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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES
COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS
BRENDA CAROLINE COSTA DA SILVA
IRLEY DAVID FABRÍCIO DA SILVA
NÉLIO DE OLIVEIRA ARAÚJO
RAFAEL ALEXANDRE COELHO DA SILVA
PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA A ASSOCIAÇÃO DE APOIO AOS
PORTADORES DE CÂNCER ESPERANÇA E VIDA
JOÃO PESSOA
2015
2
BRENDA CAROLINE COSTA DA SILVA
IRLEY DAVID FABRÍCIO DA SILVA
NÉLIO OLIVEIRA DE ARAÚJO
RAFAEL ALEXANDRE COELHO DA SILVA
PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA A ASSOCIAÇÃO DE APOIO AOS
PORTADORES DE CÂNCER ESPERANÇA E VIDA
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
apresentado à Universidade Federal da Paraíba
como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Relações Públicas.
Orientado pelo Professor Doutor Júlio Afonso Sá
de Pinho Neto.
JOÃO PESSOA
2015
3
Catalogação da Publicação na Fonte.
Universidade Federal da Paraíba.
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA).
Silva, Brenda Caroline Costa da.
Programa de relações públicas para a associação de apoio aos
portadores de câncer Esperança e Vida / Brenda Caroline Costa da Silva;
Irley David Fabrício da Silva; Nélio de Oliveira Araújo; Rafael Alexandre
Coelho da Silva. - João Pessoa, 2015.
105f.: il.
Monografia (Graduação em Relações públicas) – Universidade Federal
da Paraíba - Centro de Comunicação, Turismo e Arte.
Orientador: Prof. Dr. Júlio Afonso Sá de Pinho Neto
1. Relações públicas. 2. Relacionamento institucional. 3.Imagem corporativa. 4. Terceiro setor I. Título.
BSE-CCHLA CDU 659.4
4
BRENDA CAROLINE COSTA DA SILVA
IRLEY DAVID FABRÍCIO DA SILVA
NÉLIO OLIVEIRA DE ARAÚJO
RAFAEL ALEXANDRE COELHO DA SILVA
PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA A ASSOCIAÇÃO DE APOIO AOS
PORTADORES DE CÂNCER ESPERANÇA E VIDA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a
Universidade Federal da Paraíba como
requisito para obtenção do título de Bacharel
em Comunicação Social com Habilitação em
Relações Públicas.
Banca examinadora:
Orientador: Nota
__________________________________________________ ________
Prof. Dr. Júlio Afonso Sá de Pinho Neto
Examinadores: Nota
___________________________________________________ ________
Profª. Ma. Andréa Karinne Albuquerque Maia
___________________________________________________ _________
Profª. Ma. Joelma da Silva Oliveira
Média: __________
João Pessoa/PB, _____ de _____________ de 2015.
5
AGRADECIMENTOS
Agradecemos, em primeiro lugar, a Deus, pois sem Ele nada disso seria possível. À
Ele devemos as nossas vidas, objetivos, sonhos e metas. Em segundo lugar, agradecemos aos
nossos pais, pelos ensinamentos, pelas advertências, pelos puxões de orelhas, pelos momentos
em que o “não ou o sim” foi preciso e importante para o nosso crescimento pessoal e
profissional. Agradecemos, sobretudo, a eles, por serem o nosso maior referencial de vida e
de exemplo, pelas abdicações em prol de um sonho maior: ver os seus filhos se formando.
Somos gratos também a todos os professores do curso de Relações Públicas que, direta
e indiretamente, contribuíram para a nossa formação profissional, em especial ao nosso
querido professor e orientador, Dr. Júlio Afonso Sá de Pinho, que colaborou
significativamente para o desenvolvimento e finalização de nosso Trabalho de Conclusão de
Curso.
Reconhecemos e agradecemos o apoio de todos da Associação Esperança e Vida,
especialmente a Jéssica, Assistente Social da ONG, que, em todos os momentos, esteve nos
auxiliando, tornando possível o nosso sonho de realizar um trabalho científico voltado para o
Terceiro Setor, pois este era um desejo comum dos integrantes da equipe que desenvolveu
este trabalho.
Por fim, agradecemos a nossa turma, 2011.1, pelos momentos compartilhados,
experiências, convivências e aprendizados ao longo do curso, em especial a Paullini Rocha,
que teve a bondade e a gentileza de contribuir para o desenvolvimento deste trabalho.
A todos, nosso muito obrigado, que todos fiquem com Deus e tenham muito sucesso.
6
RESUMO
O presente trabalho objetivou realizar, após uma série de atividades anteriores, um Programa
de Relações Públicas para a Associação Esperança e Vida, instituição que desenvolve suas
atividades na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, e que tem como foco o atendimento
às pessoas, em condições de vulneravilidade socio-econômica, que foram diagnosticadas com
a doença do câncer. Com o intuito de conhecer melhor a realidade da AEV e formular um
programa de RRPP pernitente, capaz de atender às expectativas dessa Instituição, foram
aplicados uma série de procedimentos metodológicos. Inicialmente, aplicou-se o briefing, que
visou aprofundar os conhecimentos a respeito da Associação. Em seguida, foram aplicados
questionários semi-estruturados, elaborados com perguntas abertas e fechadas, grupos focais e
entrevistas com públicos específicos, tais como voluntários e colabodores, doadores e
usuários e ainda com a equipe gestora, respectivamente. Contudo, alguns problemas, no
decorrer da pesquisa, foram enfrentados, como a resistência dos doadores para participar do
grupo focal, o que já dá indícios de problemas de relacionamento com esse público, algo já
previamente detectado em uma das hipóteses levantadas no diagnóstico. A pesquisa nos
forneceu confirmações importantes acerca das premissas inicialmente lançadas e ampliou o
nosso conhecimento a respeito da realidade da Institução, o que, seguramente, tornou-se a
principal base reflexiva para pensar em ações de Relações Públicas que fossem capazes de
contribuir, de forma eficaz, para a consecução dos objetivos da AEV. Assim, buscou-se criar
oito ações de RRPP, que foram cuidadosamente planejadas para atender aos problemas
enfrentados pela AEV, no que diz respeito à comunicação, ao relacionamento e à imagem
institucional.
Palavras-chave: Relações Públicas. Relacionamento Institucional. Imagem corporativa.
Terceiro setor.
ABSTRACT
7
This study aimed to carry out, after a series of previous activities, a Public Relations Program
for Hope Association and Life, an institution that develops its activities in the city of João
Pessoa, capital of Paraíba, which focuses on care for people, in conditions of socio-economic
vulneravilidade that foran diagnosed with the cancer disease. In order to better understand the
reality of AEV and formulate a PR pernitente program capable of anteder the expectations for
this institution, they applied a series of methodological procedures. Initially, we applied the
briefing, which aimed to deepen knowledge about the Association. Then, semi-structured
questionnaires were applied, elaborated with open and closed questions, focus groups and
interviews with specific audiences, such as volunteers and colabodores, donors and users and
with the management team, respectively. However, some problems during the research, were
faced, as donors of resistance to participate in the focus group, which already shows signs of
relationship problems with this audience, something previously detected in one of the
hypotheses raised in diagnosis. The survey provided us with important confirmations on the
premises initially launched and expanded our knowledge about the reality of the Institution,
which surely has become the primary reflective base to think of PR actions that are able to
contribute so effective in achieving the goals of AEV. Thus, it sought to create eight measures
of PR, which have been carefully designed to meet the problems faced by AEV, with regard
to communication, relationship and institutional image.
Keywords: Public Relations. Institutional relationship. Corporate image. Third sector.
LISTA DE FIGURAS
8
Figura 01 – Identidade Visual AEV........................................................................ 30
Figura 02 – Realização do grupo focal com os beneficiários .................................... 53
LISTA DE GRÁFICOS
9
Gráfico 01 – Análise geral da comunicação da AEV........................................... 39
Gráfico 02 – Análise da comunicação interna da AEV........................................ 40
Gráfico 03 – Instumentos de comunicação interna mais utilizados pelos
colaboradores.........................................................................................................
40
Gráfico 04 – Instrumentos de comunicação externa mais utilizados pelos
colaboradores..........................................................................................................
41
Gráfico 05 – Sugestões de instrumentos/veículos para a comunicação interna.... 41
Gráfico 06 – Sugestões de instrumentos/veículos para a comunicação externa... 42
Gráfico 07 – Dificuldades encontradas para desenvolvimento de atividades na
área de comunicação..............................................................................................
42
Gráfico 08 – Fatores propulsores para a comunicação na AEV........................... 43
Gráfico 09 – Ausência de envolvimento dos doadores........................................ 44
Gráfico 10 – Pontos positivos na AEV pela visão dos colaboradores.................. 44
Gráfico 11 – Pontos negativos da AEV na visão dos colaboradores.................... 45
Gráfico 12 – Sugestões para a melhoria da Associação........................................ 45
Gráfico 13 – Média de Idade dos Voluntários da AEV........................................ 46
Gráfico 14 – Situação de Voluntariado................................................................ 47
Gráfico 15 – Média de tempo de execução de voluntariado na AEV.................. 47
Gráfico 16 – Sobre as atividades desenvolvidas no voluntariado........................ 48
Gráfico 17 – Motivação para os voluntários........................................................ 48
Gráfico 18 – Sobre a estrutura para o desenvolvimento do voluntariado............ 49
Gráfico 19 – Avaliação da comunicação interna da AEV................................... 49
Gráfico 20 – Instrumentos de comunicação utilizados para se comunicar com a
AEV......................................................................................................................
50
Gráfico 21 – Mensuração do espaço para sugestões e opiniões........................... 50
Gráfico 22 – Pontos positivos na AEV apontados pelos voluntários................... 51
Gráfico 23– Pontos negativos na AEV................................................................ 51
LISTA DE QUADROS
10
ABREVIAÇÕES E SIGLAS
Quadro 01- Distribuição dos cargos da Instituição................................................. 21
Quadro 02 – Instituições Congêneres..................................................................... 25
Quadro 03- Cronograma de Execução de Atividades da Pesquisa........................ 37
11
AEV – Associação Esperança e Vida
IBGE – Instituto Brasileiro de Geográfia e Estatísticas
ONG – Organização Não Governamental
PIB – Produto Interno Bruto
UFPB – Universidade Federal da Paraíba
SESC – Serviço Social do Comércio
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
FAMENE – Faculdade de Ciências Médicas
FASER – Faculdade Santa Emília de Rodat
UNIPÊ – Centro Universitário de João Pessoa
EMPASA – Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas.
SUMÁRIO
12
1. APRESENTAÇÃO............................................................................................ 15
2. INTRODUÇÃO................................................................................................. 16
3. BRIEFING......................................................................................................... 17
3.1 HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO.............................................................. 17
3.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL............................................................. 18
3.2.1 Dados cadastrais........................................................................................... 18
3.2.2 Estrutura física............................................................................................. 19
3.2.3 Organograma Principal.................................................................................. 19
3.3 RESUMO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E
ADMINISTRATIVA............................................................................................
20
3.3.1 Ramo da Atuação.......................................................................................... 22
3.4 PRINCÍPIOS OPERACIONAIS...................................................................... 22
3.4.1 Código de Ética e Princípios Operacionais.................................................. 22
3.4.2 Missão, Visão e Valores................................................................................. 22
3.4.3 Cultura Organizacional................................................................................. 23
3.5 SITUAÇÃO ATUAL......................................................................................... 23
3.5.1 Modernização................................................................................................. 23
3.5.2 Situação Atual................................................................................................ 24
3.5.3 Análise de Instituições Congêneres.............................................................. 25
3.6 RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS................................................................. 25
3.6.1 Públicos Internos........................................................................................... 25
3.6.2 Públicos Externos.......................................................................................... 27
3.7 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO INSTITUCIONAL........ 28
3.7.1 Reuniões......................................................................................................... 28
3.7.2 Quadro de Avisos.......................................................................................... 29
3.7.3 Atendimento Telefônico............................................................................... 29
3.7.4 Identidade Visual.......................................................................................... 29
3.7.5 Eventos.......................................................................................................... 30
3.7.6 Mídias Sociais............................................................................................... 31
3.7.7 Balanço Social............................................................................................... 31
3.7.8 Oficinas Semanais......................................................................................... 31
3.7.9 Encontros Religiosos..................................................................................... 32
3.8 PROBLEMA CRÍTICOS.................................................................................. 32
13
3.9 EXAME DA SITUAÇÃO................................................................................. 32
3.9.1 Pontos Fortes.................................................................................................. 32
3.9.2 Pontos Fracos................................................................................................. 33
3.9.3 Ameaças.......................................................................................................... 33
3.9.4 Oportunidades............................................................................................... 33
4 PROJETO DE PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA A ASSOCIAÇÃO
ESPERANÇA E VIDA..........................................................................................
34
4.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................. 34
4.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA................................................................ 34
4.3 OBJETIVOS..................................................................................................... 36
4.3.1 Objetivo Geral.............................................................................................. 36
4.3.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 36
4.4 METODOLOGIA............................................................................................. 36
4.4.1 Identificação do Universo e Seleção de Amostra....................................... 36
4.4.2 Abordagem.................................................................................................... 37
4.4.3 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES............................................................. 38
4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS.............................................. 39
4.5.1 DADOS QUANTITATIVOS....................................................................... 39
4.5.1.1 Colaboradores............................................................................................ 39
4.5.1.2 Voluntários................................................................................................. 46
4.5.2 DADOS QUALITATIVOS........................................................................... 52
4.5.2.1 Entrevista realizada com presidente da Associação Esperança e Vida –
Sede João.............................................................................................................
52
4.5.2.3 Grupo focal realizado com os beneficiários............................................ 53
4.5.2.4 Grupo Focal com os doadores.................................................................. 58
5. DIAGNÓSTICO................................................................................................ 60
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................... 62
7. PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS.................................................... 66
7.1 TÍTULO............................................................................................................ 66
7.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 66
7.3 OBJETIVOS.................................................................................................... 66
7.3.1 Objetivo Geral.............................................................................................. 66
7.3.2 Objetivos Específicos................................................................................... 66
14
7.4 PÚBLICO-ALVO........................................................................................... 67
7.5 AÇÕES............................................................................................................ 67
8 PLANEJAMENTO DE AÇÃO A SER EXECUTADA................................... 73
8.1 PROJETO DE AÇÃO “AEV NA WEB...................................................... 73
8.1.1 Tema............................................................................................................. 73
8.1.2 Público-alvo.................................................................................................. 73
8.1.3 Justificativa.................................................................................................. 73
8.1.4 Objetivos....................................................................................................... 73
8.1.4.1 Objetivo Geral.......................................................................................... 73
8.1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................ 73
8.1.4 Estratégias..................................................................................................... 73
8.1.5 Cronograma................................................................................................... 74
8.1.7 Recursos Necessários.................................................................................... 74
8.2 PROJETO DE AÇÃO “CONHEÇA A AEV................................................. 74
8.2.1 Tema............................................................................................................. 75
8.2.2 Justificativa.................................................................................................. 75
8.2.3 Público-alvo................................................................................................. 75
8.2.4 Objetivos...................................................................................................... 75
8.2.4.1 Objetivo Geral.......................................................................................... 75
8.2.4.2 Objetivos Específicos............................................................................... 75
8.2.5 Estratégias.................................................................................................... 75
8.2.6 Cronograma................................................................................................ 76
8.2.7 Recursos Necessários.................................................................................. 76
9 AVALIAÇÃO................................................................................................... 78
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 79
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 80
15
1 APRESENTAÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido na Organização Não Gorvernamental (ONG)
Associação Esperança e Vida, que está localizada em João Pessoa, capital da Paraíba, que
presta apoio aos portadores da doença do câncer.
A partir de hipóteses previamentes lançadas, verificaram-se problemas referentes ao
universo da comunicação interna e externa, seus relacionamentos e sua imagem institicional
para, a partir daí, elaborar um programa de Relações Públicas que buscasse solucionar os
problemas identificados, aprimorando, desta maneira, os meios de comunicação e
fortalecendo a imagem e o relacionamento desta com a sociedade.
Em suma, o trabalho está dividido em nove capítulos. O primeiro e o segundo capítulo
abrangem a apresentação e a introdução, respectivamente.
No terceiro capítulo encontra-se o briefing, onde comtempla-se todo o histório da
Associação Esperança e Vida. Sua fundação, sua evolução, sua missão, visão e valores, bem
como os instrumentos de comunicação que esta opera. Tudo isto revela a situação atual da
instituição, evidenciando pontos essenciais que ajudam a melhor entender a sua natureza e o
perfil de suas atividades.
Ainda no terceiro capítulo estão presentes os pontos críticos, pois foram a partir deles
que foi possível a elaboração um projeto de pesquisa, cujo objetivo residiu na confirmação ou
refutação das premissas previamente apontadas. Este capítulo assume o ponto de partida para,
de fato, realizar a pesquisa de opinião e assim obter as devidas confirmações ou refutações.
O quarto capítulo é o desdobramento da pesquisa, isto é, a análise dos dados. Em
seguida, tem-se o diagnóstico, que busca apontar os principais problemas da Associação com
base na pesquisa realizada. Já o quinto e o sexto capítulo, respectivamente, aborda o
diagnóstico e a fundamentação teórica.
Por fim, no sétimo capítulo tem-se o Programa de Relações Públicas, que conta com
oito ações que foram, cuidadosamente, planejadas visando solucionar os problemas
identificados na instituição, bem como fortalecer o relacionamento desta com os seus diversos
públicos e atingir os seus objetivos organizacionais, e o oitavo capítulo aborda as ações que
foram executadas, no total duas das oito ações sugeridas. Está presente no nono capítulo a
avaliação das ações que foram executadas, e, finalmente, o décimo capítulo trata das
considerações finais em relação ao trabalho de Relações Públicas desenvolvido na AEV.
