LINHA DE EMBALAGENS DE MAQUIAGEM PARA PÚBLICO ADOLESCENTE.pdf

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    UNIVERSIDADE FEEVALE

    NATÁLIA PIRES BRANCO

    LINHA DE EMBALAGENS DE MAQUIAGEM PARA PÚBLICO ADOLESCENTE

    NOVO HAMBURGO

    2013

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    NATÁLIA PIRES BRANCO

    LINHA DE EMBALAGENS DE MAQUIAGEM PARA PÚBLICO ADOLESCENTE

    Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado como requisito parcialà obtenção do grau de Bacharel emDesign – Ênfase em Design Gráficopela Universidade Feevale.

    Orientador: Profa. Me. Janine Moura Barbosa

    NOVO HAMBURGO

    2013

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    NATÁLIA PIRES BRANCO

    Trabalho de Conclusão do Curso de Design, com título LINHA DE EMBALAGENSDE MAQUIAGEM PARA PÚBLICO ADOLESCENTE, submetido ao corpo docente

    da Universidade Feevale, como requisito necessário para obtenção do Grau

    Superior.

     Aprovado por:

     ____________________________________

    Profª. Me. Janine Moura Barbosa

    Orientador

     ____________________________________

    Profª. Me. Rosana Vaz Silveira

     Avaliador

     ____________________________________

    Prof. Me. Luís André Ribas Werlang

     Avaliador

    Novo Hamburgo, 11 de Junho de 2013 

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    AGRADECIMENTOS 

     Aos meus pais Fernando e Berenice e ao

    irmão Fernando pelo apoio incondicional epela força nos momentos difíceis. Aos

    amigos queridos, e em especial à

    professora Janine, por sua tamanha

    dedicação.

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    RESUMO

    Esse estudo se propõe a aplicação de elementos lúdicos e criativos, como os

    utilizados nos cosméticos sul-coreanos ao mercado de embalagens primárias e

    secundárias de maquiagem adolescente para brasileiras, facilitando a interação do

    consumidor com o produto ao criar curiosidade e proporcionar entretenimento. O

    processo ocorreu através de duas fases (TCC 1 e 2), divididas em seis etapas:

    fundamentação teórica, levantamento de dados sobre os produtos e as empresas de

    ambos os países, estudo de campo, definição da estratégia de design,

    desenvolvimento formal e gráfico, e conclusão do projeto. No projeto final foram

    consideradas as opiniões das entrevistadas durante o estudo de campo,

    principalmente o descontentamento com embalagens infantilizadas. O uso de textura

    manteve formas básicas interessantes, assim como as cores vibrantes por dentro e

    por fora da embalagem. O material de ponto-de-venda complementa o projeto,

    disponibilizando a maneira correta de expor os produtos da marca.

    Palavras-chave: Cosméticos. Embalagem. Design Sul-coreano. Maquiagem.

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    ABSTRACT

    This study proposes the application of fun and creative elements, like the ones used in

    Korean cosmetics, to the market of primary and secondary make up packaging to Brazilian

    teenagers, facilitating the interaction of product/consumer by creating curiosity and

    entertainment. There are two phases to the process (TCC 1 and 2), divided in six steps:

    theory, data collection about products and companies in both countries, field study, design

    strategy definition, formal and graphic developing, and project conclusion, being the first four

    steps the first stage and the rest of them belonging to TCC II. In the final project, the opinions

    of the girls interviewed were considered, specially about childish packaging. The use of

    texture kept basic forms interesting, just as the use of vibrant colors inside and out the

    packaging. The material for store use complements the project as an explanation of the right

    way to expose the brand.

    Key-words: Cosmetics. Packaging. South Korean Design. Make-up.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Batom Natura Faces ............................................................................................ 16

    Figura 2: Batom Make B, O Boticário .................................................................................. 17Figura 3: Ponto-de-venda Etude House .............................................................................. 18

    Figura 4: Ponto-de-venda Holika Holika .............................................................................. 18

    Figura 5: Propaganda brasileira da cerveja Skol ................................................................. 24

    Figura 6: Propaganda sul-coreana da cerveja Cass............................................................ 24

    Figura 7: Garrafa de vidro de Coca Cola ............................................................................. 26

    Figura 8: Garrafa de vidro de Coca-Cola Sul-Coreana ........................................................ 26

    Figura 9: Nº1 Imperial Majesty ............................................................................................ 27

    Figura 10:  Gôndola de sabonetes no mercado Big de Sapiranga ...................................... 28Figura 11: Bolachas Bauducco com promoção na embalagem ........................................... 28

    Figura 12: Dramatic Memory Rouge, batom da marca Lavshuca ........................................ 30

    Figura 13: Shampoo Hair Seasons Smooth ........................................................................ 31

    Figura 14: Sugar Bloom Shadow Box, trio de sombras da Skin Food ................................. 31

    Figura 15: Missing U, Creme para mãos da Etude House................................................... 32

    Figura 16: Mini-Tint, gloss labial da Tony Moly ................................................................... 32

    Figura 17: Berry Berry Magic Liptint, gloss labial da marca sul-coreana Tony Moly ............ 37

    Figura 18: Embalagem do perfume Humor, da Natura ........................................................ 38Figura 19: Dot EDP, fragância de Marc Jacobs .................................................................. 39

    Figura 20: Tampa de alumínio com mecanismo easy-open ................................................ 41

    Figura 21: Benefit Bathina “Take a Picture. It Lasts Longer”, iluminador corporal. .............. 42

    Figura 22: Cartucho do perfume Absinto, da Água de Cheiro ............................................. 43

    Figura 23: Royal Honey Hydro Cream, hidratante facial da marca sul-coreana Skin Food . 46

    Figura 24: Etude Strawberry Sponge Hair Roll .................................................................... 46

    Figura 25: Embalagem primária do batom CatChu Wink, da marca Tony Moly ................... 50

    Figura 26: Embalagem secundária do creme para mãos Bee Happy, da Etude House ...... 51

    Figura 27:  Lojas de cosméticos Etude House, Holika Holika, The Face Shop e Tony Moly

    lado a lado em Myeongdong, bairro de Seoul. ..................................................................... 53

    Figura 28: Miscelânia de BB Creams coreanos ................................................................... 55

    Figura 29: Face 2 Change Liquid Roller BB Cream............................................................. 56

    Figura 30: Aplicador do Face 2 Change Liquid Roller BB Cream ........................................ 56

    Figura 31: Gloss, BB Cream compacto e Batom da linha Face 2 Change ........................... 57

    Figura 32: Cartucho do BB Cream Face 2 Change ............................................................. 58

    Figura 33: Batom Starlight Shine Incolor e tampas em destaque ........................................ 59

    Figura 34: Linha de batons Starlight Shine Lipstick ............................................................. 59

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    Figura 35: Cartucho do batom Star Light Shine ................................................................... 60

    Figura 36: Aplicador da sombra Holy Cat ............................................................................ 62

    Figura 37: Linha de sombras Holy Cat ................................................................................ 62

    Figura 38: Sombra Holy Cat ................................................................................................ 63Figura 39: Lata de coração para presente O Boticário ........................................................ 64

    Figura 40: Embalagens primárias do BB Cream Precious Mineral ...................................... 66

    Figura 41: Embalagem do BB Cream Precious Mineral ...................................................... 66

    Figura 42: Passo a passo da aplicação dos produtos Etude Precious Mineral All Day Strong

    ............................................................................................................................................ 67

    Figura 43: Cartaz do mini filme “Kiss Note” disponibilizado na web.  ................................... 68

    Figura 44: Linha de batons Dear My, da Etude House ........................................................ 69

    Figura 45: Linha de batons Dear My, da Etude House ........................................................ 70

    Figura 46: Linha de duo de sombras Sweet Eye Cupcake .................................................. 71

    Figura 47: Linha de duo de sombras Sweet Eye Cupcake .................................................. 72

    Figura 48: Base líquida da linha Capricho do Boticário ....................................................... 75

    Figura 49: Base líquida da linha Capricho do Boticário ao lado de seu cartucho ................ 76

    Figura 50: Brilho Labial Capricho Cores Pocket .................................................................. 77

    Figura 51: Brilho Labial Capricho Cores Pocket .................................................................. 78

    Figura 52: Superbrilho Glitter Sombra em Pó...................................................................... 79

    Figura 53: Embalagem secundária da sombra em pó Superbrilho Glitter ............................ 80

    Figura 54: Embalagens encaixáveis da linha Faced.Zip ..................................................... 81

    Figura 55: Embalagem primária da base Natura Faces.Zip ................................................ 82

    Figura 56: Embalagem primária e secundária da Base líquida Natura Faces.Zip ............... 83

    Figura 57: Batons da linha Faces.Zip, da Natura ................................................................ 84

    Figura 58: Embalagem secundária do batom Natura Faces.Zip .......................................... 85

    Figura 59: Trio de sombras Natura Faces ........................................................................... 86

    Figura 60: Grupo de pop coreano 2NE1 em propaganda para Etude House ...................... 90

    Figura 61: Taylor Swift modelando para Cover Girl ............................................................. 90

    Figura 62: Choi SooYoung, integrante do grupo SNSD ...................................................... 94

    Figura 63: Resposta manuscrita do questionário aplicado ................................................ 103

    Figura 64: Resposta manuscrita do questionário aplicado ................................................ 104

