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EMBRIOLOGIA COMPARADA
(Histologia Básica – Junqueira e Carneiro, Capítulo 21 – Alberts, Embriologia Básica – Moore).
Por, Flávia Colette Boing.
1. Gametogênese Masculina
O aparelho reprodutor masculino é composto por testículos, ductos genitais, glândulas
acessórias e o pênis.
No testículo ocorre a formação dos espermatozoides e a liberação da testosterona.
O testículo é dividido em lóbulos e cada lóbulo é ocupado por 1-4 túbulos seminíferos
enovelados que alojam dentro de um tecido conjuntivo frouxo, repleto de vasos sanguíneos e
linfáticos, nervos e células de Leydig – Intersticiais.
Nos túbulos seminíferos é onde ocorre a formação dos espermatozoides.
• Túbulos Seminíferos
São formados por uma parede de epitélio germinativo que é envolvida por uma lamina basal e
por uma bainha de tecido conjuntivo.
A camada mais interna aderida a
lamina basal consiste nas células
mieóides, que são células achatadas e
contrateis semelhantes às células
musculares lisas.
As células intersticiais ou de Leydig ocupam a maior parte do espaço entre os túbulos
seminíferos, são responsáveis pela secreção de esteroides – testosterona.
Desenvolvem-se durante a gravidez, depois regridem e retornam a atividade durante a
puberdade.
O epitélio germinativo é composto por dois tipos de células:
• Células de Sertoli:
São células piramidais que envolvem parcialmente as células da linhagem espermatogônica,
e possuem núcleo triangular, não sofrem mitose durante a fase adulta do individuo.
São responsáveis pela formação da barreira hematotesticular, que isola as células
germinativas das demais células estomáticas, da corrente sanguínea e do sistema
imunológico impedindo ações autoimunes contra as células recém-formadas; desempenham
um papel nutricional, já que isolam essas células do organismo através da barreira explicada
acima, essas células tem que suprir as células germinativas no quesito nutrição, trocas
gasosas, e etc.; realizam fagocitose, durante a espermiogênese – diferenciação ocorre à
liberação do excesso de citoplasma e a formação de corpos residuais que são fagocitados
pela célula de Sertoli; secretam o fluido de transporte dos espermatozoides – sêmen,
secretam a proteína ligante de testosterona ABP, convertem testosterona em estradiol –
quando este está em abundancia, e produzem o hormônio antimulleriano.
CONTROLE HORMONAL
O LH liberado pela hipófise age como estimulante sobre as células de Leydig aumentando a
produção e liberação de testosterona.
O FSH liberado pela hipófise também age como estimulante, porem sobre as células de Sertoli
aumentando a produção e liberação de ABP – proteína ligante de testosterona que se liga ao
andrógeno e se move em direção ao lúmen do ducto.
A espermatogênese é estimulada pela testosterona, porém é inibida pelo estrógeno e
progestágenos.
Assim quando ocorre um acumulo de testosterona, essa é convertida em estradiol pelas células
de Sertoli, o estradiol atua como inibidor da liberação de LH e FSH, pois sinaliza que já tem
testosterona suficiente.
• Células Germinativas.
Ou células que constituem a linhagem espermatogônica estão dispostas em 4-8 camadas e dão
origem aos espermatozoides, durante o processo de espermatogênese.
A espermatogênese se inicia:
a) Com uma célula primitiva chamada Espermatogônia, que se localiza próximo a lamina
basal, quando o individuo chega à puberdade as Espermatogônia entram em processo de
mitose – divisão celular.
b) Após o período de multiplicação celular se inicia uma diferenciação em espermatócito
primário (2n), a maior célula do ciclo e que permanece por pouco tempo nessa forma. –
presença de cromossomos no núcleo.
c) Logo após essa primeira diferenciação o espermatócito primário entra em sua primeira
divisão meiótica dando origem a dois espermatócito secundários (n) redução de DNA,
d) Que rapidamente entram no segundo processo de divisão de meiótico dando origem a 4
espermátides, já próximas ao lúmen.
Espermiogênese
Fase final de produção do processo de transformação das espermátides em
espermatozoides, que se resume em formação do acromossomo, condensação e
alongamento do núcleo, desenvolvimento do flagelo e perda de grande parte do
citoplasma.
A maturação dos espermatozoides se dá em três etapas:
• Etapa do Complexo de Golgi – formação dos grânulos que darão origem ao granulo
acrossômico no interior da vesícula acrossômica.
• Etapa do Acrossomo – a vesícula e o granulo se estendem sobre a metade anterior do
núcleo como um capuz e passam a se chamar acrossomo.
Essa vesícula + grânulos é composta por enzimas hidrolíticas capazes de dissociar as
células da corona radiata e de digerir a zona pelúcida permitindo que o espermatozoide
chegue ao ovócito – processo chamado de reação acrossômica.
Durante essa etapa ocorre também a condensação e o alongamento do núcleo.
E um dos centríolos celulares começa a originar o flagelo, na região intermediaria entre
a cabeça e o flagelo ocorre uma concentração de mitocôndrias que fornecerão energia
para o movimento deste.
• Etapa de Maturação – parte do citoplasma se desprende formando os corpos residuais
que são fagocitados pela célula de Sertoli.
Podem-se resumir as etapas de formação do espermatozoide em três etapas:
• Cabeça – empacotamento da cromatina nuclear, eliminação do citoplasma e formação
da vesícula acromossômica.
• Pescoço – região intermediaria entre a cabeça e a cauda, acumulo de mitocôndrias.
• Cauda – formação do flagelo através do centríolo.
Porém o espermatozoide recém-formado não possui a capacidade de fecundar o ovócito ainda,
essa capacidade somente é adquirida dentro do organismo feminino onde ocorrerá a remoção de
glicoproteínas de membrana e de fluidos seminais deixando a membrana do espermatozoide
livre para a exposição aos receptores e proteínas de membrana que permitirão a fecundação.