16
2 INTRODUÇÃO
Uma das premissas básicas para o sucesso de uma organização é saber se relacionar
com os seus públicos, o qual deve ser planejado de maneira estratégica, visando formar uma
imagem organizacional positiva. É diante dessa necessidade que a atividade de Relações
Públicas ganha notoriedade, gerenciando esses relacionamentos que cercam a organização,
como também almejando a confiança dos mesmos através do planejamento de canais de
comunicação que auxiliem em suas necessidades, propiciando uma relação simétrica e
satisfatória.
A partir desta reflexão, escolheu-se a Associação Esperança e Vida para a elaboração
de um Programa de Relações Públicas, onde serão analisados os processos de comunicação
existentes, o relacionamento da organização com seus públicos e a imagem resultante deles.
Para dar início a este projeto, aplicou-se o briefing, coma finalidade de conhecer as
principais informações da insitituição, como seu histórico, e toda a sua estrutura, tanto física
como funcional. Logo após esses procedimentos, iniciou-se uma pesquisa de opinião, com o
objetivo de detectar os pontos relevantes e críticos provenientes do relacionamento da
organização com seus públicos. Em seguida, tomando por base os dados da pesquisa, foi
elaborado um diagnóstico sobre a atual situação da ONG.
Por fim, elaborou-se a fundamentação teórica, com conceitos e teorias que servem de
referência para a realização deste trabalho, e as ações realizadas e propostas que foram
desenvolvidas para atender as necessidades constadas, buscando auxiliar a Associação a
difundir sua missão.
17
3 BRIEFING
3.1 HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO
A Associação de Apoio aos Portadores de Câncer Esperança e Vida (AEV) foi
fundada no ano de 2008, em Campina Grande, município situado no estado da Paraíba. Dois
anos depois, especificamente no ano de 2010, a Associação resolveu abrir uma filial em João
Pessoa, na capital paraibana.
Em 2008, ano da fundação da Associação, o Instituto Nacional do Câncer (INCA)
lançou a estimativa bienal 2008-2009 que apontava para o número de aproximadamente 470
mil novos casos da doença no país. A região Nordeste teria 79 mil novos casos de câncer
nesse ano, correspondendo a 16,9% do total de novos casos no Brasil.
Nesse mesmo ano o Terceiro Setor – área de atuação da organização – já representava
5% do PIB brasileiro e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou um
crescimento significativo no número de ONGs criadas no país. Entre 2002 e 2005, elas
aumentaram 22,6% – de 287 mil para 338, 2 mil. Após três anos, em 2008, estima-se um
crescimento que equivale a 400 mil.
Foi nesse contexto que se deu o surgimento da Associação, por iniciativa de Márcia
Cordeiro, atual Presidente da instituição, motivada pelo fato de sua mãe ter sido acometida
pela doença, momento no qual ela pôde constatar de perto a ineficiência do serviço prestado
pelos órgãos públicos de saúde, gerando um longo tempo de espera para agendamento de
consultas ou realização de exames, tempo esse que um portador de uma doença grave como o
câncer não pode esperar. Portanto, a instituição surgiu para amenizar o sofrimento e a
desestruturação biopsicossocial que a doença provoca, melhorando a qualidade de vida e
proporcionando uma possível chance de cura aos portadores de câncer em estado de
vulnerabilidade socioeconômica.
A primeira sede da Associação Esperança e Vida, em João Pessoa, foi no bairro de
Cruz das Armas, em uma casa alugada que, posteriormente, o dono do imóvel solicitou o
mesmo para a venda, fazendo com que a ONG procurasse outro lugar para dar continuidade
as suas atividades. Diante dessa situação, a Associação mudou-se para o bairro de Jaguaribe,
também em João Pessoa, no entanto, a estrutura física da casa não comportou o crescimento
do número de usuários, levando a Associação a procurar outro edifício com uma estrutura
mais ampla. Atualmente a AEV está situada na Avenida Ranieri Mazilli, uma das principais
avenidas do bairro do Cristo Redentor.
18
Inicialmente, na capital paraibana, a Associação atendia um pequeno número de
usuários, contudo, com o passar do tempo e com o desenvolvimento da entidade e a procura
por parte dos portadores do câncer, a Instituição passou a atender, hoje, mais de 72 usuários
da capital e das cidades circunvizinhas, como Santa Rita e Bayeux.
Em decorrência do aumento dos beneficiários e a preocupação de oferecer um bom
serviço, a ONG ampliou seu quadro de colaboradores, efetuando novas contratações na área
administrativa e, sobretudo, na área de telemarketing.
É importante ressaltar que o telemarketing foi fundado logo após a criação da ONG,
sendo considerada uma atividade essencial que garante a subsistência da Associação, cujo
objetivo é prospectar recursos, provenientes, em sua maioria, de doações. O telemarketing é
situado no Centro da capital, na Praça dos Cem Réis.
A Associação caracteriza-se como uma organização filantrópica, que tem por
finalidade oferecer e promover, de forma gratuita, a assistência social, de modo a zelar e
primar pelas pessoas que portam a doença do câncer.
Dentre os serviços oferecidos aos usuários pela Associação, estão os seguintes:
realização de visitas hospitalares e/ou domiciliares, apoio psicológico, doação de alimentos,
custeio de medicamentos, próteses, exames médicos e até cirurgias. Busca-se também criar
mecanismos para a melhoria da qualidade de vida dos portadores de câncer, ministrando
terapias ocupacionais, oficina e palestras. Além disso, é oferecido atendimento jurídico com a
finalidade de orientar os beneficiários sobre seus direitos, a saber: aposentadoria por
invalidez, auxílio-doença, passe livre interestadual, isenção do imposto de renda na
aposentadoria, transporte coletivo gratuito, dentre outros.
3.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
3.2.1 Dados Cadastrais
Razão Social: Associação de Apoio aos Portadores de Câncer Esperança e Vida.
Nome: A.E.V – Associação Esperança e Vida.
CNPJ: 09.426.528/0001-00
Endereço: Av. Presidente Ranieri Mazilli, 1938, Cristo Redentor, CEP: 58085-000 -
João Pessoa – PB. / Praça de Cem Réis, Edifício 05 de Agosto, 9º andar (Telemarketing)
Número de funcionários: 06 funcionários na sede e 39 funcionários no telemarketing.
Contatos: (83) 3221-6040 (Sede) / (83) 3241-1868 (Doação).
E-mail: [email protected]
19
Facebook: Fan Page AEV João Pessoa e Perfil AEV João Pessoa
Setor de Atuação: Terceiro Setor – Abrangência em portadores de Câncer.
3.2.2 Estrutura física
A Associação Esperança e Vida está localizada em uma casa com uma área de 85 m².
Sua estrutura dispõe, inicialmente, de um jardim, onde encontramos uma placa de
identificação da ONG e uma varanda que serve de garagem para o veículo que dá suporte para
os serviços oferecidos na instituição.
Ao entrarmos na casa, podemos observar três salas: a primeira serve para expor todos
os trabalhos artesanais feitos nas oficinas pelos usuários, a segunda trata-se de uma sala de
espera com sofá e televisão, aonde os usuários e todas as pessoas que chegam à ONG
aguardam atendimento e, por fim, a terceira é uma sala ampla que serve para as reuniões com
os usuários para avisos e entregas de cesta básicas, assim como as aulas das oficinas de
artesanato.
Logo mais à frente, encontram-se 04 quartos que servem de salas para a assistente
social, diretora e seus auxiliares administrativos, atendimento jurídico e psicológico, um
brechó que acomoda as roupas recebidas por doações e pequeno espaço que acomoda as
doações vindas do Banco de Alimentos.
Há ainda uma pequena cozinha com balcão, uma dispensa para guardar todos os
materiais para a confecção dos artesanatos e uma pequena área de serviço.
3.2.3 Organograma Principal
A ONG não possui um organograma estruturado, assim o corpo funcional da
Associação não é ilustrado de forma clara, portanto, não mostra o papel de cada departamento
e de seus colaboradores.
Entretanto, a partir das informações coletadas, destacou-se a Assembleia Geral como
órgão máximo de deliberação e decisão, com caráter permanente, que reúne todos os
associados e supera qualquer membro, até mesmo o presidente. Esta reunião deliberativa é
constituída por todos os fundadores, onde é feita a reunião de eleição para os cargos.
Subordinada a Assembleia está à presidência, que é responsável pela gestão da associação e
execução das decisões dos órgãos deliberativos, e o Conselho Fiscal, que tem como função
fiscalizar os atos administrativos e verificar o cumprimento dos deveres legais e estatutários,
trazendo mais transparência às atividades e movimentações financeiras da associação.
20
Logo após vem a Diretoria Executiva, que é composta pela diretora, tesoureiro e
secretário. O corpo de funcionários está subordinado a todos que foram relatados
anteriormente, e a eles estão os voluntários, que são pessoas que exercem atividades não
remuneradas na instituição. O gerente administrativo atua na coordenação das operadoras de
telemarketing e dos motoboys do anexo da ONG localizado no centro da cidade.
3.3 RESUMO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ADMINISTRATIVA
A Associação Esperança e Vida é uma organização do terceiro setor e possui um perfil
administrativo de caráter tradicional.
Seu corpo de colaboradores possui o total de 45 pessoas, distribuídos em diferentes
cargos, sendo 33 destes efetivos. A ONG conta, como já dito, com voluntários, além dos
funcionários da sede e do telemarketing. Dos funcionários, a assistente social e a diretora-
presidente são formadas em Serviço Social. Os voluntários responsáveis pelo atendimento
jurídico e psicológico também possuem formação superior. Os demais voluntários que
ministram as oficinas, exercem o artesanato como hobby e passa a ensinar na ONG como um
meio de abraçar a causa social. O motorista foi contratado para conduzir a assistente social
nas visitas aos usuários.
Os auxiliares administrativos, tanto da sede quanto do telemarketing, não possuem
formação superior e foram contratados por meio de análise de currículo e entrevistas. As
operadoras, em sua maioria, possuem escolaridade em nível médio e não é exigida
experiência para a atuação no cargo, apenas observa-se se a pessoa tem espírito altruísta e se
ela se identifica com a causa. Já no caso dos motoboys mensageiros, exige-se experiência com
o trânsito.
Todos os funcionários contratados possuem carteira assinada em regime CLT –
Consolidação das Leis Trabalhistas. Os salários dos funcionários, assim como todas as
despesas em material de artesanato, medicamentos e exames para os usuários, gasolina dos
mensageiros, manutenção da sede e telemarketing são pagas com as doações. Atualmente, a
ONG conta com aproximadamente 3.000 doadores fixos que doam valores que lhes cabem
mensalmente. Quando há campanhas para a arrecadação de fundos para uma cirurgia, por
exemplo, os doadores doam um valor a mais, de acordo com a sua condição financeira atual.
Desse modo, segue a distribuição de cargos:
21
Quadro 01- Distribuição dos cargos da Instituição
Fonte: AEV, 2015.
O horário de trabalho é no período vespertino, de segunda a sexta, na sede, e de
segunda a sábado, no telemarketing.
Quando há algum cargo à disposição, a AEV publica sua vaga em um jornal de grande
circulação e até mesmo usa a comunicação boca a boca como forma de difusão de informação
da vaga. Cabe ao gerente administrativo a formalização da contratação. Além disso, compete
a ele também conversar com o novo empregado sobre a filosofia da Instituição e treiná-lo para
que este, caso desempenhe a função de operador de telemarketing ou se envolva em
atividades de atendimento aos usuários, desenvolva um trabalho baseado na ética.
CARGOS
FUNCIONÁRIOS
Assistente Social
Auxiliar Administrativo (2)
Auxiliar de Serviços Gerais
Motorista
Diretora Presidente
TELEMARKETING
Gerente Administrativo
Coordenadora
Auxiliares Administrativo (2)
Operadoras (20)
Mensageiros (motoboys) (9)
VOLUNTÁRIOS
Psicóloga
Advogado
Professora de Biscuit
Professora de Pintura em Tecido
Professora de Arte em Feltro
Professora de Arte com Fitas
Professora de Crochê
ESTAGIÁRIOS Serviço Social (3)
22
A AEV, enquanto instituição tem a missão de auxiliar os portadores de câncer em
todas as suas necessidades, procurando estimular seus funcionários para uma constante
renovação e aprimoramento de seus conhecimentos sobre a doença do câncer e até mesmo em
cursos de caráter administrativos para saber gerir toda a verba da Instituição. Quando os
cursos são pagos, é a ONG que custeia para os funcionários.
.
3.3.1 Ramo da Atuação
Trata-se de uma Organização Não Governamental (ONG) que desenvolve ações que
abrangem o campo da psicologia, da assistência social, da área jurídica e terapias
ocupacionais, sendo todas as atividades voltadas para seu público alvo, os portadores da
doença do câncer, independentemente de idade ou sexo.
3.4 PRINCÍPIOS OPERACIONAIS
3.4.1 Código de Ética e Princípios Operacionais
A AEV não possui um código de ética, mas a instituição utiliza-se de um vídeo
institucional que nele está presente toda a filosofia e seus princípios. É fazendo uso desse
instrumento de comunicação que a ONG consegue repassar para todos os funcionários,
doadores e voluntários, o conjunto de ações e princípios que guiam o comportamento e
mentalidade de todos os membros da Instituição, fazendo com que ela se destaque no terceiro
setor.
3.4.2 Missão, Visão e Valores
As diretrizes organizacionais que norteiam a Associação são as seguintes:
Missão: Apoiar as pessoas portadoras de câncer, favorecendo sua integração social.
Visão: Ser reconhecido como ponto de referência em apoio às pessoas portadoras da
doença do câncer na cidade de João Pessoa e redondezas, e elevar o padrão de
estrutura da organização.
Valores: Respeito ao ser humano e as suas diferenças, ética, conduta moral e dos bons
costumes, cumprimento da legislação, do estatuto e das normas internas.
Objetivos:
23
Viabilizar as necessidades básicas com medicamentos, alimentação, próteses, exames,
consultas e outras necessidades que surgirem;
Criar mecanismos para a melhoria de vida dos usuários da ONG;
Orientá-los sobre os seus direitos previstos na legislação vigente;
Oferecer orientação jurídica, psicológica, terapêutica e social, buscando integrar os
usuários à sociedade.
3.4.3 Cultura Organizacional
A AEV tem um perfil administrativo com ênfase no serviço social, tendo
comprometimento dos funcionários e voluntários com as atividades desenvolvidas pela ONG.
Portanto, a Associação oferece serviços no âmbito psicossocial e jurídico, assim como
terapias ocupacionais que visem integrar os portadores de câncer à sociedade.
O clima organizacional da instituição é regular, pois a diretora presidente e o gerente
administrativo são os membros que mais mantêm contato com os funcionários e assim
procuram sempre mostrar ao corpo funcional o quanto o trabalho deles é importante, por se
tratar de atendimento assistencial às pessoas que geralmente são de origem humilde ou estão
fragilizadas pela doença.
Com relação à forma como é medida a satisfação dos usuários, esta é feita por meio de
conversas informais onde se procura ter o conhecimento de algum problema ou como está
sendo a qualidade dos serviços oferecidos.
As decisões são tomadas a partir de uma assembleia que ocorre, anualmente, com a
presença da diretoria executiva e do conselho fiscal. Entretanto, quando surge alguma
emergência, a presidente tem autonomia para tomar as devidas decisões e, posteriormente,
comunicar aos membros da diretoria. Já as decisões tomadas com relação ao trabalho dos
funcionários são feitas por reuniões informais.
3.5 SITUAÇÃO ATUAL
3.5.1 Modernização
Anualmente, a diretora presidente elabora um plano de ação para ser executado
durante o ano. Neste plano há todas as necessidades que a Instituição precisa para melhor
atender aos usuários, desde a questão de estrutura até as possíveis melhorias no atendimento e
recrutamento de novos funcionários, de acordo com as demandas da ONG.
24
O setor social também faz um plano mais voltado para as possíveis ações a serem
executadas pela profissional da área, buscando integrar os usuários à ONG. Nele, está
presente o cronograma de atividades das oficinas, assim como também as tarefas e metas a
serem seguidas.
Toda a lista dos doadores com seus respectivos telefones está armazenada em um
cadastro, disponível para consulta tanto na sede, quanto no setor de telemarketing. A lista
contendo o nome dos usuários e de suas necessidades, bem como as listas de controle de
medicamentos e exames, também se encontram em locais de fácil acesso.
No setor de telemarketing, com o objetivo de buscar melhores preços e, assim,
economizar recursos, todos os telefones fixos foram trocados por telefones móveis com
serviço pós-pago.
3.5.2 Situação Atual
Boa parte da verba que entra na ONG é proveniente das doações arrecadadas pelo
setor de telemarketing. Além disso, esporadicamente, são obtidos recursos oriundos das
vendas dos produtos confeccionados nas oficinas de artesanato. Isso ocorre quando a AEV
participa de eventos como a feira “Brasil Mostra Brasil” e o evento “Abril Pro Bem”, ambos
realizados anualmente e respectivamente no Centro de Convenções e no Shopping Tambiá,
em João Pessoa.
Em decorrência disso, a Instituição não tem uma regularidade na captação de recursos,
sejam eles mensais ou anuais, o que inviabiliza a aquisição de um terreno próprio, já que,
atualmente, os trabalhos da ONG são desenvolvidos em prédios alugados.