    Figura 65: Resposta manuscrita do questionário aplicado ................................................ 104

    Figura 66: Desodorantes similares..................................................................................... 109

    Figura 67: Rascunhos iniciais da identidade visual ........................................................... 109

    Figura 68: Estudos da identidade visual............................................................................ 110

    Figura 69: Versão final da identidade visual do desodorante ............................................ 110

    Figura 70: Versão final da identidade visual desse projeto ............................................... 111

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    Figura 71: Linhas da marca Be! ........................................................................................ 112

    Figura 72: Sombra Sweet Recipe, da Etude House .......................................................... 113

    Figura 73: Sombra Etude House Sweet Recipe Cupcake ................................................. 113

    Figura 74: Sombra Aqua Petit Jelly, da Holika Holika ....................................................... 113Figura 75: Sombras da linha Natura Faces ....................................................................... 114

    Figura 76: Sombras Capricho, do Boticário ....................................................................... 114

    Figura 77: Embalagem secundária de uma sombra da linha Faces .................................. 115

    Figura 78: Embalagem secundária de uma sombra da linha Faces .................................. 115

    Figura 79: Gloss da linha Capricho, do Boticário .............................................................. 116

    Figura 80: Bases em formato bisnaga, do Boticário e da Natura ...................................... 117

    Figura 81: Dois gloss da marca Etude e dois da marca Holika Holika ............................... 117

    Figura 82: Miscelânia de BB Creams coreanos ................................................................. 118

    Figura 83: BB Cream da marca Etude e BB cream da marca Holika Holika ....................... 118

    Figura 84: IU, Sunny e Sulli, três celebridades jovens coreanas ....................................... 120

    Figura 85: gloss da marca coreana Tony Moly .................................................................. 120

    Figura 86: Gloss da marca Tony Moly .............................................................................. 121

    Figura 87: Lip Balm da marca Holika Holika ..................................................................... 121

    Figura 88: Conjunto de maquiagem Princess Etoinette, da Etude House ......................... 122

    Figura 89: Embalagens da Tony Moly ............................................................................... 122

    Figura 90: Rascunho de opções de embalagem ............................................................... 123

    Figura 91: Rascunho de opções de embalagem ............................................................... 123

    Figura 92: Rascunho de opções de embalagem ............................................................... 124

    Figura 93: Rascunho de opções de embalagem ............................................................... 124

    Figura 94:  Rascunho de opções de embalagem .............................................................. 125

    Figura 95:  Rascunho de opções de embalagem .............................................................. 125

    Figura 96: Rascunho da forma final das embalagens ....................................................... 126

    Figura 97: Forma final das embalagens ............................................................................ 126

    Figura 98: Capas de silicone para celular ......................................................................... 127

    Figura 99: Componentes da embalagem de base ............................................................. 128

    Figura 100: Vistas da embalagem de base ....................................................................... 128

    Figura 101: Peça de plástico que separa o produto da tampa ........................................... 129

    Figura 102: Pincel Marco Boni .......................................................................................... 129

    Figura 103: Vista superior da embalagem de base com e sem o protetor e o pincel ......... 130

    Figura 104: Componentes da embalagem de sombra ....................................................... 131

    Figura 105: Vistas da embalagem de sombra ................................................................... 131

    Figura 106: Vista superior da embalagem de sombra com e sem o protetor e o pincel ..... 132

    Figura 107: Aplicadores de sombra ................................................................................... 132

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    Figura 108: Componentes da embalagem de gloss .......................................................... 133

    Figura 109: Vista superior da embalagem de gloss .......................................................... 134

    Figura 110: Vistas da embalagem de gloss ...................................................................... 134

    Figura 111: Gloss Natura .................................................................................................. 135Figura 112: Triângulo equilátero ....................................................................................... 136

    Figura 113: Relação entre os ângulos e as cores ............................................................. 136

    Figura 114: Formas finais da embalagem com as cores primárias .................................... 137

    Figura 115: Círculo de cores ............................................................................................. 137

    Figura 116: Roxo institucional da marca Be! ..................................................................... 138

    Figura 117: Estudo de cores para a marca Be! ................................................................. 139

    Figura 118: Cores institucionais finais da marca Be! ......................................................... 139

    Figura 119: Cores finais da embalagem de base .............................................................. 140

    Figura 120: Cores finais da embalagem de sombra .......................................................... 141

    Figura 121: Cores finais da embalagem de gloss .............................................................. 141

    Figura 122: Rascunhos da embalagem secundária .......................................................... 142

    Figura 123: Rascunho da embalagem secundária ............................................................ 143

    Figura 124: Exemplo de empilhamento das embalagens secundárias .............................. 143

    Figura 125: Planificação da embalagem secundária ......................................................... 144

    Figura 126: Maquete da embalagem secundária em papel sulfite..................................... 144

    Figura 127: Vistas da embalagem secundária unitária ...................................................... 145

    Figura 128: Vistas da embalagem secundária para venda conjunta ................................. 145

    Figura 129: Planificação da embalagem secundária para venda conjunta ........................ 146

    Figura 130: Vistas da bandeja do gloss ............................................................................ 146

    Figura 131: Vistas da bandeja da sombra ......................................................................... 147

    Figura 132: Vistas da embalagem de venda conjunta com bandeja e produto .................. 147

    Figura 133: Vistas da embalagem de venda conjunta com bandeja e produto ................... 148

    Figura 134: Estudos de cor de faixa .................................................................................. 148

    Figura 135: Faixas finais, de papel Kraft ........................................................................... 149

    Figura 136: Medidas das faixas ........................................................................................ 149

    Figura 137: Detalhe de informações da faixa .................................................................... 150

    Figura 138: Detalhes de informações na parte traseira da faixa ....................................... 150

    Figura 139:  Vistas do produto unitário completo, com embalagem primária, secundária e

    faixa ................................................................................................................................... 151

    Figura 140: Faixa para embalagem de venda conjunta ..................................................... 152

    Figura 141: Vistas da embalagem de venda conjunta completa, com embalagem primária,

    secundária, bandeja e faixa ............................................................................................... 152

    Figura 142: Rascunhos de opções de material de PDV .................................................... 154

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    Figura 143: Exemplo de display somente com embalagens primárias .............................. 155

    Figura 144: Exemplo de display com embalagens primárias ............................................. 155

    Figura 145: Display somente com embalagens primárias ................................................. 156

    Figura 146: Estudos de displays para embalagens primárias ........................................... 156Figura 147: Exemplo de display em níveis ........................................................................ 157

    Figura 148: Vistas do display final..................................................................................... 158

    Figura 149: Montagem do display final .............................................................................. 158

    Figura 150: Opções de poster para display ....................................................................... 159

    Figura 151: Detalhes do poster, com forma em destaque ................................................. 159

    Figura 152: Protótipo da embalagem de base em madeira ............................................... 179

    Figura 153: Protótipo da embalagem de gloss em madeira .............................................. 179

    Figura 154: Protótipo da embalagem de sombra em madeira ........................................... 180

    Figura 155: Protótipos das embalagens de sombra, base e gloss em madeira ................. 180

    Figura 156: Protótipos das embalagens em madeira dentro das embalagens secundárias e

    faixa ................................................................................................................................... 181

    Figura 157:  Protótipos das embalagens primárias dentro de embalagem conjunta

    secundária ......................................................................................................................... 181 

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14 

    1 A HISTÓRIA DA EMBALAGEM ......................................................................... 20 

    1.2 A EMBALAGEM E O MARKETING .............................................................. 23

    1.3 A FORMA NA EMBALAGEM ........................................................................ 29

    1.4 A COR NA EMBALAGEM ............................................................................. 33

    1.5 O MATERIAL NA EMBALAGEM .................................................................. 35

    1.5.1 Vidro ....................................................................................................... 36

    1.5.2 Metal ....................................................................................................... 39

    1.5.3 Papel ...................................................................................................... 42

    1.5.4 Plástico ................................................................................................... 44

    2 EMBALAGEM PARA COSMÉTICOS ................................................................ 48 

    2.1 COMPOSIÇÃO DA EMBALAGEM................................................................ 49

    2.2 ANÁLISE DE EMBALAGENS ....................................................................... 51

    2.2.1 Marcas Sul-Coreanas ............................................................................. 52

    2.2.1.1 Holika Holika .................................................................................... 54

    2.2.1.1.1 Face 2 Change Liquid Roller BB Cream .................................... 55

    2.2.1.1.2 BATOM STARLIGHT SHINE ..................................................... 58

    2.2.1.1.3 Conjunto de sombras Holy Cat .................................................. 61

    2.2.1.2 Etude House..................................................................................... 64

    2.2.1.2.1 Base Precious Mineral BB Cream All Day Strong ...................... 65

    2.2.1.2.2 Batom Dear My .......................................................................... 68

    2.2.1.2.3 Duo de sombras Sweet Eye Cupcake ....................................... 70

    2.2.2 As Marcas Brasileiras ............................................................................ 72

    2.2.2.1 O Boticário........................................................................................ 73

    2.2.2.1.1 Capricho Cores Base Líquida .................................................... 74

    2.2.2.1.2 Capricho Cores Pocket Brilho Labial .......................................... 76

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    2.2.2.1.3 Capricho Cores Superbrilho Glitter Sombra em pó .................... 79

