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O Último Voo de PETR GINZ Guia de Estudos © Ilustração por Cory Godbey. Baseada na obra de Petr Ginz O Holocausto e as Nações Unidas Programa de Divulgação

O Último Voo de O Holocausto e as Nações Unidas Programa ... · durante o Holocausto. Por meio desta história, você aprenderá quão importante é lutar contra o ódio e o preconceito

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O Último Voo de PETR GINZ

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O Holocausto e as Nações Unidas Programa de Divulgação

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“O Holocausto foi um momento de terror e incerteza para o povo judaico e suas famílias. Apesar de seus medos, muitas crianças, como Petr Ginz, enfrentaram este perigo bravamente armadas com força e criatividade. A exemplo de Petr, muitas também não tiveram a chance de virarem adultas. Nós nunca saberemos como poderiam ter contribuído para o nosso planeta se tivessem vivido, mas temos certeza de nossa obrigação em lembrar e honrar todas as vítimas dessa tragédia. O melhor tributo para a sua memória é um esforço contínuo em ensinar lições universais sobre o Holocausto para que um horror desse porte não se repita nas gerações futuras.”

BAN Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas

27 de Janeiro de 2012

“A semente de uma ideia criativa não morre em meio à lama e à sujeira. Mesmo aí ela germinará e disseminará seu fruto como uma estrela brilhando na escuridão.”1*

Petr Ginz

* Petr Ginz, O Diário de Petr Ginz, 1941-1942, ed. Chava Pressburger, trad. Elena Lappin (Nova York: Grove Press, 2007), 133.

O Último Voo de PETR GINZ

G U I A D E E S T U D O S

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AGRADECIMENTOS

Obrigado às seguintes pessoas, que contribuíram para este projeto: Ziad Al-Kadri, Rachel Balanson, Stephen Cypen, Matías Delfino, Sandy Dickson, Inbal Eshed, Niv Goldberg, Cindy Hill, Yehudit Inbar, Jane Jacobs, Dorit Novak, Cara Pilson, Chava Pressburger, Yael Richler, Churchill Roberts, Rob Rozett, Yehudit Shendar, Naama Shilo, Shlomit Steiner e Olga Yatskevich.

Editora: Kimberly MannAutora: Amanda Zolan

© Nações Unidas, 2012

Trechos d’O Diário de Petr Ginz, 1941-1942, copyright © 2004 por Chava Pressburger.Copyright da tradução inglesa © 2007 por Elena Lappin.Usado com a permissão de Grove/Atlantic, Inc.

Arte original de Petr Ginz cedida por cortesia de Chava Pressburger e Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto (www.yadvashem.org).

Ilustrações baseadas na obra de Petr Ginz cedidas por cortesia de Cory Godbey (www.corygodbey.com).

Mapas cedidos por cortesia do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos (www.ushmm.com).

Fotografias cedidas por cortesia de Chava Pressburger, CHRONOS-MEDIA GmbH/Alemanha, Agência de Notícias Tcheca, Casa dos Guerreiros do Gueto/Israel, Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, e Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto

Créditos das ilustrações abaixo (da esquerda para a direita):

1. Petr Ginz (1928-1944); Navio à Vela, 1942-1944; Corte de linóleo; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém; Presente de Otto Ginz, Haifa 2. Ilustração por Cory Godbey baseada na obra de Petr Ginz 3. Petr Ginz (1928 – 1944); Sem Título, 1942 – 1944; Aquarela e lápis em papel; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém; Presente de Otto Ginz, Haifa 4. Petr Ginz (1928 – 1944); Página 7 da história “As Aventuras de Ferda”, 1940; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém 5. Ilustração por Cory Godbey

Prefácio por Kiyo Akasaka Subsecretário-Geral de Comunicaçãoe Informação Pública da ONU.......................................................................................................6

Mensagem de Chava Pressburger..............................................................................................7

Capítulo I: A Volta ao Mundo em Um Segundo....................................................................9

A Imaginação de Petr.......................................................................................................................11

Capítulo II: Ka-du Chega...............................................................................................................13

Capítulo III: Os Heróis Enfrentam Ka-du.................................................................................17

Capítulo IV: O Plano do Louco.....................................................................................................19

O Poder da Imaginação de Petr..................................................................................................21

Capítulo V: A Destruição de Ka-du...........................................................................................23

ANEXOS

As Crianças e o Holocausto.........................................................................................................25

Memória do Holocausto................................................................................................................27

Glossário...............................................................................................................................................28

Mapas....................................................................................................................................................29

Declaração Universal dos Direitos Humanos: Sinopse....................................................29

Outras Leituras...................................................................................................................................30

Índice O ÚLTIMO VOO DE PETR GINZ / Guia de Estudos

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PREFÁCIOPOT KIYO AKASAKA, Subsecretário-Geral de Comunicação e Informação Pública da ONU

Com este guia de estudos, honramos a memória de Petr Ginz, um menino judeu extraordinário de Praga, que faleceu durante o Holocausto.

Por meio desta história, você aprenderá quão importante é lutar contra o ódio e o preconceito. Ao aprender mais sobre o Holocausto e o significado de lembrar deste período atualmente, nós esperamos que você descubra as conexões do mesmo com a sua própria vida e comunidade.

Petr foi uma das um milhão e meio de promissoras e inocentes crianças judias que morreram no Holocausto. Não podemos nos debruçar sobre a vida de Petr sem nos sentirmos profundamente tristes pela perda deste jovem talentoso e único, que não tinha medo de resistir aos nazistas da maneira que sabia melhor – por meio do humor, música e ilustração. Quando as crianças judias passaram a ser

forçadas a usar a Estrela de Davi amarela nas escolas para distingui-las dos outros estudantes, Petr passou a enxergar cada uma como “xerife”, utilizando-se de seu senso de humor para lidar melhor com a situação. Conhecendo-o melhor a partir de seus escritos e obras de arte, nós ansiamos por encontrar o adulto em que Petr teria se transformado.

Algumas crianças conseguiram sobreviver ao Holocausto escondendo-se, enquanto outras fugiram para locais seguros antes que fosse tarde demais. Dentre as que sobreviveram, muitas tornaram-se órfãs ou ficaram sem ninguém para protegê-las e cuidar delas. As crianças sobreviventes são uma inspiração para nós. Sentimo-nos profundamente tocados por seu espírito de perseverança e sua habilidade em construir novas vidas a partir da devastação provocada pelo Holocausto.

Este guia de estudos serve como companheiro ao filme O Último Voo de Petr Ginz, dirigido por Sandy Dickson, do Programa de Cinema Documental da Universidade de Wake Forest, e Churchill Roberts, do Instituto de Documentários da Universidade da Flórida. O filme é extensamente baseado n’O Diário de Petr Ginz, 1941-1942. Nós gostaríamos de agradecer particularmente a Chava Pressburger, a irmã de Petr, que foi uma criança sobrevivente do Holocausto, por compartilhar suas memórias pessoais, fotos e os trabalhos artísticos de Petr conosco.

Permitindo acesso ao mundo de Petr, nós o encorajamos a pensar em todas as outras crianças cujos sonhos e talentos foram perdidos juntamente com suas vidas no Holocausto. A ONU continua a lembrar-se das mesmas e compromete-se a dar continuação ao trabalho de proteção das vidas e direitos das crianças de todo o mundo.

KIYO AKASAKA

MENSAGEM PARA OS ESTUDANTES POR CHAVA PRESSBURGER, antes conhecida como Eva Ginz

Sinto-me muito honrada das Nações Unidas terem produzido este guia de estudos como uma companhia para o filme sobre o meu falecido irmão, O Último Voo de Petr Ginz, para que os jovens de todo o planeta possam aprender o quão destrutivos são o ódio e o preconceito. A educação é fundamental para a criação de um futuro melhor. Todavia, esta às vezes é utilizada para difundir o ódio, o assassínio e ideologias desumanas, como o nazismo. Os nazistas ensinavam os jovens a acreditar que uma raça branca europeia “superior” (ariana) deveria conquistar o mundo e subjugar as raças “inferiores”. Estes promotores do ódio assassinavam aqueles que não consideravam dignos do direito à vida, principalmente os judeus.

Um milhão e meio de crianças judias foram assassinadas durante o Holocausto – Petr foi uma delas. Espero que a história dele represente um exemplo importante da grande perda causada por este ato terrível de falta de humanidade. Espero que isto ajude a próxima geração a propagar a verdade e não mentiras, e a incitá-la a criar e não destruir, ajudar-se e não matar, amar e não odiar.

Petr escreveu seu diário em Praga entre 1941 e 1942, quando a Tchecoslováquia já estava sob ocupação alemã. No entanto, seu diário não revela o que ele sentia em relação à ameaça sob a qual nossa família vivia. Seus diversos livros e ilustrações mostram a profundidade de seu talento e vontade de aprender. Petr foi deportado para o gueto e para o campo de trânsito Terezin (Theresienstadt) em 1942, onde tomou conhecimento dos horrores que estavam ocorrendo. Apesar disso, para mim está claro que suas atividades naquele local comprovam sua crença de que um dia ele retornaria à “vida real” e que viveria para dar alguma contribuição ao mundo.

