24
NÓS Época de Micael 2013

Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

  • Upload
    others

  • View
    45

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

NÓS

Época de Micael 2013

Page 2: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

Editorial

PoemaGENIUS ASTRI 1917, 3Tema do períodoAos Jovens, 4 e 5ContoO REI MENDIGO, 6 a 8PedagógicoAmor à moda antigaPelo 7º A – Época de Literatura, 9Anna ou Giulia – As Cartas, 10 e 11Dom Quixote, 12 e 13Confi gurando o futuro após o 12º ano, 14 a 16InformativoComo São Francisco explica o que é ser livre de espírito, 17Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) 12ºs anos de 2013, 18 e 19INFORME – Semana Literária da Escola Waldorf Rudolf Steiner, 20SaúdeEugen Kolisko, 21 a 23

Expediente

Agradecemos a todos que colaboraram com esta edição.Representantes do Corpo Docente:Adriana Leibl e Patrícia Enes FigueiraAssociação Pedagógica Rudolf Steiner:Rosemarie SchalldachCoordenador: Adriana Leibl, Dra. Catia Chuba, Patrícia Enes Figueira, Guilherme Korbe, Walkiria Cavalcanti e Claudia Lang

Capa: no sentido horário, lousasHelena W. Birai, 4º B - Mitologia Indígena, Adriana Leibl, 4ª A - Mitologia Indígena e Glaucia Dias Pinheiro, 3º A - CultivoCriação do Nosinho: Alunos do 8ºBDiagramação: Graphium EditoraImpressão Gráfica: Graphium Gráfica e EditoraTiragem: 300 exemplares Site: www.ewrs.com.br

Page 3: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

Poema3

GENIUS ASTRI1917

Sobre a tua cabeça

sempre paira a benção

do anjo que te guarda;

e a tua estrela

nas mãos ele alça,

longe ou cá na terra,

a seguir a esteira

das vidas que passas.

Mesmo se a miséria

te vem e te alcança

- e o medo e a desonra

e a desesperança –

a essa escuridão,

de treva profunda,

chega a eterna luz

que de luz inunda.

A passar por rosas,

a roçar espinhos

- desde sempre fi rme,

sem se quebrantar –

teu eterno “eu sou”

sobre a tua alma

lá está a brilhar.

Sempre podes vê-lo

quando é noite alta

sim, dia após dia

move o anjo as asas;

e bate-as em ti,

a te depurar

a te reparar

as menores faltas.

E, à hora da morte,

quando enfi m o cerne

real do teu ser

já se libertar,

o teu anjo vela,

leva a tua estrela

ao eterno lar.

Baseado em Manfred Kyber versão livre de Ruth Salles

Page 4: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

4Tema do Período

AOS JOVENS

Hoje, penso nos jovens que viveram de maneira muito intensa estes últimos meses no Brasil, assistindo ao cenário de protestos e participando do movimento de rua que reinvidica um país melhor. Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela Igreja Católica, mo-bilizou grupos de pessoas, colocando a fi gura do jovem no centro e enfatizando a discussão sobre o futuro.

O cenário político brasileiro movi-mentou-se e sentimos, como menos jo-vens, muito orgulho desses que tiveram a força e a coragem de se manifestar. Qual desfecho isso tomará ainda não é possível dizer, mas a busca por um país melhor, mais justo e correto iniciou-se, deixando um sentimento de renovação e alegria no ar. Também a fé cristã apresenta um novo alento, percebido pelas palavras e ações do papa Francisco recém-empossado.

É muito difícil falar, explicar ou quan-tifi car a fé, muito menos rotulá-la como cristã ou de algum outro credo. Nenhu-ma religião ou pessoa deve ser desmereci-da ou bem qualifi cada por conta do seu credo ou fé; a mensuração não se aplica. Falar e mencionar o catolicismo aqui, refere-se ao momento histórico que es-tamos vivendo. Quando dizemos que um ato é crístico, certamente os cristãos têm uma compreensão dele; um ato em que eu sou apenas um instrumento para algo maior estar presente em mim, sou copar-tícipe de uma ação maior que benefi cia o

todo e não a minha individualidade. Mas tais atos existem em todas as religiões e culturas e lá possuem outros nomes, im-portância e relevância.

O Papa Francisco, em seu encon-tro com jovens em Roma, no dia 21/07/13, permi� u que o evento fosse aberto a perguntas da plateia, promo-vendo um diálogo com os presentes. Um jovem indagou-o sobre qual deve-ria ser a atuação e o papel do homem dentro das ins� tuições da igreja e na polí� ca. O papa respondeu com calma e segurança que é dever do cristão engajar-se na polí� ca, pois essa cuida do bem estar do todo que, por sua vez, é uma a� tude cristã; que não devemos lavar as mãos como Pilatos perante os acontecimentos, mas enga-jar-nos em questões de ordem do bem maior e comum. (h� ps://plus.google.com/s/youtube papa e poli� ca)

Pertence à nossa educação a com-preensão que Estado e religião devem existir separadamente e que qualquer in-terposição é nefasta. Na alocução papal, ele não sugere uma intervenção no esta-do, nem questiona a laicidade do mes-mo, mas diz ser dever dos que estão nas funções estatais e dos demais cidadãos cuidar do bem comum. São assuntos que conhecemos, Estado e religião; mas unidos pela ideia do bem maior parecem algo novo, ou melhor, um assunto que está sendo revisitado e assim revitalizado.

Page 5: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

5 Tema do Período

Visto por essa ótica, os movimentos que aconteceram no Brasil estão unidos e per-seguem um mesmo objetivo: o respeito pela Nação e pelo Ser Humano; a quan-tidade não é mais sufi ciente, mas a busca da qualidade dos serviços, das relações e das instituições (por exemplo, a quanti-dade de escola não é um problema, mas a qualidade dos professores, das aulas e do conteúdo que é transmitido).

O autor Victor Frankl diz em seu li-vro O Homem em Busca de um Sentido, que a estátua da liberdade na costa leste norte-americana é um símbolo glorioso, mas que na costa oeste deveria existir a estátua da responsabilidade. Liberdade e responsabilidade caminham juntas, assim como é necessário o conhecimento para que a democracia prospere.

O jovem compreendeu que é partici-pante do cenário brasileiro e mundial e que precisa exercer a democracia como forma de buscar os seus direitos ampliado

pelas palavras do Papa, pelos direitos do bem de todos.