    2.2.2.2 Natura .............................................................................................. 80

    2.2.2.2.1 BASE LÍQUIDA NATURA FACES.ZIP ....................................... 812.2.2.2.2 BATOM NATURA FACES.ZIP ................................................... 84

    2.2.2.2.3 Trio de sombras Natura Faces ................................................... 85

    3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ADOLESCENTE .............................. 88 

    3.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ADOLESCENTE COREANO ..... 92

    3.2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ADOLESCENTE BRASILEIRO .. 95

    3.3 QUESTIONÁRIO .......................................................................................... 97

    4 PROJETO DE LINHA DE EMBALAGENS ....................................................... 106 

    4.1 IDENTIDADE VISUAL ................................................................................ 106

    4.1.1 Conceito da marca ............................................................................... 107

    4.1.2 A marca ............................................................................................... 108

    4.1 EMBALAGEM PRIMÁRIA ........................................................................... 112

    4.1.1 A forma ................................................................................................ 116

    4.1.1.1 Base líquida ................................................................................... 127

    4.1.1.2 Sombra para os olhos .................................................................... 130

    4.1.1.3 Gloss para os lábios ....................................................................... 133

    4.1.2 A cor .................................................................................................... 135

    4.1 EMBALAGEM SECUNDÁRIA ..................................................................... 142

    4.1.1 Faixa .................................................................................................... 148

    CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 161 

    REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 163 

    APÊNDICES ........................................................................................................... 163 

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    INTRODUÇÃO

    Nos primórdios da civilização humana, a embalagem tinha função

    essencialmente utilitária. Era usada como uma forma de guardar, conservar e

    transportar alimentos e utilizava-se unicamente de materiais naturais (NEGRÃO E

    CAMARGO, 2008).

    No começo do século XX, as embalagens ainda possuíam poucas formas e

    materiais e o comércio era feito em pequenos estabelecimentos, onde o produto era

    pesado e levado pelo consumidor em pequenos sacos. Sendo assim, o vendedor

    auxiliava o cliente na compra e proteger e transportar acabavam sendo os únicos

    desígnios da embalagem (NEGRÃO E CAMARGO, 2008).

    Porém, como relata Calver (2009), com a ascensão dos supermercados,

    criou-se a necessidade de desenvolver novas técnicas de comunicação capazes de

    seduzir o cliente sem o apoio e influência direta de um vendedor. A partir desse

    momento surgem empresas visionárias, que entendem como as funções básicas da

    embalagem precisavam ser remodeladas para se relacionar com outras mais sutis,mas de impacto igualmente importante. De acordo com Negrão e Camargo (2008,

    p.26), é a partir dessa época que a embalagem passa a informar, identificar e promover

    produtos e marcas.

    Segundo Mestriner (2005), um único hipermercado pode oferecer 30 mil

    produtos e 6 mil lançamentos por ano. Esse sistema capitalista moderno cria uma

    competição acirrada pela atenção do consumidor, que leva de 5 a 7 segundos para fazer

    uma escolha. É nesse curto espaço de tempo que a embalagem deve se destacar e onde

    é decisivo o fator inovação e o conhecimento do público alvo. Como afirma Roncarelli e

    Ellicott (2001, pg 182) “o desafio dos designers não se restringe a fazer com que a

    embalagem seja notada, mas em influenciar uma decisão de compra”. 

     Ao definir o foco em cosméticos, a embalagem se torna ainda mais uma

    ferramenta de venda ativa, apesar da presença do vendedor. Calver (2009, pg.8) diz que

    “a embalagem tornou-se algo com valor próprio, algo a ser exibido porque tem certo

    toque de classe”. A marca vira sinal de status, o que faz a embalagem com formas e

    cores facilmente reconhecíveis ganhar grande importância em relação ao próprio produto.

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    De acordo com Roncarelli e Ellicott (2001, pg 18) “O espaço de prateleira é a primeira

    interação entre o produto e o consumidor no ambiente do varejo, e o designer deve fazer

    melhor uso possível desse espaço tão caro”. 

     Ainda segundo Calver (2009), em setores focados em estética e beleza, é

    imprescindível que as mercadorias sejam embaladas de forma atraente, de modo que

    possam ser usadas de maneira decorativa e não simplesmente envasadas em um vidro

    com rótulo informativo.

    Essa importância fica clara também quando Roncarelli e Ellicott afirmam que:

    Os consumidores vão se sentir recompensados pela compra de um produto deque eles realmente gostem. Essa recompensa é ainda maior se valer a penaguardar as embalagens após o consumo. Um tratamento decorativo ou umformato interessante podem ser o suficiente para convencer os consumidores aconservarem a embalagem (RONCARELLI, ELLICOTT, 2001,pg 192). 

    Dessa forma o consumidor de produtos de beleza pode ser facilmente

    influenciado por meios de comunicação e moda, criando desejos a serem supridos sem

    abandonar a aparência agradável e funcionalidade de uma embalagem bem projetada.

    Um produto dentro dessas diretrizes faz o consumidor se sentir bem dentro do seu grupo

    social, que parcialmente direciona o tipo de consumo do indivíduo (CALVER, 2009).

    Em uma pesquisa com 2.359 jovens publicada pela Music Television (MTV)

    (LINHARES; RIZEK; MIZUTA,2005), ficou claro que o público adolescente também é um

    grande consumidor de produtos cosméticos: “Defrontados com uma lista de dezesseis

    adjetivos que poderiam caracterizar a sua geração, mais de um terço dos entrevistados(37%) optou pela palavra "vaidade", já "Consumismo" veio em segundo lugar”. Segundo

    Negrão e Camargo (2008, p.66), os adolescentes, mesmo os introspectivos, tem o desejo

    de pertencer a um grupo, originando dessa forma, a necessidade de desenvolver uma

    linguagem diferenciada nas embalagens para atingi-los.

     A maquiagem na Coréia do Sul é um mercado lucrativo e bem desenvolvido,

    no qual várias marcas disputam o espaço, com pontos de venda elaborados e

    normalmente lado a lado. Porém, a clara diferenciação de público alvo permite uma

    competição saudável, que acaba por desenvolver e aguçar os sentidos sobre o que

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    o consumidor deseja. Isso também vale para as embalagens, que complementam a

    decoração das lojas e tem uma proposta muitas vezes divertida e inusitada, levando

    o consumidor a grandes compras por impulso. No Brasil, marcas como O Boticário e

    Natura não investem tanto em embalagens para público adolescente, diferenciando-

    as de envases comuns somente através de cores fortes e brindes, como espelhos e

    mini-gloss, O Boticário, além disso, destaca-se pelos estojos que acompanham os

    produtos como forma de diferenciação. O foco principal dessas embalagens acaba

    por ser o baixo custo e isso fica claro ao compará-los com os cosméticos top de

    linha.

    Como exemplo dessa diferença, na Figura 1, o batom Natura Faces, linha

     jovem da Natura, tem formas simples e tradicionais, com uma cor sólida forte. Já o

    batom Make B, da O Boticário, é focado na mulher adulta e tem uma forma

    diferenciada, fazendo uso do preto e do prata, passando a impressão de sofisticação

    (Figura 2).

    Figura 1: Batom Natura Faces

    FONTE: dicasdemaquiagem.com (2011)

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    Figura 2: Batom Make B, O Boticário

    FONTE: With Make (2010)

    O tema em questão foi escolhido após visitas a lojas de cosméticos sul-coreanas e

    exposição a formas, modelos e aplicadores pouco explorados no mercado ocidental. A

    observação in loco sobre compra em massa de produtos de maquiagem feita por jovens

    estrangeiros, que chegam a montar estoques para levar de volta ao país de origem,

    gerou intriga e curiosidade sobre os cosméticos orientais. Após observações feitas em

    lojas de diversas marcas, e conversa informal com colegas sul-coreanas e de outras

    nacionalidades, pode-se verificar que um dos elementos que influenciavam na decisão de

    compra era embalagem.

    No Coréia do Sul, as lojas voltadas para o público jovem são criadas usandogrupos sociais como referência. Bons exemplos são a Etude House (Figura 3), rosa e

    cheia de laços e arabescos, e a Holika Holika (Figura 4), que tem uma bruxa como

    logotipo e usa roxo e preto em sua decoração e embalagens. O público-alvo tem a

    mesma faixa etária, mas o foco é diferente.

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    Figura 3: Ponto-de-venda Etude House

    FONTE: Erika Jjang (2011)

    Figura 4: Ponto-de-venda Holika Holika

    FONTE: SuPeachChaya (2010)

    Em ambas as lojas as embalagens são elaboradas e pouco convencionais, quase

    sempre exacerbando o fator lúdico e gracioso sem perder a elegância. A grande

    quantidade de relações com assuntos inusitados como gastronomia e o mundo animal

    também torna a experiência mais interessante, já que o consumidor é surpreendido pela

    criatividade do design da embalagem. Segundo Roncarelli e Ellicott (2001):

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    Os consumidores de hoje em dia estão menos interessados em comprarprodutos para atender suas necessidades básicas e mais interessados em seengajar com marcas cujos valores os satisfaçam emocionalmente. Osconsumidores querem ser entretidos e envolvidos. Eles não querem ouvir, masconversar.[...] Para incentivar esse tipo de comportamento, os materiais e o

    design devem ser inspiradores, decorativos, temáticos, ou parte de uma históriaque é contada ao longo da linha de produtos (RONCARELLI, ELLICOTT;2001,pg122).