Este dia jamais chegaria, pois Petr seria assassinado numa câmara de gás em Auschwitz em 1944, quando tinha apenas 16 anos. Embora Petr não tenha retornado para nós, de fato conseguiu fazer uma contribuição valiosa para o mundo por meio de sua arte e escritos. Foi necessária uma coragem incrível para falar o que pensava na revista clandestina Vedem, momento em que certamente arriscava ser punido com a morte se descoberto. Fico orgulhosa do fato de que o legado de Petr continua vivo.

O diário que Petr escreveu enquanto ainda vivia em Praga foi descoberto de forma misteriosa 60 anos após ter sido escrito. Encontrado por um cidadão tcheco desconhecido numa casa comprada por ele que pertencera a um amigo íntimo de nossa família, não é claro como o diário foi parar lá. Eu mesma encontrei um segundo diário, uma lista das tarefas que Petr propôs-se a aprender em Terezin. Juntamente a suas ilustrações e livros, esses são meus tesouros. Fico satisfeita de compartilhá-los com você neste guia de estudos e neste filme, na esperança de que também você sinta-se inspirado por Petr a tornar este mundo melhor para todos.

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AS AVENTURAS DE FERDAA história “As Aventuras de Ferda”, de Petr, é sobre um menino chamado Ferda que passa um dia no campo com seu pai. Ferda vê um balão caindo e o agarra, mas não consegue se segurar. O menino se solta e aterrissa com tanta força que a terra cede e ele cai numa caverna em que descobre um estoque secreto de armamentos alemães. Ferda informa sua descoberta às autoridades tchecas e torna-se um herói.

Petr Ginz (1928-1944);Páginas 4-5 da história “As Aventuras de Ferda”, 1940; Coleção do Museu de Arte Yad Vashem, Jerusalém

A VOLTA AO MUNDO EM UM SEGUNDOPetr Ginz nasceu em 1928 na cidade de Praga, que, à época, era a capital da Tchecoslováquia. Seus pais, Otto e Maria Ginz, casaram-se em Praga no ano anterior ao seu nascimento, e a irmã de Petr, Eva, nasceu na mesma cidade em 1930. Petr era apaixonado por Praga e, como nos conta Eva ao percorrer as ruas da antiga cidade, eles “sempre sentiram a mágica, mesmo quando crianças”.

Durante o início da década de 1930, por volta de 35 mil judeus viviam em Praga. Após a ascensão de Adolf Hitler ao poder em 1933, muitos judeus alemães fugiram para Praga. Muitos outros refugiados chegaram à cidade em 1938, após Hitler anexar a Áustria e a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia. Isto fez com que a população judaica da cidade chegasse a aproximadamente 56 mil pessoas.

A família de Petr era “misturada”: seu pai era judeu e sua mãe era cristã de nascença, mas se convertera ao judaísmo quando se casou. Como Petr e Eva tinham uma mãe “ariana” e um pai judeu, foram considerados pelos nazistas “mestiços de primeiro grau”, ou meio-judeus.

Hitler e os nazistas erroneamente acreditavam que os judeus eram uma raça inferior, responsável por todos os problemas na Alemanha e na Europa, uma ameaça aos “arianos” biologicamente superiores. Os termos “ariano”, “judeu” e “mestiço” foram definidos por um

Eva e Petr Ginz, 1934Eva, Petr e Maria Ginz em Praga

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decreto adicional às Leis de Nuremberg. Estas foram adotadas pelo Parlamento Alemão em Nuremberg no dia 15 de setembro de 1935, tornando-se a base legal para a discriminação contra judeus na Alemanha e, posteriormente, em outros lugares sob ocupação nazista, como Praga. A segundas das Leis de Nuremberg, chamada de “Lei para a Proteção do Sangue e Honra Germânicos”, tornou o casamento entre “arianos” e judeus ilegal.1 No entanto, como os pais de Petr já eram casados, seu pai foi permitido a permanecer com sua esposa inicialmente.

O pai de Petr falava muitas línguas e trabalhava como gerente do departamento de exportação de uma companhia têxtil em Praga. Os pais de Petr encorajavam a educação dele e de sua irmã. Eles mandaram o menino para uma escola especial para crianças excepcionais após o ensino fundamental, que Petr frequentou por apenas um ano antes dos nazistas chegarem a Praga. Muitos membros da família extensa de Petr moravam por ali, e ele, Eva e seus pais os visitavam com frequência. Petr teve uma infância feliz em Praga, além de uma imaginação vívida, que o permitia expressar-se de diversas formas diferentes.

1 Centro de Recursos do Holocausto, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.

CAPÍTULO 1 O ÚLTIMO VOO DE PETR GINZ / Guia de Estudos

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QUESTÕES1. O que nós sabemos sobre Petr? O que mais você gostaria de saber sobre ele? 2. Na história de Petr “As Aventuras de Ferda”, o menino descobre armamentos alemães escondidos e se torna um herói ao entregá-los às autoridades. O que a história diz sobre o que Petr acreditava que estava acontecendo? 3. Por que Petr e sua irmã Eva sofriam discriminação por parte dos nazistas?

ATIVIDADES1. Pesquise a localização das maiores comunidades judaicas na Europa antes da II Guerra Mundial.2. Escreva um breve resumo sobre as tradições culturais judaicas, incluindo culinária, feriados e locais de adoração judaicos.3. Compare o Mapa 1 – Europa, 1933 e o Mapa 2 – Ganhos Territoriais Germânicos antes da Guerra, 1939, contidos no Anexo. O que aconteceu com os países europeus entre 1933 e 1939? Pesquise como isso afetou os judeus que viviam nestes

países.

21 de fevereiro de 1930Eva, a irmã de Petr, nasce

8 de março de 1927 Otto e Maria Ginz se casam

1º de fevereiro de 1928Petr nasce em Praga

CRONOLOGIA

A Família Ginz

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Casamento de Maria e Otto Ginz, 8 de março de 1927

A IMAGINAÇÃO DE PETR Petr tinha uma mente muito criativa e um espírito aventureiro. Eva nos conta que “sua matéria favorita sempre foi Ciências... mas ele adorava desenhar. Ele carregava sempre um caderno e alguns lápis com ele”.

Petr também foi muito influenciado pela escrita do autor francês Júlio Verne, um pioneiro do gênero da ficção científica. Verne escreveu sobre viagens aéreas, espaciais e submarinas antes que estas fossem pos-síveis. Segundo Eva, “Petr lia muitos livros, mas desde muito novo preferia os de Júlio Verne. Talvez ele tenha lido todos os livros escritos por Júlio Verne. O autor escreveu um romance chamado A Volta ao Mundo em Oitenta Dias. Petr escreveu A Volta ao Mundo em Um Segundo”.

Dos oito aos catorze, Petr escreveu quatro outros romances: De Praga à China, O Mágico das Montanhas Altay, Jornada ao Centro da Terra e Uma Visita da Pré-História.2 No início de sua história sobre o monstro Ka-du, Petr afirma que este é um romance escrito por Júlio Verne, traduzido para o tcheco por ele. Na verdade, o romance Uma Visita da Pré-História foi escrito por Petr.

QUESTÕES1. Por que você acha que as aventuras e viagens de navio ou nave

especial chamavam tanto a atenção de Petr?2. Por qual(is) razão(ões) você acha que Petr decidiu apresentar seu

romance Uma Visita da Pré-História ao leitor como se tivesse sido escrito por Júlio Verne?

3. Considerando os interesses e as qualidades de Petr, em que tipo de adulto ele teria se transformado?

ATIVIDADES1. Ache títulos escritos por Júlio Verne. Discuta os motivos de Petr ter

gostado deles. 2. No filme, nós aprendemos que o asteroide 50413 foi batizado de

Petr. Pesquise o asteroide e como ele foi nomeado 50413 Petrginz. 3. Leia a citação de Petr na parte interna da capa deste guia de estudos.

Escreva o que você acha que Petr quis dizer com isso e como o afetou.

2 Petr Ginz, O Diário de Petr Ginz, 1941-1942, ed. Chava Pressburger, trad. Elena Lappin (Nova York: Grove Press, 2007), 11.