Por muitos anos, vocês escutaram nar-rativas sobre o Arcanjo Micael na escola nesta época do ano; não se trata apenas de uma história bonita que inspira cora-gem, valentia, perseverança e luta contra o mal, mas busca-se através de imagens (maneira que a criança pequena com-preende os conteúdos) motivar a alma infantil a trilhar o caminho da luta pelo que é um bem da humanidade, logo um bem comum e que o mal não seja morto ou violentamente rechaçado, mas coloca-do em seu devido lugar.

Parabéns aos jovens, e que continuem buscando, conhecendo e empreendendo com coragem o caminho do bem co-mum, com o ideal da liberdade que vem unido à responsabilidade pelo Ser Hu-mano, país e mundo. A fé é uma força invisível, mas que move moinhos, todo mundo a tem em menor ou maior grau; temos fé em vocês e no futuro!

Melanie Mangels GuerraCoordenadora do Centro de

Formação deProfessores Waldorf e do IDW

Page 6: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

6Conto

O REI MENDIGO

Há muitos séculos vivia na Escócia um rei que era belo como o sol e jovem como as fl ores da primavera. Seu tempo era repartido entre os prazeres da casa e da mesa. Mas eis que um dia os seus mi-nistros lhe observaram respeitosamente que era chegado o tempo de reinar a serio e de escolher uma esposa. E logo a seguir, como se tudo fosse o resultado de delibe-rações de há muito discutidas, assentadas e amadurecidas, propuseram-lhe que es-colhesse para noiva certa princesa da qual se dizia quer era a mais bela do mundo. O rei, entretanto, declarou que preferia escolher por si mesmo e iria procurar uma rainha que fosse não somente bela, mas também dotada de bom coração.

E, para ter certeza do coração de sua escolhida, imaginou apresentar-se diante dela, não formoso e jovem como era, mas disfarçado em ser humano necessitado de ajuda. Foi para o seu quarto, procurou trajes velhos, que fez em tiras; pintou ru-gas no rosto, arrumou pústulas postiças, e enfi m, assumiu aspecto tão repugnante que, ao sair no pátio do seu castelo, a sua guarda, não o reconhecendo e tomando- o por intruso que iludira a vigilância para entrar onde não fora chamado, maltra-

tou-o e correu-o a pauladas para fora. Assim disfarçado, o rei deu a volta ao

mundo procurando uma esposa segundo o seu gosto. Batia à porta dos palácios e das cabanas, chegava a toda parte onde soubesse que havia uma jovem casadoi-ra. E por toda parte era repelido, chega-vam a ponto de atiçar os cães contra ele. Quando ele surgia nas vilas, mulheres e crianças corriam a esconder-se e os ho-mens, perguntando indignados de que se tratava, corriam com porretes nas mãos para castigá-lo.

Assim maltratado e expulso, o pobre rei meditava amargurado em quanto é grande a malvadez humana, e estava a concluir em que não há gente boa neste mundo, pelo que o melhor era retornar a seu palácio e aceitar a esposa que seus ministros queriam apresentar-lhe, quan-do aconteceu algo que o levou a mudar de opinião.

Uma noite, mais triste do que nunca, ele se encontrava a poucas léguas de seu próprio castelo, e o mundo se preparava para dormir; o rei começou a procurar um pouso, mesmo que fosse nalgum ga-linheiro. Quem, entretanto, estava inte-ressado no sono de um mendigo? Quem

Page 7: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

7 Conto

ia interromper a feliz intimidade de seu lar para comover-se com o sofrimento alheio? As luzes que se coavam pelos cor-tinados das janelas dava ideia de alegres cozinhas com o fogo acesso, sopas fu-megantes e alvo pão nas mesas ao redor das quais reuniam as famílias satisfeitas a comentar os sucessos do dia. Não ha-via lugar para um homem cansado, sujo e faminto. E, no entanto, escravizado ao habito, ele bateu com o seu bordão cheio de nós, a ultima casinha da aldeia, numa derradeira tentativa.

A porta se abriu, e uma belíssima ga-rota apareceu.

- Pelo amor de Deus, bela senhorita, um pedaço de pão e, se possível um pou-co de palha para descansar o corpo!

Então, pela primeira vez depois de tanto tempo, ele viu um sorriso amável afl orar nos lábios de um ser humano, en-quanto que, numa voz toda meiguice e piedade, a jovem falava:

- Pobre homem, com este tempo frio estar andando pela estrada! Entre, entre um instante. Somos pobres, mas sempre se há de dar um jeito para os que são ain-da mais pobres.

Assim falando, a gentil hospedeira conduziu o pedinte a uma cozinha mo-desta, mas onde tudo brilhava de limpeza e um fogo estalava alegremente na larei-

ra. Deu-lhe uma banqueta para sentar-se, destapou a panela que chiava no fogão, encheu de cheiroso caldo uma tigela e deu-a, com um pedaço de pão alvo, para o mendigo. Este se sentiu confortado e comeu com apetite, ao mesmo tempo que considerava que, embora tivesse a seu serviço os mais afamados cozinheiros do mundo, jamais nos seus dias de rei come-ra nada tão delicioso como aquela sopa magra.

Foi como se ao calor daquela acolhida, o próprio coração, gelado pela crueldade e indiferença dos homens, também se aquecesse diante do sol de bondade que era o sorriso da donzela. Terminado o sa-boroso repasto, a moça apontou-lhe para um colchão de palha estendido à beira do fogo, pediu desculpas pela rusticidade da cama, e passou a cuidar de duas crianças – seus irmãozinhos. Eram órfãos, e a ela incumbia cuidar dos menores.

No dia seguinte, quando a jovem veia à cozinha, não mais encontrou o mendi-go: ele se havia levantado alta madrugada e se fora sem sequer agradecer. A porta que dava para o jardim estava aberta. A moça pensou a principio que era mais um dos muitos ingratos que percorriam este mundo, mas tratou de cuidar de ou-tra coisa, disposta a nem mesmo se lem-brar do mendigo. E foi trabalhar na horta

Page 8: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

8Conto

de onde tirava o sustento seu dos irmãos.Ali pelo meio-dia, quando ela ia vol-

tar para casa, olhou a estrada sempre si-lenciosa sentiu-se estremecer ante o ines-perado da cena: um grupo de cavaleiros marchava a todo galope, ao som de cla-rins, cada vez se aproximando mais. As-sombrada, ela viu que o grupo se detinha em frente de sua casinha, e um a um os recém-vindos desmontavam e vinham saudá-la, respeitosamente, como se ela fosse uma poderosa rainha. Um deles, o mais jovem e mais belo, inclinou-se até p solo e disse:

- Quererá bondosa princesa, casar-se comigo e tornar-se assim rainha da Es-cócia?