     Ao analisar marcas brasileiras como Natura e O Boticário, é possível observar que

    a linha de embalagens para o público adolescente, se comparada às marcas sul-

    coreanas, são focadas no custo. Porém, segundo Mestriner (2010) “a beleza é um

    componente fundamental no desempenho competitivo, um valor que o consumidor

    reconhece e que faz com que ele aceite pagar mais por um produto que incorpora estas

    características.” 

    Sendo assim, o presente estudo visa aplicar os conhecimentos adquiridos em

    visitas a lojas de cosméticos sul-coreanas, ao mercado brasileiro, onde a linha de

    maquiagem adolescente, apesar de não ser limitada em quantidade, peca na qualidade

    de suas embalagens ao não usar uma grande variedade de formas a seu favor,

    centralizando seu foco somente em cores e estampas atraentes e constantementemantendo os mesmos envases.

     A linha de embalagens projetada ao fim dessa pesquisa emprega o conceito de

    diversidade e detalhamento presente nos cosméticos sul-coreanos, adaptados às

    preferências das jovens brasileiras.

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    1 A HISTÓRIA DA EMBALAGEM

    Esse capítulo trata brevemente sobre a história da embalagem e como ela

    passou de um invólucro para uma importante ferramenta de marketing como

    conhecemos hoje. Temas como a importância da embalagem no ponto de venda e a

    composição da embalagem levando em conta sua forma e cor também serão

    abordados. A última parte do capítulo é dedicada às peculiaridades dos materiais

    mais usados em embalagens e como o conjunto desses fatores garante a percepção

    dos consumidores sobre a funcionalidade e portabilidade dos produtos.

    De acordo com Gurgel (2007, pg. 01), as embalagens são:

    Invólucros, recipientes ou qualquer forma de acondicionamento removível,ou não, destinados a cobrir, empacotar, envasar, proteger, manter osprodutos, ou facilitar sua comercialização (GURGEL, 2007, pg.1). 

    Porém, essa definição não é nada mais que a função inicial da embalagemcomo conhecemos hoje e data do início do século XIX, quando embalagens eram

    essencialmente utilitárias (CALVER, 2009).

    O ato de embalar tem raízes nos primórdios da evolução humana, onde

    carregar, acondicionar e transportar alimentos poderia ser a diferença entre a vida e

    a morte em um ambiente hostil. Não só as mudanças climáticas, mas também o

    abandono do nomadismo e a divisão de trabalhos dentro do núcleo familiar foram

    fatores decisivos para o surgimento das primeiras embalagens (NEGRÃO ECAMARGO, 2008).

    Segundo Roncarelli e Ellicot, (2001, pg8.) “naquela época, o design de

    embalagem se limitava ao esvaziamento e preparação de uma cabaça ou à

    secagem de uma pele de animal.” Negrão e Camargo   (2008) completam dizendo

    que, além de couro e entranhas de animais, todo o tipo de material natural era

    utilizado, inclusive folhas e outras fibras naturais.

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     À medida que a humanidade evoluiu, tecnologias e materiais foram

    descobertos a fim de suprir as necessidades, já que a gama de produtos a serem

    embalados aumentou, não se limitando mais a somente alimentos. Foi assim que

    surgiu, por exemplo, o vidro, descoberto pelos fenícios por volta de 2.000 a.C. e,

    ainda hoje, largamente utilizado em embalagens de cosméticos e alimentos por sua

    condição de conservação das propriedades químicas de determinadas substâncias

    (NEGRÃO E CAMARGO, 2008).

    Calver (2009) relata que, no século XIX, os produtos de agricultores e

    fabricantes começaram a chegar às lojas pré-embalados, o que significa que, pela

    primeira vez na história, era possível transportar grandes quantidades de produtos

    agrícolas frescos até o local de venda. Eles também já possuíam rótulos, graças à

    máquina de fazer papel de Nicolas-Lois Robert e popularizado pela invenção da

    litografia (MESTRINER, 2002).

    Com a vinda da família real e da corte Portuguesa para o Brasil, duas

    decisões importantes impactaram a história da embalagem: a abertura dos portos

    para nações amigas e a permissão para o funcionamento de fábricas e manufaturas

    em território brasileiro. O crescimento foi acelerado e, em menos de 100 anos, jáexistiam mais de 3.000 estabelecimentos comerciais em território nacional

    (NEGRÃO E CAMARGO, 2008 ).

    Mesmo assim, após a chegada ao ponto de venda, o produto, que era

    acondicionado em grandes embalagens, tinha que ser vendido em pequenas

    quantidades para o consumidor. Nesse processo utilizavam-se sacos de estopa ou

    papel, potes de vidro, latas e barris de madeira. Até esse momento, transportar e

    proteger ainda eram as únicas utilidades da embalagem (NEGRÃO E CAMARGO,

    2008)

    Para Kotler (2000), a embalagem como conhecemos hoje, que serve para

    armazenar e proteger o produto, além de servir de apoio e suporte de marketing,

    começou a ser explorada somente a partir da segunda metade do século XX. O pós-

    guerra proporcionou uma evolução da fotografia publicitária e das técnicas de

    reprodução, criando um novo conceito na linguagem visual da embalagem moderna.

    Cenas foram incorporadas às embalagens para despertar o desejo de consumo e a

    embalagem deixou de ser um coadjuvante para se tornar um fator decisivo na hora

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    da compra. Como afirmam Roncarelli e Ellicot (2001), o avanço das técnicas de

    impressão e das estratégias de marketing permitiu uma atenção maior aos efeitos de

    tipografia e decoração, com resultados positivos sobre as vendas dos produtos.

     A importância da embalagem na decisão de compra ficou ainda mais em

    evidência com o advento do auto-serviço no século XX, iniciado primeiramente pelos

    supermercados. De acordo com Negrão e Camargo (2008, pg.26) “[...] houve a

    necessidade de aplicar e desenvolver novas técnicas de comunicação que

    conseguissem persuadir o consumidor a comprar determinado produto, agora sem a

    influência direta de um vendedor.”. 

    De acordo com Roncarelli e Ellicot (2001), um supermercado pode ter maisde 16 mil produtos expostos, dos quais 100 desses são variedades de produtos

    capilares, por exemplo. Esses números se tornam ainda mais significativos ao

    levarmos em conta que o consumidor leva somente de 5 a 7 segundos vasculhando

    a prateleira antes de decidir a compra (MESTRINER, 2005).

    Para Calver (2008), hoje em dia o conceito de que a embalagem não é um

    recurso funcional passivo, e sim uma ferramenta com alto poder de influência sobre

    a decisão final do consumidor é facilmente aceita. Sendo assim, é fácil entender

    porque James Pilditch empregou a expressão “Vendedora Silenciosa” para se referir

    às embalagens, em seu livro The Silent Salesman, de 1961 (NEGRÃO E CAMARGO,

    2008; CALVER 2009). Gurgel (2007, pg.75) complementa dizendo:

    O “brilho” da embalagem torna-se matéria de grande importância, em razãoda presença de muitos produtos em lojas de auto-serviço, pois aembalagem terá que se destacar no meio de uma ampla oferta de produtos,todos sendo trabalhados com o mesmo objetivo: ser um dos eleitos a ir parao carrinho do consumidor e passar no check-out (GURGEL, 2007, pg. 75). 

     Atualmente, a embalagem passou a representar a própria imagem do produto

    ao consumidor, já que ele não a separa do produto (MESTRINER, 2007). Portanto,

    “A embalagem deverá provocar no usuário a primeira e a mais forte impressão da

    posição que a empresa deseja manter no seu mercado” (GURGEL, 2007). 

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    Sendo assim, fica claro que a embalagem vem sofrendo grandes

    modificações desde seus primórdios, deixando de ser apenas um invólucro de

    transporte para uma essencial ferramenta de venda. O poder de marketing da

    embalagem será o assunto discutido a seguir.

    1.2 A EMBALAGEM E O MARKETING

    Segundo Mestriner (2002), Calver (2009) e Negrão e Camargo (2008), a

    embalagem é um fator importante na decisão de compra. Sendo assim, ela se torna

    uma ferramenta fundamental a ser considerada no marketing do produto.

    Para tratar da importância da embalagem para o marketing de um produto,

    antes é necessário definir essa atividade. Segundo Kotler (2000):

    Marketing é a atividade humana que busca apresentar uma resposta à

    expectativa de solução dos desejos e necessidades das pessoas, por meiode uma relação de troca de valores existentes entre duas partes por umproduto ou serviço específico, respaldado na oferta e na procura (KOTLER,2000, apud NEGRÃO E CAMARGO, 2008, pg. 43).

    Portanto, o marketing existe para suprir as carências de satisfações biológicas

    e psicológicas através da troca de um produto desejado por algo de valor, na maioria

    dos casos, dinheiro. Uma estratégia de marketing bem definida leva em conta as

    mudanças no mercado, identificando tendências, problemas e oportunidades antes

    que elas aconteçam (NEGRÃO E CAMARGO, 2008). De acordo com Calver (2009),

    “[...] a maioria dos proprietários de marcas e produtos considera o marketing um

    elemento essencial para promover produtos e incentivar a consciência e o ato de

    compra dos consumidores”. Ele ainda completa dizendo que, a combinação dos

    diversos elementos do marketing muda de produto para produto, dependendo de

    suas atribuições relativas ao consumidor, como idade, preço, mercado e público-alvo.

