40
Propriedade: Escola Secundária Martins Sarmento Alameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163 Código da Escola: 402187 Director: José Manuel Teixeira Coordenação Geral: Glória Manuela Machado Grafismo e paginação: José Faria, Jorge Faria Email: [email protected] 06 Temos o prazer de saborear mais uma edição do nosso amado “Pregão”, que representa o prazer de mais um desafio vencido, mais um trajeto que nos traz à memória a longa viagem de Teseu, filho do lendário rei de Creta, o qual, para ser digno da descendência real, teve que, por imposição do pró- prio pai, se submeter e ultrapassar uma série de adversidades. Teseu não cruzou os braços, nem se considerou indigno de tal sujeição; pelo contrário, foi um herdeiro merecedor do trono, provando ser mais forte e corajoso que muitos temidos seres. Venceu humanos e animais; enfrentou o Minotau- ro, aprisionado e enfurecido nas paredes confusas do labirinto de Creta; suportou ter que humilde- mente abandonar a amada Ariadne que lhe dera força para vencer o monstro; aguentou enfrentar a ausência e a morte do pai, atingindo, em igual grandeza a força de Hércules e a imortalidade de muitos deuses. Tal como Teseu provou ser capaz de chegar a Ate- nas, em busca de um pai desconhecido, também nós sabemos que chegaremos com novos pregões, enfrentando todos os minotauros que nos surgi- rem. Hoje chegamos com um novo ano – 2012. Um ano único, com um privilégio único para a nossa ci- dade, e de grande importância para a nossa escola, a Capital Europeia da Cultura. E este grito que hoje ouvimos aqui, é prova de que a Escola Martins Sar- mento se integra no espírito de um querer e de uma força que movem os jovens e a gente vimaranense; que não adormece no embalar rotineiro dos anos e dos séculos, mas que acorda e renasce com cada nascer do sol. Resta-nos, neste início de ano, formular o nosso desejo e, para que se realize, fica em jeito de segre- do. Que todos sejamos humildes e corajosos como Teseu, sabendo saborear as alegrias, ainda que ar- duamente conquistadas, engenhosos e sonhadores como Dédalo, recusando viver eternamente apri- sionados no próprio labirinto, - já que há momen- tos atrás recordámos alguns mitos clássicos – sem ousarmos, contudo, voar alto de mais, como o seu filho, Ícaro. Saibamos, nesta nova fase de experi- ências e descobertas, aproximar-nos do sol, mas apenas o necessário para dele sorvermos o calor imprescindível à vida e ao conforto. Só assim tere- mos a certeza de que chegaremos a um porto segu- ro e jamais a estrela ardente nos derreterá as asas, precipitando-nos num mar imenso e sem fundo. Bons sonhos! Profª Glória Manuela Machado Editorial Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Janeiro a Maio de 2012 capital europeia da cultura NÓS FAZEMOS PARTE Destaque p. 2 p. 30 p. 10 p. 2 p. 23 p. 26 p. 16 p. 4 Universo ESMS: Dar à língua Clube de jornalismo: Testemunhos no mundo do trabalho Artes: Exposição 12º AV1 - Oficina de Multimédia Opinião: Escolas matam a criatividade? Destaque: CEC 2012 - Pregão de abertura Notícias: Dia do Nicolino p. 38 p. 34 Destaque: Vereadora da Cultura fala sobre Guimarães 2012 Entrevista: Doutor Fernando Ribeiro Projeto Comenius: Martins Sarmento vence o concurso europeu de criação da imagem A partir do próximo número, pedimos que utilizem o novo acordo ortográfico! A c o r d a p a r a o a c o r d o

O Pregão - edição 6

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Sexta edição do Jornal da Escola Secundária Martinsa Sarmento

Citation preview

Page 1: O Pregão - edição 6

Propriedade: Escola Secundária Martins SarmentoAlameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães

Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163Código da Escola: 402187

Director: José Manuel TeixeiraCoordenação Geral: Glória Manuela Machado Grafismo e paginação: José Faria, Jorge Faria

Email: [email protected]º 06

Temos o prazer de saborear mais uma edição do nosso amado “Pregão”, que representa o prazer de mais um desafio vencido, mais um trajeto que nos traz à memória a longa viagem de Teseu, filho do lendário rei de Creta, o qual, para ser digno da descendência real, teve que, por imposição do pró-prio pai, se submeter e ultrapassar uma série de adversidades. Teseu não cruzou os braços, nem se considerou indigno de tal sujeição; pelo contrário, foi um herdeiro merecedor do trono, provando ser mais forte e corajoso que muitos temidos seres. Venceu humanos e animais; enfrentou o Minotau-ro, aprisionado e enfurecido nas paredes confusas do labirinto de Creta; suportou ter que humilde-mente abandonar a amada Ariadne que lhe dera força para vencer o monstro; aguentou enfrentar a ausência e a morte do pai, atingindo, em igual grandeza a força de Hércules e a imortalidade de muitos deuses. Tal como Teseu provou ser capaz de chegar a Ate-nas, em busca de um pai desconhecido, também nós sabemos que chegaremos com novos pregões, enfrentando todos os minotauros que nos surgi-rem. Hoje chegamos com um novo ano – 2012. Um ano único, com um privilégio único para a nossa ci-dade, e de grande importância para a nossa escola, a Capital Europeia da Cultura. E este grito que hoje ouvimos aqui, é prova de que a Escola Martins Sar-mento se integra no espírito de um querer e de uma força que movem os jovens e a gente vimaranense; que não adormece no embalar rotineiro dos anos e dos séculos, mas que acorda e renasce com cada nascer do sol.Resta-nos, neste início de ano, formular o nosso desejo e, para que se realize, fica em jeito de segre-do. Que todos sejamos humildes e corajosos como Teseu, sabendo saborear as alegrias, ainda que ar-duamente conquistadas, engenhosos e sonhadores como Dédalo, recusando viver eternamente apri-sionados no próprio labirinto, - já que há momen-tos atrás recordámos alguns mitos clássicos – sem ousarmos, contudo, voar alto de mais, como o seu filho, Ícaro. Saibamos, nesta nova fase de experi-ências e descobertas, aproximar-nos do sol, mas apenas o necessário para dele sorvermos o calor imprescindível à vida e ao conforto. Só assim tere-mos a certeza de que chegaremos a um porto segu-ro e jamais a estrela ardente nos derreterá as asas, precipitando-nos num mar imenso e sem fundo.Bons sonhos!

Profª Glória Manuela Machado

Editorial

Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Janeiro a Maio de 2012

capital europeia da cultura NÓS FAZEMOS PARTE

Destaque p. 2

p. 30

p. 10

p. 2

p. 23

p. 26

p. 16

p. 4

Universo ESMS: Dar à língua

Clube de jornalismo: Testemunhos no mundo do trabalho

Artes: Exposição 12º AV1 - Oficina de Multimédia

Opinião: Escolas matam a criatividade?

Destaque: CEC 2012 - Pregão de abertura

Notícias: Dia do Nicolino

p. 38

p. 34

Destaque: Vereadora da Cultura fala sobre Guimarães 2012

Entrevista: Doutor Fernando Ribeiro

Projeto Comenius: Martins Sarmento vence o concurso europeu de criação da imagem

A partir do próximo número,

pedimos que utilizem o

novo acordo ortográfico!

Aco

rda para o acordo

Page 2: O Pregão - edição 6

2Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Destaque

Em 2008, durante a apresentação e de-fesa da candidatura de Guimarães a Capi-tal Europeia da Cultura, um elemento do painel de seleção, entre cético e irónico, disse-nos que tinha estado em Portugal no Verão anterior e que não tinha ouvido falar de Guimarães e nem sequer a tinha encontrado no mapa. Ficámos desolados, mas não vencidos.

Em 2011 o The New York Times classifi-cou Guimarães como um dos 26 lugares no mundo a visitar em 2012. Hoje, em 2012, Guimarães é, a par de Londres, uma das 11 cidades e sítios recomendados pe-los principais guias internacionais.

Se não ambicionássemos mais, o inves-timento dos últimos anos na cultura havia compensado: colocou Guimarães no cen-tro das atenções do mundo. E a Capital Eu-

ropeia da Cultura, mesmo antes de aconte-cer, reforçou a visibilidade de Guimarães e a sua integração em redes nacionais e in-ternacionais. Mas desejámos mais.

Depois do reconhecimento internacio-nal da riqueza do nosso património his-tórico, ser Capital Europeia da Cultura significa uma etapa de extraordinária im-portância no processo de reforço da cul-tura no centro das políticas públicas em Guimarães.

A Capital Europeia da Cultura, que ago-ra começou, faz-se em Guimarães: um lugar de memória das origens e de um património histórico singular. Um lugar que se debate com os anseios, as perple-xidades e dificuldades do presente, ao mesmo tempo que encerra em si as opor-tunidades e os estimulantes desafios do

Guimarães a capital europeia da cultura

A programação cultural da Capital Europeia da Cultura, ancorada no entusiasmo e no ânimo dos Vimaranenses, centra-se nas ideias de fazer de Guimarães um lugar vivo e dinâmico, atrativo e cosmopolita.

Francisca Abreu, Vereadora da Cultura da CMG

Page 3: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 3

Destaque

futuro. Um lugar europeu onde a memória e o passado convivem em harmonia com a modernidade. Um lugar onde a cultura acontece e se exalta. Um lugar único feito de pedras, mas sobretudo de ideias. Por-que são as ideias que fazem os lugares, que os desenham, que os transformam, que os constroem e que lhes dão vida.

A programação cultural da Capital Euro-peia da Cultura, ancorada no entusiasmo e no ânimo dos Vimaranenses, centra-se nas ideias de fazer de Guimarães um lugar vivo e dinâmico, atrativo e cosmopolita. Um lugar onde a capacitação das pessoas se inscreve como objetivo prioritário. Um lugar que se quer assente num modelo de economia criativa. Um lugar de perma-nente oferta das melhores experiências culturais e criativas. A programação cultu-ral de Guimarães 2012 cumpre o compro-misso de celebrar a cultura, de dar lugar à criatividade e de reforçar a relação de uma e outra com a economia e o desenvolvi-mento. Privilegia a criação e produção ar-tística em contexto - a residência artística, e em diálogo entre o centro e a periferia, o eu e o outro, o de dentro e o de fora, o local e o global, o passado e o presente, o nacional e o internacional, o profissional e o amador, os artistas e os públicos. Pri-vilegia o processo de criação e estimula a descoberta. Uma programação cultural que nos traz obras e criações novas que nos acrescentam e se acrescentam ao nos-so património. Um programa que favorece a experimentação e a aprendizagem. Um programa assente na criação, na colabo-ração e na cooperação. Um programa que estimula, incentiva, desperta e desenvolve interesses e talentos. Um programa que favorece a criação de um ambiente cosmo-polita e aberto, acolhedor e disponível ao outro, ao novo, ao diferente. Um programa em que a formação e a educação têm lugar central. Um programa que nos convoca à participação.

A Capital Europeia da Cultura faz-se com todos, sob estes símbolos. É na cultu-ra que encontramos ânimo e inspiração para afirmar e inventar um melhor futuro para Guimarães e para nós próprios.

Francisca Abreu, Vereadora da Cultura da CMG

Bonjour mon ami. Puis-je être ton ami aussi?Je vais donc, et avant toute chose, te présenter ma ville natale:Guimarães est une bonne ville pour tous, en particulier, pour nous les jeunes.On peut se retrouver dans son centre historique de Oliveira, d’une part pour ap-précier les merveilleux monuments, d’une autre pour nous y rencontrer et pour y boire un verre dans ses nombreux bars. On peut aussi se régaler les yeux avec nos grands monuments, comme le château de D. Afonso Henriques et le Palais des Ducs, les antiquités de nos musées et les spectacles du Centre Culturel Vila Flor. Guimarães est toujours en fête! En effet, au mois d’octobre, il y a la fête universitaire du recrue “caloiro”; au mois de novembre, on célèbre la fête des « nicolinos » et, au mois d’août, il y a les fêtes Gualterianas, en l’honneur de notre mécène.D’un autre côté, il y a, à Guimarães, le moderne, l’actuel avec ses cinémas, ses pisci-nes, ses discothèques et ses centres commerciaux comme l’Espace Guimarães où les jeunes peuvent y aller gratuitement en bus. Encore une curiosité, nous avons un ascenseur entre la ville et Penha – notre pe-tite montagne d’où nous avons une vision panoramique splendide de toute notre ville historique - et aussi le train, pour ouvrir nos portes au reste du monde.

Alors, viens nous visiter!Viens chez nous, oui, ici, à Guimarães. Viens et célèbre avec nous la Capitale Européenne de la Culture 2012.Nous avons des tas de spectacles culturels et tu peux y assister.Viens connaître cette belle ville, très riche en culture. Viens et laisse-toi transporter par notre passé historique, Viens apprendre avec nous de nouvelles choses.Viens vivre avec nous une expérience unique.Viens faire partie, toi aussi, de GUIMARÃES 2012.

André, Carlos et Regina, 11º LH3

Here in the beautiful city of Guimarães we’re all very expectant, excited and eager about the year that just arrived.2012 will be dedicated to art, music, cinema, dance, photography, plastic arts, architecture, reading, thinking and evolving. Throughout the year, hundreds of events will fill the streets. National and international artists will perform and exhibit their art and exciting new projects.The share of ideas, creation and execution is the motto we should fallow.Guimarães 2012 European Capital of Culture lies on three main goals: develop-ment of human capital, development of a creative economy and generation of a new geography of the senses; that may only be reached with your contribute and participation.You can’t miss to visit the city and take part in the numerous events happening.Visitors and artists from all over the world will share their culture, creating a much more complete experience. You will come in contact with many types of lifestyles and ideals, sharing your own, giving personal development a rich and shared dimension.Guimarães will be the core of art and creativity, energy and communication, sha-re and learning and will really bring people together. You can’t miss giving your support to this global community.Visit Guimarães, European Capital of Culture!

João Abreu, 11º AV1

Viens nous visiter!

European Capital of Culture

Page 4: O Pregão - edição 6

4Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Ó Nobre e Subida Artistadavê só quem agora Te vem falar,Um que da língua faz espadacom a palavra, fogo sabe atiçar.Ah, como te julgo desconcertada,com esta não contavas, podes confessar:foi tudo isto tão bem planeadoera no maior segredo achado.

À Musa, e como está aqui tanta,humildemente peço inspiraçãoconcede também, a este que cantaforça e voz para tamanha missão.Que não se me engasgue a gargantano dizer de um qualquer palavrão.Deus, quanta Beleza e Candurapuseste Tu nesta Abertura!

Ó lado que primo me viu abrirolhar quando fui ao mundo botadoem mim fazes desde esse dia sentirAlma forte de teu Chão Sagrado.Na Guimarães que foi e da que há-de virserá esse sempre o meu Fado.Por toda a entranha do MundoSentimento algum há, tão profundo.

Olha, veio a Excelência todaadular nosso excelso Touralcom certeza pensou que havia bodana qual era a noiva Portugal.Ao que parece, burgo somos da moda,deixa-a, Povo meu, não leves a mal.O Ar de cá, pode ser que bem lhe façae tire da cabeça tanta trapaça.

Adiante, siga com a Festapois venho é outra gente exaltar,a que procurou em sua VestaRaíz onde se pudesse inspirar.É pois, mais sua, Glória esta,pouca mas toda a que consigo cantar.Que reze de ti a Históriae a todo assista a Memória.

Por bem formado ser e também cortêscimeiro lugar guardei para a Damafoi Ela quem de passo, o Belo fez,bailado gizou, sem olhar à fama.Quanto suor, quanta dor, quanta vezquanta hora roubada à cama.Com a mão, o bailarino corpo moldou

dança que o coração lhe ofertou.

Capaz, só tu foste, guerreira Mulherde ao Fero Príncipe pontas calçare nem barafusto valeu sequerao que soube a Lusa Parte conquistar.Assim desejasses e, até de colherà boca, sopa lhe irias levar.Ó Conquistador, atenta respeitocá tens alguém que te põe a preceito…

Do Sonho que respiras, doce Princesanasce o palco, asas ganhando,em repentino assomo de belezatoda a cor se vai espalhandopor quadro esse, pedido à purezaum futuro surge, a teu mando.Faminto, há o público recebidoalimento, por tua mente vertido.

Já cantada a Musa, me virono sentido do ilustre “regista”prometo ter cuidado no que atiropara que não fique com sensação mista.Não ajeites o cabelo, estás giro…mas indisponível para conquista!Mal o olho poisei no figurinote imaginei como Nicolino.

Neste duro e ingrato meiomuito há lugar para vaidademas a ela fazes tanto guerreioqual cavaleiro da humildade.Ideia, a que trouxeste em teu seiodeste à tua Antiga Cidade.Vimarana era, terra do Bolinholquando nascido te deitaram em lençol.

E a muda letra que teu nome não temhá quem a persista em escrevertu, sempre paciente, levas a bemporque mal, também não te hão-de querer.Mas na “Broadway”, que a venham a pôr semou comigo, irão problemas ter.Por seres brilhante, ó Dramaturgo,teu foi o aplauso cá do burgo.

