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Jornal da SBD Ano XII n. 1 1 Diretoria 2007 - 2008 Presidente - Alice de Oliveira de Avelar Alchorne Vice-presidente - Omar Lupi Secretária-geral - Ryssia Florião Tesoureira - Claudia Pires Amaral Maia 1 a secretária - Célia Kalil 2 o secretário - Josemir Belo Jornal da SBD Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, dirigida a seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral - Ano XII - n o 1 - janeiro / fevereiro - 2008 Coordenador médico - Paulo R. Cunha Conselho editorial - Alice Alchorne, Omar Lupi, Ryssia Florião, Claudia Pires Amaral Maia, Célia Kalil, e Josemir Belo Jornalista responsável - Andréa Fantoni - Reg. MTB/RJ n 0 22.217 JP Redação - Andréa Fantoni Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza Estagiário - Ana Luíza Reyes Contato publicitário - Priscila Rudge Simões A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilida- de única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/18 o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003 E-mail: [email protected] Assinatura anual: R$ 100,00 Número avulso: R$ 20,00 Tiragem: 6.000 exemplares Impressão: Sol Gráfica Eleições na SBD Sociedade Brasileira de Dermatologia Afiliada à Associação Médica Brasileira www.sbd.org.br Editorial Sumário Neste mês de março inicia-se o processo eleitoral na SBD. Os associados escolherão presidente e vice-presidente da Gestão 2009-2010. Concorrem Omar Lupi/Bogdana Victória e Silmara Cestari/Celso Sodré. Na coluna “Palavra da Presidente”, a profa. Alice Alchorne comenta o mecanismo da votação. Leia mais, informe-se sobre o procedimento para enviar seu voto e não deixe de participar das eleições. Boas notícias sobre as reformas da sede da sociedade: a expectativa é de que as obras sejam finalizadas antes do final deste ano, trazendo conforto e benefícios para os associados. Veja reportagem na página 3. Saiu o edital para o TED Especial. As inscrições foram abertas em primeiro de março e serão encerradas no dia 31. Fique atento aos prazos.Você pode obter mais detalhes nesta edição do JSBD e nos sites da SBD (www.sbd.org.br) e da Vunesp (www.vunesp.com.br). Em nossa entrevista internacional, o prof.Vicente Torres revela a dermatologia no México; a formação do dermatologista mexicano e suas áreas de atuação naquele país. Abordamos também o próximo Congresso Brasileiro, que se realizará em setembro, em Fortaleza. Professores internacionais renomados já confirmaram presença. Confira a matéria e não perca a oportunidade de participar. Ainda falando em congressos, alguns professores que participaram do último Congresso da AAD nos contam as novidades apresentadas em termos de ter- apêutica, cirurgia, e outros assuntos, e o prof. Joel Lastória comenta o 17th International Leprosy Congress, realizado na Índia em fevereiro. Na página 16 você poderá saber sobre a história do nosso Título de Especialista. A primeira edição do TED se deu há mais de 40 anos. Saiba quem participou da primeira banca, quem eram os candidatos. Acompanhe a evolução da prova até os dias de hoje, e a comparação entre o TED no Brasil e em outros países. Na coluna “Fronteiras da Dermatologia”, merece atenção o artigo escrito pelo prof. Ricardo Romiti abordando o tema “Medicações de alto custo na dermatologia”. Atualmente é fundamental que conheçamos os avanços tecnológicos e suas aplicações. Nesta edição também comentamos a importância social da Campanha con- tra o Câncer da Pele e os números relativos à sua última edição, em novembro de 2007. Boa leitura! 18 02 Palavra da Presidente 03 Expansão e reformas da SBD 04 TED Especial: sai edital 06 Entrevista Internacional: prof.Vicente Torres 11 63 a edição: Congresso da SBD em Fortaleza 12 Encontro anual da AAD 16 Obtenção do Título de Especialista no mundo 20 Palestra inaugura ações do Departamento de Teledermatologia 21 Fronteiras da Dermatologia: prof. dr. Ricardo Romiti 22 Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele 24 Vultos da Dermatologia: dr. Aiçar Chaul 25 Linha do Tempo 27 Serviços Credenciados Painel 28 Perspectivas para o mercado de trabalho dermatológico 31 Vacina contra HPV 32 Departamentos 34 Regionais Matéria de capa Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD Prof. Dr. Paulo R. Cunha

Jornal da SBD - Nº 1 Janeiro / Fevereiro 2008

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Page 1: Jornal da SBD - Nº 1 Janeiro / Fevereiro 2008

Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 1

Diretoria 2007 - 2008

Presidente - Alice de Oliveira de Avelar Alchorne

Vice-presidente - Omar Lupi

Secretária-geral - Ryssia Florião

Tesoureira - Claudia Pires Amaral Maia

1a secretária - Célia Kalil

2o secretário - Josemir Belo

Jornal da SBDEEssttaa éé uummaa ppuubblliiccaaççããoo ddaa SSoocciieeddaaddee BBrraassiilleeiirraa ddee DDeerrmmaattoollooggiiaa,,

ddiirriiggiiddaa aa sseeuuss aassssoocciiaaddooss ee óórrggããooss ddee iimmpprreennssaa..

PPuubblliiccaaççããoo bbiimmeessttrraall -- AAnnoo XXIIII -- nnoo 11 -- jjaanneeiirroo // ffeevveerreeiirroo -- 22000088

Coordenador médico - Paulo R. Cunha

Conselho editorial - Alice Alchorne, Omar Lupi, Ryssia

Florião, Claudia Pires Amaral Maia, Célia Kalil, e Josemir Belo

Jornalista responsável - Andréa Fantoni - Reg.MTB/RJ n022.217 JP

Redação - Andréa Fantoni

Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza

Estagiário - Ana Luíza Reyes

Contato publicitário - Priscila Rudge Simões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de

Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou

serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilida-

de única e exclusiva dos anunciantes.

As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade

de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/18o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ

CEP: 20090-003

E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 100,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 6.000 exemplaresImpressão: Sol Gráfica

Eleições na SBD

Sociedade Brasileira de DermatologiaAfiliada à Associação Médica Brasileirawww.sbd.org.br

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�� SSuummáárriioo

Neste mês de março inicia-se o processo eleitoral naSBD. Os associados escolherão presidente e vice-presidenteda Gestão 2009-2010. Concorrem Omar Lupi/BogdanaVictória e Silmara Cestari/Celso Sodré.Na coluna “Palavra daPresidente”, a profa. Alice Alchorne comenta o mecanismoda votação. Leia mais, informe-se sobre o procedimento paraenviar seu voto e não deixe de participar das eleições.

Boas notícias sobre as reformas da sede da sociedade:a expectativa é de que as obras sejam finalizadas antes dofinal deste ano, trazendo conforto e benefícios para osassociados. Veja reportagem na página 3. Saiu o edital para o TED Especial. Asinscrições foram abertas em primeiro de março e serão encerradas no dia 31.Fique atento aos prazos.Você pode obter mais detalhes nesta edição do JSBD enos sites da SBD (www.sbd.org.br) e da Vunesp (www.vunesp.com.br).

Em nossa entrevista internacional, o prof.Vicente Torres revela a dermatologiano México; a formação do dermatologista mexicano e suas áreas de atuaçãonaquele país.

Abordamos também o próximo Congresso Brasileiro, que se realizará emsetembro, em Fortaleza. Professores internacionais renomados já confirmarampresença. Confira a matéria e não perca a oportunidade de participar.

Ainda falando em congressos, alguns professores que participaram do últimoCongresso da AAD nos contam as novidades apresentadas em termos de ter-apêutica, cirurgia, e outros assuntos, e o prof. Joel Lastória comenta o 17thInternational Leprosy Congress, realizado na Índia em fevereiro.

Na página 16 você poderá saber sobre a história do nosso Título de Especialista.A primeira edição do TED se deu há mais de 40 anos. Saiba quem participou daprimeira banca, quem eram os candidatos. Acompanhe a evolução da prova até osdias de hoje, e a comparação entre o TED no Brasil e em outros países.

Na coluna “Fronteiras da Dermatologia”,merece atenção o artigo escrito pelo prof.Ricardo Romiti abordando o tema “Medicações de alto custo na dermatologia”.Atualmente é fundamental que conheçamos os avanços tecnológicos e suas aplicações.

Nesta edição também comentamos a importância social da Campanha con-tra o Câncer da Pele e os números relativos à sua última edição, em novembrode 2007.

Boa leitura!

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02 � Palavra da Presidente03 � Expansão e reformas da SBD04 � TED Especial: sai edital06 � Entrevista Internacional: prof.Vicente Torres11 � 63a edição: Congresso da SBD em Fortaleza12 � Encontro anual da AAD16 � Obtenção do Título de Especialista no mundo20 � Palestra inaugura ações do Departamento de Teledermatologia21 � Fronteiras da Dermatologia: prof. dr. Ricardo Romiti22 � Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele24 � Vultos da Dermatologia: dr. Aiçar Chaul25 � Linha do Tempo27 � Serviços Credenciados

� Painel28 � Perspectivas para o mercado de trabalho dermatológico31 � Vacina contra HPV32 � Departamentos34 � Regionais

Matéria de capa

Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD

Prof. Dr. Paulo R. Cunha

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�� Palavra da Presidente Alice de Oliveira de Avelar Alchorne

�� C a l e n d á r i o - 2 0 0 8

Os associados de todas as categorias quitescom suas obrigações associativas podem votar.

Para uma entidade associativa ser forte, elanecessita da participação de todos os seusmembros. Assim, nesse processo democráti-

co, exercer o direito de voto é ato de contribuição de cadaassociado para a representatividade da SBD.

Seguem abaixo as normas de votação, processo práticoque demanda pouco tempo – é só refletir e escolher.

São duas as chapas concorrentes:Chapa 1 – dr. Omar Lupi da Rosa Santos para presidente;dra. Bogdana Victória Kadunc para vice-presidenteChapa 2 – dra. Silmara da Costa Pereira Cestari para

presidente; dr. Celso Tavares Sodré para vice-presidenteOs associados poderão exercer o direito de voto, por

correspondência ou presencialmente na Assembléia GeralExtraordinária.

Para que o associado possa exercer o direito de votopor correspondência, a Sociedade Brasileira de Derma-tologia encaminhará o seguinte material:� Normas de Votação.� Envelope com porte pago endereçado à Caixa Postal

401, CEP 20010-974, contendo etiqueta com seusdados como remetente.

� Envelope pequeno pardo não identificado.� Uma cédula eleitoral.� Conjunto de duas etiquetas, cada uma com a

identificação de uma das chapas candidatas, com orespectivo código de barras.

� Ficha de identificação.Para votar por correspondência o eleitor deverá proce-

der da seguinte maneira:1 - Destaque do conjunto de duas etiquetas só a corres-

pondente à sua opção de voto.2 - Cole a etiqueta selecionada na cédula eleitoral no

local correspondente.3 - Dobre a cédula eleitoral no local indicado e colo-

que-a dentro do envelope pardo. Lacre-o e não o iden-tifique.

4 - Preencha a ficha de identificação com seu nome eassinatura para comprovação do exercício do voto.

5 - Insira o envelope pardo lacrado e a ficha de identifi-cação preenchida e assinada no envelope endereçado àCaixa Postal 401, CEP 20010-974. Feche-o devidamente eposte-o em qualquer agência dos correios mantendo aidentificação do remetente.

Apresentando a cédula qualquer sinal, rasura ou dizersuscetível de identificar o eleitor, ou tendo sido escolhidasduas chapas, o voto será anulado.

Só serão computados os votos que sigam o procedi-mento supra e estejam na Caixa Postal 401 – CEP 20010-974 no dia 10/04/2008 às 10h, quando os votos por corres-pondência serão recolhidos.

Só os associados que não tiverem exercido o voto porcorrespondência poderão votar presencialmente na Assem-bléia Geral Extraordinária.

Gostaria muito de que participassem!

Eleições na SBD para a Diretoria 2009-2010

Regionais - Abril de 2008

�11 Reunião Ordinária – FFFCMPA - SBD - Porto Alegre; RS Reg. RS�12 2a Reunião Ordinária Mensal - SBD - Niterói; RJ Reg. Flum.�12 Curso de Cosmiatria - SBD - Curitiba; PR Reg. PR�12 Reunião mensal - AMMG - SBD - Belo Horizonte; MG Reg. MG�19 a 21 4a DermaRio - SBD - Rio de Janeiro; RJ Reg. RJ�24 e 25 IV Jornada Alagoana de Dermatologia - Maceió; AL Reg. AL�24 a 26 10a RADECO - SBD - Goiânia - GO Reg. GO�25 VI Jornada Alagoana Dermatologia Pediátrica - SBD - Maceió; AL Reg. AL�26 Curso de Dermatoscopia - SBD - São Luís; MA Reg. MA�26 Reunião Clínica Mensal - SDSCMV - Viória; ES Reg. ES�26 II Curso de Fotografia Digital e Pesquisa Científica na Internet - Hotel Holliday Inn - SBD - Salvador, BA Reg. BA�26 Reunião científica - SBD - João Pessoa; PB Reg. PA�28 Reunião clínica mensal - SBD - Campo Grande; MS Reg. MS�30 Quarta Dermatológica - SBD - Recife; PE Reg. PE�30 Reunião mensal - SBD - Rio de Janeiro; RJ Reg. RJ

Internacional�22 à 25/5/2008 5o EADV Spring Symposium - Academia Européia de Dermatologia - Istambul - Turquia

Alice de Oliveira de AvelarAlchorne

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No primeiro pavimento da SBD estarão situadas asáreas administrativas, cozinha, pequeno refeitório, banheirospara funcionários e a recepção. O segundo abrigará a biblio-teca, salas de reuniões, auditório, sala de espera, recepção esanitários para associados, visitantes e convidados.