Além das atividades já citadas, a ONG também desenvolve um evento com a
finalidade de comercializar as roupas doadas por voluntários e pessoas da comunidade, ele é
chamado de “Brechó Solidário”. Segundo a Diretora, este evento contribui para arrecadar uma
boa quantia mensal, possibilitando suprir parte das dívidas existentes.
A AEV também conta com alguns parceiros fixos que doam produtos de necessidade
básica para os usuários, como, por exemplo, o Banco de Alimentos do SESC, que doa
macaxeira e inhame semanalmente. Também há uma padaria, a Pão da Esquina, que doa pães
regularmente. Por fim, ainda existem os parceiros eventuais, como o programa Mesa Brasil
do Serviço Social do Comércio (Sesc), que doam alimentos.
Atualmente, uma das principais necessidades da ONG é obter o título de Utilidade
Pública, que garante às associações e entidades o reconhecimento de atuarem como
instituições sem fins lucrativos e prestadoras de serviços à sociedade. Contudo, as tentativas
25
de conseguir tal título já duram anos. Inclusive a Instituição solicitou apoio de grandes
personalidades políticas da capital, como vereadores e deputados, mas não obteve êxito. Vale
apontar que um dos requisitos para a obtenção de tal título é o reconhecimento, sobretudo, por
parte dos representantes da sociedade. São eles, após a votação do plenário, que enviam toda a
documentação, entregue pela Instituição, para que o Ministério da Justiça possa analisar.
A ausência do Título resulta na perda de várias oportunidades, entre elas, a isenção de
impostos, apoio pecuniário público, facilidade nos contratos, licitações, convênios e termos de
parcerias com o poder público.
3.5.3 Análise de Instituições Congêneres
O Terceiro Setor não possui concorrente, mas sim instituições congêneres que se
assemelham no serviço oferecido à sociedade. Em João Pessoa, existem algumas ONGs que
prestam apoio aos portadores de câncer, dentre elas, podemos destacar a Associação Donos
do Amanhã, que atende crianças e adolescentes portadores de câncer, a Casa Paraibana de
Assistência ao Portador de Câncer, que possui um serviço mais abrangente, atendendo
crianças e adultos, e, por fim, a Casa da Criança com Câncer, que atende às crianças com
câncer.
Quadro 02 – Instituições Congêneres.
Associação Donos do Amanhã
Endereço: R. Capitão José Pessoa, 1097 - Jaguaribe
Telefone: (83) 3242-2710
Casa Paraibana de Assistência ao Portador de Câncer
Endereço: Avenida General Bento da Gama, 448 – Torre, João Pessoa – PB
Telefone: (83) 3222- 4690
Casa da Criança com Câncer
Endereço: Av. Dep. Odon Bezerra, 215, Tambiá, João Pessoa, PB, 58020-520
Telefone: (83) 3241-3233
Fonte: Elaborado pelos autores, baseado em pesquisa na Internet.
3.6 RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS
3.6.1 Públicos Internos
Conselho Diretor
26
É composto por membros eleitos por meio do voto em Assembleia Geral que são
responsáveis pelo desempenho da Associação, gerindo e fiscalizando os recursos e
ações. Para concorrer a um cargo eletivo é necessário ser sócio da entidade (ter
assinado a ata de fundação, prestar serviços considerados relevantes para a instituição
ou ser um doador).
Colaboradores
Profissionais que exercem determinadas funções dentro da Associação.
Doadores
São pessoas físicas ou jurídicas, cujas doações são avulsas e/ou mensais. Atualmente a
Associação possui cerca de 3 mil doadores que se caracterizam como a principal fonte
de recursos da Instituição. Tais doações podem ser feitas em dinheiro, alimentos,
remédios, materiais de limpeza, roupas e qualquer outro item que possa contribuir para
o bom funcionamento da Associação.
Usuários da Associação
Formado por pessoas em risco social diagnosticadas com câncer, em sua maioria
mulheres, maiores de 40 anos, oriundas da região metropolitana de João Pessoa.
Atualmente, a Instituição beneficia cerca de 72 pessoas. Visando o bem-estar social de
seus beneficiários, a ONG realiza visitas hospitalares e/ou domiciliares, oferece apoio
psicológico, doa alimentos, custeia medicamentos, próteses, exames médicos e até
cirurgias. Além disso, ministra oficinas, palestras e cursos.
Voluntários
Pessoas que se identificam com a causa da Associação e acabam dedicando parte do
seu tempo para desempenhar atividades de apoio sem receber remuneração alguma.
Comunidade
O bairro do Cristo Redentor é o terceiro mais populoso de João Pessoa, contando,
segundo a pesquisa realizada pelo IBGE em 2010, com aproximadamente 38 mil
moradores. É nesse bairro que a Instituição está localizada. É um público importante,
responsável pela integração da Associação na localidade.
27
3.6.2 Públicos Externos
Imprensa
Caracterizado por profissionais de rádio, televisão, jornais, sites, blogs e revistas, entre
outros. São essenciais na construção da imagem e na divulgação das ações da
Associação aos públicos por meio dos veículos de comunicação.
Familiares dos beneficiários e colaboradores
A família dos beneficiários é diretamente envolvida nas atividades da Associação, pois
grande parte das beneficiárias são mães e possuem atividades de responsabilidade
familiar. Já a família dos colaboradores caracteriza-se como público pelo fato de que
qualquer decisão da Diretoria pode favorecer ou não o seu modo de vida.
Hospital Napoleão Laureano
Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, é uma referência paraibana no
tratamento do câncer. Grande parte dos beneficiários da Associação já passou pela
instituição onde são realizados procedimentos como quimioterapia ou radioterapia.
Governo
Órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta e indireta dos três
poderes. (Fiscalização das atividades financeiras da empresa e seus documentos
legais).
Universidades
A Associação mantém relacionamento com Universidades da cidade de João Pessoa,
como a Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Faculdade de Ciências Medicas,
Faculdade de Enfermagem São Vicente de Paula - FESVIP, Faculdades de
Enfermagem e Medicina Nova Esperança - FACENE/FAMENE, Faculdade Santa
Emília de Rodat - FASER e o Centro Universitário de João Pessoa - Unipê, em
especial na concessão de vagas de estágios e trabalhos de extensão.
Parceiros
Formado por Instituições que apoiam a Associação principalmente colaborando com
alimentos, como a Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas –
28
EMPASA, Programa Mesa Brasil do SESC – Serviço Social do Comércio, e uma
padaria próxima a Associação.
Instituições congêneres
Instituições que realizam trabalhos similares ao desenvolvido na Associação
Esperança e Vida.
3.7 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO INSTITUCIONAL
A Associação Esperança e Vida não possui uma assessoria de comunicação. Na sede,
localizada no bairro do Cristo Redentor, as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento de
atividades de comunicação são a assistente social e a auxiliar administrativo.
A assistente social é responsável pelo gerenciamento dos quadros de avisos, que se
encontram anexados na sala principal do prédio da Associação, e pelo planejamento das
atividades relacionadas às oficinas. Além disso, ela é também responsável por contatar a
imprensa quando se pretende realizar algum evento que objetive obter a cobertura da mídia.
A auxiliar de escritório, além de suas atividades específicas, é responsável pelo
gerenciamento da página da Instituição na rede social Facebook. A Associação não possui
políticas de comunicação e sua inexistência abrange o gerenciamento da comunicação nas
redes sociais virtuais.
No setor de telemarketing, anexo da Associação, localizada no Centro da capital, é o
diretor administrativo, formado em Ciências Contábeis, e a supervisora que se
responsabilizam pela comunicação. Eles gerenciam o quadro mural e realizam reuniões com
as operadoras de telemarketing.
Como não há um setor de comunicação ou assessoria, a Instituição não tem um
planejamento estratégico de suas ações em relação à comunicação.
A Associação Esperança e Vida faz uso dos seguintes instrumentos de comunicação:
3.7.1 Reuniões
a) Reuniões do Conselho Fiscal:
Tem periodicidade anual e visa traçar o planejamento da ONG, bem como eleger a
diretoria, que é composta pelos seguintes cargos: diretor, tesoureiro, secretário e dois
conselheiros;
b) Reuniões com os beneficiários da ONG:
29
Acontece mensalmente, geralmente no último dia do mês, durante a entrega da cesta
básica, e é realizada pela assistente social. Nesta reunião, a assistente social informa os dias
das oficinas e as demais atividades que a Associação venha a desenvolver ou qualquer outra
informação importante para os beneficiários;
c) Reuniões mensais
São realizadas na sede regidas pela presidente. As reuniões têm por objetivo traçar as
ações que se pretendem atingir durante o mês, como a definição do cronograma de atividades
das oficinas, por exemplo. Esta é realizada entre os colaboradores e a gestão.
3.7.2 Quadro de avisos
Há três quadros de avisos, dois localizados na sede e o outro no telemarketing. Na
sede, um dos quadros é situado na sala principal, onde o fluxo de pessoas é maior e o outro é
situado na sala onde ocorrem as oficinas, ao lado da sala principal. Em ambos os quadros são
anexadas informações relacionadas às oficinas diárias e o dia da entrega da cesta básica. O
gerenciamento deste instrumento de comunicação fica a cargo da assistente social que,
diariamente, sinaliza a oficina do dia. O quadro mural do telemarketing é usado para controlar
a produção dos operadores e anexar metas à cerca da campanha que está sendo realizada;
3.7.3 Atendimento Telefônico
a) do setor administrativo:
São os auxiliares administrativos, da sede e do escritório de telemarketing, que ficam
responsáveis pelo atendimento telefônico, na ausência destes, quaisquer pessoas disponíveis
na ONG podem efetuar o atendimento;
b) do setor de telemarketing:
São as operadoras de telemarketing que são responsáveis pelas ligações externas
quando se tratam de doações à entidade. O telefone é o instrumento primordial e essencial
para contatar à sociedade a fim de solicitar doações para atender determinada campanha. São,
ao todo, 15 operadoras de telemarketing. As ligações são feitas diariamente e as operadoras
trabalham com metas baseadas nas campanhas.
3.7.4 Identidade Visual
Figura 01 – Identidade Visual AEV
30
Fonte: Arquivos AEV, 2015.
A borboleta representa o “renascimento”, um novo começo para as pessoas que foram
acometidas por uma doença tão grave como o câncer, mas que encontraram na Associação o
apoio necessário para continuar e vencer esse obstáculo.
A cor lilás que é utilizada na borboleta simboliza respeito, purificação e
transformação.
O amarelo que estampa o nome da Associação tem por objetivo transmitir leveza e
otimismo, é uma cor que chama atenção e simboliza conhecimento, alegria, juventude.
3.7.5 Eventos
A Associação Esperança e Vida possui no seu calendário a realização de alguns
eventos, tais como:
a) Brechó Solidário
Este evento é realizado na Praça dos Cem Réis, no centro de João Pessoa, e tem por
objetivo arrecadar recursos. São vendidas roupas e calçados. Não existe uma periodicidade
certa e é de pequeno porte, depende do planejamento da Associação.
b) Brasil Mostra Brasil
Este evento tem por objetivo arrecadar recursos a partir da comercialização dos
produtos confeccionados pelos beneficiários nas oficinas (realizadas diariamente pela
instituição, tais como as oficinas de Biscuit, Arte em Feltro, Pintura em Tecido e Boneca de
Pano). Os organizadores do evento Brasil Mostra Brasil concedem um espaço, anualmente,
31
para que a ONG comercialize seus produtos e aproveite a oportunidade para divulgar o seu
trabalho social.
c) Abril Pro Bem
Este evento tem a mesma finalidade dos eventos anteriores, isto é, arrecadar recursos
para a manutenção da entidade a partir da comercialização dos produtos confeccionados pelos
beneficiários. Acontece anualmente no shopping Tambiá, em João Pessoa/PB, sempre durante
o mês de abril.
3.7.6 Mídias Sociais
a) Facebook
A Associação possui uma página e um perfil no Facebook. A página possui
aproximadamente possui até agora 743 curtidas. No perfil este número chega acerca de 600.
A atualização é feita aleatoriamente, ou seja, não tem um gerenciamento constante. Os
mesmos conteúdos, geralmente, são publicados tanto no perfil quanto na fanpage. As
publicações são, em sua maioria, relacionadas às atividades desenvolvidas pela Instituição. As
pessoas interessadas em desempenhar atividades na ONG, geralmente, entram em contato por
meio dessa rede social.
b) Blog
A Associação Esperança e Vida possui um blog. A última publicação do blog foi em
outubro de 2013 e a maioria das publicações são relacionadas às atividades da ONG, como a
entrega de cesta básica.
3.7.7 Balanço Social
Trata-se de um relatório anual que visa dar conhecimento a todos àqueles que
contribuíram para a manutenção da ONG através de suas doações. O balanço social, segundo
o diretor administrativo, é publicado no final do ano em um jornal local de grande circulação.
Não há, portanto, uma preocupação específica em enviar para os doadores e parceiros e não se
sabe se estes tomam conhecimento do balanço que é publicado no jornal de grande circulação.
3.7.8 Oficinas semanais
32
A ONG conta com algumas oficinas realizadas exclusivamente para os beneficiários,
são elas: crochê, biscuit, arte em feltro, arte com fitas e confecções de bonecas de pano. Para a
assistente social, as oficinas têm a finalidade de incentivar às práticas de atividades lúdicas,
artesanais e artísticas, de modo a desenvolver a criatividade dos beneficiários e integrá-los. Os
produtos criados a partir das oficinas são colocados à venda, expostos em uma bancada
localizada na sala principal da Associação. São ministradas de segunda a sexta-feira por
profissionais voluntários.
3.7.9 Encontros religiosos
Os encontros acontecem de forma aleatória. Esporadicamente, os grupos religiosos
procuram a ONG para deixar uma palavra de conforto para os beneficiários. A ONG é laica,
posicionando de forma imparcial com relação às religiões.
3.8 PROBLEMAS CRÍTICOS
Desinteresse e falta de envolvimento por parte dos doadores nas atividades e
festividades desenvolvidas pela ONG;
Ausência de instrumentos de comunicação que ajudem a divulgar os serviços
prestados pela AEV;
Inexistências de reuniões frequentes entre os funcionários e a diretora para solucionar
possíveis problemas e discutir novas ideias;
Necessidade do título de Utilidade Pública que auxilia a ONG a estabelecer convênios
e parcerias com empresas;
Carência de um prédio próprio, levando a ONG a gastar parte dos recursos
arrecadados com doações no aluguel dos imóveis da sede e do telemarketing;
Má administração das redes sociais da Associação, pois as mesmas não possuem
controle contínuo e planejado;
3.9 EXAME DA SITUAÇÃO
Com base nas informações, identificaram-se como pontos fortes e fracos, ameaças e
oportunidades, os seguintes aspectos:
3.9.1 Pontos Fortes
Veículo próprio para visitas à domicílio;
Boa localização, na principal avenida do bairro do Cristo Redentor;
33
Entrega de cestas básicas aos usuários;
Viabilização de medicamentos, alimentos, próteses, exames e consultas;
Atendimento jurídico, psicológico e assistencial.
3.9.2 Pontos Fracos
Dificuldade na identificação da fachada da ONG;
Inexistência de um setor de comunicação;
Funcionamento da ONG em prédios alugados;
Poucos voluntários atuando na AEV;
3.9.3 Ameaças
Diminuição do número de doadores;
Instabilidade financeira;
Dificuldade para a obtenção do Título de Utilidade Pública;
Falta de reconhecimento do trabalho desenvolvido;
Desistência crescente do número dos voluntários, o que compromete a manutenção das
atividades desenvolvidas pela ONG.
3.9.4 Oportunidades
Troca de experiências com outras ONGs do mesmo segmento;
Estreitamento do relacionamento com a imprensa, buscando uma maior divulgação do
trabalho desenvolvido na associação;
Desenvolvimento de um programa de visitas para os doadores;
Criação de um programa de extensão de estágios e voluntariado tendo como parceiras
as universidades;
Estabelecimento de parcerias e convênios com clínicas e hospitais especializados no
atendimento da pessoa com câncer.
34
4 PROJETO DE PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA PARA A ASSOCIAÇÃO
ESPERANÇA E VIDA
4.1 JUSTIFICATIVA
A pesquisa de opinião é, sem dúvida, um importante instrumento de investigação. É a
partir dessa ferramenta que podemos conhecer com maior profundidade o que as pessoas ou
os públicos pensam a respeito de determinada instituição ou temas quaisquer. Além disso, o
resultado da pesquisa de opinião pode colaborar na legitimação ou refutação das hipóteses
pensadas previamente.
Como aponta Souza (2003, p. 55), a pesquisa de opinião permite percepcionar àquilo
que o público interno e externo pensa e diz da organização, além de permitir a construção de
inquéritos.
A sondagem de opinião é uma ferramenta que vem sendo usada por diversas áreas
profissionais, como na área de Administração Pública e Marketing. Entretanto, essa
ferramenta também vem ganhando a sua devida importância na área de Comunicação Social,
especialmente na área de Relações Públicas, pois tal ferramenta se configura como essencial e
primordial na consecução dos objetivos dessa área, que é conhecer as aspirações dos públicos
sobre quaisquer temas que sejam ou sobre determinada instituição. É a partir dos resultados da
sondagem de opinião que se poderá conhecer com maior certeza o que os públicos relegam ou
anseiam, e assim garantir um trabalho focado especialmente na resolução das controvérsias
encontradas.
