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7 Mensagem do Relator A Academia de Medicina de Brasília traz à apreciação de seus caros confrades o segundo volume de seus Anais, cujo núcleo é composto pela série de palestras patrocinadas pela AMeB ao longo do biênio 2010-2012. Essas palestras refletem a preocupação de sua Diretoria em promover e divulgar as atividades da nossa Academia “relacionadas direta ou indiretamente ao exercício da profissão médica”. No texto inicial, Pensamento de um Acadêmico, a Acadê- mica Lucimar Coser revela sua visão bastante abrangente do papel que deve ser representado pela Academia de Medicina de Brasília, orientada para a “busca de evidências científicas que influenciem as políticas de saúde, incentivem a disseminação de melhores práticas médicas e aumentem a conscientização dos determinantes sociais da saúde no Distrito Federal”. Sua opinião é secundada pela do Acadêmico Iphis Campbell, exposta em Choque do Futuro, em que o confrade compara o atual clima de efervescência da AMeB com aquele vivido “nas reuniões do programa de integração docente assistencial, que associava os docentes da UnB aos médicos assistentes”, nos idos dos anos 1960. A opinião do Acadêmico Jair Evangelista da Rocha, ex- pressa em Academias, Ensino e Assistência Médica no Brasil encerra a primeira parte dos Anais. Seguem-se as palestras proferidas no segundo semestre de 2010, nas quais se manifestaram as preocupações profissio- nais dos futuros médicos, expressas nos textos dos represen-

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mensagem do relator 7 ACADEMIA DE MEDICINA DE BRASÍLIA 8 9 AnAis • Ano I • Volume II 10 ACADEMIA DE MEDICINA DE BRASÍLIA

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mensagem do relator

A Academia de Medicina de Brasília traz à apreciação de seus caros confrades o segundo volume de seus Anais,

cujo núcleo é composto pela série de palestras patrocinadas pela AMeB ao longo do biênio 2010-2012. Essas palestras refletem a preocupação de sua Diretoria em promover e divulgar as atividades da nossa Academia “relacionadas direta ou indiretamente ao exercício da profissão médica”.

No texto inicial, Pensamento de um Acadêmico, a Acadê-mica Lucimar Coser revela sua visão bastante abrangente do papel que deve ser representado pela Academia de Medicina de Brasília, orientada para a “busca de evidências científicas que influenciem as políticas de saúde, incentivem a disseminação de melhores práticas médicas e aumentem a conscientização dos determinantes sociais da saúde no Distrito Federal”. Sua opinião é secundada pela do Acadêmico Iphis Campbell, exposta em Choque do Futuro, em que o confrade compara o atual clima de efervescência da AMeB com aquele vivido “nas reuniões do programa de integração docente assistencial, que associava os docentes da UnB aos médicos assistentes”, nos idos dos anos 1960. A opinião do Acadêmico Jair Evangelista da Rocha, ex-pressa em Academias, Ensino e Assistência Médica no Brasil encerra a primeira parte dos Anais.

Seguem-se as palestras proferidas no segundo semestre de 2010, nas quais se manifestaram as preocupações profissio-nais dos futuros médicos, expressas nos textos dos represen-

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tantes das três maiores faculdades do Distrito Federal (Pablo Kokay – UnB, Rafael Vinhal da Costa – ESCS e Fernando Erik Damasceno – Católica) e as medidas tomadas pelas autorida-des governamentais (Doutora Maria do Patrocínio Tenório Nu-nes – Secretária-Executiva da Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação), no intuito de assegurar aos recém-formados uma especialização de boa qualidade. Nelas, fica evidente tanto a intensidade das expectativas dos estudan-tes em relação à prática da atividade médica no Brasil do sé-culo XXI, quanto as dificuldades da política governamental em assegurar à população um sistema de saúde à altura de suas necessidades.

A palestra do Acadêmico Roberto Luiz D’Ávila (Academia de Medicina de Santa Catarina), versando sobre a responsabilidade do pesquisador diante da sociedade, encerrou o ano acadêmico de 2010. O atual presidente do Conselho Federal de Medicina – CFM explicitou os princípios básicos que norteiam a pesquisa médica envolvendo seres humanos, os quais se encontram regulamentados desde 1996 pelo Conselho Nacional de Saúde. Políticas de saúde, primeira palestra de 2011, foi o tema abordado pelo Acadêmico Carlos Vital Correia Lima (Academia de Medicina de Pernambuco), relatando a progressiva substituição da arte médica pela técnica, à medida que “incorporava novos paradigmas à sua prática”. Esses novos paradigmas, entre os quais se destaca o modelo predominantemente empresarial, foram acompanhados pelo aviltamento dos honorários médicos, assunto abordado pelo Acadêmico Cid Célio Carvalhaes (Academia de Medicina de São Paulo), presidente da Federação Nacional dos Médicos – FENAM. Em seu pronunciamento, o Doutor Cid Carvalhaes, também presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, considerou a necessidade da criação da

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carreira de Estado para médicos como medida fundamental à restauração de sua dignidade profissional.

O professor Edmundo Machado Ferraz (Academia de Medicina de Pernambuco), utilizou, por sua vez, a vida de Charles Darwin como fio condutor de sua palestra, enaltecendo a obra daquele pesquisador, considerado por muitos como um dos maiores da humanidade e um dos primeiros a realçar as diferenças entre fatos e questões de fé. Espaços de experiência e horizontes de expectativa foram os conceitos históricos utilizados pelo relator destes Anais, que, amparado na obra do pesquisador alemão Reinhart Koselleck, traçou um paralelo entre o passado e o futuro da Academia de Medicina de Brasília, a partir da renovação de seus quadros.

Renovação e envelhecimento foram também temas aproveitados pelo Acadêmico Renato Maia Guimarães (Academia de Medicina de Brasília), que, em sua palestra O Capital da Saúde, ressaltou a importância das escolhas individuais, ao lado da genética e das condições socioeconômicas, na expectativa de vida de cada um.

A Acadêmica Janice Magalhães Lamas (Academia de Medicina de Brasília), falando sobre a prática médica atual, analisou as controvérsias do emprego excessivo da tecnologia, sumarizando sua palestra com a afirmação de que o médico, especialmente o mais jovem, por desconhecê-la, não tem uma visão crítica dela, encontrando-se, muitas vezes, incapaz de indicar o exame mais correto para o paciente. O último palestrante do ano foi o Doutor Alexander Jorge Saliba, pediatra, homeopata e apresentador do programa de rádio Conversando sobre Saúde, que discursou sobre os aspectos positivos e negativos da Medicina atual, identificando os múltiplos fatores que impedem a Medicina de “voltar ao seu modelo original”.

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Como no primeiro volume, as palestras dos Anais da Academia de Medicina de Brasília não foram editadas, sendo algumas delas apresentadas de forma resumida, uma vez que foram proferidas sem o suporte de um texto impresso. Nesses casos, as afirmações atribuídas aos seus autores foram retiradas das atas que registram as respectivas sessões plenárias. Por fim, mas nem por isso menos importantes, foram anexados nestes Anais o Estatuto e o Regimento da AMeB, reformados em 2010.

Com a edição e lançamento deste volume, a Diretoria da AMeB acredita ter alcançado o último objetivo de seu programa de gestão para o biênio 2010-2012, confiando que a memória da Academia de Medicina de Brasília, materializada em seus Anais, certamente continuará a ser preservada pelos seus sucessores.

Com cordiais saudações acadêmicas,

Acadêmico Marcus Vinicius RamosRelator dos Anais