Segundo o projeto, será construída uma escada unindoos dois pavimentos. “Esse recurso visa à otimização do fun-cionamento das atividades da sociedade e ao conforto dosparticipantes”, comenta a arquiteta Neuza Martinez. A pre-visão de conclusão das obras é setembro de 2008.

Com a aquisição de mais um pavimento contíguo aodas atuais instalações, a diretoria da SBD proporcionarámaior conforto a seus associados e eficiência nas atividades.A nova sede terá cerca de 760m2 em dois pavimentos: o 17o

e 18o, do n. 39 da Av. Rio Branco, no Centro do Rio deJaneiro.

A tesoureira da SBD, dra. Cláudia Maia, é uma dascoordenadoras do projeto que está sendo desenvolvidopela arquiteta contratada para a obra, Neuza Martine. Oprojeto arquitetônico tende ao uso de materiais moder-nos, de fácil manutenção e grande resistência, comodevem ser os utilizados em áreas coorporativas. “Serãoadquiridos novos móveis e equipamentos para os escri-tórios, levando em conta design e ergonomia, a fim detornar o ambiente harmonioso e funcional”, explica adra. Cláudia Maia.

“A diretoria pretende disponibilizar para os associadosampla e confortável sala de espera, onde poderão encon-trar-se com seus pares, além de aguardar o início das ativi-dades de seu interesse”, observa a dra. Cláudia Maia.

A diretoria pretende disponibilizarpara os associados ampla e confortável salade espera, onde poderão encontrar-se comseus pares, além de aguardar o início dasatividades de seu interesse“

”Expansão e reformas da SBD

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TEDEspecial: sai edital

Atenção, associados, está disponível no site da SBDo edital do Exame de Suficiência Categoria Especial paraObtenção do Título de Especialista em Dermatologia,promovido em convênio com a Associação MédicaBrasileira. De acordo com a Comissão de Título deEspecialista, formada pelos drs. Maria Denise Takahashi,Bernardo Gontijo, Jackson Machado-Pinto, Silvio A.Marques, Artur A. Duarte, José Antonio Sanches Júnior,Lia Cândida Miranda de Castro e José Hermênio C. LimaFilho, as provas serão realizadas por intermédio daFundação para o Vestibular da Universidade EstadualPaulista Júlio de Mesquita Filho (Vunesp).

O exame constará de duas partes, a primeira, escritae eliminatória, no dia primeiro de junho de 2008. Em 29de junho os aprovados farão a prova prática oral. Estarãoaptos a concorrer todos os que tiverem inscrições defi-nitivas no Conselho Regional de Medicina, forem forma-dos há mais de 15 anos e comprovarem o exercício pro-fissional na dermatologia há pelo menos seis anos. Aindasão necessárias apresentações formais de dois associa-dos da categoria Efetivo, do mesmo estado, com descri-ções das atividades profissionais do candidato. As inscri-ções para o exame podem ser feitas entre os dias pri-meiro e 31 de março de 2008, pelo sitewww.vunesp.com.br.

A prova prática oral abrangerá avaliação de conheci-mentos, raciocínio clínico e capacidade de resolução desituações apresentadas em doentes ou diapositivos, ouilustrações, ou multimídia, podendo ser solicitados diag-nóstico principal, diagnósticos diferenciais, discussão doscasos, epidemiologia, etiopatogenia, métodos diagnósti-cos, terapêuticos e condutas.

A prova oral totalizará 10 pontos. O resultado da ava-liação curricular, que ocorrerá mediante a entrega dosdocumentos comprobatórios, será somado à nota daprova prática. Serão reprovados os candidatos que não

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� Sampaio SAP, Rivitti EA. Dermatologia – Editora Artes Médicas Ltda, Edição 2007.� Azulay RD, Azulay DR. Dermatologia. 3ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004.� Lacaz CS, Porto E, Martins JEC, Heins-Vaccari EM, Melo NT. Tratado de micologia médica Lacaz.

São Paulo: Sarvier ; 2002.� Talhari S, Neves RG. Dermatologia Tropical. Hanseníase. 3ª edição. 1997. Gráfica Tropical.� Champion RH, Burton JL, Burns DA, Breathnach SM, editors. Rook/Wilkinson/Ebling textbook of

dermatology. 7ª ed. New York: Blackwell Science; 2004.� Elder DE, Elenitsas R, Johnson Jr B, Murphy GI. Lever’s Histopathology of the Skin. 9th ed.

Lippiticoutt; 2004.� Freedberg IM, Eisen AZ, Wolff K, Austen KF, Goldsmith LA, Katz SI. Fitzpatrick’s Dermatology in

General Medicine. New York: MacGraw Hill; 2003.� Rezze GG, Sá BCS, Neves RI. Atlas de Dermatoscopia Aplicada 1ª ed. São Paulo: Livraria Editora

Marina & Livraria Editora Martinari; 2004.� Ministério da Sáude. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Disponível em:

www.aids.gov.br/assistencia/manualdst/indice.htm� Ministério da Saúde – Vigilância Epidemiológica. Manual de Controle da Leishmaniose Tegumentar

Americana. Disponível em: www.saude.ms.gov.br/externo/downloads/leishmaniosetegumentar.pdf� Ministério da Saúde. Guia para o Controle de Hanseníase. Disponível em:

http://www.saude.rj.gov.br/hanseniase/documentos/guia_de_hanseniase.pdf

Quadro para atribuição de pontos para avaliação do curriculum vitae� Residência em Dermatologia ou estágio/especialização em Dermatologia, em regime de residência: 3 pontos para cada ano comprovado

(máximo 6 pontos)� Mestrado em Dermatologia: 2 pontos� Doutorado em Dermatologia: 5 pontos � Livre-docência: 8 pontos� Trabalho, de assunto dermatológico, publicado em revista médica indexada no Medline ou Scielo, ou nos Anais Brasileiros de

Dermatologia: 1 ponto/trabalho (máximo 5 pontos)� Trabalho, de assunto dermatológico, publicado em revista médica não indexada no Medline ou Scielo: 0,5 ponto/trabalho

(máximo 2,5 pontos)� Apresentação de trabalhos em reuniões científicas dermatológicas:

internacionais: 1 ponto/apresentação (máximo 3 pontos)nacionais patrocinadas pela SBD Nacional: 0,5 ponto/apresentação (máximo 2 pontos)regionais: 0,25 ponto/apresentação (máximo 2 pontos)

� Comparecimento a congressos de dermatologia (internacionais ou nacionais) e reuniões de caráter internacional: 0,5 ponto/congresso(máximo 3 pontos)

� Comparecimento a reuniões regionais com a chancela da Sociedade Brasileira de Dermatologia: 0,25 ponto/reunião (máximo 2 pontos)

obtiverem no mínimo nota seis, após a soma da nota da provaprática oral com o resultado da avaliação curricular.Tal somanão poderá ser superior a 10, e o sistema funciona da seguin-te maneira: pontuação igual ou superior a 10 no currículoimplica o acréscimo de um ponto na nota da prova práticaoral; pontuação igual ou superior a oito e inferior a 10 no cur-rículo implica o acréscimo de 0,5 ponto na nota da prova prá-tica oral e, finalmente, pontuação inferior a oito no currículonão implicará qualquer acréscimo à nota da prova prática oral.

Os certificados do TED em Dermatologia terão validadepor cinco anos, sendo renováveis segundo as normas esta-belecidas pela Comissão Nacional de Acreditação

AMB/CFM, que exige atualização, com a obtenção de 100pontos em 5 anos. A presidente da SBD, Professora AliceAlchorne, ressalta que o TED “Categoria Especial” não tema finalidade de cercear o trabalho do dermatologista. “Ocolega, como médico, pode exercer a dermatologia, massem ter o direito de anunciar-se como tal.A prova visa, prin-cipalmente, dar oportunidade aos profissionais, que preen-cherem as condições exigidas, de conquistar esse Título”,afirma. Assim, quem optar por não fazer a prova ou mesmonão for aprovado, continuará com direito de exercer a der-matologia, bem como continuar como Associado da SBD nacategoria Contribuinte.

Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 5

Bibliografia sugerida:

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Omar Luppi – Por favor, fale um pouco sobre a históriada Sociedade Mexicana de Dermatologia.

Vicente Torres – Nas primeiras décadas do século XX,os pioneiros da dermatologia mexicana foram médicos de clí-nica geral que se direcionaram para as doenças da pele emgeral e, em particular, para a lepra. A formação clínica dessescolegas foi muito influenciada pela dermatologia francesa, oque levava freqüentemente à descrição morfológica muitoexaustiva e detalhada, razão pela qual a aprendizagem e o

Dermatologiano México

Entrevista com o prof. Vicente Torres feita pelo prof. Omar Lupi

O mexicano Vicente Torres foi presidente daSociedade Mexicana de Dermatologia e da UniãoLatino-americana contra as Enfermidades SexualmenteTransmissíveis. Escreveu, juntamente com outrosdermatologistas, o livro “Dermatologia PráticaIberolatinoamericana”, cuja segunda edição deve-rá incluir autores brasileiros e será traduzida parao português.

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ensino na presença dos doentes em aulas e sessões forampráticas cotidianas durante muitos anos. Em 1936, o professorFernando Latapí, notável dermatologista clínico e extraordiná-rio leprologista, fundou a Sociedade Mexicana de Der-matologia e o primeiro dispensário para pacientes com lepra,que mais tarde se tornaria o serviço mais importante da espe-cialidade no país: Centro Dermatológico Dr. Ladislao de laPascua. Logo, além de doentes com hanseníase, o atendimen-to estendeu-se a todo tipo de enfermidades da pele. Muitosdiscípulos do professor Latapí partiram da Cidade do Méxicopara outras regiões do país e criaram suas próprias escolas.Existem, na Cidade do México, outras escolas dermatológicasonde se formam residentes, como o Departamento deDermatologia do Centro Médico Nacional e o Serviço deDermatologia do Hospital Geral do México. O HospitalManuel Gea Gonzalez também conta com prestigiosoDepartamento de Dermatologia. Eu sou formado peloCentro Pascua, e entre os latino-americanos famosos forma-dos por essa instituição está, por exemplo, o dr. EnriqueHernández Perez del Salvador. Em 1952, um grupo de derma-tologistas dissidentes da Sociedade Mexicana deDermatologia fundou a Academia Mexicana de Dermatologia,havendo a partir de então duas vertentes no país. Sou mem-bro de ambos os grupos, que possuem um órgão científicooficial comum: a Revista Mexicana de Dermatologia.

OL – Quantos são os membros e quais as principais áreasde atuação da área?

VT – O México possui 100 milhões de habitantes ecerca de 2.500 dermatologistas graduados no país. A maio-ria deles concentra-se nas cidades de Guadalajara,Monterrey e no Distrito Federal, que são atualmente os três

pólos fundamentais de formação de residentes. O perfilatual do dermatologista mexicano é muito global, sendoisso também conseqüência de nossa proximidade geográfi-ca e acadêmica com a dermatologia dos EUA e, ao mesmotempo, com o resto do continente e a Espanha.

OL – Quais são os personagens mais importantes dadermatologia mexicana? Como contribuíram para a der-matologia mundial?

VT – Temos excelentes expoentes da micologia, comoRoberto Arenas;da dermatologia tropical e da lepra,como AmadoSaul; da dermatologia pediátrica, como Ramón Ruiz Maldonado; egerações mais recentes orientadas para o Laser, a cirurgia e a der-matologia cosmética, como o dr. Jorge Ocampo, atual chefe deDepartamento de Dermatologia da Universidade Autônoma deMonterrey, em Nuevo León. Indiscutivelmente, entre as maisimportantes personalidades está o já falecido dr. Fernando LatapíContreras,que pode ser considerado o pai da dermatologia mexi-cana. Fundador da Sociedade Mexicana de Dermatologia, ele con-tribuiu para a classificação da lepra no Congresso de Leprologia deMadri e na descrição da lepra lepromatosa difusa e do fenômenode Lucio, doença atualmente conhecida como “lepra de Lucio eLatapí”.Além disso, foi o primeiro no México a tratar os doentesde lepra com sulfonas e também o primeiro a utilizar na terapia dosmicetomas actinomicéticos esse tipo de medicamento. Publicouartigos em diversos idiomas e em várias revistas científicas, e foimembro de uma infinidade de sociedades dermatológicas,além deser um homem de enorme cultura geral e poliglota.A segunda per-sonalidade, ainda viva, sem dúvida é o dr. Ramón Ruiz Maldonado,atual presidente da Sociedade Internacional de Dermatologia. Paida Dermatologia Pediátrica no México e referência mundial nessesetor,ele foi responsável pela descrição de várias síndromes derma-tológicas antes desconhecidas;é homem culto e também poliglota.Outras personalidades mexicanas de transcendência na dermato-logia latino-americana foram, por exemplo, Roberto Arenas, presi-

Continua

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dente do Cilad, autor de um livro de dermatologia muito prático eamplamente difundido no mundo hispânico, incansável mestre, via-jante, conferencista e personalidade altamente sociável. Para termi-nar, logicamente,Yolanda Ortiz, que se faz presente nos congressoslocais de vários países do continente. Como mostra da participa-ção acadêmica dos dermatologistas mexicanos no nível internacio-nal, tiveram lugar, no México, dois congressos ibero-latino-america-nos de dermatologia:um congresso mundial em 1978 e o congres-so mundial de dermatologia pediátrica, em Cancun, em 2004.