Valendo-se das hipóteses levantadas no briefing da Associação Esperança e Vida,
entende-se como necessário a realização de uma pesquisa de opinião, que terá como métodos
a aplicação de questionários, entrevista e a realização de um grupo focal. Acredita-se que esta
pesquisa é fundamental, pois garantirá à equipe que está desenvolvendo este projeto afirmar
ou não as premissas apontadas, além de garantir maior assertividade quanto à formulação de
um Programa de Relações Públicas eficaz.
4.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
É fundamental que as organizações reconheçam cada vez mais o papel estratégico da
comunicação para que assim possam alcançar seu diferencial no mercado. Logo, as
organizações que buscam integrar modelos de comunicação e estratégias de persuasão,
constroem bons relacionamentos com seus públicos, valorizando seus recursos e o potencial
35
de seus colaboradores, auxiliando no fortalecimento da reputação e assegurando o seu
reconhecimento perante a sociedade.
Portanto, partindo do argumento que as organizações devem atuar de forma
estratégica, se faz necessário aplicar uma pesquisa de opinião pública, que visa à investigação
das hipóteses apontadas no briefing e de informações que muitas vezes ficam ocultas. Desse
modo, a sondagem de opinião possibilita que os pesquisadores possam explorar e conhecer
tais informações, além de identificar as deficiências da organização e quais as ações que
devem ser executadas para a obtenção de resultados eficazes.
Conforme Kunsch (2003, p. 278):
(...) conhecer a opinião dos públicos; construir diagnósticos da área ou setor de
comunicação organizacional/institucional; conhecer em profundidade a organização,
sua comunicação e seus públicos para elaboração de planos, projetos e programas
especiais de comunicação; fazer análise ambiental interna e externa, verificando
quais as implicações que possam afetar os relacionamentos.
Vale destacar que, de um modo geral, a pesquisa em Relações Públicas possibilita
averiguar a veracidade das hipóteses levantadas no briefing para que seja elaborado
posteriormente um diagnóstico.
Considerando isto, crê-se que a comunicação organizacional da AEV é falha, devido à
falta de um setor de comunicação, tendo em vista a má administração das redes sociais e a
falta de outros instrumentos de comunicação que poderiam auxiliar na divulgação dos
serviços prestados e na aproximação de seus públicos. Acredita-se também que a falta de
envolvimento e desinteresse por parte dos doadores em relação à Associação parte da
inexistência de tal setor e de tais instrumentos, bem como da falta de estratégias de
comunicação que visem aproximá-los.
A falta de transparência, ou melhor, a falta de prestação de contas aos doadores pode
resultar em um problema, que consiste na hipótese de que se não há uma contrapartida em
relação à prestação de contas aos doadores, estes, por sua vez, podem se sentir inseguros a
ponto de não concederem mais doações, gerando para a Associação certa instabilidade
financeira. Logo, verifica-se que este público é considerado de suma importância para
subsidiar as atividades e ações da Associação, sendo, portanto, um público que requer cuidado
especial, de modo a prezar, sempre, pelo envolvimento destes com a organização.
Considerando as premissas levantadas e tendo-as como norte desta pesquisa, cabe
questionar, que ações de Relações Públicas podem ser elaboradas a fim de promover
melhorias na comunicação da Associação Esperança e Vida, visando tê-la como suporte/meio
36
para aproximar os públicos, estreitar relacionamentos e garantir a transparência ou prestação
de contas?
4.3 OBJETIVOS
4.3.1 Objetivo Geral
Pesquisar o relacionamento da Associação Esperança e Vida com seus públicos, a fim
de legitimar ou refutar as hipóteses propostas no briefing.
4.3.2 Objetivos Específicos
Reunir informações que auxiliem na construção de um diagnóstico preciso;
Examinar os processos de comunicação existentes na Associação Esperança e Vida;
Analisar o nível de envolvimento dos doadores nas atividades da Associação;
Verificar o grau de satisfação dos beneficiários e dos colaboradores da Associação;
4.4 METODOLOGIA
Para a realização da pesquisa foram utilizadas várias formas para coleta de dados,
dentre elas, questionários aplicados com os colaboradores e voluntários.
Em seguida, foi realizada uma entrevista com a diretora presidente, conhecedora do
funcionamento da ONG e pessoa essencial para o desenvolvimento das atividades da AEV.
Logo após, foi feito um grupo focal com os beneficiários, o qual foi filmado e gravado, e
posteriormente transcrito para análise.
Viu-se necessidade também de realizar uma observação in loco nos prédios de
funcionamento da Associação, que contribuiu com informações úteis para o desenvolvimento
da pesquisa.
4.4.1 Identificação do Universo e Seleção de Amostra
Para a realização da pesquisa serão selecionados cinco públicos que se relacionam
com a Associação Esperança e Vida, a saber: os colaboradores, os doadores, os usuários, a
gestão e por fim, os voluntários. A amostragem será não probalística, que, segundo Mattar
(2011), é aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra
depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. Não
há nenhuma chance conhecida de que um elemento qualquer da população venha a fazer parte
da amostra.
37
4.4.2 Abordagem
Serão utilizadas as abordagens qualitativa e quantitativa, tendo em vista que a primeira
nos permite conhecer com maior profundidade as opiniões e as peculiaridades de cada
público, enquanto a segunda nos permite compreender, baseada em dados estatísticos, as
hipóteses levantadas no briefing. Em suma, entendemos que ambas as abordagens são
pertinentes e necessárias à investigação do projeto de pesquisa em questão.
Colaboradores
A Associação Esperança e Vida conta, atualmente, com 33 funcionários efetivos, que
desempenham suas atividades na sede e no escritório de telemarketing.
Com os colaboradores será aplicado um questionário semiestruturado, com perguntas
abertas e fechadas. O objetivo é apurar o tipo relacionamento destes com a Instituição.
Estarão aptos a responder o questionário os 33 colaboradores. Considerando essa pequena
população, buscar-se-á aplicar o questionário com todos os empregados, a depender da
disponibilidade de cada um. Um dos membros do grupo acompanhará a aplicação do
questionário, visando sanar as possíveis dúvidas que venham a surgir. O questionário será
aplicado no local de trabalho dos colaboradores.
Doadores e usuários
Nestes públicos será realizado um grupo focal, que é definido, segundo Morgan
(1997), como uma técnica de pesquisa que coleta dados por meio dos investigados. De acordo
com Gondim (2003, p. 152),
O uso dos grupos focais está relacionado com os pressupostos e premissas do
pesquisador. Alguns recorrem a eles como forma de reunir informações necessárias
para a tomada de decisão; outros os veem como promotores da autorreflexão e da
transformação social e há aqueles que os interpretam como uma técnica para a
exploração de um tema pouco conhecido, visando o delineamento de pesquisas
futuras.
Fern (2001) aduz que há duas orientações quanto aos grupos focais: a primeira visa a
confirmação de hipóteses e a avaliação da teoria, mais comumente adotada por acadêmicos. A
segunda, por sua vez, dirige-se para as aplicações práticas, ou seja, o uso dos achados em
contextos particulares.
Considerando a primeira orientação aduzida por Fern sobre um dos objetivos do grupo
focal, entende-se como importante a realização de um grupo focal, levando em consideração a
possibilidade de atestar as hipóteses identificadas no briefing da Associação Esperança e
Vida.
38
Farão parte do grupo focal 12 usuários/beneficiários, considerando que o tamanho do
grupo focal é um aspecto importante, pois todos devem ter a oportunidade de falar, não sendo
aconselhado por Gondim (2003) um tamanho menor que 04 e maior que 15, pois a autora em
questão acredita que com mais de 15 elementos, pode ficar difícil o controle do processo pelo
moderador, havendo uma tendência a polarizar e entrar em conflito e menor que 04 pode
tornar a investigação incompleta, na medida em que se faz necessário ter uma maior
amplitude quanto ao objeto investigado através dos elementos que irão compor o grupo focal.
Gestão
A presidente, como representante máxima da gestão da Instituição, será submetida a
uma entrevista estruturada, com base em perguntas abertas e fechadas. Ao todo, o
questionário contém 10 perguntas. A entrevista será realizada de forma presencial, na sede da
Associação.
Voluntários
Neste público, será aplicado um questionário semiestruturado, com perguntas abertas e
fechadas. Um dos componentes da equipe aplicará o questionário com os voluntários na sede
da Instituição. A ONG conta, atualmente, com 07 voluntários. Objetivando a participação de
todos os voluntários nesta pesquisa, um dos integrantes ficará disponível durante uma semana,
dirigindo-se diariamente à Associação, local de trabalho dos voluntários. Contudo, mesmo
diante desta situação, caso haja desinteresse em colaborar com a pesquisa, o membro só
aplicará com quem se dispor a contribuir.
4.5 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Quadro 02- Cronograma de Execução de Atividades da Pesquisa
PERÍODO 30 a 03/05 04 a 08/05 11 a 13/05 14 a 17/05
AT
IVID
AE
DS
Revisão do
questionário e
roteiro de
entrevista
Aplicação dos
questionários e
realização das
entrevistas
Tabulação dos
dados
Análise dos dados e
elaboração do relatório
de pesquisa
Pré-teste do
questionário
Fonte: Desenvolvido pelos autores, 2015.
39
4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
4.5.1 DADOS QUANTITATIVOS
A partir dos questionários aplicados entre os dias 04 e 08 de maio de 2015, foram
coletados dados na pesquisa, e em seguida foram tabulados e transformados em gráficos com
base nos percentuais de cada resposta.
4.5.1.1 Colaboradores
Os questionários para este público foram aplicados no prédio do telemarketing da
Associação Esperança e Vida e na sede da ONG com os funcionários lá presentes no período
de 07 a 11 do mês de Setembro de 2015, totalizando 18 participantes.
Gráfico 01 – Análise geral da comunicação da AEV
5%
56%
28%
0%
11%
ANÁLISE GERAL DA COMUNICAÇÃO DA AEV
Muito boa
Boa
Regular
Ruim
Muito Ruim
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Analisando de uma forma geral a comunicação desenvolvida pela Associação
Esperança e Vida, 56% dos seus colaboradores a consideram boa, 28% relatam ser regular,
11% consideram muito ruim e 5% consideram muito boa. Tais valores servem de alerta para a
existência de dificuldades na transmissão e no recebimento de informações por parte do
público interno da Associação.
40
Gráfico 02 – Análise da comunicação interna da AEV
5%
39%
50%
6%0%
ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO INTERNA
Muito Boa
Boa
Regular
Ruim
Muito Ruim
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Em relação à comunicação interna, 39% dos entrevistados afirmaram que a
comunicação é boa, 50% consideraram regular, 6% afirmaram ser ruim e 5% relataram ser
muito ruim. Tal índice mostra que a comunicação entre os colaboradores e gestores da
Associação Esperança e Vida apresenta falhas que podem gerar insatisfação de ambas as
partes.
Gráfico 03 – Instumentos de comunicação interna mais utilizados pelos colaboradores
39%
26%
10%
6%
6%
10%3%
INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO INTERNA MAIS UTILIZADOS PELA AEV
Telefone
Quadro de Avisos
Reuniões
Conversas informais
SMS
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
O gráfico acima demonstra que 39% dos colaboradores da Associação utilizam o
telefone para se comunicar entre si. O segundo meio mais utilizado é email com 26% seguido
pelo quadro de avisos e do aplicativo para celular WhatsApp com 10% cada, 6% usam as
reuniões e as conversas informais e 3% usam o recurso da mensagem de texto pelo aparelho
celular.
41
Assim, podemos constatar que a comunicação entre os funcionários se dá de maneira
rápida por meio de aparelhos de transmissão como o telefone, mas que sofrem influências das
chamadas barreiras mecânicas ou físicas como o barulho, ambientes e equipamentos
inadequados que podem dificultar ou mesmo impedir que a comunicação ocorra.
Gráfico 04 – Instrumentos de comunicação externa mais utilizados pelos colaboradores
52%39%
5%4%0%
INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO EXTERNA MAIS UTILIZADOS PELA AEV
Telefone
Reportagem
Panfleto
Visita Social
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Quando questionados sobre os meios de comunicação externa mais utilizados pela
Associação, 52% dos colaboradores responderam que utilizam o telefone para fazer contato
com fornecedores, parceiros e imprensa. Cerca de 39% afirmaram fazer uso do e-mail, 5%
indicam o uso da reportagem quando a impresa procura a associação para esclarecimento do
trabalho desenvolvido e 4% dizem fazer uso do panfleto. Pelos resultados, é possível verificar
que a Associação Esperança e Vida não possui veículos/instrumentos de comunicação
pensados e dirigidos estrategicamente para o público externo.
Gráfico 05 – Sugestões de instrumentos/veículos para a comunicação interna
0%0%0%
27%
10%
6%17%
0%0%
40%
SUGESTÕES DE INSTRUMENTOS/VEÍCULOS PARA A COMUNICAÇÃO INTERNA
JornalRádio InternaBlogCaixa de sugestõesEventosIntranetMuralNewsletterSite
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
42
Os colaboradores sugeriram instrumentos/veículos de comunicação interna a serem
implantados ou reformulados, buscando a melhor circulação de informação na sede e no
telemarketing. Assim, 40% dos colaboradores sugeriram a melhoria das reuniões, 27% a
implantação de caixas de sugestões, 17% a melhoria dos murais, 10% sugeriram a criação e o
planejamento de eventos e 6% dos colaboradores indicaram a implantação de uma intranet
que ajudasse a comunicação entre eles. O gráfico aponta que a implantação e reformulação de
instrumentos de comunicação mais simples de serem realizados atenderiam a demanda dos
colaboradores.
Gráfico 06 – Sugestões de instrumentos/veículos para a comunicação externa
6%
24%
8%
5%19%
11%
27%
SUGESTÕES DE INSTRUMENTOS/VEÍCULOS PARA A COMUNICAÇÃO EXTERNA
Boletim/Jornal/Revista
Contatos com a imprensa
Produção de press-release
Atendimento online
Folder/Panfleto
Site Institucional
Divulgação na mídia
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Quanto à comunicação externa, a maioria dos colaboradores sugere uma maior
divulgação da ONG na mídia (televisão, rádio), visando uma propagação do trabalho
desenvolvido pela mesma. A segunda maior indicação foi contatos com a imprensa,
reforçando a necessidade de reconhecimento e apoio à causa da organização. Logo após, com
19% das sugestões, a criação de material gráfico como folders e panfletos. Aproximadamente,
11% dos colaboradores visaram a necessidade de criação de um site institucional, 8%
sugeriram a produção de press releases para a imprensa, 6% a criação de um
boletim/jornal/revista e 5% opinaram para o atendimento online, via chat de conversação,
para os públicos.
43
Gráfico 07 – Dificuldades encontradas para o desenvolvimento de atividades na área de
comunicação
55%30%
7%4%4%
MAIORES DIFICULDADES ENCONTRADAS PARA DESENVOLVER ATIVIDADES NA ÁREA DE COMUNICAÇÃO
Recursos Financeiros
Relacionamento com aImprensaDesconhecimento do papelda comunicaçãoInstrumentos decomunicação inadequadosFalta de qualificação dosfuncionários
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Quando questionados sobre as maiores dificuldades existentes na ONG para o
desenvolvimento de atividade na área de comunicação, 55% dos colaboradores afirmaram ser
proveniente da ausência de recursos financeiros. Já 30% dos colaboradores afirmaram que o
contato com a imprensa é uma das maiores dificuldade encontras na AEV atualmente na área
de comunicação. Porém, 7% alegaram a falta de conhecimento do papel da comunicação e 4%
indicaram a presença de instrumentos de comunicação inadequados.
Esse gráfico chama atenção pelo número que entrevistados que apontam a falta de
conhecimento do papel da comunicação e da utilização de instrumentos inaquedados.
Gráfico 08 – Fatores propulsores para a comunicação na AEV
19%
26%
29%
5%
21%
FATORES PROPULSORES PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO
Apoio da gestão
Colaboração dos funcionários
Bom relacionamento com a imprensa
Profissionais qualificados
Planejamento estratégico
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
44
Sobre os fatores propulsores para o desenvolvimento da comunicação na Associação
Esperança e Vida, 29% dos colaboradores afirmaram ser essencial o bom relacionamento com
a imprensa, em seguida 26% dos colaboradores relataram ser importante a colaboração dos
funcionários, 21% afirmaram a importância de um planejamento estratégico, 19% consideram
que o apoio da gestão seja essencial e 5% consideram relevante a existência de profissionais
qualificados para o desempenho da atividade.
Gráfico 09 – Ausência de envolvimento dos doadores
89%
0%11%
FALTA DE ENVOLVIMENTO DOS DOADORES
Sim
Não
Não respondeu
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Em relação ao envolvimento dos doadores, a maioria dos colaboradores afirmou que
há uma ausência de interesse por parte deles sobre os trabalhos desenvolvidos pela ONG,
sendo justificada por falta de tempo dos mesmos, ausência de divulgação da ONG, ou apenas
doam sem se preocupar com a causa.
Gráfico 10 – Pontos positivos na AEV pela visão dos colaboradores
22%
17%
17%
17%
9%
9%
9%
PONTOS POSITIVOS PRESENTES NA AEV
Ambiente de trabalho
Bom relacionamento
Horário
Dinâmicas
Gratificações
Reconhecimento profissional
Objetivos alcançados
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
45
Os colaboradores apontaram diversos pontos positivos presentes da Associação
Esperança e Vida, 22% dos colaboradores indicaram o ambiente de trabalho agradável, 17%
indicaram o horário, outros 17% o bom relacionamento e mais 17% assinalaram que as
dinâmicas feitas pela empresa a fim de motivá-los no trabalho, 9% apontaram as gratificações,
o reconhecimento profissional e os objetivos alcançados a favor da causa que a AEV apoia.
