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® 2014 Gustavo S. C. Meireles 1
Metodologia Científica e
Tecnológica
Classificação e Métodos Científicos
Prof. M.Sc. Gustavo Meireles
® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Tipologias de pesquisa científica
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto à natureza
Pesquisa básica ou fundamental:
• Objetiva entender ou descobrir novos fenômenos;
• Gera conhecimentos básicos ou fundamentais;
• Não é reservada;
• Requer a divulgação dos conhecimentos obtidos;
• Produz artigos científicos;
• Nas engenharias, as pesquisas básicas visam:
modelar problemas teóricos;
analisar, explicar ou descrever variáveis ou parâmetros de
sistemas técnicos;
realizar ensaios e estudos sem fins imediatos.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto à natureza
Pesquisa tecnológica ou aplicada:
• Objetiva a aplicação dos conhecimentos básicos;
• Pode ou não ser reservada;
• Produz produtos, processos e patentes;
• Gera novas tecnologias e conhecimentos resultantes
do processo de pesquisa.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto à forma de abordagem do problema
Pesquisa qualitativa:
• Considera que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade
do sujeito que não pode ser traduzido em números;
• A interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa
qualitativa;
• Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto à forma de abordagem do problema
Pesquisa quantitativa:
• Considera que tudo pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações
para classificá-las e analisá-las;
• Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-
padrão, coeficiente de correlação, análise de
regressão, etc.)
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto aos objetivos
Pesquisa exploratória:
• Tem por finalidade a descoberta de teorias e práticas que
modificarão as existentes;
• Não exige grandes teorizações e, sim, a experimentação
para a coleta de dados que servirão de base para a
formulação de modelos inovadores ou explicativos.
Pesquisa descritiva:
• Tem como finalidade observar, registrar e analisar os
fenômenos ou sistemas técnicos;
• Não pode haver interferência do pesquisador que deverá
apenas descobrir a freqüência com que o fenômeno
acontece, ou como se estrutura e funciona um sistema.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto aos objetivos
Pesquisa explicativa:
• Visa ampliar generalizações, estruturar e definir
modelos teóricos;
• Exige maior investimento em síntese, teorização e
reflexão a partir do objeto em estudo;
• Nas áreas tecnológicas, há necessidade de métodos
experimentais de modelagem e simulação para a
identificação dos fenômenos para que possam ser
explicados.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto aos procedimentos
Pesquisa bibliográfica:
• Levantamento desenvolvido a partir de material jáelaborado (livros e artigos científicos), geralmente, comofundamento para outros tipos de pesquisa.
Pesquisa experimental:
• Viabiliza a descoberta de novos materiais, componentes,métodos, técnicas, etc;
• Representa o procedimento mais utilizado para aprodução de tecnologia, sendo que as inovações sãooriginadas principalmente a partir de ensaios e estudosdinâmicos em laboratórios;
• A prática do empirismo é a essência da pesquisaexperimental;
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto aos procedimentos
Pesquisa operacional:
• Tem por princípio a investigação de forma
sistemática e racional dos processos envolvidos na
realização de uma atividade produtiva, com a
finalidade de orientar a melhor opção para a tomada
de decisão;
• Trata, através do uso de ferramentas estatísticas e
métodos matemáticos, da otimização para a seleção
do meio mais adequado para se obter o melhor
resultado.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto aos procedimentos
Estudo de caso:
• Estudo sobre um fenômeno a partir de múltiplas
fontes de evidências em um dado contexto onde este
fenômeno se insere;
• Configura-se como uma importante ferramenta para
os pesquisadores que têm por finalidade entender
como e por que funcionam as coisas.
Levantamento:
• Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas
cujo comportamento se deseja conhecer.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto aos procedimentos
Modelagem / simulação:
• Uso de técnicas de modelagem para descrever o
funcionamento de um sistema ou parte dele ou
simular sua operação;
Pesquisa-ação:
• Abordagem concebida e realizada em estreita
associação com uma ação (intervenção) ou com a
resolução de um problema coletivo com co-
participação dos envolvidos
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Quanto ao local de realização
Pesquisa em laboratório:
• Ambiente onde tudo é controlado.