    Levando esses fatores em consideração, o marketing de um produto deve,primeiramente, adequar-se ao ambiente cultural em que se encontra, já que este é

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    fator determinante na atribuição de valor sentimental e monetário (NEGRÃO E

    CAMARGO, 2008). Bons exemplos de falta de estudo de ambientação seriam

    propagandas de hambúrguer de carne bovina na Índia ou um anúncio de cerveja na

    Coréia do Sul, país muito conservador, com mulheres de biquíni ou quase nuas

    como acontece no Brasil (Figura 5). Na Figura 6, vemos um exemplo do marketing

    de cerveja na Coréia do Sul, com celebridades segurando a bebida.

    Figura 5: Propaganda brasileira da cerveja Skol

    FONTE: Obvious (2012)

    Figura 6: Propaganda sul-coreana da cerveja Cass

    FONTE: Oasi (2011)

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    Isso deixa claro que a pesquisa de mercado é um dos fatores decisivos que

    ajudará a identificar as tendências de comportamento de um grupo em específico e

    que a análise desses dados servirá de base para gerar estratégias de marketing

    adequadas para cada grupo social ou segmento de mercado (NEGRÃO E

    CAMARGO, 2008). Portanto, considerando esse conceito no design de embalagens,

    a mesma deverá assumir uma linguagem compatível com o segmento que pretende

    atingir, já que, mesmo com o comércio mundial aumentando a cada ano e

    transpondo barreiras culturais, ainda podem existir barreiras regionais a se vencer

    (MESTRINER, 2002).

    De acordo com Negrão e Camargo (2008), outros pontos a serem levados em

    consideração no marketing de embalagem são as regras em termos de relações

    sociais legais, as políticas da empresa, os recursos econômicos disponíveis no

    mercado, novas tecnologias e exigências ambientais legais.

    Também é importante manter uma boa noção do ambiente de concorrência,

    onde a entrada de novas empresas pode facilmente suprir necessidades

    negligenciadas do consumidor, ou mesmo criar necessidades novas. O melhor jeito

    de evitar perdas é manter-se atualizado sobre as tendências, sempre inovando oureagindo rapidamente a novidades do concorrente (NEGRÃO E CAMARGO, 2008).

    Sobre o papel da embalagem na inovação e competitividade, Mestriner (2011)

    diz que:

    Percebemos que o assunto em pauta não é mais apenas o design, masa competitividade propriamente dita. Este virou o nome do jogo. Aquestão é como a embalagem ajuda a tornar o produto mais competitivo.Neste sentido, nada é mais importante que a inovação, pois a inovaçãoé a forma mais eficiente de criar diferencial percebido e de obter avantagem competitiva. Inovar no produto é caro e difícil, enquanto queinovar na embalagem é mais fácil, mais rápido, mais barato e muitasvezes mais eficiente (MESTRINER, 2011).

    Enfim, é de suma importância para o design de embalagens que se leve em

    consideração todos os fatores e variáveis citados, pois segundo Wheeler (2008.) a

    prateleira do supermercado é o ambiente mais competitivo para o marketing,

    fazendo com que um design bem aceito vire sinônimo para a marca. Podemos

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    complementar citando a Coca-Cola e sua clássica garrafa de vidro (Figura 7), que

    personifica a marca, fazendo-a facilmente identificável em qualquer lugar, como

    pode-se ver na Figura 8, uma foto da garrafa de Coca-Cola sul-coreana.

    Figura 7: Garrafa de vidro de Coca Cola

    FONTE: Blogspot (2011)

    Figura 8: Garrafa de vidro de Coca-Cola Sul-Coreana

    FONTE: Arquivo pessoal do autor

    Para ressaltar ainda mais a importância da embalagem, é possível citar que

    autores como Negrão e Camargo (2008) e Calver (2009), a classificam como o “5º P

    no Marketing Mix”, conceito elaborado por Jerome McCarthy em Packaging 1.

    1 Embalagem em inglês

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    O Marketing Mix, de acordo com Calver (2009), é uma expressão abreviada

    que “descreve todos os diferentes tipos de mídia disponíveis para promover um

    produto”  e, Negrão e Camargo (2008) defendem que o design de embalagem

    potencializa cada um dos 4Ps, agindo como interface entre as estratégias existentes.

     Assim sendo:

      Produto: A embalagem envolve o produto, dando a ele personalidade

    e constituindo, através de uma boa estratégia de marketing, um

    sinônimo da marca.

      Preço: A embalagem pode reduzir ou agregar valor ao produto.

    Podemos usar como exemplo os perfumes, que, em geral, tem custo

    elevado em função das embalagens. Por exemplo, na Figura 9, o

    perfume mais caro do mundo “Nº1 Imperial Majesty”, com um diamante

    incrustado na tampa:

    Figura 9: Nº1 Imperial Majesty

    FONTE: Outrageous Luxury (2010)

      Ponto de venda (PDV): O posicionamento adequado da embalagem

    na gôndola fará com que o produto aumente suas vendas. No exemplo

    da Figura 10, a embalagem de papelão permitiu uma melhor

    visualização na gôndola se comparado ao concorrente.

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    Figura 10:  Gôndola de sabonetes no mercado Big de Sapiranga 

    FONTE: Arquivo pessoal do autor

      Promoção: Na promoção de vendas, a embalagem pode realizar as

    ações comunicacionais e estruturais, como maior quantidade de

    produto ou brindes. Temos um exemplo disso na Figura 11, na qual a

    Bauducco oferece 40g a mais de produto pelo preço do peso original.

    Figura 11: Bolachas Bauducco com promoção na embalagem 

    FONTE: Flickr (2007)

    Enfim, toda a empresa que atua em segmentos competitivos nos dias de hoje

    entende que são necessárias embalagens à altura de seus concorrentes ecompatíveis com o padrão da categoria em que atuam. Se ignorarem essas regras

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    básicas, seus produtos possivelmente serão vistos como inferiores no PDV

    (MESTRINER 2011). As empresas que já utilizaram as vantagens competitivas da

    embalagem tem hoje em dia a liderança do mercado e as que ainda se recusam,

    estão perdendo um tempo precioso (MESTRINER, 2007).

    Para se utilizar ainda mais da vantagem que uma embalagem bem projetada

    traz, é necessário levar em consideração a composição da embalagem em si,

    pensando em formas, cores e outros elementos visuais de apoio, assunto que será

    tratado a seguir.

    1.3 A FORMA NA EMBALAGEM

     A forma é o principal elemento de diferenciação da embalagem. Ela tem um

    efeito marcante na identificação de um produto, fazendo dos frascos diferenciados

    uma necessidade para destacar itens na prateleira. (MESTRINER, 2005).

    De acordo com a revista PACK (2009), o formato das embalagens criamarcas reconhecíveis e projeta maior qualidade e indicadores sofisticados, dando

    maior impacto de visibilidade na gôndola e funcionando holisticamente para

    sustentar o posicionamento da marca.

    Porém, a forma deve ser considerada com o devido cuidado, já que cada

    forma, não importa o quão abstrata ou aparentemente simples, transmite um

    significado (SAMARA, 2010). De acordo com Chinem e Flório (2006) “As formas

    possuem uma linguagem própria capaz de causar efeitos e sensações nos

    consumidores aos quais elas se destinam”.

    Para Roncarelli e Ellicot (2001, pg 36) “Os consumidores aprendem sobre um

    produto ou uma marca através da experiência visual. A forma da embalagem é uma

    parte fundamental das características da marca”. Ou seja, a forma da embalagem,

    além de transmitir mensagens sobre o produto, fornece uma base onde são

    definidas a memória emocional e visual.

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    Em entrevista à revista Embalagem Marca (abril, 2008, p.25) Karim Rashid,

    famoso designer da atualidade, comenta:

    Eu acredito que, hoje, os ícones são mais importantes para a identidade dasmarcas do que, digamos, a identidade de marca etérea.[...] De modo quevocê pode não conhecer uma empresa, mas, no minuto em que vê oformato carismático de sua embalagem, passa a entender muita coisa sobreela (RASHID, 2008).