Ah, é por fim a chegada horade ao anfitrião poder pregarfá-lo-ei já e sem mais demora

será que o dito lhe irá agradar?Ele que sinta e ouça agorao que a outros lançou, sem gaguejar.Por esta Arte saberes d’inteiroescuta-me bem, antigo Pregoeiro:

Ó Homem que dedos tem mil e ummestre do lusitano instrumentohá, na Vimarana Terra mais algumque tocar consiga por um cento?Clara, é pois, a resposta, nenhumcom tão distinto cartão te apresento:sabido génio traz na calmavestuto sangue que lhe corre a alma.

Que te não cubram de mero ouromas teu nome, por graça, façam maiorseja Vimarano, bretão ou Mouroque saber o possam, bem e de cor,pois talento que sai de teu couroa chama traz e junta, em seu redor.A Júpiter demando, porque já bastade confusão, chega com o cineasta!

Gente, melhor que ninguém conheces o chãoe lhe sabes, sem segredo, a manhao corpo deste à sofreguidãoe desse modo foi a Batalha ganha.Maior é o que cumpre a sua missãomaior és tu, por essa façanha.Do Deus és, Arte e Mensageiro,Eterno e leve, não passageiro.

Mas não te agradou o novo fatopara ti, mesmo à medida, feitoum moço disse ter ouvido boatoque à menina se via o peito…Também queixa puseste no sapatoou era esse a teu bel jeito?Ó de Avis, provaste o palcoaleijaste-te, queres pó-de-talco?

E a Bela e delicada Santalá do Cimo veio a peça buscartão prometida era a mantaque a veio o Mestre entregar.Quem tudo viu ainda se espantacom o que pôde ao vivo testemunhar.Agradeceu Ele a Vitóriaque o nome lhe gravou na História.

Pregão da AberturaDedicado pelo autor a toda a equipa da Cerimónia de

Abertura da Capital Europeia da Cultura, Guimarães 2012.

Destaque

Page 5: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 5

Falarei também ao restante pessoalque dele não estou esquecidoserá que estava a levar a malpor ainda não o ter referido?Sem Ele, nada seria igualestou, por isso, muy agradecido.Diante da artística Oliveirase veio a curvar Sala inteira.

(Ao Coração a forma pedindoo palco a Menina desenhou,onde foi o Artista esgrimindoa Arte que um Deus lhe encomendou.E o Magister, também daqui vindoa tela, com seus traços, embelezou.O que a Guimarães destes em Amordevolveu Ela com redobrado louvor.)

Não mais Musa, não mais – Te peçocomo te pediu outrora o PoetaLuz tua leva a outro endereço,a quem dela faça também seta.Cansado sou, pausa já mereço,desta garganta é só essa a meta.Antes da fadada despedidatenho, para a Turma, Ode sentida:

Tua, foi a Honra, de dar arrancadaà celebração que esta parte tornoude novo Capital anunciadaa que de Luso já fora, aqui voltou.Quanto trabalho, Ó Gente Amadado Talento revés todo afastou.O Aplauso aceita, é só teumerecido o achou, quem a Ti o deu.

Por fim me vou, tempo basto já ocupeia vossa sempre inquieta atenção,para o Parnaso me retirareiaté uma futura intervençãoe de Ti, Ó bela Musa, guardareicentelha de tua Inspiração.Adeus, não digo, mas até um diano Destino confiemos como guia.

Paulo César Gonçalves

(Escritor e antigo aluno da Escola Secundária

Martins Sarmento)

Finis Laus Deo.

Guimarães, 21 de Janeiro de 2012

O privilégio de termos tido, como cidade, a distinção de sermos uma das capitais europeias da cultura é um mo-mento que nos obriga a ter um outro olhar sobre a nossa cidade, que nos retira dessa convivência quotidiana, muitas vezes empobrecedora, e for-çosamente potenciará em muitos dos cidadãos vimaranenses energias, dese-jos, sonhos, que o dia- a- dia rotineiro acaba por esmagar.

Para além da projeção que este evento dará à nossa cidade, inegavel-mente importante, que abrirá novas perspetivas à indústria do turismo, o mesmo deverá ser encarado como um acontecimento único e irrepetível, ja-mais desaproveitado, como tantas ve-zes foi nosso apanágio.

Tendo, quer a Fundação quer a Câ-mara Municipal, o empenho de presen-tear a nossa cidade com um vastíssimo conjunto de iniciativas culturais do mais alto nível, a começar pelo grupo catalão Fura dels Baus, seria deplorá-vel que os munícipes vimaranenses não soubessem aproveitar este “ouro” que nos é dado apreciar e assimilar.

É nesta perspetiva que lanço um repto a toda a comunidade escolar no sentido de aproveitar ao máximo esta oportunidade de convivermos com outras gentes que nos visitarão, de ser capaz de descobrir que há outros ho-rizontes a desbravar, dentro e fora da própria cidade, de saber tirar partido de um acontecimento que nos oferece-rá 600 espetáculos da maior qualida-de, com uma dimensão educativa ine-gável, enfim, que este acontecimento único potencie em todos nós energias que tantas vezes deixamos inertes e que poderão ser motivadoras de novos projetos de vida interessantes, quer para cada um de nós, quer para a pró-pria cidade.

Não podemos esquecer que este con-junto de iniciativas constitui também uma oportunidade de aprofundarmos os verdadeiros sentidos de urbanidade e contemporaneidade, conceitos que são indissociáveis de uma noção mais completa de cultura.

Prof. João Castro

Destaque

Guimarães –Capital Europeia da Cultura

Page 6: O Pregão - edição 6

6Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Maribor recebeu a denominação de cidade em 1254. Começou a crescer rapi-damente depois da vitória de Rudolf I de Habsburgo sobre Otakar II da Boémia em 1278. Resistiu aos cercos levados a cabo por Matthias Corvinus em 1480 e 1481 e pelo Império Otomano em 1532 e 1683, tendo permanecido sob o controlo da Monarquia dos Habsburgo até 1918. Até à 1ª Guerra Mundial a população da cidade era constituída por 80% de alemães aus-tríacos e 20% de eslovenos. A cidade era conhecida pelo seu nome austríaco Mar-burg an der Drau.

Após o fim da guerra e com o colapso do Império Austro-húngaro, a cidade foi reconhecida como fazendo parte do Rei-no dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. Em 1941, o território é invadido pelas potên-cias do Eixo e, após o fim da 2ª Guerra Mundial, torna-se parte do estado comu-nista dirigido por Tito. Em 1991, a Eslo-vénia torna-se um Estado independente; adere à União Europeia, em 2004, e ao Euro em 2007.

A comunidade judaica teve um papel relevante na cidade, ao longo dos séculos, tendo-se fixado na região durante o sécu-lo XIII. O bairro judeu estava localizado na parte sudeste da cidade e era compos-

to por várias ruas e por uma praça prin-cipal. Integrava ainda uma sinagoga, um cemitério judeu e também uma escola talmúdica. A comunidade judaica de Ma-ribor foi numericamente mais significati-va por volta de 1410. Em abril de 1941, a Alemanha nazista invadiu a ex- Jugoslávia e a região da Styria foi anexada ao Tercei-ro Reich. Os judeus de Maribor foram de-portados para campos de concentração a partir do final da primavera de 1941. A sinagoga de Maribor é uma das mais anti-gas sinagogas preservadas da Europa.

Locais turísticos:-Catedral de Maribor do século XII em

estilo gótico.-Câmara Municipal de Maribor cons-

truída em estilo renascentista. -O castelo de Maribor do século XV.-Muralha Medieval com torres de defe-

sa ao longo dos limites da cidade.-Sinagoga de Maribor construída no sé-

culo XIV, a segunda mais antiga da Euro-pa, serve como um centro de atividades culturais e oferece aos visitantes vários eventos, incluindo exposições, concer-tos, noites literárias e mesas redondas. A Sinagoga está localizada na praça judaíca (Židovski trg), no antigo bairro judeu.

-Colina Piramida, com uma capela do

século XIX, domina no limite da fronteira norte da cidade. Neste local, avistam-se as ruínas do primeiro castelo de Maribor (demolido em 1790), oferecendo ainda vistas panorâmicas sobre a cidade e o rio Drava.

-Pontes sobre o rio Drava – Ponte Co-ríntia (Koroški most); Ponte pedonal (Studenška brv); Ponte Velha (Stari most, Maribor); Ponte de Tito (Titov most); Pon-te férrea (Železniški most); Ponte de dois pisos (Dvoetažni most).

Principais eventos culturais e des-

portivos:-Lent Festival - evento realizado no final

de junho. Todos os anos, o festival atrai teatro, ópera, artistas de balé clássico e moderno, músicos de jazz e dançarinos de todo o mundo, bem como visitantes.

-Espaço das mais antigas videiras do mundo (stare Hisa trte) - onde se locali-za videira chamada Stara trta, a mais an-tiga do mundo vivo ( cerca de 440 anos de idade) registada, em 2004, no livro do Guinness World Records.

-Slalom feminino e corridas slalom gigante para a Taça do Mundo de Esqui Alpino conhecida como “Zlata lisica”( A raposa de Ouro). Este evento tem lugar na

Maribor Capital Europeia da Cultura 2012

Maribor (em alemão: Marburg an der Drau) é a segunda maior cidade da Eslovénia com uma população estimada de 95 171 habitantes (dados de 2011). Localiza-se nas margens do rio Drava, na região da Baixa Estíria. A região urbana mais próxima é Graz, na Áustria, a cerca de 50 quilómetros.

Destaque

Page 7: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 7

Significado do símbolo:O símbolo contém temas da identidade cultural a nível in-dividual, local ou regional em dimensões como: local-regio-nal-global-nacional-europeu, pós-industrial rural-urbano. Realça o futuro versus passa-do, urbano versus rural, indus-trial versus informação, analó-gico versus digital, arte versus património, etc.. Representa o ponto de encontro do papel da arte e da cultura no século XX. A ênfase da temática princi-pal é dedicada à criatividade contemporânea, que é con-frontada com os movimentos artísticos e históricos (o avant--garde, o Realismo Socialista, Modernismo,…).

Montanha Pohorje.- Ilha de Maribor (Mariborski otok) - a

mais antiga zona de banhos públicos. A cidade também oferece muitas piscinas interiores (Pristan, Fontana).

-Vinhos e Gastronomia internacional eslovena (sopa de cogumelos com trigo sarraceno, sopa azeda, salsichas com bolinhos de queijo, chucrute, strudel de maçã, bolo de queijo especial chamado gibanica).

-Adega Vinag (Vinagova vinska klet) - com uma área de 20.000 m2 e 2 de com-primento regista 5,5 milhões de litros de produção anual.

-Parque da Cidade (integra o Aquarium e Terrarium, e uma área pedonal até às Três Lagoas (Trije ribniki). O parque tem mais de 100 espécies autóctones de folha caduca e árvores de coníferas.

- Parque de Desportos Radicais Pohorje (Adrenalinski parque Pohorje) com uma pista, trenó de verão e circuito de bicicletas.

Existe uma lenda que conta que os dois reinos, divididos pelo rio Drava, eram ini-migos. Um dos reinos teve um príncipe va-rão a quem foi posto o nome de Rikdiz. Pela mesma altura, nasceu uma princesa cha-mada Lianna no reino vizinho. Apesar das rivalidades existentes e do ódio do prínci-

pe Rikdiz sobre o reino rival, apaixonou-se pela princesa Lianna e acreditava-se que, quando era lua cheia, as estrelas desciam formando uma ponte para que os dois se pudessem encontrar. Certo dia, decidiram que iam fugir juntos mas, o príncipe, com medo do pai, não cumpriu a sua parte e não foi ao encontro da princesa que já es-tava na jangada. Quando o pai da princesa se apercebeu do sucedido, Lianna teve que ir pelo rio sem o príncipe que se encontrava na outra margem. Quando viu a sua apai-xonada saltou e tentou ir ao seu encontro. Os dois foram pelo rio abaixo ao sabor da velocidade das águas. Ainda hoje, quan-do o rio está mais agitado, os habitantes locais lembram os dois amados a lutarem contra as águas revoltosas.

Hugo Fagundes, 11º LH1

Maribor foi nomeada cidade Alpina em 2000 e escolhida como Capital Europeia da Cultura em 2012 juntamente com Gui-marães. Maribor será ainda a cidade anfi-triã da Universidade de Inverno de 2013. Em 2011, foi também anunciado que Ma-ribor será Capital Europeia da Juventude em 2013.

Fontes:http://www.maribor2012.info/en/http://maribor-pohorje.siwww.wikipedia.com

Destaque

Page 8: O Pregão - edição 6

8Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

O projeto “Historiadores do Futuro” está inserido na programação da área de co-munidade da Capital Europeia da Cultura.

Fazem parte deste projeto vários alunos das Escolas Secundárias de Guimarães, incluindo a Escola Secundária Martins Sarmento, contando com a participação dos alunos da turma 11ºLH3: Carlos Duar-te, Regina Vieira, Susana Fernandes, Ana Gonçalves, Ana Ferreira e o Professor de História, Renato Silva.

O grande objetivo deste grupo é promo-ver o intercâmbio com jovens de Maribor na Eslovénia, cidade que é, simultanea-mente, com Guimarães, Capital Europeia da Cultura em 2012. Para concretizar este propósito, vamos fazer um livro que será lançado por nós (portugueses) na Eslo-vénia, em Novembro deste ano, e conta-remos com a visita dos nossos parceiros eslovenos, já, nesta primavera, aqui, em Guimarães.

Para se lançar um livro, é preciso tex-tos. Para se escrever textos, é necessário inspiração, mas para se ter inspiração é fundamental refletir e procurar desen-volver temas que afetam a humanidade, em geral, e a nós que somos o seu futuro. É aí que entra a excelente equipa de tra-balho do projeto – elencada pela Suzana Ralha, o Rui Teixeira e a Júlia Rodrigues - que nos sugere e apresenta temas, fil-mes, livros e nos ajuda a debater e a con-jugar ideias que nos levarão a pensar no “Futuro”. O nosso trabalho de casa não é mais do que pôr no papel todas as nossas ideias nos nossos moleskines (livro de apontamentos com grande tradição na cultura europeia).

As sessões do grupo decorrem uma vez por mês, ao sábado, e são realizadas em lugares que espelham a cultura vimara-nense, a saber o Patronato da Nª. Sra. da Oliveira, no Centro Cultural Vila Flor e

no Centro para os Assuntos de Arte e Ar-quitetura. Nestas sessões, temos também a possibilidade de conhecer grandes no-mes da cultura portuguesa e eslovena, tal como irá acontecer nas próximas sessões nas quais teremos a presença de Manuel António Pina, Álvaro Magalhães, Fernan-do Rosas, Moisés Lemos Martins e o filó-sofo Esloveno, Boris Vezjak.

Além do grande objetivo deste projeto, o mais importante é o enriquecimento pessoal em termos de cultura, de debate de ideias e respeito pelas opiniões dos ou-tros. Com esta experiência, vamos, sem dúvidas, ser pessoas completamente dife-rentes, pois seremos mais maduras, cul-tas e, está claro, com uma maior capaci-dade para enfrentar o “Futuro” que, cada vez, nos amedronta mais.

Ana Gonçalves, 11º LH3

CEC - 2012

Historiadores do Futuro

Destaque

O grupo de trabalho da nossa escola, professores e alunos, asso-ciado ao Projeto Krisis e às comemorações de Guimarães, Capital Europeia da Cultura, continua ativo, participando e colaborando na preparação do espetáculo que terá lugar, no Multiusos de Gui-marães, em Dezembro de 2012.

Já se realizaram vários “Encontros Projetos com Continuidade”, entre os meses de Setembro e Dezembro, passado presente, na “Academia Krisis” com sede na Escola Secundária Francisco de Holanda. Salvaguardamos, para quem queira participar, que mui-tos outros estão programados até Dezembro de 2012.

Nestes encontros, onde interagem várias instituições da comu-nidade vimaranense, são criados grupos de trabalho, com orien-tação artística sob a alçada do encenador António Durães, que vi-sam a concretização do espetáculo final para toda a comunidade.

Reiteramos o convite a toda a comunidade educativa no sentido de contribuir “com logística humana alegre e criativa” nestes en-contros e, desta forma, representar a Escola Secundária Martins Sarmento no grande evento final de Guimarães, Capital Europeia da Cultura.

O próximo “Encontro Projeto com continuidade” terá lugar na academia Krisis, no dia 15 de janeiro, pelas 14 horas e 30 minutos.