Da coleção particular de Chava Pressburger

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Capa do romance Uma Visita da Pré-História;Da coleção particular de Chava Pressburger

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Petr Ginz (1928-1944); Ilustração de Uma Visita da Pré-História; Da Coleção particular de Chava Pressburger

KA-DU CHEGA Os nazistas ocuparam Praga no dia 15 de março de 1939. Eles anexaram toda a região ocidental da Tchescolováquia, que incluía Praga, o Protetorado da Boêmia e Moravia (veja o Mapa 2 no Anexo). Isso significa que a área passou a pertencer ao Terceiro Reich e que os 92 mil membros de sua comunidade judaica ficaram sujeitos à autoridade dos nazistas. A região oriental da Tchecoslováquia tornou-se a Eslováquia. Imediatamente após a ocupação, os nazistas começaram a impôr restrições à população judaica. Em junho, um decreto entrou em ação, proibindo os judeus de exercerem praticamente todas as atividades econômicas, e muitas propriedades foram tomadas dos judeus. Quando a II Guerra Mundial teve início, em 1939, os judeus foram demitidos de seus empregos, banidos de comprar bens de consumo e tiveram sua liberdade de ir e vir cerceada. Quando chegou novembro, os judeus não podiam viajar livremente em transportes públicos e as crianças judias haviam sido expulsas das escolas.

O Conselho Religioso Judaico de Praga foi obrigado a fazer um censo da população judaica no Protetorado em setembro de 1941, e os judeus foram forçados a usar estrelas amarelas e a viver separadamente do resto da população. Petr começou a escrever seu diário em 19 de setembro de 1941, e na primeira entrada ele escreveu sobre e ilustrou a insígnia da estrela amarela que os judeus foram obrigados a usar (veja imagem). Os nazistas aplicavam a lei para reforçar as restrições aos judeus e, por causa da estrela amarela, eles conseguiam identificá-los facilmente.

Os judeus também foram obrigados a se registrar para os transportes. Petr e sua família receberam uma convocação para o registro em 26 de outubro de 1941.3 A maioria da população judaica de Praga, como Petr e sua família, foi mandada para Terezin. Os transportes de Praga a Terezin começaram em novembro de 1941. Terezin era uma pequena cidade fortificada no noroeste da Tchecoslováquia, que se tornou um gueto e um campo de trânsito para os judeus da Boêmia e da Moravia. Alguns destes eram ricos judeus alemães, idosos e bem conhecidos. Judeus da Dinamarca e da Holanda também foram mandados para Terezin. Quem propôs que Terezin fosse transformada em campo de trânsito foi o oficial nazista Reinhard Heydrich. A cidade foi utilizada como parada no caminho de Auschwitz e outros centros de extermínio do Leste (veja mapa 3 no Anexo).4

Reinhard Heydrich era o governador da Boêmia e da Moravia, também conhecido como o “protetor do Reich nas terras tchecas”, bem como o líder da Polícia de Segurança Nazista, do Serviço de Segurança e do Escritório de Segurança do Reich. Ele organizou a Conferência de Wannsee de 20 de janeiro de 1942 num palacete em Wannsee, Berlim, onde a “solução final” foi aprovada por oficiais nazistas do alto escalão. A “solução final” foi o nome dado para o plano nazista de “resolver a questão judaica” por meio do extermínio de todos os judeus na Europa – 11 milhões pela definição nazista de quem era judeu. A implementação do plano nazista resultou no assassinato sistemático de seis milhões de judeus durante a II Guerra Mundial, fato que ficou conhecido como Holocausto. Ao mesmo tempo, os nazistas também faziam outras vítimas por motivos ideológicos, raciais e políticos, incluindo os Roma e os Sinti, matando mais dezenas de milhares de inocentes.

3 Petr Ginz, O Diário de Petr Ginz, 1941-1942, ed. Chava Pressburger, trad. Elena Lappin (Nova York: Grove Press, 2007), 38.4 Centro de Recursos do Holocausto, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.

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Os nazistas chegam a Praga, março de 1939

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Páginas d’O Diário de Petr Ginz;Da coleção particular de Chava Pressburger

CAPÍTULO 2

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Poema de Petr Ginz (trechos)

Hoje está muito claro quem é judeu e quem é germano

porque judeus são vistos de longe e perto pela estrela de preto e amarelo.

Depois da oitava hora esteja em casa e tranque a porta; só trabalhe de pá, martelo e sifão,

e nunca ouça o rádio, em nenhuma estação. Você não pode ser dono de um cachorro;

e os barbeiros não podem cortar o seu cabelo; uma judia que um dia foi rica

não pode ter cachorro, nem cadela, não pode mandar os filhos para a escola deve comprar da terceira à quinta hora

porque a regra é esta.

E se você for um judeu inteligentevocê deve fechar sua conta nos bancos

e desistir de outros hábitos tantoscomo encontrar os arianos de sempre.

Ele podia carregar um fardo,mala, sacola, ou saco.

Mas agora ele perdeu até este direito mas todo o judeu abaixa o queixoe segue todas as regras que tem

sem se importar nem um vintém.6

6 Petr Ginz, O Diário de Petr Ginz, 1941-1942, ed. Chava Pressburger, trad. Elena Lappin (Nova York: Grove Press, 2007), 59-61.

Reinhard Heydrich, conhecido por sua crueldade e brutalidade, também era chamado de “açougueiro de Praga”. Seu carro foi bombardeado por soldados da resistência tchecos em 27 de maio de 1942, e ele morreu por ferimentos decorrentes do ataque no dia 4 de junho de 1942. O assassinato de Heydrich talvez seja o ato de resistência anti-nazista tcheca mais conhecido. Era muito perigoso e, na maioria das vezes, impossível tentar resistir contra os nazistas. Entretanto, quando os judeus, e alguns não-judeus, souberam dos planos nazistas, muitos escolheram resistir, apesar dos riscos em que se colocavam. A resistência era frequentemente organizada por grupos clandestinos e tomava muitas formas, incluindo o contrabando de bens de consumo, rebelião armada, esconder-se em florestas e outros locais e coordenar atividades culturais. Em retaliação pelo assassinato de Heydrich, os nazistas destruíram a pequena cidade de Lídice, que acreditavam ser o lar de alguns membros da resistência. Eles assassinaram todos os homens, deportaram as mulheres para o campo de concentração de Ravensbrück e mandaram as crianças para o centro de extermínio de Chelmno.5 6

5 Centro de Recursos do Holocausto, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.

CRONOLOGIA

15 Mar 1939Os nazistas chegam a Praga

1 Set 1939Alemanha invade a Polônia, II Guerra Mundial começa na Europa

19 Set 1941Primeira entrada no diário de Petr, judeus obrigados a usar estrelas amarelas

16 Out 1941Transportes de Praga ao gueto de Lotz começam

26 Out 1941Petr e sua família são obrigados a se registrar para os transportes

Nov 1941Transportes para Terezin começam

20 Jan 1942Conferência de Wannsee

1 Fev 1942Aniversário de 14 anos de Petr; ele se torna elegível para os transportes

27 Mai 1942Assassinato de Heydrich

10 Jun 1942Começa o Massacre de Lídice

O ÚLTIMO VOO DE PETR GINZ / Guia de Estudos

Soldados da resistência judaica na floresta na Tchecoslováquia, 1944

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QUESTÕES1. No romance de Petr Uma Visita da Pré-História, Ka-du é um

monstro que quer dominar o continente da África. O que Ka-du representa na vida de Petr?

2. Examine a foto na página 13. Como o povo tcheco reage à chegada dos nazistas a Praga, como nos mostram a foto e o filme?

3. Leia o poema na próxima página. O que Petr está tentando nos dizer sobre a vida do povo judaico sob regime nazista?

ATIVIDADES1. Reflita sobre as restrições impostas a Petr, sua família e aos

judeus vivendo em Praga. Dê exemplos sobre as formas de discriminação que eles enfrentaram.

2. Pesquise sobre os riscos que as pessoas corriam ao tentar ajudar a resgatar judeus.

3. Pesquise sobre as diferentes formas dos judeus resistirem aos nazistas. Discuta como isso foi possível.

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Petr Ginz (1928-1944); Ilustração de Uma Visita da Pré-História; Da coleção particular de Chava Pressburger

OS HERÓIS CONFRONTAM KA-DU As áreas concentradas nas cidades em que todos os judeus eram obrigados a viver separadamente do resto da população são chamadas de guetos. Após a implementação da “solução final” pelos nazistas, o fato de que os judeus viviam juntos nos guetos facilitou os esforços nazistas para deportá-los. Os judeus eram mandados aos campos de concentração, de trabalhos forçados e de extermínio do leste europeu em caminhões, navios e a pé, e de trem mais frequentemente. Os nazistas usavam o sistema de trilhos que cobria toda a Europa para transportá-los nos vagões de gado abarrotados. Os vagões eram trancados por fora, e os deportados passavam dias sem água ou comida, até alcançar seu destino. Os transportes eram muito organizados e requeriam uma grande capacidade de coordenação entre muitos grupos, como as forças de segurança nazistas, o Ministério do Transporte, as autoridades locais e os oficiais das estações. Os nazistas tentaram retratar os transportes como realocação da população judaica no leste a trabalho, mas, na realidade, a maioria destas pessoas estava sendo mandada para sua morte. 7

Após chegar a Terezin, Petr escreveu sobre o dia em que deixou Praga num transporte. Estava trabalhando numa loja de conserto de máquinas de escrever quando descobriu que seu nome havia sido incluído na lista de transporte para Terezin, no dia 22 de outubro de 1942. Ele partiria naquela mesma noite. Petr se lembra de quando o dono da loja contou-lhe, e ele se despediu de todos caso não voltasse a vê-los. Caminhou para casa tentando absorver os barulhos que não ouviria mais durante um longo tempo, enquanto escondia sua estrela para que ninguém percebesse que judeus ainda moravam ali. A família de Petr não teve que sair do apartamento porque este estava registrado no nome da mãe. Ele foi instruído a escolher as coisas que desejava levar e optou por um suprimento de papel, linóleo e pequenas facas para cortá-lo, seu romance inacabado O Mágico das Montanhas Altay e algumas tintas de aquarela. Petr escreveu que se preocupava com estes itens mais do que com qualquer outra coisa. O menino descreveu a despedida do pai, que o beijou várias vezes, e de sua tia Nada, que lhe deu o último beijo. Então entregou suas malas, esperando que fosse reaver suas coisas um dia.