OL – Como se forma um dermatologista no México?VT – Atualmente o plano de estudos da especialidade em

dermatologia no México dura três anos, sendo obrigatório ter-se previamente de um a três anos de formação como médicointernista. Pode-se proceder à subespecialização em cirurgia der-matológica e oncologia cutânea, micologia ou dermatopatologia,que também pode durar de um a três anos.Nos centros de for-mação de residentes, conta-se com bibliotecas e acervo biblio-gráfico suficiente para a formação dos novos valores da área etreina-se em dermatologia clínica, cirúrgica, leprologia, micologia,dermatopatologia e, em alguns centros, na manipulação de Lasere em cirurgia dermatológica básica.A formação em dermatolo-gia cosmética continua sendo feita em cadeira que se aprendeno final da especialização como dermatologista graduado.

OL – Quais são as semelhanças e diferenças entre adermatologia mexicana e a brasileira?

VT – Apesar de não conhecer em profundidade a derma-tologia brasileira, acho que uma semelhança com a dermatolo-gia mexicana é a de ter sido construída a partir do conheci-mento da lepra e de compartilharmos certas enfermidadestropicais endêmicas. Outra similitude diz respeito ao cresci-mento do número de mulheres dermatologistas, que aconte-ce nos dois países. Entre as diferenças, obviamente, está oidioma, além do enorme contingente de dermatologistas noBrasil, que corresponde a praticamente o triplo do número deprofissionais mexicanos.

OL – Como esperamos os congressos do Cilad, emCancun, e, Radla, na Cidade do México?

VT – Quanto à organização de ambos os congressos, oMéxico tem excelente infra-estrutura hoteleira e conta comespaços amplos para efetuar eventos dessa magnitude, tantona Cidade do México, como em Cancun. Estou certo queserão eventos cheios de qualidade e calor humano.Nós,mexi-canos, somos bons anfitriões e mais ainda com os brasileiros,com quem nos sentimos muito identificados como nação —como provam as inesquecíveis lembranças do mundial defutebol de 1970.

Entrevista com o prof. Vicente Torres feita pelo prof. Omar Lupi

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Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 9

Eleita uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, a cidade arqueológica deChichén Itzá é boa opção para quem pretende visitar o México. A antiga locali-dade maia, fundada em meados do século V, ainda preserva suas estruturas ori-ginais, como a Praça das Mil Colunas e a grandiosa pirâmide de Kukulcán. Comseus 365 degraus, um para cada dia do calendário maia, a pirâmide é visitada pormais de 40 mil pessoas todos os anos.

Outro destino possível para os amantes dos passeios históricos é Teotihuacan,a antiga cidade sagrada dos Astecas e uma das mais impressionantes do mundoantigo. Suas famosas pirâmides estendem-se por planície de 20km2 e oferecemvista deslumbrante àqueles que têm coragem de subir ao topo. Outro pontoimportante da cidade é o Palácio Quetzalpapalotl, seu edifício mais luxuoso, trans-formado pelo tempo em labirinto de templos e residências.

Em sua diversidade, o país também oferece os encantos dasgrandes cidades e dos resorts tropicais. Sua capital, a Cidade doMéxico, é a terceira maior metrópole do mundo, perden-do apenas para Tóquio e Nova York. Nela, os indícios dahistória asteca e colonial convivem com a modernidadedos grandes centros urbanos.

O mosaico cultural é composto pela CatedralMetropolitana, símbolo da colonização espanhola, o PalácioNacional, com painéis pintados por Diego Rivera, e inúmerosmuseus, entre os quais o Museu Antropológico — um dosmelhores do mundo. Para as horas de descanso, boa pedi-da é o Parque Chapultepec, com suas extensas áreasverdes, monumentos e Jardim Zoológico. A cidade éainda um paraíso para os amantes das comidasapimentadas, chilis, nachos, guacamoles, tacos,tapas e tortillas, além das iguarias à base decacto, como a tão conhecida tequila.

O litoral mexicano é também um dosdestinos turísticos mais visitados domundo, famoso pelas belaspraias de Cancun eAcapulco. Os bal-neários oferecemexcelente estruturahoteleira, inúmerosesportes aquáticos, res-taurantes de primeiralinha e agitada vidanoturna. Em suma, oMéxico é o destino idealpara turistas de todos osgostos!

México

Saída do Rio de Janeiro:Cidade do México: a partir de USD1036 Cancun: a partir de USD1037 Acapulco: a partir de USD1267

Saída de São Paulo:Cidade do México: a partir de USD943 Cancun: a partir de USD1037 Acapulco: a partir de USD1112

Chichén Itzá fica próxima a Cancun e Teotihuacan,à Cidade do México. Para visitá-las, os hotéis vendem tour de um dia.

Fonte: Factour Viagens

ServiçosA melhor época para visitar o México é entre

Outubro e Maio, quando chove pouco e o clima émais ameno, com temperaturas entre 27º em Cancune 13º na Cidade do México.

O país exige visto para turistas brasileiros.As companhias aéreas que voam para lá são: TACA(via Lima), Avianca (via Bogotá), Copa (via Panamá),Lan (via Santiago),Aeromexico,Varig e Ocean Air, quefazem o trajeto direto partindo de São Paulo.

Valores aproximados de passagens aéreas (sem taxas)

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Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 11

Dermatite de contato); Mario Bittar, do Departamento deDermatologia da Universidade Nacional de Cuyo,Argentina(Genética); Marcy Neuburg, professora-associada deDermatologia do Medical College of Wisconsin (FroedtertMedical College Clinics), EUA (Tumores cutâneos, CirurgiaDermatológica e Cirurgia de MOHS) e Nicholas Soter, pro-fessor do Departamento de Dermatologia da New YorkUniversity Medical Center (Urticária, Anti-histamínicos,Imunossupressores e Antialérgicos).

Dermatologia SolidáriaOs bairros Pirambu e Bom Jardim, dos mais populosos e

carentes de Fortaleza, serão contemplados com as ações deresponsabilidade social previstas na programação do con-gresso. Através do projeto “Domingo Solidário”, os partici-pantes do evento estarão, na manhã do dia 7, nessas locali-dades prestando esclarecimentos sobre as doenças de pelemais comuns na região e orientando a população quanto àsmedidas educativas, como prevenção do câncer de pele,hidratação cutânea e auto-exame.

Fortaleza sediará, depoisde 31 anos, o Congressoda Sociedade Brasileira deDermatologia que chega a sua 63a edição.O evento acontecerá entre 06 e 10 desetembro de 2008, no Centro deConvenções, e estão sendo esperadosquatro mil participantes, entre especialis-tas nacionais e estrangeiros, que discutirãoos novos procedimentos e as tecnologias disponíveis para aárea da dermatologia.

De acordo com o presidente do congresso, Heitor deSá Gonçalves, “a programação científica já está encerrada,enquanto a programação social terá várias atividades aten-dendo às expectativas dos participantes, dentro das melho-res opções ofertadas pela cidade de Fortaleza”. Ele informaainda que as negociações com os laboratórios farmacêuti-cos estão em fase de conclusão.

Dos palestrantes estrangeiros, já estão confirmados 14nomes de especialistas dos Estados Unidos, Alemanha,França, Austrália e Argentina, entre eles: Diane Baker, presi-dente da Academia Americana de Dermatologia e profes-sora do Departamento de Dermatologia da OregonHealth Sciences University, EUA (Toxina Botulínica ePreenchedores em geral); Andrea Santos-Muño, doDepartamento de Dermatologia Pediátrica do Hospital JMRamos Mejía, Argentina (Dermatologia Pediátrica); JamesButler, da Faculty of Medicine, Dentistry and HealthSciences of the University of Melborne, Austrália (Câncerde Pele); Jean-François Nicolas, da Unidade de ImunologiaClínica e Alergologia do Institute National de la Santé et dela Recherche Médicale de Lyon, França (Dermatite Atópicae Imunomoduladores); Eva-B. Bröcker, do Departamentode Dermatologia Venerologia e Alergologia da Universidadede Würzburg, Alemanha (Melanoma e Psoríase); RonaldBrancaccio, professor do Departamento de Dermatologiada New York University Medical Center, EUA (Laser e

63a edição: Congresso da SBD em

Fortaleza

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12 � Jornal da SBD � Ano XII n. 1

� Imiquimod para granuloma piogênico em criança.� KOH em água destilada a 5% para molusco contagioso

(Ricardo Romitti).� Ciprofloxacina para pseudômona ungueal.� Zinco para acrodermatite enteropática; como imunoes-

timulante em infecções; verrugas; hidrosadenite; acne;dermatite seborréica; rosácea.

� Rituximab – novo biológico antiCD20 de linfócito Bpara linfoma B CD20 positivo, artrite reumatóide, váriasdoenças auto-imunes, vasculites.

Terapêutica dermatológica

Segundo a presidente da SBD, profa. Alice Alchorne,aconteceram vários simpósios e também alguns cursossobre terapêutica dermatológica. Ela destaca algumas su-gestões de tratamentos:� Espinolactona para acne da mulher adulta, alopecia

feminina, hirsutismo e hidrosadenite.� Pulsos de corticóides para alopecia areata.� Isotretinoína oral para rosácea nodular.� Inibidores da calcineurina (tracolimus e pimecrolimus)

para psoríase invertida.

O 66º Encontro Anual da Academia Americana foi no início de fevereiro, em Santo Antônio,

no Texas (EUA), sendo um dos maiores acontecimentos científicos da área. Alguns dermatologistas

brasileiros estiveram lá e relataram a seguir os principais pontos discutidos no evento.

Encontro Anual da AAD

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Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 13

� Imiquimod em creme a 5% para moléstia de Bowen,extragenital (menos dedos), genital e perianal. Excelenteresultado.

� Terapêutica fotodinâmica – muito útil para ceratoseactínica e moléstia de Bowen. Outras indicações: CBCnão nodular e acne.

� Corticóide sistêmico e imunoglobulina endovenosacontinuam controversos para síndrome de Steven-Johnson e NET.

� Anti-histamínicos e cor ticóide vo para ur ticária multiforme.

� Chá verde em cosméticos pode provocar ginecomastia(efeito androgênico).

� Ciclosporina A – metanálise, muito boa para dermatiteatópica grave.

� Micofenolato mofetil para dermatite atópica grave –poucos efeitos colaterais.

� Metrotexate para morféia.� Dermatite atópica e dermatite de contato são as mais

comuns como dermatoses vulvares em pediatria.� Inibidores da calcineurina (tracolimus e pimecrolimus)

para psoríase invertida.� Corticóides potentes para líquen escleroso e atópico.� Influximab para pioderma gangrenoso.� Micofenolato mofetil para LE não responsivo – muito bom.� Inibidores da calcineurina tópicos para dermatite

atópica persistente ou recidivante.� DDS gel e tretinoína aquosa gel (menos irritante)

para acne.� Ustekinumab e certolizumab novos biológicos para

psoríase.� Controle de biológicos: não dar vacinas "vivas", PPD

anual e dosagem de CD4 para alefacept e de leucócitose plaquetas para efalizumab.

� Etanercepet para psoríase em placas de crianças.� Variconazol, posaconazol, caspofungin, micafungin e

anidulafungin novos antifúngicos sistêmicos paramicoses oportunistas.

Terapia fotodinâmica

O prof. Tovo apresentou-se mais uma vez no evento,em conferência com uma hora e meia de duração sobreterapia fotodinâmica. “Há cinco anos faço apresentaçõesregulares e sou diretor de sessões didáticas do Meeting,sempre com grande participação do público”, afirma.

A terapia fotodinâmica é utilizada em diferentes especia-lidades médicas no tratamento de doenças proliferativas,principalmente tumores malignos.

O conceito da TFD é a indução da citotoxicidade seleti-va (células tumorais), através de uma fonte de luz. Para queisso ocorra é necessário um agente fotossensibilizador quetenha absorção seletiva pelas células neoplásicas, luz e oxi-gênio. Os agentes fotossensibilizantes podem ser sistêmicosou tópicos. Na dermatologia o desenvolvimento de agentesfotossensibilizantes tópicos apresentam a vantagem de apli-cação tópica localizada sem a inconveniência de sensibiliza-ção cutânea generalizada.

O agente fotossensibilizante, uma vez aplicado sobre alesão tumoral, acumula-se preferencialmente nas células atípi-cas com menor penetração nos tecidos adjacentes. O tumorfotossensibilizado é exposto à luz que coincida com o espec-tro de absorção do agente fotossensibilizante e que tenhaboa penetração cutânea. Os fotossensibilizantes tópicos maisestudados na atualidade são: o ácido aminolevulínico – ALA(Levulan®) e o aminolevulinato de metila – MAL (Metvix®).Ambos são precursores da protoporfirina IX (potente agen-

te fotossensibilizante) e cuja ativação se dá de forma maisefetiva (absorção/penetração) pelo comprimento de onda nacor vermelha, com fonte de luz não coerente. Essa ativaçãoleva o agente fotossensibilizante do estado de repouso aoestado de ativação, podendo ocorrer a liberação de espéciesreativas de oxigênio (ROS), que promoverão a citotoxidade(necrose, apoptose) das células tumorais.