Vamos participar!Professores Renato Silva, Ana Maria Ferreira e Fátima Aguiar

CEC - 2012, Encontros Projetos com Continuidade

Projeto Krisis

Nos ‘Encontros Projetos com Continuidade’ interagem instituições

da comunidade vimaranense, são criados grupos de trabalho, com

orientação artística sob a alçada do encenador António Durães

Page 9: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 9

Erdal: Desporto ao ar livre

Datas

24 de setembrooutubro 17 de dezembro

08 de janeiro 03 de março23 e 24 de março

maiomaio26 de junho

Escolas envolvidas no projeto: João de Meira; Martins Sarmento; Santos Simões; Francisco de Holanda; Gil Vicente (Urgezes) e Fernando Távora (Fermentões) Professor responsável: Ricardo Lopes

Atividades

“Guimarães a Pedalar” Bicicleta/saúde/ambienteProfessores Aventura 2010 (DiverLanhoso)Estágio de Natal – BTT e Canoagem

Prova de Perícia Bicicleta (aberta ao 1º e 2º ciclo)III Caminhada da ERDAL (Associação Ave)Estágio de Páscoa na Queimadela(formação em oficina)

TriEscola (Triatlo)Estágio de Verão “Rota das Praias”Bike Tour – ACM

Locais

GuimarãesPóvoa de LanhosoRio Ave

Centro Escolar UrgezesA sugerir (Penha)Barragem da Queimadela (Fafe)

Piscina/Parque/ PistaEsposendeGuimarães

Page 10: O Pregão - edição 6

10Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Em primeiro lugar, esse gosto pela In-formática deve-o a quem, onde é que acha que ele nasceu? É uma pergunta difícil, ao longo da vida fui sempre mudando de áreas. Comecei em saúde, do 10º ao 12º passei pela elec-trotecnia e depois fui para o curso de in-formática. Mas, o que mais me motivou para a informática foi o computador que o meu pai me deu, que vocês já não co-nhecem, e que se chamava ZX Spectrum. Deu-me esse computador em 80 ou 81, já nem me recordo bem, e esse computador realmente entusiasmou-me. Foi uma das primeiras versões que saiu daquela má-quina mas, nessa altura, ainda não ha-via jogos. Então eu olhava para o ecrã e tinha que fazer alguma coisa, começar a programar. Foi aí que surgiu, o gosto pela informática, com esse computador.

Algum dia imaginou vir a ter tanto sucesso como tem agora? Bom, antes de mais, não tenho assim tanto sucesso. Eu participo em muitas coisas. O sucesso é relativo, há quem ache que tenho muito, outros acham que tenho pouco. Agora, nunca imaginei que iria estar nestas áreas tão faladas como

a da robótica. Esta área é o futuro. A in-formática foi o 1º passo para a robótica poder progredir, foi um dos bons passos. E reparem, não há ninguém que consiga trabalhar em robótica se não souber pro-gramar. A informática é fundamental, assim como a electrónica. E eu sou do-cente no departamento de electrónica, apesar de ser de informática. A robótica é multidisciplinar, implica a electrónica, informática, mecânica, comunicações, implica muitas áreas. A informática é fundamental porque a electrónica pode funcionar toda, mas se não houver quem programe não serve para nada.

O Sr. Professor consegue enumerar todos os prémios que já recebeu? Já tive alguns. Recebi um quando acabei o meu doutoramento, que foi um prémio que a Rolls-Royce me deu. Tive outro na 1ª gala da Juventude, que foi o prémio No-vas Tecnologias. Depois recebi a meda-lha aqui da cidade de Guimarães e depois obtive o título de comendador da Ordem da Instrução Pública, prémio esse entre-gue pelo Dr. Jorge Sampaio, na altura era o presidente da República. Entretanto te-nho tido outros, mais científicos, relacio-

nados com a cadeira de rodas, um tam-bém importante foi o Prémio Inovação BES, foi a primeira edição que fizeram e nós concorremos com a cadeira de rodas omnidireccional e também ganhámos. E tenho muitos outros prémios relaciona-dos com competições de robótica, tenho algumas taças, depois se quiserem posso mostrar-vos. Dão-me orgulho essas taças, mas gostava que ficasse bem claro que não sou eu que as ganho, isto é tudo um trabalho de equipa, eu sou a cara da equi-pa, mas há muitas pessoas a trabalhar. Aqueles alunos que vocês viram ali no laboratório, estão todos a trabalhar, para irmos ao Robótica 2011, em Abril. Depois vamos a Istambul ao “RoboCup“ que este ano decorre na 2ª semana de Julho. Esta-mos a trabalhar para esse objectivo. Por isso, o prémio não sou eu que o ganho, mas sim uma equipa de pessoas. Só que depois os alunos vão embora da Univer-sidade e ficam aqui as taças todas, num display que temos.

O que o levou mais tarde a especiali-zar-se na Robótica Industrial?Aí está uma boa pergunta. A Informática como eu aprendi, era uma Informática

Fernando Ribeiro nasceu em Guimarães, Portugal. Formou-se em Informática e Matemáticas Aplicadas em 1988, obteve um mestrado em Robótica Industrial pela Universidade de Cranfield (Inglaterra) e um douto-ramento em Robótica e Automação.É docente na Universidade do Minho, desde 1995, detém atualmente uma posição de Professor Associado desde 2003 no Departamento de Electrónica Industrial e de Computadores.Iniciou, em 1997, um Laboratório de Robótica e desde então os alunos que trabalham no Mobile Robótica Autónoma, participam ativamente na RoboCup com uma equipa de futebol de robôs, entre outros. Desen-volveu a primeira equipa portuguesa de futebol robótico que participou numa competição. Também or-ganiza outros eventos de robótica, como a RoboParty, com diferentes desafios científicos e tecnológicos. Organizou o primeiro Festival Nacional de Robótica-ROBÓTICA’2001 em Guimarães e é um dos fundado-res da Sociedade Portuguesa de Robótica, que foi criada durante a Robotica’2006, também em Guimarães.Em 2006 criou uma empresa spin-off chamada SAR - Soluções de Automação e Robótica, que cria e desenvolve projectos de robótica e automação. As principais áreas de pesquisa são Robótica Autónoma Móvel e, Automação, Prototipagem Rápida, Visão Computacional e Processamento de Imagens.

Entrevista

“Robótica é o futuro”Professor Doutor Fernando Ribeiro

Page 11: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 11

muito à base de tratamento de ficheiros, abre ficheiro, fecha ficheiro, introduzir dados, ler dados e começou a ser muito repetitivo. Eu fiquei a dar aulas na Uni-versidade e pouco fazia de diferente. Depois surgiu a oportunidade de tirar o Mestrado numa área diferente, andei a ver aquilo que mais gostava e gostei da Robótica porque temos na mesma que programar e eu gosto de programar, mas é uma programação de mais baixo nível, comunicar com o hardware, fazer o mo-tor andar, ou ler um valor num sensor e depois criar um algoritmo que permita tomar algumas decisões. Gosto mais des-se tipo de programação. Foi isso que me fez enveredar pela Robótica.

E depois mais tarde a ideia da Robo-Party, surgiu antes da ideia do Labo-ratório de Robótica, aqui na Universi-dade, ou foi ao contrário? Surgiu depois. Até é uma história curio-sa. O laboratório surgiu em 1996 ou 1997, mais ou menos, quando construí um pe-queno robozinho pela primeira vez, cha-mado “Rug Warrior”. Nas aulas pergun-tava sempre se algum dos alunos queria fazer alguma coisa extra-aulas, porque às vezes os alunos universitários também

são preguiçosos e passam algum tempo no bar a jogar à sueca ou a fazer qualquer coisa, e eu desafio-os: - Vocês não querem fazer alguma coisa de útil, não querem construir um robô? - Participar numa competição? Foi assim que eles come-çaram a aparecer. Primeiro um, depois dois, quatro e agora é em catadupa, até é difícil arranjar provas para todos. Ao Festival Nacional de Robótica deste ano vamos 18 elementos. Mas, respondendo à pergunta, primeiro criamos o labora-tório e depois é que surgiu a RoboParty. Porque é que surgiu a RoboParty? Por-que havia muitas escolas do país todo, a pedir para dar palestras, para lhes le-var robôs e fazer demonstrações, e nós, já não tínhamos tempo para fazer tan-tas palestras nas escolas todas. Eu, por exemplo, fui a uma palestra ao Alentejo, de propósito. Peguei no carro, 5 horas de viagem, dei a palestra de uma hora, uma demonstração de robôs mais meia hora, e outras 5 horas para viagem de regresso. O dia todo foi só para aquilo. Eu também tenho de trabalhar, assim não sobrava tempo. Então em 2007, resolvi chamar aqui à universidade, um conjunto de 10 escolas da cidade... Vocês ainda não me conhecem bem, mas eu por Guimarães

faço tudo. Vou à Lua por Guimarães. E resolvi puxar por equipas de Guimarães. Ora, abrimos um pequeno site, onde as equipas se inscreviam para construir um robô. Em menos de 3 semanas já tínha-mos 106 equipas inscrita, foi uma coisa impressionante. Fechamos o site e sur-giu assim a RoboParty. A RoboParty foi planeada para uma dimensão completa-mente diferente, pequena, 10 equipas, 15 no máximo, mas de repente aderiu muita gente. Como num dia não se aprende a fa-zer um robô, tivemos que criar um even-to com, pelo menos, 3 dias e 2 noites, para ser mais tempo. Ora, como as escolas não têm dinheiro para pagar alojamentos, viagens e tudo o resto, eu tive que solu-cionar o problema das dormidas. Surgiu a ideia dos colchões de ginástica no chão, (tínhamos equipas que vieram dos Aço-res e da Madeira, e eles só pagaram a via-gem de avião), pedimos à Reitoria para os deixar comer na cantina da Universidade e o evento acabou por surgir, mais, por uma necessidade das escolas. Enquanto nós esgotarmos as inscrições, e este ano já voltamos a esgotar, temos mais de 100 equipas, vamos continuar a organizar este evento. E já agora, que fique aqui bem claro, que a Escola Martins Sarmen-to é a escola que mais equipas traz a este evento. Houve um ano que uma escola da Maia trouxe 9 equipas, de resto é sempre a Martins Sarmento que bate o recorde de número de equipas, portanto vocês estão de parabéns.

Nós, como bons vimaranenses, senti-mo-nos orgulhosos por tudo isto. Gos-taríamos de lhe perguntar, o que é que o levou a realizar a RoboParty e o Fes-tival Nacional de Robótica cá em Gui-marães, foi trabalhar na Universidade ou ser um vimaranense convicto? Este meu orgulho vimaranense, como há quem diga que eu tenho, é total. Ou seja, tudo o que eu puder fazer por Gui-marães, eu faço, é ponto assente e que não haja dúvidas. Fui eu que organizei o primeiro Festival Nacional de Robótica, no pavilhão Francisco de Holanda, e de-pois todos os anos esse evento foi-se re-petindo noutras cidades. Já cá se realizou novamente em 2006, e será realizado no-vamente em 2012, aproveitando o pretex-to de Guimarães 2012 - Capital Europeia

Entrevista

Page 12: O Pregão - edição 6

12Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Entrevista

da Cultura. O facto de ser em Guimarães, primeiro é porque eu trabalho aqui, mas não é só por isso, já tivemos convites para organizar RoboParty’s em Lisboa e decidimos que não por não termos as condições certas. Aqui temos as condi-ções todas para organizar. Eu preciso dos alunos finalistas aqui de Electrónica, como voluntários para ajudar as equipas a montar os robôs. Preciso de cerca de 50 alunos de Electrónica, preciso das pesso-as do pavilhão que nos ajudam nas activi-dades desportivas, tenho o pavilhão que a Universidade do Minho me empresta de forma gratuita, (se fosse para Lisboa ía pagar isso tudo), portanto, se eu pu-der puxar para cá, óptimo. Só iremos para outro local se se justificar muito, e se Guimarães ganhar alguma coisa com isso, porque à partida o objectivo é orga-nizar onde eu estou. O meu ninho é aqui, é onde eu vou continuar.

Relativamente à questão financeira, com a vida cada vez mais “cara”, não tem sentido cada vez mais dificulda-des em obter ajudas? Se eu pudesse organizar um evento sem tocar numa nota ou moeda, eu preferia, porque eu estou mais preparado e mais concentrado na parte de Robótica mes-mo. Por isso, quando organizei os pri-meiros eventos, eu ia, por exemplo, à câ-mara e pedia-lhes um pavilhão gratuito, não pedia dinheiro. Fui a uma empresa de taças, e perguntei se não podiam ofe-recer taças. Fui a outra loja pedir uma alcatifa, para pôr no chão e desenhar as linhas para a prova de condução autóno-ma. Ou seja, eu tentava arranjar tudo gra-tuitamente, porque para mim facturas e recibos, quanto menos mexer, melhor. Se calhar é por nunca ter precisado de mexer nesse tipo de documentos, por-que o meu pai é contabilista e ele é que me trata dos papéis todos, eu nem gosto de olhar para eles. Por isso, se não fosse preciso envolver dinheiro, melhor. Por vezes é preciso algum dinheiro e no caso da RoboParty, é preciso pagar o equipa-mento que compro. É o preço que a loja faz, não cobro absolutamente mais nada do que isso. O resto, para t-shirts, para crachás, alimentações, etc., é que tenho pedido patrocínios. Como disse, se nós

pudéssemos fazer as coisas sem dinhei-ro, melhor. Quando é preciso mesmo di-nheiro, temos que chatear os amigos ou às vezes sou eu que pago do meu bolso algumas coisas. O que eu nunca desisto é de fazer alguma coisa por causa de di-nheiro. Não é um argumento suficiente para não fazer. Os primeiros robôs que eu construí não tinha dinheiro, nem a Universidade me dava, como é lógico, nós íamos à sucata de automóveis e ía-mos buscar, por exemplo, os motores dos limpa pára-brisas dos carros, são motores potentes, são bons. Pedíamos baterias de motas, daquelas de 7Ah, já meias estragadas, mas aquilo ainda dava, e também as trazíamos. Portanto, nós tentávamos arranjar as coisas em vez de ter dinheiro para comprar novo. E depois de fazermos os primeiros robôs, que an-davam meios tortos, e por vezes as rodas

até saíam... Depois de termos alguns re-sultados é que mostrávamos: “Isto foi feito sem dinheiro, agora podem-nos aju-dar?”. Depois é como uma bola de neve, começa a haver mais e mais, não é que eu tenha muito dinheiro, que não tenho, para fazer a equipa de futebolistas deste ano, tive que tirar peças dos futebolistas dos anos anteriores. Para melhorar, tem que se reciclar.

Como o Sr. Professor estudou em In-glaterra, em que medida considera que isso o enriqueceu a nível acadé-mico? Enriqueceu muito, por vários motivos. Primeiro, porque eu acho que todos os portugueses deviam sair de Portugal, pelo menos meio ano. Nós somos todos muito pessimistas cá dentro, temos a ideia que tudo o que fazemos é mau, o que é estrangeiro é que é bom. O que não é verdade. Nós aqui fazemos coisas muito boas, mas não lhe damos o devido valor. Eu já mandei vários alunos para muitos países para estágios e em erasmus, e os professores das Universidades que os re-cebem dizem sempre: - “Manda mais des-ses alunos, isso é o que nós queremos”. Isto quer dizer que os nossos alunos lá fora fazem sucesso. São pessoas que não desistem de nada, são bem vistos em ter-mos científicos e de investigação. Em ter-mos académicos são muito reconhecidos lá fora. No caso do RoboCup, por exem-plo, temos muitas equipas a participar em relação ao tamanho de Portugal. Só há 3 países com mais equipas do que nós, é o Japão, a Alemanha e o Irão. O Irão é estranho, mas é verdade. O Irão tem mui-tas equipas, mas é por motivos políticos. Portanto, Portugal só com 10 milhões de habitantes tem muitas equipas. Acho que todos os portugueses deviam passar um semestre fora de Portugal para ve-rem que, o que se passa lá fora não é tão melhor como se diz. Nós aqui também temos coisas muito boas. A minha expe-riência em termos académicos foi muito positiva, porque eu aprendi lá a parte de Robótica, conheci novos amigos e é sem-pre muito bom ter amigos no estrangei-ro. Eu fiz um Mestrado lá, onde havia 24 pessoas, de 12 países diferentes, conhece-mos logo meio mundo. Agora temos ami-

O que eu nunca desisto é de fazer alguma coisa por causa de dinheiro. Não é um argu-mento suficiente para não fazer. Os primeiros robôs que eu construí não tinha dinheiro, nem a Universi-dade me dava, como é lógi-co, nós íamos à sucata de automóveis e íamos buscar, por exemplo, os motores dos limpa pára-brisas dos carros e baterias de motas.

Page 13: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 13

Entrevista

gos para férias se quisermos. Para confe-rências, eles convidam-nos muitas vezes. Nós vamos lá, eles vêm cá, é sempre mui-to positivo isso. Ter experiência lá fora, se vocês tiverem oportunidade um dia, vão, pelo menos um semestre, é muito bom.

O desporto rei é o futebol e parece ser também é um gosto pessoal do Sr. Professor. Será que foi esse gosto que o levou a organizar a primeira equi-pa robótica de futebol português, ou foi por outro motivo? Ajudou, eu gosto muito de futebol e sou sócio do Vitoria, como não podia deixar de ser, e não sou sócio só por ser, vou aos jogos todos em casa. Quando tenho RoboCups e joga o Vitória em casa, fico triste, mas tem de ser. Na minha família somos todos sócios. O gostar de futebol ajudou. Tenho ali alunos que gostam muito de futebol, mas já tive alunos que não gostavam, nem percebiam bem as regras, não ligavam, no entanto faziam robôs futebolistas cheios de entusiasmo, portanto uma coisa não tem que ver com a outra. O tema é que ajuda, é mais ape-lativo, há sempre alguém que conhece bem as regras, e os alunos acham muito engraçado. Se for um robô a fazer uma tarefa de pegar num objecto é uma coisa, mas se ele jogar futebol é mais atractivo, e por isso o tema futebol ajudou. Quando se criou aqui o laboratório de Robótica, surgiu uma competição em França, que consistia no desafio de pôr um robô a jo-gar futebol, aliás, era uma equipa de dois robôs, e nós entramos logo nesse desafio. A palavra futebol ajudou, mesmo sendo a ciência o nosso principal objectivo.