2. Gametogênese Feminina
O sistema reprodutor feminino é composto por dois ovários, duas tubas, o útero, a vagina e a
genitália externa. Esse sistema é responsável pela produção dos ovócitos e manutenção desses
ovócitos fertilizados durante o desenvolvimento do embrião no período embrionário, fetal até o
nascimento.
Desde a menarca (1ª menstruação) o sistema reprodutor sofre modificações cíclicas em sua
estrutura e atividade funcional até a menopausa onde as modificações deixam de ser cíclicas e
acabam cessando.
Ovários
• Composto por epitélio germinativo e uma camada de conjuntivo denso – túnica
albugínea, contem em seu interior os ovócitos e folículos ovarianos.
O desenvolvimento inicial dos ovários se durante o primeiro mês de gestação, quando
uma pequena população de células migra do saco vitelínico até os primórdios gonadais
onde surgirão as gônadas.
Essas células darão origem às ovogônias, que entram em mitose intensa chegando a
aproximadamente sete milhões, a partir do terceiro mês as ovogônicas começam a
entrar na prófase da primeira meiose e PARAM sem passar para as próximas fases,
essas células oriundas desse processo são chamados ovócitos primários, que são
envolvidos por células chamadas células foliculares até o sétimo mês de gestação a
maioria das ovogônias já atingiu essa fase.
Porém até o nascimento e puberdade muitos ovócitos morrem pelo processo de atresia.
Atresia é um processo continuo ao longo da vida da mulher, que ao chegar à puberdade
restam somente 300 mil ovócitos e ao longo de sua vida mensalmente ela libera
somente cerca de 450 ovócitos.
Folículos Ovarianos
• Consistem em ovócitos envolvidos por uma ou mais camadas de células foliculares,
também chamadas células da granulosa.
• Folículos Primordiais são ovócitos primários envolvidos por uma única camada de
células foliculares achatadas � nessa fase o ovócito possui um núcleo esférico e
nucléolo bem evidente. Além de cromossomos desenrolados e muitas mitocôndrias.
Crescimento Folicular
• Ocorre nos folículos primordiais, que abandonam seu estágio parado na prófase e
começam a crescer – estimulados pelo FSH ***.
• Esse crescimento muito rápido na primeira fase.
• As células foliculares se dividem por mitose formando uma camada única de células
cuboides formando o folículo primário unilaminar.
• As células foliculares continuam se proliferando e originam um epitélio estratificado
chamado de camada GRANULOSA: e o folículo é então chamado de folículo primário
multilaminar ou pré-antral.
• Uma espessa camada amorfa chamada zona pelúcida composta por glicoproteínas é
secretada e envolve todo o ovócito.
• À medida que os folículos crescem devido ao aumento de tamanho e numero das células
da granulosa eles se movem para áreas mais profundas da região cortical.
• Assim uma quantidade de liquido chamado liquido folicular começa a se acumular entre
os folículos e suas células. Os espaços que contem esse líquido se juntam e as células da
granulosa se organizam formando uma grande cavidade – ANTRO FOLICULAR.
• Esses folículos reorganizados são chamados folículos secundários ou antral.
• O liquido folicular contem componentes celulares e produtos secretados por células
foliculares, além de Glicosaminoglicanos, proteínas, e altas concentrações de esteroides
(progesterona, andrógeno e testosterona).
• Durante a reorganização das células da granulosa algumas células desta camada se
concentram em determinado local da parede do folículo formando um espessamento –
CUMULOS OOPHUROS, que serve de apoio para o ovócito,
• Além disso, um pequeno grupo de células foliculares envolve o ovócito constituindo a
CORONA RADIATA, - acompanham o ovócito quando esse deixa o ovário por ocasião
da ovulação.
• Enquanto ocorrem essas modificações o estroma em torno do folículo se modifica para
formar as tecas foliculares, compostas por duas camadas: Teca externa e teca interna.
• TECA INTERNA: como funcionam como órgão endócrino as células são altamente
vascularizadas e possuem características ultra-estruturais de células produtoras de
esteroides, e sob influencia de FSH secretam enzima AROMATASE que transforma
androstenediona em ESTRÓGENO.↑ - envolve os folículos, cai na corrente sanguínea e
atinge todo organismo.
• TECA EXTERNA: as células da teca externa são semelhantes às células do estroma
ovariano, porem se arranjam de modo organizado, concentricamente em volta do
folículo.
O limite entre as duas tecas é pouco preciso, o mesmo ocorre entre a teca externa e o
estroma ovariano. Por outro lado o limite entra a teca interna e a camada granulosa é
bem evidente, pelas diferenças morfológicas das células e pela presença de uma lamina
basal entre elas.
• A cada ciclo menstrual um folículo cresce muito mais que os outros e se torna o folículo
dominante – que pode chegar a ovular. Quando atinge o máximo de desenvolvimento
nessa fase o fólico é considerado maduro e se chama folículo pré-ovulatório. Os
demais folículos desse grupo que estavam crescendo, mas eram menores, entram em
atresia. (o folículo maduro pode chegar até 2,5 cm de diâmetro.).
• Assim com o acumulo de liquido na cavidade folicular, as células da granulosa formam
uma camada bem fina, pois não se multiplicam na mesma proporção que o folículo
cresce.
• O processo total de crescimento folicular (primordial – maduro) leva 90 dias.
ATRESIA
Processo pelo qual a maioria dos folículos ovarianos passa, e se trata da morte das células
foliculares e dos ovócitos, que são fagocitados. Pode ocorrer em qualquer fase. É
caracterizado pela parada das mitoses das células da granulosa, separação das células da
granulosa da lamina basal e morte do ovócito.
OVULAÇÃO
• Consiste na ruptura de parte da parede do folículo maduro e a liberação do ovócito que
será capturado pela extremidade dilatada da tuba uterina.
• Ocorre aproximadamente 14 dias antes da próxima menstruação, independente do
tamanho do ciclo.
• O normal é ocorrer a liberação de somente um ovócito a cada ciclo, porem podem
ocorrer ciclos anovulatórios, ou mais de um ovócito ser liberado, dando origem a
gêmeos fraternos.