Estudos têm demonstrado maior seletividade do MALpelas células tumorais, assim como maior penetração teci-dual devido ao fato de ser substância lipofílica.

Recente Conferência de Consenso aprovada para publi-cação em 2006 no Journal of the American Academy ofDermatology indica a TFD no tratamento de queratosesactínicas não hiperqueratóticas, doença de Bowen e carci-noma basocelular superficial.

Na área de cosmética dermatológica, estudos associan-do o ALA à luz pulsada, Laser, ou lâmpadas de diodo têmdemonstrado melhora nos resultados de tratamento deenvelhecimento cutâneo, principalmente em indivíduos depele clara com queratoses actínicas associadas a outrossinais de envelhecimento extrínseco. A TFD “quando bemindicada”, propicia tratamento seletivo de lesões tumoraisou atípicas, sendo também boa alternativa para tratamentode múltiplas lesões (queratoses actínicas múltiplas, etc.),com a vantagem de resultado cosmético bastante satisfató-rio pela maior preservação de tecidos saudáveis.

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14 � Jornal da SBD � Ano XII n. 1

Cirurgia dermatológica

Para a profa. Bogdana Victoria Kadunc, durante o 66o

Meeting da AAD a cirurgia dermatológica foi amplamenteabordada sob a forma de cursos, simpósios, fóruns, gruposde discussão e workshops. “Pode-se afirmar que o Meetingda Academia Americana de Dermatologia é evento em quea cirurgia dermatológica tem seu merecido destaque”, afir-ma.Ainda em sua opinião, existe atualmente tendência paraa combinação de novas terapêuticas com as técnicas cirúr-gicas tradicionais.

Foi o que se observou especificamente em relação àhidradenite supurativa, para a qual foram citadas novasabordagens, com terapia fotodinâmica (ALA e luz lazul,quatro sessões de 15 em 15 dias), Infliximab (cinco infu-sões de 5mg/kg) e Laser Nd:YAG de pulso longo. Esteúltimo tratamento, com bons resultados segundo o dr.Bassel Mahmoud, dermatologista do Hospital HenryFord em Detroit, visa à destruição dos pêlos das áreasafetadas pela hidradenite. Ele defende a idéia de queessa doença se origina no folículo pilossebáceo e afetaas glândulas sudoríparas apócrinas secundariamente.Por esse motivo, é atualmente considerada acne inver-sa. Em nossa visão, esses tratamentos não invasivosdevem preceder as tradicionais e amplas exéreses cirúr-gicas, com a função de diminuir a inflamação e tornarmais visíveis os trajetos fistulosos que devem ser obri-gatoriamente retirados.

Outro tema abordado foi a necessidade da suspensãode drogas antes dos procedimentos cirúrgicos.Alguns auto-res defendem a posição de que o uso de warfarina nãodeve ser descontinuado, porque a freqüência das complica-ções tromboembólicas que podem ocorrer durante a sus-pensão (até 58%) é superior e mais grave do que os hema-tomas que surgem nas primeiras 24 horas e que podem sercontrolados com medidas profiláticas, tais como hemostasiacuidadosa, compressão e gelo aplicados prolongadamente.O valor do INR, nessas situações, deve ser mantido entretrês e quatro. Outras drogas, de menor impacto, mas tam-bém tradicionalmente implicadas com possíveis sangramen-tos, tais como, AAS, Ines, vitamina E, gingko biloba e ginsengdevem ser retiradas duas semanas antes dos procedimen-tos cirúrgicos.

O uso de antibióticos no período perioperatório tam-bém foi debatido, concluindo-se que deve ser indicada aCefalexina, preferencialmente, nas doses de 1g uma horaantes da cirurgia e 500mg seis horas após, apenas nos casosem que seja necessária a proteção dos pacientes sujeitos àendocardite bacteriana, dos portadores de próteses varia-das ou quando as cirurgias são localizadas em axilas, regiãoinguinal e extremidades. A utilização de antibiótico além de

seis horas após a cirurgia torna-se desnecessária, porque apresença do coágulo impede a entrada do fármaco na feri-da cirúrgica.

O transplante de cabelos foi tema de várias sessões,e segundo o dr. Mark Avram, da Corneal University emNY, resulta, em condições normais, em pega de 90-95%em áreas receptoras não atróficas e de 40-80% nasatróficas. Em mulheres, o transplante é excelente opçãopara o tratamento da alopecia androgenética (mais indi-cado no tipo II de Ludwig) e das cicatrizes atróficasapós ritidectomias. Quando a área doadora é escassaem mulheres, pode ser feita a extração de unidades foli-culares individuais com punchs, no lugar da tradicionalelipse. Os implantes devem ser colocados em fendasrealizadas com lâminas especiais, de dois a 5cm atrás dalinha anterior.

� Peng et al. Build-up of sterified aminolevulinic-acid-derivate-induced porphyrin fluorescence in normal mouse skin. J Photochem Photobiol B Biol1996;34:95-6.

� Fritsch C et al. Preferencial relative porphyrin enrichment in solar keratoses upon topical application of ‰-aminolevulinic acid methylester.Photochem Photbiol 1998;68:218-21.

� Szeimies et al. Photodinamic therapy using topicalmethyl 5-aminolevulinate compared with cryotherapyfor actinic keratosis:A prospective, randomized study.Key D. Cosmetic Dermatology, January 2005.

”Pode-se afirmar que

o Meeting da AcademiaAmericana de Dermatologiaé evento em que a cirurgiadermatológica tem seumerecido destaque

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Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 15

O Meeting da Academia daAcademia Americana de Dermatologia(AAD) notabiliza-se por programacientífico de primeira linha em que aeducação médica continuada e asrecentes novidades na dermatologia semesclam de forma interessante e quepermite ampla atualização profissional.No entanto, destacam-se em meio àsatividades mais importantes e concorri-das desse evento as chamadas sessõesplenárias em que todas as novidadesinstitucionais são discutidas e ocorremas principais premiações científicas. Nassessões plenárias do Meeting recém-terminado em San Antonio/Texas apresidente em exercício, profa. DianeBaker, falou sobre as mais recentes con-quistas da AAD incluindo a obtençãode notável volume de recursos financei-ros, na ordem de 30 milhões de dólares, aplicáveis em finsinstitucionais e educacionais, além da experiência adquiridapela instituição nos principais problemas hoje enfrentadospela dermatologia americana: processos judiciais movidoscontra dermatologistas, remunerações decrescentes paraprocedimentos dermatológicos e a prática ilegal da especia-lidade por parte de médicos de outros países sem a devidacertificação em território americano.

O prof. William Hanke, presidente eleito para a novagestão da AAD, destacou que pretende investir de formamaciça em educação dermatológica continuada e ampliar oamparo legal que a AAD poderá oferecer a seus associadosno futuro próximo. É interessante ressaltar que destacou aexperiência extremamente positiva da AAD na implemen-tação do chamado associado eletrônico (electronic mem-bership) que criou outra maneira de relação entre a AAD eseus associados; quem optou por essa categoria de associa-ção passou a receber a versão eletrônica do Jornal daAcademia Americana de Dermatologia mensalmente por e-mail e se mantém atualizado através do site da AAD e dasnewletters semanais, mas sem receber material impressopelo correio. Essa modificação permitiu imensa economiapara a AAD, reduziu o custo da anuidade na ordem de 40%para o associado que preferiu aderir ao novo modelo eampliou o quadro de associados da AAD em 20% desdeque foi implementado.

As sessões plenárias da AAD em 2008 também incluíramapresentações científicas notáveis, como a palestra proferida

pelo prof. John McGrath, falando sobre os recentes avançosna área da terapia genética que permitirão o diagnósticoprecoce e tratamento efetivo de algumas genodermatoses,como as epidermólises bolhosas, com técnicas de terapiacelular. Da mesma forma, a aula do prof. Ian Frazer fez excep-cional perfil da pele como órgão imunológico e apresentouas perspectivas de terapia utilizando vetores virais modifica-dos para o tratamento de dermatoses tão diferentes comoo líquen plano, infecção pelo HPV e melanoma.

Enfim, assistir às sessões plenárias da AAD é experiênciabastante frutífera dentro da intensa grade de atividades docongresso americano. Talvez a parte mais interessante sejaque em curto período de tempo o espectador possa teracesso às grandes novidades científicas do congresso conjun-tamente com os avanços mais importantes no campo insti-tucional e de política da dermatologia, fatos fundamentaispara entender a nossa própria SBD. As experiências acumu-ladas pela AAD e os desafios que ela enfrenta no campo ins-titucional para defender a dermatologia se aproximam, emmuitos pontos, da realidade da dermatologia brasileira e nosajudam a planejar os futuros caminhos que a dermatologiapode trilhar e a melhor abordagem prática para promovernossa especialidade de forma ética e efetiva.

Omar Lupi Vice-Presidente da SBD

Sessões plenárias

Da esq. para a dir.: profs. Jim Baker, Andréia Mateus, a presidente da AAD profa.Diane Baker e o vice-presidente da SBD, prof. Omar Lupi

Foto: divulgação

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16 � Jornal da SBD � Ano XII n. 1

Segundo a Associação Médica Brasileira metade dosmédicos do país tem o título de especialista. Na SBD, 70% dosespecialistas o têm e levam entre tantos benefícios o fato deter melhor preparação profissional, além de poder se apresen-tar como dermatologista oficialmente. Em cada país existeuma regra para obtenção do título, mas a mais comum é terresidência médica na especialidade, em geral imediatamenteapós a conclusão do curso. No Brasil, a SBD exige que o can-didato esteja inscrito no Conselho Regional de Medicina etenha dois anos de residência médica em instituição creden-ciada pela Comissão Nacional de Residência Médica do MEC;ou tenha concluído dois anos de especialização ou estágio emdermatologia, equivalente ao programa de Residência Médicada CNRM, em serviço credenciado pela SBD; ou, ainda, tenhasido aprovado em concurso público na especialidade, tendoexercido o cargo pelo menos durante cinco anos anteriores,contados da data de publicação do edital da prova.

Segundo o dr.Américo Figueiredo, em Portugal, para con-quistar o título primeiro o candidato passa por um examenacional de acesso ao Internato Médico, feito em conjuntocom todas as outras especialidades médicas e cirúrgicas. Ocurso de dermatologia tem cinco anos de duração. No pri-meiro, são seis meses de Medicina Interna e seis meses deCirurgia Geral. Os quatro anos finais são de preparação espe-cífica. A avaliação final é feita por um júri nacional formadopor cinco especialistas nomeados pela Ordem dos Médicos.

Nos EUA o exame para o título de especialista é organiza-do pela American Board of Dermatology. Os candidatosdevem ser aprovados pela ABD em exame feitos pelos respec-tivos diretores do programa. Como pré-requisitos devemcompletar quatro anos de formação em dermatologia (um anode clínica médica e três anos de residência em dermatologia),em programa aprovado para esse tipo de formação.

Na Índia, segundo o médico indiano dr. Shyam Verma, para

Obtenção do Título de Especialista

no mundoobter o TED é necessário fazer um curso integral de dois anosem dermatologia e venereologia,ou um programa de três anosde doutorado em dermatologia e venereologia.A prova é indi-vidual, realizada em diversas instituições e com examinadoresdiferentes, mas todos têm que se submeter a um exame finalqualificatório que inclui provas teóricas, prática e oral.

Saiba como foi no passado e entenda o presente

Quando foi presidente da Associação Médica Brasileira(AMB), no período 1961-1963, o prof. Sebastião Sampaioinstituiu o Título de Especialista com aprovação das socieda-des representativas das especialidades. “Meu desejo era ini-ciar logo esse convênio com a SBD, mas infelizmente a dire-toria da época não teve interesse”, conta o prof. Sampaio.Em 1967, na gestão do prof. Antonio Carlos Pereira Filho, aSBD aderiu ao sistema, depois de uma conversa por telefo-ne com o prof. Sampaio. “Em um telefonema tive o apoioimediato e incisivo para estabelecer as condições de con-cessão do título e da prova do TED pela SBD”, lembra.

A prova foi realizada na cidade de Juiz de Fora (MG), emoutubro de 1967. Participaram da organização, pela SBD, os

A banca examinadorado primeiro exame de

suficiência para a concessão do TED,realizado a 28 de

outubro de 1967, emJuiz de Fora, MG.

Da esquerda para a direita, os profs.

Rubem David Azulay,Ruy Miranda, Sebastião

Sampaio, TancredoFurtado (presidente)

e Clóvis Bopp.

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Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 17

Dr. Délio DelmaestroParticipação: Havia terminado a residência na Enfermaria 26

da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, em 1966. Sem terrecebido nenhuma comunicação prévia, vim a saber da realizaçãoda prova somente durante o Congresso de Juiz de Fora. Meu pre-ceptor, o prof. Silvio Fraga, me orientou a fazê-la e providenciou adocumentação comprovando minha residência. Segundo ele, eu jáestava em condições de prestar o exame e, na verdade, não medeu outras alternativas. Fui avaliado na prova oral pelo dr. ClóvisBopp e me saí muito bem, sendo aprovado com uma boa nota.

Importância: O TED foi sem dúvida um marco, uma vitóriaprofissional. Na época, não havia cursinho, e não sabíamos comoseria o exame. Então, na verdade, eu não me preparei para umaprova, mas para a vida dermatológica. Havia concluído meu curso eminha residência no Rio de Janeiro, e prestar o exame foi uma deci-são rápida. Ser aprovado, sem dúvida, deu mais moral e força àminha especialidade, além de minha condição de pioneiro me tra-zer muita felicidade. Em suma, considero muito importante o títulode especialista e acho que essa é uma norma que deve ser seguida.