O facto de a Universidade do Minho ir a Singapura, ao Japão, a Istambul, a Lisboa, seja onde for, e levar atrás de si o nome “Cidade de Guimarães”, quem leva tudo isso, para todos os efeitos, é o Professor Fernando Ribeiro? Sim, é a equipa Minho. Já agora, posso acrescentar que a equipa Minho, tem esse nome por causa da Universidade se chamar Minho. Ora bem, eu sou a cara da equipa, mas é um conjunto de pesso-as que a constitui. É uma equipa muito respeitada lá fora, em termos de robótica. Quando vamos para os jogos, as outras

equipas já tremem um bocado. Terem a equipa Minho, num sorteio, já era uma chatice. Isso quer dizer que o nosso nome lá fora, em termos de futebol robótico já impõe um certo respeito, o que, por um lado, é bom. É quase como se ao Vitória saísse um Barcelona na Liga dos Campe-ões, ficavam logo aflitos. Nós fomos duas vezes seguidas à final do campeonato da Europa e perdemos sempre com a mes-ma equipa. Eles são muito bons, muito rápidos, mas eles nos últimos anos já tremiam quando sabiam que era connos-co que iam jogar. Ganhavam-nos, mas tremiam um bocado mais. Pelo menos obrigávamo-los a suar um bocado.

Como é que pensa que será o futuro desta área, que rumo irá ela tomar, quais são as suas previsões? A pergunta é bem feita, faz todo o sentido, mas é muito difícil de responder. Quan-do vemos filmes no cinema, o “I Robô” por exemplo, imaginamos logo um robô a dominar o mundo, mas isso é pratica-mente impossível de acontecer. Primeiro, porque o homem tem um cérebro que pensa e o robô não pensa. Mesmo daqui a 100 anos vai ser muito difícil termos uma máquina a pensar. O homem é sempre imprevisível. Se os robôs tomassem con-ta do mundo, imaginem que aconteceria. O homem consegue sempre dar a volta e arranjar uma solução para derrotar o robô, não haja dúvidas. Nós se pensar-mos, somos muito criativos, às vezes cria-tivos demais. Damos asas à imaginação e ela às vezes até foge. Quanto ao futuro, vamos imaginar o ano de 2050, esse é o ano de referência para o RoboCup, pois o objectivo é realizar um jogo de futebol nesse ano entre humanos e robôs. A fina-lidade do RoboCup não é jogar futebol, porque nós podemos jogar entre nós, não é preciso máquinas. Mas se conseguir-mos pôr um robô a jogar futebol no ano 2050, vamos poder resolver outros pro-blemas, como o de uma máquina correr. Podemos, por exemplo, criar bombeiros que sejam máquinas, a entrar num fogo e não arderem. Os robots não ardem, se pusermos protecções próprias, o que não acontece a um humano. Podemos fazer um robô que se equilibre, para que possa andar em cima dos postes de alta tensão

a fazer reparações, sem ser um humano a correr riscos e em perigo. Portanto, nós vamos conseguir solucionar um conjunto de problemas tão grande, que nos vai aju-dar muito, em termos de sociedade. Claro que, um robô jogar futebol, é uma brinca-deira, é um pretexto que nos vai permitir chegar a 2050 com soluções para outras coisas. Eu estou a imaginar que daqui a 100 anos, se calhar vamos ter um robô dentro de casa a fazer as tarefas que nós não gostamos. Ou então, a tomar conta dos filhos e até a dar aulas. Se isso signi-ficar que nós, humanos, vamos ficar com mais tempo livre para sermos mais cria-tivos, óptimo. Não pensem que os robôs podem tirar-nos o emprego, é ao contrá-rio, as pessoas têm a ideia que a robótica vem criar mais desemprego, mas não é, só que as pessoas mais pessimistas é que pensam dessa maneira. Reparem que há 100 anos atrás, a população mundial era menos de metade e a taxa de desempre-go era a mesma. Cada vez que se faz um robô, quantas pessoas estão a trabalhar para o robô? São 10 ou 15. Esse robô pode tirar algum emprego, mas vai criar outro, e o emprego que vai tirar é o emprego onde a mão-de-obra é mais barata. Ima-ginem uma pessoa que tem de soldar um poste numa plataforma de petróleo, lá de-baixo no Atlântico. As pessoas que estão a fazer só soldas têm de estar uma sema-na lá debaixo, por causa da compressão e da descompressão. Se pudermos pôr uma máquina a fazer essa tarefa, porque é que vão os humanos fazer tarefas peri-gosas? Se pudermos pôr os robôs a fazer isso, óptimo. Portanto, em 2050 vamos ter muitos mais robôs, reparem que nos últimos 10 anos a Robótica evoluiu mui-to. E evoluiu muito porque pusemos os mais novos a mexer com robôs. O que é muito bom. Quanto mais novos vocês começarem a mexer com robôs, melhor. Eu vi o meu primeiro robô, para aí, com 24 ou 25 anos e agora há crianças com 10 ou com 11 anos a montar robôs na Ro-botParty. É uma diferença muito gran-de. Quando eles tiverem a minha ida-de vão saber muito mais do que eu sei hoje, o que é bom. Portanto, estou a ver o futuro com muitos robôs, sem a nossa existência estar em causa. Isso está fora de questão.

Page 14: O Pregão - edição 6

14Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Entrevista

Que conselho é que dá aos jovens que queiram enveredar por esta área da Robótica? Acima de tudo, vocês devem fazer aquilo que gostam. Se gostarem da Informática vão de cabeça. Quando se adora o que se faz, tudo se resolve. Pode surgir um de-safio, mas não se descansa enquanto não se resolve, aparece outro desafio, logo se resolve. Nada é um problema. Impor-tante é gostar do que se faz. Que outros conselhos é que eu posso dar? É nunca desistirem, se não saiu bem à primeira, sai à segunda. Eu também já cometi mui-tos erros, e é com eles que mais aprendo. O que aparece às vezes nos jornais sobre mim, claro que é sobre coisas que eu fiz bem. Das coisas que eu fiz mal não sai notícia, mas eu já fiz muitas coisas mal, e

nós não vivemos o tempo suficiente para fazer as asneiras todas, senão sabíamos tudo. Quando erramos, estamos a apren-der, na próxima já não fazemos. Quando estamos a andar e damos uma cabeçada na parede, da próxima já não damos ca-beçada, já vamos com a mão à frente. A mesma coisa na Ciência. Nós evitamos os erros, mas quando eles acontecem, temos de os resolver. Não é à primeira, é à segunda… Portanto, não desistir, gostar do que faz e, às vezes, é preciso arriscar um bocadinho. Não sei se isto vai dar, mas vou fazer, depois se não der, logo ve-remos. Nunca desistir, isso é que é muito importante. E se gostam da Informática vão para a frente que terão futuro.

Alunos clube de robótica - (Excertos)

Mesmo daqui a 100 anos vai ser muito difícil termos uma máquina a pensar. O homem é sempre impre-visível. Se os robôs tomas-sem conta do mundo, im-aginem que aconteceria. O homem consegue sempre dar a volta e arranjar uma solução para derrotar o robô, não haja dúvidas.

Page 15: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 15

E continuou a tentar encontrar uma resposta para as dúvidas que tinha sobre a sua própria existência, pensando, de-batendo e teorizando, mas nunca fican-do totalmente satisfeito. A ideia de que a humanidade tinha sido criada por uma entidade superior, uma força misteriosa que não conseguia compreender, apare-ce como uma resposta a esta necessidade de o homem se explicar a si próprio. O ser humano é inteligente, mas não o suficien-te, por isso, criou o conceito de deuses, seres omnipotentes que possuem todo o conhecimento; entidades transcendentes que criaram o Universo e nos colocaram aqui na Terra.

Graças aos avanços tecnológicos dos úl-timos dois séculos, pudemos finalmente usar a ciência para saber mais. Já não esta-mos limitados a ter que aceitar uma crença subjectiva, podemos agora optar por um caminho mais objectivo para descobrir os segredos do Universo; podemos aprofun-dar os nossos conhecimentos e finalmente achar novas respostas a estas questões.

Tendo em conta tudo aquilo que já se faz em ciência, há quem considere que estamos cada vez mais perto de sermos nós próprios deuses. Mas não o somos, nem nunca o seremos, não porque somos mortais, mas sim porque fazemos par-te do Universo, ou seja, não somos seres transcendentes, somos matéria. Come-mos, bebemos e dormimos para arranjar as forças necessárias para continuarmos vivos. A expressão “somos o que come-mos” é mais literal do que podemos pen-sar. O que ingerimos irá tornar-se parte

de nós pois estamos a pegar nos átomos de outros seres vivos e a fazer com que estes se tornam parte de nós. Crescemos porque absorvemos matéria que passa a ser parte da nossa constituição.

“Matter flows from place to place and momentarily comes together to be you.” (A matéria anda de um lugar para outro e momentaneamente junta-se para te formar.) - Richard Dawkins, biólogo evo-lucionista.

Hoje, a ciência diz-nos que os átomos tiveram origem nas estrelas, logo, somos literalmente feitos da poeira das estrelas. Antes do Big Bang, todo o Universo estava condensado num ovo cósmico, um único corpo que podia caber na palma da tua mão. Todas as partículas que compõem o nosso Universo estavam aí unidas. Após o Big Bang, estas partículas viajaram uma distância enorme até se encontrarem de novo, quase 14 mil milhões de anos mais tarde, e passarem a fazer parte da nossa constituição. Nascemos das estrelas e estre-las nos tornaremos depois de morrermos. Os nossos átomos irão continuar à deriva no Universo, passando a fazer parte de ou-tros corpos, sejam estes ser vivos ou não.

Somos um com o Universo, logo, num ponto de vista universal, somos tão im-portantes como qualquer outro ser que exista; mais ainda, não somos mais im-portantes do que tudo o resto que cons-titui o Universo. Isto significa que não há nenhuma Lei da Física que diga que nós, enquanto matéria, somos mais especiais do que, por exemplo, uma pedra, pois so-mos ambos parte do Universo.

Como somos feitos de átomos e fazemos parte do Universo, então obedecemos também às Leis da Física, o que signifi-ca que tudo pode ser previsto através de cálculos matemáticos. Da mesma manei-ra que podemos calcular a trajectória de corpos celestiais (como o nosso sol, que anda ao redor da nossa Galáxia uma vez em cada 225 milhões de anos) podemos prever também os efeitos que as partícu-las exercem sobre si mesmas. Ora, como não somos seres transcendentes, não conseguimos escapar a essas leis usando apenas os nossos corpos (matéria), o que significa que tudo o que fazemos é resul-tado de uma série complexa de relações causa-efeito.

No fundo, todas as nossas acções fo-ram exercidas não por nós, mas sim pe-las partículas que nos constituem. As próprias sinapses não são mais do que a transferência de iões de neurónio a neu-rónio, logo os nossos pensamentos são completamente controlados pelas Leis da Física, o que significa que todas as nossas escolhas e opiniões não foram feitas livre-mente por nós, ou seja, não temos livre arbítrio, e enquanto continuarmos a fa-zer parte do Universo, nunca poderemos ser verdadeiramente livres.

Sei que é difícil aceitar tal teoria porque nos coloca de novo na posição do homem ancestral que procurava um sentido para a sua existência, mas esta existência não tem necessariamente de fazer sentido. O Universo e as suas Leis originaram do acaso, logo, também nós somos produtos do acaso.

Andreas Neitzel, 12º CT6

Um com o Universo

Desde que o Homem olhou pela primeira vez para os céus, colocou a si mesmo três perguntas:

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

Opinião

Page 16: O Pregão - edição 6

16Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Opinião

A discussão sobre a educa-ção escolar está na ordem do dia. Especialistas, políticos, pais, alunos, opinam acerca da ação da escola e, na maio-ria destes casos, os juízos vão no sentido de afirmar que a escola não está a correspon-der às expectativas e tem--se revelado incapaz de dar resposta às necessidades de qualificação e formação dos jovens de hoje. Foi este o mote para o livro ‘O Elemento’, es-crito por Ken Robinson, edu-cador britânico atualmente a residir nos Estados Unidos, que defende que a escola é uma instituição convergen-te, oposta à diversidade, e, ao tentar vestir em todos nós a camisa de força da padro-nização e da uniformização, conspira contra a descober-ta de novos talentos. Fala de criatividade e de como e por-que é que o sistema de ensino nos “desprepara” para a vida. A criatividade na vida ajuda--nos a inventar ou reinventar o nosso mundo, aquele em que somos felizes, a viver o nosso elemento.

A escola tradicional e académica que chegou aos nossos dias é originária da sociedade industrial do séc. XVIII e, à semelhança do mo-delo empresarial da linha de montagem, foi estruturada segundo um modelo único e estandardizado. Segundo Ken Robinson, as escolas pú-blicas não foram apenas cria-das tendo em vista os interes-ses do industrialismo, foram criadas à imagem do indus-trialismo. Para o especialis-ta inglês, isto é visível nas escolas secundárias, onde os sistemas escolares assentam a sua organização nos princí-pios de uma ‘linha de monta-gem’ e na divisão eficiente do trabalho. Para este autor, tal como numa fábrica, a escola orienta-se por toques de cam-painha, os estudantes são agrupados de acordo com o critério de idade, são subme-tidos a exames estandardiza-dos e são comparados entre si antes de serem ‘enviados’ para o mercado. As escolas atuais foram pensadas para um tempo em que o objecti-vo da educação não era edu-

car todos os alunos, mas sim processar a grande massa de estudantes, selecionando e incentivando uma pequena minoria destinada ao traba-lho intelectual. No atual sis-tema de ensino prevalece um modelo de memorização me-cânica, assente em rotinas, marcado pela imposição de práticas pedagógicas, currí-culos únicos, testes padroni-zados que se focalizam em capacidades cognitivas rudi-mentares e que não consegue qualificar os trabalhadores da sociedade pós industrial/informacional. Segundo o especialista inglês, a organi-zação do ensino público, um pouco por todo o mundo, tende a privilegiar sistemas educativos que priorizam as palavras e os números. No topo da hierarquia está a ma-temática, ciências e línguas. A meio, os estudos humanís-ticos. Na base estão as artes. Apesar de os relatórios da Unesco recomendarem que o ensino artístico tenha um lugar central e permanente no currículo educativo, são cada vez mais as escolas a

retirar as artes dos seus cur-rículos. Segundo as teses de Robinson, os sistemas edu-cativos encorajam, cada vez mais, os professores a ensina-rem de um modo uniforme e por esta razão a educação está a ‘asfixiar’ algumas das

O ‘Elemento’ de Ken Robinson

Prof. José Faria

Escolas matam a criatividade?

Sir Ken Robinson é aclamado mundialmente como especialista em educação, criatividade, inovação e recursos humanos. Trabalhou com governos de vários países da Europa, da Ásia e da América, com agências internacionais e organizações de ca-riz cultural. Em 1998, liderou uma comissão encarregue de analisar a criatividade, educação e economia para o governo britânico.

Page 17: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 17

mais importantes capacidades de que os jovens precisam para se afirmarem nas sociedades atuais. Nas palavras diretas de Robinson: “... perguntamo--nos porque razão os nossos filhos não têm nem imaginação, nem inspiração. O nosso atual sistema educativo seca--lhes sistematicamente a criatividade; a educação é o sistema que deveria desen-volver as nossas capacidades naturais e tornar-nos capazes de nos afirmarmos no mundo. Em vez disso, está a asfixiar os talentos e as capacidades individuais de demasiados alunos e destruir a sua vontade de aprender. Não deixa de ser irónico”.

Outra dimensão muito em voga na educação atual e que mereceu a aten-ção de Ken Robinson é a componente da avaliação. A escola tem uma estrutura muito consolidada, com uma forte ên-fase nos sistemas de avaliação. Para este autor, as reformas educativas atuais, ao invés de incentivarem a criatividade, vão no sentido de pressionar professo-res e alunos aumentando o número de exames a que são submetidos. Em Portu-gal, por exemplo, os exames nacionais, tradicionalmente feitos nos dois últimos anos do secundário, foram estendidos ao último ano de cada ciclo. Para além de custarem muito dinheiro ao Estado e obrigarem a uma logística pesada, a existência de exames uniformizados,

que têm influência directa no ranking das escolas, está na base do aumento da competição entre alunos e escolas e da hegemonia do ensino expositivo e dire-tivo. Neste momento, as administrações das escolas obrigam os professores a preparar os alunos para os exames na-cionais. Para Ken Robinson, esta opção desencoraja a inovação e a criatividade na educação: “(...) as duas coisas que permitem que a escola se desenvolva”. O futuro da educação não passa por com-parar e avaliar. Será necessário, sim, uma aposta numa cultura de escola e na promoção de um forte sentido de cola-boração, autoestima e espírito comuni-tário nas turmas. Para o referido autor, as crianças aprendem melhor quando aprendem umas com as outras e quan-do os professores aprendem com elas. Ao invés de uniformizar, a escola deverá caminhar no sentido da personalização. Cultivar a verdadeira profundidade de dinamismo de qualquer tipo de habili-dade humana. A educação só soluciona-rá os seus verdadeiros desafios se con-ferir poder aos professores criativos e apaixonados, e estimular a imaginação e a motivação dos alunos.

