Upload
others
View
3
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
AR
TIG
OS
128 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Conteúdos didáticos nas intervenções de saúde vocal do
professor: uma revisão integrativa
Education content in teachers’vocal health promotion: an integrated review
Contenidos didácticos en las intervenciones de salud vocal del profesor:
una revisión integrativa
Milena Carla de Siqueira Aoki*
Franciele Savaris Soria*
Regina Helena Senff Gomes*
Barbara Matylde Madalozzo Martins*
Rosane Sampaio Santos*
Alcione Ghedini Brasolotto**
Resumo
OBJETIVO: Fazer uma revisão integrativa dos conteúdos didáticos abordados nas intervenções preventivas coletivas dentro da área de saúde vocal do professor. MÉTODO: Para a realização do estudo, os autores seguiram os critérios sugeridos pela Cochrane Handbook. O passo inicial foi a formulação de uma pergunta, seguida da localização e seleção criteriosa dos artigos. Em seguida, ocorreu a avaliação crítica de cada estudo, finalizando com a análise, interpretação e apresentação dos achados encontrados. No portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) foram consultadas as plataformas/bases de dados Bireme, Pubmed, SciELO, Cochrane, Scopus e Web Of Science, com a utilização dos descritores “voz e professor” e “voz e educador”, em inglês, português e espanhol. REVISÃO DE LITERATURA:
* Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba-Paraná, Brasil.** Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), Bauru, São Paulo, Brasil.
Contribuição dos autores: MCSA: autora principal responsável pela concepção do trabalho, coleta, tabulação, análise dos dados e redação do manuscrito; RHSG: co-autora responsável pela coleta e tabulação do manuscrito; FSS e BMMM: co-autoras responsáveis pela coleta, análise e redação do manuscrito; RSS: orientadora e responsável pela concepção do trabalho, correção e revisão do manuscrito; AGB: co-orientadora e responsável pela concepção do trabalho, correção e revisão do manuscrito.
E-mail para correspondência: Franciele Savaris Soria - [email protected]: 16/07/2017Aprovado: 08/12/17
Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Milena C. de S. Aoki, Franciele S. Soria, Regina H. S. Gomes, Barbara M. M. Martins, Rosane S. Santos, Alcione G. Brasolotto
http://dx.doi.org/10.23925/2176-2724.2018v30i1p128-139
Conteúdos didáticos nas intervenções de saúde vocal do professor: uma revisão integrativa
AR
TIG
OS
129 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
A primeira busca eletrônica contabilizou 530 trabalhos científicos, dos quais 20 foram eleitos por se tratar de práticas coletivas preventivas voltadas à saúde vocal do professor, as quais descreviam os conteúdos didáticos aplicados. CONCLUSÃO: A análise dos estudos demonstrou que existe grande variabilidade na metodologia e nos conteúdos didáticos abordados. Nos conteúdos teóricos, quase a totalidade das intervenções aborda o tema da higiene vocal. Nos conteúdos práticos, os temas aplicados foram heterogêneos.
Palavras-chave:Voz; Promoção da Saúde; Docentes.
Abstract
OBJECTIVE: It is an integrated review aiming at knowing the educational content of collective and preventive actions on Teacher’s vocal health. METHOD: To perform this study, authors followed suggested criteria from Cochrane Handbook, which starts with the definition of research question, following search and selection of papers, and critical analysis of each paper. This process ends with analysis, interpretation and explanation of the findings about the research question. Through the search engine of Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) portal, the Bireme, Pubmed, SciELO, Cochrane, Scopus and Web Of Science platforms / databases were consulted using the descriptors “voice and teacher”, “voice and professor”, in English, Portuguese and Spanish. The study reveals that there are a big variety of methods and educational contents used in actions on teacher’s vocal health. LITERATURE REVIEW: The first electronic search recorded 530 scientific papers, of which 510 were excluded and 20 elected because they are preventive collective practices focused on teachers’ vocal health, which described the educational content applied. CONCLUSION: The studies showed that there is great variability in the methodology and in the discussed educational content. In theoretical content, almost all interventions addressed the vocal hygiene issue. In the practical content, applied topics were heterogeneous
Keywords: Voice, Health promotion, Teachers.
Resumen
OBJETIVO: Hacer una revisión integrativa de los contenidos didácticos abordados en las intervenciones preventivas colectivas dentro del área de la salud vocal del profesor. MÉTODO: Para la realización del estudio, los autores siguieron los criterios sugeridos por la Cochrane Handbook. El paso inicial fue la formulación de una pregunta, seguida de la localización y selección criteriosa de los artículos. En seguida, se produjo la evaluación crítica de cada estudio, finalizando con el análisis, interpretación y presentación de los hallazgos encontrados. En el portal de la Biblioteca Virtual en Salud (BVS) fueron consultadas las plataformas/bases de datos Bireme, Pubmed, SciELO, Cochrane, Scopus y Web Of Science, utilizando los descriptores “voz y profesor” y “voz y educador”, en inglés, portugués y español. REVISIÓN DE LITERATURA: La primera búsqueda electrónica contabilizó 530 trabajos científicos, de los cuales 20 fueron elegidos por tratarse de prácticas colectivas preventivas dirigidas a la salud vocal del profesor, las cuales describían los contenidos didácticos aplicados. CONCLUSIÓN: El análisis de los estudios demostró que existe una gran variabilidad en la metodología y en los contenidos didácticos abordados. En los contenidos teóricos, casi la totalidad de las intervenciones trata del tema de la higiene vocal. En los contenidos prácticos los temas aplicados han sido heterogéneos.
Palabras claves: Voz; Promoción de la Salud; Docentes.
AR
TIG
OS
130 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Milena C. de S. Aoki, Franciele S. Soria, Regina H. S. Gomes, Barbara M. M. Martins, Rosane S. Santos, Alcione G. Brasolotto
Método
Esta pesquisa constitui uma revisão integrativa, sendo entendida como um instrumento da Prática Baseada em Evidências, que possibilita a síntese do conhecimento de um determinado assunto.4,5
Para sua realização, foram seguidos os pre-ceitos estabelecidos pela Cochrane Handbook.6
Inicialmente foi estruturada a seguinte questão a ser investigada: quais os conteúdos didáticos aplicados em intervenções voltadas à promoção da saúde vocal do professor? Os passos metodológicos seguintes envolveram a localização, seleção, ava-liação crítica dos estudos e apresentação da síntese do conhecimento.
A busca da literatura foi realizada online no período de maio a junho de 2016 por meio do portal da biblioteca em saúde (BVS). Inicialmente, foram testados vários descritores, como “saúde vocal”, “programa saúde vocal”, “fonoaudiologia”, “pro-moção da saúde”, “saúde do trabalhador”, “educa-ção”, “prevenção” e “conteúdos didáticos”. Porém, o melhor cruzamento foi obtido com os seguintes descritores: “voz e professor”, “voz e educador”, e seus correlatos na língua inglesa: “voice and teacher” e “voice and professor”.
Por meio dos descritores, foi levantado um total de 530 artigos, nacionais e internacionais. Não houve restrição quanto ao ano de publicação. O primeiro filtro utilizado foram textos escritos no modo completo, excluindo os artigos que contavam apenas na forma de resumo. Esses textos deveriam estar escritos dentro dos idiomas inglês, português e espanhol. Nesta seleção inicial, o número redu-ziu-se para 340 artigos.
Em seguida, foi realizada a leitura dos títulos dos artigos, sendo o critério de inclusão a referência ao tema “voz do professor”. Nesta etapa, foram selecionados 193 artigos. Posteriormente, ocorreu a etapa da leitura dos resumos em que foram in-cluídos 40 estudos a partir do critério de estarem relacionados à intervenção sobre o tema.