Dr. João Roberto AntonioParticipação: Formei-me pela Faculdade Nacional de

Medicina, na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em1964. Fiz dois anos de residência em dermatologia na SantaCasa de Misericórdia do Rio de Janeiro, no Serviço do prof.Silvio Fraga. Por ocasião do Congresso Brasileiro deDermatologia em Juiz de Fora (MG), em 1967, a SBD abriu ins-crições para o TED. Inscrevi-me para as provas e fui aprovadoentre os nove dermatologistas que receberam o primeiro títu-lo do TED realizado no Brasil.

Importância: O TED foi importante tanto para minha car-reira profissional como para minha aprovação como professorda disciplina de dermatologia, da Faculdade de Medicina de SãoJosé do Rio Preto (SP), desde sua fundação. Foi desse modo que,com 40 anos já passados, aquela disciplina iniciada como umsonho tornou-se minha realidade tanto na graduação dos alunosdo curso médico como na formação de especialistas em derma-tologia, chegando hoje ao efeito multiplicador gerado por meusdiscípulos que exercem suas carreiras profissionais e/ou docen-tes no Brasil e em outros países.

Roberto AzambujaParticipação: A primeira prova do TED foi um marco. Estava

terminando o terceiro ano de especialização na clínica do prof.Silvio Fraga. Fomos recebidos muito amistosamente pelos profes-sores da banca e me lembro particularmente do prof. Clóvis Bopp,que conheci naquela ocasião e de quem me tornaria muito amigopelos anos afora, e de quem receberia valiosas lições de dermato-logia. Foi uma prova muito honesta na qual ficou evidente que oobjetivo era verificar o grau de preparo dos candidatos e não pro-curar eliminá-los com filigranas que desconhecessem. Para mim foicomo uma prova rotineira, nada diferente daquelas pelas quais pas-sei na faculdade ou no treinamento da especialidade.

Importância: O título serviu como atestado de prepara-ção para o exercício da dermatologia. Alguns anos depois, pou-cos eram os que o tinham, já que o sistema estava sendo implan-tado e generalizado, e isso nos distinguia. Prezo muito esse títu-lo pelo valor que me conferiu como profissional e, principalmen-te, por ser um atestado da qualidade do ensino e da competên-cia do meu mestre, Prof. Silvio Fraga, de saudosa memória.

professores Clóvis Bopp, Rubem Azulay, Ruy Miranda eTancredo A. Furtado, e o prof. Sebastião Sampaio atuou comorepresentante da AMB. Segundo o prof. Ruy Miranda, o esta-belecimento de provas para a obtenção do TED foi um marcopositivo na história da dermatologia brasileira. Contribuiu tam-bém para isso a euforia dos candidatos e, sobretudo, dacomissão examinadora. “Como participante dessa comissãoprocurei fazer com que as questões a serem respondidastivessem mais caráter clínico do que tecnológico.”

Inscreveram-se no teste 11 candidatos que tinham feitoestágios em São Paulo e no Rio de Janeiro.A prova constoude exame de doentes, questões escritas, exame micológicoe de histopatologia cutânea. Os professores Clóvis Bopp eRuy Miranda foram examinadores dos candidatos em rela-ção aos doentes, incluindo clínica, diagnose e terapia. Osprofessores Azulay e Furtado ficaram responsáveis pelamicologia e histopatologia cutâneas, com a colaboração doprof. Sampaio, também na elaboração das questões escritas.

Dos 11 candidatos que prestaram o exame, nove foramaprovados e dois reprovados. “O crescimento da SBD

aumentou extraordinariamente o número de candidatospara a prova, que foi inserida no estatuto da entidade.Também foi criada a Comissão do Título de Especialista.Ainda foram imperativos a alteração das datas e os critériosde avaliação. A prova do TED da SBD é sem dúvida deimportância fundamental para a sociedade, para a dermato-logia brasileira e para os portadores de dermatoses, quepodem avaliar a qualificação de seu dermatologista.Considero uma das minhas importantes contribuições paraa dermatologia. O caminho foi longo e com dificuldades.Mas, ad augusta per augusta”, finaliza o prof. Sampaio.

O prof. Miranda tem avaliação semelhante da importân-cia da prova. “Com as conquistas tecnológicas que foramsendo alcançadas, as provas para o TED também se torna-ram cada vez mais difíceis, como também mais prejudiciaisao conhecimento clínico do candidato. Devemos esforçar-nos para que o raciocínio do médico, apoiado nos princí-pios básicos da Medicina, não se prejudique ante as evidên-cias que ‘dizem’ aquilo que o clínico não sabe compreen-der”, ressalta.

Entrevistamos alguns candidatos que participaram da primeira edição do TED, os professores Délio Delmaestro,João Roberto Antonio e Roberto Azambuja, a quem fizemos duas perguntas: como foi a participação na prova equal a importância de ter obtido o título.Veja suas opiniões.

Page 17: Jornal da SBD - Nº 1 Janeiro / Fevereiro 2008

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Eleições na SBD

Cédula de votação para oassociado.

� Um envelope com o porte pago endereçado à Caixa Postal - 401, CEP 20010-974 , contendo etiqueta com

os dados de V. Sa. como remetente.

� Um envelope pequeno pardo não identificado.

� Uma cédula eleitoral.

� Um conjunto de 2 (duas) etiquetas. Cada etiqueta contendo a identificação de uma das chapas candidatas,

com o respectivo código de barras.

� Uma ficha de identificação.

Destaque do conjunto de 2 (duas) etiquetas somente aquela correspondenteà sua opção de voto e cole na cédula achapa escolhida.

Éhora de o associado decidir os rumos da SBD atravésdas eleições para preenchimento dos cargos de presidentee vice-presidente, para o biênio 2009/2010. A AssembléiaGeral Extraordinária será no dia 12 de abril, no HotelGuanabara, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Segundo aatual presidente, profa.Alice Alchorne, é fundamental que osócio exerça o direito de voto, podendo fazê-lo de formapresencial, participando da assembléia, ou pelos correios.

Os votos devem ser enviados para a caixa postal 401(leia o quadro como votar pelos correios). Serão computa-

dos os que chegarem no Correio Central até o dia 10 deabril de 2008, às 10 horas da manhã, quando serão recolhi-dos. “Obviamente apenas quem não votar pelos correiospoderá participar do pleito presencialmente, na AssembléiaExtraordinária”, explica a profa. Alice Alchorne.

A apuração será realizada no dia da assembléia, imediata-mente após o encerramento do período de votação pres-encial, sendo proclamados eleitos os candidatos da chapaque obtiver maior número de votos. A apuração é feita porempresa independente, contratada com essa finalidade.

A SBD encaminhará o seguinte material:

18 � Jornal da SBD � Ano XII n. 1

Page 18: Jornal da SBD - Nº 1 Janeiro / Fevereiro 2008

Dobre a cédula eleitoral no localindicado e coloque-a dentro do enve-lope pardo. Lacre-o e não o identi-fique.

Preencha a ficha de identificaçãocom o seu nome e assinatura paracomprovação do exercício do voto.

Insira o envelope pardo lacrado e a fichade identificação preenchida e assinada den-tro do envelope que possui o porte pago eestá endereçado à Caixa Postal 401, CEP20010-974. Feche-o devidamente e oencaminhe para os correios mantendo aidentificação do remetente.

Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 19

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sucesso da última edição do SimpósioInternacional de Laser, realizado no final do anopassado: como a procura ultrapassou a capaci-dade do evento, vários profissionais não conse-guiram inscrever-se. “O tema de abertura destenovo departamento se encaixou muito bem àsnecessidades dos dermatologistas que nãopuderam estar presentes no simpósio”, observao dr. Alexandre Filippo.

Os associados que acessaram a área restritado site da SBD, no momento da conferência,

puderam atualizar-se sobre os temas discutidos no evento,entre os quais depilação, flacidez, rejuvenescimento, contro-vérsias e novidades, além de conhecer a opinião do pales-trante. A conferência durou cerca de uma hora e encontra-se disponível na íntegra no site www.sbd.org.br.

A repercussão do evento foi muito boa. “Hoje, pelagrande quantidade de compromissos que temos, é muitointeressante poder poupar tempo e dinheiro relativos aodeslocamento do palestrante, além de alcançar um maiornúmero de dermatologistas”, opina o dr. Alexandre Filippo.Segundo o dr. Ivan Semenovitch, a próxima videoconferên-cia está prevista para março. Nessa, o dr. Omar Lupi trará asnovidades apresentadas no Annual Meeting da AAD queaconteceu em fevereiro, em Santo Antonio, Texas. A apre-sentação será divulgada pelo site da SBD e por newsletter.

No último dia 28 de janeiro, às 21h, aconferência “Ecos do 2o Simpósio Internacional de Laser” inaugu-rou as atividades do Departamento de Teledermatologia daSociedade Brasileira de Dermatologia.A palestra conferida pelodr.Alexandre Filippo foi transmitida ao vivo pela Internet, direta-mente da sede da SBD.

Criado no último congresso da entidade, oDepartamento de Teledermatologia tem como objetivo adifusão de conhecimento médico dermatológico através daInternet. “No caso da Dermatologia, a telemedicina é bas-tante interessante, porque a maior parte dos diagnósticosda especialidade pode ser feita pela simples observação deimagens, sem necessidade de contato com o doente”, expli-ca o dr. Ivan Semenovitch, coordenador do Departamentoe mediador da conferência.

O tema da palestra foi escolhido devido ao enorme

Palestra inaugura ações do

Departamento de

Teledermatologia

Drs. Alexandre Filippo e Ivan Semenovitch

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Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 21

Também denominadas excepcionais, são definidas comomedicamentos geralmente de custo elevado, destinados aotratamento de patologias específicas, muitas vezes utilizadospor períodos prolongados. Habitualmente ultrapassam US$7.000/ano, ou cerca de US$ 20/dia.

No Brasil, onde a desigualdade socioeconômica é domi-nante e o ganho de um salário-mínimo permanece inatingí-vel para grande parte da população, poderíamos questionaro direcionamento de verbas altíssimas para o tratamento depatologias graves ou mesmo incomuns.

Raras na dermatologia, as medicações de alto custo vêmsendo desenvolvidas e já empregadas em três grandes áreas– oncologia cutânea, doenças inflamatórias crônicas e nomanejo de feridas crônicas –, além daquelas utilizadas narotina do ambiente hospitalar. O alto custo dessas medica-ções é explicado pela tecnologia de ponta necessária paraseu desenvolvimento, o custo material e de pessoal especia-lizado, bem como a pesquisa e o tempo prolongado e asdezenas de estudos clínicos envolvendo milhares de doen-tes, o que se faz necessário até que a medicação alcance omercado. Tais gastos têm sido crescentes. Na Europa, porexemplo, enquanto no final da década de 1970 eram reali-zados cerca de 30 estudos envolvendo aproximadamente1.500 doentes para o lançamento de uma nova droga, naatualidade são realizados mais de 70 estudos com mais de4.200 doentes envolvidos para cada nova medicação.

Especialmente na oncologia cutânea, o advento de novasterapias imunes, bem como o desenvolvimento de anticorposmonoclonais, trouxe nova luz para o controle e por vezes curade neoplasias antes com altíssimos índices de morbidade emortalidade. A radioimunoterapia e a bioquimioterapia sãoexemplos recentes de inovações terapêuticas no manejo doslinfomas e do melanoma metastático, respectivamente. Oagente biológico rituximab representa o primeiro anticorpomonoclonal terapêutico indicado para o tratamento do câncer.

Considerando que na oncologia a utilização de medica-ções de alto custo é obrigatória e consensual, muito se temdiscutido acerca da utilização de tais medicações no mane-jo de outras dermatoses, tais como a psoríase.

Doença inflamatória crônica, imunologicamente mediada, apsoríase habitualmente demanda tratamentos a longo prazo.Acomete cerca de 2% de indivíduos da população, dos quaiscerca de 25% apresentam intensidade de moderada a grave dadoença e necessitam fototerapia, terapia sistêmica ou ambas.

A psoríase pode estar associada a morbidades físicas e psi-cológicas significativas, com impacto na incapacitação físico-mental, comparável ao de outras doenças clínicas importantes,tais como artrite reumatóide, hipertensão arterial, insuficiênciacardíaca congestiva e depressão. Embora não existam traba-lhos mostrando que a psoríase possa afetar a sobrevida dosdoentes, há evidências incontestáveis de seus efeitos negativoscontribuindo para impacto significante na qualidade de vida.

Apesar da disponibilidade de inúmeras opções terapêu-ticas, muitas delas de baixíssimo custo, o controle da psoría-se pode ser complicado por limitações relacionadas ao tra-tamento. Com os avanços tecnológicos e de pesquisa mole-cular, várias terapias biológicas estão em diferentes estágiosde desenvolvimento e aprovação para a psoríase.

Os biológicos vêm sendo desenvolvidos em velocidade fasci-nante e têm sido avaliados em milhares de doentes com psoría-se. Muitos biológicos têm demonstrado benefício significativo,com perfis de segurança e tolerabilidade variáveis.Porém,comuma todos eles é seu altíssimo custo que, aliado ao longo tempo detratamento, inviabiliza o custeio por parte do doente.Assim, suaprescrição fica sob rigoroso controle técnico-assistencial.