A moça estava toda confusa, pois ha-via reconhecido a voz do mendigo. En-tão ele, sorridente, tomou-a pela mão e levou-a para casa, aonde nesse interim já chegavam doze damas de honor trazendo belos vestuários para ela e para os irmãos. No dia seguinte, foram celebradas as núpcias, para as quais foram convidados todos os mendicantes do reino. Tão generoso se mostrou o casal durante o seu reinado, que a miséria desapareceu daquele reino por muitos anos.

Enciclopédia universal da fábula – Fá-bulas, mitos, lendas e contos populares. São Paulo: Editora das Américas, 1958. Vol. 26, p. 446-450.

Page 9: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

9 Pedagógico

Amor à moda antigaPelo 7º A – Época de Literatura

 

  Amor Expresso

 Caro leitor, antes de qualquer coisa lhe pergunto: você acredita no amor? Pois eu não acreditava, amor para mim era uma coisa de “conto de fadas”. Porém, meu ami-go, comecei a acreditar no amor. Vou lhe contar agora como esse sentimento estra-nho e, ao mesmo tempo, diferente atingiu o meu peito como uma fl echa.

Lá estava eu, com a minha vidinha in-feliz, andando em uma rua às 7h45. Estava com sono, passei na frente de uma cafeteria e pensei: “Ainda tenho tempo, vou tomar um café para tirar esse meu sono”. Entrei na cafeteria e me sentei a uma mesa; pedi um café expresso bem forte. Quando eu o tomava, entrou uma linda moça, diferente de todas. E quando vi seu rosto me tornei um crente do amor. Ela se virou e veio na minha direção. Nessa hora minha respira-ção parou e eu senti no meu coração um batuque rápido como se tivesse um tambor tocando um ritmo de samba. Ela se sentou à mesa do lado e pediu um suco de laranja.

  Tentei ser gentil e queria falar com ela, mas não tinha coragem. Vi sobre a minha mesa uma rosa dentro de um vaso com água. Tirei a rosa do vaso, deixei o dinheiro do café em cima da mesa, e colo-quei a rosa sobre a mesa dela. Queria dizer alguma coisa poética, mas não consegui e balbuciei algumas coisas incompreensí-veis. Acho que fi quei mais vermelho do que uma pimenta! Ela olhou para a rosa e

depois olhou para mim e, com um sorriso gracioso, me disse: - “Obrigada”.

Eu balbuciei mais algumas coisas tolas e então virei e queria correr até a porta, só que tropecei no pé de uma mesa e caí. Logo me levantei e ouvi algumas risadas. Corri até a porta, dessa vez sem tropeçar e a abri. Corri até a esquina e lá, ofegante, disse a mim mesmo: - “Fernando, você é um tonto!”.

 Fui andando até o trabalho repetindo essa frase acho que umas 30 vezes.

  Entrei na minha sala e me sentei. Queria começar a escrever, mas não con-seguia, só conseguia pensar nela. Pensei nela o dia e a noite toda. Quando me lembrava daquele rosto angelical, sentia o meu coração apertar numa dor estranha que tinha algo agradável e que me fazia querer sentir mais daquilo.

  No dia seguinte, no mesmo horário, fui à cafeteria na esperança de vê-la outra vez. Os minutos pareciam horas e, quan-do já estava quase desistindo, eu a vi pas-sar em frente à janela. Meu coração parou! Ela entrou e veio direto em minha direção. Sentou-se a meu lado e perguntou: - “Vou ganhar alguma rosa hoje?”.

Ambos abrimos um sorriso e eu pedi um café e um suco de laranja e dois pães de queijo. Afi nal, eu iria chegar atrasado ao trabalho.

 Oliver Lang FouquetAluno do 7º A

Page 10: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

10Pedagógico

 Anna ou Giulia – As Cartas 

Tinha o costume de verifi car a caixa do correio todas as manhãs. Sempre en-contrava cartas do governador, convoca-ções para reuniões, impostos para pagar e as minhas encomendas de cigarro da Índia.

 Após isso, eu passava na padaria para comprar pães e azeitonas recheadas para as visitas que recebia diariamente.  Mi-nha rotina não mudava.

  Porém um dia, ao abrir a caixa do correio, encontrei um envelope roxo--avermelhado, desconhecido para mim.

 Ao abrir a carta senti um suave per-fume de jasmim, o modo que fora escrita era gentil e delicado; imediatamente me apaixonei! Respondi a carta, somente após alguns minutos percebi, no canto do papel, uma delicada assinatura.

 Anna

Dias após o acontecimento, recebi um novo envelope de papel roxo e dividindo o espaço da caixa do correio com a carta da Anna, havia um envelope cor de rosa.

Li as cartas pensando que ambas eram de Anna; porém no fi m da segunda carta havia uma assinatura cheia de fl ores.

Giulia

 Agora estava igualmente apaixonado

por Giulia e por Anna; sem pensar, res-pondi as duas cartas, ainda absorte em minhas paixões.

 Esses atos se repetiram por dias, se-manas ou até meses. E eu preocupado com meus sentimentos amorosos, não vi o tempo passar.

 Tanto a Anna, quanto a Giulia, nega-vam-se a se encontrarem comigo.

 Um dia, porém, aceitaram se apresen-tar pessoalmente e nesse encontro eu de-cidiria qual moça pediria em casamento. Mas um pensamento me atormentava: e se Anna fosse mais gentil e Giulia mais bonita? E se Giulia fosse mais cheirosa e Anna mais bonita?

  Marcamos o encontro no pátio da prefeitura. Lá fui eu, decidido a esco-lher minha esposa! Na hora marcada fui para o ponto de encontro. Chegando lá, encontrei somente uma moça, após um cumprimento, perguntei-lhe:

 - Tu és Anna ou Giulia?

 Ela me respondeu com outra pergunta:

- O que achas de mim?