Para finalizar a seleção, realizou-se a leitura na íntegra de todos os estudos. Nesta etapa, os critérios de exclusão foram: artigos de revisão sobre o tema voz do professor; artigos que não continham uma intervenção direta sobre esse tema; e artigos que não descreviam as intervenções realizadas.
A partir desses critérios, foram excluídos 20 artigos, sendo que oito eram revisões de literatura sobre o tema e não continham intervenção prática;
Introdução
A atuação da Fonoaudiologia na área de voz abrange o trabalho de prevenção, diagnóstico, tratamento e aperfeiçoamento dos padrões vocais.
Nesse contexto, a saúde vocal do professor é um tema bastante estudado, pois em sua prática cotidiana, o professor tem uma demanda vocal importante, e a maioria dos estudos – nacionais e internacionais – que investigam a voz do professor encontra um elevado índice de alterações vocais. As causas dessas alterações são múltiplas e inter-dependentes.
Dessa forma, é necessário investir esforços no sentido de promover a saúde vocal desses profissio-nais, a fim de prevenir alterações futuras, detectar precocemente e tratar alterações já instaladas. Esse fato justifica a necessidade de intervenção dentro da promoção da saúde vocal.
Em uma revisão1 das produções científicas na área, referentes ao período de 1994 a 2008, foram contabilizadas 500 publicações brasileiras. Analisando as tendências dos estudos, observa-se que 86% dos trabalhos estavam voltados para as categorias de avaliação, e apenas 6,2% referiam-se a descritivos de intervenção.
Alguns autores2 apontam a necessidade de práticas com abordagem metodológica detalhada e criteriosa, para tornar as intervenções mensurá-veis e assim passar a validar os procedimentos de promoção da saúde vocal.
Uma analogia possível sobre as questões das intervenções de saúde vocal do professor3 aponta o fato dessas práticas poderem ser vistas como um “medicamento”, que na maioria das vezes tem sido avaliado no seu efeito, sendo necessário descrever sua composição.
Assim, o objetivo deste artigo é realizar uma revisão integrativa dos conteúdos didáticos apli-cados nas intervenções voltadas à promoção da saúde vocal do professor, de cunho preventivo e coletivo. A partir do conhecimento dos conteúdos citados na literatura, será possível desenvolver um protocolo específico de atuação, a fim de mensurar a prática profissional, contribuindo para esta área do conhecimento.
Conteúdos didáticos nas intervenções de saúde vocal do professor: uma revisão integrativa
AR
TIG
OS
131 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
A seleção dos trabalhos foi executada isola-damente por duas revisoras, as quais seguiram os mesmos critérios de inclusão e exclusão estabele-cidos anteriormente. Ao final de cada etapa, as di-vergências foram analisadas e excluídas pelas duas avaliadoras conjuntamente. Em caso de dúvida, foi convocada a opinião de uma terceira revisora, a fim de proceder ao desempate sobre a inclusão ou exclusão de determinado artigo.
Revisão de literatura
a partir dos critérios de inclusão e exclusão detalhados anteriormente, o fluxograma da Figura 1 aponta a quantidade de artigos selecionados em cada etapa realizada no processo de seleção dos estudos da presente revisão.
seis estavam repetidos; dois descreviam métodos de atuação na voz, mas não apresentavam intervenção; uma intervenção não era sobre o tema específico de voz do professor, e sim de atuação fonoaudiológica em geral; um estudo analisou relatórios sobre o assunto. Um estudo foi excluído, pois não havia a descrição detalhada dos conteúdos/temas aborda-dos, seu objetivo foi avaliar a diferença nos sinais e sintomas vocais entre os sujeitos participantes de duas modalidades distintas de intervenção relacionada à voz do professor (uma preventiva e outra preventiva e terapêutica). Outro artigo foi excluído, pois a intervenção efetuada junto aos professores ocorreu com os mesmos assistindo a um vídeo sobre o tema, metodologia diferente dos demais estudos selecionados na presente revisão.
A partir dos critérios elucidados acima, foram eleitos 20 artigos para compor a atual revisão.
Figura 1. Fluxograma com a quantidade de artigos nas etapas da revisão integrativa
Para retratar os artigos selecionados na pre-sente revisão, inicialmente os mesmos foram apresentados na Figura 2, que explicita cada um dos 20 estudos selecionados dentro das categorias gerais de identificação (autores, ano e país onde foi
realizada a publicação), seguida do título do artigo, sujeitos pesquisados, instrumentos utilizados na co-leta de dados, uma breve descrição da intervenção e os principais resultados obtidos.
AR
TIG
OS
132 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Milena C. de S. Aoki, Franciele S. Soria, Regina H. S. Gomes, Barbara M. M. Martins, Rosane S. Santos, Alcione G. Brasolotto
Au
tore
s, a
no
e p
aís
Títu
loS
uje
itos
O
bje
tivo
In
stru
men
tos
Inte
rven
ção
Res
ult
ados
1) B
OVO
, et
al.
(200
7)
EUA 7
Voc
al P
rob
lem
s A
mon
g T
each
ers:
Ev
alu
atio
n o
f a
Pre
ven
tive
Voi
ce
Pro
gra
m
264
prof
esso
ras
do jar
dim
da
infâ
ncia
.
Aval
iar
a efi
cáci
a de
um
pro
gram
a pr
even
tivo
de v
oz
para
pro
fess
ores
.
Doi
s qu
estio
nários
: um
sob
re a
in
terv
ençã
o e
o VH
I (V
oice
Han
dica
p In
dex)
.
Doi
s gr
upos
: um
não
par
ticip
ou d
a in
terv
ençã
o e
o ou
tro
part
icip
ou c
om
duas
hor
as t
eórica
s e
três
hor
as p
rátic
as
grup
o.
O g
rupo
que
par
ticip
ou d
a in
terv
ençã
o ob
teve
mel
hora
em
vár
ios
aspe
ctos
co
mo
o gr
au d
e di
sfon
ia.
Os
efei
tos
posi
tivos
per
man
ecer
am d
epoi
s de
um
ano
.
2) P
ENTE
AD
O (
2007
)
Bra
sil 8
Rel
açõe
s en
tre
saú
de
e tr
abal
ho
doc
ente
: p
erce
pçõ
es d
e p
rofe
ssor
es s
obre
sa
úd
e vo
cal
12 p
rofe
ssor
es
do e
stad
o do
in
terior
pau
lista
.
Sab
er a
per
cepç
ão
dos
prof
esso
res
sobr
e o
proc
esso
saú
de-
doen
ça d
a vo
z.
Gru
po foc
al.
Refle
xões
e p
erce
pção
dos
suj
eito
s so
bre
voz
e sa
úde
voca
l.
Nec
essi
dade
de
ampl
iaçã
o da
s aç
ões
de s
aúde
voc
al d
os p
rofe
ssor
e
incl
usão
de
tem
as:
orga
niza
ção
do
trab
alho
, su
bjet
ivid
ade
e qu
alid
ade
de v
ida.
3) S
ILVÉR
IO,
et a
l. (2
008)
Bra
sil 9
Açõ
es e
m s
aúd
e vo
cal:
p
rop
osta
de
mel
hor
ia
do
per
fil v
ocal
de
pro
fess
or
42 p
rofe
ssor
as
de u
ma
esco
la
públ
ica.
Ana
lisar
as
quei
xas,
si
ntom
as,
hábi
tos
e tip
o de
voz
, an
tes
e ap
ós a
par
ticip
ação
em
um
gru
po d
e vi
vênc
ia v
ocal
.
Entr
evis
tas,
reg
istr
os
voca
is,
exam
e la
ring
ológ
ico
e gr
upos
de
viv
ênci
a de
voz
.
Três
eta
pas:
A p
rim
eira
com
ent
revi
stas
, an
ális
e pe
rcep
tiva
audi
tiva
e av
alia
ção
laring
ológ
ica.
A s
egun
da c
om g
rupo
s de
viv
ênci
a da
vo
z.