De modo geral, os dermatologistas precisam familiarizar-secom esses novos arsenais terapêuticos de alto custo, principal-mente no que diz respeito à base teórica, aos mecanismos deação e, o que é o mais importante, à eficácia e segurança des-ses agentes terapêuticos.A insegurança e por vezes a falta deconhecimento do dermatologista no que diz respeito a essasinovadoras modalidades de tratamento culminarão com atransferência de importantes e graves dermatoses para asmãos de outras especialidades, como, por exemplo, a oncolo-gia, reumatologia ou gastroenterologia, muitas vezes poucohabilitadas para o manejo dessas complexas dermatoses.

Todos nós, dermatologistas, devemos ser recrutadospara nos atualizar no campo das inovações terapêuticas,analisá-las de forma consciente e imparcial, a fim de quepossamos usufruir dos avanços tecnológicos em prol daintegridade física e da qualidade de vida de nossos doentes.

Prof. dr. Ricardo RomitiDepartamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da USP

E-mail: [email protected]

Fronteiras da Dermatologia

Medicações de alto custo na

dermatologia

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22 � Jornal da SBD � Ano XII n. 1

A Sociedade Brasileira de Dermatologia, por intermé-dio da articulação nacional de cerca de 1.500 dermatologis-tas, realizou em 24 de novembro de 2007, a nona edição daCampanha do Câncer da Pele.

A divulgação pela mídia estimulou para que compare-cesse ao exame preventivo, principalmente, quem apresen-tasse alguma das características de risco para câncer da pelee/ou sinais clínicos suspeitos. Portanto, esse exame preven-tivo teve caráter mais marcante de prevenção secundária(diagnóstico precoce).Tendo em vista essa consideração ini-cial, é possível entender que qualquer análise ou comentá-rio dos dados resultantes da consolidação das planilhas nãorepresenta um estudo populacional, e esse viés deve serlevado em consideração.

Outro ponto importante prende-se ao fato de que amaioria dos locais de atendimento recebeu pacientes do

Por Marcus Maia, Lúcio Bakos e Selma Cernea *

Campanha 2007

8,1% Histórico de câncer da pele

16,6% Histórico familiar com câncer da pele

10% dos pacientes examinadosestavam com algum tipo de câncer da pele

31.429

Masculino37,5%

Feminino65,5%

12A t e n d i m e n t o s

Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele

tipo assistencial, o que naturalmente não representa amos-tra homogênea da população brasileira.

É possível que outras particularidades possam influenciaros resultados obtidos, como, por exemplo, ter estimuladopara comparecerem ao exame preventivo pacientes que játiveram câncer da pele e que estão em seguimento no pró-prio hospital.

Em todo o Brasil foram atendidas 31.429 pessoas. O pri-meiro detalhe, foi a presença maciça das mulheres: 62,5% paraapenas 37,5% de homens. Isso reforça a tese de que o sexofeminino é mais cuidadoso com a saúde do que o masculino.

A exposição ao sol, sem proteção, foi referida por 67,7%dos examinados. Entretanto, antes de considerar que odado aponta descaso generalizado do uso da proteçãosolar, é necessário entender que a pergunta foi feita, namaioria das vezes, considerando-se apenas a prática do uso

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de filtro solar. O custo elevado do produto pode perfeita-mente justificar o percentual, já que a maioria dos entrevis-tados pertencia à população de baixo poder aquisitivo. Essapode ser uma lição importante na luta contra o câncer dapele, pois a proteção solar não se resume ao filtro, e, por-tanto, devemos divulgar as informações quanto às demaisformas de proteção, como uso de chapéu e camiseta. Alémdisso, a SBD deve concentrar seus esforços no sentido dedisponibilizar o filtro solar para a população de risco.

Alguns resultados mostram que o estímulo para que com-parecessem ao exame preventivo, pessoas com característicasde risco e/ou sinais suspeitos de câncer da pele funcionou bem:

- 8,1% delas tinham história de câncer da pele;- 16,6% relataram familiares afetados com câncer da pele;- 10% dos pacientes examinados estavam com algum

tipo de câncer da pele.

Esses números, entretanto, não significam que a popula-ção brasileira em geral tenha essa incidência de câncer dapele; evidenciam antes o resultado de uma motivação bemdirigida à população de risco.

Aspecto interessante foi que, apesar de as mulheresterem comparecido em maior número (62,5%), foram oshomens que mais receberam o diagnóstico de câncer dapele (13,1% para 8,1% das mulheres). É possível que oshomens tenham assimilado melhor o estímulo para o diag-nóstico precoce, e as mulheres tanto para a prevenção pri-mária como secundária.

A divulgação gratuita da campanha pela mídia é sempreconseguida com bastante facilidade. O esforço concentradona semana marcada para o exame preventivo tem-se mos-trado bastante produtivo. Muitas vezes, a ação da televisão,no dia da campanha, é fundamental.

Além disso, filipetas distribuídas durante uma semanadentro de vários hospitais colaboraram com 14,5% da pre-sença do público.

A distribuição gratuita de bonés, camisetas ou mesmofiltro solar em muitos locais de atendimento provocou umacorrida de pessoas desmotivadas para o exame preventivoe que na maioria das vezes não pertenciam ao grupo derisco. Esse ponto necessita de avaliação.

A média de idade dos pacientes diagnosticados com cân-cer da pele não melanoma aproximou-se dos 70 anos. Issomostra que a longevidade, fenômeno mundial, traz, cada vezmais, um contingente de pessoas mais propícias para desenvol-ver o câncer da pele, o que talvez justifique aumento universaldo câncer da pele não melanoma, apesar de todos os esforçosdas campanhas de saúde pública. Caso isso não se comprovede fato, pelo menos temos a certeza de que a avaliação dapele do idoso deve ser uma das prioridades no exame físicopelo médico de atenção primária. Esse será um dos focos doPrograma de Controle do Câncer da Pele para este ano.

Em relação ao melanoma, na campanha foram diagnosti-cados 201 casos, cerca de 5% da estimativa anual brasileira(Inca). A prevenção secundária (diagnóstico precoce) tam-bém será um foco do Programa neste ano, pois, isso repre-senta uma luta eficiente e de efeito imediato sobre a morta-lidade do melanoma.Também, chamaremos atenção para aregião plantar do idoso, já que vários casos de melanomaacrolentiginoso foram aí diagnosticados durante a campanha.

A avaliação dos resultados é ponto muito importante doprocesso, pois, sua interpretação fornece subsídios para oconhecimento epidemiológico do câncer da pele no Brasil,bem como instrumentação para novas ações preventivas.

Com a campanha, a Sociedade Brasileira deDermatologia realiza ação que, além do aspecto social, valo-riza de fato a figura do dermatologista.

* Coordenadores do Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele da SBD

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Odr.Aiçar Chaul nasceu em 23 de dezembro de 1943,em Morrinhos-GO, formou-se em medicina pelaUniversidade Federal de Goiás em 1968, especializou-sefazendo residência médica em dermatologia em 69 e 70 noserviço do professor Sampaio, no Hospital das Clínicas daUniversidade de São Paulo (USP). Ao voltar a Goiânia em1971 foi trabalhar no então recém-inaugurado Hospital doPênfigo (atual HDT – Hospital de Doenças Tropicais).

Juntamente com os doutores Divino Miguel Rassi, PauloCezar Borges e Rodovalho Mendes Domenicci, participouda criação da residência médica em dermatologia doHospital das Clínicas da UFG em 1977, sendo atualmente ochefe do Serviço de Dermatologia.

Foi tesoureiro dos Congressos Brasileiros deDermatologia realizados em Goiânia em 1987 e 2001,eventos cujo saldo foi muito positivo graças à política decontrole de gastos. Presidiu a SBD-GO em 2001 e 2002.

Aiçar Chaul sonhou colocar a residência médica de der-matologia em instalações próprias e foi atrás de seu ideal.Empenhou-se junto à UFG para aprovação da obra e ini-ciou a captação de recursos financeiros, que vieram dedoações da SBD-GO (grande doadora) e Proad da UFG, e,em 15 de dezembro de 2007, foi inaugurada ampla estrutu-ra com 550m2 e toda modernidade, espaço em que resi-dentes de dermatologia e alunos do curso de medicinaterão aulas práticas e teóricas, além de, junto com seus pro-fessores, atender exclusivamente à população carente.Contando com sala de estudo, nove consultórios, auditóriopara 81 pessoas, biblioteca, sala de procedimentos cirúrgi-cos, sala de alergia e micologia, a sede e o serviço estarão àdisposição dos sócios da SBD-GO.

Destacamos a capacidade do dr. Chaul de transmitir seusconhecimentos, bem como seu compromisso ético paracom a dermatologia.

24 � Jornal da SBD � Ano XII n. 1

Av. Mutirão, 2.653 St. Marista - 74155-020Goiânia – GOTel. (62) 3251 6826e-mail: [email protected] / site: sbdgo.org.br

FundaçãoNovembro de 1966

No de associados 128

� Serviços CredenciadosServiço de Residência Médica em Dermatologia do Hospital das Clínicas da UFG

Regional Goiás

Diretoria: 2007-2008

Dra. Marilene Chaves SilvestrePresidente

Dra.Alessandra Vidal e JunqueiraVice-presidente

1a SecretáriaDra. Regina Célia dos Santos e Souza

2a SecretáriaDra. Jackeline Gomes Guerra

1a TesoureiraDra. Juliana Salgado Goulart

2a TesoureiraDra.Andréa Santana de Araújo Almeida

O prof. Aiçar ChaulTexto da dra. Marilene Chaves Silvestre, presidente da SBD - GO

Vultos da Dermatologia

Prof. Aiçar Chaul

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1974

Prof. dr. Paulo Cunha�� LLiinnhhaa ddoo tteemmppoo

1974 – Criada Usina Hidrelétrica de ItaipuBinacional.

1974 – Nixon renuncia à presidência dosEUA após o escândalo de Watergate.

1979

1979 – Foi lançado o 1° volume doJournal of the American Academy ofDermatology, que se tornaria o jor-nal de maior sucesso na Der-matologia.

1979 – Publicação do 1° trabalhousando Ácido 13 cis-retinóico naacne, mais tarde lançado no mercadocomo Accutane. Hoje terapia de 1a

escolha para a acne grave. (ref.: NEngl J Med 1979:300:329-333).

1978 – Morre o PapaJoão Paulo I, 33 dias depoisde ser eleito. O cardealKarol Józef Wojtyla, daPolônia, é eleito comoPapa João Paulo II.

1980

1980 – Morre John Lennon, guitarrista,vocalista e compositor dos Beatles.

1980 – Prof. Nilton Guimarães assumecomo diretor da Faculdade de Medicinada Bahia (FAMEB).Essa é a 1a Faculdadede Medicina do Brasil e completou 200anos em fevereiro de 2008.

1978

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✓✓ Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto AlegreNo dia 14 de janeiro de 2008, a Fundação Faculdade Federal de

Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA), fundada há 46 anos,transformou-se na Universidade Federal de Ciências da Saúde de PortoAlegre (UFCSPA). A nova universidade informou que o Hospital-escolacontinua funcionando na Santa Casa de Porto Alegre e o Ambulatóriode Dermatologia permanece no Centro de Saúde Santa Marta. OServiço de Dermatologia da UFCSPA, credenciado pela SBD, contaatualmente com duas vagas para a Residência Médica e outras duas parao Curso de Especialização.

✓✓ Universidade Federal de PernambucoO Serviço de Dermatologia da Universidade Federal de

Pernambuco, chefiado pelo prof. Josemir Belo, ganhou recentementenovas instalações: duas salas, ambulatórios gerais e especializados deHanseníase, DST e Cirurgia, laboratórios de Dermatopatologia eMicologia, sala dos residentes e sala de humanização. Além dessa refor-ma do bloco cirúrgico, foram colocadas placas de sinalização em todo oServiço de Dermatologia.

✓✓ Universidade de TaubatéA partir de março e até junho, o Serviço de Dermatologia da

Universidade de Taubaté estará recebendo os colegas da região do Valedo Paraíba, sócios contribuintes, que participarão da prova do TED –categoria Especial. Segundo o chefe do Serviço, dr. Samuel Mandelbaum,os médicos formados há mais de 15 anos e afastados dos serviços terãoa oportunidade de participar das 10 atividades didáticas realizadasdurante a semana, incluindo aulas, seminários, sessões iconográficas,apresentação de artigos de revisão e discussão de casos clínicos. A par-ticipação é voluntária, gratuita, e as vagas são limitadas. Inscrições pelo e-mail [email protected].

✓✓ Hospital Heliópolis, Hospital Padre Bento de Guarulhos e Instituto Lauro Souza LimaFoi realizada prova para o Curso de Especialização em Dermatologia,

no último dia 18 de janeiro, no Serviço de Dermatologia do HospitalHeliópolis (chefia do dr. Jacob Levites), em conjunto com o HospitalPadre Bento de Guarulhos (chefia do dr. Mario César Pires) e InstitutoLauro Souza Lima de Bauru (chefia do dr. Jaison Barreto). Inscreveram-se121 pessoas para seis vagas, tendo sido selecionadas Giselle DominguesSanches e Luciana dos Santos Duran (Hospital Heliópolis); Priscila WolfNassif (Instituição Lauro Souza Lima); Roberta Richter, Bethânia CabralCavalli e Tamar Torres de Alencar Xavier (Hospital Padre Bento deGuarulhos).