O estimulo para ovulação é o pico de LH, liberado pela hipófise em resposta aos altos
níveis de estrógeno no sangue produzido pelos folículos em crescimento.
Poucos minutos após o aumento de LH circulante, ocorre um aumento do fluxo de
sangue no ovário, proteínas escoam por capilares, resultando um edema – com o edema
ocorre a liberação local de prostaglandinas, histamina, vasopressina e colagenase. As
células da granulosa produzem mais acido hialurônico e se soltam de sua camada. Uma
pequena área da parede do folículo se enfraquece por causa da degradação do colágeno
da túnica albugínea, por causa da isquemia causada pelo edema e morte das células.
A fraqueza da parede combinada com uma pressão aumentada do fluido folicular, e
contração das células musculares lisas, que circundam o folículo, conduzem à ruptura
de parte da parede exterior do folículo e à ovulação.
• Indicação de ovulação eminente em lâmina é a presença de uma marca na superfície do
folículo – estigma, no qual o fluxo de sangue cessa, resultando em uma mudança local
de cor e transparência da parede folicular.
• Devido à ruptura da parede folicular, o ovócito e o primeiro corpo polar, envoltos pela
zona pelúcida, pela corona radiata e juntamente com um pouco de fluido folicular,
deixam o ovários, e entram na extremidade aberta da tuba uterina, onde poderá ser
fertilizado, se não acontecer nas primeiras 24 horas, ele degenera e é fagocitados.
A primeira divisão meiótica é completada um pouco antes da ovulação (até este
momento o ovócito estava em prófase I da meiose, iniciada durante a vida fetal). Essa
divisão reparte os cromossomos igualmente entre as duas células, porem uma delas
retém quase todo o citoplasma. Uma das células se torna o ovócito secundário e a outro
o primeiro corpúsculo polar. Imediatamente após a liberação do corpúsculo polar o
núcleo inicia a segunda divisão, que estaciona em metáfase até que haja
FERTILIZAÇÃO.
CORPO LÚTEO
• Após a ovulação as células da granulosa, da teca interna do folículo que ovulou se
reorganizam e formam uma glândula endócrina temporária chamada corpo lúteo,
situado na camada cortical do ovário.
• Embora as células da granulosa não se
dividam depois da ovulação, elas aumentam
de tamanho, e compõem cerca de 80% do
parênquima do corpo lúteo e passam a ser
chamadas células da granulosa-luteínicas,
com características de células secretoras de
esteroides, que antes secretavam proteínas.
As células da teca interna também formam o
corpo lúteo, originando as células teca-
luteínicas. São semelhantes às CGL porem
menores. O corpo lúteo é muito
vascularizado – pela presença de tecido
conjuntivo.
• A reorganização do folículo ovulado e o
desenvolvimento do corpo lúteo são
estimulados pelo LH liberado antes da
ovulação. Ainda sob o efeito do LH as
células começam a secretar progesterona e
estrógenos.
• O destino do corpo lúteo depende dos estímulos que ele recebe após a sua formação,
pelo estimulo inicial de LH que levou a ovulação, ele é programado para secretar por 12
dias. Se não houver estimulo adicional, suas células degeneram e ele morre – quando
não ocorre gravidez.
• Assim com a morte do corpo lúteo, cai o nível de
progesterona e estrógeno no sangue, cai o nível de
LH e ocorre a descamação de parte da mucosa
uterina.
• Em altos níveis de estrógeno não ocorre à
liberação de FSH, porem com a degeneração do
corpo lúteo, e diminuição de estrógeno, ocorre à
liberação de FSH, e estimula o crescimento de
outro grupo de folículos, iniciando o novo ciclo.
• O corpo lúteo que dura somente no ciclo
menstrual é chamado corpo lúteo de
menstruação. Seus restos são fagocitados
pelos macrófagos, e fibroblastos envolvem a
área produzindo uma cicatriz de tecido
conjuntivo denso chamada de corpo albicans.
Gravidez
• Se ocorrer a gravidez, o útero não pode descamar, senão resultará num aborto, então,
assim que ocorre a implantação do embrião, as células trofoblásticas começam a
produzir gonadotropina coriônica humana (HCG), que atua como o LH, estimulando
o corpo lúteo a produzir estrógeno e progesterona. O HCG resgata o corpo lúteo da
degeneração, causando crescimento adicional desta glândula para que ela libere mais
progesterona, que auxilia na manutenção da mucosa uterina e secreção de nutrientes
para o embrião até que a placenta se torne funcional. Este corpo lúteo estimulado pelo
embrião é chamado corpo lúteo gravídico, e persiste por 4-5 meses e em seguida
degenera e é substituído por um corpo albicans muito maior do que o menstrual.
Pergunta chata: Por que mulheres não formam gametas?
Pois o gameta feminino só é completamente formado, quando sofre a fecundação
antes disso é somente um ovócito secundário estacionado em metáfase.
3. Fecundação
Após a liberação dos ovócitos e dos espermatozoides eles podem morrer dentro de minutos
ou horas, ao menos que se encontrem e se fundam no processo de fecundação. Por meio da
fecundação o ovócito é ativado para iniciar seu programa de desenvolvimento, os núcleos
haploides ou pró-núcleos dos gametas se unem para formar um único núcleo diploide.
Os espermatozoides, como vimos, somente se tornam capazes de fecundar o ovócito,
quando passam pelo organismo feminino. Dos 300 milhões ejaculados somente cerca de
200 alcançam o oviduto, uma vez que encontre o ovócito, ele deve migrar através das
células da granulosa, ligar-se e atravessar a zona pelúcida e finalmente fundir-se a
membrana plasmática do ovócito.
A capacitação do espermatozoide para executar essas fases leva cerca de 5 a 6 horas nos
humanos, ele sofre alterações bioquímicas e funcionais, incluindo alterações nas
glicoproteínas, lipídeos e canais iônicos da membrana plasmática, o potencial de membrana
do espermatozoide deve se tornar muito negativo para sua membrana ficar hiperpolarizada.
