigorante da modernidade e da doença que é o excesso dela,
como garbosa tradicionalista e saudosa anfitriã da História, ao arrepio da recorrente
corrosão estética e moral da identidade portuguesa e dos bons costumes.
À boleia do Tejo, Lisboa contempla serenamente o Atlântico, brinda aos novos mundos
que deu ao mundo, à imortalidade dos poetas, em plenos pulmões canta um fado à des-
garrada em cada esquina, contempla a luz messiânica do Castelo durante a noite, sosse-
ga com a bênção do Patriarca, aplaude com gáudio a festa no campo ou na praça e beija
a democracia que, também lá, se fez instituição.
Com efeito, cada dia vivido nesta cidade carece de ser agarrado pela Juventude que,
sem querer, ou melhor, sem ter autonomia de vontade neste particular, se enraíza no seu
espírito e desbota ao toque da gíria quotidiana da sua terra. A pergunta que se impõe é
taxativa: de que forma?
Cabe aos Jovens assumir uma participação ativa e empreendedora na vida de Lisboa,
interiorizando e precavendo, a priori, o respetivo património histórico e humano, esti-
mulando o envolvimento da comunidade nas grandes causas destes tempos, estabele-
cendo, por essa via, um elo de ligação e de afinidade com os Lisboetas, participando na
alternativa para a solução dos problemas que hoje se vivem intensamente.
Sem se oferecerem ao anonimato cobarde quando surgir a oportunidade de intervir em
nome do seu semelhante, exige-se que acompanhem a própria sociedade e que sejam
autênticos nessa profissão de vontade. O ideário da juventude deve reconduzir-se a um
trabalho construtivo, sério e gratuito por uma geração de mérito no cumprimento do seu
dever e na igual medida capaz de exercer livremente e de forma responsável, os direitos
de que, com justiça, é titular.
Destarte, é a apostar na ação educativa da juventude, nos campos da formação humana,
académica, cultural e física, que o Município tem o seu maior ónus enquanto pedagogo
do futuro: que educa ética e moralmente Homens e Mulheres para, no imediato, servi-
rem os seus pares e, mais tarde, o seu próprio País.
Os Jovens são a maior ponte de Lisboa: aquela que liga o passado ao futuro, por onde
viaja a esperança numa sociedade melhor, mais justa, mais portuguesa.
Francisco Rodrigues dos Santos
Presidente da JP Lisboa [email protected]
32
34
Tomada de Posse da Juventude
Popular de Lisboa
Discurso da Presidente de
Mesa do Plenário
Concelhio de Lisboa da
Juventude Popular
Alexandra Benitez
Alexandra Benitez Presidente da Mesa do Plenário
Concelhio da JP Lisboa
Sr. Dirigentes do CDS-PP e da Juventude Popular,
Amigos e amigas,
Quero começar o meu mandato por vos saudar com enorme emoção.
Serei Presidente da Mesa do Plenário Concelhio da Juventude Popular de Lisboa e
assumo o meu compromisso perante todos vós, honrando todos os que em mim
votaram, bem como de todos os que não o fizeram, mas de igual forma são militan-
tes desta nossa Concelhia.
Acredito no trabalho, no mérito, no esforço e acima de tudo acredito nos jovens do
nosso País, que tanto e tantos sonhos têm no meio da crise social e que tantas difi-
culdades enfrentam para o seu futuro.
A vocês que aqui estão, me dirijo, apelando ao bom senso, ao auxílio dos que mais
precisam, porque ninguém deve ser deixado para trás.
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Foi em Portugal que nascemos! Lisboa precisa de nós! Portugal precisa de nós!
Precisa de jovens com iniciativa, empreendedores, cidadãos exemplares, empenha-
dos na sua qualificação, construindo uma sociedade civil forte, nunca nos esque-
cendo dos nossos princípios e valores democrata - cristãos. Esta tarefa, sei bem, é
difícil.
Não é o Estado que muda mentalidades, somos nós, um por um, cada um de nós!
Não devemos desperdiçar este capital humano que é a nossa Juventude. Nós,
Jovens, também damos lições. Esta nossa capacidade de ajudar o próximo é sim-
plesmente magnifica. Sem nada pedirmos em troca, surpreendemos com uma cultu-
ra mais política e cívica, mais limpa e menos resignada que luta e batalha pelos
seus objetivos .