- Gentil, bonita, doce e cheirosa.

Porque me perguntas?

Novamente me fez uma pergunta.

Page 11: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

11 Pedagógico

 - Era o que esperavas?

- Sim, claro, é o que se espera de uma moça. Enfi m, respondeu: Meu nome é Anna Giulia Monteiro Caridini.

 Refl eti por alguns minutos e então, a única pergunta que consegui fazer foi:

 - Casa comigo, Anna Giulia?

 Esperei a resposta apreensivo e, en-tão...

  - Como podes ver, te amo, e quero viver contigo para sempre, casarei o mais rápido possível!

 Poderemos ir imediatamente ao meu pai e tu poderás me pedir na frente dele e poderemos casar ainda este mês!

 Assim, nos casamos na primavera. Te conto essa história com ela ao meu lado, viveremos contando nossa história para as moças e moços que pedirem uma his-tória de amor.

 

Giovanna Valentim e

Julia Scodiero

Alunas do 7º A

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 12: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

12Pedagógico

Dom Quixote

O 8º ano A teve o prazer de trabalhar com o texto de Miguel de Cervantes, Dom Quixote, e com a força de sua juventude presenteou-nos com um belo espetáculo teatral. 

Para sempre Dom Quixote estará em nossos corações!

Gracias!

Meu senhor, minha senhora!

Esta história vos deixo aqui,

Mas para contá-la mundo afora,

Com a mesma arte de agora.

Mas, soltai-a mundo afora!

Sonhai com ela esta noite!

Page 13: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

13 Pedagógico

E lembrai amanhã, durante o dia,

Como morre com ousadia

Aquele que faz da vida o teatro do amor

Na ribalta da alegria.

Deste palco até a rua

Desta noite até o dia

Que nosso Dom Quixote fi que sempre

Na vossa companhia.

Profª Susana Nicolas

Page 14: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

14Pedagógico

Confi gurando o futuro após o 12º anoA escolha da profi ssão – a escolha de si mesmo

Marília Barreto

O fato de sermos alunos, professores ou pais de uma escola Waldorf nos insere num grande movimento mundial de re-novação da cultura. Não só por existirem quase 2 mil escolas Waldorf no mundo, em todos os continentes, inseridas nos mais diversos contextos sociais, econô-micos, étnicos, religiosos e raciais. Temos que considerar também que essa pedago-gia surgiu como resposta a uma situação desastrosa, ao fi nal da 1ª Grande Guerra do século XX, que exigia uma mudan-ça radical de paradigmas. O ensino em épocas, a fi gura do Professor de Classe, o tricô e a fl auta para todas as crianças, os versos falados todas as manhãs, o apren-dizado das tabuadas com palmas e pas-sos pela classe, a jardinagem, a euritmia, a “época do pão” no 3º ano, a Festa da Lanterna... são algumas marcas inesque-cíveis na nossa trajetória por essa extraor-dinária pedagogia. Tanto na experiência de Química como no trabalho com o Teatro, ou no desenvolvimento de uma fórmula matemática, no grande concer-to do coro e da orquestra, na viagem de Parsifal... aprendemos na escola Waldorf a valorizar os processos; conhecemos a importância do afeto, zelamos pelo acon-chego e pela estética, despertamos para o mistério do tempo – o tempo necessário ao desenvolvimento humano.

Durante o Ensino Médio, porém, uma enorme pressão do mundo contem-porâneo invade as nossas almas e atua na contracorrente do que buscamos produ-

zir, como professores e pais, ou que pu-demos desfrutar até aqui como alunos na escola Waldorf: a velocidade e a pressão por defi nições imediatas nos tiram o fô-lego e deixam muitos jovens em estado de angústia e incertezas. Essa vertigem dos tempos atuais acomete os jovens de outras escolas também, é claro. E cons-tata-se cada vez mais que eles sucumbem a essa imposição e fazem suas escolhas profi ssionais muitas vezes precocemente, sem fundamento.

Isso se revela nos dados de 2012, for-necidos a nós pela Universidade Anhem-bi Morumbi, que apresentamos a seguir. Em pesquisa realizada com 18.500 mil jovens de 3º ano de Ensino Médio foram apresentadas as seguintes questões e obti-dos os resultados abaixo:

Você já sabe que profi ssão gostaria de se-guir? 56% dizem que sim.

PORÉM, destes 56%, ao serem per-guntados se conhecem a profi ssão que escolheram, 60% dizem que NÃO A CONHECEM!

Além disso, de todos os jovens no Bra-sil a ingressarem em universidades logo após o Ensino Médio, 15% DESISTEM da faculdade ou mudam de curso após os 6 primeiros meses de estudo.

Ora, esses dados nos revelam que, se 5 milhões de jovens no Brasil entraram numa faculdade em 2012, 750 mil a

Page 15: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

15 Informativo

abandonaram no decorrer do 1º semestre de estudo. Essa cifra é alarmante! Infeliz-mente as pesquisas não nos mostram o que ocorreu com esses milhares de jovens após essa aparente derrota... não lemos em parte alguma considerações do que fazer para evitar esse fi asco, muito menos como evitar a tristeza, o desaponto, a an-gústia e o sentimento de fracasso que tan-tos jovens são levados a vivenciar como consequência da pressão por uma escolha profi ssional infundada e precoce, que lhe foi imposta pela sociedade.

NA CONTRA CORRENTE DA VERTIGEM

Procurando respeitar o tempo neces-sário ao amadurecimento, bem como a necessidade do jovem de conhecer mais o mundo e, através dele, conhecer melhor a si próprio, há ainda algumas famílias que seguem a antiga tradição de oferecer aos seus fi lhos uma experiência “inusitada”, sem pressionar os jovens à escolha profi s-sional imediata após a conclusão do En-sino Médio. Isso é feito por vezes através de um curso de idioma no exterior, ou de uma viagem de aventura, ou de um trabalho social, ou outros formatos.

