56
NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I 10,00 TRIMESTRAL WWW.OMD.PT DESTAQUE BALANÇO 2 ANOs Fdi cONquistA sOrrisOs em tOdO O muNdO ISSN: 1647-0486 REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS DESTAQUE BALANÇO de dOis ANOs Fdi cONquistA sOrrisOs em tOdO O muNdO Caderno Formação & Ciência I Páginas Centrais ISSN: 1647-0486 Foto de capa: 5000 crianças em escovagem coletiva na Indonésia

NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013NÚMERO 19 I €10,00TRIMESTRALWWW.OMD.PT

Caderno Formação & Ciência I Páginas Centrais

DESTAQUEBALANÇO 2 ANOs

Fdi cONquistAsOrrisOs emtOdO O muNdO

ISSN

: 164

7-04

86

REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

DESTAQUEBALANÇO de dOis ANOs

Fdi cONquistAsOrrisOs emtOdO O muNdO

Caderno Formação & Ciência I Páginas Centrais

ISSN

: 164

7-04

86

Foto de capa: 5000 crianças em escovagem coletiva na Indonésia

Page 2: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

06 | 07 | 08 | NOV | 2014 | EXPONOR | PORTO | PORTUGAL

ESCOLHAO MELHOR LOCAL

PARA A SUA MARCANA MAIOR FEIRA DE MEDICINA

DENTÁRIA REALIZADA EM PORTUGAL

www.omd.pt

07 7 | 7 7 7 | 7 | 2 X 2 X X EX XP 2 E X TO UGA L L

www.omd.pt

Page 3: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Artigos assinados e de opinião

remetem para as posições dos

respectivos autores, não

reflectindo, necessariamente,

as posições oficiais

e de consenso da OMD.

Anúncios a cursos não impli-

cam directa ou indirectamente

a acreditação científica do seu

conteúdo pela Ordem dos

Médicos Dentistas, a qual

segue os trâmites

dos termos regulamentares

internos em vigor.

Ano IV – nº 19 – novembro de 2013

Trimestral

Preço:

€10,00

Propriedade e Edição

Ordem dos Médicos Dentistas

Direção

Diretor:

Orlando Monteiro da Silva

Diretor-adjunto:

Paulo Ribeiro de Melo

Conselho Editorial

Bastonário da OMD

Presidente da Assembleia Geral

da OMD

Presidente do Conselho Deontológico

e de Disciplina da OMD

Presidente do Conselho

Diretivo da OMD

Presidente do Conselho

Fiscal da OMD

Sede e Redação

Av. Dr. Antunes Guimarães, 463

4100-080 Porto, Portugal

Telefone: +351 226 197 690

[email protected]

Redação

Ordem dos Médicos Dentistas

Chefe de redação:

Cristina Gonçalves

Redacção: Carlos Duarte

Publicidade

Inédia – Consultoria e Estratégia

de Comunicação, Lda

Rua 25 de Abril, 35 – 1º

2665-201-Malveira, Portugal

Tel.: 217 718 030

[email protected]

Edição Gráfica

Inédia – Consultoria e Estratégia

de Comunicação, Lda

Paginação

Bicho das Cores, Lda.

Impressão

MAEA - artes gráficas

Periodicidade: Trimestral

Distribuição: Gratuita

Tiragem: 11.000 exemplares

Depósito Legal: 285 271/08

ISSN: 1647-0486

índic

eNOVEMBRO 2013NÚMERO 19 I €10,00TRIMESTRALWWW.OMD.PT

������������ ���������� � �������������

���������������������

������� ���������������������������

ISSN

: 164

7-04

86

REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

���������������������������

������� ���������������������������

������������ ���������� � �������������

ISSN

: 164

7-04

86

editorial 4agenda 6

destaque 8FDI conquista sorrisos em todo o mundo

Participação ativa nas reuniões e comités da FDI

ordem 18Taxas elevadas da ERS contestados no Parlamento

OMD apresenta queixa à Provedoria de Justiça

Visita ao Serviço de Medicina Dentária/Estomatologia

Vistorias e inspeções a consultórios de medicina dentária

Medicina dentária e a cidadania europeia

entrevista 28Francisco George, Diretor-Geral da Saúde“A colaboração entre a OMD e a DGS é exemplar”

nacional 32Iniciativa alertou para sinais iniciais clínicos de AVC

Rastreio oral para 1300 jovens de 13 anos

deontológico 33Luís Filipe Correia“Um olhar sobre a responsabilidade profissional”

europa 34Parlamento Europeu aprova regras mais duras

omd

Page 4: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Visão 2020

O documento Visão 2020 da FDI World Dental Federation,que disponibilizamos traduzido para português no site daOrdem dos Médicos Dentistas, é considerado, a nívelmundial, de importância estratégica fundamental para aprofissão.

Os grandes desafios por que passa a medicina dentária nãosão exclusivos de Portugal. São, grande parte deles, globais.

Como tal, a sua leitura atenta poderá ajudar a refletir todosos decisores políticos, a sociedade civil, as profissões dasaúde, cada um de nós, sobre aquilo que pretendemos paraa saúde oral e, sobretudo, ajudar-nos a estar preparadospara enfrentar mudanças que se estão a verificar, que seirão acentuar e que afetarão a forma como disponibilizamosos nossos serviços à população.

O documento parte de duas premissas fundamentais:• a saúde oral é um direito humano fundamental• a saúde oral deve estar em todas as políticas

Cinco áreas prioritárias foram identificadas como pedrasangulares de um modelo novo, responsivo e justo:1. dar resposta à crescente necessidade e procura de

cuidados de saúde oral2. alargar o papel dos profissionais de saúde oral3. construir um modelo educacional responsivo4. atenuar os impactos da dinâmica socioeconómica5. promover investigação e tecnologia essenciais e

translacionais

O “diagnóstico” efetuado no documento encontra, também,em Portugal, um exemplo de um modelo que urge repensar,partindo das cinco áreas atrás identificadas e desenvolvidasno documento.

Senão vejamos no exemplo português:a) falta de acesso a cuidados de saúde oral de grande parte

da população portuguesa;

4 I I NOVEMBRO 2013

edit

ori

al

Os grANdes desAFiOs pOr quepAssA A mediciNA deNtáriA

NãO sãO excLusivOs depOrtugAL. sãO, grANde pArte

deLes, gLOBAis

b) custo incomportável do tratamento dentário para umafatia importante da sociedade;

c) o envelhecimento da população; d) a migração dos profissionais de saúde oral; e) o turismo dentário; f) os processos legislativos e de regulação em curso na área

da saúde;g) e o aumento da utilização de tecnologias da informação e

comunicação em todos os segmentos das nossas vidas eprofissões.

Acresce, ainda, que em Portugal, como em muitos outrospaíses desenvolvidos ou em desenvolvimento, é importantereconhecer o pesado encargo das doenças da cavidade oral,o que, sintetizando, se retrata da seguinte forma:a) uma abordagem focada no tratamento, em detrimento da

prevenção da doença e promoção da saúde oral;b) sendo as doenças da cavidade oral, a quarta doença mais

dispendiosa de tratar;c) a cárie dentária afetando a maioria dos adultos, influindo,

por exemplo, o absentismos ao trabalho;d) 60-90% das crianças em idade escolar, causando milhões

de faltas escolares anualmente, e permanece uma dasmais comuns doenças crónicas;

e) a doença periodontal é das principais causas da perda dedentes nos adultos,

f) e o cancro oral é o oitavo mais comum e mais dispendioso;g) a infeção oral: ex. nascimento prematuro e baixo peso dos

recém-nascidos até às doenças cardíacas;h) baixo índice de saúde oral é um importante fator

contributivo para várias outras doenças passíveis deprevenção.

Vejamos alguns tópicos focados no documento em cadauma das áreas:

1. Dar resposta à crescente necessidade e procura decuidados de saúde orala) as doenças orais são as doenças mais comuns do

mundo (9 em 10 pessoas sofrem de cárie dentária e/ou doença periodontal;

Page 5: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

O bastonárioOrlando Monteiro da Silva

NOVEMBRO 2013 I I 5

b) envelhecimento da população;c) má distribuição e planeamento na formação de

médicos dentistas;d) o desafio da globalização;e) a saúde oral como fundamental na saúde em geral e

na qualidade de vida dos cidadãos;f) as desigualdades no acesso à saúde oral;g) o desfasamento das necessidades reais e a procura

de facto;h) a necessidade imperiosa da população melhorar os

conhecimentos sobre saúde oral; i) a necessidade de se racionalizar a formação de

recursos humanos, j) e de dotar as universidades de recursos adequados

para a sua formação e educação,k) analisando a eficácia e adequação dos diferentes

modelos do mercado de trabalho.

2. Alargar o papel dos profissionais de saúde orala) parte-se aqui da premissa de que a saúde oral partilha

os mesmos fatores de risco comuns com as doençascrónicas mais importantes (cancro, diabetes, doençascardiovasculares , doenças respiratórias e doençasmentais) e,

b) sendo, ela própria, fator de risco para as mesmas,c) constituindo este facto uma oportunidade para

remodelar e alargar o papel dos profissionais de saúdeoral;

d) para assumirmos novas funções e e) desempenharmos um papel de liderança na

educação dos doentes e na prevenção da doença; f) conduzir e supervisionar equipas de saúde oral; g) promovendo a integração da saúde oral no sistema

global de saúde;h) reforçando o reconhecimento das nossas

competências cínicas;i) e a liderança das equipas de saúde, sua direção e

orientação.

3. Construir um modelo educacional responsivoa) os atuais modelos de formação em medicina dentária

não lidam adequadamente com as disparidades nasaúde oral;

b) há um afastamento entre a formação em medicina e aformação em medicina dentária;

c) apesar da saúde oral ser hoje amplamentereconhecida como uma parte importante da saúdegeral,

d) é necessária uma revisão dos curricula educacionais, e) aumentando a atenção dedicada à saúde pública e

epidemiologia, f) colocando mais ênfase no pensamento crítico, g) dando aos médicos dentistas mais capacidade de

gestão de equipas e educação interprofissional;h) é necessário formar profissionais de saúde oral que

consigam otimizar a saúde oral da sua comunidade.

4. Atenuar os impactos da dinâmica socioeconómicaa) as oscilações profundas na economia afetam

sobremaneira a nossa atividade;b) os doentes tendem a atrasar as consultas e o

tratamento nas crises económicas;c) por outro lado, o crescimento económico aumenta a

procura, que deve ser atendida;

d) temos que assegurar a sustentabilidade da medicinadentária promovendo saúde oral em todas as políticas;

e) prestando cuidados de saúde oral baseados naevidência científica;

f) assegurando-se justiça na remuneração dos cuidadosde saúde e que estes proporcionem resultadosbenéficos e mensuráveis para a saúde;

g) desenvolvendo novos modelos remuneratórios aomédico dentista, que não passem exclusivamente pelaremuneração por ato médico, que levem em linha deconta a abordagem do doente numa perspetiva deautorresponsabilização e de envolvimento do doentena gestão da sua própria saúde,

h) dando assim um contributo para que o público tenhaacesso generalizado a cuidados de saúde oral e,

i) para a dignificação remuneratória das funçõesaltamente qualificadas dos médicos dentistas.

5. Promover investigação e tecnologia essenciais etranslacionais a) a saúde oral enfrenta dificuldades nos prazos de

implementação dos resultados da investigação e dasinovações tecnológicas na prática diária;

b) temos que desenvolver uma abordagem consensual ecientificamente fundamentada para os cuidados desaúde oral;

c) com uma utilização proactiva e inovadora da tecnologiae de materiais dentários;

d) facilitando as ligações entre cuidados de saúde oral einvestigação;

e) utilizando mais a E-Saúde para promover acomunicação entre os membros da equipa de saúde eacelerar os processos de atendimento com qualidadeaos pacientes;

f) colocando os médicos dentistas e outros profissionaisde saúde oral a promover investigação e tecnologiafundamentais e translacionais na próxima década;

g) integrando progressos evidentes nas áreas da biofísica,biomecânica, engenharia de tecidos, biotecnologia,terapia genética e molecular, tecnologia debiomateriais, na prática clínica da profissão;

h) e dando ênfase acrescido às questões ambientais,“medicina dentária verde”.

A leitura deste documento, disponível emhttp://on.omd.pt/v2020pt, no qual tive o privilégio departicipar, contribui para um maior envolvimento informadode todos, desde logo antevendo tendências de futuro ecapacitando-nos diante de desafios complexos que secolocam ao mundo das profissões e da nossa profissão aquiem concreto focada.

Page 6: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

6 I I NOVEMBRO 2013

PRIMEIRA SEMANA EUROPEIA

SENSIbILIzAçãO PARA OCANCRO DE CAbEçA EPESCOçOA primeira semana europeia de sensibilização para o cancro decabeça e pescoço decorreu de 23 a 27 de setembro de 2013.A Ordem dos Médicos Dentistas prestou apoio científico a estainiciativa, da responsabilidade da Sociedade Europeia da Cabeçae Pescoço (EHNS) e do Grupo de Estudos Cancro da Cabeça ePescoço.A campanha, denominada “Make sense”, teve como objetivosensibilizar a população e os profissionais de saúde para umadoença mutilante, responsável pela morte de mais de 62 milpessoas em toda a Europa. Em Portugal, mata 3 pessoas por dia.O cancro de cabeça e pescoço é o 6.º cancro mais comum domundo tendo sido diagnosticada esta doença a mais de 132 000pessoas na Europa só em 2012. Esta campanha foi assinalada em Portugal com a organizaçãode diversas ações, entre as quais o “Dia Aberto” para a realizaçãodo diagnóstico precoce em 39 hospitais do país, a colocação decartazes nos centros de saúde e hospitais, uma ação de rua coma distribuição de informação sobre a doença, sessões deesclarecimento nas escolas secundárias e ainda a edição de umvídeo sobre a doença destinado aos mais jovens. Para informações adicionais, consulte o site oficial da campanha:http://makesensecampaign.eu/pt/Veja e partilhe o vídeo educativo, ou faça download do cartaz dacampanha, através do site da OMD:www.omd.pt/noticias/2013/09/cancro-cabeca-pescoco

NOVO MANDATO

FRANCISCOGEORGE àFRENTE DA DGS O médico Francisco George foireconduzido no cargo de diretor-geralda Saúde, no passado dia 26 desetembro, pela quinta vezconsecutiva, iniciando um novomandato de cinco anos à frente daDireção-Geral da Saúde.

A Ordem dos Médicos Dentistasesteve representada pelo bastonário,Orlando Monteiro da Silva, a quem odiretor-geral da saúde renovou ocompromisso de colaboração com aOrdem dos Médicos Dentistas.A Revista da OMD conversou com odiretor-geral da saúde. Leia aentrevista que gentilmente noscedeu na pág. 28 desta edição.

O médicOFrANciscOgeOrge FOi

recONduzidONO cArgO de

diretOr-gerALdA sAúde, NOpAssAdO diA

26 desetemBrO

agenda

A cAmpANhA,deNOmiNAdA“mAke seNse”,teve cOmOOBjetivOseNsiBiLizAr ApOpuLAÇãO eOsprOFissiONAisde sAúde pArAumA dOeNÇAmutiLANte,respONsáveLpeLA mOrtede mAis de 62miL pessOAsem tOdA AeurOpA

aconteceu...

Page 7: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 7

NiLtON FAráum pequeNOespetácuLO

sOBremediciNAdeNtáriA

CONGRESSO DA OMD

NILTON NA CERIMóNIA DE AbERTURA O humorista Nilton vai marcar presençana cerimónia de abertura do Congressoda OMD. A sessão, que marca o início do XXIICongresso da OMD, está agendada para odia 22 de novembro, pelas  12h30, noCentro de Congressos de Lisboa.Nilton fará um pequeno espetáculo sobreMedicina Dentária. Uma visão diferente ebem-humorada da profissão de médicodentista e das suas contingências eespecificidades.O XXII Congresso da OMD que decorreentre 21 e 23 de novembro, traz aPortugal vários conferencistas de renomemundial. A par do programa científico realiza-se emsimultâneo, como é habitual, a Expo-Dentária. No ano passado, mais de 7 milpessoas passaram pelo Congresso daOMD que decorreu na Exponor, no Porto.

CURSOS DE INTRODUçãO à ATIVIDADE CLíNICAAçõES DE FORMAçõES SãO DIRIGIDAS AOS MAIS JOVENS Quase duas centenas de médicos dentistas e estudantes finalistas demedicina dentária participaram nos cursos de introdução à atividadeclínica que se realizaram no Porto e Lisboa, em outubro.Dirigidas a jovens médicos dentistas, estas formações procuramdisponibilizar algumas orientações gerais e responder às dúvidas maisfrequentes de quem se inscreveu recentemente na OMD e que vai iniciaro seu exercício profissional. A Ordem dos Médicos Dentistas realiza estes cursos, em colaboraçãointerna com o Centro de Formação Contínua e com o Conselho dosJovens Médicos Dentistas, pelo quarto ano consecutivo."Um médico dentista informado está muito mais capaz de dar respostaaos desafios da profissão. Estes cursos são também um espaçoprivilegiado de aquisição de informação e conhecimento, particularmenteúteis para quem inicia a sua atividade profissional", afirmou o bastonário,Orlando Monteiro da Silva.A avaliar pelos resultados dos inquéritos de satisfação dos cursos deintrodução à atividade clínica realizados este ano, esta continuará a seruma aposta de futuro.

A Ordem dOsmédicOsdeNtistAsreALizA estescursOs, emcOLABOrAÇãOiNterNA cOmO ceNtrO deFOrmAÇãOcONtíNuA ecOm OcONseLhOdOs jOveNsmédicOsdeNtistAs

vai acontecer...

Curso de introdução à atividade clínica no Porto

Curso de introdução à atividade clínica em Lisboa

Page 8: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

8 I I NOVEMBRO 2013

desta

que

omd

O bastonário da Ordem dos MédicosDentistas de Portugal (OMD), OrlandoMonteiro da Silva, concluiu no final deagosto o mandato de dois anos àfrente da FDI - Federação DentáriaInternacional com uma certeza “deixoa FDI mais forte e mais sustentável doque aquela que encontrei quandoassumi a presidência” assegura. Desde que assumiu funções na maisrelevante organização da medicinadentária mundial, o bastonário daOMD empenhou-se em cumprir asmetas estabelecidas no congresso doMéxico, em 2011. “Quando tomeiposse como Presidente, estabelecium compromisso de deixar a FDInuma posição mais forte, de reforçara sua reputação e credibilidade

bALANçO DE DOIS ANOS

FDI conquIsta sorrIsos em toDo o munDo

Na hora de deixar a presidência da Federação DentáriaInternacional (FDI), Orlando Monteiro da Silva, sai com a certeza

do dever cumprido. Único português que alguma vez liderouaquele organismo, e também o seu mais jovem presidente, nãoesconde o “orgulho” quando fala do reforço da capacidade de

intervenção da FDI no palco internacional, incluindo nas NaçõesUnidas, e do equilíbrio das contas da organização. A aposta ganhana aproximação estratégica a África e, em especial, aos PALOP, e a

Visão 2020 que vai orientar o futuro da profissão são tambémmetas alçancadas no mandato de Orlando Monteiro da Silva. A

FDI reúne agora cerca de 200 instituições dentárias de mais de 130países que representam mais de um milhão de médicos dentistas.

Parceiros que testemunharam a integração da saúde oral naestratégia global da ONU de combate às doenças crónicas e queobservaram o reconhecimento por parte da Organização Mundial

de Saúde de que a saúde oral é indissociável das estratégiasimplementadas para a saúde em geral.