A t
erce
ira
com
aná
lise
voca
l apó
s a
vivê
ncia
.
Foi e
ncon
trad
o um
núm
ero
sign
ifica
tivo
de v
ozes
alte
rada
s na
po
pula
ção
inve
stig
ada.
Ao
part
icip
arem
do
grup
o de
viv
ênci
a de
voz
os
prof
esso
res
dim
inuí
ram
a
tens
ão v
ocal
e e
nten
dera
m a
cau
sas
dest
as t
ensõ
es.
4) S
IMÕ
ES-Z
ENARI,
LA
TORRE
(200
8)
Bra
sil 1
0
Mu
dan
ças
em
com
por
tam
ento
s re
laci
onad
os
com
o u
so d
a vo
z ap
ós in
terv
ençã
o fo
noa
ud
ioló
gic
a ju
nto
a
edu
cad
oras
de
crec
he
26 e
duca
dora
s de
dua
s cr
eche
s pa
ulis
tas.
Aval
iar
mud
ança
s em
háb
itos
noci
vos
para
a v
oz d
uran
te
um p
rogr
ama
de
saúd
e vo
cal p
ara
educ
ador
as.
Apl
icaç
ão d
e pr
otoc
olo
cont
endo
qu
estõ
es s
obre
co
mpo
rtam
ento
s ne
gativ
os p
ara
o us
o da
voz
.
Prog
ram
a te
óric
o-pr
átic
o co
m u
m
enco
ntro
inic
ial d
e qu
atro
hor
as s
egui
do
de q
uatr
o en
cont
ros
de d
uas
hora
s (t
otal
izan
do 1
2 ho
ras)
.
Apó
s a
inte
rven
ção
os s
ujei
tos
pesq
uisa
dos
dim
inui
ram
co
mpo
rtam
ento
s co
mo:
uso
da
voz
fora
das
ativ
idad
es p
rofis
sion
ais,
uso
da
voz
mui
to g
rave
ou
mui
to a
guda
.
5) L
EPPÄ
-NEN
, et
al.
(200
9) F
inlâ
ndia
11
A C
omp
aris
on o
f th
e Eff
ects
of
Voi
ce
Mas
sag
e TM
an
d V
oice
H
ygie
ne
Lect
ure
on
Sel
f-R
epor
ted
V
ocal
Wel
l-B
ein
g
and
Aco
ust
ic a
nd
P
erce
ptu
al S
pee
ch
Par
amet
ers
in F
emal
e Te
ach
ers
60 p
rofe
ssor
as
do e
nsin
o pr
imár
io,
divi
dida
s em
do
is g
rupo
s nu
mer
icam
ente
ig
uais
, qu
e re
cebe
ram
in
terv
ençõ
es
dife
rent
es.
Com
para
r os
efe
itos
na v
oz e
ntre
um
a té
cnic
a de
mas
sage
m
finla
ndes
a e
uma
pale
stra
de
higi
ene
voca
l.
Que
stio
nários
de
qual
idad
e vo
cal e
an
ális
e ac
ústic
a da
vo
z em
fal
a ha
bitu
al.
Um
gru
po p
artic
ipou
de
pale
stra
sob
re
higi
ene
voca
l com
dur
ação
de
três
hor
as.
Out
ro g
rupo
tev
e ci
nco
sess
ões
da
técn
ica
de m
assa
gem
finl
ande
sa (
VM
),
que
trat
a do
s m
úscu
los
rela
cion
ados
à
prod
ução
voc
al.
Com
prar
ando
os
dois
gru
pos
os
auto
res
conc
luíram
que
a m
assa
gem
ob
teve
mai
s ef
eito
s po
sitiv
os ,
su
gerind
o qu
e es
ta t
écni
ca p
ode
ajud
ar n
a m
anut
ençã
o da
voz
dur
ante
as
aul
as.
6) L
AU
KKA-
NEN
, LE
PPÄ-N
EN e
ILO
-M
AKI
(200
9)
Finl
ândi
a12
Sel
f-Ev
alu
atio
n o
f V
oice
as
a Tr
eatm
ent
Ou
tcom
e M
easu
re
90 p
rofe
ssor
as
de e
scol
a pr
imár
ia.
Com
para
r os
ef
eito
s na
voz
de
três
abo
rdag
ens
dife
rent
es:
pale
stra
, tr
eina
men
to e
m
assa
gem
voc
al.
Que
stio
nário
de
auto
ava
liaçã
o do
s su
jeito
s.
Todo
s pa
rtic
ipar
am d
e um
a pa
lest
ra d
e hi
gien
e vo
cal.
Um
gru
po t
eve
som
ente
a
pale
stra
, ou
tro
a pa
lest
ra m
ais
um t
rein
amen
to v
ocal
e o
ter
ceiro
a pa
lest
ra e
a a
plic
ação
de
uma
técn
ica
de
mas
sage
m d
a vo
z (V
M).
Os
dois
gru
pos
que
rece
bera
m
inte
rven
ções
prá
ticas
com
o tr
eina
men
to v
ocal
ou
mas
sage
m n
a vo
z tiv
eram
mel
hor
resu
ltado
que
o
prim
eiro
, co
m a
pena
s pa
lest
ra d
e hi
gien
e vo
cal.
7) L
UCH
ESI,
et
al.
(201
0)
Bra
sil 1
3
Açõ
es d
e p
rom
oção
e
pre
ven
ção
à sa
úd
e vo
cal d
e p
rofe
ssor
es:
um
a q
ues
tão
de
saú
de
cole
tiva
26 p
rofe
ssor
es
de u
ma
esco
la
esta
dual
pa
ulis
ta.
Ana
lisar
os
aspe
ctos
vo
cais
, pr
even
tivos
e
ocup
acio
nais
de
açõe
s de
pro
moç
ão d
a sa
úde
voca
l do
prof
esso
r.
Aval
iaçã
o la
ring
ológ
ica,
qu
estio
nário
e in
terv
ençã
o pr
even
tivo-
tera
pêut
ica.
Doz
e en
cont
ros
(um
a ho
ra e
mei
a) c
om
cont
eúdo
s te
óric
os e
prát
icos
rel
acio
nado
s co
m a
saú
de v
ocal
do
pro
fess
or.
Os
auto
res
apon
tam
par
a a
nece
ssid
ade
de a
trib
uia
a al
ta
prev
elân
cia
de a
letr
açõe
s vo
cais
em
pr
ofes
sore
s ao
s as
pect
os a
mbi
enta
is e
or
gani
zaci
onai
s da
cla
sse
profi
ssio
nal.
Conteúdos didáticos nas intervenções de saúde vocal do professor: uma revisão integrativa
AR
TIG
OS
133 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Au
tore
s, a
no
e p
aís
Títu
loS
uje
itos
O
bje
tivo
In
stru
men
tos
Inte
rven
ção
Res
ult
ados
8) F
ERREI
RA e
t al
. (2
010)
Bra
sil 1
4
Voz
do
pro
fess
or:
ger
enci
amen
to d
e g
rup
os
10,
3 e
5 m
il em
cad
a pr
ogra
ma,
tod
os
prof
esso
res
da
cida
de d
e São
Pa
ulo.
Des
crev
er t
rês
prog
ram
as d
e sa
úde
voca
l do
prof
esso
r.
Des
criç
ão d
o ob
jetiv
o, c
onvo
caçã
o,
dese
nvol
vim
ento
, es
trat
égia
s, n
úmer
o de
ate
ndid
os,
aspe
ctos
pos
itivo
s e
nega
tivos
em
cad
a pr
ogra
ma.
Os
três
pro
gram
as c
ontin
ham
ativ
idad
es
cole
tivas
pre
vent
ivas
sob
re o
tem
a.
Um
asp
ecto
pos
itivo
foi
o p
rofe
ssor
se
sent
ir v
alor
izad
o ao
par
ticip
ar d
essa
s aç
ões,
e n
egat
ivo
a di
ficul
dade
de
ades
ão.