QUESTÕES1. Na história sobre Ka-du, Petr imaginou que o monstro seria

derrotado. Na realidade, o que estava acontecendo na Europa à época?

2. Por que Petr questiona o fato de idosos como a sua avó serem incluídos nos transportes?

3. Como Petr reagiu à notícia de que ele iria embora num transporte? Por que ele não precisava ir embora antes de completar quatorze anos?

ATIVIDADES1. Examine a capa deste guia de estudos. Analise o design de

acordo com o que você aprendeu sobre Petr até agora, e então crie a sua própria capa para este guia de estudos.

2. Os nazistas forçavam os judeus a viver em áreas concentradas das cidades chamadas de guetos durante o Holocausto. Pesquise e escreva sobre como era a vida para os judeus nos guetos.

3. Estude o Mapa 3 sobre deportações, contido no Anexo. De que países os judeus foram deportados?

7 Centro de Recursos do Holocausto, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.8 Petr Ginz, O Diário de Petr Ginz, 1941-1942, ed. Chava Pressburger, trad. Elena Lappin (Nova York: Grove Press, 2007), 19.

“Mancinka, não se assuste, eu estou num transporte. Mamãe ficou fora de si; ela começou a chorar, não sabia o que fazer. Eu a consolei.”8

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Judeus sendo deportados de trem em Chelmno, Polônia

Os Roma e os Sinti também foram perseguidos,deportados e mortos pelos nazistas

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9 de julho de 1942 A avó de Petr é

transportada para Terezin

22 de outubro de 1942 Petr descobre que ele partirá

em um transporte

CRONOLOGIA

CAPÍTULO 3

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1918

Petr Ginz (1928-1944); Os Pavilhões do Gueto, 1944; Aquarela em papel; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém; Presente de Otto Ginz, Haifa

O PLANO DO LOUCO

O gueto e campo de trânsito de Terezin ficava localizado a 40 quilômetros a norte de Praga. Por volta de 140 mil judeus passaram por Terezin de 23 de novembro de 1941, quando os primeiros transportes chegaram de Praga, até a libertação da cidade no mês de maio de 1945. Petr foi transportado a Terezin no dia 22 de outubro de 1942, e lá viveu por dois anos. Terezin possuía uma vida cultural vibrante, apesar da terrível superlotação e da presença constante de doenças, fome e medo dos transportes. Como a população incluía muitos judeus bem conhecidos, havia artistas, escritores, músicos, atores e acadêmicos que contribuíram para as atividades culturais clandestinas. Terezin era comandada pelos nazistas e guardada por policiais tchecos, e seus assuntos internos eram resolvidos pela administração judaica do gueto, chamada de “conselho de anciãos”. As crianças viviam separadamente e eram instruídas secretamente, um esforço do conselho para tornar suas vidas um pouco mais normal. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha visitou Terezin em 23 de junho de 1944 para investigar as condições de vida local, mas, instituindo melhorias temporárias como um café e jardins floridos, os nazistas conseguiram enganar a delegação da Cruz Vermelha.9

Petr e os outros meninos da Casa Número Um do Pavilhão L417 produziram uma revista semanal de julho de 1942 a setembro de 1944, chamada de Vedem, que significa “Nós lideramos”. Petr era o editor da Vedem e um contribuinte frequente. Ele encomendava artigos para a revista, pressionava quem se atrasava para entregá-los e, caso não houvesse artigos suficientes, ele mesmo os escrevia sob um pseudônimo. Petr era muito bem visto e respeitado por suas habilidades. A Vedem publicava itens como artigos de opinião, obras artísticas, poemas, reflexões acerca do passado e do futuro, citações da semana, descrições sobre determinados indivíduos e informativos sobre Terezin. A escrita era de qualidade impressionante e cheia de humor, além de deixar transparecer os sentimentos dos meninos – amizade, tristeza e desespero em relação à situação, bem como esperança de que esta melhoraria. Todavia, conforme Petr aproximava-se dos 16 anos, idade em que seria considerado maior, ele se tornava mais desacreditado e preocupado.

A Vedem foi levada de Terezin a Praga após a guerra pelo único menino do grupo que permaneceu em Terezin durante a guerra, Zdenek Taussig. Ele escondera as revistas na loja em que seu pai trabalhava como ferreiro. A coleção completa da Vedem, que consiste em 800 páginas, está agora abrigada no Memorial de Terezin.810 Aproximadamente 200 desenhos e pinturas de Petr também foram salvos, a maioria da época em que ele estava aprisionado em Terezin, e agora fazem parte da coleção do Yad Vashem, a Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto em Jerusalém.

9 Centro de Recursos do Holocausto, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org. 10 Marie Ru´t Krizkova, Kurt Jiri Kotouc e Zdenek Ornest, eds. Nós Também Somos Crianças: Vedem, a Revista Secreta dos Meninos de Terezin (Filadélfia e Jerusalém: Sociedade Judaica de Publicações, 1995), 59, 62, 64.

Uma cena na rua de um filme de propaganda nazista.Terezin, Tchecoslováquia, 1944

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Gueto, 1942-1944;Da coleção particularde Chava Pressburger

CAPÍTULO 4

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2120

Petr era um dos poucos meninos da Casa Número Um que ainda tinha família morando no Protetorado e ele frequentemente recebia pacotes com comida e outros itens de seus pais, os quais dividia com prazer. Ele escrevia a seus pais e à sua irmã Eva sobre a sua vida em Terezin e os detalhes do local, e pedia que certos itens fossem enviados a ele, como um livro de sociologia e pastilhas para a tosse da avó. A avó de Petr chegara a Terezin alguns meses antes dele e Petr a visitava todas as noites até a morte dela em 1943. Eva foi enviada a Terezin após completar quatorze anos e, ao chegar lá, em maio de 1944, ficou trancada em seu pavilhão por três dias. Petr vinha à sua janela todos os dias para lhe trazer comida. O tio deles, Emil, e seus filhos, os primos Pavel e Hana, também estavam em Terezin. Petr e Pavel foram transportados para Auschwitz no dia 28 de setembro de 1944. Pavel acabou morrendo em outro campo, Dachau, e Petr foi morto em Auschwitz logo após sua chegada. Tio Emil também foi transportado para Auschwitz e nunca retornou. Otto, o pai de Petr, foi mandado para Terezin em 10 de fevereiro de 1945. Eva, Otto e Hana sobreviveram.

Por volta de 30 mil pessoas morreram em Terezin, 88 mil foram deportadas para centros de extermínio (das quais apenas 3 mil sobreviveram) e 19 mil sobreviventes permaneceram em Terezin ou foram transferidos para a Suécia ou Suíça. Das 15 mil crianças que estiveram em Terezin, apenas 150 sobreviveram aproximadamente.12

“Por um ano, eu estive preso num feio buraco; em vez de suas belezas, tenho algumas ruas solitárias. Como um animal selvagem preso numa jaula, eu me recordo de ti, minha Praga, um conto de fadas de pedra.”

Petr Ginz, Vedem11

QUESTÕES1. Como os nazistas conseguiram enganar a delegação da

Cruz Vermelha em Terezin?2. Petr escreve que todas as pessoas e organizações em

Terezin tinham duas caras. O que você acha que ele quis dizer com isso?

3. Como Petr mudou após passar um ano em Terezin, e por quê?

ATIVIDADES1. Escreva um poema ou conto sobre Petr ou sobre a vida das

crianças em Terezin.2. Pesquise a revista Vedem na Internet. Encontre um ou dois

artigos da Vedem que mostrem a coragem dos meninos e seu desafio aos nazistas.

3. Examine o Mapa 4 de Terezin no Anexo. Pesquise a Pequena Fortaleza e descubra qual era seu uso.

“Ouvia-se choro em todas as partes. Nós corremos rapidamente e trouxemos duas fatias de pão para os meninos, para que eles não ficassem com fome. Eu abri caminho em meio à multidão, passei por baixo da corda que a separava dos pavilhões e entreguei o pão a Petr pela janela. Eu ainda consegui tocar sua mão através das barras antes que o policial do gueto me perseguisse. Ainda bem que parou por aí. Agora os meninos se foram e tudo o que nos resta deles são suas camas vazias.”