Gráfico 11 – Pontos negativos da AEV na visão dos colaboradores
38%
9%9%
10%
5%5%
24%
PONTOS NEGATIVOS PRESENTES NA INSTITUIÇÃOFalta de comunicação
Salário
Falta de organização
Falta de reuniões frequentes
Estrutura
Título de Utilidade Pública
Relacionamento com a imprensa
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Dentre os pontos negativos, 38% indicaram a falta de comunicação como o maior
fator, 24% apontaram que o relacionamento com a imprensa é falho, 10% relataram a
ausência de reuniões frequentes, 9% dos colaboradores classificaram o salário e a falta de
organização com ponto negativo e 5% indicaram a ausência do Título de Utilidade Pública e a
estrutura.
Os três itens que mais foram assinalados pelos colaboradores estão diretamente
ligados a comunicação, demonstrando que a Associção precisa rever suas práticas a fim de
mudar essa realidade.
Gráfico 12 – Sugestões para a melhoria da Associação
21%
16%
21%
16%
10%
11%5%
SUGESTÕES PARA A MELHORIA DA INSTITUIÇÃO Bom relacionamento com osfuncionáriosReuniões frequentes
Comunicação interna
Comunicação externa
Modernização do ambiente
Organização
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
46
Por fim, os colaboradores indicaram possíveis melhorias para a Associação, e dentre
elas estão: 21% apontaram a melhoria do relacionamento entre os funcionários, o mesmo
número 21% sugeriu a melhoria da comunicação interna, 16% reuniões frequentes e outros
16% o aprimoramento da comunicação externa, 11% opinaram sobre a melhoria da
organização, 10% sugeriram a modernização do ambiente de trabalho e 5% sugeriu o
investimento em qualificação profissional.
4.5.1.2 Voluntários
Os questionários foram aplicados, com os 05 voluntários da Associação Esperança e
Vida, no período de 14 a 28 de agosto do vigente ano. Todos os voluntários desempenham as
tarefas de forma colaborativa há, pelo menos, 05 meses.
Gráfico 13 – Média de Idade dos Voluntários da AEV
40%
20%
40%
MÉDIA DE IDADE DOS VOLUNTÁRIOS
De 40 a 45
De 50 a 55
De 55 a 60
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
A média de idade dos voluntários, como apresentado no gráfico 01, varia entre 45 a 48
anos. Verifica-se, portanto, que são pessoas que já atingiram uma certa idade e que desejam
retribuir à sociedade todos os seus conhecimentos, saberes, práticas e experiências adquiridas
ao longo de sua vida, ou apenas procuram uma atividade voluntária, alinhada aos seus valores
de vida para ocupar-se.
47
Gráfico 14 – Situação de voluntariado
40%
60%
PRIMEIRO TRABALHO VOLUNTÁRIO
SIM
NÃO
Fonte: Dados da pesquisa, 2015
Com relação à frequência de trabalho voluntário, 60% responderam que não é a
primeira atividade de voluntariado que exercem, indicando que já são pessoas que possuem
afinidade e experiência com causas sociais.
Gráfico 15 – Média de tempo de execução de voluntariado na AEV
20%
60%
20%
MÉDIA DE TEMPO DE VOLUNTARIADO
Até 1 ano
De 1 a 2 anos
De 2 a 4 anos
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Sobre a média de tempo que os voluntários executam atividades na ONG, a maioria
está a cerca de 01 a 02 anos, mostrando assim o comprometimento e responsabilidade com o
trabalho que ajuda aos usuários a superar os próprios limites na busca de uma vida melhor e
independente.
48
Gráfico 16 – Sobre as atividades desenvolvidas no voluntariado
57%
15%
14%
14%
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS VOLUNTÁRIOS
Artesanato
Dinâmicas em grupo
Atendimentopsicológico
Atendimento jurídico
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Com relação às atividades ocupacionais dispostas pelos voluntários, 57% optam por
ensinar os usuários a produzir artesanato, que se divide em feltro, bonecas de pano, pintura
em tecido e biscuit. 15% optam por dinâmicas, a fim de integrar e incentivar os usuários ao
companheirismo e atividade em grupo e 14% optam por atendimentos individuais na área de
psicologia, buscando o conforto emocional para prosseguir com o tratamento da doença do
câncer e no âmbito jurídico, ajudando-os a reconhecer os seus diretos de cidadão perante a
sociedade.
Gráfico 17 – Motivação para os voluntários
25%
37%
25%
13%
PRINCIPAIS MOTIVOS QUE LEVARAM AO VOLUNTARIADO
Transmitirconhecimento
Prazer em ajudar opróximo
Apoio à causa
À convite
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
49
Relacionado aos principais motivos que levaram essas pessoas a desenvolverem
trabalhos voluntários na AEV, o gráfico 05 aponta que 37% têm por base o prazer de ajudar
ao próximo como principal motivo. Em seguida, 25% apontam que o principal motivo foi a
possibilidade de transmitir conhecimento, outros 25% afirmam que o apoio a causa da luta
contra o câncer foi o principal fator. Por fim, foi indicado que 13% estão na ONG a convite,
que não existiram motivos específicos.
Gráfico 18 – Sobre a estrutura para o desenvolvimento do voluntariado
0%
100%
0%
ESTRUTURA ADEQUADA PARA O DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
Não
Sim
Em parte
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Com relação à estrutura fisica que o prédio da AEV oferece para o desenvolvimento
das atividades de voluntariado é 100% satisfatória. Assim, pode-se constatar que os
voluntários contam com salas amplas e refrigeradas para o desempenho de suas atividades
junto as beneficiarias da Associação.
Gráfico 19 – Avaliação da comunicação interna da AEV
80%
0%
20%0%0%
AVALIAÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA
Ótima
Boa
Regular
Ruim
Péssima
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
50
Em análise ao gráfico acima, percebe-se que 80% dos voluntários consideram que a
comunicação entre eles e a Associação Esperança e Vida é ótima e 20% consideraram regular.
Assim sendo, chega-se à conclusão que a ONG deve manter os meios utilizados para esse
público e buscar sempre aprimorá-los.
Gráfico 20 – Instrumentos de comunicação utilizados para se comunicar com a AEV
33%
13%20%
7%
7%
20%
INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO MAIS UTILIZADOS PELOS VOLUNTÁRIOS NA AEV
Telefone
Reunião
Conversas informais
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Tendo em vista os dados apresentados pelo gráfico acima, a comunicação entre os
voluntários e a Associação é realizada basicamente por reuniões, contabilizando 33%. Em
seguida, vem as conversas informais e o aplicativo de celular WhatsApp com 20% cada. A
rede social Facebook com 13% de utilidade, e o telefone e e-mail com apenas 7% cada.
Gráfico 21 – Mensuração do espaço para sugestões e opiniões
0%0%20%
80%
ESPAÇO PARA OPINAR E SUGERIR
NUNCA
RARAMENTE
QUASE SEMPRE
SEMPRE
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
51
Quanto ao espaço disponibilizado para os voluntários sugerirem e opinarem quanto ao
funcionamento da AEV, 80% responderam que sempre tem autonomia para indicar alguma
melhoria para a ONG. Por fim, 20% responderam que quase sempre tem liberdade de opinar.
Portanto, foi constatado um fator positivo na ONG, que busca ouvir seus voluntários a fim de
buscar o desenvolvimento e bom funcionamento da instituição.
Gráfico 22 – Pontos positivos na AEV apontados pelos voluntários
15%
39%31%
15%
PONTOS POSITIVOS PRESENTES NA INSTITUIÇÃO
Organização
Ambiente detrabalho
Apoio da gestão
Estrutura
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Analisando o gráfico acima, percebe-se que o ambiente de trabalho é o ponto positivo
que mais conta na Associação Esperança e Vida, contabilizando 39% do total. O segundo
fator positivo é o apoio da gestão com 31%, em seguida vem a estrutura e organização com
15%.
Os voluntários da AEV exercem suas atividades na sede da instituição mantendo
contato apenas com os colaboradores que lá estão e lidam diretamente com as beneficiárias da
ONG.
Gráfico 23 – Pontos negativos na AEV
37%
27%
27%
9%
PONTO NEGATIVOS PRESENTES NA AEVFalta de recursostecnológicosLocalização
Falta de recursos materiais
Falta de manutençãohigiênica
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
52
Observando o gráfico, observamos que o principal ponto negativo presente na AEV
apontado pelos voluntários com 37% é a falta de recursos tecnológicos que auxiliem no bom
funcionamento da instituição. Logo após, vem a ausência de recursos materiais para algumas
aulas e a localização, com 27% cada. Por último, com 9% a falta de manutenção higiênica na
sede.
Para os voluntários os recursos tecnológicos como computadores, projetor de imagem
e um sistema de som iriam auxiliar bastante na aprendizagem das beneficiárias.
4.5.2 DADOS QUALITATIVOS
Foi aplicada uma entrevista com diretora presidente da ONG e o realizou-se um grupo
focal com os beneficiários, com o intuito de coletar informações relevantes para a pesquisa.
4.5.2.1 Entrevista realizada com presidente da Associação Esperança e Vida – Sede João
Pessoa
A entrevista foi realizada com a preidente da sede da Associação Esperança em João
Pessoa, a senhora Márcia Cordeiro. Primeiramente, foi questionado por que a ONG não
possui setor de comunicação, e foi argumentado o pouco tempo de funcionamento da
instituição, cerca de 04 anos, e que ainda segue em buscar de seu crescimento e estabilidade, e
ainda foi justificado pela falta de pessoas qualificadas no quadro atual dos funcionários.
Em relação às atividades que são feitas para angariar fundos para a instituição, foi
relatado que a busca de parceiro é constante e muito árdua, pois os parceiros em sua grande
maioria são esporádicos, sendo assim telemarketing o principal meio para a captação de
recursos, onde as atendentes recebem capacitação de forma constante. Dentre as formas que a
ONG se utiliza para esta finalidade, foi citada a participação em feiras e eventos presentes na
cidade de João Pessoa. Outro ponto importante é o planejamento da construção de um site, um
instrumento de comunicação de baixo custo financeiro, realizado em conjunto a Empresa
Soda1.
Já em relação ao relacionamento com a imprensa, a mesma procura a instituição
esporadicamente em épocas com São João e Natal, e também em datas que promovem ao luta
contra câncer, para realizar reportagens para as principais emissoras de TV presentes na
cidade, para algumas participações no rádio e jornais.
1 "A SODA Virtual é uma empresa de propagandas da cidade de João Pessoa. Conforme contato da diretora, a
empresa aceitou ser parceira e está desenvolvendo o site com um custo acessível para a Associação Esperança e
Vida, reconhecendo a importância do trabalho social desenvolvido pela mesma".
53
Ainda no contexto de comunicação externa, a entrevistada relata que os instrumentos
de comunicação existentes na AEV ajudam em parte a concretizar os objetivos e projetos que
a ONG possui.
Partindo para a comunicação interna, a presidente da Associação relata que há um
plano de ações anual, pensado estrategicamente juntamente com a assistente social e o gerente
administrativo do telemarketing. Relata também serem bem definidos todos os cargos dentro
na instituição e acredita que todos sabem de suas devidas funções e tarefas, e afirmou também
que sempre procura manter a equipe informada sobre as despesas mensais, bem como o
direcionamento dado aos gastos, geralmente informados por intermédio de reuniões, e-mails e
quadros de avisos.
Buscando a transparência dos recursos financeiros, a ONG faz um balanço anual para
ser publicado em um jornal de grande circulação, mas devido a um problema com o contador
na instituição, os dados do ano de 2014 ainda não foram publicados.
Ao final da entrevista, a presidente afirmou que a ausência de qualificação de alguns
funcionários é um dos pontos fracos da ONG, assim como também as estratégias de captação
de parceiros e promotores de eventos beneficentes. Ressaltou, ainda, que considera um ponto
negativo o fato do telemarketing ser a única estratégia para captar doações para a associação.
4.5.2.2 Grupo focal realizado com os beneficiários
O objetivo desse grupo focal foi de juntamente com os usuários da Associação
Esperança e Vida de averiguar a comunicação institucional, atendimento realizado pela
instituição, bem como refletir a respeito das atividades que a ONG disponibiliza como
práticas ocupacionais. A discussão teve como foco a interação dos usuários com a associação.
A sessão durou 45 minutos, tendo a presença de 12 mulheres beneficiárias sujeitos à pesquisa.
Assim, contou-se com a boa vontade e interesse das participantes para que esta pesquisa
pudesse acontecer desta forma.
Iniciou-se a sessão fazendo as devidas apresentações. Logo depois a moderadora,
retoma o objetivo do grupo e descreve as características da técnica de pesquisa de grupo focal,
buscando deixar claro ao grupo que o interesse é de perceber as concepções, os sentimentos e
as opiniões dos participantes sobre a ONG e que será gravado para posterior análise.
Após as apresentações e o esclarecimento da técnica, a moderadora deu-se a leitura
das perguntas elencadas em um roteiro dividido por temas de interesse dos pesquisadores.
Figura 02 – Realização do grupo focal com os beneficiários
54
Fonte: Desenvolvimento dos autores.
TEMA 1: COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
1) Como você tomou conhecimento da existência da Associação Esperança e Vida?
“(...) conheci a Associação por meio de uma amiga que falou sobre uma Associação que
tinha acabado de abrir. Então, a assistente social foi até minha casa, e viu que eu era uma
pessoa carente e me escreveu. Isso já faz dois anos”.
“(...) a primeira vez que vim pra a Associação foi em uma festa, que minha amiga me
convidou. Eu vim só saber o que era, e acabei ficando. Eu estou aqui também desde 2012 e
estou satisfeita, aqui nós somos uma família. Eu mesmo considero a minha família, pois
nós todos falamos a mesma língua. Tem muita gente que quando se fala em câncer, não
chegam nem perto, mas aqui não tem isso não, nós falamos a mesma língua e eu me sinto
em casa (...)”.
“(...) para mim foi muito bom eu ter conhecido a Associação, porque aqui eu encontrei
recuperei uma nova vida, nova saúde, meu alto astral, pois eu estava em casa direto e só
chorava, não tinha com quem me comunicar, pois há 27 anos eu moro sem ninguém. Eu
entrei na Associação no dia 06 de março de 2012 e estou até hoje (...)”.
O primeiro item do roteiro diz respeito à como as usuárias tiveram o primeiro contato
com a associação e assim passaram a frequentá-la. Todas as participantes presentes relataram
que foram convidadas por alguém que já conhecia a instituição. Nesta apresentação, as
55
usuárias aproveitaram para falar dos principais motivos que levaram a aceitação do convite e
posteriormente, começar a frequentarem a AEV. Dentre eles, a questão do papel social se faz
relevante, pois é na ONG que as usuárias buscam apoio, caracterizando como um lugar de
refúgio e um espaço para encontrar motivos para viver com maior intensidade e conferir um
sentido útil à existência depois do diagnóstico da doença.
O próximo item do roteiro questionou sobre como as usuárias são avisadas a respeito
das oficinas, atividades e eventos promovidos pela instituição, e foi relatado que recebem uma
programação mensal por escrito na última sexta-feira do mês. Essa programação se
caracteriza por ser um cronograma das atividades semanais das oficinas ministradas pelos
voluntários.
Em relação ao acesso na página da associação presente na rede social Facebook,
apenas uma beneficiária afirmou utilizar o canal para observar fotos dos eventos que são
postados na página da Associação, assim não o utilizando como um meio informativo.
TEMA 02: ATENDIMENTO
A princípio, questiona-se à cerca de estrutura física da ONG e sua comodidade para a
realização das atividades. Todas as participantes respondem que sim, apenas uma aproveita o
tema para falar sobre a segurança do local, alertando sobre a vulnerabilidade à violência nos
dias atuais.
2) Como você é informado das atividades, oficinas e eventos realizados na Associação?
“Tem a entrega da cesta, e nesse dia a assistente social entrega toda a programação do
mês, um calendário a todas. E agora também temos um grupo no WhatsApp, que lá também
ela passa algumas informações para quem tem o aplicativo ”.
3) Você costuma acessar a página de Associação no Facebook, bem como seu blog?
“Se você quiser ver fotos, é só acessar o “Face”. Lá elas colocam as fotos das aulas,
eventos, aniversários. E quando há eventos elas gravam e mandam o vídeo pra o
WhatsApp”.
“Eu não tenho esse “Face” e nem sei mexer na internet. Então, nem uso”.
1) A Associação, no seu ponto de vista, dispõe de uma infraestrutura que proporcione
o bom atendimento às suas necessidades?
“Eu só acho um pouco assim perigoso, porque não tem uma grade no terraço que fechasse
mais, porque as meninas ficam muito expostas pela manhã, pois hoje em dia está tudo
muito perigoso”.
“Sim. Aqui tem essa sala grande que cabe todo mundo e aqui mesmo a gente tem as aulas
de pintura, de boneca de pano [...]”
56
Posteriormente, foram questionadas sobre a avaliação oficinas realizadas na
associação e se tinham sugestões para novas atividades. Portanto, foi descrito que como todos
os dias da semana (segunda à sexta) já estão preenchidos com oficinas e estão satisfeitas com
o quadro atual de atividade, pois fossem adicionadas mais aulas, se tornaria cansativo. Sendo
explanada também a implantação de aulas de fisioterapias, por alunos do Centro Universitário
de João Pessoa – Unipê daqui para o término do presente ano. Uma participante lamentou a
retirada da aula de grande estima por ela, a de artesanato em crochê, devido à dificuldade
relacionada à visão das demais participantes. Outra relatou a falta da aula de pintura em tela,
que já foi oferecida pela ONG, porém a professora voluntária não pode mais continuar na
associação por motivos pessoais.