9) T
IMM
ER-M
AN
S e
t al
. (2
010)
Bel
gica
15
The
Effec
t of
a
Sh
ort
Voi
ce T
rain
ing
P
rog
ram
in F
utu
re
Teac
her
s
66 e
stud
ante
s de
pe
dago
gia.
Inve
stig
ar u
m m
ódul
o de
tre
inam
ento
vo
cal p
ara
futu
ros
prof
esso
res.
Test
es c
om q
uest
ões
subj
etiv
as e
med
idas
ob
jetiv
as a
plic
ados
an
tes
e ap
ós a
in
terv
ençã
o.
Doi
s gr
upos
, um
gru
po r
eceb
eu u
m
trei
nam
ento
de
voz
com
dur
ação
de
6 ho
ras
e ou
tro
não.
Nas
que
stõe
s su
bjet
ivas
não
for
am
obse
rvad
as d
ifere
nças
ent
re o
s gr
upos
, m
as n
as o
bjet
ivas
sim
, se
ndo
posi
tivas
par
a os
que
tiv
eram
o
trei
nam
ento
.
10)
TIM
MER
-MAN
S
et a
l. (2
010)
Bel
gica
16
Voi
ce t
rain
ing
in
teac
her
ed
uca
tion
: th
e eff
ect
of a
dd
ing
an
ind
ivid
ual
ized
m
icro
teac
hin
g s
essi
on
of t
he
30
min
ute
s to
th
e re
gu
lar
6 h
our
voic
e tr
ain
ing
81 e
stud
ante
s un
iver
sitá
rios
Inve
stig
ar o
s ef
eito
s na
voz
qua
ndo
um m
ódul
o de
tr
eina
men
to v
ocal
é
acre
scid
o de
30
min
utos
de
asse
ssor
ia
indi
vidu
al.
Vár
ios
test
es c
om
ques
tões
sub
jetiv
as
e m
edid
as o
bjet
ivas
ap
licad
os a
ntes
da
inte
rven
ção
e ap
ós
quat
ro m
eses
.
Doi
s gr
upos
: um
gru
po r
eceb
eu
trei
nam
ento
voc
al (
6 ho
ras
e m
eia)
. O
out
ro t
eve
o tr
eina
men
to m
ais
30
min
utos
de
acon
selh
amen
to in
divi
dual
).
Nas
que
stõe
s su
bjet
ivas
os
resu
ltado
s fo
ram
sem
elha
ntes
ent
re o
s gr
upos
. N
as o
bjet
ivas
hou
ve m
elho
ra n
o gr
upo
trei
nado
. O
impa
cto
da s
essã
o in
divi
dual
de
acon
selh
amen
to foi
pe
quen
o, s
endo
mai
s si
gnifi
cativ
o em
m
ulhe
res.
11)
KASA
MA,
MART
INEZ
E
NAV
ARRO
(20
11)
17
Bra
sil
Pro
pos
ta d
e u
m
pro
gra
ma
de
bem
es
tar
voca
l par
a p
rofe
ssor
es:
estu
do
de
caso
22 p
rofe
ssor
es
de u
ma
esco
la
de p
edag
ogia
W
aldo
rf.
Ana
lisar
os
efei
tos
de u
m p
rogr
ama
de
saúd
e vo
cal.
Que
stio
nário
de
aval
iaçã
o an
tes
e ap
ós a
inte
rven
ção.
Doz
e en
cont
ros
de u
ma
hora
com
or
ient
açõe
s e
exer
cíci
os v
ocai
s.
A p
ropo
sta
ampl
iou
a pe
rcep
ção
e co
nsci
entiz
ação
dos
par
ticip
ante
s so
bre
os fat
ores
ben
éfico
s e
prej
udic
iais
à s
aúde
voc
al.
12)
DRAG
O-N
E (2
011)
Bra
sil 1
8
Pro
gra
ma
de
saú
de
voca
l par
a ed
uca
dor
es:
açõe
s e
resu
ltad
os
387
educ
ador
es
de u
ma
rede
m
unic
ipal
de
ensi
no.
Des
crev
er u
m
prog
ram
a de
saú
de
voca
l do
prof
esso
r.
Tria
gem
voc
al in
icia
l e
desc
riçã
o da
s at
ivid
ades
dos
gru
pos
bási
cos
e av
ança
do.
Gru
po b
ásic
o: s
eis
hora
s de
teo
ria
e pr
átic
a vo
cais
.
Gru
po a
vanç
ado:
10
hora
s ap
rofu
ndan
do
teor
ia e
prá
tica.
Hou
ve u
m g
rand
e nú
mer
o de
pr
ofes
sore
s co
m v
ozes
alte
rada
s e
obte
ve c
omo
prin
cipa
l res
ulta
do a
di
min
uiçã
o si
gnifi
cativ
a de
sin
tom
as
voca
is.
13)
LUCH
ESI,
M
OU
RÃO
E
KIT
AM
URA (
2012
)
Bra
sil 1
9
Efet
ivid
ade
de
um
pro
gra
ma
de
apri
mor
amen
to v
ocal
p
ara
pro
fess
ores
13 p
rofe
ssor
as
de u
ma
esco
la
esta
dual
do
inte
rior
de
São
Pa
ulo.
Ana
lisar
par
âmet
ros
fono
artic
ulat
ório
s de
pro
fess
ores
pré
e
pós
part
icip
ação
em
um
pro
gram
a de
ap
rim
oram
ento
voc
al.
Aval
iaçã
o la
ring
ológ
ica,
av
alia
ção
voca
l (a
cúst
ica
e pe
rcep
tiva
audi
tiva)
an
tes
e de
pois
da
inte
rven
ção.
O p
rogr
ama
de a
prim
oram
ento
voc
al
prop
osto
tev
e do
ze e
ncon
tros
sem
anai
s co
m d
uraç
ão d
e um
a ho
ra e
mei
a ca
da.
O p
rogr
ama
pode
con
trib
uir
para
um
mel
hor
uso
da v
oz,
com
o po
r ex
empl
o pe
la a
mpl
iaçã
o da
ext
ensã
o de
fre
quên
cia.
Não
for
am o
bser
vada
s m
udan
ças
no p
itch,
mod
ulaç
ão e
ar
ticul
ação
.
14)
MASS
ON
et
al.
(201
3)
Bra
sil 2
0
Aq
uec
imen
to e
D
esaq
uec
imen
to V
ocal
em
Est
ud
ante
s d
e P
edag
ogia
14 e
stud
ante
s de
ped
agog
ia
de u
ma
univ
ersi
dade
pú
blic
a do
in
terior
de
São
Pa
ulo.
Inve
stig
ar o
s ef
eito
s de
um
pro
gram
a de
aqu
ecim
ento
e
desa
quec
imen
to v
ocal
.
Prot
ocol
o de
au
toav
alia
ção
dos
aspe
ctos
rel
acio
nado
s ao
cor
po e
à v
oz.
Min
icur
so d
e tr
ês h
oras
: um
a ho
ra d
e pa
lest
ra e
dua
s de
ativ
idad
es p
rátic
as
de a
quec
imen
to v
ocal
e d
esaq
ueci
men
to
da v
oz.
Na
perc
epçã
o do
s su
jeito
s oc
orre
ram
ef
eito
s po
sitiv
os r
elac
iona
dos
ao
aque
cim
ento
e d
esaq
ueci
men
to v
ocal
, co
mo
dim
inui
ção
do d
esco
nfor
to
voca
l.
15)
PIZO
LA-T
O e
t al
. (2
013)
Bra
sil 2
1
Eval
uat
ion
of
the
Effec
tive
nes
s of
a
Voi
ce T
rain
ing
P
rog
ram
for
tea
cher
s
102
prof
esso
res
divi
dido
s em
doi
s gr
upos
(gr
upo
expe
rim
enta
l e
grup
o co
ntro
le).