A prova constou de testes com 50 questões sobre Dermatologia eClínica Médica. Os 20 primeiros classificados fizeram prova de slides(10), pelos quais o candidato teria que fazer o diagnóstico principal oudiferencial.Também foram feitas entrevistas e análise de currículo. “Esseconcurso conjunto para os três serviços demonstra um avanço na sele-ção de candidatos; é maneira mais eficaz, honesta e justa de destacar osmelhores candidatos”, afirma o dr. Jacob Levites.

�� Serviços Credenciados �� Painel

Curitiba é sede da Radla

A próxima Reunião Anual de DermatologistasLatino-Americanos (Radla) acontecerá de primeiro a4 de maio, no Estação Embratel Convention Center,em Curitiba, Paraná. Essa é a oitava edição realizadano Brasil desde seu advento, em 1973.

No evento serão apresentados e discutidos avan-ços sobre imunodermatologia, imunogenética, méto-dos diagnósticos, dermatologia clínica, doenças infec-ciosas, fotodermatologia, oncodermatologia, cirurgiadermatológica, dermatologia cosmética e terapêuticadermatológica. Entre os convidados estrangeiros esta-rão presentes o prof. Luis Equena (Espanha), o prof.Jean-Claude Roujeau e a dra. Ana Beatris Rossi(França), o dr. Mark Pittelkow e a dra. MercedesFloez-White (EUA).

São esperadas mais de três mil pessoas, sendocerca de 1.500 estrangeiras, oriundas dos países quecompõem a Radla. Área de 2.000m2 abrigará 60expositores, e serão distribuídas 200 bolsas (inscriçãoe hotel) a residentes e jovens dermatologistas dospaíses membros.

O XX Congresso Brasileiro de CirurgiaDermatológica acontecerá entre os dias 2 e 6 deabril de 2008, no Convention Center, em Camposdo Jordão (SP). O evento contará com simpósios,workshops, cursos teóricos e práticos, além de pro-gramação social que inclui passeio turístico porCampos de Jordão para os acompanhantesinscritos. Já está confirmada a participação dosmédicos estrangeiros Jeffrey Klein, Miguel SanchesViera, Giulio Ferranti, Andrea Romani e Antonio DiPietro. Para mais informações acesse o endereçoeletrônico http://www.sbcd.org.br/campos2008/.

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De modo geral as expectativas de atuação para o der-matologista são boas, em comparação com outras especia-lidades. Ter sólida formação acadêmica é questão fechada,para os chefes de Serviços Credenciados entrevistados,para o sucesso profissional. Outro diferencial é portar oTítulo de Especialista em Dermatologia, segundo o prof.Alberto Cardoso (Ufal). “Mesmo com o grande número demédicos formados todos os anos, para os bons não faltamercado”, comenta. É claro que alguns fatores como traba-lhar ou não nos grandes centros são decisivos.

O dermatologista pode fazer sua carreira atuando emduas frentes fundamentais: nos tratamentos de patologias clí-nicas e cirúrgicas de pacientes conveniados e de serviçospúblicos. Ou nos consultórios, em procedimentos como acirurgia dermatológica e cosmiatria, gerando remuneraçãojusta, conforme aponta o dr. João Roberto Antônio(Famerp). O prof. Sérgio Quinete (Iaserj) considera que asatuações nessas áreas, incluindo o advento do laser, pratica-mente mudaram as características da especialidade. “Nessasáreas não há influência dos convênios. Assim, o dermatolo-gista jovem pode de maneira ética e com boa orientaçãofazer clientela, além de conseguir remuneração digna”, indica.

Para o prof. Jacob Levites (HHSP), dentro da especialidadeainda existem diferenciais, como alguns tratamentos que pou-cos fazem, ligados à histopatologia, micologia, alergia dermato-lógica, além das já citadas cirurgia dermatológica mais avança-da e cosmiatria.“Cosmiatria ética e bem feita”, enfatiza.O prof.Sérgio Quinete comenta ainda que os concursos públicos nasesferas federal, estadual e municipal oferecem salários aviltan-tes.“Além disso, na conjuntura atual não estão fazendo editaisde seleção, pois os governos em todos os níveis estão prefe-rindo a terceirização e constituindo fundações”, explica. Oprof.Mário Cesar Pires (HPB) acha que consultório é um bomnegócio: “Outras alternativas, menos lucrativas, mas comganhos mais a curto prazo, são o serviço público e os hospi-tais particulares de medicina de grupo”, comenta.

Pacientes não faltam, porém a forma de seu acesso aosmédicos é que precisa sofrer mudanças, segundo a profa.Silvia Carvalho (UFMG). Uma das reivindicações médicas

dermatológicoPerspectivas para o mercadode trabalho

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que poderiam valorizar o trabalho do médico é que as ope-radoras de planos de saúde revejam suas tabelas de preços.“Atualmente, com o domínio das seguradoras e operado-ras de saúde, a perspectiva de trabalho para os médicosjovens, incluindo dermatologistas, é precária.Até fazer o cre-denciamento está cada vez mais difícil”, comenta.

O prof. Osmar Rotta (Unifesp) considera que nesseponto os médicos passaram a ser submetidos a contínuashumilhações. “Vão desde os vis honorários até a chamadaglosa, recusa do plano em pagar um procedimento, por des-confiança de fraude. Hoje, em São Paulo, vivemos outromomento: os jovens são subempregados em clínicas quedetêm os convênios, chegando a receber de cinco a 10 reaispor consulta”, afirma. Também para o prof. Cláudio Lerer(HNMD) o campo está cada vez mais afunilado.“O derma-tologista que se forma num serviço credenciado conseguecom mais facilidade ficar no consultório de alguém conheci-do ou indicação para algum emprego”, observa.

É impossível falar sobre o mercado de trabalho semapontar dois pontos suscetíveis: a abertura indiscrimi-nada de escolas médicas e a atuação de pessoassem formação adequada para tratar dedoenças dermatológicas. “A prolife-ração de escolas médicas causoudesequilíbrio no mercado. Nacapital temos um médico para

250 habitantes”, observa o prof. Osmar Rotta, que defendesoluções de longo prazo: fechar escolas médicas que nãoformam adequadamente, formular exames como o realiza-do pela Ordem dos Advogados do Brasil e ampliar o núme-ro de vagas para residência médica oficial.

Os chefes dos Serviços da SBD também concluíram quea população ainda não sabe avaliar a qualidade do profissio-nal. Por isso a profa. Fabiane Mulinari Brenner (HCUFPR)também prega a criação de campanhas de esclarecimento àpopulação. “Mesmo entre o grupo com maior escolaridadeo reconhecimento da especialidade ainda é pequeno”,comenta. Outra que comunga da idéia é a profa. ValériaPetri (Unifesp):“Em nosso país, o ‘elemento político’ só podeser contraposto pela força dos meios de comunicação demassa. Fazer uso dessa força depende, é claro, de mobiliza-ção pecuniária de todas as entidades médicas do país. Essaseria uma campanha que a nossa Sociedade deveria enca-beçar, já que somos numerosos, na maioria jovens”, afirma.

Em contraponto, a profa. Neide Kallil (UFF) sugere que hágrande mercado para a área dita estética. Considera quetolher essa área é inútil, visto que, segundo a médica, logoirão surgir beneficiários, com força política para igualar seusdireitos aos dos dermatologistas credenciados pelas entida-des médicas oficiais. “A raiz do problema não é o desenvol-vimento de cursos como esses e sim o enorme número demédicos que se sentem tolos não fazendo procedimentosestéticos. Como ganhar 20 reais por consulta podendoganhar 200 ou muito mais e não se sentir idiota?”, questiona.

Qualificação profissional“O dermatologista recém-formado precisa ser, antes de

tudo, um bom médico. Deve preparar-se para o fato de queum mercado saturado de profissionais ávidos por lucro ime-diato representa risco de sofrer concorrência desleal, desu-mana e antiética”, afirma a profa.Valéria Petri. Segundo ela,o mercado se sensibiliza com culturas técnicas e humanísti-cas de profundidade, com precisão de diagnóstico e con-duta empenhada no acerto. “Valores que visam ao bem-estar do outro, e não à exaltação do ego de ninguém. Osucesso profissional não é forjado pelos catálogos de forne-

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cedores de insumos, pelo luxo ou pela opressão tecnocrá-tica, mas pela ética, pela integridade e pela preocupaçãolegítima com o bem-estar do próximo”, reitera.

Para a profa. Fabiane Brenner (UFPR), o mercado naárea teve imenso crescimento na última década; entretanto,a formação dermatológica não conseguiu acompanhar ademanda e ,profissionais pouco qualificados tiveram a opor-tunidade de ocupar esse espaço. Ela afirma que o dermato-logista recém-formado em serviços credenciados pela SBDé mais qualificado globalmente do que os formados emespecializações stricto sensu, que proliferaram em salas deaula de todo o país.“Sem falar de outras especializações emáreas não reconhecidas pela Comissão Mista de

Especialidades. Apesar da diferença de capacitação, essesprofissionais disputam o mesmo mercado e compartilhamdas mesmas perspectivas, haja vista que aos olhos dopaciente eles são iguais. Os residentes de todo o país estãopercebendo isso e já existe um desestímulo em relação àformação correta e integral na dermatologia”, assegura.

O prof. Samuel Mandelbaum (FMUSP) sugere incremen-tar a dermatologia hospitalar com os profissionais voltandoa assumir a condução de casos clínicos hospitalares difíceis.“Dessa maneira, a dermatologia voltará a ser vista peloscolegas de outras especialidades como especialidade médi-ca. E não só pelos interesses estéticos que, devem sim serensinados, em bases éticas e científicas”, conclui.

� Para a dra. Patrícia M. de Morais, 33, que atua emManaus, o mercado é bom. “Aqui a cirurgia dermatológica ea dermatologia tropical sobressaem, sendo possível aumentaro conhecimento sobre as doenças tropicais”, comenta. Paraela, o mais difícil no início da carreira é controlar a ansiedade.Logo após a residência, a especialista passou em concursospúblicos para estado e prefeitura e trabalha em clínica partic-ular. Sua ambição é abrir consultório. “Minha principal dificul-dade é não dispor agora de colegas para partilhar a sala edividir as despesas. Tenho fé que tudo irá acontecer natural-mente”, acredita.� Pós-graduada na USP de Ribeirão Preto, onde se for-

mou, a dra. Juliana Machado Aires, 33, defendeu sua tese dedoutorado há um ano. Moradora de Brasília, tem seu próprioconsultório, além de lecionar na Universidade Católica deBrasília. Ela acredita que, na área médica, o mercado para o der-matologista ainda é bom, considerando que existem regiões dopaís com deficiência desses especialistas.“É lamentável que cadavez mais profissionais sem a devida formação atuem como"dermatologistas" ou façam procedimentos dermatológicos,mas acredito que o próprio mercado selecionará esses profis-sionais”, argumenta.

� Para o dr. Adilson Costa, 34, embora os centrosurbanos concentrem muitos dermatologistas, acirrando a con-

corrência, isso nunca foi problema. “O problema está na con-corrência com outros médicos que não têm formação emnossa especialidade, muitas vezes envolvidos por promessas de

cursos privados de má qualidade e de carga horáriareduzida que, no final, lhes oferecem formação clínicaincompatível com a realidade da especialidade”,

comenta. Em sua opinião, os pacientes ainda não sabem difer-enciá-los, e os insucessos clínicos desses médicos desprepara-dos banalizam o nome da dermatologia e dos especialistas emdermatologia. Ele atuou durante seis anos em grandes empre-sas farmacêuticas e cosméticas, tanto nacionais quanto interna-cionais, como gerente ou consultor médico. “Nesse período,mantive a atividade de consultório e defendi meu mestrado naUnifesp/EPM. Depois de aprender muito sobre pesquisa clínica,passei a me dedicar à atividade clínica de consultório e à funçãode assistente de dermatologia na PUC de Campinas, onde souo responsável pelos ambulatórios de Acne e Cosmiatria.Também criei, juntamente com a dra. Lúcia Arruda, o Núcleode Pesquisa Clínica em Dermatologia, conduzindo estudos deinteresses acadêmicos e de indústrias”, conclui.� Paraibano, Josenildo Rodrigues de Oliveira, 33, cursou

o sexto ano de medicina em São Paulo, bem como os cursosde especialização em clínica e em dermatologia. Retornou a seuestado onde abriu consultório. Ele vê a carreira com grandeentusiasmo, já que a área de abrangência é muito ampla. “Oprofissional pode concentrar seus esforços em determinadaárea e alcançar seu mercado de trabalho. É óbvio que isso vaivariar bastante de acordo com a região”, afirma. Atualmenteestá construindo uma clínica de 350m2, tem carta de 12 milclientes em cinco anos de mercado.“Os desafios têm sido reci-clar-me em outros centros que não regionais”, desabafa.

Entrevistamos alguns dermatologistas que fizeram a prova do TED, a partir de 2000, escolhidos aleatoria-mente, para conhecer um pouco de suas carreiras profissionais. O Jornal da SBD quer saber mais sobre osjovens especialistas. Quem quiser relatar sua trajetória pessoal para ser publicada em outra edição, pode,durante o mês de março, enviar e-mail para [email protected], com o assunto “Jovem Dermatologista”.

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No mundo são 600 milhões de casos de HPV não detec-tados, 60 milhões de pacientes com verrugas genitais, e 0,5milhão de casos de câncer do colo do útero. O papiloma vírushumano (HPV) está estritamente relacionado a esse tipo decâncer, de acordo com o prof. Reinaldo Tovo, porém não é oúnico responsável pela doença. As DSTs não tratadas, a baixaimunidade e fatores concomitantes ocasionam a transformaçãotumoral. Ao observar o desenvolvimento da doença constata-se prevalência dos tipos 16 e 18 em todo o mundo, relaciona-dos ao câncer de colo de útero, embora outros tipos, como 31,32, 33, 51 e 52 também estejam relacionados a malignidades.