Pesquisa em campo:
• Ambiente da vida real.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Método científico
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Métodos científicos aplicados às áreas
tecnológicas:
Projeto
Modelo
Processo
Metas
Protótipo
Necessidade Problema
Avaliação
Otimização
Solução
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 15
Método indutivo
Indução é um processo mental por intermédio
do qual, partindo de dados particulares,
suficientemente constatados, infere-se uma
verdade geral ou universal não contida nas
partes examinadas;
O objetivo é obter conclusões verdadeiras a
partir de premissas verdadeiras.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 16
Método indutivo
Exemplo:
• O professor 1 é competente
• O professor 2 é competente
• O professor 3 é competente
• O professor n é competente
• Logo, (todo) professor é competente
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 17
Método indutivo
A indução realiza-se em três etapas:
• observação de fenômenos: análise dos fenômenos
para descobrir suas causas;
• descoberta da relação entre eles: aproximação dos
fenômenos para descobrir a relação constante e
existente entre eles;
• generalização da relação: a relação encontrada na
precedente é então generalizada.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 18
Método indutivo
Formas de indução:
• Formal ou completa: não induz de alguns casos, masde todos os casos de uma espécie ou de um gênero.
Os corpos A, B, C e D se aquecem
Os corpos A, B, C e D são metais
Logo, os metais se aquecem
• Incompleta ou científica: fundamenta-se na causa ouna lei que rege o fato ou fenômeno, constatada emum número significativo de casos, mas não em todos
Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano,Netuno e Plutão não têm brilho próprio.
Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano,Netuno e Plutão são planetas.
Os planetas não têm brilho próprio
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 19
Método dedutivo
A dedução é o raciocínio que caminha do geral
para o particular e tem como ponto de partida
premissas auto-evidentes;
Diferenças entre argumentos dedutivos e
indutivos:
Dedutivos Indutivos
Se todas as premissas são
verdadeiras, a conclusão deve ser
verdadeira;
Se todas as premissas são
verdadeiras, a conclusão é
provavelmente verdadeira, mas não
necessariamente verdadeira
Toda a informação do conteúdo dos
fatos da conclusão já estava pelo
menos implicitamente nas premissas
A conclusão encerra informações
que não estavam implicitamente nas
premissas
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 20
Método dedutivo
Exemplo:
Todo mamífero tem um coração
Ora, todos os cães são mamíferos
Logo, todos os cães têm um coração
Todos os cães que foram observados tinham um
coração
Logo, todos os cães têm um coração
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 21
Método hipotético-dedutivo
Etapas do método segundo Popper:
• Momentos no processo investigatório:
Problema: surge em geral de conflitos ante expectativas e
teorias existentes;
Solução proposta consistindo numa conjectura (nova
teoria); dedução de conseqüências na forma de
proposições passíveis de teste;
Testes de falseamento: tentativas de refutação pela
observação e experimentação.
Problemas Conjecturas Falseamento
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 22
Método hipotético-dedutivo
Etapas do método segundo Popper (cont.):
• Se a hipótese não supera os testes, estará falseada,
refutada e exige nova reformulação do problema e da
hipótese; se superar os testes, estará corroborada,
confirmada provisoriamente.
Etapas do método segundo Bunge:
• Colocação do problema:
reconhecimento dos fatos;
descoberta do problema;
formulação do problema.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 23
Método hipotético-dedutivo
Etapas do método segundo Bunge (cont.):
• Construção de um modelo teórico:
seleção dos fatores pertinentes;
invenção das hipóteses centrais e das suposições
auxiliares.