Além da modificação de proteínas e exposição dos receptores de superfície celular que se
ligarão a zona pelúcida. A capacitação resume-se em aumento da motilidade do flagelo e
exposição de ligantes para sofrer a reação de acrossomo.
Depois de capacitados os espermatozoides ligam-se a zona pelúcida e sofrem uma reação
acrossômica.
Quando liberados os ovócitos seguem para o oviduto – tubas uterinas, onde vão encontrar
os espermatozoides, alguns pesquisadores acreditam que além de guiar o ovócito para a tuba
uterina as células da granulosa emitem sinais químicos que atraem os espermatozoides.
Assim que o espermatozoide consegue encontrar o ovócito ele precisa penetrar as camadas
de células da granulosa, utilizando uma enzima hialuronidase presente na superfície, ele vai
rompendo as camadas até alcançar zona pelúcida. A zona pelúcida é uma importante
barreira à fecundação entre espécies, pois suas enzimas específicas são programadas para
reconhecer os substratos dos espermatozoides de sua espécie, quando removida essa
barreira um espermatozoide qualquer pode fecundar esse ovócito. A zona pelúcida é
composta principalmente por 3 proteínas ZP2 E ZP3 organizadas em longos filamentos e
ZP1 que faz ligações entrecruzadas dos filamentos formando uma rede tridimensional.
A zona pelúcida é responsável pela indução do espermatozoide à reação acrossômica, no
qual o conteúdo do acrossomo é liberado por exocitose. Essa reação é necessária à
fecundação normal, pois expõe varias enzimas hidrolíticas que ajudam o espermatozoide a
abrir o túnel pela zona pelúcida, essa liberação altera a superfície do espermatozoide de
modo que possa se ligar e se fundir a membrana plasmática do ovócito.
O mecanismo de fusão espermatozoide-ovócito ainda é desconhecido.
Mas após um espermatozoide sofrer a reação acrossômica e penetrar na zona pelúcida, ele
liga-se à membrana plasmática do ovócito, inclinando-se sobre as extremidades das
microvilosidades na superfície do gameta feminino, inicialmente ele se liga por sua
extremidade anterior, depois por sua porção lateral, rapidamente as vilosidades vizinhas da
superfície do ovócito se alongam e se agrupam em volta do espermatozoide para assegurar
que este seja aderido de forma firme até que possa se fundir ao ovócito. Depois da fusão
todos os componentes à exceção da calda do espermatozoide são atraídos para dentro do
ovócito, à medida que as vilosidades vão se retraindo.
O mecanismo de ligação do espermatozoide – ovócito é desconhecido, sabe-se somente que
eles são mediados por algumas proteínas especificas localizadas na membrana de ambos.
A fusão com o espermatozoide ativa o ovócito, fazendo os grânulos corticais liberarem seu
conteúdo por exocitose, processo chamado reação cortical. Assim a meiose estacionada em
metáfase II se conclui e é liberado o segundo corpúsculo polar e um zigoto.
Um aumento de cálcio no citoplasma do ovócito fecundado é que desencadeia todos esses
processos. Esse aumento é derivado da fusão do espermatozoide ao ovócito, que leva a um
feedback positivo, QUANTO MAIS CALCIO NO CITOPLASMA, mais canais de cálcio se
abrem.
A entrada de cálcio então resulta na: reativação da meiose ativa o metabolismo do ovócito,
desencadeia reação cortical.
Mecanismos de bloqueio de dupla fecundação.
Embora muitos espermatozoides possam se ligar ao ovócito, somente um funde sua
membrana plasmática ao ovócito e injeta seu próprio citoplasma. Se mais de um
espermatozoide se fundir, tem-se a situação de polispermia – incompatível com a vida.
Existem dois mecanismos que impedem a ligação e fusão de outros espermatozoides.
Despolarização da membrana (bloqueio rápido): em ouriços do mar ocorre uma
despolarização rápida da membrana que repele os outros espermatozoides de se
aproximarem, em mamíferos o mecanismo é desconhecido.
Reação Cortical do ovócito (bloqueio lento): essa reação leva a liberação de varias
enzimas, que alteram a estrutura da zona pelúcida, quebrando a barreira especifica e
impedindo que os espermatozoides a reconheçam para se ligarem. A alteração se trata da
inativação da ZP3 – responsável pelo estimulo da reação acrossômica, e destruição da ZP2
tornando a zona pelúcida irreconhecível.
Uma vez fecundado o ovócito é chamado de zigoto, no entanto a fecundação só estará
completa quando ocorrer à fusão dos dois núcleos haploides (pró-núcleos). Esse processo de
fecundação é antecedido por uma aproximação dos núcleos, até que a membrana nuclear
seja rompida.
O espermatozoide contribui com o material genético e os centríolos (organelas ausentes no
ovócito).
A cauda do espermatozoide não entra no ovócito.
Após a fusão dos pró-núcleos ocorre a primeira divisão MITOTICA do zigoto, gerando 2
blastômeros:
A fertilização leva a restauração do numero diploide de cromossomos (pela união de duas
células haploides), determinação das características genéticas do novo ser (pela fusão do
material genético de duas células de duas pessoas diferentes), inicio da clivagem (que são as
repetidas divisões mitóticas a partir do zigoto que darão origem ao novo ser).
Os problemas de fecundação que podem ocorrer podem ser:
• Falta de resposta do ovócito ao espermatozoide, não ocorrendo à inibição de
polispermia.
• Má formação dos espermatozoides: duas cabeças, falta de motilidade, cauda enrolada,
acrossomo pequeno, diploidia, duas caudas, e etc.
4. Segmentação e Implantação
Como vimos a fertilização:
• Estimula o ovócito secundário a completar a segunda divisão meiótica, produzindo o
segundo corpo polar.
• Restaura o numero diploide normal de cromossomos no zigoto.
• Resulta na variação da espécie humana através do embaralhamento dos cromossomos
maternos e paternos.