Quanto aos horários e dias de realização das oficinas, todos se mostraram satisfeitas
com as propostas oferecidas pela instituição e relataram que se sentem na obrigação de virem
todos os dias no período da tarde para participar assiduamente das aulas. Referente às
dificuldades encontradas para está todos os dias na associação, uma participante comenta a
complexidade de sua locomoção. A moderadora aproveitou para questionar sobre a localidade
de moradia das usuárias, e muitas declaram morar em bairros distantes do Cristo Redentor,
onde está localizada a sede da associação, como Costa e Silva, Mandacaru e Geisel. Diante
desse fato, foi sugerido um meio transporte para a locomoção das beneficiárias menos
2) As oficinas realizadas, atualmente, pela Associação, são suficientes? Como você as
avalia? Você tem interesse em realizar alguma outra oficina que não seja oferecida
pela Associação?
“Nós temos a semana toda completa de aulas, se aumentasse, ficaria cansativo. Está bom
como está.”
“Vem até um pessoal que faz física, esse pessoal da faculdade, eles vão entrar ainda esse
ano. Estamos esperando.”
“Fiquei triste por que tiraram a aula de crochê, era a que eu mais gostava. Só que alguma
amigas têm problema de visão, e ficava difícil de terminar as peças.”
“Aquela professora de pintura em quadro saiu também, mas foi porque ela não pode vir
mais.”
3) Os dias das oficinas e seus horários de realizações atendem os seus anseios?
“Gostaria muito de poder vir todos os dias, mas eu tenho problema na visão e fica difícil
pegar ônibus. Só venho como minha colega que mora perto vem junto, pois pego sete
ônibus para voltar para minha casa. Para mim fica difícil pela saúde, não pela preguiça ou
que não queira vir, aí só estou vindo mais na terça, quarta e quinta”.
“O pessoal aqui poderia disponibilizar uma van pra pegar as pessoas mais desfavorecidas.
Tem gente que deixa de vir porque é longe e se torna cansativo. Não temos nem saúde pra
isso mais (risos)”.
57
favorecidas, pois mesmo não pagando transporte por serem idosas, elas se sentem cansadas
pelo fato de terem que tomar diversos transportes públicos para chegar à instituição.
Sem mais opiniões, a moderadora falou sobre outro ponto a fim de medir a satisfação
das usuárias, a questão dos atendimentos jurídico, psicológico e social.
O atendimento psicológico foi o mais mencionado. As usuárias se sentem bem
acolhidas pela profissional que desempenha tal função e acabam desenvolvendo uma relação
de reciprocidade afetiva com a mesma. Também exposto o modo que a psicóloga informa
quando não pode comparecer no dia reservado para o seu voluntariado, as terças-feiras, ela
liga para as usuárias informando.
Relacionado ao atendimento social, todas afirmaram estarem satisfeitas com o serviço
oferecido pela assistente social, que se encontra atualmente na associação, ressalvando à sua
disponibilidade e gentileza.
Sobre o atendimento jurídico, a maioria mencionou não fazer uso, apenas uma
participante utilizou-se dele e relatou que o mesmo é satisfatório.
Para finalizar o tema atendimento, a moderadora questionou sobre as práticas
pedagógicas dos professores voluntários, visando ministrar as oficinas de modo que todos
possam compreender e maioria respondeu que sim, mencionando qual oficina tem mais
afinidade, sendo mais citadas as aulas de pintura em tecido e artesanato em feltro.
A moderadora prosseguiu o roteiro, chegando ao último tema, os processos de
comunicação.
TEMA 3: PROCESSOS COMUNICACIONAIS
1) Como ocorre a comunicação entre vocês, beneficiários?
“A gente sempre liga uma pra outra ou fala no WhatApp. E quando é com o pessoal daqui
da ONG, é do mesmo jeito.”
“A gente liga. Estamos sempre ligando uma pra outra pra saber das coisas. Quando uma
5) Os professores conseguem, ao seu ver, ministrar as oficinas de modo que todos
possam entendem?
“O atendimento psicológico é formidável! É na terça-feira com a Drª. Lindinalva, ela canta
e tudo, a gente sai daqui outra pessoa. Ela atende em grupo e individual. Quando
precisamos conversar em particular, ela nos atente também. Ela não é só psicóloga, ela é
amiga.”
“Quando precisei de uns exames, a associação pagou para eu poder fazer, a assistente
social que foi atrás”.
“Eu tive um problema com o meu benefício do INSS, ele pediu para trazer meus documentos
e resolveu tudo”.
58
falta, a outra vai e repassa os avisos pra gente. A assistente social também faz isso quando
a gente perde alguma coisa importante”.
Buscando entender como se dá a interação entre as usuárias da Associação Esperança
e Vida. Assim, foi dito os meios mais utilizados de comunicação, especificando basicamente
por telefones, utilizando-se de ligações e do aplicativo de celular WhatsApp. Assim, resultou-
se na resposta do questionamento seguinte que abordava a forma de contato da instituição
com as usuárias fora do prédio da sede, que se dá por meio de ligações ou mensagens via
WhatsApp. Observa-se assim, a predominância de uma comunicação informal.
Quando se solicita algum medicamento que a ONG pode viabilizar, as usuárias trazem
as receitas prescritas por médicos, a assistente social providencia com os recursos financeiros
vindos das doações e entrega a beneficiária devidamente inscrita na associação por meio de
cadastro. Os exames para o tratamento da doença do câncer também são viabilizados pela
AEV, onde através da requisição a associação faz uma campanha interna com os doadores
para conseguir recursos financeiros para arcar com esse procedimento. Desse modo, foi
relatado que a associação conseguiu pagar exames com alto valor financeiro, como
tomografias, e medicamentos para alguns usuários com situações mais urgentes.
Por fim, a mediadora abre espaço para sugestões e reclamações para a melhoria da
comunicação da AEV e todas as usuárias comentam estarem muito satisfeitas com o
funcionamento da instituição. Sem mais manifestações, ocorre o encerramento do grupo focal
com agradecimentos e colaboração de todas, que contribuíram muito para esta etapa da
pesquisa.
Algumas se manifestaram dizendo que a reunião foi muito proveitosa e interessante,
além de promover um ambiente de descontração e interação entre todas.
4.5.2.4 Grupo Focal com os doadores
Os doadores representam a base de sustentação financeira da Associação Esperança e
Vida e se caracterizam como público fundamental para o bom funcionamento da instituição.
3) Quando você necessita de algum medicamento ou atendimento, qual o procedimento
para que você solicite e tenha acesso aos mesmos?
“Quando a gente entra, a gente é cadastrada na hora. Respondemos uma ficha com dados
que a assistente social faz.”
“Os exames, a gente trás a requisição do médico e a assistente social vai ver se consegue.”
59
Diante da importância desse público resolvemos realizar um Grupo Focal para que
pudéssemos obter informações relevantes sobre os mesmos e sobre o seu relacionamento com
a Associação.
Entramos em contato com alguns doadores com o intuito de convidá-los a
participarem do Grupo Focal que seria realizado no sábado dia 24/10, às 9h, na sede da
Associação Esperança e Vida, localizada na Avenida Ranieri Mazilli no bairro do Cristo
Redentor, na ocasião seria oferecido um café da manhã e sorteio de brindes para os
participantes.
O contato se deu via telefone celular com base no banco de dados de doadores ativos
cedido pela AEV. Durante as ligações alguns fatores chamaram a atenção dos pesquisadores
como o banco de dados desatualizado e com números inexistentes e a falta de informações
mínimas sobre o trabalho realizado pela AEV. Seguem alguns depoimentos:
[...] A Associação não fica localizada no bairro dos Bancários? Eu pensei que era aqui perto
da minha casa na principal [...]
[...] É uma Associação de que mesmo? Com o que vocês trabalham? [..]
[...] Quando eu tiver tempo vou visitar a Associação e ver o trabalho de vocês, é ruim a gente
doar e não conhecer o lugar. [...]
Esses depoimentos reforçaram as informações obtidas no gráfico 10 que apontam a opinião
dos colaboradores sobre a participação dos doadores na ONG da seguinte forma:
“Em relação ao envolvimento dos doadores, a maioria dos colaboradores afirmou
que há uma ausência de interesse por parte deles sobre os trabalhos desenvolvidos
pela ONG, sendo justificada por falta de tempo dos mesmos, ausência de divulgação
da ONG, ou apenas doam sem se preocupar com a causa.”
Diante do exposto fica claro que a questão não é apenas falta de envolvimento dos
doadores, deixando em evidência que há uma grande falta de informação nesse segmento de
público a respeito do trabalho desenvolvido pela Associação.
60
5 DIAGNÓSTICO
Com base na análise dos dados obtidos com a pesquisa aplicada na Associação
Esperança e Vida, foi possível confirmar algumas das hipóteses levantadas anteriormente no
briefing.
Em relação ao envolvimento dos doadores com a organização pode-se observar a
ausência desse relacionamento, pois 89% dos colaboradores entrevistados confirmaram essa
suposição, como também os próprios doadores por meio de contato telefônico, relataram o
conhecimento dos eventos promovidos pela instituição, mas argumentaram a
indisponibilidade de tempo para participar. Tendo em vista a importância desse público para o
bom funcionamento da ONG é preciso criar instrumentos de comunição que aproximem e
atraiam tal público às atividades desenvolvidas pela AEV.
Outro ponto crítico observado anteriormente foi a ausência de instrumentos que
auxiliem a comunicação e ajudem a divulgar os serviços prestados pela Associação. Isso se dá
pela falta de ações baseadas em um planejamento estratégico que tenha por objetivo divulgar
e difundir a imagem da instituição perante a sociedade. A AEV possui alguns instumentos de
comunicação, porém são utilizados de maneira inadequada, muito aquém da sua
potencialidade, e por isso mesmo eles acabam não atingindo a sua verdadeira finalidade. A
AEV está presente na rede social Facebook, por exemplo, mas não a utiliza de maneira
estratégica, em decorrência de um mau gerenciamento da mesma.
Como consequência de todo esse panorama, a ONG não está sendo capaz de
consolidar a sua imagem e assim poder construir um bom conceito e desenvolver a sua
identidade o público externo. Vale ressaltar, ainda que são por intermédio desses instrumentos
que a organização é vista e solicitada pela mídia para matérias espontâneas, por exemplo.
Observaram-se falhas na comunicação interna que afetam o funcionamento e a
organização da AEV. A ausência de reuniões frequentes entre os funcionários e o corpo
diretivo foi um dos pontos críticos apontados e confirmados na pesquisa. Portanto, é
primordial que Associação aprimore a comunicação entre seus colaboradores, deixando-a
mais clara e transparente, a fim de evitar ruídos indesejados, estimulando um clima
participativo.
Diante da coleta de informações e da confirmação das hipóteses previamente
estabelecidas, observou-se a necessidade da ONG conhecer, mais profundamente, os seus
públicos e de planejar adequadamente a utilização de seus instrumentos de comunicação
dirigida para efetivamente aproximá-los. Sendo assim, concluiu-se que o desenvolvimento de
61
um Programa de Relações Públicas torna-se imprescindível para a instituição, tendo em vista
a sua grande necessidade de aprofundar o seu relacionamento com os seus diversos públicos,
para assim chegar a consolidar, então, a sua imagem enquanto entidade de referência no apoio
aos pacientes de câncer da cidade de João Pessoa (PB).
62
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A conjuntura atual requer, de certa forma, uma atenção especial das empresas e
organizações com e sem fins lucrativos. Antes, especificamente nas décadas 60, 70 e 80, as
instituições faziam parte de um contexto cujas mudanças eram lentas, quase engessadas, sem
desconsiderar a mentalidade burocrática2 das instituições. Elas não tinham muitas
preocupações, a não ser a de gerar lucros e contar com um ambiente favorável às suas
demandas. Há, por exemplo, autores (Santaella, 2008; Lemos, 2004) que defendem a hipótese
de que essas mudanças lentas, no caso das externas, se davam, sobretudo, pela inexistência de
meios e instrumentos de comunicação que propiciassem a participação de todos, isto é, da
sociedade em geral e não simplesmente de determinadas oligarquias, como os proprietários
dos meios de comunicação, que até hoje estão à frente de grandes conglomerados da mídia e
nosso país.
Além deste motivo, há vários outros, como a globalização, por exemplo. O local,
agora, se torna global e com isso a imagem da empresa sai da sua zona territorial e geográfica
para navegar nas infovias das plataformas de interação social mundial, tornando-se vulnerável
a todos os tipos de comentários, sejam estes maldosos ou bondosos.
Para ampliar ainda mais os nossos horizontes, Lemos e Levy (2010) nos ajudam a
entender a dinâmica do contexto atual, focando, especialmente, nos novos meios de
comunicação digitais, emergidos a partir dos anos 90 e considerados um dos principais
sujeitos de transformação social, política, econômica e empresarial. Para os autores, há três
princípios que explicam as mudanças que hoje vislumbramos. O primeiro é o poder de
emissão. Este princípio confronta a lógica massiva, predominada pela casta que dominava os
meios de emissão. O segundo diz respeito à conexão. Agora, por exemplo, um cliente ou um
doador podem, simplesmente, emitir uma queixa ou um elogio referente a uma determinada
instituição, sem que tenha que pedir a autorização de alguém. E, por fim, o terceiro é a
reconfiguração, que traduz a ideia que essa nova dinâmica trás para a sociedade.
O que interessa saber, aqui, é que hoje as empresas e as instituições filantrópicas estão
inseridas num contexto radicalmente modificado e em constante fluxo. Os exemplos citados
acima são apenas alguns dos vários que podem ser observados. As instituições que não
buscarem se atualizar ou adotar novos comportamentos frente a tal realidade, certamente,
sucumbirão. Entretanto, não podemos deixar de notar que é exatamente nesse ambiente
2 Ver: o diálogo entre burocracia e inovação no campo das organizações. Acessar: http://migre.me/rXs8U
63
“líquido”, termo cunhado por Bauman (2007) para se referir à velocidade em que as coisas
estão acontecendo na sociedade contemporânea, seja no ambiente mercadológico, social,
econômico ou político, que a comunicação, ferramenta essencial das Relações Públicas, se
torna uma forte aliada das empresas e instituições filantrópicas que buscam fortalecer a sua
identidade, a sua marca, construir relacionamentos duradouros com os diversos públicos que
uma organização pode ter e, acima de tudo, se tornar estável no mercado.
Como diz Mendonça apud Peruzzo (2007, p. 9), “as organizações que, para se
adaptarem aos novos tempos, adotam esses princípios empresariais tendem, então, a dar
prioridade à execução de ‘projetos’, um tipo de intervenção social pontual cujos objetivos
podem ser mensurados e quantificados”, tendem a deixar de lado a “relação de reciprocidade
e fazer prevalecer a razão instrumental em detrimento de práticas comunicacionais que
favoreçam a reflexão, a crítica social e o surgimento de uma cultura de emancipação”
Vale ressaltar que não importa o segmento (primeiro, segundo ou terceiro setor) em
que as instituições atuam, quando a comunicação é bem gerida e pensada de forma
estratégica, ela desempenha um papel preponderante no desenvolvimento das organizações,
contribuindo para a consecução dos objetivos e para a obtenção de resultados eficazes.
Embora reconheça-se que a comunicação soluciona os problemas e, ao mesmo tempo,
notabiliza as instituições, a sua ausência tem sido um dos principais problemas na sociedade
contemporânea. Basta, por exemplo, lançar um olhar nos grupos3 de Relações Públicas no
Facebook para conferir as inúmeras empresas e instituições que, por falta e falhas de um
sistema de comunicação, e, sobretudo, pela ausência desta, entram em conflitos com os seus
principais públicos, comprometendo a sua imagem e cometendo gafes numa rede virtual
reconhecida como globalizada.
Tem razão Andrade (1993, p. 106) quando diz que:
É preciso que o comunicador esteja a par daquilo que pretende transmitir e que o
faça de modo honesto. Também deverá utilizar-se de vários adequados veículos de
comunicação para enviar a sua mensagem. Esta, por sua vez, necessita ser clara e em
linguagem própria. Finalmente, o recebedor deve encontrar algo de interesse na
comunicação para que se disponha a receber a mensagem.
Andrade é lúcido, pois a comunicação eficaz se dá a partir de um processo rigoroso,
contando com um comunicador capaz, a partir de técnicas específicas, de transformar a
mensagem numa mensagem codificável para determinado público. Além disso, deve-se levar
em conta a escolha adequada do canal que veiculará a mensagem, observando sempre que
possível o feedback dos públicos, pois são estes que garantirão possíveis alterações no
3 Ver: https://www.facebook.com/groups/relacoespublicas/?fref=ts
64
processo a fim de garantir maior efetividade. Além deste processo, nunca se deve desprezar
uma prévia pesquisa em relação aos públicos, só assim pode-se evitar possíveis falhas no
processo de comunicação.
Pertinente também é Jaques (2014, p. 19) ao considerar que em, praticamente, todos os
aspectos da vida as pessoas não têm interesses ou objetivos semelhantes, cabe, neste caso:
Ao Relações Públicas relacionar os interesses de cada um dos públicos estratégicos
com os da organização para que grande parte do público saia satisfeito e que tanto o
público interno quanto o externo atinjam seus objetivos. Ele é aquele que busca
manter, com clareza, eficiência e eficácia, seus públicos informados.