O desafio da educação do futuro, para além da transformação de currículos, deverá ser o de ver o aluno como inte-lectualmente curioso e imaginativo e participativo no seu processo de apren-

dizagem. A escola deve apostar em práti-cas pedagógicas que mostram abertura para as linguagens simbólicas - através da música, pintura, teatro ou outras for-mas artísticas - que explorem os talen-tos e todas as maneiras pelos quais o ser humano aprende.

É consensual que o período atual não encontra nenhum equivalente histórico em termos de magnitude, velocidade e complexidade global das mudanças e desafios que enfrentamos. Se é certo que a tecnologia continuará a desem-penhar um papel central no que diz respeito às mudanças de hábitos e pro-fissões, é muito difícil prever o que será o mundo de amanhã. Há, então, uma in-terrogação que será pertinente levantar: Como poderá a escola preparar futuras gerações para um futuro impossível de prever? Robinson levanta outra questão pertinente: “... o que será dos nossos fi-lhos se continuarmos a prepará-los para uma vida com base em modelos educa-tivos obsoletos? É provável que venham a ter múltiplas carreiras ao longo das suas vidas profissionais, e não apenas múltiplos trabalhos que ainda desco-nhecemos. Não será, pois, nossa obri-gação encorajá-los a explorar o maior número possível de caminhos para que descubram os seus verdadeiros talentos e paixões?

Opinião

Page 18: O Pregão - edição 6

18Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Opinião

A crise é de conhecimento comum e vive diariamente com todos nós. No entan-to, já se perguntou como é que esta passou a fazer parte da nossa vida? Possivelmente sim, possivelmente não. Este artigo pre-tende explicar e tratar algumas das prin-cipais causas da crise que atravessamos e antever caminhos para uma saída.

Na nossa opinião, um dos factores em que, também, assenta esta crise é facil-mente identificado por todos: a corrup-ção. Portugal é o 19º país mais corrupto da Europa, em 30, apenas à frente de Itália, Grécia, Malta e países do antigo bloco de leste. Este facto tem consequência nefas-tas para a nossa economia e para a socie-dade como um todo. Isto acontece porque o mercado só funciona de forma adequa-da se as regras forem conhecidas de todos e respeitadas por todos. Havendo cor-rupção, há agentes económicos que são beneficiados no acesso ao mercado em detrimento de outros. Por exemplo, num concurso público, isto é, um concurso lan-çado pelo Estado para contratar os servi-ços de uma empresa, deveria ser selecio-nada a empresa que oferecesse melhores condições e o melhor serviço. Se a seleção não seguir este rumo, ou seja, venha a ser efetuada seguindo interesses particulares,

toda a sociedade sairá prejudicada com este facto.

A fuga ao fisco surge como outro proble-ma que prejudica o bom funcionamento da economia como veremos a seguir. Em 2010, 33 mil milhões de euros escaparam aos impostos portugueses (isto equivale a aproximadamente metade da ajuda fi-nanceira externa que Portugal está neste momento a receber do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (EU), mais concretamente 42%. Tudo so-mado, tem a importância de 20% no total da riqueza produzida no nosso país du-rante um ano. Este facto associa-se à cor-rupção existente em Portugal. Então pen-samos poder dizer que Portugal atravessa não só uma crise económica, mas também uma crise de valores.

Mas, juízo de valor à parte, uma das principais causas da crise económica e fi-nanceira diz respeito à balança comercial deficitária. A explicação é simples: Portu-gal consome mais do que produz, logo, tem de comprar produtos originários de vários pontos do mundo. Isto, economi-camente, faz com que o saldo entre as exportações e importações seja negativo, trocando em miúdos, muito do dinheiro que circula em Portugal vai ter a empre-

sas estrangeiras e isso é muito mau, pois essas empresas não pagam impostos ao nosso Estado, mas sim aos seus Estados. Já para não falar do aumento do lucro que as empresas portuguesas teriam se tudo o que fosse consumido em Portugal fosse oriundo de Portugal. Daí o crescimento da riqueza produzida em Portugal num ano ser baixo relativamente aos parceiros da União Europeia. Por isso, também, nasce a necessidade de todos os portugueses con-sumirem produtos produzidos em Portu-gal (Produtos endógenos).

Assim, apesar de ter existido um aumen-to no consumo aquando da nossa adesão à moeda europeia (euro), este não se refletiu num aumento da produção, mas sim num aumento das importações e do endivida-mento. Desde então, o aumento do PIB (produto interno bruto) tem sido inferior à média europeia. Este fenómeno associado ao endividamento externo global (o que nos torna dependentes dos financiadores estrangeiros) e ao aumento da dívida so-berana estão na base da crise que estamos a atravessar.

Aqui, convém esclarecer que, apesar da expressão “dívida soberana” ser constan-temente usada pelos media, muitas são as pessoas que não sabem o seu significado.

Paulo Ribeiro, João Oliveira, 10º SE1

A crise… económica,

financeira e de valores

Page 19: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 19

Na nossa opinião, um dos factores em que, também, assenta esta crise é facilmente identificado por todos: a corrupção. Portugal é o 19º país mais corrupto da Europa, em 30, apenas à frente de Itália, Grécia, Malta e países do antigo bloco de leste.

A dívida soberana é nada mais, nada me-nos do que a dívida do Estado, assumida pela entidade soberana que é o próprio Estado. Tal como uma empresa, o nosso Estado endividou-se devido ao facto das suas receitas serem inferiores aos seus gastos, originando aquilo a que chama-mos de défice orçamental. O défice orça-mental tem, como é óbvio, de ser pago e, por isso, Portugal recorreu repetidamente a empréstimos. Nesta corrida desenfreada assistimos a um aumento da taxa de juro entre cada empréstimo, tornando a situa-ção cada vez mais insuportável, um ciclo vicioso, pois os juros aumentam ainda mais a dívida. Perante isto, Portugal viu--se obrigado a recorrer ao financiamento da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.

Na conjuntura atual, de tendência ne-gativa, e considerando a necessidade de combater a crise, o governo português poderia ponderar duas vias para tentar ultrapassar esta crise: promover o dina-mismo da atividade económica, ou seja, implementar medidas que estimulassem a economia e/ou seguir uma política de austeridade, rumo seguido atualmente.

Na alternativa atual, encontram-se prin-cipalmente medidas de ajuste financeiro

para eliminar as “gorduras” (gastos ex-cessivos) do Estado, e não medidas de re-vitalização da economia. Por exemplo, o aumento do IVA, imposto que no ano de 2000 contava com uma taxa máxima de 17%, fixa-se atualmente em 23%. Aumen-tando o IVA, certos produtos ficam com um preço mais elevado e, por consequên-cia, o poder de compra diminuirá. Como é do conhecimento geral, se não existir consumo, ou seja, a procura, não existirá produção, criando assim uma situação de retração económica. Este fenómeno origi-na vários problemas entre os quais o pro-blema do desemprego.

Tal como o aumento do IVA, a grande

parte das medidas instauradas pelo exe-cutivo português, causam retração eco-nómica. Vários economistas afirmam que este caminho levará o país a uma situação explosiva. Em oposição, alguns afirmam que estas medidas são inevitáveis para sairmos desta crise.

Na segunda linha, encontramos as me-didas de estímulo e revitalização da ativi-dade económica. Este rumo levaria a que o governo pusesse em prática algumas medidas de estímulo da atividade eco-nómica, como por exemplo, medidas de auxílio de financiamento às empresas, di-minuição dos gastos das empresas no do-mínio das contribuições fiscais para o Es-tado, aposta na educação e reciclagem dos intervenientes no processo de produção, financiar os bancos e outras instituições financeiras que disponibilizam crédito para o investimento e outros recursos às empresas, entre outras medidas.

Qual o caminho escolher?No próximo artigo, talvez já possamos

responder a esta questão...

Opinião

jornal ‘o pregão’ online em http://issuu.com/opregao

Page 20: O Pregão - edição 6

20Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Personalidades

Foi com estas palavras que Steve Jobs encerrou, em 2003, um discurso que emocionou e inspirou milhares de jovens na Universidade de Standford – Estados Unidos. O vídeo, que entretanto conta com milhões de visitas no youtube, reve-la ao mundo um homem com qualidades raras, um visionário que mudou para sempre a nossa forma de encarar e agir com a tecnologia.

Foi em agosto passado que Steve Jobs anuncia ao mundo que renuncia ao car-go de presidente executivo da Apple - em-presa que ele próprio fundou - e que hoje é considerada a mais valiosa dos mundo.

Jobs, como ele gosta de ser chamado, é um homem controverso, de ideias fixas, não gosta de ser contrariado e nutre um ódio de estimação contra quem se atra-vessa no seu caminho. Liderou a Apple com uma mão de ferro, mas manteve-se, até ao fim, leal com os seus princípios e amigos. Foi este caráter complexo, mas genial, que esteve por detrás da empresa que hoje mais inova, mais tendências cria e que todos copiam.

O dia seguinte da AppleHá muito que a Apple deixou de ser ad-

mirada apenas pelos seus computadores. O Ipod e o Itunes mudaram para sempre a indústria da música; o Iphone transfor-mou o telefone e o Ipad massificou um novo conceito de tablets.

Todos estes projetos tiveram, desde o primeiro momento, o cunho pessoal de Jobs, mas não se pense que o seu legado se resumiu à empresa da maçã. Dez anos

após o seu lançamento, em 1995, tornou--se presidente e CEO (Chief Executive Officer) do estúdio de animação mais rentável e admirado do mundo, a Pixar Animation Studios. O seu nome fica as-sim na história da animação como um dos responsáveis pelo lançamento do primeiro filme de animação computori-zado do mundo, o Toy Story.

Vida e Obra de Steve JobsSteven Paul Jobs nasceu em 1955 em

São Francisco – California. Filho de uma jovem universitária, foi posteriormente adotado por Paul e Clara Jobs. Em 1975, depois de ter abandonado o ensino supe-rior, começa com Steve Wozniak a mon-tagem do computador que deu origem à Apple, o Apple I. No ano seguinte, os dois amigos juntaram-se a Ron Wayne e criam a empresa Apple Computer.

1978 é o ano chave para a Apple. Após uma cuidadosa gestão de expectativas, é lançado com pompa e circunstância o Apple II, o primeiro computador pes-soal do mundo a ser vendido de forma massiva. A empresa começa finalmente a ganhar nome e mercado, no entanto, o sucesso é sol de pouca dura. Em 1980, o Apple III revela-se um autêntico fiasco. É então que Steve Jobs nomeia John Sculley para CEO da Apple. Desta equipa surge o Macintosh, um dos computadores de maior sucesso da empresa.

1985 foi o ano em que se dá o maior golpe de estado na Apple. Jobs demite--se após a administração tomar partido de John Scully e de lhe ser retirado todos

os cargos executivos. Apesar de publica-mente humilhado, não baixa os braços e dois anos depois, cria uma nova empresa de informática, a NeXT . É também nesta altura que decide investir na então des-conhecida Pixar. Jobs, desde o primeiro momento, acreditou no potencial deste estúdio de animação.

Se o sol brilha para os lados de Jobs o mesmo não se pode dizer da Apple. Se-guiram-se anos consecutivos de prejuí-zos, e só depois do resgate da Microsoft é que a nuvem da falência desaparece. Em 1996, motivada pelo novo capital injeta-do, a Apple compra a NeXT e Steve Jobs regressa assim à empresa como conse-lheiro do diretor executivo da altura, Gil Amelio. No ano seguinte, Jobs volta a as-sumir o cargo de CEO da Apple.

Curiosamente foi a tecnologia desen-volvida na NeXT que esteve na origem do renascimento da Apple. O revolucionário iMac, lançado em 1998, estreou o novo sis-tema operativo, e foi um dos responsáveis pelo regresso aos lucros da empresa. Fruto deste novo folgo é lançado, no ano seguin-te, o Power Mac G3, os iMacs e o iBook.

No ano 2000, e quando as vendas dos computadores continuavam de vento em pompa, a Apple lança o leitor de música portátil iPod. O sucesso foi imediato e, apesar do preço, tornou-se um objeto de desejo em todo o mundo. Só nos primei-ros 60 dias, a Apple vendeu 125 000 apa-relhos e muita gente que nem pensava em comprar um Mac mudou de platafor-ma, simplesmente por causa do iPod. O enorme potencial deste segmento inspi-

Stay Hungry, Stay foolish

Steve Jobs

Prof. Jorge Faria

Page 21: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 21

Personalidades

rou, em 2003, a loja de música do iTunes. A ven-da online de ficheiros mp3, e a preço único, veio revolucionar a indústria discográfica contribuin-do, assim, para combater a crescente pirataria online de música. Nesse ano foi diagnosticado a Steve Jobs o cancro no pâncreas.

O ano de 2006 foi particularmente lucrativo para Jobs. Decide aceitar a proposta da Disney e vende a sua participação na Pixar. Um negócio de milhões que contribui, ainda mais, para en-grossar a sua conta bancaria.

2007 é o ano do iPhone. A Apple prometeu revolucionar o mundo dos telefones portáteis e cumpriu. O sucesso das vendas elevou ainda mais a notoriedade da empresa e criou uma rede de consumidores fiel e muito mais abrangente.

Os problemas de saúde regressam em 2009, levando Jobs a tirar uma licença de 6 meses, du-rante a qual efetua um transplante de fígado. No ano seguinte e contrariando muitas especula-ções, Jobs regressa em força e apresenta o iPad. É o ano em que a Apple cimenta a sua posição dominadora.

Em 2011, após a empresa se ter tornado a mais valiosa do mundo, o carismático CEO abandona o posto por razões de saúde.

Visionário, arrogante, irreverente, ousado e implacável, são muitos os adjetivos que servem para descrever o homem que nunca acabou a fa-culdade, mas deixou um legado ao mundo, prin-cipalmente uma empresa que detém atualmente o poder de criar tendências e alterar estratégias no mercado tecnológico.

Baseado nas informações do artigo de Vitor M. “Apple –

O dia seguinte após Steve Jobs” publicado em 25 de Agosto

de 2011 e acessível em: http://pplware.sapo.pt/informacao/

apple-o-dia-seguinte-apos-steve-jobs/

Page 22: O Pregão - edição 6

22Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

A nossa escola, a Escola Secundária com 3ºciclo Martins Sarmento, em Gui-marães, foi uma vez mais distinguida com o galardão Eco-Escola!

Dia 7 de Outubro, em Oliveira de Aze-méis, um grupo de representantes desta escola, nomeadamente dois professores da coordenação do Projeto Eco-Escola e dois alunos de Multimédia, autores do premia-do cartaz Eco-Código 2011, estiveram pre-sentes na cerimónia da entrega dos pré-mios às Escolas e Municípios deste país.

Cerca de 5000 pessoas entre, alunos, professores, municípios e outros convi-dados estiveram presentes neste dia – O Dia Bandeiras Verdes 2011, que abriu com uma Eco-Mostra na qual estiveram repre-sentadas diversas entidades relacionadas com o Ambiente.

Às 11horas, na Conferência de Impren-sa, realizou-se um balanço e perspetivou--se o futuro das Eco-Escolas que agora comemoram 15 anos em Portugal. Nesta sessão foram também reconhecidos os municípios com Eco-Escolas e homena-geadas escolas e professores que há anos trabalham em Portugal neste Programa da Foundation for Environmental Educa-tion. Os nossos dois alunos receberam o prémio obtido no concurso Cartaz Eco-

-Código.Durante a parte da tarde e na gala, que

incluiu diversas atuações e surpresas, um dos nossos alunos foi ao palco e, com grande dignidade, recebeu das mãos do Sr. Presidente da Associação Bandeira Azul da Europa, a Bandeira Verde Eco--Escola!

Parabéns à nossa escola! Parabéns a

todos os que permitiram e colaboraram nesta defesa do Ambiente, nesta Educa-ção Ambiental, permitindo que sejamos melhores cidadãos no futuro, que se quer obrigatoriamente sustentável nesta nossa terra amada!

A Coordenadora do Projeto Eco-Escola, Prof.ª

Ernestina Morais

A turma 3º PAS realizou uma atividade no dia 29 de Novembro de 2011, na nossa escola, relativamente ao Dia Mundial da Luta Contra a Sida que se comemora no dia 1 de Dezembro.

No primeiro intervalo da manhã, realizaram uma mol-dura humana em forma de fita vermelha, que simboliza as pessoas portadoras de VIH/SIDA; também passaram, na rádio escola, músicas do can-tor António Variações e dos Queen, relacionadas com esta temática.

Uns dias antes, os alunos do 3ºPAS colocaram várias meias frases espalhadas pela escola. O principal objetivo desta ini-ciativa era despertar a curio-sidade dos restantes alunos acerca do término dessas fra-ses. A exemplificar, temos: “Sa-bias que… atualmente não há cura para a Sida?”.

Nesse mesmo dia, a turma em questão, distribuiu panfle-tos informativos, pulseiras e laços simbolizadores de pes-soas portadoras de VIH/SIDA, aos restantes alunos da esco-la, alertando-os, desta forma,

para os perigos que podem ocorrer numa relação sexual desprotegida e para os cuida-

dos a ter nas suas relações.