Page 9: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 9

perante os nossos parceiros,membros, indústria e decisorespoliticos do mundo inteiro” lembraOrlando Monteiro da Silva. O presidente mais jovem na históriada FDI, que conta já com 113 anosde vida, deixa “com orgulho” ascontas da federação equilibradas,que, agora, “apresentam resultadospositivos em termos financeiros,depois de vários anos de prejuízos”.Orlando Monteiro da Silva classifica asua gestão como “desafiante, porquevivemos tempos difíceis. A FDI, comomuitas outras ONG e organizaçõesdiversas, teve que levar a cabomedidas de adaptação a um contextoeconómico internacional deabrandamento do crescimentoeconómico e, em consequência, revero espectro e alcance das atividadesque levamos a cabo pelo mundointeiro”. Ainda assim, salienta que “foimuito interessante como portuguêsdesempenhar esta tarefa verificandoque com credibilidade e a confiançade todos é efetivamente possívelfazer mais com menos dinheiro”. Do seu mandato, Orlando Monteiroda Silva destaca “2012 porque foi umano muito produtivo, não só porque aFDI conseguiu alargar a suacapacidade para advogar a saúdepública e a saúde oral, mas também,e simultaneamente, porque elaboroue adotou um plano para a profissãona próxima década”.O documento “Visão 2020: construiro futuro da saúde oral”, foiprecisamente o projeto que mais sedistinguiu no ano passado. Aproposta original, elaborada semqualquer outro ponto de partida, nofinal de 2011, foi objeto de uma sériede discussões e alterações efetuadaspor uma equipa de trabalho em queparticipou Orlando Monteiro da Silva.Apenas oito meses após a suaelaboração, o Visão 2020 foitraduzido, impresso e entregue naAssembleia-Geral da FDI, quedecorreu em Hong Kong, onde foirecebido com um elevado nível de

comunidade mundial da qual nosorgulhamos, uma comunidadecomprometida e empenhada com asua visão através das suas atividadesde saúde oral e de advocacia”.No intenso percurso efectuado,Orlando Monteiro da Silva bateu-sepela integração da saúde oral naestratégia global de combate àsdoenças crónicas pela Organizaçãodas Nações Unidas (ONU). Osargumentos da FDI foram aceites e asdoenças orais partilham hoje osmesmos fatores de risco comdoenças não transmissíveis (DNT), aschamadas doenças crónicas, comodiabetes, cancro, doenças cardio-vasculares e respiratórias,beneficiando já de estratégias deprevenção e controlo semelhantes.Orlando Monteiro da Silva refere que“este reconhecimento da OMS levoua FDI a desenvolver guiasinformativos sobre doenças nãotransmissíveis para serem utilizadospelos seus membros e dotar deconhecimento e estratégias asassociações dentárias nacionais,potenciando o seu envolvimentonesta área dos cuidados de saúde,um tema importante no debatenacional e internacional nos últimosanos. Com este guia disponibilizamosinformação e demonstramos como aprofissão pode desempenhar um

...

consenso e adotado praticamentesem alterações. Para Orlando Monteiro da Silva “osucesso imediato do Visão 2020 nãose prende com o facto de odocumento não provocar agitação:pelo contrário, as ideias que contémsão provocadoras e desafiantes paraa profissão. Mais ainda, gerou muitacuriosidade entre os médicosdentistas, razão pela qual falei sobreo Visão 2020 em toda asapresentações que fiz nos últimosmeses. A pergunta que ouçofrequentemente é sobre as soluçõesque serão disponibilizadas para asquestões que se colocam com estedocumento. Esta é a próxima fase doprojeto. Com base no Visão 2020 vaiser desenvolvido um plano de ação,a partir do início de 2013 e emcolaboração com os parceirosempresariais da FDI”. Aproximar a FDI das instituiçõesinternacionais e garantir a suacapacidade de influenciar nasdecisões foi outra das metas a queOrlando Monteiro da Silva se propôs:“Ajudei a FDI a concentrar-se na suaimagem e credibilidade, através deatividades no terreno e da suacomunicação com o exterior.Potenciámos este aspeto edesenvolvemos o nosso capitalsocial, para demonstrar que ser parteda FDI é fazer parte de uma

NO iNteNsOpercursOeFectuAdO,OrLANdOmONteirO dAsiLvA BAteu-sepeLAiNtegrAÇãOdA sAúdeOrAL NAestrAtégiAgLOBAL decOmBAte àsdOeNÇAscróNicAspeLAOrgANizAÇãOdAs NAÇõesuNidAs (ONu)

Delegação e participantes portugueses na cerimónia de tomada de posse como presidente da FDI, México 2011

Page 10: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

10 I I NOVEMBRO 2013

...papel fundamental no controlo eprevenção das DNT”. Ainda a pensar no futuro, a FDIparticipou ativamente na negociaçãoe elaboração da Convenção deMinamata sobre a utilização deMercúrio. Esta Convenção prevê odesaparecimento até 2020 de todosos produtos e equipamentos queusam aquele elemento químico e queno prazo de 15 anos deixe de serusado na indústria da mineração.Ratificada no mês passado no Japãopor perto de 140 países a Convençãode Minamata, foi considerada peladiretora-geral da OrganizaçãoMundial de Saúde, Margaret Chan,como “um grande passo para aprotecção definitiva dasconsequências devastadoras[daquele metal] para a saúde. Tal como foi feito com as DNT, a FDItambém desenvolveu um guia sobrea Convenção de Minamata e as suasimplicações na utilização doamálgama dentário para apoiar osmédicos dentistas nos seuscontactos seja com os seus doentes,com as autoridades governamentaisou com a comunicação social. Além de sublinhar a importância dasaúde oral à escala global, OrlandoMonteiro da Silva intensificou o papelda organização, quer através doestreitamento da relação com osparceiros - como no caso dacampanha “Live, Learn, Laugh” e dosprogramas baseados nascomunidades em África -, quer namelhor e maior integração dosmilhões de pessoas que falamportuguês no mundo. Materializandoeste objetivo, a Associação brasileirade Cirurgiões Dentistas e aAssociação Moçambicana dosMédicos Dentistas foram dois dosnovos membros que integraram a FDIem 2012. Depois de ter promovido asadesões à FDI de países comoAngola, Guiné bissau e Timor Leste,através da Associação DentáriaLusófona, Orlando Monteiro da Silva

Na opinião de Orlando Monteiro daSilva “nunca devemos perder de vistaque o congresso da FDI é essencialpara a missão da nossa federação epara as suas credenciaisdemocráticas. É um fórum de debatesobre saúde oral e assuntosrelacionados sobre este tema, umaoportunidade anual para asassociações nacionais darem voz àssuas opiniões, para resolverdiferenças no parlamento mundial euma fonte única de formaçãocontínua”.

deu, durante todo o seu mandato,prioridade estratégica à relação comos Países de Língua OficialPortuguesa, especialmente osafricanos.No culminar do mandato de OrlandoMonteiro da Silva como presidente daFDI, no Congresso anual quedecorreu na cidade turca de Istambul,estiveram presentes mais de 16.000congressistas, fazendo deste o maiordos congressos de todas as áreas dasaúde realizado em Istambul e umdos maiores de sempre da FDI.

NuNcAdevemOsperder devistA que OcONgressOdA Fdi éesseNciALpArA A missãOdA NOssAFederAÇãO epArA As suAscredeNciAisdemOcráticAs

“ Conferência de imprensa, Turquia 2013

Estratégia FDI para a África, Capetown 2012

Page 11: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 11

Durante o mandato de OrlandoMonteiro da Silva foram aindaassinadas parcerias para a realizaçãodo Congresso 2014 em Nova Deli,India, 2015 em banguecoque,Tailândia e ainda um conceitoinovador a nível do programa mundialde formação contínua da FDI, o 1ºcongresso regional da FDI que terálugar em 2015 em Santiago do Chile.Face aos resultados alcançados,Orlando Monteiro da Silva conclui que“conseguimos ultrapassar osenormes desafios de temposrecentes, em que a conjunturaeconómico-financeira mundial noscolocou grandes obstáculos ealcançámos todos os objetivos a quenos propusemos e que de nósdependiam”. “Este esforço” salienta“deveu-se também ao Conselho daFDI, ao Comité Executivo, aosfuncionários que diarimantetrabalham na FDI, sob liderança doseu diretor executivo e aosvoluntários dos vários comités da FDIe a todos que trabalhando juntospartilham da mesma paixão pelosucesso da nossa organização”. Orlando Monteiro da Silva reconheceque “uma das coisas que mais meimpressionou, desde que assumifunções como presidente da FDI, é ocarinho e sentimento de fraternidadedentro da comunidade internacionalde médicos dentistas. Constatei umaonda de apoio, não apenas racionalmas emocional, único na nossa

[para aquele continente], no final doano passado, vai possibilitar umaabordagem faseada com uma visãointegrada da saúde oral na saúde emgeral”, sublinha Orlando Monteiro daSilva, lembrando que “Moçambiquee Guiné bissau fazem parte do grupode países contemplados nestaprimeira abordagem”. Durante asvisitas de trabalho que efetuou amais de trinta países enquantopresidente da FDI, Orlando Monteiroda Silva participou em inúmerasiniciativas de promoção da saúde oralno âmbito da campanha “Unilever’sbrush Day + Night”. Foi o queaconteceu em setembro do anopassado, em bali, na Indonésia, ondemais de cinco mil criançasaprenderam a escovar corretamente

...

federação, em cada evento em queparticipei”.As viagens foram uma constante aolongo do seu mandato e OrlandoMonteiro da Silva esteve em todos oscontinentes, constatando diferentesrealidades, com diferentes recursos ediferentes abordagens à promoçãoda saúde oral.O único português presidente da FDIreconhece que do ponto de vistapessoal este foi um cargo muitoimportante “no meu papel deembaixador da FDI, partilhando amensagem ética e os valores da FDI,através dos seus membros e outrasinstituições de todo o mundo, fuitocado pelo entusiasmo dos meusanfitrões em 35 países pelo trabalhoda FDI e pelo compromisso de todospelos valores da profissão de médicodentista. Foi esta energia eentusiasmo que me ajudaram acumprir com o meu compromisso”.

Viver, aprender e sorrirEstima-se que apenas 20 por centoda população mundial tenha acessoao flúor. A pensar sobretudo nospaíses onde os cuidados de saúdeoral abrangem uma percentagemmínima da população, a FDI continuaempenhada na incrementação do“Live, Learn, Laugh”, um programalevado a cabo em parceria com amultinacional Unilever. “A maioriadestes países situa-se em África e éonde a estratégia aprovada pela FDI

OrLANdOmONteirO dAsiLvApArticipOu emiNúmerAsiNiciAtivAs deprOmOÇãO dAsAúde OrAL

MENSAGEM DE MARGARET CHAN,DIRETORA-GERAL DA OMS:

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde,Margaret Chan, numa mensagem gravada em vídeopara a cerimónia de boas-vindas do Congresso AnualMundial da Federação Dentária Internacional, quedecorreu em agosto de 2012, em Hong Kong, elogioua medicina dentária como "um membro muitorespeitado da família saúde pública"."Depois de tudo", afirmou, "a medicina dentária foipioneira no conceito de medicina preventiva,transformando-a numa arte, bem como uma ciência.Uma profissão que torna a prevenção um incentivo deorientação merece o nosso maior respeito."Margaret Chan ainda destacou alguns projetos da FDI,em particular o Atlas de Saúde Oral e a iniciativaLive.Learn.Laugh.

Saúde oral incluída na Declaração Política das Nações Unidas, EUA 2011

Page 12: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

12 I I NOVEMBRO 2013

...os dentes. Desde o seu arranque, o“Live, Learn, Laugh” já chegou a pelomenos um milhão de pessoas, emmais de quarenta países. Tendo emconta o sucesso do programa queencoraja a escovagem de dentesbidiária com um dentífrico com flúor, aFDI e Unilever decidiram, em setembro,no 101º Congresso Anual da FDI, emIstambul, na Turquia, prolongar aparceria, que envolve um investimentode mais de 6 millões de euros, (e ossorrisos) por mais seis anos.

Aposta em ÁfricaOuvir, aprender e acordar umaestratégia comum para reforçar acapacidade e credibilidade dasassociações dentárias do continenteafricano foram os objetivos docongresso da FDI que decorreu naCidade do Cabo, na África do Sul, emoutubro do ano passado. Durante ostrabalhos, que contaram com apresença de delegados deMoçambique e da Guiné bissau,entre os representantes dasdezasseis associações de cirurgiõesdentistas participantes, “foialcançado um verdadeiro consensono caminho a seguir”, sublinhouOrlando Monteiro da Silva, numareferência à afinação de muitas dasideias que integram a EstratégiaAfricana para a Saúde Oral,apresentada já este ano. ParaOrlando Monteiro da Silva trata-se deum documento que vai além dasimples definição estratégica: “Étambém uma lista de actividades quedevem ser levadas a cabo, quer pelasassociações dentárias das naçõesafricanas, quer pela própria FDI”,como fez questão de reiterar namensagem proferida na assembleia-geral de 2013 da Federação, a últimaa que presidiu e que decorreu emsetembro, em Istambul. “A recentecimeira africana proporcionoutambém a esses países, por exemploMoçambique, a possibilidade deintegrar o 'guarda-chuva' da

Uma ferramenta de trabalho (queinclui um cartão de saúde e guiaspara profissionais, doentes e público)ao serviço dos médicos dentistas queos diferentes profissionais podemusar na abordagem aos pacientes epúblico em geral, estimulandoalterações de comportamento eestilos de vida.

Uma visão para o futuroCom o objectivo de “liderar o mundopara uma óptima saúde oral”, a FDImostra-se empenhada em prosseguiros desígnios do Visão 2020, desdeque o documento foi entregue naAssembleia Geral de Hong Kong, noano passado. A aposta na construçãode um novo modelo de cuidados desaúde oral, liderada pelos médicosdentistas em colaboração com osdiferentes parceiros de todos ossectores de atividade, foi uma dasprioridades do mandato de OrlandoMonteiro da Silva na presidência daFDI e a estratégia que mais sedistinguiu do trabalho da federaçãoem 2012. O projecto pretendealcançar até 2020 “grandesmelhorias na saúde oral” e reduzir asdesigualdades através de “estratégiasbaseadas na investigação para aprevenção eficaz da doença”. Além deprever que o reforço da educação ecomunicação dos resultados

estratégia para África que a FDI seencontra a desenvolver” sublinhou opresidente da FDI.

Evitar mortes está ao alcance detodos Os números são esclarecedores: 90%da população mundial sofre de cáriedentária ou doenças das gengivas,mas apenas 60% tem acesso acuidados de saúde oral. O cancro daboca é o oitavo mais comum nomundo e o mais caro de tratar. Dadosa que se junta o fato de a doençaperiodontal estar diretamente ligadaà diabetes, doenças cardíacas, partosprematuros, baixo peso ao nascer eoutros problemas de saúde. Aspatologias orais são as doençascrónicas mais comuns em todo omundo, pelo que as Nações Unidasintegraram a saúde oral na estratégiaglobal para aquelas doenças, numareunião na sede da organização emNova Iorque, em setembro de 2011, eque foi o primeiro ato de OrlandoMonteiro da Silva como embaixadorda FDI. Um encontro preparado como lançamento no Dia Mundial daSaúde do “tool kit” doenças crónicas.“Uma resposta prática aocrescimento 'epidémico' deste tipo dedoenças, responsáveis por cerca desessenta por cento do número demortes a nível mundial”, explica a FDI.

A ApOstA NAcONstruÇãOde um NOvOmOdeLO decuidAdOs desAúde OrAL,LiderAdApeLOsmédicOsdeNtistAs emcOLABOrAÇãOcOm OsdiFereNtespArceirOs detOdOs OssectOres deAtividAde, FOiumA dAspriOridAdesdO mANdAtOde OrLANdOmONteirO dAsiLvA NApresidêNciAdA Fdi

Cerimónia de tomada de posse da atual presidente da FDI, TC Wong,Istambul 2013

Poul Erik Pedersen, diretor do Programa desaúde oral da OMS, Istambul, 2013

Page 13: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 13

investigativos bem como a utilizaçãodas tecnologias de E-saúde terãopromovido na próxima década “umaabordagem mais colaborativa doscuidados de saúde oral”, o documentodefende que a credibilidade dos

médicos dentistas será reforçada “poruma agenda de investigação sólida ecom visão de futuro”. O sucesso dodocumento “Visão 2020: construir ofuturo da saúde oral” prende-setambém, nas palavras de Orlando

TESTEMUNHOS

Tin Chun Wong, atual presidente da FDI:“Gostaria de agradecer ao Dr. Orlando Monteiro da Silva pela dedicação que demonstrou. Como ele, também eu estou empenhada naconstrução de uma FDI mais forte e influente, que fale em nome da profissão para uma plateia mundial. Prevejo que este seja ummandato emocionante e ocupado.”(Cerimónia de abertura do Congresso da FDI, em Istambul, em 2013)

“Membros da Assembleia-geral da FDI,Este é um momento muito importante para mim e o início de uma aventura de dois anos. Sinto-me inspirada, mas assustada com astarefas que me esperam.Antes de mais, gostaria de agradecer, pessoalmente e em nome da Assembleia-geral, ao nosso colega e amigo Dr. Orlando Monteiroda Silva. Orlando, creio que falo por todos quando afirmo que fez um trabalho fantástico nos últimos dois anos: foi incansável,omnipresente e dedicado na comunicação da importante mensagem da FDI, reforçando a sua credibilidade e divulgando-a em locaisonde não era anteriormente conhecida. A FDI tem para consigo uma grande divida de gratidão.Gostaria ainda de agradecer à Assembleia-geral a confiança que em mim depositou. É minha intenção assumir o cargo de presidenteda FDI e as responsabilidades que acarreta, com toda a diligência e empenho que me são exigidos.”(Assembleia-geral da FDI, em Istambul, em 2013:

Jean-Luc Eiselé, diretor executivo da FDI:“Por último, gostaria de agradecer ao Conselho e ao Comité Executivo pela sua orientação e apoio. Foi um ano repleto de desafios, masmuito gratificante. Gostaria de agradecer especialmente ao presidente da FDI, Dr. Orlando Monteiro da Silva, pela sua magníficaliderança. Pessoalmente gostei muito destes dois anos de colaboração e estou muito grato pelo seu apoio, pelos seus conselhosimportantes e pela sua orientação.”(Relatório apresentado na Assembleia-geral da FDI, em Istambul, em 2013)

Paulo Ribeiro de Melo, secretário-geral e presidente do Conselho Diretivo da OMD“Como presidente do Conselho Diretivo da OMD e delegado da FDI, gostaria de agradecer ao nosso bastonário, Orlando Monteiro daSilva, pela sua extraordinária prestação como presidente da FDI.Desde a sua eleição sabíamos que Orlando Monteiro da Silva se empenharia seriamente na sua importante missão.As suas capacidades de liderança e trabalho em equipa, bem como a sua dedicação em todos os desafios que tem enfrentado, sãosobejamente conhecidos dos médicos dentistas portugueses e puderam ser reconhecidos pela maioria dos delegados da FDI.Conseguir colocar a situação financeira da FDI mais estável, lançar o projeto “Visão 2020” e representar a FDI em eventos que tiveramlugar um pouco por todo o mundo, é na realidade uma proeza extraordinária ao alcance de poucos. Claro que toda a equipa que trabalhou com Orlando Monteiro da Silva, enquanto presidente da FDI, está de parabéns. A presidente-eleita,a tesoureira, o diretor executivo, o conselho, as comissões e os colaboradores, também, merecem o reconhecimento pelos resultadosobtidos. Ao longo destes anos, pude comprovar a sua capacidade de trabalho e a gestão que conseguiu ter dos seus compromissos, colocandoo mesmo empenho e dedicação aos assuntos nacionais da mesma forma que os da FDI.A delegação portuguesa na FDI está, pois, muito orgulhosa da prestação de Orlando Monteiro da Silva nestes anos, principalmente pelacapacidade de contornar os graves problemas que enfrentou no início do seu mandato, conseguindo transformar a FDI numa organizaçãomais forte e fiável.Muito obrigado Orlando!(Carta dirigida ao bastonário da OMD e presidente cessante da FDI)

Monteiro da Silva, com o facto deconter “ideias provocatórias edesafiantes para a profissão”. Estedocumento pode ser consultado nasua versão em português (dePortugal) no site da OMD www.omd.pt

Page 14: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

14 I I NOVEMBRO 2013

Foram sessões de trabalho bastanteparticipativas em que estiveramenvolvidos os elementos da OMD. Naqualidade de delegados, estiverampresentes Paulo Ribeiro de Melo,Ricardo Faria e Almeida, Gil Alves eArtur Lima.Dos eventos mais importantes dasemana destacam-se as duasassembleias-gerais, que decorreramnos dias 26 e 30 de agosto. Aprimeira, apresenta-se, como é

DELEGADOS E REPRESENTAçãO PORTUGUESA DA OMD

PartIcIPação atIva nasreunIões e comItés Da FDIComo de há vários anos a esta parte, também este ano, a Ordem

dos Médicos Dentistas participou ativamente durante toda asemana nas reuniões satélites do Annual World Dental Congress

(AWDC), da Federação Dentária Internacional (FDI), quedecorreu em Istambul, entre os dias 28 e 31 de agosto.

costume, de natureza introdutória, apropósito dos temas a deliberar nasegunda assembleia-geral. Esta é oponto conclusivo da semana. A anteceder a referida assembleia-geral, durante toda a semanadecorrem mais três reuniões(designadas, open forum) paradiscussão dos pontos maisimportantes e apresentação dosresultados dos comités de trabalhoda FDI, bem como para apresentação

dos candidatos a esses mesmoscomités, ao conselho e, se forocasião, à presidência. Essasreuniões decorreram, este ano, nosdias 25, 27 e 28 de agosto.Da Assembleia-geral de 30 de agostodestacam-se as seguintes matérias:• A aprovação da  Declaração de

Istambul que defende a saúde oralcomo um direito fundamental eparte integrante da saúde geral ebem-estar dos Seres Humanos (vercaixa). Qualquer médico dentistatem a possibilidade de subscrevera declaração, disponível no site daFDI: http://www.fdiworldental.org/publications/declarations/istanbul-declaration.aspx

• A passagem da presidência da FDI

Page 15: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 15

às suas associações membrospara consciencializarem osgovernos, políticos e líderes sobrea importância dos principaisfatores de risco comuns queafetam a saúde oral e outras DNT.

- Saúde oral e os determinantessociais da saúde:Entre outros, a declaração apelaà FDI para que se envolva com osprincipais parceiros,nomeadamente a OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) e aAssociação Internacional para aInvestigação Dentária (IADR), nosentido de desenvolver umaabordagem integrada para aredução global das desigualdadesna saúde oral. Apela ainda aosprofissionais de saúde oral, nointeresse da saúde oral em todasas políticas, para atuarem juntodos líderes e decisores políticosdo governo e de ONG, a nível local,nacional, regional e global.

- Infeção/inflamação oral comoum fator de risco para doençassistémicas:A FDI salienta que todos osprofissionais de saúde devem

2013-2105, para Tin Chun Wong,de Hong Kong, cessando OrlandoMonteiro da Silva o seu mandato dedois anos à frente dos destinos daFDI. A este propósito o ConselhoDiretivo da OMD realçou a excelenteprestação do seu bastonário eenalteceu a mais-valia que talmandato representa para todos ospaíses lusófonos (como referido nacaixa "Testemunhos da pág. 13)

• A eleição do presidente da FDI para2015, o francês Patrick Hescot e aeleição de elementos para adireção e comissões da FDI.

• A aprovação de cinco declaraçõesde princípios e linhas de ação sobre:- Doenças não transmissíveis(DNT): com a abordagem dosfatores de risco comuns para aprevenção e controlo da doença,agora inscrita no princípio daONU, esta declaração leva maislonge o reconhecimento doimpacto da saúde oral na saúdegeral, ao defender a incorporaçãode estratégias de prevenção econtrolo da saúde oral na agenda,intervenções, programas ecampanhas de DNT. Apela à FDI e

compreender as implicaçõesclínicas da doença oral na saúdesistémica e bem-estar geral.Apela às associações nacionais eprofissões de saúde oral em todoo mundo para que assumam umpapel consultivo, essencial natransmissão do conhecimentocientífico para a consciênciapública e política, para que a FDI,em colaboração com a OMS,defenda a inclusão da saúde oralna política de saúde dos governose promova o acesso regular acuidados de saúde oral.

- Diagnóstico salivar:Esta declaração destaca anecessidade dos profissionais desaúde oral estarem conscientesdo potencial que as análisessalivares não-invasivas, sobrevários parâmetros da saúde geral,podem ter e das importantesimplicações na prática clínica. AFDI recomenda que se realizemmais estudos básicos,translacionais e clínicos sobreanálises salivares e que cadaassociação nacional esclareça opapel do médico dentista dentroda equipa de cuidados de saúdeem relação às análises salivares.