Mas há também, na esteira do mo-vimento Waldorf, algumas propostas educacionais estruturadas que oferecem programas e cursos consistentes, com o propósito de melhor preparar o jovem para o futuro e para o encontro consigo mesmo. Na nossa comunidade escolar sa-be-se do Jugendseminar – o Seminário de Jovens de Stuttgart/Alemanha (www.ju-gendseminar.de), ministrado em alemão, que já recebeu nos últimos anos alguns de nossos formandos de 12º ano. Menos conhecido é o projeto do YIP – Youth Ini-

tiative Program (www.yip.se), um curso para jovens, ministrado em inglês, com um forte cunho social, que ocorre em Jär-na/Suécia. Ambos são programas anuais, que requerem envolvimento integral dos participantes. Estes projetos recebem jo-vens do mundo todo, e oferecem uma ex-periência rica de amadurecimento e auto conhecimento, produzindo excelentes resultados sobre os jovens.

No Brasil foi criada em 2007 a Pré--Graduação Terranova (www.terranova-pregraduacao.wordpress.com), com ob-jetivo análogo. Trata-se de um programa para jovens, também em período inte-gral, sediado em São Paulo, que pelo es-copo dos temas ministrados no universo das Ciências e das Artes por quase 30 do-centes, que são profi ssionais atuantes em suas múltiplas áreas, fomenta no jovem a expressão da individualidade, bem como a ampliação da cultura geral e o exercício de uma refl exão contemporânea. Criati-vidade, Originalidade, Coragem consti-tuem a diretriz do programa.

O projeto nasceu da Escola Waldorf Rudolf Steiner e, a pedido dos alunos, teve em seu currículo a Euritmia como um pi-lar central, destinada, segundo os alunos, ao fortalecimento de um centro interno de referência: ”a Euritmia me ajuda a desco-brir quem sou”, com ela “eu durmo me-lhor”, “eu penso melhor”, “eu me centro”, “eu vou melhor nas provas” – eis alguns depoimentos da época. Assim foi feito. E com a Euritmia produzimos nas 3 edições da Pré-Graduação Terranova belos espe-táculos, que foram levados com grande sucesso a algumas cidades do Brasil e em turnê de 4 a 6 semanas à Europa.

Em 2009 e 2012 o projeto ampliou

Page 16: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

16Informativo

seu universo de alunos às escolas Wal-dorf São Miguel Arcanjo de Poá, Aitia-ra de Botucatu, Micael de São Paulo, e João Guimarães Rosa de Ribeirão Preto. Como é intuito da Equipe Terranova oferecer este curso a muitos jovens, não apenas alunos Waldorf, em 2012 divul-gamos o projeto também em diversas es-colas convencionais (Porto Seguro, Santa Cruz, Suíço-Brasileira, Jardim São Paulo, Humboldt), e também na Universidade Anhembi Morumbi. Em todas as institui-ções a Pré-Graduação foi recebida como um modelo exemplar para a educação da juventude. Fomos procurados pela Secre-taria da Juventude de São Paulo, fomos entrevistados pelo jornal O Estado de São Paulo e pela Band News, recebemos inúmeros telefonemas e e-mails parabe-nizando a iniciativa.

No entanto, a pressão para o vestibu-lar foi maior que a coragem de se permiti-rem - os jovens, seus pais, os professores... - a ousadia de uma escolha inédita como esta, de uma mudança de paradigma no campo da educação. Em muitos alunos, inclusive de escolas convencionais, senti-mos a angústia ante a pressão pela escolha da profi ssão e a incerteza dolorosa, por vezes explicitada, do que querem fazer, de quem desejam ser! De uma das escolas Waldorf visitadas por nós, onde os alu-nos do 12º ano aplaudiram a palestra de apresentação da Pré-Graduação, ouvimos depois: “Não temos coragem de pedir isso aos nossos pais”...

Por essa e possivelmente outras ra-zões, não tivemos alunos sufi cientes para formar uma turma em 2013. Porém, na certeza da riqueza desta proposta para a juventude, lançamos a Pré-Graduação Terranova 2014. Agora em novo forma-

to, mais conciso. E aguardaremos a res-posta do mundo.

Abrir novos espaços aos jovens, per-mitir-lhes um tempo de respiração, am-pliar horizontes é uma necessidade vital para a consolidação da personalidade e para a tomada de decisões consistentes. A complexidade do mundo contempo-râneo exige que se olhe ao redor; que se amplie a refl exão para depois focar; que o jovem tenha parceiros de discussão; que desfrute de um tempo contemplativo para fortalecer o seu cerne individual. Se quisermos ser coerentes com a proposta educacional que abraçamos ao escolher uma escola Waldorf, teremos que dar ou-vidos, durante e depois da escola, à nossa relação com o afeto, teremos que fazer jus “ao tricô, à jardinagem, ao pão, à fl auta...” ...ao tempo da alma, que é considerado no poema da Pedagogia Waldorf, falado pelos jovens todas as manhãs na escola, e que começa com os versos:

“Eu contemplo o mundo...

onde o sol reluz, onde as estrelas bri-lham, onde as pedras dormem, onde as plantas crescem, onde os bichos sentem...”

e prossegue com as palavras:

“Eu contemplo a alma que reside em mim...”

Marília Barreto é euritmista lecionou na Escola Waldorf Rudolf Steiner de 1988 a 2008; atualmente é professora no Colégio

Waldorf Micael; fundou e dirige a empresa Terranova – Cultura & Transformação

www.terranova.art.brwww.facebook.com/PreGraduacao

Page 17: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

17 Informativo

Como São Francisco explica o que é ser livre de espírito

(Leonardo Boff )

Texto extraído do livrinho Comemorando São Micael na Primavera a venda no Seminário com Neuza.

Obs.: Nessa época de São Micael cai também o dia de São Francisco, o grande amigo dos animais e da natureza, 4 de outubro, uma imagem muito rica para atividades...

Estando certa vez São Francisco caminhando com Frei Simão, este lhe perguntou:

- Diga-me com palavras simples, o que signifi ca ter liberdade de espírito?

São Francisco saindo de sua contemplação, respondeu:

- Caríssimo, se ao andar pelo mundo, conseguires ver as formigas que carregam pesados fardos e não pisares nelas, tens liberdade de espírito.

Se ao contemplar os bosques junto ao caminho, notares todos os matizes do verde, o verde claro da relva, o verde ouro dos rebentos, o verde escuro das árvores e até o azul das montanhas ao longe, então

tens liberdade de espírito. Se no meio do vozerio humano, prestares atenção ao gorjeio da cotovia, escutares o canto da cigarra e o cri-cri do grilo, então tens liberdade de espírito.