Ana Costa e Tânia Leite, 3º PAS

Notícias

Projeto Eco-Escola

Bandeira Verde Eco-Escola 2010/2011

3º PAS

Dia Mundial contra a sida

Page 23: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 23

No âmbito do Projeto Nicolinas, decorreu, no dia 18 de Novem-bro, o Dia Nicolino, nas novas instalações da nossa escola. O Dia Nicolino consiste numa tertúlia/conferência, iniciativa organi-zada em parceria com a Associação de Comissões de Festas Ni-colinas, que pretende informar, divulgar e promover as Festas Nicolinas junto de toda a comunidade educativa. Este ano, os ilustres oradores foram André Coelho Lima, Marta Nuno, Do-mingos Garcia e José Manuel Teixeira - nosso director - que con-versaram sobre os diferentes números das festas perante uma plateia de cerca de 400 alunos.

Ainda no âmbito do Projeto Nicolinas, os alunos do 2º PAS além de conceberem uma pequena exposição, na zona da papelaria/bar, alusiva às festas, realizaram, com um sempre renovado pra-zer, a actividade Brigadas Nicolinas. Para dar sentido a esta ini-ciativa, visitaram todas as turmas do 10º ano, numa tentativa – cremos que amplamente conseguida - de sensibilizar e esclarecer os colegas mais novos nesta Instituição sobre estas antigas festas, nomeadamente sobre o que significa ser-se Nicolino.

No dia 6 de Dezembro, a nossa escola participou no cortejo das Maçazinhas com um carro alegórico concebido e construí-do pelos alunos do 2º PAS, contando com a inestimável e gentil colaboração do professor Nuno Florêncio (também ele Nicolino e ex-membro de uma Comissão de Festas Nicolinas), na orienta-ção dos seus alunos na consecução do desenho do boneco ilus-trativo do Nicolino, tema do carro deste ano.

As professoras Fátima Marques e Sílvia Magalhães (Projeto Nicolinas), em nome da boa Causa Nicolina, aproveitam este en-sejo “noticioso” para manifestar os seus agradecimentos a todos os professores e alunos que colaboraram, participaram e apoia-ram as referidas iniciativas.

Ser Nicolino é ser estudante toda a Vida!

Prof.ª Silvia Magalhães e Prof.ª Fátima Marques

Dia do Nicolino

Um dos nossos orgulhos – as festas nicolinas

Notícias

Concurso de Apoio a Bibliotecas Esco-lares/Centros de Recursos de Agrupa-mentos de Escolas que incluam o Ensino Secundário e de Escolas do Ensino Se-cundário não Agrupadas – 2011

“ (…) Temos o prazer de comunicar que, após apreciação do pedido apresentado por V.Exa., no âmbito do concurso referi-do em epígrafe, o Conselho de Adminis-tração da Fundação Calouste Gulbenkian

deliberou atribuir um subsídio no valor de € 5.000,00 (cinco mil euros) à Escola Secundária de Martins Sarmento desti-nado a financiar as despesas, identifica-das na proposta, directamente relaciona-das com as actividades programadas no âmbito do Projecto: Múltiplas leituras em rede (…).” Fundação Calouste Gulbenkian

Mais uma iniciativa de sucesso da nos-sa escola!

Biblioteca da ESMS ganha bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian

Todas as novidades da escola em www.esmsarmento.pt

Page 24: O Pregão - edição 6

24Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Na noite de 29 de Setembro, decorreu na Fnac de Guimarães a apresentação do livro “Diário de um enforcado” do autor Sérgio Mendes.

Para aguçar a curiosidade artística dos presentes, a sessão de apresentação des-se diário poético iniciou com um mini espetáculo de dança, após o qual, Sérgio Mendes, referenciou, várias vezes, pela cumplicidade que os une, a sua grande amizade com o prof. Manuel Rodrigues. Este último apadrinhou este projeto lite-rário, quer na sua ilustração, quer no seu lançamento.

O poeta comparou a sua própria histó-ria com a de Jesus e Judas, e referiu por exemplo, a expressão “Judas... infeliz-mente foi demonizado”. Durante as suas declarações, fez a apresentação do seu livro e agradeceu a presença dos amigos, colegas e também alunos. No fim da apre-sentação pública, já num clima mais inti-mista, o “Clube de Jornalismo” entrou em ação e interrogou o autor sobre a obra. Em relação à escolha do título, respondeu que foi ao encontro “(…) dos pensamentos mais íntimos de Judas, tendo sido apedre-jado ou enforcado”, e que a sua teoria se baseou “no evangelho de Judas e textos apócrifos”. Sendo um professor de Físi-ca e Química, consideramos pertinente questioná-lo quanto à sua fonte literária de inspiração. Referiu nomes como Fer-nando Pessoa e Nuno Júdice. Além de afir-

mar que não é fácil ser-se escritor, Sérgio Mendes, referiu que a dificuldade maior foi “Construir um diário com uma histó-ria real”. Soubemos, ainda, em primeira mão, que a escrita é, de certa forma, um refúgio para este, que é escritor “desde os

15 anos”. E a grande informação da noite a que o “Clube de Jornalismo” conseguiu ter acesso foi a das obras que o escritor tem na forja e cujos títulos para os mais curio-sos, enunciamos aqui: “O Guardador de Carros” e “Requiem para um Indigente”.

Aguardamos os próximos lançamentos com curiosa expectativa, pois esperamos estar presentes para mais uma cobertura jornalística.

Clube de Jornalismo

Notícias

Na noite de 29 de Setembro, decorreu na Fnac de Guimarães a apresentação do livro “Diário de um enforcado” do seu autor Sérgio Mendes.

Apresentação do livro “Diário de um enforcado”, de Sérgio Mendes

A poesia no mundo da Física

Cursos profissionais de informática

A robótica e os nossos alunos: um desafio permanenteOs alunos dos cursos profissionais de

informática da nossa escola participaram na European Robotics Week que decor-reu de 28 de novembro a 4 de dezembro de 2011.

Inserido no âmbito das atividades do projeto de robótica que tem vindo a ser desenvolvido na nossa escola, os alunos do curso profissional de informática par-ticiparam com entusiasmo na European Robotics Week.

A European Robotics Week é uma se-

mana dedicada à robótica que ocorreu simultaneamente em diferentes cidades de vários países Europeus, com diversas atividades para o público em geral. Visa destacar a importância crescente da ro-bótica por todas as áreas de aplicação. Serviu de inspiração para alunos de todas as idades, no campo da educação tecno-lógica e para o futuro profissional ligado às STEMs (Science, Technology, Enginee-ring e Mathematics).

Em Portugal e na cidade de Guimarães,

sob organização da Universidade do Mi-nho, durante toda essa semana, tiveram lugar eventos dedicados à robótica, tais como:

- Visitas a Laboratórios- Exposições / Demonstrações- Workshops / Palestras / Debates- Atividades educativas- Desafios / Concursos- Cinema.

Prof.ª Luisa Vieira

Page 25: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 25

Multimédia

Campanha SerSaúde com a assinatura da ESMS

Notícias

Cursos profissionais de informática

A robótica e os nossos alunos: um desafio permanente

Já o diz o velho ditado – a união faz a força – e para o corroborar estabeleceu--se, no ano lectivo 2009/10, entre o pro-grama “Ser Saúde” e a Escola Secundá-ria Martins Sarmento uma parceria cuja finalidade visava a construção de uma campanha “para a promoção da saúde na comunidade dos concelhos de Gui-marães e Vizela, através da utilização dos instrumentos de marketing social em saúde”. Salienta-se que este programa é da responsabilidade da Unidade de Saú-de Pública, Agrupamento de Centros de Saúde Ave II - Guimarães/Vizela e envol-veu os gestores do programa da Unidade de Saúde Pública, Nuno Pereira de Sousa, médico de Saúde Pública, Ana Luísa Coe-lho, enfermeira especialista e Liliana Ju-not Rocha, psicóloga clínica.

Os objectivos do Ser Saúde pretendem uma “divulgação de informação cienti-ficamente correcta sobre promoção e proteção da saúde, de modo a potenciar o aumento de atitudes orientadas para a saúde na comunidade.”

Com o contributo indispensável e va-liosíssimo dos alunos do 2º ano do curso profissional de técnico de multimédia desta Instituição escolar secular concebe-ram-se, desenvolveram-se e realizaram--se, na disciplina de Projeto e Produção Multimédia, com o apoio e consultoria do SerSaúde, vídeos de marketing social em saúde e a imagem institucional do pro-grama com o logótipo e sua aplicação em vários suportes. Os spots publicitários, com uma duração de cerca de 20 segun-dos, versavam temáticas sérias, mas não menos criativas, como a actividade física, a saúde mental, saúde oral, saúde sexual e reprodutiva, violência em meio escolar (incluindo bullying e comportamentos autodestrutivos) e alimentação.

Numa primeira fase, e exposto o pro-jeto aos alunos, estes apresentaram um guião provisório aos gestores do projeto após a qual foi definido o guião final, para tal empreenderam-se as filmagens e a respectiva edição. A pré-visualização da primeira versão conduziu a uma versão final que foi, pela primeira vez, apresen-

tada ao público no sarau da escola, 07 de abril 2011.

Numa segunda fase, os gestores do pro-jecto iniciaram o desenvolvimento de parcerias com entidades locais e nacio-nais para a transmissão dos vídeos.

Segundo a informação fornecida pelo Dr. Nuno, ainda se estão a desenvolver esforços no sentido de envolver mais par-ceiros sociais.

Assim, apraz-nos informar toda a co-munidade local que a transmissão oficial destes “produtos” contemplou a grelha de programação da SIC e de não menos prestigiados locais regionais, desde o dia 10 de outubro.

Para os interessados, a visualização dos mesmos poderá ser seguida no horário e locais que passamos a enunciar:

Ao nível nacional:SIC: de 2ª a 6ª feira – entre as 06:00h – 07:00h ou 09:00h - 10:00h; e por volta das 17:00h e após as sessões de cinema da noiteSábado e Domingo – após as sessões de cinema da noite O spot, após aprovação do Canal, pode-rá passar duas vezes por dia, mediante a disponibilidade da grelha programática, e sempre em sistema rotativo com outras campanhas de Serviço Público.

Ao nível local:Guimarães:- Centro Cultural Vila Flor (bilheteiras);- Balcão Único de Atendimento da Câma-ra Municipal de Guimarães;- Farmácia Vitória (GuimarãesShopping);- Cybercentro de Guimarães (GMRtv);- Central de Camionagem;- Página eletrónica da Escola Secundária Martins sarmento.

Vizela:- Tecnoled (MUPI de vídeo em frente ao Fórum Vizela + site/web 2.0);- Espaço Jovem Vizela (site);- Câmara Municipal de Vizela;Reforçamos que estes spots publicitários terão um espaço de qualidade no sítio do

programa SerSaúde (www.sersaude.com) e serão difundidos na web 2.0.

Com esforços conjugados e harmoni-zados por uma equipa de professores, profissionais, técnicos especializados e alunos empenhados, empreendedores e criativos nasceu uma campanha que, es-peramos, irá dar nas vistas.

Clube de Jornalismo

Os spots do SerSaúde foram da autoria dos alunos de multimédia e poderão ser vistos a partir da página eletrónica da nossa escola

Page 26: O Pregão - edição 6

26Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Carmo Correia, 16 anos, aluna da Es-cola Secundária Martins Sarmento, de Guimarães, venceu o concurso europeu para a criação da imagem institucional do Comenius – “Innovative European Schools in the 21st century”.

Trata-se de uma iniciativa de âmbi-to europeu que visa o intercâmbio de saberes entre escolas da União Euro-peia. Este projeto inclui parcerias en-tre alunos e professores das escolas participantes através da realização de trabalhos/projetos dos alunos e visitas de estudo ao país parceiro. Para além desta escola, fazem parte a EB 2,3 João de Meira e a escola Gimnazjumnr 38 Integracyjne, ZespółSzkół Nr 19, de Bydgoszcz, da Polónia; a escola ÖzelAk-deniz Baarılköretim Okulu”, de Manav-gat, da Turquia; a escola PleinCollege-Sint – Joris, de Eindhoven, da Holanda; a escola 3rd General LyceumofIlion, de Ilion – Athens, da Grécia; e a escola coor-denadora do projeto, PolytechnischeS-chuleSchwaz, de Schwaz, da Áustria.

“Fiquei surpreendida com o resulta-do e, ao mesmo tempo, muito orgulhosa por ter ganho e representado Portugal num evento onde participam diversas escolas estrangeiras”, afirmou Carmo Correia, aluna do Curso Profissional de Técnico de Multimédia.

A aluna confessa-se uma apaixonada pelas multimédia, em especial a foto-grafia e reconhece que nunca pensou que a sua proposta viesse a ser escolhi-da pelo júri.

A imagem será adotada na edição des-te ano do projeto Comenius nas escolas de cada um dos países participantes. Esperamos que este excelente início do trabalho seja um prenúncio de uma fan-tástica parceria entre estas escolas.

Conforme referido, a nossa escola é uma das escolas participantes no Pro-jeto Comenius – “Innovative European Schools in the 21st century”–, a ser im-

Comenius “Innovative European Schools in the 21st century”

Vitória no concurso europeu de criação da imagem

O resultado vencedor surgiu de uma competição interna dinamizado nas disciplinas de Técnicas de Multimédia e de Design, Comunicação e Audiovisuais do 1º ano do Curso Profissional de Técnico de Multimédia.

Notícias

Carmo Correia, a vencedora europeia.

Page 27: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 27

plementado nos anos letivos de 2011/2012 e 2012/2013. Este projeto pretende promover o contacto entre alunos e pro-fessores de diversos países da União Europeia, com vista à concretização de um objetivo comum: a realização de um trabalho conjunto que desenvolva competências sociais e in-telectuais de todos os envolvidos.

O primeiro encontro realizou-se entre os dias 16 e 19 de Novembro de 2011, na escola Gimnazjumnr 38 Integracyjne, ZespółSzkółNr 19,em Bydgoszcz, na Polónia. A nossa escola fez-se representar pelo professor João Paulo Santos (Coor-denador) e pela professora Helena Freitas, responsáveis pela candidatura e implementação do projeto na nossa Escola.

Cumprindo os objectivos, no encontro definiram-se as atividades a desenvolver relativamente ao presente ano le-tivo. Assim, em Março próximo, realizar-se-á um encontro de alunos envolvidos no projeto, na escola PolytechnischeS-chuleSchwaz, na cidade de Schwaz, na Áustria. Neste evento, além da salutar partilha e troca de experiências pessoais en-tre alunos e professores dos diversos países, os alunos, com possível colaboração dos seus professores, irão apresentar aos discentes e docentes dos outros países os projetos desen-volvidos nos seus países, através de workshops preparados para o efeito. Em Maio, está previsto um segundo encontro de professores, na escola ÖzelAkdenizBaşarışlköşretimOkulu, na cidade de Manavgat, na Turquia, onde se prevê a realização da avaliação intercalar das atividades, com vista à elaboração do relatório intermédio a enviar às respetivas agências nacio-nais, responsáveis por estes projetos. As datas dos encontros do próximo ano letivo, que contarão com a participação de alunos em Guimarães, deverão ser fixadas nesse intercâmbio.

Até ao encontro de alunos, os professores envolvidos irão desenvolver e testar dois ou três métodos inovadores para a lecionação de alguns conteúdos das suas disciplinas. Após avaliação dos mesmos, apenas escolherão um para trabalhar com os alunos envolvidos no projeto, de modo a que estes fiquem habilitados a apresenta-los aos seus homólogos estu-dantes estrangeiros, na língua oficial do projeto, o Inglês.

Cada escola terá, também, de criar t-shirts para os alunos e professores participantes no encontro na Áustria. Os alunos envolvidos terão de ser inscritos na plataforma do projeto e estabelecer contactos com, pelo menos, três alunos dos dife-rentes países envolvidos.

Para apoio ao desenvolvimento deste empreendimento existirá uma plataforma de trabalho moodle, da responsabi-lidade da escola Austríaca, coordenadora do mesmo. Para-lelamente, irá ser criada uma página do projeto na internet (www.innovation.schools.eu), (a desenvolver pelas duas es-colas portuguesas envolvidas) e serão elaboradas brochuras

(da responsabilidade da escola Turca) e um DVD do projeto (incumbido à escola Grega) para registo e divulgação de to-das as atividades.

Prof. João Paulo Santos e Profª Helena Freitas

O primeiro encontro realizou-se entre os dias 16 e 19 de Novembro de 2011, na Polónia. A nossa escola fez-se representar pelo professor João Paulo Santos (Coordenador) e pela professora Helena Freitas, responsáveis pela candidatura e implementação do projeto na nossa Escola.

jornal ‘o pregão’ online em http://issuu.com/opregao

Notícias

Page 28: O Pregão - edição 6

28Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Notícias

Até há pouco tempo, a grande questão escolar era somente a aprendizagem de conteúdos, acreditávamos que conhecer era acumular conhecimentos. Atualmen-te, o desafio para o professor é coordenar o ensino de conceitos e proporcionar um ambiente efetivo de aprendizagem. Apesar de múltiplos obstáculos, nome-adamente o da ausência de motivação, nós, professores, sentimos o dever de averiguar essas razões, de as analisar, e procurar estratégias eficazes que ajudem a reverter este quadro.