Eva Ginz 13

O PODER DA IMAGINAÇÃO DE PETR A imaginação poderosa de Petr continuou a trabalhar até seus momentos finais em Auschwitz, como fica evidente em seu trabalho artístico e seus escritos. No filme o Último Voo de Petr Ginz, a curadora de arte sênior do Yad Vashem, Yehudit Shendar, explicou quão forte o lado criativo de Petr era, apesar das dificuldades que ele encontrava todos os dias morando num gueto longe de sua família. “Fazer arte torna-se uma coisa tão inata para certos indivíduos que até mesmo numa existência como a de Terezin, para muitos artistas e para Petr, com certeza, a urgência de criar não diminuiu.”

A imaginação de Petr permitiu que ele fosse a lugares e visse coisas que os outros não conseguiam. A título de exemplo, Petr desenhou a Paisagem Lunar em Terezin antes do homem ir à lua. Petr estava desenhando uma coisa radical para a época. Não havia fotografias tiradas por astronautas mostrando a superfície lunar ainda. A reflexão de Petr sobre o espaço sideral enquanto ele se encontrava aterrorizado e preso num lugar onde tanto lhe foi tirado prova que não é possível privar ninguém de sua imaginação.

Telhados e Torres de Praga, 1942-1944; Aquarela e tinta indiana em papel; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém; Presente de Otto Ginz, Haifa

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11 Marie Ru´t Krizkova, Kurt Jiri Kotouc e Zdenek Ornest, eds. Nós Também Somos Crianças: Vedem, a Revista Secreta dos Meninos de Terezin (Filadélfia e Jerusalém: Sociedade Judaica de Publicações, 1995), 69-70.

12 Centro de Recursos do Holocausto, Yad Vashem, Autoridade de Recorda-ção dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.

13 O transporte de Petr e Pavel para Auschwitz, do diário de Eva Ginz, como impresso anteriormente n’O Diário de Petr Ginz, 1941-1942, ed. Chava Pressburger, trad. Elena Lappin (Nova York: Grove Press, 2007), 129.

CRONOLOGIA22 Out 1942

Petr é transportado para Terezin

18 Dez 1942O primeiro número da Vedem é publicado

Maio 1944 Eva chegaa Terezin

23 Jun 1944A Cruz

Vermelha visita Terezin

28 Set 1944Petr é

transportado para Auschwitz

10 Fev 1945Otto Ginz chega a Terezin

Abril 1945 As tropas aliadas avançam;

os nazistas transportam prisioneiros de Auschwitz e outros campos para Terezin

Durante os dois anos que Petr passou em Terezin, ele também pintou muitos quadros de seus arredores e desenvolveu um estilo na forma de explorar cores e luzes que transparecia sua forma de ver o mundo à época. Dois exemplos são os desenhos “Gueto” e “Uma Praça no Gueto de Terezin”. Como a senhorita Shendar explica, o Holocausto muitas vezes é interpretado de maneira simplista, preto no branco, quando esta não é a realidade. A vida cotidiana seguiu, apesar das perseguições e dos assassinatos. Em Terezin, apesar do famoso ditado “não havia borboletas no gueto”, havia borboletas e flores desabrochando. E, ao mesmo tempo, as pessoas eram convocadas para os transportes todas as terças, transportes que as levavam para suas mortes.

A imaginação e criatividade de Petr também se transformaram em meio de resistência aos nazistas, por meio de artigos de opinião publicados na revista Vedem. A partir de suas histórias e ilustrações, Petr demonstra sua determinação em manter seu livre-arbítrio e independência sem se render aos nazistas. Na capa da Vedem reproduzida aqui, desenhada por Petr, cada uma das três balas de canhão recebe uma etiqueta diferente: humor, riso e sátira.

QUESTÕES 1. Por que você acha que Petr escolheu desenhar a superfície da Lua

enquanto era prisioneiro em Terezin?2. Por que Petr desenhou o gueto tanto como um lugar escuro e assustador,

quanto como um local vibrante e colorido?3. Explique o simbolismo por trás do desenho de Petr na capa da Vedem,

um canhão e balas de canhão.

ATIVIDADES1. As crianças produziam muitos desenhos enquanto presas em Terezin.

Encontre exemplos de outras obras de arte feitas por crianças e discuta. 2. Pesquise mais sobre a vida que as crianças levavam em Terezin. Explique

como suas atividades podem ter influenciado a arte e os escritos de Petr. 3. O famoso ditado sobre Terezin, “não havia borboletas”, vem de um poema

escrito pelo poeta judaico-tcheco Pavel Friedman. Ache e leia o poema “A Borboleta” e discuta.

Paisagem Lunar, 1942-1944; Lápis em papel; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém;

Presente de Otto Ginz, Haifa

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Uma Praça no Gueto de Terezin, 1944; Aquarela e lápis em papel; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém; Presente de Otto Ginz, Haifa

Vedem, 1942-1944, Aquarela e lápis em papel; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém; Presente de Otto Ginz, Haifa

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O ÚLTIMO VOO DE PETR GINZ / Guia de Estudos

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A DESTRUIÇÃO DE KA-DU

Os nazistas entregaram Terezin para a Cruz Vermelha no dia 3 de maio de 1945, e este foi libertado pelo exército soviético em 8 de maio.149 Otto e Eva Ginz deixaram Terezin e retornaram para sua casa em Praga em 14 de maio de 1945. As forças aliadas derrotaram os nazistas e seus colaboradores e a guerra chegara ao fim na Europa. Juntamente a seus pais, Eva esperou que Petr retornasse para casa em Praga. Eva jurou escrever a data do regresso de Petr em seu diário de Terezin, mas ele nunca voltou. Aproximadamente dez anos depois, sua mãe soube de alguém que partira de Terezin no mesmo transporte de Petr que, imediatamente após a chegada em Auschwitz, os prisioneiros passaram por uma seleção e foram divididos em grupos, e o grupo de Petr foi diretamente para as câmaras de gás.1510

Após os horrores do Holocausto, os líderes mundiais que haviam se unido para colocar fim à II Guerra Mundial sentiram a necessidade de encontrar um meio de cooperação entre as diferentes nações para prevenir outras guerras no futuro e para melhorar as condições de vida de pessoas de todo o mundo. Eles perceberam que isso só seria possível se todas as nações se comprometessem a cooperar e a se apoiar mutuamente por meio de uma organização global. Foi assim que surgiu a Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de atingir a paz mundial, progresso social e direitos humanos para todos. A Organização foi formalmente fundada no dia 24 de outubro de 1945, com 51 países considerados os membros fundadores. Atualmente, 193 nações são membros, trabalhando para melhorar a qualidade de vida das pessoas de todo o planeta.

14 Centro de Pesquisa do Holocausto, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.15 Marie Ru´t Krizkova, Kurt Jiri Kotouc e Zdenek Ornest, eds. Nós Também Somos Crianças: Vedem, a Revista Secreta dos Meninos de Terezin (Filadélfia e Jerusalém: Sociedade Judaica de Publicações, 1995), 70-75.

Crianças e jovens judeus sobreviventes no momento da libertação, Buchenwald,Alemanha, abril de 1945

Crianças após a libertação do campo de Bergen-Belsen, Alemanha,abril de 1945

As Nações Unidas tomaram um passo importante para parar a violência em massa em 9 de dezembro de 1948, por meio da adoção da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, que estabelece o genocídio como crime sob a jurisdição internacional. O Holocausto foi um genocídio, que é definido como atos cometidos com a intenção de destruir totalmente ou em parte um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. E, embora os nazistas tenham sido julgados por seus crimes no tribunal de Nuremberg na Alemanha após o final da guerra, à época não havia corte penal internacional permanente para assegurar que todos os envolvidos fossem responsabilizados por suas ações no futuro, mas atualmente há. Em julho de 2002, o Tribunal Penal Internacional (TPI), localizado na Haia, na Holanda, foi criado para julgar indivíduos responsáveis por crimes de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. A ONU também estabeleceu um Conselheiro Especial para o Secretário-Geral para a Prevenção de Genocídio.

CAPÍTULO 5

Petr Ginz (1928-1944); Vaso com flores, 1942-1944; Aquarela em papel; Coleção do Museu de Arte de Yad Vashem, Jerusalém; Presente de Otto Ginz, Haifa

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O princípio dos direitos humanos para todos é protegido tanto na Carta das Nações Unidas quanto na Declaração Universal de Direitos Humanos (adotada em 10 de dezembro de 1948), refletindo o quanto a ONU foi moldada pela experiência da II Guerra Mundial e do Holocausto. E, embora as crianças usufruam dos mesmos direitos humanos dos adultos, os países-membros das Nações Unidas decidiram que as crianças também deveriam receber proteção especial sob as leis internacionais, adotando a Convenção sobre os Direitos da Criança no dia 20 de novembro de 1989. Essa Convenção estabelece os direitos individuais que qualquer pessoa menor de 18 anos deve ter para desenvolver seu potencial completamente, livre da fome, negligência e abuso. Mais países ratificaram essa Convenção do que qualquer outro acordo de direitos humanos em toda a história.