    De acordo com Negrão e Camargo (2008), tanto as formas quanto as linhas

    da embalagem apresentam um significado psicológico, transmitindo-lhe sensações e

    ideias. Por exemplo:

      Embalagens verticais:  Transmitem solenidade, dignidade, força e

    segurança. Na Figura 12, a marca de cosméticos japonesa Lavshuca

    buscou destacar o tradicional formato vertical da embalagem de batom

    utilizando arabescos na base e topo para transmitir, além dos conceitos

    colocados anteriormente, sofisticação:

    Figura 12: Dramatic Memory Rouge, batom da marca Lavshuca 

    FONTE:GoHalinn (2011)

      Embalagens triangulares:  Permanência, estabilidade e altitude. NaFigura 13, a marca japonesa Hair Seasons usou a forma simples do

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    triângulo aliado à transparência, a fim de demonstrar, ao mesmo tempo,

    equilíbrio, constância e ousadia:

    Figura 13: Shampoo Hair Seasons Smooth FONTE:Rakuten (2011)

      Embalagens Horizontais:  Tranquilidade, comodidade, paz,

    estabilidade e solidez. Na Figura 14, a marca sul-coreana Skin Food

    utilizou uma embalagem horizontal que, por seu equilíbrio, auxiliou a

    visão retrô e clássica da linha:

    Figura 14: Sugar Bloom Shadow Box, trio de sombras da Skin Food 

    FONTE:GoHalinn (2011)

      Embalagens com curvas: Movimento, direção, graça, ritmo. Na Figura

    15, embalagem com curvas da marca sul-coreana Etude House que,

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    por sua conexão com animais em extinção no mundo, transmite

    gentileza e afabilidade (ACRITICA, 2012):

    Figura 15: Missing U, Creme para mãos da Etude House 

    FONTE: Laced Ivory (2011)

      Embalagens circulares:  Movimento, igualdade. Na Figura 16, as

    embalagens circulares da marca sul-coreana Tony Moly se destacamno setor de batons por seu formato peculiar e dinâmico:

    Figura 16: Mini-Tint, gloss labial da Tony Moly 

    FONTE: Ebay (2011)

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    Segundo Samara (2010), para criar uma mensagem visual clara e acessível,

    é preciso entender que tipo de mensagem está sendo transmitida por uma dada

    forma, o que ela faz no espaço e que efeito a combinação desses aspectos tem

    sobre o observador. A partir desse estudo, é possível criar um layout que transmita

    credibilidade e confiança.

     Além da forma, é preciso cautela ao escolher as cores de um produto, pois

    elas tem significados intrínsecos que podem afetar o humor do consumidor. Esse é o

    assunto abordado no segmento a seguir.

    1.4 A COR NA EMBALAGEM

     A cor é o elemento visual que provoca maior estímulo no consumidor, que

    influencia seu humor e suas reações quanto à embalagem e ao produto nela contido.

    Também se constitui no principal elemento da comunicação, provocando grande

    estímulo visual (RONCARELLI E ELLICOT, 2001; MESTRINER, 2005).

     A principal missão mercadológica da cor é chamar a atenção, atraindo o

    consumidor e conservando a sua atenção com um significado interessante. Por ser

    um código de fácil assimilação e que supera as barreiras idiomáticas, a cor também

    é uma das melhores formas de garantir a legibilidade da embalagem (NEGRÃO E

    CAMARGO, 2008).

    Para Gurgel (2007), sendo a cor uma realidade sensorial, ela atua sobre a

    emotividade humana nos passando sensações como proximidade calor, calma,agitação e até mesmo tristeza. É importante que o designer entenda como as cores

    tem influência sobre o ser humano para melhor definir o projeto final.

    Conforme a Tabela 1, é possível observar os vários significados psicológicos

    das cores. Porém, é necessário lembrar que essas são as associações mais

    frequentes e tais critérios psicológicos podem variar conforme o contexto geográfico,

    cultural, religioso e socioeconômico em que o consumidor está inserido. Nas culturas

    ocidentais, por exemplo, predominantemente cristãs, o preto é associado à morte,

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    luto e tristeza, enquanto os hindus relacionam a cor branca à ideia de morte

    (NEGRÃO E CAMARGO, 2008; SAMARA, 2010).

    Tabela 1: Significado das cores

    Cores SignificadosPRETO Escuro, compacto, morte, elegância;BRANCO Pureza, asseio, leveza, infinito;CINZA Monotonia, depressão, serenidade, tom neutro;VERDE Esperança, frescor, descanso;VERMELHO Vivacidade, dinamismo, paixão, fogo, dignidade;ROSA Doce, romântico, feminino, gentil, íntimo;MARROM Utilidade, realidade;LARANJA Ação, comunicação, generosidade; AZUL Profundo, relaxante, fresco, maturidade, solenidade;

    TURQUESA Força e expressão; AMARELO Sol, calor, alegria, jovialidade, vivacidade;VIOLETA Mistério, meditação, pensamento místico;TONS PASTÉIS Moderação a partir da suavização dos matizes;TONS EXCÊNTRICOS Exclusividade

    Fonte: NEGRÃO E CAMARGO (2008, pg 173)

    Para Negrão e Camargo (2008) e Gurgel (2007), embora essas associações

    tenham um caráter psicossocial e possam ser utilizadas como referência no design

    de embalagens, é importante ressaltar que um cuidado adicional torna-se necessárioquanto aos padrões do mercado para a embalagem de produtos. A frequência com

    que certas cores são usadas fazem parte de uma memória coletiva e a escolha da

    cor errada pode levar a rejeição do produto. As tendências em relação às cores

    aplicadas nas embalagens de alguns produtos estão listadas a seguir:

      Café: Marrom com um toque de laranja, vermelho, verde ou areia;

      Chocolate: Marrom-claro ou escuro, vermelho-alaranjado, amarelo;

      Leite: Azul e vermelho;

      Gorduras: Verde-claro;

      Doces: Vermelho-alaranjado;

      Açúcar: Branco e azul;

      Perfumes: Roxo, amarelo e ouro;

      Medicamentos: Azul-claro, branco e vermelho;

      Cosméticos: Azul pastel.

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    Outro fator fundamental para a boa visualização da embalagem nas gôndolas

    e prateleiras é um bom contraste entre as cores, que permite a transmissão damensagem e dá continuidade às vendas (GURGEL, 2007). Negrão e Camargo

    (2008, pg. 171) complementam dizendo que: “Quando próximas, as cores

    influenciam umas as outras, razão pela qual as cores são percebidas de maneiras

    distintas, dependendo do contexto em que estão inseridas.” 

    Para Calver (2009) uma cor passa a “pertencer” a uma marca através do uso

    contínuo e gestão rigorosa da maneira como essa cor é aplicada, já que quando um

    consumidor vê a cor, imediatamente a associa com a marca.

    Sendo assim, uma cor predominante deve ser decidida antes de se elaborar

    outros questionamentos sobre a combinação de cores e repassar todos os atributos

    que o produto deve expressar, conforme definidos no planejamento e estratégia

    (MESTRINER, 2005). Produtos que escolheram a cor como ponto relevante na sua

    embalagem são facilmente reconhecidos e tem vantagem competitiva no mercado.

     Apesar disso, a escolha do material da embalagem é igualmente importante, sendo

    ele a primeira experiência tátil do consumidor com o produto. O assunto a seguir

    trata dos principais materiais utilizados no design de embalagem e suas

    peculiaridades.

    1.5 O MATERIAL NA EMBALAGEM

    De acordo com Calver (2009), o design estrutural e os elementos gráficos

    nunca podem ser vistos separadamente, afinal é impossível criar um rótulo ou

    estampa sem conhecer o tamanho e a forma da embalagem. Sendo assim, é

    necessário estudar os materiais de que essas embalagens são feitas, a fim de

    aplicar os elementos gráficos de uma maneira coerente e ponderada.

    O material da embalagem também determina a otimização da conservação etransporte do produto, protegendo seu conteúdo contra fenômenos que possam

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    influenciar sua qualidade e vida útil. Além disso, conhecer o material de que é feita

    a embalagem auxilia na eficiência do design estrutural, que deve explorar os pontos

    fortes do material como, por exemplo, a baixa permeabilidade do vidro ou a

    maleabilidade do plástico (NEGRÃO E CAMARGO, 2008). 

     Ainda segundo Negrão e Camargo (2008), de acordo com os dados do

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2007), apesar da grande diversidade

    de materiais utilizados em embalagens hoje em dia, o mercado de embalagens

    ainda utiliza quatro grandes grupos de materiais: Vidro, metal, papel e plástico.

    Esse estudo não se aprofundará nos dados técnicos para a obtenção ou

    fabricação de cada matéria-prima citada, mas descreverá as principaiscaracterísticas e funções das mesmas no mercado de embalagem. Serão analisados

    o vidro, o metal, o papel e o plástico, materiais mais usados na indústria de

    embalagem cosmética.

    1.5.1 Vidro

    O vidro foi descoberto pelos habitantes da Mesopotâmia em

    aproximadamente 1.500 a.C, sendo uma mistura de areia, cal, carbonato de sódio e

    alumina. Ao longo dos séculos, a evolução na produção desse material permitiu que

    ele fosse moldado em diferentes formas e tamanhos (CALVER, 2009). 

    Hoje em dia, o vidro é considerado um excelente material de

    acondicionamento devido a sua inércia, que elimina praticamente todas as reações

    entre o produto e a embalagem, tornando-o ideal para produtos quimicamentesensíveis. Além disso, permite o fechamento a vácuo e a possibilidade de se abrir e

    fechar a embalagem hermeticamente várias vezes, após iniciado seu uso (NEGRÃO

    E CAMARGO, 2008). 

     Ainda de acordo com Negrão e Camargo (2008), o vidro pode ser

    considerado frágil, mas não fraco, devido a sua grande resistência à ruptura ou

    perfuração. Apesar disso, o vidro não se deforma com facilidade e, quando

    ultrapassado seu limite de resistência elástica, se rompe. 

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    Roncarelli e Ellicot (2001) destacam que, apesar da embalagem de vidro

    consumir muita energia para ser produzida, ela é 100% reciclável. A baixa

    permeabilidade do vidro permite grande aproveitamento da matéria prima e uma

    garrafa de vidro pode gerar outra exatamente igual, independentemente de quantas

    vezes o caco vai ao forno para ser reciclado (NEGRÃO E CAMARGO, 2008). 