• Dedução de conseqüências particulares:
procura de suportes racionais
procura de suportes empíricos
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 24
Método hipotético-dedutivo
Etapas do método segundo Bunge (cont.):
• Teste das hipóteses:
esboço da prova;
execução da prova;
elaboração dos dados;
inferência da conclusão.
• Adição ou introdução das conclusões na teoria:
comparação das conclusões;
reajuste do modelo;
sugestões para trabalhos posteriores.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 25
Método fenomenológico
Descrição direta da experiência tal como ela é;
A realidade é construída socialmente e
entendida como o compreendido, o interpretado,
o comunicado;
A realidade não é única: existem tantas quantas
forem as suas interpretações e comunicações.
O sujeito/ator é reconhecidamente importante
no processo de construção do conhecimento.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Instrumentos de coleta de dados
A definição do instrumento de coleta de dados
dependerá dos objetivos que se pretende
alcançar com a pesquisa e do universo a ser
investigado:
• Observação científica;
• Experimentação científica;
• Análise de documentos;
• Análise de registros;
• Entrevista;
• Questionário;
• Formulário
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles 27
Observação científica
Quando se utilizam os sentidos na obtenção de
dados de determinados aspectos da realidade.
A observação científica pode ser classificada
segundo os seguintes critérios:
• Estruturação:
Assistemática: não tem planejamento e controle
previamente elaborados;
Sistemática: tem planejamento, realiza-se em condições
controladas para responder aos propósitos
preestabelecidos.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 28
Observação científica
A observação científica pode ser classificadasegundo os seguintes critérios (cont.):
• Participação do observador:
Não-participante: o pesquisador presencia o fato, mas nãoparticipa;
Participante: o pesquisador participa do fato;
• Número de observadores:
Individual: realizada por um pesquisador;
Em equipe: feita por um grupo de pessoas;
• Local de realização da técnica:
Em campo (na vida real): registro de dados à medida queocorrem;
Em laboratório: onde tudo é controlado.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Experimentação científica
É realizada mediante experiências ou ações deexperimentação por parte do pesquisador;
A experimentação científica prevê ainterferência, introdução e manipulação dascondições ambientais ou quaisquer outrosfatores pelo pesquisador, em função dasfinalidades da pesquisa;
É realizada em ambientes internos e externos.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles
Análise de documentos e Análise de
registros
Análise de documentos: envolve analisardocumentos do fenômeno estudado, tais comomanuais, normas, procedimentos, instruçõestécnicas, etc.
Análise de registros: envolve analisar arquivos edados relacionados com a dinâmica dofenômeno estudado, comumente organizadosem bancos de dados e disponibilizadosmediante sistemas de informações. Exs.:índices de produtividade, custos, perdas noprocesso, etc.
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® 2014 Gustavo S. C. Meireles 31
Entrevista
É a obtenção de informações de um
entrevistado, sobre determinado assunto ou
problema;
Pode ser:
• Padronizada ou estruturada: roteiro previamente
estabelecido;
• Despadronizada ou não-estruturada: não existe
rigidez de roteiro. Pode-se explorar mais amplamente
algumas questões.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 32
Questionário
Série ordenada de perguntas que devem ser
respondidas por escrito pelo informante;
O questionário deve ser objetivo, limitado em
extensão e estar acompanhado de instruções;
As instruções devem esclarecer o propósito de
sua aplicação, ressaltar a importância da
colaboração do informante e facilitar o
preenchimento.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 33
Questionário
As perguntas do questionário podem ser:
• Abertas: “Qual é a sua opinião?”;
• Fechadas: duas escolhas: sim ou não;
• Múltiplas escolhas: fechadas com uma série de
respostas possíveis.
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 34
Formulário
Coleção de questões e anotadas por um
entrevistador numa situação face a face com a
outra pessoa (o informante).
® 2014 Gustavo S. C. Meireles 35
Referências
JUNG, C. F. Metodologia para pesquisa &
desenvolvimento: aplicada a novas
tecnologias, produtos e processos. Rio de
Janeiro: Axcel Books, 2004