QUESTÕES1. Por que os líderes mundiais criaram a ONU?2. O que é genocídio? O que mais as Nações Unidas poderiam

fazer para evitar com que genocídios ocorram?3. Quais direitos básicos todas as crianças deveriam ter?

ATIVIDADES1. Visite o site da ONU em http://www.un.org. Qual é a

responsabilidade principal de cada um dos seis órgãos principais das Nações Unidas?

2. Estude a sinopse dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos nos Anexos. Dê exemplos dos direitos que foram negados a Petr e ao povo judeu durante o Holocausto.

3. Pesquise o termo “genocídio”. Escreva um breve resumo sobre Raphael Lemkin e a definição de genocídio, de acordo com a Convenção das Nações Unidas.

Edifício das Nações Unidas em Nova York

AS CRIANÇAS E O HOLOCAUSTO

Seguindo a ascensão dos nazistas ao poder, as crianças judias tornaram-se vítimas da legislação antissemita, primeiramente na Alemanha e, com o passar do tempo, em todos os países que os nazistas conquistaram ou com os quais formaram aliança. As crianças judias eram separadas de seus colegas não-judeus e expulsas de escolas públicas. Elas viram seus pais perder o direito de sustentar a família, e muitas vezes testemunharam a queda dessa instituição num abismo de desespero.1611

Confrontados com a situação cada vez pior, os pais procuraram por abrigos seguros para seus filhos. Por volta de 10 mil crianças judias conseguiram escapar para a Grã-Bretanha da Alemanha, Áustria, Tchecoslováquia e Polônia por meio de uma série de esforços para resgatá-las entre 1938 e 1940, conhecida como o “transporte do jardim de infância”, ou seja, transportes para crianças. O governo britânico concordara em permitir que crianças refugiadas desacompanhadas entrassem no país com vistos temporários, se civis ou organizações privadas se comprometessem a pagar pelos cuidados por cada criança e sua eventual emigração.1712

16 Instituto Internacional de Pesquisa do Holocausto, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org. 17 Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, Enciclopédia do Holocausto, “A Cruz Vermelha estabeleceu o transporte de crianças, 1938-1940”, www.ushmm.org.

O ÚLTIMO VOO DE PETR GINZ / Guia de Estudos Anexos

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3 de maio de 1945Terezin é entregue à Cruz Vermelha

8 de maio de 1945Os sovietes

libertam Terezin

14 de maio de 1945Eva e Otto Ginz

chegam em casa

24 de outubro de 1945A ONU é

estabelecida

CRONOLOGIA

Nazistas perseguem jovens contrabandistas no gueto de Varsóvia

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Chegada do primeiro transporte de criançasda Alemanha para o Reino Unido, 1938

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A ONU possui quatro objetivos principais

• Ajudar na manutenção da paz • Ajudar no desenvolvimento de relações

amigáveis entre os países • Ajudar a alcançar o desenvolvimento social e

econômico e a proteger os direitos humanos • Garantir um fórum onde as nações possam

trabalhar juntas para alcançar estes objetivos

Câmara do Conselho de Segurança das Nações Unidas

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Quando a II Guerra Mundial teve início e a legislação antissemita recrudesceu, o sofrimento das crianças judias aumentou. Muitas foram forçadas a ir para os guetos, separadas do resto do mundo. A fome e a doença eram presenças constantes nos guetos, e muitas crianças vieram a falecer nos mesmos. Lutando por suas vidas e a de seus familiares, algumas crianças passaram a contrabandistas, arriscando suas vidas para trazer comida aos guetos e se tornando centrais para a sobrevivência de suas famílias. Algumas crianças foram contrabandeadas para a segurança ou criadas em segredo por não-judeus, mas estas eram poucas.

Devido ao colapso da estrutura de liderança judaica tradicional, os movimentos jovens judaicos tiveram um papel importante para a comunidade. Eles organizavam atividades culturais e educacionais clandestinas nos guetos e, às vezes, nos campos de concentração, bem como movimentos de resistência armada. Um dos atos mais famosos de resistência foi o levante do gueto de Varsóvia, liderado e feito por jovens.

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Algumas crianças, como Petr, mantinham diários durante o Holocausto. Como Petr, muitas escreviam para registrar fatos. Outras usavam seus diários como uma maneira de expressar os sentimentos e dor que estavam experimentando, ou escreviam como um ato de resistência, para mostrar que não seriam derrotadas pelos nazistas. A história da jovem menina judia chamada Anne Frank é talvez a mais conhecida dentre as crianças que morreram no Holocausto, bem como o diário que ela escreveu enquanto se escondia num sótão em Amsterdã. Este foi largamente publicado e lido no mundo inteiro.

Quando as deportações para os campos começaram, a grande maioria das crianças foi mandada para sua morte. Em alguns casos, adolescentes capazes de trabalhar conseguiram sobreviver. Como muitas crianças eram jovens ou fracas demais para trabalhar, elas eram frequentemente mandadas imediatamente para suas mortes. Ao fim da II Guerra Mundial, os nazistas e seus colaboradores foram responsáveis pela morte de seis milhões de judeus, um milhão e meio dos quais eram crianças.

O Memorial das Crianças do Yad Vashem (veja foto), esculpido numa caverna subterrânea, é um tributo às crianças judias que morreram no Holocausto. Velas memoriais, uma tradição judaica comum para lembrar os mortos, são refletidas infinitamente num espaço escuro e solene, criando a ilusão de milhões de estrelas brilhando no céu noturno. Os nomes das crianças assassinadas, suas idades e países de origem podem ser ouvidos ao fundo. 1813

18 Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.

Senhora judia com jovem criançaa caminho das câmaras de gásem Auschwitz-Birkenau, Polônia, maio de 1944

Entrada para o Memorial das Crianças no Yad VashemJerusalém, Israel

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Lençol miniatura e selo com a paisagem lunar de Petr Ginz (1928–1944). Impresso por Poštovní tiskárna cenin Praha, a. s. Lançado pelo Ministério Tcheco de Informática em 20 de janeiro de 2005

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Selo da Memória das Nações Unidas

O ÚLTIMO VOO DE PETR GINZ / Guia de Estudos

Marie Mirlande Noel, estudante da Universidade de Santa Elizabeth, Nova Jersey, partilhou a experiência de visitar antigos campos de concentração na Polônia em 2007. Cerimônia do memorial do Holocausto nas Nações Unidas

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QUESTÕES 1. O que aconteceu às crianças judias durante o Holocausto?2. O que era o “transporte do jardim de infância”? 3. Como algumas crianças conseguiram sobreviver nos guetos?

ATIVIDADES1. Anne Frank escreveu um diário enquanto se escondia com sua

família num sótão em Amsterdã durante o Holocausto. Pesquise outros exemplos de diários escritos por crianças durante o Holocausto. Por que você acha que elas escolhiam fazê-lo?

2. Ache uma história sobre uma criança que tenha estado num dos transportes para crianças. compartilhe essa história com seus colegas.

3. Descubra informações sobre o levante do gueto de Varsóvia. Que papel os jovens tiveram no mesmo?

MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO O astronauta israelita Ilan Ramon, membro da equipe da aeronave US Columbia, queria levar algo representativo do Holocausto com ele para o espaço em 2003. O Yad Vashem deu a ele uma cópia do desenho de Petr Ginz, Paisagem Lunar, mostrando a Terra vista da Lua. Levando a ilustração de Petr com ele no espaço, Ilan Ramon acreditava que estaria realizando o sonho de Petr de viajar no espaço. Quando a aeronave explodiu tragicamente no dia 1º de fevereiro de 2003, o desenho de Petr tornou-se famoso. A publicidade levou à descoberta do diário de Petr numa casa em Praga, que pertencera a um amigo íntimo da família Ginz. O selo mostrado aqui foi impresso na República Tcheca após a explosão da aeronave, em memória de Ilan Ramon e dos outros membros da equipe, e de Petr. Também em recordação a Petr, um asteroide foi nomeado em sua honra – 50413 Petrginz.