• Determina o sexo cromossômico do embrião; espermatozoide X produz embrião
feminino, e um Y produz um embrião masculino.
• Causa ativação do ovócito, que inicia a clivagem divisão celular do zigoto.
O zigoto é geneticamente único, pois metade de seus cromossomos vem da mãe e metade do
pai, portanto o zigoto contem uma nova combinação. Este mecanismo forma a base da herança
de ambos os genitores e da variação na espécie humana.
RESUMO DO CICLO OVARIANO – com fertilização
Primeira Semana de Desenvolvimento
Clivagem do zigoto
Consistem em repetidas divisões mitóticas do zigoto, que leva ao rápido aumento do numero de
células – blastômeros – que se tornam menores a cada divisão da clivagem (não ocorre a fase
G1 e G2 por isso não tem aumento celular). A divisão é 2n sendo a primeira 2 blastômeros � 4
blastômeros � 8 blastômeros... e etc. A clivagem ocorre enquanto o zigoto avança pela tuba
uterina em direção ao útero, o que controla essa divisão é o MPF – fator promotor de mitose.
Durante essa fase o zigoto ainda está contido na zona pelúcida, gelatinosa e bastante espessa. –
percebida ao microscópio.
Depois do estágio de nove células, os blastômeros mudam de forma e se ajustam firmemente
uns aos outros, formando uma bola compacta de células – fenômeno conhecido como
compactação, mediado por proteínas de adesão. Essa compactação permite maior interação
célula-célula e é um pré-requisito para a segregação das células internas que formam uma massa
celular interna – embrioblasto – ainda dentro do blastocisto. De 12 a 15 blastômeros o ser
humano é denominado mórula – lembra uma amora. As células internas da mórula - a massa
celular interna – estão envolvidas por uma camada de células achatadas, que forma a camada
celular externa – TROFOBLASTO.
A mórula se forma 3 dias após a fertilização, no momento em que o zigoto penetra na camada
uterina.
Formação do Blastocisto
Pouco depois de a mórula entrar no útero o fluido da cavidade uterina passa através da zona
pelúcida, formando um espaço cheio de fluido – cavidade blastocística – dentro da mórula.
Com o aumento do fluido dentro da cavidade blastocística, os blastômeros se separam em duas
partes:
• O trofoblasto (trofo – nutrição), uma fina camada externa de células, que dá origem à
parte embrionária da placenta.
• A massa celular interna, um grupo de blastômeros localizados centralmente, dá
origem ao embrião; como é primórdio deste, a massa celular interna é chamada
embrioblasto.
Nesse estágio de desenvolvimento o zigoto é chamado blastocisto. Depois de o blastocisto ter
flutuado nas secreções uterinas por cerca de 2 dias, a zona pelúcida se degenera e desaparece –
ECLOSÃO DO BLASTOCISTO. Com a descamação da zona pelúcida o blastocisto aumenta
rapidamente de tamanho, pois nutre-se com maior facilidade das secreções uterinas.
Cerca de 6 dias após a fertilização, o blastocisto se prende ao epitélio do endométrio, o lado
adjacente à massa celular interna. Assim que ele se prende ao endométrio o trofoblasto começa
a se proliferar com rapidez e se diferencia em duas camadas:
• Citotrofoblasto: (trofoblasto celular), a camada mais interna de células.
• Siciciotroblasto: (trofoblasto sincicial), a camada sincicial externa, constituída por uma
massa protoplasmática multinucleada formada pela fusão de células, não é possível
observar limites celulares no sinciciotrofoblasto.
Os prolongamentos digitiformes (em forma de dedos) do sinciciotrofoblasto estendem-se
através do epitélio do endométrio e invadem o tecido conjuntivo do endométrio (estroma). Ao
fim da primeira semana, o blastocisto está implantado superficialmente na camada compacta do
endométrio e nutre-se dos tecidos maternos erodidos (a invasão erode tecidos maternos,
rompendo vasos que nutrem o embrião).
O sinciciotrofoblasto expande-se com rapidez do lado adjacente a massa celular interna – polo
embrionário.
• Para que ele consiga invadir e penetrar o blastocisto no endométrio, o
sinciciotrofoblasto precisa produzir enzimas proteolíticas que fazem a erosão dos
tecidos maternos.
Por volta do sétimo dia, uma cama de células cuboides, o hipoblasto (endoderma primitivo),
aparece na superfície da massa celular interna voltada para a cavidade blastocística.
Segunda Semana de Desenvolvimento
A implantação do blastocisto, como vimos, começa no fim da primeira semana e termina no fim
da segunda semana. O sinciciotrofoblasto, ativamente erosivo, invade o estroma endometrial,
que sustenta os capilares e as glândulas. Enquanto isto, o blastocisto penetra lentamente no
endométrio – puxado. O blastocisto implanta-se na camada endometrial por seu polo
embrionário – local da massa celular interna. Facilitado pelas enzimas proteolíticas produzidas
pelo sinciciotrofoblasto.
As células do estroma (tecido conjuntivo do endométrio) em torno do local da implantação
acumulam glicogênio e lipídios e assumem um aspecto poliédrico. Algumas destas novas
células - chamadas células da decídua - degeneram suas adjacências facilitando a penetração.
O sinciciotrofoblasto captura essas células em degeneração, criando uma rica fonte para a
nutrição do embrião.
Durante a invasão o sinciciotrofoblasto começa a produzir um hormônio, a gonadotropina
coriônica humana (HCG), esse hormônio mantem a atividade endócrina do corpo lúteo durante
a gravidez e constitui a base dos testes de gravidez.
Formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e do saco vitelino.
Com o avanço da implantação do blastocisto,
aparece uma pequena cavidade na massa
celular interna, que é o primórdio da
cavidade amniótica. Assim as células
amniogênicas (formadores do âmnio –
cavidade amniótica), denominadas
amnioblastos, se separam do epiblasto e se
organizam formando uma membrana fina o
âmnio, que envolve a cavidade amniótica.