A atividade de encenação de excertos dos sermões de Padre António Vieira, realizada na Igreja da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco, teve essa inten-ção de despertar nos alunos a motivação para a leitura do “Sermão de Santo Antó-nio aos Peixes” através da condução do aluno espetador por dentro da cultura do barroco, ouvindo a voz de um prega-dor, de um missionário, de um político, e de um homem de ação e, assim, obter uma aprendizagem mais eficaz. Desta forma, pretendeu-se criar um ambien-te semelhante ao da época, século XVII, onde, numa igreja barroca, do alto do seu púlpito, o padre António Vieira (encar-nado por um ator profissional) prega aos colonos (alunos, a nossa geração futura) passagens estrategicamente seleciona-das dos seus sermões e correspondência pessoal. Foi importante dar a conhecer aos alunos os ensinamentos desta figura expoente máximo do domínio da arte da retórica. Foi fundamental transmitir--lhes os ideais desta voz que se insurgiu contra a opressão da época e que ainda ecoa nos nossos tempos. Foi gratificante ter despertado neles o desejo de manifes-tar posições, opiniões e reflexões relativa-mente aos valores preconizados por esta figura tão completa a vários níveis. Foi igualmente recompensante verificar que ouviram, gostaram e registaram algumas falas para depois interpretarem. Aqui vão alguns registos dos alunos, prova de que este Padre António Vieira não pregou aos peixes!

Joana Rocha – 11ºCT1 - “Os peixes têm duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam” – Se os homens ouvissem

mais e falassem menos, cometeriam me-nos erros.

Andreia Oliveira – 11ºCT1 – “Pregar não é recitar” - O pregador deve pregar com o coração e com a cabeça. O prega-dor não deve copiar ou recitar sermões de outros, deve anunciar as suas ideias, não as dos outros.

Luís Oliveira – 11ºCT3 – “Uma árvore tem raízes, tem troncos, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim, há de ser o sermão” – Compara-se a estrutura de um sermão a uma árvore, tem que ter raízes fortes, isto é, bases sóli-das, argumentos de autoridade para bem fundamentarem o discurso; deve ter um só tronco, isto é, ser um discurso coeren-te e coeso, e dar “frutos”, isto é, tem que atingir os objetivos.

João Iliescu – 11ºCT4 – “Ah peixes, quanta inveja…” – O pregador aumenta a qualidade dos peixes para criticar a inve-ja dos homens e, assim, chama a atenção do auditório.

João Freitas – 11ºCT6 – “Os pregado-res levam o Evangelho, e o comércio leva os pregadores” – Padre António Vieira revela que muitos pregadores já não são fiéis à palavra de Deus, afirma que muitos pregadores “se venderam” de forma a se-rem recompensados.

Alexandra Pinto – 11ºLH2 – “Passará o Céu e a Terra, mas a minha palavra ja-mais passará” – Esta fala realça a possibi-lidade de tudo no mundo mudar, salvo a palavra de Padre António Vieira que, pela

sua verdade, se tornou intemporal. João Fernandes – 11ºSE1 - “Mas toda

a política sem a lei de Deus é ignorância” – O padre António Vieira mostra a sua devoção e a sua convicção na palavra de Deus, e o seu descontentamento com as ações e decisões dos homens.

José Afonso – 11ºSE1 - “ Quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem” – É um apelo à humilda-de e desprezo por quem se apega dema-siado aos bens materiais, o que ainda se aplica hoje em dia.

Pedro Ribeiro – 11ºCT1 – Ensina-nos que não devemos ser gananciosos, não devemos pensar só em nós, há coisas mais importantes do que o dinheiro e o nosso estatuto.

Registo de uma referência histórica.Ana Ribeiro – 11ºAV1 – Referência à

escravatura no século XVII.Susana Martins – 11ºCT4 – Nos últi-

mos catorze anos de vida, Padre António Vieira viveu em Salvador da Baía, no colé-gio de Jesuítas e escreveu, ou mandou es-crever porque já estava quase cego, todos os seus sermões.

Em suma, os sermões são necessários e motivadores ao mesmo tempo, se feitos baseados na intenção sincera de preocu-pação com o outro, na troca de experiên-cias, de vivências. Um sermão que leva a pensar e querer melhorar é prova de res-peito e afeto.

Prof.ª Fátima Caldas

Leitura do Sermão de Santo António aos Peixes

“Vieira, a Voz Visível” - do púlpito de S. Francisco

Page 29: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 29

Notícias

Atividade integradora da turma EFA 4

Conferência e debate com o Prof. Dr. Garcia Pereira

Du 19 au 23 octobre 2011, s’est réalisé le douzième festival du ciné-ma français, promu par l’Alliance Française de Guimarães, avec la collaboration du Cineclube de Guimarães et le Centre Cultural Vila Flor, ici à Guimarães. Ce projet s’est déroulé aussi à Porto, à Aveiro et à Coimbra. Notre école a participé dans cet événement annuel et s’est fait représenter par la classe 11ºLH3 qui a assisté au film: «Une vie de chat» de Jean-Loup Felicioli et d’Alain Gagnol. Une histoire qui nous raconte comment un chat, sans le savoir, bien sûr, joue un rôle important dans une conspiration contre la mère de sa jeune propriétaire. Quand la nuit tombe et quand tout le monde dort, il s’échappe et vit les aventures intrépides d’un cambrioleur et… il faut que vous voyez le film pour savoir le reste. Ce sont des dessins animés qui ont plu à tout le monde, nous faisant rire et songer en même temps. Si ce genre de films t’intéresse, sois attentif l’an pro-chain, dans un ciné près de chez toi! C’est une expérience fantasti-que que nous recommandons!

Carlos Duarte, 11º LH3

No passado dia 9 de dezembro de 2011, a turma 4 do curso EFA da Escola Secundária Martins Sarmento con-cretizou uma atividade integradora, no âmbito dos Nú-cleos Geradores “Gestão/Economia” e “Argumentação/Assertividade”, subordinada ao tema “Orçamento de Estado para 2012 e a economia do país”.

A atividade final consistiu numa sessão de esclareci-mento/debate alusivo ao tema em causa. Para que tal fosse possível, foi necessário o trabalho de todos os elementos da turma e respetivos formadores. Foram realizadas pesquisas, criamos grupos de trabalho para a elaboração de cartazes, convites, procedemos à divul-gação na comunicação social e nas redes sociais para a devida publicitação da atividade.

O conferencista foi o Prof. Dr. Garcia Pereira, concei-tuado advogado no Direito do Trabalho e professor catedrático. Como coordenador de mesa tivemos o Sr. José Machado, fundador e Presidente Honorário da Federação das Associações Portuguesas de França e ex-presidente do Conselho Mundial das Comunidades Portuguesas.

Os oradores convidados foram recebidos pela turma num restaurante da cidade, onde decorreu um breve jantar. Seguidamente, encaminhámo-nos para o salão nobre da Sociedade Martins Sarmento, onde decorreu a atividade, pelas 21.30h.

Esta conferência /debate foi um êxito porque conse-guimos encher o salão nobre, o público foi participati-vo, o coordenador da mesa esteve sempre muito ativo e o Prof. Dr. Garcia Pereira respondeu a todas as questões com muita calma e numa linguagem expressiva.

Demos por terminada a atividade já passava da meia--noite.

EFA 4

En français

«Une vie de chat» 12ème festival du cinéma français

Une vie de chat» de Jean-Loup Felicioli et d’Alain Gagnol.

Page 30: O Pregão - edição 6

30Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Universo ESMS

As tecnologias de comuni-cação insinuam-se em todas as frentes da nossa sociedade e a escola não o pode evitar. A presença das novas tecnolo-gias na sala de aula é indispen-sável. Os quadros interativos, os computadores, os projeto-res multimédia, os blogs da disciplina, o site da escola, a secretaria virtual, o livro de ponto online, o moodle e a convivência quotidiana com o correio electrónico, com te-lemóveis e outros gadgets digi-tais mostram que as tecnolo-gias vieram para ficar.

O mundo muda e a escola tenta acompanhar a mudança. Na atual sociedade do conhe-cimento global, da informação em tempo-real, o computador passou a ser um dos protago-nistas no quotidiano da esco-la. As tecnologias de informa-ção e comunicação entraram em força na sala de aula e com elas a vontade de alterar a for-ma de ensinar e aprender. Os processos de aprendizagem mudam, e não há disciplina que lhe escape.

E as artes visuais? Será que o computador terá lugar numa área onde o ensino e a apren-dizagem é feito de um modo tão pessoal e subjetivo? Será que a multimédia e as restan-

tes tecnologias de desenho digital se enquadram na es-sência das artes visuais? Será possível construir um estilo de expressão pessoal e autên-tico através do computador? Poderá a tecnologia influen-ciar a arte?

Efetivamente, a história dá--nos algumas respostas. Em tempos idos, alguns pinto-res aperceberam-se de que a fotografia, mais do que um concorrente desleal, poderia constituir-se num podero-so instrumento de trabalho. Aprenderam com ela, tiraram partido dos seus efeitos óti-cos, recolheram novos dados sobre a composição de cores, dos enquadramentos e a for-mação de imagens na retina do observador. A fotografia influenciou profundamente as técnicas de pintura e revo-lucionou a arte. Esses artistas estão nos nossos livros de his-tória e são lembrados como pioneiros.

Hoje, os meios de criação di-gital podem fazer aquilo que a fotografia fez no passado. Hoje, sem atalhos, sem bato-tas, a criatividade continua a ser o principal ingrediente. Essa criatividade pode ser aplicada usando o pincel ou o rato do computador. O meio

continua a ser um instrumen-to do espírito e o potencial do computador não deve ser ig-norado. A multimédia e todos os processos de criação digital que elenca é, sem dúvida, a par da pintura, do desenho e da escultura, uma disciplina criativa válida. Há, de certa forma, uma união da técnica, arte e ciência e é importante reforçar que a tecnologia não nos irá distanciar das nossas origens, nem separar do nos-so passado, mas sim preparar--nos para um futuro que está ao virar da esquina. Com estes conceitos em mente, os alunos da turma 12º AV1, na disciplina de Oficina de Multimédia, fo-ram desafiados a tirar partido dos meios tecnológicos para criarem um registo inovador. Assim, tendo como pano de fundo Guimarães Capital Eu-ropeia da Cultura, pretendeu--se que, através da combina-ção de fotografia, desenho e técnicas digitais, elaborassem uma ilustração onde fosse re-criada uma paisagem típica da cidade. Guimarães é uma cidade única e especial. A arte é bem disposta, usa o humor, cria o inesperado. É possível criar e divertir-se ao mesmo tempo. Com esta proposta os alunos despertaram consciên-

cias, aprenderam linguagens de expressão, correram ris-cos, desmistificaram precon-ceitos! Buscaram na cidade a inspiração, aliaram a criativi-dade à técnica e o resultado está à vista.

Prof. Ana Silva; José Faria

Exposição 12º AV1, Oficina de Multimédia

A arte e o computador

Ana Rita Pinheiro

Beatriz Merouço

Page 31: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 31

Universo ESMS

Carlos Fraga Cristela Melo

Luísa Carvalho

Marta Peixoto

Sebastião Silva Tiago Oliveira

Diana Mendes

Marco Alves

Pedro Félix

Vasco da Silva

Cláudia Fraga

João Garcia

Mariana Marinho

Rui Cardoso

Catarina Braga

João Costa

Marlene Cardoso

Rute Fernandes

Gabriela Sousa

Mariana Almeida

Page 32: O Pregão - edição 6

32Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Anabela Silva, 2º PTM:A interação entre as diferentes ge-rações tem vindo a desaparecer, simplesmente… Antigamente a so-ciedade era mais unida, comuni-cativa, agora vê-se o contrário; os avós são abandonados pelas suas famílias nas suas próprias casas, o que faz com que não tenham todos os cuidados necessários e, cada vez mais, acabam por ser vítimas de agressões, abandono ou de morte solitária.

Luciana Carvalho, 2º PAL:As novas gerações descendem das mais idosas e ao discriminá-las es-tás a desprezar o teu passado.

Ana Ferreira, 2 ºPTM:No dia-a-dia muitos idosos são aban-donados pelas famílias.O ideal era poderem ir para um cen-tro de dia e à noite voltarem para casa, para junto dos seus.

Tatiana Lima, 2º PTM:Todos os dias, uma em cada 1000 pessoas abandona ou entrega os mais velhos a um lar de idosos. Que pensarão eles antes de falecer? Sa-ber que aqueles que mais amaram lhes viraram as costas?

Catarina Lopes - 2º PAL:Todos têm algo para ensinar, basta querer aprender! As relações entre diferentes gerações é uma mais va-lia para todos. As gerações mais no-vas são o futuro que dependem de um passado idoso…

Bruno Silva, 2º PTM:Cada um de nós nasceu com os seus defeitos e qualidades que é o que nos torna diferentes uns dos outros, mas no fundo são as nossas diferenças que nos tornam únicos e capazes de concretizar os nossos sonhos.

Sara Pereira, 2º PAL:Velho que fala é novo que aprende.

Bárbara Machado, 2º PTM:Pessoas idosas são um conetor de conhecimento e sabedoria entre as diversas gerações; pessoas capazes de resolver inúmeros problemas apenas com a sua experiência de vida. Simplesmente são grandes pessoas, com grandes pensamentos.

Vânia Freitas, 2º PAL:O diálogo intergeracional é muito importante, pois há sempre algo a aprender com a sabedoria, vivên-cia e até ingenuidade dos outros, sendo também uma grande medi-da para combater a solidão. Todas as gerações aprendem algo entre si.

Carina Leite, 2º PAL:O que será melhor?Ficar em casa na solidão,Ou dar asas à imaginação?O que será melhor?Chupetas, risos, carecas,Ou ficar com os avósA fazer caretas?

Universo ESMS

Ano Europeu para o Diálogo IntergeracionalEis o mote para reflexão que a União Europeia propõe para este ano civil. Envia-nos a tua frase/comentário sobre esta matéria. Vê o que disseram alguns alunos:

2012 No âmbito da disciplina de Área de Expressões, dentro do tema Património Gastronómico inserido no módulo “Arte Património e Tradição”, as alunas Ana Catarina Mendes, Ana Rita Mendes, Catarina Castro e Cátia Gonçalves do 2.º PAS organizaram, jun-tamente com a professora da disciplina, Sílvia Maga-lhães, um magusto para toda a comunidade escolar.

O magusto realizou-se no dia 11 de Novembro de 2011, pelas 11h30min da manhã, no pátio da escola.

A atividade teve bastante adesão, por parte dos alunos, professores e funcionários que tiveram a oportunidade de comer castanhas, beber limonada e também dançar e cantar ao som de várias músi-cas. Para esta atividade, a turma 2.º PAS contou com a ajuda do Clube de Jornalismo, nomeadamente os alunos do 3.º PTM que, durante o magusto, tiraram fotografias do evento. Foi uma atividade divertida que serviu para a comunidade escolar conviver e libertar-se de alguns problemas do dia-a-dia. Essen-cialmente pretendeu relembrar e manter viva a tra-dição de São Martinho.

Ana Rita, Ana Catarina, Catarina e Cátia, 2º PAS

Área de Expressões

Arte, património e tradição

PoesiaSubi a escada da torre mais altaE olhei cá para baixo.Eles gritavam: Salta !Querem-me devorar, mas eu não deixo.Famintos. Sedentos por uma almaQue lhes dê alguma vida.Ladrões. Destruidores de toda a calmaNa hora da partida.Ri-me deles e saltei.Dei-lhes a minha carne, o meu corpo,Mas a alma não dei,Essa eu não troco.Voltei a subir, agora mais leveDo que quando saltei.Cadáver de qualquer um servePara vos alimentar, criaturas sem lei!Para vós não há fim, não há quem vos eleve.A partir de hoje já não sou humano.Sou um espírito vagueando,Sou o bem e o profanoQue, sem saberem, vos vai guiando.

João Humberto, 12º LH3

Page 33: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 33

No passado dia 25 de Novembro, a nos-sa turma foi à Escola de Ciências da Saú-de da Universidade do Minho numa visita de estudo de Biologia com o objectivo de conhecer o ambiente universitário; saber o que fazem os investigadores; contactar diretamente com o mundo da ciência e do desenvolvimento científico.

Aproveitámos para conhecer as insta-lações da escola e, quando se iniciaram as atividades, fomos encaminhados para um laboratório onde, em 10/15 minutos, nos explicaram, em PowerPoint, em que consistia a técnica de PCR (reação em ca-deia da polimerase). Esta técnica utiliza a enzima DNApolimerase, responsável pela síntese de DNA, para amplificar in vitro, qualquer segmento de DNA utiliza-do como molde através de ciclos. Nesta atividade a turma foi dividida em vários grupos para podermos pôr em prática o que tínhamos aprendido.