- Bisfenol-A (BPA) em materiaisrestauradores dentários:É a primeira vez que a FDI emiteuma declaração sobre esteassunto. Devido à limitadainvestigação atualmentedisponível sobre os impactosresultantes do processo defabrico do bPA, a FDIdesaconselha a sua utilização naprodução de materiais dentáriose realça a importância deimplementação de estratégias deprevenção da cárie dentária, quepermitirão, assim, a redução danecessidade de materiais derestauração.

As declarações aprovadas poderãoser consultadas na íntegra no site da

...

AprOvAÇãO dAdecLArAÇãOdeistAmBuL quedeFeNde AsAúde OrALcOmO umdireitOFuNdAmeNtALe pArteiNtegrANte dAsAúde gerAL eBem-estArdOs sereshumANOs

Paulo Ribeiro de Melo, a assinar a Declaração de Istambul

Page 16: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

16 I I NOVEMBRO 2013

...OMD: http://on.omd.pt/fdicdecAinda no âmbito das assembleias- -gerais, no Open Fórum 3, do dia 28de Agosto, Paulo Ribeiro de Melo tevea oportunidade de participar nassessões de apresentação, com otema “Dentist Voucher – The publicoral health program in Portugal”. A apresentação despertou ointeresse e curiosidade dospresentes, tendo sido várias asassociações dentárias quesolicitaram o envio de informaçãoadicional e textos sobre o tema paraincluírem nas suas revistasinstitucionais, ou para servirem deexemplo nas negociações de novosprogramas de saúde oral.No dia 27 de Agosto, de manhã,Paulo Ribeiro de Melo participouainda na reunião dos National Liaison

Officers. Trata-se da reunião queintegra um representante pornacionalidade incumbido depromover o AWDC, bem como todasas iniciativas da FDI no próprio país.Uma série de informações relevantessobre as atividades da FDI foramexpostas, de forma a poderem sertransmitidas em todo o mundo.Realce para a disponibilização devários meios de promoçãoproduzidos pela FDI e que poderãoajudar os países membros napreparação do próximo Dia Mundialda Saúde Oral.No dia 28, da parte da tarde,decorreram mais duas reuniões comparticipação portuguesa:• A reunião da European Regional

Organization (ERO) da FDI,presidida pelo suíço PhilippeRuska, contou com a presença dosdelegados Paulo Ribeiro de Melo eRicardo Faria e Almeida. Nestareunião, foi apresentado o resumodas iniciativas desenvolvidas pelosdiferentes grupos de trabalho,estando Portugal representado, emtrês dos seis grupos, pelo seudelegado Paulo Ribeiro de Melo.

• A reunião da Associação Dentária

Lusófona, presidida por PedroPires, vice-presidente da ADL,contou com a presença derepresentantes do brasil, Angola eMacau e a Sociedade Portuguesade Estomatologia e MedicinaDentária (SPEMD) participou comoobservadora. Nesta reuniãoparticiparam, também, os colegasArtur Lima, da direção da ADL,Natália Lucas Nunes, Gil Alves eNuno Montezuma de Carvalho, eforam debatidos temas pertinentespara o exercício profissional nosdiferentes países e propuseram-seestratégias de cooperação efectivaentre todos. Ficou agendada novareunião que decorrerá no próximodia 23 de novembro em Lisboa,durante o Congresso da OMD.

Ainda no dia 28 decorreu a cerimóniade abertura do AWDC, que contoucom um discurso do Presidente daFDI, Orlando Monteiro da Silva e ondese testemunhou publicamente apassagem da Presidencia para TinChun Wong, que viria a serformalizada na Assembleia geral dodia 30 de agosto. A delegaçãoportuguesa esteve presente nessacerimónia, juntamente com algunsmédicos dentistas que fizeramquestão em testemunhar mais ummomento importante para a históriada Medicina Dentária portuguesa.Também no AWDC a OMD marcoupresença com uma área deexposição para promoção doCongresso de 2014, tendo os colegasPedro Pires e Gil Alves encetadovários contactos com empresasinteressadas em participar comoexpositoras ou patrocinadoras docongresso.Para além destas participações, trêsportugueses estiveram envolvidosnas sessões de trabalho da FDI:• O bastonário Orlando Monteiro da

Silva que devido à sua posição tevecompromissos quasepermanentemente durante todosos dias.

• O secretário-geral da OMD, Paulo

Ribeiro de Melo, como membro doPublic Health Committee quereuniu nos dias 27 de tarde e 28 demanhã. Nessas reuniões foidefinida a estratégia de promoçãode saúde oral em países menosdesenvolvidos, ou em vias dedesenvolvimento, bem como arealização de um novo “Atlas deSaúde Oral”, que congrega ainformação mundial sobre váriosindicadores. Foi, de igual forma,debatido o papel da comissão noObservatório de Saúde Oral, aimplementar no âmbito dodocumento “Vision 2020”, e noqual participou na definição dosindicadores.

• A colega Natália Lucas Nunesparticipou nas reuniões doCommunications and Member

Suppot Committee (CMSC). Nestasreuniões foram debatidas asestratégias de promoção do DiaMundial da Saúde Oral, no próximodia 20 de Março de 2014, dedivulgação do próximo AWDC e decomunicação entre todos osmembros da FDI.

Este comité está sob a direção emonitorização do Conselho,prestando assessoria sobre matériasrelacionadas com a comunicaçãointerna e externa, assim comomembros da FDI. Analisa, também,as candidaturas para as bolsas deviagem provenientes de associaçõesrepresentantes de países menosdesenvolvidos, para a participaçãonos congressos anuais, assembleias-gerais e outras reuniões dentro daFDI.Promove reuniões entre os membrosdo CMSC e os representantes dospaíses contemplados com essasbolsas, com o objetivo de apresentara estrutura da FDI, assim como atroca de experiências profissionais,políticas de saúde, níveis de saúdeoral e processos de formaçãograduada e contínua.

Page 17: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 17

DECLARAÇÃO DE ISTAMBULSAÚDE ORAL E SAÚDE GERAL: APELO A UMA ABORDAGEM COLABORATIVA

No 101º Congresso Anual Mundial da Federação Dentária Internacional, a Assembleia Geral da FDI emitiu a seguinte declaração:“Defender consistentemente a saúde oral enquanto direito humano fundamental e parte integrante da saúde geral e do bem-estar, e:Considerando que,• A cárie dentária e a doença periodontal representam os mais comuns e mais frequentes encargos com a saúde oral global (a cárie

e a doença periodontal afetam mais de 90% da população mundial), e o cancro oral é o oitavo mais comum, responsável por 400.000a 700.000 mortes por ano a nível mundial.

• A evidência científica comprova uma associação significativa entre as doenças orais e as doenças ou desordens sistémicas. As DNT,tais como diabetes, cancro, doença cardiovascular, respiratória e oral, partilham fatores de risco, incluindo uma dieta pouco saudável,tabagismo e consumo excessivo de álcool. É, portanto, crucial adotar uma abordagem multidisciplinar e uma melhor colaboração entreas profissões dentária, médica e outras profissões relacionadas com os cuidados de saúde.

• 36 milhões de pessoas morrem todos os anos devido a DNT e 86% das mortes prematuras ocorrem nos países em desenvolvimento.Os médicos dentistas, para além de defenderem e promoverem a saúde oral, estão empenhados em assumir uma maiorresponsabilidade no contributo para a melhoria da saúde geral, da qualidade de vida e do bem-estar dos doentes individualmente eda população em geral. Alinhados com a Visão 2020 da FDI, os médicos dentistas estão dispostos a apoiar o Plano de Ação 2013-2020 da OMS para DNCs e a desempenhar um papel fundamental na persecução dos seus objetivos.

Apeloà FDI e às associações que a integram para que apoiem uma maior abrangência no âmbito do exercício dos médicos dentistas e quesalientem a necessidade dos médicos dentistas alargarem o seu papel e as suas responsabilidades para a melhoria da saúde geral edo bem-estar da comunidade que servem.

Apelo aindaAos líderes da saúde a nível nacional, regional e mundial para que reconheçam a saúde oral como um componente essencial da saúdegeral e para que promovam uma abordagem colaborativa interprofissional reforçada no desenvolvimento das políticas globais enacionais”

Para subscrever a petição aceda ao site da FDI:http://www.fdiworldental.org/publications/declarations/istanbul-declaration.aspx

Page 18: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

18 I I NOVEMBRO 2013

ord

em

omd

Na reunião que decorreu a 2 deoutubro, Orlando Monteiro da Silvafez-se acompanhar pelo secretário-geral da Ordem dos MédicosDentistas, Paulo Ribeiro de Melo, epela diretora do DepartamentoJurídico da OMD, Filipa CarvalhoMarques.O motivo concreto da audiênciaprendeu-se com os elevados valoresdas taxas de inscrição e registo naEntidade Reguladora da Saúde (ERS)e o projeto Sinas Saúde Oral. “O valordas  taxas  está muito elevado e aprópria  ERS  o assume e pede aoGoverno para adequar o valor[definido em portaria] ”, explicou obastonário.Cada consultório tem de pagar mil

profissional pode ter de pagar umanova taxa, no caso de o seu regimefiscal ser o de uma sociedade.A Ordem dos Médicos Dentistascontestou também um estudoda ERS sobre qualidade e segurançados consultórios, levantandosuspeitas “infundadas” que colocamem causa milhares de profissionais,facto que fará parte da exposição aremeter ao Provedor de Justiça.A avaliação do Sistema Nacional deAvaliação em Saúde (SINAS) para aárea dentária foi divulgadapublicamente no final de agosto,tendo sido logo contestada pelaOrdem, que ponderou até agirjudicialmente contra a ERS.Para a Ordem dos MédicosDentistas, foi “lançado um manto desuspeição sobre as mais de 4.000clínicas e consultórios de medicinadentária que estão licenciados” eque obedecem a “critérios muitoexigentes”. O que OMD contesta éque a ERS divulgue como qualidadeum projeto que não contemplacritérios de qualidade, nem desegurança ou satisfação do doente.“A informação da ERS não tem a vercom qualidade nem com segurançado doente, tem a ver com a mediçãode parâmetros de hotelaria”, ironizouo bastonário.A sessão foi presidida por MariaAntónia de Almeida Santos (PS) -presidente da Comissão Parlamentarda Saúde, e Luísa Salgueiro (PS).Entre os deputados presentes,colocaram perguntas Luís Vales(PSD), Manuel Pizarro (PS), JoãoSerpa Oliva (CDS-PP), Paula Santos(PCP) e o médico dentista Nuno Reis(PSD).

euros pelo primeiro registo, a que seadicionam 25 euros por cadaprofissional que lá trabalhe.As  taxas  anuais seguintes, demanutenção, são de 500 euros mais12,5 euros por cada profissional desaúde. “É um valor claramenteexcessivo, particularmente nomomento que vivemos (…).alertouMonteiro da Silva.A Comissão Parlamentar de Saúdeadmite a convocação da ERS e daOMD para uma audiência conjunta eo bastonário manifestou totaldisponibilidade para o efeito.O bastonário lembrou ainda que háduplicação no pagamento de taxas,uma vez que, além das que sãopagas pelas clínicas, cada

Durante cerca de duas horas, o bastonário da Ordem dos MédicosDentistas, Orlando Monteiro da Silva, teve oportunidade de descrever

em pormenor, na Comissão Parlamentar de Saúde, a situação damedicina dentária em Portugal. O acesso da população à medicina

dentária e as condições de empregabilidade dos médicos dentistas foramtambém abordados.

OMD NA COMISSãO PARLEMANTAR DE SAúDE

taxas elevaDas Da ers contestaDos no Parlamento

Page 19: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

omd I 1

NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19TRIMESTRAL

WWW.OMD.PT

Sumário

CADERNO DA REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS ConselhoCientíficoDA OMDRicardo Faria e Almeida (Presidente) Cassiano Scapini Cristina Trigo Cabral Francisco Fernandes do Vale João Desport João Dias João Paulo Tondela José João Mendes Luís Pedro Ferreira Mário Vasconcelos Patrícia Manarte Monteiro Paulo Durão Maurício Paulo Rompante Pedro Ferreira Trancoso Pedro Pires Sandra Gavinha Sofia Arantes Oliveira Susana Noronha

2 • ARTIGO DE REVISÃO

DOENÇAS PERI-IM-PLANTARES: O QUESABEMOS E O QUENÃO SABEMOSJoão Branco

Susana Noronha

12 • ARTIGO DE REVISÃO

ATUALIDADES EMADESIVOS DENTÁRIOSSofia Arantes e Oliveira

Filipa Chasqueira

A capacidade de refletir sobre as ações a praticar durante o exercício de uma profissão deveacontecer logo no início do processo de aprendizagem, que conduz à obtenção da qualificaçãonecessária para o desempenho profissional. De acordo com alguns autores, ainda durante aadolescência, esta reflexão deve ser considerada quando se escolhe uma profissão, devendoser o jovem informado e elucidado sobre a futura carreira e, o conjunto de deveres, com osquais estará prestes a assumir um compromisso, que definirá muitas vezes o seu sucessoprofissional. A formação dirigida ao exercício profissional numa atividade da área médica, inclui aquisição decompetências referentes a uma prática específica, que deve obrigatoriamente ser acompanhadade uma informação, sobre as regras estabelecidas para o desempenho profissional comsucesso, das quais fazem indubitavelmente parte, o conceito de ética para o exercíciodiferenciado da área.Na formação em medicina dentária a transmissão do conhecimento sobre os aspetos legais enormativos deve iniciar-se muito antes do contato do aluno com o exercício profissional. Oconhecimento deve ser reforçado continuamente durante o ensino tutorial, sendo este o melhormomento para que, no contexto do ensino dirigido a uma prática clínica profissional, osconhecimentos possam ser colocados em prática e corrigidas as ações. Esta fase permite nãosó a aquisição de competências técnicas, mas também o respeito pelo ser Humano, oconhecimento e respeito da aplicação dos princípios de responsabilidade, confidencialidade,

privacidade, não-maleficência, justiça e tolerância relativa àrelação médico-doente, respeito pelo perfil biopsicossocial dodoente, flexibilidade sem interferência na correta decisão efidelidade na relação, sempre numa base de empatiaprofissional. Em resumo a aplicação do código de ética e deontologiaprofissional que nos rege, deve estar presente desde quealguém opta por esta profissão e, não apenas, ter conhecimentodo mesmo, quando algum processo ético-disciplinar acontecepor desconhecimento ou mesmo por má interpretação da suaaplicação.Somos diariamente confrontados, em muitos meios decomunicação incluindo as redes sociais, com o seu exponentemáximo de “envolvência”, com “novidades” sobre atitudes atomar no exercício da nossa profissão, para que se atinja osucesso profissional de uma “forma rápida e eficaz”. Taissituações revelam apenas a “ética que nos rege” atualmente.Não podemos esquecer que a ética é um fator primordial da vidaem sociedade e, contribui para uma convivência social maisqualificada. Então, poderíamos usar estes meios decomunicação para pôr em prática o conceito de “ser umprofissional ético”: …agir dentro dos padrões convencionais

definidos, não prejudicando o próximo!Talvez a abordagem transversal contextualizada, dirigida e individual dos referidos conceitoséticos e deontológicos, durante uma formação em medicina dentária, seja a melhor aposta paraque se possam minimizar algumas situações não toleráveis do exercício desta profissão. Talestratégia deve ser repensada pelos responsáveis dos cursos e docentes de medicina dentária,no que concerne à cronologia de aplicação e sedimentação destes conceitos, para que os futurosprofissionais não tomem contacto “direto” com a profissão, através do ensino tutorial, sem teremo devido conhecimento sobre os conceitos de ética que a regem. Deixo igualmente aosresponsáveis pela regulamentação do exercício profissional da medicina dentária, o desafio departiciparem igualmente na avaliação dos conhecimentos que os futuros profissionais têm sobreética no exercício da nossa “mui nobre profissão”. Deste modo, poderá contribuir-se para umamudança nas atitudes daqueles que persistem em encarar de forma distorcida a nossaprofissão, não contribuindo em nada para a dignificação da mesma.Para o bem da medicina dentária e da saúde dos utentes, não podemos, nem devemos,esquecer que existe uma parte do sucesso profissional que é indissociável do nossocomportamento ético… e humano!

Sandra Gavinha

Médica dentista

Editorial

Na formação emmedicina dentáriaa transmissão do

conhecimentosobre os aspetoslegais e normati-

vos deve iniciar-semuito antes do

contato do alunocom o exercício

profissional

FORMAÇÃO& CIÊNCIA

Page 20: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

2 I omd

O QUE SÃO AS DOENÇAS PERI-IMPLANTARES?

Atualmente existe evidência científica que demonstra excelentes resultados do tratamento com implantesna reabilitação de desdentados totais e parciais. No entanto, as doenças peri-implantares são umarealidade. O termo coletivo doenças peri-implantares designa as reações inflamatórias nos tecidos adjacentes aum implante e engloba duas principais entidades: a mucosite e a peri-implantite. As suas definições foram inicialmente propostas no 1º Workshop Europeu em Periodontologia(Albrektsson e Isidor, 1994), tendo sido posteriormente simplificadas no 6º Workshop Europeu emPeriodontologia (Zitzmann e Berglundh, 2008). Assim, o termo mucosite peri-implantar foi definido comouma inflamação na mucosa ao redor de um implante onde não existem sinais de perda de osso desuporte (Zitzmann e Berglundh, 2008) e a peri-implantite implica, para além da inflamação na mucosa,uma perda progressiva de osso de suporte posterior ao processo biológico de remodelação óssea (Sanze Chapple, 2012).

ARTIGO DE REVISAO

DOENÇAS PERI-IMPLANTARES: O QUE SABEMOS E O QUE NÃO SABEMOSJOÃO BRANCO, SUSANA NORONHA

Figura 1

Ortopantomografia de uma

paciente na qual foram

diagnosticadas peri-implantites

em todos os implantes colocados

em ambas as arcadas.

Page 21: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Número 19 • novembro 2013 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I FORMAÇÃO & CIÊNCIA

omd I 3

Figuras 2 e 3

Cirurgia realizada no maxilar

inferior para explantação dos

implantes previamente colocados

e regeneração dos defeitos

residuais.

QUAL A VERDADEIRA PREVALÊNCIA DAS DOENÇAS PERI-IMPLANTARES?

Apesar dos implantes dentários serem utilizados como procedimento de rotina há mais de 25 anos notratamento de pacientes total e parcialmente edêntulos, o desenho de estudos clínicos que avaliam osresultados deste tipo de tratamento, na maioria dos casos, é de carácter longitudinal e inclui um reduzidonúmero de pacientes.Com o objetivo de recolher informação suficiente para determinar a verdadeira prevalência das doençasperi-implantares, é preferível uma abordagem epidemiológica com recurso a estudos seccionais cruzadoscom amostras maiores. Uma vez que são poucos os estudos presentes na literatura com taiscaraterísticas, a prevalência destas condições é difícil de estimar. Para além disso, as definiçõesinconsistentes das doenças peri-implantares, os critérios de diagnóstico utilizados e os valores limiteestabelecidos pelos diferentes autores para a profundidade de sondagem e perda óssea radiográfica,

Page 22: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

4 I omd

variam grandemente levando a uma variação na prevalência desta condição entre os estudos. Relativamente à mucosite peri-implantar, se a hemorragia à sondagem for utilizada como critério dediagnóstico, a prevalência reportada pelos vários estudos apresenta um valor elevado (Lekholm e cols.,1986; Roos-Jansåker e cols., 2006a,b,c; Fransson e cols., 2008). Roos-Jansåker e cols., (2006b)chamaram a atenção para o facto de que se tivessem utilizado os estritos critérios definidos no PrimeiroWorkshop Europeu de Periodontologia, apenas 30% dos implantes incluídos no seu estudo teriam sidodiagnosticados como tendo mucosite (ao invés dos 48% por estes autores reportado).No que diz respeito à prevalência de peri-implantite, a revisão de Zitzman and Berglundh (2008) verificouque ao nível do paciente os valores variavam entre os 28% e 77% e ao nível dos implantes entre 12% e43% ao longo de 5 a 10 anos. Fransson e cols., (2005) basearam-se na evidência radiográfica de perdaóssea progressiva e verificaram que 27% dos pacientes e 12.4% dos implantes tinham desenvolvido peri-implantite.Apesar destas limitações, tendo em conta os indicadores de risco identificados como tendo uma evidênciasubstancial de associação a estas doenças, bem como o número continuamente crescente de implantescolocados na prática clínica diária, é razoável antecipar uma prevalência crescente de peri-implantite, aqual só vem sublinhar a necessidade de uma terapia previsível a médio e longo prazo.

QUAL A ETIOLOGIA DAS DOENÇAS PERI-IMPLANTARES?As doenças peri-implantares resultam de um desequilíbrio entre a carga bacteriana e a resposta dohospedeiro (Heitz-Mayfield, 2008). À semelhança das doenças periodontais, o factor etiológico principalpara o desenvolvimento das doenças peri-implantares é a colonização bacteriana sob a forma de umbiofilme (Mombelli e cols., 1988; Becker e cols., 1990; Pontoriero e cols., 1994; Mombelli 2002).De facto, a microflora do sulco peri-implantar associada a uma mucosa saudável ou inflamada ésemelhante à microflora encontrada em saúde periodontal ou gengivite, respetivamente (Mombelli ecols., 1995; Leonhardt e cols., 1999). Da mesma forma, existe uma analogia entre a microflora de lesõesperi-implantares e a microflora caraterística de bolsas periodontais profundas (Van Winkelhoff e cols.,2000), onde predominam as espécies anaeróbias gram negativas. Mais recentemente, a espécieStaphylococcus aureus tem sido sugerida como um importante patógeno na iniciação da peri-implantite(Heitz-Mayfield e Lang, 2010; Leonhardt e cols., 1999). Esta espécie, normalmente ausente na microfloraperiodontal, apresenta grande capacidade de adesão ao biofilme peri-implantar. A sua autolisina é umfator chave para a colonização precoce da superfície peri-implantar, sendo bastante difícil de erradicaruma vez que se encontra normalmente em biofilmes muito bem organizados (Lang e cols., 2008).Estudos clínicos em humanos demonstram que, em pacientes parcialmente edêntulos reabilitados comimplantes, a presença de bolsas periodontais com altas percentagens de bactérias patogénicas podeinfluenciar a colonização do sulco peri-implantar. Os autores referem que, entre os 3 e 6 meses após acolocação de implantes, as bactérias inicialmente detetadas nas bolsas periodontais podem colonizar osulco peri-implantar (Mombelli e cols., 1995; Leonhardt e cols., 1999).Por outro lado, nos pacientes totalmente edêntulos, a colonização do sulco peri-implantar parece terorigem nos microrganismos provenientes da saliva e de outros nichos intraorais, sendo que, duassemanas após a colocação de implantes é possível detetar uma microflora predominantemente grampositiva, semelhante à encontrada em saúde gengival (Mombelli e cols., 1998).