A uma Juventude que seja constituída por pessoas verdadeiras, conscientes, feito de
gente humilde com verdadeiro sentido de ética humana e missão patriótica, sim-
plesmente diria:
Parabéns, isto são vocês!
Confio, é verdadeira e acredito nela, e está aqui á minha frente.
Por isso mesmo, foi com enorme gosto que disse o “SIM “ á Presidência da Mesa
do Plenário Concelhio da Juventude Popular de Lisboa. Continuarei com o meu
espirito de militante ativo, e todos sabem que podem contar comigo para o que der
e vier.
Mas como na vida tudo é breve, deixarei de ser jovem no final deste mandato, mas
nunca vos deixarei…
Lutem pelos vossos ideais, lutem pela vossa responsabilidade social, lutem por
todas as causas nobres, façam com que esta Concelhia cresça, com ou sem fracas-
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Discurso do Presidente
da Concelhia de Lisboa
da Juventude Popular
Francisco Rodrigues
dos Santos
Francisco Rodrigues dos Santos
Presidente da JP Lisboa
Caros Militantes e Simpatizantes do CDS e da Juventude Popular,
Os atos eleitorais, sobriamente interpretados, revelam a consciência coletiva no que
respeita à prossecução do interesse geral. Neste último, a resposta foi clara e, se me
permitem, histórica até: decidiu-se, claramente, que o tempo é de Mudança e que esta
passa por fazer mais e melhor à frente dos destinos da Concelhia de Lisboa da Juven-
tude Popular, trabalhando com Todos, para Todos.
No respeito pelas diferenças e pela discussão de ideias, os nossos militantes esperam
e exigem dos seus representantes, que democraticamente escolheram, que deixem de
lado divisões estéreis, minudências e querelas que nada têm a ver com a resolução
dos problemas do seu quotidiano. Que não percam tempo e energias em recrimina-
ções sobre o passado e construam sustentadamente um futuro próspero e de esperan-
ça, porque é isso que os jovens, lá fora e cá dentro, estão à espera; porque é justamen-
te isso que o País augura que tenhamos a audácia de fazer.
37
Os jovens que ocupam os lugares de chefia têm de ser exemplo de cultura de honestidade,
de transparência, de responsabilidade, de exigência para consigo próprios e para com os
outros e de cumprimento de promessas feitas. Só assim será possível implementar um clima
de confiança nas Instituições, fundamental para a acreditação das suas intervenções. De
modo particular, têm de contribuir para o esforço de congregar pessoas em torno das suas
bandeiras, pois nelas convergem as maiores potencialidades para o desbloqueamento psico-
lógico das atuais e emergentes tensões.
A esta geração de novos quadros pede-se que rompa com o carreirismo na vida pública, que
permaneça na política, mas que não incorra na feroz tentação de viver dela para sobreviver
no circo de feras que é a existência cívica ativa e construtiva. Aos agentes que se movem
neste meio exorta-se que, para lá chegarem, saibam que servir na esfera do domínio geral,
esse último estádio do poder de direção, é estritamente necessário que, paralelamente, pau-
tem a sua formação pessoal e profissional pela excelência e pelo exemplo. Só a elevada dis-
tinção na vida civil pode conduzir as pessoas boas ao controlo formal e material da vida de
todos, pois só essas demonstraram, a priori, que têm fé pública para aceitar esse honroso
desígnio.
Um Jovem – sem querer aderir a balizas etárias que o qualifiquem ab initio – entrega-se
gratuitamente à natureza livre do ser humano, leia-se: desligada e independente do aparelho
dos interesses paralelos; sujeita-se ao crivo da própria consciência e move-se pelo instinto
fraterno do dever ser como condição única e necessária para a edificação de um mundo
novo ou, no mínimo, subliminarmente diferente.
A sua filosofia não é, nem pode ser, compatível com a teoria de bode expiatório ou com a
agitação permanente de fantasmas. Quando as dificuldades se tornam próximas e os dramas
se vivem intensamente, não tem importância alguma que se diabolizem os sujeitos e/ou os
problemas.
38
O monstro que é a insegurança relativamente ao futuro não se exorciza com fantasmas. Eli-
mina-se com uma correta prática política. É nessa prática que todos os dirigentes políticos
responsáveis se têm de empenhar. Deseja-se, pois, que cada um dentro das suas responsabi-
lidades cumpra a sua missão com dignidade, urbanidade e trabalho, muito trabalho.