Ao mesmo tempo, ocorrem transformações
morfológicas na massa celular interna
(embrioblasto), que resultam na formação de
uma placa bilaminar, achatada e quase
circular de células chamada de disco
embrionário – com duas camadas:
• Epiblasto, camada mais espessa, constituída por células colunares altas voltadas para a
cavidade amniótica.
• Hipoblasto, ou endoderma primitivo, constituído por pequenas células cuboides
adjacentes à cavidade blastocística.
O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica, continuando-se na periferia com o âmnio.
Já o hipoblasto forma o teto da cavidade exocelômica e continua-se com a fina parede desta
cavidade.
As células que miraram do hipoblasto para
formar a membrana exocelômica envolvem
a cavidade blastocística e revestem a
superfície interna do Citotrofoblasto.
A cavidade blastocística é agora
denominada cavidade exocelômica.
A membrana e a cavidade exocelômicas logo
se modificam formando – saco vitelino
primitivo .
Assim o disco embrionário fica entre a cavidade amniótica e o saco vitelino primitivo.
As células do endoderma do saco vitelino dão origem a uma camada de tecido conjuntivo
frouxo chamada de mesoderma extraembrionário – FORA DO EMBRIÃO, que envolve o
âmnio e o saco vitelino.
Durante a formação dessas estruturas (âmnio, disco embrionário e saco vitelino) aparecem no
sinciciotrofoblasto cavidades isoladas chamadas – lacunas.
Essas lacunas se enchem de uma mistura de sangue materno + secreções glandulares uterinas.
A comunicação dos vasos uterinos erodidos com as lacunas representa o inicio as circulação
uteroplacentária. Quando o sangue materno flui para as lacunas carrega oxigênio e nutrientes
que se tornam disponíveis para os tecidos extraembrionários do sinciciotrofoblasto. É
estabelecida então uma circulação de sangue primitiva. Sangue oxigenado proveniente das
artérias chega às lacunas e o sangue desoxigenado é removido delas pelas veias endometriais.
Com 10 dias o blastocisto já penetrou completamente no endométrio, durante cerca de 2 dias há
uma falha no epitélio do endométrio (formada pela invasão do blastocisto), que é preenchida por
um tampão, um coágulo-fibrinoso de sangue. No dia 12, então, o epitélio uterino completamente
regenerado cobre este tampão. Com a
implantação do concepto (blastocisto), as
células do tecido conjuntivo do endométrio
sofrem uma transformação chamada reação
decidual.
Depois de ficarem intumescidas pelo acúmulo
de glicogênio e lipídio no citoplasma passam a
ser chamadas células da decídua. A função
da reação decidual é criar um local
imunologicamente privilegiado.
Com 12 dias as lacunas adjacentes do
sinciciotrofoblasto já se fundiram, formando
redes de lacunas, conferem ao sincício um aspecto semelhante a uma esponja.
As lacunas mais próximas ao polo embrionário constituem os primórdios do espaço interviloso
da placenta. Os capilares do endométrio em torno do embrião implantado se tornam congestos e
dilatados para formar sinusóides – que são
vasos maiores que os capilares comuns. O
sincício erode os sinusóides e o sangue
materno flui para as redes de lacunas.
À medida que ocorrem mudanças no
trofoblasto e no endométrio, o mesoderma
extraembrionário aumenta e espaços isolados
aparecem dentro dele. Rapidamente esses
espaços se fundem formando uma grande
cavidade isolada, o celoma extraembrionário.
Esta cavidade cheia de fluido envolve o
âmnio e o saco vitelino, exceto onde eles
estão aderidos ao córion através do pedículo
do embrião. Com a formação do celoma
extraembrionário, o saco vitelino primitivo
diminui de tamanho e forma-se o saco
vitelino secundário (definitivo), menor.
Este saco menor é formado por células do
endoderma extraembrionário provenientes
do hipoblasto do disco embrionário, que
migram para o saco vitelino primitivo.
Durante a formação do saco vitelino
secundário, grande parte do saco
vitelino primitivo é descartada. O saco
vitelino contem fluido, mas não
contém vitelo. Ele pode desempenhar
um papel na transferência seletiva de
nutrientes para o disco embrionário. O
trofoblasto absorve fluido nutritivo
das redes lacunares do
sinciciotrofoblasto, que é transferido
para o embrião.
Desenvolvimento do saco coriônico
O fim da segunda semana caracteriza-se pelo aparecimento das vilosidades coriônicas
primárias . A proliferação de células do Citotrofoblasto produz extensões celulares que
penetram no sinciciotrofoblasto superposto. Acredita-se que o crescimento dessas extensões é
induzido pelo mesoderma somático extraembrionário subjacente. As projeções de células
formam as vilosidades coriônicas primárias, primeiro estágio do desenvolvimento das
vilosidades coriônicas da placenta.
O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas:
• Mesoderma somático extraembrionário, forra o trofoblasto e reveste o âmnio.
• Mesoderma esplâncnico extraembrionário, que envolve o saco vitelino.
O mesoderma somático extraembrionário e as
duas camadas do trofoblasto constituem o
córion. O córion forma a parede do saco
coriônico (saco da gestação), dentro do qual o
embrião e os sacos amniótico e vitelino estão
suspensos pelo pedículo do embrião. O celoma
extraembrionário é a cavidade coriônica. O
saco amniótico (com o epiblasto do embrião
formando o assoalho) e o saco vitelino (com o
hipoblasto formando o teto) são análogo a dois
balões comprimidos um contra o outro (local
do disco do embrião) e suspensos por um
cordão (pedículo do embrião) do lado interno
de um balão maior (saco coriônico).
O embrião de 14 dias ainda tem a forma de um
disco embrionário bilaminar, mas, em uma área
localizada, as células endodérmicas são colunares
e formam uma área circular espessada denominada
placa precordal (procordal). Esta placa indica o
futuro local da boca e de um importante
organizados da região da cabeça.
Locais de implantação
A implantação do blastocisto começa no fim da primeira semana e, usualmente ocorre no
endométrio do útero, geralmente na parte superior do corpo do útero, com uma frequência um
pouco maior na parede posterior do que na anterior.