Inve
stig
ar o
s ef
eito
s vo
cais
de
duas
fo
rmas
de
exec
ução
de
um
pro
gram
a de
ed
ucaç
ão v
ocal
par
a pr
ofes
sore
s.
Aná
lise
acús
tica
da
voz
ante
s e
depo
is
da r
ealiz
ação
de
exer
cíci
os d
e fu
nção
vo
cal.
Gru
po c
ontr
ole:
dua
s se
ssõe
s de
hig
iene
vo
cal.
Gru
po e
xper
imen
tal:
um
a se
ssão
de
higi
ene
voca
l e q
uatr
o de
exe
rcíc
ios
voca
is.
Não
hou
ve d
ifere
nça
esta
tistic
amen
te
sign
ifica
nte
entr
e os
doi
s gr
upos
.
Os
exer
cíci
os v
ocai
s tiv
eram
impa
cto
imed
iato
pos
itivo
na
qual
idad
e vo
cal
dos
prof
esso
res,
mas
não
se
man
teve
lo
ngitu
dina
lmen
te.
AR
TIG
OS
134 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Milena C. de S. Aoki, Franciele S. Soria, Regina H. S. Gomes, Barbara M. M. Martins, Rosane S. Santos, Alcione G. Brasolotto
Au
tore
s, a
no
e p
aís
Títu
loS
uje
itos
O
bje
tivo
In
stru
men
tos
Inte
rven
ção
Res
ult
ados
16)
PIZO
LA-T
O e
t al
. (2
013)
Bra
sil22
Imp
act
on q
ual
ity
of
life
in t
each
ers
afte
r ed
uca
tion
al a
ctio
ns
for
pre
ven
tion
of
voic
e d
isor
der
s: a
lo
ng
itu
din
al s
tud
y
70 p
rofe
ssor
es
de e
scol
as
públ
icas
se
leci
onad
os d
e fo
rma
alea
tória.
Inve
stig
ar o
impa
cto,
na
qua
lidad
e de
vi
da e
na
voz,
em
du
as d
ifere
ntes
in
terv
ençõ
es d
e sa
úde
voca
l par
a pr
ofes
sore
s.
Prot
ocol
o Q
VV
(Qua
lidad
e de
Vid
a e
Voz)
ant
es e
dep
ois
da in
terv
ençã
o.
Doi
s gr
upos
: um
rec
ebeu
um
a pa
lest
ra
de h
igie
ne v
ocal
e r
ealiz
ação
de
exer
cíci
os v
ocai
s. O
out
ro a
pena
s a
pale
stra
.
Em a
mbo
s os
gru
pos
os p
rofe
ssor
es
tiver
am m
aior
dom
ínio
nas
res
post
as
do p
roto
colo
, po
rém
sem
dife
renç
a si
gnifi
cativ
a en
tre
os g
rupo
s.
17)
SER
VI-
LHA e
ARBACH
(20
13)
Bra
sil 2
3
Ava
liaçã
o d
o ef
eito
d
e as
sess
oria
voc
al
com
pro
fess
ores
u
niv
ersi
tári
os
8 pr
ofes
sore
s da
ár
ea d
e sa
úde
de
uma
inst
ituiç
ão
priv
ada
de
ensi
no.
Aval
iar
o ef
eito
s de
um
a as
sess
oria
fo
noau
diol
ógic
a pa
ra
prof
esso
res.
Prot
ocol
o ID
V (
Índi
ce
de D
esva
ntag
em
Voca
l) n
o pr
imei
ro
e no
últi
mo
dia
da
inte
rven
ção.
Set
e en
cont
ros
de u
ma
hora
, ab
orda
ndo
aspe
ctos
teó
rico
s e
prát
icos
da
saúd
e vo
cal d
os p
rofe
ssor
es.
A in
terv
ençã
o m
ostr
ou-s
e po
sivi
ta
na m
edid
a qu
e to
das
as s
ubes
cala
s do
inst
rum
ento
de
pesq
uisa
util
izad
o re
gred
iram
, em
esp
ecia
l ao
aspe
cto
emoc
iona
l da
voz.
18)
XAV
IER,
SAN
TOS
e SIL
VA (
2013
)
Bra
sil 2
4
Saú
de
voca
l do
pro
fess
or:
inte
rven
ção
fon
oau
dio
lóg
ica
na
aten
ção
pri
már
ia a
sa
úd
e
27 p
rofe
ssor
as
de e
scol
as
mun
icip
ais
de
Reci
fe.
Apr
esen
tar
uma
ação
de
pro
moç
ão d
a sa
úde
voca
l dos
pro
fess
ores
.
Doi
s qu
estio
nários
: um
de
hist
óric
o vo
cal
e ou
tro
para
ava
liar
a in
terv
ençã
o.
Sei
s ofi
cina
s de
voz
qui
nzen
ais
com
o
obje
tivo
de p
rom
over
a s
aúde
voc
al d
os
prof
esso
res.
Suj
eito
s re
ferira
m c
omo
posi
tiva
a pa
rtic
ipaç
ão p
ara:
sen
sibi
lizar
sob
re
a im
port
ânci
a da
voz
, m
otiv
ar p
ara
os c
uida
dos
voca
is e
mel
hora
r o
dese
mpe
nho
voca
l e p
rofis
sion
al.
19)
TRIG
UEI
-RO
, et
al
. (2
015)
Bra
sil 2
5
A v
oz d
o p
rofe
ssor
: u
m in
stru
men
to q
ue
pre
cisa
de
cuid
ado
Prof
esso
res
da
zona
urb
ana
da
para
íba.
Des
crev
er a
ex
periên
cia
dos
part
icip
ante
s em
um
a aç
ão d
e pr
eser
vaçã
o vo
cal d
e pr
ofes
sore
s.
Estu
do d
e ca
so,
de
natu
reza
des
criti
va,
das
etap
as p
ara
exec
ução
de
uma
inte
rven
ção.
Ofic
inas
sem
anai
s co
m p
ales
tras
sob
re
prev
ençã
o da
saú
de v
ocal
e e
xerc
ício
s vo
cais
.
Para
os
auto
res
a in
terv
ençã
o fa
vore
ceu
a ap
rend
izag
em e
a
mel
horia
na q
ualid
ade
de v
ida,
sen
do
um m
eio
de a
tuar
na
saúd
e vo
cal d
os
prof
esso
res.
20)
PEREI
RA,
MASS
ON
e
CARVA
LHO
(20
15)
Bra
sil 2
6
Aq
uec
imen
to v
ocal
e
trei
no
resp
irat
ório
em
p
rofe
ssor
es:
ensa
io
clín
ico
ran
dom
izad
o
31 p
rofe
ssor
es
da r
ede
esta
dual
de
Sal
vado
r.
Com
para
r a
efet
ivid
ade
de
duas
inte
rven
ções
fo
noau
diol
ógic
as n
a qu
alid
ade
voca
l de
prof
esso
res.
Prot
ocol
o ID
V-10
(Ín
dice
de
Des
vant
agem
Voc
al)
e an
ális
e ac
ústic
a co
mpu
tado
riza
da
Doi
s gr
upos
com
prá
ticas
dife
rent
es:
um c
om a
quec
imen
to v
ocal
e o
utro
com
tr
eino
res
pira
tório.
Aut
ores
con
side
rara
m a
s pr
átic
as
efet
ivas
e c
om r
esul
tado
s se
mel
hant
es e
m r
elaç
ão à
qua
lidad
e vo
cal.
Os
suje
itos
do g
rupo
de
aque
cim
ento
ref
eriram
mai
s be
nefíc
ios
na v
oz.