COMO SE DESENVOLVEM AS LESÕES PERI-IMPLANTARES?A análise histológica realizada a partir de biópsias humanas revela que o infiltrado celular inflamatóriode localizações com mucosite peri-implantar é dominado por células T, à semelhança do encontrado emsituações de gengivite e a sua extensão apical está restrita à barreira epitelial (Zitzmann e cols., 2001;Berglundh e cols., 1992). Apesar de partilhar várias semelhanças com a periodontite quer na etiologia bacteriana quer nasubsequente resposta imuno-inflamatória, a taxa de progressão da doença e o grau de severidade dossinais inflamatórios para a peri-implantite poderão ser diferentes. Na peri-implantite, o infiltradoinflamatório estende-se para apical do epitélio da bolsa e contêm uma grande proporção de plasmócitos

Page 23: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Número 19 • novembro 2013 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I FORMAÇÃO & CIÊNCIA

omd I 5

e linfócitos, mas também neutrófilos polimorfonucleares e macrófagos em elevado número (Gualini eBerglundh, 2003; Berglundh e cols., 2004). Porém, estudos em animais revelam que, ao contrário das lesões periodontais, as quais se encontramseparadas do osso alveolar por uma zona de tecido conjuntivo não inflamado, as lesões peri-implantaresestendem-se até e envolvem os espaços medulares do osso alveolar, exibindo deste modo, um diferentepadrão de progressão (Lindhe e cols., 1992). Outra caraterística observada após a remoção de ligadurasutilizadas para a indução experimental de peri-implantite, foi uma progressão contínua e espontânea dadoença com perda óssea adicional. Todos os implantes pareceram ser suscetíveis à peri-implantite (Albouye cols., 2008, 2009). Desta forma, o objetivo primário no tratamento da peri-implantite é semelhante aotratamento da mucosite peri-implantar: a eliminação do biofilme da superfície do implante.

QUAIS SÃO OS INDICADORES DE RISCO PARA AS DOENÇAS PERI-IMPLANTARES?

Uma série de estudos seccionais cruzados têm investigado potenciais indicadores de risco para asdoenças peri-implantares. Tendo em conta o grau de evidência sustentado pela literatura destacam-setrês níveis: os indicadores de risco de evidência substancial, os de evidência limitada e os de evidênciapouco clara (Heitz-Mayfield, 2008). Os indicadores de evidência substancial são: • Má Higiene Oral - Ferreira e cols., 2006 e Lindquist e cols., 1997 mostram uma clara associação entre

má higiene oral e o desenvolvimento de lesões peri-implantares.• História de Periodontite – várias revisões sistemáticas mostram que indivíduos com história de

periodontite apresentam um risco aumentado de doença peri-implantar comparativamente a pacientesperiodontalmente saudáveis (Van der Weijden e cols., 2005; Schou e cols., 2006; Karoussis e cols.,2007; Quirynen e cols., 2007).

• Hábitos Tabágicos - Vários estudos relatam uma incidência superior de peri-implantite em pacientesfumadores em comparação com pacientes não fumadores, com odds ratios de 3.6 a 4.6 (Strietzel ecols., 2007; Klokkvold e Han, 2007; Hinode e cols., 2006; Heitz-Meifield e cols., 2009).

Os indicadores de risco de evidência limitada são:• Diabetes – Apesar da associação entre a diabetes e a perda do implante ter sido focada em várias

revisões sistemáticas (Kotsovilis e cols., 2006; Mombelli e Cionca, 2006), existe apenas um estudoque descreve a diabetes como indicador de risco para a peri-implantite (Ferreira e cols., 2006). Segundoestes autores, um pobre controlo metabólico está associado com um maior risco de peri-implantite.Todavia, mais estudos prospetivos são necessários para clarificar esta potencial associação.

• Consumo de Álcool – o único estudo que refere o álcool como indicador de risco para a infeção peri-implantar é o de Galindo-Moreno (2005), segundo o qual a perda de osso marginal peri-implantar foisignificativamente associada com um consumo diário de álcool superior a 10 g.

Por último, os indicadores de evidência pouco clara são:• Fatores Genéticos – O estudo de Laine e cols. (2006), mostra uma associação significativa entre o

polimorfismo do gene do IL-1RN e a peri-implantite, sugerindo-o como um potencial indicador de riscopara esta condição; por outro lado, vários estudos falham em demonstrar uma associação entre váriosfatores genéticos e a peri-implantite (Wilsson e Nunn, 1999; De Boever e De Boever, 2006; Lachmanne cols., 2007); outros estudos mostram um sinergismo entre fatores genéticos e tabaco (Feloutzis ecols., 2003; Gruica e cols., 2004; Jansson e cols., 2005).

• Superfície Implantar - estudos incluindo implantes com diferentes superfícies num mesmo pacienteverificaram uma frequência de peri-implantite superior em implantes com superfície rugosacomparativamente a implantes com superfície lisa (Astrand e cols., 2004); implantes com superfíciemoderadamente rugosa (a atualmente utilizada na maioria dos implantes comercializados) apresentamalterações no nível ósseo semelhantes a implantes com superfície lisa (Wenneström e cols., 2004).

Page 24: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

6 I omd

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS PERI-IMPLANTARES?Um correto e precoce diagnóstico é crítico para o estabelecimento de uma abordagem terapêuticaadequada, uma vez que esta se tem revelado não previsível, muitas vezes complexa e difícil de executar.Estudos clínicos e experimentais têm identificado vários critérios de diagnóstico relevantes que incluemparâmetros clínicos, como a sondagem peri-implantar, a hemorragia após sondagem e a supuração, mastambém uma avaliação radiográfica do nível ósseo peri-implantar (Heitz-Mayfield, 2008).A sondagem é fundamental para o diagnóstico das doenças peri-implantares. Um aumento daprofundidade de sondagem ao longo do tempo está associado com perda de inserção e de suporte ósseo(Lang e cols., 1993; Schou e cols., 1993a,b). É importante realizar um registo inicial da sondagem peri-implantar assim que a restauração final écolocada. É a alteração deste valor ao longo do tempo que assume maior importância e não os valoresobtidos inicialmente uma vez que os implantes podem ter sido colocados mais apicalmente para ummelhor resultado estético resultado numa profundidade de sondagem inicial maior. Por outro lado, a presença de hemorragia à sondagem ligeira (0.25N), sinónimo de inflamação nos tecidosperi-implantares, está sempre presente em situação de doença peri-implantar (Zitzmann e Berglundh,2008). Este parâmetro pode ser utilizado como um preditor para perda do tecido de suporte (Jepsen ecols., 1996). Não menos importante é a presença de supuração, resultado de uma infeção e lesão inflamatória,frequentemente associada com perda do osso de suporte peri-implantar (Roos-Jansåker e cols., 2006b). A avaliação radiográfica do nível ósseo peri-implantar é fundamental para o diagnóstico da lesão. Defacto um diagnóstico de peri-implantite está associado à presença de qualquer grau de perda ósseadetetável após a remodelação óssea inicial que se segue à colocação do implante. No entanto, isto sópoderá ser aplicado para os casos onde foi feita uma radiografia inicial e outra na altura de colocação dasupraestrutura. Nos casos em que radiografia inicial não é feita, é recomendável contemplar um valormáximo de 2 mm de distância vertical desde a nova posição da crista óssea após remodelação comolimite para o diagnóstico da peri-implantite. (Sanz e Chapple, 2012). É ainda importante referir que a presença de perda óssea e profundidade de sondagem aumentadaisoladamente poderão não ser suficientes para chegar a um diagnóstico de peri-implantite. A perda ósseapoderá ser o resultado inúmeras causas não bacterianas, entre elas: técnica cirúrgica, espessura dacrista óssea, prótese/pilar soltos, carga oclusal excessiva, entre outras. Deste modo, os referidos parâmetros clínicos complementados por um exame radiográfico adequado,deverão ser avaliados regularmente para o diagnóstico precoce das doenças peri-implantares.

QUAIS AS ABORDAGENS DE TRATAMENTO DISPONÍVEIS?As terapias que têm sido propostas para a abordagem das doenças peri-implantares parecem serbaseadas na evidência disponível para o tratamento da periodontite. Os objetivos principais do tratamento são a eliminação da lesão inflamatória, deter a progressão dadoença e manter o implante em função com os tecidos peri-implantares saudáveis.Esforços têm sido feitos para determinar o protocolo ideal de tratamento para alcançar a completaresolução da lesão de peri-implantite. Assim, várias abordagens de tratamento, desde as maisconservadoras às técnicas ressetivas, passando pelos protocolos regeneradores, têm sido investigadosem conjunto com vários métodos de descontaminação adicional da superfície implantar.O desenho dos implantes, juntamente com os vários tipos de superfícies implantares modificadas podemfacilitar a formação do biofilme bacteriano se expostos ao ambiente oral. Desta forma, a eliminação dacarga bacteriana da superfície implantar constitui o elemento básico para o tratamento da peri-implantite(Renvert e cols., 2008). Porém, uma redução da carga bacteriana a um nível compatível com a cicatrização dos tecidos é difícilde alcançar com uma abordagem puramente mecânica. De facto, a evidência disponível na literaturaparece demonstrar que o tratamento mecânico per se poderá não ser suficiente para a remoção da cargabacteriana das superfícies implantares com bolsas peri-implantares ≥ 5mm (Kotsovilis e cols., 2008;Renvert e cols., 2008).Assim, terapias coadjuvantes com antibióticos, antissépticos e a utilização de laser têm sido propostas

Page 25: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Número 19 • novembro 2013 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I FORMAÇÃO & CIÊNCIA

omd I 7

de forma a melhorar as opções de tratamento não cirúrgico da mucosite e da peri-implantite. Até à data, a evidência disponível sugere que a mucosite pode ser eficazmente tratada se detetadaprecocemente e quando combinada com uma abordagem não cirúrgica eficaz. (Pontoriero e cols., 2004;Salvi e cols., 2012). A revisão sistemática de Muthukuru e cols. (2012) sugere que o desbridamentosubmucoso associado ao tratamento coadjuvante com antibióticos locais, jacto de ar com pó de glicinaou laser Er:YAG poderão reduzir os sinais de inflamação da mucosa peri-implantar, nomeadamente aredução da profundidade de sondagem e localizações com hemorragia à sondagem, numa extensãosuperior ao desbridamento submucoso com irrigação submucosa com digluconato de clorhexidinarealizados isoladamente.O tratamento das peri-implantites poderá também incluir uma abordagem cirúrgica, ressetiva ouregeneradora. A cirurgia de retalho favorece um desbridamento e descontaminação da superfícieimplantar mais eficaz.O tratamento cirúrgico ressetivo está geralmente indicado para implantes colocados em zonas nãoestéticas. (Chen e Darby, 2003). Os estudos animais indicam que o desbridamento cirúrgico associado a qualquer um dos vários métodosde descontaminação da superfície do implante é mais eficaz que o tratamento mecânico isolado. Estesestudos mostram que esta abordagem conduz a uma resolução da lesão peri-implantar, promove opreenchimento ósseo e pode resultar em re-osteointegração, com melhores resultados em implantes desuperfícies rugosas (Persson e cols., 2004; Sennerby e cols., 2005). Por outro lado, os estudos em humanos são escassos, com metodologias díspares, sendo difícil chegara conclusões. Um dos estudos que avalia o tratamento cirúrgico ressectivo associado à descontaminaçãoda superfície implantar refere resolução da lesão em apenas pouco mais de metade dos implantes(Leonhardt e cols., 2003). Os estudos clínicos de Romeu e cols. (2005, 2007), controlados e randomizados concluíram que osprocedimentos ressetivos complementados com implantoplastia poderão ter uma influência positiva nastaxas de sobrevivência de implantes com superfície rugosa afetados por peri-implantite bem como nosparâmetros clínicos peri-implantares, tais como profundidade de sondagem, supuração e hemorragia àsondagem. A realização de procedimentos regenerativos tais como técnicas de enxertos ósseos, com ou semmembranas, tem demonstrado vários graus de sucesso. Porém, tem que ser salientado que tais técnicasnão visam a re-osteointegração mas apenas uma tentativa para preencher o defeito ósseo resultante dalesão peri-implantar (Claffey e cols., 2008). O uso combinado de materiais de enxerto, com ou sem membranas, resultou em quantidades variáveisde preenchimento ósseo e re-osteointegração (You e cols., 2007). Contudo, este efeito parece serinfluenciado pelo tamanho e morfologia do defeito peri-implantar (Claffey e cols., 2008).O estudo de Schwartz e cols. (2006), incluído na revisão sistemática de Esposito e cols. (2012),demonstrou que quer a utilização de hidroxiapatite ou regeneração óssea guiada (xenoenxerto de origembovina e membrana de colagénio) levaram a uma melhoria clinica significativa de todos os parâmetrosclínicos avaliados ao final de 6 meses. Após 2 anos, ambas as modalidades de tratamento continuarama mostrar-se eficazes na redução da profundidade de sondagem e ganho de inserção clínica. Apesar de ainda não existir um plano terapêutico bem definido e com garantias de sucesso, um protocoloconsensual, à luz da limitada evidência atual, foi apresentado por Mombelli e Lang (1998). Este protocoloconsiste numa abordagem sistemática para a prevenção e tratamento da doença peri-implantar e édesignado por Cumulative Interceptive Supportive Therapy – CIST. Inclui 4 modalidades de tratamento (A – Tratamento Mecânico; B – Tratamento anti-séptico; C –Tratamento antibiótico e D – Cirurgia regenerativa ou de acesso/ressectiva), que devem ser usadassequencialmente e de uma forma cumulativa, dependendo da extensão da lesão. A base desta abordagem é uma análise regular do paciente reabilitado com implantes e a avaliaçãorepetida dos seguintes parâmetros chave em torno de cada implante: 1. Presença ou ausência de placabacteriana, 2. Presença ou ausência de hemorragia à sondagem (BOP), 3. Presença ou ausência desupuração, 4. Presença de bolsas peri-implantares (PS) e 5. Evidência radiográfica de perda óssea

Page 26: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

8 I omd

A - Tratamento MecânicoTipicamente indicado quando placa bacteriana e hemorragia à sondagem estão presentes, mas asprofundidades de sondagem são inferiores a 3mm. Os pacientes são reinstruídos para um adequadocontrolo de placa bacteriana e motivados para iniciarem e/ou continuarem a terapia de manutenção. O tratamento mecânico é realizado usando curetas não metálicas (curetas de plástico ou fibras decarbono) e/ou aparelhos ultra-sónicos com pontas de fibras de carbono ou revestidas com plástico ouainda através de laser Er:YAG. O polimento é feito mediante a utilização de uma taça ou cone de borrachae pasta de polimento não abrasiva.

B- Tratamento AntissépticoNa presença de profundidades de sondagem de 4 a 5 mm, para além do tratamento mecânico, érealizado também um controlo químico de placa bacteriana através da utilização de clorohexidina,tipicamente na forma de bochechos a 0,12%-0,2% (10 ml), aplicação local de gel de clorohexidina (0,2%)e/ou irrigação local com clorohexidina (0,2%), 2 vezes ao dia por 3 a 4 semanas.

C – Tratamento AntibióticoO tratamento antibiótico local ou sistémico é iniciado quando as profundidades de sondagem sãosuperiores a 5mm. Além disso, deve usar-se uma radiografia para confirmar (complementar) os achadosclínicos sugestivos de perda óssea. O tratamento sistémico típico é feito com ornidazol (1.000mg 1x/diax 1) ou metronidazol (250mg 3x/dia x 3) por 10 dias, ou uma combinação de amoxicilina (375mg 3x/diax 3) e metronidazol (250mg 3x/dia x 3) por 10 dias. O tratamento local pode incluir a aplicação local de antibióticos como o gel de metronidazol ou usandoum dispositivo de libertação controlada, por 10 dias, por exemplo, fibras de tetraciclina ou microesferasde minociclina.

D – Tratamento Regenerador ou RessetivoApenas se a infeção tiver sido controlada, evidenciada pela ausência de supuração e redução do edema,é razoável ponderar o tratamento regenerador ou ressetivo. Dependendo de considerações estéticas ecaraterísticas morfológicas da lesão pode optar-se pelo tratamento regenerador, que tem por objetivorestaurar o suporte ósseo do implante através da remodelação dos tecidos moles peri-implantares e/ouda arquitetura óssea. De acordo com o protocolo CIST, lesões de peri-implantite com mais de 2mm de perda óssea requeremterapia inicial seguida de cirurgia regenerativa ou de acesso ou mesmo ressetiva. Se for escolhido umtratamento regenerador, pode optar-se por uma técnica com membrana isolada ou em combinação comenxertos autógenos e/ou substitutos ósseos.

A cirurgia ressetiva pode ser considerada quando o defeito peri-implantar não for aceitável para técnicasregeneradoras e consiste essencialmente no reposicionamento apical do retalho seguido de osteoplastiaem torno do defeito.

E – Explantação Remoção do implante como consequência da perda completa de osteointegração.

QUAIS AS ABORDAGENS DE TRATAMENTO MAIS EFICAZES?Atualmente, não existe evidência disponível que indique qual a abordagem mais eficaz no tratamento daperi-implantite. Tal não significa que as abordagens atualmente utilizadas não são eficazes.No que diz respeito à terapia não cirúrgica, esta não tem demonstrado resultados favoráveis econsistentes no tratamento da peri-implantite (Lindhe e cols., 2008; Esposito e cols., 2012). Apesar da associação de antibióticos locais, jacto de ar com pó de glicina ou laser Er:YAG aodesbridamento submucoso poder resultar numa maior redução dos sinais de inflamação da mucosaperi-implantar, comparativamente ao desbridamento submucoso com irrigação submucosa comdigluconato de clorhexidina, não é claro se as modestas melhorias alcançadas a nível dos parâmetrosclínicos durante os primeiros meses são passíveis de serem mantidas ao longo do tempo (Kotsovilis e

Page 27: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Número 19 • novembro 2013 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I FORMAÇÃO & CIÊNCIA

omd I 9

cols., 2008; Renvert e cols., 2008). Além disso são necessários mais estudos clínicos a longo prazo,controlados e randomizados para avaliar a eficácia do tratamento não cirúrgico na progressão da perdaóssea e taxas de sucesso dos implantes dentários.Relativamente ao tratamento cirúrgico das peri-implantites, têm sido propostas diferentes abordagens,as quais têm demonstrado resultados promissores (Froum e Rosen, 2012; Roos-Jansaker e cols., 2011).No entanto, não existe evidência disponível que indique qual a abordagem cirúrgica mais eficaz notratamento deste tipo de lesão.A revisão sistemática de Esposito e cols., (2012) não encontrou evidência que suporte a utilização deabordagens mais complexas e dispendiosas em detrimento do desbridamento mecânico profundo aoredor dos implantes afetados. Follow-ups maiores que um ano sugerem ainda a recorrência da peri-implantite até 100% dos implantes previamente tratados, independentemente do tipo de tratamento.Assim, dado o carácter crónico desta patologia, o seu retratamento pode ser uma realidade.

AFINAL, O QUE SABEMOS E O QUE AINDA NÃO SABEMOS?• Poucos são os estudos que fornecem dados sobre a prevalência das doenças peri-implantares. No

entanto, os que existem e que obedecem a um desenho adequado, mostram prevalências bastanteaumentadas destas condições, salientando assim a importância do estabelecimento de um diagnósticoprecoce e de uma terapia previsível a médio e longo prazo.

• Até à data, a literatura sugere como indicadores de risco com evidência substancial para a doençaperi-implantar a má higiene oral, história de periodontite e o tabaco.

• O diagnóstico das doenças peri-implantares assenta fundamentalmente na análise de parâmetrosclínicos, como a presença de hemorragia à sondagem, aumento da profundidade de sondagem epresença de supuração, bem como na avaliação radiográfica do nível ósseo peri-implantar. Se não fordiagnosticada, a doença peri-implantar pode conduzir à completa perda da osteointegração econsequente perda do implante.

• Continuam ainda por esclarecer quais as estratégias terapêuticas mais eficazes para o tratamento daslesões peri-implantares tendo em conta a sua morfologia, extensão e severidade. Contudo, asmodalidades terapêuticas atualmente implementadas fornecem um benefício considerável para aprática clínica.

• A peri-implantite não é sinónimo de perda do implante.

BIBLIOGRAFIAAlbouy JP, Abrahamsson I, Persson LG, Berglundh T. Spontaneous progression of peri-implantitis at different types ofimplants. An experimental study in dogs. I: Clinical and radiographic observations. Clin Oral Implants Res 2008;19:997-1002.39. Albouy JP, Abrahamsson I, Persson LG, Berglundh T. Spontaneous progression of ligatured-induced periimplantitisat implants with different surface characteristics. An experimental study in dogs II: Histological observations. Clin OralImplants Res 2009;20:366-371.Albrektsson, T. & Isidor, F. (1994) Consensus report: implant therapy. In: Lang, N. P. & Karring, T. (eds). Proceedingsof the 1st European Workshop on Periodontology, pp. 365–369. Berlin: Quintessence.Astrand, P., Engquist, B., Anzen, B., Bergendal, T., Hallman, M., Karlsson, U., Kvint, S., Lysell, L. & Rundcranz, T. (2004)A three year follow-up report of a comparative study of ITI Dental Implants and Branemark System implants in thetreatment of the partially edentulous maxilla. Clinical Implant Dentistry and Related Research 6, 130–141.Becker, W., Becker, B. E., Newman, M. G. & Nyman, S. (1990) Clinical and microbiologic findings that may contributeto dental implant failure. International Journal of Oral and Maxillofacial Implants 5, 31–38.Berglundh, T., Lindhe, J., Marinello, C., Ericsson, I. & Liljenberg, B. (1992) Soft tissue reaction to de novo plaqueformation on implants and teeth. An experimental study in the dog. Clinical Oral Implants Research 3, 1–8.Berglundh, T., Gislason, O., Lekholm, U., Sennerby, L. & Lindhe, J. (2004) Histopathological observations on humanperiimplantitis lesions. Journal of Clinical Periodontology 31, 341–347.Claffey N, Clarke E, Polyzois I, Renvert S: Surgical treatment of peri-implantitis. J Clin Periodontol 2008; 35 (Suppl. 8):316–332.Chen S, Darby I (2003). Dental implants: Maintenance, care and treatment of peri-implant infection. Aust Dent J 48:212-220.Esposito M, Grusovin MG, Worthington HV. Treatment of peri-implantitis: What interventions are effective? A Cochranesystematic review. Eur J Oral Implantol 2012;5(Suppl.):S21-S41.