No mesmo bojo e com o objetivo de garantir maior entendimento com relação à
importância das Relações Públicas no contexto atual, Kunsch (2003, p. 95) destaca as suas
funções.
(1) identificar os públicos, suas reações, percepções e pensam em estratégias
comunicacionais de relacionamentos de acordo com as demandas sociais e o
ambiente organizacional. (2) supervisionar e coordenar programas de comunicação
com públicos [...]. (3) prever e gerenciar conflitos e crises que porventura passam as
organizações e podem despontar dentro de muitas categorias: empregados,
consumidores, governos, sindicatos, grupos de pressão etc.
São funções que podem ser empregadas nas diversas empresas e instituições,
sobretudo neste momento atual de fluidez e instabilidade da sociedade, como no terceiro
setor, espaço que o Relações Públicas vêm conquistando cada dia mais, já que um dos seus
eixos de atuação recai sobre a responsabilidade social.
O terceiro setor vem a cada dia sendo reconhecido como uma das mais importantes
esferas de atuação civil. Segundo o IBGE, em pesquisa realizada nos primeiros anos do século
21, este setor representava 5% do PIB nacional. Se naquela época o terceiro setor já tinha uma
presença expressiva na sociedade, imagina-se que esta representação, dez anos depois, tenha
triplificado.
Mas então, o que vem a ser o terceiro setor e o que ele representa na sociedade?
Segundo Fernandes (1997) o terceiro setor são as organizações sem fins lucrativos criadas e
mantidas com ênfase no trabalho voluntário, num âmbito não-governamental, dando
continuidade às práticas tradicionais de caridade e filantropia. Para Cardoso (1997, p. 9) este
setor representa “um espaço de participação de novos modos de pensar e agir sobre a
realidade social”. Nele, rompe-se com a dicotomia entre público e privado, dando surgimento
a uma esfera não-governamental. Peruzzo (2007) complementa, afirmando que as ações deste
setor têm caráter benemérito e de emancipação cidadã.
É nesse contexto que emerge os Relações-Públicas atuantes em prol do
desenvolvimento da cidadania, colocando todas as suas experiências e aprendizagens na
construção afirmativa e coletiva por meio de projetos e processos de comunicação. É este o
65
profissional qualificado para atuar no estabelecimento de ações e atividades que permitam a
participação dos públicos e trabalhar para que a instituição se expanda e ocupe seu espaço na
sociedade, efetivando a sua função e existência.
66
7 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS
7.1 TÍTULO
Programa de Relações Públicas para a Associação Esperança e Vida.
7.2 JUSTIFICATIVA
Um programa de Relações Públicas é constituído com base numa pesquisa séria, cujo
maior objetivo é pensar ações que resolvam os problemas de comunicação, imagem e
relacionamento de uma instituição com os seus diversos públicos. Assim sendo, com base nos
problemas de comunicação, relacionamento e imagem identificados na Associação Esperança
e Vida através do briefing e da pesquisa de opinião, elaborar um Programa de Relações
Públicas se torna primordial.
O briefing e a pesquisa de opinião apontaram uma série de problemas, como o
distanciamento ou a falta de envolvimento dos doadores na ONG; situação financeira instável;
ausência de instrumentos adequados de comunicação que visem dar reconhecimento à
Instituição, prestação de contas à sociedade; má gerenciamento das redes sociais; inexistência
de projetos que visem atrair voluntários e a inexistência de um banco de dados que colabore
para o relacionamento da Instituição com os diversos segmentos da sociedade.
Não restam dúvidas, diante dos problemas de comunicação e relacionamento
apresentados, de que a Associação Esperança e Vida necessita de um Programa de Relações
Públicas e de ações estratégicas e planejadas para alcançar os seus objetivos.
7.3 OBJETIVOS
7.3.1 Objetivo Geral
Fortalecer o relacionamento da ONG com os seus diversos públicos através de um
Programa de Relações Públicas.
7.3.2 Objetivos Específicos
Planejar ações que visem estreitar o relacionamento da ONG com os seus doadores;
Aprimorar os instrumentos de comunicação (interno e externo) da Instituição;
Colaborar para o estabelecimento de novas parcerias;
67
Despertar o interesse de novas pessoas para se tornarem voluntárias da AEV
7.4 PÚBLICO-ALVO
Colaboradores;
Imprensa;
Doadores
Usuários
Voluntários
Parceiros e potenciais parceiros
7.5 AÇÕES
a) Boletim Prestativo de contas aos doadores
Público-alvo: Doadores
Objetivo: Elucidar os doadores sobre o destino das arrecadações provenientes do serviço de
telemarketing.
Justificativa: Um dos maiores problemas das instituições filantrópicas recai, sobretudo, na
prestação de contas à sociedade. Às vezes isso se dá pela falta de um planejamento ou de
pessoas qualificadas que consigam ver, nesta ação, uma oportunidade para fortalecer os
vínculos e desenvolver uma imagem positiva perante a sociedade. Embora a Associação faça
uso de um jornal de grande circulação para divulgar o balanço financeiro anual, é sempre bom
pensar em instrumentos de comunicação dirigida, pois, além de garantir a prestação de contas,
que é o objetivo principal desta ação, eles também aproximam e fortalecem a relação entre os
diversos públicos de uma instituição. Além disso, por meio de conversas via telefone, os
doadores afirmaram não saber da existência desse balanço econômico que era divulgado
sazonalmente, o que justifica ainda mais a necessidade de poder contar com um instrumento
de comunicação adequado e dirigido para esta finalidade. Outro ponto que também justifica a
escolha deste instrumento é o perfil dos doadores, na maioria idosos, que não têm acesso a e-
mails, e preferem ser informados via material impresso.
Estratégia: Pretende-se enviar o Boletim Prestativo a cada seis meses através dos
“mensageiros”, que são os motoboys contratados pela Associação. Além disso, só serão
emitidos os boletins informativos para quem contribuir com a AEV nesse período de seis
68
meses. Nos cadastros da ONG estão expostos o nome, endereço e telefone de quem contribui
financeiramente com a instituição, bastando que o operador selecione o período de
contribuição desejado, fazendo assim que esta ação seja exequível. No boletim estarão
expostos o balanço financeiro semestral e as ações que foram desenvolvidas nesse período.
Avaliação: Será realizada tendo como parâmetro um relatório de entregas efetuadas pelos
mensageiros e por uma pesquisa de opinião.
b) Feijoada Beneficente
Público-alvo: Doadores e possíveis doadores.
Objetivo: Estreitar o relacionamento dos doadores com a Associação Esperança e Vida
Justificativa: É necessário criar meios ou eventos que busquem envolver mais os doadores
nas atividades da Associação Esperança e Vida, levando em consideração, sobretudo, que os
doadores se constituem em um público essencial, que garante a subsistência desta instituição.
Pode-se dizer que sem eles, os doadores, a AEV poderia não existir. Assim, esta ação visa,
exatamente, estreitar o relacionamento desse público com a instituição por meio da promoção
de evento aproximativo.
Estratégia: A feijoada será realizada anualmente e acontecerá na Associação Esperança e
Vida, pois como se trata de um instrumento de comunicação dirigida aproximativo, ela tem
como objetivo maior investir no estreitamento do relacionamento com os doadores. Além
disso, visa arrecadar recursos para melhorias da estrutura na ONG, visando o bem-estar de
todos os seus colaboradores e beneficiários.
Avaliação: O número de participantes do evento, tendo como base uma meta preestabelecida
no planejamento.
c) Mailing List de potenciais parceiros
Público-alvo: Potenciais parceiros
Objetivos: - Buscar novos parceiros e angariar recursos para a Associação;
- Manter o relacionamento direto e contínuo com possíveis parceiros.
Justificativa: É fundamental elaborar um banco de dados para a instituição com nomes,
endereços e formas de contato de possíveis parceiros a serem contactados, criando assim
oportunidades e facilidades na divulgação de informações sobre a Associação.
Estratégias: Direcionar um colaborador da AEV para atuar na criação e manutenção de um
banco de dados que vise a obtenção de novos parceiros, mantendo-o sempre atualizado, com
69
uma periodicidade a ser definida no planejamento anual da AEV. Tendo ainda as seguintes
funções:
Identificar oportunidades de captação e elaborar uma base de dados de potenciais
doadores de acordo com as estratégias definidas pela presidência;
Elaborar e apresentar propostas de parceria com a Associação Esperança e Vida;
Apresentação de resultados obtidos com as parcerias para os doadores, a fim de manter
a credibilidade dos recursos/materiais investidos.
A criação desse mailing terá como base, inicialmente, a lista fornecida anualmente pela
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Paraíba (Fecomércio-PB),
e publicada na Revista Resumo com as 100 maiores empresas contribuintes do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da Paraíba. O banco de dados deve conter, no
mínimo, o nome da principal liderança/contato da empresa, telefone, email e endereço da
sede. As informações que constam no mailing servirão para o agendamento de reuniões, com
o intuito de apresentar o portfólio de serviços prestados pela Associação.
Avaliação: A presidente da Associação ficará responsável por acompanhar as atividades que
o profissional está desempenhando. E através da observação, conversas informais e do
alcance de metas será possível avaliar como está sendo o trabalho desenvolvido pelo
colaborador.
d) Reunião mensal de integração
Público-alvo: Colaboradores
Objetivos:
Integração entre os colaboradores da Sede e do Telemarketing;
Melhoria no clima organizacional;
Disseminação dos princípios organizacionais da Associação.
Justificativa: A integração entre os departamentos tem como objetivo trazer benefícios para a
Associação, como a melhoria da comunicação interna, a fidelização dos colaboradores e o
desenvolvimento da cultura organizacional, minimizando, assim, a existência de conflitos
entre as equipes.
Estratégias: Reunir todos os colaboradores da Associação Esperança e Vida na sede ou em
uma sala no prédio onde fica o setor de telemarketing pelo menos uma vez ao mês, com o
intuito de passar informações sobre o funcionamento da Associação e o seu desempenho, as
atividades desenvolvidas durante o mês e assuntos relacionados ao câncer, além de propiciar
70
um espaço para que os colaboradores interajam entre si e possam trocar experciências, ideias
e conhecimentos.
A atividade terá duração de 1 hora e deverá ser marcada com um prazo mínimo de
antecedência, ainda a ser definido. Na ocasião, a assistente social e a coordenadora do
telemarketing terão 10 minutos cada para apresentarem os resultados alcançados. O tempo
restante será utilizado em dinâmicas e atividades que estimulem a interação dos colaboradores
ali presentes.
Avaliação: Pesquisa anual de clima orgnizacional a ser elaborada e aplicada com os
colaboradores da Associação Esperança e Vida.
e) Programa de Recrutamento de Voluntários
Público-Alvo: Externo
Objetivos:
Recrutar mais voluntários para ampliarem, em 10%, o quantitativo de beneficários do
ano corrente;
Promover a Responsabilidade Social;
Diminuição de gastos com contratação.
Justificativa: Os voluntários se inscrevem como um importante público para o
desenvolvimento das atividades e objetivos da Associação. Assim, tendo por base o resultado
da pesquisa, que aponta a existência de apenas 07 voluntários e também considerando que se
trata de um público essencial para a instituição, torna-se indispensável a criação de um
programa que vise prospectar novos voluntários. Além de poderem contribuir para o
desenvolvimento da instituição, colaborando com atividades ligadas ao bem-estar dos
beneficiários, também contribuem para a redução de custos da ONG, sem deixar de considerar
a experiência que estes adquirirão ao lidar com a causa do câncer, doença que afeta grande
parte da população brasileira.
Estratégias: Escolheu-se os universitários, principalmente da área de saúde, para colocar em
prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso, e da área de artes e música, por serem
irreverentes e criatvos, ajudando assim os beneficiários da ONG a superar as barreiras que o
câncer lhes impõe.
Portanto, pretende-se executar esta ação por meio das redes sociais da Associação Esperança
e Vida, a página no Facebook da instituição e o blog institucional, sendo este último criado,
desenvolvido e executado pelos integrantes deste trabalho como uma ação estratégica.
Buscar-se-á alimentar, no período em que a campanha será realizada, as redes sociais virtuais
71
com conteúdo e imagens relacionados ao programa de recrutamento de voluntários. Nos
conteúdos e imagens estarão presentes informações a respeito de como o trabalho voluntário é
importante, tanto para quem desempenha esta função, quanto para quem é beneficiado. Além,
disso, como estratégia, almeja-se participar ativamente dos grupos virtuais no Facebook das
universidades públicas e privadas, grupos artísticos, teatrais, entre outros, objetivando, com
isso, dar maior visibilidade ao programa de recrutamento.
Avaliação: A diretoria irá fazer um balanço anual, comparanda o indíce de interesse pelo
voluntariado entre o ano atual e o ano anterior.
f) Projeto de Apoio e Lazer à Pacientes com Câncer
Público- alvo: beneficiários e voluntários.
Objetivo: Proporcionar entretenimento e lazer para os beneficiários da Associação.
Justificativa: É importante pensar em ações que busquem proporcionar mais lazer e
entretenimento para os beneficiários. O resultado da pesquisa mostrou que as atividades de
lazer são de suma importância para trazer mais qualidade de vida a este público, que já se
encontra fragilizado devido à doença do câncer. Assim, esta ação objetiva promover o bem-
estar dos beneficiários, buscando oferecer um dia de lazer com a participação do projeto
“PalhaSUS” da Universidade Federal da Paraíba.
Planejamento: A associação deverá contatar as universidades, especialmente os cursos
ligados à terapia ocupacional, medicina, enfermagem, fisioterapia, artes plásticas, música e
dança da cidade de João Pessoa (PB) para recrutar pessoas interessadas em desenvolver
atividades ligadas a exercícios laborais, entretenimentos artísticos com músicas e dança, e
atendimentos de saúde como verificação de pressão arterial e atendimento fisioterapêutico.
O projeto terá periodicidade mensal, com duração de 3 horas e deverá ser agendado
com um prazo de antecedência ainda a ser definido, para que todos os participantes possam se
programar.
Programação Proposta
14h – Início
14h15min – Dinâmicas de grupo
14h30min – Aula com exercícios laborais
15h – Apresentação do “PalhaSUS”
15h30min – Atendimentos cardíacos e fisioterapêuticos
14h30min – Coffee Break
15h – Encerramento
72
Avaliação: Após a realização do evento, a Associação deverá realizar uma pesquisa de
satisfação com beneficiários a fim de obter um feedback sobre a ação executada.
73
8 PLANEJAMENTO DE AÇÃO A SER EXECUTADA
8.1 PROJETO DE AÇÃO “AEV NA WEB”
8.1.1 Tema
Reformulação do blog institucional.
8.1.2 Público-alvo
Sociedade em geral.
8.1.3 Justificativa
O blog da Associação Esperança e Vida não é atualizado desde o ano de 2013. Por
essa razão, optou-se por reformulá-lo e trazê-lo de volta ao seu pleno funcionamento por se
tratar de um instrumento de comunicação de baixo custo e que amplia a comunicação da
Associação junto aos seus públicos estratégicos. Além disso, o blog, por meio de seu
ambiente interativo, dinâmico e de fácil acesso, também cumpre a função de divulgar o
trabalho da ONG para a comunidade em geral.
Portanto, esta ação tem como finalidade de de informar os públicos, proporcionar
entretenimento e interatividade aos públicos de interesse da instituição e ser mais um meio
capaz de proporcionar a comunicação e dar visibilidade à AEV.
8.1.4 Objetivos
8.1.4.1 Objetivo Geral
Fortalecer a imagem da Instituição perante seus públicos de interesse.
8.1.4.2 Objetivos Específicos
Divulgar a Instituição;
Propagar e fortalecer a missão da ONG;
Fomentar contatos com a imprensa.
8.1.5 Estratégias
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O blog foi desenvolvido na plataforma Blogger, empresa que oferece a possibilidade
de qualquer pessoa ou instituição desenvolver sua rede social de forma gratuita, portanto, a
AEV não terá custos para mantê-lo na Internet.
Planejou-se e definiu-se os conteúdos com assuntos relacionados à doença do câncer,
como prevenção e tratamento, entre outros temas, pois, acredita-se que quando a organização
se utiliza dos seus meios de comunicação para produzir conteúdo de interesse de seu público,
contribui para gerar a confiança dos seus parceiros, colaboradores, possíveis doadores e,
sobretudo, beneficiários
Por conseguinte, formulou-se a identidade visual e diagramou os conteúdos (textos e
imagens). Por fim, publicou o blog na rede. A divulgação desse instrumento será em conjunto
com as redes sociais da Associação.
8.1.6 Cronograma
Atividade 28/10 a 31/10 01/11 a 04/11
Planejamento X
Designer X
8.1.7 Recursos Necessários
a) Recursos Humanos
Brenda Costa (equipe realizadora);
Irley David (equipe realizadora);
Nélio Araújo (equipe realizadora);
Rafael Coelho (equipe realizadora);
b) Recursos materiais:
Computador, impressora e Corel Draw (programa de edição de imagens).
c) Recursos financeiros:
Quantidade Discriminação Valor/Unitário Valor total
01 Web Designer R$ 50,00 R$ 50,00
Total: R$ 50,00
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8.2 PROJETO DE AÇÃO “CONHEÇA A AEV”
8.2.1 Tema
Criação de um portfólio (material gráfico e online)
8.2.2 Justificativa
A Associação Esperança e Vida ainda é desconhecida pela maioria das pessoas de
sociedade de João Pessoa, como indicado na pesquisa. Observou-se também, a ausência de
material institucional produzido para a prospecção de parcerias. Portanto, escolheu-se o
portfólio, que pode ser utilizado como ferramenta de comunicação que tem a finalidade de
demonstrar artefatos que representem o trabalho realizado ao longo do tempo, de modo eficaz
em um formato impresso e personalizado.