Se, por fi m, na porta do convento avistares um pobre tão humilde e tímido que sequer abre a boca para pedir pão e se ainda assim escutas o seu pedido gritado de olhos suplicantes, então sim, Frei Simão, tens verdadeiramente a liberdade de espírito.

Nada vê do que enxerga no caminho, nada descortina do que os olhos percebem no bosque, nada entende do que os ouvidos escutam no ar, nem lê o que os olhos do pobre dizem, quem tem o espírito ocupado e preocupado consigo mesmo, e como um caramujo se volta sobre o seu próprio eu. Só é livre de espírito quem é livre de si mesmo para ser livre para a irmã formiga, para o verde, para a irmãzinha cigarra e para os nossos irmãos Cristos que são os pobres entre nós. A Cristo livre e libertador sejam dadas honra e glória para sempre. Amém.

Page 18: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

18Informativo

Nome do Aluno(a) Título do Trabalho * Caio Greiner Oliveira A sociedade das Drogas Daniel de Moura Ferraz The Beatles – Trajetória e Músicas Leonardo Schmidt Falseti O Cavalo e o Homem: Uma História de Parceria Lucas B. Tamandaré Uchôa Assassinos em Série Miguel de C. Marcondes Nassif Linguagem Nikolas Weltzien Smith Esportes Radicais Otto Sanchez-Crespo da Rosa Pensamento Libertário Ravel Grassmann Jogos da Mente Vitor Luís Sibia e Silva Videogames Andréa Sobreira Ramires A Influência das Redes Sociais no Comportamento

Humano Bruna Vasconcellos T. Fonseca Medo: Um Estudo Sobre a Aracnofobia Camila G. B. Soares Movimentos contra a Ditadura Militar no Brasil Caroline Guerrero de Castro Developpé – O Ballet Clássico Clara Villares Gallo Vida – Uma Reflexão Daniela Redondo Cacioli A Violência Contra a Mulher do Século XXI Heloisa de C. B. Rinaldi Um Olhar para o Passado: O Nazismo e a Alemanha

Atual Isadora Prado de Almeida Operação Sorriso Jacqueline Gabor de Freitas As Cinco Obras de Oscar Niemeyer Laura Dias Bisca Pequenas Atitudes – Grandes Mudanças Leila Zelic de Abreu Lima O Corpo Dentro da Arte e da Sociedade Luana Freitas G. Dias O Brasil dos Índios Muriel Rocchetto Pinto Mulheres Muçulmanas Nina Petit Scapaticio A História da Publicidade e Propaganda Rebeca Leite Magalhães Importância Artística no Desenvolvimento Humano Sofia Steinhauser Resiliência Teresa Piemonte Ribeiro Buraco Negro Thais Hoeffelmaier Bezerra Campos de Energia Humana e Suas Relações com as

Drogas *Alguns títulos ainda poderão ser alterados

Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC)12ºs anos de 2013

As apresentações dos Trabalhos Anuais acontecerão nos dias 4 e 5 de outubro. Seguem os temas escolhidos por cada aluno. Os horários serão divulgados posterior-mente.

Page 19: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

19 Informativo

12º B

Nome do Aluno(a) Título do Trabalho * Daniel Franzeri Aviões e Processos Aeronáuticos Francisco de Barros Osterroht Construção de um Kart Cross Gabriel Ciaffone Rodriguez Film and Game Scoring Gabriel Meneghel Resende Forças Ian Hermeto Costa A Internet Philippe Georges Z. Batzli Anime e Mangá é só coisa de criança? Raul Calissi Bittencourt Ideologias Políticas Tobias Valdivieso Ponce Programação de Computadores Ada Christina P. Ponge-Ferreira Lugares Culturais e Turísticos de São Paulo Ana Luisa Alvarez das Neves Dublagem Beatrice Sofia Rossger A Jóia Bianca Jamél El Bacha Diário de um Voluntário Bruna Borati Peixoto Visagismo Carolina Casquett da M. Santana O Consumismo Carolina Tea N. de O. Rego Construção de uma Maquete Isabela de P. T. Melo Cidades: o passado e o futuro atuando no presente Julia Cantinho Marinelli Danças Pernambucanas Julia Simões De Bona Utopia Karina da Fonseca Parreiras Paralisia Cerebral Laura Silva Peres Amar Manoela Yamin Salmi Água: O Bem Precioso Marina Lickel Figueira Montagem da Peça “A Balada de um Palhaço” de

Plínio Marcos Pâmela Alves de Souza Sonho Paula Salvia Gomes Cinema Sofia Franca Diniz O Mito dos Heróis *Alguns títulos ainda poderão ser alterados

Page 20: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

20Informativo

INFORME – Semana Literária da Escola Waldorf Rudolf Steiner

Com o objetivo de estimular a leitura, a produção de textos literários e valorizar a língua portuguesa na sua forma expressiva e estética, organizamos uma semana literá-ria, para a qual convidamos toda a comunidade.

A semana acontecerá de 28 de outubro até 01 de novembro de 2013, em nossa escola, e contará com palestras de escritores, apresentações artísticas, feira e lançamen-tos de livros.

Aguardem a programação!

Arlete P. Santos, Fúlvia H. Libertini e Maria Auxiliadora F. Baseio(Dora) pelo

EM e Susana Nicholas pelo EF

No último mês de junho nossa escola participou da 35ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática. A competição visa estimular jovens estudantes a tomar contato com uma Matemática de alto nível, através de uma prova verdadeiramente desafi adora. Compareceram 33 alunos e alunas do nosso Ensino Médio, em um sábado pela manhã, para, durante 3 horas, enfrentarem-se às 25 questões da prova. Os professores de Matemática, bem como todos os professores do Ensino Médio, parabenizam todos os participantes, tanto pela motivação quanto pelo desempenho, que foi bastante satisfatório para o primeiro ano de participação. Em especial, queremos parabenizar o aluno Gabriel Ulhoa de Avelar Scodiero, do 9ºA, pela sua aprovação para a 2ª fase da competição, a ser realizada no próximo mês de setembro. Esperamos que essa conquista do Gabriel motive ainda mais nossos alunos para a edição de 2014.

Page 21: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

21 Informativo

ARTE MÉD. AMPL.

Revisão

Eugen Kolisko

Eugen Kolisko nasceu em uma família de médicos vienenses. Seu pai, Alexander Kolisko (1857-1918), era professor de anatomia patológica na Escola de Medicina da Universidade de Viena, e sua mãe, Amalie Kolisko, era pianista.