A Juventude Popular não pode acompanhar a degeneração meritocrática da política em si
mesma, devendo, por outra via, ter um papel determinante na valorização do seu património
humano, formando os seus militantes nas áreas de maior relevo prático, facultando-lhes a
bagagem moral e intelectual para agirem no seu dia-a-dia e tomarem posição informada e
esclarecida sobre as grandes causas dos nossos tempos.
E é, creio bem, a apostar na ação educativa dos jovens, nos campos da formação humana,
política e cultural, que a Juventude Popular tem, tal como preveem os seus atuais Estatutos,
o seu maior ónus enquanto Instituição de bem: que educa ética e moralmente Homens e
Mulheres para, no imediato, servirem os seus pares e, no futuro, o seu próprio País.
Com efeito, urge refutar a demarcação entre Instrução e Educação, jamais podendo ignorar
a dimensão primordial atribuída à educação nos valores e para os valores. As juventude par-
tidárias não podem e não devem refugiar-se na neutralidade que circunstancialmente lhe
advém da assunção de organismo meramente reprodutor asséptico de saberes técnico-
políticos.
Claro está, então, que o papel do dirigente juvenil não se esgota, por tudo o que atrás foi
dito, no tratamento de excelência das questões dogmáticas e na cristalização de soluções
mais sensíveis para o interesse da comunidade que representa. Exige-se, antes, que esteja
permanentemente disposto a liderar pelo Exemplo, que seja verdadeiro e leal, assumindo
sempre as responsabilidades dos seus atos, que dedique à sua missão todo o seu esforço e
inteligência, que percorra um caminho de dignidade e de confiança ante as dificuldades e
que seja modesto no êxito alcançado.
39
Por fim, que se sacrifique em nome de todos, por ser o Homem da frente, a quem cabe con-
servar o património histórico e intelectual da Estrutura, estimular o envolvimento da comu-
nidade nos trabalhos de hoje e de amanhã, estabelecendo, por conseguinte, um elo de liga-
ção e de afinidade com o projeto comum de sociedade portuguesa.
Com estes agentes, a Juventude Popular deverá ser o espelho da boa e oportuna decisão, que
responde pela voz daqueles que representa: e se o conseguir, terá contribuído, da forma
mais útil, para que a sua gente não caia na desilusão ou na convicção de que está a ser enga-
nada ou de que não há alternativa possível.
A nossa matriz democrata-cristã guiar-nos-á com a lucidez e a clarividência suficientes nes-
tes tempos de convulsão social, aproximando-nos daqueles que precisam, auxiliando quem
atravessa dificuldades, apoiando quem, com o seu esforço e combatividade, quer fugir do
declínio económico e financeiro que atravessamos.
O nosso sentido de missão far-nos-á difundir incessantemente a nossa mensagem, comuni-
cando internamente e externamente, projetando a marca JP com a credibilidade e a qualida-
de que tão bem merece. Vamos, juntos, assumi-la publicamente como uma alternativa ideo-
lógica, provar a capacidade das suas soluções e torná-la daquele tamanho que pela nossa
mão terá: Enorme!
Sem nos ofereceremos ao anonimato cobarde quando surgir a oportunidade de intervir em
nome do nosso semelhante, acompanharemos a própria sociedade e seremos autênticos nes-
sa profissão de vontade. O ideário da juventude deve reconduzir-se a um trabalho construti-
vo, sério e gratuito por uma geração de mérito no cumprimento do seu dever e na igual
medida capaz de exercer livremente e de forma responsável, os direitos de que, com justiça,
é titular.
Saiba o Partido que estaremos ao seu lado, promovendo uma simbiose estrutural com frutos
no nosso crescimento e implementação locais, unidos e coesos com um pensamento altruís-
ta e de olhos postos na intangibilidade da nossa identidade.
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Lisboa, enquanto capital do País, revela-se aos Lisboetas como metrópole embaixadora do
ótimo e do péssimo; se preferirmos, como um centro de imputação da saúde revigorante da
modernidade e da doença que é o excesso dela, como garbosa tradicionalista e saudosa anfi-
triã da História, ao arrepio da recorrente corrosão estética e moral da identidade portuguesa
e dos bons costumes.
À boleia do Tejo, Lisboa contempla serenamente o Atlântico, brinda aos novos mundos que
deu ao mundo, à imortalidade dos poetas, em plenos pulmões canta um fado à desgarrada
em cada esquina, contempla a luz messiânica do Castelo durante a noite, sossega com a
bênção do Patriarca, abraça o Cristo Rei, aplaude com gáudio a festa no campo ou na praça
e beija a democracia que, também cá, se fez instituição.
