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Unidade na diversidade:
uma fé, vários caminhos
Unidade na diversidade: uma fé, vários caminhos
Nesta unidade vamos refletir sobre:
• A unidade do Cristianismo
• O cisma do Oriente
• O cisma do Ocidente
• As Igrejas da reforma
• A organização interna da Bíblia
• A formação do Antigo e do Novo Testamentos
• O movimento ecuménico
O Cristianismo
Assenta a sua fé e a sua esperança em Jesus Cristo.
Jesus e os seus discípulos viveram num período histórico em que o
império romano dominava grande parte do mundo conhecido e Roma
era a capital desse imenso império.
Herdeiro do Judaísmo e enriquecido pela civilização greco-romana, o
Cristianismo, apesar de três séculos de perseguições, criou raízes na vida
de muitos homens e mulheres.
O Cristianismo tornou-se universal e alcançou bastante vitalidade.
Ao longo do primeiro milénio, apesar de pequenas divergências e
separações, o Cristianismo manteve-se globalmente unido.
A palavra ‘cisma’ — do grego skhisma («fenda; separação»), por via do
latim schisma — significa dissidência religiosa, separação de uma
determinada religião.
235
Diocleciano assume o poder.Dá-se início à era dos Mártires.
Constantino torna-se o primeiro imperador cristão e promulga a liberdade religiosa
312
Fundação de Constantinopla
324
Édito de Tessalónica, Teodósio declara o Cristianismo, religião oficial do Império.
380
Após a morte de Teodósio, o império romano é dividido
395 476
Invasão de Roma.Fim do Império Romano do Ocidente.
As diferenças entre as Igrejas do Ocidente e do Oriente, já evidentes no século IV,
tornam-se mais precisas durante os séculos seguintes. As suas causas eram
múltiplas:
• tradições culturais distintas (greco-oriental por um lado, romano-
germânica por outro);
• a ignorância mútua, não só das línguas, mas também das respetivas
literaturas teológicas;
• divergências de ordem cultural ou eclesiástica
• a ordenação de homens casados, proibida no Ocidente;
• o uso do pão ázimo no Ocidente, e do pão com fermento no Oriente;
• a água acrescentada ao vinho da Eucaristia no Ocidente.
Para além disso:
• Certos desenvolvimentos do culto e das instituições eclesiásticas
conferem ao Cristianismo oriental uma fisionomia peculiar.
• A importância da veneração dos ícones no Império Bizantino
• a adição do filioque ao Credo de Niceia e Constantinopla — o trecho
passava a ter a seguinte leitura: «O Espírito procede do Pai e do Filho»
Aumentou a animosidade dos ocidentais contra os orientais.
Surgem assim dois ramos no tronco do Cristianismo:
a Igreja latina
‘católica’
e a Igreja oriental
‘ortodoxa’.
No ano de 1054, numa tentativa de diálogo e conciliação, um enviado do papa
(cardeal Humberto) foi a Constantinopla, mas a tentativa saiu frustrada e
aconteceu a separação (cisma). O cardeal, em nome do papa Leão IX, dirige-se à
Basílica de Santa Sofia e excomunga o patriarca Miguel Cerulário. Este, como
resposta, excomunga o cardeal. Com estes gestos, repletos de falta de
compreensão e de caridade, cada um considera-se portador da verdade e expulsa
dessa fé e dessa comunhão o outro.
Católicos e ortodoxos, apesar dos encontros e abraços fraternos entre os
seus líderes, continuam separados.