A história de Petr cativou muitos desde então, enfatizando a importância de lembrar dos judeus e de outras minorias vítimas da perseguição nazista. Em 24 de janeiro de 2005, a Assembleia Geral das Nações Unidas marcou o sexagésimo aniversário da libertação dos campos de extermínio nazistas com uma Sessão Extraordinária. Então, no dia 1º de novembro de 2005, a Assembleia Geral passou uma resolução histórica sobre Memória do Holocausto (60/7), que estabeleceu o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, lançando as bases de um programa de divulgação sobre o Holocausto, por meio do qual as Nações Unidas alertam contra os perigos do ódio, do preconceito e do racismo com o objetivo de ajudar a prevenir o genocídio. O lema do Holocausto e do Programa de Divulgação das Nações Unidas é “Memória e Além”, que sublinha dois elementos principais do programa: honrar a memória das vítimas e auxiliar a prevenir atos futuros de genocídio. Esse programa ajuda a garantir que a história do Holocausto e suas lições universais sejam passadas para as gerações futuras por meio de material educativo, filmes, seminários e campanhas em mídias sociais. Uma segunda resolução (61/255), que condena a negação do Holocausto, foi adotada pela Assembleia Geral em 26 de janeiro de 2007. Em 2008, as Nações Unidas publicaram um selo de Memória do Holocausto, que foi lançado em Nova York, Genebra e Viena (veja a foto abaixo).

Desde que foi fundado, o Programa do Holocausto trabalhou proximamente junto aos sobreviventes do genocídio para garantir que suas histórias sejam ouvidas e passadas adiante como aviso das consequências do anti-semitismo e outras formas de discriminação. O Programa dá suporte à rede global permanente dos centos de informação da ONU para a organização de cerimônias comemorativas e outros eventos para os jovens no dia 27 de janeiro. Em todas suas atividades, o Programa do Holocausto faz ligações importantes entre as causas do genocídio, as lições a serem aprendidas a partir do Holocausto e a promoção dos direitos humanos e valores democráticos atualmente.

QUESTÕES1. Por que a história de Petr tornou-se conhecida?2. Qual é o propósito das Nações Unidas com a resolução a respeito de

Memória do Holocausto?3. O que estudantes podem fazer para ajudar a promover os direitos humanos?

ATIVIDADES 1. Organize uma cerimônia para acender as velas perto de 27 de janeiro em honra

dos seis milhões de judeus e outras tantas minorias que foram vítimas dos nazistas durante a II Guerra Mundial. Selecione artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (veja a página 29) para serem lidos durante a cerimônia.

2. Crie um pôster para o Dia de Recordação do Holocausto. Escolha um tema apropriado que você ache que expresse melhor o que Petr poderia ter querido que fosse lembrado.

3. Divida informações sobre suas atividades de recordação do Holocausto postando-as na página da Recordação do Holocausto no Facebook ou mandando-as por e-mail para [email protected].

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS: SINOPSEEsta versão abreviada dos trinta Artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos19 trazem um resumo dos principais direitos e liberdades que todas as pessoas possuem desde seu nascimento. Os primeiros dois artigos são princípios fundamentais que se constituem como base para todos os outros direitos humanos. Os artigos 3 a 21 são relativos aos direitos civis e políticos. Os artigos 22 a 27 dizem respeito aos direitos econômicos, sociais e culturais. Os três últimos artigos são a fundação para garantir a proteção solidária de todos esses direitos, para todos os seres humanos.

O ÚLTIMO VOO DE PETR GINZ / Guia de Estudos

Artigo 1 Direito à liberdade e à igualdade em dignidade e direitos Artigo 2 Liberdade contra a discriminação Artigo 3 Direito à vida, liberdade e segurança individuais Artigo 4 Liberdade contra a escravidão e servidão Artigo 5 Liberdade contra a tortura ou tratamento degradante Artigo 6 Direito de ser reconhecido(a) como pessoa perante a leiArtigo 7 Direito de consideração igualitária perante a lei Artigo 8 Direito à reparação legal por meio de um tribunal responsável por tal reparaçãoArticle 9 Liberdade contra a prisão arbitrária ou exílioArtigo 10 Direito a um julgamento justo ou audiência pública Artigo 11 Direito a ser considerado(a) inocente até que se prove o contrárioArtigo 12 Liberdade contra a interferência na privacidade, incluindo o lar, a família e a correspondência Artigo 13 Direito à liberdade de ir e vir e residência, tanto em seu próprio país, como para deixá-lo e retornar à vontade Artigo 14 Direito ao asilo políticoArtigo 15 Direito a uma nacionalidade e liberdade para mudá-la

Artigo 16 Direito ao casamento e à proteção da família Artigo 17 Direito à propriedade privadaArtigo 18 Liberdade de fé e religião Artigo 19 Liberdade de opinião e informação Artigo 20 Direito à reunião pacífica e associação Artigo 21 Direito de participação no governo, a eleições livres e ao acesso igualitário aos serviços públicosArtigo 22 Direito à previdência social Artigo 23 Direito de trabalhar e de receber um salário justo pelo trabalhoArtigo 24 Direito ao descanso e ao lazer Artigo 25 Direito a um padrão de vida adequado para a saúde e o bem-estarArtigo 26 Direito à educação Artigo 27 Direito à participação na vida cultural da comunidadeArtigo 28 Direito à ordem social, garantindo os direitos humanosArtigo 29 Responsabilidade com a comunidade para o livre e completo desenvolvimento do indivíduoArtigo 30 Liberdade em relação ao Estado ou outra interferência em quaisquer dos direitos acima

Europa 1933 Territórios adquiridos pelos nazistas antes da guerra, agosto de 1939

Grandes deportações para campos de extermínio, 1942-1944 Gueto de Theresienstadt, verão de 1944

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19 Relatório da ONU: Os Direitos Humanos Hoje. Uma Prioridade das Nações Unidas. DPI, Nações Unidas. Outubro de 1998, p. 59. [Por favor veja a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa em http://unicrio.org.br/img/DeclU_D_HumanosVersoInternet.pdf ou http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/Language.aspx?LangID=por]

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GLOSSÁRIOAliados – forças que se opuseram à Alemanha nazista na II Guerra Mundial, que incluíam os EUA, a Grã-Bretanha e a União Soviética. “Ariano” – não-judeus que eram considerados parte de uma raça europeia branca “superior” pelos nazistas.Auschwitz – um dos maiores campos de extermínio nazista, para onde Petr foi mandado de Terezin e onde morreu nas câmaras de gás. Aproximadamente um milhão de judeus foram assassinados pelos nazistas nesse campo. Comitê Internacional da Cruz Vermelha – organização que busca proteger e prestar assistência às vítimas da guerra e violência internacional. Uma delegação desta instituição foi enganada pelos nazistas ao visitar Terezin para investigar as condições de vida do local.Campo de concentração – tipo de campo estabelecido pelos nazistas para deter, e muitas vezes matar, sem julgamento seus oponentes políticos e minorias que consideravam indesejáveis, como os judeus, os roma e os sinti, os homossexuais e os deficientes físicos.Campo de extermínio – campo estabelecido pelos nazistas na Polônia ocupada com o principal objetivo de assassinato em massa.Campo de trabalhos forçados – campo em que os prisioneiros eram forçados a trabalhar sob condições brutais pelos nazistas para auxiliar na produção bélica dos mesmos.Campo de trânsito – campo para onde os judeus e outras vítimas dos nazistas eram mandados antes de serem enviados a outros campos de concentração ou de extermínio.Conferência de Wannsee – reunião dos oficiais nazistas do alto escalão em Wannsee, subúrbio de Berlim, onde a “solução final” foi definida.Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio – as Nações Unidas adotaram essa convenção em 9 de dezembro de 1948, declarando o genocídio um crime sob as leis internacionais.Convenção para os Direitos da Criança – convenção adotada pelas Nações Unidas no dia 20 de novembro de 1989 que estabelece os direitos individuais dos menores de 18 anos, para que estes possam concretizar todo seu potencial, livres da fome, negligência e abuso.Declaração Universal dos Direitos Humanos – a declaração das Nações Unidas foi adotada em 10 de dezembro de 1948, estabelecendo os direitos que devem ser garantidos a todos os seres humanos e que essa garantia é a base da liberdade, justiça e paz mundiais.Deportação – nome dado ao processo por meio do qual os judeus e outras vítimas dos nazistas foram mandados para os guetos, campos de concentração e de extermínio.Direitos humanos – direitos que todos os seres humanos possuem, independentemente de nacionalidade, local de residência, sexo, origem étnica, cor, religião, língua ou qualquer outra característica.Discriminação – qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, nacionalidade, origem étnica, religião ou gênero.Estrela amarela – insígnia com uma estrela de Davi amarela que os judeus eram forçados a usar pelos nazistas, para distinguir os primeiros do resto da população.Genocídio – atos cometidos com a intenção de destruir total ou parcialmente um grupo étnico, racial, religioso ou de certa nacionalidade.Gueto – seção da cidade onde os judeus eram obrigados a viver separados do resto da população.Holocausto – assassinato sistemático e apoiado pelo Estado de aproximadamente seis milhões de judeus pela Alemanha nazista e seus colaboradores durante a II Guerra Mundial.Ka-du – nome do monstro que representa Hitler em Uma Visita da Pré-história, a alegoria de Petr sobre o partido nazista. Leis de Nuremberg – leis adotadas a partir de 15 de setembro de 1935, que se tornaram a base legal para as políticas racistas e antissemitas na Alemanha e em outros locais que sucumbiram aos nazistas.Lídice – vila que foi massacrada pelos nazistas após o assassinato do importante oficial nazista Reinhard Heydrich em Praga.Mestiço – pessoa com algum tipo de descendência judaica, considerada parte judia.Nações Unidas – organização global que surgiu após o fim da II Guerra Mundial para tentar alcançar a paz mundial, o progresso social e os direitos humanos para todos.Praga – capital da República Tcheca, antes capital da Tchecoslováquia, e a capital do Protetorado da Boêmia e Moravia durante a II Guerra Mundial. Petr nasceu nesta cidade, onde viveu até os 14 anos com a família. Resistência – ações tomadas tanto por judeus quanto por não-judeus contra os nazistas. O contrabando de bens e a organização de atividades culturais clandestinas são alguns exemplos da resistência durante a II Guerra Mundial. “Solução Final” – plano dos nazistas para resolver a “questão judaica” através do assassinato de todos os judeus europeus.Terezin – gueto e campo de trânsito na Tchecoslováquia para onde Petr foi mandado. Transportes – judeus e outros grupos eram mandados em caminhões, navios, a pé e, na maioria das vezes, de trem para campos de concentração, de trabalhos forçados e de extermínio pelos nazistas no Leste Europeu.Vedem – revista clandestina produzida semanalmente pelas crianças no galpão L417 em Terezin de julho de 1942 a setembro de 1944. Era ilustrada e escrita à mão pelas crianças, e editada por Petr. Literalmente, a palavra significa “nós lideramos”.