Deste modo, cada dia vivido nesta cidade carece de ser agarrado pela Juventude que, sem
querer, ou melhor, sem ter autonomia de vontade neste particular, se enraíza no seu espírito
e desbota ao toque da gíria quotidiana da sua terra.
Termino, apelando aos jovens de Portugal que provem que são capazes de vencer a tirania
da resignação e o espartilho do pessimismo. Pela minha parte, estou profundamente convic-
to de que a nossa determinação é maior do que qualquer melancolia, de que a nossa exigên-
cia será mais forte do que qualquer resignação, de que o nosso trabalho será a maior respos-
ta aos problemas e de que a nossa ambição supera qualquer contratempo.
Os Jovens são a maior ponte de Lisboa: aquela que liga o passado ao futuro, por onde viaja
a esperança numa sociedade melhor, mais justa, mais portuguesa.
Contem com os Jovens Centristas!
Chegou a hora de SER A MUDANÇA!
Juntos faremos acontecer.
Tenho dito.
41
A Cultura e o Nosso Partido
Hoje em dia um sector da cultura portu-
guesa tem andado “nas bocas” da comuni-
cação social – a Tauromaquia. Por esse
motivo escrevo-vos esta opinião para
poder clarificar alguns pontos comuns
entre a tauromaquia e a posição do CDS-
PP.
A cultura é um património defendido pelo
CDS-PP e conforme o Decreto-
Regulamentar n.º 61/91 de 29 de Novem-
bro, em cumprimento do disposto no arti-
go 6.º do Decreto-Lei n.º 306/91, de 17 de
Agosto “ a tauromaquia é, indiscutivel-
mente, parte integrante do património da
cultura popular portuguesa”, sendo assim
considerada, por lei, cultura portuguesa.
Por este motivo é que o CDS-PP tem vin-
do, ao longo dos anos, defender esta práti-
ca que tanto diz ao povo português.
Temos que ter em consciência os impactos
que as Corridas de Toiros têm no nosso
território: desde geográficos, ecológicos e
até mesmo socioeconómicos.
Assim a nível geográfico, as Corridas de
Toiros realizam-se do Norte ao Sul (Vinhais
a Albufeira, por exemplo); do Litoral ao
Interior (Nazaré a Elvas, por exemplo) e no
Arquipélago dos Açores, nas ilhas Terceira e
Graciosa. De salientar também que, até ago-
ra, a Tauromaquia já foi declarada como
Património Cultural e Imaterial de 40 muni-
cípios portugueses.
No campo ecológico (ligado à agricultura),
cerca de 70.000 hectares servem a prática da
criação do Toiro de Lide e, desta forma, se
as Corridas de Toiros fossem abolidas, estes
terrenos seriam convertidos em terras de
agricultura intensiva ou industrial. À volta
do Toiro de Lide existem várias espécies ani-
mais e outras espécies de flora, que acaba-
riam por ser destruídas com a abolição da
Tauromaquia.
Já a nível socioeconómico, a Tauromaquia
tem um papel de destaque. Para os cofres da
Inspeção-geral das atividades Culturais
(IGAC), a Tauromaquia “dá” (através de
taxas) cerca de 300.000€ por ano e
42
aproximadamente 900.000 espectadores frequentam as praças portuguesas.
O CDS-PP já participa em Corridas de Toiros desde 1984, quando em Lisboa se deu a 1ª
Grande Corrida de Toiros CDS, tendo sido a última, até ao momento, em 2010 na praça de
toiros das Caldas da Rainha. Quando perguntado sobre as Corridas de Toiros nas Caldas da
Rainha, o líder do CDS-PP, Dr. Paulo Portas afirmou “sempre que quiserem atacar as toura-
das, o CDS defende”. Estas palavras demonstram a forte ligação do CDS-PP com a cultura.
Este é um dos motivos que sou da Juventude Popular e sou aficionado! Defendo a minha
Cultura, Identidade e Liberdade!
Sebastião Viegas Ribeiro
Militante n.º 46011107
"Políticas Sociais em Tempos de Crise"
Francisco Camacho
Gabinete do Apoio ao Militante
No passado dia 4 de Julho, realizou-se, no
Hotel SANA, em Lisboa, pelas 21 horas, um
debate sobre “Políticas Sociais em Tempos de
Crise”.