Janela de Implantação
Para que a implantação ocorra sem problemas o blastocisto passa por 4 fases:
• Aproximação
• Ancoragem
Para que ocorram as duas primeiras fases é necessário que o epitélio do endométrio e o
blastocisto estejam em perfeita sincronia. O diálogo entre o blastocisto e o endométrio envolve:
fatores de crescimento, hormônios, moléculas de adesão, enzimas proteolíticas e inibidores.
O epitélio do endométrio estimulado por progesterona e estrógeno se modifica, como vimos
anteriormente, essas modificações são:
Progesterona – pinopódios – que são aquelas células digitiformes que vão prender o blastocisto
ao endométrio.
.
Estrógeno – decidualização – que vão formar as células da decídua, através de remodelação de
matriz extracelular e diferenciação celular.
Essas modificações tornam o epitélio receptivo ao embrião essa prontidão é chama de janela de
implantação
• Adesão
• Invasão – a etapa de invasão já foi descrita anteriormente
Para que ocorra a adesão é necessário que as proteínas de membrana do blastocisto, reconheçam
as proteínas de membrana do endométrio e assim se liguem, essas sequencias é muito
especifica, e esse é o grande impasse da reprodução assistida, os pesquisadores ainda não
identificaram quais são essas proteínas e qual é a sequencia.
Porem em alguns casos pode implantar na tuba uterina – tendo que ser retirado, pois é inviável e
mata a mãe e o bebe, já que a epiderme da tuba não é flexível. E também pode ocorrer
implantação extrauterina, quando implanta no intestino, no fígado e etc. Esse tipo de gravidez é
de risco, e em muitos casos ocorre aborto, quando morrer é necessário fazer um procedimento
cirúrgico.
Porém é importante lembrar que para que haja implantação deve ocorrer todas as etapas acima,
e essas proteínas de membrana – estimuladas pela gonadotropina da corrente sanguínea, podem
ser expressadas em qualquer tecido, por isso ocorre essa implantação extra uterina.
Terceira Semana
Gastrulação é o processo pelo qual o disco embrionário bilaminar é convertido em disco
embrionário trilaminar. – Inicio da morfogênese ** principal evento da terceira semana.
Inicia-se com a formação da linha primitiva na superfície do epiblasto do disco embrionário.
Cada uma das três camadas do disco embrionário dará origem a determinados órgãos:
• Ectoderma: dará origem a epiderme, ao sistema nervoso central e periférico e a outras
estruturas.
• Endoderma é a fonte dos revestimentos epiteliais das passagens respiratórias e do trato
gastrintestinal, incluindo glândulas deste trato e as células glandulares dos órgãos
associado como fígado e pâncreas.
• Mesoderma: dará origem às camadas musculares lisas, aos tecidos conjuntivos e aos
vasos associados aos tecidos e órgãos; o mesoderma também formará o sistema
cardiovascular, fonte de células sanguíneas e da medula óssea, esqueleto, músculos
estriados e dos órgãos reprodutores e excretores.
A Gastrulação enquadra: formação da linha primitiva, das camadas primitivas, da placa
precordal e da notocorda.
Durante esse período o embrião passa de blastocisto para gástrula.
Linha Primitiva
O aparecimento da linha primitiva na
extremidade caudal do embrião constitui
o primeiro sinal da Gastrulação. No
inicio da terceira semana, aparece o
epiblasto, no plano mediano do aspecto
dorsal do disco embrionário, forma uma
opacidade formada por uma faixa linear
espessada, conhecida como linha
primitiva. Que é o resultado da
proliferação e migração de células do
epiblasto para o plano mediano do disco embrionário.
A linha primitiva se alonga pela adição de
células a sua extremidade cauda, e a
extremidade cefálica prolifera formando o nó
primitivo.
Ao mesmo tempo, forma-se na linha primitiva,
um sulco estreito, o sulco primitivo, que se
continua com uma pequena depressão no nó
primitivo, a fosseta primitiva.
Com o aparecimento da linha primitiva é
possível identificar o eixo cefalocaudal, as
extremidades cefálica e caudal, as superfícies dorsal e ventral e os lados direito e esquerdo do
embrião. O sulco e a fosseta primitivos resultam da invaginação (movimento para dentro) de
células do epiblasto.
Pouco depois do aparecimento da linha primitiva células saem de sua superfície profunda e
formam uma rede frouxa de tecido conjuntivo – chamada mesoblasto ou mesênquima.
Essa cama forma os tecidos de sustentação do embrião, a maior parte dos tecidos conjuntivos do
corpo e os componentes do estroma das glândulas. Parte desse mesênquima forma uma camada
denominada mesoderma intraembrionário.
Algumas células do epiblasto da linha primitiva também deslocam o hipoblasto e formam o
endoderma intraembrionário (dentro do embrião), no teto do saco vitelino. E as células que
permanecem no epiblasto formam o ectoderma intraembrionário.
Resumindo as células do epiblasto dão origem às três camadas germinativas do embrião, que
constituem os primórdios de todos os tecidos e órgãos.
A linha primitiva forma ativamente o mesoderma até o inicio da quarta semana, depois, a
produção de mesoderma torna-se mais lenta, a linha primitiva diminui de tamanho relativo, e
torna-se uma estrutura insignificante, degenera e desaparece ao fim da quarta semana.
Processo Notocordal e Notocorda
Algumas células mesenquimais migram do nó e
da fosseta primitivos em direção cefálica,
formando um cordão celular mediano, o
processo notocordal. Esse processo forma uma
luz e passa a ser chamado de canal da
notocorda. O processo notocordal cresce
cefalicamente, entre o ectoderma e o
endoderma, até alcançar a placa precordal,
uma pequena área circular de células
endodérmicas colunares. O processo notocordal,
que se assemelha a um bastão, não pode
ultrapassar a placa precordal, pois esta se
encontra firmemente aderida ao ectoderma
sobrejacente. Estas camadas fundidas formam a
membrana bucofaríngea, localizada no futuro local da cavidade oral (boca).