Seu avô, também chamado Eugen Kolisko (1811-1884), fora discípulo de Joseph Skoda, o reformador da clínica médica, que deu a ela um fundamento anatômico e físico. Nesse período vários médicos importantes trouxeram novos impulsos à medicina, com o intuito de torná-la mais científica. Entre eles salientaram-se Rokitansky (1804-1878), que incluiu a anatomia patológica entre as matérias obrigatórias, Billroth (1829-1894), o reformador da cirurgia, Hyrtl (1810-1894) famoso professor de Anatomia, Du Bois-Reymond, Helmholtz etc. Essas personalidades viveram na época do primeiro apogeu da Escola de Medicina Vienense.

Alexander Kolisko, o pai, estava ativo durante o segundo apogeu dessa Escola de Medicina. Ele ocupou a cadeira de anatomia patológica instalada por Rokitansky, foi o co-fundador da medicina legal, e mais tarde decano da faculdade.

No último terço do século XIX e primeiro terço do século XX, a Escola de Medicina de Viena era a mais importante do mundo.

Em sua infância o jovem Eugen Kolisko teve bastante contato com esses professores de medicina, pois muitos freqüentavam socialmente a casa de seus pais. Mas ele também vivenciou toda a atmosfera cultural vienense: Brahms e Bruckner estavam compondo suas últimas obras, por outro lado, as pessoas dançavam ao som das valsas de Strauss. A elite cultural falava várias línguas, viajava, freqüentava saraus de literatura, de música etc.

A saúde do menino era delicada, Eugen Kolisko adoecia com frequência. Ele passou por várias cirurgias devido à tuberculose articular, e de seus diários se pode depreender que ele era um jovem solitário.

Sua sede de conhecimento era imensa em quase todas as áreas, em particular a história. Ele amava música, freqüentava concertos, óperas, e também teatro, exposições de arte. Gostava de literatura, e chegou a escrever contos e poesias. Seus colegas de escola o consideravam muito culto. Com a idade de 17 anos ele escreveu em seu diário que havia decidido estudar filosofia, junto com química e zoologia ou botânica como matéria principal, e participar das aulas de dissecação na faculdade de medicina como ouvinte.

Com 18 anos ele começou seus estudos de medicina, estudando química e bioquímica com o famoso professor Ludwig. Formou-se médico em 1917 e foi contratado pelo Instituto de Medicina Aplicada da Universidade de Viena, onde se tornou docente em bioquímica, uma de suas especialidades.

Ainda durante sua época de estudante, aos 21 anos (1914), Eugen Kolisko conheceu a antroposofia, e passou a ouvir as conferências de Rudolf Steiner em Viena. Pouco depois se tornou membro da Sociedade Antroposófica.

Em 1920, pouco depois da fundação da primeira Escola Waldorf em Stuttgart, e após várias solicitações de Steiner, Kolisko decidiu mudar-se para a Alemanha para ser médico escolar e professor de classe de um sexto ano. Essa decisão não tinha sido fácil. Sua família considerou-o ‘perdido’. Como podia ele renunciar a uma carreira acadêmica promissora em Viena?

Em Stuttgart ele logo assumiu suas atividades na escola, além de ministrar conferências e fazer

* 21 de março de 1893 em Viena† 29 de novembro de 1939 em Londres

Sonia SetzerMédica antroposóficaEndereço para correspondência: Rua Visconde de Taunay, 627, apto. 21-A. CEP 04726-010, São Paulo, SP.

Ano XXX, n. 1, outono/2010

Page 22: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

22Saúde

ARTE MÉD. AMPL.

pesquisa em diversos campos. Ele era um goethianista nato: ao invés de forçar o jargão científico na antroposofia, ele conseguiu formular os conceitos da química, física, zoologia, botânica, de tal modo, que estes simultaneamente manifestassem os conceitos da antroposofia.

Ele chegou a confrontar a ciência tradicional, até publicamente. Participou ativamente da organização do “Congresso Oriente-Ocidente” da Sociedade Antroposófica em Viena (1922), e aproveitou a ocasião para dar uma palestra no grande auditório da Sociedade Médica de Viena. O tema era “Novos caminhos na patologia e terapia dados pela antroposofia”, e o salão estava lotado. Catedráticos, docentes, assistentes, a nata da medicina de Viena estava ali para ouvir seu ex-aluno, filho e neto de importantes colegas. Houve um confronto de idéias; primeiro o público não queria acreditar no que ouvia, em seguida reagiu com indignação, revoltou-se. Vários ouvintes deixaram o recinto batendo a porta e insultando o conferencista. Foi um escândalo. Esse fato fechou definitivamente as portas para Kolisko em Viena.

Ainda em 1922 ele escreveu um importante ensaio sobre a função cardíaca: “Não é o coração que propulsiona o sangue, mas o sangue o coração”, onde contraria a concepção mecanicista de o coração ser uma bomba, e comparando este órgão com um carneiro hidráulico.

Quando, em 1924, foi fundada a Escola de Euritmia em Stuttgart, Kolisko foi incumbido de elaborar uma metodologia para o estudo do ser humano que se baseasse ao mesmo tempo nos aspectos referentes às artes plásticas, musicais e da fala. Esse caminho de pesquisa foi sugerido diversas vezes para a formação de médicos, professores e sacerdotes. Neste trabalho ciência e arte não estão ligadas apenas de forma teórica, mas também prática.

Na Escola Waldorf ele deixou de ser professor de classe para assumir épocas de química, física, zoologia, antropologia e higiene nas classes do ensino médio, além de continuar com a atividade de médico escolar. Na zoologia ele desenvolveu os 12 grupos do reino animal. Na química teve idéias muito originais: apresentou as substâncias (mortas) como resultado da combustão de vegetais, ou

seja, tendo como origem o âmbito da vida; ele tratava de ácidos e bases a partir da incineração; no âmbito das substâncias minerais os metais eram para ele o cerne do sistema periódico dos elementos; ele relacionou os metais com a escala musical, as cores do arco-íris e os planetas. Steiner costumava mencionar “a química de Kolisko”.

De maneira geral, Kolisko advogava que, para compensar a especialização decorrente da ciência natural, era preciso desenvolver uma universalização. Entre as muitas áreas nas quais ele mesmo pesquisou, cabe salientar história, filosofia, biologia, zoologia, química, fisiologia etc.