    No design de embalagem, a transparência é a propriedade mais utilizada do

    vidro (GURGEL, 2007). Para Negrão e Camargo (2008, pg 246) “O consumidor

    visualiza o que pretende comprar e o material agrega ao produto uma imagem nobre,

    sofisticada e confiável.” Apesar disso, o vidro também pode ser facilmente colorizado

    pela adição de óxidos metálicos, seja para criar um design coerente e inovador ou

    para proteger produtos sensíveis à luz (GURGEL, 2007; RONCARELLI E ELLICOT,

    2001). Na Figura 17, um exemplo de embalagem transparente, que se utiliza da cor

    do próprio produto como meio de implementar sofisticação em uma embalagem

    simples e, ao mesmo tempo, facilitar a visualização do produto pela consumidora. A

    Figura 18, de um vidro colorizado, permite dar cor ao produto e personalidade sem

    alterar suas propriedades químicas:

    Figura 17: Berry Berry Magic Liptint, gloss labial da marca sul-coreana Tony Moly

    FONTE: My Market (2011)

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    Figura 18: Embalagem do perfume Humor, da Natura

    FONTE: Natura (2012)

    O vidro é um material muito utilizado na área cosmética e de bebidas

    alcoólicas, pela sua associação com a qualidade, pois, devido ao peso do material,

    valoriza o produto, dando ao consumidor a sensação de que está recebendo maispelo que ele está pagando (NEGRÃO; CAMARGO, 2008). 

    De acordo com Mestriner (2005), a utilização do vidro na embalagem permite

    criar uma forma exclusiva, tirando proveito da facilidade de inclusão de cores e

    texturas como meio de aumentar suas possibilidades técnicas e expressivas. Além

    disso, o autor ressalta que a tampa é um complemento importante e deve ser

    pensada como parte da embalagem, a fim de que o conjunto final seja harmonioso etrabalhe a favor da expressão do produto. Bons exemplos são os frascos de perfume

    e suas incontáveis possibilidades expressivas. Na Figura 19, Dot, perfume de Marc

    Jacobs, utiliza a liberdade de formas e cores que o vidro permite, criando uma

    embalagem única e atrativa, que se destaca na prateleira. 

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    Figura 19: Dot EDP, fragância de Marc Jacobs 

    FONTE: My Beauty Black Book (2012)

     A versatilidade do vidro o torna um dos materiais preferidos na indústria

    cosmética, porém, outros materiais não devem ser desprezados. O próximo tópico

    desse estudo se foca no metal, seus usos mais comuns e possibilidades pouco

    exploradas. 

    1.5.2 Metal

    Para Calver (2009), as latas foram desenvolvidas e utilizadas durante a

    Guerra Napoleônica (1803-1815) e, desde então, tornaram-se uma indústria sólida.

    De acordo com dados do IBGE (2007), a participação percentual dos metais no

    mercado nacional de embalagens é de 21,5%, sendo que 80% desses são utilizados

    pelo setor alimentício (NEGRÃO E CAMARGO, 2008). De acordo com Gurgel (2007),

    as embalagens metálicas também são largamente utilizadas para o

    acondicionamento de tintas, óleos vegetais, parafinas e ceras. 

    Dentre uma infinidade de materiais metálicos, o mercado de embalagens se

    utiliza basicamente de alumínio e folha-de-flandres, uma folha de aço laminada com

    baixo teor de carbono e revestida, em uma ou ambas as faces, com estanho

    (NEGRÃO E CAMARGO, 2008; CALVER, 2009). 

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    O alumínio caracteriza-se pela sua leveza e maleabilidade, podendo ser

    aplicado a estruturas rígidas, como latas, ou flexíveis, como tampas de iogurte

    (NEGRÃO E CAMARGO, 2008). De acordo com Roncarelli e Ellicot (2001), o

    alumínio é amplamente empregado no acondicionamento de cervejas, refrigerantes,

    bebidas gasosas, desodorantes e sprays. 

    Já  o aço, desde que revestido por vernizes, também é uma opção segura

    para aplicação em embalagens destinadas a consumo humano. Tem uma alta

    resistência mecânica, o que permite embalar alimentos hermeticamente e garante a

    integridade química do produto. Além disso, a estabilidade térmica, mesmo ao se

    dilatar, garante que o metal não sofrerá alterações expressivas quando exposto ao

    calor (NEGRÃO E CAMARGO, 2008). Para Gurgel (2007, pg 261), “Uma das

    principais vantagens deste tipo de embalagem é a proteção total dos produtos contra

    a ação da luz”. Segundo Roncarelli e Ellicot (2001), o aço é utilizado em embalagens

    à vácuo para alimentos como legumes, leite condensado, peixes, frutas e rações

    para animais. 

     Ao se utilizar as latas como embalagens, é importante ressaltar que latas

    amassadas não vendem, razão pela qual um bom projeto e dimensionamento domaterial empregado são fundamentais para o desempenho do produto no ponto-de-

    venda. Deformações no recipiente de aço ou alumínio não interferem na integridade

    do produto, desde que seu verniz interno não seja danificado. Contudo, esse tipo de

    alteração é rejeitada pelo consumidor. Sendo assim, no momento do projeto é

    preciso colher informações em relação ao vácuo, empilhamento, vedação e

    transporte das embalagens (NEGRÃO E CAMARGO, 2008). 

     Ainda segundo Negrão e Camargo (2008), as embalagens de metal

    apresentam inúmeras possibilidades de fechamento, que vão desde a recravação,

    que originou o abridor de latas como um auxiliar para a abertura das mesmas, até os

    mais recentes dispositivos como os easy-open2 . Na Figura 20, um exemplo de easy-

    open tradicional em uma tampa de alumínio.

    2 Dispositivo abre fácil 

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    Figura 20: Tampa de alumínio com mecanismo easy-open

    FONTE: AllBiz (2012)

    Para Roncarelli e Ellicot (2001, pg 28), o metal: “É um material renovável einfinitamente reciclável, sem perda de qualidade”. Essa característica se acentua

    quando levamos em consideração sua qualidade magnética, que auxilia na

    reciclagem e separação, facilmente feita por imãs (NEGRÃO E CAMARGO, 2008). 

    Para um designer é importante entender como o perfil da lata e a parte visível

    na prateleira afetará o projeto final. Levando em consideração que o tamanho, a

    forma e o acabamento tem grande impacto sobre a percepção dos consumidores, os

    designers tem um papel importante na seleção de formatos que dão suporte à uma

    linha de produtos e à proposição da marca.

     A embalagem de metal propõe requinte e nostalgia ao produto, agregando

    valor e permitindo que seus custos relativamente elevados sejam absorvidos em

    produtos de menor escala produtiva. Na Figura 21, o iluminador corporal Bathina, da

    marca norte-americana Benefit, vem em uma lata que, em conjunto com seus

    elementos gráficos e estruturais, agrega valor ao produto.

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    Figura 21: Benefit Bathina “Take a Picture. It Lasts Longer”, iluminador corporal. 

    FONTE: SkinMag (2012)

     Apesar de seu valor estético, o metal é pouco utilizado no setor cosmético,

    sendo usualmente de uso extensivo no setor alimentício. O próximo material a ser

    abordado é o papel e seu uso extensivo em todos os tipos de cartuchos dentro e

    fora do setor.

    1.5.3 Papel

    Segundo o IBGE (2007), o papel e o papelão juntos constituem cerca de

    38,2% dos substratos usados em embalagens no Brasil. Boa parte dessas

    embalagens constituída de cartuchos e caixas, sejam elas destinadas a conter um

    frasco de perfume ou uma caixa de papelão para conter dúzias de caixas menores

    (NEGRÃO E CAMARGO, 2008).

     A embalagem tridimensional de papel é sempre oriunda de uma planificação e

    requer uma montagem para que possa chegar a sua conformação final. Decidir por

    uma faca de corte e vinco existente ou pela criação de uma nova é uma das

    primeiras decisões que o designer deve tomar ao projetar uma embalagem de papel

    (NEGRÃO E CAMARGO, 2008; MESTRINER, 2005).

    Para Calver (2009), as caixas de papel-cartão são uma das formas mais

    comuns de embalagem, sendo empregadas para embalar produtos diversos como

    alimentos congelados, cosméticos, produtos elétricos, doces e medicamentos. Na

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    Figura 22, o cartucho do perfume Absinto, da marca Água de Cheiro. Cortes com

    facas diferenciadas e cores fortes utilizam bem o potencial do cartucho, criando uma

    composição coerente com a embalagem primária.

    Figura 22: Cartucho do perfume Absinto, da Água de Cheiro

    FONTE: Rodrigo Marchezine (2011)

    O papel-cartão é um material adaptável, podendo ser utilizado em

    embalagens finas, rústicas, delicadas e utilitárias. Ele pode ser tratado para

    aprimorar a sua aparência e tato, adicionando experiência visual e multissensorial à

    embalagem. O consumidor, ao ver uma embalagem com acabamento diferenciado

    como hot stamping 3, vernizes, laminados e baixo e alto-relevo, percebe fatores como

    qualidade, exclusividade, refinamento e luxo. Alternativamente, o papel-cartão

    também pode ser revestido com polietileno ou cera, para aumentar sua resistênciaao calor ou à umidade (RONCARELLI E ELLICOT, 2001; CALVER, 2009).