Algumas células mesenquimais
provenientes da linha primitiva e do
processo notocordal migram lateral e
cefalicamente entre o ectoderma e o
mesoderma, até alcançarem as bordas do
disco embrionário. Lá, estas células são
continuas com o mesoderma
extraembrionário, que cobre o âmnio e o
saco vitelino. Este mesoderma
extraembrionário deriva do endoderma do
saco vitelino.
Algumas células da linha primitiva
migram cefálica e lateralmente ao
processo notocordal e contornam a
placa precordal, onde elas se
encontram cefalicamente, formando o
mesoderma cardiogênico da área
cardiogênica, onde o primórdio do
coração começa a se formar no final
da terceira semana.
Caudalmente à linha primitiva há uma
área circular – membrana cloacal –
que indica o futuro local do ânus.
O disco embrionário permanece bilaminar
neste local e na membrana bucofaríngea,
porque o ectoderma e o endoderma do
embrião estão fundidos, o que impede,
desta maneira, a migração de células
mesenquimais entre eles. No meio da
terceira semana, o mesoderma
intraembrionário se separa do ectoderma e
do endoderma em todos os lugares,
exceto:
• Na membrana bucofaríngea, cefalicamente.
• No plano mediano cefálico ao nó primitivo, onde se localiza o processo notocordal.
• Na membrana cloacal, Caudalmente.
A notocorda é um bastão celular que se forma pela transformação do processo notocordal. A
notocorda:
• Define o eixo primitivo do embrião, dando-lhe certa rigidez;
• Serve de base para a formação do esqueleto axial (ossos da cabeça e coluna vertebral)
• Indica o futuro local dos corpos vertebrais.
A notocorda é uma estrutura complexa em torno da qual se forma a coluna vertebral. Ela se
estende da membrana bucofaríngea ao nó primitivo. Assim que se formam as vertebras a
notocorda degenera e desaparece, mas
persiste como o núcleo pulposo dos discos
intervertebrais.
Ela funciona também como propulsor de
diferenciação celular, ela faz como que
células não especializadas do embrião
formem os órgãos.
A notocorda durante seu desenvolvimento
induz o ectoderma a se espessar e formar
a placa neural, um primórdio do sistema
nervoso central.
Alantoide
A alantoide aparece, por volta do dia, como um pequeno divertículo (evaginação – vilosidade)
em forma de salsicha proveniente da parede caudal do saco vitelino, que se estende pelo
pedículo do embrião. Nos embriões de repteis, pássaros e alguns mamíferos, a alantoide é uma
estrutura com função respiratória e/ou age como um reservatório de urina, durante a vida
embrionária. Nos embriões humanos, a alantoide permanece muito pequena, pois, a placenta e o
saco amniótico assumem suas funções. Assim nos humanos a alantoide esta envolvida na
formação inicial do sangue e está associada ao desenvolvimento da bexiga. Com o crescimento
da bexiga, a alantoide transforma-se no úraco, representado no adulto, pelo ligamento umbilical
mediano. Os vasos sanguíneos da alantoide tornam-se artérias e veias umbilicais.
Neurulação: formação do tubo neural.
A neurulação é constituída pelos processos envolvidos na formação da placa neural e das pregas
neurais, e o fechamento das pregas levando a formação do tubo neural. Estes processos
terminam no fim da quarta semana, quando ocorre o fechamento do neuróporo caudal posterior.
Durante a neurulação, o embrião denominado nêurula.
Placa Neural e Tubo neural
Com o desenvolvimento da notocorda, o ectoderma do embrião que a recobre se espessa,
formando uma placa alongada, em forma de chinelo, constituída de células neuroepiteliais
espessadas, chamada de placa neural. A formação da placa neural é induzida pela notocorda
em desenvolvimento. O ectoderma da placa neural (neuroectoderma) dá origem ao sistema
nervoso central – encéfalo e medula espinhal, e outras estruturas como a retina. Inicialmente a
placa neural tem o mesmo comprimento que a notocorda, e ela surge cefalicamente ao nó
primitivo e dorsalmente à notocorda e ao mesoderma adjacente a esta.
Com o alongamento da notocorda, a placa neural se alarga, avança em direção cefálica e acaba
chegando até a membrana bucofaríngea. Eventualmente, a placa neural, ultrapassa a notocorda.
Próximo ao dia 18, a placa neural se invagina (se enverga pra baixo, formando uma bundinha)
ao longo de seu eixo central, formando o sulco neural, mediano, longitudinal, com pregas
neurais de cada lado.
As pregas neurais tornam-se muito salientes na extremidade cefálica do embrião e constituem
os primeiro sinais do desenvolvimento do encéfalo. Por volta do fim da terceira semana as
pregas neurais começam a se fundir e convertem a placa neural no tubo neural.
O tubo neural logo se separa do ectoderma da superfície. As bordas livres do ectoderma se
fundem de modo a tornar esta camada continua sobre o tubo neural e o dorso do embrião.
Assim que se torna continua a ectoderma se diferencia, formando a epiderme da pele.
• Formação da crista neural
Durante a fusão das pregas neurais, o que forma o tubo neural, algumas células
neuroectodérmicas, disposta ao longo da crista de cada prega neural, perdem sua afinidade
epitelial e suas ligações com as células vizinhas. Com a separação do tubo neural do ectoderma
da superfície, as células da crista neural migram dorsolateralmente de ambos os lados do tubo
neural. Assim elas formam uma massa achatada, irregular, a crista neural, situada entre o tubo
neural e o ectoderma sobrejacente.
A crista neural se separa em duas partes direita e esquerda, que migram para os aspectos
dorsolaterais do tubo neural.
As células da crista neural dão origem aos gânglios espinhais (gânglios das raízes dorsais) e aos
gânglios do sistema nervoso autônomo, formam as bainhas dos nervos periféricos, meninges
(que recobrem o encéfalo) e a medula espinhal.
Recapitulando RAPIDAMENTE