Page 28: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

10 I omd

Feloutzis, A., Lang, N. P., Tonetti, M. S., Bürgin, W., Brägger, U., Buser, D., Duff, G. W. & Kornman, K. S. (2003) IL-1 genepolymorphism and smoking as risk factors for peri-implant bone loss in a well-maintained population. Clinical OralImplants Research 14, 10–17.Ferreira, S. D., Silva, G. L., Cortelli, J. R., Costa, J. E. & Costa, F. O. (2006) Prevalence and risk variables for peri-implantdisease in Brazilian subjects. Journal of Clinical Periodontology 33, 929–935.Fransson, C, Lekholm U, Jemt T, Berglundh T (2005). Prevalence of subjects with progressive bone loss at implants.Clin Oral Impl Res 16: 440-446.Fransson C, Wennström J, Berglundh T (2008). Clinical characteristics at implants with a history of progressive boneloss. Clin Oral Impl Res 19: 142- 147.Froum SJ, Rosen PS. A proposed classification for periimplantitis. Int J Periodontics Restorative Dent 2012; 32:533-540.Galindo-Moreno, P., Fauri, M., Avila-Ortiz, G., Fernandez-Barbero, J. E., Cabrera-Leon, A. & Sanchez-Fernandez, E.(2005) Influence of alcohol and tobacco habits on peri-implant marginal bone loss: a prospective study. Clinical OralImplants Research 16, 579–586.Gruica, B., Wang, H. Y., Lang, N. P. & Buser, D. (2004) Impact of IL-1 genotype and smoking status on the prognosis ofosseointegrated implants. Clinical Oral Implants Research 15, 393–400.Gualini, F. & Berglundh, T. (2003) Immuno-histochemical characteristics of inflammatory lesions at implants. Journalof Clinical Periodontology 30, 14–18.Heitz-Mayfield LJA. Peri-implant diseases: diagnosis and risk indicators. J Clin Periodontol 2008; 35 (Suppl. 8): 292–304. Heitz-Mayfield LJA, Lang NP (2010). Comparative biology of chronic and aggressive periodontitis vs. peri-implantitis.Periodontology 2000 53: 167-181.Jansson, H., Hamberg, K., De Bruyn, H. & Brattha, G. (2005) Clinical consequences of IL-l genotype on early implantfailures in patients under periodontal maintenance. Clinical Implant Dentistry Related Research 1, 51–59.Karoussis, I. K., Kotsovilis, S. & Fourmousis, I. (2007) A comprehensive and critical review of dental implant prognosisin periodontally compromised partially edentulous patients. Clinical Oral Implants Research 18, 669–679.Kotsovilis S, Karoussis IK, Trianti M, Fourmousis I. Therapy of peri-implantitis: a systematic review. J Clin Periodontol2008; 35: 621–629.Kullman, L., Al-Asfour, A., Zetterqvist, L. & Andersson, L. (2007) Comparison of radiographic bone height assessmentsin panoramic and intraoral radiographs of implant patients. The International Journal of Oral and Maxillofacial Implants22, 96–100.Lachmann, S., Kimmerle-Muller, E., Axmann, D., Scheideler, L., Weber, H. & Haas, R. (2007) Associations betweenperi-implant crevicular fluid volume, concentrations of crevicular inflammatory mediators, and composite IL-1A 889 andIL-1B 13954 genotype. A cross-sectional study on implant recall patients with and without clinical signs of peri-implantitis. Clinical Oral Implants Research 18, 212–223.Laine ML, Leonhardt A, Roos-Jansåker AM, Peña AS, van Winkelhoff AJ, Winkel EG, Renvert S. IL-1RN genepolymorphism is associated with peri-implantitis. Clinical Oral Implants Researche. 2006 Aug;17(4):380-5.Lang, N. P., Bragger, U., Walther, D., Beamer, B. & Kornman, K. (1993) Ligature-induced peri-implant infection incynomolgus monkeys. I. Clinical and radiographic findings. Clinical Oral Implants Research 4, 2–11.Lang, N. P., Wetzel, A. C., Stich, H. & Caffesse, R. G. (1994) Histologic probe penetration in healthy and inflamed peri-implant tissues. Clinical Oral Implants Research 5, 191–201.Lang NP, Mombelli A, Tonetti M, Brägger U, Hämmerle C. Clinical trials on therapies for periimplant infections. Annalsof Periodontol 1997;2:343-356Lekholm U, Adell R, Lindhe J, Bränemark P-I, Eriksson B, Rockler B, LindvallA-M, Yoneyama T (1986). Marginal tissuereactions at osseointegrated titanium fixtures: (II) A cross-sectionalretrospective study. Int J Oral Maxillofac Surg 15: 53-61.Leonhardt A, Renvert S, Dahlén G. Microbial findings at failing implants. Clinical Oral Implants Research. 1999Oct;10(5):339-45.Leonhardt, A., Dahlén, G. & Renvert, S. (2003) 5-year clinical, microbiological and radiological outcome followingtreatment of peri-implantitis in man. Journal of Periodontology 74, 1415–1422.Lindhe J, Berglundh T, Ericsson I, Liljenberg B, Marinello C. Experimental breakdown of peri-implant and periodontaltissues. A study in the beagle dog. Clinal Oral Implants Research. 1992 Mar;3(1):9-16.Lindhe J, Meyle J (2008). Peri-implant diseases: Consensus report of the sixth European workshop on periodontology.J Clin Periodontol 35: S282-285.Lindquist, L., Carlsson, G. & Jemt, T. (1997) Association between marginal bone loss around osseointegratedmandibular implants and smoking habits: a 10-year follow-up study. Journal of Dental Research 76, 1667–1674.Mombelli, A., Buser, D. & Lang, N. P. (1988) Colonization of osseointegrated titanium implants in edentulous patients.Early results. Oral Microbiology and Immunology 3, 113–120.Mombelli A, Marxer M, Gaberthüel T, Grunder U, Lang NP. The microbiota of osseointegrated implants in patients witha history of periodontal disease. Journal of Clinical Periodontology. 1995 Feb;22(2):124-30.

Page 29: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Número 19 • novembro 2013 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I FORMAÇÃO & CIÊNCIA

omd I 11

Mombelli A. Aging and the periodontal and peri-implant microbiota. Periodontology 2000. 1998 Feb;16:44-52. Mombelli A, Lang NP. The diagnosis and treatment of peri-implantitis. Periodontology 2000. 1998 Jun;17:63-76. Mombelli, A. (2002) Microbiology and antimicrobial therapy of peri-implantitis. Periodontology 2000 28, 177–189.Muthukuru M, Zainvi A, Esplugues EO, Flemmig TF. Non-surgical therapy for the management of peri-implantitis: asystematic review. Clin Oral Implants Res. 2012 Oct;23 Suppl 6:77-83. Persson, L. G., Mouhyi, J., Berglundh, T., Sennerby, L. & Lindhe, J. (2004) Carbon dioxide laser and hydrogen peroxideconditioning in the treatment of peri-implantitis: an experimental study in the dog. Clinical Implant Dentistry andRelated Research 6, 230–238.Pontoriero, R., Tonelli, M. P., Carnevale, G., Mombelli, A., Nyman, S. R. & Lang, N. P. (1994) Experimentally induced peri-implant mucositis. A clinical study in humans. Clinical Oral Implants Research 5, 254–259.Quirynen, M., Abarca, M., Van Assche, N., Nevins, M. & van Steenberghe, D. (2007) Impact of supportive periodontaltherapy and implant surface roughness on implant outcome in patients with a history of periodontitis. Journal ofClinical Periodontology 34, 805–815.Renvert S, Roos-Jansåker A-M, Claffey N. Non-surgical treatment of peri-implant mucositis and peri-implantitis: aliterature review. J Clin Periodontol 2008; 35 (Suppl.8): 305–315.Romeo E, Ghisolfi M, Murgolo N, Chiapasco M, Lops D, Giorgio V (2005). Therapy of peri-implantitis with resectivesurgery. A 3-year clinical trial on rough screw-shaped oral implants. Part I: clinical outcome. Clin Oral Impl Res 16: 9–18.Romeo E, Lops D, Chiapasco M, Ghisolfi M, Vogel G (2007). Therapy of peri-implantitis with resective surgery. A 3-yearclinical trial on rough screw-shaped oral implants. Part II: radiographic outcome. Clin Oral Impl Res 18: 179–187.Roos Jansåker AM, Lindahl C, Renvert H, Renvert S (2006a). Nine to fourteen year follow up of implant treatment. PartI: implant loss and associations to various factors. J Clin Periodontol 33: 283-289.Roos-Jansåker AM, Lindahl C, Renvert H, Renvert S (2006b). Nine-to fourteen-year follow-up of implant treatment.Part II: presence of peri-implant lesions. J Clin Periodontol 33: 290–295.Roos Jansåker AM, Renvert H, Lindahl C, Renvert S (2006c). Nine to fourteen year follow up of implant treatment. PartIII: factors associated with peri-implant lesions. J Clin Periodontol 33: 296-301.Roos-Jansåker AM, Lindahl C, Persson GR, Renvert S. Long-term stability of surgical bone regenerative proceduresof peri-implantitis lesions in a prospective case-control study over 3 years. J Clin Periodontol 2011;38:590-597.Sanz M, Chapple IL. Clinical research on peri-implant diseases: Consensus report of Working Group 4. J Clin Periodontol2012;39(Suppl. 12):202-206.Schou, S., Holmstrup, P., Reibel, J., Juhl, M., Hjorting-Hansen, E. & Kornman, K. S. (1993a) Ligature-induced marginalinflammation around osseointegrated implants and ankylosed teeth: stereologic and histologic observations incynomolgus monkeys (Macaca fascicularis). Journal of Periodontology 64, 529–537.Schou, S., Holmstrup, P., Stoltze, K., Hjorting Hansen, E. & Kornman, K. S. (1993b) Ligature-induced marginalinflammation around osseointegrated implants and ankylosed teeth. Clinical Oral Implants Research 4, 12–22.Schou, S., Holmstrup, P., Worthington, H. V. & Esposito, M. (2006) Outcome of implant therapy in patients with previoustooth loss due to periodontitis. Clin Oral Implants Research 17 (Suppl. 2), 104–123.Schwarz F, Bieling K, Latz T, Nuesry E, Becker J (2006b). Healing of intrabony peri-implantitis defects followingapplication of a nanocristalline hydroxyapatite (Ostim™) or a bovine-derived xenograft (Bio-Oss™) in combination witha collagen membrane (Bio-Gide™). A case series. J Clin Periodontol 33: 491–499.Sennerby, L., Persson, L. G., Berglundh, T., Wennerberg, A. & Lindhe, J. (2005) Implant stability during initiation andresolution of experimental peri-implantitis: an experimental study in the dog. Clinical Implant Dentistry and RelatedResearch 7, 136–140Strietzel, F. P., Reichart, P. A., Kale, A., Kulkarni, M., Wegner, B. & Kuchler, I. (2007) Smoking interferes with the prognosisof dental implant treatment: a systematic review and meta-analysis. Journal of Clinical Periodontology 34, 523–544.Van der Weijden, G., van Bemmel, K. & Renvert, S. (2005) Implant therapy in partially edentulous, periodontallycompromised patients: a review. Journal of Clinical Periodontology 32, 506–511.van Winkelhoff AJ, Goené RJ, Benschop C, Folmer T. Early colonization of dental implants by putative periodontalpathogens in partially edentulous patients. Clin Oral Implants Res. 2000 Dec; 11 (6): 511-20.Wennström, J. L., Ekestubbe, A., Gröndahl, K., Karlsson, S. & Lindhe, J. (2004) Oral rehabilitation with implant-supported fixed partial dentures in periodontitis-susceptible subjects. A 5-year prospective study. Journal of ClinicalPeriodontology 31, 713–724.You, T., Choi, B., Zhu, S., Jung, J., Lee, S., Huh, J., Lee, H. & Li, J. (2007) Treatment of experimental peri-implantitisusing autogenous bone grafts and platelet-enriched fibrin glue in dogs. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology OralRadiology Endodontics 103, 34–37.Zitzmann, N. U., Berglundh, T., Marinello, C. P. & Lindhe, J. (2001) Experimental peri-implant mucositis in man. Journalof Clinical Periodontology 28, 517–523.Zitzmann NU, Berglundh T. Definition and prevalence of peri-implant diseases. Journal of Clinical Periodontology 2008;35 (Suppl. 8): 286–291.

Page 30: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

12 I omd

O aparecimento da técnica adesiva à estrutura dentária permitiu revolucionar os procedimentos clínicos

em diversas áreas e especialidades da medicina dentária [1]. Ao longo dos tempos tem-se assistido a um

enorme esforço, por parte dos fabricantes de produtos dentários e dos investigadores nesta área, no

desenvolvimento de novos produtos e técnicas que permitam uma maior eficácia na adesão e uma

simplificação dos procedimentos clínicos. Desta forma, surgem constantemente disponíveis no mercado

novos sistemas adesivos, facto que poderá tornar difícil e complexa a escolha do sistema adesivo mais

indicado para cada situação clínica.

O fenómeno de adesão, que envolve a atração de moléculas na interface de diferentes materiais,

pressupõe a existência de um substrato/aderente e de um adesivo. O substrato/aderente é o material

ao qual se pretende estabelecer a adesão (ex: esmalte, dentina, compósito, amálgama, liga metálica,

cerâmica). O adesivo é o material que promove a criação da interface. Uma adesão eficaz requer que a

interface criada seja estável quimicamente e apresente resistência mecânica adequada ao longo do

tempo [2].

A perda de retenção, descoloração, sensibilidade pós-operatória e cárie secundária são as consequências

diretas e frequentes de um deficiente mecanismo de adesão [3,4].

Como a dentisteria representa uma enorme percentagem dos procedimentos clínicos do médico dentista

generalista, o objetivo deste trabalho é a apresentação sumária dos sistemas disponíveis para

procedimentos adesivos, principalmente em dentisteria restauradora.

SISTEMAS ADESIVOS ATUAISOs sistemas adesivos atuais (Figura1) interagem com os tecidos dentários de duas formas distintas:

ARTIGO DE REVISAO

ATUALIDADES EM ADESIVOS DENTÁRIOSSOFIA ARANTES E OLIVEIRA, FILIPA CHASQUEIRA

Figura 1

Representação esquemática das

diferentes estratégias de adesão

dos sistemas comercializadas

atualmente. (condicionamento

ácido prévio – etch-and- rinse; ou

auto-condicionamento – self-

etch) e no número de passos

utilizados durante o

procedimento adesivo.

Page 31: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Número 19 • novembro 2013 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I FORMAÇÃO & CIÊNCIA

omd I 13

1) removendo a smear-layer, camada de resíduos originada pela instrumentação dos tecidos dentários,com a utilização de um ácido (sistemas etch-and-rinse) ou, 2) mantendo a smear-layer como substratopara a adesão, modificando-a apenas (sistemas self-etch)[5].

SISTEMAS ADESIVOS etch-and-rinSeO primeiro passo dos sistemas etch-and-rinse consiste no condicionamento ácido do substrato, utilizandohabitualmente ácido ortofosfórico com uma concentração entre 30 a 40%, durante 15 segundos [6]. Esteprocedimento, no esmalte, tem como objetivo o aumento a energia de superfície e a criação de micro-irregularidades que serão preenchidas pelo adesivo. A posterior polimerização in situ do adesivo permiteestabelecer retenção micro-mecânica ao esmalte [1,7]. Devido à natureza mais heterogênea da dentina, a adesão a este tecido é um processo mais complexo.Num primeiro passo, é realizado o condicionamento ácido da dentina que remove o conteúdo inorgânicoà superfície e expõe as fibras de colagénio. A fase seguinte consiste na substituição da água que ficaretida na rede, que estas fibras de colagénio formam, por resina. Nos sistemas adesivos etch-and-rinse

de 3 passos, esta segunda fase é realizada em dois passos. Primeiro é aplicado um primer (segundopasso), que por conter monómeros hidrofílicos e solventes, consegue penetrar na rede de colagéniohúmida preparando a dentina de forma a possibilitar o passo seguinte. Será então realizado o terceiropasso com a aplicação de resina hidrófoba, que penetra entre as fibras de colagénio [8]. A criação de umaestrutura designada por camada híbrida, constituída por colagénio, primer, resina e resíduos dehidroxiapatite tem sido apontada como a principal responsável pela adesão à dentina [9]. No entanto asuposta dificuldade e morosidade da técnica atrás descrita, com a aplicação de três componentes, levouos fabricantes a tentarem simplificar o procedimento, desenvolvendo os sistemas adesivos etch-and-

rinse de 2 passos, juntando o primer e a resina fluída num só líquido [5] (Figura1). Algumas limitações têm sido apontadas aos sistemas adesivos etch-and-rinse. O condicionamento dadentina com ácido fosfórico, promove a sua desmineralização numa profundidade que ronda os 8 a 10µm [10]. A penetração da resina numa camada tão espessa é por vezes difícil podendo dar origem a umazona de colagénio desmineralizado não suportado e protegido por resina [10]. O colagénio fica assim maissuscetível de sofrer degradação, o que compromete a longevidade da adesão [11,12]. Outra dificuldadecom que estes sistemas se depararam é necessidade de promover a adesão a um meio húmido, com aparticular dificuldade de estabelecer a humidade ideal que permita alcançar valores de adesãosatisfatórios [12]. Se a dentina tiver excesso de água, após a lavagem e secagem do ácido, poderá ocorrera diluição dos componentes do primer e da resina fluida[13]. Por outro lado, se houver uma secagemexcessiva, as fibras de colagénio deixarão de estar suportadas e colapsarão, impedindo a penetração daresina[14]. O solvente utilizado nos sistemas adesivos poderá atenuar este problema, uma vez que foiprovado que os mais permissivos em relação à hidratação da dentina desmineralizada são os que têmna sua constituição água que permite a reidratação do colagénio mesmo que ligeiramente colapsado[15]. Sistemas adesivos com solvente de acetona além de serem os mais sensíveis ao colapso do colagéniorevelaram-se extremamente voláteis e com necessidade de aplicação de várias camadas [16]

SISTEMAS ADESIVOS Self-etchOs sistemas adesivos self-etch surgiram com o objetivo de ultrapassar algumas das dificuldades sentidaspelos etch-and-rinse, mas também na tentativa de uma maior simplificação do procedimento clínico. Nestes sistemas self-etch não é realizado o condicionamento da dentina com ácido fosfórico. Porconterem monómeros acídicos, estes sistemas juntam no mesmo passo, o condicionamento ácido e oprimer (self-etch de dois passos, com a aplicação de uma resina fluida em separado) ou ocondicionamento ácido, o primer e o adesivo (self-etch de um passo – todos os componentes sãoaplicados de uma só vez, podendo ter, no entanto mais que uma solução que se tem de misturar) (Figura 1). A desmineralização do substrato é realizada de forma simultânea à penetração dos monómeros de resina.Previne-se assim o colapso das fibras de colagénio, uma vez que a humidade da dentina deixa de ser umfator crucial, e minimiza-se a espessura da camada de colagénio não protegido por resina [10,17]. Ossistemas self-etch estão também associados a menor sensibilidade pós-operatória [18] pelo facto da smear

layer não ser completamente removida [19]. No entanto, por formarem um padrão de desmineralização menos retentivo que o obtido com o ácido

Page 32: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

14 I omd

fosfórico dos sistemas etch-and-rinse, tem sido apontada, a ambos os tipos de sistemas adesivos self-

etch, uma menor resistência adesiva ao esmalte [20]. Mesmo os sistemas adesivos self-etch com pH maisbaixo, lançados no mercado com o objetivo de promover uma maior desmineralização da estruturadentária, não se têm mostrado muito eficazes no esmalte e promovem o aparecimento de compostosinstáveis dentro da camada híbrida que levam ao enfraquecimento da adesão na dentina [5]. Assim, o condicionamento seletivo do esmalte com ácido fosfórico, e apenas do esmalte, previamente àaplicação dos sistemas adesivos self-etch tem sido proposto por diversos autores [21]. A dentina não deveráser objeto de condicionamento com ácido fosfórico antes da aplicação de um adesivo self-etch porquepoderá implicar a não impregnação de todo o colagénio desmineralizado, e desta forma, reduzir aqualidade da adesão [6,21-23].Existem contudo exceções à performance dos sistemas adesivos self-etch. Vários estudos demonstramvalores de resistência adesiva elevados e bom desempenho clínico com determinados sistemas self-

etch, em particular um que contêm o monómero metacriloxidecil fosfato (MDP), (ClearfilSE Bond - Kuraray,Japão). Este monómero além de permitir uma maior estabilidade da adesão torna possível a uniãoquímica entre sistema adesivo e tecido dentário, através da ligação iónica com o cálcio da hidroxiapatite[6,21,23,24]. Aliás, segundo estudos clínicos, que avaliaram o comportamento clínico do adesivo self-etch dedois passos com MDP ao fim de 2 e 8 anos, não existe qualquer benefício no prévio condicionamentoácido seletivo do esmalte para a qualidade das restaurações adesivas com este sistema [21,23]

PROBLEMAS COMUNSOs sistemas adesivos etch-and-rinse de dois passos e self-etch de um passo possuem maior quantidadede monómeros hidrofílicos e não contemplam uma camada de resina hidrófoba sobre a camada híbrida(Figura 1). A camada híbrida funciona assim como uma membrana semipermeável, permitindo omovimento de água através da zona de adesão, mesmo após polimerização, com possívelcomprometimento da adesão [25]. A degradação da camada híbrida ao longo do tempo deve-se tanto à degradação da resina como àdesorganização do colagénio, ambos possivelmente por hidrólise [25]. A hidrólise é um processo químicode quebra de ligações covalentes entre cadeias de polímero através da adição de água às ligações éster,resultando na degradação da resina e, consequentemente, da camada híbrida [26]. Alguns autores têmsugerido alterações aos protocolos de aplicação dos sistemas etch-and-rinse de dois passos e self-etch

de um passo, de forma a aumentar a impregnação dos monómeros de resina na rede de colagénio,reduzir a degradação desta rede e reduzir a sorpção de água, de forma a alcançar maior durabilidade eintegridade da camada híbrida [27-29] Em duas revisões sistemáticas de estudos clínicos, uma realizadacom publicações de 1998 a 2004 [6] e a outra com publicações de 2004 a 2010 [30] ficaram comprovadosos melhores resultados clínicos obtidos pelos sistemas etch-and-rinse de 3 passos e self-etch de doispassos que contemplam a existência de uma camada de resina hidrófoba relativamente aos sistemasadesivos em que essa camada está ausente (etch and rinse de 2 passos e self-etch de um passo).Quando comparados clinicamente com os sistemas etch-and-rinse, os self-etch de um passo, levam auma mais rápida progressão da degradação marginal [31].