De seguida, a turma teve de ser divi-dida em dois grupos que foram para di-ferentes salas realizar duas atividades distintas. Numa das salas aprendemos, com um aluno de Medicina, a suturar pele humana utilizando modelos que simulavam ferimentos; na outra sala, igualmente com um aluno de medicina, aprendemos manobras do suporte básico de vida. Ficámos a saber que a primeira coisa de se deve fazer é avaliar o estado de consciência da vítima, ou seja, deve-mos estimulá-la abanando-a, tocando-lhe nos ombros, perguntando em voz alta “ Está-me a ouvir?”, ou no caso de conhe-cermos a vítima, chamá-la pelo seu nome. Se estiver consciente, devemos examiná--la, procurar ferimentos, colocá-la em po-

sição lateral de segurança, pedir ajuda e vigiá-la regularmente, porque esta pode ficar inconsciente.

Caso a vítima esteja inconsciente, de-

vemos gritar por ajuda. De seguida, de-vemos verificar as suas vias aéreas para ver se existem corpos estranhos na boca da vítima. Se esta não respirar, devemos executar 10 insuflações por minuto; cada insuflação deve ter duração de 1 segundo e com 5 segundos de intervalo entre cada insuflação (para nos certificarmos que está a entrar ar, devemos ver se o tórax expande). Devemos iniciar 30 compres-sões, seguidas de duas insuflações.

Por fim aprendemos como colocar uma vítima na posição lateral de segurança, conforme se pode observar nas sequên-cias seguintes:1. Certificar-se que a cabeça da vítima se en-contra em extensão;2. Ajoelhar-se ao lado da vítima. Assegurar que ambas as suas pernas estão esticadas;3. Colocar o membro superior da vítima (do nosso lado) em ângulo recto (90º), em rela-ção ao corpo da mesma. Dobrar o antebraço para cima com a palma da mão virada para cima;

4. Colocar o outro braço da vítima atraves-sado sobre o tórax da mesma. Segurar as costas da mão da vítima contra a bochecha

(do nosso lado). Manter a mão da vítima no lugar;

5. Com a nossa mão livre, agarrar pelo joe-lho, a perna da vítima que fica oposta a nós.Elevar a perna da vítima, mas deixar o pé no chão;6. Puxar a perna elevada na sua direcção. Entretanto, continuar a pressionar as cos-tas da mão da vítima contra a bochecha. Virar a vítima na nossa direcção para a co-locar de lado;

7. Posicionar a perna que está por cima de tal forma que a anca e o joelho estejam em ângulo recto;8. Inclinar novamente a cabeça para trás para manter as vias aéreas desobstruídas;9. Ajustar a mão da vítima sob a bochecha, se necessário, para manter a cabeça inclinada;10. Verificar regularmente a ventilação da vítima.

Por volta das 19 horas demos por finaliza-da esta enriquecedora visita de estudo e regressámos a Guimarães.

Mariana Cardoso, 11º CT1

Universo ESMS

Visitas de Estudo

Ciências da Saúde na UM

Page 34: O Pregão - edição 6

34Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Para mim estagiar, até ao momento, tem sido uma experiência completamen-te nova; nunca imaginei estar “por minha conta”, mas acho que é bom conhecer o mundo do trabalho. Posso dizer que os meus novos colegas foram, desde logo, bastante recetivos com a minha chegada. Uma vez que não tenho tido o meu moni-tor presente, devido a problemas pessoais, tenho de ser mais autónoma.

Tenho desenvolvido projetos bastante interessantes, mas, claro, o mundo do tra-balho não só é feito de coisas interessantes e, com a falta de funcionários, por vezes, sou eu que estou no atendimento. Não me importo nada, pois até é engraçado, prin-cipalmente quando surgem turistas e não falam a língua portuguesa…

Acho que, durante este tempo que esta-giei, cresci muito; como aluna, sem dúvida; mas sobretudo como pessoa. Agora, enca-ro este mundo de forma completamente diferente.

Sou a Soraia e estou a fazer o meu es-tágio. Deparo-me agora com uma nova etapa da minha vida, pois comecei a ver o mundo do trabalho de mais perto. Enfren-to uma aprendizagem que me está a aju-dar a superar os obstáculos, com mais in-dependência, sem ter constantemente por perto um professor para nos guiar. Estou a aprender a lidar com certas situações que, por vezes, na escola não conseguimos aceitar e que no mundo do trabalho me vejo obrigada a admitir. O estágio é, sem quaisquer dúvidas, uma etapa fundamen-tal para quem quer entrar definitivamen-te no mundo do trabalho com sucesso e autonomia.

Para mim, estagiar está a ser uma boa experiência, pois ajuda-me a ter uma maior noção de como é trabalhar “a sério” na minha área e isso é uma mais valia.

Para mim, o estágio é uma oportunida-de para pôr em prática os conhecimentos adquiridos durante as aulas. Desta forma, consigo perceber melhor os aspetos a me-lhorar e já tenho uma noção do que me es-pera no mercado de trabalho! O meu local de estágio é a POPPDESIGN, um gabinete de publicidade e imagem, situado em Gui-marães. Estou a gostar muito da experiên-cia e tenho aprendido bastante.

Universo ESMS

Cursos profissionais

Alunos do 3º PTM: o estágio no mundo do trabalho

Ana Silva Soraia AraújoRicardo Araújo

Serafim Mendes

SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS N.º 6CA; SA; EMOLDURARAMOS; NAU; EM; RU; IMA; AR; PTE; TEM; AI; S; RAER; ELAI; S; JARRO; SAUDA; BUS; ATM; ANTERO; COLDRE; ITA; EU; EL; EIS; AA; BITONAL; OS; S; CONE; ARIA; E; CATAI; RIOLA; RA; AIR; IAS; TO; UPA; SO; OS; SOL; MAIO; SOS; TELA.

Page 35: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 35

Curso Profissional de Técnico de Análise Laboratorial

Viva a ciência!

A Apple apresentou este mês um novo serviço para o sector da Educação com o qual pretende incentivar a utilização de li-vros escolares digitais e reinventar a ima-gem destes livros.

Denominado iBooks 2, o novo serviço foi desenvolvido em parceria com três edi-toras (Pearson PLC, McGraw-Hill e Hou-ghton Mifflin Harcourt) que, segundo da-dos da agência Reuters, são responsáveis por 90 por cento do mercado de livros escolares nos EUA. Através deste serviço é possível criar conteúdos semelhantes a livros escolares, mas em formato digital.

Durante a apresentação, que decorreu no Museu Guggenheim, em Nova Iorque, o responsável de marketing da Apple, Phil Schiller, demonstrou algumas funciona-lidades da aplicação e a forma como esta pode ser utilizada tanto pelos autores de livros escolares como pelos próprios do-centes para criarem conteúdos.

Citado pela agência noticiosa, Phil Schil-ler considerou que este serviço irá mudar

a imagem tradicional dos livros escolares.O mesmo responsável sublinhou duran-

te a apresentação do iBooks 2 que «é difícil não ver que um livro escolar nem sempre é a ferramenta ideal para aprender».

A nova aplicação para iPad já se encon-tra disponível gratuitamente na loja de

aplicações a partir de hoje e, de acordo com a Apple, cada livro escolar digital cria-do com a tecnologia será comercializado por 14.99 dólares ou menos.

http://sol.sapo.pt/inicio/Tecnologia/Interior.aspx?content_id=39291

(Adaptado pelo Prof. José Faria)

Treze jovens raparigas, uma professora e duas disciplinas foram os ingredientes ne-cessários para cozinhar atividades fantásti-cas, durante este ano letivo que está prestes a terminar, e criar um laço afectivo entre as personagens desta história. As treze jovens pertencem à turma do Curso Profissional de Técnico de Análise Laboratorial.

A aventura escolar começou logo em Setembro e durante todo o ano letivo surgiram várias atividades que foram desenvolvidas pelas alunas. Não irei fa-zer de todas elBárbara, que nos recebeu e fez a visita guiada, descreveu todos os passos, desde a chegada das águas resi-duais provenientes de zonas industriais e domésticas ao seu tratamento e posterior devolução ao meio ambiente. As alunas tomaram conhecimento sobre o pro-cesso de tratamento de águas residuais, conhecendo as várias etapas através das explicações da engenheira e da obser-

vação das máquinas, colocando muitas questões. As alunas ficaram mais sensibi-lizadas para a temática do curso, relacio-nado com análises laboratoriais, e para a proteção do ambiente. Duas das meninas ficaram tão sensibilizadas que não aguen-taram o cheiro da ETAR e tiveram de an-dar de máscara... ai, ai!.

Após o almoço, dirimo-nos ao Centro de Ciência Viva onde fomos recebidas pelas monitoras do centro. Fomos con-duzidas a uma sala onde vimos o filme “Nós e o Sangue” e posteriormente fize-mos uma visita guiada ao laboratório do centro onde se realizou uma experiência relativa ao sangue; depois visitámos a exposição interativa sobre o mesmo as-sunto. Após um intervalo de 15 minutos, dirigimo-nos novamente à sala cinemato-gráfica e observámos o filme “A Gotinha de Água”. Seguidamente as alunas visita-ram o Aquário do centro, que possui mais

de 1000 l de água salgada, onde habitam várias espécies animais presentes na nossa costa portuguesa. Posteriormente, dirigimo-nos ao “Espaço Aqua”, um es-paço de promoção da cultura científica e tecnológica e que alberga um conjunto de módulos interativos sobre a água.

Não ficaria descansada por descrever outras atividades como a “Cultura de Bac-térias” ou “Separação de pigmentos fotos-sintéticos” ou até “A ação de amílase sali-var”, mas isso fica para a próxima. Quero, também, homenagear as treze raparigas que participaram em todas as atividades: Catarina, Andreia, Celina, Marisa, Sofia, Lara, Liliana, Marta, Nádia, Sara, Soraia, Susana e Vera por terem sido alunas de-dicadas, trabalhadoras, responsáveis e muito afáveis! Gostei muito de trabalhar com todas elas e desejo-lhes um futuro risonho! Parabéns meninas!

2º PAL e Prof.ª Elisabete Pacheco

Universo ESMS

Multimédia

IPad destitui livros escolares

Page 36: O Pregão - edição 6

36Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

cno

Page 37: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 37

cno

Page 38: O Pregão - edição 6

38Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Remontando a origem dos nomes dos meses do ano ao século I a.C., convém entendermos a ligação intrínseca entre estes, a agricultura e a religião, sendo as duas últimas áreas muito valorizadas da cultura romana. Assim, fonte de vida físi-ca e espiritual, fundem-se numa só, uma vez que os frutos da agricultura eram considerados uma dádiva divina, que o Homem tinha que merecer e agradecer.

A sucessão dos meses do ano é um hino ao que de mais sagrado tinham os romanos: um desfile de deuses intercala-do com outros elementos e celebrações continua, nos nossos dias, a ser celebra-da em várias línguas: português, espa-nhol, inglês, francês…

Uma das mais importantes reformas ao calendário que perdurou até aos dias de hoje foi feita por Júlio César. Enquanto o primeiro calendário (criado por Numa Pompílio) assentava numa organização lunar, o de Júlio César regulava-se pelo curso do sol, constando de doze meses e procurando uma fórmula de fácil me-morização, pelo que se distribuíam alter-nadamente por trinta e trinta e um dias. É também da sua autoria a alternância entre anos bissextos (366 dias) e comuns (365), solução inteligente para acompa-nhar a duração do ano astronómico.

Janeiro e fevereiro surgiram, assim, no séc. II a.C., no contexto da reforma julia-na, fazendo-se agora começar o ano com o momento em que o sol inicia o seu nas-cimento na linha do horizonte – momen-to do solstício de inverno (solstício = sol stat; isto é, o sol detém-se).

O nome do primeiro mês é uma home-nagem ao deus Jano (Janus), um dos mais antigos deuses da Itália, que ocupava

sempre o primeiro lugar; era o deus de todos os começos, o princípio de todas as coisas. Tal como a imagem vimaranense, também o deus Jano era representado com duas faces, embora com motivos di-ferentes. Este último guardava todas as portas ou passagens: com os olhos pos-tos no passado e no futuro; na terra e no cèu, no ano que termina e no que come-ça. Deu também origem à palavra janela (“janua”, porta pequena) e ao nome pró-prio Januário. As duas caras permitiam a Jano controlar ao memso tempo quem entrava e quem saía das casas particula-res; e, do seu templo, com um rosto ob-servava o nascente, abrindo as portas ao dia; com o outro encerrava-as, voltado para o poente.

Também as portas do templo indica-vam ao povo romano se este estava em

guerra (pois estas abriam-se para acolher os povos, saindo o deus em seu socorro) ou em paz (quando se fechavam, sinal de que nenhum auxílio ou proteção eram necessários).

Assim, as portas do templo de Jano en-cerradas eram sinónimo de grande ale-gria, pois havia paz no império. Como se sabe, enquanto se manteve este costume, até ao séc. IV, poucas vezes este templo esteve fechado. Considerou-se uma vi-tória tê-lo fechado três vezes durante o mandato de Augusto (durante o conheci-do período da “Pax Romana”).

Assim, abrimos 2012 com intenções de chegarmos também a fevereiro e a ou-tros momentos igualmente importante do nosso e do calendário romano.

Profs. Manuela Machado e José Manuel Teixeira

Dar à Língua

Continuando a “Dar à Língua”, vamos, agora, ainda na sequência do assunto abordado em edição anterior, e porque iniciamos uma nova etapa temporal, 2012, recordar a origem dos nomes dos meses do ano.

Page 39: O Pregão - edição 6

O Pregão Janeiro - Maio de 2012 39

Jantar de Natal 2011

Page 40: O Pregão - edição 6

29162330

6132027

5121926

06www.esmsarmento.pt

Jornal ‘O Pregão’ online em http://issuu.com/opregao

Se pretendes ver publicado o teu artigo ou trabalho no jornal da escola, envia-o para o email:[email protected]

18152229

5121926

4111825

D

D

D

jan

eiro

calendário 2012

feve

reir

om

arço

S

S

S

23: Fim do segundo período

21: Carnaval

Equipa de ‘O Pregão’Carla Costa Dulce NogueiraFátima LopesGlória M. MachadoJorge C. FariaJosé L. FariaJosé M. TeixeiraJoana SilvaVânia Soares

T

T

T

Q

Q

Q

Q

Q

Q

S

S

S

S

S

S

310172431

7142128

6132027

5121926

291623

18152229

4111825

18152229

7142128

6132027

3101724

29162330

7142128

4111825

310172431

Sítios e Blogs

www.googleartprojectPermite visitar museus como se estivéssemos lá. Podemos ver detalhes impossíveis à vista desar-mada graças a fotografias de super resolução de 14 mil milhões de píxeles.

www.academicearthReúne um conjunto gigantesco de aulas com reputados professores de universi-dade dos EUA.

Post it “A natureza concedeu aos

grandes homens a faculdade de fazer e aos outros a de

julgar.”Vauvenargues, Luc de

Clapiers

Prof. António [email protected]

Palavras Cruzadas 6

1

1

2

2

4

4

3

3

5

5

6

6

7

G U I M A R Ã E S

C

API

A

L

2012

7

8

8

9

9

10

10

11

11

12

13

12

15

14

13

TC U L U R A

H 1 Cálcio (s.q.); apelido.

2 Encaixilháramos.

3 Embarcação de grande porte e de longo curso; sobre; Ruténio (s.q.); íntima.

4 Fisionomia; “Pactos Territoriais de Emprego“; possui; momento.

5 Varrer as brasas do forno para a cozedura; prendei com gavinhas.

6 Recipiente bojudo, de tamanho grande e boca estreita, para lavatório; felicita.

7 Veículo de transporte coletivo de passageiros; terminal de caixa automático (multibanco).

8 Nome masculino; bolsa de couro utilizada para o transporte de arma de fogo.

9 Rochedo; egoísmo; artigo que precedia o rei; aqui está.

10 “Autores”; referente à bitonalidade; aqueles.

11 Nome de um sólido geométrico; melodia.

12 Buscai; questiúncula.

13 Rádio (s.q.); “ar francês”; vagueavas; reco.

14 Salto brusco do cavalo para derrubar o cava-leiro; isolado; eles; resplendor.

15 Um dos meses do ano; desacompanhados; pano grosso sobre o qual se pintam os quad-ros.

V 1 Parte do teatro onde os atores representam para o público (pl.); reentrância da costa, ger-almente entre dois cabos, de forma semicircu-lar e de tamanho intermédio entre o golfo e a enseada (pl.); aguardente obtida da destilação do melaço depois de fermentado.

2 Gostar muito; entidade com funções políticas ou administrativas; face anterior de livro ou revista.

3 Alternativa; diz-se do cabelo longo dividido em madeixas grossas enroladas; aqui; instante.

4 Casal; peça de calçado.

5 Proceder à prisão preventiva de; ocupais o trono.

6 Osso longo que constitui o endosqueleto do braço; pequena elevação de terreno (pl.).

8 Expressão de um ideal estético através de uma atividade criativa (pl.); decoração do espaço de representação numa peça de teatro (pl.).

9 Rua pequena e estreita; fábricas de louça de barro.

10 Sem talento ou arte; conjuntos de coisas atadas.

11 Nota musical; cada um dos períodos em que se costuma dividir a vida do homem; Alumínio (s.q.); catedral.

12 Adição; espaço que serve de entrada principal a um edifício; ilha, geralmente com a configu-ração de um anel, que delimita uma lagoa interior com comunicação para o mar, que se forma em mares tropicais e é originada pela aglomeração e consolidação de polipeiros de coraliários (rocha sedimentar zoogénica).

13 Colocais asas; seara madura; onda.