Fig
ura
2. Car
acte
riza
ção
da a
mos
tra
(n=
20)
Conteúdos didáticos nas intervenções de saúde vocal do professor: uma revisão integrativa
AR
TIG
OS
135 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Dessa forma, os oito itens que compõem o blo-co de conteúdos teóricos são: higiene vocal (hábitos e cuidados com a voz); produção vocal (anatomia e fisiologia do aparelho fonador); percepção vocal (envolvendo o atendimento de conceitos como “voz normal” ou “adaptada”, assim como a autoavalia-ção dos sujeitos quanto à sua qualidade vocal); alterações vocais (patologias laríngeas, conceito de disfonia, elucidação dos sinais e sintomas mais comuns no processo de desenvolvimento da disfo-nia); demanda vocal do professor (características do uso da voz na carreira docente, índice de alterações vocais nessa população); relação voz e ambiente físico (acústica de sala de aula, presença de ruído e sistemas de amplificação da voz); relação voz e organização do trabalho docente (carga horária de trabalho, número de alunos em sala de aula, estresse, violência, qualidade de vida).
Na categoria “outros”, foram agrupados re-latos pontuais que se diferenciavam dos citados anteriormente. São eles: formas de enfrentamento do problema, relação da voz e aspectos didáticos, processo de comunicação humana, audição, con-ceito de bem-estar vocal e psicodinâmica vocal.
Como um dos critérios de inclusão dessa revi-são foram estudos onde houvesse uma intervenção sobre o tema, todas as pesquisas abordaram con-teúdos práticos.
A primeira categoria de análise dentro do bloco dos conteúdos teóricos é composta pelas orienta-ções sobre os cuidados com a voz, tema conhecido também como “higiene vocal”.
Este item trata da influência de hábitos, tais como: falar em intensidade elevada, falar com competição sonora, fumar, pigarrear ou tossir constantemente, ingerir água, cuidados com a alimentação, entre outros. O gerenciamento desses hábitos tem como objetivo a manutenção da saúde vocal do professor.
Nesse ponto, encontra-se também a questão das condições de saúde da pessoa relacionada à voz, tais como distúrbios alérgicos, respiratórios, gástricos, emocionais (depressão), uso de medica-mentos, etc.
Quase a totalidade dos artigos analisados nesta revisão (95%) aborda a questão das orientações da saúde vocal. Sendo assim, este parece ser um conteúdo didático quase unânime nas intervenções da área.
A segunda categoria de análise dentro do bloco dos conteúdos teóricos refere-se à produção da voz,
A amostra dos estudos era diversificada, e os sujeitos da pesquisa eram todos professores, de diversos níveis de ensino. O número de sujeitos em cada intervenção variou bastante, com o máximo de 10 mil até o mínimo de 8, de acordo com cada trabalho.
Sobre os objetivos de pesquisa, os estudos po-dem ser divididos em dois grupos (com ocorrência semelhante): um onde o relato ou descrição da in-tervenção é o foco principal do artigo7; e outro onde a ênfase encontra-se em alguma forma de avaliação da intervenção,2 podendo ocorrer em diferentes ca-tegorias, como os efeitos, a eficácia e as mudanças ocorridas, tanto comparando momentos distintos (antes e após a realização da intervenção) quanto entre abordagens e procedimentos realizados.
Com relação aos instrumentos de pesquisa apli-cados, houve citações de questionários, grupo focal, entrevistas, registros vocais, exame laringológico, avaliação vocal (acústica ou perceptivo-auditiva), protocolos como o QVV (Qualidade de Vida e Voz), o IDV (Índice de Desvantagem Vocal) e VHI (Voi-ce Handicap Index), testes objetivos e subjetivos, triagem vocal e descrição das atividades.
Um ponto comum em todos os trabalhos re-fere-se à intervenção, que foi realizada em grupo.
Sobre os resultados das intervenções, todos apontaram melhoria em vários aspectos relaciona-dos à promoção da saúde vocal do professor, tais como: melhora no grau de disfonia; elaboração de estratégias de enfrentamento do problema; diminui-ção da tensão vocal; diminuição do uso da voz fora das atividades profissionais; sugestão da utilização da técnica de massagem na voz; o professor se sen-tir valorizado; ampliação da percepção dos sujeitos; diminuição dos sintomas vocais; contribuir para um melhor uso da voz; diminuição do desconforto vocal; sensibilizar sobre a importância da voz; melhoria na qualidade de vida e benefícios na voz.
Resgatando a pergunta inicial da presente revisão (quais os conteúdos didáticos abordados em ações coletivas preventivas dentro da área de saúde vocal do professor?), a resposta para a mes-ma encontra-se na Figura 3, onde os artigos estão descritos, detalhando-se os conteúdos didáticos abordados em cada intervenção selecionada.
Os conteúdos foram divididos em dois grandes blocos: conteúdos teóricos e conteúdos práticos. Os itens dentro de cada bloco foram retirados pelas autoras a partir das citações encontradas nos artigos analisados.
AR
TIG
OS
136 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Milena C. de S. Aoki, Franciele S. Soria, Regina H. S. Gomes, Barbara M. M. Martins, Rosane S. Santos, Alcione G. Brasolotto
Autores, ano e país
Teóricos
Práticos
Hig
ien
e V
ocal
(H
ábit
os)
Pro
du
ção
da
voz
Per
cep
ção
Voc
al
Alt
eraç
ões
voca
is
Dem
and
a vo
cal
Voz
e a
mb
ien
te
Voz
e t
rab
alh
o
Ou
tros
1) BOVO, et al. (2007) EUA 7 X X X X X XRespiração diafragmática, relaxamento corporal global e laríngeo, padrão vocal saudável (com diminuição de ataques vocais), ressonância e articulação
2) PENTEADO (2007) Brasil 8 X X X X X X X Reflexões sobre os exercícios vocais (vibração)
3) SILVÉRIO, et al. (2008) Brasil 9 X X X X X X Exercício de aquecimento e desaquecimento
4) SIMÕES-ZENARI, LATORRE (2008) Brasil 10 X X X X X X
Projeção vocal, ressonância, respiração, articulação, resistência vocal, vibração das pregas vocais, alongamento cervical
5) LEPPÄNEN, et al. (2009) Finlândia 11 X Massagem da voz (técnica específica registrada)
6) LAUKKANEN, LEPPÄNEN e ILOMAKI (2009) Finlândia 12 X Massagem na voz (técnica específica registrada) e
treinamento vocal
7) LUCHESI, et al. (2010) Brasil 13 X XRespiração, coordenação pneumofonoarticulatória, tensão fonatória, articulação, velocidade e modulação da fala, ressonância, projeção vocal, expressividade verbal e não-verbal, aquecimento e desaquecimento vocal
8) FERREIRA et al. (2010) Brasil 14 X X X X X XProdução vocal, relaxamento, respiração, ressonância, articulação, comunicação, expressividade, alongamento, aquecimento e desaquecimento vocal
9) TIMMERMANS et al. (2010) Bélgica 15 X X
Exercício para os componentes da produção vocal (postura saudável, respiração, frequência fundamental ótima, projeção vocal, ressonância e articulação)
10) TIMMERMANS et al. (2011) Bélgica 16 X X
Produção de vocal (postura saudável, suporte respiratório, frequência fundamental ótimo, projeçao vocal, ressonância e articulação) e trinta minutos de intervenção fonoaudiológica individual
11) KASAMA, MARTINEZ e NAVARRO (2011) Brasi 17l X X X X Aquecimento e desaquecimento, respiração, articulação e
ressonância
12) DRAGONE (2011)
Brasil 18X X X X
Grupo básico (tarefas fonatórias para aumento da resistência vocal e diminuição da tensão) e Grupo Avançado para conforto vocal (coordenação da respiração com a fonação e ressonância)
13) LUCHESI, MOURÃO e KITAMURA (2012)
Brasil 19
X XRespiração, coordenação pneumonofoarticulatória, tensão fonatória, articulação, velocidade e modulação da fala, ressonância, projeção vocal, expressividade verbal e não verbal, aquecimento e desaquecimento vocal
14) MASSON et al. (2013) Brasil 20 Aquecimento e desaquecimento vocal
15) PIZOLATO et al. (2013) Brasil 21 X X XExercícios de postura corporal e relaxamento; fonação, frequência e intensidade; respiração; ressonância e articulação
16) PIZOLATO et al. (2013) Brasil 22 X X XExercícios de postura corporal e relaxamento; fonação, frequência e intensidade; respiração; ressonância e articulação
17) SERVILHA e ARBACH (2013) Brasil 2 X X X X X Técnicas para o uso saudável da voz: projeção, modulação
vocal, articulação e postura corporal
18) XAVIER, SANTOS e SILVA (2013) Brasil 24 X X X
Técnicas de relaxamento e exercícios vocais de vibração de lábios e língua, fricativos, gargarejo sonorizado e humming
19) TRIGUEIRO, et al. (2015) Brasil 25 X Exercícios de relaxamento, respiração, articulação,
aquecimento e desaquecimento vocal
20) PEREIRA, MASSON e CARVALHO (2015) Brasil 26
Treino respiratório e alongamento corporal, fonemas fricativos, sons vibrantes e sons nasais.