NOVOS SISTEMAS ADESIVOS “UNIVERSAIS”Recentemente, em 2011, surgiram novos sistemas adesivos designados universais ou “multi-mode” [32]

com várias aplicações clínicas, e várias formas de aplicação. (Figura 2). Segundo os respetivos fabricantes, os sistemas adesivos universais são indicados para estabelecer aadesão, não só ao esmalte e à dentina, como aos diversos materiais de restauração. Para além disso,um sistema adesivo universal deve ser capaz de na estrutura dentária ser aplicado sob a forma de sistemaetch-and-rinse de dois passos ou de self-etch de um passo ou ainda de self-etch precedido decondicionamento seletivo do esmalte.Na maior parte destes sistemas, os monómeros de metacrilato são parcialmente substituídos pormonómeros fosfatados, como o MDP já atrás mencionado, capazes de promover adesão química entreo adesivo e o substrato que parece ser um fator determinante para a estabilidade e durabilidade daadesão[33]. A interação química ocorre entre o MDP e a hidroxiapatite, formando uma nanocamada estávelque aumenta a resistência mecânica da interface adesiva. A deposição de sais de MDP e cálcio ao longo

Page 33: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Número 19 • novembro 2013 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I FORMAÇÃO & CIÊNCIA

omd I 15

destas nanocamadas pode explicar a elevada estabilidade da adesão promovida por este sistema self-

etch que foi comprovada tanto laboratorial como clinicamente [23,27].Um estudo laboratorial [34] que comparou várias propriedades da adesão efectuada por estes sistemascom a efetuada pelo sistema adesivo self-etch que contém MDP, revela ainda assim melhores resultadospara este último. O mesmo estudo[34] antecipa que a melhor performance do sistema self-etch pode serdevida à aplicação de uma camada hidrófoba que reforça o monómero MDP (por conter este monómerona sua constituição), e que não é aplicada com o adesivo universal estudado. Dos sistemas adesivos universais comercializados atualmente em Portugal (Tabela1), apenas um (PeakUniversal, Ultradent, EUA) contém uma segunda resina, para ser utilizada no caso de se optar por umaabordagem self-etch (dois passos). No entanto, de acordo com os autores de um estudo laboratorial queutilizou este sistema adesivo, esta resina não tem monómeros hidrófobos na sua composição dandoorigem a valores laboratoriais de nanoinfiltração elevados [34]. Outra desvantagem do mesmo sistemaadesivo é que o primer após ativado só tem validade de um mês [35]. À data desta publicação só encontramos dois artigos clínicos com resultados a 6 e 18 meses de umensaio que compara o efeito de várias metodologias de aplicação de um dos adesivos universais. Osautores concluem que até aos 18 meses não existem diferenças significativas na performance clínica derestaurações de classe V utilizando o mesmo sistema adesivo universal como self-etch, como etch-and-

rinse, ou como self-etch com condicionamento seletivo do esmalte [36,37].No que diz respeito à adesão à cerâmica, foi confirmado por técnicas de espectroscopia que o monómero

Figura 2

Indicações dos sistemas

adesivos universais

Page 34: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

16 I omd

Tabela 1

Alguns sistemas adesivos mais

utilizados e comercializados em

Portugal

Page 35: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Número 19 • novembro 2013 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I FORMAÇÃO & CIÊNCIA

omd I 17

MDP tem adesão química forte à cerâmica de zircónia[38], à qual até agora tem sido mais difícil deestabelecer forças de resistência adesiva elevadas. Um estudo recente refere forças de resistênciaadesiva à cerâmica de zircónia com dois sistemas adesivos universais mais elevadas do que com o primer

de cerâmica utilizado de acordo com o fabricante [39].Apesar dos resultados promissores, estes sistemas adesivos são ainda muito recentes sendo necessáriosmais estudos de forma a melhor compreender o seu mecanismo de ação e eventuais fragilidades.

BIBLIOGRAFIA1. Buonocore MG. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filling materials to enamel surfaces. J DentRes 1955;34(6):849–853. 2. Marshall SJ, Bayne SC, Baier R, Tomsia AP, Marshall GW. A review of adhesion science. Dent Mater2010;26(2):e11–e16. 3. Ferracane JL. Resin-based composite performance: Are there some things we can’t predict? Dent Mater2013;29(1):51–58. 4. Braga RR, Ferracane JL. Alternatives in polymerization contraction stress management. Crit Rev Oral Biol Med2004;15(3):176–184. 5. Van Landuyt KL, Snauwaert J, De Munck J, Peumans M, Yoshida Y, Poitevin A, et al. Systematic review of thechemical composition of contemporary dental adhesives. Biomaterials 2007;28(26):3757–3785. 6. Peumans M, Kanumilli P, DeMunck J, VanLanduyt K, Lambrechts P, VanMeerbeek B. Clinical effectiveness ofcontemporary adhesives: A systematic review of current clinical trials. Dent Mater 2005;21(9):864–881. 7. Buonocore MG. Adhesives in the prevention of caries. J Am Dent Assoc 1973;87(5):1000–1005. 8. Nakabayashi N. Dental biomaterials and the healing of dental tissue. Biomaterials 2003;24:2437–2439. 9. Nakabayashi N, Kojima K, Masuhara E. The promotion of adhesion by the infiltration of monomers into toothsubstrates. J Biomed Mater Res 1982;16(3):265–273. 10. Schulze KA, Oliveira SA, Wilson RS, Gansky SA, Marshall GW, Marshall SJ. Effect of hydration variability on hybridlayer properties of a self-etching versus an acid-etching system. Biomaterials 2005;26(9):1011–1018. 11. Sano H, Takatsu T, Ciucchi B, Horner JA, Matthews WG, Pashley DH. Nanoleakage: leakage within the hybrid layer.Oper Dent 1995;20(1):18–25. 12. Hashimoto M, Tay FR, Svizero NR, de Gee AJ, Feilzer AJ, Sano H, et al. The effects of common errors on sealingability of total-etch adhesives. Dent Mater 2006;22(6):560–568. 13. Tay FR, Pashley DH. Water treeing--a potential mechanism for degradation of dentin adhesives. Am J Dent2003;16(1):6–12. 14. Kanca J. Improving bond strength through acid etching of dentin and bonding to wet dentin surfaces. J Am DentAssoc 1992;123(9):35–43. 15. Perdigão J, Frankenberger R. Effect of solvent and rewetting time on dentin adhesion. Quintessence Int2001;32(5):385–390. 16. Toledano M, Proença JP, Erhardt MCG, Osorio E, Aguilera FS, Osorio R, et al. Increases in dentin-bond strength ifdoubling application time of an acetone-containing one-step adhesive. Oper Dent 2007;32(2):133–137. 17. Oliveira SSA, Marshall SJ, Habelitz S, Gansky SA, Wilson RS, Marshall GW. The effect of a self-etching primer onthe continuous demineralization of dentin. Eur J Oral Sci 2004;112(4):376–383. 18. Moszner N, Salz U, Zimmermann J. Chemical aspects of self-etching enamel-dentin adhesives: a systematicreview. Dent Mater 2005;21(10):895–910. 19. Oliveira SSA, Pugach MK, Hilton JF, Watanabe LG, Marshall SJ, Marshall GW. The influence of the dentin smearlayer on adhesion: a self-etching primer vs. a total-etch system. Dent Mater 2003;19(8):758–767. 20. Perdigão J, GERALDELI S. Bonding Characteristics of Self-etching Adhesives to Intact versus Prepared Enamel. JEsthet Restor Dent 2003;15(1):32–42. 21. Van Meerbeek B, Kanumilli P, De Munck J, Van Landuyt K, Lambrechts P, Peumans M. A randomized controlledstudy evaluating the effectiveness of a two-step self-etch adhesive with and without selective phosphoric-acid etchingof enamel. Dent Mater 2005;21(4):375–383. 22. Rengo C, Goracci C, Juloski J, Chieffi N, Giovannetti A, Vichi A, et al. Influence of phosphoric acid etching onmicroleakage of a self-etch adhesive and a self-adhering composite. Aust Dent J 2012;57(2):220–226. 23. Peumans M, De Munck J, Van Landuyt KL, Poitevin A, Lambrechts P, Van Meerbeek B. Eight-year clinical evaluationof a 2-step self-etch adhesive with and without selective enamel etching. Dent Mater 2010;26(12):1176–1184. 24. Van Meerbeek B, Yoshihara K, Yoshida Y, Mine A, De Munck J, Van Landuyt KL. State of the art of self-etchadhesives. Dent Mater 2011;27(1):17–28. 25. Tay FR, Pashley DH. Have dentin adhesives become too hydrophilic? J Can Dent Assoc 2003;69(11):726–731. 26. Breschi L, Mazzoni A, Ruggeri A, Cadenaro M, Di Lenarda R, De Stefano Dorigo E. Dental adhesion review: agingand stability of the bonded interface. Dent Mater 2008;24(1):90–101. 27. De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability

Page 36: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

18 I omd

of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res 2005;84(2):118–132. 28. Loguercio AD, Reis A. Application of a Dental Adhesive Using the Self-Etch and Etch-and-Rinse Approaches: An 18-Month Clinical Evaluation. J Am Dent Assoc 2008;139(1):53–61. 29. Chasqueira AF, Arantes-Oliveira S, Portugal J. Effect of changes to the manufacturer application techniques on the shear bond strength of simplified dental adhesives. J Appl Biomater Funct Mater 2013;11(2):e117–21. 30. Krithikadatta J. Clinical effectiveness of contemporary dentin bonding agents. J Conserv Dent 2010;13(4):173. 31. Bittencourt DD, Ezecelevski IG, Reis A, Van Dijken JW, Loguercio AD. An 18-months' evaluation of self-etch andetch & rinse adhesive in non-carious cervical lesions. Acta Odontol Scand 2005;63:173–178. 32. Hanabusa M, Mine A, Kuboki T, Momoi Y, Van Ende A, Van Meerbeek B, et al. Bonding effectiveness of a new“multi-mode” adhesive to enamel and dentine. J Dent 2012;40(6):475–484. 33. Yoshida Y, Yoshihara K, Nagaoka N, Hayakawa S, Torii Y, Ogawa T, et al. Self-assembled Nano-layering at theAdhesive Interface. J Dent Res 2012;91(4):376–381. 34. Muñoz MA, Luque I, Hass V, Reis A, Loguercio AD, Bombarda NHC. Immediate bonding properties of universaladhesives to dentine. J Dent 2013;41(5):404–411. 35. Christensen G. New universal adhesives (Part II): Faster, Easier, Better? Clinicians report 2012;5:1–3. 36. Mena-Serrano A, Kose C, De Paula EA, Tay LY, Reis A, Loguercio AD, et al. A New Universal Simplified Adhesive:6-Month Clinical Evaluation. J Esthet Restor Dent 2012;25(1):55–69. 37. Perdigão J, Kose C, Mena-Serrano A, De Paula E, Tay L, Reis A, et al. A New Universal Simplified Adhesive: 18-Month Clinical Evaluation. Oper Dent 2013;38. Chen L, Suh BI, Brown D, Chen X. Bonding of primed zirconia ceramics: evidence of chemical bonding andimproved bond strengths. Am J Dent 2012;25(2):103–108. 39. Seabra B, Arantes-Oliveira S, Portugal J. Zirconia repair: effect of universal adhesives and zirconia-primerapplication protocols. J Dent Res 2013;92(Spec Iss B):322 (CED/IADR).

Page 37: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Uma gama completano tratamento de

problemas da cavidade oralà base de Clorohexidina

E S P E C I A L I S TA S E M S A Ú D E O R A L

E S R A L

Page 38: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Formação Contínua omD

Formação Contínua OMD n

Eventos acreditados pela OMD n

Eventos organizados por outras entidades n

EM PORTUGAL

nCurso de Fim de Dia 1º Curso – Como e quando reparar restauraçõesdiretas6 Janeiro de 2014 - Hotel Miracorgo - Vila Real

nCurso de Fim de Dia 2º Curso – Abordagem do paciente cardíaco 16 Janeiro de 2014 - Espaço Físico da OMD –Funchal – RA Madeira

nCurso CDD1º Curso - Ética e Deontologia – Discussão deCasos Clínicos17 de Janeiro de 2014 – Évora Hotel – Évora

nCurso Modular de Periodontologia (4 Módulos)1º Módulo - Tratamento periodontal não cirúrgico:as bases do sucesso na terapia periodontal20 Janeiro de 2014 - Bessa Hotel – Porto

nCurso Modular de Implantologia (4 Módulos)1º Módulo – Planificação do tratamento comimplantes27 de Janeiro de 2014 - Hotel Villa Rica - Lisboa

nCurso de Fim de Dia2º Curso - Diagnóstico e tratamento das lesõesbrancas3 Fevereiro de 2014 – Hotel Montebelo – Viseu

nCurso Modular de Periodontologia (4 Módulos)2º Módulo – Tratamento cirúrgico da doençaperiodontal10 Fevereiro de 2014 - Bessa Hotel - Porto

nCurso Modular de Implantologia (4 Módulos)2º Módulo – Carga imediata e implantes imediatos10 Fevereiro de 2014 - Hotel Villa Rica - Lisboa

nCurso para Assistente Dentário 1º e 2º Curso 15 de Fevereiro de 2014 – Hotel Príncipe Perfeito –Viseu | Espaço Físico da OMD – Lisboa

nCurso Modular de Periodontologia (4 Módulos) 3º Módulo – Cirurgia Mucogengival24 Fevereiro de 2014 - Bessa Hotel – Porto

nCurso Modular de Implantologia (4 Módulos)3º Módulo – Abordagem da zona estética notratamento com implantes: da cirurgia à prótese24 Fevereiro de 2014 - Hotel Villa Rica - Lisboa

nCurso de Fim de Dia 3º Curso – Oclusão na prática clínica10 Março de 2014 - Novotel – Setúbal

nCurso Modular de Periodontologia (4 Módulos)4º Módulo - Hands-on em Periodontologia15 Março de 2014 - Bessa Hotel – Porto

nCurso Modular de Implantologia (4 Módulos)4º Módulo - Hands-on em Implantologia15 Março de 2014 - Espaço Físico da OMD – Lisboa

nCurso de Fim de Dia 4º Curso- Pulpotomias em dentes decíduos 31 Março de 2014 – Hotel dos Templários – Tomar

nCurso de Fim de Dia 5º Curso – Alternativas no tratamento de dentescom ápice aberto7 Abril de 2014 - Hotel Mélia – Aveiro

n Jornadas da Primavera16 a 19 de Abril de 2014 – Tivoli Victoria &Residences – AT Victoria | Vilamoura

nCurso Modular de Periodontologia (4 Módulos)1º Módulo - Tratamento periodontal não cirúrgico:as bases do sucesso na terapia periodontal28 Abril de 2014 - Bessa Hotel – Porto

nCurso Modular de Implantologia (4 Módulos)1º Módulo – Planificação do tratamento comimplantes28 Abril de 2014 - Hotel Villa Rica - Lisboa

nCurso de Fim de Dia 6º Curso – Próteses adesivas na zona estética 5 Maio de 2014 - Hotel Villa Rica - Lisboa

nCurso Teórico Curso – Oclusão na prática clínica10 Maio de 2014 - Espaço Físico da OMD – Funchal– RA Madeira

nCurso de Suporte Básico de VidaCurso SBV10 Maio de 2014 – Instalações da Cruz Vermelhano Porto

nCurso de Suporte Básico de Vida Curso SBV10 Maio de 2014 – Instalações da Cruz Vermelhaem Lisboa

nCurso Modular de Periodontologia (4 Módulos) 2º Módulo – Tratamento cirúrgico da doençaperiodontal12 Maio de 2014 - Hotel Villa Rica - Lisboa

nCurso Modular de Implantologia (4 Módulos)2º Módulo – Carga imediata e implantes imediatos12 Maio de 2014 - Bessa Hotel - Porto

nCurso Modular de Periodontologia (4 Módulos) 3º Módulo – Cirurgia Mucogengival26 Maio de 2014 - Hotel Villa Rica - Lisboa

nCurso Modular de Implantologia (4 Módulos) 3º Módulo – Abordagem da zona estética notratamento com implantes: da cirurgia à prótese26 Maio de 2014 - Bessa Hotel – Porto

nCurso de Fim de Dia 7º Curso - Prótese Total Implanto ou Muco-Suportada16 Junho de 2014 - Hotel Faro – Faro

nCurso Modular de Periodontologia (4 Módulos)4º Módulo - Hands-on em Periodontologia21 Junho de 2014 - Espaço Físico da OMD – Lisboa

nCurso Modular de Implantologia (4 Módulos) 4º Módulo - Hands-on em Implantologia21 Junho de 2014 - Bessa Hotel – Porto

nCurso Modular de Regeneração ÓsseaPrincípios Biológicos| Procedimentos Clínicos |Complicações Clínicas |Hands-on 21 e 22 Junho 2014 – Espaço Físico da OMD – IlhaTerceira– RA Açores

nCurso de Fim de Dia 8º Curso – Tratamento multidisciplinar emortodontia30 Junho de 2014 – Hotel Tryp | Coimbra

nCurso de Fim de Dia 9º Curso – Tratamento cirúrgico Vs não cirúrgico dadoença periodontal7 Julho de 2014 – Hotel Mercure | Braga

nCurso de Fim de Dia 10º Curso – Reabilitação sobre implantes novastendências21 Julho de 2014 – Leirisport | Leiria

nCurso de Fim de Dia 11º Curso – Goteiras oclusais – do diagnóstico àclínica15 Setembro de 2014 - Bessa Hotel – Porto

nCurso de Introdução à Atividade Profissional Curso OMD29 Setembro de 2014 - Bessa Hotel – Porto

nCurso de Suporte Básico de Vida Curso SBV4 Outubro de 2014 – Instalações da Cruz Vermelhaem Sta. Maria – RA Açores

nCurso de Fim de Dia 12º Curso – Protocolo de confeção de provisóriosem prótese fixa6 Outubro de 2014 - Hotel Lusitânia – Guarda

nCurso de Suporte Básico de Vida Curso SBV11 Outubro de 2014 – Instalações da CruzVermelha no Funchal – RA Madeira

nCurso de Introdução à Atividade Profissional Curso OMD15 Outubro de 2014 – CS Vintage Lisboa Hotel –Lisboa

nCurso CDD 1º Curso - Ética e Deontologia – Discussão deCasos Clínicos17 de Outubro de 2014 – Hotel Montebelo– Viseu

nCurso de Fim de Dia13º Curso – A utilização do laser Er: YAG e díodoem cirurgia oral20 Outubro de 2014 - Hotel Ibis – Bragança

n XXIII Congresso da OMD6 a 8 de Novembro de 2014 – Europarque – SantaMaria da Feira

FORMAÇÃO & CIÊNCIA I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 19 • novembro 2013 • Trimestral

AGENDAE V E N T O S C I E N T Í F I C O S

Page 39: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

VOCO GmbH · Anton-Flettner-Straße 1-3 · 27472 Cuxhaven · Alemanha · Tel. +49 4721 719-0 · www.voco.com

MAIS PRÓXIMO DO DENTE

No conjunto das suas propriedades físicas, Grandio®SO é o material de preenchimento mais semelhante ao dente.** Isto significa para si: restaurações duradouras, fiáveis e, acima de tudo, pacientes satisfeitos.

• Satisfaz os mais exigentes requisitos, com aplicação universal nas áreas anterior e posterior

• Opacidade natural semelhante aos dentes, utilisando apenas uma cor

• Sistema de cores inteligente com novas tonalidades que fazem a diferença: GA3.25 e GA5

• Boa consistência, elevada estabilidade de luz, fácil polimento com alto brilho

“GrandioSO convenceu-me pela sua semelhança com os tecidos dentários!“ Dra. H. Gräber

Aproveite as nossas ofertas!*

* Veja todas as ofertas actuais em www.voco.com

** Para quaisquer dúvidas não hesite em solicitar a nossa informação científica dos produtos.

Page 40: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

20 I I NOVEMBRO 2013

A queixa entregue na Provedoria ésustentada com os resultados deum inquérito interno que a OMDrealizou junto dos seus membros ecujas conclusões demonstramclaramente que os valores cobradospela ERS são excessivos e têmimpacto financeiro na atividade dosmédicos dentistas. Responderam ao inquérito 3.127médicos dentistas, dos quais 99,3%considera fundamental que a OMDprossiga as diligências necessáriaspara alterar os atuais valores deregulação, definidos em portaria.