    Do ponto de vista ecológico, o papel é altamente recomendável por sua

    biodegradabilidade, pois é composto de pastas elaboradas a partir de fibras vegetais,

    se reintegrando facilmente à natureza, desde que não misturado a outros materiais

    como plásticos e metais (NEGRÃO E CAMARGO, 2008).

    3  Método de impressão geralmente destinado a impressão de cores metalizadas. É feito com com clichês

    aquecidos, que formam uma película termotransferível. (FERNANDES, 2003)

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    Para Roncarelli e Ellicot (2001), a embalagem de papel-cartão é uma solução

    típica, de produção barata, fácil disposição nas prateleiras e armazenagem em casa.

    Com as muitas opções de design em papel-cartão, cabe ao designer escolher a

    mais adequada para cada tipo de projeto.

     A utilização do cartucho de papel possibilita muita variedade, como a adição

    das mais diversas cores e texturas. Porém, o material é frágil e normalmente

    descartado após o uso. O plástico, próximo foco desse estudo, possui muitas das

    qualidades do papel e alguns atributos a mais.

    1.5.4 Plástico

    Os polímeros, chamados popularmente de plásticos, são constituídos de uma

    molécula sintética que se apresenta nas formas: flexível, rígido ou semi-rígido e

    espuma (NEGRÃO E CAMARGO, 2008).

    O emprego desses materiais é amplo nos mais diversos segmentosindustriais devido, basicamente, ao seu baixo custo de produção, preço reduzido,

    elevada resistência e à sua versatilidade. No Brasil, o seu uso em embalagens

    aumentou significativamente no final dos anos noventa (NEGRÃO E CAMARGO,

    2008).

    Para Mestriner (2005), o plástico representa uma grande gama de segmentos

    dentro da indústria de embalagem, com as mais diversas formas de produção. Cada

    um deles tem características próprias que atribuem diferentes qualidades à

    embalagem em que são aplicados.

    Segundo Negrão e Camargo (2008), os polímeros mais empregados

    atualmente em embalagens são os seguintes:

      Polietileno: ser de alta densidade, apresentando maior flexibilidade

    (PEAD), ou de baixa densidade (PEBD), com elevada resistência

    mecânica e baixa permeabilidade. São adequados no uso de sacos,filmes, utensílios domésticos, tubos, brinquedos, garrafas e frascos.

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      Polipropileno(PP): O PP tem propriedades semelhantes às do

    polietileno, mas com menor densidade, melhor resistência ao calor,

    rigidez e dureza. Também é versátil quanto à formas e cores e de baixo

    custo. É utilizado em embalagens rígidas, utensílios domésticos,

    brinquedos, baterias, embalagens para alimentos, cigarros e roupas.

      Poliestireno(PS): O PS é um material de fácil processamento e baixo

    custo, com versatilidade quanto à formas e cores, elevada resistência

    química e baixa permeabilidade. É uma base de isopor,

    extensivamente usada na proteção de produtos não perecíveis e

    alimentos.

      Polietileno tereftalato(PET): O PET é um polímero transparente, que

    apresenta elevada resistência mecânica, térmica e química. Muito

    usado em garrafas, tem baixa permeabilidade e é resistente à tração.

     As embalagens plásticas, de modo geral, também podem ser divididas em

    rígidas e flexíveis. As embalagens rígidas são estruturadas como: potes, frascos,

    ampolas e garrafas. Já as flexíveis referem-se à filmes como sacos e sacolas.

     Ao se projetar uma embalagem de plástico, é fundamental ter conhecimentodo processo de fabricação que será utilizado pois ele poderá ser um limitante em

    relação aos mais diversos fatores como, por exemplo, ângulos, peso e capacidade

    volumétrica (NEGRÃO E CAMARGO, 2008; MESTRINER, 2005). Na Figura 23 o

    creme Royal Honey Hydro, da Skin Food, tem o pote rígido, que permite moldar a

    forma da embalagem para fazer alusão a um favo de mel. Na Figura 24, as esponjas

    para cabelo da Etude House são acondicionadas em uma embalagem plástica e

    transparente, onde o próprio produto faz parte da ornamentação.

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    Figura 23: Royal Honey Hydro Cream, hidratante facial da marca sul-coreana Skin Food 

    FONTE: Aimin Mall (2012)

    Figura 24: Etude Strawberry Sponge Hair Roll 

    FONTE: Amazon (2012)

    O plástico apresenta uma ampla gama de formas, possibilidades de

    fechamentos e impressões. Apesar disso, a dificuldade de identificar e separar a

    grande quantidade de polímeros existente dificulta sua reciclagem. Segundo o

    Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), em 2010 somente 19% dosplásticos rígidos e filmes foram reciclados no Brasil. Contudo, a sociedade está se

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    2 EMBALAGEM PARA COSMÉTICOS

     Atualmente, os cosméticos respondem por 7 das 10 categorias com maior

    número de lançamentos mundiais no setor de embalagens, resultado igualmente

    obtido pelo Brasil, de acordo com o Laboratório de Monitoramento Global de

    Embalagem (SALIBE, 2012).

    O crescimento desse mercado fica ainda mais claro ao analisarmos dados da

    pesquisa sobre a indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC),

    que registrou um aumento de 18% em vendas, segundo cálculos da AssociaçãoBrasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abiche)

    (PINTO, 2009).

    O público consumidor de cosméticos é diverso, englobando adultos,

    adolescentes e até mesmo crianças. De acordo com o site Globo.com (D'ALAMA,

    2012) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu esse ano uma

    consulta pública com novas regras para cosméticos e produtos de higiene

    destinados às crianças. No projeto, os cosméticos devem ser hipoalergênicos, sairfacilmente com água e sabão e não conter personagens ou desenhos que estimulem

    a compra, entre outras regras..

    Em um mercado como esse, fica visível a importância de uma embalagem

    bem pensada, que desperte emoções e curiosidade no consumidor, aumentando

    assim, a chance de venda. De acordo com Roncarelli e Ellicot (2001):

    Para ser relevante, o design da embalagem deve sugerir o produto quecontém ou o público ao qual ele se destina. Não tem que ser explícito ouóbvio, mas a ideia do design deve criar uma conexão com o consumidor,seja no plano lógico, ou no plano emocional. (RONCARELLI, ELLICOT,2001, pg. 20.)

    No setor de HPPC, o design da embalagem se tornou parte do processo de

    desenvolvimento do cosmético e transmite, além de sua beleza, conceitos tanto do

    produto quanto da marca. A embalagem nesse mercado é uma “pequena obra de

    arte” com peças únicas, por sua aparência e inovação (SALIBE, 2012). Thomas Hine,

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    renomado historiador americano e escritor do livro The Total Package, disse em

    entrevista à revista Embalagem Marca (março, 2010) que “existe mais pensamento

    por centímetro quadrado numa embalagem que em um edifício”.

    Para Mestriner (2010) “a beleza é um componente fundamenta l no

    desempenho competitivo, um valor que o consumidor reconhece e que faz com que

    ele aceite pagar mais por um produto que incorpora estas características”. E no

    mercado de cosméticos, os consumidores querem mercadorias embaladas de

    maneira atraente, que possam ser utilizadas como decoração. Produtos

    acondicionados em frascos com rótulos simples não são mais o suficiente, a

    embalagem precisa ser esteticamente agradável para satisfazer o gosto dos

    consumidores (CALVER, 2009).

    Segundo Roncarelli e Ellicot (2001), os consumidores de hoje estão mais

    interessados em marcas e embalagens que os satisfaçam emocionalmente e os

    mantenham envolvidos através de designs inspiradores, com elementos temáticos

    ou decorativos.

    O mercado de cosméticos cresce a cada ano e, para acompanhar as

    demandas do consumidor, embalagens bonitas e funcionais são fundamentais. Para

    isso, é preciso conhecer a composição básica de uma embalagem, a fim de analisar

    os concorrentes e realizar pesquisas de mercado. Essa análise é o próximo assunto

    a ser abordado.

    2.1 COMPOSIÇÃO DA EMBALAGEM

    Vários fatores influenciam a forma final de uma embalagem. Porém, Moura e

    Banzato (1997), defendem o uso de cinco critérios chave: (i) função, (ii) proteção, (iii)

    aparência, (iv) custo e (v) disponibilidade. A ênfase dada a cada parte depende do

    produto e do tipo de embalagem a ser criada.

  • 8/15/2019 LINHA DE EMBALAGENS DE MAQUIAGEM PARA PÚBLICO ADOLESCENTE.pdf

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    O foco desse estudo são as embalagens de apresentação, como o envoltório

    primário, que entra em contato com o produto, e seu cartucho (MOURA E BANZATO,

    1997).

    Para Moura e Banzato (1997), a embalagem primária é aquela que contém o

    produto, podendo ser confeccionada dos mais diversos materiais. Ela deve conter o

    material, evitando vazamentos e protegê-lo, mantendo suas propriedades físicas e

    químicas. Além disso, tem a função de levar informação aos usuários, através de

    sua forma, cor e símbolos. Na Figura 25, a embalagem primária do batom CatChu

    Wink cumpre sua função de proteger o produto e, ao mesmo tempo, passar a

    mensagem de uma linha lúdica e divertida ao usar uma representação de um gato

    preto.

    Figura 25: Embalagem primária do batom CatChu Wink, da marca Tony Moly

    FONTE: Polyvore (2011)

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