O tratamento da doença no homem e na mulher é bas-tante semelhante.“O dermatologista costuma tratar mais oshomens do que as mulheres, pois estas buscam os gineco-logistas normalmente”, comenta o prof. Reinaldo Tovo. Parao especialista as campanhas de prevenção ao HIV têm con-tribuído para o retrocesso do HPV, já que a população temusado preservativos com mais freqüência. Nos homens, oHPV – que tinha maior incidência na glande, no sulco bala-noprepucial – passou a ocupar outras partes, como a basedo pênis, o escroto e as raízes das coxas. No homem o tra-tamento é diverso, passando pela utilização de substâncias,como podofilina, podofilotoxina e imiquimod. Já entre os

métodos físicos estão a eletrocoagulação, o nitrogênio líqui-do e laser de CO2.

Segundo o prof.Tovo, a grande novidade não é o tratamen-to do HPV e sim a profilaxia, com a chegada, desde o ano pas-sado, da vacina que visa à proteção para a infecção pelo vírusdo HPV.A vacina desenvolvida com a coordenação da biólogaitaliana radicada no Brasil Luiza Lina Villa, atualmente presiden-te do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, tem onome comercial de Gardasil, fabricada pelo laboratório Merck.É indicada na prevenção para os quatro tipos de HPV maiscomuns: 6 e 11, grandes responsáveis pelas verrugas genitais debaixo potencial tumoral, e 16 e 18, associados ao câncer decolo de útero. É também indicada para crianças a partir dosnove anos de idade em três doses: zero, dois e seis meses.

Segundo pesquisas, no Brasil 32% dos meninos e 47%das meninas apresentam iniciação sexual aos 14 anos deidade. “Quanto mais cedo a criança for vacinada melhorproteção terá”, recomenda o prof. Tovo. A mulher aindapode ser imunizada até os 29 anos. “Mas nada impede queela tome a vacina a partir dessa idade”, comenta.

No Brasil e nos EUA a vacina está liberada apenas paramulheres. Na opinião do prof. Tovo isso é um erro, pois oshomens também deveriam ter acesso ao tratamento, assimcomo acontece na Austrália e no México. Infelizmente, considera,a imunização para a toda população está longe de acontecer,poisa vacina ainda apresenta alto custo para o governo brasileiro.

Vacina contra HPV

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32 � Jornal da SBD � Ano XII n. 1

�� Departamentos

O coordenador do Departamento de Hanseníase, dr. JoelCarlos Lastória, esteve no último congresso internacional dehanseníase, "17th International Leprosy Congress", realizadode 30 de janeiro a quatro de fevereiro, em Hyderabad, Índia.Segundo seu relato, houve abordagem ampla de temas,compreendendo praticamente todos os aspectos dadoença: do aspecto social à luta para erradicação. “O Brasilesteve bem representado, com cerca de 45 profissionais.Houve apresentações de trabalhos em pôster (57), orais(37), sessões especiais (5) e em plenária, com mesas-redondas e palestras (14)”, informa.

Sua equipe apresentou três trabalhos de investigaçãona forma de pôster, demonstrados em dia específico ecom tempo para discussão com os membros da ComissãoCientífica do Congresso. “Esses fatos são muito expres-sivos diante das dificuldades impostas pela questão finan-ceira, com custos pessoais e, principalmente pela distância,demandando tempo. Muitos, aliás, tiveram que lançar mãode férias ou licença-prêmio para que pudessem estar pre-sentes”, afirma.

“Foi muito gratificante verificar que o primeiro lugar napremiação que destaca a produção científica na área clínicade hansen foi obtido por uma brasileira, a dra.Vânia Manso.O trabalho intitula-se “Axonal Motor and SensoryPolineuropathy complicated with leprosy and pellagra”,observa o dr. Joel Lastória.

� Hanseníase

Em conversa com os colegas presentes no evento, eleverificou que as opiniões foram positivas quanto ao con-gresso. “Valeu em muitos aspectos, até para conhecer umaregião em franco desenvolvimento, ainda desconhecida pelamaioria dos brasileiros. As opiniões foram concordantesquanto à excelente apresentação feita pela Dra. Maria LeideWand del Rey de Oliveira, ao mostrar dados importantes epromissores sobre a moléstia no Brasil”, finaliza.

O coordenador dos departamentos e segundo secretárioda SBD,dr. Josemir Belo, junto com a Diretoria, almeja conhe-cer, mapear e viabilizar a participação dos sócios nas diversasáreas da profissão. Para isso preparou um questionário queos associados podem responder pelo site da SBD.“Gostaríamos de saber quais colegas estão trabalhando nasdiferentes áreas dos departamentos e como esses trabalhosse dão. Dessa forma poderemos auxiliá-los no que for possí-vel”, afirma. Os interessados em participar devem acessar aárea restrita do site da SBD.

Participe dos

departamentos da SBD

Dr. Joel Carlos Lastória no 17o Congresso Internacional de Hanseníase

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Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 33

Tendo em vista os avanços que atecnologia tem trazido para a área dasaúde, a SBD promoveu, nos dias 22 e23 de fevereiro, o Curso de Derma-toscopia e Fotografia DermatológicaDigital, visando a oferecer novas infor-mações aos iniciantes e iniciados nes-sas áreas. Este foi o primeiro eventodo calendário de 2008, promovidopela SBD.

O evento reuniu aproximadamente70 dermatologistas no Beach ClassHotel, em Recife. “Os cursos forambem organizados, com espaço adequa-do e sonorização e imagem perfeitas”,comenta o coordenador do Depar-tamento de Imagem da SociedadeBrasileira de Dermatologia e tambémcoordenador do curso, DacioBroggiato.

A SBD desenvolverá evento inédito por intermédio dosdepartamentos de Laser e de Cosmiatria: um megassimpó-sio, previsto para meados do ano, em São Paulo. Segundo odr. Alexandre Felippo, coordenador do Departamento deLaser, estão fechando data e local, assim como a progra-mação científica, que reunirá temas de grande interesse paraos dermatologistas. “Aceitamos sugestões de assuntos eobjetos de debates a serem abordados. Convidamos todosa ficar atentos às datas de inscrição, pois teremos númerolimitado de vagas”, recomenda Alexandre Filippo.Assim queestiver formatado, o evento será divulgado no site da enti-dade e no Jornal da SBD. “O ineditismo representa umgrande avanço nas possibilidades de formação específica erequalificação dos associados”, conclui.

� Laser e Cosmiatria

A Academia Européia de Dermatologiae Venereologia promoverá mais umareunião da Sociedade Européia deDermatologia e Psiquiatria, durante o 5o

EADV Simpósio da Primavera, de 22 a 25de maio, em Istambul, na Turquia. “O eventoserá de grande importância para discutir-mos com profissionais de diversos lugaresdo mundo os temas da área de atuação dapsicodermatologia”, explica a coordenadora do Depar-tamento de Psicodermatologia, dra. Marcia Senra.

Conheça alguns dos temas em discussão: Depressão, odermatologista e a relação médico/paciente – Sylvie Consoli(França); Terapia breve dinâmina para os pacientes derma-tológicos com transtorno de estresse pós-traumático –Marcia Senra (Brasil); Infliximabe no tratamento da psoríasesevera: ansiedade, depressão e qualidade de vida – LuciaTomás Aragones e Servando Marron (Espanha); Trei-namento e educação em Psicodermatologia – o relato doprimeiro curso de treinamento da EADV – John de Korte(Holanda); e O que há de novo em Psicodermatologia? –Francoise Poot (Bélgica). Para mais informações, acessewww.eadvistanbul2008.com.

� Psicodermatologia

� Curso de Dermatoscopia e Fotografia Dermatológica Digital

Da esq. para dir.: Hélio Miot, Sérgio Yamada, Dácio Broggiato, Carlos Bacaui,Emerson de Andrade Lima

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Rio de Janeiro

Goiás

Rio Grande do Norte

Pernambuco

Bahia

Rio Grande do Sul

Alagoas

Regionais

GoiásDa esq. para a dir., osdrs. Lia Castro, MarileneC. Silvestre, SebastiãoSampaio e Aiçar Chaul,e Floraci Belém Pareira,uma das primeiras residentes do Serviço

Foram inauguradas, no dia 15 de dezembro de 2007, as novasinstalações do Serviço de Dermatologia do Hospital dasClínicas/UFG, em Goiás; com 550m2, dispõem de moderna infra-estrutura para conforto e qualidade no estudo de alunos e resi-dentes, assim como no atendimento dos pacientes. A inauguraçãocontou com a presença do prof. Sebastião Sampaio e representouuma grande realização da equipe de dermatologia da RegionalGoiás, sob responsabilidade do dr. Aiçar Chaul.

Rio de Janeiro

34 � Jornal da SBD � Ano XII n. 1

No dia 15 de dezembro de 2007, aconteceu, no HotelGlória, o 1o Simpósio de Dermatologia Cosmiátrica da SBD-RJ, com a participação de 400 associados e residentes. Alémdas palestras, houve cursos hands on realizados em algunsdos serviços credenciados pela SBD.

Dando início ao calendário de eventos deste ano, aRegional Rio de Janeiro realizará no próximo dia 15 demarço, no Ibam (Largo do Ibam, no 1, Humaitá), o Curso deExercícios de Dermatopatologia. O objetivo é revisar osaspectos histopatológicos de doenças dermatológicas infla-matórias e neoplásicas.

Nos dias 19, 20 e 21 de abril será a vez do 4o Dermario,que acontecerá no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca. Alémda rica programação científica, o evento contará com umafesta no Rio Scenarium, no centro histórico da CidadeMaravilhosa. Para mais informações, acesse o sitewww.dermario.com.br. No site da SBD-RJ, www.sbdrj.org.br,os associados têm acesso ao Calendário de Eventos de 2008e podem fazer inscrições on-line.

Dermanatal 2008

A SBD Regional Rio Grande do Norte realizará, de 17 a 19 de julho, o Dermanatal 2008. Oevento, que acontecerá no SERHS Natal Grand Hotel, na capital potiguar, contará com a pre-sença de diversos palestrantes, entre os quais o dr. Omar Lupi e a dra. Sarita Martins. Serão trata-dos diversos temas, como laser, psoríase, tratamento de estrias e radiação solar. A participaçãoconferirá pontos para a Comissão Nacional de Acreditação.

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A SBD Regional Bahia inicia suas atividades com o IVCurso de Cosmiatria, que será realizado de 29 defevereiro a primeiro de março no Cana Brava Resort, emIlhéus. Nas palestras, ministradas pelas professoras dra.Denise Steiner, dra. Sarita Martins e dra. Vitória Rêgo,serão abordados mitos e verdades dos cosméticos, novi-dades no tratamento de estrias, rejuvenescimento demãos e pescoço, cicatrizes e quelóides, entre outrosassuntos. Além da programação científica, haverá um pas-seio histórico pela cidade de Ilhéus.

Bahia

Movimento de Valorização doDermatologista em Pernambuco

Jornal da SBD � Ano XII n. 1 � 35

A 17a edição do tradicional encontro dos dermatolo-gistas dos estados do sul do Brasil está marcada para osdias 27, 28 e 29 de março deste ano, no Hotel PousadaIlha do Farol, na cidade catarinense de Bombinhas.A jor-nada contará com palestras e cursos dos principais pro-fessores do país, e já confirmaram presença o prof.Sebastião Sampaio e a presidente da SBD dra. AliceAlchorne. Os casos clínicos premiados serão apresenta-dos na forma de pôster virtual em painéis eletrônicos decomputadores. Além da programação científica, os der-matologistas do Rio Grande do Sul, Paraná e SantaCatarina desfrutarão ainda de um “luau tropical”, na festade abertura. Os organizadores do evento solicitam queas inscrições sejam feitas com antecedência. Informe-seno site www.sulbrasileiradermato2008.com.br.

Alagoas

Sócios da SBD Regional Alagoas, na festa de confraternização no restaurante Grato, emMaceió, no dia 12 de dezembro de 2007, quando foi lançado o site da entidade:

www.sbdalagoas.org

Visando conscientizar a população acerca dasatribuições do dermatologista, a Regional Per-nambuco organiza, pelo terceiro ano consecutivo,seu Movimento de Valorização do Dermatologista(MVD). Um dos objetivos da campanha é divulgaras áreas de atuação do dermatologista, reiterandoo fato de que ele é o único médico habilitado paratratar pele, cabelos e unhas.

O movimento também enfoca a necessidadede os pacientes procurarem um profissional respaldado pelaSBD e os orienta a encontrar, pelo site da entidade, um médi-co qualificado. O material da campanha será divulgado em outdoors, outbus, rádios e jornais de todo o estado.Além disso,haverá distribuição de folhetos informativos aos pacientes e deadesivos aos sócios, identificando-os como membros da SBD.

Jornada Sul-Brasileira de Dermatologia

No dia 28 de março, no âmbito do MVD, será realizada emtodo o estado uma ação junto à população: o Dia D contra aAcne. O evento contará com atendimento gratuito de pacien-tes acometidos pela doença, palestras em escolas e livrarias, euma tenda no Parque da Jaqueira, onde os dermatologistasprestarão orientações para a população.