Figura 3. Apresentação dos conteúdos didáticos abordados (n=20)
Conteúdos didáticos nas intervenções de saúde vocal do professor: uma revisão integrativa
AR
TIG
OS
137 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
se debruçado nessas questões31 correlacionando a produção da voz ao ambiente de trabalho e assim apontam a influência de fatores como: o ruído no ambiente escolar, o choque de temperatura, a adequação ou não da ventilação do ar ambiente, a exposição a produtos irritativos de vias áreas su-periores, a presença de poeira no local de trabalho, entre outros. Por exemplo, um estudo32 constatou que existe uma correlação entre os elevados níveis de ruído em sala de aula com a intensidade de voz utilizada pelos professores.
Sete intervenções aqui estudadas (35%) apli-caram conteúdos relacionados à demanda vocal, buscando estratégias para reduzir a mesma em sala de aula. A literatura30 traz vários exemplos nesse sentido.
Seis estudos analisados (30%) citaram a relação entre a voz e a organização do trabalho docente, tratando de abordagens sobre a carga horária de trabalho, número de alunos em sala de aula, estresse, violência e qualidade de vida. Vários estudos científicos14,19 levantam a influência desses fatores relacionados aos processos de trabalho como predisponentes, ou mesmo agravantes para o desenvolvimento da disfonia. Estudos na área31 citam fatores como a jornada de trabalho excessiva, elevada demanda vocal, acúmulo de função e ativi-dades, falta de pausas durante o período de trabalho, e mesmo falta de autonomia no desenvolvimento da profissão. Também são bastante encontradas na literatura pesquisas3,9 apontando índices elevados de disfonias em professores, havendo então a ne-cessidade de ações de promoção da saúde vocal.
Em uma análise descritiva detalhada de 63 publicações brasileiras33 abordando intervenções coletivas de saúde vocal do professor, foram ci-tados os seguintes temas e/ou conteúdos: hábitos e comportamentos vocais (71%) – comparado ao escore obtido nessa revisão (95%), esse conteúdo pode ser considerado marcante nas intervenções na área. No tema de anatomia e fisiologia da produção vocal, o estudo31 apontou a frequência de 44%, sendo que na presente pesquisa esse escore foi um pouco maior (55%). Já, na questão do ambiente de trabalho, apontam 22% e no presente estudo encontrou-se esse conteúdo em 35% das citações.
Na categoria “outros”, foram agrupados con-teúdos citados uma ou, no máximo, duas vezes e que apontam para os seguintes assuntos: formas de enfrentamento do problema, relação da voz com os aspectos didáticos, processo de comunicação
ou seja, as explicações sobre a anatomia e fisiologia do aparelho fonador, destacando-se as estruturas orgânicas que compõem o aparelho fonador, bem como o seu funcionamento. Este conteúdo também foi bastante frequente nas intervenções, sendo cita-do em 55% dos estudos aqui analisados.
Houve quatro citações para o conteúdo referen-te à questão da percepção vocal. Este item engloba dois fatores: o conceito de voz normal ou adaptada e a autoavaliação vocal. Conceituar a voz é algo com-plexo, para uma autora27 adotar o termo voz normal não é coerente e dessa forma propõe a utilização de “voz adaptada” quando “a produção vocal é de qualidade aceitável socialmente, não interfere na inteligibilidade da fala, permite o desenvolvimento profissional do indivíduo e transmite a mensagem emocional do discurso”.
A autoavaliação ou autopercepção vocal28 re-fere-se à classificação do próprio sujeito quanto à sua qualidade vocal. É considerado um parâmetro subjetivo e sua prática é bastante utilizada nos estudos fonoaudiológicos. Por exemplo, um estu-do anterior1 analisou 500 publicações abordando saúde vocal do professor, sendo que 52,5% reali-zavam uma avaliação na perspectiva dos próprios docentes. As abordagens sobre qualidade vocal e voz adaptada27 são consideradas importantes na promoção da saúde vocal.28 Nesse aspecto, o estímulo para que o professor autoavalie sua voz pode contribuir para um aumento da percepção sobre a mesma.
As alterações vocais também foram citadas em 20% das respostas. Nesse aspecto, são abordadas as patologias laríngeas, o conceito e classificação das disfonias, bem como os sinais e sintomas apre-sentados. Muitas pesquisas alertam para índices elevados de disfonia em professores29. Assim, é comum para o professor a ocorrência de uma perda ou mudança no padrão de voz. Porém, como uma medida possível na promoção da saúde vocal, é importante que o mesmo saiba que a disfonia não deve ser considerada como algo natural dentro do seu exercício profissional, e conheça as possibili-dades de prevenção, diagnóstico e tratamento das alterações vocais.
A correlação entre a voz e aspectos do am-biente físico, tais como a acústica em sala de aula, presença de ruído e sistemas de amplificação da voz foi citada em 35% das intervenções – esses conhe-cimentos influenciam na ocorrência e agravamento de disfonias em professores29,30. Muitos autores têm
AR
TIG
OS
138 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
Milena C. de S. Aoki, Franciele S. Soria, Regina H. S. Gomes, Barbara M. M. Martins, Rosane S. Santos, Alcione G. Brasolotto
Conclusão
A partir da análise dos estudos selecionados, observou-se que existe uma diversidade meto-dológica e de temas que compõem os conteúdos didáticos abordados nas intervenções coletivas preventivas na área de saúde vocal do professor.
Quanto aos conteúdos teóricos, quase a totali-dade das intervenções abordou a questão da higiene vocal. Assim, os cuidados com a voz parecem ser o aspecto trabalhado com maior frequência.
No tocante aos conteúdos práticos, as cate-gorias aplicadas foram heterogêneas, e por vezes as técnicas específicas utilizadas não estavam detalhadas.
A partir dos resultados obtidos, é possível ressaltar a necessidade de estruturar intervenções dentro da saúde vocal do professor que possam ser mensuradas, buscando fortalecer a prática baseada em evidências.