Os resultados indicam que 94% dosmédicos dentistas considera que ovalor das diferentes taxas da ERSafeta a sua atividade económica,sendo que 41 % afirma que esteimpacto é excessivo (5 numa escalade 5) e 36% muito alto (4 numaescala de 5).Por lei, o pagamento de uma taxaimplica a prestação de um serviço, edos inquiridos que completaram oinquérito da OMD, há 67% adefender que o valor das taxas nãose traduz na contraprestação de umserviço por parte da ERS.Para 89%, a regulação da saúde, noâmbito da ação da ERS, deve serfinanciada através do sistema geralde impostos.Questionados sobre o valoradequado a pagar pelas taxasaplicadas no ato de inscrição, 29%dos inquiridos respondeu que nãodeve haver pagamento de taxas, 15% considera que não devemultrapassar os 50 euros, 20%apontou para um valor entre 50 e100 euros, 19% defendeu um valorentre 100 e 150 euros, 14%reivindicou um valor entre 150 e300 euros e apenas 3% referiu umvalor entre 300 e mil euros (o valormínimo atual).Relativamente à taxa demanutenção, 31% sugere que nãodeve haver lugar ao pagamento dequalquer taxa, 16% considera justoum valor até 25 euros, 21% admiteuma variação entre 25 e 50 euros,16% defende um valor entre 50 e 75euros, 14% considera que a taxa demanutenção deve variar entre os 75e os 100 euros e apenas 2% admitevalores entre os 150 e os 500 euros(o valor mínimo atual).

Dos inquiridos, 81% consideramexorbitante, e 18% elevado, o valormínimo da taxa de inscrição quechega aos mil euros porestabelecimento, valor a que énecessário adicionar 25 euros porcada profissional de saúde oral. A taxa de manutenção no valor de500 euros por estabelecimento e de12,5 euros por cada profissional desaúde oral é, na opinião de 74% dosinquiridos, exorbitante, eclassificada de elevada por 25% dosque responderam ao inquéritoonline.

A OMD entregou na Provedoria de Justiça uma queixa contra as taxascobradas pela ERS aos médicos dentistas e seus estabelecimentos. Em

causa estão valores considerados excessivos pela própria ERS e que sãopagos anualmente.

TAXAS EXCESSIVAS DA ERS

omD aPresenta queIxa à ProveDorIa De JustIça

Page 41: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 21

O bastonário da OMD, OrlandoMonteiro da Silva, fez-seacompanhar pelo secretário-geral,Paulo Ribeiro de Melo, e pelosmembros do Conselho DiretivoSónia Araújo Santos e RicardoOliveira Pinto.A visita foi precedida por umaapresentação detalhada dasatividades desenvolvidas por esteserviço, que tem como missãoprestar cuidados de medicinadentária aos militares dos trêsramos, Marinha, Exército e Força

O Serviço de Medicina Dentária/Estomatologia é constituído por 14médicos dentistas (sendo chefiadopelo Major médico dentista NunoSilva), 4 estomatologistas, 1higienista oral, 3 técnicos deprótese, 6 assistentes dentários, 6socorristas e 2 assistentesoperacionais. Conta, também, com5 equipamentos dentários, umbloco operatório e um laboratório deprótese e o seu horário defuncionamento é das 08h00  às20h00. Depois da visita às instalações, acomitiva ainda teve a oportunidadede assistir a uma sessão clínica domédico dentista Nuno Montezuma

...

Aérea, aos seus familiares e aosdeficientes das Forças Armadas.Tem, de igual forma, capacidadepara assistir beneficiários de outrossubsistemas de saúde, entre osquais a ADSE, a SAD PSP e a ADMG. Como atribuições, o serviço faz oaprontamento de Forças NacionaisDestacadas (FND) e inspeções aosmilitares em prontidão operacional.Colabora, ainda, no recrutamentodas várias academias militares, coma Proteção Civil e o Serviço Nacionalde Saúde sempre que solicitado.

A convite do diretor do Hospital das Forças Armadas, General SilvaGraça, a OMD realizou, uma visita ao Serviço de Medicina

Dentária/Estomatologia da referida unidade hospitalar, no passado dia 22de outubro.

HOSPITAL DAS FORçAS ARMADAS

vIsIta ao servIço De meDIcIna DentárIa/estomatologIa

Page 42: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

22 I I NOVEMBRO 2013

todas as grávidas, essencialmentecom patologia sistémica ealeitamento.

Quais as particularidades que umserviço de um hospital centralmilitar tem de possuir, em termosde capacidade de resposta, quenão são exigíveis a um hospitalcivil?O apoio rápido no aprontamentodas Forças Nacionais Destacadas(FND), empenhados em situaçõesde combate nos Teatros deOperações (TO) do Afeganistão,

orais com manifestação sistémica epatologias sistémicas commanifestações orais. Por exemplo, arelação entre a doença periodontale a diabetes mellitus.Outra preocupação é, também, oedentulismo que infelizmente éainda bastante prevalente emPortugal, sobretudo em indivíduoscom mais de 65 anos, sendo que asuas consequências prendem-seessencialmente com as carênciasnutricionais e todos os problemasque acarretam.E, ainda, o acompanhamento a

...de Carvalho, subordinada ao tema“Ortodontia hospitalar”. De referirque estas sessões clínicas sãoorganizadas todas as semanas,incidindo sobre diferentes áreas etema.

ENTREVISTAMAJOR MÉDICO DENTISTA NUNO SILVA

Considera imprescindível aexistência de um serviço demedicina dentária nos hospitaiscentrais? Que mais-valias podemtrazer para o funcionamento dohospital e para o apoio àspopulações?Eu penso que sim, sem dúvidaalguma. Um serviço de medicinadentária hospitalar nos hospitaiscentrais é uma mais-valia no apoioàs populações, no diagnóstico etratamento das patologias orais. Éde salientar que, muitas vezes, nãose vê a saúde oral como parteintegrante da saúde sistémica,sendo um erro. Existem patologias

ApOstAmOs NAverteNtecieNtíFicA edeiNvestigAÇãO,pArticipANdOcOmprOtOcOLOsdeiNvestigAÇãO,pósteres emcONgressOsNAciONAis eiNterNA-ciONAis...

Page 43: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 23

Uganda, Kosovo, Timor, Somália eLíbano. É essencial preservar o seupoder de concentração, de modo anão colocarem em risco a sua vida,dos seus homens e o cumprimentoda missão.A realização de rastreios aosmilitares do Centro de MedicinaAeronáutica e o rastreio médicoanual a todos os militaresnavegantes, devido às exigênciashipobáricas e risco de barotrauma.O rastreio e seleção paraincorporações militares, comcritérios de saúde oral definidospela NATO e publicados em Diárioda República. E ainda, o tratamento de todas aspatologias do aparelhoestomatognático aos militaresdeficientes das Forças Armadas.

Como está atualmenteorganizado o serviço de medicinadentária e estomatologia doHospital das Forças Armadas?Pode descrever o modelo defuncionamento em termos derecursos humanos, valências ecolaboração com outras áreas dasaúde?O Serviço de Medicina Dentária eEstomatologia do Hospital dasForças Armadas dependediretamente do DepartamentoCirúrgico. É constituído por médicosdentistas militares, médicosestomatologistas, médicos dentistascivis e higienistas orais, sendoapoiado por assistentes dentários etécnicos de prótese dentária. Existe uma relação diretamultidisciplinar na resolução decasos clínicos, com asespecialidades médicas decardiologia, otorrinolaringologia,cirurgia maxilo-facial, patologiaclínica, oncologia, imagiologia,ortopedia, endocrinologia e fisiatria.

Porque razão existe umaparticular atenção às áreas decirurgia oral e ortodontia no

serviço?A cirurgia oral é importante, namedida em que permite o tratamentode diversas patologias, entre elas,dentes inclusos, inclusos ectópicos,granulomas centrais e periféricos, decélulas gigantes, patologias do seiomaxilar, etc.A ortodontia, em articulação com acirurgia ortognática, consegueresolver casos de discrepânciasesqueléticas e, também, diagnosticare tratar casos de apneia do sono. No rastreio do cancro oral todos ospacientes a partir dos 40 anosefetuam uma avaliação minuciosada cavidade oral, dando maisênfase e controlo aos indivíduosfumadores e com hábitos etilistas.Existe uma sensibilização da famíliamilitar para o rastreio do HPV.A preparação para a cirurgia oral depacientes hipocoagulados, comenfarte agudo do miocárdio (EAM),com uso de bifosfonatos, sempreem coordenação com as diferentesáreas médicas diminuindo aspossíveis complicações associadas.

Para além da componente clínica,cirúrgica e hospitalar, que outra(s) vertente(s) desenvolve oserviço de medicina dentária dohospital?Desenvolve toda uma medicinadentária operacional com oaprontamento sanitário das FND,

selecção e recrutamento demilitares, consultas de medicinaaeronáutica e naval. Apostamos na vertente científica ede investigação, participando comprotocolos de investigação, pósteresem congressos nacionais einternacionais, comunicações oraise a existência de um “journal club”.Elaboramos palestras, no âmbito desessões clínicas hospitalares, e emunidades militares. Em questões desaúde pública, temos uma presençaativa nas populações para rastrear,informar e sensibilizar. Efetuamos pareceres para STANAgs(Standarization NATO Agency),nomeadamente ao nível damedicina dentária forense erelatórios médicos de acidentes emserviço e exames de sanidade

Como avalia, em termos deganhos em saúde, a performancedos serviços? Dispõe de dadoscomparativos com instituiçõessimilares?Aumentamos o controlo de saúdeoral na população jovem ativa,difundindo hábitos de higiene oral eprevenção de patologias orais aosseus familiares, respeitando oscritérios de saúde oral, definidos emDiário da República, que apopulação militar deve possuir paraestar e poder permanecer nainstituição.

Da esquerda para adireita: João Pires(médicoestomatologista),Nuno Montezuma deCarvalho (médicodentista), José JoãoMendes (médicodentista), NicholasFernandes (médicodentista), DianaCorreia (médicadentista), Nuno Silva(médico dentista)Catarina Nunes(médica dentista)

Page 44: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

24 I I NOVEMBRO 2013

Pelo interesse ue representa parao universo dos médicos Dentistas,divulgamos abaixo o essencial daexposição da OMD, bem como a

colegas. Alguns exemplos de falta derazoabilidade e/ou suporte legal queforam focados na exposição daOrdem dos Médicos Dentistas:exigência de rede mosquiteira emtodas as janelas da clínica;inadmissibilidade diante dadiferença de poucos centímetrosface ao estipulado na lei deacessibilidades, não obstante aexistência de alternativas queatingiam o mesmo fim legal,exigência restritiva sobre a

resposta obtida do gabinete dosecretário de estado da Saúde e daDireção-Geral da Saúde, para o qualsolicitamos leitura atenta dos

Na sequência de várias exposições que nos chegaram da parte demédicos dentistas cujos consultórios foram sujeitos a vistorias e inspeções

por diversas autoridades de saúde concelhias, a OMD entendeu, nadefesa da profissão e da saúde pública, encetar uma ação dirigida econcreta junto do Ministério da Saúde e da Direção-Geral da Saúde,com vista a um esclarecimento das diversas situações. Salientamos oacolhimento e diligência do diretor-geral da Saúde, relativamente aoargumentário da OMD, exposto em reunião presencial recentemente

ocorrida.

INFORMAçãO SObRE DILIGêNCIAS EFETUADAS PELA OMD

vIstorIas e InsPeções a consultórIos De meDIcIna DentárIa

Page 45: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 25

dimensão e altura de balcão deatendimento de clínica, e deteção dedecisões por parte de técnicos quenão constituem autoridade desaúde, etc. Relembramos que de todas asdecisões, resultantes de vistorias einspeções da iniciativa de delegadosde saúde, das quais sejamnotificados os médicos dentistascabe recurso para o Diretor-Geral daSaúde. Transcrição da participação da OMD: (…) “Senhor Ministro, é conhecida aintransigência da Ordem dosMédicos Dentistas relativamente atodas as situações que coloquemem risco a saúde pública,nomeadamente, nos processos deesterilização e desinfeção doinstrumental e materiais utilizadosna nossa atividade.Solicitamos os bons ofícios doministério no sentido de, sem nuncaabdicar deste princípio, se introduzirrazoabilidade e bom senso nainterpretação e aplicação delegislação tantas vezes incongruenteou inaplicável nas inspeções evistorias realizadas pelasautoridades de saúde. Em concreto, O propósito que traz a Ordem dosMédicos Dentistas (OMD) à presenteexposição é composto de umaprofunda consciência de carênciasgraves e sérias de razoabilidade,proporcionalidade e adequação nosexemplos de vistorias e inspeçõesperpetradas sem devido nexo desenso comum sobre as UPSSdentárias.

(…) Mais de 90% das clínicas destesetor encontram-se licenciadas. (…)Senhor Ministro, a medicina dentáriaestá instalada, em termos práticos,exclusivamente no setor privado.

(…) Gostaríamos de ver asautoridades de saúde focalizadas noexercício ilegal, nas situações derisco para a saúde pública, em

suma, sobre quem prevarica e nãoexclusivamente sobre os muitos, aesmagadora maioria, que se situamna esfera da legalidade e documprimento. “ Transcrição da resposta obtida: (…) “Assunto: Vistorias e inspeções –Clínicas Dentárias – Ordem dosMédicos DentistasO Decreto-lei nº 279/2009 de 6 deoutubro estabelece o regime jurídicoa que ficam sujeitos a abertura, amodificação e o funcionamento dasUnidades Privadas de Saúde (UPS),onde se incluem as clínicas e osconsultórios de medicina dentária,determinando as regras para oprocedimento simplificado adotado.Com a reforma dos Cuidados deSaúde Primários e a criação dosAgrupamentos de Centros de Saúde,as Unidades de Saúde Publica têmvindo a implementar intervençõesde vigilância sanitária das UPS,através das quais confirmam aexistência dos requisitos técnicosprevistos na lei, de forma aassegurarem a qualidade dosserviços prestados e a segurançados utentes.No início desse processo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) ciente danecessidade de se proceder àuniformização da intervenção dasequipas de saúde pública naidentificação e exigências decorreção das instalações,equipamentos e funcionamentodesses estabelecimentos de saúde,elaborou a Orientação Técnica nº9/2011 de 30 de março, que seanexa. O referido documento foipreviamente discutido e mereceuparecer favorável da Ordem dosMédicos Dentistas (OMD), ainda quenão se tenha resolvido umapequena divergência relacionadacom o “pé direito” das instalações.A divulgação dessa orientaçãotécnica a todos os ACES e autilização do formulário que aacompanha, pelas equipas de saúdepública, tem-se revelado um

instrumento de trabalho útil naprocura da uniformização da suaintervenção no terreno.Vem agora a OMD apresentar algunsprotestos dos seus associadosquanto a intervenções de equipas desaúde pública, que classificam comoinadequadas. Da análise dosprocessos a que tivemos acesso,poderemos concluir que, na maioriadas situações relatadas, o problemaresulta da inclusão no processo devistoria higio-sanitária de questõesnão previstas na legislação sobrelicenciamento de clínicas econsultórios que constam emlegislação não aplicável.De facto, as queixas referidas pelaOMD, indicam a ocorrência desituações pontuais, por diferentesequipas de saúde pública, que emnosso entender podem ser evitadas.Assim, para fazer face à presentesituação, somos de parecer que:- As equipas de intervenção das UPS,nas ações de vigilância higio-sanitárias, poderão assegurar umtipo de intervenção semelhante aode outras equipas que operam nopaís, se utilizarem, como principalreferência o Decreto-lei nº279/2009 de 6 de outubro.- Na operacionalização do processo,a utilização do formulário anexo àorientação técnica nº 9/2011 de 30de março irá atuar como umsegundo elemento deuniformização, suscetível deminimizar as inevitáveis diferençasde critério e procedimento entre asinúmeras equipas, caso prescindamdo uso dessa ferramenta.- Um alerta e recomendação doDiretor-Geral da Saúde aos médicosAutoridades de Saúde que exercemno nível local, poderá revelar-se degrande utilidade e contribuir paraque não se repitam situaçõessemelhantes às relatadas pela OMD. Melhores cumprimentos,Francisco George Diretor-Geral da Saúde (…) “

Page 46: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

Hoje em dia, a Europa proporcionaum espaço de paz e liberdade aosseus cidadãos, em que os princípiose valores do modelo europeu sãobaseados no princípio dasubsidiariedade, ou seja, norespeito que a UE tem pelastradições e especificidades de cadapovo, ou não fosse o lema da UE: Invarietate concordia ("Unidos nadiversidade").Foi o Tratado de Maastricht(também conhecido como Tratadoda União Europeia), que celebra em2013 o vigésimo aniversário, queestabeleceu o conceito decidadania da União Europeia. Acidadania europeia é um vínculoespecial entre cada europeu e a UE,um estatuto que complementa ascidadanias nacionais. A cidadania da UE, conferida aosnacionais de todos os Estados-membros pelo Tratado da UniãoEuropeia, tem como fim tornar oprocesso de integração europeiamais significativo para os cidadãos,incrementando a sua participação,fortalecendo a proteção dos seusdireitos e difundindo a ideia de umaidentidade europeia.Neste “Ano dos CidadãosEuropeus”, o objetivo prende-secom questionar os cidadãos sobrecomo é que a UE vai responder aosatuais desafios impostos pela crisee aos futuros desafios daintegração europeia.Desta forma, os cidadãos europeus

devem estar informados sobre osseus direitos, deveres e sobre ainfluência das suas escolhasdemocráticas. Este ano, urgediscutir que Europa queremos e,acima de tudo, necessitamos pararesponder aos presentes desafiosdos Estados-membros.Sendo assim, para o GAM pareceóbvio que há uma necessidade emconsciencializar os cidadãos,especialmente os mais jovens,sobre os direitos que lhes sãoinerentes como cidadãos da UE.Nos dias de hoje, um dos direitosmais relevantes é que todos oscidadãos da UE têm o direito deviver e trabalhar em qualquer umdos Estados-membros sem que asua nacionalidade seja alvo dediscriminação. A livre circulação depessoas é uma das liberdadesfundamentais garantidas peloTratado da União Europeia (artigos3.º, 39.º, 40.º) e pela legislaçãocomunitária.No caso dos países membros doEspaço Económico Europeu(Islândia, Liechtenstein e Noruega),as normas comunitárias sobre alivre circulação de trabalhadores,também, são aplicadas. Por suavez, a Suíça tem um acordo bilateralcom a UE sobre a livre circulação depessoas.A Comissão Europeia promove amobilidade, pois acredita que umamaior mobilidade da força laboral,tanto no interior do país e entre

26 I I NOVEMBRO 2013

O Grupo de Apoio à Mobilidade (GAM), que está inserido no ConselhoGeral dos Jovens Médicos Dentistas, defende que, devido à crescente

facilidade na mobilidade entre os países que constituem a União Europeia(UE), somos cada vez menos cidadãos exclusivamente do nosso país e

mais cidadãos europeus.

CONSELHO DOS JOVENS MÉDICOS DENTISTAS

meDIcIna DentárIa e a cIDaDanIa euroPeIa

Page 47: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 27

países (mobilidade geográfica),como entre empregos (mobilidadeprofissional), contribui para oprogresso económico e social, paraum elevado nível de emprego epara a concretização de progressosduradouros e equilibrados. É, nestesentido, que o GAM pretendecontribuir para um elo de ligação omais estreito possível com osjovens médicos dentistasportugueses, no sentido de osorientar e facilitar dentro dopossível neste processo, por vezescomplexo, de ingressar no mercadode trabalho no estrangeiro.Existem aproximadamente 2 a 3milhões de empregos disponíveisna eu. No entanto, a taxa dedesemprego é cerca de 10%, sendoque 25% são jovens. Para alémdisso, aproximadamente 60% daspessoas que alteram de paísenquanto desempregadas, acabampor encontrar emprego no espaçode um ano, em contraste com os35% das pessoas que permanecemno país.Porque o GAM acredita que oscaminhos, tanto profissionais comopessoais, continuam a ser cada vezmais encurtados e na UE esse fatoé cada vez mais realçado, conclui-se que podem ser vários osbenefícios que advêm de umperíodo de estudo, ou trabalho noestrangeiro: novas metas pessoais,um ambiente completamente novo,contato no dia-a-dia com umacultura diferente, a oportunidadepara alargar as capacidadeslinguísticas, a possibilidade dediscutir e trabalhar com pessoascom ideias e origens distintas epartilhar vivências.

existemAprOximAdA-meNte 2 A 3miLhões deempregOsdispONíveisNA eu. NOeNtANtO, AtAxA dedesempregOé cercA de10%, seNdOque 25% sãOjOveNs. pArAALém dissO,AprOximAdA-meNte 60%dAs pessOAsque ALterAmde pAíseNquANtOdesempre-gAdAs,AcABAm pOreNcONtrArempregO NOespAÇO de umANO, emcONtrAstecOm Os 35%dAs pessOAsquepermANecemNO pAís

CLÍNICAS DENTÁRIASSUÍÇAS DE ALTA QUALIDADE

PROCURAMOS PROFISSIONAIS EXPERIENTES PARA SE JUNTAREM À NOSSA EQUIPA INTERNACIONAL!

Honorários mensais aproximados entre 15.000€ e 30.000€

• Requer-se um bom domínio de todas as áreas de Medicina Dentária

• Valoriza-se domínio do idioma Francês, escrito e falado (nível B2)

Recebemos os CV em:[email protected]

chablais-dentaire.ch

dentiste-aigle.com

Page 48: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

28 I I NOVEMBRO 2013

ROMD - Qual o balanço que fazdo Programa Nacional dePromoção da Saúde Oral, desdea implementação, em 2008, davertente cheque-dentista?FG - Naturalmente é altamentepositivo. Digo isto, não por razões decordialidade, mas porque é ummodelo para nós que trabalhamosna área da saúde e também a nívelinternacional. Tem motivadoaplausos generalizados e ainda

O médico Francisco George foi reconduzido no cargo de diretor-geral daSaúde pela quinta vez consecutiva, iniciando um novo mandato de

cinco anos à frente da Direção-Geral da Saúde.Especialista em saúde pública e ex-funcionário da Organização Mundial

de Saúde (OMS) durante mais de uma década, Francisco George foinomeado subdiretor-geral de Saúde em 2001 e designado diretor-geral

em 16 de Agosto de 2005.No seu último mandato, destaca-se entre outros projetos, a

implementação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral, nasua vertente cheque-dentista, em colaboração com a Ordem dos

Médicos Dentistas

FRANCISCO GEORGE, DIRETOR-GERAL DA SAúDE

“a colaboração entre a omD e a Dgs é exemPlar”

entr

evis

taom

d

Page 49: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 29

tomada de posse mencionoucomo prioridade uma abordagemàs doenças não transmissíveisou crónicas, como sãocomummente designadas. ADeclaração Política das NaçõesUnidas de 2011, em Nova Iorque,reconheceu que as doenças dacavidade oral, nomeadamente, acárie dentária, a doençaperiodontal e obviamente ocancro oral, partilham fatores derisco com as quatro principaisdoenças crónicas - cancro,diabetes, doençascardiovasculares e doençasrespiratórias - e, como tal, devembeneficiar de uma abordagemcomum. Qual o grau deimportância que atribui àparticipação dos médicosdentistas nesta estratégia?FG - Antes de mais acrescentaria oproblema do tabagismo como fatordesencadeador de muitos dosproblemas que citou, tal como aalimentação desequilibrada. Mas éverdade, a importância que osmédicos dentistas assumem éindiscutível. Estão na linha da frente.