Esta mesma iniciativa foi levada a cabo pela
Comissão Política Distrital de Lisboa do CDS-
PP e do PPD/PSD, sendo, por isso, presidida
e moderada pelo Dr. Telmo Correia, bem com
pelo Dr. Miguel Pinto Luz (presidentes das
Comissões Distritais presentes, respetivamen-
te). De salutar, igualmente, a presença do Sr.
Ministro da Solidariedade e da Segurança
Social, Dr. Pedro Mota Soares, e o
43
Secretário de Estado da Segurança Social,
Dr. Marco António Costa..
Numa fase em que este Ministério se revela
decisivo na resposta diária às necessidades
de muitos portugueses, o debate em causa
destinava-se a todos os militantes dos parti-
dos da coligação, tal como aos demais inte-
ressados. Face a isto, a JP Lisboa, recém-
eleita, marcou forte presença, naquela que
foi a sua 1ª aparição pública, revelando
atenção perante o partido, o Governo coli-
gado e, mais do que isso, preocupação com
Portugal e o seus jovens.
Constando uma sala cheia, denotou-se uma
amplíssima abertura dos intervenientes no
debate, que, assim, esclarecera as dúvidas
do seu público-alvo. Não desperdiçando a
oportunidade, a nossa Juventude (a única
presente, diga-se de passagem) clarificou os
seguintes pontos: Programa de Incentivo ao
Cooperativismo Jovem, Bolsas Sociais aos
alunos do Ensino Superior e Recibos Ver-
des.
Primeiramente, o Programa de Incentivo ao
Cooperativismo Jovem trata-se, resumida-
mente, de financiamento a projeto jovens,
com baixas taxas de juro, ao estilo micro-
crédito, facilitando o acesso ao crédito e
dinamizando a economia nos
agentes desta faixa etária. Algo altamente
relevante, numa época em que tanto ouvimos
de falar de barreiras sucessivas ao empreen-
dedorismo. Quanto ao caso das Bolsas
Sociais, defendeu-se que não se podem conti-
nuar a apoiar jovens que não tenha o devido
sucesso escolar (mais de 50% das cadeiras
conseguidas), em detrimento de quem verda-
deiramente se pretendem dedicar. Posto isto,
evidenciou-se que este Governo tem feito
mais, com menos (as bolsas inclusive aumen-
taram este ano letivo, com menos recursos,
fruto de uma canalização de verbas cuidada).
Finalmente, aos recibos verdes (esse tema que
assombra qualquer jovem) foi respondido que
está a ser feita uma reposição da justiça,
pagando menos à Segurança Social e flexibi-
lizando prazos para o pagamento das suas
dívidas.
Não obstante destas perguntas, outros militan-
tes de ambos os partidos, tocaram em pontos
chave, tais como o lobby das farmácias (onde
se tem diminuído o preçário geral dos medi-
camentos, sem qualquer custo para a máquina
estatal), o Mercado de Arrendamento Social
(prevendo-se colocar 2000 imóveis até ao
final do presente ano, com rendas 30 por
cento abaixo das praticadas no mercado,
44
nas mesmas condições, sendo 108 os municípios portugueses participantes) e a necessidade
imperativa de haver “ética social na austeridade”. Concluindo, foram cerca de 3 horas de
alta cidadania e esclarecimento, perspetivando-se novas ações nestes moldes. De registar,
também, a disponibilidade e simpatia revelada por todos os membros do quadro do debate,
dispondo para colaborarem futuramente connosco..
O Busto e o Betinho
45
Agenda Outubro
Reunião com dirigentes associativos do Ensino Superior da
Cidade de Lisboa, no dia 3 de Outubro, de forma a discutir-
mos juntos os problemas dos estudantes do ensino superior e
procurar encetar esforços para podermos chegar mais facil-
mente aos órgãos de decisão com justas propostas de solução
Conferencia subordinada ao tema: “Os princípios económi-
cos da Democracia Cristã”, no dia 20 de Outubro
Visita ao Lar da Casa de Nossa Senhora da Vitória, dia 26 de
Outubro
Sem prejuízo das atividades anunciadas supra, poderão ainda tantas
outras ser agendadas no corrente mês .
Para acompanhares os trabalhos da tua concelhia fica
atento à nossa página e ao nosso grupo no Facebook.
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