Referências bibliográficas
1. Dragone ML, Ferreira LP, Giannini SPP, Zenari MS, Vieira VP, Behlau M. Voz do professor: uma revisão de 15 anos de contribuição fonoaudiológica. Revi Soc Bras Fonoaudiol. 2010; 15(2): 289-96.2. Vieira, VP, De Biase N, Peccin MS, Atallah AN. The research questions and methodological adequacy of clinical studies of the voice and larynx published in Brazilian and international journals. J Eval Clin Pract. 2009; 15(3): 473-7.3. Pacheco DI, Ferreira LP. Impacto de um programa de orientação vocal na melhora de parâmetros acústicos e perceptivos da voz. Distúrbios da Comunicação. São Paulo, 2014, 26(4): 850-3.4. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto e Contexto Enfermagem. 2008; 17(4): 758-64.5. Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer? Einstein. 2010; 8(1): 102-6.6. Sampaio RF, Mancini MC. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Braz J Phys Ther. 2007; 11(1): 83-9.7. Bovo R, Galceran M, Petrucelli J, Hatzopoulos S. Vocal Problems among Teachers: Evaluation of a Preventive Voice Program. J Voice. 2007, 21(6): 705-22.8. Penteado RZ. Relações entre saúde e trabalho docente: percepções de professores sobre saúde vocal. Revi Soc Bras Fonoaudiol. 2007; 12(1): 18-22.9. Silvério KC, Gonçalves CG, Penteado RZ, Viera TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professor. J Soc Bras Fonoaudiol. 2008; 20(3): 177-82.
humana, audição, conceito de bem-estar vocal e psicodinâmica vocal.
Sobre os conteúdos agrupados no tocante às ações práticas, as respostas diferem entre os estu-dos. Por vezes os exercícios não estão descritos, ou mesmo foram citados como aquecimento ou desaquecimento vocal, prática que compreende uma série de exercícios. Em uma revisão de ar-tigos publicados na área de voz do professor, os pesquisadores1 consideram importante mensurar as intervenções e validar instrumentos dentro da promoção da saúde vocal.
Foram citados os seguintes conteúdos práticos: relaxamento global, relaxamento laríngeo, postura adequada, massagem (os estudos de Leppanem11 e Laukkanem12 citam uma técnica específica de massagem na voz), fonação (fonemas fricativos, sons vibrantes, sons nasais, padrão vocal saudável, diminuição de ataques vocais, produção vocal em pitch e intensidade adequada), respiração diafrag-mática, coordenação pneumofonoarticulatória, articulação, velocidade de fala, modulação da fala, expressividade verbal e não verbal, resistência vocal, ressonância e projeção.
De maneira geral, todos os estudos seleciona-dos somaram conteúdos teóricos e práticos sobre a saúde vocal do professor; na revisão sistemática sobre intervenções vocais na referida população os autores34 buscaram comparar a eficácia na pre-venção de distúrbios vocais de abordagens direta (exercícios) e indireta (orientações), concluindo que a intervenção combinada com orientações e exercícios é a que apresenta melhoria mais sig-nificativa nos parâmetros de qualidade vocal e autoavaliação da voz, mesmo quando aplicada em um curto período de tempo.
A limitação do estudo encontra-se no número de artigos selecionados, pois os critérios adotados podem ter excluído estudos importantes, prin-cipalmente em se tratando de uma área bastante fecunda em estudos científicos, como o tema da voz do professor.
A contribuição do artigo está na possibilida-de dos achados encontrados na presente revisão apontarem tendências que podem ocorrer em outras pesquisas na área.
Estudar os conteúdos didáticos abordados nessas ações pode ser justificado pela necessidade do fonoaudiólogo em entender as ações de saúde vocal como uma prática educativa31.
Conteúdos didáticos nas intervenções de saúde vocal do professor: uma revisão integrativa
AR
TIG
OS
139 Distúrb Comun, São Paulo, 30(1): 128-139, março, 2018
22. Pizolato RA, Rehder MIBC, Dias CTS, Meneghim MC, Ambrosano GMBA, Mialhe FL. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013; 11: 28.23. Servilha EAM, Arbach MP. Avaliação do efeito de assessoria vocal com professores universitários. Distúrbios da Comunicação. 2013; 25(2): 211-8.24. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Saúde vocal do professor: intervenção fonoaudiológica na atenção primária a saúde. Rev CEFAC. 2013; 15(4): 976-85.25. Trigueiro JVS, Silva MLS, Brandão RS, Torquato IMB, Nogueira MF, Alves GAS. A voz do professor: um instrumento que precisa de cuidado. J Res Fund Care Online. 2015; 7(3): 2865-73.26. Pereira LP, Masson MLV, Carvalho FM. Aquecimento vocal e treino respiratório em professores: ensaio clínico randomizado. Rev Saude Publica. 2015; 49-67.27. Behlau, M (org). Voz: o livro do especialista. Rio de Janeiro: Revinter; 2001.28. Kasama ST, Brasolotto AG. Percepção vocal e qualidade de vida. J Soc Bras Fonoaudiol. 2007; 19 (1): 19-28.29. Munier C, Kinsella R. The prevalence and impact of voice problems in prymary school teachers. Occup Med. 2008; 58: 74-6.30 Ferreira LP, Andrada e Silva MA, Giannini SPP. Distúrbio de voz relacionado ao trabalho: práticas fonoaudiológicas. São Paulo: Roca; 2015.31. Ferreira LP, Alves IAVA, Esteves AAO, Biserra MP. Voz do professor: fatores predisponentes para o bem-estar vocal. Distúrbios da Comunicação. 2012; 24 (3): 379-87.32. Guidini RF, Bertoncello F, Zanchetta S, Dragone MLS. Correlações entre ruído ambiental em sala de aula e voz do professor. Revi Soc Bras Fonoaudiol. 2012; 17(4): 398-404.33. Penteado RZ, Ribas TM. Processos educativos em saúde vocal do professor: análise da literatura da Fonoaudiologia brasileira. Revi Soc Bras Fonoaudiol. 2011; 16(2): 233-9.34. Anhaia TC, Gurgel LG, Vieira RH, Cassol M. Intervenções vocais diretas e indiretas em professores: revisão sistemática da literatura. Audiol Commun Res. 2013; 18(4): 361-6.
10. Simões-Zenari M, Latorre, MRDO. Mudanças em comportamentos relacionados com o uso da voz após intervenção fonoaudiológica junto a educadoras de creche. J Soc Bras Fonoaudiol. 2008; 20(1): 61-6.11. Leppänen K, Laukkanen AM, Ilomaki I, Vilkman E. A Comparison of the Effects of Voice Massage TM and Voice Hygiene Lecture on Self-Reported Vocal Well-Being and Acoustic and Perceptual Speech Parameters in Female Teachers. Folia Phoniatr Logop. 2009; 61: 227–38.12. Laukkanen AM, Leppãnen K, Ilomaki I. Self-Evaluation of Voice as a Treatment Outcome Measure. Folia Phoniatr Logop. 2009; 61: 57–65.13. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Ações de promoção e prevenção à saúde vocal de professores: uma questão de saúde coletiva. Rev CEFAC. 2010; 12(6): 945-53.14. Ferreira LP, Souza TMT, Zambom F, Barreto RKA, Maciel MCB. Voz do professor: gerenciamento de grupos. Distúrbios da Comunicação. 2010; 22(3): 251-8.15. Timmermans B, Coveliers Y, Meeus W, Vandenabeele F, Van Looy L, Wuyts F. The Effect of a Short Voice Training Program in Future Teachers. J Voice. 2011; 25(4):191-8.16. Timmermans B, Coveliers Y, Wuyts F, Van Looy L. Voice training in teacher education: the effect of adding an individualized microteaching session of the 30 minutes to the regular 6-hour voice training. J Voice. 2010. 26(5): 1-9.17. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem-estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrbios da Comunicação. 2011; 23(1): 35-42.18. Dragone MLSO. Programa de saúde vocal para educadores: ações e resultados. Rev CEFAC. 2011; 13(6): 1133-43.19. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev CEFAC. 2012; 14(3): 459-70.20. Masson ML, Loiola CM, Fabron EMG, Horiguela ML. Aquecimento e Desaquecimento Vocal em Estudantes de Pedagogia. Distúrbios da Comunicação. 2013; 25(2): 177-85.21. Pizolato RA, Rehder MIBC, Dias CTS, Meneghim MC, Ambrosano GMBA, Mialhe FL. Evaluation of the Effectiveness of a Voice Training Program for teachers. J Voice. 2013; 25(5): 603-10.