Desse modo, facilitaria o relacionamento com esse público de interesse, e até mesmo
com a imprensa, funcionando como um instrumento que transmita credibilidade à instituição,
voltado especialmente para grandes empresas da cidade de João Pessoa, estimulando-as a
particar a Responsabilidade Social.
Percebeu-se então, a necessidade da elaboração deste material, a fim de tornar a
imagem institucional mais forte e posteriormente, resultará em pontos positivos para a
associação.
8.2.3 Público-alvo
Público externo, principalmente empresas que possam se tornar parceiras.
8.2.4 Objetivos
8.2.4.1 Objetivo Geral
Prospecção de parcerias.
8.2.4.2 Objetivos Específicos
Captar recursos, tanto materiais quanto físicos;
Valorizar e divulgar a história da Instituição;
Propagar e fortalecer a filosofia da Associação;
8.2.5 Estratégias
76
O portfólio será enviado por mala direta baseado no "mailing list” da ação já citada
anteriormente que contém contatos de empresários, nomes de expressão dos setores
governamentais e iniciativa privada, ou presencialmente pela presidente da Associação.
Com finalidade de divulgar os trabalhos realizados pela ONG, relatou inicialmente a
história da ONG e para ilustrá-lo, foram selecionadas fotos das usuárias, nas dependências da
Associação, desempenhando as atividades oferecidas pela ONG, garantindo assim, mais
credibilidade à instituição. Posteriormente, encontram-se os dados bancários da AEV, caso
desperte o interesse em ajudar com recursos financeiros.
Na última página, encontram-se os contatos da ONG, como telefone, endereço físico e
eletrônico, para que as pessoas possam visitar e entrar em contato, quando queiram realizar
doações, pois é importante destacar que para uma empresa se tornar parceira, não
necessariamente precisa contribuir somente financeiramente ou patrocinar a organização. Ela
pode sim ser uma empresa mantenedora da ONG, mas também pode ser uma empresa
apoiadora, incentivando as ações de voluntariado sem necessariamente financiá-las.
Por fim, foi criado um layout claro e objetivo, utilizando as cores predominantes lilás e
amarelo. O formato escolhido foi de um A4 na vertical, dobrado ao meio, permitindo o fácil
manuseio. O papel escolhido foi o offset 180g laminado, garantindo a qualidade na impressão.
8.2.6 Cronograma
Atividade 28/10 a 31/10 01/11 a 04/11
Planejamento X
Designer X
8.2.7 Recursos Necessários
a) Recursos Humanos
Brenda Costa (equipe realizadora);
Irley David (equipe realizadora);
Nélio Araújo (equipe realizadora);
Rafael Coelho (equipe realizadora);
Bruno Willians (designer gráfico).
b) Recursos materiais:
Computador, impressora e Corel Draw (programa de edição de imagens).
c) Recursos financeiros:
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Quantidade Discriminação Valor/Unitário Valor total
01 Web Designer R$ 50,00 R$ 50,00
500 Impressão R$ 1,80 R$ 900,00
Total: R$ 950,00
78
9 AVALIAÇÃO
A avaliação consiste, em tese, na última fase do Programa de Relações Públicas, que
busca conferir ou observar se as ações executadas na Associação Esperança e Vida resultaram
em consequências pretendidas a partir do planejamento de cada ação.
Em vista disso, uma das formas que pode-se avaliar com precisão o blog corporativo, é
a quantificação de visitas por meio do controle de tráfego, servindo, portanto, como um
feedback. Além disso, outro meio de avaliação utilizado, são os comentários, que servem
como espaço interativo entre os públicos em geral e a instituição.
Desse modo, os comentários, além de apontar a interatividade, eles também
contribuem fornecendo vestígios de satisfação ou insatisfação com relação às atividades da
ONG, sua filosofia, missão, valores e também com relação ao conteúdo publicado neste
instrumento de comunicação.
Quanto ao portfólio, será avaliado pela procura das empresas pela ONG, através dos
telefones de contatos e pelos demais meios de comunicação utilizados pela AEV, como o e-
mail e redes sociais, buscando contribuir de alguma forma para o crescimento da AEV.
Desta maneira, é almejado um retorno positivo para a Associação, tendo em vista todo
o empenho, esforço dos autores e preocupação dos autores em desevolver ações que resultem
em êxito.
Lamentavelmente, devido ao curto tempo para a entrega deste trabalho, não foi
possível fazer uma avaliação concreta dos resutados alcançados com a execução das ações.
Todavia, os autores desse trabalho acreditam que com a implatação das ações e de sua
constante prática, a Associação Esperança e Vida conseguirá aproximar-se cada vez mais com
seus públicos de interesse, conquistando seu espaço tão almejado.
79
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo realizado na Associação Esperança e Vida iniciou-se, particularmente, em
decorrência do gosto em comum da equipe pela Comunicação no Terceiro Setor. Ao longo da
pesquisa, foi possível conhecer um pouco mais a respeito deste tipo de atividade, tanto na
prática quanto na teoria.
A realização deste trabalho possibilitou evidenciar a relevância das etapas e ações do
processo de Relações Públicas e seus benefícios para as Organizações Não Gorvernamentais,
nomeadamente para a Associação Esperança e Vida. A partir de uma coleta de dados
extensiva e da realização de entrevista e questionários junto aos públicos estratégicos da ONG
foi possível identificar e confirmar vários aspectos conflituosos. Tal processo revelou a
existência de problemas na instituição que podem ser minimizados apartir de um melhor
planejamento e execução de seus instrumentos de comunicação dirigida.
Com base nisto, elaborou-se um Programa de Relações Públicas visando, sobretudo,
fortalecer os relacionamentos da AEV e seus diversos públicos. É importante ressaltar que o
apoio e participação da entidade ao longo de todo o processo foram fundamentais para a
realização deste Programa. A parceria com a Associação Esperança e Vida foi de grande
valia, pois o contato mais próximo com a instituição tornou ainda mais evidente a importância
e o diferencial da contribuição de um profissional de Relações Públicas no Terceiro Setor.
Por fim, a elaboração desde trabalho nos permitiu aplicar os conhecimentos adquiridos
ao longo da gradução em Relações Públicas, sobretudo, com a grande dedicação do nosso
orientador, sendo este um momento ímpar para vivenciar e entender a sua atuação no
mercado.
80
REFERÊNCIAS
Amostragem. Disponível em:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABNXgAD/amostragem?part=3 Acesso em: 20 out.
2015.
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender Relações Públicas. São Paulo:
Loyola, 1993.
BAUMAM, Zygmunt. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de
Câncer (INCA). Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Estimativas 2008:
incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer (INCA); 2007.
Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estimativa_incidencia_cancer_2008.pdf> Acesso
em: 10 mar. 2015.
CARDOSO, R. Fortalecimento da Sociedade Civil. In: IOSCHPE, E. B. (Org.). 3º setor:
desenvolvimento social sustentado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. cap. 1, p. 7-12.
FERN, E.F. Advanced focus group research. California: Thousand Oaks, 2001.
FERNANDES, Rubem César. Privado, Porém Público - O Terceiro Setor na América
Latina . 2ª ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1996.
GONDIM, Sônia Mª Guedes. Grupos focais como técnica de investigação
qualitativa: desafios metodológicos. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 12, n. 24, 2003.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br.> Acesso em: 10 mar. 2015.
JAQUES, Marcieli Quevedo. A atuação dos profissionais de Relações Públicas da Secom
na comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. São Borja, 2014.
LEMOS, André; Lévy, Pierre. O Futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia
planetária. São Paulo: Paulos, 2010.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na
Comunicação Integrada. 5º ed São Paulo, SP: Summus, 2003.
SOUSA, Jorge Pedro. Texto de Apoio do Seminário - Planeamento de Campanhas de
Comunicação. Porto: Universidade Fernando Pessoa, 2003.
MATTAR, Fauze. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2011.
MORGAN, D. Focus group as qualitative research. Qualitative Research Methods
Series. 16. London: Sage Publications, 1997.
81
PERUZZO, Cicília Maria Krohling. Comunicação e terceiro setor. In: Jorge Duarte. (Org.).
Comunicação Pública: Estado, sociedade e interesse público. São Paulo: Editora Atlas,
2007, v. 1, p. 154-173.
SANTAELLA, Lúcia. A ecologia pluralista da comunicação: conectividade, mobilidade e
ubiquidade. São Paulo: Paulus, 2010.
82
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS COLABORADORES
A presente pesquisa, de caráter teórico-acadêmico, tem o objetivo de identificar os o nível de satisfação e o
relacionamento dos colaboradores da AEV.
Toda informação aqui presente é confidencial e anônima, não podendo ser identificada com a pessoa que
fornece. Agradecemos muito a sua disponibilidade em auxiliar.
* obrigatório
1. Como você considera a comunicação da Associação Esperança e Vida que se ocupa
em divulgar as atividades, fazer interação com os funcionários?
( ) Muito boa
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Muito ruim
*Justifique:
2. Você considera que a comunicação entre funcionários e gestores da Associação
Esperança e Vida é:
( ) Muito boa
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Muito ruim
*Justifique:
3. Quais são os meios de comunicação mais utilizados na ONG? Cite.
4. Em sua opinião, quais os tipos de instrumentos/veículos de comunicação poderiam ser
implementados ou melhorados na AEV para aperfeiçoar a comunicação interna (entre
funcionários e gestores)?
Questionário para os colaboradores da Associação Esperança e Vida
83
( ) Jornal
( ) Rádio Interna
( ) Blog
( ) Caixa de sugestões
( ) Eventos
( ) Intranet (rede privada de internet para uma organização)
( ) Murais (quadros de avisos)
( ) Newsletters (boletim enviado por e-mail)
( ) Site
( ) Reuniões
Outros:
5. O que você acha que deve ser criado ou aperfeiçoado na AEV para melhorar a
comunicação da Instituição, como um todo?
( ) Produção de boletim/jornal/ revista apenas para o público externo
( ) Contatos com a imprensa
( ) Produção de press-releases (documentos divulgados pelo departamento de comunicação
para informar, esclarecer ou responder à mídia sobre algum fato que envolva o AEV)
( ) Atendimento ao público por meio da internet
( ) Elaboração de material promocional (folders, cartazes, panfletos etc)
( ) Criação de um site institucional
( ) Maior divulgação da ONG na mídia
6. Na sua opinião, quais são as maiores dificuldades encontrado na AEV ao desenvolver
atividades na área de comunicação?
( ) Recursos financeiros para as atividades a serem desenvolvidas
( ) Relacionamento com a imprensa
( ) Ausência de definição clara do papel da área de comunicação na Instituição
( ) Instrumentos de comunicação inadequados
( ) Falta de qualificação dos funcionários
8. Em sua opinião, quais são os fatores propulsores para desempenho da comunicação?
( ) Apoio dos gestores
( ) Colaboração dos funcionários
( ) Bom relacionamento com a imprensa
( ) Qualificação de equipe que irá desenvolver a comunicação
( ) Consciência quanto à importância estratégica das atividades da organização
9. Em sua opinião, como se dá o envolvimento dos doadores nas atividades que a ONG
realiza? Justifique.
84
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10. Descreva três pontos fortes e três pontos fracos presentes da AEV.
Pontos Positivos
Pontos Negativos
11. Que sugestões você daria para tornar a AEV um lugar melhor para se trabalhar?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________________________
Muito Obrigado!
85
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS VOLUNTÁRIOS
A presente pesquisa, de caráter teórico-acadêmico, tem o objetivo de identificar nível de relacionamento e
satisfação dos voluntários da AEV.
Toda informação aqui presente é confidencial e anônima, não podendo ser identificada com a pessoa que
fornece. Agradecemos muito a sua disponibilidade em auxiliar.
Idade:______
Sexo: Masculino [ ] Feminino [ ]
1. Esse é seu primeiro trabalho voluntário?
Sim [ ] Não [ ]
2. Há quanto tempo você está na AEV como voluntário? ______ meses.
3. Descreva em poucas palavras que atividades você desenvolve como voluntário na
AEV?
4. Com que frequência você presta serviço voluntario na AEV?
[ ] Um dia por semana [ ] Três dias por semana
[ ] Dois dias por semana [ ] Mais de três dias por semana
5. Indique quais foram as duas principais razões que o levaram a ser voluntário na
AEV?
1ª
2ª
6. A estrutura disponibilizada pela a AEV para a realização das atividades de
voluntariado atende as suas necessidades?
( ) Não, a estrutura não atende as minhas necessidades
( ) Atende em parte
( ) Sim, a estrutura atende as minhas necessidades
Questionário para os voluntários da Associação Esperança e Vida
86
7. Como você avalia a comunicação entre os voluntários e a Associação Esperança e
Vida?
( ) Ótima
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssima
8. Indique os 03 instrumentos mais utilizados por você para se comunicar com a AEV.
( ) Telefone
( ) FanPage
( ) Caixa de sugestões
( ) Mural
( ) Relatórios
( ) Reuniões
( ) Conversas informais
( ) Outro. Qual? ____________________________________
9. Você tem espaço para exprimir suas opiniões e sugestões?
( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Raramente
( ) Nunca
10. Descreva 03 pontos positivos e 03 pontos negativos relacionados à sua atividade como
voluntario na AEV.
Pontos Positivos
Pontos Negativos
Muito Obrigado!
87
APÊNDICE C – ROTEIRO DA ENTREVISTA COM A DIRETORA
1) Porque a ONG não possui setor de comunicação?
2) O que tem sido feito para estimular a doação de novas pessoas para a AEV?
3) Há alguma reunião para ser passada estratégias de captação de recursos para as atendentes
de telemarketing? Se sim, como acontece?
4) Com que objetivo a imprensa procura a ONG? Há uma satisfação com os conteúdos
divulgados pela imprensa?
5) Os instrumentos de comunicação existentestêm ajudado a ONG a conseguir seus objetivos?
6) Os cargos e as funções na AEV são bem definidos? Todos sabem ao certo o que fazer?
7) Quais são as metas atuais e estratégias? Há algum planejamento?
8) Em sua opinião, quais os pontos e fracos da ONG?
9) São criados relatórios com as principais informações da ONG, como balanço anual de
resultados? Eles são divulgados?
10) Todos os funcionários têm acesso as informações? A gestão costuma divulgar as
informações a fim de motivar os funcionários?
11) Como são apresentadas as informações (relatórios, mudanças, avisos) ONG?
12) Como as informações são utilizadas? Que tipos de decisões são tomadas com tais
informações?
88
APÊNDICE D – ROTEIRO DO GRUPO FOCAL COM OS BENEFICIÁRIOS
TEMA 1: COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
1. Como você tomou conhecimento da existência da Associação Esperança e Vida?
2. Como você é informado das atividades, oficinas e eventos realizados pela Associação?
3. Você costuma acessar a página da Associação no Facebook, bem como no seu Blog?
TEMA 2: ATENDIMENTO
1. A Associação, no seu ponto de vista, dispõe de uma infraestrutura que proporcione o bom
atendimento as suas necessidades?
2. As oficinas realizadas, atualmente, pela Associação, são suficientes? Como você as avalia?
Você tem interesse em realizar alguma outra oficina, que não seja oferecida pela Associação?
3. Os dias das oficinas e os horários de realizações atendem aos seus anseios?
4. O atendimento e os dias de atendimentos jurídico, psicológico e social atendem as suas
expectativas?
5. Os professores conseguem, a seu ver, ministrar as oficinas de modo que todos possam
compreender?
TEMA 3: PROCESSOS COMUNICACIONAIS
1. Como ocorre a comunicação entre vocês? E com a ONG?
2. Existem formas de comunicação entre vocês e a Associação? Oral, telefone, e-mail, redes
sociais e etc?
3. Quando você necessita de algum medicamento ou atendimento, qual o procedimento para
que você solicite e tenha acesso a tal medicamento ou atendimento?
4. Qual o procedimento para que você seja reconhecida, formalmente, como usuário (a) da
Associação?
89
APÊNDICE E – AÇÃO EXECUTADA – BLOG INSTITUCIONAL
Home Page – Blog Institucional
Fonte: Desenvolvimento dos autores.
Conteúdos
Fonte: Desenvolvimento dos autores.
91
Conteúdos
Fonte: Desenvolvimento dos autores.
Footer – Blog Institucional
Fonte: Desenvolvimento dos autores.
100
ANEXO B – FOTOS ASSOCIAÇÃO ESPERANÇA E VIDA
Oficina de arte em feltro
Fonte: Arquivo da AEV (2014).
Cestas básicas
Fonte: Arquivo da AEV (2014).
101
Oficina de Crochê
Fonte: Arquivo da AEV (2014).
Reuniões com os beneficiários
Fonte: Arquivo da AEV (2014).
102
Produtos confeccionados pelos beneficiários
Fonte: Arquivo da AEV (2014).
Estande da AEV na Feira Brasil Mostra Brasil
Fonte: Arquivo da AEV (2014).
103
Quadro de avisos da sede da AEV
Fonte: Arquivo da AEV (2015).
Sede da Associação Esperança e Vida
Fonte: Arquivo da AEV (2015).
104
ANEXO B – INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO DA AEV
Panfleto – Frente e Verso
Fonte: Arquivos da AEV (2014).