ROMD - Em termos decolaboração entre profissionaisda saúde, a World HealthProfessions Alliance aprovourecentemente uma declaraçãosobre a colaboraçãointerprofissional. Os médicosdentistas têm, por força daespecificidade do seu exercícioprofissional quaseexclusivamente no privado, ummaior isolamento, comparandocom outros profissionais desaúde que exercem no ServiçoNacional de Saúde (SNS). Comopoderá este isolamento sermitigado, designadamente napartilha de informação com oSNS e os seus profissionais?FG - Discordo da formulação daquestão que coloca. O Programa

...

resultados têm sidoreconhecidamente relevantes. Noque se refere à estratégia definidano início do processo faltaimplementar a componenterelacionada com o cancro oral, o quevirá a suceder, espero, muito embreve.

ROMD - O cheque-dentista tempúblicos-alvo bem definidos erestritos, no entanto, asdificuldades no acesso à saúdeoral estendem-se a outras faixasetárias e grupos. O que pode aDGS fazer para diminuir essasdificuldades de acesso? FG - Isso é verdade. Estamos atrabalhar no contexto do PlanoNacional de Saúde para reduziriniquidades em todas as áreasprogramáticas e em particular noque se refere ao acesso. Os gruposetários alvos foram selecionados emfunção de rigorosos critériosepidemiológicos. Vamos, a médioprazo, deixar de ver, nos nossosmonitores de televisão, portuguesescom problemas dentários. Aestratégia adotada em Portugal estáintegrada num contexto mais amplo,a nível europeu, que privilegia aintervenção até a uma idade de15/16 anos, na certeza de que daíresultarão cidadãos mais preparadospara, com medidas individuais muitosimples, poderem manter bonsindicadores na sua saúde oral, isto é,sem perdas de dentes, sem cáries esem problemas orais.

ROMD - O alargamento docheque-dentista ao cancro oralfoi confirmado pelo Ministro daSaúde, em que ponto está estealargamento? FG - Estamos a trabalhar na fasefinal do sistema de informação. Logoque esteja terminado para entrar emprodução iniciaremos o programa,tal como previsto.ROMD - No seu discurso de

recentemente o Programa Nacionalde Promoção da Saúde Oral foidistinguido com um prémiointernacional numa vertente depromoção da saúde oral.

ROMD - O que falta aindaconseguir no âmbito desteprograma?FG - Há sempre possibilidade demelhorar mas sublinho, no geral, ataxa de cobertura e a qualidade dos

o programanacional depromoção dasaúde oralfoidistinguidocom umprémiointerna-cional numavertente depromoção dasaúde oral

a importânciaque osmédicosdentistasassumem éindiscutível.estão nalinha dafrente

Page 50: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

30 I I NOVEMBRO 2013

...Nacional de Saúde Oral trabalhaneste momento, no âmbito docheque-dentista, com mais de 3 milmédicos dentistas. É um exemplo.Como se sabe, os programas

informáticos estão interligados,“falam” uns com os outros. Não há,nem pode haver, isolamento. Aliás,nunca houve tamanha comunicaçãona perspetiva da partilha dainformação.

ROMD - Os médicosestomatologistas estão adiminuir em número e o perfiladotado pela generalidade dospaíses é o equivalente, emPortugal, ao do médico dentista.Como vê a DGS o processo deplaneamento de recursoshumanos, nesta área, ao nível darede do Serviço Nacional deSaúde? FG - Não temos competências naárea dos recursos humanos. É aAdministração Central do Sistemade Saúde que detém esta missão.

ROMD - A instituição militar temuma carreira própria em termoshospitalares para médicosdentistas, na qual convivemmédicos dentistas, médicosestomatologistas e outrosprofissionais de saúde. Existemmédicos dentistas nageneralidade dos centros desaúde da Região Autónoma dosAçores, alguns na Madeira eoutros, muito poucos, noContinente. Como acha que sedeve orientar, no futuro, acobertura de cuidados de saúdeoral da população, ao nívelhospitalar?FG - Citou bons exemplos. Vamos terque equacionar estas questões noâmbito da reforma hospitalar.

ROMD - Como interpreta osresultados preliminares do últimoestudo epidemiológico levado acabo pela DGS relativamente àsaúde oral? FG - São dados fantásticos.Alcançámos, em termos deindicadores, na populaçãoabrangida pelo programa, níveis deelevada qualidade.

ROMD - Como perspetiva acolaboração entre a OMD e aDGS? FG – A colaboração entre a OMD e aDGS é exemplar. Exemplar, repito.

acolaboraçãoentre a omd ea dgs éexemplar.exemplar,repito

Page 51: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

HABILITE-SE:em compras superiores a 5.000,00 €

(materiais e/ou equipamento), a 2 sorteios desta fabulosa

Unidade Dentária PediátricaHABILITE-SE:

5.000,00 desta fabulosa

Unidade Dentária PediátricaHABILITE-SE:

5.000,00 € desta fabulosa

Unidade Dentária Pediátrica

RAVAGNANIDENTALPORTUGALVisite o nosso stand e descubra as novidades

Unidade Dentária Pediátrica

nova página webnova página webnova página web

calendário deeventos

rssfeeds

custos calculados

Compras online

novidadesoptimização de encomendas

pedidosde assitência

compras com cartão

catálogosactualizados

informação detalhada

www.

.comravagnanidental-portugal

Apenas terá de realizar uma encomenda

para poder participar no sorteio!

Iremos oferecer um

INSTRUMENTS D E N T A L

DIAMANTE

com valor mínimo de

puro!de produtos à sua escolha, das seguintes marcas:

SEM IVA

com valor mínimo de

de produtos à sua escolha, das seguintes marcas:

Sensor de radiologia intra-oral WYS

2.890,00 € oferta290,00 €Avaliada em:

fotopolimerizador LED e

+351 229 773 040

www.ravagnanidental-portugal.com

[email protected]

/Ravagnani-Dental-Portugal

12-11-2013 11:28:37

Page 52: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

32 I I NOVEMBRO 2013

Em 2012, hospitais portuguesesreceberam 19.177 doentes vítimasde Acidente Vascular Cerebral (AVC),de acordo com os últimos dados daDirecção-Geral da Saúde.Em Portugal, o AVC é responsávelpelo internamento de mais de 25mil doentes por ano e por umelevado grau de incapacidade,sabendo-se que 50% dos doentesque sobrevivem a um AVC ficamcom limitações nas atividades davida diária.A acção decorreu no Jardim daCordoaria, junto ao Hospital deSanto António, no Porto. A iniciativacontou com a participação demédicos dentistas, emrepresentação da Ordem dosMédicos Dentistas, médicosneurologistas, nutricionistas e atéestudantes de medicina do Institutode Ciências biomédicas AbelSalazar."O AVC é a principal causa demortalidade e incapacidade emPortugal. Ainda assim, existe umdesconhecimento dos sinais dealerta: falta de força num braço,face desviada ou fala perturbada",referiu o presidente da Sociedadedo AVC, Castro Lopes, emdeclarações à agência Lusa.Esta iniciativa vem no sentido dapromoção da importância de umaboa saúde oral no contexto dasaúde em geral, neste caso dasdoenças cardio-vasculares, como jádefendido pela Federação DentáriaInternacional.

A Sociedade Portuguesa do AVC assinalou o dia mundial da doença, a 29outubro, com acções dirigidas à população em geral. Para isso, realizou

rastreios gratuitos aos factores de risco do AVC.

RASTREIO DE PREVENçãO DO AVC

InIcIatIva alertou Para sInaIs InIcIaIs clínIcos De avc

nacio

nal

omd

REGIãO AUTóNOMA DA MADEIRA

rastreIo oral Para1300 Jovens De 13 anosUm rastreio de saúde oral na Madeira vai juntar, pela primeira vez, jovens de 13 anos. Trata-se de uma iniciativa da Associação de Desenvolvimento da Costa Norte da Madeira (Adenorma),uma Instituição Particular de Solidariedade Social , à qual se juntou a Ordem dos MédicosDentistas. Para já, 12 médicos dentistas da região aderiram a este projeto de promoção dasaúde oral.Gil Fernandes Alves, representante da Região Autónoma da Madeira no Conselho Diretivo daOMD, explicou que, "em acordo com a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais, concretamentecom o Instituto da Administração da Saúde, definiu-se como faixa etária, para ser alvo dorastreio, as crianças de 13 anos. Portanto, serão abrangidas todas as crianças da RegiãoAutónoma da Madeira que, em termos de amostragem, são cerca de 1300 crianças".Depois do rastreio, o tratamento deve ser seguido como prioridade para os casos mais graves."Colaboramos com o rastreio, mas há que tentar arranjar soluções para aquilo que vamosdiagnosticar, que são necessidades efetivas de tratamento. Portanto, há uma primeira fasepara as situações que forem consideradas mesmo graves e urgentes, em que haverá umacolaboração da parte do Sesaram (Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira), atravésdos centros de saúde onde existe medicina dentária", esclareceu o representante da OMD naMadeira.

Page 53: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

NOVEMBRO 2013 I I 33

Este ever fundamental deve serinteriorizado por todos os médicosdentistas, de forma a poderemproporcionar tratamentos dequalidade e com continuidade a todosos doentes que os procuram.De facto a saúde, sendo um direitofundamental dos cidadãos, é por simesma uma área que não admite quese cometam erros, pois qualquer erropode colocar em causa a saúde geraldesse mesmo doente. Daí serimportante que os serviços de saúdeprestados aos doentes sejampraticados com o suficienteconhecimento técnico e científico dosatos que são executados. Não basta adelicadeza e cortesia que, apesar deserem muito importantes para acriação de empatia com o doente, nãopodem suportar, per si, a relação deconfiança com o doente. O doenteprecisa de reconhecer no seu médicodentista confiança que só a qualidadetécnica e científica pode trazer esedimentar.Para que essa confiança seja criada,todo o médico dentista tem queassegurar as melhores condiçõespossíveis para a prestação dos seusatos médico-dentários, de molde amelhor satisfazer as necessidades detratamento do doente que o procura. Não podemos esquecer que osmédicos dentistas poderão sempre serresponsabilizados pela prestação deatos médico-dentáriosmanifestamente desadequados,quando seria expectável atuarem deuma outra forma. Ao CDD chegam muitas participações,

promovendo esse enriquecimentocientífico para que o resultado finalseja uma boa qualidade dos serviçosprestados pelos médicos dentistas. O conhecimento científico faz com quea independência profissional dosmédicos dentistas seja protegida ereconhecida pelos doentes, permitindofazer bom juízos clínicos e tratamentoscorretos. Este reconhecimento seráinevitavelmente feito não só pelosdoentes, mas também por outrosmédicos dentistas, nossos pares.Reconheço que, ainda hoje, há muitailiteracia por parte da população queprocura os nossos serviços, o quefomenta a existência da publicitação,com êxito, de atos de suporte científicoduvidoso e de caráter folclórico epopulista.No entanto, felizmente sente-se umaprocura crescente de conhecimentopor parte dos doentes, devido não só àdivulgação que se tem dado pelosvários programas de prevençãoexistentes pelo país, como também aoreconhecimento, por parte dapopulação, da importância de associarum sorriso são a um corpo são. Daí aprocura da informação na internet ouna leitura de artigos nos órgãos decomunicação social. Esta procuraincessante de conhecimento levainevitavelmente a um aumento dasexpectativas quanto aos resultados. Por isso, temos que estar conscientesque o reconhecimento do médicodentista deve assentaressencialmente no seu saber, na suacompetência e experiência, e que deveser sempre acompanhado com osmais recentes progressos da medicinadentária.Desta forma, elevamos o nosso nomeenquanto profissionais de saúde e aclasse a que pertencemos.

especialmente em áreas específicascomo a ortodontia, a endodontia ou areabilitação oral com recurso aimplantes e prótese fixa, em que odoente, procurando um bom resultadoestético, com frequência não éinformado corretamente daslimitações do tratamento, ou otratamento não corresponde àexpectativa por si idealizada. O ficar aquém da espectativa levainevitavelmente ao litígio. Conflito esseque, muitas vezes, será dirimido até àsúltimas consequências, isto é, emtribunal com as consequentesrepercussões profissionais eeconómicas que possam daí advir.Nestas circunstâncias, alguns médicosdentistas, na tentativa desesperada de“resolver o problema”, devolvem aosdoentes os honorários por si cobradospelos atos praticados ou ativam o seuseguro profissional. Isto responsabiliza-os desde logo e inevitavelmente pelaexecução desses mesmostratamentos, reconhecendo quepoderão não ter efetuado o melhortratamento que deveriam ter efetuado.Um constante apelo à formaçãocontínua é fundamental para aatualização de conhecimentosmédicos, relativamente à prestação emanutenção da qualidade dosserviços. A OMD, através do seu Centro deFormação Contínua, tem organizadovárias sessões de incremento doconhecimento científico, levando aformação a todos os médicosdentistas, criando programasinteressantes em diversas áreas,

OPINIãO

um olhar sobre a resPonsabIlIDaDe ProFIssIonal

deonto

lógic

oom

d

Está inscrito no nosso Código Deontológico que “Todo o médicodentista tem o dever de assegurar ao seu doente a prestação dosmelhores cuidados de saúde oral ao seu alcance, agindo com

correção e delicadeza.”

Luís Filipe Correia Presidente doConselhoDeontológico e deDisciplina

Page 54: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

A nova legislação aprovadaestabelece “novas regras sobre aforma de produzir, apresentar evender produtos do tabaco”.As advertências sobre os riscos paraa saúde passarão a ocupar 65% doespaço das embalagens, em vez decobrirem 75% da frente e do versocomo era defendido por bruxelas eapoiado pela comissão parlamentardo ambiente e saúde. Atualmente,os alertas para os riscos do tabacotêm de ocupar 30% da frente dosmaços de cigarros e 40% do verso.Outra imposição passa pelaproibição do recurso a expressõescomo “light”, “suave” ou “natural”,uma vez que estas podem induzir os

examinados de forma exaustiva,antes da catalogação destes comomedicamentos que ajudam a deixarde fumar.O objetivo destas medidas é tornaros produtos de tabaco menosatrativos, em especial para o públicomais jovem.Esta revisão da diretiva, que deveentrar em vigor dentro de um ano,acontece numa altura em que oMinistério da Saúde tinha anunciadopara o final deste verão, uma novaLei do Tabaco para tornar livre defumo todos os espaços públicosfechados, entre outras medidas.As regras acordadas terão de seragora adotadas pelos Estados-membros. Os ministros da Saúde de15 Estados-membros já tinhamassinaram, a 4 de outubro, umacarta em que pediam celeridade aoParlamento Europeu para aprovar anova diretiva.

consumidores em erro.A venda de tabaco aromatizadopassa também a ser proibida, mas écriado um período de transição. Porexemplo, os cigarros com sabor amorango ou baunilha podem servendidos até 2016 e os mentoladospodem continuar no mercado até2021.A nova norma europeia tambémlegisla as regras relativas aoscigarros eletrónicos. Futuramenteeste tipo de cigarro terá de passarpor controlos sanitários prévios àsua venda. Da nova legislação fica,ainda, a recomendação daComissão Europeia para que oscigarros eletrónicos sejam

O Parlamento Europeu aprovou no passado dia 8 de outubro, umaproposta da Comissão Europeia de revisão da diretiva de produtos de

tabaco, datada de 2001, que visa continuar o combate ao consumo detabaco e aumentar a consciencialização dos malefícios inerentes ao

consumo deste produto.

TAbACO

Parlamento euroPeuaProva regras maIs Duras

euro

pa

omd

34 I I NOVEMBRO 2013

Page 55: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

PASCAL MAGNE

UELI GRUNDER

LEOPOLDINO CAPELOZZA

JAVIER GIL MUR

KLAUS LANG

ISTVAN URBAN

PEDRO PEÑA

CH

CH

BR

SP

CH

HU

SP

PRÓTESE FIXA

IMPLANTOLOGIA

ORTODONTIA

IMPLANTOLOGIA

PERIODONTOLOGIA

REGENERAÇÃO ÓSSEA

IMPLANTOLOGIA

CONFERENCISTAS CONVIDADOS

15:45

Page 56: NOVEMBRO 2013 NÚMERO 19 I TRIMESTRAL … · a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dos ... Parlamento Europeu aprova regras mais duras o m d. ... o envelhecimento

AXA Portugal, Companhia de Seguros de Vida, S.A.

Sede: Edifício AXA, Av. do Mediterrâneo, Lote 1.01.1.2, Parque das Nações, Apartado 1953, 1058-801 Lisboa Tel. 21 350 6100. Fax 21 350 6136. Matrícula/Pessoa Coletiva N.º 502 220 473Conservatória de Registo Comercial de Lisboa. Capital Social 10.000.000 Euros

Sede: Rua Gonçalo Sampaio, 39, Apart. 4076, 4002-001 Porto Tel. 22 608 1100. Fax 22 608 1136. Matrícula/Pessoa Coletiva N.º 503 454 109 Conservatória de Registo Comercial do Porto. Capital Social 36.670.805 Euros

AXA Portugal, Companhia de Seguros, S.A.

Dat

a de

atu

aliz

ação

: no

vem

bro

2013. Pu

blic

idad

e. E

scrit

o se

gund

o o

Nov

o Ac

ordo

Ort

ográ

fico.

Ativ

idad

e se

gura

dora

sup

ervi

sion

ada

pelo

Inst

ituto

de

Seg

uros

de

Port

ugal

.

Conte com a confiança AXA

na sua proteção.

Se o sorriso dos outros é uma prioridade para si, o seu é uma prioridade para nós.

Poderá consultar as nossas soluções e serviços em www.axa.pt

No âmbito do protocolo AXA com a Ordem dos Médicos Dentistas, oferecemos-lhe condições especiais e serviços exclusivos.

As condições apresentadas são válidas até 31/12/2013.Não dispensa a consulta da informação pré-contratual e contratual legalmente exigida.

Contacte-nos, através de:

Aproveite o conjunto de soluções de seguros para a proteção da suavida profissional e da sua vida pessoal, em caso de imprevisto.Destacamos o seguro de saúde Vitalplan renovado, e que lhe permite aceder a várias coberturas. Conheça ainda as vantagens do seguro de vida e de outras soluções de proteção.

Mediador AXA | Espaço AXA mais próximo

E-mail: [email protected]

Linhas de Apoio exclusivas para Dentistas 217 943 026 | 226 081 526dias úteis, das 8h30 às 19h00

NOVOS PACKS: SEGURO DE SAÚDEVITALPLAN

CARTÃO CLUBE AXA

Totalmente gratuito, permite-lhe usufruirde descontos imediatos e diretos na redede parceiros AXA. Saiba mais em www.axa.pt/clube-axa

A AXA é a 1.ª marca seguradora a nível mundial pelo 5.º ano consecutivo Best Global Brands 2013, Interbrand.

c na s

Conte com a onfiança AXA

sua proteção.

PACKS: NOVOS

CARTÃO CLUBE AXA

mi e

de parceiros AXA. descontos imediatosde

er

uirte-lhe usufr e diretos na rede

No âmbito do protocolo oferecemos-lhe condi

vés de: atraContacte-nos,, atra

veite o conjunto de soluções de seguros para a proteção da suaAprovida profissional e da sua vida pessoal,Destacamos o seguro de saúde V

tur aceder a várias cober t e de outras soluções de proteção.

Linhas de Apoio exclusivas para Dentistas 217 943 026 | 226 081 526

olo AXA com a Ordem dos Médicos Dentistasições especiais e viços exser

e soluções de seguros para a proteção da sua em caso de impre ua vida pessoal,

italplan de saúde V e q vado, renoras. Conheça ainda as vantagens do seguro de vida

proteção.

exclusivas para Dentistas 217 943 026 | 226 081 526

édicos Dentistas, xclusivos.

oteção da suavisto. pre

mite ue lhe pers do seguro de vida

943 026 | 226 081 526

de parceiros AXA. Saiba mais em .axa.www

A AXA é mundial Best Glo

pt/clube-axa

a 1.ª marca seguradora a nível pelo 5.º ano consecutivo

Interbrand. obal Brands 2013,

oderá consultar as nossas soluções e serP

As condições apresentadas são válidas até 31/12/2013.Não dispensa a consulta da infor

Mediador AXA | Espaço AXA mais próximo

E-mail: medicos.

Linhas de Apoio exclusivas para Dentistas 217 943 026 | 226 081 526 das 8h30 às 19h00dias úteis,

viços e nossas soluções e ser

são válidas até 31/12/2013.mação pré-contratual e contratual legalmente exigida. nfor

| Espaço AXA mais próximo

[email protected]

exclusivas para Dentistas 217 943 026 | 226 081 526 8h30 às 19h00

em .axa.ptwww

galmente exigida.

943 026 | 226 081 526

Companhia de tugal,orAXA P

Lo râneo, do MediterAvv.AXA,Sede: Edifício Matax 21 350 6136. F Fax 21 350 6136. 21 350 6100.el.TTel.

atória de Registo Comercial de Lisva Conser

4t.Aparrt. 39,Sede: Rua Gonçalo Sampaio, Matax 22 608 1136. F Fax 22 608 1136. 22 608 1100.el.TTel.

oatória de Registo Comercial do P Porva Conser

Companhia de tugal,orAXA P

S.A.ida, Seguros de V

105 tado 1953,Aparrtado 1953,arque das Nações, P Parque das Nações, ote 1.01.1.2,a N.º 502 220 473essoa Coletiv va N.º 502 220 473 trícula/P Pessoa Coletiv

Capital Social 10.000.000 Euros sboa.

toorrto 4002-001 P Por 4076,a N.º 503 454 109essoa Coletiv va N.º 503 454 109 trícula/P Pessoa Coletiv

Capital Social 36.670.805 Eurosto.orrto.

S.A. Seguros,

58-801 Lisboa