Como médico escolar ele apresentava, por exemplo, as crianças ditas com cabeça grande e cabeça pequena de diversas classes para, em seguida, fazer os comentários cabíveis. Com uma professora ele organizou um programa social e terapêutico bem variado para crianças carentes e subnutridas. Sempre que precisasse, ele podia contar com a orientação de Rudolf Steiner, inclusive para certas prescrições. Kolisko participava das reuniões dos professores, em cujo início sempre havia uma parte médico-pedagógica, onde ele trazia imagens muito ricas das crianças a serem tratadas.

Depois da morte de Rudolf Steiner começaram os problemas na Sociedade Antroposófica, e Kolisko tomou posição. Quanto mais ele se engajava em favor de determinadas pessoas ou metas, tanto mais ele teve de reconhecer como se expunha diante de seus opositores. Com o passar do tempo essa situação de conflito, tanto em Stuttgart quanto em Dornach, acabou por isolá-lo. Em 1934/35 ele acabou por deixar Stuttgart. Durante um breve período ele dirigiu um sanatório no sul da Alemanha, antes de emigrar para a Inglaterra em 1936.

Em Londres ele fundou uma Escola de Estudos Superiores com fundamento antroposófico. Ali ciência, arte e religião deveriam voltar a constituir uma unidade. Sua intenção era proporcionar aos jovens a possibilidade de estudo e prática de atividades artísticas, para conhecerem uma nova imagem do mundo. Desse modo, acreditava, eles poderiam desenvolver os germes espirituais latentes e contribuir

Ano XXX, n. 1, outono/2010

Eugen Kolisko

Page 23: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

23 Saúde

ARTE MÉD. AMPL.

para a evolução da humanidade. Esse projeto, porém, não deu certo, ele não conseguiu realizar seu ideal, pois não foi compreendido; em 1939 ele fechou esta escola. Pretendia então escrever um livro sobre suas pesquisas e as de sua esposa, a Sra. Lili Kolisko.

No verão (do hemisfério norte) de 1939, ele fez uma viagem pelos Estados Unidos e Canadá, onde deu várias conferências, mas também ali não foi compreendido pelas pessoas. Voltou desiludido e triste.

Na manhã do dia 29 de novembro de 1939 o casal Kolisko saiu para visitar amigos nos arredores de Londres. Como ainda havia tempo até a partida do trem, a Sra. Kolisko já entrou no vagão enquanto seu marido comprava jornais. Na livraria da estação ele teve um mal estar súbito, foi acudido por algumas pessoas e recuperou-se rapidamente. Chegando à plataforma, o trem havia partido, levando sua esposa. Então Eugen Kolisko tomou o trem seguinte e instalou-se num compartimento vazio. Poucas estações adiante ele foi encontrado morto. A autópsia revelou em enfarte fulminante do miocárdio, aos 46 anos de idade.

Rudolf Steiner tinha enorme estima por Eugen Kolisko e depositava muita esperança nele, pois julgava que ele, devido ao seu dom e seu envolvimento minucioso com a ciência natural, pudesse ter a capacidade de permeá-la com os conhecimentos da ciência espiritual. A seguir um trecho de um artigo de Steiner1:

“O movimento antroposófico não consegue reconhecer o elevadíssimo valor

de personalidades como o Dr. Eugen Kolisko. Em Haia ele abordou questões da biologia e da química, e falou também sobre a vida espiritual livre propiciada pela antroposofia. Kolisko é um defensor do fenomenalismo científico; ele sempre desenvolve esse lado do pensar antroposófico de forma objetiva, a partir de um conhecimento objetivo, sem preconceitos. No caso de Kolisko jamais se tem a sensação de que ele introduz a antroposofia em seu conhecimento do mundo de antemão, mas que ele obtém a visão antroposófica a partir dos problemas concretos, por meio um pensar objetivo, porém íntimo. Como personalidade ele está intimamente vinculado com os seus problemas, de modo que eu sinto que, quando se está à sua frente, se está diante de uma personalidade que age de maneira convincente, totalmente científica. Quando eu o ouço falar sobre a vida espiritual livre, como desta vez, eu tenho a seguinte sensação: sua fala verdadeira atinge o fundo do coração, e ele se manifesta plenamente nessa verdade.”

Referências bibliográficasKolisko, E. Auf der Suche nach neuen

Wahrheiten. Dornach: Philosophisch-Anthroposophischer Verlag, 1989. 239 p.

Nota: este livro, publicado no 50º aniversário de morte de Kolisko contém, além de artigos de sua autoria, aspectos biográficos escritos por Gisbert Husemann e recordações de vários amigos.

1.“Minha viagem à Holanda e Inglaterra, parte I. Na Holanda”. Publicado no semanário Das Goetheanum, Ano 1, No. 39, 7/5/1922.

Ano XXX, n. 1, outono/2010

Revisão

Page 24: Nos de Micael 2013 Alt PB - Escola Waldorf Rudolf Steinerewrs.com.br/attachments/article/87/Nos de Micael 2013_Alt PB.pdf · Também a Jornada Mundial da Juventu-de, organizada pela

Agenda

MANTENEDORAAssociação Pedagógica Rudolf SteinerRua Job Lane, 900 Cep 04639-001Alto da Boa Vista São PauloTel.: +11 5523-6655 Fax: 5686-9863e-mail: [email protected]

04 a 05/10 Apresentação do Trabalho Anual

12/10 Nossa Senhora Aparecida

13 a 20/10 Férias de Primavera

24/10 Palestra (Comissão de Palestras)

24 a 27/10 Peça Teatral (11º B)

26/10 Palestra para Pais (Escola)

31/10 3ª Reunião Representantes de Classe

02/11 Finados

06/11 Assembleia Geral da APRS

09/11 Exposição Pedagógica - Montagem

10/11 Bazar Natalino

15/11 Proclamação da República

20/11 Consciência Negra

21 a 24/11 Peça Teatral (8º B)

28/11 Palestra (Comissão de Palestras)

29 a 30/11 Apresentação Musical

07/12 Auto de Natal / Encerramento Ed. Infantil

11/12 Encerramento do Normal-Noturno

13/12 Encerramento do Ano Letivo

14/12 Formatura do 12º ano

16/12/13 a 14/01/14 Recesso Escolar