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OUTRAS LEITURAS Bernheim, Mark. Pai dos Órfãos: A História de Janusz Korczak. Nova York: Lodestar, 1989. “Entre os Mundos: Círculos Sociais no Gueto de Theresienstadt” recursos educacionais, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.

David, Kati. Uma Guerra de Criança: a II Guerra Mundial pelos Olhos das Crianças. Lon-dres: Orion, 1989.

Flinker, Moshe. O Diário do Pequeno Moshe: o Tormento Espiritual de um Menino Judeu na Europa Nazista. Anstey, Leicester: Ulverscroft Large Print, 1976.

Frank, Anne. Anne Frank: o Diário de uma Menina. Trad. B.M. Mooyaart. Nova York: Bantam, 1993.

Ginz, Petr. O Diário de Petr Ginz, 1941-1942. Ed. Chava Pressburger. Trad. Elena Lappin. Nova York: Grove Press, 2007.

Harris, Mark Jonathan and Deborah Oppenheimer. Para os Braços de Estranhos: Histórias dos Transportes de Crianças. Londres: Bloomsbury Publishing PLC, 2000.

“Enciclopédia do Holocausto”, Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, www.ushmm.org

Korczak, Janus. Rei Matt Primeiro. Trad. Richard Lourie. Chapel Hill: Algonquin Books of Chapel Hill, 2004.

Krizkova, Marie Ru´t, Kurt Jiri Kotouc and Zdenek Ornest, eds. Nós Também Somos Crian-ças: Vedem, a Revista Secreta dos Meninos de Terezin (Filadélfia e Jerusalém: Sociedade Judaica de Publicações, 1995).

Kuchler-Silberman, Lena. Minhas Centenas de Crianças. Nova York: Laurel Leaf, 1987.

Levine, Karen. A Mala de Hana. Toronto, ON: Second Story Press, 2002.

“Não é Brincadeira de Criança” exibição online, Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, http://www.yadvashem.org.

Reiss, Joanna. O Quarto de Cima. Nova York: Harper Trophy, 1990.

“O Anexo Secreto Online: Descubra o Esconderijo de Anne Frank”, Casa de Anne Frank, http://www.annefrank.org

A Iniciativa de Terezin: http://www.terezinstudies.cz

Memorial de Terezin: http://www.pamatnik-terezin.cz/en?lang=en&lang=en

Site da revista Vedem: http://www.vedem-terezin.cz

A resolução 60/7 da Assembleia Geral das Nações Unidas para a Memória do Holocausto lançou as bases para o estabelecimento de um programa de divulgação sobre o “Holocausto e as Nações Unidas”, objetivando mobilizar a sociedade civil no sentido de recordar e educar sobre o Holocausto para prevenir futuros atos de genocídio. Desde que o programa foi criado pelo Departamento de Informação Pública em 2006, o Holocausto e o Programa de Divulgação das Nações Unidas desenvolveu uma rede internacional de parceiros da sociedade civil e diretrizes multi-facetadas, que incluem: produtos educacionais online e impressos, campanhas em mídias sociais, conferências de vídeo para alunos, um Diário dos Relatórios de Discussão, DVDs, seminários e programas de treinamento, uma série de filmes, noites de autógrafo, uma exposição permanente no escritório central das Nações Unidas em Nova York e o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto em 27 de janeiro.

O Programa do Holocausto tem trabalhado de perto com sobreviventes para garantir que suas histórias sejam ouvidas e passadas adiante como um aviso sobre as consequências do antissemitismo e outras formas de discriminação. Também segue combatendo a negação do Holocausto, por meio de eventos educacionais e material informativo. Em todas suas atividades, o Programa do Holocausto traça ligações importantes entre as causas do genocídio, as lições a serem aprendidas com o Holocausto e a promoção dos direitos humanos e dos valores democráticos atualmente.

Para mais informações, por favor escreva para:[email protected] ou visite www.un.org/holocaustremembrance

O Programa de Cinema Documental (DFP) da Universidade de Wake Forest coloca comunidades nacionais e internacionais e organizações num diálogo aberto sobre questões relevantes relacionadas à justiça social e direitos humanos e civis. Os membros do DFP produzem filmes de qualidade profissional e projetos digitais relacionados, bem como oferecem cursos livres e cursos de graduação sobre cinema documental e narrativa visual. Para mais informações, por favor visite www.wfu.edu/documentary

Yad Vashem, Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, é dedicado à comemoração, pesquisa, documentação e educação a respeito do Holocausto, partilhando o legado do Holocausto por meio de seus arquivos, biblioteca, escola, museus e reconhecimento dos Justos Dentre as Nações. A partir da conservação da memória do passado, o Yad Vashem busca proteger valores humanos básicos e fortalecer o compromisso com a herança judaica. Por favor visite www.yadvashem.org

O ÚLTIMO VOO DE PETR GINZ / Guia de Estudos

FONTES DAS NAÇÕES UNIDAS Constituição das Nações Unidas: http://www.un.org/en/documents/charter/

Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio: http://www.un.org/millennium/law/iv-1.htm

Convenção para os Direitos da Criança: http://www2.ohchr.org/english/law/crc.htm

Ciberônibus escolar das Nações Unidas: http://cyberschoolbus.un.org/

Site das Nações Unidas: http://www.un.org e http://www.onu.org.br [português]

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SOBRE O GUIA DE ESTUDOSO Holocausto e o Programa de Divulgação das Nações Unidas, em parceria com A Escola Internacional para Estudos do Holocausto de Yad Vashem, a Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto e o Programa de Cinema Documental da Universidade de Wake Forest, produziu este guia de estudos para os estudantes do Ensino Fundamental e Médio, em companhia ao filme O Último Voo de Petr Ginz. O filme é uma produção do Programa de Cinema Documental da Universidade de Wake Forest e do Instituto de Documentários da Universidade da Flórida, e narra a história de um jovem menino judeu de Praga chamado Petr Ginz, que amava escrever e desenhar.

Petr começou a escrever seu diário em 1941, quando tinha 13 anos de idade e vivia na Praga ocupada pelos nazistas. Por meio da narrativa factual e sucinta de sua rotina diária - escola, casa, uma caminhada de tarde, uma lista de livros que lera, uma visita aos amigos - e suas ilustrações expressivas, Petr nos pinta um mundo de maravilha, inspiração, criatividade e imaginação. Aos 14 anos, Petr foi separado de sua família em Praga e enviado para o gueto e campo de trânsito de Terezin. Ele continuou a escrever e fazer arte durante seus dois anos em Terezin, até que os nazistas o mandaram para a morte em Auschwitz quando tinha apenas 16 anos de idade. Esse guia de estudos tenta abrir uma janela para a vida de Petr através de sua criatividade. Sua imaginação era sua única escapatória dos nazistas, sendo capaz de transportá-lo para sua casa em Praga, para o espaço sideral, e para outros lugares longínquos muito além do confinamento de Terezin, onde era mantido preso. Os escritos e obras de arte de Petr fornecem material para entendermos a experiência de um menino judeu e como ele lidava com as circunstâncias em que se encontrava durante a II Guerra Mundial. Por meio da história de Petr, nós podemos começar a compreender algo sobre a história e tragédia humana que foi o Holocausto.

Esse guia de estudos também está disponívelwww.un.org/holocaustremembrance

Julho de 2013 — 1.000

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